Estudo
Um estudo científico, conduzido pelo investigador brasileiro Cesar Victora, demonstra que a amamentação pode evitar, todos os...

O estudo é publicado na revista britânica The Lancet e reúne informações retiradas de 28 artigos e investigações científicas, que demonstram que amamentar é uma das medidas preventivas mais eficazes para a saúde dos bebés e das mães, independentemente do lugar onde vivem, e que isso tem impacto na economia global.

"Há uma ideia pré-concebida de que os benefícios da amamentação só estão relacionados com os países pobres. Nada podia estar mais longe da verdade. O nosso trabalho demonstra claramente que amamentar salva vidas e poupa dinheiro aos países, tanto ricos e como pobres", afirma Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas, no Brasil.

Nos países com elevados níveis de alimentação com leite materno, o risco de morte súbita dos bebés diminui em mais de um terço dos casos. Sabe-se ainda que o leite materno tem propriedades que protegem as crianças contra a obesidade e diabetes e que amamentar reduz, para as mães, o risco de cancro da mama e ovários.

Há ainda razões económicas relacionadas com a amamentação, sublinha o estudo. As perdas para a economia global pelo desconhecimento dos benefícios do leite materno atingiram em 2012 os 276 mil milhões de euros.

Se nos Estados Unidos e no Brasil aumentassem para 90% a taxa de amamentação de crianças até aos seis meses, os sistemas de saúde de cada país poupariam por ano 2,2 mil milhões de euros (EUA) e 5,4 milhões de euros (Brasil).

Com estes dados, os investigadores apelam a um compromisso político e a um investimento financeiro para proteger, promover e facilitar a amamentação entre as mulheres e para criar regras para apertadas para a indústria de substitutos do leite materno.

Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge
A incidência de casos de gripe na terceira semana do mês, 18 a 24 de janeiro, foi de “baixa intensidade”, segundo um relatório...

De acordo com o documento, a taxa de incidência de gripe foi de 59,4 por 100.000 habitantes, com ligeira subida relativamente à semana anterior, e o vírus foi detetado em 56% dos casos analisados entre os dias 18 e 24, valor semelhante ao da semana anterior.

Diz-se ainda no boletim que o vírus da gripe mais detetado foi o A (H1) e que os vírus da gripe circulantes “são na maioria semelhantes aos vírus contemplados na vacina antigripal da época 2015/16”.

Em relação à severidade dos casos o relatório indica que na semana em análise foram admitidos oito novos casos de gripe nas 25 unidades de cuidados intensivos que reportaram informação, estimando-se que a gripe foi o motivo de 2,7 dos internamentos em unidades de cuidados intensivos (número idêntico à semana passada), em todos os casos com o vírus influenza A (H1N1).

O Instituto diz também que a mortalidade observada teve valores de acordo com o esperado, que o valor médio da temperatura mínima do ar foi acima do normal e que na semana anterior à analisada (segunda semana) a atividade gripal também se manteve baixa na maioria dos países da União Europeia.

Na segunda semana de janeiro a taxa de incidência tinha sido de 39,8 por cada 100.000 habitantes, abaixo dos 59,4% da última semana.

A época gripal 2015-2016 começou em outubro e termina em maio.

Em Lisboa
O doente alemão com VIH, que ficou curado deste vírus após um transplante de medula óssea, está em Lisboa, onde partilhou...

Timothy Ray Brown participa nas décimas Jornadas de Atualização em Doenças Infeciosas do Hospital de Curry Cabral, que decorrem na Culturgest, em Lisboa, onde falou aos jornalistas sobre o seu caso.

Este paciente, conhecido como “doente de Berlim”, estava infetado com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e foi-lhe diagnosticado uma leucemia.

À margem das jornadas, Timothy disse aos jornalistas que a família ficou mais triste com a notícia de que tinha leucemia do que por estar infetado com o VIH.

Para tratar a leucemia, Timothy Ray Brown começou por fazer quimioterapia e radioterapia, tendo na altura deixado de tomar os medicamentos contra o VIH (retrovirais).

O doente recebeu um transplante de células estaminais sem o recetor CCR5, o qual é necessário para a propagação do vírus, em fevereiro de 2007.

Mais tarde, uma recaída obrigou-o a novo transplante, com células do mesmo dador.

Timothy ficou sem carga viral e há oito anos que está livre do VIH e da leucemia. No entanto, após o segundo transplante, as análises levaram à suspeita de leucemia cerebral, pelo que os médicos optaram por efetuar uma biopsia ao cérebro.

Desta intervenção terão resultado problemas neurológicos, que ainda hoje se mantêm, com consequências como a falta de equilíbrio. O doente esteve igualmente cego durante algum tempo.

Hoje, questionado sobre a importância deste tratamento, que durante algum tempo foi uma esperança para milhares de infetados com o VIH, Timothy disse apenas que, para ele, não havia grande escolha, pois ou recebia o transplante ou morria, e reconheceu que “foi muito difícil”.

Francisco Antunes, especialista em doenças infeciosas e medicina tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, explicou aos jornalistas que o tratamento de Timothy Ray Brown foi “uma linha de investigação”, mas que esta “não é praticável no dia-a-dia”.

“Não foi um acaso, mas é impossível de replicar”, explicou Francisco Antunes, que também participa nas jornadas.

O especialista frisou que, no caso do “doente de Berlim”, existiram “passos reconhecidos como avanço na ciência”, mas recordou outros casos de pacientes infetados com o VIH que receberam um transplante, mas não ficaram curados, por não incluir a alteração genética (ausência do recetor CCR5).

Por outro lado, Francisco Antunes questiona: “Só este doente se mantém com a carga viral indetetável, mas até quando?”.

O médico alertou para a especificidade de um tratamento desta natureza, além dos seus custos.

“O paciente teria de estar infetado [com o VIH] e ser um doente oncológico. Tinha de existir um dador compatível e com a mutação genética. Depois, teria de submeter-se a quimioterapia e radioterapia e receber o transplante”, adiantou.

Para Francisco Antunes, “o tratamento envolve muitos aspetos que não são de prática clínica. É uma situação experimental”.

Escola Superior de Enfermagem de Coimbra
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra organiza, nos próximos dias 4 e 5 de fevereiro, o IV Congresso Internacional de...

O encontro científico contará com oradores (sobretudo professores de ensino superior e profissionais de saúde) nacionais (de Coimbra, Santa Comba Dão, Guarda, Covilhã, Chaves, Porto, Leiria, Lisboa, Montemor-o-Novo e Beja) e estrangeiros (de Espanha e da Suíça).

