OMS alerta
A obesidade nas crianças menores de cinco anos atingiu taxas “alarmantes” e tornou-se “um pesadelo explosivo” nos países em...

Os autores do relatório, da comissão sobre o fim da obesidade infantil da Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinham que durante muito tempo o fenómeno não foi visto como uma questão de saúde importante, sendo considerado por alguns como o resultado de um comportamento escolhido no seio da família.

O inquérito, realizado durante dois anos em mais de 100 países, concluiu que os governos e as políticas de saúde pública são fundamentais para travar a epidemia.

“Qual é a principal mensagem? É que não é culpa das crianças”, declarou à imprensa Peter Gluckman, co-presidente da comissão.

Entre as causas do agravamento da epidemia, que exige uma resposta global coordenada, estão fatores biológicos, uma diminuição da atividade física nas escolas e a falta de regulamentação do comércio dos produtos que engordam, indica o relatório.

Se nada for feito, “a epidemia de obesidade pode reduzir muitos dos benefícios em matéria de saúde que contribuíram para o aumento da longevidade”, alertou a comissão.

O estudo assinala que, “até à data, os progressos na luta contra a obesidade infantil têm sido lentos e inconsistentes”.

As recomendações no relatório são as do senso comum, como a promoção de bons hábitos alimentares, o exercício físico e o acompanhamento psicológico dos jovens obesos.

Mas, como sublinham os autores, não foram suficientemente postas em prática pelos governos e o número de crianças com excesso de peso passou de 31 milhões em 1990 para 41 milhões em 2014.

Em África, o número de crianças menores de cinco anos com excesso de peso ou obesas quase duplicou entre 1990 e 2014, passando de 5,4 milhões para 10,3 milhões.

A taxa de aumento na Ásia é mais difícil de calcular, disse Gluckman, mas perto de metade das crianças consideradas obesas em todo o mundo vive em países asiáticos. Um quarto vive em África.

O relatório sublinha que nos países ricos as crianças pobres têm maior probabilidade de serem obesas, em parte devido ao preço mais baixo da “comida rápida” (fast-food) com alto teor de açúcar.

Ao contrário, nos países pobres, as crianças de famílias mais ricas correm maior risco de obesidade, especialmente em países onde “culturalmente uma criança com excesso de peso é sinal de boa saúde”, indica o relatório.

SNS
O Centro de Conferência de Faturas do Serviço Nacional de Saúde, na Maia, já detetou 160 milhões de erros em comparticipações...

Os dados relativos aos últimos seis anos foram divulgados pela presidente da Administração Central do Sistema de Saúde, Marta Temido, no decorrer de uma visita que o ministro da Saúde efetuou ao Centro de Conferência de Faturas do SNS, um centro de controlo e monitorização da despesa do Estado em saúde, criado em 2009.

Em declarações aos jornalistas, o ministro Adalberto Campos Fernandes afirmou que "cabe ao Estado garantir que segue os circuitos do dinheiro público e, portanto, o objetivo é garantir que os fluxos financeiros do Estado ao nível público/público, público/social e público/privado estão permanentemente a ser monitorizados e escrutinados". "Os recursos são escassos, é completamente inaceitável que alguns desses recursos possam ser indevidamente utilizados", sublinhou.

O ministro da Saúde referiu que será dado a este projeto "um novo impulso", considerando, contudo, que o trabalho feito desde 2009 é "muito satisfatório", escreve o jornal Público. "Permitiu ao Estado português e ao SNS reter muito valor, mas nós acreditamos que está longe de estar esgotado aquilo que é o seu potencial de captura, mediante aquilo que é a sinalização para todos os atores que estão no sistema de que dinheiro público é um bem da República e que não pode, em nenhuma circunstância, ser mal utilizado", disse.

Explicou ainda que "no início apenas o medicamento era alvo desta monitorização" e que, "à medida que se vai alargando o perímetro a tudo aquilo que são prestações ou acordos entre os sectores público, social e privados, a amplitude dessa despesa monitorizada vai subir".

"Não podemos antecipar qual é o potencial de poupança que existe, sabemos é que aquilo que é a indicação internacional de que em fraude e em desperdício na saúde poderão estar valores que oscilam entre os 6 e os 15%. Ora, em oito mil milhões de euros [a média do orçamento anual da Saúde] é muito significativo para fazer bem pela saúde dos portugueses e utilizar esses recursos em áreas tão necessárias como são a área dos cuidados primários", acrescentou.

Estudo
Cientistas portugueses descobriram, numa experiência com peixes-zebra, que há órgãos como o intestino que envelhecem mais cedo.

O trabalho, conduzido por investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), foi publicado na revista PLOS Genetics.

Os "relógios moleculares" das células são os telómeros, as pontas dos cromossomas que asseguram que não há perda de qualquer material genético durante a divisão celular num tecido ou órgão como o intestino, o músculo, o sangue ou os rins.

Acontece que, com o avançar da idade, os telómeros, estruturas protetoras do genoma (código genético), vão encurtando, em resposta às contínuas divisões de células, expondo, assim, o genoma a danos, escreve o Jornal de Notícias.

Para manterem um tamanho normal, as extremidades dos cromossomas teriam de ser alongadas pela enzima telomerase. Só que a maioria das células do corpo "desliga esta enzima" no momento em que uma pessoa nasce, esclarece o IGC em comunicado.

A equipa coordenada por Miguel Ferreira Godinho descobriu que os telómeros, além de encurtarem mais depressa nuns órgãos do que noutros, mais no intestino do que no músculo, por exemplo, fazendo com que envelheçam mais cedo, também "acumulam danos no ADN", quando curtos, levando ao aparecimento de lesões nas células, disfuncionalidades nos órgãos e tecidos.

"Identificámos tecidos-chave onde o encurtamento dos telómeros se torna realmente limitante para o funcionamento dos órgãos numa idade avançada", afirmou o investigador do IGC, citado num comunicado da instituição.

O estudo pretende verificar, numa próxima etapa, se ao se "expressar atempadamente" a enzima telomerase em órgãos específicos, como o intestino ou o músculo, é possível "evitar a disfunção do tecido e reverter a incidência de doenças do envelhecimento, nomeadamente o cancro", assinalou Miguel Ferreira Godinho na mesma nota.

Para a investigação, a equipa partiu do peixe-zebra. Porquê? Porque "os telómeros do peixe-zebra são do mesmo tamanho do dos humanos", explicou à Lusa Madalena Carneiro, que faz parte da equipa.

Os cientistas mediram o tamanho das pontas dos cromossomas nos testículos, sangue, intestino, músculo e rins de cadáveres de peixes com diferentes idades, desde o estado larvar até ao adulto com 1 ano e ao idoso com 3 anos.

As medições foram comparadas com as obtidas com peixes modificados geneticamente, aos quais propositadamente foi-lhes reduzido, numa fase mais precoce, o tamanho dos telómeros para um estado crítico.

