Fique a conhecê-las
Relações sexuais desprotegidas aumentam os riscos de contrair e transmitir doenças.

As infeções sexualmente transmissíveis (IST) são infeções contagiosas, cuja forma de transmissão mais frequente é através das relações sexuais. São provocadas por microrganismos, tais como bactérias, vírus e parasitas. Estes agentes infeciosos encontram-se nos fluidos corporais (sangue, esperma e secreções vaginais). Qualquer pessoa pode contrair uma IST através de relações sexuais (vaginais, anais ou orais) sem proteção, com alguém que esteja infetado.

A transmissão das IST é facilitada através de relações sexuais desprotegidas (não utilização de preservativo) e múltiplos parceiros sexuais. As pessoas com um único parceiro sexual ao longo da vida, poderão adquirir uma IST se esse parceiro tiver relações sexuais com outras pessoas infetadas.

Frequentemente as IST não dão manifestação clínicas durante meses ou anos, nestes casos só através de análises específicas é possível saber quem está infetado. Certas infeções provocam sintomas apenas no homem, outras somente na mulher e, por vezes, pode existir infeção sem qualquer tipo de sintoma.

Os sintomas podem aparecer logo após o contacto sexual, ou levar semanas, meses ou anos a surgir. Por vezes os sintomas desaparecem mesmo sem qualquer tratamento, mas a infeção permanece no organismo.

Alguns sinais e sintomas que podem traduzir a existência de uma IST:

  • Corrimento vaginal anormal, frequentemente com mau cheiro ou corrimento uretral;
  • Presença de vermelhidão, manchas brancas, bolhas, verrugas ou vesículas nos órgãos genitais ou à sua volta, no ânus, ou na boca;
  • Alteração de textura e/ou de cor nas unhas e/ou na pele ao seu redor;
  • Prurido intenso;
  • Dor ou sensação de queimadura ao urinar;
  • Dores difusas no baixo-ventre;
  • Sensação de dor ou queimadura aquando das relações sexuais;
  • Febre.

Se não forem tratadas algumas IST podem provocar doenças ou complicações graves. O tratamento deve ser sempre feito aos parceiros envolvidos nas relações sexuais, mesmo que não apresente nenhum sintoma.

As complicações mais frequentes são a doença inflamatória pélvica, epididimite, orquite, infertilidade, cancro do colo do útero, do pénis ou ânus. Nas grávidas, as infeções podem provocar aborto, parto prematuro ou transmissão da infeção ao feto e ocasionar malformações congénitas ou doença no recém-nascido.

As Infeções Sexualmente Transmissíveis mais conhecidas são:

Para fazer o diagnóstico de uma IST deve consultar um médico, fazer análises e os tratamentos que ele recomendar. A pessoa com uma IST tem o dever de informar os seus parceiros e/ou parceiras para que procurem uma consulta médica onde serão aconselhados e tratados.

Os principais fatores de risco para contrair uma IST são: os contactos sexuais casuais; as relações sexuais com múltiplos parceiros; a não utilização de preservativos e o início precoce da atividade sexual. Outros fatores de risco a considerar estão relacionados com a falta de cuidados de higiene, a consulta tardia após surgirem os primeiros sinais ou sintomas, a não comunicação aos parceiros sexuais, para que estes se possam tratar o mais precocemente possível.

Os grupos que apresentam maior risco de contraírem estas infeções são os jovens entre os 18 e 24 anos pois apresentam mais comportamentos de risco (consumo de álcool, drogas, parceiros sexuais casuais/múltiplos parceiros).

Perante o que foi exposto é importante evitar os comportamentos de risco e fazer rastreios regulares, principalmente se tiver um parceiro novo. Também, sempre que tiver relações sexuais ocasionais o uso do preservativo é vital. A maioria das IST podem ter cura quando diagnosticadas e tratadas precocemente.

Não esquecer que o risco de adquirir uma IST é tanto maior quanto maior for o número de parceiros sexuais, e que a infeção pode ser transmitida por um parceiro sexual aparentemente sem sinais de doença.

Cristina Paula Ferreira Oliveira Albuquerque
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde
Socióloga

 

 

Maria Manuela Figueiredo Pereira Marques
Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica
Pós Graduação em Gestão de Serviços de Saúde

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hidratação e exercício físico
Que a água é essencial para o nosso organismo já todos sabemos. Mas e os sais minerais?

A água e os sais minerais são essenciais para o nosso organismo, uma vez que, desempenham um papel importante na regulação do sistema nervoso e muscular, e até mesmo na reparação dos tecidos. Para além de atuarem sobre o sistema imunitário, funcionam ainda como poderosos antioxidantes.

Se, por um lado, todo o metabolismo humano assenta em reacções desenvolvidas em soluções aquosas – não fosse a água responsável quer pelo transporte de nutrientes como a glicose, lípidos, hidratos de carbono, oxigénio, vitaminas, sais minerais e fitoquímicos protetores, quer pela eliminação de toxinas através da urina -, por outro lado, os sais minerais têm um papel essencial no equilíbrio do nosso organismo.

Sendo constituintes orgânicos dos tecidos corporais, eles agem como reguladores orgânicos que controlam os impulsos nervosos, a atividade muscular, a pressão sanguínea e a homeostase hídrica.

No entanto, não sendo eles produzidos pelo nosso organismo, têm de ser obtidos através de uma boa alimentação, sobretudo pela ingestão de líquidos.

A verdade é que, no nosso dia-a-dia, vamos perdendo água e sais minerais, quer através da respiração ou do suor. Essa perda é maior durante a prática de exercício físico.

Durante a prática desportiva, a taxa de transpiração é muito variável, sendo que pode oscilar entre um a dois litros de líquidos, por hora de exercício, dependendo do ritmo e da intensidade do treino.

A desidratação, como consequência de perdas de água através do suor, é responsável por várias alterações ao nível do funcionamento do organismo. É o caso do aumento da temperatura retal, da frequência cardíaca, da respiração, da concentração do sangue, e de dificuldades na circulação e da diminuição do volume do sangue.

Um corpo desidratado pode perder ainda metade da proteína corporal, por exemplo.

Caso a perda de água por desidratação atinja um valor elevado, pode-se assistir a um aumento da temperatura e consequentemente ao sobreaquecimento dos tecidos que, em casos muito extremos, poderá provocar um choque térmico.

Deste modo, é importante repor a água e os sais minerais antes, durante e depois de um treino. Quem aconselha é a American College of Sports Medicine.

Se os líquidos perdidos não forem repostos a desidratação e a fadiga precoce são inevitáveis.

Estudos mostram ainda que os repositores hidroeletrolíticos ou isotónicos são melhores que a água para manter a hidratação durante a prática desportiva, uma vez que possuem as quantidades adequadas de sais minerais, são de rápida absorção e, sendo constituídos por hidratos de carbono e sais minerais, ajudam a reabastecer os músculos e a acelerar a rehidratação, proporcionando uma recuperação mais rápida.

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No Reino Unido
Uma bactéria resistente até ao mais poderoso antibiótico foi detetada em três quintas de produção de animais no Reino Unido e...

A bactéria resistente à colistina - o mais poderoso de todos os antibióticos - foi detetada pela primeira vez em animais e seres humanos na China em novembro. Na altura, a comunidade médica britânica calculava que a bactéria demorasse cerca de três anos a chegar ao país, escreve a estação de televisão BBC.

Porém, segundo o Sapo, as expectativas dos cientistas saíram goradas. Depois da análise de material recolhido nos últimos três anos, foi encontrado este tipo de resistência em quinze casos de três quintas de produção de porcos no Reino Unido e também em sangue humano.

A notícia é revelada pela BBC.

As autoridades esclareceram que a ameaça para a saúde humana é reduzida, mas as investigações vão continuar para permitir aferir que tipo impacto a bactéria poderá ter na população.

O departamento de Saúde Pública de Inglaterra e a Agência de Saúde Animal e Vegetal começaram a estudar este tipo de bactérias em 2012.

O gene mcr-1 que dá à bactéria a resistência à colistina pode espalhar-se rapidamente entre espécies. Existe, por isso, o receio de que a resistência à colistina dê origem a super bactérias que tornem infeções aparentemente tratáveis impossíveis de eliminar.

Vacina experimental
Uma empresa norueguesa de biotecnologia que trabalha para criar uma vacina contra o vírus da imunodeficiência humana adquirida...

Atualmente, escreve o Sapo, os tratamentos antirretrovirais permitem controlar o vírus nos pacientes seropositivos, mas não conseguem desfazê-lo definitivamente.

O vírus da imunodeficiência humana adquirida (VIH) permanece alojado no corpo das pessoas submetidas aos tratamentos, sob a forma latente, mas volta logo que é interrompida a medicação.

