Escola de Coimbra flexibiliza frequência de cursos
Formações nas áreas de “Gestão de Unidades de Cuidados” e de “Supervisão Clínica” começam, em março, na Escola Superior de...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) introduziu alterações no plano curricular e no funcionamento dos mestrados em Enfermagem - ramos de “Gestão de Unidades de Cuidados” e de “Supervisão Clínica”, permitindo que os estudantes optem por várias hipóteses de frequência destas áreas de estudo, em função da disponibilidade de tempo e, até mesmo, das circunstâncias pecuniárias.

A partir de agora, os candidatos a estes cursos, cujo início está programado para março de 2016, vão frequentar novas cadeiras (com a possibilidade de algumas funcionarem online), vão ter mais opções e mais tempo de estágio.

Do formato anterior manteve-se a ocupação de apenas um dia por semana em horas presenciais: as sessões letivas são à sexta-feira, das 9h00 às 20h00.

“Flexibilizou-se o percurso, permitindo que os estudantes, ao seu ritmo, possam frequentar apenas uma, ou algumas unidades curriculares, reservando outras para o ano seguinte. Estas podem ser objeto de certificação, como curso breve, sendo sempre capitalizáveis para efeito de frequência da parte curricular do mestrado, a qual, juntando a dissertação, permite a atribuição do grau académico de mestre. O estudante poderá até não efetuar a dissertação ou trabalho final do curso, optando por um curso de pós-graduação especializada em ‘Gestão de Unidades de Cuidados’ ou em ‘Supervisão Clínica’”, explica o professor Paulo Joaquim Pina Queirós, coordenador destes mestrados.

Adotar como estratégia uma abordagem de investigação, desempenhar um papel ativo na implementação dos processos de mudança, coordenar atividades e cuidados de saúde, supervisionar e treinar os pares, gerir recursos e conhecimentos e utilizar os sistemas de informação em saúde são atitudes e competências esperadas dos futuros mestres em Enfermagem, nas áreas de “Gestão de Unidades de Cuidados” e de "Supervisão Clínica".

Para estes mestrados em Enfermagem, que têm a duração de três semestres, foram reservadas 60 vagas, 30 por área de especialização. O período de candidaturas decorre até ao dia 29 de janeiro de 2016.

Os termos e requisitos de candidatura podem ser conhecidos através da leitura dos editais que constam na página Web da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, em www.esenfc.pt.

Para eventuais esclarecimentos, podem também os interessados contactar a Área Académica da ESEnfC (números de telefone 239 487 200 e 239 802 850, ou e-mail [email protected]).

“FalarSobreCancro.org”
O IPO-Porto e investigadores do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, da Universidade do Minho e do INESC TEC anunciaram a...

O novo portal “FalarSobreCancro.org” tem vindo a ser apresentado a todos os doentes do Instituto Português de Oncologia do Porto - principal parceiro do projeto - e conta, de momento, com cerca de 400 membros registados que partilham conteúdos informativos através de artigos e comentários.

De acordo com Rui Oliveira, administrador do INESC TEC e docente da Universidade do Minho que, com Nuno Martins, docente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), é responsável pelo desenvolvimento do projeto, esta plataforma web é pública, livre e gratuita e pretende ser “um meio privilegiado de interação da comunidade oncológica”, nomeadamente doentes, familiares, amigos, profissionais de saúde, investigadores e voluntários.

A rede FalarSobreCancro.org apresenta ainda o “Boletim Clínico” gerido apenas pelo IPO-Porto e que integra conteúdos clínicos e científicos que só podem ser publicados por profissionais de saúde devidamente habilitados e cujo objetivo é exclusivamente informativo e educativo.

Para aceder à rede basta fazer um registo. O utilizador pode, depois de registado, verificar todos os membros que fazem parte da comunidade, aceder à atividade de cada utilizador, interagir em grupos temáticos (medicinas alternativas, cancro da mama, entre outros) e ainda escolher quem pretendem ou não seguir.

“O cancro é a segunda maior causa de morte em Portugal e aquilo que assistimos, cada vez mais, é a um aproveitamento enorme da dor e do desespero do paciente por parte de terceiros, potenciado pela quantidade de ‘desinformação’ que a Internet muitas vezes nos fornece”, disse Rui Oliveira.

Com o “FalarSobreCancro.org”, “o que queremos é, por um lado, criar uma rede de contacto entre pessoas que enfrentam a mesma luta e dar acesso aos pacientes a profissionais de saúde que dissipem algumas dúvidas e esclareçam a veracidade de algumas matérias”, explicou o investigador.

O projeto nasceu no âmbito da tese de doutoramento de Nuno Martins que estudou o trabalho de comunicação de cidadãos e instituições na luta contra o cancro.

O trabalho atingiu uma nova fase de investigação com o “FalarSobreCancro.org”, que passou a estar centrado no estudo de uma solução prática que ajude a comunidade oncológica na luta contra a doença.