Madalena Carneiro sublinhou que os peixes com mutação genética revelaram mais cedo, com 1 ano, disfunções nos órgãos, como inflamação intestinal e degeneração das fibras musculares, do que os peixes mais velhos, com 3 anos, que evoluíram sem essa mutação.

Em geral, os peixes mais velhos têm telómeros mais curtos e lesões em órgãos específicos.

"O envelhecimento predispõe os organismos a desenvolverem várias doenças, como as cardiovasculares e o cancro (...). Queremos identificar os mecanismos biológicos que promovem o envelhecimento, porque isso pode auxiliar no tratamento das doenças associadas ao envelhecimento", frisou a investigadora. Um desses mecanismos é, precisamente, o encurtamento das extremidades dos cromossomas que a equipa do Instituto Gulbenkian de Ciência está a estudar.

Após as presidenciais
Há temas em que as opiniões não estão hermeticamente contidas pelos tanques da religião ou da orientação política. A eutanásia...

O movimento “Direito a morrer com dignidade” já escreveu um manifesto a favor da legalização da eutanásia - que pretende publicar na íntegra em pelo menos dois jornais de grande tiragem depois das presidenciais - e se encontra neste momento na fase de recolha de “assinaturas de notáveis da sociedade portuguesa”, escreve o jornal iOnline.

O manifesto prevê “tanto a eutanásia como o suicídio medicamente assistido para pessoas lúcidas”. Os proponentes do manifesto dizem que é “óbvio que haja um direito inviolável à vida, o que não quer dizer que haja um direito irrenunciável a viver. Ninguém pode obrigar ninguém a viver com sofrimento”, defendem.

O movimento “Direito a morrer com dignidade”, criado em novembro pela antiga professora Laura Ferreira dos Santos e pelo médico nefrologista João Ribeiro Santos, foi desde logo apoiado por nomes como o cientista e deputado Alexandre Quintanilha e o jornalista José Júdice.

 A lista de apoiantes aumentou e já aderiram o cineasta António-Pedro Vasconcelos, a pediatra Isabel Ruivo, a jornalista Lucília Galha e a investigadora Tatiana Marques, além dos dois fundadores do “Direito a morrer com dignidade”.

Nunca chegou à AR Em 2009, o então líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defendeu publicamente num debate na Ordem dos Médicos, em Lisboa, a “legalização da morte assistida”, pedindo “acesso livre e informado” para os cidadãos. Embora tivesse afirmado que o seu partido iria apoiar esta posição, não houve iniciativa legislativa.

João Semedo, que ajudou a constituir o movimento “Direito a morrer com dignidade”, admitiu ao jornal iOnline que “o Bloco venha a apresentar a sua própria iniciativa”, provavelmente mais para a frente, “em virtude do calendário político dos próximos tempos”.

Tal como o aborto, é possível que um referendo à eutanásia venha a ser agendado, entregando a decisão aos portugueses. Em entrevista à Renascença, Assunção Cristas admitiu na quarta-feira esta possibilidade, para além de prometer que o CDS irá “tomar uma posição sobre a matéria nos próximos tempos”. Enquanto a posição do partido não chega, a antiga ministra deixou a sua visão pessoal: “Os cuidados paliativos são a resposta civilizada para o sofrimento em fim de vida.”

Liberdade de escolha Laura Ferreira dos Santos, 56 anos, é uma professora reformada da Universidade do Minho ao lado de João Ribeiro Santos, que lançou as primeiras sementes da iniciativa.

A aposentação antecipada deveu--se a problemas oncológicos, e foram dois cancros - o seu, na mama; e o da mãe, no pâncreas - que a fizeram estudar o tema desde 2001.

Estas situações levaram-na a contactar com realidades de sofrimento profundo e a refletir sobre os meandros do direito de pôr termo à vida. “A minha mãe morreu nove meses depois do diagnóstico, nos meus braços”, conta. “É que nem toda a gente tem a sorte de morrer como o Dr. Almeida Santos, ou como o meu irmão, que morreu repentinamente”, considera.

Já escreveu três livros sobre o tema: “Ajudas-me a Morrer?”, “Testamento Vital” e, mais recentemente, “A Morte Assistida e Outras Questões de Fim-de-Vida”.

É a favor da eutanásia e do suicídio assistido (realidade que desconhecia quando começou a pesquisar sobre o tema) e acredita que estas questões não se resolvem em referendo. “Os direitos fundamentais das pessoas não devem estar sujeitos a uma maioria. É uma questão íntima e uma decisão de cada pessoa.”

Assim, Laura acredita que este não só é um direito como “deve ser legislado pela Assembleia da República”. “As leis servem para que não haja abusos e a liberdade de consciência também é um direito constitucional”, lembra.

Por outro lado, para a antiga professora, “é um abuso da parte do Estado interferir nas convicções íntimas das pessoas. Só quem sabe o que sofre é o próprio”.

Uma questão transversal Para a antiga professora, a questão da eutanásia é transversal à sociedade. “Há pessoas de direita e de esquerda, religiosas ou não, que acreditam que as pessoas devem ter a liberdade de escolher morrer, desde que estejam lúcidas e não estejam deprimidas”, alerta.

Sobre a ideia de que uma rede de cuidados paliativos bem construída é uma alternativa ao problema, diz não estar contra o ramo da medicina, mas não o considera uma solução. “Nenhum defensor da morte assistida é contra os cuidados paliativos. O que dizemos apenas é que, se numa situação de fim de vida a pessoa não quiser viver mais, deve poder escolher não o fazer.”

Oncologia
As estatísticas indicam que o cancro continuará a aumentar entre a população mundial. Ajuda saber que Portugal é dos países que...

De acordo com os dados disponíveis, estima-se que os tumores malignos sejam cada vez mais comuns nos próximos anos. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em abril do ano passado indicam que, em 2013, esta era a segunda causa de morte no país, representando 24,3% do total de óbitos. Entre 2002 e 2013, o número de mortes por cancro aumentou em Portugal cerca de 16%, escreve o Observador.

O panorama é generalizado e a International Agency for Research on Cancer (IARC) estima que na União Europeia, tendo por base apenas o envelhecimento da população, venha a verificar-se um aumento de 13,7% dos casos de cancro. A mesma agência, que integra a Organização Mundial da Saúde (OMS), prevê que em Portugal o acréscimo de tumores atinja os 12,6%.

Mas, se por um lado aumentam os casos de cancro, por outro lado também tem vindo a crescer a sobrevivência dos doentes e o nosso país tem motivos de orgulho nesta matéria. Segundo as conclusões do Eurocare5 (iniciativa que avalia a sobrevivência dos doentes com cancro na Europa), Portugal, Espanha e Itália apresentam bons resultados de sobrevivência semelhantes aos da Suécia, Noruega e Finlândia.

De acordo com Bárbara Parente, coordenadora do Centro Oncológico CUF Porto, “a Oncologia tem sofrido, nos últimos anos, uma grande evolução, quer ao nível técnico, quer humano” e têm vindo a ser implementadas “novas formas de pensar o cancro”. Segundo a pneumologista, “a multidisciplinaridade é precisamente uma das chaves para o sucesso do tratamento do cancro”. “Hoje em dia é impensável e eticamente muito discutível decidir de forma unilateral as terapêuticas oncológicas, que são de abordagem multidisciplinar”, afirma.

