DGS
Uma especialista da Direção-Geral de Saúde defendeu que as consequências do surto de 'legionella' de Vila Franca de...

Segundo Teresa Marques, da Direção-Geral de Saúde(DGS), apesar de terem sido identificados durante o surto 403 casos de possíveis doentes - dos quais se confirmaram 377 -, a taxa de mortalidade registada foi baixa, se comparada com outros surtos de intensidade semelhante, o que se deveu, em parte, à ação precoce das autoridades.

"Houve vários fatores coincidentes que fizeram com que houvesse um número elevado de doentes, apesar de termos atuado precocemente e de a taxa de mortalidade ter sido baixa", afirmou aquela responsável, recordando que, ao segundo dia da investigação sobre a origem do surto, foram encerradas as torres de refrigeração que depois se confirmou serem a fonte de disseminação da doença.

A coordenadora do Programa de Vigilância Epidemiológica Integrada da Doença dos Legionários falava durante o 31.º Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que decorre entre hoje e sábado em Albufeira, onde fez uma apresentação subordinada ao tema "Surto de doença dos legionários de Vila Franca de Xira: a ação de uma equipa multidisciplinar".

O surto de 'Legionella' teve, alegadamente, origem nas torres de refrigeração da empresa Adubos de Portugal, na freguesia de Forte da Casa, em Vila Franca de Xira, tendo afetado sobretudo homens entre os 50 e 60 anos, um padrão comum para surtos daquela doença.

Teresa Marques sublinhou que o surto foi originado por uma "coincidência de condições meteorológicas, ambientais e microbiológicas" favoráveis à propagação da doença, nomeadamente o facto de terem estado dias de muito calor, para a época, de o vento predominante ter sido de nordeste e de a humidade relativa ter estado muito alta.

Além disso, a bactéria tinha "características particulares de virulência" e houve ainda a ocorrência de ventos do norte de África que transportavam areia, sendo que os grãos de areia "podem servir de núcleo às gotículas" que propagam a doença, explicou.

O momento em que a equipa que investigou o caso percebeu que o surto não tinha origem na rede pública de água deu-se quando foi identificada uma doente que estava acamada e que era lavada na cama, logo, não poderia ter sido infetada através da inalação de água, tendo-se concluído que as gotículas foram transmitidas por via aérea, devido às janelas do quarto terem estado abertas, recordou.

Segundo Teresa Marques, as primeiras pessoas a iniciarem sintomas foram dois trabalhadores de uma empresa do norte do País que tinham ido fazer a limpeza das torres, sendo que um deles morreu.

Após o surto, foi elaborado um relatório que recomendava a criação de legislação específica que enquadrasse a atuação dos responsáveis por este tipo de equipamentos, mas, questionada pela Lusa, aquela responsável disse desconhecer se já teria sido criada alguma lei nesse sentido, remetendo a questão para o ministério do Ambiente.

O surto, o segundo com maior numero de casos a nível mundial, teve início a 7 de novembro de 2014 e foi considerado extinto a 21 de novembro, tendo o ministro da Saúde na altura, Paulo Macedo, realçado a resposta dos hospitais que terão tratado mais de 300 pneumonias.

A doença do legionário, provocada pela bactéria ‘Legionella pneumophila’, contrai-se por inalação de gotículas de vapor de água contaminada (aerossóis) de dimensões tão pequenas que transportam a bactéria para os pulmões, depositando-a nos alvéolos pulmonares.

Doença Venosa Crónica
Estima-se que 1/3 da população ocidental sofra de doença venosa crónica e, só em Portugal calcula-se
Varizes homem

A hereditariedade, a idade, a obesidade e as condições hormonais são alguns dos fatores de risco que fazem das mulheres o alvo preferido das varizes.

A verdade é que, as varizes se vão agravando à medida que envelhecemos, no entanto, isto não significa que uma pessoa mais jovem não as possa ter. Aqui a hereditariedade tem um peso muito elevado, deste modo, e sobretudo as mulheres que têm um historial familiar de varizes devem ter maior preocupação e cuidado no que à prevenção diz respeito.

A verdade é que, desde a puberdade, à menopausa, as mulheres passam por várias etapas marcadas por autênticas revoluções hormonais, ficando mais suscetíveis ao desenvolvimento de varizes.

O aparecimento de varizes é motivado por dificuldades de drenagem sanguínea relacio­nadas com o estado das veias e com a insuficiência das válvulas existentes no interior das mesmas, afetando sobretudo os membros inferiores.

Os sintomas mais frequentes são a sensação de cansaço e peso nas pernas, podendo, ou não, ser acompanhada de alguma dor, o inchaço nos pés, cãibras e comichão.

Existem dois tipos de varizes, as chamadas varizes primárias, que aparecem influenciadas por uma tendência hereditária e as chamadas varizes secundárias que aparecem por doenças adquiridas no decorrer da vida e que são de tratamento mais difícil.

As varizes primárias são as responsáveis pelas antiestéticas linhas vermelhas e azuis de diversos tamanhos na perna da mulher e também pelas varizes de maior calibre e são as mais frequentes. Elas são também designadas de Telangiectasias.

As varizes secundárias são provocadas por tromboflebites e, mais raramente, podem surgir por fístulas arteriovenosas, como consequência de hábitos prejudiciais ou, por exemplo, depois de acidentes que obrigam a pessoa a ficar muito tempo acamada sem tomar as devidas precauções profiláticas.

As varizes afetam, normalmente, as veias superficiais e podem ser tratadas através de medicamentos flebotónicos, da secagem das veias (escleroterapia) e, se for necessário, da sua posterior remoção.

Se já tem varizes e quer controlar o seu reaparecimento, ou se tem antecedentes familiares e pretende prevenir a manifestação dos sintomas, deixamos-lhe aqui alguns conselhos:

  • Evite estar muito tempo de pé ou sentado sem mexer as pernas. Se não puder andar, faça movimentos com os pés, rodando os tornozelos, como se estivesse a fazer o aquecimento para uma prova desportiva. Ao contrair os músculos, vai ajudar a circulação do sangue.
  • Não cruze as pernas quando se senta, uma vez que, ao fazê-lo estará a aumentar a pressão na perna que fica em baixo.
  • Use meias elásticas (ou de “descanso) que ajudam a prevenir o aparecimento de varizes. Mas tenha atenção para que estas não fiquem demasiado apertadas e não as use quando estiver muito calor.
  • Eleve as pernas para descansar enquanto dorme. Mas não utilize almofadas para esse fim. Com o peso, as almofadas têm tendência para ceder e comprimem as pernas. Em vez disso, experimente elevar o colchão, cerca de 20 centímetros, colocando uma manta dobrada por baixo.
  • Evite os alimentos fritos e a acumulação de gorduras, que podem dificultar a circulação sanguínea.
  • Beba cerca de 1,5 litros de água por dia. A ingestão de líquidos tornará o sangue menos denso facilitando o seu fluxo no sistema venoso.
  • Pratique exercício físico regularmente. Fazer caminhadas, andar de bicicleta e natação são a melhor escolha para quem tem insuficiência venosa.
  • No Verão não se exponha demasiado ao sol uma vez que o calor dilata as veias. E tenha o cuidado de ir molhando as pernas para as manter frescas.
  • No final do banho molhe sempre as pernas com água fria. Com o frio, as veias vão contrair, sendo esta uma forma de melhorar o seu funcionamento.
  • Evite usar vestuário apertado e escolha calçado confortável. No caso das mulheres, não use sapatos rasos, nem saltos com mais de 5 cm.
  • Se fuma fique a saber que o consumo de tabaco prejudica também a fluidez do sangue no retorno venoso para o coração, agravando o problema a quem sofre de varizes.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Saúde capilar
Todos sabemos que com a chegada do Outono aumentam as queixas no que diz respeito à queda de cabelo.
Mulher com olhar preocupado a olhar para o cabelo

Lavar todos os dias a cabeça faz cair o cabelo?

