Ordem dos Enfermeiros
Oito projetos de melhoria da qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados aos cidadãos na Região Centro disputam dia 30, em...

Criado em 2012 pela Secção Regional do Centro (SRC) da Ordem dos Enfermeiros (OE) para premiar projetos que se destinem a obter ganhos em Saúde sensíveis aos Cuidados de Enfermagem, tem agora a sua sessão final, reunindo aqueles que foram distinguidos nas três edições anteriores.

Na sua primeira edição, em 2012, recebeu 19 candidaturas a concurso, da autoria de profissionais ligados a instituições de saúde dos distritos de Castelo Branco e Guarda. Em 2013, edição dedicada a Viseu e Aveiro, foram recebidas 34 candidaturas. Em 2014 foram 3 os projetos apresentados por enfermeiros dos distritos de Coimbra e Leiria.

A presente edição atribui apenas uma distinção – Prémio Cuidar, no montante de 2000 euros. Em cada uma das edições anteriores foram três os galardões em disputa, os prémios “Excelência”, “Competência” e “Inovação”, com montantes pecuniários de 1500, 1000 e 500 euros, respetivamente.

Este ano, o Cuidar 15 reveste-se de um cariz especial, pois é uma edição exclusiva a projetos já premiados em edições anteriores. Pretendemos aferir a evolução destes após terem sido premiados, porque “Cuidar” não é só um fim, mas também um percurso em constante evolução, afirma a Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

“Quando criámos o Cuidar pretendíamos premiar a excelência, fazendo um benchmarking dos principais projetos de melhoria contínua, dando destaque e partilhando o conhecimento que eles geraram para a profissão”, explica.

O concurso Cuidar – acentua - pretende premiar, não só quem se compromete com os outros, mas os enfermeiros que, para além disso, se comprometem com a enfermagem.

Para a Enfª Isabel Oliveira, “’Cuidar’, de entre todos os verbos, é aquele que constrói a Enfermagem, porque se constitui o seu fim”.

“Se o outro nos responsabiliza enquanto enfermeiros, é a nossa consciência profissional e o nosso código deontológico que nos comprometem com quem cuidamos. De entre vários percursos do exercício profissional, existe apenas um que nos dignifica como profissão: o Cuidar de Excelência, que traduz a segurança, a qualidade, com base em padrões previamente definido que pretendem melhorar e ir mais além no ato de cuidar”, conclui.

A Presidente do Conselho Diretivo Regional da SRC espera que o concurso sirva para motivar e impulsionar todos os enfermeiros da Região Centro a investir em programas de melhoria contínua, em mais e melhor cuidados de excelência para a população destes seis distritos.

O colóquio de encerramento do concurso, a decorrer no Auditório das Irmãs Hospitaleiras – Casa de Saúde de Santa Isabel, Condeixa-a-Nova, entre as 09:00 e as 17:30, termina com a entrega do Prémio Cuidar pelo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Enfº Germano Couto, e pela Presidente da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

A concurso estão o projetos Reabilitar + (Hospital de Sousa Martins da ULS da Guarda, EPE), Promoção e Educação para a Saúde na Escola Secundária/3 Quinta das Palmeiras, Covilhã (UCSP Covilhã), Cuidar de Quem Cuida (CQC) (Unidade de Cuidados na Comunidade de Oliveira de Azeméis - UCCOAz) e Registos com Linguagem CIPE na Consulta de Enfermagem de Saúde Materna (Unidades Funcionais dos Centros de Saúde de Estarreja, Murtosa e Ovar do ACeS Baixo Vouga).

RelaxARTE (Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental, Centro Hospitalar do Baixo Vouga), Aprender SBV para Salvar…início de um percurso (Centro Hospitalar do Oeste, Caldas da Rainha - S. Pediatria – Urgência Pediátrica), Literacia e Educação Terapêutica: Capacitar a pessoa com diabetes tipo 2 a lidar com a sua condição de saúde (UCSP de Eiras – ACeS Baixo Mondego) e Assistência personalizada pelo enfermeiro ESMO em Bloco de Partos (Bloco de Partos do Centro Hospitalar de Leiria, EPE), são os restantes concorrentes.

A conferência de abertura do colóquio, pelas 09:30, intitulada “Programa de Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem: O ‘Centro’ da Excelência!”, está a cargo dos enfermeiros José Carlos Gomes (Presidente do Conselho de Enfermagem da OE) e Hélder Lourenço (Presidente do Conselho de Enfermagem Regional do Centro).

A sessão inaugural conta com a presença do Bastonário da OE, Enfº Germano Couto, do Presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita da Costa, e da Presidente do Conselho Diretivo da SRC, Enfª Isabel Oliveira.

Ao longo do dia serão apresentados, pelos seus autores, os projetos a concurso, que se submeterão à apreciação de um júri presidido por Renato Assunção, Vogal do Conselho de Enfermagem Regional do Centro, e que integra ainda Carlos Melo-Dias (Professor Adjunto da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra), Ester Vaz (Enfermeira Supervisora da ULS da Guarda), Ana Isabel Coelho (Enfermeira na Unidade de Saúde Pública do ACeS Entre Douro e Vouga II) e Hugo Alexandre Raimundo (Enfermeiro Gestor da Qualidade do C.H.U.C). 

Estudo
Investigadores de cinco países uniram-se para realizar uma tarefa que até hoje é um desafio para a ciência: a busca por uma...

A leishmaniose é uma doença infeciosa causada pelo protozoário Leishmania. É transmitida pela mosca Lutzomyia, conhecida popularmente por mosquito-palha ou birigui. Existem dois tipos de leishmaniose, escreve o Diário Digital, a cutânea - que causa lesões na pele e nas vias nasais - e a visceral - que causa febre, fraqueza, anemia e comprometimento de vários órgãos do corpo, podendo levar à morte. Entre as doenças parasitárias, a leishmaniose é a segunda maior causa de morte no mundo, atrás apenas da malária.

Camundongos usados no estudo tiveram a resposta imunológica de proteção ativada quando em contacto com o antígeno. Ao mesmo tempo, os pacientes que recuperam da infeção do parasita geralmente tornam-se imunes a uma nova infeção, o que sugere que o desenvolvimento de uma vacina é possível.

