Equipa de Coimbra recebe
Um projeto de investigação de três instituições do distrito de Coimbra viu aprovada a candidatura a fundos comunitários e ficou...

O projeto de investigação consiste no desenvolvimento de um ensaio piloto para avaliar o "efeito terapêutico de células estaminais em pacientes com AVC [acidente vascular cerebral]" e testar também o efeito terapêutico "de derivados de células em ensaios pré-clínicos [teste em modelos animais]", disse à agência Lusa o coordenador do projeto, Lino Ferreira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra.

O projeto, com um consórcio formado pelo centro de investigação, o hospital Rovisco Pais e a empresa Crioestaminal, procura desenvolver terapias que induzam "a reparação e plasticidade cerebral", explicou o investigador.

Ou seja, permitir a regeneração das "estruturas sinápticas [zonas ativas de contacto entre neurónios]" e reorganizar a arquitetura funcional após um AVC, referiu Lino Ferreira, recordando que o único fármaco aprovado para o tratamento de AVC isquémico agudo restaura "a perfusão no cérebro isquémico", mas leva a um "considerável dano no tecido quando o fluxo sanguíneo é restabelecido".

O projeto de investigação é apresentado hoje nas I Jornadas do Hospital Rovisco Pais - Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro (CMRRC), que decorrem no auditório do Biocant, em Cantanhede.

O investigador coordenador do projeto salientou que o AVC "é a segunda causa de mortalidade a nível mundial e nos pacientes que sobrevivem apresenta uma grande taxa de morbidade", havendo uma grande probabilidade de, num AVC isquémico, surgir um "défice neurológico motor ou cognitivo que pode ou não voltar à normalidade durante as primeiras semanas".

Segundo o presidente do CMRRC, Vitor Lourenço, o projeto será desenvolvido ao longo de três anos.

 

"É um projeto de investigação do maior relevo", sublinhou, frisando que os resultados poderão permitir uma recuperação das lesões provocadas por um AVC.

Liga Portuguesa Contra a Sida
A presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida apontou o rastreio da infeção pelo VIH realizado a todas as grávidas como um ...

“Hoje todas as grávidas que têm acompanhamento fazem o teste de rastreio”, disse Maria Eugénia Saraiva, que falava a propósito do 25º aniversário da instituição, que será celebrado no sábado.

Este ano, em Portugal “só 234 parturientes foram detetadas com VIH e só quatro crianças nasceram seropositivas”, disse Maria Eugénia Saraiva, comentando: “É um caso de sucesso que há 25 anos não tínhamos”.

No ano em que celebra os 25 anos, a LPCS, em parceria com o Instituto Português de Oncologia, vai iniciar o rastreio ao papiloma vírus humano (HPV), no âmbito do programa “Saúde + perto”, que já realiza rastreios ao VIH, hepatites víricas e outras infeções sexualmente transmissíveis (IST), avançou.

Num balanço do trabalho da associação, pioneira nesta área, Eugénia Saraiva disse que foram 25 anos a combater a doença, com projetos de apoio às pessoas infetadas com o vírus da imunodeficiência humana, aos seus familiares e amigos, e ações de sensibilização junto da população para prevenir a doença.

“Ontem quando alguém era diagnosticado para o VIH era como se ouvisse a sua sentença de morte”, não havia medicação específica, e “as pessoas eram descobertas maioritariamente na fase já de Sida”, disse, lembrando ainda o estigma sobre a doença que estava associada a comportamento promíscuos e a grupos de risco.

Apesar do panorama se ter “modificado significativamente”, o estigma social e a discriminação ainda permanece: “Está muito camuflada, mas existe”.

Mas é preciso lembrar que “a infeção é muito democrática, atinge de A a Z todas as pessoas, sem olhar a cor, a religião, a partidos”.

“Temos todos os dias pessoas de diversas idades que nos chegam para serem aconselhadas sobre como devem fazer para chegarem ao hospital e começarem mais depressa o tratamento”, contou.

Sobre o futuro, Eugénia Saraiva disse que a intenção é continuar a contribuir para que mais pessoas conheçam o seu estatuto serológico, tenham acesso à prevenção, cuidados de saúde e tratamento atempado.

A Liga pretende também criar respostas inovadoras, fundamentadas em evidência científica e dirigidas a populações específicas, e concretizar os objetivos traçados em conformidade com as estratégias nacionais e internacionais.

Lembrou a meta definida pela ONU/sida de, até 2020, 90% das pessoas infetadas estarem diagnosticadas e, destas, 90% serem tratadas.

“Não sei se é possível este novo desafio que a ONU Sida enviou para todo o mundo”, porque “infelizmente, ainda hoje, através da nossa linha SOS Sida (800201040), continuamos a receber chamadas que de há racionamento nos hospitais de medicação”, sublinhou.

“Se temos estes problemas que nos chegam diariamente através da linha, não sei se será possível termos todas as pessoas diagnosticadas em tratamento, mas iremos contribuir dentro das nossas possibilidades”, acrescentou.

Mas a mensagem da Liga é de esperança: “Existe ainda um caminho para percorrer, mas temos de realçar o bom, os novos medicamentos, mais e melhor prevenção e novos métodos de rastreios”.

Em Washington
Numa altura em que celebra o seu 13º aniversário, o Programa de Segurança Rodoviária 100% Cool tem honras de destaque no...

O 100% Cool é destacado como o projeto mais relevante no capítulo das boas práticas e responsabilidade social, podendo o seu modelo ser exportado para outros países. Recorde-se que nos últimos 13 anos Portugal passou de ser um dos países da Europa onde mais jovens morriam na estrada para segundo país da Europa com o menor risco de morte entre os condutores até os 29 anos.

