Governo
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, referiu, na Guarda, que a falta de médicos em alguns hospitais do país, não se deve a &quot...

"A falta de médicos em algumas especialidades, como nós já dissemos, em vários locais do país, não se trata de qualquer inibição em termos de disponibilidades financeiras. Nós contratamos todos os médicos das especialidades em que há carências", disse Paulo Macedo aos jornalistas, no final da cerimónia de tomada de posse do novo Conselho de Administração (CA) da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda.

O governante aludiu ao caso do Hospital Sousa Martins, na Guarda, gerido pela ULS, dizendo que as carências "mais prementes" são na área de anestesia, uma situação que "é comum a todo o país", e também na área da radiologia.

"Algumas carências têm que ser supridas de uma forma colaborativa, como foi referido na tomada de posse, neste caso através de um acordo que foi feito com o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC)", apontou.

Na área da radiologia disse que "também terá que se ter caminhos através da telerradiologia, da telemedicina e também tornar mais atractivas as condições para os médicos se virem fixar na Guarda".

Para a fixação de médicos também contribuirá o diploma publicado para pagar ajudas de custo aos profissionais que tenham mobilidade a mais de 60 quilómetros.

"Neste caso concreto da Guarda permite que alguns dos 1.500 médicos que o CHUC tem possam vir a deslocar-se à Guarda", observou.

Referiu ainda "os incentivos à fixação no interior de médicos para certas especialidades, que vai ser também publicado entre este mês e o próximo".

"Nós esperamos que também dê algum contributo concretamente para algumas especialidades aqui na Guarda e, por outro lado, também a possibilidade de recorrermos a médicos reformados que também possa ter algum impacto positivo, designadamente em termos de médicos de medicina geral e familiar", disse Paulo Macedo.

O ministro disse que na área da ULS/Guarda, responsável por dois hospitais e 13 centros de saúde, mais de 90% da população tem médico de família mas continua a existir falta de médicos de família, sendo necessário contratar oito profissionais.

Paulo Macedo indicou que nos últimos 16 meses foram recrutados 250 pessoas para a ULS/Guarda, sendo cerca de 58 enfermeiros, mais de 40 médicos e oito especialistas.

"Este ano já recrutámos mais 35 médicos e autorizámos recentemente a contratação de mais 16 enfermeiros", apontou.

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) entregou uma carta aberta ao ministro da Saúde a alertar que "a grave carência de recursos humanos" na ULS/Guarda, não só "põe em causa a qualidade dos serviços de saúde prestados, bem como, a resposta mínima exigida de algumas das suas valências".

O SEP "não pede incentivos para fixar enfermeiros", disse o sindicalista Honorato Robalo, lembrando que "há muitos enfermeiros no desemprego e poucos nos serviços".

Organização Mundial da Saúde
O presidente da AMI, Fernando Nobre, felicitou a OMS por criar uma rede mundial de equipas médicas para responder prontamente a...

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a criação de um novo organismo que irá integrar equipas médicas multifacetadas, que incluirá pessoal de organização não-governamentais, para responder prontamente as crises humanitárias a nível mundial.

De acordo com o responsável pelo novo projecto daquela agência das Nações Unidas, Ian Norton, a ideia é ter equipas devidamente qualificadas em todo o mundo prontas para intervir em caso de emergências graves, tais como epidemias, terramotos e tsunamis.

"Estamos a pedir às organizações, aos países e às organizações não-governamentais para se cadastrarem. Esperamos que se registem, pelo menos, 150 no primeiro ano”, disse aos jornalista, em Genebra, Ian Norton.

Em declarações, o presidente da Assistência Médica Internacional (AMI) disse estar “completamente de acordo” com a iniciativa das Nações Unidas, assinalando que "com certeza que a AMI se irá cadastrar".

“Vejo com bons olhos esta iniciativa da OMS, mas acho que vai ter que ser enquadrada numa estrutura mais alargada que é a OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários)”, responsável pela gestão de 13 'clusters', incluindo a da OMS que, no quadro da OCHA, já é responsável pelo ramo da saúde.

“Entendo esta preocupação da OMS, que eu aplaudo, e com certeza que a AMI se irá cadastrar porque já trabalhou inclusive com a OMS e outras agências das Nações Unidas” em situações de emergência, disse Fernando Nobre.

Através desta rede de rápida intervenção, que vai agregar pessoal especializado na área de saúde, a agência das Nações Unidas pretende que se faça uma melhor coordenação das acções humanitárias em todo o modo, caso seja necessário, disse aos jornalistas o responsável pelo projecto, Ian Norton.

As autoridades de países atingidos por situações de emergência poderão consultar a lista e decidir quais equipas médicas estrangeiras serão necessárias para auxiliar as vítimas de eventuais calamidades naturais e epidemias, disse Ian Norton.

Iniciativa da Sonae Sierra e Associação Alzheimer Portugal
A Sonae Sierra e a Associação Alzheimer Portugal estão a celebrar o segundo ano de actividade do Café Memória, uma iniciativa...

O objectivo reside na partilha de experiências e suporte mútuo, com o acompanhamento de profissionais de saúde e de acção social, para contribuir para a melhoria da qualidade de vida e redução do isolamento social em que muitas destas pessoas se encontram.

Desde o seu lançamento, o Café Memória conta já com sete locais de encontro em todo o país. Após quase um ano desde a realização das primeiras sessões nos restaurantes Portugália do Centro Colombo e do CascaiShopping, foi assinada uma parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, da qual resultaram mais dois novos Cafés Memória, com sessões na Cafetaria do Museu de S. Roque e no Espaço Santa Casa, em Lisboa. Em Setembro de 2014, o projecto foi alargado a Campo Maior, através da parceria com a Associação Coração Delta e a Santa Casa da Misericórdia de Campo Maior. Ainda em 2014, a iniciativa chegou ao Porto, resultado do investimento local das fundações Montepio e Calouste Gulbenkian, parceiros institucionais do CAFÉ MEMÓRIA. No final do ano, o projecto foi também lançado em Viana do Castelo fruto da parceria com a Câmara Municipal de Viana do Castelo e a HOPE! Respostas Sociais, cujas sessões decorrem no restaurante Camelo do Estação Viana Shopping.

Em breve passarão a nove com as aberturas confirmadas dos Cafés Memória de Oeiras e Viseu.

Desde o seu lançamento, o projecto mobilizou 1.525 participações, maioritariamente cuidadores e familiares de pessoas com demência, e contou com o apoio de 153 voluntários que já dedicaram perto de 2.500 horas ao projecto.

Contou ainda com a presença de cerca de 200 convidados, especialistas e pessoas interessadas na área das demências.