O principal parceiro do projeto é o IPO-Porto que, com os seus clínicos e doentes, está a desenvolver um trabalho cooperativo e contínuo de estudo, teste e avaliação de soluções para esta plataforma ‘web’ que apoiem os cidadãos que se relacionam de forma direta ou indireta com o cancro.

“Nesta rede social, através do Boletim Clínico, prestamos informações científicas numa linguagem acessível a todos. Estabelecemos assim mais um canal de comunicação com a comunidade oncológica, acompanhando a evolução da comunicação digital”, explicou o presidente do IPO/Porto, Laranja Pontes.

Com este projeto, “reforçamos a nossa prática de disponibilidade e transparência junto do nosso público e contribuímos para uma população cada vez mais esclarecida", acrescentou.

Assunção Tavares, psiquiatra do Serviço de Psico-oncologia do IPO-Porto, manifestou-se surpreendida com a adesão da comunidade: “Estamos agradavelmente surpreendidos com a adesão e interação da comunidade oncológica nesta primeira fase da plataforma que não para de crescer e que está exigir cada vez maior participação dos nossos profissionais, no âmbito do Boletim Clínico”.

Os conteúdos da responsabilidade do IPO-Porto na plataforma restringem-se aqueles que são produzidos para o Boletim Clínico e assinados pelos profissionais da instituição, prestando assim um serviço de informação à população. Não é função desta Instituição monitorizar ou mediar as publicações dos utilizadores da plataforma.

Apresentado dia 1 de fevereiro
O ministro da Saúde anunciou que vai ser apresentado, no dia 1 de fevereiro, o novo Portal da Saúde onde promete publicar &quot...

Adalberto Campos Fernandes deixou a garantia de que nada ficará escondido. "Não esconderemos défices, maus resultados, nem portugueses sem médicos de família", frisou o ministro da Saúde, considerando que este portal é um "dever de cidadania" que vai expor o Ministério da Saúde e os agentes do meio.

O ministro adiantou que no novo portal, será possível, por exemplo, saber "quantos transplantes foram feitos, ou quantos casos de cirurgia a aneurismas rotos foram feitos no Hospital de São José".

O titular da Saúde prometeu ainda prestar contas de "três em três meses", sobre a obra feita e "aquilo que não foi possível concretizar".

Investigadores revelam
A alimentação do bebé de 11 meses que foi diagnosticado com escorbuto consistia exclusivamente numa bebida que continha leite...

Segundo os investigadores, que divulgaram o caso na revista científica Pediatrics, a dieta à base de bebidas de origem vegetal é a causa da doença rara que ficou conhecida por afetar marinheiros no séc. XVIII. A criança, segundo o Diário de Notícias, apresentava problemas de crescimento e fraturas nas pernas e costas, por falta de vitamina C.

Isidro Vitoria, autor do estudo, contou que durante os primeiros dois meses de vida a criança foi alimentada com leite em pó mas, segundo o The Guardian, como desenvolveu uma irritação na pele, o médico aconselhou os pais a substituírem o leite em pó por uma bebida que misturava leite e farinha de amêndoa, sésamo em pó, malte de arroz, painço e outros probióticos.

"Quando bebidas à base de plantas são a dieta exclusiva no primeiro ano de vida e não usadas como um suplemento ao leite em pó ou materno podem surgir problemas nutricionais graves", explica o autor do estudo.

Aos seis meses a mãe tentou dar à criança verduras e frutas mas ela não os comia, segundo The Washington Post. Com o tempo, a mãe notou que o bebé mostrava cada vez menos interesse em comunicar com os outros e estava mais cansado e irritadiço.

O bebé estava também mais instável quando se sentava e chorava cada vez que alguém lhe tocava nas pernas. A dor nas pernas é um dos sintomas da doença rara que afeta, nos dias de hoje, 10 a 14% da população norte-americana. A maioria dos novos casos é detetada em sem abrigos devido à sua alimentação deficitária, segundo dados oficiais.

Exames revelaram que a criança tinha níveis baixos de vitamina C e uma perda generalizada de massa óssea, que originou fraturas nas pernas e nas costas. A vitamina C é essencial para o crescimento pois ajuda a produzir colagénio, um elemento presente nos ossos, tendões e pele.

O bebé iniciou um tratamento em que recebe suplementos de vitamina C e D e a sua dieta inclui agora fruta, carne e leite em pó. A mistura à base de amêndoas foi completamente excluída da alimentação.

Os especialistas aconselham a que no primeiro ano de vida os bebés consumam entre 50 e 60 miligramas de vitamina C por dia. Alertam para o facto de 240 mililitros de leito materno terem 11 miligramas de vitamina C, e de o leite em pó ter 10 a 30 miligramas de vitamina C por cada 100 calorias.

A vitamina C é encontrada em maiores quantidades em alimentos como as frutas cítricas, laranja e limão, couves, pimentos, tomates, batatas, mangas, morangos, kiwi, ervilhas e brócolos.