O projeto iniciado em outubro de 2002 tem vindo a conquistar grande relevo e a acumular méritos sucessivos tornando-se um exemplo internacional de um programa eficaz, de abordagem ao problema do álcool na condução por jovens. É particularmente elogiada a ligação às autoridades de segurança e à forma como o modelo está desenhado, comunicando para os jovens, sempre incentivando pela positiva a que os jovens escolham uma pessoa do seu grupo de amigos para que este não consuma qualquer álcool durante a saída à noite. O condutor é designado 100% Cool por essa razão.

O 100% Cool é um programa se sensibilização rodoviária pela positiva, especificamente desenhado para os jovens. Os códigos em torno dele sublinham o valor social da pessoa, que a cada noite é responsável pela segurança do grupo, e, portanto, o valor social deste comportamento. Ser responsável é Cool. 

DGS
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, explicou que na origem do problema com a bactéria multirresistente detetada no...

Esclarecendo que, nos casos identificados, uns já tinham a bactéria e outros foram contaminados, Francisco George garantiu que “todas as medidas têm sido tomadas pela equipa do hospital de Gaia com o apoio dos serviços da Direção-Geral da Saúde (DGS)” e disse acreditar que “este problema - se bem que grave, que não pode ser ignorado - está agora controlado”.

O diretor-geral falava, em Mirandela, à margem de um ato público de apoio ao consumo de alheira e ao fumeiro da região, na sequência de casos de botulismo alimentar.

Questionado sobre os doentes infetados nos últimos dias no hospital de Gaia, Francisco George esclareceu que se trata de um problema resultado do uso indevido e excessivo de antibióticos.

“Todos temos de reconhecer que o antibiótico é um bem, [mas] que tem risco porque há bactérias que são resistentes, exatamente devido ao uso indevido, o excesso de antibioterapia, quando é utilizado para tratar erradamente infeções de origem viral”, concretizou.

As bactérias, “uma vez em contacto com os antibióticos, podem desenvolver essas resistências e foi isso que aconteceu em Gaia”, indicou.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, Silvério Cordeiro, afirmou que a infeção provocada por uma bateria está controlada e “as pessoas que eventualmente tenham a bactéria estão isoladas e devidamente identificadas”.

O hospital, que garantiu na quarta-feira, em comunicado, que a situação “está controlada”. Suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de julho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.

O hospital de Gaia disse ter identificado mais quatro doentes colonizados (não infetados) com a bactéria multirresistente que já causou a morte a três pessoas.

Informou também que foram já criados sete quartos de isolamento individual, três enfermarias com capacidade de 11 camas na área médica e três enfermarias na área cirúrgica com capacidade de quatro camas.

Na passada semana, aquele centro hospitalar referiu ter identificado, desde 07 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.

Para garantir imunidade
A subdiretora Geral da Saúde disse que as autoridades de saúde pretendem aumentar o número de pessoas vacinadas para garantir a...

“O próximo objetivo é tentarmos contrariar a tendência da não vacinação e que as pessoas percebam que se interrompermos o processo corremos o risco de contrairmos as doenças”, disse à agência Lusa a subdiretora Geral da Saúde, Graça Freitas, à margem do 16º Congresso Nacional de Pediatria, a decorrer em Albufeira, no Algarve.

De acordo com Graça Freitas, em Portugal “ainda não existem grupos organizados antivacinação, nem grandes grupos populacionais a recusarem a vacinação, mas algumas pessoas que não se querem vacinar”.

“É essa tendência que queremos reverter para que o número de pessoas que adere à vacinação continue a ser suficientemente elevado para mantermos a imunidade individual e de grupo”, sublinhou a subdiretora Geral da Saúde, acrescentando que “a sensibilização da população passa por uma forte aposta na comunicação, quer através das redes sociais quer nas formas clássicas”.

“As redes sociais e as formas clássicas de comunicar têm um papel importante como intermediários entre os profissionais de saúde e o público”, destacou.

Graça Freitas frisou que “não há qualquer risco” de as pessoas contraírem doenças com a vacinação, sendo uma forma de manter aquilo que se chama imunidade de grupo: “basta que os vírus ou as bactérias não circulem para que se beneficie dessa imunidade”.

A subdiretora Geral da Saúde disse ainda que, apesar de Portugal não ter tido até agora consequências da não vacinação e de continuar a ter as doenças eliminadas e controladas, é preciso manter a atenção constante.

“Temos de estar muito atentos. Estamos inseridos num mundo onde há mudanças sociais muito rápidas, as novas formas de comunicar influenciam rapidamente a opinião pública. Há muitos mal entendidos acerca da vacinação. É preciso lembrar que o sucesso da vacinação levou a que 12 doenças praticamente desaparecessem”, frisou.

Na opinião de Graça Freitas, “hoje em dia existe uma inversão da perceção do risco, até mesmo por parte da classe médica, porque quase nenhum dos médicos mais novos faz o diagnóstico de sarampo”.

“As pessoas deixam de ter medo das doenças, porque elas não existem de facto, e têm o medo hipotético de pseudo reações que as vacinas poderão dar”, concluiu.

A subdiretora Geral da Saúde participou esta manhã num painel sobre vacinação inserido no 16º Congresso Nacional de Pediatria, que decorre até sábado no Centro de Congressos do Algarve, na zona dos Salgados, em Albufeira, no distrito de Faro.

Em Lisboa
A vontade de ajudar quem precisa uniu médicos, psicólogos, enfermeiros e técnicos de saúde numa missão: levar cuidados de saúde...

Para dar força a esta missão, 31 voluntários experientes criaram a associação VOXLisboa com o objetivo de desenvolver ações sustentáveis de promoção da saúde física, mental e social das pessoas em situação de vulnerabilidade, disse o presidente e um dos fundadores da associação, Hugo Martins.

