Candidaturas até 30 de setembro de 2024
A APCP lançou este ano a primeira edição do Prémio Reportagem em Cuidados Paliativos, que conta com o patrocínio institucional...

Consciente da importância dos meios de comunicação social na promoção da literacia em cuidados de saúde e, muito em particular, no esclarecimento e sensibilização da sociedade para o tema dos cuidados paliativos, a APCP ambiciona incentivar a produção de trabalhos jornalísticos dedicados aos Cuidados Paliativos, através da criação deste prémio.

A Associação entende que o estímulo à profusão de peças jornalísticas que mostrem a realidade de pessoas com doença complexa, dos seus familiares e dos profissionais que atuam no âmbito dos Cuidados Paliativos, constituirá um importante contributo para a desconstrução de alguns mitos que enevoam o entendimento sobre o que são estes cuidados e qual o seu lugar no SNS.

Este prémio é atribuído aos jornalistas, com carteira profissional válida, autores do melhor trabalho publicado, durante o ano anterior à entrega da distinção, em qualquer meio de comunicação social registado em Portugal – imprensa, rádio, televisão ou digital –, que procure esclarecer e sensibilizar a sociedade para o tema dos cuidados paliativos, assim como, estudantes de cursos superiores de Comunicação Social ou Jornalismo, com trabalhos desenvolvidos no âmbito puramente académico e que tenham sido objeto de avaliação.

As candidaturas estão abertas até 30 de setembro de 2024. Pode consultar o regulamento deste prémio em https://apcp.com.pt/

 

“Seja herói da Liga. Seja um voluntário no Peditório”
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) vai voltar para a rua entre 1 e 5 de novembro com o Peditório Nacional. Este ano, para...

Com o mote “Seja herói da Liga. Seja um voluntário no peditório”, a iniciativa surge com o objetivo de recrutar, de forma voluntária, todos os interessados em participar no Peditório Nacional, a principal fonte de financiamento da Instituição e importante elo de ligação na sua relação com a comunidade.

Este momento relevante, na procura do apoio dos portugueses, permite dar seguimento a todas as iniciativas que a Liga promove, em prol do doente oncológico e do seu cuidador.

“O Peditório Nacional da LPCC é a imprescindível forma de poder dar resposta às muitas necessidades, a vários níveis, que os doentes oncológicos e respetivas famílias enfrentam. Permite ainda apostar na prevenção da doença e na investigação científica através da atribuição de bolsas, apoio a centros de investigação e formação em Oncologia. Por isso, seja voluntário no Peditório Nacional. Seja um herói da LPCC”, clarifica o Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Eng.º Francisco Cavaleiro de Ferreira.

Este ano, a campanha dá ênfase a um inimigo perigoso que anda à solta e a solução passa pela ajuda de um grupo superpoderoso: Os heróis da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Homens e mulheres corajosos, que angariam donativos para dar continuidade ao trabalho diário no combate ao cancro e apoio a doentes e familiares.

Seja também um super-herói, troque a capa por um colete, e ajude como voluntário no Peditório Nacional, de 1 a 5 de novembro, que decorre no Continente e nas ilhas da Madeira e Açores.

Inscreva-se como voluntário no Peditório Nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro em https://www.ligacontracancro.pt/peditorio.

As doenças oncológicas continuam a registar uma alta incidência em Portugal, em número de novos casos, com cerca de 60.000 novos diagnósticos a cada ano, constituindo-se como uma das principais causas de morbilidade, incapacidade e mortalidade no país, com profundo impacto nos doentes, nas famílias e na sociedade. 

As únicas, em Portugal, distinguidas por melhores práticas de segurança e proteção radiológica
Numa altura em que o uso de radiação ionizante na imagiologia médica tem aumentado muito, sendo a exposição médica responsável,...

O tema da radiação, e o seu impacto na saúde, nomeadamente no aumento do risco de desenvolvimento de doenças oncológicas ao longo da vida dos doentes, tem sido alvo de muita atenção, sendo várias as organizações que procuram reduzir e controlar a exposição global às radiações. É o caso da Comissão Europeia, com a Diretiva Europeia 2013/59/EURATOM, que estabelece as normas básicas de segurança para a proteção contra os perigos decorrentes da exposição a radiações ionizantes e, segundo a qual, qualquer exposição médica justificada deve ser otimizada em termos de qualidade de imagem e dose de radiação, estabelecendo o enquadramento para a gestão dessa mesma dose.

Na Affidea, a preocupação com a segurança do paciente traduziu-se na criação e implementação de um Programa de Gestão da Dose que monitoriza a dose de radiação em todos os exames e identifica oportunidades de redução da dose de radiação, otimizando-a e garantido a qualidade da imagem médica obtida. Uma aposta ganha, dado o reconhecimento desta iniciativa pela Sociedade Europeia de Radiologia. Na Europa, a Affidea representa mais de 90% da totalidade de unidades reconhecidas com 5 estrelas no EuroSafe Imaging Wall of Stars. 

Luís Rosa, Diretor Clínico da Affidea Portugal, afirma: “o nosso objetivo é realizar exames de TC (tomografia computorizada) obtendo imagens de alta qualidade diagnóstica, mas com a menor dose de radiação possível para o paciente. A implementação do nosso Programa de Gestão de

Dose nas clínicas, permite-nos controlar a dose de radiação em cada exame de TC e reduzi-la tanto quanto possível sem compremeter a qualidade diagnóstica. Os dados dos exames são controlados e a dose de radiação é registada numa plataforma dedicada que está ligada aos equipamentos de tomografia, sendo os resultados comunicados mensalmente a cada clínica".

Acrescenta ainda que “É com grande satisfação que vemos as nossas clínicas premiadas com a distinção 5 estrelas do 'Eurosafe Imaging – Wall of Stars'. O nosso objetivo é que todas as clínicas onde realizamos TC recebam este prémio e estamos a trabalhar para isso. Acreditamos que a proteção radiológica é a base do nosso compromisso com a segurança dos pacientes.”

Global Health Forum
Políticas de Saúde, Saúde Digital, Inteligência Artificial, Urbanismo, Alterações Climáticas, Desenvolvimento &...

A conferência decorre nos dias 29 e 30 de setembro, no Centro de Congressos do Estoril, e vai contar com a participação do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, do Diretor Executivo do SNS, Fernando Araújo, e do Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras.

“O Global Health Forum visa ser o maior evento do ano na área da saúde em Portugal, com um leque variado e amplamente reconhecido de especialistas nacionais e estrangeiros que têm o propósito de, em conjunto, encontrarem soluções para os principais desafios que pessoas e Governos terão de enfrentar nos próximos anos. Com esta conferência o Fórum Saúde XXI pretende criar um verdadeiro ‘movimento transformador’ da sociedade civil em Portugal”, afirma Andrea Lima, Diretora Executiva do Fórum Saúde XXI.

O “Diálogo de Abertura”, no dia 29, junta Luís Marques Mendes e Fernando Araújo num debate sobre o atual estado da Saúde e o caminho para o futuro. A troca de ideias marca o arranque deste evento de dois dias onde vão ser discutidos os temas que influenciam o futuro da saúde numa perspetiva multidisciplinar e integrada, tendo em vista assegurar uma “Saúde para Todos”. O segundo dia, 30 de setembro, arranca com a visão de Paulo Portas sobre “Saúde Global num Mundo Global”.

Esta conferência, que contará com 8 sessões plenárias e 28 sessões paralelas, tem o intuito despertar a consciência individual e coletiva sobre o papel da saúde enquanto elemento fundamental do desenvolvimento económico, da coesão social, do bem-estar e segurança dos cidadãos.