A propósito do segundo aniversário do projecto, Elsa Monteiro, Directora de Sustentabilidade e Comunicação Corporativa da Sonae Sierra, refere que “estamos muito satisfeitos com o sucesso que o Café Memória alcançou a vários níveis: por um lado, a forte adesão de doentes, familiares e cuidadores de pessoas com problemas de memória ou demência e, por outro, o interesse que tem suscitado junto de diversas entidades para se associarem ao projecto e levá-lo para outras regiões do país. O balanço positivo destes dois anos de actividade demonstra a relevância da iniciativa, bem como o impacto real e positivo na qualidade de vida das pessoas”. E acrescenta, “é muito gratificante podermos ser um agente facilitador e mobilizador deste ponto de encontro e sentirmos que ao longo destes dois anos fizemos a diferença na vida de muitas pessoas”.

Para João António Carneiro da Silva, Presidente da Associação Alzheimer Portugal, “dois anos após o lançamento do Café Memória em Portugal e já com sete Cafés Memória em pleno funcionamento, não restam dúvidas de que esta é uma iniciativa da maior relevância, tanto para os cuidadores, como para as pessoas com demência. Cada vez mais se torna fundamental a existência de respostas locais, de proximidade, e o feedback positivo que recebemos dos participantes demonstra-nos que vale a pena unir esforços para levar o Café Memória a outras zonas do país".

Investigação realizada no CICS-UBI revela
Um grupo de investigadores da Faculdade de Ciências da Saúde comprovou que o consumo regular de chá branco é eficaz na...

Este trabalho resulta da estreita colaboração entre a equipa liderada por Branca Silva, que se dedica ao estudo dos antioxidantes de origem natural e do seu papel na saúde humana, e a equipa liderada por Pedro Oliveira, que foca a sua investigação no estudo da função reprodutiva masculina e na fisiologia das células de Sertoli. Estes investigadores concluíram que o consumo diário de chá branco, rico em antioxidantes, reduz os efeitos da hiperglicemia intermédia e consequente stresse oxidativo no coração e cérebro. Trata-se, portanto, de uma estratégia preventiva muito simples, eficaz e económica com comprovada actividade cardio e neuroprotectora em indivíduos pré-diabéticos. Poderá vir a ser utilizada como complemento a um estilo de vida saudável, caracterizado por uma dieta equilibrada associada a exercício físico moderado.

Beber chá branco com regularidade não faz milagres, mas pode fazer a diferença no combate a doenças crónicas. Por isso, o trabalho deste grupo de investigadores vai continuar com a análise dos efeitos da planta noutras doenças como o Alzheimer.

Na Europa
Portugal tem a mais elevada taxa da Europa de novos doentes a fazer diálise, com quase 2.500 novos pacientes com insuficiência...

Segundo o Gabinete de Registo da Sociedade Portuguesa de Nefrologia, depois de em 2011 e em 2012 o número de novos doentes com insuficiência renal crónica em Portugal ter diminuído, voltou no ano passado a aumentar, o que já tinha acontecido em 2013.

Em 2014 entraram 2.473 doentes em tratamento de substituição da função renal – ou diálise ou através de transplante de rim -, havendo quase 235 novos doentes em diálise por milhão de habitantes.

“Portugal tem uma taxa de novos doentes a fazer diálise que é a mais alta de toda a Europa e uma das mais altas do mundo”, afirmou o presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, Fernando Macário, a propósito do Encontro Renal que decorre na próxima semana em Vilamoura.

As razões não são claras, mas os especialistas lembram que a diabetes e a hipertensão arterial, com grande incidência em Portugal, são das principais causas da insuficiência renal crónica.

Além disso, Fernando Macário lembrou que Portugal tem “uma total disponibilidade de diálise para os doentes”, sem restrições ao tratamento, “o que é um factor positivo”.

Segundo o especialista, aumentou também entre 2013 e 2014 os doentes que foram transplantados sem necessitarem de passar primeiro pela diálise.

Em 2013 registaram-se apenas nove desses casos, mas no ano passado houve 24 doentes que foram transplantados de forma directa.

“O transplante renal é dependente da disponibilidade de órgãos, a maior parte de cadáver. Implica uma espera. Em média, a espera é de cinco anos. Uma maneira de contornar esta espera é o doente ter alguém que lhe doe um rim em vida e, assim, pode ser transplantado sem ter de passar pela diálise”, explicou Fernando Macário.

Até 2007, a doação de órgãos só era permitida entre familiares com consanguinidade até ao terceiro grau. A partir da lei n.º 22/2007, qualquer pessoa, como cônjuges ou amigos, pode ser dador de órgãos em vida, independentemente de haver relação de consanguinidade.

Em Portugal estima-se que cerca de 800 mil pessoas sofram de doença renal crónica e actualmente estão em tratamento 18 mil doentes (dois terços em diálise e um terço já transplantados).

“Momentos Mamãs e Bebés”
“Que venha com saúde!” É o principal desejo de todas as mães, que anseiam pelo parto para poder ver pela primeira vez o rosto...

Actualmente, são muito poucos os centros a fazer estas ecografias. São designadas de “emocionais” por não serem de diagnóstico (realizadas através da tecnologia 2D). As 3D permitem uma imagem mais realista e tridimensional do bebé. As 4D têm movimento: vemos o que o bebé está a fazer em tempo real; as suas expressões, os seus gestos, os seus movimentos dentro do ventre materno. Se estão a sorrir, a bocejar, a abrir os olhos, a chuchar no dedo, a beber o líquido amniótico…

Potenciar o vínculo afectivo e dar oportunidade aos futuros pais de conhecerem o seu filho antes do nascimento são os principais objectivos deste género de ecografias. No âmbito da parceria com a Mamãs e Bebés, o MAR Shopping recebe, no fim de semana de 11 e 12 de Abril, no Atrium, a iniciativa “Momentos Mamãs e Bebés” onde será possível que os futuros papás fiquem a conhecer os seus bebés através de uma ecografia emocional 3D/4D gratuita, em cinco minutos.

Destinados às famílias que tenham bebés ou que estejam a preparar-se para dar as boas-vindas a um novo membro, “Momentos Mamães e Bebés” prometem despoletar o maravilhoso potencial do bebé, através de actividades como Babyoga, Babyarte e Estimulação Sensorial.

As futuras mamãs vão poder praticar Yoga para Grávidas. Será ainda possível assistir a palestras para gestantes no mesmo espaço. “Momentos Mamãs e Bebés” conta também com a presença de algumas lojas do sector infantil do MAR Shopping e de sessões fotográficas gratuitas para grávidas.

Os pais que queiram mostrar os dotes fotográficos do seu rebento podem inscrevê-lo no casting para eleger o Bebé MAR Shopping 2015. Os primeiros 25 bebés recebem um cheque oferta no valor de 20€.

As inscrições, que também funcionam por ordem de chegada, podem ser feitas em www.mamasebebes.pt.

