Estudo
Portugal tem a maior taxa de cuidados continuados e paliativos, prestados por pessoas sem preparação nem qualificação para tal,...

Desenvolvido pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS), o Estudo “Acesso, qualidade e concorrência nos Cuidados Continuados e Paliativos” indica ainda que Portugal é o país com menor taxa de prestação de cuidados não domiciliários.

“Portugal tem a maior taxa de cuidados domiciliários informais da Europa, a menor taxa de prestação de cuidados não domiciliários e uma das menores taxas de cobertura de cuidados formais, principalmente em função da escassez de trabalhadores formais, escassez que, segundo o International Labour Office, configura uma limitação ao acesso a cuidados continuados de qualidade”, indica a ERS.

Os cuidados informais são prestados por alguém que reside com o doente em situação de dependência, normalmente um familiar ou uma pessoa amiga, que faz esse trabalho por altruísmo, sem remuneração.

A ERS sublinha que, apesar de as estruturas de sistemas de cobertura universal de cuidados continuados terem começado a ser promovidas em alguns países europeus, desde os anos de 1940, em meados dos anos 90 a infraestrutura de cuidados continuados em Portugal ainda era escassa, com a maior parte dos cuidados a serem domiciliários e informais, prestados por um residente na mesma habitação.

O estudo indica ainda que a despesa pública em percentagem do PIB relativa aos cuidados continuados em Portugal encontra-se abaixo da média dos países europeus.

No entanto, as despesas públicas nesses cuidados têm vindo a crescer a uma taxa superior à das despesas públicas totais em saúde, acrescenta o regulador.

Por outro lado, “tendo em consideração um conjunto de países da OCDE [Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico], Portugal é o país com a maior parcela de financiamento 'out-of-pocket' [gastos suportados diretamente pelos utentes do serviço de saúde nos casos em que nem o serviço público nem o seguro privado cobrem a totalidade] de cuidados continuados (45%), sendo certo que a maior parte do financiamento total resulta de contribuições da segurança social (51%)".

Das projeções realizadas acerca da evolução da população idosa, tanto para Portugal como para os 28 Estados-membros da União Europeia (UE28), perspetiva-se que a procura por cuidados continuados e paliativos aumente nos próximos anos em todos os países europeus, mas especialmente em Portugal, na medida em que tal população idosa em Portugal deverá crescer a uma taxa mais elevada do que a do total da UE28, devendo a proporção de idosos chegar perto de 25%, até 2025 em Portugal.

Ainda de acordo com a ERS, o envelhecimento da população deverá traduzir-se num aumento da procura de cuidados continuados, ao passo que a procura de cuidados paliativos deverá continuar a crescer, tanto em função do envelhecimento da população como devido ao projetado aumento de incidência de neoplasias malignas.

Estudo revela
Mais de 90% da população portuguesa tem baixo acesso às unidades de internamento da rede nacional de cuidados continuados...

O número de camas para satisfazer as necessidades de cuidados continuados e paliativos deveria ser de 14.640, mas nem metade desta meta foi atingida, sendo o caso dos cuidados de convalescença o mais gritante, com 95% dos portugueses a apresentarem dificuldade de acesso.

O Estudo “Acesso, qualidade e concorrência nos Cuidados Continuados e Paliativos”, da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), identificou “um acesso baixo”, de 93% da população, a todas as unidades de internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), o que significa que o “número de camas é insuficiente face às metas estabelecidas”.

Nestas unidades de internamento da rede, são consideradas desde as Unidades de Cuidados Paliativos (UCP), de baixo acesso para 81% dos portugueses, até às Unidades de Convalescença (UC), praticamente inacessíveis a 95%, passando ainda pelas unidades de média duração e reabilitação (UMDR) e de longa duração e manutenção (ULDM).

Ainda assim, a ERS destaca que, em 2015, se verificou um aumento de 19% no número de unidades de internamento, face a 2013.

Nessa altura, o regulador identificou maior insuficiência de número de camas de cuidados paliativos.

Por região, e no global, as mais altas proporções de população com baixo acesso em quase todos os tipos de internamento encontram-se nas Administrações Regionais de Saúde (ARS) do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo.

Mas é precisamente nessas regiões, e também na do Centro, que se verificam maiores percentagens “de camas contratualizadas”, a maioria em ULDM e a minoria em UCP.

Especificamente no caso dos cuidados paliativos, o pior acesso encontra-se igualmente no Norte, mas também na região do Alentejo.

“Ainda no que se refere ao nível de acesso baixo, a região do Algarve destaca-se pelo facto de não haver, no cômputo geral de todas as unidades de internamento, qualquer cumprimento das metas definidas”, destaca a ERS.

Naquela região, “a soma de camas de todas as unidades não supera o mínimo considerado necessário para a satisfação das necessidades de toda a população ali residente”.

Apenas no caso das ULDM é identificado acesso alto no Algarve, e a mais alta proporção de população com acesso alto às UMDR encontra-se no Alentejo.

A entidade reguladora constatou ainda que, em algumas unidades, não foram cumpridos os critérios de referenciação por tipologia de saúde, identificando casos de atendimento a doentes paliativos em unidades não dedicadas a este tipo de cuidados (situação para que a ERS já alertara em 2013).

No que respeita ao tempo de espera, desde a referenciação até à identificação da vaga, é menor para a entrada em equipas domiciliárias, comparativamente com as restantes tipologias de unidades da rede.

Por outro lado, as tipologias com maior tempo até ao ingresso numa unidade são as UMDR do Norte, Centro e Lisboa e Vale do Tejo, assim como as ULDM do Alentejo e do Algarve.

Relativamente ao parâmetro da qualidade, os rácios mais baixos (e inferiores à média nacional) de médicos e enfermeiros em cuidados continuados e paliativos por habitante são identificados nas ARS Norte e Lisboa e Vale do Tejo (LVT).

