Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência
A produção científica portuguesa na área das Ciências Médicas e da Saúde (que inclui Medicina Clínica, Medicina Básica, e...

Com estes resultados, as Ciências Médicas e da Saúde consolidam a sua posição como a área em que Portugal mais publica, representando cerca de 28% da produção científica do país.

Considerando a produção conjunta das áreas das Ciências Médicas e da Saúde, das Ciências Biológicas e da Engenharia Médica, o número de publicações ascendeu a 7.981, mais 12% do que em 2012, perfazendo aproximadamente 41% da produção científica nacional, escreve o Diário Digital.

De acordo com Luís Portela, presidente da Direção do Health Cluster Portugal, “estes dados vêm confirmar que a produção científica do setor português da Saúde tem vindo a crescer de forma considerável, atingindo em 2013 máximos históricos. Trata-se de um reflexo claro da vitalidade do setor e das capacidades e resiliência das nossas instituições de I&D, universidades e hospitais. A estas entidades, e ao trabalho nelas desenvolvido se deve o mérito deste crescimento”.

Estudo afirma
Um estudo publicado na revista Nature Chemistry afirma que os seres vivos poderão ter surgido de uma sopa química que deu...

Cientistas holandeses estudaram um tipo de moléculas que pode duplicar o seu material genético (replicação) e comprovaram que este processo cria novos "ramos" de moléculas, num desenvolvimento com semelhanças com a evolução biológica.

Sijbren Otto, investigador da universidade de Groningen, e o grupo de cientistas identificaram há alguns anos um péptido - um tipo de molécula formada pela união de aminoácidos - organizado em anéis, que se empilham para formar estruturas mais complexas.

Estas pilhas de anéis, escreve o Sapo, quebram-se e dão origem a duas estruturas semelhantes que se continuam a replicar.

O estudo analisa como este processo controlado, em laboratório, deu origem a uma nova classe de anéis com características distintas das iniciais.

"Este segundo grupo (de anéis) é descendente do primeiro", afirmaram os investigadores, em comunicado divulgado pela universidade. "Este processo é muito semelhante à formação de novas espécies a partir de outras existentes na evolução biológica", sublinhou o grupo de cientistas.

"A vida começou em algum ponto, mas como ocorreu esse salto continua a ser um mistério", acrescentou.

Para os cientistas, a criação de seres vivos, a partir de matéria inerte, resultou de processos de "autocatálise", nos quais as moléculas criam cópias de si mesmas, e de "auto-organização", com a criação de estruturas mais complexas espontaneamente.

O grupo de Otto considerou que a sua experiência demonstra que "novas espécies podem surgir a partir da evolução química".

De acordo com os investigadores, o trabalho com moléculas simples evidencia "os mesmos padrões" observados em "organismos que se reproduzem sexualmente".

Nos EUA
Investigadores indianos e norte-americanos garantem ter desenvolvido um novo preservativo que, além de evitar a gravidez e a...

Os criadores do novo preservativo querem que as pessoas façam questão de o usar, em vez de adotá-lo para evitar uma potencial gravidez ou por razões de saúde, escreve o Sapo.

O preservativo foi desenvolvido por cientistas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, e financiado pela Fundação Bill Gates.

Mahua Choudhury, uma das criadoras da novidade, revela que a ideia original era desenvolver um produto que protegesse o utilizador e o ajudasse a aumentar o seu prazer sexual.

O novo preservativo tem uma substância gelatinosa reforçada com antioxidantes que estimulam as terminações nervosas dos órgãos sexuais e que, por isso, geram maior prazer sexual.

Um preservativo contra a Sida
Essa mesma substância também ataca e destrói o vírus da Sida (VIH) caso ocorra um rompimento do preservativo, comentou ainda Mahua Choudhury, citada pela BBC.

Dados das Nações Unidas indicam que centenas de milhões de pessoas em todo o mundo não têm acesso ao preservativo ou não o utilizam por tabu social, religioso ou psicológico.

Segundo escreve a imprensa internacional, o preservativo em causa deve chegar ao mercado ainda este ano a um custo de um dólar (cerca de 0,93 cêntimos de euro) por unidade.

Estudo
Os irmãos gémeos "verdadeiros" partilham os mesmos genes e quando um desenvolve cancro, o outro corre maiores riscos...

O estudo publicado no Journal of the American Medical Association (JAMA) salienta, no entanto, que só porque um gémeo fica doente não significa necessariamente que o outro também vá adoecer ou ter a mesma doença. O que aumenta, segundo o Sapo, é a probabilidade de desenvolver uma doença semelhante.

De acordo com a investigação, o risco de cancro aumenta 14% entre gémeos idênticos quando um dos irmãos é diagnosticado com um tumor. Os gémeos idênticos desenvolvem-se a partir do mesmo óvulo e partilham exatamente o mesmo material genético.

Entre gémeos bivitelinos, vulgarmente designados gémeos "falsos", que se desenvolvem a partir de dois óvulos diferentes, esse risco é apenas 5% maior.

Os gémeos analisados no estudo são oriundos da Dinamarca, Finlândia, Suécia e Noruega - países que mantêm bancos de dados de saúde altamente detalhados - e foram acompanhados entre 1943 e 2010.

Analisando o grupo como um todo, os investigadores descobriram que um em cada três indivíduos desenvolveu cancro (32%). Por isso, o estudo frisa que o risco de cancro em um gémeo idêntico, quando um dos irmãos foi diagnosticado com a doença, é de 46%. No caso dos gémeos falso, esse risco é 37%.

O mesmo tipo de cancro foi diagnosticado em 38% dos gémeos idênticos e em 26% dos pares bivitelinos.

Desde 2000
O ano passado foi o segundo mais quente dos últimos 15 anos, em Portugal, com a temperatura média do ar quase a chegar aos 16...

Segundo os dados divulgados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IMPA), o valor médio anual da temperatura do ar no ano de 2015 foi de 15,99 graus, "superior ao valor normal de 1971 a 2000, sendo o 7º mais quente desde 1931 e o 2º desde 2000".

Quanto à chuva, no ano passado, o valor médio de precipitação total anual foi de 599,6 milímetros, valor "muito inferior ao normal, sendo o 6º mais seco desde 1931 e o 4º mais seco desde 2000", acrescenta.

Quando é analisada a temperatura do planeta, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) refere que 2015 foi "provavelmente o ano mais quente desde que há registos". Segundo a OMM, o valor médio da temperatura global, no ano de 2015, será o maior valor observado, podendo ser alcançado o icónico valor de mais um grau Celsius, em relação à era pré-industrial, escreve o Sapo.