A associação tem já dois projetos no terreno, “Rua com saúde” e “Rua com saída”, e vai promover no sábado, em Lisboa, as “Primeiras Jornadas Saúde Solidária” para partilha de conhecimentos e experiências na prestação de cuidados de saúde a pessoas em situação vulnerável e reforçar a importância do acompanhamento social e emocional como complemento terapêutico.

“É sobretudo com saúde que nós lidamos porque os 31 voluntários que se juntaram inicialmente, hoje somos muito mais, são médicos, enfermeiros, psicólogos, técnicos de cardiopneumologia” e todos têm em comum “uma grande vontade de ajudar a população sem-abrigo, mas também idosos que estão isolados e sós na cidade de Lisboa” e pessoas que apesar de terem "um quarto para dormir precisam de ajuda alimentar ou de saúde", adiantou o médico Hugo Martins.

Quinzenalmente aos sábados, as equipas do projeto “Rua com Saúde” saem para cinco zonas de Lisboa (Oriente, Arroios, Rossio, Santa Apolónia e Cais do Sodré) juntamente com os voluntários do “Rua com saída”, pessoas de outras áreas profissionais que fazem da “escuta ativa, afetuosa e humana as suas ferramentas terapêuticas”.

Nestas saídas, os voluntários levam apoio emocional, humano e social, procurando “humanizar os cuidados de saúde” e diminuir a solidão destas pessoas.

“Às vezes é preciso haver um jogo de cintura para conseguirmos dar uma ajuda efetiva a estas pessoas, porque infelizmente muitas delas vão aos serviços”, mas depois não se consegue dar uma resposta efetiva, lamentou o médico, dando como exemplo a população sem-abrigo com problemas psiquiátricos.

O médico defendeu também a importância de conhecer as particularidades destas pessoas para um melhor acompanhamento.

“Sou médico no Hospital de São José, onde temos uma multiculturalidade que vai aos serviços e recorre às urgências. Muitas pessoas professam a religião muçulmana ou hindu e têm as suas particularidades e é preciso conhecê-las para poder melhorar não só a prestação de cuidados como para eles aderirem” à terapêutica, elucidou.

Relativamente às jornadas que a Voxlisboa vai realizar na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, com o apoio de vários parceiros, entre os quais a Comunidade Vida e Paz, Hugo Martins disse que têm também como objetivo a formação.

“O nosso curso [de Medicina] é muito rico e muito bom em termos teóricos, temos muitos livros para conhecer as doenças, mas temos muito pouco para conhecer as pessoas doentes”, que além da necessidade física têm outros problemas, sublinhou.

Às vezes, através de uma conversa terapêutica com a pessoa, consegue perceber-se que “a dor no pé que refere, não é uma dor no pé, mas uma somatização de um problema familiar que o levou à rua, uma angústia de há muitos anos”.

Ordem dos Enfermeiros
Oito projetos de melhoria da qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados aos cidadãos na Região Centro disputam dia 30, em...

Criado em 2012 pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) para premiar projetos que se destinem a obter ganhos em Saúde sensíveis aos Cuidados de Enfermagem, tem agora a sua sessão final, reunindo aqueles que foram distinguidos nas três edições anteriores.

Na sua primeira edição, em 2012, recebeu 19 candidaturas a concurso, da autoria de profissionais ligados a instituições de saúde dos distritos de Castelo Branco e Guarda. Em 2013, edição dedicada a Viseu e Aveiro, foram recebidas 34 candidaturas. Em 2014 foram 3 os projetos apresentados por enfermeiros dos distritos de Coimbra e Leiria.

A presente edição atribui apenas uma distinção – Prémio Cuidar, no montante de 2000 euros. Em cada uma das edições anteriores foram três os galardões em disputa, os prémios “Excelência”, “Competência” e “Inovação”, com montantes pecuniários de 1500, 1000 e 500 euros, respetivamente.

Este ano, o Cuidar 15 reveste-se de um cariz especial, pois é uma edição exclusiva a projetos já premiados em edições anteriores. Pretendemos aferir a evolução destes após terem sido premiados, porque “Cuidar” não é só um fim, mas também um percurso em constante evolução, afirma a Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

“Quando criámos o Cuidar pretendíamos premiar a excelência, fazendo um benchmarking dos principais projetos de melhoria contínua, dando destaque e partilhando o conhecimento que eles geraram para a profissão”, explica.

O concurso Cuidar – acentua - pretende premiar, não só quem se compromete com os outros, mas os enfermeiros que, para além disso, se comprometem com a enfermagem.

Para a Enfª Isabel Oliveira, “’Cuidar’, de entre todos os verbos, é aquele que constrói a Enfermagem, porque se constitui o seu fim”.

“Se o outro nos responsabiliza enquanto enfermeiros, é a nossa consciência profissional e o nosso código deontológico que nos comprometem com quem cuidamos. De entre vários percursos do exercício profissional, existe apenas um que nos dignifica como profissão: o Cuidar de Excelência, que traduz a segurança, a qualidade, com base em padrões previamente definido que pretendem melhorar e ir mais além no ato de cuidar”, conclui.

A Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC espera que o concurso sirva para motivar e impulsionar todos os enfermeiros da Região Centro a investir em programas de melhoria contínua, em mais e melhor cuidados de excelência para a população destes seis distritos.

O colóquio de encerramento do concurso, a decorrer no Auditório das Irmãs Hospitaleiras – Casa de Saúde de Santa Isabel, Condeixa-a-Nova, entre as 09:00 e as 17:30, termina com a entrega do Prémio Cuidar pelo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enfº Germano Couto, e pela Presidente da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

A concurso estão o projetos Reabilitar + (Hospital de Sousa Martins da ULS da Guarda, EPE), Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária/3 Quinta das Palmeiras, Covilhã (UCSP Covilhã), Cuidar de Quem Cuida (CQC) (Unidade de Cuidados na Comunidade de Oliveira de Azeméis - UCCOAz) e Registos com Linguagem CIPE na Consulta de Enfermagem de Saúde Materna (Unidades Funcionais dos Centros de Saúde de Estarreja, Murtosa e Ovar do ACeS Baixo Vouga).