Programação:

11 de Abril

11h00 | Babyoga (8 a 13 meses)
12h00 | Babyoga (2 a 7 meses)
15h30 | O choro e as cólicas do bebé
16h00 | Criopreservação das células estaminais
16h30 | O que levar para a maternidade e o enxoval do bebé

12 de Abril

11h00 | Yoga para grávidas
12h00 | Babyoga (2 a 7 meses)
16h00 | Estimulação sensorial: Actividades com os 5 sentidos (6 a 12 meses)
17h00 | Baby Arte: pintura comestível (mais de 12 meses

Cientista brasileira
Uma cientista brasileira descobriu um método para detectar cancro antes do aparecimento dos sintomas iniciais e que dispensa a...

Priscila Kosaka, de 35 anos, investigadora do Instituto de Microeletrónica de Madrid há seis anos, desenvolveu um método menos invasivo que utiliza um nano-sensor que é “dez milhões de vezes mais eficaz” do que os exames tradicionais realizados em amostras de sangue dos pacientes.

O sensor, com anticorpos na superfície, é como um “trampolim muito pequenininho” e quando em contacto com uma amostra de sangue de uma pessoa com cancro “captura” a partícula diferente e fica mais pesado, explicou a investigadora, citada pelo portal de notícias G1.

Outras componentes associadas à técnica fazem também com que se verifique uma mudança de cor das células, sinalizando a presença de um tumor maligno.

“Actualmente não existe nenhuma técnica que permita a detecção de moléculas que estão em concentrações muito baixas e que coexistam com mais de 10 mil espécies de proteínas numa única bio-amostra”, afirmou, sublinhando que, hoje em dia, nenhum método permite encontrar a “agulha no palheiro’”.

“Portanto, existe uma necessidade de tecnologias capazes de registrar moléculas individuais na presença de outras moléculas muito mais abundantes e o nano-sensor que desenvolvi é capaz de fazer isso”, realçou, em declarações citadas pelo G1.

Segundo a cientista, novos estudos podem fazer com que o nano-sensor possa ser melhorado no sentido de identificar o tipo de células cancerígenas detectadas na amostra (gastrointestinal ou do pâncreas, por exemplo).

Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que anualmente são detectados em todo o mundo 21,4 milhões de casos de cancro.

Comité de Política Social da União Europeia
O Comité de Política Social da União Europeia elogiou as mudanças feitas em Portugal na saúde e nas pensões de reforma, mas...

A análise da aplicação das recomendações específicas do Conselho Europeu de 2014, no âmbito dos Programas Nacionais de Reforma, foi disponibilizada na noite de terça-feira pela Direcção-Geral da Saúde (DGS), no seu sítio na Internet.

Um dos objectivos era o de melhorar a sustentabilidade do sistema de pensões, o que o Comité – um órgão consultivo do Conselho de Emprego e Assunto Sociais – considera feito. Alerta porém que, no médio e longo prazo, a suficiência das pensões vai depender de carreiras activas maiores e mais contínuas de homens e mulheres.

Por outro lado, da reforma do sistema de saúde diz-se que “continua a produzir resultados”.

A DGS adiantou que a avaliação decorreu nos dias 24 a 26 de Março de 2015, na Comissão Europeia, em sede conjunta do Comité de Protecção Social e do Grupo de Alto Nível de Saúde Pública do Conselho Europeu.

No entendimento dos analistas da situação portuguesa – Dinamarca e Comissão Europeia –, as “mudanças no sector hospitalar” e a “optimização de custos” permitiram poupanças. As principais medidas apontadas foram progressos na reforma hospitalar, racionalização de custos operacionais, centralização de aquisições, a publicação de Normas de Orientação Clínica que incluem análise de custos, a aplicação de um sistema de avaliação de tecnologias da saúde, o combate à fraude, o aumento de adesão dos médicos e doentes aos medicamentos genéricos, com a DGS a especificar o acordo celebrado entre o Ministério da Saúde e a indústria farmacêutica para baixar o custo dos medicamentos.

No texto considerou-se também que a aplicação do programa de ajustamento trouxe “desafios crescente em termos de intervenção pública, em particular quanto ao alcance da protecção social e inclusão social”.

O documento realçou que uma “parte importante” de desempregados que não tem qualquer cobertura de apoio. Os analistas terminaram o seu texto com a recomendação de que Portugal “precisa de continuar a fazer esforços para garantir que as reformas estruturais conduzam a uma cobertura adequada da assistência social, incluindo o rendimento mínimo”.

Em 2016
O vereador dos Direitos Sociais do município de Lisboa disse esperar que a unidade de saúde familiar prevista para o Martim...

“Espero que em 2016 tenhamos uma unidade de saúde familiar a funcionar no largo do Martim Moniz”, afirmou João Afonso, que falava no final de uma apresentação sobre “qual o papel do município na promoção da saúde e qualidade de vida”, feita no Centro de Informação Urbana de Lisboa (Picoas), para assinalar o Dia Mundial da Saúde.

Segundo o autarca, o centro de saúde “que se prevê construir no Martim Moniz está, neste momento, estimado para um número máximo de 22 mil utentes, tendo em conta a capacidade física do espaço [mil metros quadrados] e o tipo de serviços que uma unidade de saúde familiar tem”.

Apesar de ainda não haver datas para o início das obras, João Afonso deu conta de que a Câmara está “a desenvolver, em conjunto com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, uma proposta para o desenvolvimento do projecto” daquele centro.

Com esta nova unidade, a autarquia espera que “se resolvam problemas graves e que precisam de resposta urgente”, referiu o mesmo responsável, frisando que esta situação “mostra que o empenho da câmara é muito importante para resolver a questão dos centros de saúde em Lisboa”.

A unidade de saúde familiar do Martim Moniz será instalada num edifício que pertencia à Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), extinta no final do ano passado, e cuja gestão passou para a Câmara de Lisboa.

Em Novembro do ano passado, o então liquidatário da EPUL Jorge Oliveira disse que o centro de saúde continua previsto para o Martim Moniz.

Para o próximo ano, está previsto também o início das obras para a criação do Hospital de Todos os Santos, em Marvila, que vai concentrar vários dos actuais hospitais localizados no centro da capital.

Os contactos entre o Governo e a Câmara “têm sido positivos e nesse sentido”, salientou João Afonso.

Relativamente à Colina de Santana, discussão “que ainda não está fechada”, o autarca questionou: “Num centro de cidade envelhecido é admissível que feche tudo e que todo o investimento feito ao longo dos anos naqueles diversos hospitais seja desmontado a partir de um negócio imobiliário de terrenos para financiar o outro hospital?”.

De acordo com dados divulgados pelo vereador dos Direitos Sociais, relativos ao perfil municipal de saúde, nos últimos sete anos houve um aumento das doenças mentais, da prevalência da diabetes/obesidade e da incidência de tuberculose na cidade. Para além disso, continua a haver uma carência de cuidados continuados, segundo João Afonso.

