Inquérito conclui
Quase todos os portugueses querem mais investimento no cancro, mas metade não está disponível para descontar mais e, se...

As conclusões constam de um inquérito realizado em novembro pela GFK junto de mais de 1.200 portugueses para avaliar as perceções dos portugueses sobre o cancro, que será apresentado hoje no âmbito do 3º Think Tank Inovar Saúde – “Cancro 2010: Velhos e Novos desafios”.

Sobre o financiamento das doenças oncológicas, 59% dos portugueses têm a perceção de que na área da saúde é o cancro que recebe maior investimento e concordam que esta deve ser a prioridade: 84% defendem mais investimento e 74% consideram que as verbas existentes para a oncologia são “insuficientes”.

Nessa medida, foram questionados sobre a possibilidade de descontarem mais para essa área e metade recusou, alegando que tem “pouco dinheiro disponível” (49%) ou que já desconta muito (41%).

Apenas um terço admitiu poder pagar mais para o cancro, mas, destes, só 15% se mostrou “muito disponível” para descontos adicionais, apresentando como prioridade “ajudar os doentes”.

Na eventualidade de terem mesmo que descontar um valor adicional para oncologia, a maioria defendeu que esse dinheiro servisse como uma espécie de fundo pessoal, em que o dinheiro fosse aplicado no próprio tratamento, em caso de desenvolver a doença.

As outras hipóteses de investimento defendidas foram a modernização das instalações e equipamentos atuais, o aumento do número de médicos nos departamentos de oncologia, mais recursos para acelerar a introdução de tratamentos inovadores e para a investigação.

O estudo demonstra que o investimento no cancro é considerado prioritário pelos portugueses, por ser a doença mais temida (71%), à frente das doenças cardiovasculares, que são as que efetivamente mais matam em Portugal.

As elevadas taxas de prevalência e mortalidade, bem como o caráter “cego” da doença, são as razões que contribuem para esta perceção e também para a vontade manifestada pelos inquiridos de saberem mais sobre prevenção (69%), sintomas (51%) e tipos de tratamento (47%).

No que diz respeito ao tratamento do cancro e ao acesso a cuidados de saúde, o estudo demonstra que os portugueses consideram que o setor privado é globalmente melhor do que o público.

No entanto, dos 25% dos inquiridos que tiveram cancro ou acompanharam uma pessoa com a doença, 86% foram seguidos exclusivamente no serviço público e apenas cinco no privado.

O principal motivo para escolha do hospital publico foi a falta de dinheiro para o privado, enquanto quem escolhe o privado alega sobretudo a rapidez do serviço.

Ainda assim, há a perceção de que existe qualidade no serviço público (em particular no que respeita às competências dos médicos), mesmo que, ponto por ponto, o privado tenha uma melhor prestação do que o público na avaliação que é feita pelos portugueses que responderam ao inquérito.

Estudo
Mais de metade dos portugueses defendem maior participação da sociedade nas decisões públicas sobre cancro, mas apenas um terço...

Com base num inquérito realizado em novembro pela GFK junto de mais de 1.200 portugueses, o estudo, que será hoje divulgado no Think Tank Inovar Saúde, pretendeu avaliar as perceções dos portugueses sobre o cancro e revelou que 52% acreditam que a sociedade deve ter um papel mais ativo nas decisões públicas sobre cancro.

Os portugueses consideram ainda que são pouco ouvidos em questões de saúde e em particular sobre o cancro: apenas 10% responderam que “os cidadãos são muito ouvidos”, enquanto 23,8% consideram que são “medianamente ouvidos” e 55% que “não são, de todo, ouvidos”.

No entanto, quando questionados sobre a sua disponibilidade para ter um papel mais ativo na tomada de decisões, apenas um terço se mostrou pessoalmente disponível.

Entre as formas de participação possível, quem respondeu ao inquérito apontou a possibilidade de dar a sua opinião e de ser ouvido, ter maior acesso a informação e ter uma postura mais ativa.

O mesmo estudo mostra que apenas um terço dos portugueses gostaria de participar de forma mais ativa na distribuição do orçamento para a saúde, os restantes dois terços admitem não ter conhecimentos suficientes para o fazer.

Quando questionados concretamente sobre como gostariam de participar, o caminho passa por uma maior representatividade dos cidadãos.

A possibilidade mais escolhida foi a da constituição de grupos públicos de defesa, logo seguida pela criação de um “provedor do doente com cancro” e de um reforço do poder das associações de doentes.

Os inquiridos defendem também mais consultas públicas relacionadas com decisões na área da saúde.

Estas conclusões vão ao encontro das do grupo de peritos convidados pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) para tentar identificar “os velhos e novos desafios” do cancro.

O estudo da ENSP considera que é necessária mais participação dos cidadãos nas decisões públicas sobre doenças oncológicas, mas reconhece que para isso é necessário disponibilizar-lhes mais informação e formação adequada.

Especialistas concluem
Uma maior participação dos cidadãos nas decisões públicas sobre cancro, a criação de uma rede de referenciação oncológica e um...

Estas são as principais conclusões de um grupo de especialistas que a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) reúne no 3º Think Tank – “Cancro 2020: Velhos e Novos Desafios”.

Os peritos defendem mais participação da sociedade nos diferentes momentos de decisão, mas sublinham que para isso é necessário disponibilizar aos cidadãos mais informação “em linguagem percetível” e formação adequada.

O envolvimento das autarquias como mediadoras da participação do cidadão e a capacitação das organizações e das pessoas para trabalharem em conjunto são igualmente recomendados.