RelaxARTE (Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Aprender SBV para Salvar…início de um percurso (Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha - S. Pediatria – Urgência Pediátrica), Literacia e Educação Terapêutica: Capacitar a pessoa com diabetes tipo 2 a lidar com a sua condição de saúde (UCSP de Eiras – ACeS Baixo Mondego) e Assistência personalizada pelo enfermeiro ESMO em Bloco de Partos (Bloco de Partos do Centro Hospitalar de Leiria, EPE), são os restantes concorrentes.

A conferência de abertura do colóquio, pelas 09:30, intitulada “Programa de Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem: O ‘Centro’ da Excelência!”, está a cargo dos enfermeiros José Carlos Gomes (Presidente do Conselho de Enfermagem da OE) e Hélder Lourenço (Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro).

A sessão inaugural conta com a presença do Bastonário da OE, Enfº Germano Couto, do Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa, e da Presidente do Conselho Diretivo da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

Ao longo do dia serão apresentados, pelos seus autores, os projetos a concurso, que se submeterão à apreciação de um júri presidido por Renato Assunção, Vogal do Conselho de Enfermagem Regional do Centro, e que integra ainda Carlos Melo-Dias (Professor Adjunto da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra), Ester Vaz (Enfermeira Supervisora da ULS da Guarda), Ana Isabel Coelho (Enfermeira na Unidade de Saúde Pública do ACeS Entre Douro e Vouga II) e Hugo Alexandre Raimundo (Enfermeiro Gestor da Qualidade do C.H.U.C). 

Estudo
Investigadores de cinco países uniram-se para realizar uma tarefa que até hoje é um desafio para a ciência: a busca por uma...

A leishmaniose é uma doença infeciosa causada pelo protozoário Leishmania. É transmitida pela mosca Lutzomyia, conhecida popularmente por mosquito-palha ou birigui. Existem dois tipos de leishmaniose, escreve o Diário Digital, a cutânea - que causa lesões na pele e nas vias nasais - e a visceral - que causa febre, fraqueza, anemia e comprometimento de vários órgãos do corpo, podendo levar à morte. Entre as doenças parasitárias, a leishmaniose é a segunda maior causa de morte no mundo, atrás apenas da malária.

Camundongos usados no estudo tiveram a resposta imunológica de proteção ativada quando em contacto com o antígeno. Ao mesmo tempo, os pacientes que recuperam da infeção do parasita geralmente tornam-se imunes a uma nova infeção, o que sugere que o desenvolvimento de uma vacina é possível.

Usando técnicas de estudo das proteínas (proteómica) e de imunologia, Zhirong Mou, da Universidade de Manitoba, no Canadá, e os seus colegas, identificaram um antígeno chamado de PEPCK, existente em todas as espécies do protozoário Leishmania. Esse antígeno ativa uma forte resposta das células T, responsáveis por desenvolver a chamada “memória imunológica”.

A infeção parasitária em camundongos fez com que células T específicas contra o PEPCK aumentassem no sangue, no baço e nos linfonodos. Também produziu citocinas, moléculas sinalizadoras conhecidas por lutarem contra a infecção da doença. A vacinação com o antígeno teve uma proteção duradoura contra duas espécies de Leishmania em camundongos.

O resultado da pesquisa sugere que o PEPCK pode ser um candidato promissor para o desenvolvimento de uma vacina para essa doença. Experiências anteriores com vacinas haviam conseguido apenas uma proteção de curto prazo.

Estudo sugere
De acordo com uma nova investigação, a apneia do sono pode ser ainda mais perigosa para as mulheres do que para os homens....

Para o estudo atual, escreve o Diário Digital, os cientistas mensuraram a qualidade do sono em 737 homens e 879 mulheres, com idade média de 63 anos, sem doenças cardiovasculares no começo do estudo. Também investigaram a presença de troponina T, proteína que pode ser libertada na corrente sanguínea se o coração sofrer uma lesão, e cuja presença em pessoas saudáveis costuma indicar um risco aumentado de doença cardíaca.

Os pesquisadores acompanharam os participantes durante 14 anos, registando eventos de aterosclerose coronária, AVC e morte provocada por doença cardiovascular ou por outras causas. O estudo foi publicado na revista Circulation.

A apneia do sono obstrutiva estava associada independentemente ao aumento de troponina T, a AVC e à morte em mulheres, mas não em homens. E nas mulheres, mas não nos homens, a apneia do sono estava ligada ao coração dilatado, outro fator de risco para doenças cardiovasculares.

“A maioria das pessoas que tem apneia do sono acumula diversos outros riscos de doença cardíaca”, afirmou o autor principal do estudo, Dr. Amil M. Shah, professor assistente de medicina em Harvard.

“Porém, em mulheres, a relação entre apneia do sono e doença cardíaca persistia mesmo após a contabilização de outros riscos.”

Estudo revela
Um estudo norte-americano demonstra a eficácia de um tratamento alternativo para a esquizofrenia e outro tipo de psicoses que...

A terapia adotada atualmente, nos Estados Unidos, limita-se a administrar antipsicóticos para suprimir as alucinações e os delírios, escreve o Sapo.

