Associação diz
O presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares considerou que um aumento, ainda que voluntário, da lista...

Em declarações a propósito do 4º Encontro de Outono das USF que se realiza sexta-feira, no Porto, o presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiares (USF-AN), João Rodrigues, disse que “não chega aumentar listas, tem de haver condições de trabalho, tem de haver rácios profissionais/utentes que sejam minimamente adequados à produção de uma acessibilidade diária e qualificada”.

“Tudo o que passe de uma média de 1.700 utentes, do nosso ponto de vista é tecnicamente inadequado porque cria, obviamente, iniquidades, porque não cria acesso e não há resultados de qualidade, que é o que se pretende”, sublinhou.

O dirigente da associação referiu também que no encontro serão apresentadas duas novas funcionalidades do projeto BI USF, destinado a dotar as USF de um instrumento que as apoie e sustente no seu desenvolvimento.

O objetivo é contribuir para “a apropriação do BI USF pelas USF”, através de um Módulo de Investigação, uma ferramenta para tornar mais fácil a investigação feita nas e pelas Unidades de Saúde familiares e do E-Qualidade, um instrumento para “a melhoria contínua da qualidade organizacional e partilha de boas práticas”.

Em declarações, o presidente da Comissão Organizadora e Científica do evento, José Luís Biscaia, explicou que o módulo de investigação vai estar disponível para todas as USF com profissionais a fazer investigação.

A primeira linha de investigação vai ser lançada sexta-feira e será a caracterização do risco cardiovascular na população portuguesa, que “além de ter todas as características epidemiológicas (hipertensão, diabetes ou outras), também vai caracterizar o perfil terapêutico, ou seja, o que é que as pessoas estão a fazer, o que é que os médicos prescrevem”, referiu José Luís Biscaia.

“É um estudo que vai ter com uma dimensão que hoje não há”, sublinhou, referindo que os resultados de 2015 deverão ser conhecidos no primeiro trimestre de 2016.

“Amanhã [na sexta-feira] será feito o lançamento e depois a recolha de dados será feita com os dados de 2015. Além do estudo, a ideia essencial é ter uma ferramenta que de uma forma muito simples e acessível a todos permite desenvolver ou promover a investigação nos cuidados de saúde primários”, acrescentou.

Esta ferramenta “não gera a investigação, propriamente dita, mas é um instrumento de muito fácil utilização por todas as USF”, salientou.

“Permite trabalhar os dados com mais facilidade, vai criar um repositório dos protocolos e resultados de investigação, que também não existe. As pessoas vão fazendo as suas coisas, boas ou más, mas nunca há partilha do que acontece. Com esta ferramenta é criada uma espécie de rede de investigação”, frisou.

De acordo com José Luís Biscaia, “será, com certeza, o registo de melhor qualidade que existe em Portugal ao nível dos cuidados de saúde primários, é mais abrangente porque temos o registo de todos os problemas de saúde das pessoas e ao mesmo tempo permite-nos traçar o perfil terapêutico”.

No encontro serão também debatidas as “ameaças e oportunidades” e “as medidas a tomar” referentes aos seguintes temas: Aplicação de incentivos institucionais, evolução para USF de modelo B, horários e registo biométrico de assiduidade e aumento de listas de utentes.

Santo António e Curry Cabral
A Unidade Hepatobiliopancreática do Serviço de Cirurgia Geral e o Serviço de Oncologia do Hospital de Santo António - Centro...

Esta reunião científica, a primeira em conjunto dos dois centros de referência em Portugal no tratamento do cancro do pâncreas, será realizada em simultâneo nas duas unidades de saúde de Lisboa e Porto, através de videoconferência. Com o objetivo de promover um espaço de partilha de conhecimento científico e debate em torno dos desafios do diagnóstico e tratamento do cancro do pâncreas, o evento junta profissionais de saúde nacionais nas duas unidades de saúde e também especialistas europeus.

"Procuramos assinalar o Dia Mundial do Cancro Pancreático com a criação de um espaço de partilha de experiências e conhecimento científico entre especialistas nacionais e europeus neste campo da medicina. O cancro do pâncreas é, sem dúvida, um tema de inquestionável e atual relevância para a comunidade médica, uma vez que a incidência deste tumor tem aumentado na população nos últimos anos. É geralmente muito agressivo e de difícil diagnóstico, pois é assintomático até uma fase avançada da doença. Este tipo de cancro é atualmente um dos tumores malignos mais letais, representando a quinta causa de morte por cancro no mundo e a quarta na Europa”, conclui Ana Castro, médica oncologista do Hospital de Santo António e membro do comité organizador da reunião. 

Programa
09h30 Receção
09h45 Quimioterapia para o tratamento do cancro pancreático | Thomas Seufferlein (Ulm, Alemanha)
10h30 Tratamento médico de tumores neuroendócrinos do pâncreas | Barbro Eriksson (Uppsala, Suécia)
11h15 Debate | moderadores: António Araújo e José Davide
11h45 Pausa
12h00 Resseções pancreáticas para adenocarcinoma: quais os limites? | Philippe Bachellier (Strasbourg, França)
Sessão virtual a partir do Hospital Curry Cabral
13h00 Encerramento

Sobre o Cancro do Pâncreas:
O cancro do pâncreas é atualmente o sétimo tipo de cancro mais comum na Europa, representando já a quinta causa de morte oncológica no mundo, sendo responsável por cerca de 70 mil mortes por ano. A taxa de mortalidade do cancro pancreático na Europa ronda os 35 mil casos por ano, ou seja, a quarta causa de morte oncológica na Europa.

A incidência do cancro do pâncreas tende a aumentar com a idade e a grande maioria dos casos são diagnosticados após os 65 anos. A elevada taxa de mortalidade é justificada não só pela agressividade do cancro, mas também pelo diagnóstico tardio, uma vez que os sintomas surgem numa fase avançada da doença e nem sempre são sugestivos.

Ordem dos Médicos
José Manuel Silva admite que os médicos "não estão bem preparados" para lidar com as questões de fim-de-vida.

Quando é que os médicos devem parar de tratar um doente? Antes de ser bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva chegou a propor, no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, onde trabalha, a criação de “comissões de avaliação de distanásia”, mas a proposta "não foi aceite", escreve o jornal Público. A distanásia é o encarniçamento terapêutico, o uso de tratamentos desproporcionados que apenas prolongam a vida do doente, tornando o processo da morte lento e com sofrimento.

Os médicos, admite, “não estão bem preparados” para lidar com as questões de fim-de-vida. “São problemas demasiado complexos para que possam tomar decisões sozinhos. O ideal seria que o fizessem em conjunto com outros médicos e com a família do doente”, defende o bastonário, que lembra que, se o Código Deontológico proíbe a eutanásia, também veda a distanásia.

