O impacto no apetite e a relação com a qualidade da dieta
A tendência humana para os sabores doces é inata e é fortemente influenciada por fatores genéticos e étnicos e experiências...

Na 12ª Conferência Europeia sobre Nutrição, o foco no sabor doce levou os especialistas de todo o mundo a discutir como podemos condicionar o nosso gosto por alimentos doces no contexto da nossa alimentação e da nossa saúde.

O simpósio “Sabor adocicado: a ciência por trás da preferência dos sabores doces, e o seu efeito sobre o apetite, controle de peso e a qualidade da alimentação”, reuniu os principais especialistas em psicologia, nutrição e ciências comportamentais para apresentar as mais recentes conclusões sobre alimentos doces baixos em calorias e debater se os adoçantes de baixas calorias podem ajudar a satisfazer o nosso desejo por sabores doces sem calorias adicionadas.

Na sua apresentação, o professor Dr. Fred Brouns, Presidente de “Health Food Innovation”, da Universidade de Maastricht, reconheceu que os meios têm prestado muita atenção às posições científicas aparentemente conflituantes relacionadas com o impacto de adoçantes de baixas calorias no nosso metabolismo, de forma que o objetivo do simpósio foi o de aprofundar o conhecimento e evidência científica atual, para que os nutricionistas e outros profissionais de saúde possam confiar na função dos adoçantes de baixas calorias, hoje em dia.

Atendendo especificamente ao nosso desejo por sabores doces, a Dra. France Bellisle concluiu que, após mais de 30 anos de pesquisa (estudos observacionais e ensaios clínicos randomizados, de curto e longo prazo, em crianças e adultos), "os adoçantes de baixas calorias não aumentam o nosso apetite por doces, pelo contrário as evidências sugerem que, na verdade, levam a uma diminuição do apetite por produtos doces."

O professor Peter Rogers apresentou os resultados do seu estudo, publicado online no International Journal of Obesity em Setembro de 2015, em que analisava todos os estudos relacionados com os efeitos do consumo de adoçantes baixos em calorias sobre o consumo de energia e peso corporal. Como refere o professor Rogers, “os dados disponíveis indicam claramente que o consumo de adoçantes de baixas calorias, em vez de açúcar, em crianças e adultos, conduz a uma redução no consumo de energia e o peso corporal, possivelmente também em comparação com a água".

Com base nas conclusões dos médicos Bellisle e Rogers, Sigrid Gibson apresentou os resultados de estudos internacionais sobre a qualidade da dieta em consumidores de adoçantes de baixas calorias. Estes resultados, juntamente com o trabalho recente a partir de dados do Inquérito Nacional do Reino Unido sobre Dieta e Nutrição (NDNS) sugerem pontuações superiores em índices de alimentação saudável entre os consumidores de bebidas de baixo teor calórico com adoçante em comparação com bebidas açucaradas com açúcar, o que demonstra que "tendem a seguir dietas de qualidade superior, incluindo mais frutas e vegetais, cereais integrais, produtos lácteos com pouca gordura e alimentos com menos gorduras e açúcares”.

Vários estudos científicos confirmam que adoçantes de baixas calorias são úteis e até mesmo benéficos para a dieta atual. "Adoçantes de baixas calorias não são comprimidos mágicos, mas representam uma ferramenta útil para a gestão de peso sem sacrificar o agradável sabor doce", refere Sigrid Gibson. Ao proporcionar um sabor doce sem calorias, as opções de adoçantes de baixas calorias podem contribuir de forma útil para que as pessoas tomem decisões informadas, ajudando-as a conseguir uma dieta saudável e um estilo de vida equilibrado.

Aberto caminho a transplantes
A Comissão de Ética para as Ciências da Vida de Macau aprovou os critérios e diretrizes que determinam a morte cerebral, uma...

As diretrizes, acordadas a 30 de outubro, foram submetidas a homologação do chefe do Executivo, revelaram os Serviços de Saúde, em comunicado.

Os novos critérios, que ainda não são conhecidos, fixam, pela primeira vez, que uma pessoa pode morrer sem haver morte cardíaca, permitindo que se faça, então, o transplante dos órgãos ainda viáveis.

Na mesma reunião, a Comissão de Ética discutiu também o transplante de órgãos e a procriação medicamente assistida, concordando que, tendo em conta que “os temas envolvem questões de ética e moral”, é necessário avançar com legislação de modo a evitar “a ocorrência de atos imorais e infrações”.

Enfermeiros
O Bastonário da Ordem dos Enfermeiros elogiou os profissionais que mais empenhadamente procuram a melhoria dos cuidados que...

“É nosso compromisso defender uma profissão que zela pela qualidade dos cuidados prestados à população. É isso que o cidadão espera de nós – confiança na nossa profissão”, sublinhou o Enfº Germano Couto.

O Bastonário participava em Condeixa-a-Nova no colóquio de encerramento do concurso Cuidar, que premeia projetos de melhoria dos cuidados de enfermagem realizados em instituições dos distritos de Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Guarda, Leiria e Viseu.

“Não nos podemos esquecer que o enfermeiro é uma das personagens principais do palco da Saúde. É ele que está ao lado do cidadão, nos bons e nos maus momentos, para prevenir a doença e promover a saúde”, observou.

Na sua perspetiva, o concurso Cuidar, organizado pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE), incide sobre os princípios enformadores dos Padrões de Qualidade de Enfermagem, e cumpre desígnios da Ordem, de promover o intercâmbio de ideias, experiências e conhecimentos científicos entre os seus membros e entidades congéneres.

“Aqui temos mais um exemplo em como a OE promove concursos de boas práticas, de melhoria da qualidade das unidades de Saúde. É este espírito de iniciativa, empenho e dedicação a projetos que visam a excelência do Cuidar que faz a diferença e dá um contributo decisivo para o desenvolvimento e valorização da Enfermagem”, concluiu o Bastonário Enfª Germano Couto.

A Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC lembrou que o concurso teve como principal objetivo incentivar, não só a implementação e desenvolvimento de programas de melhoria contínua, mas também criar um espaço de partilha entre os enfermeiros da Região Centro.

“Vários são os caminhos que conduzem ao progressivo reconhecimento e valorização da profissão. Não há caminhos únicos nem fórmulas mágicas. É a intervenção de cada um de nós, nos nossos locais de trabalho, nos contextos onde participamos enquanto enfermeiros e enquanto cidadãos que criam valor para a profissão”, sublinhou a Enfª Isabel Oliveira.

Na sua perspetiva, cuidar não é só um fim, mas também um percurso em constante evolução.

