1 de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a SIDA

A luta contra a SIDA: por que é importante detetar o VIH antes que os sintomas apareçam

Atualizado: 
30/11/2023 - 14:47
O vírus da imunodeficiência humana (VIH) que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) pode permanecer escondido no corpo durante muitos anos antes do aparecimento dos sintomas. Até lá, acaba por destruir parte do sistema imunitário. É por isso que é importante detetar o VIH antes que os sintomas apareçam. Também é essencial fazer exames de rotina para que as pessoas possam saber se estão infetadas e possam ser tratadas, explica Stacey Rizza, especialista em doenças infeciosas e investigadora da Mayo Clinic.

"O problema do VIH é que ele mata parte das células do sistema imunitário, chamadas células CD4. E isso torna as pessoas vulneráveis a contrair infeções, bem como desenvolver tumores", explica Rizza. "Pode ficar escondido no corpo em estado latente por muitos anos. E é por isso que é tão difícil curar o VIH." 

"As pessoas podem sentir-se bem, mas estão a deixar o vírus matar parte de seu sistema imunitário", explica Rizza. "E quando o sistema imunitário fica enfraquecido, as pessoas têm infeções e cancros graves e significativos."

O Dia Mundial da luta contra a SIDA, que se celebra a 1 de dezembro, promove a sensibilização para o VIH/SIDA e presta homenagem às pessoas afetadas pela doença. Embora tenha havido muito progresso na luta contra o VIH/SIDA, este ainda é um vírus comum em todo o mundo, explica Rizza. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que mais de 39 milhões de pessoas, em todo o mundo, vivem com VIH. 

O VIH pode ser transmitido por contacto sexual, partilha de agulhas infetadas, contacto com sangue infetado e, de forma menos comum, pode ser transmitido de mãe para filho. Muitas pessoas não sabem que têm VIH, e é por isso que o rastreio de rotina é importante, explica Rizza.

"Costumamos estimar que cerca de 13% da sociedade que tem VIH não sabe que está infetada. Houve uma redução para cerca de oito por cento. Mas, isso ainda não é baixo o suficiente", explica Rizza. "Gostaríamos de saber que todas as pessoas que têm VIH e que sabem do diagnóstico estão ligadas aos cuidados e estão a fazer tratamento para que possam ser protegidas e diminuir os riscos de exposição e infeção de outras pessoas."

Embora as pessoas com VIH possam agora desfrutar de vidas mais longas e saudáveis graças à melhoria dos tratamentos, os desafios para travar a epidemia em curso mantêm-se.

Para se manter protegido do VIH, pratique sexo seguro, não injete drogas, não compartilhe agulhas ou outros dispositivos de injeção e faça o teste.

As pessoas que suspeitam ter sido expostas a contacto sexual, uso de agulhas ou incidentes no local de trabalho devem procurar uma equipa de cuidados de saúde ou visitar o serviço de urgência. A PrEP é um medicamento utilizado para reduzir o risco de infeção pelo VIH em pessoas de alto risco.

"O nosso objetivo é diagnosticar as pessoas antes de desenvolverem SIDA, diagnosticar as pessoas quando o VIH está numa fase inicial, colocar prontamente as pessoas em tratamento antes que o sistema imunitário possa ser afetado, ou seja, antes de o vírus afetar qualquer parte do corpo e antes de o vírus poder infetar outras pessoas." explica. "Se a pessoa inicia o tratamento durante o VIH em algum lugar do espectro e fica estabilizada, o vírus é suprimido e o sistema imunitário volta a um nível normal."

Não existe uma cura universal para o VIH/SIDA, mas os medicamentos podem ajudar a controlar e impedir o agravamento. Estes tratamentos antivirais diminuíram o número de mortes em todo o mundo. A pesquisa e a expectativa de cura continuam a existir, diz Rizza.

"Todos os anos, vemos mais pessoas a curarem-se funcionalmente do VIH, e isso significa que elas tiveram algum tipo de intervenção em que não precisam mais tomar comprimidos e o vírus permanece completamente suprimido. Na Mayo Clinic, estamos a fazer pesquisas para curar o VIH. E esta é uma investigação que está a ser feita em  todo o mundo. É tudo muito emocionante", explica. "Espero o dia em que possamos curar a maioria dos pacientes em vez de tratar a maioria dos pacientes."

Fonte: 
Mayo Clinic
Nota: 
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