Alimentação
Prometendo revolucionar a indústria alimentar, o Oatvita está a despertar a atenção de personalidades e empresas ligadas ao...

Desenvolvido à base de aveia, Oatvita “pretende integrar alimentos transversais a toda a população, que se tornem mais ricos nutricionalmente”, pode ler-se em comunicado.

Pelas suas caraterísticas organoléticas e nutricionais, e para além dos benefícios de sabor e de cremosidade que confere aos alimentos, o Oatvita contribui para a redução do colesterol, para o equilíbrio da flora intestinal, para uma maior saciedade, sendo pouco calórico e apto para pessoas com intolerância à lactose ou ao glúten.

Graças a estas especificidades, o produto, que tem vindo a despertar interesse na indústria alimentar, já foi reconhecido pela Associação Portuguesa dos nutricionistas através da atribuição de uma 1ª Menção Honrosa na Categoria de Inovação, no âmbito dos Nutrition Awards em 2010, e no European Food Venture Forum em 2012.

Estando os consumidores cada vez mais interessados e atentos à informação nutricional, conscientes que uma alimentação saudável pode levar ao aumento da qualidade e esperança de vida, surge a necessidade de criar produtos inovadores com base nestas premissas.

A 5ensesinfood, S.A. – responsável pela criação do Oatvita – é uma startup que tem como objetivo liderar a inovação e o desenvolvimento de alimentos funcionais à base de aveia, num ambiente aberto e colaborativo com os stakeholders, acompanhando a tendência do mercado na procura de alimentos saborosos, saudáveis e funcionais.

Na sua fase de lançamento no mercado português, o produto conta com o apoio do Chef Hélio Loureiro que, com base nestas premissas, decidiu abraçar o projeto e defender a importância do Oatvita para a saúde, nutrição e equilíbrio ecológico, “salientando a elegância do paladar e o prazer que proporciona aliados a inúmeras capacidades que estão por descobrir e que podem abrir um leque de um novo receituário”.

Por estas razões, o Chef adianta que adivinha “um grande futuro, pois ainda não conhecemos um décimo do que poderemos fazer com um produto que tem ainda tanto para dar e tantas receitas que nos poderão transportar para novos sabores e paladares”.

O produto pretende entrar no setor das bebidas, iogurtes, gelados e sobremesas, proporcionando uma nova gama de alimentos aos consumidores.

Pacto de Milão
Cerca de trinta autarquias manifestaram já interesse em aderir ao Pacto de Milão, uma iniciativa que pretende desenvolver...

Segundo um comunicado da Oikos – Cooperação e Desenvolvimento, o “Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana” pretende desenvolver sistemas alimentares mais integrados, justos e sustentáveis, através da agricultura urbana e da ligação entre a produção rural e a urbana e o consumo rural e urbano, sendo já 30 as autarquias que responderam positivamente a este apelo de subscrição.

“O compromisso e envolvimento das cidades são essenciais para atingir o objetivo de alimentar o mundo; cerca de 15% dos alimentos disponíveis no mundo são produzidos em áreas urbanas e estima-se que a proporção global de pessoas a viver em cidades atingirá os 65% em 2025”, assinalou o presidente da Oikos, João José Fernandes, no mesmo comunicado.

A conferência organizada pela Oikos, em parceria com a Direção-Geral da Saúde e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, visa discutir a adoção de políticas públicas de segurança alimentar e nutricional em Portugal, bem como recomendações que resultam de estudos relacionados com a pobreza e insegurança alimentar, motivações e obstáculos ao consumo sustentável de alimentos.

A Oikos recomenda nomeadamente que seja definido um rendimento adequado para uma alimentação saudável das famílias que pode passar pela criação de um cartão pré-pago parcialmente condicionado à satisfação de necessidades alimentares e higiene, privilegiando a compra na agricultura e comércio de proximidade.

“Em casos de necessidade de maior acompanhamento dos beneficiários, este meio de pagamento daria acesso às cantinas sociais e IPSS, que passariam a ter um papel subsidiário e mais orientado para pessoas e famílias com maiores exigências de acompanhamento”, acrescenta a organização não-governamental (ONG).

Outras das sugestões passam pela adoção de uma norma de Segurança Alimentar e Saúde Nutricional, a aplicar à restauração coletiva pública (como cantinas sociais, cantinas escolares e hospitais) baseada na dieta mediterrânica e criação de um sistema de traceabilidade da origem dos bens alimentares comercializados na grande distribuição, de modo a conferir confiança e segurança aos consumidores acerca dos padrões de produção em matéria social e ambiental.

A Oikos recomenda ainda a criação de uma lei orgânica de segurança alimentar e nutricional, a adoção de uma Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (ESAN), com objetivos, metas e cabimentação orçamental, criação de um Grupo Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (GISAN), criação de Conselhos Municipais e/ou Intermunicipais de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) e revisão das normas de Contratação Pública, de modo a potenciar o papel das compras públicas de bens e serviços de alimentação, no apoio à agricultura familiar, comércio de proximidade, e na promoção da dieta mediterrânica.

A conferência conta com a participação, entre outros, do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, e do responsável da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) em Portugal, Hélder Muteia.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra afirma que o projeto de Psiquiatria...

"O projeto de Psiquiatria Comunitária é resultado da visão de um hospital para todos, próximo das populações, aberto à sociedade, humanista e integrador. Em linha com o que é hoje um hospital moderno, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) quer ser, cada vez mais, um hospital próximo das pessoas e a sair dos muros da instituição", disse José Martins Nunes.

Para o responsável da administração, o projeto que começou em 2011 com a Unidade de Saúde Mental de Leiria-Norte (municípios de Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Ansião, Pedrógão Grande e Castanheira de Pera), abrangendo também o sul do concelho de Penela e o município de Pampilhosa da Serra (Coimbra) e que, atualmente, conta com mais quatro equipas que cobrem todo o distrito de Coimbra, "é um projeto ganhador, quer do ponto de vista da gestão quer do ponto de vista da população que serve".

"[Representa] menos urgências, menos internamentos, menos custos, menos transtornos e dificuldades para os doentes e para as suas famílias, com deslocações ao hospital, com preocupações quanto à evolução da sua doença", argumentou José Martins Nunes.