“O concurso Cuidar pretende premiar, não só quem se compromete com os outros, mas os enfermeiros que, para além disso, se comprometem com a Enfermagem”, concluiu.

O Presidente do Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros, outro dos oradores na sessão inaugural, elogiou o trabalho desenvolvido pelos colegas da SRC, e os enfermeiros que se empenharam em realizar projetos de melhoria dos cuidados de enfermagem prestados aos cidadãos.

Nesta filosofia de melhoria dos cuidados de enfermagem, na ótica do Enfº José Carlos Gomes, estão muitas das soluções para os problemas que enfrenta atualmente o setor da Saúde em Portugal.

O Prémio Cuidar, na sua versão final, depois das edições de 2012, 2013 e 2014, a contemplar dois distritos da Região Centro de cada vez, distingue com 2000 euros o melhor projeto.

Ao concurso final apresentaram-se Reabilitar + (Hospital de Sousa Martins da ULS da Guarda, EPE), Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária/3 Quinta das Palmeiras, Covilhã (UCSP Covilhã), Cuidar de Quem Cuida (CQC) (Unidade de Cuidados na Comunidade de Oliveira de Azeméis - UCCOAz) e Registos com Linguagem CIPE na Consulta de Enfermagem de Saúde Materna (Unidades Funcionais dos Centros de Saúde de Estarreja, Murtosa e Ovar do ACeS Baixo Vouga).

RelaxARTE (Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Aprender SBV para Salvar…início de um percurso (Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha - S. Pediatria – Urgência Pediátrica), Literacia e Educação Terapêutica: Capacitar a pessoa com diabetes tipo 2 a lidar com a sua condição de saúde (UCSP de Eiras – ACeS Baixo Mondego) e Assistência personalizada pelo enfermeiro ESMO em Bloco de Partos (Bloco de Partos do Centro Hospitalar de Leiria, EPE), são os restantes concorrentes.

DGS
O Plano de Contingência para Temperaturas Extremas Adversas, elaborado para prevenir e minimizar os efeitos negativos do frio...

Este plano da Direção-Geral da Saúde (DGS) apresenta “orientações estratégicas que permitem preparar e adequar a resposta dos serviços de saúde e dos cidadãos, perante a perspetiva de ocorrerem condições meteorológicas adversas de frio extremo ou um aumento da incidência de infeções respiratórias”.

Mais camas hospitalares, o adiamento de cuidados não urgentes e altas de casos sociais são algumas das medidas previstas pelo Módulo Inverno deste plano, que decorre até 31 de março.

Entre as medidas de saúde pública definidas no documento está “o reforço das medidas de higiene das mãos, aplicável ao público e aos profissionais de saúde e o aconselhamento aos doentes com infeções respiratórias, nomeadamente com síndrome gripal, a adoção de medidas de ´distanciamento social`”.

A DGS reitera a importância da vacinação contra a gripe, tendo definido como objetivo “vacinar, pelo menos, 60% dos cidadãos com 65 ou mais anos de idade”.

Ao nível da prestação dos cuidados de saúde, e no que diz respeito ao ambulatório, o plano determina, entre outras medidas, a “adequação da oferta de consultas (em espaço dedicado, se necessário)”, mediante a “adequação dos horários da consulta aberta ou de recurso” e do “número de consultas para pedidos no próprio dia”.

No internamento, a autoridade de saúde defende uma “adequação da capacidade instalada”, através de “camas suplementares, o adiamento de cuidados não urgentes e altas de casos sociais, se necessário” e o “reforço das medidas de controlo de infeção”.

Está igualmente definido que as instituições devem prever a “necessidade de expansão da área de internamento”.

Coimas até 44 mil euros
A partir de 1 de Novembro passou a ser proibida a publicidade enganosa em saúde, estando previstas coimas superiores a 44 mil...

O novo decreto-lei que estabelece o regime jurídico a que devem obedecer as práticas de publicidade em saúde estabelece os princípios gerais que a publicidade nesta área deve cumprir, enuncia as práticas consideradas enganosas neste âmbito e prevê coimas que começam nos 250 euros e podem ultrapassar os 44 mil euros.

Com o novo diploma, passam a ser proibidas todas as práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, “com desconto” ou “promoção”, mas também aquelas que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

Ficam também proibidas as práticas de publicidade em saúde que sejam suscetíveis de induzir em erro o utente quanto às características principais do ato ou serviço, designadamente através de menções de natureza técnica e científica sem suporte de evidência.

É ainda passível de coima a publicitação de expressões de inovação ou de pioneirismo sem prévia avaliação das entidades com competência no sector, bem como as práticas que se refiram falsamente a garantias de cura ou de resultados sem efeitos adversos ou secundários.

A publicitação de atos e serviços de saúde como prémio, brinde ou condição de prémio, no âmbito de concursos, sorteios ou outras modalidades no género passam também a ser ilegais.

À Entidade Reguladora da Saúde cabe o papel de fiscalizar, instruir processos e decidir da aplicação de coimas e sanções acessórias para os infratores.

Nutrição
Com a chegada do Outono, o nosso sistema imunitário começa a deixar de conseguir fazer frente a toda

O sistema imunitário é o sistema responsável por combater os micro organismos invasores que podem afetar o bom funcionamento do nosso organismo.

É constituído por certos tipos de leucócitos, sobretudo linfócitos, e também por órgãos onde ocorre a formação, amadurecimento e multiplicação desses leucócitos.

As células que fazem parte do sistema imunitário são os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, linfócitos T, linfócitos B, células NK, macrófagos, mastócitos e monócitos.

Os nutrientes que têm vindo a ser apontados como responsáveis por um sistema imunitário forte são a vitamina A, C, E e B6, cobre, ferro e zinco.

Deste modo, os alimentos como açúcares refinados, álcool, fritos, aditivos alimentares, fontes de gorduras saturadas e trans e cereais refinados, estão fora desta lista.

Os alimentos que estimulam e fortalecem o sistema imunitário são sobretudo os legumes, frutas, sementes e peixe uma vez que são ricos em nutrientes que ajudam na formação das células que constituem o sistema imunitário.

