Associação Portuguesa de Cães de Assistência
Mais de 70% dos pedidos feitos à Associação Portuguesa de Cães de Assistência são de pessoas sem recursos financeiros para...

“Temos tido infelizmente mais pedidos do que aqueles que conseguimos suportar”, ultrapassando já os 250, o que “numa associação com um ano é muito” e não temos nenhum tipo de ajuda estatal, disse à agência o presidente da organização, Rui Elvas.

Segundo Rui Elvas, mais de 70% das pessoas que pediram ajuda “não têm condições financeiras para suportar todo o processo, desde a aquisição [do cão], treino e certificação”, estando a associação a suportar os encargos com fundos próprios, oriundos de donativos, e com a “boa vontade de muitos treinadores”.

Mas a associação, que está a formar e a certificar os primeiros cães de assistência para pessoas com deficiência motora, diabéticos, autistas e epiléticos, “não pode fazer mais” porque não tem apoio estatal e os donativos e as receitas que tem “são residuais” para as suas necessidades.

“É muito complicado porque estamos a falar de valores que variam entre os 5.000 e os 15 mil euros, dependendo da valência que o cão vai ter”, explicou o treinador/formador.

Para ultrapassar estas dificuldades, a associação vai pedir ao Estado para aplicar a lei de 2007 sobre cães de assistência, que prevê apoio a estas situações.

Por cada cão guia (considerado também cão de assistência) formado para pessoas invisuais, o Estado paga à entidade formadora cerca de 17.400 mil euros, refere Rui Elvas, defendendo que o Estado também pague um montante, a definir, por cada cão de assistência formado.

“O que queremos é que os cães de assistência tenham os mesmos benefícios e estejam abrangidos da mesma maneira pela lei”, defendeu, admitindo, contundo, que a Segurança Social, quem comparticipa estas situações, possa ainda não ter conhecimento desta formação.

Como a associação é muito recente, “compreendemos que a Segurança Social ainda não tenha conhecimento real de tudo isto e não tenha feito nenhuma abordagem nesse sentido, mas cabe-nos a nós ir bater à sua porta e tentar perceber se existe abertura e respeito pelo que está estabelecido na lei sobre a igualdade dos cães de assistência”.

A APCA surgiu para colmatar uma área que não estava a ser desenvolvida em Portugal, uma situação que “penalizava em muito as pessoas” que podiam usufruir de um cão de assistência.

Num ano de trabalho, a associação já tem três cães certificados, sete em certificação e está a começar a formação de mais oito. Destes casos, só dois utentes é que pagaram, lamentou.

Os cães assistência ajudam as pessoas no dia-a-dia, através de ações como abrir e fechar portas, buscar o telemóvel, medicamentos, mas também dando assistência durante ataques epiléticos, detetando níveis de glicemia e proporcionando conforto à criança.

Há cerca de ano e meio, Diana Niepce, bailarina, teve um acidente, caiu de um trapézio, o que a deixou numa cadeira de rodas. Teve conhecimento dos cães de assistência no Centro de Reabilitação de Alcoitão, mas na altura ainda não eram muito divulgados.

“Todos os cães que encontrávamos eram cães guias para cegos e que não se adaptavam a uma pessoa com mobilidade reduzida”, até que tive conhecimento da associação, contou a jovem, de 30 anos.

Após alguns contactos com a associação, Diana recebeu a sua cadela ainda bebé, a Nina. Sem possibilidades financeiras, a formação de Nina, hoje com quatro meses e meio e a pesar 20 quilos, está a ser patrocinada pela associação.

O treino passa agora pela Nina acompanhar a Diana a andar na rua com andarilho e, mais tarde, acompanhá-la no trabalho e em casa. Neste momento está a ser treinada para ajudar a abrir e fechar portas, apanhar objetos, como o comando da televisão, e levá-los a Diana.

“Sou encenadora e o objetivo é que a Nina venha comigo em tournée, que venha aos teatros comigo”, disse, contando orgulhosa: “Já vamos ao café e ela porta-se muito bem”, este tipo de intervenção “vai ser muito rico para a sociedade”.

Direção-Geral de Alimentação e Veterinária
Portugal não tem qualquer foco de gripe das aves e a proibição de comercialização destes animais em alguns mercados é uma...

"Não temos gripe das aves em Portugal, as medidas são exclusivamente de precaução dado a gravidade económica que a doença representa" para os produtores, disse à agência Lusa Álvaro Mendonça.

Em termos de segurança para as pessoas, "o risco é mínimo, é reduzidíssimo porque não há nenhum foco em Portugal", referiu.

"A transmissão do H5N1 para os seres humanos, para além de ser baixa, neste momento, por comunicação das autoridades francesas, sabemos que os marcadores de risco para a espécie humana não existem neste estirpe de vírus", salientou ainda o responsável.

No final de dezembro, depois de surgirem vários focos em França, a Direção Geral de Alimentação e Veterinária proibiu a comercialização de aves em feiras e mercados em alguns concelhos, sobretudo na zona centro e Alentejo e na zona da Ria Formosa, no Algarve, onde há mais migrações conhecidas de aves selvagens.