No que respeita às áreas do financiamento e da inovação, os especialistas consideram fundamental desenvolver “modelos de financiamento holísticos e prospetivos”, anualmente revistos, que antecipem a evolução tecnológica e demográfica.

O grupo do Think Tank defende também a aplicação referendada do princípio de consignação da receita dos impostos, uma linha de financiamento da inovação em oncologia diferenciada de acordo com o peso da doença, a contratualização de orçamentos hospitalares plurianuais, que acomodem entrada de novas tecnologias, e um modelo de financiamento baseado em resultados e na valorização de atos específicos.

Relativamente ao acesso a tratamentos e cuidados de saúde, o estudo da ENSP aponta a necessidade de uma “rede de referenciação de modelo matricial e colaborativo”, que passe por um plano oncológico nacional com metas definidas, auditorias clínicas, organizacionais e financeiras, uma unidade de missão e padronização do fluxo do doente e uma base de dados única para o doente oncológico, desde o diagnóstico.

Em Lisboa
Uma investigação na área da malária e outra na área da retinopatia diabética são as vencedoras deste ano dos prémios Pfizer de...

O prémio Pfizer 2015 de Investigação Básica vai ser atribuído a investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência que descobriram que uma bactéria benéfica do intestino produz açúcar que gera uma resposta de defesa natural do organismo contra a transmissão da malária.

A investigação, liderada por Miguel Soares, veio demonstrar a existência de uma resposta imunitária, “induzida por componentes imunogénicos da microflora intestinal”, que confere proteção contra a infeção por ‘Plasmodium’, o parasita da malária.

Esta resposta imune pode ser usada em potenciais vacinas contra a doença.

Os investigadores lembram que a mortalidade associada à malária tem decrescido também através de fármacos eficazes, mas ressalvam que o parasita tem uma capacidade inerente de se tornar refratário a drogas antimaláricas, o que vem “realçar a necessidade de desenvolvimento de uma vacina eficiente”.

O prémio Pfizer de Investigação Clínica vai ser atribuído a um trabalho sobre retinopatia diabética do AIBILI – Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem.

A retinopatia diabética e das doenças vasculares da retina são das causas mais frequentes de perda de visão e têm uma relação direta com a alteração da barreira hemato-retiniana, um sistema essencial de proteção da retina.

O trabalho agora premiado apresenta um novo método de quantificar as alterações daquela barreira em que é usado um método não invasivo.

Atualmente, a monotorização da barreira hemato-retiniana faz-se através de uma angiografia que obriga à injeção de um corante, a fluoresceína, que tem riscos e pode causar reações alérgicas graves.

“Com esta inovação acessível a todos os centros especializados de oftalmologia é possível que 90% das pessoas que precisam de se submeter a este exame não necessitem de usar a injeção de contraste”, refere a entidade responsável pela atribuição dos prémios.

Os dois trabalhos vencedores dos prémios Pfizer de Investigação 2015 vão receber, em conjunto, um valor total de 40 mil euros.

Os Prémios Pfizer, anunciados em conjunto com a Sociedade de Ciências Médicas, têm como objetivo distinguir o melhor trabalho de investigação básica e clínica em ciências da saúde.

Dia Europeu sobre a Proteção de Crianças contra a Exploração Sexual
A Polícia de Segurança Pública desenvolveu mais de 300 ações de sensibilização junto de alunos do ensino básico e secundário...

As ações decorreram entre os dias 18 de novembro e 4 de dezembro e envolveram mais de 9.300 crianças e jovens e mais de 1.100 pais e professores, refere a Polícia de Segurança Pública em comunicado.

Segundo a PSP, o objetivo das ações foi “dar a conhecer determinados fenómenos criminais, como a exploração sexual e o abuso sexual de menores”, no sentido de contribuir para uma maior consciencialização deste tipo de crimes, que constituem “uma grave violação dos direitos das crianças”, e divulgar medidas preventivas e protetoras dos direitos das crianças.

Dados divulgados pelo Comité de Ministros do Conselho da Europa referem que, na Europa, uma em cada cinco crianças é vítima de alguma forma de violência ou de exploração sexual.

Publicidade enganosa a analgésico
A justiça australiana ordenou hoje ao gigante britânico dos medicamentos Reckitt Benckiser para retirar do mercado algumas...

A Comissão australiana da Concorrência e do Consumo (ACCC, na sigla inglesa) tinha interposto uma ação na justiça em março, denunciando o facto de o Nurofen ser vendido em diferentes embalagens, segundo o tipo de problemas de saúde a tratar, apesar de o seu princípio ativo ser o mesmo.

O tribunal federal australiano considerou que a multinacional sedeada na Grã-Bretanha adotou um comportamento enganador, ao embalar o Nurofen em diferentes embalagens, contendo sempre o mesmo ingrediente: 342 miligramas de lisina de ibuprofeno.

O tribunal ordenou a retirada durante três meses de caixas de Nurofen que eram vendidas como tratamento específico para as dores de costas, dor de cabeça ou para aliviar as dores menstruais.

Em comunicado, a ACCC afirma que a Reckitt Benckiser admitiu a culpa e reconheceu a decisão do tribunal.

Investigação
Uma investigação científica descobriu as origens africanas da bactéria responsável pela tuberculose, que já estava presente na...

O cientista Iñaki Comas, da Área do Genoma e Saúde da Federação para o Fomento da Investigação Sanitária e Biomédica da Comunidade de Valência, liderou a investigação sobre a origem da bactéria Mycobacterium tuberculosis.

