Cooperativa de solidariedade social Focus
A cooperativa de solidariedade social Focus anunciou a introdução em Portugal do modelo de intervenção norte-americano Pivotal...

Fernando Barbosa, o presidente da Focus - instituição criada em Vale de Cambra para promover soluções inovadoras de apoio à comunidade que lida com Perturbações Globais do Desenvolvimento e do Espectro do Autismo - revelou à Lusa que a formação nacional na nova metodologia terapêutica se verificará em Outubro.

"O problema mais sério que qualquer pessoa com deficiência enfrenta é a incapacidade de utilizar as necessárias competências para participar de forma autónoma na comunidade", contextualizou o responsável. "Entre os problemas mais significativos para professores, pais e terapeutas que vivem e trabalham com esses indivíduos, estão os seus défices nas competências de auto cuidado, de linguagem e sociais", acrescentou.

Para intervir nesse domínio, a Focus decidiu assim "introduzir em Portugal o Pivotal Response Treatment (PRT), que é uma das mais validadas intervenções comportamentais no Autismo a nível mundial, revelando-se eficaz no desenvolvimento da comunicação verbal, da atenção conjunta, das interacções sociais com pares, das competências de jogo e das tarefas académicas".

Recomendado ainda para diminuir comportamentos disruptivos e auto-estimulatórios, o PRT é útil não apenas na terapia e intervenção precoce com autistas, mas também no tratamento "de outras incapacidades, em diversos perfis de funcionalidade e em diferentes idades".

O Pivotal Response Treatment - expressão traduzível por "Tratamento de Resposta Crucial " - foi desenvolvido nos 70 pelos psicólogos Robert Koegel e Lynn Kern Koegel, da Universidade da Califórnia.

O objectivo da intervenção é fornecer a pais, professores e terapeutas de autistas "uma abordagem passo a passo baseada em evidências", para que educadores e profissionais possam ensinar aos portadores da desordem competências que serão decisivas para a sua vida autónoma.

A "Autism Speaks", organização norte-americana que promove campanhas de sensibilização para o autismo e investigação científica nessa área, defende, aliás, que, no universo dos diferentes tratamentos comportamentais vigentes, "o PRT é um dos mais bem estudados e validados".

As Perturbações do Espectro do Autismo expressam-se sobretudo no comprometimento do funcionamento social, num padrão restritivo e repetitivo de interesses, e num conjunto de alterações de desenvolvimento que conduzem a limitações de linguagem, do sistema motor e ao nível sensorial.

A doença é atribuída a aspectos de ordem ambiental e genética, mas a causa concreta do problema ainda não está apurada e esse mantém-se sem cura, sendo que o único estudo sobre a prevalência da doença em Portugal data de 2005 e indica que cerca de uma pessoa em cada 1000 terá autismo.

Nos Estados Unidos, a estatística mais recente refere que, entre as crianças com oito anos de idades, uma em cada 68 será autista. A nível global, a Focus estima que a desordem afecte 1% da população mundial.

Hoje é o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo. Foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar e consciencializar a população mundial sobre esta doença que afecta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o Mundo.

Desde 2012
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra realizou 35 transplantes hepáticos pediátricos três anos depois da reactivação...

A 26 de Março de 2012 foi feito o primeiro transplante com o centro reactivado, tendo desde então sido realizados mais 34, disse à agência Lusa Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos (UTHPA) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Em 2012, realizaram-se 11 transplantes pediátricos, em 2013, 12 transplantes, e, em 2014, o mesmo número.

O centro de transplantes pediátricos de Coimbra tinha sido desactivado em 2011, aquando da saída do único cirurgião especializado na área em Portugal, Emanuel Furtado, que esteve ao serviço do Instituto Português de Oncologia de Coimbra.

Após a sua saída, os transplantes pediátricos para crianças portuguesas foram realizados em Espanha, tendo o programa sido reactivado em 2012, com o regresso de Emanuel Furtado, que é hoje coordenador da UTHPA.

Desde a existência da unidade de transplantação que foram realizados 225 transplantes pediátricos no CHUC, tendo 36% dos mesmos sido feitos a crianças com menos de dois anos e em 11% dos casos foi utilizado um dador vivo.

A taxa de sobrevivência aos 20 anos nos transplantes pediátricos "situa-se nos 85%", referiu o coordenador da UTHPA.

Segundo Emanuel Furtado, a grande alteração na unidade desde a sua reactivação foi o ato cirúrgico da transplantação pediátrica passar a ser feito no Hospital Pediátrico, evitando-se riscos de se realizar o transporte da criança "numa fase muito crítica do pós-operatório".

De acordo com o coordenador da unidade, tem havido "sempre fígados [de cadáver] para as crianças que precisam", mas esta situação vai-se alterar. "É absolutamente inevitável o regresso ao dador vivo", frisou o coordenador de uma unidade que não faz transplantes com dador vivo desde 2009.

Para Emanuel Furtado, esse regresso deve-se à estabilização da taxa de doação e à diminuição do número de acidentes mortais entre jovens, levando a que a idade média dos dadores suba. Quanto ao futuro do programa de transplantes pediátricos, o coordenador da unidade sublinhou que o centro não pode "depender de uma única pessoa".

"Não estamos bem em termos de recursos humanos, mas estamos melhor do que há três anos", disse, acreditando que hoje o serviço não pararia, caso tivesse que abandonar a unidade. O objectivo para o futuro é "ter três equipas que sejam autónomas na transplantação", frisou.

Doença afecta 70 milhões de pessoas em todo o Mundo
O Dia Mundial da Consciencialização do Autismo assinala-se hoje com iniciativas por todo o país, desde a iluminação de...

A federação Portuguesa de Autismo (FPDA) assinala a data com o debate “Stop Discriminação”, no qual debatem “o nível de inclusão na vida activa dos autistas”, anunciou em comunicado a instituição.

No Porto, as instituições educativas e freguesias da cidade assinalam a data com um cordão humano em que os participantes de vestem de azul para apoiar a “inclusão real dos portadores de autismo.

Na cidade de Vila Nova de Gaia, a Câmara Municipal vai iluminar o edifício dos Paços do Concelho e a Sede da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA – Norte) em tons de azul.

A iluminação de edifícios em azul surge através do movimento “Light It Up Blue/Iluminar de Azul”, presente em todo o mundo, e que consiste em iluminar edifícios, monumentos e casas ou em colocar uma vela ou um balão azul em cada janela como forma de chamar a atenção para este distúrbio neurobiológico.

O Projecto For3ver Special e a Associação Free Hugs “distribuem” abraços grátis pela cidade de Vila Nova de Famalicão. A iniciativa conta ainda com a distribuição de balões que contêm informação sobre o autismo e a iluminação da Casa da Juventude em tons de azul.

A Câmara Municipal da Tropa junta-se ao movimento “Light It Up Blue/Iluminar de Azul” e vai iluminar de azul a Casa da Cultura e a Academia Municipal, durante a noite de hoje.

Em Nova Iorque, EUA, a Organização das Nações Unidas (ONU) vai lançar a campanha “Emprego: A vantagem do Autismo”, com o objectivo de levar as empresas a contratarem pessoas com autismo.

O Dia Mundial de Consciencialização do Autismo foi criado em 2007 pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o intuito de sensibilizar e consciencializar a população mundial sobre esta doença que afecta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o Mundo.

Instituto Português de Oncologia
O presidente do Grupo Hospitalar Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil assegurou que Portugal continua a registar ...

O presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), Joaquim Abreu de Sousa, afirmou na Comissão Parlamentar de Saúde, que “o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho” ao nível da assistência, porque as instituições estão “no limite”.

Sem especificar a quem se refere, o presidente do grupo hospitalar que integra os Institutos Português de Oncologia de Lisboa, Coimbra e Porto explica, em comunicado enviado à agência Lusa, que o seu esclarecimento surge “no seguimento de notícias hoje veiculadas e susceptíveis de criar alarmismo”.