Esta reserva viral - que até hoje nunca ninguém conseguiu eliminar definitivamente a longo prazo - é um dos maiores obstáculos na elaboração de um tratamento que permite garantir uma cura completa.

A experiência realizado pela Bionor na Universidade de Aarhus, na Dinamarca, em 20 pacientes seropositivos conseguiu, no entanto, desalojar o vírus inativo na reserva graças ao medicamento romidepsin, um anti-cancerígeno, e depois eliminá-lo parcialmente, escreve a agência France Presse.

Todos os doentes foram vacinados previamente com a Vacc-4x, um outro fármaco desenvolvido pela Bionor.

Após ativar o vírus, o que normalmente deveria acarretar a detenção do mesmo no sangue, a Vacc-4x eliminou células que o produzem levando-as a "um nível indetetável ou muito baixo no sangue em 15 dos 17 pacientes" que participaram no estudo, informou Jorgen Fischer Ravn, porta-voz da Bionor.

A estratégia de "ativar" o vírus inativo, expulsá-lo e eliminá-lo, conhecida em inglês como kick and kill, parece promissora, mas as experiências da Bionor ainda não foram validadas, nem publicadas por nenhuma revista científica de referência.

Com mais de 34 milhões de vítimas mortais em todo o mundo desde a sua deteção, o VIH, vírus causador da Sida, continua a ser um enorme problema de saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em 2014, 36,9 milhões de pessoas viviam com VIH em todo o mundo.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde garantiu que a falta de neurocirurgiões ao fim-de-semana nos hospitais de Lisboa, que levou à morte de um...

Adalberto Campos Fernandes, que falava durante uma visita ao Instituto Português de Oncologia, em Lisboa, a propósito da morte de um jovem de 29 anos no hospital de S. José por falta de assistência médica especializada, afirmou que o problema detetado não é apenas de falta de meios, mas sim de organização, e que a partir de agora estarão equipas completas de prevenção ao fim-de-semana para que o caso não se repita.

Explicando que pediu ao Hospital de S. José para apresentar até hoje um "relatório circunstancial dos factos" e que já foi igualmente pedida uma inspeção com carater de urgência à Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), o ministro reconheceu que os cortes financeiros no Serviço Nacional de Saúde "nalguns casos foram longe demais".

"Temos consciência de que nos últimos anos o país foi sujeito a constrangimentos financeiros em áreas que deveriam ter sido poupadas", acrescentou o ministro, lembrando que esta situação tem mais de dois anos.

O caso levou já à demissão do presidente da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, Cunha Ribeiro, e dos presidentes dos conselhos de administração dos centros hospitalares Lisboa Central e Norte.

Procuradoria-Geral da República
O Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP) está a investigar suspeitas de corrupção na Logística do Instituto...

O Jornal de Notícias revela que o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) terá omitido suspeitas de corrupção, depois de denúncias feitas ao anterior presidente, Paulo Campos, e que não foram participadas ao Ministério Publico, como obriga a lei.

A denúncia, que terá sido feita em julho, visava o ex-responsável da Logística e alertava para eventual corrupção na instituição.

De acordo com a notícia do Jornal de Notícias, o INEM manteve a informação internamente e só a 16 de setembro pediu uma auditoria externa à Logística e Sistemas de Informação para “detetar e analisar eventuais riscos de segurança da informação, de fraude e de corrupção”.

Fonte da Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de um inquérito relacionado com a notícia do Jornal de Notícias, adiantando que o mesmo se encontra em segredo de justiça.

De acordo com o Jornal de Notícias, o anterior presidente do INEM, Paulo Campos, declarou ter pedido uma auditoria externa, mas não explicou por que não participou o caso ao Ministério Público.

Em vez de participar as suspeitas às autoridades, depois de ter recebido a denúncia, Paulo Campos optou por desenvolver vários procedimentos, entre eles fazer reuniões “com os elementos envolvidos” para decidir o que fazer sobre os alegados factos.

Segundo o Jornal de Notícias, o relatório da auditoria foi apresentado ao INEM a 15 de outubro, dia em que Paulo Campos foi formalmente suspenso, e enviado depois à IGAS, para que esta realize uma “sindicância” se “assim o entender”, respondeu o Instituto, garantindo que agora vai “agir disciplinarmente” contra Patrício Ramalho.

Em causa está a eventual ligação de Patrício Ramalho, substituído no cargo há duas semanas, à Futurvida, uma empresa de transformação de veículos em ambulâncias fornecedora do INEM.

De acordo com a notícia, a ação será movida devido a “uma eventual prestação de serviços a outra entidade” acumulando funções sem autorização.

Tribunal de Coimbra
O Tribunal de Coimbra vai começar a julgar em janeiro quatro pessoas acusadas de engendrarem uma organização criminosa que...

O Ministério Público acusa uma ex-professora de Coimbra, um ex-médico de Pombal, um ex-militar e uma ex-bancária de criarem uma estrutura criminosa que desenvolvia atividade "desde 1998" na angariação de clientes, elaboração de relatórios médicos e emissão de atestados médicos fraudulentos com doenças de que os beneficiários não padeciam.

Os quatro são acusados de associação criminosa, 22 crimes de burla tributária na forma tentada, vários crimes de falsificação de documento e dois crimes de burla tributária na forma consumada. A ex-professora é ainda acusada de dois crimes de corrupção ativa.

Para além destes arguidos, está acusado um médico de Miranda do Corvo que terá participado num dos processos, um oficial de justiça de Pombal e o seu cunhado, por violação do segredo de justiça, uma ex-funcionária do Governo Civil e uma funcionária da Segurança Social (SS).

Estão ainda acusados de falsificação e de burla 21 presumíveis clientes da organização criminosa.

De acordo com a acusação, a ex-professora decidiu, juntamente com o ex-marido, organizar-se para que, "de forma reiterada e sucessiva", passasse "a tratar da obtenção de atestados médicos de incapacidade multiuso" para que interessados utilizassem para obter "pensões de reforma".

À ex-professora caberia o papel principal, "com poderes de chefia", atuando na angariação de interessados, marcação de exames e juntas médicas, e cobrança dos montantes combinados - normalmente entre os 1.500 e os 2.500 euros.

O médico, com clínica privada em Pombal, estava encarregue de elaborar os relatórios e atestados médicos referentes aos clientes angariados.

Já a ex-bancária estava responsável por elaborar informaticamente outros relatórios médicos falsos com o nome dos clientes angariados, utilizando relatórios originais, emitidos por diversas entidades do Serviço Nacional de Saúde em nome de outras pessoas.

A organização terá contado ainda com a ajuda de uma funcionária da SS, que, segundo o MP, usou o sistema informático desta estrutura para informar a ex-professora sobre o estado dos vários processos.

Na acusação do Ministério Público é ainda referido que há indícios de que um funcionário da Administração Regional de Saúde do Centro e de que pelo menos um médico relator da Segurança Social de Coimbra terão beneficiado os clientes desta organização.

Apesar de já haver matéria indiciária, o MP optou por melhor investigar o caso do médico relator, por haver a possibilidade de mais médicos terem sido corrompidos pela "organização criminosa".

Na acusação, é ainda referido um caso de violação do segredo de justiça.

De acordo com o MP, um oficial de justiça de Pombal, ao saber da possibilidade de buscas ao médico, de quem era amigo, terá pedido ao seu cunhado para que avisasse o clínico, de forma que este pudesse "eliminar todos os elementos comprometedores" - o que se veio a verificar.

Apesar de terem sido recuperados "alguns dos ficheiros apagados", o Ministério Público alerta que o arguido se terá desembaraçado de elementos incriminadores "antes das buscas e pesquisas informáticas, evitando assim que outros elementos fossem apreendidos pelas autoridades".

O começo do julgamento dos 30 arguidos está marcado para 19 de janeiro.

Estudo
Quase metade dos psiquiatras portugueses já ponderou o suicídio, um terço pensou mesmo numa forma de o fazer e 4,3% já tentaram...

O estudo “Comportamento suicidário nos internos de psiquiatria em Portugal: Comparação com a realidade europeia” foi coordenado pelo psiquiatra João Gama Marques e publicado na edição de setembro/outubro da revista Ata Médica Portuguesa.

A investigação resultou das respostas a um questionário enviado a todos os 159 médicos internos das especialidades de psiquiatra de adultos e de psiquiatria da infância e da adolescência em Portugal, dos quais 62 responderem (40,3%).

Segundo os resultados, 43,5% dos inquiridos já pensaram que seria melhor se morressem e 32,6% já ponderaram cometer o suicídio. Foram ainda identificados 4,3% de psiquiatras que tentaram suicidar-se.