Foi, aliás, o receio do encarniçamento terapêutico que esteve na base da criação daquilo que se convencionou chamar testamento vital, as diretivas antecipadas de vontade que estão previstas na legislação portuguesa e permitem às pessoas deixar por escrito os cuidados de saúde a que não querem  ser sujeitas, no caso de ficarem incapazes de manifestar a sua vontade.

Mas esta nova possibilidade não está a ter grande adesão em Portugal. Desde que foi criado um registo informático para facilitar a formalização destas diretivas, em 2014, nem 1500 pessoas aderiram, num ano, quando se estimava que esse número pudesse chegar a cerca de 20 mil. “É uma minoria de pessoas particularmente esclarecidas”, resume José Manuel Silva, para quem as diretivas antecipadas não trouxeram nada de novo. “Todos os conceitos já estavam previstos e aprovados na Ordem dos Médicos”.

Figuras públicas aderem
António-Pedro Vasconcelos, Júlio Machado Vaz, João Semedo, Alexandre Quintanilha, Francisco Louçã e José Júdice apoiam...

“Acha que tenho o direito legal de me matar? Queria terminar com a minha vida, sabe onde posso obter o produto?” Ao e-mail de Laura Ferreira dos Santos, autora de vários livros sobre morte assistida, têm chegado múltiplas perguntas deste género. Consciente de que há muitas questões que ficam sem resposta e de que há muitas pessoas a precisar de informação e de apoio, a professora aposentada da Universidade do Minho aceitou o desafio de lançar a base para a criação de um movimento cívico para a despenalização e regulamentação da morte assistida em Portugal, escreve o jornal Público.

Ao convite para aderir à reunião para definir o embrião deste movimento que se prevê polémico já disseram que sim António-Pedro Vasconcelos, Júlio Machado Vaz, João Semedo, Alexandre Quintanilha, Francisco Louçã e José Júdice, entre outras personalidades conhecidas, num grupo de inscritos que ultrapassa a meia centena. É um caminho que faltava fazer em Portugal, quando na Europa, lembra Laura Ferreira dos Santos, desde há vários anos existem associações “right to die” (direito a morrer), mesmo em países onde a morte assistida (que inclui a eutanásia e o suicídio medicamente assistido) não está legalizada, como Espanha e França. “Em Itália até há duas”, diz.

Ainda sem nome – "Ajuda-me a morrer" ou "Última liberdade" são duas das hipóteses –, o movimento, prevê-se, vai criar um portal web, lançar uma petição pública, pedir audiências a grupos parlamentares e a outras entidades. Além de Laura, que acaba de publicar A Morte Assistida e Outras Questões de Fim-de-Vida (Almedina), é promotor da reunião o médico nefrologista João Ribeiro dos Santos que há quatro anos lançou uma petição para que a Ordem dos Médicos (OM) debatesse o tema.

Eventualmente, o movimento poderá evoluir para associação, se para isso houver vontade e meios. “Pensamos ser tempo de passar de peças avulsas, onde se defende a despenalização e a regulamentação da morte assistida, para uma atuação mais consistente e organizada”, explica-se na convocatória do encontro, que está marcado para sábado às 14h30 na sede da Ordem dos Médicos, no Porto (a sala é cedida sem qualquer tipo de envolvimento da instituição).

“Que fazer quando o doente, de forma informada, esclarecida e reiterada, solicita ao médico que o ajude a morrer porque padece de sofrimento insuportável, físico ou psicológico, e que não é suscetível de ser aliviado ou suavizado?”, permuta-se na convocatória. Laura Ferreira dos Santos defende mesmo que “não dar essa escolha final à pessoa é uma tirania do Estado”.

Alterar o Código Penal
Do ponto de vista jurídico, para que a morte assistida seja despenalizada é necessário alterar o Código Penal, mas não a Constituição da República, explicam os promotores. “Temos o direito de viver e não o dever de viver”, justificam, defendendo que cabe a cada um “deliberar (…) sobre o tempo e a forma de viver” e que não podem ser sempre os médicos a ter a última palavra.

Mas falar de morte assistida ainda é uma espécie de tabu em Portugal. “Esta é uma reunião histórica”, assume a professora aposentada, enquanto recorda o encontro que há alguns anos reuniu várias personalidades na Ordem dos Médicos (OM), em Lisboa, justamente para debater as questões de fim-de-vida. “A sala estava cheia, mas não houve quase perguntas nenhumas, quando esta é uma questão de direitos fundamentais”.

“Este silêncio onera as pessoas que se veem a braços com situações graves. Um exemplo: um doente tem um cancro que estava em remissão, o cancro volta mas ele não quer tratar-se, a família pressiona-o imenso e ele suicida-se. Se houvesse abertura para falar disto, ele poderia ter discutido o assunto com os médicos”, lamenta.

“Na nossa tradição judaico-cristão, a vida é vista como um bem inalienável”, observa João Ribeiro dos Santos, para quem, "em termos éticos, esta discussão até é mais simples de fazer” do que a da despenalização da interrupção voluntária de gravidez, que foi aprovada no último referendo e agora é permitida, desde que feita até às dez semanas de gestação.

Sem querer expressar a sua posição pessoal sobre “um problema tão complexo”, o bastonário da OM, José Manuel Silva, lembra que o Código Deontológico dos médicos não permite a eutanásia, mas entende que “é saudável” promover este debate. “Nós não temos tabus quanto à discussão de determinado assunto. Este tem sido pouco discutido porque colide com as convicções religiosas de muitas pessoas”, acredita.

Aos detratores da despenalização da morte assistida, que costumam argumentar que os cuidados paliativos oferecem uma panóplia de meios e de medicação eficazes no alívio da dor física e do sofrimento psicológico, os promotores do movimento para a despenalização da morte assistida respondem esta é uma “falsa questão”. A eutanásia e o suicídio medicamente assistido não são uma alternativa aos cuidados paliativos nem os antagonizam, alegam.

Na Europa, a morte assistida está legalizada na Holanda e na Bélgica, há mais de uma década, e o Luxemburgo também a legalizou, entretanto. Nos Estados Unidos, o suicídio medicamente assistido é permitido nos estados norte-americanos de Oregon, Washington e Vermont e, na Europa, não é punido na Suiça. O Canadá “avança no próximo mês”, diz Laura Ferreira dos Santos.

Há também países e estados onde, “pontual e casuisticamente”, os tribunais não têm condenado os autores ou os assistentes de alguma forma de morte assistida. É o caso da Colômbia, do Uruguai e do estado norte-americano de Montana.

Estudo conclui
Os irmãos mais velhos são em média mais inteligentes do que os mais novos, de acordo com uma pesquisa recente. Os mais novos...