A proibição da venda de animais vivos em mercados e da importação de galinhas, perús, patos ou gansos de França devido à gripe das aves é hoje noticiada no Diário de Notícias, que aponta 139 zonas classificadas como de maior risco, distribuidas por 58 concelhos, referindo que há oito anos não era emitido um aviso sobre esta doença.

"Logo que haja a possibilidade de reduzir o nível de vigilância em França, nós reduzimos também proporcionalmente ou anulando mesmo as medidas, sobretudo as das feiras e mercados", disse ainda o responsável.

Álvaro Mendonça apontou ainda que o consumo de produtos com origem nas aves "não tem risco também" e lembrou que é uma medida prática de segurança alimentar os alimentos serem cozinhados bem passados, mas não especificamente pela gripe das aves.

As autoridades portuguesas têm acompanhado a situação desde o primeiro alerta vindo de França, nomeadamente através de uma "divulgação personalizada aos operadores, às empresas que trabalham com este tipo de animais importados, para aumentarem os níveis de biosegurança nas suas explorações", mas também de realização de análises aos animais.

"Temos feito a todas as aves e bandos importados de França análises à saída" daquele país, através de colheitas enviadas a um laboratório em Portugal, e "todos os resultados, sem exceção, deram negativos", esclareceu o diretor geral da Alimentação e Veterinária (DGAV).

A gripe das aves transmiste-se entre estes animais, nomeadamente entre domésticos, mas também entre os pássaros selvagens e os domésticos, por isso, as medidas de prevenção relacionadas com as aves vivas dos mercados, feiras e explorações, de modo a evitar o contacto entre eles.

A questão começa no fim de novembro, com o primeiro alerta nas redes europeias para a existência de gripe de alta patogeneidade, para as aves e não para as pessoas, em França, em alguns pontos do centro, descendo depois para o sudoeste do país, chegando a atingir 67 focos, como relatou Álvaro Mendonça.

Perante a situação, no final de dezembro, Portugal optou por suspender a entrada de aves domésticas que se destinassem a feiras ao ar livre de modo a evitar qualquer eventual contágio, e a proibir feiras e mercados nos locais de risco, zonas húmidas, ribeiros, charcos por terem migração de pássaros.

"Isto vigorará não sabemos exatamente até quando e, por nós, será levantado o mais rapidamente possível, mas temos de esperar que França possa reduzir o nível de alerta", disse Álvaro Mendonça.

Direção-Geral da Saúde
A subdiretora-geral da Saúde afirmou hoje que o vírus da gripe A, diagnosticado recentemente em 13 pessoas nas urgências do...

Graça Freitas comentava assim o anúncio na terça-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de que o serviço de urgências do hospital daquela cidade diagnosticou este mês 13 casos de Gripe A e deu uma "resposta eficaz" à situação.

Em declarações, a subdiretora-geral da Saúde salientou “não haver motivos para alarme”.

“Existem basicamente dois vírus importantes que circulam entre os humanos, os de tipo A e B. No grupo A, há o H1N1 e o H3N2. O que se chama A, que foi batizado em 2009 e que originou uma pandemia, tinha na altura um padrão de comportamento diferente, era mais agressivo e as pessoas não tinham imunidade para esses vírus”, explicou.

Graça Freitas adiantou que, depois da pandemia em 20019/2010, estes vírus continuaram a circular entre os seres humanos, em épocas gripais seguintes.

“Entretanto, nós vamos adquirindo imunidade natural através do contacto com o vírus e através da vacinação. Agora, em 2015/2016, estes vírus são habituais. Aliás é o vírus dominante este inverno, mas isso não lhe confere nada de especial, uma vez que não é um vírus pandémico”, sublinhou.

Segundo Graça Freitas, o vírus não tem as mesmas características e ganhou imunidade natural e vacinal.

“O que se está a passar agora é que há uma subida da atividade gripal que deverá atingir um pico ainda não sabemos quando. Mas, é o movimento normal da gripe”, declarou.

Contudo, referiu Graça Freitas, os vírus podem sofrer mutações e, por isso, as autoridades de saúde “estão atentas”.

A subdiretora-geral da Saúde voltou a apelar às pessoas para que, antes de se deslocarem aos Serviços de Saúde, contactem primeiro a linha de Saúde 24, através do número de telefone 808242424.

O Gabinete de Comunicação e Imagem do hospital da Guarda informou na terça-feira, em comunicado, que "não há qualquer motivo acrescido para alarme" junto da população, assegurando que a unidade de saúde dispõe de todas as condições de resposta eficaz para este tipo de situações".

O mais recente Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge na semana passada, dava conta de que a atividade gripal esteve em baixa na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro, mas com tendência para crescer.

De acordo com o boletim, publicado semanalmente, às quintas-feiras, a taxa de incidência da síndrome gripal aumentou para 51,4 casos por 100.000 habitantes, o que indica "provável início do período epidémico".

Segundo o boletim, na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro foram admitidos dez novos casos de gripe nas 23 unidades hospitalares de cuidados intensivos que reportaram informação.

Cerca de 70% dos pacientes tinham doença crónica subjacente, "considerada de risco para a evolução do quadro de gripe", com a maioria, 80%, a rondar uma idade entre os 15 e os 64 anos.