Em contrapartida, “todos os tipos de internamento apresentam maiores percentagens de unidades com número de horas médicas e de enfermagem, igual ou superior ao valor mínimo aconselhado pela UMCCI” (Unidade de Missão para os Cuidados Continuados Integrados).

No âmbito da avaliação de resultados, o Alentejo é a região com maior taxa de recuperação de doentes. Globalmente as ULDM são as que apresentam pior desempenho, em especial na ARSLVT.

Ensaio clínico
O presidente executivo da Bial disse que está “profundamente chocado” com a morte de um voluntário que participou num ensaio...

“Quero, em meu nome pessoal e em nome de Bial, expressar as nossas profundas condolências e sentimentos para com família do voluntário que faleceu após ter participado no ensaio de Fase 1, com a nossa molécula experimental”, disse António Portela, declarando que os responsáveis da empresa estão “profundamente chocados com esta situação”.

O presidente executivo da farmacêutica adiantou que equipas da Bial estão em França e em Portugal a “trabalhar incansavelmente para perceber as causas deste trágico acidente”, assim como “garantir que os restantes voluntários que se encontram hospitalizados possam recuperar totalmente”.

António Portela afirmou que são muitas as dúvidas neste momento que ainda não têm resposta e que é para isso que as equipas estão a trabalhar.

Morreu um dos voluntários que participou num ensaio de medicamentos conduzido por um laboratório privado em França para a farmacêutica portuguesa Bial. Este paciente, que estava internado no hospital de Rennes, já estava há alguns dias em estado de morte cerebral.

Na semana passada, seis voluntários, entre os 28 e os 49 anos, foram hospitalizados depois de terem participado no ensaio clínico de Fase 1 para a Bial, que testava uma nova molécula com atuação a nível do sistema nervoso central, com efeitos provavelmente como analgésico ou a nível de alterações de humor.

Inicialmente foi dito que o composto sintetizado quimicamente teria uma substância que resulta da cannabis, informação que foi entretanto desmentida.

Segundo as informações até agora conhecidas, neste ensaio clínico estiveram envolvidos, no total, 108 voluntários, 90 dos quais receberam a droga, enquanto os restantes tomaram placebos. Os seis homens que foram internados foram o grupo que recebeu a dose mais elevada, segundo a agência France Presse.

Além do paciente que hoje morreu, outros podem ficar com danos neurológicos, tendo em conta as informações prestadas sexta-feira pelo diretor de neurologia do hospital que está a tratar esses doentes.

De acordo com as informações recolhidas, a substância que estava a ser testada já era estudada desde há oito anos, tendo passado pelas fases de laboratório e testes de toxicologia em animais, até chegar à experimentação em seres humanos.

Biotrial
O laboratório francês Biotrial, responsável por um ensaio clínico em França que provocou a morte de uma pessoa e a...

A Biotrial decidiu “propor, junto da comunidade científica internacional, evoluções dos padrões”, indicou a empresa em comunicado enviado aos media franceses.

O laboratório também anunciou ter decidido “criar de imediato um comité científico de referência para investigar a origem desse acidente”, definido como “inédito e imprevisível” e sobre o qual ainda se desconhecem as causas.

“Os ensaios precedentes com o produto experimental BIA-10-2474 não revelaram nenhuma anomalia”, acrescentou o laboratório, insistindo que colabora com a justiça “com total transparência”.

Num outro comunicado, a Biotrial tinha assegurado que o estudo se realizou “em total conformidade com os regulamentos internacionais”.

A ocorrência surgiu na primeira fase desse ensaio terapêutico que foi interrompido, em que foi ministrado a 90 voluntários sãos a molécula BIA 10-2474 no âmbito da preparação de um medicamento para tratar problemas motores e de ansiedade relacionados com doenças neuro-degenerativas.

 

Os seis voluntários afetados tinham entre 28 e 49 anos, pertenciam ao mesmo grupo, receberam a mesma dose, começaram a tomar a molécula em 7 de janeiro e fizeram-no de forma repetida, ao contrário das restantes “cobaias” humanas.

Bial
A farmacêutica portuguesa Bial lamentou a morte de um voluntário que participou num ensaio clínico da empresa em França e...

“Expressamos os nossos profundos sentimentos e solidariedade para com os familiares deste voluntário”, lê-se no comunicado que a Bial disponibilizou na sua página na Internet.

A empresa liderada por António Portela disse ainda que está a “acompanhar os restantes voluntários hospitalizados" e que continua a colaborar com as autoridades para "apurar as causas desta trágica e lamentável situação”.

Morreu, no hospital da cidade francesa de Rennes, um dos voluntários que participou num ensaio de medicamentos conduzido por um laboratório privado para a farmacêutica portuguesa BIAL. Este paciente já estava há alguns dias em estado de morte cerebral.

A semana passada, seis voluntários entre os 28 e os 49 anos foram hospitalizados depois de terem participado no ensaio clínico de Fase 1 que testava um novo medicamento destinado a tratar perturbações de humor como a ansiedade.

Segundo as informações até agora conhecidas, no total estiveram envolvidos 108 voluntários, 90 dos quais receberam a droga, enquanto os restantes tomaram placebos.

Os seis homens que foram internados foram o grupo que recebeu a dose mais elevada, segundo a France Presse.

Além do paciente que morreu, outros podem ficar com danos neurológicos irreparáveis.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde recomenda que todas as grávidas oriundas de países afetados pela doença por vírus Zika, transmitido...

Num alerta publicado na sua página da Internet, a Direção-Geral da Saúde (DGS) aconselha os viajantes provenientes de uma área afetada, que apresentem até 12 dias após a data de regresso os sintomas da doença, que contactem a linha de saúde 24 referindo a viagem recente.

Quanto às mulheres grávidas que tenham permanecido em alguma dessas afetadas, é recomendado que “consultem o seu médico assistente mencionando a viagem”.