Usando técnicas de estudo das proteínas (proteómica) e de imunologia, Zhirong Mou, da Universidade de Manitoba, no Canadá, e os seus colegas, identificaram um antígeno chamado de PEPCK, existente em todas as espécies do protozoário Leishmania. Esse antígeno ativa uma forte resposta das células T, responsáveis por desenvolver a chamada “memória imunológica”.

A infeção parasitária em camundongos fez com que células T específicas contra o PEPCK aumentassem no sangue, no baço e nos linfonodos. Também produziu citocinas, moléculas sinalizadoras conhecidas por lutarem contra a infecção da doença. A vacinação com o antígeno teve uma proteção duradoura contra duas espécies de Leishmania em camundongos.

O resultado da pesquisa sugere que o PEPCK pode ser um candidato promissor para o desenvolvimento de uma vacina para essa doença. Experiências anteriores com vacinas haviam conseguido apenas uma proteção de curto prazo.

Estudo sugere
De acordo com uma nova investigação, a apneia do sono pode ser ainda mais perigosa para as mulheres do que para os homens....

Para o estudo atual, escreve o Diário Digital, os cientistas mensuraram a qualidade do sono em 737 homens e 879 mulheres, com idade média de 63 anos, sem doenças cardiovasculares no começo do estudo. Também investigaram a presença de troponina T, proteína que pode ser libertada na corrente sanguínea se o coração sofrer uma lesão, e cuja presença em pessoas saudáveis costuma indicar um risco aumentado de doença cardíaca.

Os pesquisadores acompanharam os participantes durante 14 anos, registando eventos de aterosclerose coronária, AVC e morte provocada por doença cardiovascular ou por outras causas. O estudo foi publicado na revista Circulation.

A apneia do sono obstrutiva estava associada independentemente ao aumento de troponina T, a AVC e à morte em mulheres, mas não em homens. E nas mulheres, mas não nos homens, a apneia do sono estava ligada ao coração dilatado, outro fator de risco para doenças cardiovasculares.

“A maioria das pessoas que tem apneia do sono acumula diversos outros riscos de doença cardíaca”, afirmou o autor principal do estudo, Dr. Amil M. Shah, professor assistente de medicina em Harvard.

“Porém, em mulheres, a relação entre apneia do sono e doença cardíaca persistia mesmo após a contabilização de outros riscos.”

Estudo revela
Um estudo norte-americano demonstra a eficácia de um tratamento alternativo para a esquizofrenia e outro tipo de psicoses que...

A terapia adotada atualmente, nos Estados Unidos, limita-se a administrar antipsicóticos para suprimir as alucinações e os delírios, escreve o Sapo.

"O objetivo [da nova terapia proposta] é associar a pessoa que apresenta os primeiros sinais de psicose a uma equipa de especialistas que trabalhem de forma coordenada e o mais rápido possível desde o momento em que aparecem os primeiros sintomas", explicou John Kane, professor e diretor do serviço de psiquiatria do Zucker Hillside Hospital, em Nova Iorque, cita a agência France Presse.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, na sigla em inglês) e divulgado na revista científica American Journal of Psychiatry, foi conduzido ao longo de dois anos em 34 clínicas dos Estados Unidos. Envolveu 404 pacientes entre os 15 e 40 anos.

Os investigadores constataram que o tratamento é mais eficaz quando os doentes são atendidos pouco depois de diagnosticados os primeiros sinais da doença. Metade dos participantes do estudo começou o tratamento em menos de um ano e meio após o início dos sintomas; os demais passaram estiveram mais tempo sem medicação.

O grupo tratado mais rapidamente apresentou melhorias significativas na sua qualidade de vida, em comparação com os que foram tratados tardiamente, ambos seguindo o novo esquema de tratamento. Além disso, os dois grupos registaram melhores resultados face àqueles que receberam o tratamento convencional.

Estudo
Estudo comparou comportamentos de risco com nível de escolaridade de um grupo de jovens. Os maiores problemas ainda se...

Os chamados comportamentos de risco, como suspensões na escola, pertença a um gangue, envolvimento em lutas físicas ou condenações, são em geral mais frequentes entre os jovens com menor escolaridade e que são filhos de pais que concluíram também poucos anos de estudo. No entanto, há um caso em que os jovens com mais anos de estudo e filhos de pais com mais habilitações se destacam: no consumo de haxixe ou marijuana. Aos 21 anos, quase 49% destes jovens inquiridos para um trabalho assumiram que tinham já consumido este tipo de substâncias, quando só 29% dos com menos escolaridade o tinham feito.

As conclusões fazem parte do estudo Reproduzir ou Contrariar o Destino Social?, que será apresentado nesta sexta-feira na Fundação Champalimaud, em Lisboa, e que faz parte do projeto Epiteen24 (Epidemiological Health Investigation of Teenagers in Porto). A investigação conta com uma amostra de 2942 pessoas nascidas na década de 1900 e que em 2003/2004 frequentavam as escolas públicas e privadas do Porto. O grupo tem sido acompanhado e inquirido aos 13 anos, 17, 21 e 24 anos, com os investigadores a publicarem vários trabalhos ao longo dos anos.

“Estamos habituados a associar os níveis educacionais baixos a comportamentos de risco nos nossos estereótipos, mas isso nem sempre acontece assim”, adiantou ao jornal Público a socióloga Anália Torres, coordenadora do projeto e professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa. De acordo com a investigadora, os dados recolhidos permitem perceber que também “a experimentação do álcool aos 13 anos acontece mais nas classes médias e altas, por causa das redes de interconhecimento”, como estes jovens, em geral, “frequentaram mais festas e terem mais dinheiro”. “Nota-se que são os grupos mais escolarizados que tendem a ter mais prática de consumos”, reitera.

No caso do haxixe, 49% dos jovens com mais escolaridade já experimentaram esta substância. O valor mais baixo, de 29%, é encontrado nos participantes com menos estudos. Ainda assim, a maior percentagem (56%) encontra-se nos filhos de pessoas com mais escolaridade mas que acabaram por conseguir completar menos anos do que os pais. No entanto, Anália Torres ressalva que a esmagadora maioria dos comportamentos de risco ainda estão, de facto, associados a níveis de escolaridade mais baixos, tanto nos jovens que os praticam como nos seus pais.