Maria Iakova, médica no Serviço de Readaptação do Aparelho Locomotor da Clínica Romande de Réadaptation, na Suíça, e José Verdu Soriano, da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Alicante, em Espanha, são os convidados internacionais aguardados para este encontro, que é organizado pela Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) e pela sua Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem.

Marta Temido, presidente da direção da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, André Dias Pereira, presidente da direção do Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, e Paulo Alves, assistente na Universidade Católica Portuguesa - Porto, são outros oradores, de um conjunto mais vasto de convidados (mais informações na Internet: www.esenfc.pt/event/feridas2016).

O congresso, que terá lugar nas instalações da ESEnfC em S. Martinho do Bispo (Polo B), abordará os temas “Antimicrobials in wound care”, “Nutrição e feridas” e “Quality of life: a key dimension in wounds management”, títulos das conferências previstas para estes dois dias de trabalhos.

No decurso do congresso haverá cinco mesas-redondas, sobre “Organização das equipas no tratamento de feridas”, “Direitos da pessoa com ferida”, “Infeção e multirresistência”, “Úlceras de perna de etiologia venosa vs arterial vs mista” e “Pé diabético”.

Dez workshops
O IV Congresso Internacional de Feridas compreende, também, um conjunto de workshops sobre dez temáticas: “Desbridamento”, “Terapia compressiva”, “Terapia por vácuo”, “Biofilme”, “Pé diabético”, “Queimados”, “Materiais de prevenção de úlceras por pressão”, “Epidermólise Bolhosa”, “Dor na pessoa com ferida” e “Nutrição”.

“As feridas constituem um enorme problema de saúde, dado que podem conduzir ao isolamento social dos doentes, ao absentismo, ou à morbilidade, tendo por isso um impacto considerável na qualidade de vida. As diferenças na abordagem ao doente com feridas vêm suscitando uma reflexão constante aos profissionais de saúde e a evolução verificada nos últimos anos, quer nos dispositivos médicos, quer no conhecimento da etiologia e fisiopatologia das feridas, tem sido uma constante. Os recursos existentes atualmente no mercado, quer para o tratamento, quer para a prevenção da ocorrência de feridas, exigem dos profissionais de saúde uma atualização permanente”, sustenta a comissão organizadora.

Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
Uma das principais características dos cuidadores informais de pessoas com diabetes é a falta de informação e de formação sobre...

Para fazer face à escassa formação nesta área, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal promove, a partir de fevereiro, sessões educativas dirigidas a cuidadores informais, isto é, familiares, amigos e outros grupos comunitários, como vizinhos e voluntários que acompanham e cuidam de pessoas com Diabetes tipo 2.

“No controlo de uma doença crónica, a família pode ter um papel preponderante, pois os problemas de saúde do individuo são, muitas vezes, assumidos pela família, e esta pode funcionar como uma aliada no plano terapêutico. Pode considerar-se a família como o mais importante apoio social existente, sobretudo se a ela juntarmos os amigos e outros grupos comunitários”, explica Joana Oliveira, coordenadora deste projeto intitulado “Capacitação para a Gestão da Diabetes”.

Mais de um quarto da população portuguesa com mais de 60 anos tem Diabetes, o que corresponde a uma necessidade crescente de cuidados de saúde e de assistência que são prestados pelas redes sociais de apoio formal e informal. Com o declínio da capacidade das famílias em prestar cuidados, a ação comunitária e o voluntariado assumem uma importância cada vez maior na prestação de cuidados, sobretudo a grupos vulneráveis como os idosos.

Nestas sessões de caráter pedagógico e prático os cuidadores vão aprender a controlar e a vigiar a Diabetes, a cozinhar receitas saudáveis e a saber que alimentos privilegiar na confeção. Vão ainda adquirir conhecimentos para a prática de atividade física, assim como receber exemplos de planos de treino a realizar. A formação vai realizar-se na Escola da Diabetes, em Lisboa, com uma equipa constituída por uma enfermeira, uma dietista, um Chef de cozinha e um professor de atividade física.

As inscrições são gratuitas e limitadas. Para mais informações, os interessados devem contactar a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) através do telefone 213 816 178 ou do email [email protected].

Zika
A Organização Mundial de Saúde vai determinar na próxima semana se o surto do vírus Zika constitui uma emergência sanitária de...

A epidemia de Zika está "a propagar-se de forma explosiva" no continente americano, afirmou Chan, ao anunciar a reunião da comissão de emergência para 1 de fevereiro.

"Foram registados casos em 23 países e territórios da região. O nível de alerta é extremamente elevado", acrescentou no final de reunião de informação aos Estados-membros da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra. A OMS dedicou uma sessão do conselho executivo, que está a decorrer esta semana em Genebra, ao surto do vírus Zika, que afeta mais de vinte países na América Latina.

A situação mais grave é a do Brasil, onde o ministério da Saúde estima a ocorrência de entre 497.593 e 1.482.701 casos em 2015, incluindo 3.893 casos de microcefalia.

A Colômbia é o segundo país mais atingido, tendo sido confirmados 13.808 casos, incluindo em 890 grávidas, e 2.611 casos suspeitos.

Chan afirmou que a OMS receia uma "associação provável da infeção com malformações congénitas e síndromas neurológicos", mas tambèm "a falta de imunidade entre a população residente nas regiões recentemente infetadas" e "a ausência de vacinas, tratamentos específicos e exames de diagnóstico rápidos".

"A situação decorrente do 'El Niño' (fenómeno climático particularmente poderoso desde 2015) deverá aumentar este ano o número de mosquitos", sublinhou.

Tal como a febre de dengue e o vírus chikungunya, o vírus Zika retira o nome de uma floresta no Uganda, onde foi sinalizado pela primeira vez em 1947.

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados e está associado a complicações neurológicas e malformações em fetos. Não se transmite de pessoa para pessoa.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”.

Terapia experimental
No Reino Unido, uma terapia experimental está a tirar doentes da cadeira de rodas. O mesmo método já foi utilizado em Portugal

Em 2013, Steven Storey teve o choque da sua vida: foi-lhe diagnosticada Esclerose Múltipla, uma doença autoimune que pode provocar a neurodegeneração do sistema nervoso central. Num ano, escreve a Visão, ficou dependente de uma cadeira de rodas.