Foi ainda assinado um protocolo entre a Câmara e a Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito do projecto “Saúde Porta a Porta”, através do qual jovens estudantes vão a casas de idosos nas freguesias da Estrela e de Campo de Ourique, iniciativa que se pretende estender ao resto da cidade.

O objectivo do programa é “fazer o acompanhamento, monotorização e detecção de problemas mais graves de saúde ao domicílio”, junto de pessoas “com mais idade e com dificuldades de locomoção”, explicou João Afonso.

Estudo revela
Os flavonoides do cacau podem ajudar a atrasar a progressão da diabetes tipo 2, ao travar a perda de massa e função das células...

Esta é a principal conclusão dos autores do estudo, membros do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), que demonstra pela primeira vez o potencial efeito antidiabético num modelo animal ‘in vivo’.

Os resultados do trabalho, realizado em colaboração com a Universidade Complutense de Madrid e o Centro de Investigação Biomédica em Rede de Diabetes e Doenças Metabólicas Associadas (CIBERDEM) do Instituto de Saúde Carlos III, foram publicados na revista Molecular Nutrition and Food Research.

Em comunicado citado pela agência noticiosa espanhola Efe, o CSIC recorda que o cacau é um alimento rico em compostos bioactivos como os flavonoides, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

Recentemente, provou-se em cultura de células que os flavonoides do cacau possuem efeitos antidiabéticos ao promoverem a funcionalidade e a sobrevivência das células beta do pâncreas.

Os resultados mostram que os ratos alimentados com uma dieta rica em cacau durante a fase pré-diabética (entre as seis e as 15 semanas de vida) são capazes de diminuir os seus níveis de hiperglicemia.

Também melhoram a sensibilidade à insulina e desaceleram a perda de massa e o funcionamento das células beta pancreáticas.

Além disso, apresentam um aumento da actividade das defesas antioxidantes do pâncreas, que serve para melhorar a situação do stresse oxidativo e morte celular do estado pré-diabético.

Segundo os autores do estudo, são necessárias mais investigações que permitam definir a real dimensão destes benefícios e, sobretudo, esclarecer os seus mecanismos de acção.

Hospital em Famalicão
O Hospital Narciso Ferreira, em Riba de Ave, Famalicão, vai criar um “centro de excelência em oftalmologia”, com duas unidades...

Em comunicado, a Câmara de Famalicão refere que a criação daquele centro oftalmológico será concretizada graças às obras de ampliação do hospital, que o dotaram de mais 6 mil metros quadrados.

Orçada em sete milhões de euros, a ampliação do hospital, que é propriedade da Santa Casa da Misericórdia, está “praticamente concluída”, devendo as novas instalações abrir em Maio.

A área que vai ficar devoluta acolherá o centro de oftalmologia, com duas unidades de bloco operatório, apetrechadas de um novo equipamento “raro” para a cirurgia de cataratas a lazer.

“Isto representa uma mais-valia para este hospital e uma oferta quase única na área da oftalmologia”, referiu o director clínico do hospital, Salazar Coimbra, citado no comunicado municipal.

A área devoluta será ainda utilizada para um alargamento dos cuidados continuados, que passará a disponibilizar até 57 camas.

No novo espaço, foi criada uma área para fisioterapia que concentrará todos os serviços desde ginásio a sala de hidroterapia, tendo também sido aumenta a zona de internamentos e criadas novas salas de bloco operatório.

Amostras de múmias revelam
Amostras de múmias de uma cripta húngara revelaram que múltiplas estirpes da tuberculose resultam de um único antepassado...

Na origem da descoberta está o facto de, em 1994, trabalhadores a restaurar uma igreja dominicana em Vac, na Hungria, terem descoberto os restos de mais de 200 pessoas cujos cadáveres se haviam mumificado naturalmente.

Os indivíduos, muitos deles católicos abastados, foram colocados, completamente vestidos, numa cripta de uma igreja ao norte da capital, Budapeste, entre 1731 e 1838, e um microclima de ar excepcionalmente seco impediu os corpos e as roupas de apodrecerem.

Em muitos casos, os nomes e detalhes sobre a morte dos indivíduos estavam disponíveis através de registos - tornando-se um tesouro para os epidemiologistas, que assim obtiveram pistas valiosas sobre como as doenças se disseminavam em épocas anteriores.

Os investigadores extraíram amostras de 26 dos corpos recorrendo a marcadores para infecção por tuberculose, e oito delas revelaram-se boas o suficiente para permitir o sequenciamento genético do germe 'Mycobacterium tuberculosis'.

O 'Mycobacterium tuberculosis' foi descrito pela primeira vez em 1882, pelo microbiologista alemão Robert Koch, segundo quem a doença matava uma pessoa em cada sete, mas os investigadores actuais concluíram que a doença já grassava na Europa no século XVIII, antes das habitações lotadas a terem tornado numa assassina em larga escala.

"A análise microbiológica de amostras de pacientes contemporâneos com tuberculose costumam revelar uma única estirpe da doença por paciente", disse Mark Pallen, da Escola Médica da Universidade de Warwick, no centro de Inglaterra, que liderou a nova pesquisa.

"Por contraste, cinco dos oito corpos estudados mostraram mais de um tipo de tuberculose - num dos casos, de um único indivíduo obtivemos evidência de três estirpes distintas", acrescentou.

Todas as amostras transportavam a assinatura genética de uma estirpe de tuberculose chamada 'Lineage 4', actualmente responsável por mais de um milhão de casos de tuberculose por ano na Europa e nas Américas.

Ao fazer a árvore genealógica do germe, a equipa de investigadores relacionou o antepassado com o período romano tardio, o que "confirma a continuidade genótipo de uma infecção que tem devastado o coração da Europa desde tempos pré-históricos", disse Pallen.

Os defensores da datação romana estimam que a tuberculose tenha surgido há 6.000 anos, enquanto outros especialistas sugerem que a doença se espalhou entre os seres humanos há dezenas de milhares de anos.

As múmias descobertas há 21 anos dentro de caixões emparedados na igreja, correspondiam a 265 corpos, desde padres a habitantes locais, e estão agora alojadas no Museu de História Natural Húngaro, que participou na investigação.