O estudo alerta, no entanto, que não se deve atribuir a culpa do diagnóstico completamente ao leite de amêndoa, já que nem todos os que o bebem acabam por ter escorbuto. O segredo, segundo os especialistas, é não limitar demasiado a dieta e compensar pelos nutrientes em falta com outros alimentos.

Para substituir o leite materno não se devem utilizar apenas bebidas de origem vegetal, continuam os especialistas, mas sim tentar introduzir frutas, leite em pó ou leite materno para manter os níveis recomendados de vitamina C.

Nova legislação
Informação será publicada tendo em conta as prioridades da triagem. Alguns hospitais já divulgam estes tempos de espera na...

Os tempos de espera em todos os serviços de urgências vão ser tornados públicos até ao dia 1 de março. A indicação e os prazos vêm definidos num despacho publicado pelo gabinete do ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes.

A nova legislação determina que "a 1 de fevereiro na maioria dos estabelecimentos hospitalares, e a 1 março de 2016, nos restantes, estejam criadas condições que permitam" garantir a disponibilização pública dos tempos de espera de cada um dos serviços de urgência, escreve o Diário de Notícias.

Essa informação, que vai ser definida por critérios de gravidade da triagem, deverá estar visível seja num site de internet do Ministério da Saúde, seja na Aplicação Tempos Médios em Saúde, disponível para plataformas como telemóvel ou computador. Ao mesmo tempo, os sítios de internet de cada hospital devem divulgar esta informação.

Atualmente já há vários hospitais a divulgar esta informação aos utentes (http://tempos.min-saude.pt/). Um bom exemplo é o dos hospitais da Administração Regional de Saúde do Alentejo, que publica três vezes por dia os tempos de espera em cada hospital e por cor da pulseira.

Caberá à Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e à SPMS - Serviços Partilhados do Ministério da Saúde assegurar o que for necessário para que as unidades cumpram estas instruções. O objetivo é garantir "o direito do utente à informação", lê-se no preâmbulo do despacho.

O novo despacho fixa ainda que a ACSS deverá garantir que até ao final do ano haja informação completa, atualizada e pública sobre o cumprimento de tempos de espera nos hospitais do SNS, segundo os critérios da triagem, de menor e maior gravidade. E os cidadãos deverão aceder aos mesmos dados que são divulgados centralizadamente.

Desde 2014 que estão definidos por lei os direitos e deveres dos utentes, tendo os os tempos máximos de resposta para consultas nos centros de saúde e hospitais mas também para cirurgias e alguns meios complementares de diagnóstico e terapêutica sido previstos em portaria publicada em 2015.

As unidades estão obrigadas por lei a afixar em locais de fácil acesso os tempos de espera atualizados para estas prestações.

Falta de profissionais
O ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes está a estudar novas formas de fixar médicos no interior e no Algarve, onde...

"Estamos a estudar a possibilidade de progressões mais rápidas. Porque não um cardiologista ser chefe de serviço mais cedo porque trabalha no Algarve e não em Lisboa? Estamos a trabalhar com as ordens profissionais e os sindicatos. As carreiras levam à fixação de médicos no domínio público. Não é só o dinheiro que interessa aos profissionais mas também o progresso e a expectativa de valorização".

A medida, segundo o Diário de Notícias, já está a ser estudada e o objetivo é aplicá-la já este ano se possível. A lista final de hospitais onde estes incentivos poderão ser aplicados não está fechada, mas as dificuldades de alguns locais são conhecidas. O ministro deu os exemplos da Guarda, Castelo Branco e Trás-os-Montes.

Além destes incentivos, o ministro referiu ainda que é preciso garantir que médicos com 55 anos voltem a fazer urgências e noites. "As urgências passaram a ser um interposto comercial onde o preço é o mais importante. O problema é a segurança clínica, a capacidade de passar doentes em segurança. Tudo faremos para disciplinar o trabalho médico através de empresas e para que os médicos mais experientes não peçam escusa. Não perceber isto é não perceber as urgências."

Para isso conta com o impacto da reposição salarial e a nova forma de reorganização das urgências.

Estudo
Uma pesquisa feita em ratos mostra que elevadas doses de cocaína podem fazer com que as células do cérebro entrem num processo...

A conclusão foi publicada na revista PNAS, da Academia Nacional de Ciências dos EUA, e divulgada no site Medical News Today, escreve o Diário Digital.

A autofagia é um processo natural das células destinada a eliminar resíduos, ou colocar o lixo para fora, digamos assim. Quando esse mecanismo fica hiperativo, porém, as células passam a digerir componentes essenciais, como as mitocôndrias, que produzem energia para a célula.

Essa espécie de suicídio celular foi identificada em ratos que receberam altas doses de cocaína, na experiência realizada por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins. Até as crias das cobaias que estavam grávidas apresentaram sinais de autofagia.

Os autores também testaram um possível antídoto para esse efeito, uma droga experimental chamada CGP3466B, que já foi estudada em pessoas com Parkinson, sem sucesso.

A equipa espera que as descobertas possam levar a um tratamento capaz de reverter os efeitos devastadores da cocaína para o cérebro.