Neste âmbito, o Centro Oncológico CUF Porto organiza reuniões multidisciplinares de decisão terapêutica para todas as patologias, o que constitui um fator de “segurança, não só para o médico como também para o doente”, assegura. A médica reconhece ainda que o trabalho em equipa “confere confiança aos doentes, promovendo a empatia, que é um fator fundamental para uma boa adesão ao tratamento”.

Rápido e bem
Além da multidisciplinaridade, também a forma como as instituições se organizam na receção e encaminhamento dos doentes contribui para o êxito no tratamento do cancro. No caso do Centro Oncológico CUF Porto, que congrega o Hospital e Instituto CUF Porto, ressalta a rapidez de diagnóstico e o início da terapêutica, que podem ser fatores decisivos para a sobrevivência de alguém.

Isso mesmo aconteceu a um doente seguido por Bárbara Parente que, no dia 30 de dezembro de 2014, foi a uma consulta de Oncologia. “Devido à rapidez e interação de todos os serviços do Centro, este doente conseguiu ter o diagnóstico confirmado no mesmo dia e, de imediato, seguir para tratamento”, explica a médica, segundo a qual “se não tivesse havido esta rapidez no seguimento, e dado ser véspera de Ano Novo, o prognóstico teria sido agravado”.

E se, à rapidez e eficácia juntarmos a humanização no tratamento do cancro teremos, então “um triângulo perfeito”. Bárbara Parente destaca, no âmbito da humanização, a “figura do médico assistente, valorizada na importância da medicina personalizada, onde o doente pode e deve escolher em quem confia”.

Em paralelo, e perante a necessidade de o doente não se perder com processos clínicos e burocráticos, facilitando o processo de ligação com os seguradores (fundamental na realidade da saúde privada), foi criada a figura da Gestora Oncológica, “uma pessoa com uma presença atenta e constante”, que tem a responsabilidade de “seguir o percurso do doente desde que este chega, orientando-o em todos os passos do seu diagnóstico e tratamento”.

Inovação e cuidado
O tratamento do cancro sofreu, nos últimos anos, grandes transformações e melhorias. Os tratamentos sistémicos são cada vez menos agressivos, as cirurgias menos invasivas e a radiocirurgia tem uma maior precisão aliada a uma toxicidade cada vez menor.

No Centro Oncológico CUF Porto, os doentes têm acesso a todos os procedimentos e fármacos indicados para o tratamento das doenças oncológicas, “desde os usados universalmente até aos mais inovadores existentes no mercado, com a garantia de monitorização permanente do seu uso”, salienta a especialista.

Da mesma forma, os principais tratamentos utilizados no tratamento do cancro são aqui facultados, nomeadamente, radioterapia, quimioterapia, radioterapia intraoperatória, cirurgia oncológica e radiologia e gastrenterologia de intervenção. A Radioterapia é, igualmente, uma área em desenvolvimento. Paulo Costa, coordenador da Unidade de Radioterapia do Instituto CUF Porto destaca, entre os tratamentos disponíveis nesta área, os programas de estereotaxia extracraniana pulmonar, hepática e prostática, atualmente já implementados e em fase de execução clínica. Realça ainda o projeto de braquiterapia intersticial e intracavitária de alta taxa de dose.

Em paralelo, e porque a procura de novos tratamentos e fármacos é uma preocupação constante, o Centro Oncológico CUF Porto é também um Centro de Investigação que tem atualmente em curso cinco ensaios clínicos. Bárbara Parente acredita que “a investigação e o tratamento do cancro devem caminhar paralelamente”. Nas suas palavras, “é hoje impensável, para quem trata doentes oncológicos e tem acesso a todas as terapêuticas inovadoras, não participar em estudos clínicos”.

A este propósito, o coordenador da Unidade de Radioterapia do Instituto CUF Porto, refere a participação no ensaio levado a cabo pelo National Cancer Institute (NCI), no âmbito da radioterapia intraoperatória, “com mais de 30 doentes tratados nesta modalidade e constituindo-se como uma referência a nível nacional e europeu nesta técnica de tratamento”.

Até ao final do ano está ainda previsto o início de mais três estudos, além dos vários projetos de investigação clínica a decorrer no momento com participação de doentes do Centro Oncológico CUF Porto. No âmbito da investigação clínica, a atual parceria com o IPATIMUP é igualmente uma mais-valia para o Centro Oncológico.

A humanização no tratamento do cancro
Tratar a pessoa e não só a doença. Para Barbara Parente, a visão holística da saúde é fundamental para o sucesso do tratamento. Por isso, e além da parte clínica, o Centro Oncológico CUF Porto disponibiliza uma estrutura de apoio social e psicológico, direcionada não só ao doente como aos próprios familiares. Destaque ainda para a psico-oncologia, o acompanhamento nutricional e o tratamento da imagem pessoal, fundamentais para o bem-estar do doente. Bárbara Parente faz questão de apontar o “apoio diário da Psico-Oncologia, dado em consulta e em internamento”, e o acompanhamento da equipa de enfermagem, totalmente dedicada aos doentes do Centro e com formação especializada em Oncologia.

O seguimento em todas as fases do diagnóstico e tratamento é fundamental e, por isso, o Centro conta com uma Unidade de Cuidados Paliativos, com internamento e ambulatório, com uma equipa em permanência a prestar apoio aos doentes. Para a coordenadora do Centro, este é um aspeto importante, pois “a integração dos Cuidados Paliativos deve começar o mais cedo possível, quando os doentes ainda se encontram a efetuar outras terapêuticas paliativas”, estando esta prática validada por estudos que demonstram “melhor qualidade de vida e aumento da sobrevida” quando assim é feito.

Animais e humanos
Foi em novembro do ano passado que os cientistas chineses identificaram pela primeira vez um gene capaz de tornar as bactérias...

Tudo indica que o MCR-1 continua a progredir. No final de janeiro de 2016, revela a Bloomberg, já foi detetado em 19 países diferentes, não só em animais mas também em humanos e em carne para consumo, vendida nos supermercados, segundo um relatório do Natural Resources Defense Council, um grupo ambientalista norte-americano sem fins lucrativos. A associação refere que há evidências da presença do gene - que torna bactérias comuns, como a E. coli e a K. pneumoniae, praticamente invencíveis aos medicamentos - no sudeste da Ásia, Europa, Canadá e Japão. Em Portugal, segundo o Diário de Notícias, terá sido mesmo detetado em carne vendida para consumo em supermercados. Só na Europa, o gene está em Itália, Suíça, França, Bélgica, Holanda, Alemanha, Reino Unido e Dinamarca, para além do território luso.

O gene MCR-1 torna as bactérias resistentes a uma família de antibióticos conhecida como as polimixinas, usadas como último recurso para combater as superbactérias, quando estas já desenvolveram resistências a todos os outros antibióticos.

