Estudo
Investigadores da Universidade de Columbia, em Nova Iorque, descobriram uma possível forma para tratar a queda de cabelo...

O ruxolitinib, um medicamento usado nas doenças do sangue, e o tofacitinib, para a artrite reumatoide, inibem certas enzimas dos folículos capilares e estimulam-nos a produzir cabelo, revela um estudo publicado na revista científica Science Advances.

Os cientistas administraram doses destes fármacos em camundongos, escreve o Sapo. Os compostos fazem com que a família de enzimas Janus kinase, ou JAK, sejam bloqueadas, possibilitando o nascimento do pelo.

Foram alcançados ainda melhores resultados quando as drogas foram aplicadas diretamente na pele.

"Não existem muitos compostos que possam estimular o ciclo de crescimento dos folículos capilares tão depressa. Alguns agentes tópicos induzem tufos de cabelo aqui e ali semanas depois, mas poucos compostos têm um efeito rápido tão potente", comentou a principal autora da investigação Angela M. Christiano.

Os cientistas negam, contudo, ter encontrado uma cura. Os folículos capilares passam por alturas de atividade e de dormência e não se sabe se estas drogas atuam nesses períodos.

Este ano
Balanço, revelado na terça-feira, supera as médias registadas em 2013 e 2014.

A GNR revelou que, este ano, já morreram 40 mulheres portuguesas por violência doméstica, valor que supera as médias registadas em 2013 e 2014, no Relatório Anual da Segurança Interna, escreve a Rádio Renascença.

O comunicado do Núcleo de Investigação e de Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do comando territorial de Lisboa da GNR, refere que "já morreram às mãos de parceiros ou familiares próximos, 40 mulheres portuguesas, provocando a existência de 122 crianças órfãs".

No ano passado, e de acordo com a então secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade Teresa Morais, tinham sido assassinadas 32 mulheres, em contexto familiar, até final de Novembro.

Números do observatório da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), divulgados no final do ano passado, referiam a morte de 40 mulheres em 2014, a maioria às mãos de atuais ou ex-companheiros, apontando ainda que 46 conseguiram escapar a tentativas de homicídio. Os números da UMAR resultam do tratamento de dados, recolhidos através dos casos de violência doméstica, noticiados na imprensa.

Em 2013, os dados do Relatório Anual da Segurança Interna apontavam para 40 homicídios conjugais, dos quais 30 eram mulheres.

O Núcleo tem-se dedicado a investigar processos relacionados com violência doméstica e maus-tratos e, nesse âmbito, realizou, desde o início do ano, 27 operações de busca, apreendendo 42 armas de fogo e 1.480 munições.

Além disso, realizou 27 detenções, que culminaram com a aplicação a estes suspeitos da medida de coação de prisão preventiva, e a retirada de 15 menores vítimas de maus-tratos por parte de familiares.

Estudo
Um estudo refere que a redução do consumo de açúcar pode melhorar a saúde em apenas nove dias. E que o açúcar faz mal,...

O açúcar faz mal. E não é pelo número de calorias ou por provocar aumento de peso. O açúcar faz mal… porque é açúcar. É o que diz um estudo publicado pela revista Obesity, que refere que o açúcar coloca muita pressão sobre o organismo, ao nível do metabolismo.

A investigação foi realizada com 43 crianças obesas com idade entre os 9 e os 18 anos no Hospital Pediátrico Benioff da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos EUA e revela que cortar o consumo de açúcar durante apenas 9 dias produz resultados significativos na redução da pressão arterial e do colesterol, escreve o Observador.

Durante nove dias as crianças seguiram um plano alimentar que incluía vários snacks e bebidas, mas com um consumo de açúcar reduzido. Os níveis de açúcar foram reduzidos de 28 para 10% e os de frutose de 12 para 4% do total de calorias ingeridas. Nesse espaço de tempo, as crianças comeram a mesma quantidade de gorduras, proteínas e hidratos de carbono que comiam antes, mas o açúcar foi substituído por alimentos ricos em amido como cereais e massas. A dieta incluía também alimentos considerados menos saudáveis como cachorros quentes, batatas fritas e pizzas. O estudo pretendia isolar o efeito do açúcar, sem considerar as calorias, ou seja, o valor energético dos alimentos.

O objetivo da dieta não era a perda de peso mas avaliar o impacto da redução de açúcar na síndrome metabólica, um termo médico que designa um conjunto de fatores de risco – tais como a hipertensão, o colesterol e a obesidade – correlacionados com o desenvolvimento de doenças cardíacas, o acidente vascular cerebral (AVC) e diabetes tipo II. As crianças que participaram no estudo para além de obesas tinham outro fator de risco, como a hipertensão.

A redução de consumo de açúcar, mesmo durante um curto período de tempo, teve um impacto significativo na melhoria da saúde das crianças: a tensão arterial baixou, os níveis de gorduras no sangue baixaram 33% e o “mau” colesterol (LDL) caiu 10%.

“Todos os parâmetros metabólicos melhoraram apenas com a substituição do açúcar por amido nos alimentos processados e tudo sem alterar a quantidade de calorias, o peso ou exercício”, disse Robert H. Lustig, o autor principal do estudo ao Telegraph.

Robert H. Lustig, pediatra e endocrinologista e um defensor de longa data dos malefícios do açúcar, reforçou que “este estudo demonstra que nem todas as calorias são iguais. A origem das calorias determina o sítio onde se acumulam no organismo.”

“As calorias do açúcar são as piores porque se transformam em gordura no fígado e provocam resistência à insulina e aumentam o risco de diabetes, doenças cardiovasculares e doenças do fígado,” reforçou Lustig.

As calorias não são todas iguais. E a ingestão de calorias não pode ser avaliada apenas em termos de quantidade, mas também em termos de qualidade e do seu impacto no corpo humano. Segundo o estudo, em termos metabólicos, é mais importante reduzir o consumo de açúcar que o consumo de calorias.

No Algarve
A unidade móvel de radiologia que entrou em funcionamento no Algarve vai permitir uma poupança financeira significativa e uma...

"A realização dos exames de radiologia digitais no local e o envio imediato das imagens para os centros de saúde confere maior segurança e melhor gestão de tempo dos profissionais", disse o presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, João Moura dos Reis, durante a apresentação da unidade móvel no estabelecimento prisional de Silves, no Algarve.

Equipada com um sistema informático, a Unidade Móvel de Radiologia permite a transmissão dos dados clínicos diretamente através da rede 4G (tecnologia de quarta geração, que possibilita um maior número de utilizadores em simultâneo sem perda de eficiência) para os serviços hospitalares e centros de saúde.