No entanto, a DGS salienta que o vírus Zika não se transmite de pessoa a pessoa, mas apenas por picada de mosquitos infetados, sendo os sintomas em geral ligeiros e caracterizados por febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares.

A maior preocupação relativamente às grávidas prende-se com o facto de existirem suspeitas, ainda não inteiramente comprovadas, de que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia.

Em Portugal já foram confirmados laboratorialmente, pelo Instituto Ricardo Jorge, quatro casos que ocorreram em cidadãos portugueses regressados do Brasil, mas que evoluíram favoravelmente.

Recentemente, foram notificados casos de doença por vírus Zika no Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

A DGS recomenda ainda a quem se deslocar para uma dessas regiões que tome especiais precauções, aconselhando-se na Consulta do Viajante e cumprindo as recomendações das autoridades locais.

Estas pessoas devem também assegurar proteção contra picada de mosquitos, utilizando vestuário adequado, optando por alojamentos com ar condicionado, usando repelentes e evitando a exposição nos períodos do dia em que os mosquitos picam mais.

Ordem dos Farmacêuticos apresenta
A Ordem dos Farmacêuticas vai entregar, na Procuradoria-Geral da República, uma queixa-crime por difamação contra a empresa que...

Em causa estão declarações prestadas na quinta-feira à comunicação social pela empresa que comercializa aquele suplemento alimentar e que, segundo a Ordem dos Farmacêuticos, "levanta suspeitas sobre os motivos que levaram” a estrutura representativa do setor a pedir nos tribunais a suspensão dos “anúncios publicitários do produto Calcitrin MD Rapid", refere a instituição, em comunicado.

Na quinta-feira, a empresa que comercializa aquele suplemento alimentar questionou a Ordem dos Farmacêuticos sobre a "guerra" que abriu contra o produto e lançou suspeitas sobre a intenção da estrutura corporativa em prejudicar o desempenho comercial da marca para beneficiar outras.

Na base das suspeitas estava o facto de a Ordem dos Farmacêuticos defender e recomendar os suplementos de cálcio, mas protagonizar uma guerra “injusta e injustificável” especificamente contra o Calcitrin, um suplemento que é líder de mercado e não é vendido nas farmácias.

Em comunicado, a empresa Viva Melhor disse que a “guerra pública” que o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) desencadeou em dezembro contra o suplemento alimentar “tem tanto de estranha como de suspeita razão de ser”.

Para sustentar as dúvidas, a Viva Melhor alega que, de entre os vários suplementos alimentares comercializados, há mais de uma dezena de marcas a anunciarem produtos que suplementam cálcio e que no dia em que o bastonário se queixou do anúncio do Calcitrin “havia pelo menos mais três marcas a publicitarem produtos concorrentes na imprensa e na televisão”.

Estudo
Há altos níveis de gorduras trans nos produtos alimentares em Portugal, em especial nos bolos e bolachas, que estão a...

Bolachas com cobertura, waffles, bolos de pastelaria ou batatas fritas são alguns dos alimentos que apresentam um alto nível de ácidos gordos trans e que aumentam o risco de doenças cardiovasculares e, portanto, a sua ingestão deve ser residual”, alertou Pedro Graça, diretor do Programa Nacional de Alimentação Saudável, numa entrevista.

A gordura trans é um tipo de gordura presente nos alimentos, geralmente oriundos da transformação industrial, e que aumentam significativamente o risco de doença cardiovascular, devendo a sua ingestão ser “tão baixa quanto possível”, alerta Pedro Graça, referindo que o ideal seria ingerir abaixo de 1% do total de energia que se consome diariamente”, ou seja a sua ingestão deveria ser “quase residual”.

O estudo sobre ácidos gordos trans nos produtos alimentares em Portugal, recentemente publicado na revista científica “Food Control”, foi realizado por uma equipa da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, com o apoio da Direção Geral de Saúde, do Programa Nacional da Alimentação Saudável e da Organização Mundial de Saúde.

Os produtos que tradicionalmente são fontes industriais alimentares de gorduras trans são as bolachas, bolos de pastelaria, algumas batatas fritas, alguns tipos de gordura que estão presentes em refeições prontas a consumir e nos óleos parcialmente hidrogenados, enumerou Pedro Graça, da Faculdade de Ciências de Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCAUP).

Para evitar ou diminuir o consumo de ácidos gordos trans deve-se variar o mais possível nos produtos de pastelaria ou bolachas, não consumindo sempre da mesma marca e sempre que houver em primeiro lugar a informação no rótulo “gordura ou óleo total ou parcialmente hidrogenada” deve evitar-se o produto, aconselha aquele especialista.

Em Portugal, os produtos mais ricos em gorduras trans são, por norma, também os mais económicos.

Como na rotulagem tradicional ainda não está identificado o ácido gordo trans, o consumidor para identificar essa gordura trans deve ficar atento à composição e a termos como “gordura parcialmente hidrogenada” ou “óleos totalmente ou parcialmente hidrogenados”, explica Pedro Graça.

O consumidor deve optar por carnes magras e privilegiar os laticínios magros ou meio gordos, aconselha ainda Pedro Graça.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde anunciou que os medicamentos para o VIH, os bio similares e para a diabetes vão ser reavaliados ao nível da...

Adalberto Campos Fernandes falava durante a cerimónia de tomada de posse do novo conselho diretivo do Infarmed, tendo explicado aos jornalistas que o objetivo desta reavaliação é conciliar o acesso à inovação terapêutica com a escassez de recursos.

“Temos de colocar os recursos onde estes fazem falta”, disse o ministro.

A reavaliação - que avançará este ano e abrange, para já, os grupo farmacológicos dos medicamentos para o VIH, os bios similares e para a diabetes - irá focar-se na sua qualidade terapêutica e no sistema de comparticipação.

A este propósito, o ministro reconheceu que a reavaliação poderá conduzir à descomparticipação de alguns fármacos. “Tudo é possível”, disse.