A taxa estimada de admissão por gripe nas unidades de cuidados intensivos é de 4,4%, a mais alta desde o início da época gripal, tendo sido identificado o vírus A em todos os doentes.

Nas crianças
O tema aparece com frequência em blogs e fóruns de maternidade, com pais a mostrarem-se temerosos acerca do consumo dos sumos...

A ideia é que as isoflavonas seriam então reconhecidas pelo organismo como se fossem o estrogénio e desencadeariam a ação hormonal.

Segundo os médicos, porém, ainda não existe uma resposta definitiva sobre a relação entre o consumo de soja e a puberdade precoce devido à escassez de grandes estudos sobre o tema.

“Em meninas, essa relação é mais pesquisada. Já os efeitos em meninos são menos estudados, e as pesquisas foram feitas em animais, com resultados extrapolados para humanos. São inconclusivas”, diz Jane Oba, pediatra e médica gastroenterologista do hospital Albert Einstein, no Brasil.

Uma revisão de estudos publicada na revista Critical Reviews in Food Science and Nutrition afirma que a ingestão de fitoestrogénios (hormonas de origem vegetal) pode prejudicar o sistema endócrino, principalmente em bebés e crianças, mas há uma urgência de que novas pesquisas analisem a questão a fundo, escreve o Diário Digital.

Uma pesquisa publicada nos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia, em 2005, encontrou relação entre o consumo de soja e o desenvolvimento precoce do tecido mamário numa menina de 4 anos.

A menina, porém, consumia cerca de 70 g de soja por dia, entre proteína de soja, bebidas à base de soja e soja tostada – o que equivaleria a 4,2 litros de sumo de soja. Essa quantidade fornecia-lhe cerca de 44,8 mg de fitoestrogénio por dia. Os pais foram aconselhados a reduzir a oferta de soja para uma vez por semana e o desenvolvimento da puberdade parou.

Ieda Verreschi, professora de endocrinologia da Unifesp e uma das autoras do estudo, explica que meninas entre 6 e 8 anos são muito sensíveis ao estrogénio, inclusive ao da soja.

Já os meninos são menos sensíveis. “Se eles consumirem muitos produtos à base se soja, terão fitoestrogénio em excesso, mas é muito pouco provável que essa quantidade traga problemas para quem é sadio”, diz.

Oba afirma ainda que alguns desses estudos realizados com meninos e animais mostraram também alterações na fertilidade.

“Mas ainda não é possível atribuir a infertilidade de um homem adulto ao consumo de soja, por exemplo”, diz.

Na Europa
A Europa está a recomendar vigilância dos seus Estados-membros face à proliferação de casos do zika vírus no Brasil e em países...

O alerta faz parte um documento produzido pelos europeus em Dezembro diante da proliferação de casos brasileiros, que foram pelo menos 500 mil em 2015. Segundo a União Europeia, 19 países registaram casos nos últimos nove meses e a tendência é que a proliferação continue.

Na avaliação de risco, escreve o Diário Digital, o bloco recomenda ainda que os governos europeus não permitam a doação de sangue por pessoas que tenham passado pelas áreas indicadas pela avaliação, incluindo o Brasil.

A Europa não apresenta nenhum tipo de sugestão para que os seus cidadãos deixem de visitar o Brasil ou outras áreas afetadas. Também não existe qualquer restrição sobre o comércio, mas deixa claro que “viajantes para países onde o zika vírus está a circular estão sob o risco de desenvolver a doença pela picada do mosquito”.

A preocupação imediata dos europeus é com a contaminação nos seus territórios ultramarinos, como no caso da Madeira ou na Guiana Francesa, com casos que poderiam ser rapidamente importados para a Europa continental.

Uma das preocupações é que, sem informação, os médicos não identifiquem pessoas contaminadas e façam diagnósticos equivocados.

Usando dados oficiais, o Centro Europeu de Controlo de Doenças apontou que, em nove meses, o vírus foi registado em praticamente toda a América Central e também na Venezuela, Colômbia, Paraguai e Guiana Francesa, assim como em Porto Rico e na Martinica, ambos nas Caraíbas.

Mas, longe da América Latina, casos também foram registados em Vanuatu, Ilhas Salomão, Samoa, Fiji e Nova Caledônia, além de Cabo Verde.

O caso também chamou a atenção dos pesquisadores, que já alertam que a comunidade internacional corre o risco de repetir com o zika os mesmos erros que permitiram a proliferação do vírus do ébola, há dois anos. O alerta é de Trudie Lang, professora da Universidade de Oxford e uma das coordenadoras do Global Health Research, uma das maiores redes de investigadores do mundo, com mais de 50 mil membros.

Brevemente
Nos próximos anos, vai ser possível injetar no organismo substâncias que defendem o organismo das várias formas desta doença,...

Em breve, segundo o Sapo, vai ser possível tratar doentes com cancro através de vacinas personalizadas que incentivam o sistema imunitário a contrariar a evolução de tumores malignos. Com uma atuação semelhante às vacinas contra a gripe, esta nova abordagem, recentemente apresentada num congresso médico nos EUA, dá outra capacidade de resposta às defesas do corpo humano ajudando o sistema imunitário a identificar e destruir ou a conduzir à remissão de células cancerígenas presentes no organismo.