Francisco Ramos afirma que, não obstante os constrangimentos decorrentes do Memorando de Entendimento com os credores internacionais de Portugal, foi possível, nos últimos anos, “continuar a corresponder às necessidades da população nesta área prioritária da saúde”.

Segundo o mesmo responsável, foram até concretizados investimentos tecnológicos e introduzidas melhorias significativas nas instalações.

“As principais dificuldades encontram-se nas limitações de contratação de recursos humanos, actualmente comuns a todos os serviços públicos”, sublinha Francisco Ramos no comunicado.

Contudo, frisou, estes constrangimentos têm sido superados com “o esforço e competência dos profissionais dedicados aos doentes oncológicos”, que conseguem “manter a prontidão e elevada qualidade dos cuidados”.

“Compreendem-se os limites desse esforço de todos os grupos profissionais, mas existe confiança de que as restrições à contratação de pessoal possam ser aligeiradas num futuro próximo, sem que se assinale qualquer quebra no acesso e na qualidade das prestações de saúde em oncologia”, sustenta Francisco Ramos.

Joaquim Abreu de Sousa, até há poucas semanas presidente da SPO, foi ouvido hoje na Comissão Parlamentar da Saúde a pedido do PS e após ter afirmado, em Março, que foram adiadas cirurgias oncológicas devido à falta de camas.

Segundo Joaquim Abreu de Sousa, neste momento, "o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho”, nomeadamente ao nível dos cuidados assistenciais e devido ao limite das instituições.

“Quando o sistema começa a perder resiliência, começa a perder capacidade de resistir aos eventos. Queremos prevenir situações de ruptura”, disse o médico.

5 de Abril - Dia Mundial do Doente com Artrite Reumatóide
A artrite reumatóide é uma das doenças auto-imunes que mais beneficiou da introdução de terapêuticas biológicas. Mas estas...

Continua a haver desigualdades no tratamento desta doença, lembra o Núcleo de Doenças Auto-imunes (NEDAI) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna por ocasião do Dia Nacional do Doente com Artrite Reumatóide, que se assinala no dia 5 de Abril. São 40 mil os portugueses que sofrem desta doença inflamatória crónica, de causa ainda desconhecida.

José Delgado Alves, coordenador do NEDAI, explica que “estes fármacos permitiram começar a discutir o conceito de remissão, isto é a possibilidade de o doente ficar sem sintomas ou com eles controlados. A entrada dos medicamentos biológicos permitiu aumentar essa percentagem, fundamentalmente à custa dos casos mais graves, que são obviamente os que mais nos preocupam e devem ser a prioridade”.

Segundo o especialista, o acesso desigual deve-se não só à prudência na prescrição resultante do preço elevado destes fármacos, (que pode não ser uniforme), mas também às “resistências e obstáculos colocados por muitas administrações hospitalares que ao tentarem limitar o orçamento da respectiva instituição se esquecem que esse dinheiro é na realidade de todos e para todos. Esses obstáculos acabam por resultar em prejuízo do doente em causa, promovendo a desigualdade de acesso, ainda mais condenável.

“O paradigma deste estado de coisas é a facilidade de prescrição em consultórios em relação à quantidade de dificuldades impostas nos hospitais, apesar de serem eles próprios os responsáveis pelos mecanismos de qualidade e segurança em vigor e em última instância os responsáveis pela disponibilização e pagamento destes fármacos”, esclarece José Delgado Alves.

Para debater este e outros problemas que afectam a artrite reumatóide e outras doenças auto-imunes, o NEDAI vai promover a sua 21ª reunião anual e o 4º Congresso Nacional de Auto imunidade de 16 a 18 de Abril, em Coimbra, um evento que conta com a colaboração e participação de muitas especialidades médicas que estão interessadas neste tipo de doenças e que querem colaborar num espírito aberto de entreajuda.

A principal preocupação nesta reunião será discutir o doente como um todo, porque, como refere José Delgado Alves, “nas doenças auto-imunes sistémicas é mais importante o médico (ou a equipa) que sabe tratar a doença e as suas complicações, vendo o doente como um todo, do que a especialidade formal que tem. Entendo que estes doentes não devem ser tratados obrigatoriamente por uma ou outra especialidade específica, mas sim pela equipa que sabe de facto tratá-los por inteiro, qualquer que seja a sua formação de base. Por estas razões, acreditamos que a Medicina Interna é uma das especialidades mais preparadas para o fazer. E esse reconhecimento já existe no serviço nacional de saúde através de múltiplas consultas e unidades de Doenças auto-imunes da responsabilidade de especialistas de Medicina Interna, presentes em todo o país”.

Abre no Porto
Aliar cuidados personalizados dos bebés prematuros à tecnologia de topo é o maior desafio do primeiro centro português de...

O centro “São João NIDCAP – Training Centre Porto” – o primeiro em Portugal e o primeiro de língua portuguesa no mundo - destina-se a formar profissionais portugueses e dos Países de Língua Oficial Portuguesa da área da Neonatologia, nos cuidados centrados no desenvolvimento e na família, explicou Ercília Guimarães, directora do Serviço de Neonatologia do Hospital de São João no Porto e uma das mentoras do projecto.

“Vai-se ensinar e apoiar uma metodologia diferente de cuidar, ou seja, em vez de seguir protocolos rígidos da neonatologia, tem-se em conta o complemento emocional”, explicou Ercília Guimarães, sublinhando a importância da presença dos progenitores a ajudar a cuidar do bebé prematuro que passa dias, semana ou meses na incubadora entre a vida e a morte.

O contacto de pele entre o bebé e a mãe e o pai, saber olhar o bebé e perceber se gosta mais de dormir do lado esquerdo ou direito, dar informações honestas, ou apoiar a amamentação são apenas alguns dos cuidados personalizados que este centro de formação vai defender.

“O grande desafio dos nossos dias é garantir o desenvolvimento cerebral do bebé. A intervenção dos pais demonstrou uma melhoria do desenvolvimento do cérebro e na capacidade cognitiva”, explicou Fátima Clemente, especialista em Neonatologia e mestre no NIDCAP, durante a cerimónia de inauguração do centro pioneiro em Portugal, referindo que a presença dos pais e o seu envolvimento precoce, designadamente na muda da fralda ou a ver a temperatura, são pilares para a “estabilidade da vida do bebé”.

Também o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João, António Ferreira, asseverou que a “personalização dos cuidados” é “de longe o mais importante na actividade da saúde e no aperfeiçoamento dos cuidados de saúde”.

“Mãe”, “Amor-dos-homens”, “Lugar e “Inovação” foram os quatro conceitos que o presidente do Conselho de Administração do Hospital de São João desenvolveu no seu discurso, explicando que o hospital “não serve para nada sem o amor dos seres humanos”.

“A tecnologia de topo de nada serve sem o amor-dos-homens”, declarou, falando ainda que o aspecto mais importante da evolução do São João é uma “revolução cultural e uma mudança cultural”.

A Federação Internacional NIDCAP é uma organização profissional, sem fins lucrativos, sediada na Harvard Medical Sacholo e no Brigam and Woman’s Hospital and Children’s Hospital em Boston (EUA), que é a agência responsável por supervisionar a qualidade da formação do centro em Portugal.

Este novo centro vai permitir estudar, observar e interpretar as reacções dos bebés que nascem antes do tempo para começar a perceber o que eles nos dizem, porque o comportamento dos bebés prematuros "ainda é muito desconhecido" e ao "nível cerebral ainda há muito para fazer", disse à Lusa a médica neonatologista do Hospital de São João, Fátima Clemente.

Segundo aquela especialista, os prematuros têm um "cérebro diferente dos outros bebés".