Mito – Especialistas explicam que a frequência com que lavamos o cabelo não interfere com os bulbos capilares. Os cabelos que caem durante o banho cairiam de qualquer maneira, por isso não se assuste! Aconselha-se até uma boa higienização do couro cabeludo uma vez que a sujidade impede o crescimento do cabelo e obstrui os poros.

Lavar a cabeça com água quente faz cair o cabelo?

Mito - Lavar a cabeça com água quente não faz o cabelo cair. No entanto, a temperatura da água poderá estimular a produção de oleosidade. Nos casos de dermatite seborreica, por exemplo, este factor, pode até piorar o problema e favorecer a queda.

Cabelo muito oleoso e com caspa intensifica a queda?

Verdade - A oleosidade impede o crescimento saudável do cabelo, como já referimos. O aumento de oleosidade pode gerar caspa e descamação do couro cabeludo, e estes podem ser, de facto, fatores que levam à queda de cabelo.

Pintar o cabelo fá-lo cair?

Mito – Os químicos presentes nos produtos de coloração apenas afetam a haste do cabelo, e não a raiz (que é a responsável pelo seu crescimento). Pintar os cabelos com frequência apenas afeta a sua resistência e promove a perda de brilho, tornando-o mais seco também.

Dormir com os cabelos molhados faz mal?

Verdade – Deitarmo-nos com o cabelo molhado vai facilitar a proliferação de fungos e caspa, o que poderá levar à queda de cabelo.

Os champôs anti-queda podem atrasar ou reverter a calvíce?

Mito - Um champô é apenas um complemento de qualquer tratamento capilar. A sua principal função é manter o couro cabeludo limpo e estável, e só por si não garante outros resultados.

O cloro das piscinas por provocar a queda de cabelo?

Mito – Apesar de poder aumentar a fragilidade ou secura do cabelo, não o faz cair.

A alimentação influencia a queda de cabelo?

Verdade – Uma alimentação pobre em vitaminas e minerais afeta a saúde do seu cabelo. Na realidade, estes elementos são essenciais para manter um cabelo saudável e bonito. As proteínas, ferro, zinco, vitamina A e C são os melhores aliados do seu cabelo. Não se esqueça!

Os anti-depressivos fazem cair o cabelo?

Verdade – Alguns anti-depressivos, assim como outros medicamentos, podem interferir com o ciclo dos cabelos aumentando, assim, a queda. Podem até encurtar a fase do crescimento dos cabelos fazendo com que eles caiam antes do tempo.

Cortar o cabelo torna-o mais forte?

Mito - Esta sensação deve-se ao facto de o cabelo ser cortado a meio da haste, onde é mais grosso do que na ponta. A verdade é que, quanto mais curto estiver o cabelo, mais forte ele nos parece. No entanto, cortar o cabelo não afeta o seu crescimento nem impede que caia.

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Sociedade Portuguesa de Oftalmologia alerta para a importância de rastrear a doença
A Retinopatia Diabética é uma manifestação oftalmológica da Diabetes Mellitus, sendo considerada uma das principais causas de...

Todos os anos mais de 3 mil pessoas cegam de forma irreversível no nosso país devido a esta doença. Por outro lado, o número de doentes para tratamento tem aumentado, passando de 3425 em 2010 para 8110 em 2013, correspondendo a um aumento de 137 por cento, informa a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) por ocasião do Dia Mundial da Diabetes, que se assinala a 14 de novembro.

A Retinopatia Diabética (RD) ocorre por alterações dos vasos de pequeno calibre (microangiopatia), aumento do fluído no espaço extra-vascular (edema), redução do fluxo sanguíneo (isquémia) e formação de novos vasos (neovasos). A investigação no desenvolvimento desta patologia foca-se principalmente nos mecanismos moleculares que contribuem para estas alterações que ocorrem de forma assintomática.

Rita Flores, secretária-geral da SPO, explica que “como a RD é silenciosa, as alterações na visão surgem em fases avançadas da doença. O rastreio oftalmológico é fundamental na deteção precoce, antes do aparecimento dos sintomas e de lesões irreversíveis”.

“O rastreio é realizado pelo oftalmologista através de um exame oftalmológico periódico, no qual é observado o fundo ocular após dilatação (oftalmoscopia). Para rastreios em grandes massas populacionais, a observação oftalmoscópica pode ser substituída por fotografias do fundo ocular. O exame oftalmológico deve ser realizado nos diabéticos tipo I, 5 anos após o seu diagnóstico e nos diabéticos tipo II, aquando do diagnóstico. Posteriormente deverá ser realizado anualmente. Na gravidez o rastreio deve ser efetuado trimestralmente”, refere a especialista.

Rastrear e prevenir é fundamental porque o tratamento da RD é difícil e envolve várias etapas e objetivos. “O doente assume um papel fundamental, uma vez que é de extrema importância o controlo da glicemia, da tensão arterial, do perfil lipídico, evitar fatores de risco como obesidade (controlo do perímetro abdominal e índice de massa corporal), praticar exercício físico regularmente e realizar uma alimentação saudável com fibras, verduras e frutos). O doente deve ter consciência da importância da sua colaboração e o seu médico de família deve ser informado”, defende Rita Flores.

A oftalmologista ainda afirma que “neste momento, dispomos de diversos tratamentos para a retinopatia diabética, nomeadamente fotocoagulação LASER, injeções intra-vítreas de fármacos anti-VEGF e corticóides. Diversos estudos tem mostrado a importância da combinação de tratamentos potencializando os seus efeitos. No entanto cada doente deve ser considerado individualmente e a orientação terapêutica deve ser adequada a cada situação clínica”.

A Diabetes Mellitus atinge 371 milhões de pessoas em todo o mundo e estima-se que em 2030 atinja os 552 milhões, correspondendo a um aumento de cerca de 50% da população afetada. Em Portugal 13,0% da população entre os 20 e os 79 anos apresenta Diabetes (estudo PREVADIAB 2013). O estilo de vida sedentário, obesidade, hábitos alimentares e envelhecimento progressivo da população são os grandes fatores de risco para a evolução desta doença.

Estudo
Os doentes com cancro da mama avançado e com níveis de produção de insulina mais elevados, têm um prognóstico ...

Pequenas mudanças no estilo de vida dos doentes e um maior conhecimento médico sobre o efeito que a resistência à insulina tem na progressão da doença poderão ajudar a lutar contra o problema, afirma uma das investigadoras, Nicoletta Provinciali, médica oncologista do Hospital Galliera, em Génova.