Para que possa reequilibrar o seu organismo deixamos-lhe aqui uma pequena lista de alimentos que o vão tornar mais resistente a certos vírus:

  1. Alho: o selénio tem um efeito poderoso no nosso sistema imunitário. Pode ser encontrado, para além do alho, no atum, sardinha e brócolos, entre outros.
  2. Cogumelos: para além de selénio, os cogumelos são ricos em antioxidantes e contém vitaminas B – como riboflavina e niacina – que fortalecem o sistema imunitário. Alguns estudos mostram que os cogumelos têm ainda um efeito antiviral, antibacteriano e anti tumoral.
  3. Couve: este é um alimento barato, que facilmente se encontra no Inverno, e que está cheio de glutamina e vitamina C. Procure adicionar este alimento à sua dieta alimentar, por exemplo, em sopas ou nos refogados. E quem fala de couve, falar de outros vegetais de folhas verdes, como os espinafres ou couves de bruxelas, por exemplo.
  4. Ervilhas: ricas em ácido fólico e vitamina B12 que atuam independentemente na formação dos glóbulos vermelhos normais e na produção de um componente essencial do ADN, a timidina. A carência de uma destas vitaminas pode provocar uma anemia grave. Fígado, espargos, ovos, salmão, leite e queijo são alguns exemplos de alimentos ricos em ácido fólico e vitamina B12.
  5. Amêndoas: constituídas por vitamina E, riboflavina e niacina, são o alimento perfeito para o ajudar a combater stress.
  6. Chá: o chá preto e o chá verde contêm polifenóis e flavonóides, antioxidantes que potenciam o sistema imunitário, ao combaterem espécies reativas de oxigénio (tóxicas para o metabolismo normal das nossas células).
  7. Batata-doce: não só as batatas-doces mas também as cenouras têm β-carotenos e vitamina A, que possuem um efeito antioxidante ajudando a combater o envelhecimento e reduzindo o aparecimento de alguns tipos de cancro.
  8. Iogurte magro: rico em vitamina D pode ser uma arma contra constipações e gripes.
  9. Ostras: ricas em zinco, este nutriente costuma ser responsável por ter efeito afrodisíaco e estimular o sistema imunitário. O zinco também protege o organismo por ter ação antioxidante, diminuindo a quantidade de radicais livres em nosso corpo. Pode ser encontrado em outros alimentos como as nozes, castanhas, feijão, aveia ou arroz integral. 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Eu pego? Não pego?
Enquanto consumidor deve saber distinguir se há benefícios para a saúde nos produtos que diariamente

Ultimamente tem-se assistido na televisão portuguesa ao crescimento acentuado de anúncios a suplementos alimentares (vitaminas e minerais) que prometem acabar com as dores articulares, regenerar a cartilagem, curar a osteoporose, etc.

Muitas pessoas questionam-se sobre a real eficácia dos ditos produtos. Frequentemente baseiam a sua atitude e avaliação na experiência de alguém conhecido, ou do conhecido de um conhecido, ao invés de profissionais de saúde.

Neste artigo abordarei alguns aspetos deste problema, apontando algumas formas de o cidadão tentar avaliar convenientemente estas situações.

O “filtro” científico por profissionais de saúde ao acesso a medicamentos reduziu significativamente desde 2005, ano em que foi liberalizado o mercado de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica. Sabe-se hoje que, só nos últimos cinco anos, a venda deste tipo de medicamentos mais do que duplicou em Portugal1. Está, inclusivamente, neste momento em discussão o alargamento dos pontos de venda destes medicamentos, por exemplo a quiosques e gasolineiras...

Como diferenciar o que é credível, ou não? Consulte um profissional de saúde
A principal questão que se coloca é como pode o cidadão comum, sem conhecimento específico na área da saúde, diferenciar se determinado produto é credível ou não?

Esta não é uma tarefa fácil, sendo que até os profissionais de saúde precisam, quer de treino acrescido em metodologia científica, quer de sentido crítico para conseguir interpretar os resultados dos estudos publicados em revistas científicas.

Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, nem todos os artigos publicados nestas revistas são credíveis. Algumas delas possuem uma “capa” de cientificidade mas integram empresas recentes, de credibilidade duvidosa e centradas no negócio em detrimento da ciência. Nestas é possível, a troco de 2000-3000€, publicar de forma relativamente fácil (não me refiro ao pagamento de taxas para disponibilizar os artigos de forma gratuita na internet)2,3. Como tal, o primeiro e principal conselho que dou ao cidadão é para consultar um profissional de saúde antes de comprar estes medicamentos.

 Muitas vezes existem suplementos muito mais baratos e que passam por processos de produção muito mais rigorosos. Não se esqueça que nenhum produto é inócuo. Também por isso deverá referir a toma de “produtos naturais” quando lhe é pedido que informe da sua “lista de medicamentos”.

Deve ter ainda em mente que a informação transmitida na TV e noutros meios de comunicação (revistas, internet, etc.) é cada vez mais “cuidadosa e trabalhada”.

Verdadeiros apenas 23% dos anúncios a medicamentos na TV americana
Numa análise à veracidade do conteúdo das mensagens e slogans publicitários de anúncios a medicamentos na TV Americana, constatou-se4 que apenas 23% dos anúncios a medicamentos de venda livre eram objetivamente verdadeiros, 60% eram potencialmente enganadores e 17% eram falsos. De sublinhar que os Estados Unidos da América são dos poucos países no mundo onde a publicidade a medicamentos que necessitam de receita médica é também possível. Contudo, o debate alarga-se já a vários outros países, nomeadamente ao Brasil#.

Seja um consumidor informado. Saiba interpretar os anúncios da TV
Assim, a melhor maneira de se proteger contra produtos e serviços de saúde questionáveis é ser um consumidor informado. Existem alguns sinais de alarme que deverá avaliar em termos de técnicas de venda e publicidade, nomeadamente se5:

  • O vendedor promete resultados imediatos, garantidos e sem esforço;
  • O anúncio contém palavras como “revolucionário”, "milagroso", "especial" ou "segredo" – estes termos são utilizados para apelar às suas emoções e não são terminologias médicas ou científicas;
  • O produto ou serviço é um "remédio secreto" ou uma “descoberta recente” que não encontrará em qualquer outro lugar;
  • O produto é promovido como "natural", afirmando que vai ajudar a "desintoxicar", "revitalizar" e "purificar" o seu corpo;
  • O produto é promovido por figuras públicas destacadas;
  • O vendedor reivindica que o produto é eficaz para uma larga variedade de doenças, um "cura tudo" – quanto mais amplas as indicações, menos provável é que sejam verdadeiras;
  • Os anúncios apresentam depoimentos ou estórias de pessoas que foram "curadas";
  • O vendedor afirma que o produto está disponível em quantidades limitadas e apela à rapidez na compra, ou oferece vantagens (como o “dois por um”) a quem ligue primeiro;
  • Existe a promessa de satisfação total e de "garantia de reembolso".