Já nos casos de níveis educacionais mais altos, o estudo sublinha que a “a incidência de comportamentos de risco” está associada a “estilos de vida que podem ser apelidados de ‘recreativos’, como o consumo de haxixe ou marijuana aos 21 anos (ou, mais precocemente, aos 13 anos, na experimentação do consumo de álcool)”. O trabalho destaca, ainda, que os jovens que atingem uma menor escolaridade que os pais também “apresentam ao longo da adolescência uma incidência comparativamente maior de comportamentos de risco, pelo que parece relevante uma análise mais focalizada no enquadramento familiar ou em variáveis individuais de saúde – como a saúde mental”.

No México
O Governo do México autorizou que uma menina mexicana de oito anos que sofre cerca de 400 ataques epiléticos por dia inicie um...

Graciela, de oito anos, começou a tomar na terça-feira "uma dose de 0,23 ml duas vezes por dia" do medicamento Charlotte's Web, disse Raúl Elizalde, pai da menina, escreve a agência France Presse.

"Ainda é cedo para saber se está a funcionar. Os médicos acreditam que os efeitos positivos poderão ser observados em dois meses", acrescentou Elizalde.

Graciela, que vive em Monterrey, sofre de uma severa forma de epilepsia conhecida como síndrome de Lennox-Gastaut.

No mês passado, segundo o Sapo, um juiz concedeu a autorização para a utilização daquele canabidiol (CBD), o que provocou objeções dentro do governo mexicano, afogado numa sangrenta guerra contra o narcotráfico.

Ainda assim, o ministério da Saúde comprometeu-se a ajudar na importação do fármaco produzido pela farmacêutica britânica GW Pharmaceuticals, que continua em fase de testes.

Em abril, a GW Pharmaceuticals publicou um estudo baseado em 137 crianças e adultos, tratados em 11 hospitais diferentes, que refere que este medicamento reduziu em 54% o número de ataques epiléticos.

O comércio e consumo de canábis não é legal no México. O Uruguai foi o primeiro país da região a legalizar a produção, venda e consumo em 2013. O Chile seguiu o mesmo caminho em julho de 2015.

Nos Estados Unidos, vizinho do México, mais de 20 estados já legalizaram a canábis.

Especialista
Os programas de intervenção para reduzir o risco de dependências, designadamente de álcool ou droga, devem ir além da...

"É preciso criar uma dinâmica de perceção de risco e de tentar depois alguma efetivação da ação e da mudança de atitudes. Saber é importante, mas não chega, também é preciso agir", afirmou Manuel Cardoso, que participará, na sexta-feira, nas XXIII Jornadas da Sociedade Portuguesa de Alcoologia, que começaram hoje na Covilhã e se prolongam até sábado, tendo como tema "os jovens e o álcool".

Em declarações, Manuel Cardoso apontou os dados de um estudo realizado o ano passado sobre o consumo de álcool entre os universitários e cujas conclusões referem que os inquiridos sabem que o consumo de álcool é prejudicial, não deixando todavia de beber.

"Quando se lhes perguntou se beber quatro ou cinco bebidas alcoólicas é mau, 82% disse que é muito prejudicial e cerca de 18% disse que é mau. Porém, quando se lhes perguntou se nos últimos 30 dias tinham bebido quatro ou cinco bebidas numa mesma ocasião, 48% respondeu afirmativamente", citou, referindo que isso confirma a ideia de que nas intervenções e projetos é preciso fazer mais do que passar a informação.

Este responsável recordou, aliás, que quer a Organização Mundial de Saúde quer vários estudos internacionais já apontam no sentido de que as campanhas baseadas apenas na transmissão de informação têm resultados pouco eficazes na mudança de comportamentos, o que é preciso alterar.

"É preciso ir um pouco mais longe e apostar em programas e integrem ações mais estruturadas e completas, que permitam a efetiva mudança comportamental", sublinhou.

Manuel Cardoso adiantou que, no âmbito do programa de saúde da Comissão Europeia, foi já lançada uma ação comum dos vários Estados membros para a redução dos efeitos nocivos do álcool - que é aliás liderada por Portugal através do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) - e na qual se estão a tentar encontrar projetos de boas práticas, que depois serão elencados para poderem ser replicados.

Portugal, disse, já tem dois projetos que foram reconhecidos internacionalmente e que integram essa lista, nomeadamente o "Eu e os Outros", promovido pelo SICAD, e o "Pára para pensar", da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

No primeiro, que é desenvolvido em âmbito escolar desde 2007 em todo o país, o desafio passa por apresentar às crianças e jovens histórias de vida em que serão os protagonistas e nas quais terão de definir atitudes a tomar em determinadas situações (como por exemplo do consumo de álcool, mas também de anorexia ou de depressão), com as quais poderão vir a cruzar-se no futuro.

"É esta avaliação, esta interação e este ser obrigado a tomar uma posição e decisão que fará com que os próprios alunos interiorizem, através da vivência, as melhores atitudes e ações a tomar e respetivas ferramentas a utilizar", explicou.

Relatório revela
Mais de 879 mil portugueses com mais de 60 anos já se vacinaram contra a gripe nesta época, segundo o relatório do Vacinómetro,...

Segundo os dados da primeira avaliação do vacinómetro para a época 2015-2016, foram vacinados até à data 776.455 portugueses com idade igual ou superior a 65 anos (38,2%) e 102.886 com idades compreendidas entre os 60 e os 64 anos (15,9%).

Uma análise pelos grupos considerados prioritários pela Direção-Geral da Saúde demonstra que se vacinaram 20,6% dos portadores de doenças crónicas e 25% dos profissionais de saúde com contato direto com doentes.

O vacinómetro demonstra ainda que, do total de grupos inquiridos, 92,1% já tinham recebido a vacina contra a gripe noutras épocas, enquanto os restantes (7,9%) se vacinaram este ano pela primeira vez.

A análise revela, até ao momento, não haver grande diferenciação na vacinação por género, tendo recebido a vacina 27,8% de mulheres e 27,1% de homens.

Entre os inquiridos que não se vacinaram, 58,4% não manifestaram intenção de o fazer, ao passo que 41,6% tencionam ainda receber a vacina. Destes últimos, 51% são pessoas com mais de 65 anos.