“Passei de correr maratonas para me tornar alguém que precisa de cuidados 24 horas por dia. Houve momentos em que nem numa colher conseguia segurar”, revelou, na BBC. Poucos dias depois do transplante de medula óssea, usando as suas próprias células estaminais hematopoiéticas (as que dão origem às células do sangue), Steven começou por mexer os dedos do pé e, quatro meses depois, apesar de ainda precisar da cadeira de rodas, já consegue nadar e andar de bicicleta.

Steven Storey foi um dos 20 pacientes de esclerose múltipla do Royal Hallamshire Hospital em Sheffield, no Reino Unido, que nos últimos três anos recebeu o tratamento – que envolve quimioterapia –, usado também em casos de leucemia.

“O sistema imunológico é reprogramado para voltar ao ponto anterior ao que causou a doença”, diz John Snowden, hematologista no hospital. Em Portugal, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) a mesma terapia experimental já foi aplicada, há cerca de dois anos, num doente em estado muito avançado – e serviu mesmo para estabilizar a evolução da doença, estancando a sua progressão.

“É um tratamento que ainda não está aprovado e só é feito em casos muito graves, que não respondem a nenhuma terapêutica. Há doentes que conseguimos tratar com terapêuticas mais fáceis sem correr tantos riscos”, explica Sónia Batista, neurologista no CHUC.

“Neste género de estudos é preciso avaliar os riscos que se correm, se é eficaz ou não, pois na fase em que o doente fica sem medula óssea corre o risco de morrer de uma infeção grave, ficando completamente imunodeficiente. É um tratamento muito agressivo”, acrescenta a médica. Por enquanto, diz, não se vai generalizar a todos os doentes, que em Portugal já ultrapassa os cinco mil.

Casos de sucesso como o de Steven são muito raros e dependem da fase da doença. “Alguém em cadeira de rodas há dez anos não vai recuperar por causa deste tratamento.”

Em Coimbra
Na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, terapeutas portugueses e espanhóis estão a receber formação numa técnica...

O curso, que começou no dia 18 e que termina hoje, junta 24 fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais na Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra (APCC) que recebem formação na terapia Bobath, dirigida a bebés dos 0 aos 18 meses e ministrada pela especialista norte-americana Gay Girolami, contando com a participação de 20 crianças e familiares.

A terapia, conta Gay Girolami, consiste em usar "as próprias mãos e equipamentos, como por exemplo brinquedos," para fazer com que a criança aprenda a sensação do movimento que tem dificuldade em fazer, num momento em que é mais fácil "mudá-las de um caminho que não é tão bom para um caminho que as leva para a forma como se deveriam desenvolver".

Segundo a especialista, a intervenção precoce é "fundamental", aproveitando-se "a plasticidade do cérebro" e a altura da vida em que o ser humano apresenta a maior "taxa de crescimento" e aprendizagem para "conseguir as maiores mudanças".

No ginásio da APCC, Gay Girolami, sentada de frente para um bebé de oito meses, mostrava aos formandos como usava um brinquedo para fazer com que a criança se movimentasse de determinada maneira, para perceber as dificuldades que enfrentava, bem como os movimentos que poderiam ter de ser corrigidos.

Este "é um processo de aprendizagem", que pode demorar meses ou anos, em que se procura que o bebé melhore a sua coordenação motora, disse Gay Girolami.

"A capacidade do terapeuta está em olhar para a criança, ver como se mexe e perceber que controlo motor não está presente e como deve praticar esse controlo motor, usando o ambiente que a rodeia e as suas mãos" para guiar e estruturar o movimento que se quer, explana.

Se o bebé "tem medo de se mover, vai ficar cada vez mais tenso" e os músculos "não aprendem que podem fechar e que podem abrir".

Segundo a especialista, com esta terapia em que a família tem de estar envolvida, "os pais veem que os bebés têm a capacidade de melhorar e de mudar e isso dá-lhes mais esperança e motivação".

Para a coordenadora do departamento de fisioterapia da APCC, Cristina Soutinho, o brinquedo que é usado é "muito importante" para o sucesso desta técnica já usada na instituição.

Sendo o brinquedo a motivação, "é muito importante que a criança inicie o movimento que se pretende e não fique apenas sentada" e para isso "o brinquedo ajuda e contribui", tendo de ser escolhido "de forma criteriosa".

A partir da aplicação desta terapia desde muito cedo, é possível obter "mais movimentos e mais participação" das crianças, ajudando para que estas sejam "pessoas mais participativas e mais autónomas", vinca.

De acordo com a também membro da direção da APCC, a terapia Bobath pode ser iniciada a partir dos dois meses.

“Hot Topics in Prostate Cancer”
No passado dia 16 de janeiro, o Centro Académico de Medicina de Lisboa acolheu a reunião “Hot Topics in Prostate Cancer”, que...

Esta reunião científica com “Expert meeting” foi organizada pelo Serviço de Oncologia do CHLN tendo como “host” o Professor Doutor Luís Costa, Professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Diretor da Unidade de Investigação de Oncologia Clínica Translacional no Instituto de Medicina Molecular e Diretor do Departamento de Oncologia no Centro Hospitalar de Lisboa Norte – Hospital de Santa Maria.

O programa incluiu palestras realizadas por um painel de palestrantes internacionais de renome, especialistas na área de cancro da próstata, que discutiram o estado da arte no tratamento desta patologia. A este painel associaram-se médicos portugueses, oncologistas e urologistas, que moderaram as diferentes sessões e apresentaram casos clínicos reais para discussão.

Enrique Grande, do hospital Ramón y Cajal, focou a sua apresentação na importância da via de sinalização do recetor de androgénio no cancro da próstata, e nas abordagens terapêuticas dirigidas a esta via que demonstraram melhorias na sobrevivência global em doentes com CPRCm, em progressão sobre ADT (terapêutica de privação androgénica). Estes resultados reforçam a importância da via que ativa o recetor de androgénio na doença avançada.

Cora Sternberg, Diretora do Departamento de Oncologia do Hospital San Camillo-Forlanini em Roma, discutiu o papel da quimioterapia no cancro da próstata avançado. Durante a sua apresentação, referiu três estudos clínicos recentes que permitem concluir que a terapêutica com docetaxel tem vantagem nos doentes hormonosensíveis com elevado volume da doença e alto risco. Dados recentes sugerem que estas conclusões poderão vir a ser também aplicáveis para os restantes grupos em análise. No entanto, e segundo Cora Sternberg, o cancro da próstata é uma doença extremamente heterogénea pelo que se deve analisar criticamente quais os doentes que podem ou não beneficiar precocemente da quimioterapia. Neste contexto, é importante enquadrar os recentes resultados dos estudos apresentados, com a doença e com o doente. Estes resultados devem apontar para o uso da quimioterapia up-front não em todos os doentes mas em doentes selecionados, seguindo o princípio Hipocrático: “First do no harm”.