Este comportamento é justificado com "o efeito combinado de um excecional El Niño e o aquecimento global resultante de atividades antropogénicas", explica a OMM, citada pelo IPMA.

Na Europa, o ano de 2015 será o segundo mais quente, depois de 2014 ter sido o mais quente. A subida da temperatura do planeta é apontada como a responsável pelo maior número de fenómenos extremos, como secas ou inundações, que têm atingido algumas regiões e podem vir a aumentar nos próximos anos.

Este foi o tema da conferência das Nações Unidas para o clima que decorreu no início de dezembro, em Paris, e que foi concluída com a obtenção de um acordo entre 195 países mais a União Europeia com vista à redução das emissões de gases com efeito de estufa para limitar a subida da temperatura.

Dezembro, o mais quente dos últimos 84 anos
O mês de dezembro do ano passado foi o segundo mais quente dos últimos 84 anos em Portugal, com a temperatura máxima a atingir o valor mais alto desde 1931, conforme tinha avançado à agência Lusa a meteorologista Vanda Pires.

“Em termos de temperatura média, dezembro de 2015 é o segundo mais quente desde 1931. Teve uma temperatura média de 11,8 graus, que é cerca de 1,8 acima do valor médio. A temperatura máxima foi a mais alta desde 1931 e teve um desvio em relação ao que é normal de mais dois graus”, disse Vanda Pires, do Departamento de Climatologia do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O valor médio da quantidade de precipitação de dezembro, de 75 milímetros de pluviosidade, foi inferior ao normal, de 144 milímetros, classificando-se o mês como seco, refere a informação do IPMA.

"Foi o sexto mais seco desde 1931 e o quarto mais seco dos últimos 15 anos”, acrescentou a especialista.

Hospital de São José
Médicos e outros profissionais admitem que haja doentes com receio após o registo de mortes e falhas na resposta a aneurismas.

Um doente chegou ao Hospital de São José com um ferimento no braço. Nada de grave, mas ficou internado numa sexta-feira para ser operado na segunda. "O doente entrou em pânico. Achou que não havia médicos para o operar e começou a chamar pelos enfermeiros com receio de lá ficar", contou um médico do hospital ao Diário de Notícias. O caso não será o único. E os profissionais de saúde acreditam que há menor procura na urgência, onde ontem se esperava duas horas, em parte porque os doentes ficaram assustados com as notícias sobre problemas de resposta e mortes na área dos aneurismas."Acho que os doentes estão a vir menos e a evitar ir à urgência ", diz o mesmo clínico.

Tal como o Diário de Notícias noticiou, vários hospitais atingiram o limite na resposta, chegando a ter mais de 12 horas de espera nos casos menos urgentes ou não urgentes. No entanto, segundo vários profissionais da unidade, a urgência de São José esteve relativamente calma. Fonte do Ministério da Saúde confirma que não têm sido relatados problemas com este hospital, até porque existem relatórios periódicos sobre a procura. Apesar da tentativa, o Centro Hospitalar de Lisboa Central não respondeu às perguntas enviadas nos últimos dias."

Um administrativo disse ao Diário de Notícias que "a urgência não tem estado complicada, nem nestes dias e muito menos quando comparada com o ano passado". Na altura em que o Diário de Notícias visitou a unidade, a espera era de duas horas mas já havia poucas pessoas a inscrever-se. Sobre as notícias relacionadas com a falta de resposta nos aneurismas cerebrais, disse apenas que "não há dúvidas de que terá tido algum impacto na procura. As pessoas estão mais sensíveis e evitam vir", refere.

Um outro profissional confirma a redução da procura. "Não há dúvida que este ano a resposta tem estado muito abaixo do ano anterior. E que não se têm registado os problemas que aconteceram noutras unidades, ainda longe do que se espera do pico da gripe. Não aconteceu nada como em Santa Maria ou como o Amadora-Sintra". Mas refere que os internamentos têm sido complicados, porque os doentes graves continuam a chegar. No ano passado, houve dias em que a espera ultrapassou seis horas. Foi num desses que ocorreu uma morte de um doente com AVC. Este ano, até julho, registou 145.128 urgências, menos 3500 do que em 2014.

Se na segunda-feira o Hospital de Évora chegou a quase 15 horas de espera, Santa Maria teve dez e várias outras ultrapassaram as quatro. Em São José, uma fonte disse mesmo que a urgência estava "às moscas", em relação ao habitual. E admitiu que as pessoas possam estar com mais receio de ir lá.

O impacto das notícias não surpreende os profissionais que trabalham nesta e noutras unidades. Aliás, segundo o Diário de Notícias apurou, quando se registaram os casos de cegueira em Santa Maria, os doentes evitaram ir à oftalmologia da unidade durante algum tempo.

Um outro clínico refere que a unidade tem tido picos de procura durante o dia, sendo menor de manhã. E se nos últimos dias tem estado mais calma, também admitem que no dia 2 houve problemas com o internamento de doentes e uma procura maior. "Tiveram de chamar profissionais dos pisos superiores e foram abertas mais camas de medicina. É possível que isso também tenha contribuído para fazer desanuviar as urgências."

A mesma fonte confirma ainda o eventual o efeito negativo das notícias, que deram conta da morte de um rapaz de 29 anos e de eventualmente outros quatro doentes por não haver pessoal de prevenção para responder a aneurismas rotos. "Talvez tenha havido alguma desmobilização. Foi um motivo de stress aumentado para os doentes".

Dia mais calmo em Lisboa
Um dos médicos refere que o stress foi igualmente alto nas equipas. "É desmoralizante. Sentimos todos o impacto porque São José é uma grande escola de trauma, era o mais rápido a responder. As pessoas esforçam-se muito e ficaram desmoralizadas".

O dia de ontem esteve mais calmo de forma geral nos hospitais, mas a procura continuou a ser elevada nos hospitais. No São José, por exemplo, um doente verde (pouco urgente) esperava cerca de duas horas para ser atendido, disse um administrativo.

Perto das 17.00, a sala tinha bastantes pessoas, mas estava longe de estar cheia. Havia muitos acompanhantes à espera de familiares que estavam a ser atendidos. "Estou à espera da minha mãe, que tem 91 anos. Está com problemas respiratórios, dores de garganta", diz Fernando Figueiredo, que está desde manhã na urgência, porque a mãe está a fazer exames. "Foi atendida ao fim de duas horas e tal, mas é uma doente verde. Há três meses vim cá e ela esperou 12 horas.

Com pulseira verde estava outro doente que vive em Lisboa mas é de Leiria. "Disseram que ia esperar duas horas e quarenta minutos mais ou menos. Não me parece que esteja mal. Isto é o normal em Leiria, não numa urgência de uma cidade como Lisboa".