O programa completo pode ser consultado aqui.

O Global Health Forum terá lugar nos dias 29 e 30 de setembro, no Centro de Congressos do Estoril, a partir das 9h.

“Coloquemo-nos na sua pele”
A Kyowa Kirin lança a campanha “Coloquemo-nos na sua pele” em parceria com a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL), no...

“Colocamo-nos na sua vida, colocamo-nos na sua pele” é o mote desta iniciativa que, através de curtas explicações científicas e um documentário “Para além da pele”, permite dar a conhecer o que é esta condição, alertando e sensibilizando para o seu diagnóstico.

A campanha é composta por dois vídeos explicativos sobre a doença, protagonizados por duas profissionais de saúde: Renata Cabral, do Serviço de Hematologia do Centro Hospitalar Universitário de Santo António, que explica o que são os linfomas cutâneos de células T (LCCT) e Mariana Cravo, do Serviço de Dermatologia do Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, que fala sobre o Síndrome de Sézary.

Os LCCT são uma forma rara, por vezes grave e potencialmente fatal de linfoma não-Hodgkin. Ocorrem principalmente na pele, mas podem afetar o sangue, gânglios linfáticos e vísceras, de forma secundária. Este grupo de doenças caracteriza-se pela acumulação de linfócitos T malignos na pele, manifestando-se na forma de manchas, placas ou tumores.

Esta forma rara representa cerca de 4% de todos os casos de linfomas não-Hodgkin e até 80% de todos os linfomas cutâneos primários7. Afetam cerca de 240 pessoas por 1 milhão na Europa.

Os LCCT podem ter um impacto profundo na qualidade de vida e bem-estar psicológico dos doentes. As manifestações cutâneas e o prurido podem levar à depressão, distúrbios do sono e fadiga.

 Embora seja indolente, a doença está associada a taxas elevadas de recidiva e poderá progredir para formas mais avançadas, envolvendo tumores, eritrodermia e afeção do sangue ou dos órgãos internos.

Os doentes que sofrem de LCCT referem que a doença afeta negativamente a realização das suas atividades quotidianas, o seu estado emocional e social e interfere com a vida profissional, resultando em absentismo laboral.

Toda a informação está disponível no site: www.lcctcoloquemonosnasuapele.com

Dados divulgados pela APOGEN
O Preço de Venda ao Público (PVP) médio dos medicamentos genéricos, entre 2006 e junho de 2023, baixou mais de metade, segundo...

Numa altura em que a despesa pública com a saúde tem vindo a aumentar, com implicações também nos custos para os utentes, especialmente aqueles que sofrem com doenças crónicas, é importante destacar que, de acordo com os relatórios de monitorização do mercado do Infarmed, o preço médio dos medicamentos genéricos, que em 2006 era de 22,5€, é hoje de 7,7€. Isto significa que houve uma diminuição significativa no valor final a desembolsar pelas famílias portuguesas cada vez que as mesmas optam por estes medicamentos mais custo-efetivos (Anexo).

No dia em que se assinala o 44º aniversário do SNS, a entidade associativa da indústria farmacêutica de medicamentos genéricos e biossimilares, representada pela presidente Maria do Carmo Neves, reforça que “os medicamentos genéricos e biossimilares são soluções terapêuticas fundamentais que promovem o acesso e o direito de proteção à saúde, a prevenção da doença e a sustentabilidade do SNS, através do maior custo-benefício por cada euro investido”.

Perante as dificuldades atuais relatadas no SNS, a APOGEN “quer continuar a potenciar as melhores soluções com a comunidade de saúde. Só assim é que será possível contribuir para uma gestão mais eficiente dos recursos com a redução da despesa e libertação de financiamento que pode ser realocado no investimento de novos medicamentos inovadores - no que se designa o círculo virtuoso da sustentabilidade -, assim como na contratação de mais profissionais, resultando em ganhos na saúde e na coesão social, especialmente num período tão crítico para o SNS como aquele em que vivemos”, salienta Maria do Carmo Neves.

Para a APOGEN “os dados conhecidos mostram claramente a relevância dos medicamentos genéricos e biossimilares, assim como o contributo no acesso a soluções terapêuticas seguras, eficazes e a preços comportáveis, particularmente num contexto de aumento da prevalência de doenças crónicas, envelhecimento da população e perda de poder de compra.”

A opção pelos medicamentos genéricos permite uma maior acessibilidade ao tratamento. Até ao dia de hoje, em 2023, já foram libertados mais de 359 milhões de euros com a dispensa de medicamentos genéricos em ambulatório, de acordo com o contador online no site da APOGEN.

Apesar do contributo destes fármacos na sustentabilidade do SNS, a presidente da APOGEN reforça que “a continuidade na criação de economias substanciais no sistema de saúde e no equilíbrio dos gastos atuais para o Estado e para as famílias portuguesas está dependente da sustentabilidade do setor nacional de medicamentos genéricos e biossimilares que continua a enfrentar desafios diários para proporcionar a viabilidade de diversos produtos no mercado. Assim, é fundamental garantir condições de previsibilidade e rever várias políticas, de modo a assegurar a competitividade e a atratividade deste setor que investiga, desenvolve, produz e comercializa medicamentos genéricos e biossimilares”.

"Dar + voz aos doentes"
A Direção-Geral da Saúde (DGS) volta a associar-se às comemorações do Dia Mundial da Segurança do Doente, assinalado a 17 de...

A comemoração deste dia reforça a importância da segurança do doente, e tem como objetivo aumentar a sensibilização e o envolvimento da sociedade para a qualidade e segurança na prestação de cuidados de saúde.

Em 2023, a OMS escolheu como tema das comemorações “Envolver os Doentes para a Segurança do Doente”, reconhecendo o papel central de todos, nomeadamente, utentes, doentes, famílias, cuidadores, profissionais de saúde, líderes das unidades de saúde, decisores políticos e sociedade, na promoção de cuidados de saúde seguros e com qualidade.

Através do slogan "Dar + voz aos doentes", a OMS apela a todos para que tomem as medidas necessárias de modo a assegurar que os cidadãos sejam envolvidos na formulação de políticas, e no desenvolvimento conjunto de estratégias de segurança dos doentes, sendo parceiros ativos nos seus próprios cuidados e estando representados nas estruturas de governação.

Em Portugal, o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026, reforça a necessidade de consolidar e promover a segurança na prestação de cuidados de saúde, através da implementação contínua de práticas seguras, existindo a preocupação de envolver o utente, doente, família e cuidador no plano individual de cuidados, nomeadamente, na notificação de incidentes de segurança do doente no sistema NOTIFICA - Segurança do Doente, disponibilizado pela DGS.

Importa continuar a promover e a consolidar a prestação de cuidados de saúde centrados na pessoa, humanizando-os e baseando-os na melhor evidência, sem descurar o envolvimento e a participação ativa dos utentes, doentes, famílias e cuidadores. Esta é uma estratégia fundamental para desenvolver sistemas de saúde cada vez mais seguros. 

 

Em Portugal, estima-se que existam 200 mil pessoas com demência
Os números são alarmantes. Em Portugal, estima-se que existam 200 mil pessoas com demência, das quais 60 a 80% têm Alzheimer,...

Neste sentido, o MAR Shopping Algarve irá promover o Rastreio gratuito "Consciencialização da Demência", no âmbito do Dia Mundial da Doença de Alzheimer, a ser celebrado no dia 21 de setembro. O atendimento ao público ocorre entre os dias 20 a 24 de setembro, das 13h00 às 20h00, no Piso 0, junto à loja Worten.