Já a psiquiatra Ana Araújo, da Unidade de Saúde Mental Comunitária Leiria-Norte, disse que o trabalho da equipa que coordena naquela área geográfica permitiu reduzir o volume de internamentos em cerca de 60%.

Outros dados apontam para uma redução das faltas a consultas daquela especialidade - no centro de saúde de Figueiró dos Vinhos, onde a equipa se desloca duas vezes por semana, a percentagem de doentes faltosos cifra-se em 13,9% enquanto no CHUC atingia 21,5%.

A média de idades dos doentes assistidos pela equipa de psiquiatria comunitária é de 55 anos e 30% tem mais de 65 anos.

"A grande mais-valia deste projeto é que cuidamos das pessoas no seu espaço habitual, permite lidar com a doença mental como se lida com a doença física. Enviamos para o hospital aquele que precisa de cuidados hospitalares diferenciados, com internamento e tudo isso", frisou.

"Há a ideia de que a organização comunitária de serviços de saúde mental é contra internamentos mas não é assim. Nunca esquecemos que somos médicos e enfermeiros especializados em saúde mental", adiantou Ana Araújo.

Outras mais-valias decorrem da equipa "estar junto dos médicos de medicina geral e familiar", com quem partilha "dificuldades e vantagens" do projeto e permite "minimizar o estigma" da doença mental na sociedade.

"O mapa geográfico está sempre na nossa cabeça, não esquecemos a origem das pessoas, as suas necessidades e dificuldades. Se vir cá [a Figueiró dos Vinhos] já é uma dificuldade, imagine-se ir a Coimbra. Temos doentes na Pampilhosa da Serra que nos dizem que se vão de táxi a Coimbra, ficam sem dinheiro para os medicamentos. Se compram medicamentos, já não podem ir à consulta a Coimbra. Têm de fazer opções desta gravidade", salientou.

Ana Araújo recusa que a unidade que coordena seja um "anjo da guarda" da saúde mental junto das populações do interior, mas admite que as pessoas, nomeadamente os familiares dos doentes, façam essa apreciação.

"São gratas por causa disso, porque nós estamos solidários com a dificuldade que têm de cuidar dos doentes. Temos a diferenciação técnica que nos permite atuar nestes casos, mas esse modo de observar a doença no seu contexto faz parte intrínseca da nossa maneira de estar como profissionais de saúde mental", frisou.

"Claro que ficamos sempre muito contentes e é muito gratificante ver uma pessoa recuperar a sua saúde. Mas isso qualquer técnico de saúde sente, é sinal que cumpriu o seu objetivo ", disse a psiquiatra.

Interior do país
Psiquiatras, enfermeiros especializados, assistentes sociais e psicólogos cuidam da saúde mental de doentes graves no interior...

A premissa passa por acompanhar os doentes mentais graves no seu ambiente, possibilitando que não tenham de se deslocar a Coimbra, com consultas nas instalações do centro de saúde de Figueiró dos Vinhos e equipas multidisciplinares de Treino Assertivo Comunitário, responsáveis pelo apoio e medicação de 51 pacientes e contactos com os seus familiares, instituições de solidariedade social, mas também empresas e autarquias.

José Machadeiro, enfermeiro especializado em saúde mental com 30 anos de profissão, guia a reportagem da agência Lusa na visita que faz a alguns dos 20 doentes que acompanha, duas vezes por semana, às terças e sextas-feiras: primeira paragem na Cerci Penela, a 30 quilómetros de Figueiró dos Vinhos, já no distrito de Coimbra, onde o espera António M. , 20 e poucos anos, que sofre de problemas mentais e tem um historial de consumo abusivo de álcool.

O quadro clínico do jovem, já de si complicado, é agravado pela situação familiar, mãe alcoólica e doente de Alzheimer e pai preso por homicídio. António foi encontrado em casa "completamente só e desnutrido", foi referenciado à Unidade de Saúde Mental Comunitária por uma tia e uma prima, esteve internado em Coimbra e, agora, é acompanhado na Cerci Penela onde passa os dias, retornando a casa, nos arredores de Figueiró dos Vinhos, todas as noites, na companhia da mãe, também utente de um centro de dia.

António M. encontra-se com José Machadeiro e a assistente social Lisete Lourenço numa sala da Cerci, acompanhado de responsáveis da instituição de apoio a cidadãos com deficiência mental.

José Machadeiro quer saber como andam as tomas de medicação e especialmente, os banhos acordados com o paciente "dia sim, dia não", mas António M., cabeça baixa e sorriso aberto, replica que o esquentador "só dá para cinco minutos". Lá assume que vai cumprir o acordo feito com o enfermeiro, porque não quer voltar a ser internado: já fez amigos em Penela, onde ocupa o tempo na carpintaria e em atividades relacionadas com a reciclagem.

O enfermeiro pergunta ainda como está António M. a lidar com a "pinguita". O rapaz responde que durante a semana não bebeu, um objetivo aplaudido pelos profissionais que recordam que o doente "chegava a andar 10 quilómetros a pé para ir a um café comprar álcool e bebia aguardente logo de manhã".

"Estás de parabéns", diz o enfermeiro. "Sinto-me bem, com mais apoio, mais feliz", responde António M., que quando foi referenciado "não sabia autogerir a sua vida" e vai continuar a necessitar da supervisão da equipa.

Na despedida, o enfermeiro José lembra a António M. que pode ligar-lhe para o telemóvel, quando quiser. "Sim, para matar saudades", brinca o rapaz.

Quem assistisse à reunião preparatória dessa manhã - onde a equipa de dois psiquiatras, três enfermeiros especializados em saúde mental, duas assistentes sociais e uma psicóloga analisa os casos do dia, avalia a progressão dos doentes, pondera tratamentos e também a necessidade de internamento de um paciente que se recusa a ser medicado - não teria percebido, de imediato, a proximidade que José Machadeiro tem para com os doentes que acompanha.

"Eles são a minha família alargada, é preciso muita sensibilidade e empatia para lidar com eles, mas é recompensador. Têm o meu número de telemóvel pessoal, mas só ligam mesmo quando precisam, são muito respeitadores", argumentou o enfermeiro.