"O objetivo [da nova terapia proposta] é associar a pessoa que apresenta os primeiros sinais de psicose a uma equipa de especialistas que trabalhem de forma coordenada e o mais rápido possível desde o momento em que aparecem os primeiros sintomas", explicou John Kane, professor e diretor do serviço de psiquiatria do Zucker Hillside Hospital, em Nova Iorque, cita a agência France Presse.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, na sigla em inglês) e divulgado na revista científica American Journal of Psychiatry, foi conduzido ao longo de dois anos em 34 clínicas dos Estados Unidos. Envolveu 404 pacientes entre os 15 e 40 anos.

Os investigadores constataram que o tratamento é mais eficaz quando os doentes são atendidos pouco depois de diagnosticados os primeiros sinais da doença. Metade dos participantes do estudo começou o tratamento em menos de um ano e meio após o início dos sintomas; os demais passaram estiveram mais tempo sem medicação.

O grupo tratado mais rapidamente apresentou melhorias significativas na sua qualidade de vida, em comparação com os que foram tratados tardiamente, ambos seguindo o novo esquema de tratamento. Além disso, os dois grupos registaram melhores resultados face àqueles que receberam o tratamento convencional.

Estudo
Estudo comparou comportamentos de risco com nível de escolaridade de um grupo de jovens. Os maiores problemas ainda se...

Os chamados comportamentos de risco, como suspensões na escola, pertença a um gangue, envolvimento em lutas físicas ou condenações, são em geral mais frequentes entre os jovens com menor escolaridade e que são filhos de pais que concluíram também poucos anos de estudo. No entanto, há um caso em que os jovens com mais anos de estudo e filhos de pais com mais habilitações se destacam: no consumo de haxixe ou marijuana. Aos 21 anos, quase 49% destes jovens inquiridos para um trabalho assumiram que tinham já consumido este tipo de substâncias, quando só 29% dos com menos escolaridade o tinham feito.

As conclusões fazem parte do estudo Reproduzir ou Contrariar o Destino Social?, que será apresentado nesta sexta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e que faz parte do projeto Epiteen24 (Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto). A investigação conta com uma amostra de 2942 pessoas nascidas na década de 1900 e que em 2003/2004 frequentavam as escolas públicas e privadas do Porto. O grupo tem sido acompanhado e inquirido aos 13 anos, 17, 21 e 24 anos, com os investigadores a publicarem vários trabalhos ao longo dos anos.

“Estamos habituados a associar os níveis educacionais baixos a comportamentos de risco nos nossos estereótipos, mas isso nem sempre acontece assim”, adiantou ao jornal Público a socióloga Anália Torres, coordenadora do projeto e professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. De acordo com a investigadora, os dados recolhidos permitem perceber que também “a experimentação do álcool aos 13 anos acontece mais nas classes médias e altas, por causa das redes de interconhecimento”, como estes jovens, em geral, “frequentaram mais festas e terem mais dinheiro”. “Nota-se que são os grupos mais escolarizados que tendem a ter mais prática de consumos”, reitera.

No caso do haxixe, 49% dos jovens com mais escolaridade já experimentaram esta substância. O valor mais baixo, de 29%, é encontrado nos participantes com menos estudos. Ainda assim, a maior percentagem (56%) encontra-se nos filhos de pessoas com mais escolaridade mas que acabaram por conseguir completar menos anos do que os pais. No entanto, Anália Torres ressalva que a esmagadora maioria dos comportamentos de risco ainda estão, de facto, associados a níveis de escolaridade mais baixos, tanto nos jovens que os praticam como nos seus pais.

Já nos casos de níveis educacionais mais altos, o estudo sublinha que a “a incidência de comportamentos de risco” está associada a “estilos de vida que podem ser apelidados de ‘recreativos’, como o consumo de haxixe ou marijuana aos 21 anos (ou, mais precocemente, aos 13 anos, na experimentação do consumo de álcool)”. O trabalho destaca, ainda, que os jovens que atingem uma menor escolaridade que os pais também “apresentam ao longo da adolescência uma incidência comparativamente maior de comportamentos de risco, pelo que parece relevante uma análise mais focalizada no enquadramento familiar ou em variáveis individuais de saúde – como a saúde mental”.

No México
O Governo do México autorizou que uma menina mexicana de oito anos que sofre cerca de 400 ataques epiléticos por dia inicie um...

Graciela, de oito anos, começou a tomar na terça-feira "uma dose de 0,23 ml duas vezes por dia" do medicamento Charlotte's Web, disse Raúl Elizalde, pai da menina, escreve a agência France Presse.

"Ainda é cedo para saber se está a funcionar. Os médicos acreditam que os efeitos positivos poderão ser observados em dois meses", acrescentou Elizalde.

Graciela, que vive em Monterrey, sofre de uma severa forma de epilepsia conhecida como síndrome de Lennox-Gastaut.

No mês passado, segundo o Sapo, um juiz concedeu a autorização para a utilização daquele canabidiol (CBD), o que provocou objeções dentro do governo mexicano, afogado numa sangrenta guerra contra o narcotráfico.

Ainda assim, o ministério da Saúde comprometeu-se a ajudar na importação do fármaco produzido pela farmacêutica britânica GW Pharmaceuticals, que continua em fase de testes.

Em abril, a GW Pharmaceuticals publicou um estudo baseado em 137 crianças e adultos, tratados em 11 hospitais diferentes, que refere que este medicamento reduziu em 54% o número de ataques epiléticos.

O comércio e consumo de canábis não é legal no México. O Uruguai foi o primeiro país da região a legalizar a produção, venda e consumo em 2013. O Chile seguiu o mesmo caminho em julho de 2015.

Nos Estados Unidos, vizinho do México, mais de 20 estados já legalizaram a canábis.

Especialista
Os programas de intervenção para reduzir o risco de dependências, designadamente de álcool ou droga, devem ir além da...