Segundo a Bloomberg, a vasta presença do gene agora detetada não significa que este se tenha transmitido de forma mais acelerada nos últimos meses: os cientistas estão a analisar amostras mais antigas, agora que sabem exatamente o que procurar, já que o fenómeno de propagação poderá ter passado despercebido aos investigadores durante um largo período de tempo. Ainda assim, a presença abrangente do MCR-1 é preocupante, já que a bactéria viaja facilmente através das pessoas, animais vivos e alimentos e está claramente "à procura de casa", disse à Bloomberg Lance Price, professor de saúde ambiental e ocupacional na Universidade George Washington.

A Organização Mundial de Saúde já advertiu que a resistência antimicrobiana pode resultar "num regresso a uma era pré-antibióticos", em que as infeções de cura fácil podem tornar-se fatais.

Por outro lado, no Fórum Económico de Davos, que decorre até este sábado, os grandes grupos farmacêuticos têm alertado para a necessidade de investir no desenvolvimento de novos antibióticos, perante as hipóteses, cada vez mais reais, do aparecimento de uma superbactéria imune a todos os que já se conhecem. Mas o Natural Resources Defense Council sublinha igualmente que é preciso, sobretudo, usar os medicamentos de forma mais prudente e cautelosa, evitando precisamente que as bactérias "aprendam" a contorná-los.

Alimentação
Prometendo revolucionar a indústria alimentar, o Oatvita está a despertar a atenção de personalidades e empresas ligadas ao...

Desenvolvido à base de aveia, Oatvita “pretende integrar alimentos transversais a toda a população, que se tornem mais ricos nutricionalmente”, pode ler-se em comunicado.

Pelas suas caraterísticas organoléticas e nutricionais, e para além dos benefícios de sabor e de cremosidade que confere aos alimentos, o Oatvita contribui para a redução do colesterol, para o equilíbrio da flora intestinal, para uma maior saciedade, sendo pouco calórico e apto para pessoas com intolerância à lactose ou ao glúten.

Graças a estas especificidades, o produto, que tem vindo a despertar interesse na indústria alimentar, já foi reconhecido pela Associação Portuguesa dos nutricionistas através da atribuição de uma 1ª Menção Honrosa na Categoria de Inovação, no âmbito dos Nutrition Awards em 2010, e no European Food Venture Forum em 2012.

Estando os consumidores cada vez mais interessados e atentos à informação nutricional, conscientes que uma alimentação saudável pode levar ao aumento da qualidade e esperança de vida, surge a necessidade de criar produtos inovadores com base nestas premissas.

A 5ensesinfood, S.A. – responsável pela criação do Oatvita – é uma startup que tem como objetivo liderar a inovação e o desenvolvimento de alimentos funcionais à base de aveia, num ambiente aberto e colaborativo com os stakeholders, acompanhando a tendência do mercado na procura de alimentos saborosos, saudáveis e funcionais.

Na sua fase de lançamento no mercado português, o produto conta com o apoio do Chef Hélio Loureiro que, com base nestas premissas, decidiu abraçar o projeto e defender a importância do Oatvita para a saúde, nutrição e equilíbrio ecológico, “salientando a elegância do paladar e o prazer que proporciona aliados a inúmeras capacidades que estão por descobrir e que podem abrir um leque de um novo receituário”.

Por estas razões, o Chef adianta que adivinha “um grande futuro, pois ainda não conhecemos um décimo do que poderemos fazer com um produto que tem ainda tanto para dar e tantas receitas que nos poderão transportar para novos sabores e paladares”.

O produto pretende entrar no setor das bebidas, iogurtes, gelados e sobremesas, proporcionando uma nova gama de alimentos aos consumidores.

Pacto de Milão
Cerca de trinta autarquias manifestaram já interesse em aderir ao Pacto de Milão, uma iniciativa que pretende desenvolver...

Segundo um comunicado da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, o “Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana” pretende desenvolver sistemas alimentares mais integrados, justos e sustentáveis, através da agricultura urbana e da ligação entre a produção rural e a urbana e o consumo rural e urbano, sendo já 30 as autarquias que responderam positivamente a este apelo de subscrição.

“O compromisso e envolvimento das cidades são essenciais para atingir o objetivo de alimentar o mundo; cerca de 15% dos alimentos disponíveis no mundo são produzidos em áreas urbanas e estima-se que a proporção global de pessoas a viver em cidades atingirá os 65% em 2025”, assinalou o presidente da Oikos, João José Fernandes, no mesmo comunicado.

A conferência organizada pela Oikos, em parceria com a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, visa discutir a adoção de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional em Portugal, bem como recomendações que resultam de estudos relacionados com a pobreza e insegurança alimentar, motivações e obstáculos ao consumo sustentável de alimentos.

A Oikos recomenda nomeadamente que seja definido um rendimento adequado para uma alimentação saudável das famílias que pode passar pela criação de um cartão pré-pago parcialmente condicionado à satisfação de necessidades alimentares e higiene, privilegiando a compra na agricultura e comércio de proximidade.

“Em casos de necessidade de maior acompanhamento dos beneficiários, este meio de pagamento daria acesso às cantinas sociais e IPSS, que passariam a ter um papel subsidiário e mais orientado para pessoas e famílias com maiores exigências de acompanhamento”, acrescenta a organização não-governamental (ONG).

Outras das sugestões passam pela adoção de uma norma de Segurança Alimentar e Saúde Nutricional, a aplicar à restauração coletiva pública (como cantinas sociais, cantinas escolares e hospitais) baseada na dieta mediterrânica e criação de um sistema de traceabilidade da origem dos bens alimentares comercializados na grande distribuição, de modo a conferir confiança e segurança aos consumidores acerca dos padrões de produção em matéria social e ambiental.

A Oikos recomenda ainda a criação de uma lei orgânica de segurança alimentar e nutricional, a adoção de uma Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ESAN), com objetivos, metas e cabimentação orçamental, criação de um Grupo Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (GISAN), criação de Conselhos Municipais e/ou Intermunicipais de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e revisão das normas de Contratação Pública, de modo a potenciar o papel das compras públicas de bens e serviços de alimentação, no apoio à agricultura familiar, comércio de proximidade, e na promoção da dieta mediterrânica.

A conferência conta com a participação, entre outros, do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, e do responsável da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) em Portugal, Hélder Muteia.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra afirma que o projeto de Psiquiatria...

"O projeto de Psiquiatria Comunitária é resultado da visão de um hospital para todos, próximo das populações, aberto à sociedade, humanista e integrador. Em linha com o que é hoje um hospital moderno, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) quer ser, cada vez mais, um hospital próximo das pessoas e a sair dos muros da instituição", disse José Martins Nunes.

Para o responsável da administração, o projeto que começou em 2011 com a Unidade de Saúde Mental de Leiria-Norte (municípios de Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Ansião, Pedrógão Grande e Castanheira de Pera), abrangendo também o sul do concelho de Penela e o município de Pampilhosa da Serra (Coimbra) e que, atualmente, conta com mais quatro equipas que cobrem todo o distrito de Coimbra, "é um projeto ganhador, quer do ponto de vista da gestão quer do ponto de vista da população que serve".