“Em Portugal, os trabalhos que têm sido desenvolvidos sobre a ideação suicida em internos de psiquiatria têm evidenciado potenciais fatores como causas do desejo de morte nesta população. Entre esses fatores encontram-se a insatisfação com o internato complementar, com as condições de trabalho”, lê-se no estudo.

O artigo acrescenta que “os internos de psiquiatria lidam com pacientes com sintomas depressivos e comportamento suicidário na sua prática clínica, o que pode constituir um fator de stresse acrescido”.

João Gama Marques ressalva que essa pensamento suicida “pode ter acontecido ainda antes da entrada para o curso de medicina ou para a especialidade de psiquiatria”: “Não podemos estabelecer com segurança uma relação de causalidade”.

“Não sabemos se a ideação suicida foi causa ou consequência da escolha da carreira médica e\ou psiquiátrica. No entanto, sabemos que 4,3% dos inquiridos tentaram, de facto, o suicídio, e que essa tentativa foi realizada (em todos os casos) antes da entrada para a especialidade de psiquiatria”, disse.

Para João Gama Marques, é curioso que “nenhum dos inquiridos tenha admitido uma tentativa suicida após a entrada para a especialidade de psiquiatria, de onde se poderá especular algum efeito protetor”.

Questionado sobre os fatores específicos a que esta população está exposta, o médico esclareceu que alguns são “muito semelhantes aos que afetam os médicos internos de outras especialidades, nomeadamente excesso de carga horária, más condições de trabalho, insatisfação profissional, desilusão pessoal, que muitas vezes condicionam o aparecimento da chamada exaustão laboral (síndrome de burnout)”.

Gama Marques alerta para alguns estudos internacionais que têm revelado que os médicos estão de facto muito vulneráveis ao suicídio.

“Isto é particularmente preocupante para as médicas, que têm um risco de cometer suicídio muito superior às restantes mulheres da população. Esta realidade tem-se verificado noutros países, mas em Portugal ainda não há estudos que permitam fazer um diagnóstico rigoroso da situação”, disse.

Para o psiquiatra, “tendo em conta que a relação entre a síndrome de burnout, depressão e ideação ou comportamento suicida é sobejamente reconhecida a nível internacional, parece que de facto existem razões específicas” para um seguimento e avaliação destes casos pelas autoridades.

Sobre o impacto da carga laboral, o psiquiatra referiu que, além dos médicos, essa situação também acontece com enfermeiros. Os médicos internos estão particularmente vulneráveis, porque estando na base da pirâmide hierárquica, acabam por ter que assegurar uma série de tarefas clínicas: consultas, cirurgias, urgências ou enfermaria”.

Além disso, prosseguiu, e por estes profissionais “estarem numa fase inicial da carreira, têm também muito trabalho formativo, de vertente mais académica ou teórica: estudo constante, artigos científicos ou apresentações em congressos. Geralmente têm pouca qualidade de vida e podem desenvolver a síndrome de burnout, que só por si aumenta o risco de depressão e consequentemente o risco de ideação ou comportamento suicida”.

“Qualquer especialidade tem aspetos difíceis. Nunca é fácil ser-se médico. No fundo ‘deve ser duro’, tanto para um pedopsiquiatra, como para um oncologista, um cirurgião cardiotorácico ou um médico de medicina geral e familiar. Todos eles lidam com ‘realidades duras’, nomeadamente relacionadas com as mais variadas formas de sofrimento humano”.

Sobre eventuais formas de prevenção, o investigador disse que “o comportamento suicida em técnicos de saúde pode e deve ser prevenido, nomeadamente atacando os fatores de risco para a síndrome de burnout".

Cardeal-patriarca diz
O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que o trabalho de apoio social da Igreja é “silencioso”, não dá nas vistas e por isso ...

Manuel Clemente, em entrevista, disse que tem “constantemente” testemunhos deste trabalho que “nunca vem à ribalta nem nas paragonas” dos jornais.

O prelado lisboeta referiu o trabalho de religiosos e leigos junto “dos mais fracos”, das pessoas doentes, que precisam de cuidados, “tratar de expedientes que as pessoas não sabem tratar” ou das mães que não têm onde deixar os filhos, para irem trabalhar.

Um trabalho que “é muito difícil de contabilizar”, sublinhou, para referir em seguida: “daí eu utilizar a palavras inúmeras, pois é muito difícil de contabilizar. É muito importante, e estimulante encontrarmos estas situações no dia-a-dia, que geralmente não dão nas vistas, o que é uma boa marca, e não fazem as contas, o que também é uma boa marca”.

“São pessoas que estão por convicção e devo sublinhar com uma entrega, pessoas que se reformam e que em vez de ficar em casa” se tornam visitadores de hospitais ou de prisões, de pessoas que vivem sós, e que de forma espontânea ou organizada.

E “isto acontece constantemente”, acrescentou.

Para Manuel Clemente essa entrega “mostra que a proposta cristã não só tem uma atualidade permanente, mas agora reforçada, dadas as atuais circunstâncias", dizendo que está "constantemente a alertar as instituições civis para terem em conta essa espontaneidade social, para que não se trabalhe ao lado, e que tudo isto conviva numa ação comum e mais capaz”.

O prelado referiu também as diferentes instituições de cariz católico, centros sociais paroquiais ou as Misericórdias, que canonicamente são irmandades, e “a presença muito difundida de católicos em diversas instituições” laicas.

“Costumo dizer que, [esses católicos] são profissionais, mas isso não os dispensa de serem voluntários, pois vão muito além, em muitos casos, do que seria estritamente contratual, têm vontade de fazer o bem e a maneira como estão, mesmo sendo assalariados, é uma maneira que excede aquilo que ganham”.

Manuel Clemente chamou a atenção para instituições que não são católicas, mas geridas, maioritariamente, por católicos, e citou o Banco Alimentar Contra a Fome.

O cardeal defendeu uma “atitude humanitária, pois não seria cristão se fizesse o contrário”, e nesse sentido realçou que “o bem é o bem, e quem o faz, faz muito bem, e nós estamos com ele e ele connosco e estamos todos juntos”, mesmo que não seja católico ou professe outro credo religioso.

Refira-se que em fevereiro, na sua primeira catequese quaresmal, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, Manuel Clemente, citando o papa Francisco, exortou os católicos a “serem “ilhas de misericórdia no mar de indiferença” e a cumprir “o sonho missionário de chegar todos”.

Clemente frisou na altura que a Igreja de Lisboa está “em caminho sinodal para cumprir o sonho missionário de chegar a todos, tendo sublinhado: “sobretudo aos nossos concidadãos que mais precisam de ser sustentados e fortalecidos no corpo e no espírito”.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anunciou que pediu à administração do Centro Hospitalar de Lisboa Central e à Inspeção-Geral das...

Numa curta nota, o Ministério da Saúde informa que solicitou a abertura imediata de um inquérito às duas entidades na sequência das notícias hoje difundidas na comunicação social, referentes a um jovem de 29 anos que faleceu no dia 14 de dezembro no Hospital de São José, em Lisboa, por não haver um neurocirurgião para efetuar uma intervenção cirúrgica.

A decisão da tutela surge algumas horas depois dos presidentes da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), do Centro Hospitalar de Lisboa Central e do Centro Hospitalar Lisboa Norte se demitirem, na sequência desta morte, devido à falta de um neurocirurgião.

O jornal Correio da Manhã noticiou que David Duarte, de 29 anos, foi transferido de urgência para o Hospital de São José, devido a uma hemorragia cerebral resultante de um aneurisma, com indicação para ser operado de imediato, o que não aconteceu porque aquela unidade hospitalar não tinha um neurocirurgião disponível.

O presidente da ARSLVT, Luís Cunha Ribeiro, afirmou, durante o anúncio da sua demissão que "foram tomadas medidas" para que situações análogas não voltem a acontecer.

"A partir de agora, foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Hoje, doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino do que ocorreu há uma semana", declarou.

"Enquanto presidente da ARS e com responsabilidade em todos os hospitais [da ARS de Lisboa e Vale do Tejo] acabei de apresentar a minha demissão ao ministro da Saúde", disse a seguir, na curta declaração, explicando que não responderia a perguntas dos jornalistas por o caso estar a ser alvo de um inquérito.

Os presidentes dos centros hospitalares Lisboa Central e Lisboa Norte, que também se demitiram e estavam presentes, não fizeram qualquer declaração.

Cunha Ribeiro lamentou que, "nos últimos anos", não tivesse havido recursos humanos de forma a impedir a morte de pessoas por falta de assistência.

Após morte de doente
Os presidentes da ARSLVT, do centro Hospitalar de Lisboa Central e do Centro Hospitalar Lisboa Norte demitiram-se, na sequência...