Administrativos e voluntários, que estavam nos corredores admitiram que a urgência estava de facto calma. "Fizemos as visitas aos serviços de observação e também estava tudo controlado", referiram, mas não deixaram de falar no desânimo das equipas com as notícias de que foram alvo.

Ontem, várias unidades estavam com tempos de resposta mais baixos. No Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN) , retomavam-se os cerca de 400 casos diários, tal como no Amadora-Sintra, que "já não estava a precisar de enviar doentes para o CHLN (Santa Maria)". Já o Garcia de Orta dizia que não chegou a ser enviado nenhum doente, apesar de haver essa indicação por parte de tutela em caso de necessidade. Vários hospitais reforçaram a sua capacidade de internamento, como o CHLN, com 80 camas adicionas no Pulido Valente, e o Curry Cabral, que veio desanuviar São José.

Na segunda volta
Ana Rita Cavaco foi eleita bastonária da Ordem dos Enfermeiros, segundo o mapa de apuramento provisório da segunda volta da...

Segundo o mapa, a lista E, liderada por Ana Rita Cavaco, obteve 53,77% dos votos, enquanto a lista C, encabeçada por José Carlos Gomes, conseguiu 43,85% dos votos.

Com 67.916 eleitores inscritos, votaram na segunda volta 8.386, segundo o apuramento provisório.

A abstenção foi de 87,65%.

Câmara de Lisboa
O Instituto Português de Oncologia de Lisboa vai propor à Câmara o alargamento do hospital para o antigo mercado da Praça de...

“A saída desse mercado da Praça de Espanha, mesmo em frente ao Instituto Português de Oncologia (IPO), veio criar, pelo menos aos nossos olhos, a possibilidade de propor à Câmara Municipal de Lisboa a expansão do IPO para esse espaço”, afirmou Francisco Ventura Ramos.

De acordo com o responsável, isso “criaria a possibilidade de não ser preciso retomar o processo de fazer um novo IPO noutro local que não naquele terreno junto à Praça de Espanha”.

Contactado pela Lusa, o município referiu que atualmente “nada está previsto ou discutido com o IPO sobre as suas instalações”.

Francisco Ventura Ramos frisou que, para já, esta “é uma possibilidade”, que vai “exigir um processo negocial junto da Câmara Municipal de Lisboa e, naturalmente, com o Ministério da Saúde”.

Questionado sobre prazos, o presidente do instituto apontou que tal operação urbanística “ainda está longe de estar concretizada”.

“É uma ideia posta em cima da mesa e que, naturalmente, precisa de um período que não me parece que seja curto. Suspeito que isto não se resolverá em semanas”, reforçou.

O presidente do instituto recordou que, além desta hipótese, já se pensou transferir o hospital para zonas como Chelas, junto ao futuro Hospital de Lisboa Oriental, “onde, aliás, existe uma placa há sete ou oito anos com ‘Aqui será o novo IPO’”.

Contudo, nenhuma hipótese avançou por dificuldades financeiras.

Na zona para o qual o IPO se pretende expandir funcionou, até ao ano passado, o chamado “mercado azul”. Surgiu nos anos 1980, quando o então presidente da Câmara de Lisboa, Nuno Krus Abecassis, transferiu para a Praça de Espanha os vendedores que estavam no Martim Moniz, com o objetivo de reabilitar esta última zona.

Os 69 comerciantes que ainda ali estavam tiveram de abandonar os pavilhões no final de setembro, recebendo uma indemnização total de 821.356,46 euros.

Seguiu-se a demolição das infraestruturas, alguns dias depois.

Acresce que anteriormente, em julho deste ano, a Câmara assinou um contrato com o Montepio Geral - Associação Mutualista que prevê a permuta de terrenos na zona da Praça de Espanha pelo valor de 12 milhões de euros, para ali ser construído o edifício sede do Montepio Geral e da Lusitânia Seguros.

Em dezembro passado, a autarquia anunciou que vai alterar a circulação viária na Praça de Espanha com vista à criação de “uma verdadeira centralidade” composta por espaços verdes e de lazer.

Francisco Ventura Ramos falava no seguimento de uma visita feita ao IPO pela candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda, Marisa Matias.

Em declarações aos jornalistas à margem da ocasião, o representante salientou que, “nos últimos anos, tem sido possível melhorar as condições de funcionamento” do IPO.

Porém, para o instituto “prosseguir a sua trajetória de prestar melhores condições de cuidados de saúde a mais pessoas no campo oncológico precisa, de facto, de se modernizar”, adiantou.

Núcleo Saúde Mais Próxima
Os enfermeiros do Núcleo Saúde Mais Próxima da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa realizam, de 7 de janeiro a 11 de março,...

O Núcleo Saúde Mais Próxima (NSMP) conta com a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) como parceiro científico para a realização dos rastreios.

A realização destes rastreios é uma das principais formas de sensibilizar a população para a importância de adotar estilos de vida adequados e controlar os fatores de risco conhecidos, tais como hipertensão arterial, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes, sedentarismo e stress psicossocial.

O Núcleo Saúde Mais Próxima foi lançado pela Santa Casa em 2012 para fomentar hábitos saudáveis e avaliar o estado de saúde dos lisboetas, que tendem a descurar a sua saúde e a adiar as idas ao médico. Esta unidade móvel está habitualmente em vários pontos da cidade para rastreios de saúde de ordem diversa.

Além dos rastreios gerais (que incluem medição de tensão arterial, glicemia, colesterol, AVC, doenças neurológicas e saúde visual), o NSMP trata diferentes patologias, sobretudo as que mais afetam os portugueses, em campanhas bimestrais. Até à data, já se fizeram rastreios ao cancro da pele, doenças respiratórias e cardiovasculares, obesidade e diabetes.

Entidade Reguladora da Saúde
A Ordem dos Médicos Dentistas aplaude a decisão da Entidade Reguladora da Saúde de proibir e suspender de imediato a campanha...

A empresa que está na origem da campanha, a Passos Firme Lda., sob o nome Medicare aparentava oferecer quase todos os serviços grátis encaminhando em seguida para outros serviços e atos clínicos.

São exemplos: um cartão de saúde, com acesso a um conjunto de cuidados de medicina dentária grátis, designadamente check-up dentário, limpeza dentária e extração de dentes.

A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) avançou ao longo do tempo com vários exemplos de práticas enganosas que merecem regulação. Esta queixa formal para a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), segue na sequência de várias denúncias de consumidores recebidas pela OMD e por considerar a OMD que esta campanha é ilegal, sobretudo após a entrada em vigor do novo regime da publicidade em saúde.