Através de uma pele saudável
Para que a pele possa exercer as suas (importantes) funções é necessário que se mantenha saudável.
Rabo e coxa de mulher

A pele é o maior órgão do nosso corpo, corresponde a 16% do peso corporal e exerce diversas e importantes funções como sejam a de regulação térmica ou a de protecção contra os diversos agentes do meio ambiente. Desta forma manter a pele sã é imperativo e passa por manter intactas as suas principais três funções. “Protecção em relação ao ambiente externo, transmissão de informação entre o interior e o exterior através da recepção de estímulos tácteis, térmicos e de dor e, por fim, troca entre o interior e o exterior através, por exemplo, da regulação de temperatura através do suor” refere Teresa Laginha, especialista em Medicina Geral e Familiar, sublinhando que, para assegurar estas funções a pele necessita manter a elasticidade, o grau de hidratação e o nível de pH. Quando este equilíbrio não existe podem surgir diferentes tipos de problemas. A pele da face, pela sua exposição, é a zona do corpo que é mais alvo de preocupações, mas os cuidados devem ser gerais. Aliás, Teresa Laginha explica que, “muitos dos cuidados para manter uma pele saudável são os mesmos que devemos ter para nos mantermos globalmente saudáveis”. Ou seja, fazer uma alimentação variada, beber água suficiente, não fumar, praticar exercício físico, não usar roupa demasiado apertada. Relativamente aos cuidados com a pele, a especialista destaca “o uso de cremes hidratantes, evitar a exposição ao sol sem protecção, os ambientes com ar condicionado e a utilização de banhos com água muito quente”.

Salientar que os produtos/cremes devem ser adequados ao tipo de pele, já que “um produto desadequado pode agravar alguns problemas”. Por outro lado, a temperatura e o número de banhos também têm influência na saúde da sua pele. “A água do banho deve ser tépida uma vez que banhos muito quentes e frequentes removem a proteção da pele provocando ou agravando a sua desidratação”, esclarece a especialista.

Fica claro a importância de ter uma pele saudável, tanto mais quando pode ser “a expressão de doenças de gravidade variável, tais como dermatites e eczema, ou os carcinomas da pele”. Pode ainda ser alvo de outras alterações como “a desidratação, o envelhecimento precoce, alterações da pigmentação como o cloasma ou as estrias. Todas estas alterações são muito comuns. As estrias, por exemplo, afectam cerca de 90% das mulheres, principalmente durante a gravidez.

“A pele adapta-se às contínuas alterações do corpo através da expansão e contracção, mas quando se dão alterações bruscas de peso, a pele pode não ter elasticidade suficiente para se ajustar, e ocorrerem alterações nas estruturas da pele”, explica Teresa Laginha, acrescentando que, quando essas lesões se reparam formam as cicatrizes que designamos como estrias. A gravidez e as perdas significativas de peso são exemplos de situações em que ocorrem variações bruscas de peso. E uma vez formadas, as estrias são muito difíceis de remover. “Alguns produtos e tratamentos mais invasivos podem melhorar a sua aparência mas o melhor é prevenir o seu aparecimento”, aconselha a especialista.

Tratar as estrias

A melhor forma de prevenir o aparecimento de estrias, além de evitar as variações significativas de peso, é assegurar que a pele mantém a sua elasticidade. Isto é conseguido mantendo a pele bem hidratada e com bom tónus: através de uma alimentação saudável (bebendo água suficiente e consumindo alimentos ricos em vitamina E, C e zinco que ajudam a formar colagénio), pela prática de exercício físico (natação, caminhadas, ioga, bicicleta), mediante a aplicação tópica duas vezes ao dia de um hidratante que maximize a elasticidade da pele.

Há vários tratamentos que se podem fazer para melhorar a aparência das estrias:

Peelings

Aplicação de produtos com ph ácido;

Dermoabrasão

Actuam nas camadas superficiais da pele e baseiam-se no princípio da formação de novo colagénio. Deve ser evitada a exposição solar;

Laser

O laser contribui para que as estrias sejam menos evidentes incidindo nos pequenos vasos.

São contra-indicações para a utilização do laser: as grávidas, as pessoas em tratamento com isotretinoína (tratamento de acne), com herpes em actividade, pessoas com aumento de sensibilidade à luz (por exemplo os portadores de Lúpus), pacientes submetidos a tratamento imunossupressor (como quimioterapia) ou radioterapia; pessoas com lesão pigmentar suspeita ou com antecedentes de problemas de cicatrização (formação de queloides e hiperpigmentação). A sua utilização também não está indicada nas pessoas com pele morena ou de raça negra.

Aplicação tópica de géis, cremes, pomadas e óleos

São os meios menos invasivos para melhorar a aparência de cicatrizes e também os menos dispendiosos. Muitos óleos e cremes são bastante eficazes porque melhoram a hidratação, facilitando a renovação da pele e estimulando a produção de novo colagénio.

Artigos relacionados

Estrias: descubra os tratamentos mais frequentes

Métodos naturais para cuidar das estrias

Flacidez pós dieta

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Organização Mundial de Saúde
A Organização Mundial de Saúde lançou uma campanha destinada a promover a segurança alimentar, numa altura em que milhões de...

“A segurança, a qualidade e a quantidade da alimentação devem andar a par”, declarou Margaret Chan, directora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), numa visita ao mercado de Rungis, na periferia parisiense, onde assinalou o Dia Mundial da Saúde 2015, dedicado à segurança sanitária dos alimentos.

A campanha promovida pela OMS visa sensibilizar os consumidores para os perigos da sua alimentação, com recomendações sobre o equilíbrio nutricional e sobre a forma de preparar pratos de forma higiénica.

Segundo a agência especializada das Nações Unidas, cerca de dois milhões de pessoas morrem anualmente no mundo devido a doenças relacionadas com a comida ou a água.

A alimentação pode ser contaminada por vírus, bactérias, parasitas, produtos químicos ou poluição da água, que podem estar na origem de cerca de 200 doenças, desde a diarreia ao cancro.

Vinte e duas patologias ligadas à alimentação fizeram 580 milhões de doentes em 2010, dos quais 350 mil acabaram por morrer, de acordo com dados preliminares fornecidos pela OMS.

Mais de 40% das pessoas afectadas eram crianças com menos de cinco anos, sobretudo habitantes em países pobres.

Mas também podem surgir crises sanitárias relacionadas com a alimentação em países desenvolvidos: em 2011, uma contaminação pela bactéria Escherichia coli (E.coli) em sementes germinadas na Alemanha fez mais de 40 mortos na Europa e custou 1,2 mil milhões de euros aos agricultores e à indústria agroalimentar dos países europeus.

Apesar das crises, mais de uma centena de países em todo o mundo não dispõe ainda de uma legislação que estabeleça padrões em matéria de segurança alimentar, segundo o director-geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, também presente em Rungis.

Margaret Chan indicou, por seu lado, que a carência de alimentos pode incitar algumas populações a deslocar-se à selva para caçar animais potencialmente contaminados por bactérias ou vírus como o Ébola.

Este vírus que provoca febre hemorrágica originou uma epidemia que já custou a vida a mais de 10.000 pessoas desde que surgiu, no ano passado, na África Ocidental.

Para a responsável da OMS, “comer maus alimentos, ou alimentos contendo demasiadas calorias ou gordura” pode também provocar “doenças cardiovasculares, diabetes e, claro, obesidade”.