Os resultados da investigação, que vão ser divulgados hoje durante a 3ª Conferência Internacional de Consenso sobre cancro da Mama Avançado (ABC3), que decorre até dia 7, indicam que os doentes com um cancro de mama que já avançou para outras partes do corpo (metastizado) e que têm níveis de insulina mais altos, sem serem diabéticos, têm um prognóstico pior.

O estudo conclui que o efeito dos níveis mais elevados de insulina nas fases iniciais de cancro da mama já era conhecido, mas que esta é a primeira vez que se demonstra que a resistência à insulina - em que o corpo não usa convenientemente a insulina que produz, o que o leva a produzir em excesso – é “um fator que conduz a um pior prognóstico em doentes com cancro da mama avançado”.

A investigação envolveu 125 doentes com cancro da mama metastizado, não diabéticos, com tumores HER2 negativos, a receber quimioterapia de primeira linha como parte de um ensaio clinico.

Os investigadores verificaram então a relação entre a resistência à insulina e o período de tempo em que o doente viveu sem que a doença progredisse (sobrevivência sem progressão da doença), bem como a sua sobrevivência global (período de tempo que permaneceu vivo).

“Após ter em conta outros fatores que afetam a sobrevivência sem progressão da doença (PFS) e a sobrevivência global, como a idade e o índice de massa corporal (IMC), verificámos que os níveis elevados de insulina são um fator independente de mau prognóstico nos doentes com cancro da mama avançado, refere Nicoletta Provinciali.

Os investigadores mediram os níveis de glucose nos doentes usando um índice que mede os níveis individuais de sensibilidade à insulina e concluíram que 46,95% dos doentes foram classificados como resistentes à insulina, 40,5% tinham peso a mais e 16,37% eram obesos.

Um nível normal de insulina ronda os 2, doentes com um nível de 2,5 ou mais têm resistência à insulina.

As 125 mulheres envolvidas tinham uma média de idades de 60 anos, a PFS foi de cerca de 11,5 meses nas mulheres com um nível menor que 2,5 e de 8,5 meses naquelas que tinham um valor de 2,5 ou superior.

Encontrada esta “clara evidência”, a responsável considera agora ser necessário “encontrar formas de atacar este metabolismo para desenvolver novos tratamentos para estes doentes”.

Umas das características das células cancerígenas é a sua capacidade para crescer rápida e incontrolavelmente, e para resistir à morte programada que ocorre em células não-cancerígenas.

“Sabemos que os fatores de crescimento são críticos para o desenvolvimento e progressão do cancro, e que a insulina é um importante fator de crescimento dos tecidos do nosso corpo, apesar de não sabermos como é que isso afeta diretamente o desenvolvimento das células cancerígenas”, refere a médica.

Os investigadores consideram que uma das formas de lutar contra o problema pode passar por simples mudanças no estilo de vida, como uma melhor dieta, mais exercício e uso de terapêuticas baratas e disponíveis como a metformina (um antidiabético).

União Europeia
Instituições científicas de 11 países recebem dinheiro da União Europeia para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o...

Um consórcio de 22 instituições recebeu 23 milhões de euros para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH), segundo um comunicado divulgado, escreve o jornal Público. O financiamento atribuído pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia será usado para encontrar as melhores candidatas a vacinas.

O consórcio é liderado pelo Imperial College em Londres, no Reino Unido, e conta com a colaboração de universidades e empresas de mais oito países europeus (Alemanha, Áustria, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália e Suécia), e ainda da Austrália e do Canadá.

Há 30 anos que se tenta desenvolver uma vacina contra o HIV, mas sem sucesso. Este vírus mata células do sistema imunitário e acaba por deixar as pessoas vulneráveis a qualquer microorganismo, desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida, ou sida. Sem tratamento, os doentes acabam por morrer das infecções que se propagam pelo corpo. Apesar de não haver cura, os medicamentos anti-retrovirais existentes fazem diminuir muito o número de vírus no corpo, o que permite viver durante décadas com o vírus.

No final de 2013, existiam 35 milhões de pessoas com este vírus, segundo as contas da Organização Mundial da Saúde. Muitas delas sem acesso aos medicamentos, principalmente na áfrica subsariana. Todos os anos, dois milhões de pessoas são infetadas pelo VIH. E, por ano, estima-se que sejam gastos cerca de 20.000 milhões de euros no mundo inteiro para o tratamento de pessoas com o VIH e sida.

“Criar uma vacina eficaz contra o VIH representa um dos maiores desafios biológicos para esta geração”, considera Robin Shattock, coordenador do Iniciativa Europeia da Vacina da Sida (EAVI2020, sigla em inglês), e professor no Imperial College. Naquele instituto, a equipa vai estudar a resposta imunitária de pessoas saudáveis a potenciais vacinas para o VIH, analisando depois como se dá a produção dos anticorpos contra o vírus. Desta forma, poderão avaliar quais são os melhores candidatos a vacina.

“Agora, sabemos muitos mais sobre como os humanos desenvolvem respostas imunitárias protectoras e como devemos estruturar os candidatos a vacinas”, diz Robin Shattock, citado num comunicado da sua instituição, acrescentando que o consórcio permitirá reunir o conhecimento de especialistas em diferentes áreas e acelerar os ensaios clínicos.

Relatório revela
Portugal tem o dobro da mortalidade de Espanha por acidente vascular cerebral, registando 88,1 óbitos por cada cem mil...

As diferenças não são fáceis de explicar, mas podem atribuir-se ao facto de haver mais acidentes vasculares cerebrais (AVC) do que em Espanha em parte associados à hipertensão. Há ainda diferenças culturais e no tratamento da doença, referem os especialistas, que avisam que esta devia ser uma área prioritária.

Os resultados nas doenças cardiovasculares têm pontos positivos e negativos. E, se é verdade que Portugal está entre os países que têm a maior taxa de mortalidade, ficando em 7º lugar entre 34, é também um dos que mais progrediram nas últimas duas décadas. De 1990 a 2013, a taxa caiu 73%. Nessa altura, havia 330 óbitos por cem mil habitantes. "Partimos de um ponto elevado. Temos uma taxa de incidência que influencia os resultados. Há fatores de risco como o excesso de sal, que está associado à hipertensão. Temos cerca de metade da população com este problema, mas grande parte não está diagnosticada ou devidamente tratada", diz ao Diário de Notícias Vítor Cruz, da direção da Sociedade Portuguesa de AVC.

Em Portugal, morreram 12 273 pessoas com AVC em 2013 - mais de uma por hora -, quase o dobro das por enfarte. Além da hipertensão, há múltiplos fatores. "Desde logo o tabagismo, que ainda afeta quase 20% da população, o sedentarismo e a obesidade. Se olhar para as pessoas com 40 ou 50 anos, estas já acumulam quase sempre três fatores de risco", refere, acrescentando que também existirão fatores genéticos a explicar esta taxa da doença.

Rui Ferreira, o diretor do Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, avança que Portugal e Espanha são diferentes. "Desde logo, a mortalidade é maior do que por enfarte, o que não acontece numa grande parte dos países europeus."

Instituto Nacional de Estatística
O Índice de Bem-estar para Portugal recuperou o crescimento em 2013, que deve continuar em 2014, principalmente nos indicadores...

Elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) pelo terceiro ano consecutivo, o índice abrange o período de 2004 a 2014 (ano em que os resultados são preliminares), escreve o Sapo, e baseia-se em metodologia definida por um conjunto de organizações internacionais (OCDE e o Eurostat), aplicada por vários institutos de estatística.

Segundo o INE, o Índice de Bem-estar em Portugal (IBE) evoluiu positivamente entre 2004 e 2011, atingindo o valor de 108,8 em 2011. Em 2012 reduziu-se para 108,1, tendo recuperado em 2013 (108,6) e estimando-se que atinja 110,5 em 2014.

Dos 10 domínios que integram o IBE, a Educação, o Ambiente e a Saúde são as componentes do bem-estar com evolução mais favorável. Inversamente, os domínios Trabalho e remuneração e Vulnerabilidade económica são aqueles cuja evolução foi mais desfavorável em 10 anos.

Agravamento desde 2006
“Em praticamente todos os anos desde 2006, verificou-se um agravamento do índice relativo à Vulnerabilidade económica, atingindo-se em 2013 o índice 76,21”, refere o INE.

Entre outros parâmetros, para a área da Saúde são usados indicadores como taxas de mortalidade (por várias doenças) e a satisfação dos utentes com os serviços e, para a da Educação, o número de doutoramentos, proporção de pessoas com níveis de escolaridade correspondentes ao ensino superior e o número de publicações científicas e patentes pedidas.

Já para a área do Ambiente são usados parâmetros como a qualidade da água e do ar, a perceção da população sobre a intensidade do ruído e a análise do destino final dos resíduos e, para a área do Trabalho, entre outros, são considerados a qualidade e a vulnerabilidade do trabalho e a disparidade salarial segundo o sexo.

Os dados preliminares de 2014 apontam para uma nova quebra, representando na comparação com o ano base uma variação de 24,7 pontos percentuais.

Estes dados refletem “a progressiva vulnerabilidade das famílias fortemente induzida pelo afastamento das mesmas do mercado de trabalho, pelos elevados níveis de endividamento e pela intensificação da dificuldade em pagar os compromissos assumidos com a habitação”.

Já o “Trabalho e remuneração” foi a componente do bem-estar com evolução mais desfavorável, devido essencialmente ao aumento do desemprego e outras variáveis relacionadas, que se acentuou a partir de 2009. O valor projetado para 2014 indicia uma ligeira inversão desta tendência.

No período analisado, os dois índices sintéticos “Condições materiais de vida” e “Qualidade de vida” evoluíram em sentidos opostos, com o primeiro a evidenciar uma tendência decrescente, que se atenuou a partir de 2012, e o segundo a apresentar uma tendência crescente, ligeiramente atenuada após 2011.

Os dados para 2014 “permitem perspetivar uma ligeira alteração da trajetória referida no que se refere ao índice relativo às Condições materiais de vida”.

“Depois, do (contínuo) agravamento ao longo dos últimos 10 anos, que implicou uma desvalorização de 15,7 pontos percentuais entre 2004 e 2013 ─ devido à forte correlação entre muitas das variáveis que compõem este indicador sintético e o funcionamento do sistema económico -”, este índice poderá apresentar um ligeiro acréscimo em 2014.

Para a evolução das Condições materiais de vida “contribuiu positivamente o comportamento do domínio do Bem-estar económico, o qual atinge um índice de 108,6 no ano 2009 decrescendo nos anos seguintes até 2012 e crescendo a partir desse ano”.

O acréscimo projetado de 4,8 pontos percentuais no domínio do Bem-estar económico ocorrido entre 2004 e 2014 não foi, contudo, suficiente para evitar o decréscimo do índice agregado das Condições materiais de vida, dada a forte descida ocorrida nos outros dois domínios: Vulnerabilidade económica e Trabalho e remuneração.

Com mais de 65 anos
Mais de 1,1 milhões de portugueses com mais de 65 anos vacinaram-se contra a gripe nesta época, de acordo com o relatório do...

Segundo a 2ª avaliação do Vacinómetro nesta época gripal (2015/16), foram já vacinados 1.108.711 de pessoas com mais de 65 anos.

Com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos, receberam a vacina 167.595 pessoas.

Em relação às profissões de risco, aderiram à campanha de vacinação 42,2 por cento (%).

Até ao momento, 21,4% dos doentes crónicos foram vacinados contra a gripe.

Do total dos inquiridos, 7,2% foram vacinados pela primeira vez contra a gripe, enquanto os restantes já tinham recebido esta medida profilática.

Ministro da Saúde assegura
O ministro da Saúde assegurou que os hospitais estão preparados para responder aos efeitos do frio e das doenças mais...

O novo ministro, Fernando Leal da Costa, esteve reunido com as administrações regionais de Saúde para discutir o plano de contingência para o frio, tendo ainda visitado o hospital Amadora-Sintra, que, no natal passado, chegou a registar mais de 20 horas de espera nas urgências.

“Estivemos a fazer uma revisão da planificação para o inverno 2015/2016, que todos desejamos que corra melhor do que correu o de 2014/2015. Estamos preparados para as contingências, mas sabemos que serão sempre tempos mais difíceis e por isso nos preparamos com antecedência”, afirmou Leal da Costa, no final da visita às urgências do Amadora-Sintra.

O ministro sublinhou o “número muito elevado” de contratações de médicos e enfermeiros, ao longo deste ano, quer para o quadro dos hospitais, quer autorizando prestações de serviço necessárias.

Sobre estes médicos tarefeiros, cujas faltas ao trabalho chegaram a estar na origem de longas esperas nas urgências no inverno passado, Leal da Costa anunciou que, a partir deste mês, haverá uma “nova tipologia de acordo” que será “muito mais rigorosa” na contratualização destes profissionais prestadores de serviço.

Estes novos contratos, referiu o governante, “antecipam mecanismos para que não existam faltas, como em anos anteriores”.

Para o Ministério da Saúde, os hospitais e os cuidados de saúde primários estão, “sem exceção, em estado de prontidão”, com o plano de contingência para o frio em aplicação dentro dos prazos previstos.

Leal da Costa sublinhou que os centros de saúde podem alargar, sem necessidade de qualquer autorização governamental prévia, os horários de funcionamento durante os meses de inverno, sendo essa uma decisão que cabe a cada administração regional de saúde, à medida das necessidades e do aumento da procura.

Segundo o Ministério, as altas dos chamados “casos sociais” (que ocupam camas sem necessidade clínica e são cerca de uma centena em todo o país) devem ser resolvidas de forma rápida, com a transferência de pessoas para lares, de forma a libertar camas e facilitar novos internamentos.

Um reforço de macas e a prática de dar altas médicas ao fim-de-semana sempre, que clinicamente seja possível, são outras das “boas práticas” aconselhadas pelo Ministério da Saúde aos hospitais.

Quanto à vacina da gripe, que pode impedir o agravamento de situações que requeiram visitas à urgência, já foram dadas nos centros de saúde mais de 650 mil doses, que se elevam a 800 mil quando se juntam as unidades dadas em lares de idosos e fora do Serviço Nacional de Saúde.