A ERS vem agora dar razão à OMD considerando, segundo informação tornada pública, que esta campanha publicitária não respeita o regime jurídico da publicidade em saúde no qual as Ordens da Saúde intervieram ativamente, e a lei de defesa do consumidor, violando dos princípios de veracidade, da licitude e da objetividade da informação ao doente.

A Passos Firme Lda., através da Medicare, fica proibida pela ERS “de difundir publicidade que não respeite os termos da lei”, garantindo que “toda a publicidade alusiva a si, aos estabelecimentos e marcas por si detidos, bem como aos bens e serviços por si comercializados na área da saúde, seja verdadeira, clara, precisa, objetiva” e "não induzir os utentes em erro".

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva espera que “esta decisão da ERS sirva de exemplo a outras empresas que em especial na área da saúde oral têm difundido campanhas publicitárias que claramente são ilegais e mais ainda põem em causa a confiança dos consumidores na medicina dentária. A confiança dos nossos doentes é um valor inalienável do qual não vamos nunca abdicar e a OMD agirá sempre que necessário para o defender, porque estamos também a defender a reputação dos médicos dentistas, muitas vezes pressionados por beneficiários destas campanhas. Seremos absolutamente intransigentes nesta matéria, denunciando todas as situações ilegais”.

A 1 de novembro entrou em vigor o novo regime jurídico a que devem obedecer as práticas de publicidade em saúde e a nova legislação prevê coimas que começam nos 250 euros e podem ultrapassar os 44 mil euros.

Ao abrigo da nova legislação passam a ser proibidas quaisquer práticas enganosas que descrevam o ato ou serviço como “grátis”, “gratuito”, “sem encargos”, ou “com desconto” ou “promoção”, ou que de algum modo pretendam promover um ato ou serviço diferente do publicitado.

O novo regime considera também práticas proibidas as que aconselhem ou incitem à aquisição de atos e serviços de saúde sem atender aos requisitos da necessidade do doente, ou à necessidade de avaliação ou de diagnóstico individual prévio, o que manifestamente acontece nestas campanhas.

A OMD espera que esta decisão da ERS venha colocar um ponto final nas vendas agressivas e na confusão gerada no público entre cartões contendo, ora planos, ora pseudo seguros de saúde, que não esclarecem os doentes e apenas induzem à necessidade artificial de consumo. 

Europacolon promove
A Europacolon Portugal - Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, vai realizar, nos próximos dias 22 e 29 de janeiro no Porto, uma...

Destinada a profissionais de saúde, a formação “A Pessoa com Ostomia de Eliminação Digestiva”  procura abordar as necessidades dos doentes e dotar os enfermeiros de conhecimentos que permitam um melhor acompanhamento aos doentes portadores de ostomia de eliminação digestiva.

A iniciativa desenvolvida pela Europacolon Portugal em conjunto com a Associação Portuguesa de Enfermeiros de Cuidados em Estomaterapia (APECE) vai ter lugar no Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro, no Porto.

“A Europacolon pretende acima de tudo contribuir para que os doentes ostomizados tenham acesso a cuidados de saúde que vão ao encontro das suas necessidades, através da promoção de formação específica para os profissionais de saúde, para que estes consigam não só compreender as especificidades destes doentes como também dar apoio face aos desafios diários que se colocam e orientá-los para que estes ganhem qualidade de vida”, afirma Vítor Neves, Presidente da Europacolon.

Segundo os últimos registos, o número de doentes ostomizados em Portugal atinge cerca de 15 mil casos, dos quais 80 a 90% são pessoas que sofrem ou sofreram de doenças oncológicas.

Os profissionais de saúde interessados deverão confirmar presença através de inscrição obrigatória que, até 15 de janeiro, beneficia de um preço reduzido. Mais informações e formulário de inscrição disponíveis no website da Europacolon Portugal – www.europacolon.pt. Estão previstas ainda, durante o ano de 2016, mais ações formações certificadas em Estomaterapia em Lisboa e Coimbra. 

Após queixas
Uma empresa propôs-se pôr “Portugal a sorrir”, promovendo para o efeito um cartão de saúde que proporcionaria uma série de...

A Passos Firmes, Lda., assim se chama a empresa em questão, “deve garantir que toda a publicidade alusiva a si, aos estabelecimentos e marcas por si detidos, bem como aos bens e serviços por si comercializados na área da saúde, seja verdadeira, clara, precisa, objetiva” e "não induzir os utentes em erro", defende a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) numa recomendação que foi publicada no seu site.

Foi a Ordem dos Médicos Dentistas que começou por enviar à reguladora, em Maio passado, a queixa de um utente que questionou a forma como a Passos Firmes estava a publicitar a sua atividade por email. Mais tarde, em Junho de 2015, a reguladora recebeu uma nova reclamação, esta já apresentada diretamente por outro utente. Os dois queixosos punham em causa a campanha publicitária com o slogan “Vamos pôr Portugal a sorrir” que promovia um cartão de saúde de uma empresa identificada como Medicare, através do envio de mensagens de correio eletrónico para potenciais clientes.

Na “propaganda” a um cartão de saúde da Medicare verifica-se, desde logo, “que a entidade responsável e, simultaneamente, beneficiária da publicidade em causa não se encontra corretamente identificada”, critica a ERS. Nas mensagens apenas aparece destacada a Medicare, que, afinal, é propriedade da sociedade comercial Passos Firmes Lda, nota.

Também o prazo de validade do cartão de saúde publicitado “não está devidamente indicado” e a tabela comparativa de preços incluída não refere a fonte, “o que pode levantar dúvidas sobre a veracidade dos preços médios do mercado privado que ali são indicados”, observa a ERS. Nota ainda que a mensagem publicitária começa por anunciar a oferta de vários serviços para depois fazer menção a outros (“colocação de selantes, estudo de reabilitação com implantes, raio-X panorâmico e branqueamento”).

Nos emails enviados pela Passos Firmes propunha-se a oferta de um cartão de saúde, que alegadamente dava acesso a um conjunto de cuidados de medicina dentária grátis, designadamente check-up dentário, limpeza dentária e extração de dentes. Mas os destinatários de tal publicidade eram remetidos, através de links, para a página eletrónica da empresa, a Medicare, onde poderiam obter informações adicionais sobre as ofertas (do cartão de saúde e dos serviços a este associados) e sobre a sua rede de parceiros, bem como ter acesso a alguns testemunhos de clientes.

Num dos emails analisado pela ERS, a empresa dirigia-se aos potenciais clientes nestes termos: “Caro Sr(a): Foi um dos selecionados para beneficiar da nossa oferta exclusiva no âmbito da campanha Portugal a Sorrir. Porque nos preocupamos com as dificuldades económicas dos Portugueses, a Medicare oferece-lhe um conjunto de serviços de medicina dentária para que possa dar ao seu sorriso tudo aquilo que ele merece”.