DGS
A Direcção-Geral da Saúde lançou uma ferramenta informática para as famílias acompanharem e avaliarem as ementas escolares,...

O anúncio foi feito por Pedro Graça, director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, da Direcção-Geral da Saúde (DGS), durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde.

A ferramenta em si não é nova, trata-se do Sistema de Planeamento e Avaliação das Refeições Escolares (SPARE), lançado em 2009, mas que a partir de hoje tem um módulo específico para as famílias, que lhes permite acompanhar e avaliar directamente as refeições, desde o momento em que entram na escola até serem servidas.

Bastando inscreverem-se no sistema como uma palavra passe, todos os pais podem colocar dúvidas, verificar se são seguidas as recomendações da Organização Mundial de Saúde, bem como os critérios alimentares definidos pelo Ministério da Educação para as escolas, ou avaliar a variedade dos alimentos.

É ainda possível aos pais dar pontuação, positiva ou negativa, nos vários parâmetros que estão definidos no site da plataforma contra a obesidade da DGS.

No entanto, não há uma acção directa que decorra de uma avaliação mais negativa por parte dos pais, até porque alguns dos critérios podem ser subjectivos, explicou aos jornalistas Pedro Graça.

O responsável salientou, contudo, que com esta nova funcionalidade dá aos pais uma ferramenta mais concreta, para o caso de quererem actuar junto das escolas ou das autarquias (responsáveis pela gestão das escolas) em caso de incumprimento.

Para Pedro Graça, esta é uma forma de pais e escolas dialogarem mais sobre a alimentação das crianças e é uma ferramenta “que permite que famílias e escolas não digam que não sabiam ou não conheciam”, o que eventualmente corra mal.

“Se o Ministério da Educação verificar que há práticas desadequadas, pode intervir chamando o director da escola, mas o Ministério da Saúde, só em caso de risco para a saúde", explicou, acrescentando que esta é uma possibilidade bem mais remota, já que hoje em dia “a oferta alimentar é de qualidade” e que “a monitorização dos alimentos que nos chegam é constante”.

Contudo, o risco zero é impossível, alerta, sublinhando que “os alimentos importados têm que ter autorização para entrar no espaço europeu e são avaliados, mas como entram milhares de alimentos, é praticamente impossível controlar tudo”.

Pedro Graça adiantou ainda que a partir do próximo ano lectivo, todas as cantinas escolares deverão ter sal iodado (o mais recomendado por prevenir distúrbios causados pela carência de iodo), sendo que todas as cantinas com menos de dois anos já estão obrigadas a comprar este sal.

Santa Casa
Todos os dias cerca de 30 pessoas são atendidas, em média, por três equipas de enfermeiros que percorrem os bairros de Lisboa a...

Há quase três anos que o programa itinerante da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) “Saúde Mais Próxima” convida os lisboetas a avaliarem o seu estado de saúde e a adoptarem hábitos de vida saudável.

Neste período mais de 24.000 pessoas foram avaliadas em consultas de enfermagem, realizadas em duas unidades móveis de saúde da SCML, das quais cerca de 2.200 foram encaminhadas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), segundo dados da SCML avançados no Dia Mundial da Saúde, assinalado hoje.

Além de rastreios gerais ao índice de massa corporal, tensão arterial, diabetes e colesterol, a cada dois meses há um novo rastreio e sensibilização em torno de uma patologia frequente na população portuguesa.

No primeiro trimestre deste ano já foram assistidas 3.044 pessoas, das quais 686 crianças, que foram atendidas na Unidade Móvel Juvenil.

Das 686 crianças assistidas, 226 foram encaminhados para o SNS, a maioria (121) devido a problemas nutricionais.

Foram ainda encaminhadas 104 crianças com problemas orais, 51 com problemas visuais e 31 por apresentarem alteração nas avaliações analíticas.

Em declarações, a coordenadora do Núcleo Saúde Mais Próxima, Noémia Silveiro, disse que a “grande conclusão” a que se chegou ao fim de quase três anos na rua “foi que as pessoas não sabem rentabilizar as respostas que têm disponíveis”.

“É preciso investir muito na prevenção e na literacia em saúde”, defendeu Noémia Silveiro, contando que o trabalho destas equipas é “ir ao encontro das pessoas” para que estas “valorizem o bem que têm”, a saúde.

Ao mesmo tempo, adiantou, levam “a informação o mais detalhada e simples possível para que as pessoas possam usufruir das respostas que o Estado põe à disposição”.

Sobre os problemas de saúde detectados, Noémia Silveiro contou que, até aos 18 anos, “é muito preocupante” a saúde oral e a obesidade.

Devido e esta situação, o Saúde Mais Próxima está a criar sessões de sensibilização para a saúde nestas duas áreas.

Segundo a SCML, a generalidade das pessoas atendidas não segue um padrão alimentar adequado e tem um estilo vida sedentário, apresentando excesso de peso e obesidade.

A maioria dos encaminhamentos foi realizada por motivo de alterações de saúde, mas houve alguns casos que necessitaram de encaminhamento para a acção social.

Noémia Silveiro contou que muitas pessoas têm dificuldade em “interpretar a linguagem da saúde”. Para os ajudar, contam com o apoio dos enfermeiros.

“Neste momento já começamos a ter pessoas que estão à nossa espera para os ajudarmos a interpretar o que o médico lhes disse o que é fantástico”, disse.

“O nosso papel é ajudá-las a interpretar e a mudarem alguns comportamentos para benefício da sua saúde”, acrescentou.

As dificuldades socioeconómicas também levaram muitas pessoas a não considerar prioritária a vigilância da sua saúde.

“A saúde foi posta em segundo lugar” porque, além da crise, “cortou-se muito nos subsídios, alguns medicamentos deixaram de ter comparticipação”, aumentaram as taxas moderadoras e “isto fez com que todos cortássemos nalgumas despesas”.

Mas, frisou, “uma das nossas lutas tem sido que a saúde é um bem essencial e sem ela não ultrapassamos a crise”.

Afastar médicos pedófilos de crianças
O ministro da saúde considerou hoje “totalmente indesejável” que situações de médicos que são condenados por pedofilia...

Falando aos jornalistas no final das comemorações do Dia Mundial da Saúde, Paulo Macedo reagia assim à posição do Conselho Nacional de Ética e Deontologia Médicas (CNEDM) da Ordem dos Médicos que propõe que, através da revisão do Estatuto Disciplinar dos Médicos, se possa permitir, expressamente, a punição do crime de pedofilia, com a pena de suspensão de quaisquer actividades médicas relacionadas com menores durante o período nunca inferior a 23 anos (tempo de registo na respetiva informação criminal, conforme decorre da Lei 113/2009).