Nos testes já realizados em ratos com um tipo de cancro muscular, divulgados na mesma ocasião, a vacina curou perto de 90%  dos casos. Os cientistas envolvidos na pesquisa estão já a avaliar o tratamento em pacientes com melanoma metastático e preparam-se para iniciar novas fases de testes nos cancros da mama, cérebro, pulmão, cabeça e pescoço. Nalguns países estão já disponíveis vacinas como a Gardasil, que, não curando a doença, ajuda a prevenir o cancro do colo do útero.

Desenvolver novos tratamentos
Estruturas 3D de proteínas e mapas de mutações de redes de comunicação no cancro foram adicionados à maior base de dados do...

A base de dados CanSAR, financiada pelo Cancer Research UK (Instituto britânico de Pesquisa do Cancro), foi assim readaptada com a adição das estruturas 3D de quase três milhões de cavidades na superfície de cerca de 110 mil moléculas, uma alteração que pretende facilitar o desenvolvimento de novos tratamentos contra o cancro, indica a revista Nucleic Acid Research.

A CanSAR, segundo o Sapo, nasceu da necessidade de criar novas abordagens para construir uma imagem detalhada do comportamento molecular nos seres humanos e já permitiu realizar milhões de medições experimentais para mapear a ação de compostos químicos sobre as proteínas humanas. Esses mesmos dados foram combinados com informação genética e resultados de ensaios clínicos.

Investigadores revelam
A ‘Burkholderia pseudomallei’ provoca a melioidose e pode matar tantas pessoas como o sarampo. Os investigadores receiam que o...

A melioidose é uma doença provocada pela bactéria Burkholderia pseudomallei que, apesar de ser pouco conhecida, provoca tantas mortes por ano como o sarampo e muito mais que a dengue, como referiu um artigo científico publicado na Nature Microbiology. Além do número de casos estar subestimados, lê-se no Observador, a sua distribuição conhecida pode não corresponder à real.

“As nossas estimativas sugerem que a melioidose está severamente subnotificada nos 45 países onde se sabe que é endémica [onde é nativa] e que provavelmente é endémica em mais 34 países onde nunca foi reportada a doença”, referem os autores no artigo.

A bactéria que causa a melioidose é altamente patogénica (eficaz a provocar a doença) e a infeção difícil de diagnosticar, porque tem manifestações muito diversificadas. Além disso, os métodos de identificação convencional de bactérias não funcionam com a Burkholderia pseudomallei. Como agravante, a bactéria é resistente a uma grande diversidade de antibióticos, o que pode justificar o elevado número de mortes. Os investigadores estimam que em 2015 tenham existido 165 mil casos (intervalo de confiança 68 a 412 mil casos) – uma taxa de incidência de 5 pessoas por cada 100 mil em risco. Em 2015, terão morrido, segundo a mesma estimativa, 89 mil pessoas (com um intervalo de confiança de 36 mil a 227 mil).

A Burkholderia pseudomallei pode ser facilmente encontrada no solo no sudeste da Ásia e no norte da Austrália, mas a distribuição real ainda é pouco conhecida. A equipa de Direk Limmathurotsakul, investigador na Universidade de Oxford (Reino Unido) e na Universidade de Mahidol (Tailândia), estima que 40% dos casos aconteçam no este da Ásia e na região do Pacífico e 44% no sul da Ásia. Apenas a Austrália, o Brunei e Singapura têm dados nacionais de vigilância para esta infeção.

Os investigadores deixam um alerta também que os Estados Unidos e o Japão se devem manter atentos. Apesar de se considerar que a bactéria está ausente nestes países, a Flórida, o Louisiana e o Texas (nos EUA) e Okinawa e Kagoshima (no Japão) têm ambientes e condições semelhantes às de países onde a Burkholderia pseudomallei já foi encontrada.

A inoculação através da pele é principal forma de contaminação nos trabalhadores rurais nos países em desenvolvimento, mas a inalação da bactéria durante fenómenos climáticos extremos também deve ser considerada. Outra forma importante de contágio é a ingestão de água contaminada.

No passado, a importação de animais infetados espalhou a doença por áreas onde não era endémica, incluindo um surto em Paris, em 1975. Mas as pessoas infetadas também podem fazer viajar a doença, para a qual não existe vacina, e espalhá-la por outros locais. De lembrar que a bactéria é muito resistente e pode permanecer no solo por mais de seis anos.

Seminário debate consumo de leite
A endocrinologista Isabel do Carmo afirma que a suposta intolerância à lactose é uma moda, para a qual não existe qualquer...

Este é o tema que a especialista vai tratar, hoje, durante o seminário “Consumo de leite e laticínios – O que pode estar a mudar”, num painel subordinado ao tema “Elogio do leite”, no qual vai explicar a relação entre o leite e a evolução do ser humano, na Europa.

“O ser humano estabeleceu-se há sete mil anos com o pastoreio. Nessa altura o adulto perdia a lactase. Houve depois uma mutação que permitiu que desdobrasse a lactose”, explicou.