Os investigadores analisaram através de técnicas de sequenciação massiva os genomas de 66 tipos de tuberculose, recolhidas de pessoas infetadas na Etiópia.

Os resultados, que acabam de ser publicados na revista “Current Biology”, encontraram uma grande diversidade de genótipos desta bateria na população estudada.

“A surpreendente diversidade da Mycobacterium tuberculosis encontrada na Etiópia confirma a origem africana da doença e contradiz o princípio clássico que defendia que a tuberculose não estava presente na África antes da chegada dos europeus”, explicou o investigador, que também trabalha no Centro de Investigação Biomédica na Rede de Epidemiologia e Saúde Pública (CIBER) do Instituto de Saúde Carlos III.

Essa diversidade pode afetar a evolução da doença e, por isso, é fundamental compreender os fatores que podem ter influenciado a estrutura atual da prova da Mycobacterium yuberculose em África e em todo o mundo, para que seja possível definir tendências futuras na epidemiologia da doença.

Os cientistas sugerem que as altas taxas de infeção entre as populações nativas da Etiópia, depois do contacto com os europeus, podem explicar-se pela introdução de estirpes mais virulentas, que se estenderam rapidamente pelos países da África subsaariana.

“Quando os europeus chegaram à Etiópia não havia praticamente casos de tuberculose e a nossa hipótese é que a estirpe que existia era menos virulente, enquanto em algumas cidades europeias, como Londres, havia altas taxas”, sublinhou o investigador.

Os dados são compatíveis com a hipótese de que foram os europeus os que introduziram as estirpes mais virulentos e de fácil transmissão, que foram substituindo as anteriores.

O estudo faz parte de um projeto mais amplo que analisa a causa das altas taxas de tuberculose extrapulmonar na Etiópia e se as altas taxas são causadas por estirpes provenientes de animais ou são de origem humana.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a tuberculose é a doença com maior mortalidade, à frente do VIH e da malária, sendo a maior causa de morte das pessoas infetadas pelo vírus da sida.

Cuidados durante o Inverno
Durante o Inverno o corpo precisa de cuidados especiais.

O vento, o frio e a poluição são alguns dos fatores que condicionam a saúde da sua pele, e em particular dos seus lábios. A verdade é que, com a chegada do Inverno, e em particular com a descida acentuada da temperatura, a pele sofre alguns desequilíbrios.

Os lábios, por não possuírem glândulas sebáceas – responsáveis pela produção de sebo que promove a hidratação – são mais vulneráveis às ameaças externas, próprias da estação que se avizinha.

No entanto, os dermatologistas advertem que estes fatores – vento frio, ar condicionado ou sol – não são os únicos responsáveis pela pele seca ou gretada. Na realidade, o ressecamento da pele é consequência de múltiplos fatores, inclusive do défice do consumo de água.

Além de se aconselhar o uso de batons com filtros solares, é importante que se beba água mesmo sem que haja sede. Isto porque, no Inverno, os lábios perdem hidratação causando uma sensação de secura e irritação, podendo haver lugar para fissuras, escamas e até mesmo pequenas feridas que causam grande desconforto.

Outra maneira de prevenir as fissuras é evitar passar a língua com saliva pelos lábios. Ainda que, num primeiro instante, a saliva possa trazer algum alívio, na realidade ela irá secar ainda mais a pele.

Este efeito ocorre porque a saliva contém cerca de sete enzimas digestivas preparadas para pré-digerir os alimentos, que embora não ajam nas mucosas são suficientes para agredir a pele sensível dos lábios.

De acordo com André Dourado, diretor da EMAC – Escola de Medicinas Alternativas e Complementares do Porto – a melhor forma de garantir uma hidratação prolongada dos lábios e protegê-los dos efeitos do frio é usar, com frequência, bálsamos protetores e regeneradores que, tal como explica, podem ser feitos em casa.

Estas soluções caseiras têm como principais ingredientes a cera de abelha e a manteiga de karité, que devem ser preparadas no seu estado puro.

Para manter a hidratação durante todo o dia só precisa juntar à cera de abelha derretida quatro colheres de óleo de jojoba e 20 gotas de óleo essencial de camomila.

Para obter um bálsamo hidratante e com efeito regenerativo, por exemplo, derreta em banho-maria uma colher de manteiga de karité, uma colher rasa de cera de abelha e uma colher de óleo essencial de rosa mosqueta, reconhecido pela sua eficácia no combate ao envelhecimento da pele.

Quando a mistura estiver completamente líquida acrescente 20 gotas de óleo essencial de camomila romana, que irá conferir um efeito calmante à pele dos lábios.

Depois de prontos, estes bálsamos devem repousar num recipiente pequeno, próprio para que o possa levar sempre consigo, até adquirir a consistência ideal.

O seu uso não tem qualquer limitação quanto à idade ou tipo de pele.

Pode ainda massajar os lábios com algumas gotas de óleo de amêndoas doces. Este óleo tem alto poder de hidratação e é rico em vitaminas A, B e E.

Outra opção é o óleo de macadâmia. Sendo muito nutritivo, é perfeito para hidratar os lábios. Basta que, antes de ir dormir, faça uma exfoliação caseira com açúcar e mel e, de seguida, massaje com este óleo.

A aplicação de compressas com chá de camomila também pode ajudar a aliviar os efeitos dos lábios gretados. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A toma de antidepressivos durante a gravidez aumenta em 87% o risco de autismo para a criança, segundo um estudo canadiano...

As conclusões do estudo são importantes, atendendo a que são prescritos antidepressivos para tratar a depressão a entre 6% e 10% das mulheres, sublinham os investigadores que analisaram os dados médicos de 145.456 grávidas na província do Quebec.