Karim Fizazi, do Institut Gustave Roussy, focou a sua intervenção na árvore de decisão e na personalização do tratamento nos doentes com cancro da próstata metastático, incluindo os mais recentes avanços terapêuticos na prática clínica. Referiu a importância dos estudos comparativos na decisão terapêutica mas sublinhou ainda a importância do envolvimento do doente nesta decisão.

Eleni Efstahiou, do MD Anderson Cancer Center, Texas, abordou a importância de se identificarem biomarcadores que permitam selecionar os doentes que mais beneficiam de cada tratamento e mostrou alguns dos resultados já disponíveis e publicados.

Após cada uma das três primeiras palestras, foi apresentado um caso clínico relacionado com o tema discutido, que desafiou os participantes a discutir quais as melhores opções para cada caso, à luz dos mais recentes avanços científicos.

O Expert Meeting teve o apoio de uma unrestricted grant da farmacêutica Astellas Farma. 

Proof of Concept
A bolsa Proof of Concept, no valor de 150 mil euros, da European Research Council distinguiu investigações nacionais na área...

Os investigadores Edgar Gomes, do Instituto de Medicina Molecular (iMM Lisboa), António Jacinto, do Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa (CEDOC-NMS|FCM) e Rui Costa, da Fundação Champalimaud (FC), receberam, respetivamente, 150 mil euros, valor da bolsa de Investigação europeia Proof of Concept, concedida pela European Research Council (ERC).

Os cientistas foram distinguidos por projetos que terão a duração de um ano e meio, sobre perturbações musculares, controlo do cérebro sobre as máquinas e a resistência celular no tratamento de doenças, escreve o Sapo.

Novo sistema in vitro tridimensional
O projeto intitulado "A novel muscle disorders 3D in vitro system for drug screening and validation”, da responsabilidade do investigador Edgar Gomes, do iMM Lisboa, visa o desenvolvimento de um protótipo de um sistema in vitro tridimensional de doenças musculares para identificar e validar fármacos.

Muitas doenças musculares levam à imobilização parcial ou total dos doentes tendo, por isso, um grande impacto socioeconómico. Atualmente, não existem bons sistemas para testar fármacos que possam melhorar ou corrigir os sintomas destas doenças. No laboratório de Edgar Gomes, os investigadores desenvolvem um sistema celular tridimensional que mimetiza algumas doenças musculares e identificam um novo processo que ocorre nessas doenças.

Com este projeto, os cientistas pretendem desenvolver um protótipo deste sistema que possa ser usado por outros laboratórios, a nível mundial, na identificação de novos fármacos eficazes no tratamento e cura de múltiplas doenças musculares.

Edgar Gomes esclarece que “no final deste projeto esperamos ter um protótipo funcional que será a base do produto que iremos comercializar” e ainda que “o financiamento irá também ser usado para realizamos pesquisas de mercado e identificar potenciais compradores para os nossos produtos”.

Controlo do cérebro sobre as máquinas
Conseguir controlar uma máquina com a atividade do cérebro já não é mera ficção científica, aliás, as chamadas Interfaces Cérebro-Máquina são hoje uma promessa no campo da neuro-reabilitação e a sua aplicação em próteses e em simples equipamentos representa um mercado em potencial crescimento.

O desafio agora é trazer esta tecnologia para simples tarefas do dia a dia. É exatamente este o foco de estudo do grupo liderado por Rui Costa, investigador principal da FC.

O projeto “Brain Control” tem por base a criação do protótipo de uma Interface Cérebro-Máquina com características únicas. “A nossa proposta é desenvolver uma interface Cérebro-Máquina portátil, de fácil utilização para o utilizador e adaptável a diferentes equipamentos. Queremos desenvolver algo que tenha um impacto na sociedade, que ofereça uma melhoria na vida das pessoas, seja na área da saúde, do entretenimento ou outras”, explica Rui Costa.

Com este financiamento, o grupo irá desenvolver novos algoritmos e hardware para que a interface Cérebro-Máquina possa tornar-se num produto que ofereça vantagens para doentes e para a população em geral.

Resistência celular no tratamento de doenças
O grupo de investigação liderado por António Jacinto, investigador principal do Grupo de Morfogénese e Regeneração de Tecidos do CEDOC-NMS|FCM, foca-se no estudo da regeneração de tecidos, mais concretamente nos mecanismos moleculares que estão envolvidos nesta reparação. No âmbito desta investigação, este grupo identificou uma classe de moléculas essencial no processo de cicatrização, denominadas junções de oclusão.

Com esta descoberta nasceu a possibilidade de se intervir nos processos de reparação do epitélio, promovendo a cicatrização dos mesmos. Em parceria com a empresa Thelial, o grupo de António Jacinto propôs-se a testar fármacos que a Thelial tinha já identificado como tendo potencial regenerador em lesões ligadas às junções de oclusão, para então manipular a reparação das lesões.

O Conselho Europeu de Investigação apostou neste projeto e financiou esta parceria com cerca de 150 mil euros com o objetivo de explorar a potencialidade terapêutica destes fármacos nos processos de cicatrização.

Para o efeito, com este investimento, o António Jacinto e a Thelial vão testar o efeito dos fármacos no caso concreto do epitélio do intestino cuja integridade quando comprometida pode levar a patologias como o Leaky Gut associada a vários processos inflamatórios. Com a aplicação terapêutica destes fármacos existe a possibilidade de se repararem as lesões potenciando a cura ou a prevenção destas doenças.

Caso se revele um efeito positivo nos testes efetuados primeiramente em modelos celulares e animais, esta descoberta será patenteada e seguirá para ensaios clínicos em humanos.

O “Proof of Concept” é sistema de financiamento aberto a investigadores que já receberem bolsas ERC, como foi o caso de Edgar Gomes em 2014, Rui Costa em 2009 e 2013 e António Jacinto em 2008. Este financiamento tem como finalidade ajudar os cientistas a explorar o potencial de inovação das suas pesquisas ou apoiar a comercialização dos resultados da sua investigação.

Estudo
A questão motivou um estudo que está a ser realizado por Gabriel Mateus, coordenador do Projeto Safira, no âmbito do Mestrado...