A iniciativa tem como objetivo aumentar a consciencialização sobre a demência e a Doença de Alzheimer, dando também a conhecer que esta doença progride de uma forma única em cada indivíduo. A palavra demência é utilizada para descrever um grupo alargado de sintomas, que podem incluir a perda de memória, dificuldades de raciocínio e de resolução de problemas, assim como alterações da linguagem, do humor ou do comportamento.

Durante o rastreio, especialistas estarão disponíveis para realizar avaliações e fornecer informações sobre prevenção, sintomas e cuidados relacionados à demência, contribuindo para uma melhor compreensão e apoio às pessoas que vivem com essa condição e seus familiares. Esta iniciativa é uma parceria com a Estrutura Residencial e Centro de Dia “José Cabrita – Alzheimer e outras demências” e contará com o apoio da Associação Alzheimer Portugal, Universidade do Algarve, Centro Distrital de Segurança Social de Faro e Centro Hospitalar do Algarve. Académico de Investigação e Formação Biomédica do Algarve e o Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes.

21 de setembro é reconhecido internacionalmente como o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e procura sensibilizar a sociedade para a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado desta doença neurodegenerativa.

De salientar que, esta iniciativa faz parte do ciclo periódico de atividades de sensibilização algarvia para a importância da deteção precoce de indicadores de saúde que careçam de acompanhamento médico, realizadas no MAR Shopping Algarve, que reforça o compromisso do Meeting Place em promover o bem-estar e a saúde da comunidade local. O projeto integra a Plataforma ODSlocal, tendo a missão de contribuir para as metas da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas).

A agenda de rastreio está disponível e atualizada no website do MAR Shopping – www.marshopping.com

José Meira, Embaixador da Síndrome de Sézary
Comichão, pele vermelha e a escamar foram os sintomas que deixaram em alerta José Meira.

Sabendo que os Linfomas Cutâneos são uma entidade clínica rara e sem cura, como recebeu este diagnóstico? Foi difícil aceitar a doença? Em que pensou?

Quando recebi o diagnostico, obviamente foi um choque pois sabia que algo não estava bem, mas nunca pensei que seria um linfoma e, ainda por cima, tão raro. Relativamente ao facto de aceitação da doença, não foi muito difícil pois inicialmente achei que seria algo passageiro e acabei por encarar sempre dessa forma e continuei a fazer o meu dia- a- dia da mesma maneira, sem nunca deixar que a doença me condicionasse.

Quais foram as primeiras manifestações clínicas da patologia?

As primeiras manifestações foram comichão, pele vermelha e escamação.

Foi fácil chegar a este diagnóstico? Foi rapidamente encaminhado para consulta de especialidade, por exemplo? Entre a primeira consulta e o diagnóstico da doença quanto tempo passou?

Não foi fácil chegar ao diagnóstico, porque na primeira consulta com a minha médica de família, pela descrição dos sintomas, indicava que poderia ser uma alergia alimentar. Entre a primeira consulta e a obtenção do diagnóstico passou sensivelmente 1 ano.

Que exames foram necessários realizar para ser diagnosticado com a Síndrome de Sézary?

Os exames realizados, para ter sido diagnosticado o Síndrome, foi uma biopsia e foi também umas análises clínicas mais específicas.

Como viveu este processo?

Vivi este processo um pouco apreensivo pois ninguém está à espera de receber este tipo de notícia.

Como é lidar com esta doença no dia-a-dia? Teve de fazer algumas mudanças no seu estilo de vida, por exemplo? Que cuidados especiais precisa de ter com a pele?

Lido bem com a doença diariamente, no entanto, tive que fazer umas ligeiras mudanças no meu estilo de vida, tais como, não me expor ao sol, aplicar creme hidratante em todo o corpo mais que uma vez por dia.

Por outro lado, e tendo em conta as características da doença, no seu caso, teve de lidar com algum tipo de preconceito ou discriminação quanto ao seu aspeto?

Não senti necessariamente preconceito ou até discriminação, mas senti-me algumas vezes desconfortável com certos olhares, pois, havia alturas em que a doença se manifestava com mais intensidade e, as partes do corpo visíveis, tais como mãos e rosto, ficavam completamente vermelhas e a escamar.

Como é feito o acompanhamento desta patologia?

O acompanhamento é feito por consultas multidisciplinares no CHUP mensalmente ou em SOS sempre que sinto necessidade.

O que lhe disseram quanto ao prognóstico da doença? E como tem sido a sua evolução? Já teve complicações associadas?

Sobre o prognóstico da doença, essencialmente, é a redução da esperança média de vida e ter cuidados acrescidos com a pele. A evolução tem sido lenta porque tenho feito constantemente tratamentos, as principais complicações são a escamação, comichão e o aparecimento de nódulos em algumas zonas do corpo.

Em que consiste o tratamento? Que melhorias nota na condição desde que deu início à terapêutica?

Os tratamentos que tenho efetuado servem para retardar a evolução da doença. Comecei por fazer 6 meses de Fotoferese no centro de Imuno-Hemoterapia - Terapia Celular no IPO e, atualmente estou a fazer estou a fazer um fármaco no CHUP 3x por semana. As melhorias têm sido visíveis, deixei de ter tanta vermelhidão, comichão e escamação.

Tendo em conta que é um doente jovem, e que o padrão normal é a doença surgir em idades mais avançadas, que outras opções terapêuticas já foram colocadas em cima da mesa? Existem outras opções a considerar?

A equipa médica que me segue, tem sempre o cuidado de, quando começo um tratamento novo, já ter outras opções caso o mesmo não tenha resultados. Neste momento a opção mais considerável é o transplante de medula.

Falando agora sobre a visibilidade da doença, na sua opinião, e tendo em conta a sua experiência, acha que existe informação suficiente sobre a patologia? Os médicos, no geral, estão devidamente despertos para este diagnóstico?

Pela minha experiência, acho que existe muito pouca informação acerca desta patologia. A maioria dos médicos não tem muito conhecimento para este diagnóstico a não ser que sejam médicos já familiarizados com esta síndrome. Como é uma doença rara, os médicos têm alguma dificuldade para chegar a este diagnóstico.

O que falta fazer para sensibilizar médicos e comunidade para a temática dos Linfomas Cutâneos?

O que eu acho que faz mais falta para sensibilizar médicos e comunidade em geral, são fazer mais colóquios sobre a temática, mais debates, mais palestras, mais entrevistas televisivas, mais artigos na comunicação social.

Recentemente, foi convidado para ser o rosto da Síndrome de Sézary em Portugal. O que significa para si ser Embaixador desta doença? O que espera desta iniciativa?

Para mim, ter sido convidado para ser o rosto da doença, como embaixador, é um motivo de orgulho e espero poder ajudar outras pessoas a encarar de forma leve, positiva e de mente aberta.

 Para terminar, e enquanto Embaixador da Síndrome de Sézary, que mensagem gostaria de deixar não só a outros doentes como à população em geral?

A minha mensagem para quem sofre do Síndrome de Sézary é: nunca desistir de viver, nem deixar que a doença domine a sua vida. “Vivam pela vida, não vivam pela doença”.

Para a população em geral, a minha mensagem e pedido, é que se inscrevam como doadores de medula, pois a nossa “cura” pode passar por vocês. “Hoje sou eu que preciso de dador, amanhã podes ser tu”.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Conferência Institucional da GSK e do Expresso
A propósito do Dia Mundial do Cancro Ginecológico, a biofarmacêutica GSK, em parceria com o Semanário Expresso, organiza a...