"[Representa] menos urgências, menos internamentos, menos custos, menos transtornos e dificuldades para os doentes e para as suas famílias, com deslocações ao hospital, com preocupações quanto à evolução da sua doença", argumentou José Martins Nunes.

Já a psiquiatra Ana Araújo, da Unidade de Saúde Mental Comunitária Leiria-Norte, disse que o trabalho da equipa que coordena naquela área geográfica permitiu reduzir o volume de internamentos em cerca de 60%.

Outros dados apontam para uma redução das faltas a consultas daquela especialidade - no centro de saúde de Figueiró dos Vinhos, onde a equipa se desloca duas vezes por semana, a percentagem de doentes faltosos cifra-se em 13,9% enquanto no CHUC atingia 21,5%.

A média de idades dos doentes assistidos pela equipa de psiquiatria comunitária é de 55 anos e 30% tem mais de 65 anos.

"A grande mais-valia deste projeto é que cuidamos das pessoas no seu espaço habitual, permite lidar com a doença mental como se lida com a doença física. Enviamos para o hospital aquele que precisa de cuidados hospitalares diferenciados, com internamento e tudo isso", frisou.

"Há a ideia de que a organização comunitária de serviços de saúde mental é contra internamentos mas não é assim. Nunca esquecemos que somos médicos e enfermeiros especializados em saúde mental", adiantou Ana Araújo.

Outras mais-valias decorrem da equipa "estar junto dos médicos de medicina geral e familiar", com quem partilha "dificuldades e vantagens" do projeto e permite "minimizar o estigma" da doença mental na sociedade.

"O mapa geográfico está sempre na nossa cabeça, não esquecemos a origem das pessoas, as suas necessidades e dificuldades. Se vir cá [a Figueiró dos Vinhos] já é uma dificuldade, imagine-se ir a Coimbra. Temos doentes na Pampilhosa da Serra que nos dizem que se vão de táxi a Coimbra, ficam sem dinheiro para os medicamentos. Se compram medicamentos, já não podem ir à consulta a Coimbra. Têm de fazer opções desta gravidade", salientou.

Ana Araújo recusa que a unidade que coordena seja um "anjo da guarda" da saúde mental junto das populações do interior, mas admite que as pessoas, nomeadamente os familiares dos doentes, façam essa apreciação.

"São gratas por causa disso, porque nós estamos solidários com a dificuldade que têm de cuidar dos doentes. Temos a diferenciação técnica que nos permite atuar nestes casos, mas esse modo de observar a doença no seu contexto faz parte intrínseca da nossa maneira de estar como profissionais de saúde mental", frisou.

"Claro que ficamos sempre muito contentes e é muito gratificante ver uma pessoa recuperar a sua saúde. Mas isso qualquer técnico de saúde sente, é sinal que cumpriu o seu objetivo ", disse a psiquiatra.

Interior do país
Psiquiatras, enfermeiros especializados, assistentes sociais e psicólogos cuidam da saúde mental de doentes graves no interior...

A premissa passa por acompanhar os doentes mentais graves no seu ambiente, possibilitando que não tenham de se deslocar a Coimbra, com consultas nas instalações do centro de saúde de Figueiró dos Vinhos e equipas multidisciplinares de Treino Assertivo Comunitário, responsáveis pelo apoio e medicação de 51 pacientes e contactos com os seus familiares, instituições de solidariedade social, mas também empresas e autarquias.

José Machadeiro, enfermeiro especializado em saúde mental com 30 anos de profissão, guia a reportagem da agência Lusa na visita que faz a alguns dos 20 doentes que acompanha, duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras: primeira paragem na Cerci Penela, a 30 quilómetros de Figueiró dos Vinhos, já no distrito de Coimbra, onde o espera António M. , 20 e poucos anos, que sofre de problemas mentais e tem um historial de consumo abusivo de álcool.

O quadro clínico do jovem, já de si complicado, é agravado pela situação familiar, mãe alcoólica e doente de Alzheimer e pai preso por homicídio. António foi encontrado em casa "completamente só e desnutrido", foi referenciado à Unidade de Saúde Mental Comunitária por uma tia e uma prima, esteve internado em Coimbra e, agora, é acompanhado na Cerci Penela onde passa os dias, retornando a casa, nos arredores de Figueiró dos Vinhos, todas as noites, na companhia da mãe, também utente de um centro de dia.

António M. encontra-se com José Machadeiro e a assistente social Lisete Lourenço numa sala da Cerci, acompanhado de responsáveis da instituição de apoio a cidadãos com deficiência mental.

José Machadeiro quer saber como andam as tomas de medicação e especialmente, os banhos acordados com o paciente "dia sim, dia não", mas António M., cabeça baixa e sorriso aberto, replica que o esquentador "só dá para cinco minutos". Lá assume que vai cumprir o acordo feito com o enfermeiro, porque não quer voltar a ser internado: já fez amigos em Penela, onde ocupa o tempo na carpintaria e em atividades relacionadas com a reciclagem.

O enfermeiro pergunta ainda como está António M. a lidar com a "pinguita". O rapaz responde que durante a semana não bebeu, um objetivo aplaudido pelos profissionais que recordam que o doente "chegava a andar 10 quilómetros a pé para ir a um café comprar álcool e bebia aguardente logo de manhã".

"Estás de parabéns", diz o enfermeiro. "Sinto-me bem, com mais apoio, mais feliz", responde António M., que quando foi referenciado "não sabia autogerir a sua vida" e vai continuar a necessitar da supervisão da equipa.

Na despedida, o enfermeiro José lembra a António M. que pode ligar-lhe para o telemóvel, quando quiser. "Sim, para matar saudades", brinca o rapaz.

Quem assistisse à reunião preparatória dessa manhã - onde a equipa de dois psiquiatras, três enfermeiros especializados em saúde mental, duas assistentes sociais e uma psicóloga analisa os casos do dia, avalia a progressão dos doentes, pondera tratamentos e também a necessidade de internamento de um paciente que se recusa a ser medicado - não teria percebido, de imediato, a proximidade que José Machadeiro tem para com os doentes que acompanha.

"Eles são a minha família alargada, é preciso muita sensibilidade e empatia para lidar com eles, mas é recompensador. Têm o meu número de telemóvel pessoal, mas só ligam mesmo quando precisam, são muito respeitadores", argumentou o enfermeiro.

Na última visita que fez, José foi a casa de 12 doentes num único dia, cerca de 350 quilómetros cumpridos, maioritariamente em estradas de montanha, vias nacionais e municipais que ligam povoações num interior quase esquecido, visitas de acompanhamento, a uns, outros para cumprir a medicação injetável a que estão sujeitos.

Hoje, mais 22 quilómetros até uma povoação entre Avelar e Ansião, já em Leiria, onde mora outros dos doentes acompanhados por José, com um historial de esquizofrenia e consumo de álcool.