"As diversas causas do autismo continuam por desvendar, mas os trabalhos demonstram que a genética e o ambiente podem ser fatores de risco”, explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal e do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal autora daquele estudo.

“A nossa investigação permite estabelecer que tomar antidepressivos, sobretudo os que atuam sobre a serotonina (um neurotransformador), durante o segundo ou o terceiro trimestre da gravidez, duplica quase o risco de autismo no bebé”, acrescentou.

Bérard e a sua equipa seguiram 145.456 crianças desde a gestação até aos 10 anos.

Pele íntima
Uma empresa da Covilhã desenvolveu um produto para as dermatoses da pele íntima, que se apresenta como alternativa ao uso de...

"É um produto de base natural, equilibrada e segura, com o qual se pretende obter o alívio dos sintomas das dermatoses da vulva, designadamente prurido, dor e irritação", especificou.

Segundo adiantou, o produto, que nesta fase experimental adota o nome técnico de "LabiaStick", é apresentado como um "lápis medicamentoso", ou seja, no aspeto é igual a um batom, o que lhe acrescenta as vantagens de poder "andar sempre com a mulher e de ser de muito fácil aplicação".

Ana Palmeira de Oliveira adiantou que a empresa já chegou à fórmula final do produto e que este será agora alvo de um ensaio clínico, devidamente aprovado pela Comissão de Ética do Infarmed.

"Tendo em conta que estamos a falar de um dispositivo não tínhamos de fazer este ensaio, mas entendemos que era importante validá-lo clinicamente porque dá uma maior segurança às utilizadoras e, naturalmente, valorizará o produto em termos empresariais", apontou.

Ana Palmeira de Oliveira explicou que o ensaio será realizado no formato de "provas de conceito" e envolverá 75 mulheres. Cada uma utilizará o produto durante quatro semanas e, devidamente acompanhada pelo médico, fará a avaliação de acordo com os parâmetros pedidos.

"Estamos a falar de um problema que não tem uma incidência muito elevada e, por isso, em vez de limitarmos as provas de conceito a um serviço, vamos contar com três parceiros: o Centro Hospitalar da Cova da Beira, o Hospital de São João e a Apomédica, que é uma clínica privada", referiu.

Este "passo de gigante" deverá estar concluído no final de junho de 2016 e, se tudo correr como o previsto, o "LabiaStick" passará a contar com validação clinicamente comprovada e estará pronto a ser lançado no mercado.

A data para que tal aconteça ainda não está definida, mas Ana Palmeira de Oliveira acredita que poderá ser até final de 2016, altura em que a Labfit já terá estabelecido acordo com o "parceiro ideal" para produção em série e para a comercialização.

Segundo revelou, as perspetivas são bastante positivas, visto que o produto tem suscitado manifestações de interesse de algumas empresas da indústria farmacêutica.

A Labfit é uma empresa sediada na Covilhã, distrito de Castelo Branco, que realiza investigação e desenvolvimento de produtos, bem como prestação de serviços ao nível do controlo de qualidade e caracterização de produtos. Foi criada em 2012 e resulta de um projeto de duas farmacêuticas investigadoras (Ana Palmeira de Oliveira e Rita Palmeira de Oliveira), que também são irmãs.

Na primeira fase, foi incubada na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (UBI), tendo em março deste ano transferido a atividade para as instalações do UBIMedical, um centro de investigação científica e tecnológica para a área da saúde.

“Situações dramáticas”
O diretor geral da Saúde alertou hoje para as “situações dramáticas” em que alguns recém-nascidos chegam ao hospital após o...

Francisco George falava na cerimónia de apresentação do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco, uma iniciativa da Direção Geral da Saúde (DGS) que aborda temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias psicoativas.

Após sublinhar os progressos que Portugal registou na área da saúde materno infantil, Francisco George alertou para uma tendência que, embora “não muito expressiva”, “é preciso combater, a nível informativo, logo no início”.

Francisco George referia-se aos partos realizados em casa, que em muitos casos resultam em “situações dramáticas” para a saúde dos recém-nascidos.

Da mesma opinião é Luís Graça, diretor do serviço de obstetrícia do Hospital de Santa Maria, para quem “o parto hospitalar é o mais seguro”.

O obstetra citou um estudo publicado nos Estados Unidos, segundo o qual em cada três bebés que morrem no parto domiciliário, dois seriam salvos se o parto fosse realizado no hospital.

“Isto significa que podemos reduzir em dois terços a mortalidade perinatal”.

O diretor geral da Saúde também defende o combate de outra tendência que contempla a possibilidade de um enfermeiro com esta especialidade para fazer o parto de forma autónoma.

“Não podemos arriscar – principalmente na parte final do parto – que este não seja assistido por uma equipa que inclui enfermeiros, naturalmente, mas médicos de várias especialidades”.

Francisco George deixou um aviso: “Não contem com a simpatia do diretor geral da Saúde para a promoção de partos, não só em casa, como também assistidos autonomamente por enfermeiros. Não vamos voltar para trás”.

O Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco foi hoje apresentado como “uma oportunidade de abordar as questões relativas à gravidez de forma abrangente, desde a preconceção ao puerpério”.

De acordo com a DGS, foi reunido, num único manual, “atualizado e de fácil consulta”, um conjunto de recomendações e intervenções adequadas na preconceção, na gravidez e no puerpério”.

“Os cuidados centram-se nas necessidades de cada mulher, par, família, que devem ser considerados parceiros nas decisões e intervenções necessárias para a vigilância da gravidez”, avança a DGS.