Estudo
Segundo um estudo recente, 70% dos portugueses (7 em cada 10 pessoas) com menos de 30 anos têm falta de vitamina D e, entre os...

“A insuficiência de vitamina D está associada a um conjunto alargado de patologias, desde a artrite reumatoide, à diabetes tipo 2 e, até, à esclerose múltipla. Infelizmente, continuam a persistir um conjunto de crenças entre a população que fazem com que este problema se tenha vindo a agravar”, explica Vítor Hugo Teixeira, professor de Nutrição na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

A esmagadora maioria das pessoas com carência de vitamina D não apresenta sintomas, no entanto, têm uma condição de risco para desenvolver um conjunto de problemas a longo prazo: osteoporose, artrite, diabetes, esclerose múltipla, entre outras patologias. O défice de vitamina D manifesta-se de forma silenciosa e, por isso, ainda desconhecido pela maioria da população, escreve o Diário Digital.

Além da falta de conhecimento dos efeitos nocivos que a carência da vitamina D tem na nossa saúde, existem também pressupostos errados sobre a melhor forma de repor os índices do nutriente no nosso organismo. A exposição ao sol é, claramente, uma das formas de obter vitamina D. Outra alternativa, mais prática, são os suplementos.

As necessidades diárias de vitamina D variam de pessoa para pessoa, tendo em conta fatores como a idade, peso, capacidade de absorção e quantidade de exposição solar. É possível medir os níveis de vitamina D no sangue e a monitorização ocasional destes níveis irá determinar qual a dose mais correta para cada pessoa. No entanto, é seguro fazer a suplementação dentro dos limites, mesmo sem saber qual o nível de vitamina D no sangue. Consulte o seu médico ou farmacêutico para conhecer as soluções mais recentes para o problema do défice de vitamina D.

Estudo
Em meados deste século, os elevados níveis de dióxido de carbono na água do oceano podem deixar os peixes "intoxicados...

Os oceanos absorvem cerca de um terço do dióxido de carbono (CO2) libertado pela queima de carvão, petróleo e gás, pelo que a sua composição química tem mudado ao longo do tempo, tornando-se mais ácida.

Também ontem um outro estudo alertou que todos os anos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar ao fundo dos oceanos e a tendência é de aumento, escreve o Sapo.

Cientistas da Universidade de New South Wales, na Austrália, calcularam que o aumento das concentrações de CO2 pode causar um fenómeno conhecido por hipercapnia (excesso de CO2 no sangue) nos peixes já em 2050.

Dióxido de carbono afeta os cérebros dos peixes
Segundo Ben McNeil, principal autor do estudo, com isso, "os peixes ficam perdidos no mar", pois "o dióxido de carbono afeta os seus cérebros e eles perdem o sentido de direção e a capacidade de encontrar o caminho de casa, nem mesmo sabendo onde estão os predadores".

McNeil e o seu colega na investigação, Tristan Sasse, fizeram projeções relativamente ao CO2 para o pior cenário, ou seja, para o caso de os seres humanos nada fazerem para reduzir as emissões.

"Mostramos que, se o dióxido de carbono na atmosfera continuar a aumentar, peixes e outras criaturas marinhas que vivem em pontos de concentração de CO2 nos oceanos Antártico, Pacífico e Atlântico Norte vão enfrentar episódios de hipercapnia em meados deste século - muito mais cedo do que o previsto e com efeitos mais nocivos do que se pensava", disse McNeil.

Para a dupla de cientistas, se a previsão se confirmar, a situação terá impactos profundos na pesca comercial e de subsistência.

No último mês, foi assinado em Paris um pacto sobre o clima para limitar o aquecimento global médio a 2ºCelsius, mediante a redução da emissão de gases com efeito de estufa, entre os quais o CO2.

Investigadores desenvolvem
Há décadas que os cirurgiões recorrem a instrumentos de monitorização da pressão do cérebro durante as intervenções. Uma...

Rory Murphy, neurocirurgião residente da Escola de Medicina da Universidade de Washington, nos EUA, desenvolveu um implante que monitoriza o cérebro durante uma intervenção cirúrgica. O especialista, segundo o Sapo, colaborou com John Rogers, professor de ciência dos materiais da Universidade do Illinois para desenvolver um dispositivo implantável que não exigisse a sua remoção depois da cirurgia. A solução está num micro implante que se dissolve no interior do organismo de forma segura.

Com a sua equipa de investigadores, Rory Murphy e John Rogers iniciaram o processo avaliando os materiais de alta performance usados em muitos produtos biomédicos já disponíveis no mercado. Combinando ácido lático-co-ácido glicólico, um material biodegradável que integra muitos dos dispositivos médicos aprovados pela Food and Drug Administration, o regulador de saúde norte-americano, com silicone, desenvolveram um protótipo que consegue transmitir remotamente dados, através de tecnologia wireless, para um sistema externo.