A demissão dos responsáveis da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Cunha Ribeiro, do Centro Hospitalar Lisboa Central, Teresa Sustelo, e do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Carlos Martins, foi anunciada ontem ao princípio da noite no Ministério da Saúde, numa comunicação dos três responsáveis sem direito a perguntas dos jornalistas.

O jornal Correio da Manhã noticiou ontem que David Duarte, de 29 anos, foi transferido de urgência para o Hospital de São José, devido a uma hemorragia cerebral resultante de um aneurisma, com indicação para ser operado de imediato, mas não o foi porque aquela unidade hospitalar não tinha um neurocirurgião disponível.

Na comunicação, Luís Cunha Ribeiro adiantou que "foram tomadas medidas" para que situações análogas não voltem a acontecer.

"A partir de agora, foi autorizado que passe a haver resposta para situações deste género. Hoje, doentes em situações semelhantes não terão o mesmo destino do que ocorreu há uma semana", declarou.

Luís Cunha Ribeiro, que lamentou o ocorrido e endereçou condolências à família do jovem que morreu, disse que a ARSLVT solicitou ao conselho de administração do Centro Hospitalar Lisboa Central a instauração de um inquérito, o mesmo fazendo junto da Inspeção-Geral da Saúde.

"Enquanto presidente da ARS e com responsabilidade em todos os hospitais [da ARS de Lisboa e Vale do Tejo] acabei de apresentar a minha demissão ao ministro da Saúde", disse a seguir, na curta declaração, explicando que não responderia a perguntas dos jornalistas por o caso estar a ser alvo de um inquérito.

Os presidentes dos centros hospitalares Lisboa Central e Lisboa Norte, que também se demitiram e estavam presentes, não fizeram qualquer declaração.

Cunha Ribeiro lamentou que, "nos últimos anos", não tivesse havido recursos humanos de forma a impedir a morte de pessoas por falta de assistência.

OMS
A dengue, doença transmitida por mosquitos, com sintomas semelhantes aos da gripe e que pode, nos casos mais graves, levar à...

A informação é divulgada no mês em que a primeira vacina contra a doença, desenvolvida pela farmacêutica francesa Sanofi Pasteur, recebeu autorizações de comercialização para o México e para as Filipinas.

O vírus da dengue é transmitido aos seres humanos através de picadas de mosquitos nativos de África mas agora presentes em todas as áreas tropicais e subtropicais, bem como por mosquitos do Sudeste Asiático que já criaram colónias na Europa e na América do Norte, e a doença caracteriza-se por febre até 40 graus, dor de cabeça, náuseas, vómitos, dores musculares e articulares e erupção cutânea.

A perda de plasma e as hemorragias, presentes na forma grave da doença, podem causar a morte, tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertado que "a incidência da dengue tem aumentado dramaticamente em todo o mundo nas últimas décadas", pois até 1970 só nove países haviam tido epidemias de dengue grave, enquanto agora a doença é endémica em mais de 100 países na África, nas Américas, no Mediterrâneo Oriental, na Ásia e no Pacífico.

Uma incidência importante da dengue foi registada na Ilha da Madeira em 2012/2013, com a ocorrência de cerca de 2.000 casos, tendo a França sido atingida por casos esporádicos na metrópole e várias epidemias na Guiana e nas Antilhas Francesas, estimando a OMS que 3,9 mil milhões de pessoas em 128 países estejam "expostas" aos quatro tipos de vírus da dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o número de casos em todo o mundo multiplicou-se por 30 nos últimos cinquenta anos, tornando a dengue a doença viral transmitida por mosquitos que "mais depressa se espalha" pelo mundo.

De acordo com um estudo britânico, publicado na revista científica Nature em abril de 2013, existiam aproximadamente 390 milhões de pessoas a ser infetadas com dengue a cada ano, das quais 96 milhões acabavam por desenvolver a doença.

A OMS assinala que 500.000 pessoas adoecem com uma gravidade que exige hospitalização e, desse total, "cerca de 2,5% morrem".

Frequentemente designada de "gripe tropical" ou "pequeno paludismo", a dengue é uma infeção causada por um vírus da mesma família que o da febre-amarela e não tem tratamento específico, sendo a medicação destinada a contrariar a febre e a dor.

Diversas empresas farmacêuticas, como a norte-americana Merck, a japonesa Takeda e a britânica GSK, também estão na corrida para colocar no mercado a sua própria vacina contra a doença.

Na Colômbia
A Colômbia juntou-se ao grupo de países que autorizam o uso médico da canábis, com a publicação de um decreto presidencial, que...

“Hoje, a Colômbia deu um passo importante para se posicionar na vanguarda da luta contra as doenças e fazemo-lo através de um decreto que pretende aproveitar os benefícios da canábis para melhorar a vida das pessoas”, declarou o Presidente, Juan Manuel Santos.

O decreto “permite a concessão de licenças para a posse de sementes de canábis, de marijuana e a cultura desta planta para fins exclusivamente médicos e científicos”, adiantou, durante uma alocução televisiva, a partir do palácio presidencial Casa de Nariño, em Bogotá.

Santos quis também tranquilizar quanto à luta contra os estupefacientes ilegais.

“Autorizar o uso médico da canábis não vai contra os nossos compromissos internacionais em matéria de controlo de drogas”, disse.

O tráfico de drogas é um dos flagelos da Colômbia, principal produtor mundial da folha de coca, que também tem um uso médico, e de cocaína, segundo a Organização das Nações Unidas.

“A produção, a exportação, o comércio, bem como o uso médico e científico deste estupefaciente, e de outros, são permitidos desde há várias décadas na Colômbia, mas nunca tinha sido regulamentado. E é o que estamos a fazer agora”, acrescentou Santos, a propósito do decreto, redigido conjuntamente pelos Ministérios da Saúde, da Justiça e da Agricultura.

A utilização da marijuana com fins terapêuticos é autorizada na Colômbia desde 1986. Mas, sem regulamentação, “até aqui não era possível permitir a produção legal” em grande escala, disse à agência noticiosa AFP uma fonte do Ministério da Saúde.

Se já existem produtos terapêuticos à base de marijuana, designadamente para aliviar doentes que sofrem de epilepsia, só estão disponíveis em pequenas quantidades e em circuitos fechados.

A cultura está limitada a 20 pés e a posse a 20 gramas para um consumo estritamente privado, sendo proibidos o consumo e a comercialização.

Com o novo texto, a Colômbia junta-se aos outros países que, à semelhança do Uruguai, adotaram legislação que legaliza a canábis. Mais de 20 Estados dos EUA também já autorizam o uso médico da planta.

No Chile, o Congresso está a examinar o assunto e no México o debate sobre a despenalização da marijuana está muito aceso, depois de uma decisão neste sentido do Supremo Tribunal, em novembro.

Remédios caseiros
As hemorróidas podem ser dolorosas e incapacitantes, dependendo do nível da inflamação.

Banhos de assento, compressas e unguentos podem ser um tratamento alternativo e natural para as hemorróidas. Não se esqueça, no entanto, que uma dieta rica em fibras e a ingestão de líquidos são essenciais para combater o problema.

Os banhos de assento são remédios naturais utilizados para tratar ou aliviar alguns problemas como as hemorróidas. Para fazê-lo deve usar um bidé, ou uma bacia grande, e uma esponja macia para molhar a zona afetada ou, simplesmente, deixar-se ficar ali sentado.

1. Banho de assento de calêndula – coloque duas colheres de sopa de flores de calêndula secas em dois copos de água. Ferva durante cinco minutos e deixe a infusão arrefecer antes de fazer o banho de assento.

2. Banho de assento de cavalinha – faça uma infusão em que use cinco gramas de cavalinhas para cada 100 ml de água. Depois de arrefecer, lave a zona a tratar.

3. Banho de assento de camomila – prepare a infusão com um punhado de flores de camomila em três litros de água. Ferva e deixe repousar durante 10 minutos. De seguida filtre a infusão e misture com água morna. Faça um banho de assento durante 15 minutos, todos os dias até melhorar.

4. Banho de assento de castanha da índia – ferva, em dois litros de água, cinco colheres de sopa de castanha da índia em pó. Deixe repousar até estar morno. Faça, de seguida, o banho de assento durante 20 minutos. Repita este tratamento durante cinco dias.

5. Banho de assento de hamamélis, cipreste e alfazema – Em dois litros de água ferva uma colher de sopa de hamamélis, uma colher de sopa de cipreste, três gotas de óleo essencial de limão e três gotas de óleo essencial de alfazema. Deixe amornar e faça o banho durante 20 minutos. Pode repetir o tratamento entre três a quatro vezes por dia.

As compressas são uma forma de tratamento fisiológico que consiste em colocar sobre a zona lesionada um pano limpo humedecido com água ou algum medicamento. No caso das hemorróidas, as compressas têm como objetivo ajudar a aliviar a dor e a inflamação.