O conceito de vigilância pré-natal é alargado, de forma a abranger, quando for caso disso, o pai ou outras pessoas significativas, assim como a diversidade sociocultural e as pessoas com necessidades especiais.

Este programa “dá igualmente ênfase à avaliação do bem-estar emocional da mulher, da criança e da família”.

Estudo
Uma equipa internacional de investigadores descobriu o mecanismo utilizado pelo organismo para eliminar as células que não...

O trabalho foi realizado por investigadores dos espanhóis Instituto Cajal e Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares e da Universidade de Berna (Suíça).

O cientista do Instituto Cajal e coautor do estudo, Sergio Casas, disse à agência noticiosa espanhola EFE que os resultados do trabalho serão especialmente úteis para os progressos em duas áreas: a investigação do cancro e o estudo do desenvolvimento do sistema nervoso e das doenças neurodegenerativas.

“Descobrimos o papel de uma proteína no processo de competição celular”, precisou o investigador.

A competição celular é o processo através do qual o organismo seleciona as células que formarão os seus tecidos: “as menos boas são rejeitadas e substituídas por células ótimas que se multiplicam para formar o tecido definitivo”.

São o que se denomina células “perdedoras” e células “ganhadoras”, respetivamente.

Conhecer o processo é importante para o combate ao cancro, caso em que “infelizmente, as células ‘perdedoras’ são as boas face às tumorais que são as ‘ganhadoras’, pelo menos em muitos tipos de tumor”, disse ainda Sergio Casas.

Em relação ao sistema nervoso, está a ser investigado como é que “a seleção de células durante o desenvolvimento se traduz num sistema nervoso que funciona melhor ou pior”, adiantou.O trabalho foi realizado por investigadores dos espanhóis Instituto Cajal e Centro Nacional de Investigações Cardiovasculares e da Universidade de Berna (Suíça).

O cientista do Instituto Cajal e coautor do estudo, Sergio Casas, disse à agência noticiosa espanhola EFE que os resultados do trabalho serão especialmente úteis para os progressos em duas áreas: a investigação do cancro e o estudo do desenvolvimento do sistema nervoso e das doenças neurodegenerativas.

“Descobrimos o papel de uma proteína no processo de competição celular”, precisou o investigador.

A competição celular é o processo através do qual o organismo seleciona as células que formarão os seus tecidos: “as menos boas são rejeitadas e substituídas por células ótimas que se multiplicam para formar o tecido definitivo”.

São o que se denomina células “perdedoras” e células “ganhadoras”, respetivamente.

Conhecer o processo é importante para o combate ao cancro, caso em que “infelizmente, as células ‘perdedoras’ são as boas face às tumorais que são as ‘ganhadoras’, pelo menos em muitos tipos de tumor”, disse ainda Sergio Casas.

Em relação ao sistema nervoso, está a ser investigado como é que “a seleção de células durante o desenvolvimento se traduz num sistema nervoso que funciona melhor ou pior”, adiantou.

Novos temas abordados
Temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias...

Trata-se do Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco, apresentado como “uma oportunidade de abordar as questões relativas à gravidez de forma abrangente, desde a preconceção ao puerpério”.

De acordo com a DGS, foi reunido, num único manual, “atualizado e de fácil consulta”, um conjunto de recomendações e intervenções adequadas na preconceção, na gravidez e no puerpério”.

“Os cuidados centram-se nas necessidades de cada mulher, par, família, que devem ser considerados parceiros nas decisões e intervenções necessárias para a vigilância da gravidez”, avança a DGS.

O conceito de vigilância pré-natal é alargado, de forma a abranger, quando for caso disso, o pai ou outras pessoas significativas, assim como a diversidade sociocultural e as pessoas com necessidades especiais.

Este programa “dá igualmente ênfase à avaliação do bem-estar emocional da mulher, da criança e da família”.

“Além dos temas usuais, quando se fala em gravidez, como preparação para o parto, parentalidade e aleitamento materno, neste programa são abordados temas como alimentação, atividade física, saúde oral, sexualidade durante a gravidez, tabagismo, álcool e substâncias psicoativas e segurança rodoviária, entre outros”.

Contraceção de emergência
Tabus sobre a pílula do dia seguinte revelam grande desconhecimento sobre o ciclo reprodutivo femini

A perceção geral sobre a contraceção oral de emergência, também conhecida como pílula do dia seguinte, continua rodeada de rumores e mitos que a estigmatizam socialmente. No entanto, a contraceção oral de emergência é uma segunda oportunidade para todas as mulheres que tenham um incidente durante uma relação sexual com o seu método contracetivo habitual; ou que não tenham utilizado qualquer método e queiram  evitar uma gravidez não planeada. 

Em Portugal, 88% das mulheres afirmam já ter ouvido falar da pílula do dia seguinte, segundo um estudo elaborado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e a Sociedade Portuguesa da Contracepção. O mesmo estudo conclui ainda que 17% das mulheres portuguesas sexualmente ativas já utilizou a pílula de emergência1. Apesar deste conhecimento, são ainda muitos os mitos sobre a pílula do dia seguinte.

Teresa Bombas, Especialista em Ginecologia e Obstetrícia e Presidente da Sociedade Portuguesa da Contracepção, comentou: “O falso conceito mais frequente, e que importa combater, refere-se ao mecanismo de ação da contraceção de emergência, confundindo-a com um método abortivo. A contraceção oral de emergência atua na fase pré-ovulatória inibindo ou atrasando a ovulação (libertação do óvulo). Quando não há ovulação, não há gravidez”. “A contraceção de emergência não interrompe a gravidez, não é abortiva,” concluiu Teresa Bombas.

