Especialistas dizem
O decreto-lei que regula as práticas de publicidade em saúde, a vigorar a partir de 1 de novembro, vai proteger os interesses...

Esta é uma ideia partilhada pela Entidade Reguladora da Saúde, pela Ordem dos Nutricionistas e por uma especialista em direito de saúde.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, manifestou-se satisfeita com o diploma, considerando que, apesar de já existirem regras que acautelavam questões relativas à publicidade de alguns produtos, a lei agora publicada vai mais longe ao salvaguardar a concorrência leal entre os prestadores e defender os doentes e os utentes.

“Quando estamos a falar de saúde do cidadão, é evidente que a publicidade tem de ser rigorosa, verídica e baseada em evidência científica. Neste sentido, este diploma vem acautelá-lo”, explicou, lembrando que quando um cidadão recorre a um serviço de saúde, o faz porque necessita dele, e sabendo que este é direcionado para as suas necessidades.

Questionada sobre a publicidade recorrente aos suplementos alimentares, a bastonária mostrou-se “muito preocupada” com estes produtos.

Alexandra Bento notou que apesar de a legislação em questão não regular diretamente esses suplementos, acabar “por lhe ser inerente de alguma forma”.

O decreto-lei 238/2015 abrange todas as práticas de publicidade relativas a métodos convencionais e terapêuticas não convencionais, entre as quais os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, quaisquer tratamentos ou terapias, designadamente os que envolvam o uso de células, salvaguardando a concorrência leal entre os prestadores.

“As regras que devem ser seguidas pela publicidade têm de ser seguidas por quem os prescreve. Tem de se defender todos os princípios salvaguardados no diploma, como a transparência, a fidedignidade, a licitude, a objetividade e o rigor científico”, explicou.

A Ordem dos Nutricionistas defendeu que os suplementos deveriam beneficiar de uma regulação semelhante à dos medicamentos, justificando que, “seguramente, isso acautelaria o impacto nas expectativas dos utentes, em especial em situações de doença e de vulnerabilidade acrescida, que muitas vezes contribui para o uso, por vezes desnecessário ou inadequado, dos mesmos”.

Também a advogada Rita Roque de Pinho, especialista em Direito da Saúde, sublinhou que a nova lei vem “clarificar” a publicidade nesta área, defendendo o consumidor no geral.

“As entidades que não estão licenciadas ou classificadas como prestadoras de uma determinada atividade, mas que alegam e publicitam serviços que se enquadram nessa atividade [bancos de preservação de células estaminais, por exemplo], passam a estar abrangidos pelo diploma, isso é positivo”, sustentou.

A bastonária e Rita Roque de Pinho destacaram o facto de a nova lei obrigar a que na mensagem publicitada apenas possam ser “utilizadas informações aceites pela comunidade técnica ou científica”, devendo evitar-se todas as referências que possam induzir os utentes a quem a mesma é dirigida em erro acerca da utilidade e da finalidade real do ato ou serviço.

“O rigor científico é indispensável para que a prestação de cuidados de saúde seja adequada e segura e para que a respetiva mensagem publicitária seja fidedigna”, justificou Alexandra Bento.

No entanto, Rita Roque Pinho criticou o legislador, sublinhando que “devia ter ido mais longe” na clarificação daquilo que deve ser o rigor científico seguido na avaliação desses produtos.

“Era preferível o legislador ter concretizado isto para podermos aferir se o princípio do rigor científico é respeitado ou não na publicidade que é feita”, afirmou, lembrando que o novo decreto vai regular os “muito publicitados” serviços relativos às células estaminais, que até agora eram regulados pelo código da publicidade.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) explicou, igualmente, que o artigo em questão defende o consumidor/utente, sublinhando o direito que este tem a uma informação “transparente, clara, objetiva e rigorosa sobre o ato, serviço, ideia ou princípio publicitado, dado que o que está em jogo é a sua saúde e o seu bem-estar”.

Questionada sobre a proteção que a nova lei dá aos consumidores, a ERS referiu que embora estes já estivessem abrangidos pela legislação geral sobre publicidade e consumo, o diploma específico agora publicado “torna o regime aplicável mais claro, acautelando os direitos e os interesses legítimos dos utentes relativos à proteção da saúde e à segurança dos atos e serviços”.

Em relação aos suplementos alimentares, a ERS esclareceu que estes são regulados por legislação especial, sendo a publicidade fiscalizada pela ASAE, enquanto a publicidade a medicamentos e produtos médicos é fiscalizada pelo Infarmed.

Especialista defende
Uma investigadora do Instituto Superior Técnico defendeu que os arquitetos devem acompanhar a evolução tecnológica na medicina...

"Estamos num tempo de grandes desafios - tecnológicos e médicos - e, em face da necessidade de promover um ambiente construído capaz de ser sustentável" e de adaptar-se às necessidades físicas e psicológicas do paciente, "é fundamental que os arquitetos, engenheiros e urbanistas se preparem para acompanhar a medicina e as ciências sociais nesta procura de uma nova agenda programática, disciplinar e política", disse Ana Tostões.

Para a especialista do Instituto Superior Técnico (IST), é importante "reconhecer os valores patrimoniais e o que pode ser reutilizado nos conjuntos" hospitalares já existentes e ter em conta aspetos como ventilação, iluminação, insolação, mas também questões relacionadas com aspetos ergonómicos, para facilitar a mobilidade dos doentes em funções tão simples como lavar as mãos.

A estes pontos junta-se o bem estar psicológico que pode resultar de atenções diversas como a decoração do quarto ou a imagem tranquilizadora de um teto, para os doentes que passam a maior parte do tempo deitados na cama.

Trata-se de "partir do princípio que esse sentimento de agradabilidade, de bem estar, é fator favorável à cura, [assim como] ajuda a curar também a questão psicológica", realçou a arquiteta.

Ana Tostões falava a propósito da realização do Fórum Gulbenkian de Saúde 2015: Saúde e Arquitetura em Diálogo, na quarta-feira, sessão em que a investigadora participa para comentar a intervenção do arquiteto britânico Charles Jenks e responder à pergunta "Pode a arquitetura afetar a sua saúde?".

O especialista do Reino Unido vai apresentar os 'Maggie’s Cancer Caring Centers' (centros de cuidados para doentes de cancro) resultado do trabalho da sua mulher "para minorar os danos do processo de prolongamento de vida dirigido às crianças", como referiu Ana Tostões.