De seguida, o potencial cliente era desafiado a pedir o “cartão de saúde grátis” para poder beneficiar “imediatamente de check-up dentário grátis, limpeza dentária grátis, extração de dentes (só com cáries) grátis”. Na mensagem afirmava-se ainda que a Medicare agendaria em nome do cliente os serviços escolhidos “numa das 700 clínicas[da rede]”.

No final da mensagem, surgia uma tabela que comparava os preços dos serviços abrangidos – os quais eram quase todos anunciados como grátis – com os supostos preços médios de mercado. Já na mensagem enviada à ERS pelo segundo queixoso, as condições de acesso aos serviços eram referidas nos seguintes termos. “Seis meses grátis / Sem compromisso / Sem limite de utilização / Sem limite de idade / Sem período de carência / Sem exames médicos”.

No link para a Medicare, explicava-se que esta é uma empresa especializada em serviços de saúde, com uma rede de serviços que garante aos seus utilizadores benefícios exclusivos “junto a 16 mil parceiros”. Lembrando que a “medicina privada em Portugal é normalmente muito dispendiosa para a grande maioria da população”, a Medicare garantia ser seu objetivo “democratizar o acesso à saúde”, através da oferta da sua rede de parceiros “durante 6 meses sem qualquer compromisso”. Por último, convidava os potenciais clientes a fazer como “mais de 6000.000 de Portugueses” e começar “hoje mesmo a poupar nos gastos em saúde”.

Estudo
O risco de mortalidade associado à obesidade não é tão valorizado quando deveria na maioria dos estudos científicos, porque a...

Segundo este estudo, as investigações que não distinguem entre as pessoas que jamais excederam o peso e aquelas que já foram obesas ou tiveram excesso de peso antes de emagrecer são enganosas, porque ignoram os efeitos duradouros de um excesso de peso, escreve o Sapo.

Além disso, a perda de peso é frequentemente resultado de uma doença, afirmam os investigadores, cujos trabalhos foram publicados nas Atas da Academia Americana das Ciências (PNAS, na sigla em inglês).

"Os riscos associados à obesidade foram subestimados em investigações prévias porque a maioria dos estudos tem em conta o peso medido uma só vez", explica Andrew Stokes, professor adjunto de saúde pública da Universidade de Boston e um dos principais autores do estudo.

"O simples facto de incorporar medidas de peso feitas ao longo do tempo deixa claro os riscos da obesidade e mostra que estes são muito maiores do que os estimados até agora", completa.

Os cientistas determinam que o risco de mortalidade das pessoas que tinham o peso normal no momento da investigação, mas que tiveram sobrepeso ou obesidade no passado, é 27% maior do que o risco de mortalidade a que estão expostos os que sempre mantiveram a linha.

Maior risco de comorbidades associadas

Também observaram uma maior prevalência de diabetes de tipo 2 e de doenças cardiovasculares entre as pessoas que tiveram um índice de massa corporal (IMC) maior que o normal e que depois perderam peso do que as que sempre foram magras.

Os autores do estudo utilizaram dados provenientes de uma ampla pesquisa sobre nutrição realizada nos Estados Unidos entre 1988 e 2010.

Um total de 39% das pessoas que tinham o peso normal no momento da pesquisa tiveram excesso de peso ou obesidade no passado.

Mau tempo
A Autoridade Nacional de Proteção Civil alertou a população para a adoção de medidas preventivas devido às previsões de chuva,...

Num aviso à população, a Proteção Civil refere que, para os próximos dias, está prevista a queda de neve nas regiões do norte acima dos 800 metros e formação de geada durante a noite, sendo expectável desconforto térmico devido à descida acentuada da temperatura mínima, sobretudo nas terras altas, associada ao vento forte.

Tendo em conta as condições meteorológicas, escreve o Sapo, a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) alerta para o piso rodoviário escorregadio e eventual formação de lençóis de água e gelo, além da possibilidade de cheias rápidas em meio urbano e de inundação.

A ANPC chama também a atenção para a possível ocorrência de acidentes na orla costeira, de intoxicações por inalação de gases e de incêndios em habitações, resultantes da má utilização de lareiras e braseiras ou avarias em circuitos elétricos.

Como medidas preventivas, a Proteção Civil recomenda a população para adotar uma condução defensiva, reduzir a velocidade, transportar colocação das correntes de neve nas viaturas, sempre que se circular nas áreas atingidas pela queda de neve, e não atravessar zonas inundadas.

Garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais, não praticar atividade relacionada com o mar e ter especial cuidado na circulação junto da orla costeira e zonas ribeirinhas são outras das recomendações da ANPC.

Risco existe mas a prevenção é possível
Embora pouco falado, o risco de tromboembolismo na gravidez existe e aumenta com a idade da mulher. Numa altura em que a...

Desde sempre que se ouve dizer que a gravidez é um estado de graça. E muitas mulheres confirmam-no sem hesitar. Mas também é verdade que a opção, cada vez mais comum, de ter filhos tardiamente, acarreta alguns riscos para a saúde da grávida e do bebé. O tromboembolismo (normalmente designado por trombose) é um dos riscos presentes em qualquer gravidez, aumentando com a idade da mulher. Recorrendo às estatísticas, ficamos a saber que a gestação potencia três a quatro vezes o risco de tromboembolismo arterial (acidente vascular cerebral e enfarte do miocárdio) e quatro a cinco vezes o de tromboembolismo venoso (trombose venosa profunda dos membros inferiores e embolia pulmonar). A situação pode ainda surgir no pós-parto, escreve o Observador, havendo um risco 20 vezes superior de ocorrer nesta altura. Em termos de prevalência, estima-se que atinja duas mulheres por cada mil partos.

Este é um problema de saúde que exige um olhar atento por parte dos médicos que seguem grávidas, desde logo porque, no limite, pode ser fatal. Segundo Jorge Lima, obstetra na Consulta de Patologia Tromboembólica e Autoimune do Hospital CUF Descobertas, o tromboembolismo venoso (TEV) “é responsável por 1,1 mortes em cada 100 mil partos e representa 10% das causas de mortalidade materna nos países desenvolvidos”. Entre os casos de TEV associados à gravidez, 80% são tromboses venosas profundas dos membros inferiores e 20% são embolias pulmonares, explica ainda o clínico.