A utilização da contraceção oral de emergência deve ser feita de forma ocasional e excecional. A contraceção oral de emergência não protege de infeções sexualmente transmissíveis, e não deve substituir, em nenhum caso, os métodos contracetivos regulares.

Falsos mitos sobre a Pílula do Dia Seguinte

Estudos demonstram que facilitar o acesso à pílula do dia seguinte não aumenta o comportamento de risco contracetivo ou sexual2. Ao saberem que têm esta opção, as mulheres não terão por isso, mais relações sexuais sem proteção, sendo ainda mais provável que adotem um método contracetivo permanente depois de terem usado a pílula do dia seguinte3,4. O retorno à fertilidade pode ser imediato5 mesmo que continue a utilizar o método contracetivo regular, pelo que deverá utilizar-se sempre um método barreira (preservativo) até ao próximo período menstrual.

Outra dúvida comum é o que acontece se a mulher já estiver grávida no momento em que toma a pílula do dia seguinte? Os dados disponíveis não sugerem preocupação com a segurança no desenvolvimento do feto5, uma vez que a contraceção de emergência apenas pode inibir ou atrasar a ovulação para que a fecundação não aconteça. É exatamente por este motivo que é extremamente importante tomá-la o mais rápido possível após a relação sexual não protegida ou falha do método contracetivo, pois quanto mais próximo a mulher estiver da ovulação, maiores são as possibilidades de engravidar6. Se a ovulação já tiver ocorrido, a contraceção oral de emergência deixa de ser eficaz. Por isso, a contraceção oral de emergência não evita a gravidez em todos os casos, nem interrompe uma gravidez existente. Não se destina à utilização durante a gravidez e não deve ser tomado por nenhuma mulher em caso de suspeita de gravidez ou se souber que está grávida. Se o período menstrual estiver atrasado ou em caso de sintomas de gravidez, deverá excluir-se a possibilidade de gravidez antes da administração da pílula do dia seguinte.

Também é importante destacar que a pílula do dia seguinte não proporciona uma cobertura contracetiva para uma relação sexual sem proteção nos dias seguinte à sua toma e, desta forma, é importante usar métodos contracetivos barreira (como os preservativos) até à menstruação seguinte5.

Papel fundamental dos farmacêuticos

Os farmacêuticos são os primeiros prestadores de cuidados de saúde à escala mundial, pois são o primeiro ponto de contacto com o sistema de saúde. Assim, desempenham um papel fundamental na dispensa da pílula do dia seguinte, uma vez que conhecem o seu mecanismo de ação e poderão aconselhar e orientar sobre a sua correta utilização ou referenciar para uma consulta de planeamento familiar.

Referências:
1Estudo Avaliação das práticas contraceptivas das mulheres em Portugal, pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e da Sociedade Portuguesa da Contraceção.Junho 2015
2Gainer E, et al. Contraception 2003; 68(2):117-24.
3Polis, et al. The Cochrane Library 2013, Issue 7.
4Moreau C, et al. 2009. Am J Public Health 2009; 99:441-2.
5Resumo das caraterísticas do medicamento ellaOne
6Wilcox AJ, et al. N Engl J Med 1995; 333:1.517-21.

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Região Centro
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro reiterou a sua aposta na inovação para um envelhecimento...

Em declarações, a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa, deu “especial ênfase” à ação que duas instituições de Coimbra – o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, liderado pela Universidade, e o Campo da Vida, a instalar no antigo edifício do Hospital Pediátrico – deverão desempenhar.

Ana Abrunhosa falava a propósito da sua participação, na quarta-feira, em Bruxelas, na abertura da conferência de membros da Parceria Europeia de Inovação para um Envelhecimento Ativo e Saudável, realizada no Parlamento Europeu, em que abordou “a estratégia e a experiência da região Centro para o desafio societal” que representa esta aposta da Comissão Europeia (CE).

“O momento foi aproveitado para a assinatura de uma declaração de princípios entre as regiões de referência e a Rede Colaborativa que está a constituir-se”, disse.

Esta adesão “reforça a posição do Centro, enquanto região de referência, numa rede que será um interlocutor privilegiado da CE para estas temáticas”.

Reconhecida pela Comissão Europeia como uma das regiões de referência neste domínio, a região Centro passou a fazer parte, na quarta-feira, da Rede Colaborativa que reúne territórios de diferentes países da Europa.

Ao intervir no início da conferência, encerrada pelo comissário europeu para a Economia e Sociedade Digitais, Günther Oettinger, Ana Abrunhosa explicou que o Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento deve afirmar-se como centro de investigação que reforçará “as valências da região em áreas onde já é reconhecida a existência de um ‘cluster’ de excelência em termos de investigação”, em áreas como o envelhecimento cerebral, as neurociências e a visão.

Por sua vez, o Campo da Vida visa “envolver o idoso na gestão individual de saúde, tornando-o um membro ativo e participativo”, proporcionar acesso a serviços médicos e sociais “num único local” (unidade de saúde e loja de cidadão do idoso) e "promover a literacia de saúde no idoso e seus cuidadores”, entre outros objetivos.

A dinamização destes projetos caberá ao consórcio “Ageing@Coimbra” – Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável, com coordenação científica do investigador João Malva, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC).