O ministro sublinhou que esta situação é do conhecimento público há vários anos e exemplificou com o caso de “um médico que foi condenado e que não tinha sido ainda expulso pela Ordem dos Médicos”.

“O que entendemos é que estes processos têm que ser mais rápidos”, sublinhou Paulo Macedo, considerando que não vale a pena um caso ser detectado e depois decorrerem “seguramente mais de dez anos, entre os factos terem sido apurados e as acções que foram desencadeadas”, como aconteceu no caso apontado pelo ministro.

Por considerar que é preciso “agir sobre o tempo” e “corrigir os estatutos da ordem”, o Ministério da Saúde afirma-se disponível para apoiar acções que permitam à Ordem dos Médicos intervir nestas situações.

É o caso da aprovação da mudança dos estatutos da Ordem dos Médicos nos próximos meses pela Assembleia da República, “para que este caso, que é considerado totalmente indesejável quer pela Ordem dos Médicos quer pelo Governo, não se possa repetir”, salientou.

Heloísa Santos, membro do CNEDM, revelou na segunda-feira que existem médicos condenados por pedofilia que continuam a trabalhar com crianças, porque “ninguém cumpre a legislação, nomeadamente os empregadores”.

A médica referia-se à Convenção de Lanzarote (para a protecção das crianças contra a exploração sexual e abusos sexuais) e, em concreto, a legislação portuguesa (113/2009) sobre o “recrutamento para profissões, empregos, funções ou actividades, públicas ou privadas, ainda que não remuneradas, cujo exercício envolva contacto regular com menores (…)”.

Segundo esta legislação, “a entidade recrutadora está obrigada a pedir ao candidato a apresentação de certificado de registo criminal e a ponderar a informação constante do certificado na aferição da idoneidade do candidato para o exercício das funções”.

Recentemente, o CNEDM elaborou uma proposta de intervenção sobre médicos pedófilos, a qual recomenda que a Ordem dos Médicos possa “determinar que um médico comprovadamente pedófilo seja inabilitado especificamente para prestar assistência a menores, com fundamento no princípio da protecção dos doentes, da protecção do próprio médico inabilitando e dos valores fundamentais da medicina como sejam a confiança, a beneficência, a não maleficência e a autodeterminação”.

16 de Abril – Dia Mundial da Voz
Todos os anos, morrem em Portugal 400 pessoas com cancro da laringe. O tabaco e o álcool são as substâncias que mais agridem a...

O cancro da laringe mata, anualmente, 400 portugueses, o que leva unidades como o Hospital dos Lusíadas a reforçar a sensibilização dos utentes para os riscos associados ao consumo destas duas substâncias.

Dos utentes diagnosticados com cancro da laringe, só 1% indicou não ser fumador.

“O cancro afecta mais os homens, com idade entre os 60 e os 70 anos, embora apareça em todas as gerações depois dos 30. Por isso, os homens que são fumadores há muitos anos e também consomem álcool devem procurar fazer o rastreio", alertou em comunicado, o coordenador da Unidade de Otorrinolaringologia do Hospital Lusíadas Porto, António Sousa Vieira.

O especialista aconselha, por isso, os fumadores de longa data a ficarem atentos a “situações prolongadas de alteração na sua voz, como rouquidão permanente por mais de três semanas, pois pode indiciar um tumor maligno nas cordas vocais”.

Beber água com regularidade, evitar consumos excessivos de álcool e tabaco e evitar comer antes de deitar (sobretudo leite e derivados) são alguns dos conselhos dados a quem usa a voz em contexto profissional.

 

Em plataforma de acesso europeu
Os casos suspeitos na alimentação que envolvam contaminantes químicos, aditivos alimentares e resíduos de pesticidas vão estar...

Para a criação deste sistema nacional de gestão de dados do controlo oficial de alimentos será assinado, na quarta-feira, um protocolo entre o Instituto Ricardo Jorge, a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

Estes organismos participam no projecto-piloto do SSD2, uma plataforma de dados do controlo oficial de alimentos que “será uma ferramenta adequada e eficaz na harmonização da comunicação de dados entre Portugal e a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA).

O presidente do INSA, Fernando de Almeida, explicou que a grande vantagem deste projecto é a possibilidade de “todos [os organismos dos vários países europeus] poderem saber ao mesmo tempo, e online, através de uma comunicação estandardizada e por todos perceptível, qualquer problema que surja com alimentos”.

“Antes, cada um comunicava à sua maneira, mas esta plataforma vai permitir que os vários organismos estejam em comunicação permanente com tudo o que se passa nos países europeus, nomeadamente ao nível dos problemas que envolvam químicos, aditivos alimentares e pesticidas”, adiantou.

O protocolo será assinado na quarta-feira, no âmbito das celebrações do Dia Mundial da Saúde, que se assinala hoje e é este ano dedicado ao tema da segurança alimentar.

Ainda na quarta-feira terá lugar a primeira reunião entre os representantes dos organismos que assinam o protocolo, devendo começar de imediato o trabalho no projecto.

Cancro colo rectal
Associação Europacolon Portugal quer sensibilizar para a necessidade desse fazer o rastreio do cancro colo rectal, que mata 11...

O anúncio que há uma semana pode ser visto na RTP2 não tem a ousadia e o tom bem-humorado de outros, feitos nos EUA, por exemplo, em que as pessoas são convidadas “a amar o seu rabiosque”, a “salvar o rabo” ou a descobrir “o lado positivo” de “mostrar o traseiro”. São apenas uns segundos de letras e algarismos brancos em fundo azul e uma voz-off que indica que em Portugal morrem 11 pessoas por dia com cancro colo rectal. Sobra tempo para pouco mais, como mostrar o número de telefone através do qual os interessados podem saber que passos dar para fazer o rastreio, em que estão envolvidas 135 farmácias do país.

“Talvez devêssemos fazer uma campanha mais ousada, mais chocante. Mas não temos dinheiro para fazer uma coisa desse género. Além disso, temos de atender à mentalidade portuguesa. Lembro-me de um anúncio do Reino Unido, fantástico, que mostrava homens e mulheres a levantarem-se da sanita e a olharem para trás, para dentro dela. Mas, em Portugal, não podemos convidar as pessoas a observarem atentamente as suas fezes – como é reagiriam?”, comenta Vítor Neves, dirigente da Europacolon Portugal, ao jornal Público.

O presidente daquela associação de apoio ao doente com cancro digestivo tem a convicção de que é por “a comunicação social e sociedade em geral considerarem o recto e o intestino assuntos pouco sexy” que a associação tem “tanta dificuldade em fazer passar a mensagem de forma maciça” – “Vamos conseguindo algum espaço, mas não é fácil”, diz.