Na última visita que fez, José foi a casa de 12 doentes num único dia, cerca de 350 quilómetros cumpridos, maioritariamente em estradas de montanha, vias nacionais e municipais que ligam povoações num interior quase esquecido, visitas de acompanhamento, a uns, outros para cumprir a medicação injetável a que estão sujeitos.

Hoje, mais 22 quilómetros até uma povoação entre Avelar e Ansião, já em Leiria, onde mora outros dos doentes acompanhados por José, com um historial de esquizofrenia e consumo de álcool.

"Anda muito compensado, agora, que voltou a ser medicado com regularidade", frisa Lisete Lourenço. No passado, o homem de 49 anos chegou a "partir um café todo", foi sujeito a mais de um mês de internamento compulsivo para tratamento, por ordem judicial, mas hoje recebe a equipa com um sorriso que não larga durante a visita.

Fala da família - mulher e filha que com ele vivem, numa moradia bem cuidada - do emprego na área da construção que entretanto arranjou e mantém, mas ao qual faltou hoje, por ser "dia da injeção".

"Bebidas, zero, nada", garante, recebendo de imediato os parabéns da equipa. "Agora estou bem, sim senhor, estou muito contente. Fiz um acordo com eles e vou cumprir, é para levar a fundo", afirma à Lusa, secundado por José Machadeiro que lembra que no âmbito do Treino Assertivo Comunitário, a equipa "não pode obrigar os doentes a nada".

Uma dezena de quilómetros depois, numa casa florida no fim de um estradão de terra, às portas de Ansião, vive Luís, um caso que preocupa sobremaneira a equipa, pela condição "degradante" do sótão que o doente mental, 35 anos e um longo historial de toxicodependência, ocupa.

Luís vive com uma tia, que lhe dá guarida no sótão inacabado, paredes de tijolo, chão de cimento e telhas à mostra, uma cama e alguns móveis, espaço que limpou com afinco antes da chegada dos profissionais do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

"Está um luxo", espanta-se Lisete Lourenço, antes de sublinhar que o jovem "precisa de conforto e cuidados" e tem vaga para ser acolhido numa instituição da Figueira da Foz, que acolhe jovens toxicodependentes, "mas não quer ir".

"Gosto de estar aqui, ao pé da minha tia", resume o jovem, embora proibido de aceder ao resto da casa, à custa de "anos de tropelias" a que submeteu os familiares, derivado, nomeadamente, da doença mental de que padece agravada pelo consumo de drogas.

"Agora não tenho medo, mas já tive. Ele não olha por aquilo que tem mas também não tem ninguém, tem-me a mim", refere a tia, que por mais de uma vez perdoou o sobrinho, órfão de pai.

"Ele não aceitava a doença. Quando anda equilibrado é uma joia de rapaz, mas quando não toma a medicação é conflituoso. Se não fossem eles? São os meus anjos da guarda", argumenta, referindo-se à equipa da Unidade de Saúde Mental Comunitária.

Reino Unido e Bill Gates anunciam
O ministro das Finanças britânico e o bilionário Bill Gates revelaram um plano que envolve milhares de milhões de euros para...

George Osborne e Gates anunciaram, num artigo conjunto publicado no jornal The Times, um montante de três mil milhões de libras (quatro mil milhões de euros) para financiamento de investigação e trabalhos de erradicação da doença transmitida por mosquitos, nos próximos cinco anos.

“No que toca a tragédia humana, nenhuma criatura se aproxima da devastação causada pelo mosquito”, pode ler-se.

“Ambos acreditamos que um mundo livre de malária tem de ser uma das mais elevadas prioridades globais na saúde”, afirmam.

O fundo será composto por 500 milhões de libras (661 milhões de euros) por ano do orçamento britânico para ajuda ao exterior, nos próximos cinco anos, bem como 200 milhões de libras (264 milhões de euros) este ano da The Gates Foundation, a que se seguirão outras doações.

Em 2015 registaram-se 438 mil mortes por malária, a maioria de crianças com menos de cinco anos em África, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.

EUA pedem
Os Estados Unidos emitiram este sábado um alerta recomendando às mulheres grávidas que evitem viajar para a Venezuela e outros...

Segundo os EUA, as grávidas devem evitar viajar também para Barbados, Bolívia, Brasil, Cabo Vede, Colômbia, El Salvador, Equador, Guadalupe, Guatemala, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Saint Martin, Samoa e Suriname.

A recomendação foi divulgada na página da internet dos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), que explica que o vírus zika está associado "a malformações em recém nascidos".

Segundo o CDC "as mulheres que se encontrem nestes países devem tomar medidas para evitar ser picadas pelo mosquito que transmite o vírus zika, como usar camisas de manga larga, calças e aplicar repelente".

"Os mosquitos que transmitem o zika, chikungunya e dengue, são agressivos (…) e vivem tanto no interior como no exterior das habitações (…), não há uma vacina ou medicamento para o vírus zika. A melhor maneira de evitar o vírus é a prevenção contra os mosquitos", explica-se na mesma página.

Segundo a Embaixada dos EUA em Caracas, na Venezuela, os sintomas do zika "são similares aos do dengue e geralmente duram entre quatro a sete dias".

"Se desenvolve um quadro agudo de erupções que podem vir acompanhadas por febre, artrite (…), dores musculares, dor de cabeça, dor na parte posterior dos olhos, os menos caracterizados são vómitos e diarreia" explica aquela representação diplomática na sua página na internet.

A Embaixada assinala também que "não há um tratamento específico para o zika" e que o recomendável quando se é afetado é "descansar e tomar paracetemol para controlar a febre".

Por outro lado diz não ser recomendável usar aspirina e que os afetados devem ingerir líquido em abundância.

Este ano
O secretário de Estado adjunto e da Saúde garantiu que as taxas moderadoras vão baixar 50 cêntimos nos centros de saúde e dois...

Fernando Araújo, que falava em entrevista ao jornal Público, explicou como é que as taxas vão baixar, indicando que na primeira consulta hospitalar está previsto que o doente deixe de pagar.

"A taxa será mais económica no médico de família, 4,5 euros (atualmente é 5 euros) do que no hospital, 7 euros (agora a consulta da especialidade custa 7,75) para ajudar nesta orientação. No hospital de dia não se paga taxa no ato mas paga-se nos exames de diagnóstico (até 25 euros) e a ideia é isentar completamente esta linha", explicou Fernando Araújo.