Durante a sua intervenção, Adalberto Campos Fernandes revelou ainda que vai avaliar, no primeiro trimestre deste ano, o projeto piloto que permite aos doentes com VIH terem acesso aos fármacos nas farmácias e não apenas nos hospitais, como até agora.

O projeto-piloto irá decorrer na zona do Alentejo, acrescentou o ministro, sublinhando a “comodidade para os doentes” que a medida representa.

Em relação à sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o ministro destacou a importância da “reavaliação sistemática das tecnologias da saúde”.

Uma das áreas em que Adalberto Campos Fernandes promete estar especialmente atento é a dos dispositivos médicos que representa para o Estado uma despesa de 600 milhões de euros por ano.

Na cerimónia tomaram posse o novo presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Henrique Luz Rodrigues.

Compõem ainda este conselho diretivo Rui dos Santos Ivo e Hélder Mota-Filipe.

Henrique Luz Rodrigues é licenciado e doutorado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, especialista em farmacologia clínica e em nefrologia.

Foi presidente da comissão de farmácia e terapêutica do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, membro da comissão de avaliação de medicamentos do Infarmed e professor de farmacologia da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Ordem dos Médicos
A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos congratulou-se com a nomeação da nova equipa do conselho diretivo da...

Marta Temido, que era presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, foi nomeada na quinta-feira como nova presidente do conselho diretivo da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em resolução de Conselho de Ministros.

Em comunicado, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos entende positiva a alteração daquela estrutura diretiva, "considerando os constantes erros, omissões e trocas nos concursos de contratação médica protagonizados pela anterior liderança".

"Pedimos a demissão do anterior responsável da ACSS que revelou amadorismo, irresponsabilidade e desrespeito pelos profissionais de saúde", lembrou Carlos Cortes, presidente da secção regional, citado no documento.

Segundo o responsável regional, nos últimos meses foram reportados "factos de extrema gravidade", que obrigaram a Ordem dos Médicos a pedir à ACSS o fim das "discrepâncias gritantes, nomeadamente nos concursos para o ingresso na Formação Específica do Internato Médico e na colocação de médicos especialista em Medicina Geral e Familiar".

"Os exemplos sucederam-se em prejuízo do Serviço Nacional de Saúde e dos doentes, uma vez que prejudicaram a escolha dos médicos, a distribuição de especialistas e a defesa dos utentes", sublinhou Carlos Cortes.

Para o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a anterior equipa diretiva da ACSS "foi incompatível com o nível de exigência que se pretende para o Serviço Nacional de Saúde que é património dos portugueses".

À nova equipa, Carlos Cortes solicitou "empenho e dedicação, enquanto fator de estabilidade" na resolução dos problemas e na defesa dos médicos e dos doentes.

Polícia Judiciária
O homem detido pela Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção em obras nos centros de saúde do Norte é funcionário da...

Segundo a mesma fonte, o detido é um engenheiro com funções técnicas na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou a detenção de um homem de 63 anos suspeito de ter “violado as suas obrigações funcionais em processos de adjudicação e acompanhamento de obras de centros de saúde da zona Norte”.

Em comunicado, a PJ refere que indivíduo, funcionário público e suspeito de um crime de corrupção ativa, foi detido em cumprimento de um mandado emitido pelo Ministério Público, sendo que a sua conduta terá causado “elevado prejuízo ao erário público”.

A polícia salienta que "o suspeito, pelo menos desde 2010, terá violado as suas obrigações funcionais em processos de adjudicação e acompanhamento de obras em Centros de Saúde da Zona Norte".

No âmbito das diligências que a PJ efetuou na quinta-feira, que incluíram buscas domiciliária, ao local de trabalho e a uma instituição bancária, foi apreendido “um montante superior a meio milhão de euros em dinheiro, além de objetos de ourivesaria e coleções de relógios de valor avultado”.

A investigação, titulada pelo Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto (DIAP), “prosseguirá para apuramento de outros envolvidos” naquele “esquema de corrupção”, sublinha a PJ.

O detido vai ser agora presente a primeiro interrogatório para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) garante que nenhum "membro do conselho diretivo, nem qualquer outro dirigente desta instituição, foi detido" no âmbito deste processo de investigação da PJ.

Contactada, fonte da ARS confirmou que a PJ esteve na quinta-feira naquelas instalações no âmbito de um processo "antigo".

Melhorar a qualidade de vida
A médica Geraldina Castro, da Maternidade Bissaya Barreto, em Coimbra, defendeu que o diagnóstico precoce e a terapêutica...

"Se investirmos na terapêutica inicial podemos reduzir custos e melhorar a qualidade de vida dos doentes", disse a uroginecologista, salientando que é uma doença difícil de quantificar porque os pacientes "têm vergonha de falar ou não a valorizam".

Geraldina Castro, que falava à margem da mesa redonda sobre "Desafios na bexiga hiperativa", a decorrer hoje em Coimbra, considera importante encorajar os doentes a procurar ajuda médica e a exporem sem vergonha o seu problema.

"E temos também de encorajar os médicos a questionar os pacientes nas suas consultas", sublinhou.

A bexiga hiperativa caracteriza-se por uma vontade súbita e repentina de urinar, com grande frequência e, por vezes, acompanhada de situações de incontinência, que piora com o avançar da idade.

Trata-se de uma doença que, segundo Geraldina Castro, tem muito impacto na qualidade de vida dos doentes em todos os domínios: profissional, laboral e social, estando associada ao desenvolvimento de depressões.

Embora não existam estudos em Portugal, a médica estima que os custos económicos com a doença sejam semelhantes aos do cancro da mama, que é o mais prevalecente na mulher, conforme indicam estudos internacionais.

O estudo mais recente feito em Portugal, em 2008, pela Faculdade de Medicina do Porto, mostrou que 32% da população acima dos 40 anos sofre de bexiga hiperativa, com maior prevalência nos homens, numa percentagem superior à europeia e americana.