Sobre o Amadora-Sintra, o ministro da Saúde indicou que a “perturbação” ocorrida no natal de 2014 se deve a circunstâncias que agora “estão antecipadas”, indicando que há um conjunto de medidas planificadas que “permitirão uma resposta mais pronta”.

“Mas convirá não esconder a realidade, este Hospital foi construído há 20 anos, tem algumas dificuldades estruturais, tem problemas de lotação. (…) Tudo será melhor, mas não posso comprometer que tudo será necessariamente perfeito”, declarou.

Estudo
Os produtos à base de carne comercializados em toda a Europa exibem rótulos pouco claros e com informação limitada, tornando-se...

Nomes que geram confusão, aditivos não especificados e o teor de carne não identificado são algumas das situações relatadas num relatório do Gabinete Europeu das Uniões de Consumidores (BEUC), que denunciou, por exemplo, que os consumidores estão a comprar carne injetada com água, carne picada com sulfitos e frango “disfarçado” de bovino em ‘kebabs’.

A indústria alimentar europeia tem estado sob escrutínio público desde que em 2013 foram descobertos vestígios de carne de cavalo em produtos de carne de vaca, como hambúrgueres, lasanhas ou almôndegas. A descoberta levou à retirada de milhões de produtos das prateleiras dos supermercados.

“Se estamos empenhados na reconstrução da confiança na carne, os Estados-membros da UE precisam de reforçar os controlos e de certificarem-se que os rótulos são completos e exatos”, afirmou Monique Goyens, diretora do BEUC, num comunicado.

“Os consumidores que compram carne de porco assada ou salsichas grelhadas devem saber através do rótulo quanta carne estes produtos contêm. Ninguém quer comprar água pelo preço de carne”, disse a representante.

No documento, o BEUC afirmou que nos últimos meses têm existido casos frequentes em que os rótulos não fornecem a quantidade de água adicionada ou declaram a percentagem de carne existente no produto.

Ao nível das recomendações, o gabinete defende controlos mais frequentes por parte das autoridades da UE, bem como instou Bruxelas a dar prioridade aos esforços de combate à fraude alimentar.

Este relatório é divulgado um dia depois de um estudo promovido por ativistas ter denunciado que um terço do peixe servido nos restaurantes em Bruxelas – incluindo nas próprias cantinas da UE -, é muitas vezes a versão mais barata do produto exibido no menu.

Fitoterapia
Conhecida por ser o método terapêutico que utiliza plantas medicinais no tratamento das doenças, a F

A Fitoterapia é, do ponto de vista etimológico, a “terapia pelo vegetal”ou do “mundo vegetal”.

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma terapia tradicional, apoiada pela medicina não convencional, ela é, cada vez mais, utilizada na sociedade ocidental.

O primeiro sistema de Fitoterapia terá sido desenvolvido há cerca de quarto mil anos, na Índia.

Hoje em dia, o uso das plantas com fins curativos é usado um pouco por todo o Mundo.

A verdade é que, grande parte dos medicamentos, – cerca de mais de um terço -conhecidos como químicos ou alopáticos que hoje em dia são utilizados, são derivados de plantas. É o caso da aspirina, por exemplo. O ácido acetilsalicílico é um composto do salgueiro transformado quimicamente.

A morfina feita de sementes de ópio e até as pílulas anticoncepcionais tendo o seu composto origem no inhame selvagem.

Ao contrário do que acontece com os medicamentos – que extrai da planta apenas o seu princípio ativo (ou seja, uma pequena parte), a Fitoterapia utiliza a planta por inteiro ou grande parte dela.

Este método terapêutico faz uso de algas, bolbos, raízes, flores, cascas, folhas, sementes e até de plantas selvagens, especiarias, frutas e vegetais.

As ervas medicinais podem ter propriedades anti-inflamatórias, anti-bacterianas, anti-fúngicas, entre outras, ou uma ação calmante, fortificante, sedativa ou estimulante.

A Fitoterapia tem sido utilizada para aliviar sintomas de doenças crónicas como as alergias, a asma, a cistite, a depressão, nevralgia, bem como algumas doenças do aparelho digestivo, entre outras.

De acordo com a OMS são utilizadas mais de 20 mil plantas, em todo o Mundo, graças às suas propriedades medicinais.

Mas apenas cerca de duas a três mil têm sido estudadas cientificamente.

Por isso, importa ainda referir que, muito embora, se trate de um método com recursos bem naturais, a Fitoterapia é segura quando usada de forma correta – respeitando sempre a dose recomendada e ter em atenção que nem sempre pode ser misturada com outros medicamentos.

Lembre-se: se pensar recorrer à Fitoterapia não deixe de consultar um especialista. Ele dará a resposta indicada ao seu caso e, melhor que ninguém, saberá qual o tratamento deve seguir.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Benefícios da fruta
Ricas em potássio, cálcio, sódio e fósforo, as laranjas, para além de promoverem a absorção do ferro

A laranja para além de ser uma excelente fonte de potássio – um nutriente essencial para a boa formação do sangue – ela é, ainda, rica em betacaroteno, um potente antioxidante que ajuda no combate ao cancro e que fornece uma proteção extra ao coração.

Sabe-se que uma alimentação rica em fruta e vegetais ajuda a prevenir o desenvolvimento de alguns tipos de cancro e de doenças cardiovasculares, nomeadamente, acidentes vasculares cerebrais. E é aqui que a laranja tem um papel importante – um copo de sumo de laranja, por dia, pode reduzir em mais do dobro as hipóteses de risco de AVC.

É importante referir que, uma alimentação saudável deve conter parte de todos os diferentes grupos de alimentos, de forma adequada as necessidades nutricionais do organismo.

A fruta e os legumes são alimentos que devem ocupar o lugar de destaque de uma dieta alimentar saudável.

De um modo geral, a fruta é rica em fibra vegetal, vitaminas e minerais, tendo uma importante ação protetora e reguladora do organismo.

A laranja é rica em vitamina C e pectina – um componente da fibra vegetal extremamente importante para a regulação dos níveis do colesterol.

O consumo de uma laranja por dia garante-nos a dose diária recomendada de vitamina C, bem como daquela que é a melhor reguladora do colesterol – a pectina.

A vitamina C ajuda-nos a combater doenças simples como constipações e a reduzir alguns sintomas provocado pelos stress, ajudando a reforçar o nosso sistema imunitário.

Quanto à sua ação reguladora do colesterol, o consumo desta fruta faz aumentar os valores do HDL – conhecido como o bom colesterol – ao mesmo tempo que diminui, exatamente na mesma proporção, o mau colesterol (LDL).

Isto acontece graças à ação das fibras presentes na maior parte das frutas e legumes, sobretudo nos citrinos.

As fibras presentes nestes alimentos são responsáveis pela eliminação de componentes digestivos, como os sais biliares e hepáticos. É aqui que entra a pectina. Ela absorve essas substâncias impedindo que voltem a ser reabsorvidas, obrigando o organismo a recorrer ao colesterol que já tinha sido armazenado.

Na realidade, quanto mais for utilizando as reservas menos colesterol ficará retido, acumulando-se nas artérias, impedindo o aparecimento de problemas vasculares. Eis a explicação!

Desta forma a pectina pega em substâncias nocivas para o organismo, eliminando-as ou neutralizando-as.