1. Compressa com folhas de amora silvestre – ferva em 50 ml de água cerca de 50 gramas de folhas frescas de amoreira. Coe e pique finamente as folhas. Faça a compressa com as folhas colocando-as num pano limpo e aplique-a sobre a zona a tratar durante 20 minutos.

2. Compressa de argila verde – misture a argila com água fria até obter uma pasta. Com a ajuda de uma gaze aplique na zona a tratar.

3. Compressa de hamamélis – para esta compressa basta amassar algumas folhas de hamamélis com um pilão e adicionar 30 ml de óleo mineral, até obter uma mistura homogénea. Deve aplicar-se com uma gaze e deixar atuar, na região a tratar, durante 30 minutos.

Para além dos banhos de assento ou as compressas, pode experimentar fazer um unguento de camomila e rosa. A camomila possui múltiplas propriedades curativas. É, entre outras, considerada calmante, anti-espasmódica e anti-inflamatória.

Para este unguento, coloque num jarro 250 ml de óleo de gérmen de trigo, 10 gramas de camomila em pó e as pétalas de duas rosas. Cozinha em lume brando durante uma hora. Coe utilizando uma gaze. De seguida misture no preparado 20 gramas de cera de abelha e 20 gramas de lanolina. Guarde num frasco esterilizado e aplique, depois de frio, sobre as hemorróidas, todos os dias até aliviar os sintomas. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Hidratação é essencial
Manter a hidratação é essencial para o bom funcionamento do organismo.
Várias frutas e legumes

Ainda que não substituam a água na sua função, há alimentos que, pela sua composição, o ajudam a manter-se hidratado. Por isso, tome nota da lista que fizemos para si!

1. Cenoura – composta por 88% de água e rica em vitamina A, C, do complexo B e magnésio, possui propriedades anti-inflamatórias. O seu consumo regular, para além de dar uma ajuda em matéria de hidratação, previne doenças cardíacas, reduz os níveis de colesterol e ajuda a eliminar as toxinas, graças à vitamina A.

2. Alface – constituída por 96de água, além de hidratar, ajuda ainda a reduzir o mau colesterol no sangue e fornece uma boa quantidade de antioxidantes que combatem os radicais livres.

3. Espinafre – com 92% de água na sua composição, o espinafre é rico em nutrientes que são benéficos para o coração, uma vez que ajuda a prevenir doenças cardíacas, controla a pressão arterial e diminui o risco de AVC.  É rico em potássio, cálcio e vitamina A.

4. Repolho – composto por 93% de água, este alimento é rico em potássio. Além de ser uma excelente fonte de vitamina A, C, e B6, ele ajuda a combater os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce.

5. Tomate – marcando presença na maioria dos pratos, 100 gramas de tomate contém cerca 94% de água e apenas 20 calorias. Oferece nutrientes como o potássio, fósforo, vitamina A e vitamina C que ajuda a fortalecer o sistema imunitário e a prevenir doenças e envelhecimento precoce.

6. Curgete – constituída por 95% de água, é rica em vitamina B3 que ajuda na manutenção dos níveis de colesterol. Aconselha-se a que seja ingerida crua, fatiada ou ralada na salada, uma vez que quando cozinhada perde grande parte da água que a constitui.

7. Pepino – 100 gramas de pepino possui 17 calorias e é composto por 96%de água. Para além de possuir fibras importantes para o bom funcionamento do intestino, é ainda constituído por potássio – aliado na luta contra a hipertensão – e vitamina C.

8. Abóbora – tem cerca de 86% de água. É rica em fósforo, fibras e potássio, auxiliando os batimentos cardíacos e o bom funcionamento dos músculos.

9. Agrião – cru contém cerca de 93% de água, além de potássio, vitamina C, fósforo e cálcio essencial para a saúde dos ossos.

10. Framboesas – ricas em antioxidantes são ainda excelentes na hidratação. 100 gramas desta fruta contém 87% de água e 57 calorias. Ajuda ainda a reduzir os sintomas da menstruação, como as cólicas ou alterações de humor.

11. Pêssego – um pêssego médio é constituído por 89% de água. Rico em vitamina A  ajuda também na prevenção de problemas relacionados com a visão e a pele.

12. Arroz integral – cozido apresenta cerca de 70% de água. Para além de ser rico em fibras, zinco, potássio, fósforo e vitaminas do complexo B. Ajuda a regular o sistema digestivo, os níveis de açúcar no sangue e auxilia a perda de peso uma vez que o mantém saciado durante mais tempo.

13. Feijão – Com 80% de água, é fonte de proteínas essenciais para a saúde do corpo, cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio e zinco. É um alimento amigo do coração e, como é rico em fibras, ajuda no bom funcionamento do intestino.

Agora que já sabe com que alimentos pode contar para se hidratar, use e abuse deles no prato.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Enfermeiros que nas mãos têm remédio para a dor oncológica
Maria Lisete perdeu os dois seios, mas o mal continuou a alastrar.

Em 2005 começaram a praticar a massagem terapêutica para aliviar colegas das dores do corpo e da alma geradas por um quotidiano de chumbo a melhorar vidas desoladas.

A massagem resultava em colegas. Porque não com ela amansar as dores oncológicas, a dor emocional e a dor da doença? O sucesso chegou, nos resultados sentidos pelos pacientes. O toque, o movimento e a pressão de mãos sabedoras conseguiam iludir as fortíssimas dores resultantes da doença, que até potentes fármacos não conseguiam dissipar.

Maria Lisete e Maria Albertina recuperaram a alegria de viver
Maria Lisete e Maria Albertina recuperaram a alegria de viver, e de estar com os outros, graças a esse tratamento não farmacológico de alívio da dor. No seu infortúnio sentem-se hoje bafejadas pela fortuna, por terem sido integradas em programas dessas terapias. 

No início eram poucas enfermeiras e enfermeiros. Hoje já chegam à dezena. De projeto experimental, em 2011 passou a Grupo de Terapias Não Farmacológicas da Unidade da Dor. Os resultados paulatinamente aferidos, e os testemunhos e evidências dos doentes, foram confirmando que consorciando-se as duas terapias, a farmacológica e a não farmacológica, o alívio da dor atinge níveis não antes alcançáveis.

Atualmente o grupo de dez enfermeiros consegue atender cinco doentes em cada um dos dois dias da semana que lhes estão reservados, a terça e quarta-feira. A expetativa é aumentar, paulatinamente. É já prática terapêutica consolidada no Instituto Português de Oncologia de Coimbra, a única instituição pública de saúde do país que a integrou entre os serviços que presta à comunidade.

"O intuito é alargar. O benefício tem sido muito grande e o feedback muito positivo com os nossos doentes. Quero crer que dentro de algum tempo isso seja possível, e alargado aos cinco dias da semana", revela a enfermeira Dulce Helena, Chefe do Serviço de Cirurgia do IPO e coordenadora do grupo.

O conhecimento dos seus benefícios tem feito crescer a procura por doentes, e o número de pacientes encaminhados pelos médicos tem também aumentado, mas muitas vezes não é possível integra-los nos programas de 8 semanas pré-estabelecidos para cada um.

Maria Albertina há 14 anos é adepta das denominadas medicinas complementares, mas desde que está integrada neste programa de terapias não farmacológicas não tem dúvidas de que elas deveriam fazer parte dos cuidados oferecidos em todos os hospitais e centros de saúde.

"Dão-nos uma força interior que não sabemos onde vamos buscar"
"Realmente acalmam-nos. Dão-nos uma força interior que não sabemos onde vamos buscar. Estou sempre bem comigo mesmo. Deram-me essa possibilidade e achei fantástico, e tenho usufruído dela com alma e coração, e tem-me feito muito bem", afirma. Teve conhecimento dessa via de alívio da dor numa altura em que andava a receber radioterapia.

 

Maria Lisete teve cancro da mama. Em 2007 realizou a mastectomia à direita, e em 2008 à esquerda. Em 2009 teve "a sorte" de ser remetida à Consulta da Dor, numa altura de "dores terríveis" que não cediam com nenhum dos medicamentos prescritos.

"Realmente, estar doente é muito mau, mas ter dor é muito pior. Dor que não cede a nada, dor que martiriza, dor que desgasta e nos tira até um bocado de dignidade, porque é brutal. A luz no meu caminho foi a Consulta da Dor. Não só a medicação da dor, mas o acompanhamento terapêutico da dor sob a forma de massagem, com mãos mágicas, solícitas, tranquilas, que apaziguavam as dores da alma e as dores do corpo", explica.

Ao olhar para trás, Maria Lisete afirma que isso foi o que a "salvou verdadeiramente", pois ajudou-a a cuidar de si, a reativar um papel na família, a lidar com o medo, a recuperar a autoestima, a mobilidade, a maneira de estar positiva na vida perante as adversidades.