Para a investigadora do IST, está na agenda contemporânea perceber que "a questão da saúde está intimamente ligada com o bem estar, com a arquitetura e com o urbanismo" e é função destas disciplinas criar melhores lugares para as pessoas viverem, nas cidades, nos espaços urbanos, nos equipamentos públicos, nos empregos, nas habitações e "trabalhar antes que os problemas aconteçam".

"Se tivermos uma cidade mais saudável, se vivermos em lugares mais acolhedores que promovam mais bem-estar, a vida é mais fácil e muito mais saudável", realçou.

Urgência não pode ser a única porta de entrada nos hospitais
A utilização excessiva dos serviços de urgência por doentes sem gravidade é um dos principais desafios dos internistas nas...

A sobrelotação dos serviços de urgência é um dos temas em debate no 1º Congresso Nacional da Urgência, que acontece a 24 e 25 de outubro no Funchal, um projeto-piloto que visa atualizar todos os médicos que trabalham nas urgências.

Maria da Luz Brazão, internista e responsável pela coordenação do congresso afirma que “os poderes públicos continuam a achar que a urgência é a única porta dos hospitais, em vez de investirem em portas alternativas” e acrescenta: “não há solução para este problema que não passe pelo desvio do excesso de afluência para outros serviços”.

A coordenadora desta reunião sublinha que “não existe um pensamento estratégico que permita o planeamento e a colocação em prática de operações de direcionamento de doentes afetados por condições epidemiologicamente previsíveis”, o que contribui para a sobrelotação dos serviços de urgência que marcou o inverno passado e já se fez sentir em Lisboa neste outono.

Para colmatar a falta de planeamento, Maria da Luz Brazão salienta a importância de reabrir os serviços de atendimento permanente (SAP) assim que começar o surto da gripe. “Por outro lado, os serviços de internamento deverão aumentar a sua dinâmica com vista à utilização acrescida das áreas de ambulatório hospitalar – consultas, unidades de diagnóstico rápido, hospital de dia, unidades de internamento curto – para acrescentar mais vagas para doentes mais graves, retirando muitos doentes do ambiente da urgência. É também importante montar uma verdadeira estrutura de seguimento da doença crónica. Iniciar a hospitalização domiciliária, entre uma série de medidas estudadas e em pleno funcionamento noutros países”, acrescenta.

A coordenadora vê este primeiro congresso como uma oportunidade para que os internistas discutam de forma positiva soluções que permitam iniciar uma revolução na vida dos serviços de urgência. “As conclusões a extrair do congresso serão apresentadas a entidades de direção máxima na área da saúde em Portugal, para que haja uma pressão construtiva sobre os planeadores centrais e institucionais.”

Em antecipação ao congresso serão realizados também três cursos pré-congresso, centrados nos temas “O internista e a urgência”, “Suporte Avanço de Vida” e “Anti coagulação oral”. Os cursos acontecem a 22 e 23 de outubro.

Saiba como
As infeções sexualmente transmissíveis passam das pessoas infetadas para os seus parceiros/as durant

Qualquer pessoa pode contrair uma Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST) se fizer sexo vaginal, anal ou oral com alguém que esteja infetado.

A transmissão é facilitada se não usar preservativo e tiver vários parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas e se infetar.

Como se manifestam as IST?
Muitas vezes as IST não dão manifestação clínica durante meses ou anos. Nestes casos só através de análises específicas é possível saber quem está infetado.

Quando há sintomas, estes podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.

Alguns sinais e sintomas:

  • Corrimento anormal da vagina, pénis ou ânus;
  • Ardor ou dor ao urinar;
  • Feridas ou bolhas na área genital;
  • Comichão ou irritação na área genital;
  • Dor na parte inferior do abdómen ou durante o ato sexual.

As IST causam complicações?
Se não forem tratadas algumas IST podem provocar doenças ou complicações graves: doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, pénis ou ânus.

Nas grávidas, podem provocar aborto, parto prematuro ou passar para o feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.

Quais as IST mais comuns?

- Clamídia ou infeção por Chlamydia trachomatis

- Condilomas acuminados ou verrugas genitais

- Gonorreia, blenorragia ou infeção gonocócica

- Herpes genital

- Infeção HPV

- Infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH/Sida)

- Sífilis

- Tricomoníase ou infeção genital por Trichomonas vaginalis

Também são sexualmente transmissíveis as seguintes infeções e parasitoses:

- Hepatite B e Hepatite C

- Molusco contagioso

- Escabiose ou sarna

- Pediculose ou piolhos púbicos

Como posso saber se tenho uma IST?
Procure o médico, faça as análises e os tratamentos que ele recomendar.

As IST provocadas por bactérias (clamídia, gonorreia, sífilis) e por parasitas (tricomoníase, sarna, pediculose) curam facilmente com tratamento adequado. Para as outras existem tratamentos que ajudam a controlar a infeção.

Se tiver uma IST deve informar os seus parceiros e/ou parceiras para que procurem uma consulta médica onde serão aconselhados e tratados.

Como tornar o sexo mais seguro?

  • Utilize preservativo sempre que tiver relações sexuais.
  • Se tiver um novo parceiro sexual ambos devem fazer um Rastreio de IST. 
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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Saiba como utilizar
A utilização correta dos preservativos são um fator importante na prevenção e transmissão de doenças

Preservativo masculino
Existe com várias formas, cores, sabores, texturas e tamanhos, pelo que poderá escolher o mais adequado à prática sexual que vai ter. A maioria é feita de látex.

Sexo anal: use preservativos “extra-fortes” e um lubrificante de base aquosa.

Sexo oral: escolha preservativos mais finos, com sabores e sem lubrificantes.

Colocação:

  • Verifique qual a direção em que desenrola.
  • Segure a ponta do preservativo entre dois dedos, para expelir o ar do reservatório onde deverá ficar o esperma.
  • Coloque-o na ponta do pénis em ereção e desenrole-o.
  • Após a ejaculação, retire o pénis, segurando o anel de modo a evitar a saída de esperma. Dê um nó e deite no lixo.

Se não conseguir uma colocação correta, repita com um novo.

Que fazer se o preservativo romper?