O conselho final que reitero é de que procure o seu médico, farmacêutico ou enfermeiro para se aconselhar e encontrar soluções para o seu problema, que vão frequentemente além de medicamentos/suplementos.

Referências bibliográficas:
# Pode assistir a um debate televisivo muito interessante sobre “Propaganda de Medicamentos” em http://tvbrasil.ebc.com.br/vertv/episodio/propaganda-de-medicamentos
[1] “Consumo de MNSRM mais do que duplicou”. SIC Notícias (25/07/2015). Acessível em http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2015-07-25-Consumo-de-medicamentos-de-venda-livre-duplicou-desde-2010-
[2] van Noorden, R. (2013). Open access: The true cost of science publishing: Cheap open-access journals raise questions about the value publishers add for their money. Nature, 495, 426–429 (28 March 2013). Dísponível em http://www.nature.com/news/open-access-the-true-cost-of-science-publishing-1.12676
[3] “Quanto custa publicar em acesso aberto?”. SciElo em Perspectiva (18/09/2013). Disponível em http://www.ufrgs.br/bibicbs/noticias/quanto-custa-publicar-em-acesso-aberto
[4] Faerber, A.E. e Kreling, D.H. (2014). Content analysis of false and misleading claims in television advertising for prescription and nonprescription drugs. J Gen Intern Med, 29(1): p. 110-8. Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3889958/
[5] Bellows, L. e Moore, R. (2013). Nutrition Misinformation: How to Identify Fraud and Misleading Claims. Disponível em http://www.ext.colostate.edu/pubs/foodnut/09350.html


Ricardo Ferreira

Enf. de Investigação. Serviço de Reumatologia – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra EPE. Estudante de Doutoramento em Ciências da Saúde: Enfermagem - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Vogal do CD da SRC da OE. [[email protected]]

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Este ano
O Ministério da Saúde anunciou que nos últimos quatro anos foram contratados ou abertos concursos para mais de cinco mil...

“Em menos de um ano, o Ministério da Saúde (…) atribuiu autorizações a 2.203 pedidos de contratação de enfermeiros pelos hospitais do setor empresarial do Estado”, refere uma nota da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

No comunicado emitido hoje, no último dia de mandato do ministro Paulo Macedo, a ACSS recorda ainda que em 2014 foram contratados mil enfermeiros e outros 579 em 2013.

“A ACSS deu também sequência a vários concursos de recrutamento de profissionais de enfermagem para o Serviço Nacional de Saúde, num total de 1.750 vagas, tendo sido desenvolvido o concurso de 750 vagas de 2012 e, já este ano, foi aberto novo concurso para mais 100 vagas”, indica o comunicado.

Possíveis novas terapias
90% das mortes por cancro devem-se ao facto de este se espalhar pelo corpo, através de metástases. Uma equipa de investigadores...

Essas tais proteínas, afinal milhões de vesículas de milionésimo de um milímetro, funcionam como uma espécie de "código postal", escreve o Jornal de Notícias.

Meia centena de cientistas, provenientes de sete países, asseguram esta investigação, cujos avanços foram esta quinta-feira publicados na revista "Nature". "Estamos a abrir caminho a possíveis novas terapias", declarou um dos investigadores, Héctor Peinado.

As experiências realizadas, que incluem o apagar desse "código postal" em ratos, revelam resultados muito satistatórios. "Uma redução de 80% das metástases".

O que as equipas têm conseguido é enganar as células tumorais, alterando as instruções que habitualmente provocam inflamações ou formação de vasos sanguíneos, favoráveis à chegada das células tumorais.

A investigação tem concentrado a sua atenção no cancro da mama, que invade o pulmão, e no cancro do pâncreas que viaja até ao fígado.

Na comunidade científica há já quem avance que estamos diante de uma das maiores descobertas recentes sobre o cancro. Héctor Peinado mostra-se, no entanto, ao jornal El Pais, cauteloso, explicando que o "código postal" não funciona a 100%, ainda que crie predisposição ao órgão de destino.

Até Agosto
Balanço da Administração Central do Sistema de Saúde é feito no último dia de Paulo Macedo como ministro da Saúde, antes de...

No último dia de Paulo Macedo como ministro da Saúde foram publicados os dados relativos à atividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS) até Agosto, escreve o jornal Público. Nos primeiros oito meses do ano, em comparação com igual período de 2014, foram feitas mais consultas médicas e de enfermagem nos centros de saúde. Também os hospitais fizeram mais cirurgias e deram mais consultas. O aumento desta actividade programada não conseguiu, contudo, evitar que o recurso às urgências hospitalares tenha continuado a subir. No período em análise, o SNS atendeu mais 5086 urgências do que no ano anterior, num total de mais de quatro milhões de episódios.

A Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), numa nota divulgada na quinta-feira, salienta que as urgências hospitalares cresceram 1% no período em análise. “A evolução da actividade de urgência hospitalar está muito dependente da sazonalidade e da severidade dos surtos de doenças respiratórias infecciosas e ondas de calor e de frio”, justifica-se.

No entanto, alguns trabalhos têm alertado que 40% destas urgências são consideradas desnecessárias e acontecem por os doentes não encontrarem resposta noutros locais. Por exemplo, o estudo Desempenho clínico dos hospitais do SNS em 2008 e 2014, divulgado neste mês pela própria ACSS e feito pela consultora espanhola Iasist, concluía que em sete anos, apesar do grande aumento das taxas moderadoras, os atendimentos em serviços de urgência diminuíram apenas 0,3% – o que faz com que as urgências continuem a representar o dobro das primeiras consultas na atividade hospitalar.

A ACSS ainda, ainda, que o número de consultas nos cuidados de saúde primários “mantém a disposição de crescimento registada ao longo dos primeiros oito meses do ano”. “Perto de 6 milhões de utentes tiveram pelo menos uma consulta nos CSP, representando uma subida de 1,6%, quando comparado com o período homólogo de 2014”, lê-se. O balanço destaca que o aumento é também sentido nas consultas presenciais e nos domicílios médicos – numa resposta às críticas que têm sido feitas aos centros de saúde, de estarem a realizar mais atos sem a presença do utente, como a mera renovação de receitas.

Ainda no que diz respeito aos centros de saúde, o documento aponta para que quase nove milhões de portugueses já tenham médico de família. Foram dadas 14.608.429 consultas médicas presenciais, mais 47.734 do que em igual período de 2014. As consultas de enfermagem totalizaram 12.962.082, mais 231.053 do que no período homólogo. O objetivo de dar um médico de família a todos os portugueses era uma das promessas eleitorais de Passos Coelho que ficou por cumprir nesta legislatura.