A conferência, que junta os principais responsáveis pelo combate ao cancro ginecológico em Portugal, conta com a abertura do Diretor-Geral da GSK, Maurizio Borgatta, que abordará o ‘Compromisso da GSK no combate aos cancros ginecológicos’. “É com muito orgulho que apoiamos mais uma conferência integrada no projeto ‘Doenças Raras, Pessoas Únicas’, continuando focados em ajudar as mulheres com cancros ginecológicos, para que tenham pela frente um futuro com mais esperança. Para o conseguir, associamo-nos a organizações de pessoas que vivem com doença, sociedades e profissionais de saúde, tendo como objetivo final o acesso de todas as mulheres aos tratamentos e cuidados de saúde adequados para cada doença.”, explica.

O primeiro momento de discussão será a mesa-redonda ‘O início da jornada de cancro do ovário: uma doença rara e a incerteza do futuro’, que conta com a participação dos representantes do Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG), da Associação de Apoio a Cancro Hereditário (EVITA), do Serviço de Oncologia do IPO Porto e da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG). Esta será fechada com o comentário final da ex-Ministra da Saúde Maria de Belém Roseira.

O discurso principal, que aborda o ‘Acesso às terapêuticas oncológicas inovadoras: Qual o diagnóstico em Portugal?’ e lança o mote para o debate que lhe sucede, será da autoria de António Araújo, diretor do Serviço de Oncologia Médica do Centro Hospitalar Universitário de Santo António.

O debate ‘Saúde sem código postal: Um país que não deixa nenhuma mulher para trás’ conta com a participação de especialistas em oncologia e em matérias de saúde pública, bem como de deputados da Assembleia da República ligados à área da saúde. O encerramento caberá a Rui Santos Ivo, presidente do INFARMED.

Workshop prático chega ao Norte dia 14 outubro, em Gondomar
Depois do sucesso da última edição, e a pensar nos cuidadores informais a Norte, o laboratório EDOL leva o workshop “Cuidaidoso...

Com capacidade para 100 pessoas, o workshop está previsto para as 10.00 de dia 14 de outubro, no Auditório da Cooprofar, em Gondomar. Durante cerca de duas horas, Carmen Garcia vai partilhar a sua experiência pessoal e transmitir conhecimentos que contribuam para o desenvolvimento de competências e técnicas que tornem o dia-a-dia do cuidador mais eficiente. Vai ensinar a lidar com desafios relacionados com áreas como a demência ou a incapacidade motora, condicionantes de atividades quotidianas como a alimentação, a higienização, o posicionamento e a prevenção de lesões. A inscrição é gratuita, com direito a um guia prático da autoria da orientadora.

“Não sendo um país para velhos, Portugal é, cada vez mais, um país de velhos. Infelizmente, os cuidados dos mais velhos não são prioritários. Acredito que, da mesma maneira que existem cursos que preparam as pessoas para a parentalidade, seria muito interessante encontrarmos formações que se dedicassem exclusivamente aos cuidados deste grupo etário. São pessoas frágeis e muitas vezes dependentes, que precisam de cuidados especiais. Com este workshop, pretendemos ajudar quem o faz de forma informal”, explica Carmen Garcia.

“A aposta na promoção da literacia em saúde e no apoio à população faz parte do ADN do EDOL. Ao logo de mais de setenta anos de história, orgulhamo-nos das causas que apoiamos e do envolvimento que alocamos a todos estes projetos. Com a reedição do Cuidaidoso pretendemos dar continuidade a este trabalho”, acrescenta Sara Madureira, do EDOL. “Tal como nas sessões de estreia, queremos capacitar os cuidadores informais e tornar o seu dia-a-dia mais eficaz, minimizar a sobrecarga a que estão sujeitos, tornando-a mais leve”, conclui.

Inscrições em breve aqui.

 

 

Falar sobre Dermatite Atópica na primeira pessoa
“Sinto verdadeiramente, que há multidisciplinaridade no tratamento, mas não acho que seja igual para todos”, disse Sérgio...

Em Portugal, estima-se que a dermatite atópica afete cerca de 360.000 doentes, dos quais 70.000 têm uma forma moderada a grave da doença. Esta doença inflamatória crónica da pele tem um enorme impacto na qualidade de vida dos doentes quer a nível pessoal, quer a nível profissional ou de aproveitamento escolar.

Sérgio Castro doente com Dermatite Atópica há 45 anos num diagnóstico feito no primeiro ano de vida, reflete neste 3º episódio do “Vidas” sobre as diferentes abordagens de tratamento da dermatite atópica, o estigma associado a esta patologia e os avanços na investigação.

O podcast “Vidas” que conta, agora, com 3 episódios é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias. Aborda neste último episódio a realidade de quem vive e convive diariamente com a Dermatite Atópica.

Todas as vidas têm uma história. Conheça a história de Sérgio Castro que vive há 45 anos com Dermatite Atópica e trabalha diariamente para o aumento da literacia em saúde em Portugal, aqui

 

Cancro Sem Mitos: iniciativa pretende desmistificar temas relacionados com a doença
O cancro tem um grande impacto na vida da pessoa com doença, na dos que a rodeiam, e na sociedade. Estas doenças têm registado...

Consciente do valor do conhecimento e de uma boa literacia em saúde, a Pfizer Portugal criou a iniciativa “Cancro Sem Mitos”, um projeto que pretende abordar este tema, que é muitas vezes complexo e acompanhado de desinformação. Falar de Cancro Sem Mitos é essencial para sensibilizar para a sua prevalência, diagnóstico e principais características.

Assim, ao longo de uma série de episódios, Médicos especialistas irão abordar alguns tipos de cancro e esclarecer os principais mitos que rodeiam estas condições. Estes vídeos desenvolvidos pela Pfizer Portugal, em colaboração com Médicos especialistas em cada área terapêutica, têm como objetivo clarificar dúvidas em torno do cancro, pelo olhar do doente, na voz do especialista.

No primeiro episódio será abordado o Cancro da Mama Hereditário, associado a alterações genéticas herdadas de pais para filhos, e que representa cerca de 10% do número de cancros da mama.

Para além do Cancro da Mama Hereditário, este projeto irá focar também o Cancro da Mama Metastático, o Mieloma Múltiplo, a Gamapatia Monoclonal de Significado Indeterminado (MGUS), o Cancro da Próstata e o Cancro do Pulmão.

“Na Pfizer, acreditamos que a educação em saúde é um pilar fundamental para o desenvolvimento e crescimento de uma Sociedade mais saudável e com melhores condições de vida. Com estes valores bem presentes no nosso ADN, lançamos mais uma iniciativa que pretende abordar temas, que embora sensíveis e complexos, podem ser desmistificados com o apoio de especialistas em saúde. Esperamos assim contribuir para uma maior literacia em saúde nesta área”, afirma Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal.

Este projeto encontra-se disponível através das redes sociais da Pfizer Portugal, no Youtube, Facebook e LinkedIn.

19 de setembro
A Secção Regional do Centro (SRCentro) da Ordem dos Enfermeiros (OE) promove o webinar LadoaLado.Com Rumo ao Futuro: a...

No arranque de mais um ano letivo, a promoção da saúde mental em crianças e adolescentes torna-se ainda mais premente. Sabemos que na última década tem havido uma incidência crescente de perturbação mental entre estas faixas etárias, o que tem levado ao aumento do interesse pelo estudo e definição de formas de intervenção junto desta população específica. As formas mais prevalentes de perturbação mental são a ansiedade, as perturbações comportamentais e de humor e o abuso de substâncias.