A mesa redonda sobre os "Desafios da Bexiga Interativa", que se insere na 183.ª reunião da Sociedade Portuguesa de Ginecologia, vai debater temas como o "Diagnóstico e classificação", o "Tratamento farmacológico" e "Porque nem sempre se aborda esta patologia".

Estudo
A felicidade está nos genes dos países mais felizes do mundo, com destaque para o México, Venezuela e Colômbia, revela um estudo.

Realizado por Michael Minkov da Universidade Varna da Bulgária e Michael Harris Bond, da Politécnica de Hong Kong, o estudo conclui que os países cuja população apresenta uma certa variedade de genes tem os melhores índices de felicidade autoproclamada.

Entre eles aparecem os países do norte da América Latina, liderados por México, Venezuela, Equador e Colômbia, mas também vários países da África Subsaariana como a Nigéria e o Gana, escreve o Sapo.

A Ásia parece ser o continente com menor prevalência do "alelo A", a variante genética investigada. Os moradores de Hong Kong, China, Tailândia ou Taiwan são também os menos propensos a declarar-se "muito felizes".

O estudo baseou-se nos resultados da World Values Survey (WVS), que realizou uma investigação mundial sobre a forma como as pessoas se sentem, comparando esses dados com a prevalência do "alelo A" presente na perceção sensorial de prazer e a resistência à dor.

"Trata-se do primeiro estudo que demonstra que as diferenças nacionais em matéria de felicidade têm também uma componente genética", afirmam os autores, citados pela agência de notícias France Presse.

Os investigadores admitem que a genética "não é o único fator determinante de felicidade", mas insistem que a felicidade também não está necessariamente vinculada ao nível de riqueza.

16 de janeiro
Decorre no sábado, dia 16 de janeiro, na sede da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, às 15h, a apresentação do livro de...

O autor, segundo o Sapo, foi diagnosticado com esclerose múltipla (EM) em 2009 e, desde essa altura, que procura partilhar a experiência da doença através da escrita.

"Como muitos na minha situação, perguntei-me: Escrever porquê? Tudo começou como uma brincadeira. Depois de um período de grande sofrimento da minha vida, seguido de grandes mudanças, comecei a escrever. Os poemas são o meu apoio na luta com a EM", conta Sorin Nicu, em comunicado.

Este é o segundo livro de Sorin Nicu. O primeiro, intitulado “Momentos de Tristeza”, foi publicado em fevereiro de 2014, pela mesma editora.

A apresentação do livro é seguida de um lanche, na sede da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM).

Sorin Nicu é natural da Roménia e imigrou para Portugal em 2002. Anos depois, começou a trabalhar em construção civil, na Argélia, onde surgiram os primeiros sintomas de esclerose múltipla e que o fizeram regressar a Portugal.

Que tratamentos existem?
Ao anunciar uma nova ofensiva para "erradicar" o cancro, o presidente norte-americano Barack Obama reforçou o combate...

São detetados 14 milhões de novos casos de cancro todos os anos, número que pode aumentar 70% nos próximos 20 anos, dos quais um terço é provocado por fatores como tabaco, álcool, obesidade, sedentarismo e alimentação. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS). Barack Obama prometeu recentemente novos esforços contra a doença, escreve o Sapo.

Os tratamentos atuais, muitas vezes fornecidos em associação, permitem curar doentes com bom prognóstico e prolongar significativamente a sobrevida de outros. O tratamento mais antigo, que começou a ser administrado no final do século XIX, é a cirurgia. Consiste na remoção parcial ou completa do tumor.

Desenvolvida no início do século XX, a radioterapia consiste na utilização de radiação ionizante para destruir células doentes. Desenvolveu-se rapidamente nos últimos 20 anos graças a importantes avanços técnicos que permitiram definir com grande precisão as zonas a tratar e limitar a exposição dos tecidos saudáveis.

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos que eliminam células cancerosas. Atualmente, é usada numa ampla quantidade de casos de cancro, em geral associada a cirurgia ou radioterapia, o que permitiu aumentar a sobrevivência e a sobrevida. Porém, também ataca células saudáveis, acarretando vários efeitos secundários significativos.

Reservada a certos casos, como o cancro de mama ou da próstata, a hormonoterapia provoca a morte de células tumorais num prazo mais longo, criando contudo um ambiente hormonal desfavorável.

Recidivas tumorais
Certos casos de cancro (pulmão, fígado ou pâncreas) não respondem tão bem aos atuais tratamentos e outros podem degenerar em recidivas, levando os investigadores a buscar novas respostas terapêuticas.

Entre elas aparecem a imunoterapia, uma técnica que se esforça para "mobilizar" as defesas imunitárias do doente contra a sua própria doença. Segundo alguns investigadores, pode transformar o tratamento de algumas formas de cancro. Recentemente, foram obtidos resultados animadores no tratamento do melanoma avançado e em certos tipos de cancro de pulmão.

Outra pista promissora são os tratamentos específicos contra certas células que contribuem para o crescimento da doença. São utilizados em certos casos de tumores no sangue, mas também de mama, pulmão e aparelho digestivo.

Além dos tratamentos que apontam diretamente para as células cancerosas, alguns atacam diretamente o desenvolvimento dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

Em estado ainda experimental, a terapia genética consiste em "injetar" um gene numa célula, substituindo um gene deficiente, ou induzir a fabricação de uma substância destinada a destruir as células cancerosas. Foram feitos inúmeros testes clínicos e esta terapia foi particularmente eficaz em crianças que sofrem de cancro no sangue. Também está a ser testada contra o cancro de pâncreas.

Em Portugal
Portugal vai começar a usar medicamentos contra a infeção VIH/sida em pessoas que não têm a doença, como forma de prevenir o...

Apesar de haver estudos que comprovam o sucesso do tratamento, que consiste apenas na toma de um comprimido por dia, há especialistas que temem que haja mais comportamentos de risco e sexo desprotegido.