Apesar deste aumento, é de recordar que nos primeiros seis meses do ano as consultas nos centros de saúde estavam em queda em comparação com o período homólogo, pelo que a recuperação foi feita apenas em Julho e Agosto. Em todos os casos, os valores estão aquém do que acontecia em 2011 quando Paulo Macedo chegou ao ministério.

Quanto aos hospitais, a ACSS diz que cresceram tanto as primeiras consultas como as consultas subsequentes: “Nos primeiros oito meses de 2015 realizaram-se mais primeiras consultas externas (2,7%) e mais consultas subsequentes (1,6%) nos hospitais do SNS, do que em período idêntico do ano de 2014”. As cirurgias também representaram um crescimento de 1,4%, num total de 367 mil intervenções. As cirurgias de ambulatório, isto é, sem necessidade de internamento, já representam 58,5% do total. O número de altas apresenta uma tendência de estabilização, o que “está relacionado com uma maior ambulatorização dos cuidados cirúrgicos”. A demora média de internamento segue uma tendência contrária e está a aumentar ligeiramente.

Estudo
Estudo acompanhou mais de 1000 idosos de lares de Lisboa durante seis meses e alerta para a necessidade destas entidades terem...

A falta de profissionais de saúde nos lares coloca os idosos em risco e há sinais disso: quase 20% dos idosos incluídos num estudo da Ordem dos Enfermeiros deram pelo menos uma queda no período de seis meses em que foram analisados e quase 10% tinham as chamadas úlceras de pressão em várias zonas do corpo. Para o enfermeiro António Simões Bala, autor do trabalho, a carência de recursos humanos especializados é ainda mais preocupante já que “99% das pessoas nestas estruturas residenciais para idosos precisam de ajuda para mais do que uma atividade da vida diária e 56% têm uma dependência total”.

O trabalho a que o jornal Público teve acesso, conduzido pelo tesoureiro da Secção Regional do Sul da Ordem dos Enfermeiros, responsável pela área dos idosos, contou com uma amostra de 1019 pessoas que residem em 17 lares da região de Lisboa e Vale do Tejo. Os resultados dizem respeito a um período de seis meses do ano de 2014. “Criámos uma equipa de acompanhamento de estruturas residenciais de idosos – a que chamamos lares – e desenvolvemos uma série de visitas a estas unidades e identificámos grandes dificuldades. Existiam falta de cuidados de saúde em termos dos lares, com poucas horas de profissionais de saúde e de enfermagem em particular”, explicou ao jornal Público António Simões Bala.

O enfermeiro destaca que estes idosos tinham em média 83,5 anos e viviam quase há cinco anos em lares. Em relação às principais conclusões, sublinha que “destes 1019 idosos, mais de 200 foram a umas urgências hospitalares pelos menos uma vez durante o meio ano”. Além disso, 8,6% das pessoas tinham já úlceras de pressão, sobretudo na chamada região sagrada, a zona inferior das costas, junto ao cóccix. Outros 31,7% de idosos estavam em alto risco de desenvolver estas feridas. Em relação às quedas, António Simões Bala adianta que identificaram que “cerca de 20% dos doentes caíram em seis meses e 2% dos idosos caíram pelo menos duas vezes”, sendo grande partes destes episódios registados logo de manhã.

Para o especialista, o facto de um em cada cinco idosos terem caído é especialmente importante se tivermos em consideração a dificuldade de recuperação nestas idades. “Falta um programa de intervenção urgente na qualidade. Uma queda traz consequências graves do ponto de vista da funcionalidade. Se a pessoa já tem algum nível de dependência e ocorre uma queda com um traumatismo grave ou necessidade por exemplo de uma prótese na anca e de um internamento prolongado a perda de autonomia será ainda maior”, reitera.

António Simões Bala alerta que a situação de dependência dos idosos analisados nestes lares é muito semelhante ao que se encontra na chamada Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados, em especial nas unidades da rede dedicadas aos cuidados de longa duração. “Em termos do nível de dependência os idosos das estruturas residenciais estão um pouco abaixo dos cuidados continuados, mas do ponto de vista do défice cognitivo, das demências e da doença cardiovascular os dados são mais elevados”, diz.

Por isso, o enfermeiro defende que as exigências para os lares deveriam ser semelhantes ao que acontece na rede de cuidados continuados. “Na rede está legislado que tem de haver uma equipa de saúde com enfermeiro permanente e nas estruturas residenciais para idosos a legislação é muito parca e fala num enfermeiro para 40 idosos”, explica, dizendo que as regras “também não distinguem o nível de dependência nem da escala que se deve utilizar para classificar os doentes ou as horas que se deve contratualizar com o profissional de enfermagem”.

O autor insiste que “a introdução de um ou dois enfermeiros consegue trazer ganhos substanciais” e defende que os lares deveriam contar com “profissionais mais habilitados que consigam introduzir programas de prevenção, vigilância e acompanhamento” dos idosos. Simões Bala ressalva que os dados podem, quanto muito, pecar por defeito, uma vez que as estruturas analisadas contavam com enfermeiro (mesmo que só parcialmente), sublinhando que há outras que nem isso têm. Sobre os custos, o enfermeiro contrapõe que é preciso “pensar em novos modelos de financiamento” e ter em consideração que se vão evitar outras despesas, como as idas às urgências. “O investimento nas equipas de saúde vai melhorar a qualidade e autonomia das pessoas”, conclui.

OMS alerta
A Organização Mundial de Saúde disse que o relatório divulgado na segunda-feira que associa o consumo de carnes processadas a...

A Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Cancro (IARC), organismo da Organização Mundial da Saúde (OMS), colocou o consumo excessivo de carnes processadas como enchidos no Grupo 1 de risco de cancro, sobretudo colorretal, escreve o Sapo.

O consumo excessivo de carnes vermelhas em geral - incluindo bovina, suína e caprina - foi incluído no Grupo 2, como "provavelmente cancerígenas".

O estudo não pede, por isso, para que as pessoas deixem de comer carnes processadas, mas aconselha uma redução do seu consumo, o que pode diminuir o risco de cancro colorretal, explicou a OMS num novo comunicado.

A agência da ONU cita estudos que atribuem 34.000 mortes por ano à alimentação rica em carnes processadas. Um número baixo quando comparado ao milhão de mortes anuais atribuídas ao tabaco, às 60.000 mortes geradas pelo consumo de álcool.

Contudo, não existe ainda evidência científica que permita determinar uma quantidade segura para o consumo de carne, ressalta ainda a OMS.