"Anda muito compensado, agora, que voltou a ser medicado com regularidade", frisa Lisete Lourenço. No passado, o homem de 49 anos chegou a "partir um café todo", foi sujeito a mais de um mês de internamento compulsivo para tratamento, por ordem judicial, mas hoje recebe a equipa com um sorriso que não larga durante a visita.

Fala da família - mulher e filha que com ele vivem, numa moradia bem cuidada - do emprego na área da construção que entretanto arranjou e mantém, mas ao qual faltou hoje, por ser "dia da injeção".

"Bebidas, zero, nada", garante, recebendo de imediato os parabéns da equipa. "Agora estou bem, sim senhor, estou muito contente. Fiz um acordo com eles e vou cumprir, é para levar a fundo", afirma à Lusa, secundado por José Machadeiro que lembra que no âmbito do Treino Assertivo Comunitário, a equipa "não pode obrigar os doentes a nada".

Uma dezena de quilómetros depois, numa casa florida no fim de um estradão de terra, às portas de Ansião, vive Luís, um caso que preocupa sobremaneira a equipa, pela condição "degradante" do sótão que o doente mental, 35 anos e um longo historial de toxicodependência, ocupa.

Luís vive com uma tia, que lhe dá guarida no sótão inacabado, paredes de tijolo, chão de cimento e telhas à mostra, uma cama e alguns móveis, espaço que limpou com afinco antes da chegada dos profissionais do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

"Está um luxo", espanta-se Lisete Lourenço, antes de sublinhar que o jovem "precisa de conforto e cuidados" e tem vaga para ser acolhido numa instituição da Figueira da Foz, que acolhe jovens toxicodependentes, "mas não quer ir".

"Gosto de estar aqui, ao pé da minha tia", resume o jovem, embora proibido de aceder ao resto da casa, à custa de "anos de tropelias" a que submeteu os familiares, derivado, nomeadamente, da doença mental de que padece agravada pelo consumo de drogas.

"Agora não tenho medo, mas já tive. Ele não olha por aquilo que tem mas também não tem ninguém, tem-me a mim", refere a tia, que por mais de uma vez perdoou o sobrinho, órfão de pai.

"Ele não aceitava a doença. Quando anda equilibrado é uma joia de rapaz, mas quando não toma a medicação é conflituoso. Se não fossem eles? São os meus anjos da guarda", argumenta, referindo-se à equipa da Unidade de Saúde Mental Comunitária.

Reino Unido e Bill Gates anunciam
O ministro das Finanças britânico e o bilionário Bill Gates revelaram um plano que envolve milhares de milhões de euros para...

George Osborne e Gates anunciaram, num artigo conjunto publicado no jornal The Times, um montante de três mil milhões de libras (quatro mil milhões de euros) para financiamento de investigação e trabalhos de erradicação da doença transmitida por mosquitos, nos próximos cinco anos.

“No que toca a tragédia humana, nenhuma criatura se aproxima da devastação causada pelo mosquito”, pode ler-se.

“Ambos acreditamos que um mundo livre de malária tem de ser uma das mais elevadas prioridades globais na saúde”, afirmam.

O fundo será composto por 500 milhões de libras (661 milhões de euros) por ano do orçamento britânico para ajuda ao exterior, nos próximos cinco anos, bem como 200 milhões de libras (264 milhões de euros) este ano da The Gates Foundation, a que se seguirão outras doações.

Em 2015 registaram-se 438 mil mortes por malária, a maioria de crianças com menos de cinco anos em África, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

EUA pedem
Os Estados Unidos emitiram este sábado um alerta recomendando às mulheres grávidas que evitem viajar para a Venezuela e outros...

Segundo os EUA, as grávidas devem evitar viajar também para Barbados, Bolívia, Brasil, Cabo Vede, Colômbia, El Salvador, Equador, Guadalupe, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Saint Martin, Samoa e Suriname.

A recomendação foi divulgada na página da internet dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), que explica que o vírus zika está associado "a malformações em recém nascidos".

Segundo o CDC "as mulheres que se encontrem nestes países devem tomar medidas para evitar ser picadas pelo mosquito que transmite o vírus zika, como usar camisas de manga larga, calças e aplicar repelente".

"Os mosquitos que transmitem o zika, chikungunya e dengue, são agressivos (…) e vivem tanto no interior como no exterior das habitações (…), não há uma vacina ou medicamento para o vírus zika. A melhor maneira de evitar o vírus é a prevenção contra os mosquitos", explica-se na mesma página.

Segundo a Embaixada dos EUA em Caracas, na Venezuela, os sintomas do zika "são similares aos do dengue e geralmente duram entre quatro a sete dias".

"Se desenvolve um quadro agudo de erupções que podem vir acompanhadas por febre, artrite (…), dores musculares, dor de cabeça, dor na parte posterior dos olhos, os menos caracterizados são vómitos e diarreia" explica aquela representação diplomática na sua página na internet.

A Embaixada assinala também que "não há um tratamento específico para o zika" e que o recomendável quando se é afetado é "descansar e tomar paracetemol para controlar a febre".

Por outro lado diz não ser recomendável usar aspirina e que os afetados devem ingerir líquido em abundância.

Este ano
O secretário de Estado adjunto e da Saúde garantiu que as taxas moderadoras vão baixar 50 cêntimos nos centros de saúde e dois...

Fernando Araújo, que falava em entrevista ao jornal Público, explicou como é que as taxas vão baixar, indicando que na primeira consulta hospitalar está previsto que o doente deixe de pagar.

"A taxa será mais económica no médico de família, 4,5 euros (atualmente é 5 euros) do que no hospital, 7 euros (agora a consulta da especialidade custa 7,75) para ajudar nesta orientação. No hospital de dia não se paga taxa no ato mas paga-se nos exames de diagnóstico (até 25 euros) e a ideia é isentar completamente esta linha", explicou Fernando Araújo.

Segundo o secretário de Estado adjunto e da Saúde, também os dadores de sangue e os bombeiros ficarão isentos de taxas moderadoras.

O governante prevê que as novas medidas entrem em vigor em abril, sublinhando que, no global, vai representar este ano uma redução de 35 a 40 milhões de euros, cerca de 20 a 25 por cento do valor total das taxas moderadoras.

Nas urgências polivalentes, baixa-se de 20,6 euros para 18 euros e nas médico-cirúrgicas, de 18 para 16 euros.

Nas urgências básicas, a diminuição é de 15,45 para 14 euros, adianta o governante ao Público.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já havia anunciado que os utentes que cheguem à urgência hospitalar referenciados pelos cuidados de saúde primários não pagam taxa moderadora e vão deixar de pagar as análises que façam nesse atendimento.

A propósito do objetivo de reduzir as idas às urgências hospitalares - seis milhões por ano - o ministro disse há dias, na Comissão Parlamentar de Saúde, que os utentes referenciados pelos centros de saúde e encaminhados pelo médico para o hospital não pagarão as análises que precisem de fazer.

No Canadá
Um grupo de portugueses no Canadá anunciou a angariação de mais de um milhão de dólares para ajudar na reconstrução de um...