Isso significa que há milhares de anos que os europeus possuem essa enzima chamada lactase, que desdobra a lactose, e permite ao organismo processar este açúcar presente no leite, pelo que considera que “a história da intolerância ao leite está mal contada”.

“A mutação tem sete mil anos. E não há nenhuma mutação atual ao contrário. A intolerância é uma moda, que suspeito seja influência da indústria norte-americana de produção de soja e leite soja”, afirmou.

A médica sublinha, a propósito, que a tendência para se deixar de consumir derivados de leite também não faz sentido, visto que estes alimentos não possuem lactose.

“Quando o leite se transforma em iogurte ou queijo, mesmo para quem tenha efetivamente intolerância, deixa de haver lactose e passa a haver ácido láctico [a lactose transforma-se em ácido láctico por fermentação] e o valor nutricional mantém-se”.

Isabel do Carmo aconselha que quem suspeitar de intolerância faça testes laboratoriais para confirmar, porque o leite tem um valor nutricional como nenhum outro, sendo um alimento completo para crianças e quase completo para o adulto.

A mesma ideia defende Pedro Graça, da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, que vai moderar um debate sobre os “factos, mitos e enganos” relacionados com o consumo do leite, para quem o leite fornece “uma série de nutrientes de forma muito concentrada”.

O ponto de partida do debate será o decréscimo do consumo de leite e laticínios em Portugal e na Europa, e tentar perceber o que leva algumas pessoas a terem receio de consumir leite.

Existem três perspetivas: a saúde, com as intolerâncias, o ambiente, com o impacto que as vacas têm no consumo de energia e na produção de gases com efeito de estufa, e os direitos dos animais, com as condições em que são criados.

As questões de saúde serão as mais discutidas, porque, do ponto de vista alimentar, é um “excelente alimento”, que permite a produção de derivados e a sua utilização para diversos fins culinários, e, do ponto de vista nutricional, fornece proteínas, vitaminas e minerais de elevada qualidade e baixo valor energético - “dois copos de leite fornecem um terço das necessidades diárias de uma pessoa”.

Além disso, é possível hoje em dia extrair a gordura (saturada) do leite, reduzindo os riscos para a saúde, essencialmente cardiovasculares, associados ao seu consumo.

“O leite é também um produto relativamente barato, o que é importante numa altura de grandes desigualdades sociais. O leite é democrático, acessível a todas as bolsas”, acrescentou o também diretor do Programa Nacional de Alimentação Saudável.

O responsável lembrou que, recentemente, o leite surge associado ao risco de desenvolvimento de alguns tipos de cancro, quando há um consumo elevado e regular, mas sublinha que esta é apenas uma “hipótese de trabalho que não está validada cientificamente”.

Relativamente à intolerância à lactose, Pedro Graça salienta que sempre houve e continuará a haver, mas o especialista não tem certezas de que esteja a aumentar, a não ser que, no seu conjunto, as alergias têm vindo a aumentar.

“O que não sabemos das alergias é a relação entre o hospedeiro e as substâncias agressoras. O que sabemos é que estamos em mudança do ponto de vista ambiental. Há substâncias novas ligadas ao alimento e à produção alimentar, como conservantes e aditivos, mas também o ar que respiramos. Tudo junto pode originar um conjunto de casos”.

Para o especialista, entre prós e contras, o importante é que os consumidores tenham informação correta e possam, esclarecidamente, fazer as suas escolhas.

EUA
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou uma “nova campanha nacional” contra o cancro, por via da qual pretende...

“Pelos entes queridos que todos perdemos, pela família que ainda podemos salvar, façamos com que os Estados Unidos sejam o país que cura o cancro de uma vez por todas”, disse, na terça-feira à noite, no seu último discurso do Estado da União, proferido diante das duas câmaras do Congresso norte-americano (Câmara dos Representantes e Senado).

Obama colocou à frente da iniciativa o seu vice-presidente, Joe Biden, que fez da luta contra o cancro uma prioridade pessoal desde que, em maio, perdeu o seu filho Beau, de 46 anos, devido a um tumor cerebral.

ASAE
A ASAE fez mais de 500 fiscalizações, no mês de dezembro, no período de Natal e Ano Novo, a “operadores económicos que...

“Durante as ações de fiscalização foram verificadas as condições de higiene, segurança e qualidade dos géneros alimentícios, designadamente normas de comercialização, rotulagem, condições de conservação e armazenagem e ainda questões relativas ao licenciamento, tendo sido instaurados 96 processos de contraordenação”, em 550 operações de fiscalização, adiantou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), em comunicado.

A ASAE declarou ter detetado infrações ao nível de requisitos de higiene, inspeções periódicas a instalações de gás, na entrega de duplicado das reclamações dos utentes ou “falta, inexatidão ou deficiência” na rotulagem, entre outras.

“Foi ainda apreendido cerca de uma tonelada de géneros alimentícios, designadamente produtos cárneos e carnes, queijo, produtos hortícolas, massas alimentícias e similares, produtos de pastelaria, entre outros, no valor aproximado de 6.700 [euros], tendo ainda sido suspensa a atividade de um operador económico”, informou a ASAE.

Viana do Castelo
O serviço de pneumologia do hospital de Viana do Castelo "personalizou" uma aplicação para 'smartphones'...