António Diniz, o diretor do Programa Nacional para a Infeção VIH/sida confirmou ao Diário de Notícias que o projeto pode ter início já este ano na região de Lisboa, onde se registaram quase metade dos novos casos de infeção no ano passado. E se for exequível, o tratamento preventivo pode ser alargado. "A ideia é avançar na população de homens que têm sexo com homens que preencham determinados critérios de risco".

A escolha deste grupo baseia-se numa tendência do mundo ocidental. "A proporção de novas infeções neste grupo está a aumentar em relação a outros onde houve uma descida mais visível, como o grupo dos utilizadores de drogas injetáveis. Apesar de haver menos casos, não está a haver uma descida significativa", frisa.

Para isso contribuem fatores, como o facto de as pessoas "estarem a perder o medo em relação à doença, devido à existência de tratamentos eficazes e com menos efeitos secundários. E isso leva-as a ter atitudes menos corretas em termos de prevenção". Um bom exemplo é o do uso de preservativos, que não tem tido os níveis esperados. "Utilizam-se menos do que se devia, mesmo nos casos de sexo ocasional". O tratamento preventivo já é usado nas situações em que possa ter havido um contacto de risco.

A profilaxia pré-exposição (PrEP), assim se designa o tratamento antes de as pessoas estarem infetadas, está a ser avaliada internacionalmente e já está em aplicação na França ou nos Estados Unidos com sucesso. Neste momento, "há outros países a estudar esta medida, como a Alemanha, Bélgica, Itália ou Espanha. Estamos a acompanhar os movimentos da Europa", acrescenta António Diniz. A medida, que terá de ser trabalhada com o Infarmed, é assumida pelo programa da Direção-Geral da Saúde, cuja prioridade é detetar os casos da doença precocemente e tratar mais cedo.

O estudo sobre o tratamento profilático ainda vai avançar, mas os critérios usados deverão ser semelhantes aos aplicados, por exemplo, nos Estados Unidos. Segundo as normas em vigor, seriam elegíveis os homens que têm sexo com homens que tenham um parceiro seropositivo, que não usem preservativo de forma regular, tenham múltiplos parceiros sexuais ou sejam trabalhadores do sexo. Há ainda critérios clínicos que os podem excluir deste tratamento e que têm de ser avaliados.

O tratamento é um antirretroviral usado atualmente com outras substâncias. E é o único que foi testado com objetivo de prevenção. Os resultados têm sido muito positivos: um estudo mostrou que a toma de um comprimido diário pode reduzir em 86% o risco de infeção neste grupo. Um outro estudo publicado pelo The Lancet admite que no Reino Unidos se possam evitar até 10 mil novas infeções até 2020, com este tipo de tratamento.

A forma como o modelo será aplicado vai ser estudada, mas as "organizações não governamentais vão ser envolvidas neste trabalho. São elas que podem aplicar os questionários de risco, encontrar as pessoas que podem ser envolvidas", admite António Diniz.

As pessoas em tratamento terão de tomar o medicamento sem falhas, até que deixe de se justificar, vão ser testadas periodicamente e seguidas em consulta. Este tratamento tem de ser acompanhado de outras medidas preventivas como o uso do preservativo, até porque não previne outras doenças sexualmente transmissíveis como a gonorreia ou a sífilis, que também têm aumentado no País. Para já não é possível saber quantas pessoas podem ser tratadas.

Outras infeções podem subir
A utilização de medicamentos como forma de prevenção da infeção por HIV para grupos de risco tem provocado polémica. Joaquim Oliveira, chefe do serviço de infecciologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, diz que "a desinibição de comportamentos é considerada o risco mais importante" associado a esta metodologia. E há, ainda, o risco potencial de aparecimento de resistências. "Há pouca experiência em relação a esta estratégia, mas nos ensaios clínicos foi muito pouco detetado", destaca o especialista em doenças infecciosas.

Esta metodologia pode também pôr em causa a proteção contra outras doenças sexualmente transmissíveis. "Todas as estratégias onde esta metodologia é usada incluem outras medidas preventivas, mas na prática isso nem sempre acontece. Muitos indivíduos não usam métodos barreira e, como sentem que estão protegidos, podem aumentar outras infeções", explica Joaquim Oliveira.

Gonçalo Lobo, presidente da Abraço refere que a única coisa que pode suceder é "haver sexo desprotegido, mas é para isso que existe este tratamento. Para a infeção VIH, o medicamento é quase 100% seguro. Tem é de se analisar os efeitos noutras doenças".

Há quem vá ao mercado negro
A grande discussão centra-se, sobretudo, na relação "custo-efetividade" desta metodologia. "Quanto é que a sociedade precisa despender? Quem vai pagar?", questiona Joaquim Oliveira. Os preços da medicação no nosso país são "muito elevados." O projeto piloto é, para o infecciologia, muito importante, pois permitirá perceber "se temos benefícios significativos nos números de novas infeções, como vão ser seguidas as recomendações, como é que a sociedade vai reagir."

Nos ensaios já efetuados, uma adesão elevada correspondeu a uma taxa de sucesso que ultrapassou os 90%. Contudo, destaca o infecciologia, são necessários "mais dados para perceber se vale a pena investir nesta estratégia."

António Diniz não tem estimativa de custos, admitindo que possa haver negociações com o laboratório e que os custos possam baixar se houver genéricos. Gonçalo Lobo, diz que o custo mensal de doente com VIH/sida ronda os 2000 a 2500 euros, combinando este e outros medicamentos.

Para o responsável esta é uma medida que faz sentido. "Sei que terá um custo elevado. E é preciso perceber se será gratuita ou se haverá comparticipação". Neste momento já há quem o faça. "Há pessoas que recorrem ao mercado negro para comprar estes medicamentos, correndo riscos por não saberem o que estão a comprar. O que sabemos é que se o sistema não dá resposta abrem-se brechas e surge um sistema paralelo".