Lançado em 2009, o Vacinómetro monitoriza a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários e recomendados, num projeto que é uma iniciativa conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio de uma farmacêutica.

Estudo
A exposição prolongada a baixas doses de radiação aumenta o risco de cancro, segundo um novo estudo feito com funcionários do...

Os resultados, publicados quarta-feira no British Medical Journal, fornece “evidências diretas sobre os riscos de cancro após exposição prolongada a pequenas doses de radiação ionizante”, refere a Agência Internacional de Investigação do Cancro, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os resultados demonstram uma “significativa combinação entre a dose de radiação e o aumento de risco de todos os cancros sólidos”, disse o coautor da pesquisa, Ausrele Kesminiene.

O estudo avaliou a exposição de mais de 300.000 funcionários do setor nuclear da Grã-Bretanha, Estados Unidos e França entre 1943 e 2005.

Os resultados revelam que o risco de morte por cancro sólido é “modesto”, mas uma em cada 100 mortes pode ser atribuída à exposição a radiação no local de trabalho.

Hospital de Gaia
O hospital de Gaia divulgou ter identificado mais quatro doentes contaminados com a bactéria multirresistente que já causou a...

“Está em curso o rastreio universal de portadores de Klebsiella Pneumoniae produtora de KPC em enfermarias de alto risco (Medicina Interna, Pneumologia, Especialidades Cirúrgicas)”, revela comunicado do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

Na passada semana, o centro hospitalar divulgou ter identificado, desde 7 de agosto, mais de 30 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae, uma bactéria multirresistente que terá surgido em consequência do uso de antibióticos, é de rápida disseminação, transmite-se pelo toque, sobrevive na pele e no meio ambiente e desconhece-se a sua durabilidade.

A Coordenadora do Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobiano do Centro Hospitalar Gaia/Espinho disse então que estavam internadas, em isolamento, 13 pessoas.

Hoje o hospital informa em comunicado estarem “internados 17 doentes portadores de Klebsiella Pneumoniae produtora de KPC (presença da bactéria sem manifestações da doença) em regime de isolamento, aguardando a resolução do motivo do seu internamento”.

O centro hospitalar garante que “foram elaborados circuitos destinados a doentes e portadores” da bactéria para “evitar” a sua disseminação, pelo que “não há motivo de alarme para a população e para os utentes”.

"A situação infecciosa no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho está controlada", reitera.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) já admitiu que pelo menos três das oito mortes em doentes portadores ocorreram em resultado da infeção pela bactéria multirresistente identificada no Hospital de Gaia.

O hospital suspeita que a origem do surto tenha sido numa doente que fez vários ciclos de antibiótico e que partilhou, no dia 29 de junho, a mesma unidade de pós-operatório com o primeiro paciente infetado.

Redução de 6% das mortes
Um tratamento do AVC, que remove o coágulo do cérebro através de um cateterismo, permite reduzir o número de mortes em 6% e, a...

Este tratamento já existe há alguns anos e está disponível em vários hospitais públicos, mas a técnica não era usada de forma rotineira, porque a sua eficácia ainda não estava comprovada, explicou Joana Graça, organizadora do Congresso Nacional de Neurorradiologia, que decorre de 23 a 25 de outubro, onde este e outros temas relacionados com o AVC (Acidente Vascular Cerebral) vão ser debatidos.

Publicados este ano no “The New England Journal of Medicine”, estudos científicos sobre o cateterismo arterial, ou trombectomia mecânica, vieram provar a eficácia deste tratamento e demonstrar que é “possível diminuir significativamente o número de mortes (6%) por AVC e permitir que cerca de 50% das pessoas que sofreram um AVC possam retomar a sua vida normal”.

“Os estudos começaram a sair no início do ano e a Sociedade Europeia de Neurorradiologia começou a recomendar o tratamento”, disse a médica, considerando que é necessário desenvolver a urgência da neurorradiologia nos hospitais, porque esta técnica tem de ser feita o mais rapidamente possível após o início dos sintomas.

Este tratamento deve ser realizado idealmente até às seis horas após o início dos sintomas, mas em casos selecionados pode estender-se até às 12 horas após o início do AVC.

Trata-se de uma técnica realizada por médicos neurorradiologistas que consiste no cateterismo cerebral, ou seja, na navegação no interior dos vasos sanguíneos com dispositivos que vão diretamente ao local da oclusão e permitem a remoção do coágulo.

Em Portugal, o Hospital de São José foi pioneiro na utilização desta técnica, que atualmente já é praticada também nas unidades hospitalares de Santo António, São João, Braga, Gaia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, bem como, a sul do país, nos hospitais de Santa Maria, Garcia de Orta e Egas Moniz.

Os estudos de análise custo-eficácia revelaram que, apesar do custo inicial desta terapêutica ser elevado para o Estado, a longo prazo é eficaz e sai mais barato - tendo em conta os ganhos em anos de vida com qualidade -, do que tratar as consequências de um AVC que deixe doentes dependentes de onerosos cuidados de saúde, explicou Joana Graça.

O XI Congresso Nacional de Neurorradiologia, organizado pela Sociedade Portuguesa de Neurorradiologia (SPNR), que decorrerá no Campus Universitário de Aveiro, vai também atribuir pela primeira vez o Prémio Egas Moniz em Neurorradiologia.

Este prémio bienal, criado pela SPNR, vai ser formalmente apresentado no dia 22, altura em que decorrerá a assinatura protocolar da constituição do prémio que assinala o 70º Aniversário do Prémio de Oslo (desenvolvimento da Angiografia Cerebral) e do 25º Aniversário da SPNR. A atribuição do prémio terá lugar durante o congresso.

Procriação Medicamente Assistida
Os problemas de fertilidade afetam aproximadamente 15% dos casais em idade reprodutiva, com a infert

A qualidade do sémen condiciona, em grande medida, o êxito das técnicas de Procriação Medicamente Assistida (PMA), estando demonstrado que o seu impacto se estende desde a fecundação até ao desenvolvimento do embrião ou mesmo à saúde da criança.