Investigadores alertam
Com um escasso número de psicólogos e psiquiatras a trabalhar com doentes oncológicos, a grande maioria das cerca de 6100...

O alerta, segundo o Sapo, é de um grupo de investigadoras de Psicologia da Universidade de Aveiro (UA) que desenvolveu o InMama Group, um programa inédito de intervenção em grupo que otimiza o trabalho dos técnicos de saúde mental sem descurar a eficácia dos resultados.

“Existe um número reduzido de psiquiatras e psicólogos nos institutos de oncologia nacional, que só conseguem alcançar uma parte reduzida da população que passa pela doença. No Instituto Português de Oncologia de Coimbra existe uma equipa constituída por uma Psiquiatra e uma Psicóloga para todos os doentes de todos os tipos de cancro”, exemplifica Ana Torres, psicóloga, autora do InMama Group juntamente com Anabela Pereira, Sara Monteiro e Filipa Araújo. Por isso, aponta, “o acompanhamento [psicológico e emocional] é escasso e a maioria das mulheres não o recebe”.

Por isso, “o facto do InMama Group apontar para uma intervenção de grupo tem também como objetivo que os poucos profissionais que trabalham nesta área consigam intervir em simultâneo num grupo de doentes e não somente num doente”. Ou seja, explica Ana Torres, “com este tipo de intervenção consegue-se chegar a um maior número de pessoas”.

Para além desta otimização de recursos, esclarece a investigadora, “a intervenção de grupo neste tipo de problema tem sido indicado também por proporcionar a oportunidade de partilha de experiências comuns relacionadas com o cancro e de estratégias para lidar com as dificuldades, para além de se acreditar que as pessoas se sentem úteis ao fornecer ajuda aos outros membros do grupo”.

Sintomas emocionais que podem ser tratados

“Existem efeitos físicos e psicológicos em todas as fases da doença, nomeadamente efeitos tardios e de longa duração, que persistem para além da remissão da fase ativa da doença, por exemplo, alterações da auto-imagem, alterações do auto-conceito e da auto-estima, sintomatologia depressiva e ansiosa, medo de recorrência ou dificuldades sexuais”, descreve Ana Torres.

Uma sintomatologia de sofrimento emocional “que pode comprometer a qualidade de vida, ou pelo menos alguns domínios da qualidade de vida destas doentes, o domínio físico, sexual, psicológico, social, de papel e espiritual”.

Escrito a pensar nos psicólogos e psiquiatras que trabalham com doentes oncológicos, em especial com mulheres que sobreviveram ao cancro da mama, o livro descreve, passo a passo, oito sessões psico-educativas contendo a descrição e informação para liderar este tipo de intervenção, potenciando a replicação dos benefícios alcançados. O InMamaGroup é um programa de natureza essencialmente psicoeducativa e tem como objetivo familiarizar as doentes com estratégias que promovam o ajustamento psicológico, emocional, social e espiritual às dificuldades resultantes da doença, contribuindo para a melhoria da sua qualidade de vida.

Constituído por oito sessões, de frequência semanal e com a duração de aproximadamente 90 minutos, o programa tem como objetivos permitir uma adaptação saudável da mulher aos efeitos do cancro da mama e dos tratamentos, diminuir a sintomatologia psicopatológica e o sofrimento psicológico, melhorar as estratégias de coping, os estados de humor e o autoconceito contribuindo para o ajustamento emocional e o crescimento pessoal e, por consequência, promover a qualidade de vida da mulher.

Testado ao longo dos últimos anos, as melhorias encontradas nas mulheres que já passaram pelo cancro da mama e, posteriormente, pelo programa InMama Group são notórias.
“Encontramos um efeito significativo especialmente a nível da perceção que as mulheres têm de si [ao nível do auto-conceito], para além da diminuição da predisposição à ansiedade”, congratula-se Ana Torres. Portanto, desejam as autoras, “esperamos que muitas outras mulheres consigam beneficiar destes e de outros efeitos”.

Em 25 anos
O programa de rastreio da Liga Portuguesa Contra o Cancro, que arrancou em 1990 na região Centro, identificou 6.935 cancros da...

Os resultados dos 25 anos do programa, que são apresentados no sábado, em Coimbra, permitem concluir que há uma "maior probabilidade" de mulheres que repetem a mamografia de apresentarem "lesões menos graves", sublinhou o membro da direção do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (NRC-LPCC), Vitor Rodrigues.

Segundo os dados a que a Lusa teve acesso, por cada mil mulheres rastreadas pela primeira vez, 62 são chamadas a uma consulta de aferição, 7,6 são encaminhadas para o hospital e quatro têm cancro.

Já nas mulheres que repetem o rastreio mamográfico, por cada mil 21 são chamadas a uma consulta de aferição, 4,1 são encaminhadas para o hospital e 2,8 têm cancro.

A repetição da mamografia resulta num diagnóstico do cancro da mama "mais precoce", o que leva a "um tratamento menos agressivo e a uma maior potencialidade de controlo", explanou.

Apesar dessa constatação, Vitor Rodrigues afirmou que, quer num caso quer noutro, a maioria dos tumores detetados são de pequena dimensão.

Cerca de 80% dos tumores detetados nas mulheres que repetem o rastreio têm pequena dimensão (até 15 milímetros) e 78% não apresentam extensão para os gânglios linfáticos, sendo que nas mulheres rastreadas pela primeira vez essa percentagem é um pouco mais baixa (75% dos tumores têm pequena dimensão e 72% não apresentam extensão para os gânglios), acrescentou.

O programa de rastreio da LPCC começou em 1990 na região Centro, em 1997 estendeu-se ao Alentejo e parte do distrito de Santarém, através do núcleo regional do Sul, e em 1999 começou a ser realizado pelo núcleo regional do Norte e na Madeira, através do Governo Regional.

O rastreio realiza-se também nos Açores, desde 2008, e no Algarve, desde 2005.

De acordo com Vitor Rodrigues, desde o início do projeto que se registou um aumento das mulheres que procuram o programa.

"No início, abrangíamos perto de 40%. Neste momento, abrangemos 65% das mulheres" em idade rastreável (dos 45 aos 69 anos) nos territórios em que o programa está implementado, frisou.

Para o também professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, "há, sem sombra de dúvida, uma maior sensibilização e um interiorizar por parte das pessoas de que têm de tomar conta da sua saúde".

Os resultados vão ser apresentados no sábado, no Hotel Quinta das Lágrimas, em Coimbra, no âmbito da sessão comemorativa de 25 anos do programa de rastreio da LPCC.