Uma investigação conduzida pela Universidade de Leipzig, na Alemanha, e que analisou dados de 20.000 pessoas do Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, concluiu que a personalidade não é afetada pela ordem de nascimento, escreve o Sapo. Não se pode, por isso, dizer que os mais velhos são os mais honestos e simpáticos ou que os mais novos são os mais mimados ou infantis.

As únicas diferenças aparentes estão na inteligência, ligeiramente superior nos irmãos mais velhos, na saúde dos mais novos, que é melhor, e na maior probabilidade que estes últimos têm para ser homossexuais.

Em relação à inteligência, os investigadores descobriram, segundo a BBC, que a diferença está na forma como as pessoas reconhecem a inteligência, talvez resultado do estatuto que os primogénitos têm na família, não sendo por isso uma questão biológica.

Mais novos com sistema imune reforçado
Mas os caçulas ganham na saúde. Os segundos e terceiros filhos parecem ter menos propensão para doenças como a diabetes tipo 1. Alterações durante a gravidez ou experiências após o nascimento, como o atraso na exposição às infeções, podem justificar a pior saúde dos mais velhos, dizem os cientistas.

Os mais novos, por serem expostos - graças aos irmãos que trazem as doenças da escola - a uma grande variedade de bactérias e vírus desde cedo, parecem ganhar anticorpos essenciais para os manter saudáveis.

A outra conclusão desde macro-estudo baseia-se na orientação sexual. A pesquisa sugere que a ordem no nascimento pode ter alguma influência no caso dos homens. Homens com irmãos mais velhos têm uma probabilidade maior de serem homossexuais. De acordo com o estudo, por cada irmão mais velho que um homem tem, aumenta a probabilidade de se sentir atraído por outro homem.

No Reino Unido
Um centro de investigação britânico está a pagar o equivalente a 5 mil e poucos euros (5,5 mil dólares americanos ) a quem não...

Os voluntários do centro de investigação hVIVO, em Londres, Reino Unido, estão a ser bem pagos para servir de cobaia para uma experiência segura para a saúde humana, escreve o Sapo.

"Queremos saber exatamente quando e como se dá uma infeção viral e quanto tempo demora a recuperação", explica Cyrus Ghobado, investigador de virologia do hVIVO, fundado em 2001. "O início da infeção é importante para nós", acrescenta em declarações à BBC.

Ghobado explica que a intenção é determinar e perceber os efeitos do vírus da gripe no corpo humano.

Dependendo do tipo de investigação, os voluntários podem ser isolados até duas semanas e meia num quarto com casa de banho.

O único contacto com o exterior é através da Internet. O contacto humano dá-se apenas com funcionários do centro, que usam roupas especiais para evitarem a infeção.

"Temos uma equipa de cientistas altamente experiente que testa o vírus de uma forma muito controlada", garante Ghobado.

Os voluntários recebem a dose do vírus da gripe em pequenas quantidades através do nariz e 48 horas depois os primeiros sintomas começam a aparecer.

Dia Mundial da Pneumonia
A pneumonia é a doença pulmonar que mais mata em Portugal, ao contrário dos restantes Estados-membros da União Europeia onde é...

Em Portugal, segundo o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia(UE), que divulga dados de 2012, morreram 17.583 pessoas de doença pulmonar, o que representa 16,3% dos óbitos nesse ano.

A pneumonia (38,6%) foi a principal causa de morte por doença pulmonar, seguindo-se o cancro do pulmão (20,9%) e bronquite e outras afeções crónicas (15,9%).

Na UE as doenças do aparelho respiratório provocaram 671.900 mortes, o que representa 13% do total de óbitos.

O cancro do pulmão foi a doença que mais mortes causou na UE (40%) e em todos os Estados-membros à exceção de Portugal, seguindo-se a bronquite e outras afeções (24%) e a pneumonia (19%).

Em Portugal morrem mais homens (56,1%) do que mulheres (43,9%) devido a doenças pulmonares, tendência que também se verifica na média da UE, com, respetivamente, 59,3% e 40,7%.

Estudo
No essencial, o que diz a revisão de estudos publicada na revista Clinical Anatomy é que a ejaculação precoce não deve ser...

Aliás, os autores da revisão não deixam margem para dúvidas sobre qual é o seu entendimento: a ejaculação precoce tem sido descrita como "uma doença construída por especialistas em medicina sexual sob a influência de empresas farmacêuticas".

Para os autores da nova revisão, escreve a TSF, os casais não se devem envergonhar quando há situações de ejaculação precoce, até porque é uma situação normal, sobretudo entre os mais jovens, e podem procurar formas naturais de contornar o problema - sem recurso a tratamentos ou medicamentos.

"É importante que os homens percebam que a fisiologia da ejaculação e o orgasmo não são prejudicados pela ejaculação precoce e que ela é normal nos adolescentes do sexo masculino", disse um dos coautores da revisão, Vincenzo Puppo.

Instituto Nacional de Estatística
Consumo excessivo de medicamentos sem prescrição médica preocupa especialistas.

Os jovens estão a consumir medicamentos e suplementos em excesso, muitas vezes correndo riscos e ignorando efeitos secundários. De acordo com o Inquérito Nacional da Saúde, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 26,6% dos jovens entre os 15 e os 24 anos tinham consumido medicamentos não prescritos por um médico nas duas semanas anteriores. "É um número excessivo para esta faixa etária, que não devia tomar nada ou só em casos muito excecionais", conta ao Diário de Notícias Carlos Maurício Barbosa, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos. Além dos efeitos secundários em medicamentos de uso regular - como o paracetamol ou o ibuprofeno - alerta para suplementos para a memória, para a ansiedade ou até para melhorar o desempenho sexual. "Muitas vezes nem sequer sabemos o que contêm".

A pergunta feita pelo INE aos portugueses reflete os consumos não só de medicamentos de venda livre - seja em farmácias, parafarmácias ou nos supermercados - mas também de suplementos e vitaminas ou medicamentos homeopáticos, e o que se conclui analisando os dados é que os mais jovens os compram mais. Além dos 15 aos 24 anos, o consumo entre os 25 e os 34 anos foi confirmado por 29,8%. A partir destas idades vai baixando, até perto dos 15% a partir dos 65 anos.

Mas afinal o que consomem os jovens? Analgésicos, anti-inflamatórios, suplementos para dormir, para a ansiedade e concentração. "Desde logo, há um consumo em excesso de paracetamol e as pessoas não sabem os riscos que tem, mesmo em termos hepáticos.". No ibuprofeno, "pode haver sangramentos das paredes digestivas. Muitas vezes são vendidos em doses limitadas, mas depois as pessoas tomam mais do que um comprimido e há riscos. Sempre disse que nunca deviam ser vendidos fora das farmácias, porque depois não há aconselhamento. Isso acontece com a pílula do dia seguinte".