  • Remova-o imediatamente.
  • Consulte o seu médico, porque pode ter adquirido uma Infeção Sexualmente Transmissível (IST).
  • As mulheres que não fazem contraceção segura podem tomar “a pílula do dia seguinte”.

Preservativo feminino
Tem a forma de um tubo fechado num dos lados, com um anel flexível na extremidade fechada e outro, maior, no lado aberto. Pode ser de silicone ou poliuretano.

Colocação:

  • Aperte o anel flexível entre os dedos polegar e médio e introduza na vagina.
  • Empurre para o fundo de forma a extremidade fechada do preservativo cobrir o colo do útero.
  • O anel da extremidade aberta fica para fora da vagina.
  • Durante a relação introduza o pénis no preservativo feminino, que deve cobrir a vulva, a vagina e o colo do útero.
  • No final aperte e torça o anel externo, para manter o sémen dentro do preservativo. Retire com cuidado e deite no lixo.

Pode ser colocado até 8 horas antes da relação sexual.

Preservativos
Utilize-os quando faz sexo vaginal, oral ou anal.

  • Verifique o prazo de validade.
  • Use um novo preservativo em cada novo contacto sexual.
  • Não os guarde em local quente ou expostos ao sol.
  • Não abra a embalagem com as unhas ou objetos cortantes.
  • Não coloque dois preservativos ao mesmo tempo.
  • Utilize lubrificantes de base aquosa.

Tenha sempre preservativos disponíveis. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Doentes oncológicas
Os tratamentos contra o cancro podem comprometer a capacidade reprodutiva dos pacientes.

As doenças oncológicas são, depois das doenças cardiovasculares, a segunda principal causa de morte em Portugal. De acordo com o registo oncológico de 2010, estima-se que aproximadamente 8.653 mulheres, em Portugal, foram diagnosticadas com tumores malignos só nesse ano. Os avanços ao nível da prevenção, deteção precoce e tratamento, permitem a estas utentes viver por longos períodos de tempo, e assim, questões como a qualidade de vida e a preservação da fertilidade, tornaram-se cada vez mais importantes para as sobreviventes em idade reprodutiva.

A preservação da fertilidade para os homens, através da criopreservação de esperma está disponível há muitos anos, no entanto não existe, até à data, nenhuma técnica análoga, não invasiva, disponível para as mulheres.

A importância da fertilidade em doentes oncológicas
Existem essencialmente três possíveis opções para a preservação da fertilidade feminina. A criopreservação de embriões é uma delas. Relativamente a esta opção, e no caso específico de utentes com doenças oncológicas é preciso ter em conta que poderá haver um atraso de 2 a 5 semanas no tratamento da doença por causa da estimulação ovárica, requerida para a fertilização in vitro. É preciso considerar também que certos tipos de cancro, como alguns tipos de cancro da mama, ovário e endométrio (cancros estrogénio-dependentes) podem invalidar a possibilidade da realização de uma estimulação sob risco de induzir a proliferação das células cancerígenas. As outras implicações desta opção são a exigência de um parceiro masculino ou vontade de usar esperma de um dador para a obtenção de embriões; a idade das pacientes (não é aplicável a raparigas pré púberes); as questões legais sobre os embriões em caso de separação ou morte de um dos cônjuges e, todas as questões éticas, morais e religiosas que esta técnica envolve. Outra das opções é a criopreservação de tecido ovárico, esta opção tem a vantagem de não necessitar de qualquer estimulação ovárica, e consequentemente não implicar o atraso no início da terapêutica anti-neoplásica. Para além disso, pode ser aplicada a mulheres das mais diversas idades (pré-púberes, adolescentes e adultas) e não implica a existência de um parceiro. Contudo, dois fatores limitantes deste procedimento são o facto de implicar a realização de uma pequena cirurgia (laparoscopia) e de comportar o risco de retransmissão da doença devido à presença de células neoplásicas no tecido. Por último, a criopreservação de ovócitos é a opção que fornece os meios mais eficazes para assegurar a autonomia reprodutiva de uma paciente, ao contrário do que acontece com a criopreservação de embriões. Esta opção exige também a realização de uma estimulação ovárica com vista à obtenção de ovócitos maduros. A criopreservação de embriões e ovócitos têm taxas de sucesso (gravidez) equiparáveis, sendo que a criopreservação de ovócitos tem também a vantagem de evitar os dilemas éticos e religiosos associados à criopreservação de embriões.

É urgente uma divulgação deste tema junto de especialistas e doentes
Urge a necessidade de médicos de cuidados primários e oncologistas serem informados e sensibilizados para a questão de preservação a fertilidade de forma a prevenir perdas de tempo valioso e permitir o encaminhamento destas utentes para centros de reprodução medicamente assistida.

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Rethinking Pharma
A terceira edição do Rethinking Pharma, o maior evento para profissionais da indústria farmacêutica em Portugal, reunirá cerca...

Portugal receberá pela primeira vez Mats Larson, que presidiu à reforma do serviço de saúde na Suécia, um país onde essa alteração representou uma transação tranquila e com impacto positivo na saúde pública e no orçamento de estado, gerando a necessária renovação do sistema. O congresso vai realizar-se no Hotel Aqualuz em Tróia, nos dias 29 e 30 de Outubro.

A mesa 3, agendada para as 14h30 de dia 30, será dedicada à regeneração do sistema de saúde e o acesso ao medicamento, através da análise do case study da Suécia e da visão de líderes de opinião nacionais sobre os objetivos nacionais, a curto prazo. Este debate, moderado por Adalberto Campos Fernandes, Professor na Escola Nacional de Saúde Pública e Presidente da Comissão Executiva do SAMS, contará com a intervenção de Eurico Castro Alves, presidente do Infarmed e de Almeida Lopes, presidente da Apifarma.

A nova gestão da carreira nas empresas farmacêuticas; a importância da reputação e imagem neste sector de atividade; e as tecnologias digitais na indústria farmacêutica são outros grandes temas definidos para o congresso. O encontro surge da necessidade de repensar o papel da indústria farmacêutica em Portugal, num momento especialmente crítico para a economia nacional e para este sector em concreto.

A iniciativa conta com o apoio oficial das seguintes entidades: APDH (Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar), APMIF (Associação Portuguesa de Medicina Farmacêutica), APOGEN (Associação Portuguesa de Genéricos) e APDP (Associação Portuguesa do Doente Diabético). As inscrições estão abertas e disponíveis através do site http://www.rethinkingpharma.com, onde pode ser também consultado o programa.