Segundo o secretário de Estado adjunto e da Saúde, também os dadores de sangue e os bombeiros ficarão isentos de taxas moderadoras.

O governante prevê que as novas medidas entrem em vigor em abril, sublinhando que, no global, vai representar este ano uma redução de 35 a 40 milhões de euros, cerca de 20 a 25 por cento do valor total das taxas moderadoras.

Nas urgências polivalentes, baixa-se de 20,6 euros para 18 euros e nas médico-cirúrgicas, de 18 para 16 euros.

Nas urgências básicas, a diminuição é de 15,45 para 14 euros, adianta o governante ao Público.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, já havia anunciado que os utentes que cheguem à urgência hospitalar referenciados pelos cuidados de saúde primários não pagam taxa moderadora e vão deixar de pagar as análises que façam nesse atendimento.

A propósito do objetivo de reduzir as idas às urgências hospitalares - seis milhões por ano - o ministro disse há dias, na Comissão Parlamentar de Saúde, que os utentes referenciados pelos centros de saúde e encaminhados pelo médico para o hospital não pagarão as análises que precisem de fazer.

No Canadá
Um grupo de portugueses no Canadá anunciou a angariação de mais de um milhão de dólares para ajudar na reconstrução de um...

"O objetivo de um milhão de dólares canadianos (631 mil euros) foi alcançado logo ao fim de quatro anos após a criação do grupo de trabalho de voluntários. Depois, propusemo-nos a continuar com a angariação de fundos até passarem os cinco anos", disse Manuel Alexandre, de 63 anos, presidente dos Amigos Portugueses do Peel Memorial Hospital.

O emigrante português, natural de Unhais da Serra (distrito de Castelo Branco), está no Canadá há 38 anos e explicou que os promotores contam com o apoio de uma empresa local, que se comprometeu em fazer uma doação com um valor semelhante aos recolhido pelos voluntários.

Por isso, já foram depositados 1,6 milhões de dólares canadianos (um milhão de euros) na conta para o hospital.

O Peel Memorial Hospital deve entrar em funcionamento em fevereiro de 2017, permitindo aos utentes um serviço especializado de cuidados de ambulatório, incluindo atendimento nas urgências, intervenções cirúrgicas durante o dia, e terá clinicas para ajudar os utentes a gerirem melhor as condições crónicas como a asma, diabetes e doenças renais.

"Muitos dos portugueses que residem nesta área nunca fizeram nada por este hospital. Metemos uma marca portuguesa naquele hospital. Achamos que esta seria a altura de fazer alguma coisa gratificante e de reconhecimento para a comunidade portuguesa", afirmou o emigrante.

Este objetivo de superar um milhão de dólares foi almejado em estreita parceria com os sindicatos Liuna Local 183 e Local 506, organizando os Amigos do Peel Memorial diversos eventos de cariz solidário.

O hospital, com seis pisos, tem capacidade para 500 utentes, criando diversos postos de trabalho "quer a tempo inteiro quem em períodos mais curtos".

"Estamos numa situação de solidariedade. Se dermos um pouco de nós, no futuro, serão as nossas comunidades, os nossos filhos e netos, os principais beneficiários de tudo isto", frisou Manuel Alexandre.

Brampton é a nona cidade mais populosa do Canadá com 524 mil habitantes (dados de 2011), está localizada a sul do Ontário, a 50 km do noroeste de Toronto, sendo a comunidade portuguesa a quarta com maior expressão no município, onde residem cerca de 60 a 70 mil portugueses e luso-descendentes.

Em Portugal
O único banco público de gâmetas em Portugal não dispõe de sémen de dadores de raça negra, revelando-se incapaz de ajudar os...

Criado em maio de 2011, o banco público de gâmetas, instalado na Maternidade Júlio Dinis (Centro Hospitalar do Porto), já ajudou a nascer 74 crianças, através de óvulos e espermatozoides de dadores.

Os gâmetas deste banco são angariados através de dadores, que para tal recebem a compensação financeira definida por lei, e utilizados em casais que são seguidos no centro de Procriação Medicamente Assistida (PMA) do Centro Hospitalar do Porto.

No entanto, o banco foi criado com o objetivo dos gâmetas armazenados serem disponibilizados, não só para os utentes desta unidade de saúde, mas sim para todas as instituições públicas que o solicitassem, o que ainda não acontece.

Desde o seu início, o banco tem-se deparado com dificuldades na obtenção de dadores, sendo que estes têm de obedecer a um conjunto de critérios, além do seu material genético necessitar de um tempo de “quarentena” antes de ser disponibilizado.

Até ao momento, não foi recolhida, armazenada ou disponibilizada qualquer amostra de dadores de raça negra, conforme explicou à agência Lusa a responsável do banco, Isabel Sousa Pereira.

Por esta razão, sempre que o banco foi procurado por casais de raça negra – ainda assim poucos casos – não pode responder positivamente à solicitação, adiantou.

Cláudia Vieira, presidente da Associação Portuguesa de Fertilidade (APF), lamenta esta situação e diz que a mesma está a penalizar estes casais.

“O facto de haver uma resposta mais deficitária para os casais de raça negra coloca-os ainda mais no final da lista”, disse, adiantando que existe uma dificuldade na angariação de dadores, matéria que vai merecer da parte da APF uma atenção especial este ano.

Segundo Cláudia Vieira, “os poucos [dadores] que são selecionados após o processo de triagem não chegam para a procura”.

Por outro lado, referiu que a comunidade de origem africana é menor no Porto do que, por exemplo, em Lisboa, e estando o Banco Público de Gâmetas localizado no norte, isso pode dificultar ainda mais as doações.

Cláudia Vieira frisa ainda que esta ausência de gâmetas de raça negra penaliza ainda mais quem não tem capacidades financeiras, pois recorre a este banco quem está a fazer tratamentos no setor público, enquanto no privado há disponibilidade de todo o tipo de gâmetas, que são importados.

“Em todo este processo de tratamento da fertilidade o fator dinheiro é preponderante”, sublinhou Cláudia Vieira.

Um estudo sobre o recurso a gâmetas de dadores, que envolveu mais de 1.500 adolescentes, revelou em 2013 que os jovens portugueses estão pouco predispostos a doarem óvulos e espermatozoides, apesar de aceitarem esta técnica.