O estudo "Perceção geral relativamente aos fatores de risco e prevenção do cancro" está a ser levado a cabo por Gabriel Mateus, coordenador do Projeto Safira e pai da Safira, uma menina que viveu uma dura batalha contra um tumor de Wilms (nefroblastoma).

O estudo, segundo o Sapo, tem por base um questionário e pretende contribuir para o conhecimento sobre os fatores de risco e prevenção do cancro, podendo dessa forma trazer benefícios para a população e estimular medidas de prevenção por parte de instituições e responsáveis no âmbito da saúde pública.

A partir do momento em que o questionário é respondido, não existe maneira de relacionar as respostas obtidas com a pessoa que o preencheu. Nesse sentido, todos os dados recolhidos através deste questionário serão confidenciais e anónimos, não podendo ser utilizados de forma a prejudicar os seus participantes. Poderá participar e responder às questões em:

https://pt.surveymonkey.com/r/mestrado_egasmoniz

O Projeto Safira é uma Associação sem fins lucrativos, fundada em 2013, que presta apoio a doentes oncológicos e promove ações de esclarecimento sobre a prevenção do cancro e promoção da saúde.

Estudo
As crianças que tomam antibióticos muito jovens (entre os 2 e os 7 anos) têm maior probabilidade de ganhar peso e de...

Os antibióticos, quando tomados por crianças com idades compreendidas entre os dois e os sete anos, “podem ter efeitos a longo prazo na saúde imunológica e metabólica das crianças“, concluiu um estudo da universidade de Helsínquia, publicado na revista Nature Communications e citado pelo jornal The Guardian.

Segundo o estudo, que o jornal britânico cita, o uso de antibióticos em crianças jovens pode alterar o número de micróbios existentes no tubo digestivo, o que aumenta a probabilidade de que venham a ganhar peso e asma num período posterior da sua infância. Isto porque, segundo os investigadores finlandeses, o uso de antibióticos está diretamente associado à alteração duradoura da microbiota – aglomerados de bactérias em diferentes regiões do corpo humano – e do metabolismo, escreve o Observador.

As conclusões foram tiradas a partir de um estudo da universidade finlandesa que investigou mos efeitos dos antibióticos em 236 crianças com idades entre os dois e os sete anos (a média de idades das crianças estudadas era de cinco anos).

No estudo, os investigadores afirmam que “entre as crianças que tomaram macrólidos [tipo de antibióticos usados no tratamento das infeções bacterianas e fúngicas mais comuns] no início da sua vida, encontramos uma correlação positiva entre uso de antibióticos ao longo da vida e o índice de massa corporal, tal como um maior risco de asma, o que sugere que o uso de macrólidos pode alterar a microbiota nas crianças, de uma forma que os torna mais suscetíveis a asma e a aumento de peso associado aos antibióticos, numa fase posterior da infância”.

Os resultados do estudo, explicam os investigadores da universidade de Helsínquia, confirmam em humanos os resultados obtidos em experiências anteriores, feitas com ratos:

Os nossos resultados confirmam e estendem os resultados anteriores de experiências com ratos e indicam que o uso de macrólidos pode ter efeitos indesejáveis no desenvolvimento da microbiota nas crianças, o que pode comprometer o desenvolvimento de um sistema imunitário e de um metabolismo saudável”.

Estudo
Quase metade das mulheres inquiridas num estudo sobre as experiências de nascimento em Portugal afirmou não ter tido o parto...

O inquérito “Experiências de Parto em Portugal” foi realizado pela Associação Portuguesa Pelos Direitos da Mulher na Gravidez e Parto (APDMGP), que sábado apresenta as conclusões do estudo, durante o primeiro encontro da organização, intitulado “Nascer em Amor”.

O questionário online foi lançado há um ano, tendo contado com 3.378 respostas válidas de mulheres que foram mães entre 2012 e 2015.

Das inquiridas, 33,2% (1.121) teve parto por cesariana e 66,8% (2.257) dos bebés nasceu por via vaginal.

Em relação às intervenções nos partos, 71,3% (1.609) das inquiridas disse que sofreu alguma intervenção, da totalidade dos partos vaginais.

Apenas 19,2% (648) do total de partos foram considerados pelas mulheres como partos vaginais sem intervenções.

Questionadas sobre se o parto que tiveram correu como o desejado, a maioria das mulheres (56,5%) afirmou que sim, enquanto quase metade (1.468 mulheres) responderam negativamente.

O estudo inclui exemplos de situações que estiveram na origem do descontentamento das parturientes, como o recurso à episiotomia (incisão na região do períneo), o rebentamento das águas artificialmente ou posições de parto não desejadas.

Algumas mães lamentaram ainda o desrespeito pelo seu tempo e o do bebé e algumas informações erradas, bem como “erros de administração na medicação”.

“Os testemunhos parecem revelar que as mulheres que afirmaram ter tido o parto que queriam não são apenas aquelas cujo parto se desenrolou de acordo com as suas expetativas. Foram também as mulheres que se sentiram respeitadas, que foram consultadas a cada momento, sempre que havia necessidade de intervenção (…)”, lê-se no relatório do estudo.

Os autores do estudo sublinham “o caso particular da episiotomia”, usada em 70% dos partos em Portugal, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) indica uma taxa média que não deverá exceder os 10%.

O inquérito apresenta ainda alguns exemplos de práticas não recomendadas e classificadas de violência obstétrica, como a manobra de Kristeller (pressão na parte superior da barriga para ajudar a expulsar o bebé) ou procedimentos sem consentimento esclarecido ou contra a vontade da mulher.

“É reconhecido que os cuidados de boa qualidade exigem a eliminação de abusos e maus-tratos durante a gravidez e parto, sendo toda a intervenção baseada no respeito pela dignidade humana, sem discriminação. Isto só pode ser facilitado através de uma abordagem para a saúde baseada em direitos humanos”, defendem os autores do estudo.

A grande maioria das mulheres inquiridas (97,8%) pariu em contexto hospitalar, sendo o serviço público o local mais frequentado, com uma percentagem que corresponde a 71,1% dos partos (2.403).

Pouco mais de um quarto das mulheres (26,6%) teve o seu bebé em instituições privadas e 74 (2,2%) tiveram o seu parto no domicílio.

Ministro garante
O ministro da Saúde garantiu que os portugueses podem estar tranquilos com a situação do vírus Zika, transmitido por picadas de...