As técnicas rotineiras de preparação de sémen usadas nos laboratórios de PMA, tais como a centrifugação em gradiente de densidade e o swim-up, foram desenvolvidas com o objetivo de selecionar espermatozoides morfologicamente normais e com maior motilidade, supostamente assim permitindo a utilização daqueles com maior ‘eficácia reprodutiva’. Contudo, estas técnicas apresentam limitações, uma vez que, ao não utilizarem critérios moleculares relevantes para a função reprodutiva, não estão a selecionar, necessariamente, os espermatozoides de acordo com a sua competência funcional ou qualidade genética. Segundo dados recentes, um dos processos moleculares com uma relação mais estreita com a fertilidade masculina é a apoptose.

A apoptose, também conhecida como morte celular programada, é um processo natural de controlo do ciclo de vida da célula e a sua desregulação tem sido associada à infertilidade masculina e ao insucesso dos tratamentos de PMA, apesar do uso de espermatozoides morfologicamente normais e móveis. Em diversos estudos com pacientes inférteis demonstrou-se que existe, no sémen destes indivíduos, uma percentagem de espermatozoides com manifestações apoptóticas superior àquela vista no sémen de homens férteis. Tal facto explicasse por falhas nos mecanismos genéticos de controlo do ciclo de vida do espermatozoide ou por um aumento no número de células com danos verdadeiros e portanto adequadamente ‘programadas para morrer’. Isto pode dever-se tanto a fatores intrínsecos como a fatores externos (tabagismo, stress, febre, varicocelo, etc.).

Como cabe esperar, os espermatozoides com apoptose ativada são reprodutivamente incompetentes. O problema é que, quando observados ao microscópio, são idênticos aos competentes (não é possível distingui-los). Eles são capazes de mover-se e inclusive fecundar os ovócitos. No entanto, geram embriões que não se desenvolvem ou não implantam, motivo pelo qual não se consegue uma gravidez. Por todas estas razões, selecionar espermatozoides não apoptóticos pode contribuir para o êxito dos tratamentos de PMA. Esta seleção é possível através da técnica de separação celular Imunomagnética (MACS, do inglês Magnetic Activated Cell Sorting). Esta técnica consiste na seleção dos espermatozóides com base na presença, na superfície externa da sua membrana, duma molécula chamada fosfatidilserina, molécula esta que se encontra somente nos espermatozoides apoptóticos. A MACS baseia-se no uso de partículas magnéticas unidas a uma molécula, a Anexina V. Este complexo une-se à fosfatidilserina encontrada nos espermatozoides apoptóticos e estes ficam retidos na matriz de uma coluna, dando-se assim a sua separação física daqueles saudáveis.

Em princípio, esta tecnologia pode ser aplicada a qualquer paciente que realizará um tratamento de PMA. No entanto, está especialmente indicada nas seguintes situações:

  • Casais que realizarão um tratamento de inseminação artificial;
  • Pacientes que realizarão um tratamento de fertilização in vitro (FIV) nas seguintes situações:

- Alteração da avaliação seminal convencional (o espermograma) e/ou com elevada fragmentação do ADN dos seus espermatozoides;

- Pacientes com abortos de repetição sem outra causa identificada;

- Pacientes que realizaram um tratamento de FIV prévio com má qualidade embrionária não atribuível aos ovócitos ou óvulos.

Por tudo o referido, a MACS pode ter um importante papel complementar ao das outras técnicas de preparação espermática, de forma a permitir a obtenção de espermatozóides com uma capacidade reprodutiva superior e incrementar as taxas de sucesso das técnicas de PMA.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Em Espanha
Investigadores da Universidade espanhola de Granada patentearam um medicamento contra os cancros da mama, cólon e melanoma que...

Os investigadores Joaquín Campos Rosa e Juan Antonio Marchal Currais, destacaram esta terça-feira que este composto tem baixa toxicidade, e não foram detetados até agora efeitos secundários. Segundo eles, pelo facto de o fármaco atacar as células estaminais evita a formação de metástases, escreve o Diário Digital.

Além disso, o seu desenvolvimento industrial é simples.

Os dois grupos de pesquisa que alcançaram a patente começaram a trabalhar em 1993 e comprovaram a efetividade do fármaco numa fase pré-clínica, realizada com ratos imunodeprimidos que tiveram introduzidas células tumorais humanas.

Campos Rosa detalhou na apresentação da patente que durante estes anos de trabalho, a equipa conseguiu reduzir uma variável de 500 mil moléculas para desenhar o fármaco, que terá agora que passar pela fase clínica e ser testado primeiro em voluntários saudáveis e depois em doentes com cancro.

O seu companheiro de pesquisa Marchal Currais ressaltou a importância de combater as células estaminais cancerígenas, que não proliferam e costumam apresentar-se de maneira latente, mas que provocam a regeneração do tumor e a geração de metástases.

Marchal lembrou que pode levar até cinco anos antes de este medicamento chegar à fase clínica, e que esta segunda parte exige protocolos e permissões da Agência Europeia de Segurança para a realização de testes em seres humanos.

O antecedente desta patente foi o fármaco Bozepinib, dos mesmos grupos de pesquisa, que teve a mesma eficiência, mas exigia muito mais tempo para obterem pequenas quantidades, o que motivou os pesquisadores a modificarem as suas estruturas num trabalho de “arquitetura molecular” para facilitar o seu desenvolvimento.

A patente atual, além de pouco tóxica, é mais fácil de ser sintetizada e o seu desenvolvimento industrial e obtenção são “baratos”, explicaram. Segundo eles, o desenvolvimento de um fármaco custa em média 800 milhões de euros.

A pesquisa medirá agora a eficiência do remédio em tumores de pulmão e de pâncreas, dois dos cancros mais agressivos e fatais, e iniciará os estudos de absorção do fármaco, a sua distribuição, metabolismo, excreção e toxicidade, passo anterior à fase clínica.

Na Suécia
Um novo complexo hospitalar ligado ao Instituto Karolinska, uma das melhores escolas médicas e onde são atribuídos os prémios...

O Novo Karolinska Solna, na capital sueca, vai estar ligado por uma passadeira ao Instituto Karolinska, um dos centros de pesquisa médica mais reconhecidos e avançados da Europa. Meia centena de professores desta instituição escolhe todos os anos os vencedores dos Prémio Nobel de Medicina, entregues em Estocolmo.