Apesar disso, “os resultados revelaram uma baixa predisposição dos adolescentes, quer para recorrer no futuro a dadores de gâmetas caso necessitem, quer para serem dadores”.

Ministro alerta
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Castro, disse que o país está a perder a batalha contra o mosquito ‘Aedes aegypti’, que...

"Faz quase trinta anos que o mosquito transmite doenças à nossa população, e nós combatemo-lo desde então, mas estamos a perder a guerra contra o Aedes aegypti”, disse Marcelo Castro citado pelo portal G1, do grupo Globo.

“Estamos a enfrentar uma verdadeira epidemia, precisamos de um sociedade brasileira mobilizada para prevenir estas doenças”, acrescentou.

Em 2015, um total de 3.174 casos de microcefalia em latentes, uma má-formação da cabeça que altera o desenvolvimento intelectual, foram registados no Brasil e estão ligados ao vírus zika contraído pela mãe, segundo o Ministério da Saúde.

Os Estados Unidos recomendaram às mulheres grávidas para não viajarem para 22 países da América Latina e das Caraíbas.

Além do Brasil, o Zika circula na Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Na Madeira
O serviço público de ortopedia da Madeira realizou com sucesso uma operação de alongamento ósseo, num paciente de treze anos do...

"Esta operação, feita pela primeira vez em Portugal, usa uma tecnologia inovadora na ortopedia, que consiste na utilização de cavilhas magnéticas para alongamentos de membros superiores e inferiores", explicou o médico França Gomes, responsável pela intervenção, que vai permitir um aumento final de dez centímetros na altura do doente.

França Gomes foi orientado por um médico austríaco e a cirurgia, que durou cerca de duas horas, foi também acompanhada por um pediatra do Hospital Pediátrico de Coimbra.

A equipa operou um doente acondroplásico (anão), tendo introduzido uma cavilha no interior de cada um dos fémures, que posteriormente, por estímulo magnético, vai possibilitar um crescimento dos ossos até cinco centímetros.

"Numa segunda fase, faremos igual cirurgia às tíbias, que aumentarão mais cinco centímetros, o que no final resulta num aumento de 10 centímetros, uma vantagem para quem é acondroplásico", salientou França Gomes, em conferência de imprensa no hospital.

O ortopedista sublinhou que a nova técnica pode ser aplicada em crianças como em adultos em diversas situações, nomeadamente face a traumatismos graves em que há grandes perdas ósseas e encurtamento de membros.

"Por outro lado, vai acabar com os antigos sistemas de alongamento, que eram todos externos", vincou, salientando que a ocorrência de infeções será menor, bem como os eventuais desvios, uma vez que a cavilha é colocada dentro do osso.

França Gomes disse também que se trata de uma técnica "minimamente invasiva" e sem dor para o paciente, sendo que o crescimento dos ossos fica consolidado ao cabo de um ano.

Este novo procedimento ortopédico foi iniciado em 2011, mas esta foi a primeira vez em Portugal e a sexta na Península Ibérica.

"O Serviço da Ortopedia do Serviço de Saúde da Madeira (SESARAM), na sua boa tradição desde a fundação, sempre andou muito à frente ao nível dos serviços de ortopedia nacionais", disse França Gomes, sublinhando que "estamos a dar continuidade a essa história, porque efetivamente continuamos a estar ao nível dos melhores serviços do país".

Doença Venosa Crónica
Calcula-se que cerca de três milhões de portugueses sofram de varizes.

Apesar de não ser uma doença exclusiva das mulheres, elas são as que mais sofrem da doença venosa crónica, vulgarmente conhecida como varizes.

Tendo como causa a herança genética, o consumo de alguns medicamentos ou alterações hormonais características da gravidez ou menopausa, as varizes, quando não tratadas, podem evoluir para situações mais graves.

A técnica de correção desta patologia mais conhecida é o laser. No entanto, a acupunctura tem um efeito muito benéfico no tratamento das varizes, uma vez que as agulhas são colocadas em pontos muito específicos que ajudam a desbloquear a circulação do sangue e energia.

Reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como um método de tratamento complementar, a acupunctura tem sido cada vez mais procurada para tratar as mais variadas patologias.

Para além de não fazer recurso de químicos, esta técnica revela-se bastante eficaz e segura.

No caso das varizes, e dependendo da sua evolução, o tratamento por vezes é longo, necessitando de mais ou menos sessões, de caso para caso.

No entanto, as melhorias fazem-se sentir ao fim das primeiras sessões.

Habitualmente, este método de tratamento faz-se complementar por sessões de naturopatia, onde se inclui a fitoterapia chinesa. O objetivo é promover a cura e a capacidade do corpo se regenerar e libertar toxinas.

O estímulo das agulhas na acupunctura alivia sintomas e contribui para o bom funcionamento dos órgãos envolvidos.

Na doença venosa crónica, esta técnica milenar permite ajudar na redistribuição do sangue, como já foi referido, e restabelecer o equilíbrio energético entre os rins e baço, que são os órgãos responsáveis pelo deficiente fluxo sanguíneo e pela pouca elasticidade dos vasos sanguíneos.

A drenagem linfática, que consiste numa técnica de massagem manual que permite estimular o sistema linfático, é outro dos métodos de tratamento que pode complementar as sessões de acupunctura, em caso de varizes.

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Varizes afetam sobretudo as mulheres, mas não só!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Deco
Um néctar de pêssego ou uma lata de refrigerante contêm açúcar equivalente a quase cinco pacotes, um leite achocolatado pode...

Um estudo divulgado pela associação de defesa do consumidor Deco revela que uma embalagem de 330 mililitros de néctar de pêssego contém o equivalente a 4,8 pacotinhos de açúcar e quase o mesmo acontece a uma lata de refrigerante.

“Ainda assim, parte do açúcar contido no néctar de pêssego é natural, pois provém da fruta. Logo, esta bebida será melhor opção que o refrigerante, em que a maioria dos açucares é adicionada”, refere o estudo da Deco.

A associação de defesa do consumidor analisou 84 amostras de 28 alimentos pertencentes a 13 categorias, como marmelada, cereais de pequeno-almoço, néctares e refrigerantes, leites achocolatados, pão de forma, barras de cereais, fruta em calda e iogurtes.