Este webinar procurará refletir sobre as diversas problemáticas relacionadas com a Saúde Mental em Crianças e Adolescentes; partilhar diferentes visões da operacionalização da Promoção da Saúde Mental em Crianças e Adolescentes consoante os contextos de cuidados e promover discussão sobre perspetivas futuras que permitam melhorar a prevenção e promoção de saúde mental.

Rosa Simões, Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica do Centro Hospitalar e Universitário Coimbra (CHUC); Doutorada em Ciências de Enfermagem pelo Instituto Ciências Biomédicas Abel Salazar e Professora Adjunta Convidada na Escola Superior Enfermagem Coimbra (ESEnfC); André Maravilha, Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica no Centro Hospitalar e Universitário Lisboa Central; Criador do Podcast “Deu-me para Isto” e Professor Convidado na Escola Superior Saúde Cruz Vermelha Portuguesa; e Cristina Carvalho, Enfermeira Especialista em Enfermagem Comunitária ligada aos Cuidados de Saúde Primários; membro da Comissão Regional da Área das Demências da Administração Regional de Saúde do Centro e Dinamizadora Projeto+Contigo - Prevenção de Comportamentos Suicidários e Depressão na Adolescência, compõem o trio de palestrantes desta sessão.

Tânia Morgado, Enfermeira Especialista em Saúde Mental e Psiquiátrica no Hospital Pediátrico CHUC; Doutorada em Enfermagem - Área Literacia Saúde Mental de adolescentes em contexto escolar pela Universidade Lisboa e Professora Adjunta Convidada na ESEnfC e Escola Superior Saúde Instituto Politécnico Leiria, irá moderar o evento online.

O webinar LadoaLado.Com Rumo ao Futuro: A importância da Promoção da Saúde Mental em Crianças e Adolescentes vai decorrer através da plataforma Cisco Webex. É aberto a todos os enfermeiros e interessados na área, e irá atribuir 0,35 Créditos de Desenvolvimento Profissional, sendo a inscrição gratuita, mas obrigatória no Balcão Único.

Dia Mundial da Segurança do Doente assinala-se a 17 de setembro
No âmbito do Dia Mundial da Segurança do Doente, que se assinala a 17 de setembro, a Bayer reforça o seu compromisso em colocar...

Este ano a Organização Mundial de Saúde escolheu o tema “Sensibilizar para a segurança dos Doente, elevando a voz dos doentes”, reconhecendo o papel crucial que os doentes, familiares e cuidadores desempenham na segurança dos cuidados de saúde. A evidência demonstra que quando os doentes são tratados como parceiros nos seus cuidados, obtêm-se ganhos significativos a nível da segurança, satisfação do doente e resultados em saúde.

O mote “Elevar a voz dos doentes!” apela a que estes se tornem membros ativos na criação de políticas, sejam representados em estruturas de governação e estejam envolvidos na co-criação de estratégias de segurança. Isto pode ser alcançado promovendo plataformas e oportunidades para que diversos doentes, famílias e comunidades façam ouvir as suas vozes, preocupações, expectativas e preferências para garantir a segurança, a centralização no doente, a confiança e a equidade.

Este dia estabelecido em 2019 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), tem em vista melhorar a compreensão geral da segurança dos doentes, aumentar o envolvimento do público na segurança dos cuidados de saúde, promover ações globais e reduzir os danos provocados por medicamentos nos doentes.

Para que a colaboração entre os profissionais de saúde, autoridades regulamentares e doentes seja otimizada, deixamos-lhe 5 conselhos para preparar as suas próximas consultas e partilhar com os seus familiares:

  1. Conte ao médico o seu histórico de saúde, exames realizados e medicação que toma;
  2. Faça uma lista dos medicamentos que toma – para se lembrar de todos os medicamentos e dizê-los de forma correta, anote num papel todos os medicamentos que toma e respetivas doses e horários para mostrar ao seu médico;
  3. Dê todas as informações ao médico – incluindo sintomas ou alterações que possam não parecer relevantes, todos devem ser comunicados durante a consulta pois a sua omissão poderá dificultar o diagnóstico;
  4. Faça perguntas – alguns termos médicos são difíceis de entender, por isso, caso tenha alguma dúvida, pergunte! Uma boa técnica para certificar que realmente entendeu poderá ser repetir aquilo que ouviu por palavras suas;
  5. Convide alguém para ir consigo à consulta – caso se sinta mais confortável, peça a um familiar ou amigo próximo para o acompanhar. Além disso, idosos e menores de idade devem ser sempre acompanhados para ajudar a entender as orientações do médico.
Unidade móvel de cinema tem o objetivo de ajudar a reinventar a experiência das crianças em ambiente hospitalar
A Disney e o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, acabam de inaugurar uma unidade móvel de cinema,...

Integrando um projeto mundial, e inspiradas no cinema da Main Street, no Disneyland Resort (Califórnia), estas unidades chegaram este ano a 14 hospitais na Europa, Médio Oriente e África. Estes “cinemas móveis” têm provado ser versáteis e fáceis de implementar nos hospitais, podendo mover-se pelo espaço hospitalar, proporcionando oportunidades flexíveis de entretenimento e partilha. 

Há 100 anos que a Disney leva a magia das suas histórias a crianças em todo o mundo transportando-as a universos de sonho e alegria. Acreditamos que nos momentos mais desafiantes, nomeadamente em contexto de hospitalização, as nossas histórias podem contribuir positivamente para reforçar o ânimo de crianças e famílias. Nesse sentido, agradecemos ao Hospital de S. João a sua confiança e é com muita satisfação que inauguramos esta unidade móvel de cinema.” refere Luís Fernambuco, Diretor-Geral da The Walt Disney Portugal.

Para a Presidente do Conselho de Administração do CHUSJ, Maria João Baptista, “iniciativas desta natureza têm um papel fundamental para as crianças e famílias na Ala Pediátrica, do ponto de vista do bem-estar e lúdico, mas também do ponto de vista terapêutico no processo de recuperação. Temos tido a sorte de contar com a generosidade de vários parceiros, que dinamizam inúmeras atividades e participam nas várias dimensões da vida hospitalar, aos quais se junta agora a The Walt Disney Portugal.”

Com esta oferta a empresa reforça o seu compromisso de criar momentos positivos junto de crianças hospitalizadas e suas famílias, através das histórias e personagens, contribuindo para aliviar a ansiedade de uma estadia hospitalar.

A iniciativa faz parte do compromisso global da Disney de doar 100 milhões de dólares para reinventar a experiência de crianças hospitalizadas, na esperança de levar alegria e conforto a cada uma delas e às suas famílias. 

Entrevista | Dr. Bruno Duarte, Dermatologista CHULC
Apesar de ser uma patologia fácil de diagnosticar, a verdade é que continuam a ser muitos os que se

Embora tenha um enorme impacto socioeconómico, afetando não só a qualidade de vida dos doentes, mas apresentado implicações até a nível laboral, o que explica que a Dermatite Atópica continue a ser subvalorizada?