Astellas European Foundation
Astellas European Foundation atribui prémios para investigação nas áreas de Transplantação e Uro-Oncologia a duas equipas: uma...

O prémio na área de Transplantação destina-se à investigação de imagens de ecografias funcionais enquanto instrumento inovador para avaliar o desempenho da microcirculação hepática, durante e depois de um transplante de fígado, prevendo e prevenindo disfunções da microcirculação. O sistema protótipo foi previamente otimizado para imagiologia cerebral. A tecnologia será agora testada com o objetivo de desenvolver uma ferramenta rápida, exata e não invasiva para avaliar o sucesso do transplante de fígado. O Dr. Federico Esposti refere que "até à data, uma grande lacuna dividia o que sabemos sobre o papel da microcirculação hepática na saúde, na doença e na prática cirúrgica. A nossa ideia é facultar aos cirurgiões de transplante uma ferramenta eficiente para topografia hepática micro-hemodinâmica. Estamos muito gratos à Astellas European Foundation por colaborar com a nossa pesquisa e acreditar no nosso projeto".

Na área de Uro-Oncologia o prémio reverte para a investigação de técnicas de imagem molecular inovadoras. Esta pesquisa irá prever o grau do tumor e as metástases linfáticas em doentes com cancro da próstata, com indicação para prostatectomia e dissecação dos nódulos linfáticos.

A equipa irá procurar testar o valor das novas ferramentas de imagem. Pretende superar as limitações das técnicas de imagem atuais, tais como tomografia computadorizada e ressonância magnética convencional, que não são suficientemente sensíveis para detetar metástases de cancro da próstata, devido ao pequeno tamanho dos nódulos linfáticos. Segundo os Professores Witjes e Barentsz “os doentes com cancro da próstata com nódulos limitados e metástases ósseas podem beneficiar de uma abordagem curativa, para a qual precisamos de imagem nodal ótima, como nano-ressonância magnética ou tomografia por Emissão de Positrões (PET/CT) com PSMA-Ga68”.

A Astellas European Foundation é uma instituição de caridade, formada em 2005, com o objetivo de a longo prazo, fornecer apoio a programas e atividades que promovam um maior desenvolvimento na medicina e na saúde. Em consonância com este objetivo, a Fundação faz doações substanciais para instituições de caridade a nível mundial. A Fundação, também suporta os seus colaboradores na angariação de fundos privados para causas solidárias que estes queiram apoiar.

A Fundação oferece bolsas anuais no valor de 150.000 dólares para as áreas de Transplantação, Uro-Oncologia, Urologia e Uro-Ginecologia. Os vencedores das bolsas são selecionados por um júri que inclui líderes europeus independentes.

Saiba reconhecer
Os nevos ou “sinais” têm origem nos melanócitos, as células responsáveis pela cor da pele e protecçã

O que são os nevos atípicos ou “sinais perigosos”?
São sinais difíceis de distinguir clinicamente do melanoma, que é o cancro de pele com maior mortalidade. Os nevos atípicos, no entanto, não são melanomas ou qualquer forma de cancro cutâneo.

Ocorrem em qualquer localização do corpo, mas como estão associados com a exposição solar são mais frequentes no dorso e pernas.

A presença de nevos atípicos pode aumentar o risco de ter no futuro um melanoma. Este risco aumenta ainda com o número de “sinais perigosos” presentes ou com história familiar de melanoma.

Como reconhecer um nevo atípico ou “sinal perigoso”?

A semelhança do melanoma, têm algumas características particulares:

  • Assimetria: Quando se divide o nevo em 2 partes, estas são diferentes em cor, espessura, forma ou tamanho;
  • Bordos: Os bordos da lesão são irregulares ou mal definidos;
  • Cor: A distribuição da cor não é uniforme ou existem várias cores;
  • Diâmetro: Sobretudo quando é superior ao dos restantes sinais.

A evolução das lesões, sobretudo quando o doente refere que o sinal cresceu muito em pouco tempo, é também uma característica que ajuda o médico a distinguir as lesões malignas das benignas.


Figura 1. Nevo atípico ou “sinal perigoso”. É difícil de distinguir do melanoma.


Figura 2. Melanoma. O diagnóstico clínico é mais fácil e a doente refere também que o sinal aumentou de tamanho e mudou de cor nos últimos meses.

Qual é o tratamento?
Os nevos atípicos são diferentes do melanoma e não necessitam de tratamento cirúrgico agressivo. Estas lesões devem ser vigiadas, com eventual recurso a fotografia digital e se surgirem alterações, deve ser efetuada excisão conservadora.

O diagnóstico e seguimento destes “sinais perigosos” deve ser efectuado em consulta de Dermatologia.

Como prevenir lesões mais graves, como o melanoma?
O risco é maior nos pacientes com vários nevos atípicos, história prévia de melanoma, história familiar de melanoma ou de nevos atípicos, pelo que estes devem ter seguimento regular para vigilância.

Para prevenir:

  • Evitar a exposição solar entre as 11:00 e às 16:00;
  • Utilizar protector solar de factor superior a 30, aplicar de 2 em 2 horas quando há exposição solar e reaplicar após ida ao banho;
  • Vestir roupa que proteja o corpo, chapéu de abas largas e óculos escuros em actividades ao ar livre, independentemente da estação do ano;
  • Não frequentar solários;
  • Recordar que para além de ser causa de cancro de pele, a exposição solar excessiva e sem protecção é a causa do fotoenvelhecimento do rosto.
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Sessão na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
No âmbito do Dia Europeu da Depressão, assinalado pela European Depression Association, a Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e...

Estima-se que a depressão atinja mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que em Portugal cerca de 20% da população é diretamente afetada pela patologia. O número de pessoas tocadas de alguma forma pela depressão, é, no entanto, incalculável – familiares, amigos, colegas de trabalho ou simplesmente conhecidos de pessoas com depressão enfrentam normalmente dois desafios: o primeiro, reconhecer que existe a patologia; o segundo, conviver com a depressão e ajudar a ultrapassá-la.