"Parece que os cérebros dos prematuros, quando crescem, vão ter uma maior maturidade cerebral", referiu Fátima Clemente, recordando que um em cada dez bebés nascidos em Portugal é prematuro.

Autismo
O autismo é uma síndrome neurocomportamental que afecta cerca de 10 em cada 10 mil pessoas no mundo, mas o termo entrou no...

Numa pesquisa rápida é fácil encontrar exemplos: numa situação que envolveu a retirada de confiança política a um presidente de uma Junta de Freguesia, em Março, a concelhia do PSD/Porto felicitava a autarquia pela atitude, mas dizia que se não houvesse consequências, seria porque estavam perante um “comportamento autista, arrogante e desrespeitador da legalidade democrática”.

Noutra ocasião, em Fevereiro, numa análise às infra-estruturas construídas na ilha da Madeira, o antigo eurodeputado Nuno Teixeira disse que “é tão autista quem afirma que tudo foi mal feito como o que afirma que não houve nada mal feito”.

Também o reitor da Universidade do Minho, António Cunha, usou a palavra para criticar o processo de avaliação das instituições de investigação, feita pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, descrevendo-o como uma “oportunidade perdida”, feita de uma forma “autista”.

Para criticar o Governo no processo de transferência do hospital para a Misericórdia, a Câmara Municipal de Santo Tirso classificou a decisão do Governo como “autista”, ao ter tomado a decisão de forma unilateral, sem ter ouvido previamente a autarquia.

A presidente da Federação Portuguesa de Autismo (FPDA) não consegue precisar quando é que o termo autista/autismo passou a ser usado como um insulto, mas diz que é algo que acontece com mais frequência entre a classe política.

Na opinião de Isabel Cottinelli Telmo, terá a ver com o facto de autismo derivar da palavra grega ‘autós’, que significa “em si próprio”: “As pessoas quando querem dizer que os outros não as ouvem ou que estão insensíveis a certas coisas, dizem que são autistas, como insulto”, apontou.

Para a responsável, o uso da palavra de forma depreciativa é não só ofensivo, como um insulto a todas as pessoas que têm autismo, que apesar de poderem ter dificuldades de comunicação com quem os rodeia, não são insensíveis aos outros.

“Podem estar ensimesmadas porque têm dificuldade de comunicação e de interacção social. Só por isso. Porque muitas vezes não é que não pensem ou não sintam, mas não sabem como exprimir e às vezes até exprimem de maneiras que não são compreendidas pelos outros”, explicou, acrescentando que vê isto como a “pior discriminação”.

Já o director coordenador da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) – Lisboa, disse que é “inconveniente” e “não é agradável” de ouvir para quem lida com o problema e tenta ajudar as pessoas com autismo.

No entanto, apesar de ser uma questão desagradável, Paulo Ferreira preferia que fossem outras “coisas piores” a serem alteradas, nomeadamente no ensino regular, em que as crianças com autismo ficam os três meses de férias sem qualquer apoio.

O coordenador executivo do site Ciberdúvidas da Língua Portuguesa explicou que é muito frequente o recurso a temas da área da psiquiatria com consequente deturpação e deu como exemplo, para além da palavra autista, o termo “mongolóide” ou “bipolar”, que são muitas vezes usados com valor depreciativo ou até insultuoso.

“Isto ocorre, porque qualquer afecção que impeça o comportamento dito ‘normal’ pode ser ainda, na nossa sociedade, termo de comparação para outro tipo de comportamentos que, não sendo anormais, são objecto de reprovação ou alvo da nossa irritação”, adiantou Carlos Rocha.

Amanhã - 02 de Abril - assinala-se o Dia Mundial de Consciencialização do Autismo.

Sociedade Portuguesa Oncologia
O presidente cessante da Sociedade Portuguesa de Oncologia, Joaquim Abreu de Sousa, afirmou que “o tratamento dos doentes com...

Joaquim Abreu de Sousa, até há poucas semanas presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), proferiu estas afirmações no decurso da sua audição na Comissão Parlamentar da Saúde, onde se encontra a pedido do PS e após ter afirmado, em Março, que foram adiadas cirurgias oncológicas devido à falta de camas.

Estas afirmações foram consideradas “alarmistas” pela deputada social-democrata Carla Rodrigues, acusação refutada por Joaquim Abreu de Sousa: “A gravidade está demonstrada nos relatórios do governo", disse o médico, considerando que os dados são "indiscutíveis".

“A sociedade tem de decidir se este é ou não um assunto prioritário, se a principal causa de morte em Portugal deve merecer mais verbas ou não”, afirmou o oncologista e director do serviço de cirurgia do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto.

Segundo Joaquim Abreu de Sousa, neste momento, "o tratamento dos doentes com cancro em Portugal está no vermelho”, nomeadamente ao nível dos cuidados assistenciais e devido ao limite das instituições. “Quando o sistema começa a perder resiliência, começa a perder capacidade de resistir aos eventos. Queremos prevenir situações de ruptura”, adiantou. Antes de ser questionado pelos deputados, Joaquim Abreu de Sousa apresentou um conjunto de dados sobre a oncologia em Portugal, os quais justificam a preocupação dos profissionais de saúde.

De acordo com estes dados, em Portugal registam-se 50 mil novos casos de cancro por ano. “Uma pessoa com menos de 35 anos tem uma probabilidade de vir a ter cancro de 24% e de 10% de morrer”, recordou.

Os mesmos dados indicam que Portugal gasta 53 euros por pessoa para o tratamento do cancro, “menos de metade da média na União Europeia e menos de um terço do que gastam” outros países europeus, disse. Relativamente às camas – tema que levou o oncologista à Comissão Parlamentar da Saúde –, Joaquim Abreu de Sousa lembrou que estas diminuíram de 39 mil para 35 mil nos últimos vinte anos.

O oncologista sublinhou, no entanto, que 10 mil das 35 mil camas oncológicas estão no sector privado. O médico reiterou que a falta de camas impediram que 266 doentes fossem operados em 2014, apesar das equipas estarem disponíveis para isso.

“Temos de tratar estes doentes com mais dignidade. É inaceitável que um doente que chega ao hospital para ser operado, com as equipas disponíveis, não tenha cama”, disse. “Como cidadão, acho que isto é inaceitável”, reafirmou.

Perturbação do desenvolvimento global da criança
O autismo é uma doença rara que se caracteriza pela perturbação do desenvolvimento global da criança
Autismo

Os últimos dados relativos à prevalência a nível internacional apontam para que 5 em cada 10 mil indivíduos apresente "autismo clássico" e que os valores se elevam a 1 a 2 por 1.000 quando o diagnóstico alargado, ou seja, quando se consideram todas as "Perturbações do Espectro Autista" (PEA). É de realçar que o autismo é mais frequentes no sexo masculino do que feminino, numa razão de 5:1

O Autismo é uma perturbação do desenvolvimento global da criança, caracterizada pela presença simultânea de uma tríade de perturbações (tríade de Wing):

  1. Défice na interação social;
  2. Défice da comunicação;
  3. Défice da imaginação/capacidade simbólica (comportamentos, interesses e atividades repetitivas e estereotipias).

Apesar deste tronco comum de dificuldades, estas expressam-se em cada criança de forma diversa, tornando-se necessária uma observação cuidada para identificar as suas necessidades individuais, assim como áreas fortes. A forma e a intensidade com que cada uma destas áreas de dificuldade se expressa, resultam numa imensa variabilidade dentro do diagnóstico das Perturbações do Espectro do Autismo (PEA).

Etiologia
Desconhecem-se as causas que conduzem ao autismo. No entanto, e apesar de diversas teorias que colocam hipóteses explicativas, há um consenso generalizado na comunidade científica de que se trata de uma perturbação neurodesenvolvimental em que haverá uma predisposição ou determinação genética associada.