O novo complexo vai albergar 2.500 investigadores que trabalharão lado a lado com médicos, pacientes e indústria farmacêutica, naquilo que, segundo o Sapo, será um dos primeiros centros do mundo onde a medicina translacional é uma realidade. Entenda-se por medicina translacional o processo de encontrar soluções científicas para problemas reais e sem aparente solução à vista. Ou seja, é a transferência de resultados de investigação básica para a investigação clínica com benefícios para a comunidade.

"Estocolmo pretende tornar-se a região do mundo que liderará a pesquisa em saúde humana e qualidade de vida", preconiza um cartaz do hospital, sem desmerecer outros centros médicos de fama mundial.

O novo hospital universitário, 100% público, terá ainda uma cooperação estreita com a indústria. O centro já assinou acordos com empresas como a Boston Scientific, GE Healthcare, Philips Healthcare, Olympus, Siemens e Getinge.

"O custo dos cuidados de saúde está a aumentar muito. E nós vemos que temos interesses comuns com a indústria para melhorar os processos. Não queremos simplesmente comprar uma máquina, queremos comprar a máquina e o compromisso do fabricante em melhorar os processos com o doente", explica a biotecnóloga Annika Thoresson, do centro de inovação deste complexo hospitalar, citada pelo El País.

Cerca de 1% do equivalente a 1,5 mil milhões de euros, o valor orçamental do projeto, destina-se a obras de arte: esculturas, pinturas e objetos de design salpicados pelo hospital, até no teto das salas de raio-X.

"A arte e a cultura em todas as suas formas têm tanto efeitos preventivos como curativos. No novo hospital a arte desempenhará o seu papel", resume Gunnar Bjursell, um biólogo molecular do Instituto Karolinska, interessado na fusão entre a neurociência com a área das humanidades.

Estará pronto em 2016.

Em Janeiro
É a incapacidade e não a patologia que vai contar para a atribuição do apoio. Nas peritagens médicas, passa a ser usada a...

As alterações ao regime especial de proteção na invalidez tinham sido anunciadas genericamente, em Junho, no Parlamento, pelo ministro Pedro Mota Soares. O diploma que as concretiza foi publicado nesta terça-feira, em Diário da República. Até agora tinha acesso a pensão de invalidez quem sofresse de incapacidade permanente para o trabalho causada por alguma das doenças tipificadas na lei — como a esclerose múltipla. As novas regras acabam com essa lista de patologias, escreve o jornal Público. A ideia é esta: deve ter apoio quem comprovadamente fica impossibilitado de trabalhar. Independentemente da doença de que sofre.

O regime especial de proteção na invalidez é um apoio em dinheiro, pago mensalmente, para proteger pessoas com doenças que se manifestam precocemente e de forma rápida e evolutiva para situações de grande incapacidade. Até aqui estavam definidas as seguintes, que davam direito a apoio: paramiloidose familiar; doença de Machado/Joseph; sida; esclerose múltipla; esclerose lateral amiotrófica; doença de foro oncológico; Parkinson e Alzheimer.

Em 2014, 258.732 pessoas receberam pensão de invalidez, segundo as estatísticas da Segurança Social. O montante da mesma depende da carreira contributiva e das remunerações registadas — a valor mínimo, para uma carreira inferior a 15 anos é de 261,95 euros.

Contudo, em 2013, foi criada uma comissão especializada que, já em 2014, acabaria por entregar um relatório onde concluía “não ser adequado, do ponto de vista clínico, a existência de uma lista de doenças abrangidas pelo regime especial de proteção na invalidez, uma vez que, atendendo ao elevado número de doenças potencialmente invalidantes, o risco de a mencionada lista não abranger a totalidade dessas doenças criaria situações de tratamento diferenciado e colocaria em causa o princípio da equidade social”.

Propôs assim a dita comissão que o paradigma fosse alterado, como se recorda no preâmbulo do diploma publicado nesta terça-feira. O acesso à proteção especial na invalidez deveria passar a depender “da verificação de condições objetivas especiais de incapacidade permanente para o trabalho, independentemente da doença causadora da situação de incapacidade”.

O Governo considerou adequadas as propostas. E adotou agora “um novo conceito de incapacidade permanente para o trabalho determinante de invalidez especial”.

Não há lista de doenças. São as consequências das mesmas que passam a contar. E assim, o processo de atribuição das prestações deverá incluir a informação clínica emitida por um médico especializado que “comprove a doença que origina a situação de incapacidade para o trabalho ou de dependência”, para além “da deliberação dos serviços de verificação de incapacidades competentes nos respetivos regimes de proteção social”. Nas peritagens médicas será usada, a titulo experimental, e a partir de 1 de Janeiro do próximo ano, a Tabela Nacional de Funcionalidades (uma grelha que ajuda os profissionais de saúde a avaliar a mobilidade e as competências dos doentes, como a capacidade de realizar rotinas diárias, levantar e transportar objetos ou ter um emprego).

Em Junho, no Parlamento, Mota Soares disse que pelas simulações já feitas, o novo modelo vai fazer aumentar o número de beneficiários considerados em situação de invalidez permanente. De resto, explicou, “não há ano que passe que não cheguem ao ministério situações de pessoas com incapacidades comprovadas, que por não terem a sua doença prevista [na lista] não podem ser apoiadas pelo Estado na sua incapacidade”.

Sociedade Americana do Cancro
A Sociedade Americana do Cancro publicou novas diretrizes dizendo que as mulheres devem esperar até aos 45 anos para realizar a...

A recomendação anterior fixava essa idade mínima nos 40 anos.

Como justificação, a Sociedade Americana do Cancro alega que não há evidências de que o exame é suficiente para salvar vidas nesse período de tempo entre os 40 e os 45 anos.

Ao mesmo tempo em que mulheres mais jovens estão a ser aconselhadas a começar mais tarde a realização da mamografia, sugere-se que as mulheres com mais de 55 realizem o exame apenas a cada dois anos - e não anualmente, como acontece hoje naquele país, escreve o Sapo. Em Portugal, a recomendação para as mulheres entre os 50 e os 60 anos é de realizar o exame a cada dois anos, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

"Desde que a última atualização foi publicada em 2003, acumularam-se novas evidências, com base em acompanhamentos de longo prazo de testes de controlo aleatórios e estudos de campo", afirma a organização, num texto publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA).