No Simpósio “A Depressão Próxima de Nós”, com moderação do Prof. Doutor Daniel Sampaio, a Prof.ª Doutora Luísa Figueira Presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) começou por recordar o Dr. Pedro Montellano, presidente da Global Alliance of Mental Illness Advocacy Networks – Europe (GAMIAN-Europe) e membro de diversas Organizações Não Governamentais relacionadas com a formação, informação e direitos dos doentes, na Saúde Mental e não só, entretanto falecido. O Dr. Pedro Montellano tinha presença marcada no simpósio com uma apresentação que iria questionar “Quem pode estar próximo dos doentes deprimidos”.

A sessão prosseguiu com uma apresentação pelo Prof. Doutor João Salgado que abordou o papel dos Cuidados de Saúde Primários na proximidade destes doentes. O psicólogo apresentou o Projeto “Stop Depression”, uma experiência-piloto de tratamento da depressão nos cuidados de saúde primários a decorrer no Agrupamento de Centros de Saúde do Porto Ocidental, com o objetivo de diagnosticar precocemente e tratar de forma abrangente a patologia neste contexto. 

Ordem dos Médicos Veterinários
A Ordem dos Médicos Veterinários celebrou este mês um protocolo com as instituições de solidariedade social Comunidade Vida e...

Com esta parceria, a Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) compromete-se a contribuir para a missão da Comunidade Vida e Paz e do Centro de Apoio aos Sem-Abrigo (C.A.S.A) não só através da prestação dos cuidados básicos de saúde animal, mas também através do apoio ao controlo das populações animais através de cirurgias de esterilização e tratamentos do foro médico-cirúrgico veterinário. No âmbito deste protocolo serão ainda identificados os locais onde os animais podem receber os cuidados, e providenciados, sempre que possível, medicamentos e alimentos para os animais.

O protocolo assinado entre a OMV e as instituições de solidariedade social no âmbito do projeto “Médicos Veterinários para a Sociedade - Vet Solidário”, assume grande importância dado o laço emocional que os sem-abrigo mantêm com os seus animais de companhia, muitas vezes a única relação afetiva que têm.

Este projeto pioneiro contará com o apoio de Médicos Veterinários, das Associações de Estudantes da FMV-UL e FMV-ULHT e dos voluntários da Comunidade Vida e Paz e C.A.S.A. Pretende-se ainda alargar o protocolo às cidades do Porto, Coimbra, Figueira da Foz, Faro e Madeira.

“Médicos Veterinários para a Sociedade – Vet Solidário”, é um projeto de solidariedade veterinária para com os mais desfavorecidos desenvolvido pela OMV, que atenta ao contexto atual de crise socioeconómica e às dificuldades sociais que muitas famílias com animais estão a viver na atual conjuntura, no sentido de promover a saúde pública, a saúde e bem-estar animal.

Novo estudo
Um conjunto de estudos feitos no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) indica que disfunções...

“Se conseguirmos entender exatamente o que acontece de diferente com os oligodendrócitos de pacientes com esquizofrenia, poderemos pensar em novas abordagens terapêuticas. Os tratamentos hoje disponíveis têm como foco os neurónios. Mas as falhas de comunicação entre os neurónios podem ser uma consequência de disfunções nos oligodendrócitos”, afirmou Martins-de-Souza em entrevista à agência FAPESP.

O trabalho tem vindo a ser conduzido com apoio da FAPESP e coordenação do professor Daniel Martins-de-Souza, escreve o Diário Digital.

De acordo com o pesquisador, a esquizofrenia é considerada uma doença de desconetividade cerebral, ou seja, por motivos ainda não totalmente compreendidos, as células do sistema nervoso central não comunicam como deveriam. Em consequência disso, os portadores costumam apresentar dificuldade de distinguir entre experiências reais e imaginárias, confusão mental e alterações de afetividade, entre outros sintomas.

“Quando se descobriu que havia um problema no padrão de conexão das células do cérebro, a maior parte das pesquisas procurou compreender o que acontecia com os neurónios. Até o começo dos anos 1990, as demais células cerebrais, conhecidas como células da glia, eram consideradas apenas coadjuvantes dos neurónios, um simples tecido de sustentação”, contou Martins-de-Souza.

As células da glia dividem-se em astrócitos, micróglias e oligodendrócitos. Segundo Martins-de-Souza, estudos feitos nos últimos 20 anos têm mostrado que elas também desempenham um papel biológico importante. Os oligodendrócitos, por exemplo, são os produtores da mielina, uma substância lipídica fundamental para a troca de informação entre neurónios.

“Os neurónios possuem longos braços conhecidos como axónios, através dos quais trocam impulsos elétricos e comunicam. Para que essa transmissão ocorra adequadamente, esses braços precisam de estar isolados por uma camada de mielina, assim como um fio elétrico precisa de estar encapado para que não ocorra problemas como um curto-circuito”, comparou Martins-de-Souza.

Resultados recentes do grupo também têm sugerido que os oligodendrócitos são os responsáveis por fornecer energia aos axónios, para que estes consigam executar corretamente tarefas de grande complexidade.

Estudos de imagem feitos por volta dos anos 2000 mostraram que o cérebro de portadores de esquizofrenia tem uma quantidade reduzida de oligodendrócitos quando comparado com o de pessoas sadias.

“Nessa época foi concluído o mapeamento do genoma humano e surgiram diversos estudos de transcriptoma. Alguns deles mostraram que genes relacionados com a mielinização dos neurónios estavam diferencialmente expressos nos pacientes com esquizofrenia. O nosso grupo, por volta de 2005, foi o primeiro a mostrar que as proteínas produzidas pelos oligodendrócitos também se apresentavam com expressão diferencial nesses pacientes”, contou Martins-de-Souza.

Desde então o grupo do IB-Unicamp tem estado a investigar de que forma o défice de aproximadamente dez diferentes proteínas produzidas por oligodendrócitos tem impacto no funcionamento do cérebro - três delas em particular: MBP (myelin basic protein), MOG (myelin oligodendrocyte glycoprotein) e CNP (2′,3′-Cyclic-nucleotide 3′-phosphodiesterase).

“Encontramos evidências de que elas estão diferencialmente expressas tanto no tecido cerebral como no líquido cefalorraquidiano, que envolve o sistema nervoso central. A MBP, que é a principal constituinte da mielina, está aumentada no líquor de pacientes com esquizofrenia, o que sugere que eles estão a perder a bainha de mielina, cujos componentes ficam solúveis nesse líquido”, disse o investigador.