De acordo com João Moura dos Reis, o sistema digital bem como todo o equipamento informático custou cerca de 500 mil euros, "investimento que irá gerar uma poupança significativa dos recursos financeiros e profissionais".

Além de flexibilizar o acesso aos dados clínicos, ao trabalhar em rede, o sistema possibilita aos profissionais de saúde a realização de “um número ilimitado de imagens de rastreio na unidade móvel de radiologia", destacou o responsável pela ARS do Algarve.

Na opinião de João Moura dos Reis, "contorna-se o procedimento anterior que implicava transferir fisicamente as imagens clínicas entre a unidade móvel e o centro de saúde, sem poder efetuar um diagnóstico imediato".

"Com este novo programa informático, o processo torna-se mais eficaz, imediato e racional em caso de deteção de patologias, tornando também a notificação médica e o tratamento do utente mais céleres", enfatizou.

Por seu turno, o diretor do estabelecimento prisional de Silves, Ricardo Torrão, destacou a importância do novo equipamento móvel, "porque implica a utilização de menos recursos humanos e menos deslocações, bem como uma resposta rápida na triagem de patologias como a tuberculose, para evitar a sua propagação".

"É efetivamente uma grande poupança em termos de recursos humanos e de despesas com as deslocações aos centros de saúde, sublinhou Ricardo Torrão acrescentando que "em média são efetuados entre 60 a 70 exames e rastreios mensais naquele estabelecimento prisional".

O presidente da ARS do Algarve disse ainda que o projeto-piloto ou seja, a Unidade Móvel de Radiologia da ARS do Algarve poderá no futuro ser utilizada no Alentejo, ao abrigo de um protocolo que está a ser preparado com a administração regional de saúde daquela região.

Em 2016
Atualmente, no concelho de Mora, estão 26 mulheres à espera de bebé, estando por isso perto de se atingir o recorde do...

Este número agora apurado de gravidezes corresponde a cerca de 20.000 euros em subsídios a dar pela autarquia.

Desde 2004, que a edilidade lançou uma política de incentivo à natalidade e em 10 anos subsidiou em 181.500 euros, 235 bebés morenses no total.

O apoio aos nascimentos no concelho é de 500 euros para o primeiro filho, 1000 euros para o segundo e de 1500 para o terceiro.

A autarquia considera que, para além deste apoio, tem havido também outras razões para a fixação das pessoas no concelho, tais como, a consolidação da pequena indústria, o incremento do turismo, bem como as medidas de apoio à habitação jovem e o aumento dos postos de trabalho no comércio e na restauração.

Em 2014, ocorreram 22 nascimentos no concelho de Mora, o que corresponde a subsídios no valor de 21 mil euros, dados pela edilidade local. O ano passado nasceram sete primeiros filhos, 10 segundos, quatro terceiros e um quarto filho. 

Estudo
A maioria dos alimentos que são embalados em cartão, por vezes fabricado com materiais reciclados, podem apresentar graves...

O estudo - apresentado em Paris pela organização de defesa do consumidor e da qualidade alimentar Foodwatch - foi realizado em três países (França, Alemanha e Holanda) e consistiu na análise de mais de uma centena de produtos europeus.

A investigação revelou que muitos dos produtos eram potencialmente cancerígenos e suscetíveis de provocar perturbações no sistema endócrino e alterações genéticas.

Segundo a Foodwatch, 43% dos produtos analisados nos três países estavam contaminados por hidrocarbonetos aromáticos derivados de óleos minerais, que são substâncias cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas.

Entre os três países, a França foi aquele que verificou os resultados mais preocupantes, com seis produtos compostos em 60% por óleos minerais da categoria mais perigosa, segundo aquela organização não-governamental (ONG).

Para a diretora de comunicação da Foodwatch França, Ingrid Kragl, “os hidrocarbonetos que contém estas embalagens são potencialmente cancerígenos e os responsáveis da indústria agroalimentar e as autoridades fecham os olhos perante o problema”.

O estudo revelou também uma grande incidência de hidrocarbonetos saturados, muito prejudiciais para os seres humanos e que foram encontrados em 83% dos produtos analisados.

Segundo explicou o presidente da Rede de Saúde Ambiental, André Cicolella, também em declarações aos jornalistas em Paris, o processo de contaminação pode ocorrer nas diversas etapas a que um produto é submetido: linha de produção, embalamento, armazenamento e transporte.

André Cicolella, toxicologista especializado na avaliação de riscos sanitários, pediu às autoridades para atuarem face a esta “situação de crise sanitária” através de uma regulamentação séria.

A associação Foodwatch já tinha alertado para este problema num artigo publicado em 2011 numa revista francesa, mas na altura “os ministérios da Saúde, da Agricultura e da Economia distribuíram culpas entre eles, sem resolver nada”, lamentou Ingrid Kragl.

A Foodwatch defende que as autoridades governamentais, os produtores, os fabricantes e a indústria agroalimentar devem concertar medidas para eliminar este problema.

Acrescentar uma embalagem extra entre os alimentos e o cartão, que consiga isolar os alimentos das substâncias tóxicas, ou a criação de materiais de embalamento mais eficazes e seguros são algumas das possíveis soluções recomendadas pela organização.

De forma a promover esta causa e para pressionar as autoridades competentes, a Foodwatch lançou uma petição na sua página na Internet.

Sem data de conclusão
O presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental, António Leuschner, revelou em Bragança que está em preparação há cinco anos...

O responsável falava à margem de um seminário sobre o tema promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Bragança, em que a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) reclamou a urgência deste plano dado o número crescente de idosos nos lares com estas patologias.

O presidente do Conselho Nacional de Saúde Mental adiantou que “há duas recomendações da Assembleia da República já com cinco anos” nesse sentido e que estão a ser desenvolvidos estudos no terreno, o que torna o processo mais demorado”.

O responsável explicou que “estão a ser desenvolvidos pela Direção-Geral da Saúde e pelo Programa Nacional de Saúde Mental estudos no terreno, nas áreas de Lisboa, Coimbra e Norte, no sentido de definir estratégias que possam funcionar como guias de orientação, mas ainda não está nada definido em relação a quando se prevê que possa ser aprovado um diploma sobre esse assunto”.

António Leuschner justificou esta demora afirmando que “seria fácil traçar uma série de princípios orientadores que seriam ou não exequíveis”, mas que se optou por construir um plano “a partir das realidades concretas”.

“Aquilo que está a ser mais moroso do que o que se imaginava é o levantamento das situações, não só em termos do número que necessitam de ajuda como principalmente do tipo de cuidados que são necessários”.

Segundo defendeu, “é preciso encontrar soluções para cada estadio de desenvolvimento da doença e é aqui que é necessário ajustar as respostas para [que] não fiquem vazias ou mal ajustadas às necessidades”.