No caso dos suplementos, alerta para o desconhecimento. "Há pouco controlo sobre os efeitos, não são sujeitos a ensaios e não estão na tutela da saúde, o que devia acontecer. Ainda por cima são vendidos como milagrosos". O inquérito do INE refere ainda dados dos consumos com receita. E os valores não são muito diferentes. Nestas faixas etárias, 28% tinham tomado medicamentos prescritos nas duas últimas semanas.

O bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva também admite que o consumo suscita alguma preocupação. "Também me parece excessivo, mas teria de ser feita uma análise a partir daqui", refere. Admitindo que "todos os medicamentos acarretam algum risco", refere que, no caso dos suplementos, "muitas vezes não há bases científicas. Não há suplementos para a memória e para a concentração que resultem".

Melanie Tavares, coordenadora da Mediação Escolar do Instituto de Apoio à Criança não tem dúvidas de que os jovens e as próprias famílias recorrem em excesso à medicação, "quando é possível recorrer e aprender estratégias, seja para os casos em que um aluno não dorme, é ansioso ou tem dificuldade em se concentrar. Exemplos são os medicamentos para a hiperatividade e défice de atenção. "Há situações em que é necessário medicar, mas por vezes é excessivo." O uso de suplementos, como os à base de valeriana, de medicamentos homeopáticos e até anti-histamínicos, nuns casos com noutros sem receita, são estratégias comuns.

Banco público
Esteve em risco de fechar, mas hoje banco público tem protocolo com quatro maternidades públicas para colheita.

O banco público de células do cordão umbilical (Lusocord) já tem 404 amostras disponíveis para responder as pedidos para doentes portugueses e estrangeiros que precisem de um transplante de medula. Há três anos o serviço esteve em risco de fechar, por não cumprir os critérios de qualidade e segurança. Desde então, o banco passou por auditorias e inspeções e em maio deste ano completou o processo que permite a recolha, preservação e transporte de amostras para transplante. Nesta semana o hospital Amadora-Sintra inicia a colheita de sangue do cordão umbilical, juntando-se a outras três maternidades que já o fazem.

As recolhas regulares de células do cordão umbilical com as novas regras começaram em março de 2013. Em maio desse ano, o banco foi inspecionado pela Direção-Geral da Saúde, que deu autorização para a atividade de colheita e armazenamento. "A validação para transporte foi dada em maio de 2015. Temos o processo todo completo. Todas as amostras criopreservadas com estas regras estão aptas a serem usadas para transplante", explica ao Diário de Notícias Salomé Maia, diretora do Lusocord. São 404 de um total de 2194 colhidas desde março de 2013 até outubro deste ano.

"A taxa de aproveitamento é de 11%. Não temos de ter muitas, temos de ter sim amostras com muita qualidade para que as células tenham viabilidade e capacidade de se multiplicarem em células de medula. Não podemos correr o risco de ter uma amostra com menos qualidade. É assim com todos os bancos públicos de todo o mundo", refere. Entre 2009 e outubro deste ano Portugal realizou 28 transplantes - quatro dos quais neste ano - com recurso a sangue do cordão umbilical de bancos públicos de outros países.

Até ao momento ainda não chegou nenhum pedido ao Lusocord, que funciona como complemento ao registo de dadores de medula óssea. As células do cordão umbilical têm a vantagem de ser mais bem toleradas, pois são mais imaturas, exigindo menor compatibilidade. "O banco do cordão tem como missão aumentar as possibilidades de transplante e diversificar o registo de dadores", afirma Salomé Maia.

Nesta semana iniciaram a colheita de sangue do cordão umbilical no hospital Amadora-Sintra. Junta-se às maternidades dos centros hospitalares de São João (onde funciona o Lusocord), do Porto e Unidade Local de Saúde de Matosinhos, de forma a ter o máximo de representação da população que vive em Portugal. Por cada colheita criopreservada (colheitas boas), os hospitais recebem cem euros.

O Lusocord vai também aceitar dádivas direcionadas de sangue do cordão umbilical para irmãos. "Pode ser feito caso haja uma situação clínica que o justifique. Se há, por exemplo, um doente de leucemia que precisa de um transplante e vai nascer um bebé, o médico pode pedir que o sangue do cordão seja criopreservado só para usar naquela pessoa. Se não houver compatibilidade passa a ser do domínio público e fica disponível para qualquer pedido", diz.

O processo de recolha de sangue do cordão é complexo e implica muito treino. Neste ano Salomé Maia deu formação a 41 equipas de médicos e enfermeiros das maternidades com que têm protocolo. Os kits de recolha são todos preparados no Lusocord - funciona no pavilhão do registo de dadores de medula -, com indicação dos prazos de validade de todos os componentes, e enviados para os hospitais, fazendo depois o caminho de volta.

Além da sala de receção das amostras, onde são feitas verificações de qualidade, o banco é apoiado por dois laboratórios. É aqui que uma das células da amostra é colocada em cultura durante 14 dias para haver certeza de que é viável e de que se multiplica. A contagem é feita ao microscópio. O material é criopreservado num tanque robotizado que não precisa de ser aberto a cada entrada ou saída de amostras, a 196 graus negativos, onde fica em quarentena durante três meses. Cada amostra tem um código e a localização fica registada no computador. Para a retirar basta introduzir as coordenadas. "Todas as amostras e processo, os questionários sobre a mãe e o parto são fotografados. Toda a informação segue para a unidade de transplante", diz Salomé Maia.

ONU
O número de mortes de mulheres relacionadas com a gravidez caiu para quase metade no mundo em 25 anos, mas apenas nove países,...

“Este relatório mostra que no final de 2015 a mortalidade materna terá caído 44% relativamente aos níveis de 1990”, afirmou Lale Say, coordenadora do departamento de saúde reprodutiva e investigação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

“Trata-se de um enorme progresso, mas o avanço é desigual entre os países, em diferentes regiões do mundo”, com 99% de mortes a envolverem países em desenvolvimento, disse a especialista, numa conferência de imprensa realizada em Genebra.

O relatório, publicado simultaneamente na revista médica britânica The Lancet, elaborado por agências das Nações Unidas e pelo Banco Mundial, refere que em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram na sequência de complicações duramente a gravidez ou até seis semanas depois do parto, contra 532 mil em 1990.

“Isto equivale a um rácio global estimado de 216 mortes maternas por 100 mil nados-vivos, menos 385 face a 1990”, lê-se no documento.

Como parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio – adotados em 2000 – os estados-membros da ONU comprometeram-se a reduzir a taxa de mortalidade materna em 75% em 2015, relativamente a 1990.

Contudo, apenas nove países em todo o mundo cumpriram essa meta (Butão, Cabo Verde, Camboja, Irão, Laos, Maldivas, Mongólia, Ruanda e Timor-Leste).