Sinais do autismo
Um diagnóstico precoce e uma intervenção adequada são fundamentais para que se consiga um desenvolvimento mais harmonioso das crianças com autismo.

Um diagnóstico seguro de Autismo é geralmente feito pelos 3 anos de idade. Aos 18 meses já é possível detetar nestas crianças um conjunto de características, cuja presença é um indicador bastante seguro de perturbação autística.

Sinais de Alarme

(A pesquisar na avaliação da criança aos 18 meses)

  • Isolamento – falta de interesse pela relação com os outros;
  • Ausência de jogos de imitação – dizer adeus; jogo do cu-cu …
  • Ausência do jogo do faz de conta – o brinquedo não é usado na sua função simbólica;
  • Ausência da atenção partilhada – não chama a atenção do outro para objetos ou acontecimentos, não mostra dói-dói e nem vai mostrar um brinquedo;
  • Ausência de apontar protodeclarativo – não usa o dedo para apontar no sentido de partilhar interesse/mostrar alguma coisa;
  • Apontar protoimperativo – usar o dedo para apontar mas com o objetivo de pedir/exigir algo. Pode estar presente.

Sinais inespecíficos mas preocupantes

(Podem estar presentes desde o nascimento)

Até aos 18 meses:

Por vezes podem ocorrer:

  • Alterações alimentares (dificuldades de sucção, recusa do seio/biberão, anorexia e vómitos);
  • Alterações do sono (insónia);
  • Choro persistente (“bebé terrível”) ou ausência de choro (“bebé modelo”, especialmente se deixados sós);
  • Apatia (indiferença ao que rodeia);
  • Ausência de comportamentos de ligação:
  • Contacto visual (não comunicam pelo olhar – olhar fugidio e evitamento do olhar)
  • Não manifesta desejo de ser pegado ao colo (estender os braços e sorrir)
  • Não responde com um sorriso do outro;
  • Perturbações do tónus (é difícil pegar nestes bebés são rígidos ou moles, não se moldam ao corpo);
  • Não manifestam medo de estranhos (como acontece geralmente com bebés sem problemas pelos 6-8 meses);
  • Vocalizações muito pobres ou inexistentes;
  • Respostas inconsistentes aos sons (surdez aparente);
  • Movimentos estereotipados (balanceio do corpo, abanar a cabeça, posições bizarras não usuais noutras crianças);
  • Estes bebés parecem mais satisfeitos se deixados sós e mantendo o ambiente inalterado.

Cada pessoa com Autismo tem a sua própria personalidade, sendo um indivíduo único. As pessoas com autismo não constituem necessariamente um estereótipo, podendo revelarem-se muito diferentes umas das outras.

Manifestações mais comuns

  • Isolamento
  • Ausência/alterações ao nível da linguagem
  • Evitamento do contacto visual
  • Desinteresse pelas pessoas e/ou jogos (brincar)
  • Medos pouco usuais
  • Uso inadequado de objetos
  • Resistência a aprendizagem
  • Girar obsessivamente objetos
  • Riso ou choro sem motivo aparente
  • Ausência da consciência do perigo
  • Inconsistência nas respostas aos sons
  • Ligação obsessiva a objetos
  • Rejeição do contacto físico
  • Resistência à mudança
  • Comportamentos e atividades repetitivas e estereotipadas.

Isolamento
Crianças com autismo manifestam um aparente alheamento relativamente ao meio, não mostrando interesse no contacto com outras pessoas. Não interage com outras crianças ou adultos, mas quando interagem fazem-no de forma inadequada.

Ausência/alterações ao nível da linguagem
Cerca de 50% das pessoas com autismo não desenvolvem a linguagem (às vezes este é o primeiro sinal de alarme para os pais). Os que têm linguagem apresentam alterações significativas, nomeadamente dificuldade ou incapacidade de usar a linguagem na comunicação com o outro. Dificuldade ou incapacidade de falar na primeira pessoa (não dizem o “eu”, referem-se a si próprios na segunda ou terceira pessoa). Respondem repetindo a pergunta ou parte dela (ecolalia). Alterações no tom e ritmo do discurso. Dificuldades na compreensão da linguagem, interpretação no sentido literal, dificuldade em “apanhar o segundo sentido”, p.ex., um comentário do tipo “o ar hoje está pesado” é entendido no sentido literal, ou seja a criança entendeu que o ar pesa – quilogramas.

Evitamento do contacto visual
Normalmente não estabelece contacto visual direto (olhos nos olhos) com as pessoas e/ou atividades do momento (p.ex., quando pintam não olham para o papel), dependendo mais do olhar periférico “pelo canto do olho”. Por vezes olham o outro mas aparentemente sem o ver (como se fosse transparente).

Desinteresse pelas pessoas e/ou jogos
Crianças com autismo não têm capacidade espontânea para iniciar um jogo com significado que envolva a imaginação – jogo simbólico, faz de conta. Tendem a envolver-se em atividades repetitivas não interagindo com as outras crianças ou adultos, p.ex., preferem atirar uma bola contra a parede do que para outra pessoa. Preferem brincar sozinhas.

Medos pouco usuais
Crianças com autismo respondem aos estímulos sensoriais (visão, olfato, tato, paladar e audição) de maneira pouco previsível, p.ex., estímulos visuais com cores brilhantes podem fascinar algumas e provocar ansiedade ou medo irracional noutros. Estas crianças têm dificuldade em regular os estímulos sensoriais.

Uso inadequado de objetos
Crianças com autismo parecem fascinadas por partes de brinquedos, como as rodas de um carro, não mostrando interesse pelo brinquedo em si.

Com frequência desenvolvem uma ligação obsessiva com determinados objetos, podendo a perda destes causar um estado de grandes ansiedade e excitação.

Resistência a aprendizagem
Crianças com autismo têm grandes défices na área da comunicação, isto é dificuldades em compreender tanto as instruções verbais como não verbais, (gestos, mímica, expressões faciais, etc.)

Parecem mostrar pouco interesse e rejeitar as tentativas de aprendizagem, especialmente quando não há uma recompensa imediata.

Girar obsessivamente objetos
Objetos redondos e suscetíveis de poderem rodar produzem uma enorme atração, p.ex., colocam um carro de perna para o ar e fazem rodar incessantemente as rodas.

Riso ou choro sem motivo aparente
Crianças com autismo podem rir, chorar ou gritar em situações inapropriadas e sem motivo aparente, p.ex., riem-se quando alguém grita ou ficam com medo quando alguém ri.

Em algumas crianças estas atitudes desajustadas prolongam-se criando situações de grande ansiedade, tanto para elas como para os pais.

Ausência da consciência do perigo
Ausência de receio de perigos reais e medo irracional de situações comuns. Isto poderá ser consequência da falta de compreensão das situações ou seja, não estabelecem a correlação entre causa e efeito.

Inconsistência nas respostas aos sons
Crianças com autismo podem ignorar sons altos e reagir a um murmúrio ou ao roçar das folhas de papel. Em muitas circunstâncias poderá parecer que têm problemas de audição (surge então a hipótese da surdez).

Ligação obsessiva a objetos
Muitas crianças com autismo estabelecem ligações bizarras a certos objetos ou a partes de objetos, como pedras, peças de brinquedos, etc. Poderão ficar fascinados por objetos que produzam som (copos, campainhas, …). Os objetos são muitas vezes selecionados por uma característica particular (cor, textura e forma) e são transportados para toda a parte. Ficam tensas ou mesmo em pânico se alguém pretende tirar-lhos.