“É verdade que seria desejável que tivesse sido mais rápido, mas não foi possível”, admitiu, adiantando que se estima que existam “entre 120 mil a 150 mil” idosos com algum tipo de demência em Portugal.

A urgência deste plano tem sido reclamada por associações como a Alzheimer Portugal e foi hoje reiterada, em Bragança, por João Dias, adjunto da CNIS, que pede uma maior parceria e apoio, sobretudo por parte da Saúde.

O dirigente afirmou que “as instituições não têm pessoal suficiente e com formação adequada para lidar com estas questões” e acabam por “sofrer por falta dessa política”.

“O que queremos é arranjar um patamar de colaboração e parceria com o Ministério da Saúde que nos permita atender esta população de uma forma adequada, tecnicamente ajustada às necessidades”, concretizou.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, Eleutério Alves, avançou que existem instituições confrontadas com “uma grande percentagem, na ordem dos 80%” de utentes a sofrerem de alguma demência.

O seminário organizado hoje, em Bragança, tentou dar algumas ferramentas a técnicos e àqueles que trabalham com esta problemática e também servir de “alerta para o poder político no sentido de pensar bem em soluções para situações deste género”.

“O Governo tem de perceber que este fenómeno já é grave, que está numa dimensão muito grande e que é preciso criar estruturas em várias zonas do país para que possam receber as pessoas”, defendeu, argumentando que o tratamento “tem de ser distintivo do restante” prestado nos lares e que “obriga a um maior esforço humano e financeiro das instituições”.

O diretor distrital da segurança Social, Martinho do Nascimento, manifestou “todo o apoio” do organismo, realçando a parceria para este seminário “com os maiores especialistas na área da saúde mental”.

O dirigente já tinha anunciado a disponibilidade da celebração de acordos para a abertura, em 2016, de três unidades especializadas nas misericórdias de Bragança, Mogadouro e Mirandela.

Hospital de Santa Maria
Quase uma centena de cuidadores informais recebeu formação nos últimos três anos no Hospital de Santa Maria durante o...

A formação faz parte do projeto “Capacitar Cuidadores Informais”, que está a ser desenvolvido desde 2013 no Serviço de Medicina I do Hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Lisboa Norte) e que envolveu até agora 91 doentes e 91 cuidadores.

A maior parte dos cuidadores eram filhas e cuidadores particulares, com idades entre os 50 e os 65 anos, e em 85% dos casos viviam na casa do doente, disse a enfermeira Paula Morais, mentora do projeto.

O projeto nasceu para ensinar os cuidadores “a melhorar os cuidados ao doente” após a alta, mas também facilitar uma melhor qualidade de vida ao próprio cuidador.

“No serviço de Medicina temos vários doentes que têm necessidades de alguns cuidados após a alta e ao longo dos anos verificámos que os cuidadores informais não tinham informação sobre como satisfazer as suas necessidades após a alta”, explicou.

O processo começa quando o doente é internado no Serviço de Medicina I: “Nós temos uma média de internamento de seis dias e quando o doente entra começamos logo a preparar a alta” e, “consoante o diagnóstico do doente, ligamos para a família para saber quem cuida diretamente do doente e perceber quais as dificuldades que tem no domicílio”.

Após esse contacto é marcada uma entrevista, em que o cuidador é questionado sobre questões práticas, como a disposição da cama ou da mesinha de cabeceira no domicílio, sendo a formação assente nessas questões para evitar algumas dificuldades quando o doente tem alta.

Além da capacitação nas atividades de vida diária à pessoa dependente, é também ensinado aos cuidadores como alimentar o doente com uma sonda e exercícios respiratórios para os doentes que sofreram um AVC.

Após a alta, é contactada a Unidade Funcional dos Agrupamentos dos Centros de Saúde (ACES) para continuidade de cuidados e é realizado um contacto com o cuidador após 24 a 48 horas para avaliar a situação do doente.

Nesse telefonema, Paula Morais questiona o cuidador sobre o que “ganhou com a ajuda” que recebeu durante o internamento do doente.

“Verificámos que de todos os doentes que iniciámos neste projeto nenhum foi reinternado por um motivo de exaustão do cuidador ou outro tipo” de motivos, adiantou.

Já nos cuidadores, o que verificávamos nalguns foi a má postura, que se tentou corrigir. “A mecânica corporal é essencial ao cuidador para poder ajudar o doente e foi aí que houve uma grande melhoria, tanto para o cuidador como para o doente”, salientou.

Desde 2013, foram realizados 412 ensinos, a maioria (302) de treino de atividades da vida diária, o que, segundo a enfermeira, indica o número elevado de pessoas dependentes no hospital.

Ao longo do projeto, Paula Morais foi fazendo folhetos informativos com os cuidados a ter em várias áreas que deram origem ao “Guia do Cuidador Familiar”, que é lançado hoje com o objetivo de “reforçar o trabalho” desenvolvido no serviço e para poder chegar a mais cuidadores.

Medicina Legal quer
O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses defende que os organismos do Estado devem reforçar o “trabalho...

Num estudo sobre a deteção destas substâncias químicas em autópsias que o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) realizou nos últimos cinco anos (2009-2014), foram registados 374 casos positivos, mas nem sempre o óbito foi causado pelo pesticida presente nos corpos em maior ou menor quantidade.

“Importa às entidades competentes governamentais unirem esforços e trabalharem de forma multidisciplinar para que se possa reduzir” o número de acidentes e suicídios no manuseamento destes produtos tóxicos, recomendam os autores.

Nalguns casos, no entanto, foram outros fatores que ditaram a morte das vítimas, apesar de estas poderem terem ingerido ou contactado com tais substâncias usadas nas atividades agrícolas, salientou o médico legista João Pinheiro, vice-presidente daquele instituto.

Nas últimas décadas, o recurso aos pesticidas para cometer suicídio, sobretudo nos meios rurais, “diminuiu, mas não desapareceu”, disse.

O estudo, que será divulgado esta semana no âmbito da segunda conferência do INMLCF, em Coimbra, na quinta e na sexta-feira, salienta, aliás, que “tem-se registado um número relativamente constante de casos a nível nacional” nos últimos cinco anos.

Os pesticidas estiveram na origem de um elevado número de mortes, maioritariamente suicídios, nos anos 70, 80 e 90 do século passado, mas tais índices “foram decrescendo até estabilizarem” nos últimos 20 anos, observou João Pinheiro.

O vice-presidente do INMLCF é um dos autores do trabalho de investigação, intitulado “Tendências nacionais da deteção de pesticidas em casos de autópsias nos últimos cinco anos”, em que também participaram os especialistas José Vieira de Sousa, António Castañera, Paula Monsanto, Sónia Tarelho e João Franco.