Idade, vómitos e viagens aumentam risco
Apesar de a gravidez constituir uma situação que, só por si, aumenta a possibilidade de trombose, há alguns fatores que ampliam o risco. Grávidas com mais de 35 anos, obesas ou que fazem cesariana (especialmente se esta for de emergência) têm maior probabilidade de desenvolver o problema, bem como as que apresentam um diagnóstico ou história de trombofilia, isto é, tendência para a coagulação excessiva do sangue. Há ainda outros fatores a ter em conta, nomeadamente, a existência de varizes, imobilidade, desidratação, doenças inflamatórias e infeciosas (doença inflamatória do intestino ou infeção urinária, por exemplo), pré-eclâmpsia ou quadros clínicos de hemorragias graves com necessidade de transfusão de sangue como os provocados pelo descolamento prematuro da placenta. Jorge Lima chama ainda a atenção para os casos em que as grávidas sofrem de enjoos e vómitos prolongados, assim como para as viagens de duração superior a 4 horas, pois são contextos que “representam um risco significativo de TEV”.

Questionado sobre os sintomas a que as mulheres devem estar atentas, o especialista aponta a dor e o edema numa das pernas, normalmente na esquerda, pois podem ser indícios de trombose venosa profunda dos membros inferiores. Todavia, esta também pode acontecer de forma silenciosa em 40 a 50% dos casos. Já na embolia pulmonar, o quadro clínico clássico (caracterizado por tosse, dificuldade em respirar, expetoração com sangue e taquicardia) está presente em apenas 20% das situações e, na gravidez, é ainda mais raro. Todavia, o médico deixa claro que “a avaliação médica e um cuidadoso exame objetivo são fundamentais no diagnóstico”.

Prevenir (e avaliar o risco) sempre
A prevenção do tromboembolismo pode e deve ser feita durante a gravidez, desde logo através da minimização de alguns fatores de risco. Jorge Lima salienta a necessidade de as grávidas estarem atentas à sua hidratação (beber água é fundamental), evitarem estar muito tempo imóveis e usarem meias elásticas de compressão. No entanto, entende que “cabe aos profissionais de saúde submeterem todas as grávidas a uma avaliação dos fatores de risco, de forma a estabelecer quais as que necessitam de uma profilaxia mais específica com o recurso a fármacos anticoagulantes”.

Para ajudar os médicos no momento do diagnóstico, existem alguns calculadores da probabilidade de embolia pulmonar, também denominados scores. Acima de tudo, “são um auxílio na tomada de decisão sobre a realização, ou não, de exames de imagem, de forma a reduzir a percentagem de exposição materno-fetal à radiação”, esclarece o ginecologista. Ainda assim, há vários exames que podem ser feitos para ajudar no diagnóstico de TEV.

Em Portugal, o Boletim de Saúde da Grávida utilizado nos hospitais CUF é o único a incluir um score de risco, em que as mulheres são avaliadas e classificadas de acordo com a probabilidade de trombose. De acordo com Jorge Lima, “sendo o TEV na gravidez a maior causa passível de prevenção de morbimortalidade materna, é compreensível que a tromboprofilaxia eficaz seja uma meta a atingir”. Para tal, criaram um calculador de risco trombótico, baseado em recomendações internacionais. “Trata-se de um score de fácil aplicação por todos os profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, que de forma imediata permite selecionar as grávidas e puérperas que têm indicação para profilaxia da trombose e o tipo de prevenção a ser instituída”, justifica o clínico. Na sua opinião, “este “é um importante contributo para a prevenção dos eventos tromboembólicos e constitui um critério de qualidade dos serviços prestados”.

Quando avaliar o risco
A avaliação do risco de trombose deve ser feita, se possível, ainda antes de a mulher engravidar ou logo no início da gestação. Deve depois ser repetida no internamento hospitalar e sempre que surjam outros problemas na gravidez. Em Portugal, os serviços de obstetrícia têm, em regra, protocolos de prevenção da trombose na gravidez, parto e puerpério. Mesmo assim, o médico chama a atenção para a necessidade de algumas mulheres planificarem a gravidez tendo em conta este problema de saúde específico: “As mulheres com elevado risco de TEV, nomeadamente as que já tiveram um episódio anterior de tromboembolismo venoso ou arterial ou que estão a tomar anticoagulantes, devem fazer uma consulta pré-concecional de forma a programar a gravidez minimizando os riscos maternos e fetais.”

Quando o risco é detetado e a necessidade de medicação para prevenir a trombose impõe-se, há uma questão que invariavelmente surge: Será que estes medicamentos são seguros para o desenvolvimento do feto e para a amamentação? Jorge Lima assegura que sim: “ As heparinas de baixo peso molecular são fármacos anticoagulantes com ação antitrombótica e com baixo risco hemorrágico e por serem moléculas grandes não atravessam a barreira placentária, sendo seguras para o feto, não causando hemorragia nem efeitos teratogénicos.” Por outro lado, podem também ser utilizados com segurança na amamentação, uma vez que “também não passam para o leite”, garante o médico, confirmando que “quando não existem contraindicações são os fármacos de eleição para a prevenção do TEV na gravidez”.

Exames para diagnóstico de TEV:

  • Radiografia ao tórax (segundo Jorge Lima, “a radiação de uma incidência é mínima”)
  • Eletrocardiograma
  • Gasometria arterial
  • Eco Doppler venoso dos membros inferiores
  • Ressonância magnética pélvica (sem radiação ionizante e baixo risco do contraste utilizado)
  • Ecocardiograma transtorácico

Exames para diagnóstico de embolia pulmonar (em situações de grande suspeição clínica):

  • Cintigrafia de ventilação/perfusão
  • Angio-TAC torácica
Já se espera 12 horas nas urgências
Falta de camas de internamento já está a levar hospitais a enviar doentes para os que estão com menos problemas de resposta.

Vários hospitais de todo o País estão à beira da rutura com tempos de espera na urgência que já estão a atingir as 12 horas. Évora, Faro ou Abrantes são alguns dos que estão com mais atraso na resposta. Os serviços de internamento estão também atingir o máximo da taxa de ocupação, por isso, as unidades estão a colaborar e a enviar doentes para aquelas que têm menos problemas, dando seguimento a instruções do Ministério da Saúde. É o caso do Amadora-Sintra ou do Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que ontem enviaram doentes para o Hospital de Santa Maria.

Apesar de ainda se estar longe do pico da gripe, os serviços já estão a lidar com dificuldades na resposta, seja porque há falta de recursos humanos ou camas para internar doentes, além de haver mais casos sociais e muitos casos de problemas respiratórios.

Ontem, esperava-se grande afluência de doentes por ser segunda-feira e por ser a sequência de quatro dias de fim de semana prolongado, em que tradicionalmente se tenta ir menos aos serviços. Em Viseu, a triagem demorava uma hora e em Faro "os doentes verdes esperam cerca de sete horas. Está mesmo muito complicado", disse um profissional. Em Évora, fonte do gabinete de comunicação admite que "tem havido capacidade de internamento. No entanto, a afluência tem sido grande, o que se repercute nos tempos de espera". Um administrativo precisou: "A urgência está muitíssimo complicada. Os doentes azuis (menos urgentes) têm de esperar doze horas."