Podemos identificar vários motivos. Em primeiro lugar, o facto de ser frequentemente catalogada como “apenas uma doença de pele”, o que conota uma valorização meramente estética, quando na verdade é uma doença associada a vários sintomas debilitantes e impacto multidimensional na qualidade de vida da pessoa que sofre. Em segundo lugar, a prevalência significativamente mais baixa das formas graves comparativamente às formas ligeiras. Infelizmente, uma proporção não desprezível de crianças e adolescentes com dermatite atópica, e uma grande proporção de adultos, sofre de formas moderadas e graves da doença, que não devem ser comparadas às formas mais ligeiras, felizmente bastante mais comuns e facilmente tratáveis, muitas vezes conhecidas pela sociedade por termos como “pele atópica”. Em terceiro, a mensagem, que hoje se sabe muitas vezes incorreta, que a doença “vai passar com a idade”, traduzindo algo transitório e não uma doença que vai acompanhar a vida e que vai influenciar, negativamente, uma boa parte das decisões do dia a dia (como o que vestir, se vai à praia ou não, se pode fazer determinado trabalho ou não para não). Na verdade, muitos doentes vão ter doença toda a vida ou estão em risco que a doença volte a surgir, de novo, na idade adulta.

Para sensibilizar a população para uma doença que se estima que afete 4,4 milhões de europeus, peço-lhe que nos explique que patologia é esta? Quais as suas causas e quais a principais manifestações clínicas?

A dermatite atópica é uma das doenças inflamatórias crónicas de pele mais comuns. É uma doença que não têm uma causa única, pelo contrário, é multifatorial, e é comum haver antecedentes familiares de dermatite atópica, rinite alérgica ou asma. Sumariamente, na Dermatite Atópica temos:

1. uma pele com falência de barreira (é como se faltasse o cimento que une os tijolos desse “muro” que é a pele, que nos deve proteger do exterior);

2. um sistema imunitário excessivamente reativo, perpetuando uma inflamação crónica e

3. um microbioma da pele alterado que contribui para agravar a inflamação e a disfunção de barreira. 

A conjugação destas 3 componentes, influenciada fortemente quer por fatores genéticos, quer por fatores ambientais (como a poluição ou a exposição a agentes irritativos em atividades laborais ou de lazer), leva ao desenvolvimento e/ou agravamento da doença.   

Na dermatite atópica é muito característica a comichão (prurido), muitas vezes diária e que leva a noites mal dormidas. São também comuns a dor e o ardor (até o contacto com a água no banho é doloroso). As lesões são visíveis e resultantes da inflamação da pele – vermelhidão (eritema), descamação, exsudação, escoriações (feridas resultantes do ato de coçar a pele) e liquenificação (aumento da espessura da pele). As lesões tendem-se a localizar na face, nas crianças mais jovens, e nas pregas dos cotovelos e dos joelhos, no pescoço e nas mãos, no caso dos adolescentes e adultos.  Nas formas moderadas e graves, outras partes do corpo ou mesmo a totalidade da pele pode estar envolvida, levando por vezes a internamento hospitalar. 

Por que motivo são as crianças as mais atingidas pela Dermatite Atópica?

A história natural da dermatite atópica é muito complexa e permanecem por clarificar vários aspetos. Ainda não está esclarecido o motivo pelo qual a dermatite atópica se desenvolve mais frequentemente na idade pediátrica ou pelo qual a doença persiste para a idade adulta em muitas crianças e adolescentes, mas não em outras. É importante, contudo, salientar que a remissão da doença não invalida a sua reativação futura. São vários os doentes que entraram em remissão na infância e estiveram sem doença ativa na sua adolescência, apenas para voltar a sofrer da mesma na idade adulta, muitas vezes com formas graves.

Qual a sua relação com as alergias respiratórias ou alimentares?

Esta é uma relação muito importante. A dermatite atópica é com frequência o primeiro passo da “marcha atópica”, uma marcha imunológica em que primeiro se desenvolve a dermatite atópica e mais tarde as alergias alimentares, asma e/ou a rinite alérgica. Esta relação é tão importante que nos leva mesmo a teorizar – e tem surgido evidência nesse sentido – que o tratamento precoce, dirigido, da dermatite atópica poderá mitigar, ou quiçá prevenir, o desenvolvimento destas comorbilidades. O conceito de modificação da marcha atópica é ainda embrionário e em investigação, mas em ampla discussão na comunidade científica atualmente. Os próximos anos deverão trazer novidades neste campo.

Esta, quando persiste ou surge pela primeira vez em idade adulta tende a ser mais grave, porquê?

Esta questão é mais uma vez interessante, mas difícil de responder sem especular dada a complexidade dos mecanismos da doença. Para simplificar, posso dizer que que a dermatite atópica do adulto é, do ponto de vista de mecanismos de doença, consideravelmente diferente da dermatite atópica da criança. Tal como a dermatite atópica do doente europeu é diferente do doente asiático. É por este motivo que dizemos que é uma doença muito heterogénea e que o termo “dermatite atópica” engloba muitas “doenças diferentes” (do ponto de vista celular e molecular) que confluem para formas de apresentação semelhantes (do ponto de vista clínico). Ainda há muito por investigar e clarificar, mas o conhecimento científico tem progredido de forma célere nos últimos anos. 

Que fatores podem condicionar o agravamento da doença e, nesse sentido, quais as principais recomendações?

A evicção de triggers enquadra-se nas medidas gerais que são importantes estabelecer para o tratamento da dermatite atópica. Alguns fatores clássicos de agravamento são os banhos prolongados com água quente, o suor, o tempo frio, a exposição a agentes irritativos (como produtos alcoólicos, detergentes). Neste sentido, recomenda-se a todos os doentes que façam banhos curtos de água tépida, usando produtos de higiene e emolientes indicados que devem ser aplicados em todo o corpo. Existem, hoje em dia, diferentes laboratórios que produzem produtos específicos para doentes com dermatite atópica, podendo os doentes e/ou os cuidadores consultarem o site da ADERMAP (Associação Dermatite Atópica Portugal) para recomendações específicas nesse sentido (ver o “Programa CuiDAr”). Uma nota especial para uma dúvida frequente dos pais com dermatite atópica: a relação entre a dermatite atópica e a natação recreativa em piscinas, comum não só no Verão, mas também no Inverno com as atividades lúdicas escolares. O cloro é um potente desinfetante utilizado para manter a água saudável e limpa, sendo efetivamente um trigger potencial para o agravamento da dermatite atópica. Embora não se procure limitar a atividades lúdicas das crianças, recomenda-se o uso intensivo de emolientes antes de frequentar a piscina (30 minutos antes, por exemplo) e, imediatamente após sair, proceder à higiene e hidratação habituais (com os produtos apropriados). 

Quais as principais complicações associadas à Dermatite Atópica?

Além dos sinais e sintomas da própria doença, algumas das complicações mais comuns são as:

  • infeções, tanto bacterianas (impetigo por exemplo) como virais (moluscos contagiosos, entre outras)
  • inflamação ocular, como a queratoconjuntivite atópica
  • complicações psicológicas, como a ansiedade, isolamento social, baixa auto-estima e na idade pediátrica, o bullying
  • baixo rendimento escolar e laboral, associado ao prurido diário e noites mal dormidas

no caso dos adultos com formas mais graves da doença, discute-se hoje as potenciais complicações cardiovasculares, devido à inflamação sistémica em curso, particularmente quando à dermatite atópica não está controlada

Como é feito o diagnóstico da Dermatite Atópica? Sabendo que o diagnóstico desta doença pode demorar cerca de 2 anos a chegar e que 10% dos doentes referem que o seu diagnóstico demorou mais de 6 anos até estar concluído, o que falha na identificação desta doença?