Ao fim de alguns dias, depois de um banho com uma solução salina, o dispositivo dissolve-se. Já testado em ratos em laboratório, o micro implante passou no exame, sendo posteriormente absorvido pelos organismos dos animais. Em casos de acidentes que atingem o cérebro, avaliar e medir a pressão cerebral no interior do órgão é uma das maiores dificuldades que os médicos enfrentam.

Testes em seres humanos já estão a ser preparados
De acordo com o National Institute of Health, organismo que monitoriza as atividades médicas nos EUA, quase metade dos pacientes que apresentam ferimentos graves no cérebro têm de ser operados para remover ou reparar contusões no cérebro ou hematomas causados por vasos sanguíneos que se romperam.

Muitos dos aparelhos de monitorização eletrónica atualmente usados têm, no entanto, sido considerados “potencialmente perigosos”, como referem alguns especialistas. Em causa estão infeções causadas pela formação de bactérias nas ligações dos implantes eletrónicos. A cirurgia de remoção necessária nos dias que correm também traz, muitas vezes, complicações adicionais para o doente.

Uma situação que a dupla de investigadores, que já está a preparar a realização dos primeiros testes em seres humanos, pretende minimizar ao máximo num futuro próximo. A ideia é implantar o novo sensor em múltiplas localizações cerebrais. Depois de validado, o dispositivo também poderá ser instalado em outros órgãos durante períodos críticos.

“Os dispositivos [em que estamos a trabalhar] podem ser adaptados à circulação, ao movimento, ao pH ou às características [do indivíduo] em formatos que são compatíveis com o abdómen ou as extremidades do corpo, tal como com o cérebro”, escreveram mesmo os especialistas num artigo publicado nas últimas semanas no jornal Nature. “Estes sensores podem dar resposta a muitas das necessidades da medicina clínica”, acreditam ainda os cientistas.

Estudo
A fisioterapia e a terapia ocupacional não oferecem melhorias para a qualidade de vida dos pacientes que sofrem de quadros...

A descoberta, divulgada na publicação especializada Journal of the American Medical Association (JAMA) Neurology, sugere que os atuais padrões de terapia para pacientes nas primeiras fases da doença podem ser uma perda de tempo e dinheiro.

A Doença de Parkinson ataca o sistema nervoso central e afeta cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo, incluindo 4% das pessoas com mais de 80 anos, escreve o Sapo. O estudo em causa analisou 762 pacientes com quadros leves a moderados desta patologia neuro-degenerativa, de 38 cidades britânicas.

Todos os pacientes apresentavam dificuldades a realizar atividades diárias como abotoar camisas ou escovar os dentes.

Durante três meses, metade dos doentes recebeu orientações para fazer fisioterapia e a outra metade para fazer sessões de terapia ocupacional. A terapia física tende a concentrar-se no diagnóstico e tratamento de lesões, enquanto a terapia ocupacional tem como objetivo ajudar os pacientes a melhorar as habilidades na vida diária.

No final do período de análise, os investigadores da Universidade de Birmingham descobriram que não houve diferença entre os grupos, nem sobre a sua capacidade de realizar tarefas diárias. Além disso, não houve "benefícios clínicos significativos, a curto ou médio prazo" depois das duas terapias, informaram os investigadores.

De acordo com os investigadores, deve-se explorar "o desenvolvimento e o estudo de programas de fisioterapia intensiva e estruturada em pacientes de todos os estágios da doença".

Estudo
Um novo estudo garante que todos os anos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar ao fundo dos oceanos e a tendência é de...

Se a tendência não for invertida, em 2050, a quantidade de plástico nos oceanos deverá superar a de peixe, alerta um estudo divulgado pela Fundação Ellen MacArthur, em parceira com a consultoria McKinsey.

Estima-se que, atualmente, mais de 150 milhões de toneladas de plástico estejam a poluir os oceanos. De acordo com o estudo, em 2014, a proporção de toneladas de lixo para peixe era de um para cinco. Caso não se altere a tendência, em 2025, será de um para três, escreve o Sapo.

Pelo menos 8 milhões de toneladas de plástico vão parar todos os anos aos oceanos, o mesmo que um camião de lixo por minuto, lê-se no relatório.

O estudo refere que a economia perde 95% das embalagens de plástico após a primeira utilização, num valor estimado de 80 a 120 mil milhões de dólares.

Para reverter o cenário, o estudo, propõe a criação de um novo sistema para reduzir o desperdício de plástico na natureza e um novo órgão independente que regule o setor.

O estudo refere que uma mudança exige a cooperação mundial entre empresas de bens de consumo, produtores de embalagens, empresas responsáveis pela recolhe de lixo, cidades, políticos e outras organizações.

Oncologista diz
O médico oncologista francês David Khayat passou mais de 30 anos a estudar casos de cancro e da sua investigação resultou o...

O médico sugere, por exemplo, que se evitem peixes ricos em ómega 3 como o salmão, o atum vermelho, o halibute e o peixe-espada, devido às suas "concentrações de metais pesados como arsénio, chumbo, mercúrio e cádmio que são incrivelmente altas", escreve o Sapo.