"Os enfermeiros dão-nos tudo. Dão-nos o amor, o carinho. Ao fazerem-nos as massagens transmitem-nos aquilo que pensam. Isso é muito importante, porque nos transmitem confiança", observa Maria Albertina.

Doente quer oferecer Euromilhões para melhorar instalações
Ciente dos benefícios, Maria Lisete não se conforma que o IPO de Coimbra ainda não tenha conseguido encontrar instalações mais amplas para mais doentes poderem beneficiar das massagens e demais terapias não farmacológicas. Até já fez a promessa de doar uma parte do prémio do Euromilhões, se lhe sair.

Revela que o bem-estar, a ausência de dor após as sessões é de tal ordem que dá para esquecer que se padece de doença oncológica.

"Eu costumava dizer: eu saio daqui com menos 20 anos e menos 20 quilos, porque saio nas nuvens, sem dor nenhuma. Parece incrível! Até a mim me parecia incrível, mas é a verdade. Dor zero, mobilidade toda. Claro que passados alguns dias a coisa vai e vem, mas nunca mais tive aquele quadro de dor, nem o quadro de atrofiamento psicológico à conta da dor", acentua.


Entre os serviços que o grupo oferece encontram-se a massagem, nas suas várias vertentes, a aromoterapia, a reflexologia, a aplicação de calor e frio e o relaxamento.

Quando um doente é encaminhado para o grupo de enfermeiros das terapias não farmacológicas de alívio da dor, este é avaliado sobre a sua adequação a elas, e depois elaborado um plano individual de tratamento. Na primeira sessão recebe os ensinos indicados para o seu caso, se possível em conjunto com membros da família.

Personalização dos cuidados
"Personalizamos os cuidados de enfermagem. Os doentes são únicos e os diagnósticos acabam por ser únicos, adaptados à pessoa", afirma a enfermeira Cristina Costeira, que integra o grupo há quatro anos.

O sucesso destas terapias no IPO, segundo a coordenadora do grupo, enfermeira Dulce Helena, muito se deve à preocupação que os enfermeiros têm tido em se atualizar, em investigar e produzir ciência.

Entre eles há quem se tenha já doutorado nessa área, outros já produziram trabalhos de mestrado. Esse esforço proporcionou ao grupo em 2013 a atribuição do Prémio Prof. Luís Raposo.

"Quando os doentes dizem ter uma dor de grau 6 ou 7, muito grande mesmo, e após a sessão e quando vêm à sessão seguinte com uma dor zero, não há nenhum cuidado de enfermagem que não valha a pena quando nós temos esta mais-valia do doente", acentua a enfermeira-chefe Dulce Helena.


As enfermeiras Cristina França e Ana Lúcia Morais e o enfermeiro Sérgio Santiago foram os pioneiros na criação deste grupo, há 10 anos, que foi crescendo, melhorando e ampliando a capacidade de resposta aos utentes. Além dos três, o Grupo de Terapias Não Farmacológicas integra agora as enfermeiras Anabela Nunes, Célia Moita, Carla Rato, Cristina Costeira, Raquel Nogueira, Dulce Helena e Mónica Duarte.

10 anos de Terapias não Farmacológicas

Enfermeira Diretora Soledade Neves

O IPO de Coimbra como instituição de referência em oncologia na Região Centro e no País, assenta num modelo de organização da sua atividade assistencial orientado para a Pessoa, numa abordagem multidisciplinar e multiprofissional da Pessoa com cancro. Esta abordagem, consubstancia-se numa equipa de colaboradores fortemente empenhada que exerce a sua atividade num permanente exercício de melhoria contínua da qualidade dos cuidados que presta.

Foi com base nestes pressupostos que sempre acreditámos que a massagem terapêutica acrescentaria valor aos cuidados de saúde a prestar ao doente com dor crónica.

Nem todos os doentes com cancro têm dor, mas no doente com dor, é ele o único juiz da sua dor e só a ele cabe avaliar a sua intensidade e o seu desconforto. Há múltiplos fatores que afetam o limiar da dor, e para alguns doentes com dor crónica oncológica a complementaridade de terapêuticas farmacológicas e terapêuticas não farmacológicas traduz-se num melhor controlo da dor do doente.

Ao longo dos 10 dez anos de atividade profissional, a equipa da Unidade da Dor, na qual se inclui o Grupo de Enfermeiros da Massagem Terapêutica, tem realizada a avaliação do trabalho desenvolvido, sendo esta avaliação muito positiva. Assim projetamos, logo que estejam reunidas as condições quer ao nível dos recursos humanos quer de espaço, aumentar a disponibilidade desta terapêutica para mais dias da semana.

Aumento da procura das terapias

Enfermeira Chefe Dulce Helena

Após concretização dos 10 anos de implementação de terapias não farmacológicas, a equipa tem-se defrontado com incitações desafiantes como sejam o aumento da procura destes cuidados de enfermagem, pelos doentes com dor, que gradualmente vão reconhecendo os benefícios destas terapias. Este facto tem fomentado nos elementos do grupo uma preocupação por atualização técnico-científica de forma a garantir segurança e qualidade de prestação de cuidados.

O reconhecimento nacional destas práticas tem contribuído para o aumento de solicitações a nível formativo e de troca de experiências de Enfermeiros de outras Instituições de Saúde, para tentarem reproduzir este modelo de complementaridade de cuidados, nas suas organizações.

O grupo reconhece que, apos 10 anos, o maior desafio que enfrenta é o aumento da oferta destes cuidados, de forma a garantir equidade dos mesmos, para todos os doentes nas mesmas condições e com as mesmas necessidades.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Feridos ligeiros
Durante o ano de 2014, mais de 39 mil portugueses ficaram feridos na sequência de acidentes de viação. Os números, que incluem...

Já ouviu falar de chicote cervical? É, muitas vezes, associado a colisões de menor importância e aos chamados “feridos ligeiros”, podendo chegar a atingir quase 30% dos sinistrados. “O nome é dado ao processo mecânico de hiperflexão e hiperextensão bifásicas. O que acontece é uma compressão dos músculos do pescoço de um lado, enquanto se distendem do oposto, voltando de imediato à sua posição inicial, tal como quando agitamos um chicote”, explica o cirurgião ortopédico Luís Teixeira

Frases como “senti um embate na parte de trás do carro”, “travei de repente” ou “foi só o susto” estão geralmente associadas a este mesmo quadro. “Quando o pescoço volta ao normal, a pessoa tem a sensação de que nada aconteceu. Sentiu o impacto, pode até ficar dorida, mas a consequência julga-se sempre passageira. É exatamente aqui que ocorre o erro”, continua o especialista.

O “chicote cervical” é frequente não só em quem conduz, mas também nas restantes pessoas dentro do veículo, causado por qualquer embate. Mais uma vez, os mais novos estão sujeitos a maiores consequências. “Nas crianças, a desproporção entre cabeça e tronco é mais forte, pelo que os danos nas estruturas que compõem o pescoço, tanto na musculatura como em alguma vértebra que pode fraturar por esmagamento, podem passar com maior facilidade da simples entorse a quadros clínicos mais graves”, refere Luis Teixeira.

No entanto, e mesmo quando falamos de entorse, a recuperação é lenta pela imobilização que exige. “Nos quadros clínicos mais simples, falamos de dor muscular e de alguma rigidez na zona afetada, explicada pelo nosso próprio organismo que tenta mantê-la o mais imóvel possível, de forma a controlar os danos. Mas não devemos, nem podemos minimizar este tipo de consequências, até porque a sua deteção nem sempre é fácil – a própria pessoa afetada desvaloriza e deixa o tempo passar”. Explica o também presidente da associação Spine Matters – Proteja a sua coluna.

Dores de cabeça, tonturas, desequilíbrio, náuseas, formigueiro nos braços e mesmo mudanças de humor face à frustração da permanência dos sintomas, aparentemente sem explicação, são outros dos resultados a esperar, chegando a permanecer meses e com impacto direto nas esferas laboral e social.

Como minimizar os danos para a coluna nos acidentes de carro?
Embora fatores como a embriaguez, a velocidade, as condições do piso e atmosféricas, a carga do carro, o tipo de pneus e vários outros possam ser determinantes no momento do acidente, há comportamentos que todos podemos adotar de forma a tentar minimizar, ao máximo, os riscos. Tome nota:

1. Sentar de forma correta: conduzir só com um braço leva a que haja uma maior tendência para inclinar o corpo. Por outro lado, os outros passageiros, que tentam encontrar uma posição mais confortável, por exemplo para dormir, acabam por fazer o mesmo. Estar com a cabeça deitada e o corpo contorcido no momento do embate é grave.