O diagnóstico é quase exclusivamente é clínico, baseando-se na presença de um conjunto de sinais e sintomas que conjugados com a história clínica permite-nos identificar o doente com dermatite atópica. Esporadicamente, é necessário recurso a outro tipo de exames (biópsia cutânea ou provas epicutâneas, por exemplo) para suportar o diagnóstico e excluir hipóteses alternativas.

Felizmente, o diagnóstico de dermatite atópica é com frequência fácil de realizar para o dermatologista. Um dos grandes limitantes é a acessibilidade aos Serviços de Saúde em Dermatologia, particularmente no Sistema Nacional de Saúde, o que coloca atraso no diagnóstico e tratamento.

O que são casos moderados e graves de DA?

A definição rigorosa baseia-se no Eczema Score Severity Index, um score médico de gravidade de 0 a 72 pontos que se baseia num conjunto de sinais presentes por extensão de área topográfica atingida pela doença. Contudo, as escalas não veem doentes, pelo que precisamos também incluir dados de qualidade de vida, qualidade de sono, sintomas (prurido, dor), envolvimento de áreas sensíveis e muito visíveis (como a face e as mãos) e/ou falência a tratamentos prévios para classificar aquele doente em particular como moderado ou grave.

Como se trata a Dermatite Atópica?

Na doença ligeira e limitada, a evicção de triggers, o uso regular de emolientes e de produtos de higiene adequados, bem como o uso proativo de anti-inflamatórios tópicos (corticosteroides tópicos e inibidores tópicos da calcineurina) é uma estratégia habitualmente eficaz.

Contudo, existe uma grande proporção de doentes com formas moderadas ou graves, que não respondem aos cuidados gerais e tópicos e estes se mostram insuficientes para controlar a doença a longo prazo. Nestes casos, para recuperar a qualidade de vida roubada pela doença, é necessário intervir com tratamentos sistémicos. 

Nos casos em que o doente não responde aos tratamentos de primeira-linha, quais as opções? Que novidades terapêuticas existem? E quais os principais desafios nesta área?

Quando as medidas gerais e tratamentos tópicos são insuficientes, torna-se necessário recorrer a tratamentos sistémicos. Neste campo e até recentemente, tínhamos à nossa disposição os imunomoduladores clássicos, como ciclosporina e o metotrexato, os quais apresentam eficácia significativa em alguns utentes, mas potenciais efeitos adversos que os tornam inadequados para controlo a médio e longo prazo. Precisávamos de terapêuticas mais seletivas, eficazes e seguras que nos permitissem controlar a doença na sua cronicidade. 

Felizmente, e apesar de ainda não haver uma cura, assistimos hoje a uma promissora evolução terapêutica na Dermatite Atópica. Podemos mesmo apelidar de “revolução” terapêutica, dada a mudança de paradigma observada. Esta revolução iniciou-se em 2017 com a aprovação pela Agência Europeia do Medicamento do primeiro biotecnológico para a dermatite atópica; seis anos depois, em 2023, dispomos de 2 biotecnológicos e 3 moléculas orais aprovados por esta entidade reguladora europeia. Todos estes fármacos são mais seletivos para a doença e contam com dados robustos de eficácia e segurança validados por múltiplos ensaios clínicos e milhares de doentes estudados. Os resultados de vida real já disponíveis são igualmente motivadores e reproduzem (ou ultrapassam) os dados dos ensaios clínicos. Felizmente, hoje conseguimos devolver a qualidade de vida, de forma segura, a um grande número de doentes com formas mais graves de dermatite atópica.

Embora os novos tratamentos para estes casos sejam seguros e eficazes, nem todos os doentes têm acesso aos mesmo. Porquê? O que pode ou deve melhorar neste sentido?

Em Portugal, temos já vários doentes com formas mais graves a beneficiarem desta inovação terapêutica através do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Só na Consulta Multidisciplinar de Dermatite Atópica do Serviço de Dermatologia do Hospital de Santo António dos Capuchos serão perto de 250 doentes. Contudo, nem todos os hospitais do SNS dispõem de recursos humanos suficientes para criar este tipo de consultas e nem todas as áreas geográficas têm acessibilidade adequada ao SNS (há centros hospitalares que não dispõem sequer de Serviço de Dermatologia). Para combater esta iniquidade de acesso à inovação terapêutica, algumas soluções poderiam passar pelo estabelecimento de protocolos e/ou redes de referenciação entre centros hospitalares e alargar a acessibilidade aos prestadores privados, para que esta inovação terapêutica possa chegar a quem dela precisa para melhorar a sua qualidade de vida.

No âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, que recomendações gostaria de deixar? 

Gostaria sobretudo de deixar uma mensagem de esperança. A Dermatite Atópica tem um impacto muito significativo na qualidade de vida e muitos doentes desistiram de procurar ajuda, frustrados com a desvalorização da doença e com a ineficácia dos tratamentos previamente disponíveis. Muitos andavam de “corticosteroide em corticosteroide”, inclusive orais ou injetáveis, com todos os efeitos adversos associados a esta abordagem. 

Felizmente, hoje temos várias alternativas terapêuticas inovadoras, mais seletivas para os mecanismos da doença e mais eficazes, com um perfil de segurança robusto. Se têm dermatite atópica ou conhece quem tenha, saiba que há tratamento. Não hesite em pedir ajuda ao seu dermatologista.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Reconhecimento nacional e internacional em Investigação Clínica
O Centro Académico e de Formação do Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães (HSOG) recebe aprovação da Food and Drug...

Em comunicado, o HSOG refere que o Centro “tem vindo a fazer um investimento de destaque na melhoria contínua da sua capacidade de desenvolver Investigação Clínica”. “Ao longo dos últimos quatro anos, o CAF, tem obtido um reconhecimento nacional e internacional por força desse constante esforço das equipas de investigação, que se afirmam em vários estudos como os principais contribuintes a nível europeu, tendo sido sempre esta uma das grandes apostas da administração desta instituição, posicionando-se cada vez mais claramente como um Hospital Universitário”.

“Em reconhecimento desse trabalho e da renovação da certificação do Centro, a Food and Drug Administration (EUA) decidiu fazer uma auditoria ao trabalho desenvolvido pelo Centro Académico num dos estudos em que a equipa do HSOG havia tido um papel nuclear”, refere no comunicado, tendo obtido a classificação final de ““no action indicated” (NAI), indicando que nenhuma condição ou prática questionável foi encontrada durante a inspeção”.

A par deste reconhecimento, o HSOG acrescenta ainda que a Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) publica anualmente a informação sobre as instituições hospitalares com mais investimento em atividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Portugal, com base nos resultados do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional – IPCTN e que, nos quatro indicadores avaliados, obteve progressos em relação ao ano de 2021, “representando o investimento que é realizado pelo hospital em investigação clínica”.

 

 

Demora no atendimento e mau desempenho dos profissionais de saúde motivam maioria das queixas
Desde o início do ano, foram registadas no Portal da Queixa 2.690 reclamações relacionadas com o setor da saúde, um aumento de...

Numa altura em que se debate a reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que o setor público está a ser assolado por uma onda de greves da classe médica, uma análise do Portal da Queixa revela que a insatisfação dos utentes com o setor da saúde também tem vindo a agudizar-se, traduzindo-se no aumento do número de reclamações registadas na plataforma, em comparação com o ano passado.

Entre janeiro e os primeiros dez dias de setembro deste ano, foram apresentadas no Portal da Queixa 2.690 reclamações dirigidas aos prestadores de cuidados de saúde públicos e privados, um crescimento na ordem dos 27%, comparativamente com o período homólogo de 2022, onde se observaram 2.125 queixas.