Na obra "A Dieta Anti Cancro", lançada em 2012 e reeditada no ano passado, o clínico coloca o salmão na lista dos peixes possivelmente cancerígenos.

A ideia do médico francês ganhou força em 2013 quando um estudo norte-americano relacionou alimentos ricos em ácidos gordos ómega 3 com o aumento do risco de cancro na próstata.

David Khayat alerta ainda para a importância dos cuidados na preparação dos alimentos, alimentação equilibrada e variada e exercício físico regular na prevenção do cancro.

Nos EUA
Um juiz norte-americano acusou cinco pessoas de tentarem roubar segredos comerciais do grupo farmacêutico britânico...

Dois dos cinco acusados trabalhavam para o centro de pesquisas da GlaxoSmithKline (GSK) em Upper Merion, na Pennsylvânia.

A acusação refere que os cinco suspeitos tentaram roubar segredos da empresa em biofármacos, sobretudo em produtos para tratar o cancro e outras doenças graves.

Três dos suspeitos, identificados como Yu Xue, Tao Li e Yan Mei, criaram uma empresa na China chamada Renopharma, numa tentativa para venderem a informação roubada, segundo a acusação.

Caso sejam considerados culpados, os cinco enfrentam penas de prisão e multas e terão de pagar uma indemnização à empresa.

A investigação foi conduzida pelo FBI.

Em 2015
O Centro Hospitalar de São João do Porto anunciou ter realizado mais 2,3% de consultas e 2,1% de cirurgias em 2015, tendo...

“Em termos económico-financeiros, o EBITDA (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) ascendeu a 12 milhões de euros e resultado líquido a 3,4 milhões de euros”, refere a administração do Centro Hospitalar de São João (CHSJ).

De acordo com os dados a que a Lusa teve acesso, as consultas médicas ascenderam a 737.871, registando um acréscimo de 2,3% (2,4% nas primeiras consultas), o que se traduziu numa melhoria de 0,3% na acessibilidade à consulta e o número de doentes saídos do internamento fixou-se em 45.195 correspondendo a um acréscimo de 1,1%.

O total de cirurgias ascendeu a 44.126 correspondendo a um aumento de 2,1%. A cirurgia programada convencional aumentou 3,5%, a cirurgia de ambulatório aumentou 1,28% e a cirurgia urgente aumentou 3,7%. A taxa de cirurgias em ambulatório foi de 55% no total das cirurgias programadas. O número de episódios na urgência polivalente de adultos aumentou 1,5%, na urgência de obstetrícia/ginecologia 3,9%, enquanto na urgência pediátrica diminuiu 8,7%.

A taxa de execução orçamental, “que exprime o rigor orçamental seguido pelo CHSJ", foi de 101,5% para os proveitos e de 98,8% para os custos.

“Relativamente aos objetivos gerais contratualizados com a tutela, a taxa de execução do Contrato-Programa, que já inclui o valor dos incentivos institucionais, foi de 99,1%”, salienta o centro hospitalar.

Acrescenta que, “embora abaixo dos valores médios de mais de 10 milhões de euros até 2011, o valor do investimento em 2015 aumentou 70% face a 2014, cifrando-se em 7,2 milhões de euros, distribuído em partes iguais por obras e equipamentos”.

Refere que “à semelhança dos anos anteriores, foram totalmente financiados por recursos próprios gerados na instituição (não dependeram de aumentos de capital social ou de outro tipo de financiamento)”.

Em comunicado, o CHSJ refere ainda “a inexistência de quaisquer pagamentos em atraso", tendo disposto de um Contrato-Programa de valor idêntico ao de 2014.

“Estes resultados refletem uma tendência crescente da produtividade e da eficiência, numa sequência de 10 anos, confirmando a sustentabilidade operacional do CHSJ, ancorada em repetidos exercícios económicos equilibrados, e que são fruto da estratégia que tem vindo a ser seguida”, acrescenta.

Estudo
Um novo método que permite descobrir se uma infeção respiratória é causada por um vírus ou por uma bactéria pode evitar o...

De acordo com a revista Science Translational Medicine, a partir de uma simples análise ao sangue, investigadores do Centro Médico da Duke University, na Carolina do Norte, demonstraram ser possível determinar a origem de uma infeção respiratória.

Com este procedimento, os cientistas norte-americanos puderam identificar com exatidão se uma infeção se deve ao vírus da gripe, ao rinovírus (que causa o resfriado comum) ou a bactérias estreptococos (causadoras das amigdalites, meningites e pneumonias).

O benefício deste avanço científico é evitar a ingestão desnecessária ou excessiva de antibióticos, que não curam infeções virais.

"Cerca de três quartos dos pacientes tomam antibióticos para tratar infeções bacterianas quando, geralmente, têm infeções virais", assinalou o investigador Ephraim L. Tsalik, que liderou o estudo, lembrando que "há riscos no uso excessivo de antibióticos, tanto para o paciente como para a saúde pública".