Segundo a análise, um terço de uma barra de cereais é açúcar e até um copo de gelatina de morango tem açúcar equivalente a duas saquetas.

A Deco recorda que um adulto necessita em média de 2.000 calorias por dia e não deve consumir mais de 50 gramas de açúcares, o que equivale a sete pacotes.

A associação aconselha os consumidores a estarem atentos à rotulagem dos alimentos e terem em conta que, quando adicionado, o açúcar figura na lista dos ingredientes, mas pode “surgir mascarado” com palavras como sacarose, glucose ou dextrose.

A Deco sugere que a lei da rotulagem devia ser melhorada, nomeadamente com a criação de um sistema de cores – tipo semáforo – para o consumidor perceber de forma rápida se um produto tem ou não teores elevados de alguns nutrientes.

Segundo especialista
A diretora da Casa de Saúde de S. João de Deus, em Barcelos, defendeu a necessidade de uma luta "constante e inabalável...

Em declarações, a propósito da conferência "Estigma - Que Caminhos?", que aquela casa de saúde vai acolher no sábado, Isabel Bragança sublinhou que os estigmas e os preconceitos são fatores que dificultam "sobremaneira" a integração dos doentes mentais na sociedade como "cidadãos de pleno direito, iguais aos outros".

"Um preconceito muito comum, e talvez um dos mais fortes, tem a ver com a ideia da imprevisibilidade do doente mental e da sua eventual violência e agressividade", referiu.

Para Isabel Bragança, este preconceito é logo, à partida, "altamente limitador" de um qualquer processo de integração.

A conferência de sábado, que terá como orador Salvador Simó, da Universidade Central da Catalunha, integra-se num projeto de luta contra o estigma na doença mental que aquela casa de saúde lançou em 2013, tendo como principal objetivo a inclusão daqueles doentes na sociedade.

A responsável da Casa de Saúde de S. João de Deus disse ainda que a sociedade também continua a alimentar o preconceito de que o doente mental "tem necessariamente alguma quota-parte de culpa" na sua doença.

"A sociedade tenta sempre encontrar culpa no doente mental, seja porque teve comportamentos menos adequados, seja porque tomou alguma decisão incorreta, seja por outra qualquer razão. É mais um preconceito", afirmou.

A Casa de Saúde de S. João de Deus funciona há mais de 85 anos e tem uma capacidade de internamento de 350 doentes mentais.

Em 2013, lançou um programa de combate ao estigma na doença mental, que já incluiu diversas ações de sensibilização junto da população e workshops reunindo utentes e população em geral, entre outras iniciativas.

"Os resultados têm sido muito positivos, porque temos vindo a conseguir desmistificar a doença mental e alguns preconceitos e estigmas a ela associados", adiantou Isabel Bragança.

Ressalvou, no entanto, que esta tem de ser uma luta "constante e inabalável", já que "ainda há muito a fazer".

Investigadores
Um grupo de investigadores testou na quinta-feira, em Oliveira do Hospital, as propriedades de uma planta medicinal, a...

Em declarações, a coordenadora do projeto de investigação, Beatriz Oliveira, defendeu o incremento da produção de calêndula e de outras “plantas que não são geralmente valorizadas”, para que a Humanidade “possa responder à necessidade futura de alimentos”.

Se tal não for feito, os países “não terão comida para todos” dentro de 30 a 40 anos, acrescentou.

“O planeta não produz o suficiente para alimentar todas as pessoas”, afirmou a professora da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto (UP).

Financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo da calêndula começou há cerca de um ano, envolvendo investigadores de várias instituições portuguesas do ensino superior público e privado, no âmbito do Laboratório Associado de Química Verde (LAQT) e da Rede de Química e Tecnologia (REQUIMTE), criada em 2003, ao abrigo de uma parceria entre a UP e a Universidade Nova de Lisboa.

Após terem realizado há meses um “ensaio sensorial” com a participação de 100 provadores de alimentos com calêndula, uma planta de origem mediterrânica, os investigadores estiveram na quinta-feira num restaurante de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, convidado para integrar os trabalhos.

No “primeiro almoço fora do estudo”, mais de 20 pessoas, entre universitários, autarcas e outros comensais, puderam degustar diversas pastas com calêndula, confecionadas por Casimiro Santos, um cozinheiro que já trabalhou em diferentes países.

A demonstração será repetida na Festa do Queijo Serra da Estrela, em Oliveira do Hospital, nos dias 05 e 06 de março.

Resistência a antibióticos
Mais de 802 grandes grupos farmacêuticos e médicos pediram em Davos que se coordenem esforços para lutar contra a resistência...

A declaração, emitida durante o Fórum Económico Mundial de Davos, foi assinada pelas grandes empresas do setor como a francesa Sanofi, as suíças Novartis e Roche ou as norte-americanas Pfizer e Merck.

A eficácia dos antibióticos está a diminuir, revelam vários estudos, o que preocupa cada vez mais a comunidade científica, escreve o Sapo.

Investigadores chineses anunciara que descobriram um gene que torna alguns antibióticos ineficazes, temendo que infeções simples se possam tornar mortais. "São resultados extremamente preocupantes", comenta Liu Jianhua, professor da Universidade Agrícola do Sul da China, em Cantão.

Os grupos farmacêuticos signatários da petição também pedem aos governos que apoiem financeiramente o desenvolvimento de novos antibióticos.

Os autores da carta, que incluem igualmente os britânicos AstraZeneca e GlaxoSmithKline ou a empresa francesa de diagnósticos Biomérieux, garantiram que apoiam o plano de ação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para preservar a eficácia dos antibióticos.

Os antibióticos, um avanço médico com mais de um século, são absolutamente necessários para curar infeções mortais e também para procedimentos como transplantes, quimioterapias ou o tratamento do VIH.

Agência estatal
Numa altura em que ainda faltam 600 médicos de família em Portugal, cresce a procura no estrangeiro, sublinha o bastonário da...

A emigração de médicos já não é novidade, mas agora é uma agência estatal da Dinamarca que está empenhada em contratar médicos de família em Portugal, oferecendo um curso intensivo de dinamarquês e acompanhamento com um “tutor” ao longo de14 meses. O anúncio, que surge publicado no site da Ordem dos Médicos, arranca com um texto apelativo, que alude a um “desafio excitante”, a um estilo de vida com um “elevado grau de independência”, boas escolas, “excelentes” condições para quem tem filhos, acesso fácil ao litoral e à praia.