As mulheres devem, no entanto, ter a possibilidade de começar os exames anuais aos 40, se quiserem, esclarece a Sociedade Americana do Cancro.

Maior aposta em outro tipo de exames
O cancro de mama é a forma mais comum da doença entre mulheres de todo o mundo. Também é uma das formas mais letais de tumor maligno, depois do cancro do pulmão.

A deteção prematura pode ajudar a aumentar as hipóteses de sobrevida. Contudo, realizar mamografias em todas as mulheres a partir dos 40 pode trazer outros problemas: falsos positivos, biópsias indispensáveis, cirurgias para a remoção de massas que podem não chegar a oferecer perigo, além de potenciais complicações cirúrgicas.

Evidências de testes clínicos mostraram um benefício pequeno proporcionado pelas mamografias, quando se trata de salvar vidas entre as mulheres mais novas, afirmam Nancy Keating, da Harvard Medical School, e Lydia Pace, do Brigham and Women's Hospital, num editorial que acompanha o artigo.

Segundo estas investigadoras, a mamografia regular pode prevenir mortes por cancro de mama em pelo menos cinco em cada 10 mil mulheres na faixa dos 40, ou dez em cada dez mil na faixa dos 50.

"Por isso, cerca de 85% das mulheres nos seus 40 e 50 anos que morrem de cancro de mama teriam morrido, apesar da mamografia", relatam.

Segundo a Sociedade Americana do Cancro, a aposta deve centrar-se em testes mais sofisticados de controlo, como a análise de fatores de risco genéticos nas mulheres mais jovens.

Iniciativa nasceu no facebook
Em apenas duas semanas, 319 médicos de todo o país decidiram integrar a plataforma com o nome Apoio Médico a Refugiados. E...

Querem fazer consultas, avaliar o estado de saúde e apostar na educação e prevenção. Mesmo que para isso tenham de se deslocar até à nova residência ou aos centros onde vão ficar os refugiados. Esta é uma iniciativa que nasceu no facebook, de raiz comunitária. Mas a Ordem dos Médicos e as respetivas secções regionais também se estão a organizar para dar consultas, fazer check up e reforçar as respostas que já existem no SNS. Também decidiram abrir as portas para acolher famílias de refugiados, que começam a chegar este mês, escreve o Diário de Notícias.

"Queremos humanizar a medicina. Preocupamo-nos com os doentes e queremos diminuir o sofrimento dos refugiados", explica Ana Correia, a médica ligada à medicina geral e familiar do Porto que criou a plataforma e se orgulha de ter agregado tantos clínicos em pouco tempo. Admitindo a elevada adesão, já comunicou à Ordem dos Médicos e à Plataforma de Apoio aos Refugiados , que "agradeceu e ficou de nos contactar assim que houvesse essa necessidade.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, diz que já comunicou "oficialmente a disponibilidade da ordem". Primeiro, já anunciou que tem um apartamento em Lisboa, no âmbito do Fundo de Solidariedade . "Podemos integrar um ou duas famílias", admite. O Ministério dos Negócios Estrangeiros já foi contactado. Mas o apoio médico tem de ser de forma coordenada e até agora não recebemos informações, nem de quantas pessoas vêm, para onde e quais as circunstâncias".

Assumindo que os médicos "têm o dever de ajudar", lembra que "é preciso organizar apoios. Mesmo para check up é preciso análises e exames. Nós fornecemos as pessoas, mas tem de haver quem se responsabilize."

Estudo
Um grupo de investigadores da Universidade de Birmingham demonstrou, num artigo publicado recentemente na revista JAMA...

O seu estudo, segundo o Diário de Notícias, focou-se numa zona do cérebro que faz a ligação entre duas áreas: o córtex motor primário e o tálamo. Os cientistas descobriram que quando há danos estruturais causados nesta área, isso pode impedir as pessoas, embora se mantenham alerta, de reagir a estímulos externos.

"Vários doentes que parecem estar em estado vegetativo estão, na verdade, conscientes de si próprios e do que os rodeia, capazes de compreender o mundo ao seu redor, criar novas memórias e imaginar eventos, tal como outra pessoa qualquer", explicou uma das investigadoras envolvidas no estudo, Davinia Fernández-Espejo, citada num comunicado da Universidade de Birmingham.

Os cientistas aperceberam-se de que quando a ligação entre o tálamo e o córtex motor estava danificada, isso impedia que o primeiro, uma das zonas do cérebro que se considera "um dos centros da consciência", como o diz Fernández-Espejo, comunicasse com o segundo, onde é controlada a atividade muscular voluntária.

Para perceber se os doentes em estado vegetativo estavam, na verdade, alerta, Fernández-Espejo e a sua equipa realizaram vários tipos de análises diferentes em certos doentes. Um deles, embora estivesse há mais de 12 anos em estado aparentemente vegetativo, mostrou-se alerta e consciente numa série de exames diferentes. Um dos testes realizados nos doentes foi pedir-lhes que respondessem a certas ordens - como imaginar que moviam a mão quando lhes era pedido para a moverem - ao mesmo tempo que se analisavam as respostas do seu cérebro.

"O objetivo final é usar esta informação para desenvolver terapias que possam melhorar drasticamente a qualidade de vida dos doentes. Por exemplo, com os novos desenvolvimentos na tecnologia de vida assistida, se conseguirmos que um doente consiga tão-só mover um dedo, isso já abre muitas possibilidades para comunicação e controlo do ambiente", explicou a investigadora.

Especialistas dizem
O decreto-lei que regula as práticas de publicidade em saúde, a vigorar a partir de 1 de novembro, vai proteger os interesses...

Esta é uma ideia partilhada pela Entidade Reguladora da Saúde, pela Ordem dos Nutricionistas e por uma especialista em direito de saúde.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, manifestou-se satisfeita com o diploma, considerando que, apesar de já existirem regras que acautelavam questões relativas à publicidade de alguns produtos, a lei agora publicada vai mais longe ao salvaguardar a concorrência leal entre os prestadores e defender os doentes e os utentes.