Nos últimos dias de Março, a Europacolon decidiu prolongar a campanha que marcou o mês de luta contra o cancro colorrectal até ao fim de Abril. Durante mais 30 dias, quem ligar para o telefone 808 200 199 ou consultar o site da associação obterá informação sobre quais as farmácias a que pode recorrer para fazer a pesquisa de sangue oculto nas fezes. Também lhe será dito que quem tiver entre 50 e 74 anos tem o direito de “exigir aos seus médicos de família” que lhe prescreva este teste.

“Exigir não é o termo adequado. Mas discutir com o seu médico o assunto sim, claro – tem o direito e deve fazê-lo”, reage Nuno Miranda, coordenador do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas. São relativamente frequentes os momentos em que estes dois homens se digladiam.

Há menos de um ano, Nuno Miranda considerou um passo importante a aprovação da norma clínica sobre a prescrição do exame de pesquisa de sangue oculto nas fezes, para a detecção de cancro do intestino, a pessoas sem sintomas da doença com idades entre os 50 e 74 anos. Jorge Neves, pelo contrário, chegou a dizer que avançar com o rastreio oportunístico e não o de base populacional (organizado, por convocatória, de maneira a abranger, toda a população daquela faixa etária, no país) se devia “a falta de vontade política e era um acto “agressivo e criminoso”.

Esta semana, em declarações ao jornal Público, Nuno Miranda voltou a frisar que não faria sentido que um esperasse pelo outro e a fazer notar que os projectos-piloto de rastreio de base populacional e o oportunístico já permitem cobrir cerca de 22% da população entre os 50 e os 74 anos. À medida que os primeiros forem crescendo substituirão o segundo, segundo explica.

O coordenador do Plano Nacional para as Doenças Oncológicas frisa que apesar de o rastreio de base populacional estar nos planos oncológicos há mais de dez anos “ele nunca chegou a ser, realmente, planeado, o que está a ser feito neste momento”. “Estabelecemos prioridades – os rastreios do cancro da mama e do colo do útero – mas, ao mesmo tempo, trabalhamos o do cancro colo rectal. Não há qualquer má vontade. Por mim, ele estaria implementado ontem”, disse.

Tanto Nuno Miranda como a actual coordenadora de rastreios da Administração Regional de Saúde do Centro, Fernanda Loureiro, admitem que o grande obstáculo está na dificuldade em garantir a realização das colonoscopias no prazo adequado, em caso de resultado positivo na pesquisa de sangue oculto nas fezes.

Em Abril de 2014, o Ministério da Saúde comprometeu-se a aumentar o número de colonoscopias após a divulgação do caso de uma doente que aguardou mais de um ano num hospital público por este tipo de exame. Passou a comparticipar as colonoscopias com sedação nas unidades privadas com acordos com o Estado e lançou um concurso, que ainda está a decorrer, para aumento das convenções com entidades particulares.

O problema do acesso às colonoscopias, no entanto, está longe de estar resolvido. “Os hospitais estão cheios, trabalham para os seus doentes”, comentou há uma semana o presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, Leopoldo Matos, a propósito de eventuais problemas com aquele concurso, relacionados com o preço proposto por exame e que é inferior ao estabelecido há um ano pela tutela.

Ao mesmo tempo, a procura aumenta. “A população está mais esclarecida e os centros de saúde começam a utilizar os métodos de pesquisa do sangue oculto nas fezes, o que induz cada vez mais exames deste  tipo”, acrescentou Leopoldo Matos.

É neste contexto que o presidente da delegação do Centro da Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), Carlos Oliveira, concorda com Nuno Miranda; “Temos de saber quando devemos agir e quando devemos abrandar. Não seria ético avançar com o rastreio de base populacional ou fazer uma campanha agressiva de apelo às pessoas para que façam a pesquisa de sangue oculto num momento em que não lhes podemos garantir que têm acesso às colonoscopias”, comentou. A alternativa, diz, “é pressionar o Governo para ir removendo os obstáculos e apostar nas acções de prevenção, no rastreio oportunístico e nos projectos-piloto”.

“E é ético deixar morrer as pessoas?”, indigna-se Jorge Neves. “A situação é revoltante, mas o que cada um tem de perguntar a si mesmo é: 'Não podendo fazer a colonoscopia, gostaria de saber que tinha um resultado positivo numa pesquisa de sangue oculto nas fezes, ainda que isso não significasse que tinha um cancro?'”, sugere Carlos Oliveira.

O dirigente da delegação do Centro da LPCC frisa que não tem medo das reacções a campanhas agressivas e que, no momento certo, as fará. Era presidente nacional da LPCC, há alguns anos, quando publicou cartazes sem pingo de humor, que muitos criticaram precisamente por os consideraram “agressivos e sinistros”. Incluíam um cartaz semelhante ao das funerárias, com fotografias de 11 pessoas com uma tarja negra (tantas quantas as que morrem por dia, em Portugal, devido ao cancro colo rectal) e um espelho que fazia com que a elas se juntasse o rosto de quem lia a mensagem. E esta era: “Não morra de vergonha. Consulte o seu médico e faça um exame de rastreio.”

Projecto-piloto marca passo no Centro
A dificuldade na realização de colonoscopias é o principal motivo de atraso no crescimento do projecto-piloto de rastreio organizado de cancro colo rectal, que arrancou em 2009, afirmou, em declarações ao Público, a coordenadora de Rastreios da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), Fernanda Loureiro. A percentagem de dados inconclusivos é outras das características do programa que, segundo a coordenadora, "crescem de forma lentíssima".

De acordo com os últimos dados publicados, em 2013, e à semelhança do que acontecia em 2012, o programa abrangia 35 dos 77 concelhos da região e apresentava uma taxa de cobertura de 12% da população alvo, pessoas com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos. Dos 391 que fizeram colonoscopias nos hospitais públicos de referência do projecto, 229 (mais de 58%) tiveram resultado positivo, traduzido em adenomas (289), pólipos (29) e adenocarcinomas (seis).

“A taxa de cobertura, de 12%, foi muito inferior à planeada. No entanto, caso se tivesse atingido os 25%, não haveria capacidade hospitalar para a realização de colonoscopias”, pode ler-se no relatório relativo a 2013.

Naquele ano, a taxa de participação daqueles que receberam a convocatória para se apresentarem no centro de saúde e fazerem a pesquisa de sangue oculto nas fezes foi de cerca de 55%, adiantou Fernanda Loureiro. Foram realizados 10.690 testes, dos quais 503 (4,71%) tiveram resultados positivos e 510 (4,8%) foram inconclusivos. Esta percentagem, de acordo com a ARSC, tenderá a baixar com a melhoria das indicações dadas aos utentes na primeira consulta no centro de saúde, sobre a forma correcta de realizarem a recolha, em casa. Fernanda Loureiro disse desconhecer "ainda" o destino dos que não fizeram as colonoscopias, mas admite que uma parte tenha feito o exame no privado e que outra tenha desistido do rastreio.

Páginas