"Percebemos que tínhamos que adaptar a tecnologia a cada doente para a eficácia do sistema e por outro lado face ao nível cultural baixo dos pacientes selecionados, alguns dos quais nunca tiveram um telemóvel na vida", explicou o diretor do serviço pneumologia, Rui Nêveda.

O projeto de telemedicina, a decorrer há mais de um ano da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM), acompanha 15 pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), doença que se estima afetar cerca de 5,3% população portuguesa, sendo o tabagismo a maior causa.

"Era impossível colocar o projeto em prática tal como tinha sido desenhado. Foi preciso simplificar toda a tecnologia, adaptando-a ao doente porque todos são diferentes, tem níveis de escolaridade diferentes, apesar de todos terem uma patologia grave", explicou.

Há 23 anos responsável pela área de pneumologia do hospital da capital do Alto Minho, Rui Nêveda apontou que o "segredo do sucesso" deste projeto passou por "aliar a tecnologia ponta ao conhecimento médico".

A plataforma tecnológica foi desenvolvida por uma empresa especializada, e o "algoritmo criado para cada doente resultou da investigação do corpo clínico".

"O sucesso passou muito pela equipa que está envolvida, que foi a casa de cada um dos 15 doentes conhecer as famílias, perceber as condições em que vivem. O que provamos é que é possível usar tecnologia desde que bem explicada e adaptada ao doente", sublinhou.

Com aquela aplicação "o doente coloca o dedo no oxímetro, e os parâmetros do seu estado de saúde são transmitidos para o sistema, sediado na unidade de cuidados intensivos do hospital, permitindo, em tempo real, a avaliação dos dados", sublinhou.

"Os resultados são excelentes. Há uma redução de 50% de idas ao serviço de urgência e, consequentemente, uma redução em cerca de 70% de internamentos", adiantou Rui Nêveda.

"Isto não é um 'call center'. Não é alguém impessoal que está do outro lado do telefone a dar indicações. Preservamos as relações humanas entre o paciente e o profissional de saúde e, por isso, é um sistema que transmite muita segurança", frisou.

Manuel Gaivoto, de 79 anos, residente na cidade é um dos 15 doentes seguidos naquela unidade e que ainda tem bem presentes as "idas diárias" à urgência.

"Ia tantas vezes ao hospital que só não corriam comigo por pena. Cheguei a ter mais de 70 internamentos. Um dia, o médico disse-me: você fuga daqui porque o ministro da Saúde se vê isto acaba-lhe com a reforma", afirmou brincando com a situação que viveu.

Desde que integrou o projeto, a urgência "é só para casos muito graves", garantindo sentir-se "mais seguro a ser tratado em casa".

"Sinto que tenho a equipa ao pé de mim. A tal ponto que ainda há dias, por ter as mãos frias, ao medir, no oxímetro as saturações de oxigénio, com o dedo frio os valores estavam alterados. O enfermeiro ligou-me logo para casa a saber o que se estava a passar. Nesse aspeto sou um privilegiado", explicou.

A rotina diária de Manuel Gaivota começa com a medição da saturação de oxigénio, da temperatura corporal, da diabetes, da tensão arterial.

"Eu próprio posso controlar a minha doença e mandar os dados para o doutor e os enfermeiros. Este sistema trouxe-me mais qualidade de vida, apesar da doença crónica", rematou.

Os "excelentes" resultados alcançados com a telemonitorização da DPOC levam o serviço de pneumologia a querer alargar a tecnologia aos 260 doentes identificados no Alto Minho.

"Todos têm direito a integrar este projeto mas para isso é preciso uma estrutura mais profissional e mais recursos", apontou.

Atualmente o projeto envolve quatro médicos e 22 enfermeiros dos cuidados intensivos.

Tribunal de Contas
O Serviço de Utilização Comum dos Hospitais ocultou a existência de uma dívida de 17,6 milhões de euros aos centros...

Trata-se de um montante avançado pelos centros hospitalares de Lisboa (Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Ocidental) para pagamento de uma dívida bancária acumulada do Somos Compras, ACE, um Agrupamento Complementar de Empresas criado em 2007 sem capital social.

“No final de 2013 os centros hospitalares de Lisboa pagaram 100% da dívida bancária do Somos Compras, ACE, no montante de 19,3 milhões de euros, apesar de deterem apenas uma participação de 9% em contraposição com os 91% que o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) detinha no Somos Compras, ACE”, lê-se no relatório do Tribunal de Contas (TdC).

Segundo o Tribunal, o SUCH “não registou no Balanço de 2013, nem no de 2014, a dívida aos centros hospitalares de Lisboa (17,6 milhões de euros em 2013)”.

A razão para esta ocultação terá sido “possibilitar a contratação de novos empréstimos”.

“Face à ocultação da dívida aos centros hospitalares e a erros e deficiências detetados nas contas do SUCH”, o TdC recomendou que as contas fossem corrigidas, além de ter sido instaurado um processo autónomo de multa ao presidente do SUCH, que procedeu ao pagamento voluntário da multa”.

O relatório indica que a apreciação e aprovação das contas refeitas de 2013 e 2014 tornou visível “um passivo que estava oculto de cerca de 45,5 milhões de euros”.