Além da UC e da CCDRC, o consórcio reúne as incubadoras do Instituto Pedro Nunes (Coimbra) e do Biocant (Cantanhede), a Administração Regional de Saúde do Centro, o Centro Hospitalar e Universitário, a Faculdade de Medicina e a Câmara de Coimbra, outras universidades da região, o Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), o consórcio entre o Centro de Neurociências e Biologia Celular e o Instituto Biomédico de Investigação de Luz e Imagem (CNC.IBILI) e empresas.

O envelhecimento ativo e saudável foi o tema que o Centro de Portugal levou, em meados de outubro, à Semana Europeia das Regiões e Cidades – Open Days, também na capital belga, com a participação de vários responsáveis dos projetos incrementados pela CCDRC e pela sua atual presidente.

Campanha de Higiene das Mãos
Três em cada quatro profissionais de saúde do Centro Hospitalar do Porto efetuam uma correta higiene das mãos como forma de...

No último ano, o Centro Hospitalar do Porto registou uma adesão de 71,6% dos seus profissionais à correta higienização das mãos, um aumento de 2,9% em relação ao ano anterior e um valor superior à média nacional de 70,3%, indica o relatório final de 2014.

Criada em outubro 2008, a Campanha de Higiene das Mãos tem vindo a ser implementada pela Comissão de Controlo de Infeção e Resistência aos Antimicrobianos (CCIRA) do Centro Hospitalar do Porto (CHP) com o objetivo de promover esta prática de forma padronizada e sistemática, contribuindo para a diminuição das infeções associadas aos cuidados de saúde e o controlo das resistências aos antimicrobianos.

A campanha promove os cinco momentos para a higiene das mãos definidos pela Organização Mundial de Saúde – antes do contacto com o doente, antes de procedimentos asséticos, após a exposição a fluidos orgânicos, após o contacto com o doente, após o contacto com o doente, após o contacto com o ambiente envolvente do doente – sendo os enfermeiros aqueles profissionais que no CHP mais se destacaram nesta prática.

“A adesão à higienização das mãos nos cincos momentos e a higienização do ambiente são as pedras fulcrais numa prevenção contra a infeção hospitalar”, defende Carlos Vasconcelos, responsável da CCIRA do Centro Hospitalar do Porto.

O especialista lamenta contudo a falta de formação dos profissionais para estes cuidados, a começar pelos próprios alunos de medicina que são alertados para esta necessidade só no terceiro ano da licenciatura, para além de muitos profissionais das diversas áreas que chegam às unidades de saúde sem saberem as normas da OMS.

“A falta de formação é uma questão de geração. O que pedimos é que os novos não se contaminem com o mau exemplo (…) e não sigam os exemplos dos mais velhos, que não aprenderam a nova metodologia da higienização das mãos”, assinalou o clínico que defende mais “consciencialização e interiorização” das medidas e o seu ensino “não em sala clássica mas com exemplos práticos”.

Apesar de as diretivas da OMS ainda não serem aplicadas a 100%, o responsável garante que o “risco de ter uma infeção hospitalar é muito pequeno” entre pessoas saudáveis que convivem “em equilíbrio” com as bactérias no ambiente e com as que fazem parte do seu microbioma.

“Temos que saber viver com as bactérias, com os micro-organismos em geral, é uma verdade global”, lembra Carlos Vasconcelos segundo o qual o risco existe sim “dentro do hospital” porque é aí que se junta “um grupo de pessoas muito suscetíveis”.

As pessoas em causa “são idosos, doentes, com várias comorbilidades”, logo suscetíveis perante bactérias que “começam a ganhar resistências” perante “a utilização exagerada e com frequência inadequada de antibióticos”.

“E além do mais transmitem informação umas às outras. É a vida, a vida passa-se aos diversos cosmos. E o que esses micro-organismos querem? Sobreviver e reproduzir-se. Tendo em atenção este fator sabemos que será impossível levar a taxa de infeção hospitalar a zero, mas é uma obrigação lutar no dia-a-dia para a manter a níveis o mais reduzidos possíveis”, explicou.

Tendo em conta essa realidade, o “grande problema” para Carlos Vasconcelos é a “transmissão cruzada” de bactérias entre doentes, através das mãos dos profissionais, e o desenvolvimento de surtos de infeção hospitalar.

E como se impede essa transmissão de micro-organismos entre os pacientes? “Pela higienização das mãos e das superfícies”, responde o especialista para quem “não vai tardar o dia em que serão os doentes ou os familiares dos doentes a ajudar os profissionais a fazer a higienização adequada das mãos”.

Estudo
Um estudo sobre o “Panorama dos laboratórios clínicos em Portugal” concluiu que o Estado pouparia entre 53 a 80 milhões de...

O estudo, elaborado pela consultora EY, em colaboração com um laboratório, foi hoje apresentado na Universidade Católica e indica que a externalização dos laboratórios dos hospitais representaria “uma redução muito significativa de 25% da despesa corrente em serviços laboratoriais”.

De acordo com a investigação, “as regiões portuguesas que poderiam obter os maiores benefícios com esta ação seriam o Norte, Lisboa e Vale do Tejo e o Centro”.

“Os hospitais com capacidade instalada superior a 200 camas seriam aqueles com maiores poupanças”, lê-se no documento.

Conclui-se também que, “ao contar com fornecedores externos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) poderia reduzir a pressão financeira exigida pelo contínuo esforço de investimento e de formação dos profissionais, necessários para melhorar a eficiência no médio/longo prazo, já que estes investimentos serão assumidos pelo fornecedor privado”.

“Ao externalizar o laboratório, os pacientes também beneficiam deste modelo, já que potencia o acesso a análises inovadoras e aumenta a qualidade nos cuidados prestados”, indicam os autores.