As vagas, segundo o jornal Público, localizam-se na península da Jutlândia. A prática médica na Dinamarca é caracterizada por "altos padrões" profissionais, condições de trabalho "excelentes" e pessoal de apoio "muito qualificado", como enfermeiros e secretários, além de que a média aconselhada de utentes é de 1600 por médico, lê-se no anúncio. O horário de trabalho é das 8h00 às 16h00, de segunda a sexta-feira.

Os candidatos têm de ser especialistas em Medicina Geral e Familiar, de preferência com um a dois anos de experiência, além de terem de ser previamente acreditados pela Danish Health and Medicines Authority. Precisam também de ter motivação para aprender dinamarquês rapidamente.

O que a agência oferece é um treino de 14 meses com a orientação de um tutor, um curso intensivo de dinamarquês durante os primeiros três meses, que, em caso de aprovação num teste, se prolongará por mais três meses a tempo parcial. No final, os médicos começarão a trabalhar a tempo inteiro.

“A Dinamarca é um paraíso para se viver. Entre emigrar para o interior de Portugal e emigrar para outro país europeu, onde os salários são o dobro ou o triplo, os médicos preferem sair”, comenta o bastonário da Ordem dos Médicos (OM), que nota que o número de utentes dos médicos de família em Portugal é superior, "já são cerca de 1900", e os médicos de família estão ainda “sobrecarregados com programas informáticos”.

Também o salário é, sublinha, muito superior na Dinamarca. Em Portugal, um recém especialista ganha "2750 euros" ilíquidos enquanto na Dinamarca, a crer na tabela publicada em 2015 pela Associação Europeia de Médicos Hospitalares, o mínimo que um médico pode receber por mês são cerca de 8 mil euros.

Mas, para José Manuel Silva, este é apenas mais um exemplo que justifica a debandada a que se tem vindo a assistir nos últimos anos. A saída de médicos para ir trabalhar noutros países disparou, calculando o bastonário, que, desde o início da crise, emigraram já cerca de “mil” profissionais. Em 2014, de acordo com os dados divulgados no ano passado pela OM, 387 especialistas terão mostrado intenção de deixar o país, o que não significa, porém, que todos tenham emigrado de facto.

O certo é que, no conjunto dos médicos mais jovens, a motivação para emigrar é enorme: 65% dos que frequentam o internato da especialidade admitem trabalhar fora de Portugal depois de concluírem a formação, de acordo com um estudo efetuado através de inquéritos a 15% dos internos e que foi divulgado no ano passado.

A crescente procura de profissionais portugueses acontece num momento em que ainda é muito elevado o défice de médicos de família em Portugal. “Faltam-nos cerca de 600 médicos de família”, estima José Manuel Silva, que avisa, porém, que dentro de pouco tempo a situação se irá alterar radicalmente: “Há cerca de dois mil médicos a tirar esta especialidade, enquanto são cerca de 400 os que se reformam por ano". Pelas suas contas, "um terço daqueles que estão agora a começar a tirar o curso de Medicina ou vão para o desemprego ou para a emigração”.

Especialista alerta
Metade das crianças e jovens adultos (entre 12 e os 35 anos) ouvem música e sons em níveis demasiado altos, correndo sérios...

As autoridades de saúde reconhecem que este é um problema de saúde pública. Uma delas é a Organização Mundial da Saúde (OMS), escreve o Diário de Notícias, que tem estado a trabalhar com o setor das empresas de telecomunicações para tentar desenvolver standards para estes equipamentos, nomeadamente definindo níveis máximos de volume que não impliquem riscos.

Segundo dados que revelou internacionalmente, haverá mil milhões de jovens com risco de perdas auditivas devido a práticas lesivas ligadas a aparelhos áudio, como os leitores de MP3, telefones, entre outros. Mas não existem dados alusivos à realidade nacional.

Se metade dos jovens de países com médios e elevados rendimentos estão em risco de ter perdas auditivas na sequência de práticas inseguras, há também 40% expostos a níveis demasiado altos de som seja em discotecas, bares ou eventos desportivos.

Margarida Santos dá um exemplo geralmente esquecido. "É o caso dos ginásios, especialmente nas aulas de grupo em que o ruído e a música são muito altos, provavelmente para estimular mais o treino. Este ruído é muito lesivo, especialmente a longo prazo".

Mais frequentes são os associados a idas a discotecas e concertos, "em que os jovens estão encostados às colunas, a ouvi música muito alta. Quando saem de lá vêm com os ouvidos afetados, quase como se estivessem adormecidos".

Células do ouvido interno degeneram

Mas afinal, como se degrada a audição? A diretora de serviço do Hospital de São João fala num envelhecimento precoce. "O ruído conduz à destruição da cóclea, destroi as células que vão sofrendo uma degeneração. A audição já vai sendo afetada com o aumento da idade, fatores de risco e outras doenças. Com traumas acústicos, a situação fica ainda pior."

Atualmente, a médica continua a deparar-se mais com problemas auditivos associados a doenças profissionais, mas já começam a chegar casos de pessoas afetadas por outras circunstâncias. "Os efeitos podem demorar anos a revelar-se, mas já temos casos de pessoas com 30 ou 40 anos a ouvir como se tivessem 60 ou 70. Mas tudo isto é variável, dependendo da intensidade e da existência ou não de uma exposição prolongada a ruídos".

No caso das doenças profissionais, hoje há uma menor exposição. "A legislação que existe já é protetora, obriga ao uso de protetores auriculares, há mais formação nesta área, embora não saibamos se tudo é cumprido ou há fiscalização".

Células do ouvido interno degeneram
A prevenção é, sem dúvida, a melhor solução. "O que conselho que dou é que as pessoas saibam preservar e não expor os ouvidos a ruídos intensos e muito prolongados", reconhecendo ainda que o ouvido se habitua a estas exposições.

O "mosquito do bem"
Uma empresa britânica, especializada em biologia sintética, criou um mosquito capaz de matar o ‘Aedes aegypti’, o mosquito...