Barómetro
Quase metade dos portugueses não vai ao dentista há mais de um ano, tendo-se registado uma diminuição de consultas de saúde...

Estas são algumas das principais conclusões do II Barómetro Nacional de Saúde Oral, e que mostram que mais de 16% dos portugueses cortou nas consultas de medicina dentária em 2015, comparativamente ao ano anterior.

Contudo, em 2014 era mais elevado (20%) o número de pessoas que indicava ter diminuído as visitas ao dentista.

Segundo este barómetro, 46,7% dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano e os que foram a uma consulta são, sobretudo, mulheres, jovens, do interior Norte e de classe social mais elevada.

No oposto, surgem os idosos, os moradores no Sul e as pessoas das classes sociais com menores rendimentos.

Aliás, quando é assumida a diminuição de visitas ao dentista no último ano, o principal motivo elencado são as questões monetárias, como já se tinha verificado em 2014.

Outro dos indicadores mostra que um terço dos portugueses nunca visitaram o médico dentista ou só o fizeram apenas em caso de urgência, enquanto 9,5% dizem mesmo nunca ir ao dentista.

A Ordem dos Médicos Dentistas, responsável por este barómetro, salienta que existe uma correlação entre a falta de dentes e as poucas visitas ao dentista.

Este ano, 37% dos portugueses inquiridos afirmaram que têm falta de mais do que seis dentes naturais, mais cinco pontos percentuais do que em 2014.

Além disso, mais de metade (54%) dos portugueses com falta de dentes naturais não têm nada a substituí-los (nem dentaduras, nem dentes fixos) e apenas 28% dizem ter a dentição completa, excluindo os dentes do siso.

Quanto aos hábitos de higiene oral, 97,4% dizem escovar os dentes com frequência e até aumentou, em comparação com 2014, a quantidade dos que usam elixir e fio dentário.

O barómetro demonstrou ainda que são poucos os portugueses que recorreram ao Serviço Nacional de Saúde para tratar um problema de dentes – 6,9% nos últimos doze meses e, destes, 22% não tiveram o seu problema resolvido.

Em todo o país
Cerca de 30 mil voluntários da Liga Portuguesa Contra o Cancro iniciam hoje o peditório a favor da organização, que decorrerá...

A iniciativa tem como objetivo “alertar a população para a importância de contribuir para esta causa”, refere a instituição em comunicado.

“Lançamos novamente o repto aos portugueses para que se juntem à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e à luta contra o cancro”, afirma o presidente da LPCC, Francisco Cavaleiro de Ferreira, lembrando que o peditório “é uma das ações de angariação mais importantes” para a liga.

As receitas do peditório permitem dar continuidade aos diversos projetos que a Liga tem vindo a desenvolver na luta contra o cancro.

“No entanto, mais do que uma recolha de fundos, queremos que este seja um exemplo nacional de entreajuda e de solidariedade para fazermos mais e ajudarmos mais”, sublinha Francisco Cavaleiro de Ferreira, em comunicado.

Durante os quatro dias da iniciativa, os voluntários vão estar em locais distintos, como centros comerciais, igrejas, cemitérios, supermercados e principais ruas da cidade devidamente identificados com o colete da instituição e com o cofre.

Este ano, além da contribuição tradicional, os portugueses poderão fazer o seu donativo através de ‘QRCode’(código de resposta rápida para identificação digital), de “forma simples e segura”.

Esta ação decorre em todo o país, sob as orientações dos respetivos Núcleos Regionais da LPCC – Norte, Centro, Sul, Açores e Madeira.

Com o intuito de alertar a população para a importância de contribuir para esta causa, a LPCC está a promover novamente uma campanha de sensibilização cujo mote é “Contra o Cancro Todos Contam”.

A campanha, disponível em imprensa, ‘mupis’, online e TV, conta com a participação da cantora Mariza, do ator Paulo Pires, o ex-jogador Pauleta, a judoca Telma Monteiro e da atriz Ana Sofia Martins.

Estudo
As intervenções dos farmacêuticos junto dos utentes poupam à sociedade portuguesa cerca de 880 milhões de euros, valor que...

Estas são algumas das conclusões de um estudo promovido pela Ordem dos Farmacêuticos, que tentou apurar o valor económico e social das intervenções das farmácias comunitárias, e seus profissionais, junto dos utentes, tendo como base de comparação o que se estima que ocorreria caso não houvesse intervenção farmacêutica.

Esta análise não incluiu a dispensa do medicamento, atividade principal da farmácia, tendo considerado apenas intervenções diárias como gestão de doenças e terapêuticas, saúde materna e do bebé ou “intervenções transversais” como administração de medicamentos e vacinas, apoio ao domicílio, aconselhamento farmacêutico, ou programas de saúde pública, como troca de seringas e cessação tabágica.

Assim, em termos de resultados globais, o estudo conclui que as farmácias permitem uma poupança de 879,6 milhões de euros, um valor que representa 0,5% do PIB e 5,6% da despesa total em saúde.

Discriminando por áreas de intervenção, as poupanças geradas são de 352 milhões de euros em toda a atividade não remunerada do farmacêutico, 45 milhões em internamentos hospitalares, 1,6 milhões em urgências e 401,5 milhões em consultas.

Em termos de doenças e terapêuticas crónicas, a sociedade portuguesa pouparia 147,6 milhões de euros em hipertensão arterial, 32,9 milhões na diabetes e 27,7 milhões na asma e DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica).

Com a saúde materna e da criança a poupança chegaria aos 13,3 milhões de euros e com a melhoria da adesão à terapêutica aos 237,6 milhões.

Relativamente ao considerado “valor social” das farmácias, o estudo revela que a intervenção farmacêutica abrange 4,2 milhões de utentes, num valor global anual de 120 milhões de intervenções, e representa um aumento de 8,3% da qualidade de vida, bem como um benefício total de 260.245 anos de vida com qualidade.

A ausência de intervenções farmacêuticas representaria mais de 6 milhões de atos de saúde a mais no SNS, mais 22.409 hospitalizações, 22.054 episódios de urgência e 5.991.308 consultas.

Para efeitos deste estudo foram ainda consideradas as “intervenções futuras”, ou seja, intervenções que ainda não existem nas farmácias, mas que os farmacêuticos defendem que comecem a fazer parte das suas atividades, proximamente e em articulação com os cuidados de saúde primários e hospitalares.