Também na área metropolitana de Lisboa, há registo de constrangimentos no Garcia de Orta, sem problemas no internamento mas com quatro horas de espera para os casos menos urgentes. No Centro Hospitalar Barreiro, segundo um médico, havia "seis horas de espera para os doentes menos urgentes", ainda assim metade do tempo de há duas semanas. "Havia 40 doentes em banco à tarde e já depois de um conjunto de medidas tomadas para aliviar os serviços, como a abertura de mais 18 camas.

Uma delas foi a contratação de médicos a 42 euros à hora, "autorizada pela tutela. Há médicos pagos por esse valor, alguns dos quais são internos, o que é lamentável porque os clínicos da unidade recebem cerca de 20", refere. O Diário de Notícias contactou a unidade, sem resposta.

No Centro Hospitalar do Médio Tejo, que inclui os hospitais de Tomar, Abrantes e Torres Novas, um profissional denunciou ao Diário de Notícias que os tempos de espera estavam a disparar. Os doentes pouco urgentes (verdes), já tinham de esperar 5.30 para serem atendidos e os urgentes 3.30, números que fonte oficial disse só poder apurar no dia de hoje.

Os principais constrangimentos em várias unidades prendem-se com o internamento. Mesmo depois de acionados os planos de contingência que preveem a abertura de mais camas, "havia à tarde 87 doentes na zona de triagem e de internamento, 52 dos quais internados. A maioria não tinha vaga para internamento, os outros aguardavam uma decisão." Alguns doentes "chegam a esperar 24 horas sem ser reavaliados. Não se consegue chegar a todo o lado".

O profissional refere ainda que os bombeiros e o INEM têm aguardado macas para poder deixar os doentes. Fonte oficial da unidade não tinha dados fechados, mas refere que "se registava a afluência normal para a época, frisando que só no dia 2 houve menos de 500 atendimentos nas três unidades. Podemos ter momentos com 80/90 doentes no serviço mas conseguimos dar-lhes resposta".

Ontem, o Hospital Amadora Sintra deu indicações ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para que não enviasse doentes para lá, "sejam urgentes ou não urgentes. Vão passar a ir para Santa Maria, porque o nosso serviço de observação atingiu o limite de 80 doentes". Apesar disso, a unidade estava com uma espera máxima de três horas.

No Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental passou-se o mesmo. "Vamos encaminhar oito doentes para Santa Maria." Fonte do Ministério da Saúde referiu que foi "dada a indicação aos hospitais para que colaborassem de forma a não haver ruturas, seja em internamentos ou nos serviços de observação. Quem tem maior capacidade deve receber doentes de outros mais lotados".

Sociedade de Neurocirurgia diz
Presidente da associação que representa todos os neurocirurgiões portugueses argumenta que orientações internacionais foram...

Carlos Vara Luíz é o presidente da sociedade científica que reúne todos os 102 médicos portugueses especialistas na área e admite que o ideal, nestes casos, é operar os doentes o mais rapidamente possível. Contudo, escreve a TSF, sublinha que os tempos de espera aplicados ao jovem de 29 anos estão perfeitamente dentro do previsto nas recomendações internacionais.

O neurocirurgião explica que "o tratamento precoce de aneurismas rotos vai até às 72 horas e o doente ia ser operado às 60 horas, ou seja, estava perfeitamente dentro das normas internacionais".

Carlos Vara Luíz, que também é neurocirurgião no São José mas não teve intervenção neste caso, acrescenta que "quando começou a trabalhar, há mais de 30 anos, estes pacientes só eram operados às duas, três ou quatro semanas, e há países de grande qualidade que mantêm estes prazos".

O presidente da sociedade acredita que o que falhou neste caso foi "a morte de uma pessoa", ou seja, "a pior coisa que pode acontecer a um médico".

O neurocirurgião sublinha que este paciente tinha muitas hipóteses de falecer, "mas ao menos que não morresse à espera, apesar de ter morrido dentro das normas internacionais" que se baseiam em estatísticas recolhidas em estudos científicos.

São José fez bem em não transferir doente
A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia defende ainda que o médico que tratou o jovem de 29 anos no São José fez bem ao não transferir o doente para um hospital que tratasse aneurismas cirurgicamente ao fim de semana.

Carlos Vara Luíz explica que faria exatamente o mesmo pois "transferir um doente com um aneurisma roto na cabeça é um enorme risco de morte, entre 20% a 37,5%, pelo que devia ficar, como ficou, numa unidade de cuidados intensivos, vigiado e monitorizado".

O especialista diz ainda que a discussão sobre a transferência de David Duarte para outro hospital é "perfeitamente descabida" pois era um "doente com uma gravidade extrema, pelo que andar aos 'tombos' seria impensável".

A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia subscreve assim os argumentos do Hospital de São José que, no início de 2015, disse à Entidade Reguladora da Saúde (ERS) que não devia levar doentes com aneurismas rotos para outros hospitais. Explicações que não impediram esta entidade de, em julho, aconselhar o hospital a transferir estes doentes, ao fim de semana, para outra unidade de saúde que fizesse essas operações.

Entidade Reguladora
A Entidade Reguladora da Saúde recomendou em julho ao Hospital de São José que transferisse doentes com rutura de aneurisma...

Segundo um relatório publicado no seu site, o regulador abriu um processo de inquérito para averiguar o que se passava no Hospital de São José, na sequência de notícias divulgadas em janeiro de 2015 que davam conta de que os doentes que entravam naquela unidade com rutura de aneurisma cerebral, a partir das 16:00 de sexta-feira, teriam de esperar até segunda-feira para serem tratados.

Foi o que aconteceu em dezembro do ano passado, quando foi conhecido que um jovem de 29 anos transferido numa sexta-feira do Hospital de Santarém para São José acabou por morrer com uma hemorragia cerebral enquanto esperava tratamento.

Este problema deve-se à suspensão das escalas de prevenção aos fins-de-semana da Neurocirurgia-Vascular desde abril de 2014 e da Neuroradiologia de Intervenção desde 2013, no Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC), que engloba o Hospital de São José.

Tendo avaliado as circunstâncias do que foi noticiado em janeiro, Entidade Reguladora da Saúde (ERS) emitiu uma recomendação ao CHLC, hoje noticiada pelo jornal Público, para que “nas situações em que constata não possuir capacidade para a prestação de cuidados de saúde específicos, nomeadamente, realização de cirurgias em situação de rotura de aneurisma cerebral por falta de recursos humanos especializados, essenciais à sua realização, os utentes sejam encaminhados para unidade hospitalar que garanta a prestação dos cuidados de saúde necessários”.