2. Postura correta: a coluna deve estar totalmente apoiada no banco, com as pernas e braços levemente flexionados. Deve segurar o volante com as duas mãos.

3. A parte superior do corpo deve estar inclinada para trás até formar, aproximadamente, 110 em relação à parte inferior do corpo uma vez que se o banco do condutor estiver muito deitado, ele ficará mais vulnerável caso exista uma colisão. "O condutor deve estar na posição correta para que o encosto de cabeça absorva o impacto causado pelo efeito chicote." destaca Luís Teixeira.

4. Fazer pausas a cada duas horas e alongar o corpo: válido para todas as viagens longas mas também para quem trabalha sentado o dia todo – a possibilidade de hérnia discal é maior, pela sobrecarga lombar.

VIII Encontro Ibérico de Enfermagem
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros e o Colegio Oficial de Enfermería de Cáceres re

Atlas da Saúde (AS): Caraterize a organização regional e suas atribuições.

Dra. Raquel Rodríguez Llanos (RRL): O Colegio Oficial de Enfermería de Cáceres renovou, há um ano, a sua Direção, com a entrada de uma nova equipa de profissionais: enfermeiras e enfermeiros que representam toda a província de Cáceres, com experiência nos âmbitos da assistência, gestão, docência e investigação.

A nossa missão é transformar o Colegio, modernizá-lo e fortalecê-lo. Queremos que a nossa instituição, que representa 2300 profissionais, avance e seja uma referência de prestígio reconhecido na nossa comunidade. Zelaremos para que o exercício profissional, em qualquer âmbito e especialidade, seja ético e moral, com o objetivo de promover cuidados de enfermagem de qualidade.

Para esta nova Direção, a nossa profissão é a nossa razão de ser, e os cuidados prestados à comunidade e às pessoas são o mais importante.

O nosso projeto baseia-se na garantia da transparência na gestão, bem como na melhoria do acesso aos serviços e recursos do Colegio. Queremos que a Ordem chegue a toda a classe profissional, e não ao contrário. Temos previsto iniciativas na formação, na investigação e no desenvolvimento profissional. Pretendemos fomentar o envolvimento dos associados, a igualdade de oportunidades e, ainda, incorporar a perspetiva de género em todas as iniciativas do Colegio.

Ao mesmo tempo, queremos colaborar com a administração e os organismos públicos e, no exercício das suas competências, sem esquecer a defesa da profissão face ao exercício não autorizado, a segurança e o desenvolvimento da atividade laboral. Por isso, para cumprir as expectativas do Colegio, enquanto Presidente rodeei-me de pessoas da minha máxima confiança; uma boa equipa de profissionais que reúnem formação e experiência nos diferentes âmbitos da Enfermagem.

AS: Prescrição por enfermeiros? O que está consagrado na lei, e qual a prática?

RRL: O Conselho de Ministros espanhol aprovou, a 23 de outubro, o Real Decreto de Prescripción Enfermera. Para a Mesa da Profissão de Enfermagem, formada pelo Conselho Geral de Enfermagem de Espanha e o sindicato SATSE, trata-se “de um texto que pressupõe uma traição sem precedentes na história da democracia: à última hora, às escondidas e com perfídia, e sem consultar os profissionais de Enfermagem, e que deixa numa situação pior tanto os profissionais como os pacientes”, como afirmam.

Para a Mesa Profissional, o problema radica no facto de, no caso dos medicamentos sujeitos a prescrição médica, o novo texto estabelecer que será necessário que o médico “tenha determinado previamente o diagnóstico, a prescrição e o protocolo ou plano de tratamento clínico e de assistência a seguir” por parte do enfermeiro. “Esta situação impede expressamente qualquer atuação ou decisão por parte do enfermeiro, relacionada com estes medicamentos, quando esta não for acompanhada de uma prescrição médica realizada de forma oficial, de caráter individual, nominal para cada doente, e na qual se especifique claramente qual o ato de enfermagem que é objeto de atenção”.

Isto afeta em grande medida a atividade assistencial dos enfermeiros, uma vez que o Real decreto fala expressamente do “uso” dos medicamentos. Não é sem fundamento que em todos os âmbitos nos quais os enfermeiros desenvolvem o seu trabalho, seja em hospitais, cuidados primários, instituições penitenciárias, ambulâncias, lares, serviços de saúde do trabalho, etc., a prescrição por enfermeiros é uma ferramenta fundamental para garantir a continuidade dos cuidados e agilizar a tomada de decisões relativas aos processos de saúde do doente, aspetos esses que têm um efeito imediato na otimização e coordenação dos recursos do sistema nacional de saúde espanhol e na segurança do doente.

Exemplos de atuação não cobertos pelo Real Decreto

Hoje em dia, os enfermeiros e as enfermeiras prescrevem medicamentos sujeitos a receita médica, seguindo protocolos e guias de prática clínica, ou seja, sem o diagnóstico nem a prescrição prévia do médico, uma vez que se trata de situações que fazem parte do exercício profissional da enfermeira. Refiram-se alguns exemplos:

1. Ao administrar uma vacina após uma avaliação clínica. Este exemplo é aplicável tanto a vacinas pediátricas (difteria, tosse convulsa, tétano, hepatite B, etc.) como a vacinas para adultos (gripe, tétano e difteria, meningococo C, vacinas de viajante...).

2. As parteiras, ao assistirem a um parto de forma autónoma, prescrevem diversos medicamentos, por exemplo, administram oxitocina à parturiente, à chegada ao hospital.

3. Quando utilizam pomadas – às vezes com antibióticos – ou pensos medicamentosos para tratar feridas, queimaduras ou úlceras de pressão.

4. Quando regulam a medicação de doentes crónicos em consultas de enfermagem, por exemplo, no caso de doentes diabéticos ou a receberem tratamento anticoagulante.

5. No caso do apoio a equipas de emergência (frequentemente sem médico) ou em unidades de cuidados críticos, nas quais o tempo de reação é crucial para salvar vidas. Aí surgem situações nas quais a vida do paciente depende da decisão imediata da enfermeira.

6. Nos hospitais, quando as enfermeiras administram heparina – um medicamento sujeito a receita médica – para evitar a coagulação do sangue.

7. Em todos os serviços que não tenham médico em permanência: empresas, escolas, ambulâncias, forças militares...

Para a Mesa, “o texto final do Real Decreto de Prescripción Enfermera vai contra os interesses dos doentes, a realidade na Saúde e o senso comum”.

AS: Qual a perceção que tem da enfermagem em Portugal, comparativamente à portuguesa, na formação, enquadramento nos sistemas de saúde e reconhecimento social?

RRL: Nós, que nos dedicamos a esta querida profissão de enfermeiro/a, sabemos que a nossa atividade se fundamenta nos cuidados e que todo o conceito de cuidados se insere num sistema de crenças e de valores, que estão influenciados por um conjunto de fatores sociais, culturais, económicos e políticos.

Portugal e Espanha são dois países que, além de estarem unidos geograficamente, têm muitas coisas em comum, e uma delas é a Enfermagem, uma das profissões mais procuradas a nível mundial.

É sobejamente conhecido o elevado nível de formação que os nossos alunos têm, nos dois países, desempenhando a sua profissão fora das nossas fronteiras. Esta situação reflete-se nos Encontros Ibéricos de Enfermagem, celebrados, de dois em dois anos, pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros e pelo Colegio de Enfermaría de Cáceres, cuja VIII edição se realizou recentemente.

A Enfermagem Portuguesa e Espanhola reúnem-se para a partilha de experiências, o intercâmbio de conhecimento, assegurando o cumprimento da principal missão da nossa profissão: proteger a saúde da população e garantir a segurança dos doentes através de uma prática profissional ética, autónoma e competente, em qualquer contexto de assistência e especialidade.

Desta forma, contribuímos para reforçar e manter os sistemas de saúde públicos espanhol e português, mas, sobretudo, para proteger, prevenir e cuidar das duas comunidades. Associarmo-nos entre profissionais dos dois países dá-nos um sentido de identidade e prestígio, promovendo a formação, a investigação e a participação para satisfazer as necessidades de cuidados que a sociedade requere e para cumprir as expetativas profissionais de enfermeiras e enfermeiros.

Nota Biográfica
Nascida na província de Cáceres, onde estudou Enfermagem e tem desenvolvido a sua atividade profissional. Realizou, na Universidade da Extremadura, a sua tese de doutoramento “Personal de Enfermería y Absentismo Laboral en el Servicio Extremeño de Salud. Análisis desde la Perspectiva de Género”, tendo obtido a classificação “Sobresaliente ‘Cum Laude’”.
Atualmente, tem a seu cargo o atendimento ao utente da área da Saúde de Cáceres - Servicio Extremeño de Salud. Representa a Enfermagem em Cáceres, mas também no âmbito regional e nacional, com capacidades demonstradas através de toda a sua atividade profissional, quer na assistência, quer na docência, investigação e gestão. Nos vários cargos desempenhados até à data, destaque-se o empenho em prol do exercício da Enfermagem em condições dignas e justas, o direito universal à saúde pública, universal e gratuita para a população em geral, bem como a sustentabilidade e excelência do sistema de saúde pública.