Nas 374 autópsias com resultados positivos, “o valor mínimo foi registado em 2010 (51) e o máximo em 2012 (81)”, o traduz uma média de 62 casos por ano, segundo o documento, a que a Lusa teve acesso.

“O número total tem-se mantido relativamente constante ao longo dos últimos cinco anos”, confirma.

João Pinheiro afirmou que os casos estudados estão maioritariamente identificados como suicídios.

As intoxicações mortais no manuseamento de pesticidas – inseticidas, herbicidas, fungicidas e rodenticidas (venenos para ratos) – “não são muito comuns”, enquanto os homicídios por aplicação destes produtos “são muito difíceis de provar”, admitiu.

“Apesar do desenvolvimento de compostos de segunda ou de terceira geração, não existe um pesticida que seja absolutamente inócuo”, referem os autores.

No estudo, 74% das autópsias com resultados positivos detetaram a presença de inseticidas.

Os herbicidas, com uma incidência de 25%, foram o segundo “tipo de pesticida mais comum”, seguindo-se os fungicidas e os rodenticidas com apenas 1% para cada um destes grupos.

Outros dos estudos que o INMLCF vai apresentar no encontro, cujas inscrições ainda estão abertas, abordam temas como “Homicídios em contexto familiar”, “Cannabis em acidentes de viação”, “Suicídios de idosos”, “Violência em Portugal em 2014”, “O primeiro caso de ‘dinitrofenol’ em Portugal” e “Consumo de medicamentos na região Sul a partir das autópsias”.

A conferência do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses começa na quinta-feira, às 09:00, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, com intervenções do presidente do INMLCF, Francisco Brízida Martins, e de João Pinheiro.

Segue-se, às 10:00, a “conferência magistral” proferida pelo diretor-geral da Saúde, Francisco George, que dissertará sobre o tema “A medicina legal e a saúde”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
Série monográfica reúne contributos de investigações de doutoramento e de dissertações de mestrado. Estudos foram publicados...

“Envelhecimento, Saúde e Cidadania” e “Enfermagem de Saúde do Idoso” são os títulos de duas publicações editadas pela Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), pertencente à Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), e que amanhã são oficialmente apresentadas.

O lançamento destas obras, da série monográfica Educação e Investigação em Saúde, está marcado para as 12h30, nas instalações da ESEnfC - Polo B (S. Martinho do Bispo), no âmbito do programa do “6º Colóquio Envelhecimento, Saúde e Cidadania” que a ESEnfC organiza, sob o tema “Imunidade e especificidades das doenças transmissíveis na pessoa idosa”, e cuja sessão de abertura é às 9h30.

Com coordenação científica dos professores Maria de Lurdes Ferreira de Almeida e João Luís Alves Apóstolo, a monografia “Envelhecimento, Saúde e Cidadania” apresenta os resultados de investigação avançada de doutoramento, pós-doutoramento e transferência do conhecimento para o ensino pós-graduado (mestrado em Enfermagem de Saúde do Idoso e Geriatria), feita por um conjunto de investigadores que, na sua maioria, integra a Unidade Científico-Pedagógica (UCP) de Enfermagem do Idoso da ESEnfC.

Estruturada em seis capítulos, a monografia trata os temas d’ “A identidade da velhice”, da “Estimulação Cognitiva em Idosos” e das “Atitudes face à pessoa idosa e conhecimentos sobre envelhecimento por parte dos estudantes do ensino superior público em Coimbra”. Dedica-se, ainda, ao desafio de manter a continuidade dos cuidados no domicílio, às especificidades da atividade motora da pessoa idosa após Acidente Vascular Cerebral (AVC) e aos contributos da Enfermagem. Por fim, o sexto capítulo inclui um estudo de caso sobre “desencontros familiares” e as estratégias defensivas utilizadas por um idoso.

Já a obra “Enfermagem de Saúde do Idoso” (formato digital), que é coordenada pelos mesmos professores, pretende divulgar os resultados das investigações realizadas pelos estudantes de mestrado e por professores da UCP de Enfermagem do Idoso da ESEnfC, em conjunto com alguns dos seus colaboradores.

Para os idosos
Um 'personal trainer’ robô está a ser criado por investigadores portugueses para motivar os idosos a fazer exercício...

Financiado pelo Programa Carnegie Mellon Portugal (CMU Portugal), o projeto, com a duração de quatro anos, está a ser desenvolvido pelo Instituto de Sistemas e Robótica, do Instituto Superior Técnico (IST), e envolve universidades e empresas nacionais.

“Estamos a entrar no segundo ano do projeto e temos já alguns complementos que têm sido demonstrados. A ideia é no fim dos quatro anos termos o robô, um treinador pessoal, que terá um programa de exercícios que deverá ser controlado por clínicos ou terapeutas que estejam a acompanhar a pessoa”, disse o investigador Alexandre Bernardino, do IST.

Alexandre Bernardino explicou que a ideia base é ter tecnologia de informação em robótica para fazer a promoção de programas de exercício para grupos com necessidades especiais, particularmente idosos, mas também para pacientes com algum tipo de necessidade de reabilitação.

Nesse sentido, o robô deverá tornar-se um assistente pessoal, ensinando exercícios físicos e promovendo atividades de fisioterapia: “Vai aplicar técnicas de motivação, de chamada para o jogo, de controlo dos tempos do jogo e das dificuldades do jogo", ao mesmo tempo que monitoriza as respostas fisiológicas.

“Temos sensores que medem o ritmo cardíaco, a frequência respiratória e outras medidas”, exemplificou Alexandre Bernardino, que vai participar na quarta-feira na conferência “Envelhecimento no século XXI”, na Faculdade de Motricidade Humana, em Lisboa.

Os investigadores estão a desenvolver um sistema com técnicas de interação inovadoras, com projeção de conteúdos de jogos, de brincadeiras, de exercício, através de um projetor, que pode estar em casa da pessoa, na clínica ou num lar de idosos, explicou.

O objetivo final é que o robot possa ir atrás da pessoa, a alerte para fazer exercício e escolha onde projetar os conteúdos dos jogos e que tenha “um aspeto simpático para aumentar a atratividade do jogo para as pessoas”.

Ana Bettencourt, professora na Faculdade de Farmácia de Lisboa, que também vai estar presente na conferência “Envelhecimento no século XXI”, salientou a importância das tecnologias de saúde para melhorar a qualidade de vida dos idosos.

“As tecnologias de saúde vão desde o simples ‘pacemaker’ até tecnologias que estão em desenvolvimento, como o olho artificial”, e um ‘pacemaker’ para “o cérebro, para estimular a memória, uma das funções que se perde com a idade”, disse Ana Bettencourt, que vai desenvolver na conferência o tema “Tecnologias de saúde e envelhecimento: Inovação e desafios”.