Num estudo recente, conduzido pela aluna de mestrado Verônica Cereda, foi comparado o tecido cerebral post-mortem de pessoas sadias e de portadores de esquizofrenia. Os resultados mostraram que no corpo caloso – região do cérebro em que há maior quantidade de oligodendrócitos – havia uma série de proteínas produzidas por esse tipo de célula que estava diferencialmente expressa nos dois grupos.

Para entender o que acontece com cada tipo de célula cerebral de pacientes com esquizofrenia, o grupo cultivou separadamente in vitro neurónios, oligodendrócitos, astrócitos e micróglias. As culturas foram tratadas com uma substância chamada MK801, que inibe a transmissão glutamatérgica (a troca de informações entre as células mediada pelo neurotransmissor glutamato), de maneira semelhante ao observado no cérebro de portadores da doença.

“Observamos que as vias relacionadas com o fornecimento de energia ficaram comprometidas em astrócitos e principalmente nos oligodendrócitos. Interessantemente, não observamos diferenças nos neurónios. Esse resultado reforça a hipótese de que disfunções nos oligodendrócitos têm um papel central na esquizofrenia”, comentou Martins-de-Souza.

OMS pede
O acesso à saúde pelas mulheres é indispensável para o desenvolvimento de uma agenda de igualdade de género que leve as...

“O principal desafio para a comunidade internacional e local é ser capaz de prover às mulheres e raparigas o acesso à saúde, para que possam desenvolver o seu potencial máximo”, declarou o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), numa entrevista à agência de notícias espanhola Efe.

Além disso, trabalhar ativamente neste ponto permitirá consolidar a igualdade de género, apontou o representante da ONU, que participa na conferência global sobre saúde materna e neonatal na capital mexicana, até quarta-feira.

“Este encontro é o primeiro deste tipo desde a adoção da agenda 2030 das Nações Unidas e é importante porque trata de muitos aspetos da saúde, bem-estar e direitos” das mulheres e recém-nascidos, acrescentou Osotimehin.

Neste aspeto, recordou que as mulheres, quando recebem educação, podem oferecer melhores cuidados a seus filhos, fazendo diminuir a taxa de mortalidade infantil, escreve o Sapo.

Mais investimento na educação sexual
Por isso, o responsável da ONU sublinhou a necessidade de aumentar os orçamentos que os Estados destinam à educação e saúde sexual e reprodutiva e, sobretudo, apelou ao equilíbrio dos gastos segundo as regiões.

Neste sentido, indicou os avanços alcançados no Estado mexicano de Chiapas, com um projeto público-privado que envolve sete nações centro-americanas e aquela região do México, que permitiu dar acedo à saúde a "mulheres excluídas".

Osotimehin instou à luta contra a violência de género educando os homens, dando poder às mulheres no plano social e económico e criando uma efetiva legislação que evite a impunidade nestes casos.

A conferência, que reúne mais de mil responsáveis de políticas públicas, investigadores, especialistas e ativistas de 75 países, oferece às entidades de saúde materna e neonatal a possibilidade de criar estratégias e ações na matéria.

A intenção é atingir as metas definidas pelos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável na Estratégia Global para a Saúde das Mulheres, Crianças e Adolescentes, adotada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas em setembro passado.

Especialista alerta
A alimentação rica em cálcio e vitamina D, juntamente com a prática regular de exercício físico que permita aumentar a...

“O risco de osteoporose depende, em parte, de fatores genéticos, e é mais comum entre as mulheres, após os 50 anos e em pessoas de pequena estatura, muito magras ou com familiares que sofreram fraturas ósseas. A par destes fatores não modificáveis, a osteoporose está diretamente relacionada com a perda progressiva de massa óssea, que ocorre em todas as pessoas a partir dos 35 anos,” explica António Vilar, Coordenador da Unidade de Reumatologia do Hospital Lusíadas Lisboa.

E acrescenta: “Para prevenir esta doença a pessoa deve incluir na sua alimentação alimentos ricos em cálcio como leite, iogurte e queijo; espinafres, sardinhas enlatadas, frutos secos, tofu e sementes de sésamo. ​Mesmo que ingira níveis adequados de cálcio, este não será absorvido pelo intestino nem aproveitado pelos ossos, deverá incluir na alimentação alimentos como salmão, atum, cavala, sardinha, carapau ou gema de ovo”.

“As doenças da tiroide, a artrite reumatoide e o uso prolongado de corticoides aumentam o risco de osteoporose. Hábitos tabágicos e consumo de álcool em excesso devem também ser abandonados. As pessoas devem aconselhar-se com o seu médico sobre a possibilidade de tomar suplementos de cálcio e vitamina D ou medicamentos para a prevenção da osteoporose”, revela.

A osteoporose afeta a densidade e qualidade dos ossos e é considerada uma doença silenciosa, escreve o Sapo.

Esta doença é responsável por 40 mil fraturas ósseas por ano em Portugal, sendo as mais comuns da anca, da coluna e do punho. Em todo o mundo, revela a Fundação Internacional da Osteoporose, as mulheres são as mais afetadas: uma em cada três, face a um quinto dos homens com mais de 50 anos, sofre uma fratura.

As fraturas do fémur têm uma mortalidade de quase 25% no primeiro ano da fratura, pelo que o risco de uma mulher morrer de fratura da anca é igual ao de morrer de cancro da mama.

Havendo formas de tratamento e medidas que podem facilitar a vida de quem é afetado, a prevenção é a opção que melhor garante qualidade de vida e se aplica a todas as pessoas, desde a infância.

Estudo
Um medicamento utilizado no tratamento da leucemia, já aprovado pela agência norte-americana de medicamentos, mostrou-se eficaz...

A molécula Nilotinib dos laboratórios suíços Novartis permitiu uma "melhora significativa e animadora" na redução das proteínas tóxicas no cérebro comuns nos doentes com Parkinson, escreve o Sapo.

Estas proteínas estão associadas ao desenvolvimento das doenças neurodegenerativas, dizem os investigadores do centro médico da Universidade Georgetown de Washington, que fizeram o estudo com apenas 12 doentes.

Os resultados foram apresentados durante a conferência anual da Associação Norte-americana de Neurociência, realizada em Chicago.