No final de um debate parlamentar, o ministro Adalberto Campos Fernandes adiantou que as autoridades de saúde estão a fazer o acompanhamento dos casos que têm sido registados em Portugal, até agora todos eles importados do Brasil.

“Neste momento está a fazer-se o acompanhamento dos casos que recebemos através de viajantes mas não há nenhuma preocupação a assinalar. Os portugueses podem estar tranquilos.

Portugal registou cinco casos de vírus Zika, transmitido por picada de mosquitos infetados e associado a complicações neurológicas e malformações em fetos, todos eles importados do Brasil, segundo fonte do instituto que realiza as análises.

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que faz o diagnóstico de doença por vírus Zika, os cinco casos detetados em Portugal referem-se a cidadãos que contraíram a infeção quando estavam no Brasil, tratando-se, portanto, de casos importados.

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados, não se transmitindo de pessoa para pessoa.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”.

Centenas à espera
Os endocrinologistas apelam ao Ministério da Saúde para que aumente a comparticipação das bombas infusoras de insulina, que...

Este é um dos temas em destaque no congresso Português de Endocrinologia, que decorre entre os dias 28 e 30 de janeiro, em Coimbra.

“Pedimos ao Ministério da Saúde para aumentar a dotação orçamental para as bombas infusoras. Temos centenas de pessoas em lista de espera, principalmente na pediatria, crianças de 5 e 6 anos”, disse Francisco Carrilho, presidente da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM).

Segundo o especialista, a grande vantagem da bomba é que faz uma infusão contínua de insulina, permitindo aproximar os níveis de açúcar no sangue destes doentes o mais possível dos de pessoas não diabéticas, mantendo-as estáveis, com menos hipoglicémias e menos complicações.

O objetivo pretendido pelos endocrinologistas é o de aumentar a dotação orçamental para duplicar ou triplicar o número de bombas infusoras.

“Estas bombas têm uma vida de atividade de seis anos, depois têm que ser substituídas. Em muitos centros, não conseguimos sequer introduzir dispositivos novos, porque todos os que chegam são para substituir os antigos. É a prioridade. Em 2015 as bombas foram todas só para crianças, adultos foi zero”, desabafou Francisco Carrilho.

A bomba infusora é um aparelho do tamanho de um telemóvel que tem um reservatório de insulina e um pequeno computador, e tem um tubinho com uma agulha que é colocada na barriga e ali fica durante três dias, explicou.

Nesses dias, o tratamento é feito através desse sistema, em que a bomba é regulada para ir injetando insulina, evitando que o doente tenha que se injetar quatro vezes por dia, para administrar as necessárias doses de insulina.

Este sistema é necessário principalmente para crianças pequenas, mas também para todos os diabéticos de tipo 1 que não conseguem manter a doença controlada.

“Nem todos os diabéticos tipo 1 devem passar para as bombas, se a pessoa está equilibrada deve manter a injeção tradicional. Há diabéticos tipo 1 facilmente tratáveis e outros que apesar de fazerem tudo bem [o tratamento e a alimentação adequados] não conseguem controlar a doença”, explicou o responsável.

Francisco Carrilho lamenta que em Portugal esta tecnologia chegue apenas a 1.150 dos cerca de 50 mil diabéticos tipo 1 (2,3%), quando a média europeia se situa entre os 15% e os 20%.

“Países como a Suécia têm 40%, a Alemanha 30% e mesmo a Espanha tem 14%”, acrescentou.

Em Portugal, quando o Ministério da Saúde criou o programa de comparticipação de bombas infusoras, “dotou-o de uma verba que ao longo dos anos não tem tido acrescentos significativos”, sendo a verba atribuída “muito baixa”, disse.

Citando dados do Observatório da Diabetes, Francisco Carrilho referiu que as verbas atribuídas às bombas foram de 800 mil euros em 2012, 1.200 mil euros em 2013 e 1.300 mil euros em 2014.

“Só para se ter uma ideia, em 2014 a verba para tiras teste foi de 43 milhões de euros e para medicamentos de 242 milhões de euros. É uma gota de água no orçamento da diabetes”, considerou.

O presidente da SPEDM contou que já tem sugerido um sistema misto, em que as famílias que tenham possibilidade paguem uma parte, por exemplo os consumíveis, mas o Estado não aceita.

Uma bomba infusora custa quatro mil euros e depois tem um gasto adicional em consumíveis de cerca de 150 euros por mês.

De acordo com a SPEDM, as complicações da diabetes que as bombas evitam permitem ao Serviço Nacional de Saúde poupar 3.300 euros por ano a curto prazo e 6.600 euros por ano a longo prazo.

A diabetes tipo 1 é uma doença que afeta 5% a 10% do total de diabéticos e atinge crianças, adolescentes e jovens adultos, cujo único tratamento possível é a insulina.

Vírus do Papiloma Humano
Assinatura de protocolo entre as duas entidades permite à Liga Portuguesa Contra a Sida a realização de rastreios de despiste...

A Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS) e o Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E (IPO de Lisboa) assinam acordo de cooperação que permite à LPCS a realização de rastreios ao Vírus do Papiloma Humano (HPV) na unidade móvel de rastreios da Liga.

Para Maria Eugénia Saraiva, presidente da LPCS, “Esta parceria com o IPO de Lisboa reforça a mudança de perspetiva e estratégia de atuação da LPCS. Se antes apenas atuávamos na luta contra a SIDA, atualmente preocupamo-nos com todas as outras doenças infecciosas, como as hepatites víricas, o Vírus do Papiloma Humano (HPV) e todas as outras infeções sexualmente transmissíveis, garantido que a saúde é um direito universal que chega a todos, até às populações mais vulneráveis.”

Para o IPO de Lisboa, a assinatura deste protocolo permite uma ação preventiva nesta população mais vulnerável, na qual é fundamental o envolvimento de uma equipa multidisciplinar dos serviços de Anatomia Patológica, Patologia Clinica e Ginecologia. Recorde-se que o IPO de Lisboa é, desde a sua fundação, uma instituição de referência no tratamento do cancro ginecológico e tem um papel ativo na educação e na prevenção.

A Unidade Móvel de Rastreios “Saúde + Perto” da LPCS foi criada em 2012 com o objetivo de contribuir para a promoção da saúde pública, através da facilitação do acesso ao aconselhamento, diagnóstico e tratamento do VIH e outras doenças sexualmente transmissíveis, junto de públicos mais vulneráveis e com maior risco de exposição a este tipo de infeções, através de técnicos especializados. Atualmente, a Unidade Móvel atua nos concelhos de Lisboa, Odivelas e Loures, funcionando em articulação com centros de saúde, hospitais, autarquias e outras associações.

