Estudo

Experiências laboratoriais com ratos associam antibióticos ao aumento de peso

Em 2011, investigadores espanhóis usaram um medicamento antibacteriano para combater o excesso de peso. Mas a maioria dos estudos relaciona a toma deste fármaco com... uma maior propensão para obesidade!

Investigadores do Hospital do Mar, em Barcelona, em Espanha, concluíram, no final de 2011, que os efeitos colaterais de um conhecido antibiótico pode ajudar os pacientes a perder peso. Este medicamento antibacteriano injetável acelera o esvaziamento gástrico, o processo de chegada dos nutrientes ao intestino, fazendo diminuir o tempo que decorre entre a ingestão dos alimentos e a sensação de saciedade transmitida pelo cérebro. Na altura, a notícia correu mundo, escreve o Sapo.

Esta descoberta, para muitos especialistas, abre novas hipóteses terapêuticas para o excesso de peso no que diz respeito a novos fármacos mais efetivos e seguros contra a obesidade, um problema que afeta cada vez mais crianças e adultos. Um estudo francês, desenvolvido na Universidade do Mediterrâneo, em Marselha, adverte, contudo, para o problema da toma excessiva de antibióticos que, segundo a investigação, faz engordar.

“Vários estudos demonstraram que a toma de antibióticos, nem que seja num único ciclo, pode interferir com o funcionamento do organismo, sobretudo com os intestinos, de forma permanente”, escreve mesmo Pierre Amaral, autor de um artigo sobre o tema. Uma outra investigação, liderada por Laura M. Cox, especialista do Centro Médico NYU Langone, em Nova Iorque, nos EUA, sugere que a toma destes fármacos na primeira década de vida, tenha o mesmo efeito.

Em 2014, os autores do estudo descobriram, numa experiência laboratorial, que os ratos tratados com antibióticos numa fase inicial de crescimento e de desenvolvimento tinham alterado a flora intestinal. Essa situação esteve na origem de uma mutação nas bactérias presentes nessa zona, que reprogramaram seu metabolismo, tornando-se mais propensas ao ganho de peso. O processo de análise ainda decorre, pretendendo os cientistas repetir a experiência em seis espécies de ratos no prazo de cinco anos.

Fonte: 
Sapo
Nota: 
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