Outros 39 países registaram “progressos significativos”, realçou Lale Say.

A melhoria mais relevante no plano mundial foi sinalizada no leste da Ásia, onde o rácio da mortalidade materna caiu de aproximadamente 95 para 27 por cada 100 mil nados-vivos.

A África subsariana é responsável por duas em cada três mortes em todo o mundo.

“No entanto, isso representa uma grande melhoria: a África subsariana viu as mortes maternas caírem quase 45%” durante os últimos 25 anos, refere o relatório, citado pela agência AFP.

“Garantir o acesso a serviços de saúde de elevada qualidade durante a gravidez e no nascimento da criança está a ajudar a salvar vidas”, assinala.

A ONU definiu agora o objetivo de reduzir o rácio de mortes maternas para menos de 70 em cada 100 mil nados-vivos até 2030.

Mas atingir essa meta requer muito mais esforço, afirmou o diretor executivo do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), Babatunde Osotimehin.

“Se falharmos em fazer um grande impulso agora, em 2030, vamos deparar-nos, novamente, com uma meta falhada relativamente às mortes maternas”, afirmou.

Durante um ano
A palavra contágio está por norma associada a doenças, mas o contágio é muito mais do que isso e, sem ele, não havia evolução,...

A exposição, aberta até ao fim do próximo verão, promete “contagiar” muita gente e ensinar que o contágio é bom e que estar protegido dele “não é possível”.

Cláudia Velhas, coordenadora da iniciativa, explica que a exposição começa por explorar o lado biológico do contágio, o que é negativo, os vírus e as bactérias.

“O contágio não é só a transmissão de doenças, mas também pode ser a transmissão de emoções, de ideias, ou mesmo de comportamentos, que podem ser positivos”, diz Cláudia.

E dá exemplos, como o riso ou o bocejo, cujo contágio pode ser experimentado na exposição, como muitas outras experiências ao longo dos seus 16 módulos.

Diz a responsável que a exposição termina depois com uma ideia. “De que fazemos parte do contágio, que fazemos o contágio funcionar, para o bem e para o mal, para a transmissão de doenças mas também para a transmissão de boas ideias, de bons comportamentos. Podemos fazer o mundo avançar, evoluir, com a ideia de que temos poder de contagiar os outros”.

É que, depois de meses a trabalhar na iniciativa, Cláudia Velhas não tem dúvidas: podemos fazê-lo de forma positiva ou negativa mas o contágio vai fazer parte das nossas vidas, é o que faz de nós também seres humanos.

Chegar a essa conclusão parece ser mais fácil do que materializar uma exposição de módulos interativos tridimensionais sobre o que é contágio, sobre o que é viral, diz a presidente do Centro, Rosália Vargas.

A responsável explicou que a exposição surge no âmbito de um consórcio internacional que junta o Pavilhão de Lisboa com outros dois centros de ciência, o Cité des Sciences et de L´Industrie, de Paris, e o Heureka, de Helsínquia. A eles coube-lhes organizar exposições sobre a loucura e sobre o risco.

Da sua parte, Rosália afirma-se “contagiada”. Entusiasma-se quando diz que é um trabalho que alia criatividade com ciência e que liga pessoas e instituições, arte e cultura.

“Pensamos que este tema da exposição, Viral, é um tema muito presente na nossa vida, quer a nível económico, social, político e de saúde”, diz, explicando como Cláudia que ser viral é muito mais do que ser um vírus que deixa as pessoas doentes. E acrescenta: Os mais novos pensam em viral nunca de forma imediata associada a doenças, pensam é nas redes sociais, na comunicação entre pessoas.

E contagiante e viral pode ser tudo, desde um vídeo na internet à forma de vestir, ao que se compra ou que se come, diz Cláudia.

Para já é o Pavilhão do Conhecimento que vai ficar contagiado durante quase um ano, por causa de uma exposição "Viral", com módulos para se contagiar uma multidão, para controlar uma epidemia, rir ou bocejar.

E para os que, mesmo assim, se sentirem imunes, vão surpreender-se com uma balança. E com os poucos quilos que teriam se o seu corpo não fosse quase todo constituído por bactérias, fungos e vírus.

Doença respiratória
Dados referentes aos últimos anos mostram que Portugal é o terceiro país europeu onde mais se morre

De acordo com a Fundação Portuguesa do Pulmão, as pneumonias em Portugal têm vindo a tornar-se num problema francamente sério. Facto que tem vindo a ser salientado em todos os relatórios do Observatório Nacional da Doenças Respiratórias publicados desde 2005.

Ultrapassada apenas pelo Reino Unido e Eslováquia, a situação preocupa especialistas.

A gravidade da situação é ainda sublinhada pelos dados divulgados pela Comunidade Europeia: nos 28 países a mortalidade média por pneumonia é de 13 por 100 mil habitantes, em Portugal atinge o dobro (26.6 por cada 100 mil).

Anualmente, registam-se mais de 150 mil casos de pneumonia e cerca de 40 mil internamentos. Um em cada cinco doentes internados morre com a doença.

Sabe-se que durante os últimos dez anos o número de internamentos e óbitos aumentaram cerca de 16 por cento, avança a Fundação Portuguesa do Pulmão.

O envelhecimento da população poderá ajudar a justificar estes números. Por outro lado a crise que se instalou no país poderá ter a sua quota-parte de responsabilidade, uma vez que a franja da sociedade mais afetada é a população mais idosa.

A par disso, reconhece-se que as condições das habitações não são as melhores. Estudos da OCDE apontam para que 20% das casas apresentem problemas de humidade e parte do excesso de mortalidade registado no Inverno pode estar relacionado com as casas mal aquecidas.

A maioria das pneumonias são causadas pelo pneumococo – bacteria contra a qual existe vacina eficaz mas que não faz parte do Plano Nacional de Vacinação.

De acordo com a Fundação, há estudos, realizados nos mais diversos países, que demonstram que a vacinação contra este agente não só impede a doença pneumocócica durante a infância como ajuda a diminuir a doença em idade adulta.

Especialistas acreditam ainda que a existência de resistências aos antibióticos também possa ser uma das responsáveis por esta situação. Daí alertarem para o uso correto dos fármacos.

Para a Fundação Portuguesa do Pulmão, a elevada taxa de mortalidade intra-hospitalar sugere ainda que muitos casos podem estar a chegar tardiamente às unidades hospitalares, o que prova que o rápido diagnóstico poderá evitar este número de mortes.

De acordo com Artur Teles de Araújo, presidente desta Fundação, “é urgente definir um conjunto de medidas e de estratégias que permitam minimizar o problema das pneumonias em Portugal”.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Vacinação
A pneumonia é uma infeção que se instala nos pulmões e que, apesar de ser uma doença frequente, prov
Enfermeira a vacinar mulher

A maior parte das pneumonias desenvolve-se através da aspiração de bactérias que existem, habitualmente, na parte superior da nasofaringe e que se tornam agressivas em determinadas condições. Falamos de pneumonias bacterianas.