Com o estabelecimento deste protocolo entre as duas entidades, a LPCS poderá fazer o despiste do HPV e de lesões pré malignas na população e encaminhar os resultados positivos para o IPO de Lisboa para acompanhamento adequado. O HPV é um vírus de transmissão sexual que pode potenciar outras infeções e problemas de saúde como, por exemplo, o cancro cervical.

Diabetes e Saúde Ocular
A retinopatia diabética está associada à diabetes de longa duração e está diretamente relacionada co

A retinopatia diabética é uma doença oftalmológica associada à diabetes de longa duração, e que consiste numa alteração vascular progressiva, que habitualmente evolui para situação de cegueira.

Esta doença é, ainda, considerada manifestação de uma doença vascular generalizada, que para além de retinopatia, pode causar doença renal, doença coronária e doença arterial oclusiva dos membros inferiores.

Sabe-se que quanto maior for o tempo de evolução da diabetes maior é o risco de se desenvolver retinopatia diabética. Dados indicam que cerca de 50% dos doentes diabéticos desenvolvem a doença ao fim de 20 anos.

No entanto, o tempo de aparecimento e agravamento da doença depende do controlo metabólico (nível de glicémia) e da existência de hipertensão arterial.

Os elevados valores de glicémia – açúcar no sangue – são responsáveis por lesões nos pequenos vasos sanguíneos da retina.

A retinopatia diabética apresenta três fases de evolução: não proliferativa, pré-proliferativa e proliferativa.

Na primeira fase da doença, a chamada retinopatia não proliferativa, as lesões afetam os capilares da retina, que sofrendo algumas alterações na sua forma podem romper e dar origem a pequenas hemorragias. No entanto, habitualmente, esta fase da doença não apresenta queixas.

Na fase pré-proliferativa dá-se a progressão das lesões que caracterizam a fase anterior. É durante esta fase, e dependendo da localização das lesões, que pode ocorrer uma perda significativa e irreparável da visão.

A retinopatia diabética proliferativa, considerada como a última fase da progressão da doença, é irreversível. Hemorragias, glaucoma e descolamento da retina são as complicações mais graves deste processo e que podem conduzir à perda total da visão.

Uma vez que esta doença pode não apresentar sintomas numa fase inicial, há que ter em atenção algumas manifestações:

  • sensação de pressão num ou em ambos os olhos;
  • incapacidade de ver para um dos lados;
  • dificuldade em ler e distinguir pequenos detalhes;
  • visão turva;
  • visão dupla;
  • manchas na visão.

De acordo com os especialistas, a melhor forma de tratar a retinopatia diabética é prevenindo-a. O controlo da diabetes ajudará a reduzir a sua evolução, por exemplo.

No entanto, há outros cuidados a ter como não fumar e vigiar regularmente os valores da tensão arterial e das gorduras no sangue (colesterol).

Além disso, dado que o aparecimento da doença e a sua evolução são variáveis, os diabéticos devem consultar um especialista, pelo menos, uma vez por ano.

Uma vez detetada, a patologia deve ser seguida com maior frequência para que se possa fazer um estudo detalhado da mesma e estabelecer o tratamento adequado.

Atualmente encontram-se disponíveis várias formas de tratamento da retinopatia diabética, com recurso a medicação, que passa pelo controlo dos valores do açúcar no sangue, como já foi referido, controlo da tensão arterial e níveis de colesterol e através da fotocoagulação – uma vez que está provado que a aplicação de laser pode evitar a pressão da retinopatia.

Novo método para identificar alterações na Barreira Hemato-Retiniana
A retinopatia diabética e as doenças vasculares da retina são consideradas as principais causas de perda de visão e estão diretamente relacionadas com a alteração da Barreira Hemato-retiniana – um sistema essencial de proteção da retina localizada nos vasos e no epitélio pigmentar da retina.

Com o aumento da diabetes, estas patologias acabam por ter um grande impacto social.

Uma vez que a medicação para o tratamento destas doenças atua sobre a Barreira Hemato-retiniana, de modo a resultar na sua estabilização, é essencial recorrer à sua monitorização de forma frequente.

Hoje em dia, esta monitorização faz-se através do recurso à angiografia fluoresceína, que consiste na injeção endovenosa de uma substancia de contraste que, sabe-se, comporta alguns riscos.

José Cunha Vaz, investigador da Associação para Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem – foi distinguido com o Prémio Pfizer 2015 pelo seu trabalho desenvolvido nesta área, e que consiste num novo método, mais seguro e não invasivo, de localização e quantificação das alterações da Barreira Hemato-retiniana.

“O meu trabalho, e do meu grupo de investigação, tem-se centrado muito na procura de um melhor conhecimento das doenças da retina, principal causa da perda de visão no Mundo Ocidental”, explica.

De acordo com o investigador, a Barreira Hemato-retiniana foi descoberta e identificada em 1966, revelando-se fundamental para a preservação e proteção do funcionamento da retina.

“Em estudos posteriores pudemos demonstrar, utilizando a fluorometria do vítreo, que alterações da Barreira Hemato-retiniana estavam na base das doenças mais frequentes da retina, nomeadamente retinopatia diabética e degenerescência macular ligada à idade”, acrescenta o investigador.

“Neste último trabalho procurámos desenvolver um método baseado na tomografia de coerência ótica que permitisse acompanhar e localizar as alterações da Barreira Hemato-Retiniana nas doenças da retina, a OCT-leakage”, explica.

O objetivo é a substituição da angiografia fluoresceína e a fluorometria do vítreo por um método não evasivo e sem efeitos secundários.

“A OCT-leakage vai permitir, quando implementada na prática clínica, o melhor acompanhamento das alterações da Barreira Hemato-Retiniana e do seu tratamento, permitindo que ele seja mais eficaz e melhor monitorizado”, revela José Cunha Vaz.

De acordo com o investigador, este novo método apresenta vários benefícios: facilidade de realização, eliminar os efeitos secundários da administração endovenosa da substância de contraste, permitir a repetição do exame sem inconvenientes para os doentes (contribuindo para uma melhor monitorização da evolução da doença e do tratamento) e a obtenção de mais informação sobre as diferentes células e camadas da retina lesadas pela alteração da Barreira Hemato-Retiniana.