Grupo Azevedos
O Grupo Azevedos está a apostar numa estratégia de expansão da capacidade de produção da unidade industrial Sofarimex, num...

“Estamos a expandir e a melhorar a unidade industrial Sofarimex, num investimento superior a 13 milhões de euros, para aumentar a capacidade de produção e posterior exportação de produtos das categorias liofilizados, líquidos e sólidos”, refere o grupo em comunicado.

Neste sentido, do total previsto investir, cerca de oito milhões estão alocados à criação de uma unidade de liofilizados na Sofarimex, ou seja, de produtos preservados em desidratação absoluta.

Além disso, o grupo comprou uma nova empresa tecnologia, a Groninger, no valor de dois milhões de euros, que irá possibilitar aumentar a capacidade de produção deste tipo de fármacos, sendo que o investimento irá alavancar a capacidade de produção em 44%, o equivalente a mais quatro milhões de unidades por ano.

Atualmente, cerca de 95% dos medicamentos liofilizados produzidos na Sofarimex têm como destino o mercado externo, principalmente a Europa.

O Grupo Azevedos refere ser dos principais produtores ibéricos deste tipo de produtos, com uma capacidade atual de produção de quinze milhões de unidades anualmente.

O grupo farmacêutico português está também a expandir o seu setor de líquidos para responder a um novo contrato de produção, tendo adquirido uma nova linha de enchimento de líquidos de alto rendimento, no valor de dois milhões de euros, que vai aumentar a capacidade em 20 milhões de unidades por ano e que têm como destino o mercado internacional.

Na Sofarimex vai também ser investido um milhão de euros na modernização das instalações do setor de embalagem de formas sólidas.

O presidente do Grupo Azevedos, Thebar Miranda, citado pelo comunicado, lembrou que mais de 75% do que é produzido pela Sofarimex “tem como destino os mercados externos”.

“Estamos a exportar para os cinco continentes e a entrar, continuamente, em novas geografias e conseguir novos contratos de produção. Estes resultados têm permitido um investimento contínuo e regular na Sofarimex, o que nos deixa muito orgulhosos e confiantes no futuro”, salientou.

O Grupo Azevedos é um grupo farmacêutico português que atua em todo o circuito do medicamento, desde a Investigação & Desenvolvimento, produção, distribuição até à comercialização, através de marcas próprias e licenciadas.

É um dos principais produtores de medicamentos em Portugal e um dos líderes na exportação, empregando cerca de 650 colaboradores.

O grupo farmacêutico tem presença direta em cinco mercados internacionais (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde e Moçambique), sendo que os medicamentos produzidos são comercializados em mais de cinquenta países.

Medicina tradicional chinesa
A época das festas surge frequentemente associada a excessos alimentares.

Se a medicina ocidental se concentra no sintoma, a tradicional chinesa vai mais longe e privilegia a atuação nos órgãos responsáveis. A acupuntura surge como método de eleição, uma vez que ajuda no reequilíbrio do organismo de forma saudável e sem recurso a químicos, mas é acompanhada pela fitoterapia – terapêutica que recorre ao uso de ingredientes de origem vegetal, mineral ou animal para o tratamento de patologias ou desequilíbrios.

Exercício físico e alimentação
“A medicina tradicional chinesa valoriza um reequilíbrio do organismo de forma gradual”, explica Hélder Flor, terapeuta e especialista em Medicina Tradicional Chinesa. Para garantir o sucesso é preciso evitar os extremos, apostando na moderação e sem esquecer que o exercício físico e a alimentação são trunfos fundamentais para auxiliar na auto-regulação do corpo.

“Devemos tratar-nos com comida… mas com boa comida!”, avisa o médico. A água surge como denominador comum, uma vez que “não existe melhor forma de depurar todos os órgãos do sistema digestivo”. Isto faz com que também na fruta seja valorizada aquela que é rica em água, com especial ênfase para as frutas tropicais. O abacaxi e a papaia são diuréticas e digestivas devido às suas enzimas, enquanto a melancia, por ser também diurética e facilitadora da digestão também é um importante aliado. “Devemos consumir à vontade legumes crus ou cozinhados de todas as formas e feitios”, continua.

Últimas recomendações
Hélder Flor aproveita para recomendar que se adicione um pedaço de gengibre ao sumo de melancia (o alimento é um poderoso desintoxicante que ativa e acelera o metabolismo) e destaca ainda as vantagens dos cereais integrais – sobretudo o arroz – da couve portuguesa e da maior parte dos vegetais de folha verde escura, por serem ricos em ferro e fibras, além da ação antioxidante.

Beber mais água do que o normal e comer algumas amêndoas, com pele, quando a fome apertar são outras duas sugestões para ajudar a saciar durante o dia numa fase pós-festividades.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Nas condições extremas das geleiras da Antártida vivem bactérias capazes de sintetizar nanopartículas fluorescentes que podem...

Essas nanopartículas, segundo o Diário Digital, são geradas no interior de micro-organismos muito resistentes a condições extremas, como elevada exposição aos raios ultravioleta, a falta de nutrientes e as baixas temperaturas da Geleira União, na Antártida profunda, segundo o investigador Luis Saona, do Centro de Bioinformática e Biologia Integrativa (CBIB) da Universidade Andrés Bello (UNAB) e da Universidade do Chile.