De acordo com a análise do Portal da Queixa, entre os principais motivos de reclamação dos utentes dirigidos às entidades de saúde do sistema público e privado estão: a demora no atendimento, a gerar 21.2% das queixas, com casos de utentes a reclamarem da demora para realização do atendimento, quer consultas, exames ou tratamentos. O mau desempenho dos profissionais de saúde é o segundo caso mais reportado e absorve 17.3% das reclamações. São denúncias de utentes dirigidas a médicos, enfermeiros e auxiliares sobre mau atendimento, negligência, descaso, etc.

A motivar 8,8% das queixas está a falta de informação, onde é apontada a dificuldade em obter de informações, resultados de exames e relatórios médicos que deveriam ser fornecidos pela entidade.

A cobrança indevida – reclamações no âmbito de erros com pagamentos – acolhe uma fatia de 8.1%. As dificuldades de contacto com as entidades de saúde via telefone, e-mail e outros canais, geraram 7.5% das ocorrências apresentadas no período em análise.

Especialidades mais reclamadas em 2023

No que se refere às especialidades que absorveram mais reclamações, a Obstetrícia lidera com 14.5% das queixas. Segue-se a Pediatria com 10.7% dos casos relatados. Já 7.3% das reclamações foram geradas por ocorrências nas Urgências e 5.9% são apontadas à especialidade de Ortopedia.

Segundo aferiram os dados analisados, 55.2% das reclamações tiveram como alvo os prestadores de cuidados de saúde privados, sendo que o setor público foi alvo de 44.8% das queixas.

SNS: principais motivos de queixa

Uma análise mais detalhada às reclamações dirigidas ao SNS, permitiu apurar quais os principais problemas reportados pelos utentes. Mau atendimento (32.1%); demora no atendimento (13.8%); problemas com a marcação de consultas e exames (11.1%); dificuldades no contacto com as entidades (11.1%) e falta de informação (7%).

De referir que, os indicadores de performance do SNS perante os problemas reportados no Portal da Queixa, revelam que a instituição tem um baixo Índice de Satisfação pontuado pelos consumidores em 11.2 (em 100). Apresenta uma taxa de solução de apenas 9.8% e uma taxa de resposta de 9.6%. As reclamações contra o SNS, na avaliação dos utilizadores, obtêm uma nota média de 3.77 (de 1 a 10), sendo que 60.8% dos cidadãos revelaram a intenção de não voltar a recorrer aos serviços da entidade.

"Baixos índices de satisfação merecem reflexão pública"

Na opinião de Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa: “Seguida pelas finanças pessoais e o bem-estar familiar, a saúde representará, com toda a certeza, o principal motivo de preocupação de todos os cidadãos. Por esse motivo, é fundamental que os serviços prestados em matéria de saúde, desde o público ao privado, estejam de acordo com as expectativas criadas, tendo em conta o impacto que têm na vida das pessoas. Infelizmente, temos vindo a assistir a uma degradação recorrente na qualidade da prestação de serviços de saúde, muito acentuada durante o período pandémico, contudo, sem previsão de melhoria dos seus indicadores, após o retorno à normalidade. Aliás, na sequência das novas medidas implementadas pelo executivo do SNS e pelo próprio Ministro da Saúde, as reclamações têm vindo a aumentar, demonstrando a insatisfação dos utentes e a incapacidade dos serviços se ajustarem às necessidades da população. Não obstante, os serviços privados também não têm mostrado ser a alternativa competente para prestar um serviço de qualidade, humanizado e de acordo com o investimento efetuado por cada cliente que captam ao serviço público. O Portal da Queixa enquanto plataforma social, exerce o seu papel informativo dos indicadores de qualidade, posicionando-se como o principal barómetro público de satisfação dos utentes, face às experiências que estes obtêm nos vários setores da saúde em Portugal, merecendo uma reflexão profunda, por parte dos decisores políticos e administradores hospitalares, tendo em conta os baixos índices de satisfação partilhados e o aumento constante do número de reclamações, a cada ano.”

Recorde-se que, em defesa da carreira médica e do SNS, esta semana decorre a primeira de duas greves regionais convocadas pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) para a região de Lisboa e Vale do Tejo. A próxima está agendada para 27 e 28 de setembro. O SIM já anunciou um novo prolongamento, até 22 de outubro, da greve dos médicos às horas extraordinárias, contestação que começou a 24 de julho.

Também a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) informou que vai continuar e aprofundar as formas de luta. Para isso, a somar aos dois dias de greve já marcados para 14 e 15 de novembro, com concentração à porta do Ministério da Saúde no dia 14, a FNAM decidiu marcar mais dois dias de greve nacional, a 17 e 18 de outubro, com concentrações regionais de médicos à frente das unidades de Saúde.

Pedro Costa, lamenta falta de abertura do Ministério da Saúde para negociar com os sindicatos
O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, Pedro Costa, lamenta a intransigência do Ministério da Saúde nas negociações...

O presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE, Pedro Costa, lamenta a intransigência do Ministério da Saúde nas negociações sobre a nova legislação das Unidades de Saúde Familiares (USF) e critica a intenção do Governo de “publicar um diploma que não foi negociado com os sindicatos e que será aprovado com alterações que nem sequer foram dadas a conhecer às estruturas sindicais”.

Para Pedro Costa, “com esta intransigência, e se nada de substantivo mudar, acreditamos que a nova lei das USF está condenada ao fracasso ainda antes de ser promulgada pelo Presidente da República e colocada no terreno”. Além disso, sendo este um modelo de adesão voluntária e mediante convite, Pedro Costa acrescenta que “está nas mãos dos enfermeiros decidir se querem aceitar uma proposta que não contribui para valorizar a carreira e a formação nem para dignificar a profissão, ou se querem aceitar benefícios salariais a qualquer custo”.

“É incompreensível como o Ministério da Saúde continua a querer reformar a Saúde sem ouvir e incluir as pessoas”, critica Pedro Costa. Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, “na forma como o diploma nos foi apresentado, vai beneficiar-se algumas unidades em detrimento de outras e, com isso, contribuir para um êxodo dos profissionais de saúde e dos enfermeiros, em particular”.

No entender do presidente do SE, “continuamos a relegar para segundo plano a saúde pública, a saúde escolar, as unidades de cuidados na comunidade que prestam cuidados de saúde na rede nacional de cuidados continuados, grupos de risco ou com vulnerabilidade social e que são responsáveis pela implementação do Estatuto do Cuidador Informal”, adverte.

Pedro Costa alerta ainda que, na prática, “não estamos a reformar o que quer que seja”. “A prevenção da doença e a promoção da saúde, que deveria ser a grande aposta, fica para segundo plano”, recorda. Para afirmar ainda que “este é um trabalho que deveria ser feito com equipas motivadas e com o esforço de todos, razão pela qual qualquer incentivo e esforço da equipa deve ser valorizado com critérios objetivos e proporcionais”, acrescenta.

“Vamos aguardar pela versão final do diploma, que o secretário de Estado se recusou a mostrar-nos, para depois tomarmos uma decisão dos passos seguintes a dar”, afiança Pedro Costa.

A greve, admite, está no pensamento da estrutura sindical. “Temos evitado recorrer a esta ‘arma’ pois, na verdade, são os portugueses que acabam a ser prejudicados, mas, a cada dia que passa, sentimo-nos empurrados para a greve por um Ministério da Saúde que tem marcado reuniões para mostrar uma suposta abertura para o diálogo”, lamenta o presidente do Sindicato dos Enfermeiros.

Páginas