"É preciso criar uma dinâmica de perceção de risco e de tentar depois alguma efetivação da ação e da mudança de atitudes. Saber é importante, mas não chega, também é preciso agir", afirmou Manuel Cardoso, que participará, na sexta-feira, nas XXIII Jornadas da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, que começaram hoje na Covilhã e se prolongam até sábado, tendo como tema "os jovens e o álcool".

Em declarações, Manuel Cardoso apontou os dados de um estudo realizado o ano passado sobre o consumo de álcool entre os universitários e cujas conclusões referem que os inquiridos sabem que o consumo de álcool é prejudicial, não deixando todavia de beber.

"Quando se lhes perguntou se beber quatro ou cinco bebidas alcoólicas é mau, 82% disse que é muito prejudicial e cerca de 18% disse que é mau. Porém, quando se lhes perguntou se nos últimos 30 dias tinham bebido quatro ou cinco bebidas numa mesma ocasião, 48% respondeu afirmativamente", citou, referindo que isso confirma a ideia de que nas intervenções e projetos é preciso fazer mais do que passar a informação.

Este responsável recordou, aliás, que quer a Organização Mundial de Saúde quer vários estudos internacionais já apontam no sentido de que as campanhas baseadas apenas na transmissão de informação têm resultados pouco eficazes na mudança de comportamentos, o que é preciso alterar.

"É preciso ir um pouco mais longe e apostar em programas e integrem ações mais estruturadas e completas, que permitam a efetiva mudança comportamental", sublinhou.

Manuel Cardoso adiantou que, no âmbito do programa de saúde da Comissão Europeia, foi já lançada uma ação comum dos vários Estados membros para a redução dos efeitos nocivos do álcool - que é aliás liderada por Portugal através do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) - e na qual se estão a tentar encontrar projetos de boas práticas, que depois serão elencados para poderem ser replicados.

Portugal, disse, já tem dois projetos que foram reconhecidos internacionalmente e que integram essa lista, nomeadamente o "Eu e os Outros", promovido pelo SICAD, e o "Pára para pensar", da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

No primeiro, que é desenvolvido em âmbito escolar desde 2007 em todo o país, o desafio passa por apresentar às crianças e jovens histórias de vida em que serão os protagonistas e nas quais terão de definir atitudes a tomar em determinadas situações (como por exemplo do consumo de álcool, mas também de anorexia ou de depressão), com as quais poderão vir a cruzar-se no futuro.

"É esta avaliação, esta interação e este ser obrigado a tomar uma posição e decisão que fará com que os próprios alunos interiorizem, através da vivência, as melhores atitudes e ações a tomar e respetivas ferramentas a utilizar", explicou.

Relatório revela
Mais de 879 mil portugueses com mais de 60 anos já se vacinaram contra a gripe nesta época, segundo o relatório do Vacinómetro,...

Segundo os dados da primeira avaliação do vacinómetro para a época 2015-2016, foram vacinados até à data 776.455 portugueses com idade igual ou superior a 65 anos (38,2%) e 102.886 com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos (15,9%).

Uma análise pelos grupos considerados prioritários pela Direção-Geral da Saúde demonstra que se vacinaram 20,6% dos portadores de doenças crónicas e 25% dos profissionais de saúde com contato direto com doentes.

O vacinómetro demonstra ainda que, do total de grupos inquiridos, 92,1% já tinham recebido a vacina contra a gripe noutras épocas, enquanto os restantes (7,9%) se vacinaram este ano pela primeira vez.

A análise revela, até ao momento, não haver grande diferenciação na vacinação por género, tendo recebido a vacina 27,8% de mulheres e 27,1% de homens.

Entre os inquiridos que não se vacinaram, 58,4% não manifestaram intenção de o fazer, ao passo que 41,6% tencionam ainda receber a vacina. Destes últimos, 51% são pessoas com mais de 65 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro monitoriza a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários e recomendados, num projeto que é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica.

Estudo
A exposição prolongada a baixas doses de radiação aumenta o risco de cancro, segundo um novo estudo feito com funcionários do...

Os resultados, publicados quarta-feira no British Medical Journal, fornece “evidências diretas sobre os riscos de cancro após exposição prolongada a pequenas doses de radiação ionizante”, refere a Agência Internacional de Investigação do Cancro, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os resultados demonstram uma “significativa combinação entre a dose de radiação e o aumento de risco de todos os cancros sólidos”, disse o coautor da pesquisa, Ausrele Kesminiene.

O estudo avaliou a exposição de mais de 300.000 funcionários do setor nuclear da Grã-Bretanha, Estados Unidos e França entre 1943 e 2005.

Os resultados revelam que o risco de morte por cancro sólido é “modesto”, mas uma em cada 100 mortes pode ser atribuída à exposição a radiação no local de trabalho.

Hospital de Gaia
O hospital de Gaia divulgou ter identificado mais quatro doentes contaminados com a bactéria multirresistente que já causou a...

“Está em curso o rastreio universal de portadores de Klebsiella Pneumoniae produtora de KPC em enfermarias de alto risco (Medicina Interna, Pneumologia, Especialidades Cirúrgicas)”, revela comunicado do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

Na passada semana, o centro hospitalar divulgou ter identificado, desde 7 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.

A Coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho disse então que estavam internadas, em isolamento, 13 pessoas.

Hoje o hospital informa em comunicado estarem “internados 17 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae produtora de KPC (presença da bactéria sem manifestações da doença) em regime de isolamento, aguardando a resolução do motivo do seu internamento”.

O centro hospitalar garante que “foram elaborados circuitos destinados a doentes e portadores” da bactéria para “evitar” a sua disseminação, pelo que “não há motivo de alarme para a população e para os utentes”.

"A situação infecciosa no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho está controlada", reitera.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) já admitiu que pelo menos três das oito mortes em doentes portadores ocorreram em resultado da infeção pela bactéria multirresistente identificada no Hospital de Gaia.