Rejeição do contacto físico
Muitas crianças com autismo podem resistir ou mostrar desagrado a serem pegadas ou tocadas. Não é raro os pais dizerem “ele estava tão feliz quando estava sozinho, mas começou a gritar e a chorar quando o peguei ao colo”. Muitas crianças não exibem movimentos de antecipação para serem pegadas ao colo, adotando a postura de boneco”. Com frequência, mesmo em situações geradoras de stress, não procuram o necessário conforto, ajuda ou segurança junto de adultos ou de outras crianças. A sua capacidade em mostrar empatia é invariavelmente deficiente, traduz-se numa perturbação da interação social e dificuldades no estabelecimento de relações de amizade.

Resistência à mudança
Com muita frequência estas crianças aderem de forma inflexível a determinadas rotinas, geralmente não funcionais, e que assumem uma forma doentia, p.ex. quando vão para a escola têm de ir sempre pelo mesmo caminho e para se vestirem têm de seguir uma determinada sequência.

Há uma intolerância às mudanças de ambiente (pequenas mudanças verificadas no quarto poderão produzir uma grande irritabilidade).

As crianças com autismo sentem-se mais seguras e confortáveis em ambientes estruturados e previsíveis. Qualquer alteração ou desvio à rotina não planeada podem causar ansiedade e conduzir a comportamentos bizarros ou a um estado de extremo stress.

Comportamentos e atividades repetitivas e estereotipadas
Tendência a manterem-se em atividades repetitivas, estereotipadas e rotineiras. Podem tratar-se de rotinas simples ou extremamente complexas, p.ex., bater em superfícies, balancear, cheirar pessoas e coisas, abanar os braços, torcer os dedos, com os braços fletidos fazer batimentos repetitivos das mãos, colecionar os mais diversos objetos/partes de objetos/lixos, alinhar objetos, etc.

O autismo é uma doença. Os autistas são crianças e adultos com sentimentos e muitas outras características além do autismo. É preciso respeitar a diferença e apoiar quer a criança/adulto quer os seus familiares. Este apoio faz toda a diferença...

Texto autorizado pela Farmácia Fátima Marques

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
7 de Abril
“Segurança alimentar” é o tema do Dia Mundial da Saúde 2015, que se assinala a 7 de Abril.

Todos os anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) selecciona uma área de saúde pública como tema para o Dia Mundial da Saúde, que se assinala a 7 de Abril, dia de aniversário da Organização.

O tema para 2015 é “Segurança alimentar”, um tema de alta relevância e uma oportunidade para alertar governos e toda a cadeia de produção alimentar (agricultores, fabricantes, fornecedores e consumidores) para a importância do controlo de perigos e riscos microbiológicos, garantindo que os alimentos que chegam aos pratos da população são seguros.

A segurança alimentar é uma área da saúde pública que protege os consumidores contra os riscos de intoxicação alimentar e é uma responsabilidade partilhada.

Alimentos estragados podem levar a uma variedade de problemas de saúde: diarreias, doenças virais (os primeiros casos de Ébola foram ligados a carne contaminada), problemas de desenvolvimento, reprodutivos e cancros.

A Organização Mundial da Saúde ajuda os países a prevenir, detectar e responder a surtos de doenças transmitidas por alimentos com o Codex Alimentarius, uma colecção de padrões internacionais de alimentos, directrizes e códigos de práticas, abrangendo todos os alimentos principais e processos.

Instituto Ricardo Jorge assinala Dia Mundial da Saúde

O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Instituto Ricardo Jorge) associa-se às comemorações do Dia Mundial da Saúde, este ano dedicado ao tema da “Segurança Alimentar”. Assim, no próximo dia 08 de Abril terá lugar uma conferência no Instituto, na sua Sede em Lisboa, conforme programa que pode consultar aqui.

O evento será presidido pelo Presidente do Instituto Ricardo Jorge, Fernando de Almeida, e é esperada a presença dos Secretários de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, da Alimentação e da Investigação Agroalimentar e Adjunto e da Economia. Estarão presentes vários dirigentes e convidados de diversas entidades governamentais e investigadores nacionais e internacionais, nomeadamente João Breda, especialista da Organização Mundial da Saúde – Gabinete Regional da Europa (OMS – Europa), e José Ángel Gómez Ruiz, da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).

No decorrer do evento terá lugar, ainda, a assinatura do Protocolo Nacional de Cooperação entre os organismos participantes no projecto “Pilot project on the implementation of SSD2 in the frame of the electronic transmission of harmonised data collection of analytical results to EFSA”, que visa criar um sistema nacional de gestão de dados do controlo oficial de alimentos que será uma ferramenta adequada e eficaz na harmonização da comunicação de dados entre Portugal e a EFSA. Este projecto é coordenado pelo Instituto Ricardo Jorge e pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, tendo como entidades signatárias a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) procura neste Dia Mundial da Saúde 2015 reconhecer o papel importante de todos os envolvidos na produção de alimentos em matéria de segurança alimentar e reforçar a necessidade da colaboração e coordenação entre estas diferentes áreas, para prevenir, detectar e responder a doenças transmitidas por alimentos. Mais informações sobre o Dia Mundial da Saúde 2015 em www.who.int/campaigns/world-health-day/2015/en/

O Dia Mundial da Saúde é uma oportunidade única de alertar a sociedade civil para temas-chave na área da saúde que afectam a humanidade e para desenvolver actividades com vista à promoção do bem-estar das populações, assim como de promover hábitos de vida saudáveis. Os programas apresentados no Dia Mundial da Saúde prolongam-se ao longo do ano, tendo o Instituto Ricardo Jorge escolhido o dia 8 de Abril para assinalar esta data.

Associado a estas comemorações será ainda publicado um número especial do Boletim Epidemiológico “Observações” dedicado à Alimentação e Nutrição. “Observações” é uma publicação científica trimestral, editada pelo Instituto Ricardo Jorge, que visa contribuir para o conhecimento da saúde da população, os factores que a influenciam, a decisão e a intervenção em Saúde Pública, assim como a avaliação do seu impacte na população portuguesa, tendo como principal alvo todos os profissionais, investigadores e decisores intervenientes na área da Saúde Pública em Portugal.

Katty Xiomara
A estilista Katty Xiomara é a autora de um conjunto de peças com que a cooperativa de solidariedade social Focus pretende...

O kit "Sou Ímpar" estará disponível a partir de quinta-feira, Dia Mundial da Consciencialização para o Autismo, e, além de informação sobre a doença, inclui três peças de vestuário alusivas à temática: um boné, um lenço e uma t-shirt em tecido protector contra raios UV.

"A ideia é sensibilizar as pessoas e levá-las a quererem ajudar a Focus, mas de uma forma positiva, para que as pessoas não comprem as pessoas só por solidariedade e também porque realmente gostam delas e as querem usar", declarou a designer.

"A cor predominante é o azul e as peças também estarão à venda em separado, para quem preferir só o lenço, que é largo e mais feminino, ou quiser só a t-shirt, que tem um corte mais masculino", acrescenta.

Fernando Barbosa, presidente da Focus, afirma que todos esses artigos são de "qualidade ao nível da reputação de uma estilista tão prestigiada como a Katty Xiomara" e adianta que, tanto os itens individuais como os conjuntos-base ou familiares, "serão acompanhados por vouchers de desconto para diferentes serviços prestados pelos parceiros da cooperativa".

Katty Xiomara admite-se, por isso, optimista: "Tenho a esperança de que as pessoas procurem muito estas peças e isso as ajude a perceber melhor o que é o autismo, sem ideias carregadas, negativas, sobre o que verdadeiramente está em causa".

As Perturbações do Espectro do Autismo - também designadas "Perturbações da Relação e da Comunicação" - expressam-se sobretudo no comprometimento do funcionamento social, num padrão restritivo e repetitivo de interesses, e num conjunto de alterações de desenvolvimento que conduzem a limitações de linguagem, do sistema motor e ao nível sensorial.

A doença é atribuída a aspectos de ordem ambiental e genética, mas a causa concreta do problema ainda não está apurada e esse mantém-se sem cura, sendo que o único estudo sobre a prevalência da doença em Portugal data de 2005 e indica que cerca de uma pessoa em cada 1000 terá autismo.