Para os investigadores, “a externalização atual de vários serviços não clínicos em Portugal fornece a maturidade e experiência necessárias ao início da externalização dos serviços clínicos”.

O estudo identifica que “os laboratórios hospitalares em Portugal enfrentam vários desafios, originados principalmente pelo aumento da procura e por reduções orçamentais”.

Foram divididos os desafios para os departamentos dos laboratórios hospitalares portugueses em três categorias principais: cuidados de saúde sustentáveis, aumento da eficiência e acesso à inovação.

“Cada um destes desafios representa uma oportunidade de melhoria, com benefícios potenciais para os diferentes interlocutores”, lê-se no documento.

Os autores concluíram que, “aumentando as colaborações público-privadas com os laboratórios clínicos nos hospitais públicos, o SNS poderia colher benefícios importantes”.

A título de exemplo, é referido que “as despesas atuais para patologia clínica e anatomia patológica ascendem a perto de 265.6 milhões de euros por ano, representando um enorme campo de oportunidades para obter poupanças para o sistema”.

Estudo
Os filhos de mulheres que fumaram durante a gravidez têm pior forma física, segundo revela o estudo da Universidade de Oulu, da...

A conclusão mais importante da pesquisa, transversal aos vários aspetos, é a de que os efeitos nefastos do tabaco não se limitam ao desenvolvimento do bebé, ainda na barriga da mãe. As consequências, escreve o Jornal de Notícias, irão notar-se mais tarde, a longo prazo.

A observação de 508 jovens do sexo masculino com uma média de idades de 19 anos permitiu concluir que os filhos de mães fumadoras que fumaram um ou mais cigarros diários durante a gravidez tinham uma pior prestação aeróbica.

Por isso, Geeta Kumar, presidente do Comité de Informação do Paciente do Colégio Real de Ginecologia e Obstetrícia do Reino Unido, insiste na ideia de que "deixar de fumar é um dos passos mais importantes para uma mulher grávida".

O estudo relaciona também o índice de massa corporal da mãe antes da gestação e o ganho de peso excessivo durante a gravidez com a menor capacidade respiratória do filho. Quando crescidos, precisam de fazer um maior esforço na hora de realizar qualquer atividade física.

Na Dinamarca
Um gene que torna as bactérias resistentes aos antibióticos "de último recurso", descoberto em novembro em doentes e...

Cientistas alertaram a 19 de novembro para a descoberta do gene MCR-1, que torna as bactérias resistentes a uma família antibióticos conhecidos como polimixinas, usada como último recurso para combater as superbactérias, quando estas já desenvolveram resistências a todos os outros, escreve o Diário de Notícias.

O gene, detetado em bactérias comuns como a E. coli e a K. pneumoniae, torna as bactérias praticamente invencíveis e levou os cientistas a alertar para o risco de apagar quase um século de proteção garantida por antibióticos contra doenças mortíferas transmitidas por germes comuns.

Bactérias com o mesmo gene foram agora identificadas na Dinamarca, avançou a Universidade Ténica da Dinamarca em comunicado, citado pela AFP.

Os investigadores recorreram a uma base de amostras de ADN de bactérias e encontraram o gene num doente que sofreu uma infeção no sangue em 2015 e em cinco amostras de aves importadas entre 2012 e 2014.

No entanto, da Dinamarca o gene só foi encontrado em bactérias que ainda respondem ao tratamento com outros antibióticos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já advertiu que a resistência antimicrobiana pode resultar "num regresso a era pré-antibióticos", em que infeções de cura fácil podem ser fatais.

“Elos da Insuficiência Cardíaca”
Mais de 50% dos doentes com insuficiência cardíaca não estão diagnosticados e metade dos que têm diagnóstico morrem em cinco...

O projeto “Elos da Insuficiência Cardíaca”, a ser apresentado hoje, é um Programa de Manejo Integrado da Insuficiência Cardíaca, que resulta de uma parceria entre a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale Tejo, ACES Lisboa Ocidental e Oeiras e Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

“Atualmente existe um elevado subdiagnóstico da insuficiência cardíaca, uma vez que mais de 50% dos doentes não estão identificados. Estima-se ainda que 50% dos doentes com diagnóstico de insuficiência cardíaca não sobrevive 5 anos após o diagnóstico, pelo que é fundamental conseguirmos identificar os doentes o quanto antes. Esta doença afetará atualmente cerca de 400 mil pessoas em Portugal e espera-se que o número aumente nos próximos anos”, refere Cândida Fonseca, cardiologista do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Este projeto pretende melhorar o índice de suspeição precoce da doença nos cuidados de saúde primários, para diagnóstico precoce, referenciação hospitalar correta, tratamento otimizado precocemente e inclusão do doente em programa multidisciplinar de gestão da insuficiência cardíaca.

Para tal, serão elaborados critérios de referenciação e uma “Via Verde” para referenciação dos doentes com insuficiência cardíaca para consulta hospitalar, tratamento hospitalar da insuficiência cardíaca aguda em regime de ambulatório, programas de formação de médicos e enfermeiros e a criação de um programa multidisciplinar de gestão da doença partilhado pelo hospital e pelos cuidados de saúde primários.

Este projeto insere-se no programa “Boas Práticas de Governação”, uma iniciativa da Novartis em parceria com a Universidade Nova de Lisboa.

Este ano sob o tema “Caminhos para a Humanização”, o programa “Boas Práticas de Governação” teve como objetivo principal a implementação de projetos inovadores que fomentem uma maior articulação entre cuidados de saúde primários e hospitalares, que possam trazer melhorias efetivas para o doente.

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