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Cerca de 10% dos 14 mil doentes reumáticos portugueses inseridos no Registo Nacional iniciaram a doença em idade pediátrica,...

“Com a maior divulgação e alerta dos profissionais de saúde, o diagnóstico destas doenças nas crianças tem crescido, mas não sei se corresponde a um crescimento real destas doenças”, referiu a médica Filipa Oliveira Ramos, da Sociedade Portuguesa de Reumatologia.

No Registo Nacional de Doenças Reumáticas, 10% das pessoas iniciaram a patologia antes dos 18 anos. Dos 14 mil casos, mais de 800 correspondem a menores de 16 anos (6,3% do total) e só no ano passado foram registados 200 doentes em idade pediátrica.

As doenças reumáticas juvenis são consideradas patologias raras na globalidade das doenças da infância, com uma estimativa de um caso em cada mil crianças em idade escolar.

Já no caso dos adultos, o peso da doença reumática é mais significativo e 56% da população adulta apresenta queixas reumáticas. Contudo, apenas 22% desses doentes é que têm uma doença reumática diagnosticada.

“O diagnóstico destas doenças ainda está aquém. E isto, nas doenças reumáticas juvenis, torna-se ainda mais importante, porque quanto mais cedo for o diagnóstico, melhor será a oportunidade de tratar estas doenças de forma adequada”, afirmou Filipa Oliveira Ramos.

Mesmo tratando-se de doenças crónicas, a probabilidade de obter remissão (ausência de sinais e sintomas) vai aumentando com a referência precoce dos doentes a centros especializados, permitindo que possam crescer de forma adequada e sem consequências.

A importância de uma deteção precoce leva a reumatologista Filipa Oliveira a apelar aos pais para que estejam atentos a alguns sinais, como dor nas articulações, nomeadamente nas primeiras horas da manhã, ou grande rigidez articular.

As artrites idiopáticas juvenis são as doenças reumáticas mais frequentes até aos 18 anos e podem manifestar-se desde o primeiro ano de vida.

Esta temática vai estar hoje em debate numa sessão que junta em Lisboa especialistas em reumatologia pediátrica que pretendem ajudar a compreender estas patologias e promover uma uniformização, partilha e discussão de conhecimentos.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe
Na semana entre 4 e 10 de janeiro foram registados 20 casos de Gripe A, sete dos quais motivaram o internamento em Unidades de...

De acordo com o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, do Instituto Ricardo Jorge (INSA), “em 34 casos de síndroma gripal, foram detetados 20 vírus da gripe A(H1)pdm09, pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios”.

Esta estirpe do vírus motivou sete internamentos em sete Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), “estimando-se em 2,4% a taxa de admissão por gripe em UCI”.

“Em todos os doentes foi identificado o vírus influenza A (H1N1)pdm09”, acrescenta o boletim.

De uma forma geral, no que diz respeito ao registo de atividade gripal no país, na primeira semana do ano, o boletim adianta que “a taxa de incidência de síndrome gripal foi de 47,2 por 100.000 habitantes, indicando início do período epidémico”, classificando a atividade gripal nessa semana como “baixa” e de “tendência estável”.

Segundo o Instituto Ricardo Jorge, a mortalidade observada por “todas as causas” apresenta “valores de acordo com o esperado”.

A época gripal 2015-2016 começou em outubro e termina em maio.

A estirpe do vírus da gripe A-H1N1 surgiu em 2009, numa combinação de vírus que não tinha sido observada antes, tendo-se tornado sazonal, em co-circulação com outros vírus ‘Influenza’, e tratada com uma nova classe de antivirais.

A subdiretora-geral da Saúde afirmou na quarta-feira que o vírus da gripe A, diagnosticado recentemente nas urgências do Hospital da Guarda e do Hospital de Santarém, não é pandémico e é menos perigoso do que o verificado há seis anos.

Graça Freitas comentava assim o anúncio na terça-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de que o serviço de urgências do hospital daquela cidade diagnosticou este mês 13 casos de Gripe A e deu uma "resposta eficaz" à situação.

Em declarações, a subdiretora-geral da Saúde salientou “não haver motivos para alarme”.

Resistência bacteriana
Maior rigor no uso dos antibióticos é urgente, para se travar o aumento das bactérias resistentes ao

Manter a eficácia dos antibióticos é uma responsabilidade de todos! Esta é uma das mensagens que podemos encontrar no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) relativa ao uso de antibióticos.

Uma das grandes preocupações em termos de saúde pública é a resistência das bactérias aos antibióticos. Esta resistência traduz-se no facto de, antibióticos, ainda que específicos, perderem a sua capacidade de matar as bactérias ou impedir o seu desenvolvimento. Mutações genéticas das bactérias, que acontecem naturalmente, provocam a resistência aos antibióticos, contudo a utilização excessiva ou inadequada de antibióticos aceleram o aparecimento e propagação de bactérias resistentes ao antibiótico utilizado e até a outros. Esta situação poderá causar o atraso na implementação do tratamento correto e resultar em complicações e insucesso terapêutico, incluindo a morte. As infeções causadas por bactérias resistentes  são habitualmente mais perigosas, o doente poderá também necessitar de mais cuidados, assim como de antibióticos alternativos mais dispendiosos e que podem causar efeitos secundários mais graves.

De acordo com o relatório Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos em números (DGS, 2014), a crescente taxa de resistência dos microrganismos, associada ao decréscimo da síntese e desenvolvimento de novas classes de antimicrobianos leva a que o antibiótico, menos de cem anos após a descoberta da penicilina e após ter contribuído para um marcado aumento da esperança de vida média, esteja em “risco de extinção”; isto é, em risco de perda de eficácia. O mesmo documento (pág.47) alerta para o facto de Portugal apresentar elevada taxa de resistência bacteriana aos antimicrobianos, conforme expresso nos dados de vigilância epidemiológica da European Antimicrobial Resistance Surveillance Network (EARS-Net).