Este componente impede ainda a passagem de excesso de glicose pelas paredes intestinais, o que é extremamente benéfico para os diabéticos.

Conheça a composição nutricional de uma laranja
(por 100g)
Energia - 42 kcal
Hidratos de Carbono - 8,6g
Gorduras - 0,6g
Proteínas - 0,7g
Vitamina C - 60 mg

Ao comprar laranjas escolha sempre as mais firmes – quanto mais firmes mais frescas são! Manchas, furos ou casca enrugada são sinais de que a laranja já está velha.

Se não consumir de imediato as laranjas, conserve-as no frigorífico, mas não mais do que duas semanas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Campanha “Seja Sorridário”
A segunda edição da campanha de angariação de fundos “Seja Sorridário”, da Operação Nariz Vermelho, angariou um total de 35.669...

A campanha de angariação de fundos “Seja Sorridário” decorreu entre os dias 1 e 4 de outubro em Lisboa, Almada, Amadora, Sintra, Cascais, Oeiras, Coimbra, Porto e Braga.

“Recolher fundos junto das pessoas, numa ação de proximidade, permitiu-nos registar um aumento dos donativos recebidos e também vimos o número de voluntários envolvidos crescer”, explica Magda Ferro, coordenadora de comunicação e eventos da ONV. “Este apoio é muito significativo para nós e vai permitir levar alegria a mais de 7000 crianças internadas nos serviços de pediatria.”

A segunda edição da campanha “Seja Sorridário” contou com o apoio especial de figuras públicas que, nas suas páginas oficiais de Facebook, meteram o nariz pela causa da ONV e apelaram aos portugueses para participarem na campanha.

Nuno Markl e Ana Galvão – padrinhos da ONV – marcaram o arranque e término, respetivamente, de uma série de desafios entre figuras públicas para “meter o nariz por esta causa”.

Os atores Pedro Barroso, Ana Guiomar, Alda Gomes, Patrícia Bull, os apresentadores Hélder Reis, Jorge Gabriel, Sónia Araújo, Tânia Ribas de Oliveira, Inês Folque e Carolina Patrocínio, a modelo Diana Pereira, o tenista Frederico Gil e as bloggers Sónia Morais Santos (Cocó na Fralda) e Ana Garcia Martins (A Pipoca Mais Doce) responderam ao desafio e puseram o nariz pela causa. 

Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia
A Ventilação Não-Invasiva em doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica é um dos temas em debate no Congresso da Sociedade...

No dia 5 pelas 14h30 decorre um Simpósio que abordará este tipo de tratamento respondendo a questões como: a quem se dirige, quais os benefícios ou quando deve ser utilizado.

“A Ventilação Não-Invasiva permite aumentar a sobrevida dos doentes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) estável, melhorar a sua função pulmonar e qualidade de vida, daí a importância de abordarmos e debatermos este tema junto dos profissionais da classe”, comenta o pneumologista e orador no Simpósio, João Carlos Winck.

Um estudo recente sugere um potencial impacto positivo da Ventilação Não-Invasiva de longa duração na sobrevida global dos doentes, mostrando uma diminuição da mortalidade de 76% nos doentes com DPOC grave.

“Verificamos que a Ventilação Invasiva, além de ser um procedimento intrusivo, está associada a complicações que podem comprometer significativamente a evolução clínica em casos graves, pelo que a Ventilação Não-Invasiva, feita através do uso de máscara, torna-se adjuvante ao tratamento da DPOC com bastantes benefícios para estes doentes”, defende o especialista.

A Ventilação Não-Invasiva, quando aplicada adequadamente à insuficiência respiratória aguda por DPOC, leva a uma redução da necessidade de intubação endotraqueal, da duração do internamento e uma maior sobrevida.

A DPOC é uma das doenças respiratórias mais comuns, afetando cerca de 14% da população portuguesa com mais de 40 anos. As pessoas que vivem com DPOC têm uma inadequada oxigenação do sangue, condicionando o normal funcionamento dos órgãos vitais como o cérebro, o coração, o fígado e o rim. Trata-se de uma doença crónica e incapacitante que se caracteriza pela falta de ar, tosse e aumento da produção de expetoração e que tem um grande impacto na qualidade de vida dos doentes a nível pessoal, profissional, familiar e social.

OCDE
A esperança de vida aumentou mais de 10 anos desde 1970 nos países da OCDE, atingindo os 80 anos e meio em média em 2013, mas...

Na zona da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que integra 34 países, muitos ricos e alguns emergentes, como o México, o Chile e a Turquia, a esperança de vida “continua a aumentar regularmente” de três a quatro meses por ano em média e “nada indica uma desaceleração”.

O estudo anual “Panorama da Saúde 2015” indica que os países mais virtuosos são o Japão, a Espanha, a Suíça, a Itália e a França, com a esperança de vida à nascença misturando os valores dos dois sexos a ultrapassar os 82 anos (calculada para 2013). O Japão aparece em primeiro lugar com 83,4 anos e a Espanha em segundo com 83,2 anos.

Na parte inferior da lista encontram-se o México (74,6 anos), a Hungria (75,7 anos), a Eslováquia (76,5 anos) e a Turquia (76,6 anos), embora este último país tenha realizado “importantes ganhos de longevidade” e se aproxime rapidamente da média, sublinha a OCDE.

Os Estados Unidos, em primeiro lugar nas despesas de saúde por habitante, aparecem em 28.º lugar entre os 34, com uma esperança de vida à nascença de 78,8 anos.

O aumento nos Estados Unidos naquele período foi “muito mais modesto” do que nos outros países ricos e a esperança de vida é atualmente “inferior à da maioria dos outros países da OCDE devido a taxas de mortalidade mais elevadas ligadas a comportamentos” nefastos, assinala a organização.

A OCDE precisa que os Estados Unidos apresentam “taxas de obesidade mais elevadas”, um “maior consumo de medicamentos e de drogas ilícitas” e “taxas mais elevadas de vítimas de acidentes rodoviários e de homicídios”.

A má classificação deve-se ainda à “difícil situação socioeconómica de uma grande proporção da população e a problemas de acesso e de coordenação dos cuidados para alguns grupos populacionais”, adianta a organização internacional.

A esperança de vida à nascença corresponde ao número de anos que uma geração pode esperar viver em média se sujeita às condições de mortalidade do seu ano de nascimento.

18 de Novembro - Dia Mundial da DPOC
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia em parceria com a Associação RESPIRA e com o apoio da Novartis assinalam o Dia Mundial da...

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é, atualmente, considerada a 4ª causa de morte no mundo e um problema de saúde pública em Portugal. Numa altura em que ainda há quem não saiba o que é nem em que consiste esta doença, que se afigura em crescimento e subdiagnosticada, as entidades Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e RESPIRA uniram esforços para desenvolver um guia prático e informativo de apoio ao doente, familiar e cuidador.

O Guia Prático foi pensado para toda a população interessada em saúde que não conhece a DPOC ou para aqueles que pretendem aprofundar os seus conhecimentos. Tem um formato prático, estilo livro de bolso, por forma a facilitar e incentivar as pessoas a leva-lo para casa para futuras consultas.