Para além do kit assinado por Katty Xiomara, a cooperativa Focus tem previstas outras acções de sensibilização para o Autismo e de apelo a donativos para a criação do centro Different Thinking em Vale de Cambra, no distrito de Aveiro.

Entre essas incluem-se já duas tertúlias: a primeira a 10 de Abril, numa iniciativa da Câmara Municipal de Famalicão, e a outra integrada no programa do X Congresso de Neurociência e Educação Especial, anunciado para 16 e 17 de Maio em Viseu, numa organização do CEFPI - Centro de Educação e Formação Profissional Integrada.

Na saúde
As investigações no âmbito do combate à criminalidade económica em 2014 permitiram detectar fraudes que lesaram o Estado...

De acordo com o documento entregue no parlamento, em 2014 a unidade da Polícia Judiciária de combate à criminalidade económica concluiu “diversas investigações relativas a crimes de corrupção activa e passiva, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documento, associação criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de estupefacientes”.

Uma das investigações concluídas no ano passado permitiu detectar uma fraude ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) com base na “emissão de receituário falso”, ou, noutro modo de actuação, prescrevendo equipamentos médicos “a troco de contrapartidas pecuniárias, viagens e logística de consultório”.

Os arguidos causaram um “prejuízo ao SNS superior a 1,5 milhões de euros”.

“No decorrer destas investigações, envolvendo um número muito significativo de meios, foram realizadas 59 buscas, 33 detenções, constituídos 148 arguidos, ouvidas mais de 250 testemunhas, apreendidos objectos utilizados na prática dos crimes”, pormenoriza o relatório, que acrescenta ainda que, em consequência da investigação, foram aplicadas “medidas de coação graves, como a prisão preventiva”.

O documento refere também que com o fim das actividades criminosas, “identificou-se a diminuição drástica da despesa do SNS”, assim como o efeito inibidor para práticas semelhantes.

Numa outra investigação, também envolvendo receitas médicas falsificadas, no caso prescritas por médicos, foi possível detectar um “esquema fraudulento, que se mantinha desde 2009, tendo em vista a obtenção de medicamentos comparticipados pelo Estado português entre 95% a 100%”.

Os medicamentos tinham como destino a reintrodução no mercado nacional, ou a exportação “à revelia das autoridades aduaneiras, obtendo ganhos significativos”, numa operação que, segundo o relatório, “lesou o Estado português em quatro milhões de euros” e levou à condenação de 16 dos 18 arguidos, “13 dos quais a penas de prisão efectiva, pela prática de crimes de associação criminosa, falsificação e burla qualificada”.

Uma investigação “à prática de actos de corrupção activa e passiva, envolvendo funcionários da Autoridade Tributária, profissionais forenses, responsáveis de clubes desportivos, entre outros” levou à constituição de 17 arguidos pela “comercialização de informação, sob segredo fiscal e profissional” e pela prática de “actos fiscalmente relevantes, mas forjados, a troco de contrapartidas pecuniárias".

“Esta investigação permitiu evidenciar fragilidades de funcionamento e controlo nos serviços em causa””, acrescenta o relatório.

Num caso de furto de obras de arte e branqueamento, uma outra investigação, que começou mais por incidir no furto, em 2011, de dois chifres de rinoceronte do século XVIII avaliados em 400 mil euros e que pertenciam ao do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, desenvolveu-se depois para “crimes de furto qualificado, contrabando qualificado e branqueamento, perpetrados por dois indivíduos estrangeiros”.

“No decurso da investigação foram ainda identificados e detidos no aeroporto de Lisboa mais dois cidadãos estrangeiros, pai e filho, na posse de uma significativa quantia em dinheiro e seis chifres de rinoceronte”, refere o relatório.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde classificou como ambicioso o compromisso assumido por 12 hospitais públicos para reduzir para metade as...

Os 12 hospitais do Serviço Nacional de Saúde seleccionados por concurso formalizaram o compromisso com a Fundação Gulbenkian para reduzir em 50%, em três anos, a ocorrência de infecções hospitalares.

“Através deste apoio da Fundação Gulbenkian é possível estabelecer um objectivo ambicioso de redução da infecção hospitalar em 12 hospitais, com uma meta quantificada. Dos trabalhos feitos em termos internacionais de outros programas chegou-se, em alguns hospitais de outros países, a taxas de sucesso superiores”, afirmou o ministro Paulo Macedo aos jornalistas, no final da cerimónia que decorreu em Lisboa.

Aliás, o presidente da Fundação Gulbenkian deu o exemplo de programas semelhantes aplicados na Escócia, Inglaterra ou Dinamarca onde, nalguns casos, se alcançou até 85% de redução das infecções hospitalares.

O próprio ministro da Saúde reconheceu que Portugal tem apresentado taxas de infecções hospitalares acima da média europeia, embora tenha frisado que no ano passado foram alcançados resultados mais positivos do que em anos anteriores, nomeadamente ao conseguir uma redução na resistência a antibióticos nos hospitais.

Segundo estimativas feitas por especialistas, Portugal gasta entre 200 a 300 milhões de euros por ano com as infecções hospitalares.

Mas Paulo Macedo lembrou que, ao reduzir as infecções hospitalares, o “maior ganho é em vidas”, seguindo-se a diminuição de complicações nos doentes e depois os ganhos de sustentabilidade nos serviços de saúde.

Depois de seleccionados os 12 hospitais, entre 30 candidatos, o programa definido pela Fundação Gulbenkian prevê que se estabeleça em cada unidade um ponto de partida para que seja possível medir e avaliar as metas a alcançar.

Desta forma, em cada hospital participante serão medidos, no período de seis meses, todos os casos que se incluem no programa, que contempla quatro grupos de infecção, entre elas as pneumonias associadas à intubação em cuidados intensivos e infecções do local cirúrgico.

Os hospitais que participam têm pelo menos 200 camas hospitalares e candidataram pelo menos um serviço de cuidados intensivos de adultos, um serviço de cirurgia geral e/ou ortopedia e um serviço de medicina interna.

A redução da infecção hospitalar em Portugal foi um dos três Desafios Gulbenkian definidos no Relatório Um Futuro para a Saúde, apresentado em Setembro do ano passado.

O Instituto for HealthCare Improvement (Estados Unidos) é parceiro deste projecto, depois de ter desenvolvido iniciativas semelhantes noutros países.

Os doze hospitais portugueses que vão participar do projecto “STOP Infecção Hospitalar” são: Centro Hospitalar de Lisboa Central e de Lisboa Norte, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Instituto Português de Oncologia do Porto, Centro Hospitalar Alto Ave, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Centro Hospitalar de São João, Centro Hospitalar da Cova da Beira, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Hospital de Braga e Serviço de Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira - Hospital Nélio Mendonça.

Estudantes da Escola de Saúde de Santarém promovem
A questão do cuidado em enfermagem vai ser o tema central do 5º Congresso Luso-Espanhol de Estudantes de Enfermagem, que se vai...

A subdirectora da Escola Superior de Saúde de Santarém (ESSS), Hélia Dias, disse que o congresso “Cuidar e Ser Cuidado – a centralidade da pessoa nos cuidados” surge no âmbito do programa Erasmus +, que promoveu uma aproximação à universidade espanhola de Oviedo, que já desenvolvia um congresso para estudantes e desafiou a escola de Santarém a partilhar o evento, passando a decorrer alternadamente em cada uma das instituições.

O congresso, que integra professores na comissão organizadora, é presidido por alunos, que decidem as temáticas e as personalidades a convidar, no que acaba por permitir o desenvolvimento de competências como a organização de eventos e o contacto com as entidades a convidar e com estudantes de outras universidades, afirmou.