Urgente maior sensibilização pública sobre uso de antibióticos

Perante este cenário é indispensável uma maior sensibilização do público em geral e dos profissionais de saúde em particular, para a importância de utilizar os antibióticos de forma racional e adequada, no sentido de travar a progressão da resistência aos antibióticos.

A Direção-Geral da Saúde adverte a população relativamente ao uso “inadequado” dos antibióticos:

Não tomar nas gripes, porque não ajudam a melhorar

“Usar os antibióticos sem necessidade: constipações e gripes são causadas por vírus, contra os quais os antibióticos não são eficazes. Nestes casos, não irá melhorar o seu estado clínico tomando antibióticos: os antibióticos não baixam a febre nem melhoram os sintomas, como espirrar. Como tal, os antibióticos não devem ser utilizados para constipações e gripes.

Usar antibióticos de forma incorreta: quando encurta a duração do tratamento, baixa a dose, não cumpre a frequência correta de administração (isto é, se aumenta o intervalo de tempo entre duas tomas do antibiótico) a quantidade necessária e adequada de antibiótico no organismo não é atingida e as bactérias sobrevivem, podendo tornar-se resistentes.

Portanto, não se automedique e respeite sempre as recomendações do seu médico sobre quando e como tomar os antibióticos.”

Se for prescrito tem de respeitar dose, horário e período de tempo

Estas são informações a divulgar à população em geral, reforçando ainda a importância de não pressionarem o médico para a prescrição de antibiótico. É fundamental o alerta para a toma correta quando prescrito: dose; horário; período de tempo. E ainda a prevenção de infeções, quer seja de feridas, quer infeções respiratórias (tão frequentes no inverno) ou outras.

Evitar as infeções é por isso uma prioridade com inúmeras vantagens como, redução do consumo de medicamentos, dos custos, mau estar, absentismo, etc.

O inverno é mais propício ao aparecimento de infeções respiratórias, amigdalites, entre outras, muitas provocadas pelas diferenças de temperatura, como passar de um local muito quente para um muito frio. Por exemplo a utilização inadequada do ar condicionado induz condições favoráveis ao aparecimento de infeções.

Atenção aos choques térmicos com o ar condicionado

Hoje a utilização do ar condicionado está generalizada, nos automóveis, nas lojas comerciais, nas residências particulares. Os aparelhos de ar condicionado fácil e rapidamente atingem temperaturas muito elevadas, daí a tentação de os programar para valores elevados, levando a um ambiente demasiado quente, o que pode provocar desidratação e choques térmicos. Embora cada pessoa tenha uma sensibilidade térmica diferente, os fabricantes recomendam que os aparelhos de ar condicionado sejam regulados para uma temperatura que se aproxime da do exterior. No Inverno entre 18°C a 21°C e no Verão à volta dos 24°C. A manutenção dos aparelhos também é indispensável, nomeadamente a limpeza regular dos filtros para manter a qualidade do ar.

As crianças é bom dormirem com colete acolchoado

Outra recomendação, esta para crianças pequenas, é utilização de um colete acolchoado durante a noite. As crianças pequenas durante o sono destapam-se, a utilização do colete mantém a região torácica protegida sem provocar sobreaquecimento.

Um “bom” sistema imunitário também evita infeções. O sistema imunitário é fortalecido com uma alimentação equilibrada, rica em vegetais e frutas. Não esquecer a ingestão de água que no Inverno é habitualmente descurada.

Por fim, as indispensáveis regras de higiene e etiqueta respiratória: lavar as mãos frequentemente e não tossir para a mão, mas sim para um lenço ou antebraço.

Evitar infeções e utilizar adequadamente os antibióticos é, de facto, uma responsabilidade individual!

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Atividades que cuidam
Reduz o stress, ajuda a reduzir o batimento cardíaco e até ajuda a aliviar a dor crónica.

Muito para lá da necessidade de produzir peças em lã, o tricô tem-se tornado numa atividade de tempos livres bastante reconfortante.

A verdade é que vários estudos, realizados um pouco por todo o mundo, têm mostrado os inúmeros benefícios que esta atividade tem para a saúde.

Stress, ansiedade, depressão e dor crónica beneficiam, e muito, com o tricô.

A Clínica da Dor do Royal United Hospital, no Reino Unido, conduz, desde 2006, sessões de tricô como forma de terapia. A conclusão é que, esta atividade, tem resultado na diminuição da dor e da necessidade de recurso a medicação para a combater.

O psicólogo responsável por este trabalho, Mike Osborn, admite que tricotar consegue ajudar os pacientes como nenhuma outra técnica, ou tratamento.

Os estudos, que têm vindo a ser realizados nesta área, demonstram que quando uma pessoa está a criar algo, neste caso a tricotar, o organismo deixa de ter capacidade de monitorizar, simultaneamente, a forma como o corpo se sente.

Além disso, os movimentos repetitivos do tricô ativam o sistema nervoso parassimpático permitindo aliviar o stress.

Um inquérito realizado a 3500 praticantes regulares de tricô, publicado no British Journal of Occupational Therapy, revelou que quanto mais as pessoas tricotam mais calmas e felizes se sentiam.

Está provado que, quando fazemos algo que nos dá prazer, o organismo liberta uma substância designada dopamina. Os cientistas acreditam que esta substância existe para nos incentivar a repetir atividades que nos ajudam a sobreviver, como comer ou fazer sexo. Assim sendo, por si só a dopamina é um anti-depressivo natural.

Por outro lado, tricotar faz ativar diferentes circuitos cerebrais, protegendo o cérebro dos problemas normais do envelhecimento.

Atividades que promovam a sua estimulação intelectual são capazes de ajudar a prevenir a atrofia cerebral ou demência.

Por todos estes motivos, vale bem a pena tirar as agulhas do baú e dar asas à imaginação. E quanto mais complexo o padrão do tricô, mais o seu cérebro lhe agradece. Esta complexidade permite aumentar a elasticidade cerebral, dizem os entendidos.

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