Lembrou exemplos de como as tecnologias têm beneficiado a vida das pessoas, como a pele artificial para uma melhor cicatrização das feridas e a artroplastia da anca, que permite uma maior mobilidade às pessoas quando são operadas.

“Hoje já há poucos idosos de bengala, o que se deve às muitas artroplastias da anca que se têm feito”, observou Ana Bettencourt, sublinhando que existe “um grande esforço e há muitas ideias para que envelhecer não seja sinal de estar à espera da morte, de fraca qualidade de vida”.

“Hoje em dia já não é só tratar a doença, mas fazer com que o idoso seja uma pessoa ativa e que tenha melhor qualidade de vida”, rematou.

Pessoas difíceis são principal motivo
Os locais de trabalho podem estar na origem de distúrbios psicossociais, sendo que dois terços das empresas portuguesas...

As conclusões constam do Segundo Inquérito Europeu às Empresas sobre Riscos Novos e Emergentes (ESENER-2), da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, apresentado em Lisboa durante um workshop dedicado “Às condições de trabalho e a qualidade de vida no quotidiano: o contributo da Segurança e Saúde Ocupacional”.

As conclusões deste trabalho – que recolheu respostas de cerca de 50 mil locais de trabalho em 36 países, incluindo todos os 28 Estados-Membros da União Europeia – sugerem que os locais de trabalho podem estar na origem de problemas psicossociais, sendo os clientes difíceis a principal preocupação das empresas portuguesas, e de doenças músculo-esqueléticas.

“Lidar com pessoas difíceis, sejam clientes, pacientes ou alunos é o fator de risco mais recorrente em 58% das organizações na UE, especialmente no setor dos serviços”, percentagem que aumenta para 66% no caso de Portugal, refere o estudo.

Segundo o inquérito, outro fator de risco psicossocial relaciona-se com a “pressão relativamente a prazos a cumprir (40% das empresas portuguesas e 41% da EU-28)”.

Além disso, os fatores de risco psicossocial são “mais difíceis de gerir, como ficou patente na falta de informação ou de ferramentas preventivas adequadas para lhes fazer face de forma eficaz”.

No que se refere a perturbações músculo-esqueléticas, devido a posições cansativas e dolorosas, movimentos repetitivos das mãos ou braços, estas são frequentemente reportadas em todos os setores de atividade.

O inquérito permitiu ainda concluir que o controlo regular de riscos é a melhor forma de prevenção, o que é praticado em larga escala, embora não na totalidade, pelos países europeus.

Os resultados indicam que 77% das empresas portuguesas fazem avaliações regulares aos riscos (76% das empresas, nos 28 Estados-Membros da UE), das quais 97% consideram ser a forma mais eficaz para vigiar a segurança e saúde dos trabalhadores.

Este tipo de avaliação pode ser feito por serviços internos ou externos e varia em função da dimensão das empresas, sendo que em alguns países, incluindo Portugal, “mesmo as empresas mais pequenas fazem avaliações de riscos junto dos seus trabalhadores”, indica o estudo.

Entre as empresas que não fazem avaliações regulares de riscos, a maioria alega que já conhece os perigos e riscos (85% empresas portuguesas e 83% europeias) ou que não existem problemas significativos (56% empresas portuguesas e 79% europeias).

O inquérito ESENER-2 permitiu também concluir que as empresas encaram a gestão de segurança e saúde como uma “obrigação”.

“Cumprir com obrigações legais” é o principal motivo apresentado por 94% das empresas portuguesas e 85% da UE, seguindo-se evitar as penalizações da inspeção do trabalho (93% das empresas portuguesas e 78% da UE) e corresponder às expetativas dos trabalhadores e respetivos representantes (90% das empresas portuguesas e 79% da UE).

Quanto às dificuldades sentidas pelas empresas em matéria de segurança e saúde no trabalho, a “complexidade das obrigações legais” surge à cabeça (43% das empresas portuguesas e 40% da UE-28), seguida da burocracia (38% das empresas portuguesas e 29% da UE-28).

“Curiosamente, nos países nórdicos (Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia) a falta de tempo ou de pessoal é a que representa maiores dificuldades”, acrescenta.

Segundo os promotores do estudo, os resultados acessíveis através de uma plataforma online tornam este inquérito “um novo recurso importante para decisores políticos, investigadores, entidades públicas e privadas, médicos do trabalho e técnicos de segurança no trabalho”.

Governo
O novo ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, continua nesta pasta, após quatro anos como secretário de Estado e adjunto do...

Nascido em 1959, Fernando Leal da Costa é licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa.

De acordo com a informação oficial do site do governo, Leal da Costa é consultor de Hematologia Clínica da carreira médica hospitalar, foi chefe de serviço de Hematologia do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.

Leal da Costa é especialista de Hematologia Clínica e de oncologia médica e fez o Programa de Alta Direção de Instituições de Saúde da Escola de Direção e Negócios (AESE).

Segundo o site do governo, foi membro da Comissão de Avaliação de Medicamentos do Infarmed, onde também foi avaliador de ensaios clínicos, e, entre 2001 e 2002, foi subdiretor-geral da Saúde.

Entre 2003 a 2005, Fernando Leal da Costa representou Portugal nos comités diretores de saúde pública e do Acordo parcial do Conselho da Europa.

Foi coordenador nacional para as Doenças Oncológicas em 2005-2006 e consultor para os Assuntos da Política da Saúde na Casa Civil do Presidente da República de 2006 a 2011.

Na primeira pessoa
Tinha acabado de fazer 33 anos e tinha, ainda, tantos sonhos por sonhar quando o médico lhe pediu pa

Foi num momento de intimidade que o companheiro de Vera, como a própria explica, detetou a presença de um nódulo na mama esquerda. “Desvalorizei. Achei tratar-se de um quisto que é comum aparecer no período pré-menstrual”, recorda. E deixou passar!

Na realidade, deixou passar a menstruação e rapidamente percebeu que o nódulo não tinha desaparecido e tinha ficado maior.

“Consultei o meu ginecologista que me fez uma biopsia no dia seguinte. Quatro dias depois tinha o resultado: um tumor muito agressivo que já estava com seis centímetros e metástases na axila”, revela explicando que este era um tipo de cancro “particularmente agressivo, conhecido por HER2 positivo, não hormonal”.

O diagnóstico chegou-lhe pela voz do primo, médico na área da oncologia. “Sei que foi duríssimo para ele ser o portador desta notícia, mas acho que tive muita sorte porque recebi o diagnóstico em casa junto da minha família, da boca de quem me ama”, afirma Vera.