A edição deste ano terá como “novidade” a transmissão do congresso em tempo real, no âmbito da rede com instituições do ensino superior da América Latina a que o Instituto Politécnico de Santarém aderiu recentemente, disse Hélia Dias.

Sublinhando que a temática do “cuidar” está muito associada à profissão da enfermagem, a subdirectora da ESSS afirmou que, apesar de o conceito ser trabalhado no ciclo de formação, os estudantes quiseram “repensar” e voltar a abordar o assunto ouvindo outras pessoas.

Assim, o congresso contará com a presença de estudiosos da enfermagem, portugueses e espanhóis, mas também de cuidadores não formais - como uma filha que cuidou do pai e que vai dar o seu ponto de vista “sobre a forma como os enfermeiros estão com as pessoas” – e de uma pessoa “cuidada”, neste caso a ex-vocalista dos Silence 4 Sofia Lisboa, que escreveu o livro “Nunca Desistas de Viver”, vencido o combate contra uma leucemia, “na perspectiva da pessoa que foi cuidada”.

Hélia Dias referiu a presença do coordenador do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, Manuel Lopes, que abrirá o congresso no dia 9 com uma comunicação sobre “acessibilidade dos cuidados”, cabendo a conferência de dia 10, sobre a “evolução do cuidar em enfermagem”, a Margarida Vieira, da Universidade Católica do Porto.

Grupo de pesquisa Cancro de Cabeça e Pescoço
Com apenas 37 anos, Ana Castro, médica oncologista, integra a direcção do grupo de pesquisa do Cancro de Cabeça e Pescoço, da...

"O grupo de pesquisa do cancro de cabeça e pescoço da European Organisation for Research and Treatment of Cancer (EORTC) é um grupo multidisciplinar cujo objectivo é a elaboração de protocolos de investigação académica e de iniciativa do investigador, cuja finalidade é alterar o estado da arte no tratamento destes doentes. 

A nomeação para este cargo, para além de uma enorme honra, vai permitir ter um papel activo nos avanços da minha área de actuação clínica, bem como na inclusão de Portugal como um país parceiro na investigação europeia”, conta Ana Castro, médica oncologista do Centro Hospitalar do Porto e actual Presidente do Grupo de Estudos do Cancro de Cabeça e Pescoço.

“Todos os anos registamos em Portugal cerca de 2.500 novos casos e, cada vez mais, nos jovens e jovens adultos. A investigação clínica deve, por isso, acompanhar estas tendências, tentando sempre uma melhor compreensão da doença, dos seus factores de risco e de prognóstico, no sentido de criar melhores estratégias de diagnóstico e de tratamento.

Estar no centro das decisões permite, ajudar a melhorar a gestão dos doentes com cancro de cabeça e pescoço, aumentando a taxa de sobrevivência e qualidade de vida destes doentes”, finaliza Ana Castro.

6 de Abril - Dia Mundial da Actividade Física
As lesões traumáticas oculares são a principal causa de cegueira em crianças nos países desenvolvidos e muitas das que...

Os pais, professores e treinadores têm um papel fundamental na protecção dos olhos das crianças, devendo incentivar a utilização de materiais de protecção. Por ocasião do Dia Mundial da Actividade Física, que se assinala a 6 de Abril, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) considera fundamental alertar a população para a necessidade da prevenção de lesões oculares durante a prática desportiva.

“A grande maioria das lesões oculares relacionadas com a prática desportiva pode ser prevenida. A ameaça é diferente consoante a actividade física/desporto. Em todos os casos é possível diminuir drasticamente o risco de lesão ocular através do uso de protecção adequada. Na verdade, a protecção ocular deve ser encarada como parte integrante de qualquer uniforme desportivo”, defende Maria João Quadrado, presidente da SPO.

Os desportos com maior risco de lesão ocular envolvem projécteis/bolas de alta velocidade (ex. squash, paintball), tacos/raquetes (ex. hóquei no gelo, hóquei em campo) ou um elevado grau de contacto corporal intencional (desportos de combate) ou não intencional (ex. basquetebol, futebol, andebol, etc.). Desportos como natação e ginástica estão associados a um menor risco de lesão ocular.

Em desportos de ar livre (ex. ski, ciclismo), a utilização de lentes escuras, apropriadas para a prática desportiva, é recomendada para reduzir o risco de lesões oculares provocadas pela radiação ultravioleta (catarata, doenças da retina, cancro da superfície ocular, cancro da pele).

Maria João Quadrado explica que “todos os atletas devem usar material de protecção ocular adequado ao desporto que praticam. É importante ter em atenção o tamanho (adequado ao atleta), conforto e composição do equipamento de protecção (geralmente constituído por lentes de policarbonato, um plástico altamente resistente ao impacto). Esta indicação deverá sempre ser efectuada por um médico oftalmologista”.

E lembra ainda que “as lentes de vidro não fornecem uma protecção adequada para a prática desportiva. Em algumas situações podem mesmo aumentar o risco ou a gravidade das lesões (ex.: quando as lentes de vidro se partem num embate, podendo levar a perfurações do globo ocular). Nos casos de baixa visão poderá ser indicada o uso de lentes de contacto. Esta medida não substitui, de forma alguma, a utilização concomitante de protecção exterior de acordo com tipo de desporto praticado”.

A SPO recomenda a todos os atletas, profissionais e não profissionais, que vigiem a saúde dos seus olhos através de consultas regulares de Oftalmologia. 

Ácido zoledrónico para administração intravenosa
O Aclasta é um medicamento usado no tratamento de doenças ósseas, como a osteoporose e a doença de Paget, pertencente à classe...

O Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento adoptou as recomendações do Comité de Avaliação do Risco em Farmacovigilância relativas à implementação de novas medidas de minimização do risco de desenvolvimento de osteonecrose da mandíbula associado ao ácido zoledrónico (Aclasta), conforme divulgado na Circular Informativa N.º 047/CD/8.1.7. de 18/03/2015

Assim, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) e o Infarmed informam o seguinte:

Profissionais de saúde
- O risco de desenvolvimento de osteonecrose da mandíbula é superior em doentes com complicações ósseas associadas ao cancro, por estarem expostos a doses mais elevadas, do que nos doentes em tratamento para a osteoporose;
- O início do tratamento (ou de um novo ciclo de tratamento) deve ser adiado em doentes que apresentem lesões abertas na mucosa bucal ou que necessitem de tratamento na boca ou dentes;
- Os doentes que apresentem factores de risco devem ser sujeitos a um exame oral e a uma avaliação individualizada do benefício/risco antes do início do tratamento. Consideram-se os seguintes factores de risco:
- Cancro, comorbilidade (ex. anemia, coagulopatias, infecções) e tabagismo;
- Medicação concomitante: corticosteroides, quimioterapia, inibidores da angiogénese e radioterapia na cabeça e pescoço;
- Higiene oral inadequada, doença periodontal, próteses dentárias desajustadas, história de doença dentária e de procedimentos dentários invasivos, como extracção dentária;
- Os doentes devem ser aconselhados a manter uma higiene oral adequada, incluindo consultas regulares ao dentista, e a informar o médico sobre eventuais sintomas na boca ou dentes.
- As intervenções dentárias invasivas devem ser evitadas em doentes em tratamento com ácido zoledrónico. Caso seja necessário, a intervenção deve ser programada para uma data distante da data de administração do medicamento.