Dos factos apontados no relatório, lembra a ERS que “quando um aneurisma rompe, os doentes devem ser tratados nas primeiras 24 horas pela equipa de neurorradiologia ou pela neurocirurgia”, o que “deixou de acontecer” nos últimos dois anos aos doentes que entram em São José ao fim de semana.

E sublinha que, “apesar de o Hospital de Santa Maria ter intervenção ao fim de semana, os doentes não estão a ser encaminhados”.

O CHLC reconheceu ser comum em situações de emergência e dificuldade assistencial o contacto inter-hospitalar, incluindo com Santa Maria, mas alegou não ter conhecimento de “situações fatais”, “sequelas graves” ou “reclamações de familiares ou doentes”.

Acresce que a transferência para outras unidades hospitalares destes doentes é limitada pelo facto de a mobilização e transporte na fase aguda não ser a mais adequada conduta médica, justificou o CHLC.

“Além do mais, existem neurocirurgiões 24h sobre 24h no Hospital de São José”, acrescenta.

Mas a presença destes especialistas não é suficiente, como reconhece o próprio hospital, que afirma que a indisponibilidade de outros profissionais para integrarem as escalas de prevenção inviabiliza a construção de equipas para o tratamento desta patologia.

Assim, face a estes constrangimentos, o hospital instituiu como prática “manter os doentes sob ativas medidas de controlo clínico e terapêutico, até ao tratamento específico do aneurisma, sem complicações significativas”, ou seja internados nos cuidados intensivos em “permanente monitorização e avaliação da sua evolução”.

O regulador entendeu arquivar o processo de inquérito por o comportamento do hospital não ter, naquela altura, violado os direitos e interesses legítimos dos utentes, designadamente o direito de acesso os cidadãos aos cuidados de saúde no âmbito do SNS.

Health4MOZ
Projeto que mobiliza médicos em missão de voluntariado para Moçambique há mais de dois anos chega agora a outras áreas do...

A Health4MOZ (Health 4 Mozambican Children and Families, O.N.G.D.) dá mais um passo no sentido de prosseguir com a missão de trabalho voluntário na área dos cuidados de saúde que tem vindo a desenvolver desde 2013. Desta vez a ideia passa por fundir a solidariedade científica com a solidariedade artística, juntando vários nomes de peso das artes plásticas em Portugal que, através da doação das suas obras à causa, manifestam o seu apoio e reconhecimento. As peças irão fazer parte da «Art4MOZ», uma exposição aberta ao público, que irá decorrer na Douro Marina, em Vila Nova de Gaia, entre os dias 28 e 31 deste mês.

Obras de artistas como Graça Morais, Sobral Centeno, Ana Pais de Oliveira, Agostinho Santos ou Albuquerque Mendes e ainda José Pádua e os pintores moçambicanos Ulisses Oviedo e Chichorro, farão parte do espólio e poderão ser adquiridas nos dias 29, 30 e 31 de Janeiro. Também o nome da curadora da iniciativa, Catarina Machado, irá fazer parte da exposição, para além do seu pleno envolvimento no projeto de um modo geral. O valor angariado através da venda das obras reverterá a favor da associação Health4MOZ que, nas várias missões que fez em Moçambique, deu formação a mais de meio milhar de alunos de medicina, de enfermagem e de medicina dentária bem como a dezenas de médicos de várias áreas, transmitindo-lhes conhecimentos que os dotaram de mais ferramentas para o desempenho da profissão.  

A este movimento solidário juntam-se conhecidas personalidades da medicina, da ciência e da arte, que irão marcar presença no evento de inauguração, dia 28 de Janeiro. Estas personalidades surgem como padrinhos do «Art4MOZ» e são eles: Alexandre Quintanilha – investigador e físico português de renome internacional –, Francisco Noa – escritor moçambicano e Reitor da Universidade de Lúrio em Moçambique –, José Manuel Silva – médico, professor universitário e Bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal – e Levi Guerra – médico, investigador, artista e ex-Diretor do Hospital de São João no Porto.

A Health4MOZ é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que pretende transmitir conhecimentos – teóricos e práticos – em diferentes áreas da saúde, visando a melhoria das competências académicas e profissionais e da prestação de cuidados de saúde. Tem como objetivo último a melhoria da qualidade de vida da população de Moçambique, onde a esperança média de vida está nos 49 anos, a mais baixa de toda a África sub-sahariana e onde mais de 40 em cada 100 crianças com menos de 5 anos sofre de malnutrição crónica. A área de intervenção deste grupo de médicos portugueses tem incidido na zona de Nampula, no norte de Moçambique, onde têm tido o apoio da Universidade de Lúrio (UniLúrio) e do Ministério da Saúde de Moçambique (MISAU) para além de mecenas portugueses. 

Iniciativa da SPMI e do CHUC
Tem lugar no dia 8 de Janeiro, às 11h30, a inauguração da exposição “Medicina Interna – A Visão Global do Doente”, uma...

A inauguração terá lugar no Átrio do Pólo dos Hospitais da Universidade de Coimbra e será precedida por uma conferência do Dr. António Arnaut sobre “O Futuro da Saúde em Portugal” no Auditório do pólo HUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), às 11h.

A exposição é gratuita e estará patente no Átrio do Pólo dos Hospitais da Universidade de Coimbra,  até 25 de março de 2016.

Esta exposição, conduz-nos pelo percurso histórico da Medicina Interna enquanto especialidade - no ensino e na assistência clínica -, desde as antigas enfermarias de "Moléstias Internas" nos antigos hospitais, até à atualidade.  

Imagens e documentos, aparelhos médicos antigos utilizados nas enfermarias dos hospitais em Coimbra para diagnóstico e tratamento dos doentes, nomeadamente, esfigmomanómetros, estetoscópios, albuminómetros, aparelhos para determinação da pressão venosa, contam-nos a história da Medicina Interna, através dos fragmentos de um vasto e rico património do CHUC e da FMUC.

Retrata também o percurso histórico e a atualidade da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

A especialidade de Medicina Interna centra a sua abordagem na avaliação e compreensão do doente como um todo, estudando as interações entre os vários órgãos e sistemas. É uma especialidade predominantemente hospitalar, abrangendo a patologia do adolescente e do adulto, estendendo ainda a sua atividade aos cuidados paliativos em doentes com doença crónica.

Os especialistas de Medicina Interna dedicam-se, não só à prevenção, mas também ao diagnóstico e tratamento de situações não cirúrgicas, bem como situações críticas onde a falha de vários órgãos domina. 

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