O hospital suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de junho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.

Redução de 6% das mortes
Um tratamento do AVC, que remove o coágulo do cérebro através de um cateterismo, permite reduzir o número de mortes em 6% e, a...

Este tratamento já existe há alguns anos e está disponível em vários hospitais públicos, mas a técnica não era usada de forma rotineira, porque a sua eficácia ainda não estava comprovada, explicou Joana Graça, organizadora do Congresso Nacional de Neurorradiologia, que decorre de 23 a 25 de outubro, onde este e outros temas relacionados com o AVC (Acidente Vascular Cerebral) vão ser debatidos.

Publicados este ano no “The New England Journal of Medicine”, estudos científicos sobre o cateterismo arterial, ou trombectomia mecânica, vieram provar a eficácia deste tratamento e demonstrar que é “possível diminuir significativamente o número de mortes (6%) por AVC e permitir que cerca de 50% das pessoas que sofreram um AVC possam retomar a sua vida normal”.

“Os estudos começaram a sair no início do ano e a Sociedade Europeia de Neurorradiologia começou a recomendar o tratamento”, disse a médica, considerando que é necessário desenvolver a urgência da neurorradiologia nos hospitais, porque esta técnica tem de ser feita o mais rapidamente possível após o início dos sintomas.

Este tratamento deve ser realizado idealmente até às seis horas após o início dos sintomas, mas em casos selecionados pode estender-se até às 12 horas após o início do AVC.

Trata-se de uma técnica realizada por médicos neurorradiologistas que consiste no cateterismo cerebral, ou seja, na navegação no interior dos vasos sanguíneos com dispositivos que vão diretamente ao local da oclusão e permitem a remoção do coágulo.

Em Portugal, o Hospital de São José foi pioneiro na utilização desta técnica, que atualmente já é praticada também nas unidades hospitalares de Santo António, São João, Braga, Gaia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, bem como, a sul do país, nos hospitais de Santa Maria, Garcia de Orta e Egas Moniz.

Os estudos de análise custo-eficácia revelaram que, apesar do custo inicial desta terapêutica ser elevado para o Estado, a longo prazo é eficaz e sai mais barato - tendo em conta os ganhos em anos de vida com qualidade -, do que tratar as consequências de um AVC que deixe doentes dependentes de onerosos cuidados de saúde, explicou Joana Graça.

O XI Congresso Nacional de Neurorradiologia, organizado pela Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia (SPNR), que decorrerá no Campus Universitário de Aveiro, vai também atribuir pela primeira vez o Prémio Egas Moniz em Neurorradiologia.

Este prémio bienal, criado pela SPNR, vai ser formalmente apresentado no dia 22, altura em que decorrerá a assinatura protocolar da constituição do prémio que assinala o 70º Aniversário do Prémio de Oslo (desenvolvimento da Angiografia Cerebral) e do 25º Aniversário da SPNR. A atribuição do prémio terá lugar durante o congresso.

Procriação Medicamente Assistida
Os problemas de fertilidade afetam aproximadamente 15% dos casais em idade reprodutiva, com a infert

A qualidade do sémen condiciona, em grande medida, o êxito das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), estando demonstrado que o seu impacto se estende desde a fecundação até ao desenvolvimento do embrião ou mesmo à saúde da criança.

As técnicas rotineiras de preparação de sémen usadas nos laboratórios de PMA, tais como a centrifugação em gradiente de densidade e o swim-up, foram desenvolvidas com o objetivo de selecionar espermatozoides morfologicamente normais e com maior motilidade, supostamente assim permitindo a utilização daqueles com maior ‘eficácia reprodutiva’. Contudo, estas técnicas apresentam limitações, uma vez que, ao não utilizarem critérios moleculares relevantes para a função reprodutiva, não estão a selecionar, necessariamente, os espermatozoides de acordo com a sua competência funcional ou qualidade genética. Segundo dados recentes, um dos processos moleculares com uma relação mais estreita com a fertilidade masculina é a apoptose.

A apoptose, também conhecida como morte celular programada, é um processo natural de controlo do ciclo de vida da célula e a sua desregulação tem sido associada à infertilidade masculina e ao insucesso dos tratamentos de PMA, apesar do uso de espermatozoides morfologicamente normais e móveis. Em diversos estudos com pacientes inférteis demonstrou-se que existe, no sémen destes indivíduos, uma percentagem de espermatozoides com manifestações apoptóticas superior àquela vista no sémen de homens férteis. Tal facto explicasse por falhas nos mecanismos genéticos de controlo do ciclo de vida do espermatozoide ou por um aumento no número de células com danos verdadeiros e portanto adequadamente ‘programadas para morrer’. Isto pode dever-se tanto a fatores intrínsecos como a fatores externos (tabagismo, stress, febre, varicocelo, etc.).

Como cabe esperar, os espermatozoides com apoptose ativada são reprodutivamente incompetentes. O problema é que, quando observados ao microscópio, são idênticos aos competentes (não é possível distingui-los). Eles são capazes de mover-se e inclusive fecundar os ovócitos. No entanto, geram embriões que não se desenvolvem ou não implantam, motivo pelo qual não se consegue uma gravidez. Por todas estas razões, selecionar espermatozoides não apoptóticos pode contribuir para o êxito dos tratamentos de PMA. Esta seleção é possível através da técnica de separação celular Imunomagnética (MACS, do inglês Magnetic Activated Cell Sorting). Esta técnica consiste na seleção dos espermatozóides com base na presença, na superfície externa da sua membrana, duma molécula chamada fosfatidilserina, molécula esta que se encontra somente nos espermatozoides apoptóticos. A MACS baseia-se no uso de partículas magnéticas unidas a uma molécula, a Anexina V. Este complexo une-se à fosfatidilserina encontrada nos espermatozoides apoptóticos e estes ficam retidos na matriz de uma coluna, dando-se assim a sua separação física daqueles saudáveis.