O livro “DPOC de A a Z” é composto por conteúdos científicos desenvolvidos por um painel de healthcare professionals da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação RESPIRA e será distribuído na Check-up – Expo Saúde e Bem-estar, que terá lugar de 5 a 8 de Novembro, no Meo Arena, Sala Tejo, na área dedicada às doenças respiratórias.

“Esta iniciativa visa ajudar e sensibilizar as pessoas para a prevenção da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica), necessidade de diagnóstico precoce e também para as limitações e comorbilidades de uma doença respiratória crónica grave e complexa que afeta consideravelmente a qualidade de vida” explica Luísa Soares Branco, Presidente da Associação Respira.

Apoio social
Vai ser criada uma instituição de solidariedade social para gerir fundo que vai ser alimentado com contribuições de empresas e...

Os portugueses mais carenciados vão passar a poder levar todos os medicamentos de que necessitam nas farmácias, mesmo que não tenham dinheiro, já a partir do próximo ano, se tudo correr como previsto, escreve o jornal Público. Para que esta ideia se torne realidade, vai ser constituída, em Coimbra, uma instituição particular de solidariedade social (IPSS) que terá como missão principal a gestão de um programa e um fundo de apoio social, que será alimentado com contribuições de empresas mas também de cidadãos que queiram participar.

“Trata-se de um fundo permanente destinado a comparticipar a aquisição de medicamentos por parte de cidadãos com necessidades económicas, em toda a rede de farmácias”, explica a Associação Nacional de Farmácias (ANF), que é a promotora da ideia, em nota.

Com o nome Dignitude, a nova IPSS tem a ANF e a associação da indústria farmacêutica (Apifarma) como fundadoras, além da Cáritas Portugal e da Plataforma Saúde em Diálogo, organização que reúne várias associações de doentes. Conta ainda com o apoio de vários “embaixadores” de peso, como o ex-ministro dos Assuntos Sociais, António Arnaut, o ex-Presidente da República Ramalho Eanes e a ex-ministra da Saúde e atual candidata à Presidência da República Maria de Belém.

A ANF não quis adiantar mais detalhes, mas este programa de apoio já tinha sido antecipado ao jornal Público em Junho, quando se encontrava ainda numa fase embrionária. O objetivo é o de fazer com as pessoas que não conseguem comprar todos os medicamentos de que necessitam por falta de dinheiro tenham um apoio suplementar através de um fundo.

Atualmente, o Estado comparticipa os medicamentos (suportando uma parte do preço) na mesma proporção para todos os cidadãos, independentemente de estes ganharem muito ou pouco dinheiro. O que se pretende com este projeto é ajudar corrigir esta injustiça, enquanto não é revista a forma de comparticipação estatal, como é reclamado tempo, de maneira a que o apoio passe a ser dado em função do rendimento e das doenças dos cidadãos.

“Dói-me o coração quando vou à farmácia e vejo pessoas a perguntar quanto custam os medicamentos. Se [este programa] funcionar bem, isto deixará de acontecer. Isto não é caridade, é solidariedade”, enfatiza António Arnaut, para quem esta é uma “ação que o próprio Estado não está em condições de fazer”. “Seria bom que o Estado social pudesse fazer isto, mas o Estado não pode fazer tudo”, diz.

Este é um projeto de “responsabilidade social, não um sistema de comparticipação nacional, mas sim de acesso para pessoas muito desfavorecidas”, explicou na altura ao jornal Público o secretário-geral da ANF, Nuno Flora. Justamente para que não possa ser confundido com uma espécie de “sopa dos pobres” dos medicamentos, os beneficiários terão acesso a estas comparticipações sem serem identificados nas farmácias. Como é que isto vai ser operacionalizado? A ideia é a de que baste apresentar o cartão do cidadão, mas será necessário criar uma base de dados que poderá ser gerida pela Segurança Social que já tem o grupo carenciado identificado (pessoas que recebem o rendimento social de inserção ou o complemento solidário de idosos).

Atualmente, os cidadãos em dificuldades apenas podem recorrer aos bancos farmacêuticos. Sem conseguir precisar quantas pessoas deixam de comprar medicamentos por não terem dinheiro, Nuno Flora adiantava que "cerca de 20 a 25%" das prescrições médicas não são aviadas nas farmácias, por várias razões.

O montante a atribuir de maneira a reduzir ao máximo a parte da fatura que não é comparticipada pelo Estado vai depender das contribuições para o fundo. Não só contribuições diretas, mas também as resultantes de um processo angariação dirigido a cidadãos, empresas, indústria farmacêutica, instituições de solidariedade e agências governamentais. Os cidadãos podem ajudar com donativos ou através do “sistema de arredonda”, ou seja, arredondando o valor da fatura a pagar na farmácia, exemplificou Nuno Flora.

Melanoma
A agência do medicamento norte-americana aprovou um medicamento à base de um vírus modificado para combater o melanoma, a forma...

A radioterapia e a quimioterapia, embora continuem a ser os tratamentos mais usados para combater o cancro, têm efeitos secundários que comprometem o bem-estar dos doentes e, por vezes, mostram-se ineficazes para acabar com doença, escreve o Observador. As equipas especializadas no estudo do cancro têm tentado encontrar formas alternativas de vencer as células cancerígenas. Uma delas, agora aprovada pela agência do medicamento norte-americana (FDA, na sigla em inglês para Food and Drug Administration), usa um vírus como um cavalo de Tróia para conseguir entrar dentro das células.

O medicamento, cujo princípio ativo é talimogene laherparepvec ou T-Vec, é a primeira terapia à base de vírus aprovada pela FDA para o tratamento de cancro, segundo o comunicado da agência na semana passada. Este medicamento consiste de um vírus herpes (como aquele que provoca herpes labial) modificado e vivo. O objetivo é que entre dentro da célula cancerígena, a destrua e que, ao mesmo tempo, liberte um pedaço de um gene que vai estimular o sistema imunitário do doente a atacar aquelas células, como explica o Guardian.

Este medicamento destina-se apenas ao tratamento de lesões na pele causadas por melanoma (a forma mais agressiva de cancro de pele) que não possam ser removidas por cirurgia, refere a FDA. Em 16,3% dos doentes testados, que já tinham metástases no corpo, o medicamento mostrou que podia reduzir o tamanho das lesões na pele e nos nódulos linfáticos – contra 2,1% dos doentes sujeitos a outro tipo de terapia (grupo controlo). Porém, e como refere a FDA, não mostrou ter qualquer efeito no aumento da taxa de sobrevivência nem nos casos em que as metástases se tinham chegado ao cérebro, fígado, pulmões, outros órgãos internos e ossos.

Mais, a FDA desaconselha o uso deste tratamento em pessoas que tenham o sistema imunitário comprometido e em grávidas, porque, como é usado um vírus vivo, pode surgir uma infeção viral. Outros efeitos secundários são: fadiga, arrepios, febre, náuseas e sintomas equivalentes aos de uma gripe.

A principal vantagem das terapias à base de vírus ou de outros mecanismos, como a imunoterapia, em relação à radioterapia e quimioterapia, é que atacam alvos específicos em vez de matarem outras células do organismo que não estão envolvidas no cancro.