 

Atlas da Saúde (AS): Caraterize a organização regional e suas atribuições.

Enfª Isabel de Jesus Oliveira (IJO): A Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros abrange seis distritos – Coimbra, Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Tem atualmente 14580 enfermeiros inscritos.

A principal atribuição da Secção é o Acompanhamento do Exercício Profissional, promover o desenvolvimento profissional dos seus membros e zelar pela qualidade e segurança dos cuidados de enfermagem que são prestados à população da região centro. Nos últimos quatro anos fizemos mais de 230 Visitas de Acompanhamento, o que significa que chegámos diretamente a mais de 5000 enfermeiros. Essencialmente avaliamos as condições para o exercício da profissão, as condições para o desenvolvimento profissional e outros aspetos relacionados com a qualidade e a segurança dos cuidados de enfermagem prestados. No âmbito do desenvolvimento da profissão realizámos duas dezenas de cursos para enfermeiros em diversas áreas. Lançámos o Concurso Cuidar para premiar projetos de enfermeiros de melhoria dos cuidados prestados. No fundo é um concurso de benchmarking de boas práticas, e que visa estimular e promover o desenvolvimento profissional dos enfermeiros na Região Centro de Portugal. Cumprimos igualmente a nossa função de promoção do papel do enfermeiro na comunidade, fazendo chegar à população da região centro o que os enfermeiros fazem, através da revista Enfermagem e o Cidadão.

AS: Prescrição por enfermeiros? O que está consagrado na lei, e qual a prática?

IJO: Através de lei já temos a prescrição consagrada para os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrica. Na prática, sabemos que a prescrição formal por enfermeiros ainda não é possível, mas que é necessária. Quando falamos em prescrição por enfermeiros não falamos da substituição de outros profissionais. Falamos da prescrição que é decorrente daquilo que são as atividades próprias dos enfermeiros. Quando falamos da prescrição não falamos apenas da prescrição de fármacos, ou seja, de prescrição medicamentosa. Falamos, por exemplo, da prescrição ao nível das ajudas técnicas, de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, que servirão de suporte à tomada de decisão dos enfermeiros e à prestação de cuidados. Muita desta prescrição, hoje em dia, já é feita informalmente pelos próprios enfermeiros, mas ainda não temos mecanismos legais ao nosso dispor, nem estão criados os mecanismos formais para que se possa passar efetivamente à prescrição.

A prescrição continua a ser um assunto de difícil discussão dentro da própria profissão, mas penso que se os enfermeiros olharem para a prescrição como coadjuvante à sua prática, e não no sentido de substituição de outros profissionais - que não é esse o objetivo - certamente verão as mais-valias, fundamentalmente para os cidadãos. O maior beneficiário da prescrição por enfermeiros é o cidadão.

AS: Qual a perceção que tem da enfermagem em Espanha, comparativamente à portuguesa, na formação, enquadramento nos sistemas de saúde e reconhecimento social?

IJO: Pelos contactos que temos tido com os colegas espanhóis, constatamos que eles vivenciam mais ou menos os mesmos problemas que nós. São a falta de reconhecimento do ponto de vista político por parte das organizações de saúde e governantes e a falta de reconhecimento e valorização do papel dos enfermeiros e do inestimável contributo que trazem para a saúde das populações. Isto levanta desafios que são comuns às profissões nos dois países. No fundo é conseguir dar voz e representatividade à enfermagem, e conseguirmos efetivamente demonstrar a mais-valia que é apostar em cuidados de enfermagem e apostar nos enfermeiros.

Nota Biográfica
Isabel de Jesus Oliveira exerce a profissão de Enfermagem desde 1996, em instituições de Coimbra, Viseu e Aveiro.
É detentora de Licenciatura de Enfermagem, Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem de Reabilitação e da Pós-Graduação em Administração e Gestão de Serviços de Saúde.
Participou em ações de formação profissional em Portugal, Finlândia e Suíça.
Desde janeiro de 2012 é Presidente do Conselho Diretivo Regional da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros.
Exerce atividade executiva e política no âmbito da regulação profissional, é Diretora da revista Enfermagem e o Cidadão, Coordenadora do Grupo de Trabalho da Ordem dos Enfermeiros “Enfermagem do Trabalho”, integra o Grupo de Acompanhamento das Experiências Piloto do Enfermeiro de Família (Despacho n.º 12425-A/2014), o Grupo Técnico previsto no Despacho n.º 15647/2014, de 29 de dezembro (processo de contratualização dos Cuidados de Saúde Primários) e o Conselho Científico da Unidade de Farmacovigilância do Centro.
É autora de diversos artigos técnicos e políticos na área da enfermagem, e de comunicações em colóquios, congressos e seminários.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Administração Central de Sistemas de Saúde
Os 114 médicos internos sem vaga para formação da especialidade vão continuar a sua formação no Serviço Nacional de Saúde e...

Rui Ivo falava durante uma audição na Comissão Parlamentar da Saúde sobre o concurso de internato médico para 2015, a pedido do PCP, durante a qual apresentou os vários passos que caracterizaram o concurso deste ano.

Questionado pela deputada Carla Cruz (PCP) sobre a forma como o processo decorreu – deixando de fora 114 médicos, que não obtiveram vaga para a sua formação de especialidade - o dirigente do Ministério da Saúde sublinhou o esforço dos últimos meses, no sentido de “procurar vagas suficientes”.

Para o próximo internato, foram colocadas a concurso 1.569 vagas e mobilizados para o processo de escolhas 1.707 candidatos, o que representa um défice de 138 vagas, tendo ficado sem colocação 114 internos.

O processo ficou concluído no início de dezembro, tendo ficado colocados 1.569 internos que, segundo Rui Ivo, não apresentaram reclamações.

Em relação aos médicos sem colocação, o presidente da Administração Central de Sistemas de Saúde (ACSS) revelou que “está em fase adiantada de preparação” um projeto de despacho que “assegurará a manutenção destes médicos no sistema”.

Estes médicos irão assegurar a prestação de cuidados no Serviço Nacional de Saúde (SNS), nomeadamente “nos locais onde exista necessidade”, os quais já foram identificados.

Rui Ivo disse ainda que está igualmente prevista a possibilidade destes internos poderem vir a apresentar-se de novo à escolha de vagas num futuro concurso.

Estudo
Num estudo que decorreu durante 10 anos, as pessoas que beberam café de forma regular mostraram-se menos propensas a morrer de...

Quanto mais cafés os participantes consumiram, menor foi o risco de morte, concluiu o estudo publicado no American Journal of Epidemiology. O estudo, segundo o Sapo, mostrou resultados semelhantes para quem consumia descafeinado regularmente.

"O café contém numerosos compostos biológicos ativos, e ácidos fenólicos, potássio, cafeína", comenta a autora do artigo Erikka Loftfied do Instituto Nacional de Cancro, em Rockyville, Maryland, Estados Unidos.

Muitos outros estudos já tinham associado o consumo de café a um menor risco de mortalidade geral e mortalidade por doença coronária, acrescenta ainda a autora, escreve a agência de notícias Reuters.

No estudo em causa, os investigadores recolheram dados de 90.317 adultos, sem história clínica de cancro ou doença coronária, que foram seguidos entre 1998 e 2009. Os investigadores controlaram o consumo de café assim como a dieta e os hábitos de saúde dos participantes.

Em 2009, cerca de 8.700 dos participantes tinham morrido ao longo do estudo. Depois de contabilizados vários fatores - como os hábitos tabágicos - os investigadores descobriram que os consumidores de café morreram menos do que os que não bebiam qualquer tipo de café.

O risco de morte era ainda mais baixo para os que beberam café quatro a cinco vezes por dia do que os que bebiam apenas um café diariamente.

"Embora o consumo de café tenha também sido inversamente associado à incidência de certos tipos de cancro, como o tumor do pulmão, não observámos nenhuma associação entre café e mortalidade por cancro", admitiu a autora. "Talvez porque o café diminui o risco de cancro para alguns tumores, mas não para outros", acrescentou.

As pessoas que bebiam três chávenas de café por dia tinham aproximadamente 18% menos riscos de morte do que os que não bebiam café. A investigadora acrescenta ainda que beber até cinco cafés por dia, ou 400 miligramas de cafeína, não está associado a riscos para a saúde a longo prazo.

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