“Sendo o meu primo médico da área da oncologia, tive logo a oportunidade de esclarecer algumas dúvidas”, acrescenta.

“Mas no dia seguinte tive de ir ao meu ginecologista…esta consulta foi desastrosa”, recorda.

A verdade é que, Vera ainda hoje lamenta a forma como o seu próprio médico lidou com o seu cancro. “A frieza com que ele falou do meu diagnóstico foi cruel. Com meia dúzia de palavras ditou o meu fim. Foi como se aos olhos dele eu não tivesse a possibilidade de sair disto”, explica.

“Lembro-me como se fosse hoje! Estava sentada com a minha mãe do meu lado esquerdo e o meu companheiro do lado direito. As minhas mãos seguravam as deles com toda a minha força”, diz.

Saiu da consulta desfeita. Pensou que tinham trocado os exames. Não conseguiu, à primeira, aceitar aquele cancro.

“Eu sentia-me tão bem, como é que podia estar a morrer?”, pensou. Mas, quando caiu em si, percebeu que teria de escolher como viver o desfecho da doença.

“Senti que eu é que iria escolher de que lado cairia a moeda (entre a vida ou a morte). Eu escolhi viver e sabia exatamente o que precisava fazer para dar a volta a isto”, recorda.

Ainda assim não esconde a inquietação com que viveu os primeiros momentos desta nova realidade. “Chorei, zanguei-me com Deus, deixei sair tudo”, confessa. “O que fiz para ter um cancro?”, questionou na altura.

Até que sentiu que tinha de fazer o que tinha de ser feito. Quis saber tudo. Tudo sobre a doença, sobre o que lhe estava a acontecer. “A primeira coisa que pedi ao meu primo, pais e companheiro foi que nunca me escondessem nada. Queria saber sempre a verdade. Ter a informação do nosso lado dá-nos um poder tremendo e eu precisava desse poder para conseguir fazer as escolhas mais adequadas”, explica.

Pediu que respeitassem as suas opções. E o facto de praticar, estudar e ensinar yoga e meditação fez com que, naturalmente, procurasse outras práticas que podiam complementar os tratamentos. “Sabia que o facto de optar por terapias ditas alternativas podia deixar os meus familiares preocupados”, refere.

“O meu primo alertou-me que, devido à agressividade do tumor, não poderia escapar aos tratamentos convencionais e que seriam muito duros. Na verdade nunca pensei em não fazer quimioterapia, mas optei por caminhar em paralelo com terapias orientais. No dia do diagnóstico tracei logo o meu plano e partilhei-o com os que estavam comigo – ajustar a alimentação e seguir a via macrobiótica, fazer acupunctura, explorar a psicoterapia transpessoal e continuar as minhas práticas de Yoga e meditação. Explorei outras abordagens, foi um período fértil em experiências”, diz.

Vera fez oito ciclos de quimioterapia, duas cirurgias, 30 sessões de radioterapia e 18 sessões de trastuzumab. Foram 16 meses “barra pesada” como a própria refere.

“Comecei em Outubro de 2013 e terminei em Janeiro deste ano, sendo que agora estou em fase de reconstrução de mama”, conta.

Recorda que, apesar do sucesso dos tratamentos – ao fim de três ciclos de quimioterapia já não sentia o tumor -, este foi um processo extremamente duro.

“No meu caso a quimioterapia usada foi mais invasiva. Havia alturas em que parecia que me tinham arrancado a alma do corpo. Tive dias em que até respirar custava”, recorda.

Vera ficou com feridas na boca. Não conseguia comer. Tinha febres altas e dores por todo o corpo, “tudo resultado dos fármacos usados na quimioterapia”.

“Houve momentos em que pensei que não fosse aguentar”, admite apesar de nunca ter pensado em desistir.

Parte da sua força e da forma extraordinária com que olha a vida deve-a aos seus. “Tenho a sorte de ter uns pais, um irmão, um companheiro e uns amigos fora do comum”, diz genuinamente agradecida.

“E o Yoga teve, e terá sempre, um papel muito importante… Percebes que tu não és a dor do corpo e passas ao papel de observador. Fica tudo mais fácil. Se não fosse o Yoga tenho a certeza que o corpo, mas sobretudo a alma, não teria aguentado tão bem”, acrescenta com segurança.

“Por causa do Yoga e da meditação que estudo, ensino e pratico há alguns anos, foi muito mais fácil aceitar o cancro e ver nele uma oportunidade. Faz parte da minha maneira de viver orientar-me sempre para o lado luminoso e construtivo, mas isso é algo que pode ser trabalhado com técnicas que usamos nas práticas de Yoga. A pergunta não é “porquê comigo”, mas “o que posso fazer com isto?”. É um caminho que pode ser percorrido por qualquer um. Na verdade trata-se de escolher”, explica Vera.

“Há uma frase do professor Hérmogenes que serve de mantra para a minha vida: Aceito, confio, entrego e agradeço. Não é fácil, mas uma vez que se consiga sentir o significado destas palavras entra-se num processo de rendição e aceitação que fortalece muito”, garante.

“O cancro só veio dar-me a oportunidade de por em prática a filosofia em que acredito. Existirá algum desafio maior do que a aceitação da morte? Nesse sentido acho que sou uma privilegiada. A Vida ficou com cores muito mais vivas e poucas são as coisas que me abalam”, confessa.

Por tudo isto acalenta o sonho de levar o Yoga e a meditação a unidades oncológicas hospitalares. “Sei que ajudará outras pessoas. Existem diversos estudos que comprovam os benefícios de práticas meditativas, tanto no controlo da dor quanto na gestão de stress que todas as doenças acarretam”, justifica.

Como consequência dos tratamentos, Vera poderia vir a sofrer de uma menopausa precoce e infertilidade. “Da primeira acho que já me livrei, da segunda ainda não sei, mas acredito que serei mãe um dia. Conseguir ser mãe vai ser a maior das vitórias”, diz emocionada.

Em jeito de conclusão, Vera recorda a página de facebook que criou um dia antes de começar a quimioterapia – Cancro é Vida (https://www.facebook.com/Cancro-é-Vida-201509020040382/)

“Achei que me iria ajudar a falar do cancro sem o peso que habitualmente atribuímos a esta palavra. Partilhar uma forma menos convencional de viver estes processos foi, e ainda é, uma tentativa de não me sentir sozinha”, refere.

E garante que já ganhou tanto com projetos criados por outras mulheres que também tiveram cancro que “o mínimo que podia fazer era dar o meu contributo de forma a honrar o percurso feito por tantas nós. Ser inspirada e inspirar. Dar e receber”.

“A palavra cancro assusta, mas não precisa de ser uma sentença de morte. Cancro pode ser Vida. Confiem, vai correr tudo bem”, conclui.