Segundo o estudo, conduzido por Charbel Moussa, o Tasigna melhorou as capacidades cognitivas, motoras e não-motoras dos doentes com Parkinson ou Demência de Corpos de Lewy, um problema cognitivo caracterizado por depósitos anormais de uma proteína que se forma no interior das células do cérebro.

"Até onde sei, é a primeira vez que uma terapia parece reverter a progressão da doença, o declínio cognitivo e das capacidades motoras dos doentes que sofrem de doenças neurodegenerativas", ressalta o professor Fernando Pagan, professor adjunto de neurologia no hospital universitário Georgetown.

Mas Pagan explicou que "é essencial realizar um estudo clínico mais extenso antes de determinar o verdadeiro impacto deste medicamento".

Na página online da universidade, os investigadores socorrem-se de casos para exemplificar os benefícios do fármaco: um doente em cadeira de rodas conseguiu levantar-se e voltar a caminhar; três doentes que já não conseguiam falar voltaram a manter conversas normais.

Universidade de Coimbra
Um novo meio de diagnóstico de cancro, desenvolvido por investigadores do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde,...

O Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da Universidade de Coimbra (UC) e a multinacional norte-americana Ion Beam Applications (IBA) – “líder mundial no fabrico de ciclotrões” – acabam de “submeter conjuntamente o pedido de patente internacional para um novo processo de produção de Gálio-68”, anunciou aquela Universidade, numa nota divulgada.

O novo processo de produção de Gálio-68, que é um “isótopo fundamental no diagnóstico do cancro”, garante “maior rendimento e tem um custo dez vezes inferior” ao método adotado atualmente.

A invenção é dos investigadores do ICNAS Antero Abrunhosa, Francisco Alves e Vítor Alves, que, “ao longo dos últimos dois anos, desenvolveram um processo inovador de produção de isótopos para marcação de moléculas utilizadas em tomografia de emissão de positrões (PET), essenciais para o diagnóstico e estadiamento de doenças oncológicas”, afirma a UC.

O método formulado pelos investigadores de Coimbra tem impacto significativo na realização de exames de PET para o diagnóstico de cancro porque “garante maior rendimento e tem um custo dez vezes inferior ao atual, tornando assim o exame acessível a um maior número de doentes e promovendo o uso generalizado deste tipo de exame para o diagnóstico de tumores”, sublinham os investigadores, citados pela UC mesma nota.

“Esta redução de custos terá também, sem dúvida, um impacto positivo no sistema nacional de saúde”, pois o “método disponível no mercado é complexo e dispendioso”, salientam Antero Abrunhosa, Francisco Alves e Vítor Alves.

Os três especialistas destacam ainda a importância da transferência de tecnologia da Universidade para as empresas, com benefícios sociais e económicos, porque “a IBA vai comercializar em todo o mundo as soluções criadas a partir desta patente”.

A solução desenvolvida no ICNAS terá “uma escala global”, acreditam os investigadores.

No âmbito desta parceria, a IBA e a Universidade de Coimbra estabeleceram um protocolo de cooperação, assumindo a empresa “o financiamento de plano de doutoramento de quatro anos para continuar a pesquisa de soluções inovadoras para o diagnóstico e tratamento de doenças oncológicas”, acrescenta a UC.

O acordo vai ser formalizado na quinta-feira, às 12:30, na Sala do Senado da UC, pelo reitor João Gabriel Silva e pelo diretor do ICNAS, Miguel Castelo Branco, e pelo vice-presidente da IBA, Bruno Scutnaire.

O ICNAS é uma unidade de investigação da UC dedicada à “investigação básica e clínica na área da imagem médica e à produção de radiofármacos utilizados no diagnóstico PET em oncologia, cardiologia e doenças neurodegenerativas”.

Em Caracas
A Associação Mulher Migrante Luso-venezuelana lançou, em Caracas, uma campanha para sensibilizar as portuguesas e luso...

"Quisemos assinalar o Dia Internacional contra o Cancro da Mama iniciando uma campanha para sensibilizar a mulher luso-venezuelana sobre a importância da prevenção. Convidámos uma especialista que deu uma conferência, seguida por um debate", explicou a presidente da Associação Mulher Migrante Luso-venezuelana (AMMLV).

Em declarações, Maria Lourdes Almeida explicou que a comunidade portuguesa local está a demonstrar bastante interesse pelo tema, "que motivou um intenso debate", no qual participaram quase uma centena de mulheres.

Por outro lado, a médica Zoraida Mendes, disse que parte do evento esteve centrado em ensinar as mulheres a fazerem o "auto-exame mamário" e a procurar "com os dedos sinais que possam ser indicativos de um possível cancro", para fazer tratamento atempadamente.

"Na Venezuela, anualmente, registam-se 3.900 casos de diagnóstico de cancro de mama nas mulheres, das quais aproximadamente 1.100 falecem por diagnóstico tardio ou por falta de tratamento", frisou.

Zoraida Mendes, que além de médica é professora na universidade venezuelana de Carabobo, frisou ainda que, alem da mulher, o cancro de mama afeta "1% da população masculina venezuelana", pelo que os homens também devem tomar medidas preventivas.

A médica elogiou o papel da AMMLV na prevenção da saúde da mulheres luso-venezuelanas, apesar de não existirem estatísticas sobre os casos detetados entre as portuguesas.

UNICEF
O Fundo das Nações Unidas para a Infância vai realizar ações de promoção de hábitos de higiene na Guiné-Bissau relacionados...

As ações a realizar durante dois meses incluem encontros com famílias e campanhas nas rádios "sobre a ocorrência de doenças relacionadas com a falta de higiene das mãos e de saneamento", nomeadamente "diarreia, cólera e Ébola".

São medidas incluídas num plano para redução do número de mortes em menores de cinco anos e que na Guiné-Bissau continua a ser um dos mais altos do mundo - apesar de descer de 116 por mil em 2010 para 89 por mil em 2014.

Segundo o documento da UNICEF "Situação da Criança no Mundo", a Guiné-Bissau está entre os seis países do mundo com maior número de óbitos abaixo dos cinco anos, num ranking de 194 nações.

"Nesse contexto, no âmbito da cooperação entre o governo e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), entre janeiro e outubro, mais de 40 mil famílias já participaram em atividades para adotar melhores práticas de higiene", refere-se no comunicado.

Essas práticas dizem respeito principalmente "à lavagem das mãos, em particular" e têm atenção "o fluxo de pessoas que circula entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri, onde o Ébola continua a ser uma ameaça".