"O objetivo de um milhão de dólares canadianos (631 mil euros) foi alcançado logo ao fim de quatro anos após a criação do grupo de trabalho de voluntários. Depois, propusemo-nos a continuar com a angariação de fundos até passarem os cinco anos", disse Manuel Alexandre, de 63 anos, presidente dos Amigos Portugueses do Peel Memorial Hospital.

O emigrante português, natural de Unhais da Serra (distrito de Castelo Branco), está no Canadá há 38 anos e explicou que os promotores contam com o apoio de uma empresa local, que se comprometeu em fazer uma doação com um valor semelhante aos recolhido pelos voluntários.

Por isso, já foram depositados 1,6 milhões de dólares canadianos (um milhão de euros) na conta para o hospital.

O Peel Memorial Hospital deve entrar em funcionamento em fevereiro de 2017, permitindo aos utentes um serviço especializado de cuidados de ambulatório, incluindo atendimento nas urgências, intervenções cirúrgicas durante o dia, e terá clinicas para ajudar os utentes a gerirem melhor as condições crónicas como a asma, diabetes e doenças renais.

"Muitos dos portugueses que residem nesta área nunca fizeram nada por este hospital. Metemos uma marca portuguesa naquele hospital. Achamos que esta seria a altura de fazer alguma coisa gratificante e de reconhecimento para a comunidade portuguesa", afirmou o emigrante.

Este objetivo de superar um milhão de dólares foi almejado em estreita parceria com os sindicatos Liuna Local 183 e Local 506, organizando os Amigos do Peel Memorial diversos eventos de cariz solidário.

O hospital, com seis pisos, tem capacidade para 500 utentes, criando diversos postos de trabalho "quer a tempo inteiro quem em períodos mais curtos".

"Estamos numa situação de solidariedade. Se dermos um pouco de nós, no futuro, serão as nossas comunidades, os nossos filhos e netos, os principais beneficiários de tudo isto", frisou Manuel Alexandre.

Brampton é a nona cidade mais populosa do Canadá com 524 mil habitantes (dados de 2011), está localizada a sul do Ontário, a 50 km do noroeste de Toronto, sendo a comunidade portuguesa a quarta com maior expressão no município, onde residem cerca de 60 a 70 mil portugueses e luso-descendentes.

Em Portugal
O único banco público de gâmetas em Portugal não dispõe de sémen de dadores de raça negra, revelando-se incapaz de ajudar os...

Criado em maio de 2011, o banco público de gâmetas, instalado na Maternidade Júlio Dinis (Centro Hospitalar do Porto), já ajudou a nascer 74 crianças, através de óvulos e espermatozoides de dadores.

Os gâmetas deste banco são angariados através de dadores, que para tal recebem a compensação financeira definida por lei, e utilizados em casais que são seguidos no centro de Procriação Medicamente Assistida (PMA) do Centro Hospitalar do Porto.

No entanto, o banco foi criado com o objetivo dos gâmetas armazenados serem disponibilizados, não só para os utentes desta unidade de saúde, mas sim para todas as instituições públicas que o solicitassem, o que ainda não acontece.

Desde o seu início, o banco tem-se deparado com dificuldades na obtenção de dadores, sendo que estes têm de obedecer a um conjunto de critérios, além do seu material genético necessitar de um tempo de “quarentena” antes de ser disponibilizado.

Até ao momento, não foi recolhida, armazenada ou disponibilizada qualquer amostra de dadores de raça negra, conforme explicou à agência Lusa a responsável do banco, Isabel Sousa Pereira.

Por esta razão, sempre que o banco foi procurado por casais de raça negra – ainda assim poucos casos – não pode responder positivamente à solicitação, adiantou.

Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), lamenta esta situação e diz que a mesma está a penalizar estes casais.

“O facto de haver uma resposta mais deficitária para os casais de raça negra coloca-os ainda mais no final da lista”, disse, adiantando que existe uma dificuldade na angariação de dadores, matéria que vai merecer da parte da APF uma atenção especial este ano.

Segundo Cláudia Vieira, “os poucos [dadores] que são selecionados após o processo de triagem não chegam para a procura”.

Por outro lado, referiu que a comunidade de origem africana é menor no Porto do que, por exemplo, em Lisboa, e estando o Banco Público de Gâmetas localizado no norte, isso pode dificultar ainda mais as doações.

Cláudia Vieira frisa ainda que esta ausência de gâmetas de raça negra penaliza ainda mais quem não tem capacidades financeiras, pois recorre a este banco quem está a fazer tratamentos no setor público, enquanto no privado há disponibilidade de todo o tipo de gâmetas, que são importados.

“Em todo este processo de tratamento da fertilidade o fator dinheiro é preponderante”, sublinhou Cláudia Vieira.

Um estudo sobre o recurso a gâmetas de dadores, que envolveu mais de 1.500 adolescentes, revelou em 2013 que os jovens portugueses estão pouco predispostos a doarem óvulos e espermatozoides, apesar de aceitarem esta técnica.

Apesar disso, “os resultados revelaram uma baixa predisposição dos adolescentes, quer para recorrer no futuro a dadores de gâmetas caso necessitem, quer para serem dadores”.

Ministro alerta
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Castro, disse que o país está a perder a batalha contra o mosquito ‘Aedes aegypti’, que...

"Faz quase trinta anos que o mosquito transmite doenças à nossa população, e nós combatemo-lo desde então, mas estamos a perder a guerra contra o Aedes aegypti”, disse Marcelo Castro citado pelo portal G1, do grupo Globo.

“Estamos a enfrentar uma verdadeira epidemia, precisamos de um sociedade brasileira mobilizada para prevenir estas doenças”, acrescentou.

Em 2015, um total de 3.174 casos de microcefalia em latentes, uma má-formação da cabeça que altera o desenvolvimento intelectual, foram registados no Brasil e estão ligados ao vírus zika contraído pela mãe, segundo o Ministério da Saúde.

Os Estados Unidos recomendaram às mulheres grávidas para não viajarem para 22 países da América Latina e das Caraíbas.

Além do Brasil, o Zika circula na Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Na Madeira
O serviço público de ortopedia da Madeira realizou com sucesso uma operação de alongamento ósseo, num paciente de treze anos do...

"Esta operação, feita pela primeira vez em Portugal, usa uma tecnologia inovadora na ortopedia, que consiste na utilização de cavilhas magnéticas para alongamentos de membros superiores e inferiores", explicou o médico França Gomes, responsável pela intervenção, que vai permitir um aumento final de dez centímetros na altura do doente.

França Gomes foi orientado por um médico austríaco e a cirurgia, que durou cerca de duas horas, foi também acompanhada por um pediatra do Hospital Pediátrico de Coimbra.

A equipa operou um doente acondroplásico (anão), tendo introduzido uma cavilha no interior de cada um dos fémures, que posteriormente, por estímulo magnético, vai possibilitar um crescimento dos ossos até cinco centímetros.