Dispensa de medicamentos atualmente de uso exclusivo hospitalar a doentes crónicos controlados, deteção precoce do VIH, reconciliação da terapêutica, toma observada direta da terapêutica (no caso da tuberculose), ajuste da dose de terapêutica anticoagulante ou programas de gestão da doença no caso da artrite são algumas dessas intervenções.

Segundo o estudo, tal contributo permitiria poupar mais 144,3 milhões de euros e abranger 1,7 milhões de utentes.

Em Portugal
A Procuradoria-Geral da República está investigar o negócio do plasma em Portugal, uma matéria alvo de uma reportagem há alguns...

A Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de um inquérito, “a correr termos no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP)”, em investigação e em segredo de justiça.

A estação televisiva disse que o DIAP pediu os documentos que estiveram na base da reportagem “O negócio do plasma”, e que vai começar a ouvir os envolvidos no caso.

A reportagem denunciava o desperdício de plasma doado pelos dadores portugueses e o gasto de milhões de euros na compra de plasma à empresa Octapharma.

A TVI noticiou que vão ser investigados os contratos ganhos pela farmacêutica, quando um dos elementos do júri era Luís Cunha Ribeiro, atual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa, que na altura vivia em casa do principal responsável da empresa.

A Octapharma disse em comunicado, na altura da reportagem, que não retirava “o mais pequeno benefício da situação de não aproveitamento do plasma português”.

O responsável da Octapharma, Lalanda e Castro, foi quem deu emprego a José Sócrates depois de o ex-primeiro-ministro ter deixado o executivo. Além de José Sócrates é também um dos arguidos do processo “Operação Marquês”.

OMS
Dois terços da população mundial com menos de 50 anos são portadores do vírus do herpes, uma infeção incurável e contagiosa que...

A conclusão é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que divulgou um relatório sobre este vírus e a respetiva incidência na população mundial.

“Mais de 3,7 mil milhões de pessoas com menos de 50 anos, ou seja 67% da população [com menos de 50 anos], estão infetadas pelo vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1)", indicou a agência das Nações Unidas, num comunicado.

Este vírus, que é transmitido principalmente pelo contacto com as partículas virais presentes em zonas como a boca, saliva ou lábios, afeta 87% da população com menos de 50 anos em África e 75% das pessoas com menos de 50 anos na região do Mediterrâneo Oriental, segundo o mesmo estudo.

Na Europa, 69% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus, um número que desce para 61% quando analisada a incidência do vírus em homens da mesma faixa etária.

A região das Américas é a menos afetada: 49% das mulheres com menos de 50 anos são portadoras do vírus HSV-1, contra 39% dos homens.

Nos países mais desenvolvidos existem menos pessoas infetadas com o HSV-1 durante o período da infância, provavelmente porque existem melhores condições de higiene, acrescentou o relatório.

No entanto, segundo indicou o documento, estas mesmas pessoas estão expostas a um maior risco de contrair herpes labial através da prática de sexo oral.

Existem dois tipos de vírus do herpes: o vírus Herpes Simples do tipo 1 (HSV-1) e o vírus Herpes Simples do tipo 2 (HSV-2). Os dois são “muito contagiosos e incuráveis”, segundo a OMS.

O HSV-2, que se transmite principalmente por via sexual, é a principal causa do herpes genital.

Cerca de 417 milhões de pessoas entre os 15 e os 49 anos estão infetadas por este vírus.

Mas, novos dados fornecidos pela OMS mostram que o HSV-1 "é também uma das principais causas do herpes genital”.

Cerca de 140 milhões de pessoas com idades compreendidas entre os 15 e 49 anos estão infetadas com herpes genital HSV-1, principalmente no continente americano, Europa e no Pacífico Ocidental, precisou o relatório.

“O acesso à educação e à informação sobre os dois tipos de herpes e sobre as infeções sexualmente transmissíveis é essencial para proteger a saúde dos jovens antes que comecem a ser sexualmente ativos", afirmou Marleen Temmerman, responsável pelo Departamento de Saúde e Investigação Reprodutiva da OMS.

Os medicamentos antivirais existentes no mercado ajudam a reduzir a gravidade e a frequência dos sintomas, mas não conseguem curar a infeção. Várias vacinas e agentes microbicidas estão a ser estudados.

Instituto de Medicina Legal quer
O vice-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, João Pinheiro, realçou a aposta da instituição...

Na sua intervenção na abertura da II Conferência do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF), João Pinheiro valorizou o reforço das relações com as faculdades de Medicina portuguesas, com as quais o instituto pretende “renovar os protocolos de colaboração científico-pedagógica, alguns com mais de 15 anos, ajustando-os à realidade e tempos” atuais.

“Não posso deixar de salientar, com muito agrado, a estreita e profícua colaboração que iniciámos este ano com a Nova Medical School da Universidade Nova de Lisboa, que, estando ali mesmo ao lado da nossa Delegação Sul, não se comunicava com esta, vivendo ambas inexplicavelmente de costas voltadas há longos anos”, lamentou.

João Pinheiro disse que o alheamento entre as duas entidades, na capital, teve “várias consequências nefastas”, como o facto de “a cadeira de Medicina Legal ter sido paulatinamente reduzida a seis horas letivas anuais no atual plano de estudos do curso de Medicina” daquela escola.

Este estabelecimento de ensino acolheu uma proposta de colaboração do INMLCF que permitiu criar no quinto ano médico uma cadeira de opção, designada Medicina Legal e Ciências Forenses, com 32 horas letivas, que arranca em fevereiro de 2016, será regida pela professora Cristina Mendonça, diretora da Delegação Sul do instituto, e incluirá aulas, assistência a autópsias e exames penais.

Na sua opinião, “novos e auspiciosos trilhos de formação pré e pós-graduada e de investigação se abriram” entre as duas instituições, os seus professores e alunos.

“Assinámos com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, do Porto, estão fechados os protocolos com a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina de Lisboa e estamos em fase de negociação com a Faculdade de Medicina de Coimbra”, informou João Pinheiro.

O INMLCF quer continuar “nesta direção para outras escolas e instituições”, planeando a abertura em Faro, em janeiro, de um curso de pós-graduação em Medicina Legal e Ciências Forenses, envolvendo as unidades de saúde da Universidade do Algarve.

Também o presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, Francisco Brízida Martins, destacou no seu discurso a importância de “fazer ponte com todos aqueles que de uma forma ou de outra interagem com a atividade” do organismo público que lidera.

A conferência nacional, que decorre no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, permite ao INMLCF confirmar a sua condição de “parceiro privilegiado na administração da justiça”, promovendo “uma ampla partilha de saberes e experiências”.

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