Conheça um pouco melhor a Vera e o seu trabalho - http://veraferreirayoga.com

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Austrália considera
A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de carne, ridicularizou um relatório da Organização Mundial de Saúde que diz...

“Não, não deve ser comparada aos cigarros e obviamente isso faz com que tudo isso seja uma farsa – comparar salsichas a cigarros”, afirmou o ministro da Agricultura australiano, Barnaby Joyce à rádio nacional.

O “mais importante” a fazer é garantir uma “dieta equilibrada”, dado que é impossível para os humanos evitar todo o tipo de cancro causado por toxinas na vida moderna, assinalou.

Um estudo divulgado na segunda-feira pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) adverte que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos e que a carne vermelha “provavelmente” também o é.

O grupo de trabalho da IARC, agência que depende da Organização Mundial de Saúde (OMS), teve em consideração mais de 800 estudos que investigaram a associação de mais de uma dúzia de tipos de cancro com o consumo de carne vermelha e de carne processada em vários países e populações com diferentes dietas.

O estudo coloca a carne processada na categoria 1 dos cancerígenos, o mesmo grupo que inclui substâncias como o álcool, amianto e tabaco.

“Se pegarmos em tudo o que a Organização Mundial de Saúde afirma ser cancerígeno e tirarmos das necessidades diárias, somos capazes de voltar à caverna”, sublinhou ainda o ministro australiano.

Os australianos estão entre os maiores consumidores de carne do mundo. Também têm a oitava maior taxa de incidência de cancro colo-rectal.

O relatório da IARC refere que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada – menos de duas fatias de bacon – aumenta em 18% a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino).

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de dez países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

No Chile
O Chile plantou 6.900 plantas de canábis destinadas à produção de um medicamento para patologias associadas ao cancro e à...

“Esta segunda plantação (depois de uma primeira com 400 plantas em 2014) conta 6.900 plantas cultivadas numa superfície com um hectare e meio”, especificou Alejandra Ahumada, química da Fundação, à agência noticiosa AFP.

O projeto, elaborado pelo serviço de agricultura e pecuária da comuna de Colbun, situada 260 quilómetros a sul da capital, é apoiado por 20 municípios chilenos que esperam ganhar com o medicamento à base de canábis, destinado a tratar cerca de quatro mil doentes que sofrem de cancro, epilepsia e dores crónicas ligadas ao cancro.

Protocolo assinado
O Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vai colaborar com o centro de hemodiálise do Hospital Agostinho Neto, na Praia, ao abrigo...

No âmbito do protocolo, assinado na cidade da Praia, equipas do Hospital de Santa Maria vão dar formação e fazer assessoria técnica a médicos e enfermeiros do Hospital Agostinho Neto para fortalecer a capacidade de resposta do centro de hemodiálise, que começou a funcionar em 2014 e atende atualmente 52 doentes, havendo 14 em lista de espera.

A diretora do Hospital Agostinho Neto, Ricardina Andrade, explicou que desde a entrada em funcionamento do centro de dialise, o envio para Lisboa destes doentes "foi descontinuado", sendo agora necessário o "treinamento e capacitação de médicos e enfermeiros".

"Já estamos a fazer diálise, mas sabemos que o objetivo de um doente é não depender da diálise e vamos começar a preparar e a dialogar sobre o próximo passo, que é o transplante", disse Ricardina Andrade.

Para já, prosseguiu, ao abrigo do protocolo, o hospital vai focar-se "na qualidade e na segurança da diálise", mas a responsável considera que não "se pode parar por aí".

"Vamos ter que começar a planificar porque temos jovens com insuficiência renal que não devem ficar só pela diálise", sublinhou.

Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte, que liderou a delegação do Hospital de Santa Maria que assinou o protocolo, disse que a criação de um programa de transplantação renal em Cabo Verde "é uma ambição".

"Estamos muito ligados à criação do centro de hemodialise e queremos participar na sua consolidação. Não apenas no centro, mas naquilo que é a natural ambição do hospital e das pessoas que estão hemodialisadas, que é, através da transplantação, terem mais qualidade de vida", disse.

Otimista quanto à criação do programa, Carlos Martins recusou contudo fazer uma previsão de quando será possível aos doentes cabo-verdianos fazerem transplantes de rins no país.

"São questões que dependem das equipas, da tecnologia, dos doentes, de um conjunto de questões que [adiantar uma data neste momento] seria criar falsas expectativas. Vamos trabalhar para que daqui a um ano existam condições completamente diferentes, vamos começar devagar e criar as condições para que Cabo Verde tenha, num futuro não muito longínquo, capacidade de resposta interna", disse.

As duas entidades assinaram ainda protocolos nas áreas da cirurgia geral, urgência geral e gestão hospitalar, ao abrigo dos quais equipas de médicos e técnicos do Hospital Santa Maria se deslocarão a Cabo Verde para dar formação e acompanhar o funcionamento de cada um dos serviços.

O Hospital Santa Maria receberá também equipas do Hospital Agostinho Neto para ações de formação.

Haverá ainda recurso à telemedicina e às tecnologias para que os médicos do Hospital Agostinho Neto possam participar em encontros de discussão técnica e científica realizados em Lisboa.

Segundo Carlos Martins, o objetivo principal dos protocolos assinados é aumentar a capacidade de resposta do Hospital Agostinho Neto e diminuir o envio de doentes para Portugal.

A delegação portuguesa parte quarta-feira para o Mindelo, onde irá assinar outros protocolos de cooperação com o Hospital Batista de Sousa.

Infarmed
A Agência Europeia do Medicamento emitiu uma nova recomendação para minimizar o risco de ocorrência de leucoencefalopatia...

A leucoencefalopatia multifocal progressiva (PML) é uma infeção cerebral rara causada pelo vírus John Cunningham (JC). Este vírus é muito comum na população sendo normalmente inofensivo. No entanto, em pessoas cujo sistema imunitário está comprometido pode levar ao aparecimento de PML, com sintomas que podem ser semelhantes aos de um surto de esclerose múltipla e que pode resultar em incapacidade grave ou morte.

Até à data, ocorreram 3 casos de PML em doentes tratados com Tecfidera (e não tratados anteriormente com outros medicamentos associados ao risco de PML). Estes casos ocorreram após o tratamento prolongado em doentes com níveis muito baixos de linfócitos durante um período prolongado.

A Agência Europeia do Medicamento (EMA) iniciou esta revisão de segurança em novembro de 2014 após a notificação do primeiro caso de PML. A EMA também analisou os casos de PML ocorridos com outros medicamentos contendo fumarato de dimetilo usados no tratamento da psoríase.