"Numa segunda fase, faremos igual cirurgia às tíbias, que aumentarão mais cinco centímetros, o que no final resulta num aumento de 10 centímetros, uma vantagem para quem é acondroplásico", salientou França Gomes, em conferência de imprensa no hospital.

O ortopedista sublinhou que a nova técnica pode ser aplicada em crianças como em adultos em diversas situações, nomeadamente face a traumatismos graves em que há grandes perdas ósseas e encurtamento de membros.

"Por outro lado, vai acabar com os antigos sistemas de alongamento, que eram todos externos", vincou, salientando que a ocorrência de infeções será menor, bem como os eventuais desvios, uma vez que a cavilha é colocada dentro do osso.

França Gomes disse também que se trata de uma técnica "minimamente invasiva" e sem dor para o paciente, sendo que o crescimento dos ossos fica consolidado ao cabo de um ano.

Este novo procedimento ortopédico foi iniciado em 2011, mas esta foi a primeira vez em Portugal e a sexta na Península Ibérica.

"O Serviço da Ortopedia do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM), na sua boa tradição desde a fundação, sempre andou muito à frente ao nível dos serviços de ortopedia nacionais", disse França Gomes, sublinhando que "estamos a dar continuidade a essa história, porque efetivamente continuamos a estar ao nível dos melhores serviços do país".

Doença Venosa Crónica
Calcula-se que cerca de três milhões de portugueses sofram de varizes.

Apesar de não ser uma doença exclusiva das mulheres, elas são as que mais sofrem da doença venosa crónica, vulgarmente conhecida como varizes.

Tendo como causa a herança genética, o consumo de alguns medicamentos ou alterações hormonais características da gravidez ou menopausa, as varizes, quando não tratadas, podem evoluir para situações mais graves.

A técnica de correção desta patologia mais conhecida é o laser. No entanto, a acupunctura tem um efeito muito benéfico no tratamento das varizes, uma vez que as agulhas são colocadas em pontos muito específicos que ajudam a desbloquear a circulação do sangue e energia.

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um método de tratamento complementar, a acupunctura tem sido cada vez mais procurada para tratar as mais variadas patologias.

Para além de não fazer recurso de químicos, esta técnica revela-se bastante eficaz e segura.

No caso das varizes, e dependendo da sua evolução, o tratamento por vezes é longo, necessitando de mais ou menos sessões, de caso para caso.

No entanto, as melhorias fazem-se sentir ao fim das primeiras sessões.

Habitualmente, este método de tratamento faz-se complementar por sessões de naturopatia, onde se inclui a fitoterapia chinesa. O objetivo é promover a cura e a capacidade do corpo se regenerar e libertar toxinas.

O estímulo das agulhas na acupunctura alivia sintomas e contribui para o bom funcionamento dos órgãos envolvidos.

Na doença venosa crónica, esta técnica milenar permite ajudar na redistribuição do sangue, como já foi referido, e restabelecer o equilíbrio energético entre os rins e baço, que são os órgãos responsáveis pelo deficiente fluxo sanguíneo e pela pouca elasticidade dos vasos sanguíneos.

A drenagem linfática, que consiste numa técnica de massagem manual que permite estimular o sistema linfático, é outro dos métodos de tratamento que pode complementar as sessões de acupunctura, em caso de varizes.

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Varizes afetam sobretudo as mulheres, mas não só!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Deco
Um néctar de pêssego ou uma lata de refrigerante contêm açúcar equivalente a quase cinco pacotes, um leite achocolatado pode...

Um estudo divulgado pela associação de defesa do consumidor Deco revela que uma embalagem de 330 mililitros de néctar de pêssego contém o equivalente a 4,8 pacotinhos de açúcar e quase o mesmo acontece a uma lata de refrigerante.

“Ainda assim, parte do açúcar contido no néctar de pêssego é natural, pois provém da fruta. Logo, esta bebida será melhor opção que o refrigerante, em que a maioria dos açucares é adicionada”, refere o estudo da Deco.

A associação de defesa do consumidor analisou 84 amostras de 28 alimentos pertencentes a 13 categorias, como marmelada, cereais de pequeno-almoço, néctares e refrigerantes, leites achocolatados, pão de forma, barras de cereais, fruta em calda e iogurtes.

Segundo a análise, um terço de uma barra de cereais é açúcar e até um copo de gelatina de morango tem açúcar equivalente a duas saquetas.

A Deco recorda que um adulto necessita em média de 2.000 calorias por dia e não deve consumir mais de 50 gramas de açúcares, o que equivale a sete pacotes.

A associação aconselha os consumidores a estarem atentos à rotulagem dos alimentos e terem em conta que, quando adicionado, o açúcar figura na lista dos ingredientes, mas pode “surgir mascarado” com palavras como sacarose, glucose ou dextrose.

A Deco sugere que a lei da rotulagem devia ser melhorada, nomeadamente com a criação de um sistema de cores – tipo semáforo – para o consumidor perceber de forma rápida se um produto tem ou não teores elevados de alguns nutrientes.

Segundo especialista
A diretora da Casa de Saúde de S. João de Deus, em Barcelos, defendeu a necessidade de uma luta "constante e inabalável...

Em declarações, a propósito da conferência "Estigma - Que Caminhos?", que aquela casa de saúde vai acolher no sábado, Isabel Bragança sublinhou que os estigmas e os preconceitos são fatores que dificultam "sobremaneira" a integração dos doentes mentais na sociedade como "cidadãos de pleno direito, iguais aos outros".

"Um preconceito muito comum, e talvez um dos mais fortes, tem a ver com a ideia da imprevisibilidade do doente mental e da sua eventual violência e agressividade", referiu.

Para Isabel Bragança, este preconceito é logo, à partida, "altamente limitador" de um qualquer processo de integração.

A conferência de sábado, que terá como orador Salvador Simó, da Universidade Central da Catalunha, integra-se num projeto de luta contra o estigma na doença mental que aquela casa de saúde lançou em 2013, tendo como principal objetivo a inclusão daqueles doentes na sociedade.

A responsável da Casa de Saúde de S. João de Deus disse ainda que a sociedade também continua a alimentar o preconceito de que o doente mental "tem necessariamente alguma quota-parte de culpa" na sua doença.

"A sociedade tenta sempre encontrar culpa no doente mental, seja porque teve comportamentos menos adequados, seja porque tomou alguma decisão incorreta, seja por outra qualquer razão. É mais um preconceito", afirmou.

A Casa de Saúde de S. João de Deus funciona há mais de 85 anos e tem uma capacidade de internamento de 350 doentes mentais.

Em 2013, lançou um programa de combate ao estigma na doença mental, que já incluiu diversas ações de sensibilização junto da população e workshops reunindo utentes e população em geral, entre outras iniciativas.

"Os resultados têm sido muito positivos, porque temos vindo a conseguir desmistificar a doença mental e alguns preconceitos e estigmas a ela associados", adiantou Isabel Bragança.

Ressalvou, no entanto, que esta tem de ser uma luta "constante e inabalável", já que "ainda há muito a fazer".

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