O vírus Ébola tem sido motivo para uma "enfase em atividades nas comunidades fronteiriças, principalmente nas regiões de Quinara, Tombali, Gabu e Bolama-Bijagós", conclui a UNICEF.

As atividades arrancam ontem simbolicamente por se assinalar o Dia Mundial da Latrina, depois de na quinta-feira ter sido assinalado o Dia Mundial da Lavagem das Mãos.

Saiba como
A tosse é o sintoma mais frequente das doenças respiratórias, sendo mais prevalente nas épocas mais

Existem 2 tipos de tosse:

  • Tosse produtiva é a tosse com expectoração. Esta é considerada “útil” para o organismo e não deve ser evitada, pois permite a eliminação da expectoração e com ela os agentes irritantes das vias respiratórias.
  • Tosse não produtiva / seca é a tosse irritativa e sem expectoração. Apesar de ser um mecanismo natural do organismo, esta pode tornar-se excessiva, desgastante e incómoda, prejudicando a qualidade de vida do doente. Nestes casos a tosse é considerada prejudicial, pelo que, independentemente da indispensável procura da sua origem, deverá ser combatida logo que possível com o recurso a um antitússico.

Causas frequentes de tosse:

  • Alergias;
  • Infecções respiratórias provocado por vírus e/ou bactérias;
  • Bronquite crónica;
  • Asma;
  • Refluxo gastro-esofágico;
  • Exposição a irritantes (ex: fumo do tabaco);
  • Inalação de corpos estranhos / poeiras;
  • Alguns medicamentos anti-hipertensores (Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina: enalapril, captopril, lisinopril,etc…).

O tratamento da tosse é importante quando:

  • É seca e irritativa;
  • Incomoda o doente;
  • Impede o descanso nocturno;
  • Se conhece a sua origem.

Porque nestes casos a tosse...

  • Não é útil;
  • Diminui a qualidade de vida ao doente.

A partir do momento em que pode afectar a qualidade de vida, torna-se importante actuar. A hidratação e humidificação do ambiente podem ser uma ajuda. Existem comercializados uma panóplia de fármacos antitússicos, sendo que os mais evoluídos, são os medicamentos antitússicos que actuam nos receptores periféricos da tosse (na traqueia e árvore brônquica) denominados antitússicos de acção periférica, evitando assim a acção no sistema nervoso central e consequentes efeitos adversos que daí advêm (obstipação, sedação, depressão respiratória, sonolência, entre outros). A tosse prolongada convém ser avaliada pelo médico, em especial se persistir por mais que 14 dias.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
"DARE+ - Diabetes: + apoio pelos Responsáveis Escolares"
O Centro Hospitalar de Leiria, o Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral e o Instituto Politécnico de Leiria...

O projeto "DARE+ - Diabetes: + apoio pelos Responsáveis Escolares" visa promover, no âmbito da orientação da Direção-Geral da Saúde, emitida em 2012, a aproximação entre os cuidados hospitalares, os cuidados de saúde primários e a academia, contribuindo para que o aluno com diabetes tipo 1 possa progredir normalmente no ambiente escolar.

O programa vai estar disponível nos concelhos de Pombal, Leiria, Porto de Mós, Batalha e Marinha Grande.

"As crianças com diabetes tipo 1 são aquelas que têm de fazer administração diária de insulina e quando chegam às escolas os docentes têm alguma dificuldade em prestar o apoio que elas necessitam", adiantou o diretor da Pediatra do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), Bilhota Xavier.

No âmbito deste protocolo, o ACES Pinhal Litoral vai dar formação aos enfermeiros de saúde escolar dos cuidados de saúde primários, que por sua vez irão depois dar formação aos professores, assistentes operacionais, motoristas, entre outras pessoas da comunidade escolar.

Esta formação será dada em parceria com o CHL, onde são seguidas as crianças com diabetes 1, de forma que todos falem a "mesma linguagem".

No entanto, esta formação só será dada com autorização dos pais e do jovem diabético, que "tem direito à confidencialidade clínica", garantiu Bilhota Xavier, realçando que, caso o jovem não queira partilhar essa informação na escola, terá de ser encontrada uma resposta.

O presidente do Instituto Politécnico (IP) Leiria, Nuno Mangas, explicou que a instituição irá monitorizar os resultados deste projeto, admitindo que poderá introduzir esta formação nos programas curriculares das licenciaturas e mestrados de professores e de enfermagem. "É um projeto de grande relevância social e vai permitir aprendermos todos em conjunto", acrescentou.

O projeto começou de forma académica com uma tese de uma docente do IP Leiria. "Estamos agora a monitorizar os resultados para aprimorar o projeto", informou a coordenadora da Unidade de Investigação em Saúde do IP Leiria, Maria dos Anjos Dixe, revelando que o projeto "vai agora ser aplicado no terreno, devendo a formação dos profissionais iniciar-se em janeiro".

Bilhota Xavier referiu que são seguidas na consulta de diabetes entre "120 a 130 crianças insulinodependentes na área de influência do serviço de Pediatria do CHL", acrescentando que o número tem "estabilizado" nos últimos anos.

Já a responsável pela consulta da diabetes, Ester Gama, explicou que as ferramentas que se pretende dar à comunidade escolar passa, por apoiar as crianças que têm menos autonomia e compreender as necessidades dos jovens mais velhos.

"Se for uma criança que ainda não é autónoma em determinada fase do tratamento, como a avaliação da glicemia ou dos hidratos de carbono, ou administração da insulina, estes alunos precisam de um apoio mais personalizado e da vigilância de um adulto", explicou a médica, alertando para a formação para agir em caso de emergência.

"Numa hipoglicémia, que são as situações mais fáceis de acontecer - e as mais graves - eles perdem a consciência e tem de ser uma outra pessoa a atuar. Não se pode esperar pelo INEM, porque os minutos são preciosos no socorro da criança. Pede-se, por isso, que estejam aptos".

Nos insulinodependentes adolescentes, Ester Gama salientou que os docentes deverão permitir que os jovens possam "sair da aula para fazer o teste, comer um lanche, se fizerem uma hipoglicémia leve, tenham a possibilidade de avaliar as glicemias durante o exercício físico e seja possível administrar a insulina ou comer extra refeições programadas".

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