No entanto, elas podem também surgir em resultado da inalação de gotículas infetadas provenientes de outros doentes, como acontece nas chamadas pneumonias virais.

O agente mais frequente é o Streptococus Pneumoniae (pneumococo) e para o qual existe vacina que pode prevenir o desenvolvimento da doença. Deste modo, a vacina pneumococica polissacarídica polivalente, dirigida contra 23 serotipos (ou variedades) desta bactéria está recomendada na prevenção de pneumonias e infeções pneumocócitas sistémicas em indivíduos de alto risco, a partir dos dois anos de idade.

Outras bactérias como o Mycoblasma e a Legionella, ou determinados vírus podem igualmente causar um tipo de pneumonia frequentemente denominada de atípica, uma vez que nem sempre causa os sintomas clássicos de uma pneumonia, sendo até o seu tratamento diferente. Este tipo de pneumonia ocorre com maior frequência em pessoas com menos de 40 anos.

Os principais sintomas da pneumonia são a febre, tosse com expectoração, falta de ar e fadiga.

No entanto, se se tratar de uma pneumonia atípica e viral o sintoma mais comum é a tosse seca sem expectoração.

Habitualmente, o diagnóstico é feito através da auscultação e de uma radiografia ao tórax. Pode ainda ser necessária a realização de uma gasometria, caso apresente sinais de dificuldade respiratória ou de uma saturação de oxigénio baixa, e a análise ao sangue ou expectoração para que se possa identificar o micro organismo que está a causar a infeção.

O tratamento da pneumonia requer o uso de antibióticos, e poderá ter a uma duração entre os sete e os 14 dias.

Além dos antibióticos, o tratamento para a pneumonia inclui ainda repouso, ingestão de líquidos e, se necessário, aporte de oxigénio através de uma máscara ou sonda de modo a aumentar o nível de oxigénio no sangue.

O internamento hospitalar pode tornar-se necessário no caso de o doente ser uma pessoa idosa, com febre alta ou se apresentar alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia - é o caso do comprometimento da função renal e da pressão arterial ou dificuldade respiratória grave.

Prevenção

A vacinação é a melhor forma de prevenção. Pode prevenir a pneumonia em crianças, idosos ou doentes crónicos.

De acordo o presidente da Associação Portuguesa de Pneumologia, Carlos Robalo Cordeiro “a imunização na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, só nos hospitais, mata uma média de 23 pessoas por dia. A maioria poderá ser evitada»

Para além da vacina pneumocócica polissacarídica polivalente, que já mencionamos, existe ainda outra vacina contra a pneumonia – a vacina pneumocócica conjugada que se encontra licenciada, em Portugal, para crianças com menos de dois anos de idade.

Também a vacina contra a gripe, que é administrada uma vez por ano, ajuda a prevenir a pneumonia, uma vez que, esta infeção decorre, muitas vezes, como complicação da gripe.

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Centro Champalimaud
Investigadores do Centro Champalimaud desenvolveram uma técnica que permite quantificar detalhes da locomoção através de um...

A equipa de quatro cientistas liderados por Megan Carey "desenvolveu uma ferramenta nova para estudar como é que o cérebro gera movimento coordenado", refere uma informação do Centro Champalimaud.

Os resultados do trabalho com ratinhos, publicados na revista científica eLife, basearam-se em animais que têm uma degeneração de umas células específicas na zona de cerebelo o que leva a uma descoordenação motora.

"Descobrimos que o movimento individual das patinhas do ratinho era preservado, o que estava perturbado era a combinação do movimento todo e [o animal] não conseguia combinar o movimento quando caminhava", explicou hoje à agência Lusa Ana Machado, uma das investigadoras que participou no trabalho.

A combinação desses movimentos com as diferentes partes, por exemplo, "das patas é descoordenada, mas o movimento individual da pata estava intacto", ou seja, o problema centra-se na coordenação, especificou.

Caminhar é uma forma natural nos animais e é possível observar o movimento, que exige coordenação de braços e pernas, manter uma postura, fixar a cabeça.

Ana Machado explicou que, por exemplo, os animais que não têm qualquer degeneração conseguem manter ativamente a cauda controlada, enquanto os animais que têm este problema nas células neste circuito específico, "não tinham a capacidade de controlar o movimento da cauda, era como se fosse um pêndulo".

E foi a partir desta observação que os cientistas criaram um modelo, chamado de LocoMouse, para explicar o que estava a acontecer neste tipo de movimento.

O próximo passo é "tentar perceber muito bem onde, no circuito, isto está a acontecer e por isso temos formas de controlar especificamente células desse circuito para tentar compreender o que estas estão a provocar ou que estão a alterar o comportamento e depois corrigir mais tarde", realçou.

O projeto foi desenvolvido por três investigadores portugueses e dois norte-americanos e vai permitir que o sistema Locomouse possa ser usado por qualquer investigador e possa ajudar no seu trabalho, como frisou a cientista.

Doentes em espera
A unidade de transplantes hepáticos pediátricos e de adultos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra anunciou que...

Estas técnicas permitem “maximizar o número de doentes transplantados”, disse o coordenador daquela unidade, Emanuel Furtado, numa conferência de imprensa em que também foi revelado que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) “está preparado” para o programa de bipartição hepática, com um dador e dois recetores de fígado.

Na presença do presidente do conselho de administração do complexo hospitalar público de Coimbra, José Martins Nunes, o mesmo responsável frisou o dever da sua equipa de reforçar “a possibilidade de salvação de mais alguns doentes”, face a uma realidade do país e do mundo em que “não existem disponíveis órgãos suficientes” para todas as pessoas que deles necessitam.

Emanuel Furtado falava aos jornalistas, no CHUC, a propósito da reativação dos transplantes com dador vivo, programa que esteve interrompido alguns anos, e do reinício do transplante em dominó, que coincidem com a comemoração dos 20 anos do primeiro transplante sequencial em dominó feito no mundo, da responsabilidade do seu pai, Alexandre Linhares Furtado.

Em 26 de outubro de 1995, o cirurgião Linhares Furtado, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, efetuou “o primeiro transplante hepático sequencial a nível mundial”, utilizando “um fígado colhido inteiro de um dador vivo”, segundo uma nota distribuída aos jornalistas.

Esta e outras técnicas mais complexas “constituem forma de aumentar a capacidade de resposta, contribuindo para reduzir o crónico défice de órgãos para transplante, sempre insuficientes para fazer face ao aumento das necessidades”.

Idealizada e aplicada por Alexandre Linhares Furtado, a técnica de transplante hepático sequencial “permite que doentes que seriam preteridos, em relação a outros candidatos a receber um enxerto de dador cadáver, tenham a possibilidade de receber um fígado”.