Doentes
- A osteonecrose da mandíbula é um efeito secundário muito raro do medicamento Aclasta, mas que pode ser prevenido se forem tomadas algumas precauções;
- Antes do início do tratamento, informe o seu médico se:
- Está com algum problema na boca, gengivas ou dentes, incluindo se tem programada a extracção de algum dente;
- Não for ao dentista há muito tempo;
- É fumador (o que pode aumentar o risco de desenvolver problemas nos dentes);
- Já tomou algum medicamento para tratar a osteoporose;
- Está a tomar medicamentos corticosteroides (ex. prednisolona ou dexametasona);
- Tem cancro.
- Antes do início do tratamento, o médico pode sugerir a realização de um exame à boca;
- Durante o tratamento, é fundamental a manutenção de uma boa higiene oral e a consulta frequente ao dentista. Se usar uma prótese dentária, certifique-se que esta está bem ajustada à boca. Se estiver a fazer algum tratamento dentário ou se tiver uma cirurgia à boca programada, deve informar o seu médico e dizer ao dentista que está a tomar Aclasta.
- Deve contactar, de imediato, o médico ou o dentista se sentir algum problema na boca ou dentes, como dor, inchaço ou feridas difíceis de cicatrizar.

A opinião do Comité de Medicamentos de Uso Humano será agora enviada para a Comissão Europeia, a quem compete emitir uma decisão vinculativa.

A EMA está ainda a considerar a aplicação de medidas semelhantes a outros bifosfonatos para administração intravenosa e para o denosumab, medicamentos usados no tratamento da osteoporose e na prevenção de complicações ósseas provocadas por cancro e que também apresentam risco de desenvolvimento de osteonecrose da mandíbula.

Entre especialistas
Os benefícios do consumo de leite por adultos deixaram de ser consensuais entre os especialistas, havendo quem sublinhe os...

“Contrariamente ao que foi apregoado durante muitos anos, as evidências científicas têm vindo a confirmar que, realmente, também existem malefícios associados à ingestão de leite”, explicou o nutricionista Nuno Velho Cabral.

Este especialista defende por isso que os adultos devem moderar a ingestão de leite, uma vez que essas evidências científicas associam o seu consumo a problemas de saúde, como doenças coronárias.

O nutricionista salvaguarda, contudo, que os malefícios apontados são proporcionais à quantidade de leite ingerida e que não é certamente por um adulto saudável ingerir um copo de leite por dia que irá prejudicar, à partida, a sua saúde.

“O leite era visto como um alimento algo completo, fonte de proteína, de algumas vitaminas e de cálcio, mas hoje existem muitos outros alimentos com teor de cálcio igualmente elevado como os brócolos, as ameixas, espinafres cozidos ou a sardinha”, explicou.

O nutricionista açoriano contextualiza que o leite surgiu sempre como um bom instrumento para tentar suprir algumas das necessidades em meios subdesenvolvidos e aponta que há também muitos interesses económicos na área da alimentação, como é o caso da indústria dos lacticínios, que incentivam o seu consumo.

“Ao contrário do que durante anos e anos se tem vindo a dizer, que o leite é muito rico em cálcio e previne a osteoporose, o que se sabe hoje em dia é que o nosso corpo tem uma necessidade extrema de deslocar parte do cálcio que já existe nos nossos ossos para ir neutralizar a acidez do estômago provocada por este alimento”, declara.

Sublinhando que esta questão vai muito além da intolerância à lactose, Nuno Velho Cabral refere que as novas gerações fazem hoje outras opções quando procuram os profissionais para se aconselharem, com base na internet ou revistas da especialidade.

O especialista em nutrição exemplifica que hoje está na moda as sementes de chia, que são o elemento que se conhece actualmente com o teor mais elevado de cálcio que existe no planeta e que facilmente se pode inserir na alimentação com um iogurte, uma sopa ou uma salada.

“Neste momento, as pessoas cada vez mais procuraram outras opções, incluindo substituir leite por outras bebidas de arroz ou amêndoa, ou ainda à base de soja. Sem sombra de dúvida que pode-se fazer uma alimentação equilibrada sem prejudicar a nossa saúde, não bebendo leite”, afirma o nutricionista.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o consumo de leite e produtos lácteos per capita no país teve uma quebra, embora pouco acentuada, entre 2009 e 2013.

Enquanto em 2009 cada português consumia 85,2 quilos de leite, em 2013, últimos dados conhecidos, este valor era de 79,8 quilos.

Com 12 hospitais
A Fundação Calouste Gulbenkian vai assinar com doze hospitais públicos apurados por concurso um compromisso para os próximos...

Segundo informação da Fundação Calouste Gulbenkian, os doze hospitais públicos foram apurados por concurso, seleccionados entre 30 candidaturas, representando 65 a 75% dos hospitais em Portugal.

O programa tem a duração de três anos e visa uma redução de 50% na ocorrência de infecções hospitalares.

Ainda segundo informações da Gulbenkian, a questão das infecções hospitalares assume uma dimensão especialmente relevante em Portugal, com uma prevalência acima da média europeia (quase o dobro, segundo dados do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças).

A redução da infecção hospitalar em Portugal foi um dos três Desafios Gulbenkian definidos no Relatório Um Futuro para a Saúde, apresentado em Setembro do ano passado.

Na altura, Nigel Crisp, um antigo responsável pelo serviço de saúde inglês e que presidiu ao grupo de especialistas que elaborou o Relatório Um Futuro para a Saúde, disse que as infecções hospitalares representam uma despesa de 280 milhões de euros por ano, segundo dados oficiais.

O Institute for HealthCare Improvement (dos Estados Unidos) é parceiro deste projecto, depois de ter desenvolvido iniciativas semelhantes na Escócia, em Inglaterra e na Dinamarca.

Os doze hospitais portugueses que vão participar do projecto “STOP Infecção Hospitalar” são: Centro Hospitalar de Lisboa Central e de Lisboa Norte, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Instituto Português de Oncologia do Porto, Centro Hospitalar Alto Ave, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Unidade Local de Saúde do Nordeste, Centro Hospitalar de São João, Centro Hospitalar da Cova da Beira, Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, Hospital de Braga e Serviço de Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira - Hospital Nélio Mendonça.

Na cerimónia de assinatura desta carta de compromisso com os doze hospitais participam Nigel Crisp, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, o presidente da Fundação Calouste Gulbenkian e o director executivo do Institute for Healthcare Improvement.

Em quase todo o país
Todas as regiões do país, com excepção dos Açores, apresentam hoje risco muito alto e alto de exposição à radiação ultravioleta...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), o Funchal (Madeira) apresenta hoje risco muito alto de exposição à radiação ultravioleta (UV) enquanto as regiões de Aveiro, Beja, Bragança, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Lisboa, Penhas Douradas, Porto, Portalegre, Porto Santo, Sagres, Santarém, Setúbal, Sines, Viana do Castelo, Viseu e Vila Real estão com níveis altos.

Para as regiões com níveis muito altos e altos, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protector solar e evitar a exposição das crianças ao sol.

De acordo com o IPMA, a radiação ultravioleta pode causar graves prejuízos para a saúde se o nível exceder os limites de segurança, sendo que o índice desta radiação apresenta cinco níveis, entre o baixo e o extremo, com onze.

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral das regiões norte e centro até meio da manhã, vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte no litoral oeste, com rajadas da ordem dos 60 quilómetros por hora a norte do Cabo Raso durante a tarde, e nas terras altas.

A previsão aponta ainda para a possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal e pequena subida da temperatura máxima na região norte.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte, vento moderado de nordeste, soprando fraco nas vertentes sul e pequena descida da temperatura máxima.

Para os Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos no grupo Ocidental e dispersos e vento sueste moderado a fresco.

Quanto às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 11 e 22 graus Celsius, no Porto entre 9 e 18, em Vila Real entre 7 e 26, em Viseu entre 6 e 24, em Bragança entre 5 e 26 na Guarda entre 9 e 20, em Castelo Branco entre 9 e 28, em Évora entre 8 e 26, em Beja entre 9 e 28, em Faro entre 14 e 27, no Funchal entre 14 e 21, em Ponta Delgada entre 13 e 18, em Angra do Heroísmo entre 14 e 18 e em Santa Cruz das Flores entre 15 e 19.

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