As infeções respiratórias são das causas mais comuns que levam as pessoas a procurar um médico, pelo que já existia uma grande quantidade de informação acerca das diferentes patologias, mas não havia ainda "uma forma eficiente ou precisa" de as distinguir, acrescentou Ephraim L. Tsalik.

O método foi bem-sucedido em 87% dos casos, numa amostra de 300 pacientes, percentagem elevada o suficiente para que os cientistas considerem que estão "um passo mais próximos de desenvolver uma análise ao sangue rápida que possa ser feita nas clínicas".

Com o sangue retirado aos pacientes, os especialistas em doenças genéticas do Centro Médico da Duke University desenvolveram o que designam por "assinatura genética", padrões que refletem quais os genes ativos, o que indica se o corpo está a lutar contra uma infeção viral ou bacteriana.

Esta técnica é "muito mais precisa do que outros testes que incidem na presença de determinados micróbios", asseguram os pesquisadores, cujo estudo procura alterações em mais de 25.000 genes.

Na atual fase de desenvolvimento do teste, os resultados são obtidos 10 horas após a colheita do sangue, pelo que os investigadores estão agora a trabalhar no sentido de reduzir o tempo de espera para 60 minutos.

Teresa Almeida
A presidente e fundadora da associação SOL, Teresa Almeida, morreu ontem, aos 69 anos, na sua casa em Lisboa, vítima de cancro,...

Pedro Bogarim, amigo de Teresa Almeida e membro da direção da SOL, recorda a presidente e fundadora da instituição como “uma benemérita” que dedicou a vida à “associação pioneira” que criou, a 17 de dezembro de 1993, “quando a discriminação em Portugal em relação à doença era muito forte”.

O trabalho desenvolvido pela SOL junto das crianças passa pela “elaboração e desenvolvimento de projetos de vida para as crianças infetadas e afetadas pelo vírus da sida”, fornecendo acompanhamento psicológico e social, promovendo a integração escolar e ajudando no acompanhamento hospitalar.

A associação acompanha também mães, pais e grávidas infetados pelo vírus HIV/sida, e promove ações de sensibilização e informação à população sobre a doença.

O trabalho desenvolvido pela associação SOL sob a liderança de Teresa Almeida foi distinguido pela UNESCO, no ano 2000, e, no ano seguinte, com o Prémio dos Direitos Humanos da Assembleia da República.

Em 2003 a SOL conquistou enquanto organização não-governamental o estatuto especial consultivo no Conselho Económico e Social das Nações Unidas.

Antes de fundar e se dedicar à associação SOL, Teresa Almeida exerceu a sua atividade profissional na área da psicologia infantil.

Teresa Almeida ficará em câmara ardente na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, no Parque das Nações, em Lisboa, a partir das 18:00 de quinta-feira.

Na sexta-feira há uma missa de corpo presente às 13:30 na mesma igreja e o funeral segue para o cemitério do Alto de São João, em Lisboa.

Estudo
Cientistas brasileiros do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz, e da Pontifícia Universidade Católica Paraná confirmaram que o...

Desde o ano passado, especialistas brasileiros suspeitam que a infeção em mulheres grávidas está a provocar o aumento dos casos de microcefalia registados no país.

O estudo é revelador porque detetou o Zika na placenta de pacientes grávidas infetadas após a análise da amostra de uma gestante da região Nordeste, cujo feto deixou de se desenvolver dentro do útero no primeiro trimestre de gravidez.

"A paciente relatou sintomas clínicos que indicavam infeção pelo vírus Zika no início da gravidez e sofreu o aborto na oitava semana", explicou Cláudia Nunes Duarte dos Santos, virologista da Fiocruz.

A investigadora disse que embora ainda não seja possível relacionar esta descoberta com os casos de microcefalia e outras alterações congénitas, o resultado confirma de modo inequívoco a transmissão intrauterina do vírus.

Além do Brasil, o Zika circula na Colômbia, El Salvador, Guiana Francesa, Guatemala, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Suriname, Venezuela e Porto Rico.

Na semana passada, o Governo norte-americano emitiu um alerta pedindo às mulheres grávidas que adiem viagens ao Brasil e a outros países onde o Zika foi detetado. Os Estados Unidos registaram o primeiro nascimento de um bebé com microcefalia que pode estar relacionado com o vírus.

O último balanço divulgado no dia 12 de janeiro pelo Ministério da Saúde do Brasil revelou 3.530 casos suspeitos de microcefalia no país. O boletim também confirmou a morte de dois recém-nascidos e dois abortos no Rio Grande do Norte.

As notificações de malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 estados brasileiros.

Pernambuco, tem o maior número de suspeitas (1.236), seguido da Paraíba (569), Baía (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

Deco
O teor de sal em produtos alimentares embalados aumentou desde 2005 em 12 categorias de alimentos e reduziu noutras 16...

Foram analisadas pelos técnicos da Deco 30 categorias alimentares de um total de 250 alimentos: em 16 alimentos a concentração de sal baixou, em dois manteve-se e noutros 12 aumentou.