Até 2013, foram registados no mundo 1.112 transplantes hepáticos sequenciais, realizados em 63 centros de 21 países, segundo dados do Familial Amyloidotic Polineurophathy World Transplant Registry.

Nos últimos anos, não foram realizadas no CHUC as modalidades técnicas “mais complexas” de transplante de fígado: transplante sequencial e dador vivo, desde 2008, e transplante hepático pediátrico, desde 2011.

“Os transplantes são uma área estratégica do CHUC”, disse José Martins Nunes, numa sessão em que também interveio Ana Calvão, coordenadora do Gabinete Coordenador de Colheita e Transplantação da unidade hospitalar de Coimbra.

Esta história “começou há 46 anos” com Linhares Furtado, a 20 de julho de 1969, “no mesmo dia em que o homem chegou à Lua”, enfatizou.

Nos próximos anos, o CHUC pretende “retomar e utilizar regularmente, sempre que a qualidade do enxerto e as características dos recetores o permitam”, a técnica de ‘split’, envolvendo o transplante de um enxerto em dois recetores, o que permitirá “maximizar o aproveitamento” dos enxertos.

Questionado pela agência Lusa sobre o tráfico de órgãos humanos, confirmado em vários países, Emanuel Furtado disse que não ter conhecimento de que este problema alguma vez se tenha verificado em Portugal.

“E não vejo grandes condições para venha a existir”, sublinhou o cirurgião.

Cirurgião plástico revela
Técnica desenvolvida pelo cirurgião plástico Biscaia Fraga passa por preencher a pele junto ao olho, dependendo das...

As olheiras afetam quase todas as pessoas, homens e mulheres, e com o avanço da idade têm tendência para piorar. Os cosméticos são úteis, mas não resolvem o problema. Uma nova técnica desenvolvida pelo cirurgião plástico Biscaia Fraga, que combina Fatores de Crescimento e gordura do próprio paciente, tem mostrado resultados eficazes e efetivos. O procedimento é pouco invasivo e permite à pessoa regressar de imediato à sua rotina quotidiana.

Ao contrário do que a maioria das pessoas pode pensar, as olheiras não surgem apenas quando se dorme mal, como sinal de fadiga. Há outras causas e uma das principais é a hereditariedade. Isto porque, como a pele em redor das pálpebras é a mais fina do corpo, com uma espessura de cerca de 0,5 mm, sob a qual passam vasos sanguíneos, estes acabam por ser visíveis. Quando as veias se encontram perto da superfície da pele, podem originar um tom azulado, uma consequência da herança genética.

Há ainda outras razões para as pessoas terem olheiras, como as alergias, a asma, eczemas e a anemia, que indicia uma alimentação com carência de alguns nutrientes. Os medicamentos que causem a dilatação dos vasos sanguíneos podem também contribuir para que a área debaixo dos olhos escureça.

As soluções passam por usar cosméticos, que atuam essencialmente na prevenção e na correção, ou seja, ajudam a disfarçar as olheiras, embora elas continuem a existir.

Através de um protocolo inovador, que combina Fatores de Crescimento e tecido adiposo do paciente, é possível preencher a pele junto ao olho, de acordo com as necessidades de cada pessoa, eliminando o seu aspeto escuro, o que beneficia e rejuvenesce não apenas a zona em torno dos olhos, como todo o rosto.

Como se processa?
Dependendo do tipo de olheiras do paciente, “é colhida uma pequena quantidade de tecido adiposo de uma zona do corpo criteriosamente selecionada, como as coxas ou o abdómen. O tecido adiposo é, então, decantado, ou seja, é feita a separação da parte líquida da parte sólida”, explica o cirurgião plástico Biscaia Fraga.

De seguida, adianta o médico, “é centrifugado e associado a fatores plasmáticos, isto é, a parte líquida do sangue que é extraído também do próprio paciente, centrifugado e tratado. Neste processo, separa-se a parte sólida (que inclui os glóbulos e as plaquetas) da líquida e é desta que se aproveita o plasma rico”.

A gordura enriquecida fica, finalmente, pronta para ser utilizada na eliminação das olheiras. O tratamento dura cerca de uma hora e é realizado sob anestesia local. Os resultados são imediatos, embora possa surgir algum inchaço, que desaparece ao fim de uma a duas semanas.

Instituto Nacional de Estatística
As mulheres e os reformados (36,5%) são quem mais sofre de sintomas de depressão, que, em 2014, afetavam um quarto da população...

No total, 36,5% da população reformada apresentava sintomas de depressão em 2014, face a 18,5% da população empregada, revela o inquérito realizado em 2014 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

Dos 25,4% dos portugueses que sofrem de depressão, 16,4% apresentam sintomas depressivos ligeiros, 5,8% sintomas moderados e 3,2% sintomas fortes ou muito fortes.

“Para estes sintomas era muito acentuada a diferença entre homens (16%) e mulheres (33,7%), particularmente nos [sintomas] de intensidade ligeira”, refere o inquérito, que visa caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

O inquérito analisou também o consumo de medicamentos prescritos por um médico, que rondou os 90% para a população idosa em 2014.

Segundo os dados, cerca de 56% dos portugueses maiores de 15 anos consumiram medicamentos prescritos por médicos, nas duas semanas anteriores à entrevista do INE.

Este consumo aumenta de forma acentuada com a idade: inferior a 30% para pessoas com menos de 35 anos, 54,1% entre 45 e 54 anos e mais de 90% para as pessoas com 75 ou mais anos.

Também é maior nas mulheres (62,7% face a 48,6% dos homens). Comparando com os resultados do último inquérito, realizado em 2005/2006, verificou-se uma redução para as pessoas com menos de 55 anos e um aumento a partir dessa idade.

Já o consumo de medicamentos não prescritos é mais frequente até aos 34 anos. No ano passado, 23,9% da população com mais de 15 anos consumiu medicamentos (nas duas semanas anteriores) não prescritos por um médico.

Ao contrário do que se verifica com o consumo de medicamentos prescritos, o consumo de medicamentos não receitados por um médico reduz-se com o aumento da idade.

Os dados referem também que a pílula continua a ser o método contracetivo mais utilizado pelas mulheres (quase 70%), principalmente na faixa dos 30-34 anos (77,7%) e dos 25-29 anos (71,8%).

Revela ainda que cerca de 75% das mulheres, entre 15 e 55 anos, que já tinham estado grávidas, referiram ter amamentado em exclusivo durante algum tempo.

No último trimestre de 2014, cerca de 75% dos portugueses consultaram o médico de família nos 12 meses anteriores à entrevista, com proporções entre 65,5% para os mais jovens (15 a 24 anos) e 86,6% para as pessoas com mais de 75 anos.