“Quando estamos a falar de saúde do cidadão, é evidente que a publicidade tem de ser rigorosa, verídica e baseada em evidência científica. Neste sentido, este diploma vem acautelá-lo”, explicou, lembrando que quando um cidadão recorre a um serviço de saúde, o faz porque necessita dele, e sabendo que este é direcionado para as suas necessidades.

Questionada sobre a publicidade recorrente aos suplementos alimentares, a bastonária mostrou-se “muito preocupada” com estes produtos.

Alexandra Bento notou que apesar de a legislação em questão não regular diretamente esses suplementos, acabar “por lhe ser inerente de alguma forma”.

O decreto-lei 238/2015 abrange todas as práticas de publicidade relativas a métodos convencionais e terapêuticas não convencionais, entre as quais os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, quaisquer tratamentos ou terapias, designadamente os que envolvam o uso de células, salvaguardando a concorrência leal entre os prestadores.

“As regras que devem ser seguidas pela publicidade têm de ser seguidas por quem os prescreve. Tem de se defender todos os princípios salvaguardados no diploma, como a transparência, a fidedignidade, a licitude, a objetividade e o rigor científico”, explicou.

A Ordem dos Nutricionistas defendeu que os suplementos deveriam beneficiar de uma regulação semelhante à dos medicamentos, justificando que, “seguramente, isso acautelaria o impacto nas expectativas dos utentes, em especial em situações de doença e de vulnerabilidade acrescida, que muitas vezes contribui para o uso, por vezes desnecessário ou inadequado, dos mesmos”.

Também a advogada Rita Roque de Pinho, especialista em Direito da Saúde, sublinhou que a nova lei vem “clarificar” a publicidade nesta área, defendendo o consumidor no geral.

“As entidades que não estão licenciadas ou classificadas como prestadoras de uma determinada atividade, mas que alegam e publicitam serviços que se enquadram nessa atividade [bancos de preservação de células estaminais, por exemplo], passam a estar abrangidos pelo diploma, isso é positivo”, sustentou.

A bastonária e Rita Roque de Pinho destacaram o facto de a nova lei obrigar a que na mensagem publicitada apenas possam ser “utilizadas informações aceites pela comunidade técnica ou científica”, devendo evitar-se todas as referências que possam induzir os utentes a quem a mesma é dirigida em erro acerca da utilidade e da finalidade real do ato ou serviço.

“O rigor científico é indispensável para que a prestação de cuidados de saúde seja adequada e segura e para que a respetiva mensagem publicitária seja fidedigna”, justificou Alexandra Bento.

No entanto, Rita Roque Pinho criticou o legislador, sublinhando que “devia ter ido mais longe” na clarificação daquilo que deve ser o rigor científico seguido na avaliação desses produtos.

“Era preferível o legislador ter concretizado isto para podermos aferir se o princípio do rigor científico é respeitado ou não na publicidade que é feita”, afirmou, lembrando que o novo decreto vai regular os “muito publicitados” serviços relativos às células estaminais, que até agora eram regulados pelo código da publicidade.

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) explicou, igualmente, que o artigo em questão defende o consumidor/utente, sublinhando o direito que este tem a uma informação “transparente, clara, objetiva e rigorosa sobre o ato, serviço, ideia ou princípio publicitado, dado que o que está em jogo é a sua saúde e o seu bem-estar”.

Questionada sobre a proteção que a nova lei dá aos consumidores, a ERS referiu que embora estes já estivessem abrangidos pela legislação geral sobre publicidade e consumo, o diploma específico agora publicado “torna o regime aplicável mais claro, acautelando os direitos e os interesses legítimos dos utentes relativos à proteção da saúde e à segurança dos atos e serviços”.

Em relação aos suplementos alimentares, a ERS esclareceu que estes são regulados por legislação especial, sendo a publicidade fiscalizada pela ASAE, enquanto a publicidade a medicamentos e produtos médicos é fiscalizada pelo Infarmed.

Especialista defende
Uma investigadora do Instituto Superior Técnico defendeu que os arquitetos devem acompanhar a evolução tecnológica na medicina...

"Estamos num tempo de grandes desafios - tecnológicos e médicos - e, em face da necessidade de promover um ambiente construído capaz de ser sustentável" e de adaptar-se às necessidades físicas e psicológicas do paciente, "é fundamental que os arquitetos, engenheiros e urbanistas se preparem para acompanhar a medicina e as ciências sociais nesta procura de uma nova agenda programática, disciplinar e política", disse Ana Tostões.

Para a especialista do Instituto Superior Técnico (IST), é importante "reconhecer os valores patrimoniais e o que pode ser reutilizado nos conjuntos" hospitalares já existentes e ter em conta aspetos como ventilação, iluminação, insolação, mas também questões relacionadas com aspetos ergonómicos, para facilitar a mobilidade dos doentes em funções tão simples como lavar as mãos.

A estes pontos junta-se o bem estar psicológico que pode resultar de atenções diversas como a decoração do quarto ou a imagem tranquilizadora de um teto, para os doentes que passam a maior parte do tempo deitados na cama.

Trata-se de "partir do princípio que esse sentimento de agradabilidade, de bem estar, é fator favorável à cura, [assim como] ajuda a curar também a questão psicológica", realçou a arquiteta.

Ana Tostões falava a propósito da realização do Fórum Gulbenkian de Saúde 2015: Saúde e Arquitetura em Diálogo, na quarta-feira, sessão em que a investigadora participa para comentar a intervenção do arquiteto britânico Charles Jenks e responder à pergunta "Pode a arquitetura afetar a sua saúde?".

O especialista do Reino Unido vai apresentar os 'Maggie’s Cancer Caring Centers' (centros de cuidados para doentes de cancro) resultado do trabalho da sua mulher "para minorar os danos do processo de prolongamento de vida dirigido às crianças", como referiu Ana Tostões.

Para a investigadora do IST, está na agenda contemporânea perceber que "a questão da saúde está intimamente ligada com o bem estar, com a arquitetura e com o urbanismo" e é função destas disciplinas criar melhores lugares para as pessoas viverem, nas cidades, nos espaços urbanos, nos equipamentos públicos, nos empregos, nas habitações e "trabalhar antes que os problemas aconteçam".

"Se tivermos uma cidade mais saudável, se vivermos em lugares mais acolhedores que promovam mais bem-estar, a vida é mais fácil e muito mais saudável", realçou.

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