Em princípio, esta tecnologia pode ser aplicada a qualquer paciente que realizará um tratamento de PMA. No entanto, está especialmente indicada nas seguintes situações:

  • Casais que realizarão um tratamento de inseminação artificial;
  • Pacientes que realizarão um tratamento de fertilização in vitro (FIV) nas seguintes situações:

- Alteração da avaliação seminal convencional (o espermograma) e/ou com elevada fragmentação do ADN dos seus espermatozoides;

- Pacientes com abortos de repetição sem outra causa identificada;

- Pacientes que realizaram um tratamento de FIV prévio com má qualidade embrionária não atribuível aos ovócitos ou óvulos.

Por tudo o referido, a MACS pode ter um importante papel complementar ao das outras técnicas de preparação espermática, de forma a permitir a obtenção de espermatozóides com uma capacidade reprodutiva superior e incrementar as taxas de sucesso das técnicas de PMA.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em Espanha
Investigadores da Universidade espanhola de Granada patentearam um medicamento contra os cancros da mama, cólon e melanoma que...

Os investigadores Joaquín Campos Rosa e Juan Antonio Marchal Currais, destacaram esta terça-feira que este composto tem baixa toxicidade, e não foram detetados até agora efeitos secundários. Segundo eles, pelo facto de o fármaco atacar as células estaminais evita a formação de metástases, escreve o Diário Digital.

Além disso, o seu desenvolvimento industrial é simples.

Os dois grupos de pesquisa que alcançaram a patente começaram a trabalhar em 1993 e comprovaram a efetividade do fármaco numa fase pré-clínica, realizada com ratos imunodeprimidos que tiveram introduzidas células tumorais humanas.

Campos Rosa detalhou na apresentação da patente que durante estes anos de trabalho, a equipa conseguiu reduzir uma variável de 500 mil moléculas para desenhar o fármaco, que terá agora que passar pela fase clínica e ser testado primeiro em voluntários saudáveis e depois em doentes com cancro.

O seu companheiro de pesquisa Marchal Currais ressaltou a importância de combater as células estaminais cancerígenas, que não proliferam e costumam apresentar-se de maneira latente, mas que provocam a regeneração do tumor e a geração de metástases.

Marchal lembrou que pode levar até cinco anos antes de este medicamento chegar à fase clínica, e que esta segunda parte exige protocolos e permissões da Agência Europeia de Segurança para a realização de testes em seres humanos.

O antecedente desta patente foi o fármaco Bozepinib, dos mesmos grupos de pesquisa, que teve a mesma eficiência, mas exigia muito mais tempo para obterem pequenas quantidades, o que motivou os pesquisadores a modificarem as suas estruturas num trabalho de “arquitetura molecular” para facilitar o seu desenvolvimento.

A patente atual, além de pouco tóxica, é mais fácil de ser sintetizada e o seu desenvolvimento industrial e obtenção são “baratos”, explicaram. Segundo eles, o desenvolvimento de um fármaco custa em média 800 milhões de euros.

A pesquisa medirá agora a eficiência do remédio em tumores de pulmão e de pâncreas, dois dos cancros mais agressivos e fatais, e iniciará os estudos de absorção do fármaco, a sua distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade, passo anterior à fase clínica.

Na Suécia
Um novo complexo hospitalar ligado ao Instituto Karolinska, uma das melhores escolas médicas e onde são atribuídos os prémios...

O Novo Karolinska Solna, na capital sueca, vai estar ligado por uma passadeira ao Instituto Karolinska, um dos centros de pesquisa médica mais reconhecidos e avançados da Europa. Meia centena de professores desta instituição escolhe todos os anos os vencedores dos Prémio Nobel de Medicina, entregues em Estocolmo.

O novo complexo vai albergar 2.500 investigadores que trabalharão lado a lado com médicos, pacientes e indústria farmacêutica, naquilo que, segundo o Sapo, será um dos primeiros centros do mundo onde a medicina translacional é uma realidade. Entenda-se por medicina translacional o processo de encontrar soluções científicas para problemas reais e sem aparente solução à vista. Ou seja, é a transferência de resultados de investigação básica para a investigação clínica com benefícios para a comunidade.

"Estocolmo pretende tornar-se a região do mundo que liderará a pesquisa em saúde humana e qualidade de vida", preconiza um cartaz do hospital, sem desmerecer outros centros médicos de fama mundial.

O novo hospital universitário, 100% público, terá ainda uma cooperação estreita com a indústria. O centro já assinou acordos com empresas como a Boston Scientific, GE Healthcare, Philips Healthcare, Olympus, Siemens e Getinge.

"O custo dos cuidados de saúde está a aumentar muito. E nós vemos que temos interesses comuns com a indústria para melhorar os processos. Não queremos simplesmente comprar uma máquina, queremos comprar a máquina e o compromisso do fabricante em melhorar os processos com o doente", explica a biotecnóloga Annika Thoresson, do centro de inovação deste complexo hospitalar, citada pelo El País.

Cerca de 1% do equivalente a 1,5 mil milhões de euros, o valor orçamental do projeto, destina-se a obras de arte: esculturas, pinturas e objetos de design salpicados pelo hospital, até no teto das salas de raio-X.

"A arte e a cultura em todas as suas formas têm tanto efeitos preventivos como curativos. No novo hospital a arte desempenhará o seu papel", resume Gunnar Bjursell, um biólogo molecular do Instituto Karolinska, interessado na fusão entre a neurociência com a área das humanidades.

Estará pronto em 2016.

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