Um estudo recente mostrou que o vírus atravessa a placenta durante a gravidez. Um descoberta importante, mas que ainda não traz certezas à suspeita dos especialistas: que o vírus está relacionado com o aumento de casos de microcefalia.

O Aedes aegypti é também o mosquito transmissor do dengue, da febre amarela e do chikungunya, escreve o Diário de Notícias. Há muito que o Brasil enfrenta graves problemas com o dengue por causa da picada deste mosquito. Agora o alerta disparou por causa do vírus Zika, para o qual não há tratamento. A melhor arma parece ser o "mosquito do bem", como é apelidado no Brasil. A espécie é a mesma, mas alterada geneticamente pela empresa Oxitec com um gene que produz uma proteína em grandes quantidades que faz com que as larvas morram antes de chegar à idade de se transformarem em mosquitos. A solução não passa pelo fim do vírus, mas sim pelo fim do transmissor.

O "mosquito do bem" - para a empresa é o Aedes aegypti OX513A - já está a ser testado no Brasil, numa parceria entre a Oxitec e o governo da cidade de Piracicaba, um município brasileiro do interior do estado de São Paulo, que esteve entre os mais afetados pela epidemia de dengue no verão de 2014/2015. Na experiência, que arrancou em abril do ano passado, foram libertados 800 mil mosquitos machos modificados geneticamente, que carregam a proteína que faz as larvas morrer e que não picam as pessoas. A população de Aedes aegypti diminuiu 82%, refere a Agência Brasil.

Em comunicado, a empresa diz que os "projetos realizados no Brasil, no Panamá e nas Ilhas Cayman mostraram uma diminuição na população de Aedes aegypti acima dos 92%, incluindo uma redução de 99% no bairro de Mandacaru, na cidade de Juazeiro (Bahia, Brasil)". A empresa, que tem um laboratório de produção de "mosquitos do bem" no interior do Estado de S. Paulo, anunciou que está disponível para aumentar a produção para outras regiões que o queiram usar para acabar com a população de mosquitos e assim reduzir o risco de transmissão do vírus Zika, dengue, febre amarela e chikungunya.

"Nos próximos anos faremos um investimento da ordem dos milhões de reais no novo laboratório de "Aedes aegypti do bem", que tem capacidade prevista para proteger mais de 300 mil pessoas", disse o diretor da Oxitec do Brasil, Glen Slade.

Em agosto e setembro o Rio de Janeiro recebe os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos, respetivamente, o que traz preocupações acrescidas às autoridades de saúde. Caso a epidemia cresça, não só no Continente Americano como no Pacífico Sul, o risco de importação de casos aumenta. Portugal teve, até ao momento quatro diagnósticos positivos de pessoas que vieram do Brasil.

Vírus na placenta
A questão mais preocupante associada ao vírus Zika é a suspeita de pode estar associado a um aumento de casos de microcefalia (desenvolvimento incompleto do cérebro) em fetos e recém-nascidos de mães que foram possivelmente expostas ao vírus Zika nos dois primeiros trimestres da gravidez e de síndrome de Guillain-Barré (doença autoimune em que o sistema imunológico do corpo ataca parte do próprio sistema nervoso). O último balanço divulgado no dia 12 de janeiro pelo Ministério da Saúde do Brasil revelou 3530 casos suspeitos de microcefalia. O boletim também confirmou a morte de dois recém-nascidos e dois abortos no Rio Grande do Norte.

Na quarta-feira um estudo realizado por cientistas brasileiros do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz, e da Pontifícia Universidade Católica Paraná confirmou que o vírus Zika consegue ultrapassar a placenta durante a gestação. O estudo é revelador porque detetou o Zika na placenta de grávidas infetadas, após a análise da amostra de uma gestante da região Nordeste, cujo feto deixou de se desenvolver dentro do útero no primeiro trimestre de gravidez. "A paciente relatou sintomas clínicos que indicavam infeção pelo vírus Zika no início da gravidez e sofreu o aborto na oitava semana", explicou Cláudia Nunes Duarte dos Santos, virologista da Fiocruz.

A investigadora disse que embora ainda não seja possível relacionar esta descoberta com os casos de microcefalia e outras alterações congénitas, o resultado confirma de modo inequívoco a transmissão intrauterina do vírus.

Deco
Mais de metade das 350 pessoas que recorreram ao simulador online da associação Deco esperaram demais para serem atendidas nas...

Lançado há seis meses para permitir aos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) perceberem se esperaram demasiado nas urgências dos hospitais, este simulador foi usado por cerca de 350 utilizadores.

Das situações analisadas nesta ferramenta online, em 66% dos casos os utentes dirigiram-se à urgência por considerarem a sua situação grave, mais de 8% porque foram reencaminhados pela linha Saúde 24, quase 7% foram ao hospital por não conseguirem consulta com o médico de família e os restantes por não conseguirem consulta no centro de saúde ou porque este se encontrava fechado.

A pulseira verde foi a atribuída em 24% das situações simuladas na ferramenta da Deco, a pulseira amarela a 46%, enquanto quase 15% receberam pulseira laranja ou vermelha. As outras situações corresponderam a pulseira azul ou a desconhecimento dos utentes da cor atribuída na triagem.

Em 56% dos casos (185), a espera foi superior ao recomendado pela triagem de Manchester, com o maior tempo de espera registado a ser de 740 minutos (12 horas). Contudo, a média de espera foi de 150 minutos.

Nas situações em que o tempo de espera foi ultrapassado, a maioria dos utentes encontrava-se com pulseira amarela (48%) ou com pulseira verde (25%).

Os dados inseridos neste simulador da Deco são anónimos e enviados às autoridades quando se detetam casos fora do normal, numa forma de tentar pressionar as autoridades a melhorarem o serviço.

Baseado em critérios acordados a nível internacional, a triagem de Manchester permite avaliar o risco clínico do utente e atribuir um grau de prioridade, através da cor de uma pulseira, que pode ir do vermelho (situações de emergência, cujo atendimento tem de ser imediato) ao azul (identifica as situações não urgentes, cuja espera se admite até quatro horas).

Nos casos de pulseira amarela o primeiro atendimento não deve demorar mais de 60 minutos, e no caso da pulseira verde a recomendação é que não vá além de 120 minutos (duas horas).

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