Relativamente à atribuição do prémio, José Cunha Vaz revela que este é “muito importante pelo reconhecimento associado” e por mostrar que o seu grupo de investigação está no caminho certo e que “o trabalho tem real relevância”.

O investigador espera que, em breve, este novo método possa estar acessível em centros especializados em oftalmologia. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Distúrbios do sono
Embora o número ideal de horas de sono diário varie de pessoa para pessoa, a Academia Americana de M

Ao longo dos anos, vários estudos têm sido feitos para tentar determinar a relação entre as doenças cardiovasculares e o sono, que deve ter uma função reparadora.

Uma dessas pesquisas, levadas a cabo pelo Centro de Controlo de Doenças, nos Estados Unidos, conseguiu identificar as ligações entre o sono excessivo e a falta dele, com as doenças cardiovasculares.

A análise, que incidiu sobre cerca de 30 mil indivíduos, revelou que 9% dos entrevistados dormiam mais de nove horas por noite, apresentando um maior risco de desenvolverem problemas cardíacos, quando comparados a outros que dormiam entre sete a oito horas, o período considerado ideal. 

Por outro lado, o estudo publicado na revista Sleep, mostrou que 8% da população analisada admitia dormir entre cinco ou menos horas por noite, vendo este risco aumentar duas vezes mais.

De acordo com Anoop Shankar, professor de Medicina, os resultados deste estudo “sugerem que a duração anormal do sono afeta adversamente a saúde cardiovascular”. Admitindo, deste modo, que as perturbações do sono podem ser um fator de risco mesmo entre pessoas aparentemente saudáveis.

Esta pesquisa, que recolheu dados sobre fatores demográficos e características socioeconómicas, de saúde e estilo de vida, permitiu verificar ainda que a associação entre cinco horas ou menos de sono por dia e as doenças cardiovasculares foi maior entre mulheres e adultos com menos de 60 anos.

Os investigadores sugerem ainda que com a privação do sono podem surgir distúrbios nas funções endócrinas e metabólicas.

Entre os efeitos negativos de dormir pouco estão, por exemplo, a redução da sensibilidade à insulina e a elevação da pressão arterial.

Mas se dormir pouco faz mal, dormir além do recomendado é, igualmente, prejudicial uma vez que pode acarretar, ainda, problemas respiratórios.

Por isso não esqueça que mais importante que a quantidade é a qualidade do sono. É que dormir bem é, de acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, um dos segredos para a longevidade. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Todos importados do Brasil
Portugal registou cinco casos de vírus Zika, transmitido por picada de mosquitos infetados e associado a complicações...

De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que faz o diagnóstico de doença por vírus Zika, os cinco casos detetados em Portugal referem-se a cidadãos que contraíram a infeção quando estavam no Brasil, tratando-se, portanto, de casos importados.

O vírus Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infetados, não se transmitindo de pessoa para pessoa.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), “os sintomas e sinais clínicos da doença são, em regra, ligeiros: febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares”.

“Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. Há suspeitas (ainda não inteiramente comprovadas) de que a doença possa provocar alterações fetais durante a gravidez, em particular microcefalia”, acrescenta a DGS.

Foram notificados casos de doença por vírus Zika em vários países: Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

Na passada segunda-feira, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que o vírus Zika vai continuar a espalhar-se pelo continente americano.

Observatório denuncia
O Observatório dos Direitos Humanos concluiu que "foi violado" o direito à saúde dos utentes que morreram nas...

As conclusões do Observatório dos Direitos Humanos (ODH) surgem na sequência de uma denúncia acerca da morte de doentes, que, durante o inverno de 2014/2015, aguardaram horas em vários serviços de urgência hospitalar para serem observados por médicos ou fazerem exames de diagnóstico.

A denúncia dava conta de que as mortes ocorridas nas urgências dos hospitais de São José e de São Francisco Xavier, em Lisboa, e nos de São Bernardo (Setúbal), de São Sebastião (Santa Maria da Feira), de Peniche, de Santarém e Garcia de Horta (Almada) deveram-se a demoras excessivas no atendimento dos doentes.

No relatório publicado na sua página da Internet, e assinado por Ana Ferreira, a ODH indica que “a ineficiência dos serviços e a reduzida capacidade de resposta que demonstraram nos períodos em causa leva a que se possa afirmar que os direitos à saúde destes utentes [e dos demais que aí se encontravam e que sofreram iguais demoras no seu atendimento e tratamento] foram violados”.

A relatora Ana Ferreira explica que “os factos do caso apontam, não tanto para a ausência de recursos, como, sobretudo, para a má gestão dos já existentes, bem como para a desconsideração das regras que devem ser seguidas neste tipo de contexto”.

“Cremos, por conseguinte, ter sido desrespeitado o direito à saúde dos utentes (…). Assim, urge que as administrações dos Centros Hospitalares em apreço procurem seguir as recomendações que lhes foram dirigidas, por forma a evitarem a repetição deste género de situações”, adianta o documento.

De acordo com o ODH, verificaram-se falhas na organização dos hospitais avaliados, tendo os relatórios de diversas entidades da saúde apontado pata a existência de meios e dos necessários procedimentos e protocolos (criado no exercício da atividade legislativa e regulamentar do Estado) e, que, estão subaproveitados e geridos de modo ineficiente.

O ODH explica também, na nota enviada à agência Lusa, que só analisou a denúncia após terem sido anunciadas as conclusões das averiguações levadas a cabo pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e da Entidade Reguladora da Saúde, que também abriu um inquérito aos acontecimentos.

Os relatórios daquelas duas entidades apontavam para a “existência de meios e dos necessários procedimentos e protocolos", mas que estes estavam "subaproveitados e geridos de modo ineficiente”.

“Embora os eventos tenham ocorrido numa época particularmente complicada [Natal e Ano Novo], a entidade reguladora não tem dúvidas de que os serviços podiam ter sido capazes de se acomodarem a uma afluência superior ao normal”, escreve a relatora Ana Ferreira, nas conclusões do relatório à denúncia.

O IGAS concluiu no ano passado “não haver matéria para processos disciplinares”, recomendando alterações administrativas já transmitidas aos conselhos de administração dos hospitais em causa.

Aquele organismo refere que esta apreciação foi feita na sequência da análise das "normas nacionais e internacionais de proteção dos direitos humanos".

O Observatório dos Direitos Humanos é uma frente de ação interassociativa que contribui para a denúncia das violações dos direitos fundamentais em Portugal, bem como para a proteção e promoção dos direitos humanos.

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