Os resultados recolhidos em 2015 pela Deco foram comparados com os de estudos realizados em 2005 e em 2011.

Entre 2005 e 2015, registaram uma redução no teor do sal produtos como a manteiga, o fiambre, o pão, a margarina ou os cereais de pequeno-almoço de chocolate.

Em contrapartida, os aperitivos de milho, os croissants, as batatas fritas e o queijo flamengo estão mais salgados do que há 10 anos.

“O caso dos croissants é surpreendente pela negativa. Um produto geralmente apontado pelos elevados níveis de gordura ou de açúcar tem também muito sal. Os croissants analisados apresentavam entre 0,9 e 1,3 gramas de sal por 100 gramas, quase o mesmo do pão de forma embalado”, refere a associação de defesa do consumidor.

Contudo, foram os aperitivos de milho o produto que registou um maior aumento (70%): ao consumir uma dose de 30 gramas ingere-se cerca de 10% da quantidade diária de sal recomendada.

A Deco analisou ainda o teor de sal em 50 refeições adquiridas em restaurantes de Lisboa e do Porto: 18 menus de hambúrgueres e 32 refeições de carne (prato do dia).

No caso de Lisboa, o menu de hambúrguer tinha em média 0,72 gramas de sal por 100 gramas e no Porto 0,70.

Quanto aos pratos, os de Lisboa acusaram em média 0,73 gramas de sal por cada 100 e no Porto uma média de 0,87 gramas. Nalguns casos, com apenas uma refeição atinge-se a dose diária de sal recomendada.

A Deco recorda que o consumo diário de sal em Portugal baixou 1,7 gramas desde 2009, mas que se continua a ingerir mais do dobro da quantidade recomendada pela Organização Mundial da Saúde.

CNIS defende
O presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade manifestou o seu desacordo com a criminalização de quem...

“Abandonar um idoso no hospital ou num lar moralmente é mau, mas eu penso que a criminalização não será o melhor instrumento”, disse o padre Lino Maia na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde foi ouvido a propósito de um projeto de lei do PSD/CDS-PP sobre direitos fundamentais das pessoas idosas.

Segundo o projeto de lei, que foi aprovado na generalidade, e está agora a ser discutido na especialidade, “quem abandona um idoso num hospital ou se aproveitar das suas limitações mentais para aceder aos seus bens poderá incorrer numa pena de prisão até dois anos”.

Em declarações, no final da audição, Lino Maia disse não estar a favor da criminalização, mas sim da penalização do abandono, que “é censurável, que pode passar pela perda de benefícios fiscais e a perda de direitos sobre o património de quem abandonou.

Mas este abandono pode também ser “uma censura ao próprio Estado”, disse, sublinhando que, normalmente, as pessoas que são abandonadas são “as mais carenciadas” e esta situação pode às vezes significar que o estado social não está a funcionar.

“Se a pessoa não tem condições em casa, se a família não tem condições, o Estado de criar essas condições”, defendeu.

Citando uma estimativa do Ministério da Saúde, Lino Maia adiantou que por ano ocorrerem entre 100 a 150 situações de abandono nos hospitais, uma situação a que o setor social pode responder.

“Já fizemos uma sondagem e o setor solidário tem capacidade de resposta para estas situações”, frisou.

Também presente na audição, o presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel Lemos, defendeu que deveria haver “alguma penalização” para quem abandona.

“Não nos parece muito bem que numa sociedade que se quer solidária se permita que essa desresponsabilização aconteça”, disse Manuel Lemos, contando que vão muitas vezes “buscar idosos completamente abandonados”.

“Se durante muito tempo se disse que isso era um fenómeno urbano”, hoje começa também a ser “um fenómeno rural”, lamentou.

O deputado social-democrata Carlos Abreu Amorim explicou que a iniciativa legislativa pretendeu dar resposta a “um conjunto de clamores” que chegava dos profissionais de saúde e das entidades ligadas ao tratamento dos idosos em relação a uma realidade sobre a qual “não existem estatísticas concretas, objetivas e fiáveis”.

“Há realidades que pelo facto de serem relativamente escondidas não podem permanecer distantes dos olhos do poder legislativo”, disse Carlos Abreu Amorim, sublinhando que “há comportamentos que apesar de terem tradição cultural, em praticamente todo o mundo, são inamissíveis”.

Para José Manuel Pureza (BE), a criminalização destas situações é um “caminho precipitado e perigoso”.

“Se o abandono em muitas situações nos pode merecer uma censura social e moral muito severa não tem que implicar necessariamente um tratamento de natureza criminal”, defendeu o deputado bloquista.

A deputada socialista Elza Pais partilha desta posição, afirmando: “Estamos a caminhar para um caminho muito perigoso se criminalizarmos este comportamento”.

Já a deputada do CDS-PP Vânia Dias da Silva sublinhou que “há um problema” que tem de ser tratado “e as pessoas não serão necessariamente todas presas”.

A questão da criminalização “serve de alerta, de prevenção geral, muito mais do que o resto”, sublinha a deputada.

Páginas