Uma descoberta recente, e acidental, mostrou que até o parasita da malária (Plasmodium) pode ter algum potencial no combate ao cancro. O parasita tem um açúcar à superfície capaz de se ligar às células cancerígenas e os investigadores querem recriá-lo em laboratório. A este açúcar, os investigadores podem ligar uma toxina que consegue entrar dentro das células do tumor e matá-las.

O que algumas equipas de investigação têm verificado, como a equipa de Bruno Silva Santos, investigador do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, é que o sistema imunitário não consegue vencer o cancro, porque as células cancerígenas têm a capacidade de travar a resposta imunitária. A FDA também já aprovou medicamentos que permitem desligar estes travões e alguns deles até já podem ser adquiridos em Portugal. Mais uma vez, os tratamentos estão aprovados para o melanoma metastático, mas existe potencial para os vir a utilizar noutro tipo de cancros.

Investigar novos tratamentos e novos medicamentos pode representar custos elevados, daí que um projeto coordenado pela Universidade Médica de Viena se queira dedicar ao estudo de novas utilizações para medicamentos já conhecidos. Todos os medicamentos incluídos no projeto – “CaSR Biomedicine” – têm como alvo um recetor de cálcio (calcium-sensing recetor), cujo mau funcionamento é comum a doenças como cancro, diabetes, doenças cardiovasculares ou Alzheimer. Como estes medicamentos já se mostraram seguros e já foram aprovados para o uso em humanos, descobrir novas utilizações diminuía o tempo e os custos de aprovação, tornando-se mais rapidamente disponíveis para o uso clínico.

Entre 2009 e 2013
Portugal foi o país da União Europeia onde a despesa com medicamentos vendidos nas farmácias mais caiu entre 2009 e 2013. Cada...

A despesa (pública e privada) com medicamentos, em Portugal, caiu 9% ao ano, entre 2009 e 2013. A conta, segundo o Observador, apresentada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), permite concluir que Portugal foi o país, dos 28 em análise, que mais cortou na despesa com medicamentos vendidos em farmácia, naquele período.

E se na análise nos restringirmos à despesa pública com medicamentos (excetuando os hospitalares), então aí a quebra foi sentida ainda de forma mais pronunciada: 11,1% ao ano. Logo a seguir a Dinamarca (-10,4%), a Islândia (-9,9%) e a Grécia (-9,6%). No conjunto dos países da OCDE, essa redução foi na ordem dos 3,2% ao ano, lê-se no relatório Health at a Glance 2015, divulgado pela OCDE.

A maioria dos países membros da OCDE cortou na despesa com medicamentos. Na Europa, só a Noruega, Suíça e Eslovénia continuaram a registar uma subida da despesa naqueles anos. Os relatores escrevem mesmo a certa altura que em alguns países, como Portugal, Dinamarca e Grécia, a despesa com medicamentos caiu de forma “dramática”.

Lembre-se que no memorando da troika ficou inscrito que a fatura com medicamentos deveria cair para 1,25% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 e 1% do PIB em 2013, uma meta entretanto adiada para 2014. Ainda assim, não foi alcançada porque nestas contas a troika incluiu não só a fatura com o medicamentos vendidos em farmácias, como também as faturas dos medicamentos hospitalares.

Com vista a alcançar estas metas, o Governo deitou mãos a uma série de medidas de contenção de despesa tais como as reduções administrativas (e não só) dos preços dos medicamentos, a descida das margens de lucro das farmácias e grossistas, mudanças nos preços que servem de referência à comparticipação do Estado, a retirada de comparticipação em alguns medicamentos e redução noutros, a prescrição por denominação comum internacional ao invés de ser pela marca e a alteração ao sistema de comparação de preços internacional.

Em 2013, cada português estava a gastar na farmácia (direta e indiretamente), em média, 355 euros por ano — o sétimo da Europa que menos gastava –, contra os 467 euros que eram gastos, em média, por cada habitante, no conjunto dos estados membros da OCDE.

Portugal é dos países da EU onde famílias mais pagam dos seus bolsos

A fatia com a farmácia é uma das mais importantes (pesa quase 20% na despesa total), mas as despesas com saúde não se ficam por aí. Em Portugal, em 2013, a despesa com saúde rondava os 2.279 euros per capita, abaixo da média dos países da OCDE que se fixava nos 3.131 euros.

Portugal foi o quarto país onde a despesa com saúde mais caiu entre 2009 e 2013: registando uma quebra média anual de ­3% ao ano. Maior quebra só mesmo a vivida na Grécia (­7,2%), no Luxemburgo (­4,3) e na Irlanda (­4%). Na média dos países da OCDE, a despesa cresceu 0,6% ao ano. Entre 2005 e 2009 tinha crescido 3,4% ao ano.

E quando olhamos para a despesa da saúde decomposta por financiadores, facilmente se verifica o grande peso que assume a despesa privada e, mais em concreto, os pagamentos diretos dos bolsos dos portugueses. Em 2013, 27,2% da despesa total com saúde era despesa direta das famílias. Naquele ano, Portugal foi o terceiro país da União Europeia onde as famílias mais contribuíram diretamente para a saúde, sendo apenas ultrapassado pela Grécia (30,7%) e Hungria (28,1%).

Na OCDE, em média, os países apresentam taxas de pagamentos diretos dos doentes na ordem dos 19%.

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico volta a lembrar porém que a despesa privada em saúde “pode criar barreiras no acesso”.

Outras conclusões:

·         Em 2014, mais de 6.500 enfermeiros portugueses estavam a trabalhar noutros países da União Europeia, a maioria dos quais no Reino Unido. Portugal é dos países com um rácio de enfermeiro por médico mais baixo (1,4) e apresentava, em 2013, uma média de 6,1 enfermeiros por 1.000 habitantes. Nesse ano, a média da OCDE era de 9,1 enfermeiros por 1.000 habitantes.

·         A esperança média de vida à nascença, em Portugal, em 2013, fixou-se nos 80,8 anos, acima da média da OCDE (80,5 anos), mais do que os 80,6 registados em 2012, e mais 14,1 anos do que aquela que era a esperança média de vida à nascença na década de 70. Em 43 anos, Portugal foi o país da Europa que mais melhorou este indicador.

·         Portugal registou, em 2013, menos consultas médicas por ano (4,1 por pessoa) do que a média dos países da OCDE (6,5 por pessoa).

·         Em grande parte dos países da OCDE, a maioria dos adultos considera estar de boa saúde. Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos e Austrália são os quatro países onde mais de 85% dos adultos responderam estar de boa saúde. Já Portugal integra o grupo dos países onde menos de metade dos adultos deu essa resposta. Portugal é mesmo o país onde uma maior percentagem de pessoas considera o seu estado de saúde mau ou muito mau (19%).

·         Em 2013, 15,4% dos adultos em Portugal tinham excesso de peso ou eram obesos, um pouco abaixo da média da OCDE que se fixou, naquele ano, nos 19%. Em 12 dos países membros da OCDE um em cada cinco adultos era obeso, em 2013. Desde o ano 2000, a taxa de obesidade aumentou um terço ou mais em 14 países.

·         Mantendo o tema, mas mudando o foco para as crianças, em 2013, em Portugal, uma em cada três raparigas tinha excesso de peso ou era mesmo obesa. Na Europa, só a Grécia pontuava pior neste indicador.

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