Assim, para prevenir o risco de PML, a EMA e o Infarmed recomendam o seguinte:

Profissionais de Saúde
- Antes de iniciar o tratamento com Tecfidera, deve ser realizado um hemograma completo, incluindo uma contagem de linfócitos, e uma ressonância magnética (de preferência em 3 meses) para referência;
- Durante a terapêutica, devem ser realizados hemogramas a cada 3 meses;
- Se, durante o tratamento, a contagem de linfócitos baixar para níveis inferiores a 0,5x109/L durante 6 meses, deve ser avaliada a relação benefício/risco da continuação do tratamento com Tecfidera, tendo em conta as alternativas terapêuticas disponíveis, os fatores clínicos, os resultados laboratoriais e os resultados de imagiologia:
- Se o tratamento for continuado em doentes com linfopenia prolongada intensa, estes doentes devem ser considerados como tendo risco aumentado de PML e devem ser monitorizados para deteção de sinais e sintomas de novas disfunções neurológicas (por exemplo, disfunção motora, cognitiva ou sintomas psiquiátricos);
- Se o tratamento for descontinuado, a contagem de linfócitos deve ser monitorizada até à recuperação.
- Durante o tratamento com Tecfidera, a necessidade de exames adicionais por ressonância magnética (RM) deve ter em consideração as recomendações nacionais . As imagens de RM podem ser consideradas como um reforço na vigilância dos doentes com risco acrescido de PML;
- Em caso de suspeita clínica de PML, deve realizar-se uma ressonância magnética para diagnóstico, o tratamento deve ser suspenso de imediato e devem ser consideradas novas avaliações;
- A PML só pode ocorrer na presença de infeção pelo vírus JC. Caso seja realizado um teste ao anticorpo anti-JC, deve ser considerado que a influência de linfopenia na precisão desses testes não foi previamente estudada em doentes tratados com Tecfidera. Um resultado negativo (na presença de contagem normal de linfócitos) não exclui a possibilidade de infeção subsequente pelo vírus JC;
- Não existem estudos de eficácia e segurança em doentes que interrompem outras medicações para iniciar Tecfidera. A contribuição de anterior terapia imunossupressora para o desenvolvimento da PML em doentes tratados com Tecfidera é desconhecida. Quando se muda a terapêutica anterior do doente para Tecfidera, deve ser considerado o tempo de semi-vida e modo de ação da medicação anterior, para evitar um efeito imunológico aditivo, e reduzir o risco de reativação da doença.

Doentes
- O medicamento Tecfidera, usado no tratamento da esclerose múltipla, pode baixar os níveis de linfócitos (um tipo de glóbulos brancos que combate as infeções). Se isto ocorrer em doentes infetados pelo vírus JC, pode ser mais difícil combater o vírus, e consequentemente poderá desenvolver-se uma infeção cerebral grave chamada leucoencefalopatia multifocal progressiva. Contudo, esta situação é muito rara.
- Para monitorizar esta situação, é necessária a realização regular de análises ao sangue para controlar os níveis de glóbulos brancos.

A EMA e o Infarmed continuarão a acompanhar e a divulgar todas as informações pertinentes relativas a esta matéria.

Estudo
Mais de metade da superfície terrestre poderá tornar-se uma zona árida em 2100 se as emissões de gases poluentes continuar ao...

Cientistas da universidade chinesa de Lanzhou indicam que esse processo terá um especial impacto nos países em vias de desenvolvimento, onde se registará grande parte da expansão dessas regiões áridas, onde a precipitação é escassa e os seus efeitos são anulados pela evaporação da água causada pelo calor.

As alterações climáticas, o crescimento da população humana e a ampliação das cidades são os fatores apontados pelo estudo como responsáveis por este processo de desertificação.

Partindo da análise comparativa de dados recolhidos entre 1948 e 2005, Jianping Huang e o seu grupo concluíram que a maioria dos modelos subestima a tendência para a expansão das terras áridas, que atualmente cobrem 40% da superfície terrestre.

Os cientistas elaboraram novas previsões que apontam para que a aridez aumente até cerca de 56% se as emissões de gases poluentes se mantiverem elevadas nos próximos 85 anos.

Num outro estudo divulgado na mesma publicação, investigadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) alertam para as condições extremas de temperatura e humidade que serão atingidas na zona do Golfo Pérsico durante o século XXI.

Se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem na atual trajetória ascendente, os cientistas põem em dúvida “a habitabilidade humana” dessas regiões no futuro.

Os cientistas sublinham que o corpo humano só consegue arrefecer-se a si mesmo através da transpiração abaixo dos 35 graus centígrados.

“Acima desse patamar, o corpo não consegue arrefecer-se e a sobrevivência no exterior de um indivíduo são e em forma está em sério perigo”, defende o estudo.

O trabalho assenta em simulações de modelos climáticos de alta resolução para prever a incidência de ondas de calor extremas na zona do Golfo Pérsico entre 2071 e 2100.

Num cenário em que as emissões tenham continuado a aumentar, as temperaturas extremas que se alcançarão ocasionalmente em cidades como Abu Dabi, Dubai e Doha representarão um desafio à “sobrevivência humana”, frisou o estudo.

DGS
A Direção-Geral da Saúde considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições...

Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde (DGS), reagiu desta forma ao anúncio de que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos.

A conclusão consta de um estudo hoje divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual alertou que a carne vermelha também é “provavelmente” cancerígena.

Para Pedro Graça, o anúncio reitera o que há alguns anos os especialistas têm alertado: a relação entre o consumo de carne processada e o risco para o aparecimento de cancros, nomeadamente o cancro colon-retal, mas também o da próstata e do pâncreas.

“A novidade é o grau do reforço” do alerta, explicou o nutricionista, para quem as indicações da DGS nesta matéria vão manter-se e apontam no sentido do consumo moderado deste tipo de alimentos.

“Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o cancro. Agora, o seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana”, explicou.

Segundo Pedro Graça, “a alimentação inadequada é dos fatores que mais rouba anos de vida às pessoas, nomeadamente aos portugueses”.

“Continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas”, lamentou.

Outra solução defendida pela DGS passa pelo acompanhamento das refeições com alimentos protetores, como os hortícolas e a fruta, que deve estar presente diariamente nos menus dos portugueses.

O documento hoje conhecido foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem “provas suficientes” de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como “provavelmente” cancerígeno para os seres humanos, com base em “provas limitadas” de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colo-rectal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata.

“Para um indivíduo, o risco de desenvolver cancro colo-rectal por consumir carne processada é pequeno, mas o risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida”, afirmou Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da IARC, citado num comunicado.

E acrescentou: “Tendo em conta o grande número de pessoas que consome carne processada, o impacto global sobre a incidência de cancro é de grande importância para a saúde pública”.

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