Houve ainda 48,1 dos portugueses que recorreram a consultas com médicos especialistas, refere o INE, sublinhando que houve um aumento das visitas anuais ao dentista na última década.

No final de 2014, para 48,7% da população a última consulta no dentista tinha ocorrido há menos de 12 meses, para 31,6% há menos de 6 meses, e para 17,1% entre 6 e 12 meses.

O documento divulga também que os jovens são os mais satisfeitos com a vida, sendo que cerca de metade da população mostrava-se globalmente satisfeita ou bastante satisfeita, segundo a Escala de Satisfação com a Vida.

As regiões autónomas concentram a maior proporção de pessoas satisfeitas ou bastante satisfeitas com a vida: 54,8% nos Açores e 53,4% na Madeira.

Instituto Nacional de Estatística
Mais de um terço (35%) dos portugueses maiores de 15 anos consumiam diariamente no ano passado bebidas alcoólicas, segundo o...

De acordo com o inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, 70% da população com 15 ou mais anos referiu ter consumido bebidas alcoólicas pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores à entrevista.

“As proporções de consumo de álcool eram mais elevadas para as pessoas com 25 a 54 anos (superiores a 75%)”, refere o inquérito, que tem como objetivo caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

Os dados observam que foram sobretudo os jovens, com idades entre os 15 e os 24 anos, e os idosos que disseram nunca ter bebido álcool (28,4% e 25,3%, respetivamente) no último ano.

Considerando apenas a população que consumiu álcool no ano anterior, o estudo verificou que a frequência diária de consumo aumentava com a idade: 10,1% para as pessoas de 25 a 34 anos, 40,1% para o grupo de 45 a 54 anos e 61,1% para a população idosa.

Ao contrário, a frequência dos consumos esporádicos de álcool era mais elevada nos jovens: 70,1% das pessoas entre 15 e 24 anos referiu ter bebido com uma frequência mensal ou ocasional durante o ano anterior, face a 38,2% para a população em geral.

Já o “consumo arriscado de álcool” (seis ou mais unidades de 10 gramas de álcool numa única ocasião), pelo menos uma vez no ano anterior, foi referido por 33,2% da população, destes 56,2%, disserem fazê-lo com frequência ocasional.

Relativamente ao consumo de tabaco, o INE refere que a proporção de fumadores se manteve estável na última década, situando-se nos 20%. Observou-se, contudo, uma redução dos fumadores regulares (que fumam diariamente) de quase dois pontos percentuais (p.p.), situando-se nos 16,8% em 2014.

Os homens fumam mais do que as mulheres (27,8% e 13,2%, respetivamente). Ao contrário, as mulheres que referiram nunca ter fumado registavam uma proporção bastante superior à dos homens (73,9% face a 40,3%, respetivamente).

A diferença entre homens e mulheres reflete-se também no número médio de cigarros consumidos diariamente: 51,5% dos homens fumava entre 11 e 20 cigarros, contra 35,4% das mulheres.

O consumo médio diário inferior a 11 cigarros era de 60,2% para as mulheres e de 36,5% para os homens.

Comparando com os resultados do último Inquérito Nacional de Saúde, o número de ex-fumadores aumentou quase 6 p.p. (21,7% em 2014 e 16% em 2005/2006) e diminuiu a percentagem da população que nunca fumou (de 62,9% em 2005/2006 para 58,2% em 2014).

O inquérito adianta que 92,1% das pessoas que deixaram de fumar fizeram-no sem qualquer apoio, enquanto 3,6% recorreram a apoio médico e/ou de medicamentos.

Houve ainda 8,6% dos portugueses que disseram estar expostos a fumo passivo diariamente, principalmente em locais de lazer (38,3%), em casa (31%) e no local de trabalho (20,5%).

Instituto Nacional de Estatística
Mais de metade da população portuguesa maior de 18 anos tinha excesso de peso em 2014, uma subida ligeira em dez anos, revelam...

Os dados fazem parte do Inquérito Nacional de Saúde 2014, realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em colaboração com o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, que visa caracterizar a população residente com 15 ou mais anos em três “grandes domínios”: estado de saúde, cuidados de saúde e determinantes de saúde relacionadas com estilos de vida.

Em 2014, 52,8% da população com 18 ou mais anos tinha excesso de peso (50,9% há uma década), refere o INE, sublinhando que “o aumento da obesidade foi o mais expressivo, tendo afetado principalmente as mulheres.

Por grupo etário, o estudo verificou que a obesidade atingia, com maior grau de importância, a população com idades entre 45 e 74 anos (com proporções superiores à média do país), enquanto o excesso de peso de grau II era observado sobretudo na população entre 65 e 74 anos.

Outro dado observado no estudo foi o acréscimo do número de pessoas com doenças crónicas, destacando-se o aumento da percentagem de pessoas que referiram sofrer de problemas renais, que passou de 1,8% para 4,6% em dez anos.

Já um terço da população com 15 ou mais anos referiu ter dores lombares crónicas, a doença crónica referida com maior frequência pelos portugueses em 2014.

Foram também elevadas as proporções de pessoas que referiram ter hipertensão arterial (25,3%), dores cervicais ou outros problemas crónicas no pescoço e artrose (24,1% nos dois casos).

Comparativamente aos homens, as mulheres são significativamente mais afetadas por artroses (31,7% face a 15,4% para os homens), por dores cervicais ou outros problemas crónicos no pescoço (31,6% mulheres, contra 15,5% dos homens) ou por dores lombares ou outros problemas crónicos nas costas (39,7% contra 25,2%).

O Inquérito Nacional de Saúde revela também que mais de um terço da população com 50 e mais anos (35,1%) disse ter feito uma colonoscopia nos 10 anos anteriores à entrevista do INE.

O estudo constatou que as percentagens da realização destes exames nos Açores (22,6%) e na Madeira (19,3%) são bastante inferiores à média nacional.

“Independentemente da região, a proporção de homens que foi submetida a este ato complementar de diagnóstico e terapêutica foi sempre superior à de mulheres”, observa o relatório.

Os dados revelam ainda que quase 85% das mulheres, com idades entre 50 e 69 anos, disseram ter realizado uma mamografia nos últimos dois anos, o que comparado com o valor de 2005/2006 (52,2%) representa um aumento de 32 pontos percentuais (p.p).

Também neste caso os valores observados nos Açores (77,6%) e na Madeira (70,4%) foram, em 2014, inferiores à média nacional, mas com aumentos de 46,4 p.p. e de 33,8 p.p., respetivamente, nos últimos dez anos.

Quanto à vacina da gripe, quase metade da população idosa disse que a tomou no ano anterior à entrevista, um ato que também foi mais reduzido na Madeira (40%) e nos Açores (43,2%) face à média do país (47,2%).

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