Saona é um dos 15 membros da expedição chilena que está na Estação Polar Científica da Antártida, operada em conjunto pelo Instituto Nacional Antártico do Chile (Inach) e as forças armadas.

Até agora, as nanopartículas eram criadas principalmente através de processos químicos que envolviam metais pesados como cádmio, telúrio e mercúrio, o que aumentava a sua toxicidade e prejudicava a aplicação biológica.

É por isso que, há alguns anos, o Laboratório de Bionanotecnologia e Microbiologia comandado por Pérez-Donoso, através de pesquisas desenvolvidas por cientistas como Saona, começaram a concentrar-se em nanopartículas de cobre, um mineral menos tóxico para o organismo e que, através de um método patenteado recentemente, é capaz de criar nanopartículas com grande poder de emissão de luz.

“O desafio actualmente é sintetizar nanopartículas de forma natural, através do uso de micro-organismos capazes de gerar essas nanoestruturas na presença do cobre”, explicou o cientista.

A graça de trabalhar com esse tipo de bactéria que vive em ambientes extremos, segundo Saona, é que, ao submetê-las ao tratamento de stress, são capazes de criar essas nanopartículas fluorescentes procuradas pelos pesquisadores.

O cobre é o único elemento externo que os cientistas acrescentam para criar essas nanopartículas que, ao serem introduzidas em células cancerígenas, podem identificar o seu movimento dentro do organismo e ajudar a entender como estas se expandem para outros órgãos.

“O que estamos a estudar é a possibilidade desses micro-organismos antárticos criarem no seu interior as nanopartículas fluorescentes, cuja toxicidade é muito menor, pois estão cobertas com proteínas e moléculas orgânicas próprias de um organismo vivo”, detalhou.

Além de testar as nanopartículas de cobre em tecido celular, os cientistas trabalham para utilizá-las em protótipos de células solares para construir painéis baseados em cobre para gerar energia a partir da luz do sol.

“Essas nanopartículas conseguem recolher fotões: recebem a luz do sol, obtêm energia e emitem fluorescência. O que fazemos numa célula solar é pegar nesse fluxo de eletrões e tentar transformá-lo em corrente elétrica ao invés de fluorescência”, afirmou Saona.

O objetivo das pesquisas desenvolvidas na Universidade Andrés Bello, que ainda estão numa fase preliminar de desenvolvimento, é substituir os materiais baseados no silício por um processo «muito mais ecológico».

“Por enquanto, estamos numa etapa embrionária, mas há muitos estudos que garantem que as células solares de quarta geração utilizarão nanopartículas desse tipo ou componentes biológicos”, destacou o pesquisador.

Com o objetivo de avançar nas pesquisas, Saona ficou durante duas semanas na Geleira União, situada a apenas mil quilómetros do polo sul, para recolher amostras que contivessem esses micro-organismos que depois seriam isolados nos laboratórios.

Além de representar um avanço no tratamento do cancro e na criação de energias renováveis, essa tecnologia “totalmente chilena” poderia dar valor agregado a um produto nacional que até ao momento só é vendido em estado bruto.

Estudo
A enzima regula a utilização da glicose e dos lipídos pelos diferentes órgãos, explicam os cientistas liderados por Marc...

A descoberta desta enzima, chamada glicerol-3-fosfato-fosfatasa (G3PP), foi publicada nas Atas da Academia Norte-americana de Ciências (PNAS), escreve o Sapo.

Quando a glicose é anormalmente alta no organismo, o glicerol-3-fosfato derivado da glicose alcança níveis excessivos que podem provocar danos aos tecidos celulares. "Verificou-se que o G3PP pode degradar a maior parte do excesso de glicerol-3- fosfato e desviar a célula, de modo a que as células beta do pâncreas produtoras de insulina e os diversos órgãos sejam protegidos contra os efeitos tóxicos dos níveis elevados de glicose", explica Marc Prentki, professor da Universidade de Montreal, cita a agência de notícia France Presse.

A glicose nas células regula muitos processos fisiológicos, como a secreção de insulina no pâncreas, assim como a acumulação de lípidos no tecido adiposo e o metabolismo de nutrientes para a produção de energia.

A irregularidade destes processos leva ao surgimento da obesidade, diabetes (tipo 2) e doenças cardiovasculares.

A insulina é uma hormona-chave produzida pelas células do pâncreas e que regula o uso da glicose e dos lípidos.

Se estas células são expostas a muita glicose e a ácidos gordos, os próprios nutrientes tornam-se tóxicos, alterando-as e provocando a sua disfunção.

A enzima G3PP é fundamental para o bom funcionamento do metabolismo, já que é necessária tanto para a produção de energia como para a formação de lípidos, dizem os cientistas.

Repurposing Drugs in Oncology
O objetivo do projeto Repurposing Drugs in Oncology é encontrar medicamentos para tratar o cancro que já estejam no mercado...

Qual a forma mais rápida e mais barata de encontrar novos medicamentos contra o cancro? Agarrar em medicamentos que já são usados para tratar outras doenças e ver se podem ser aplicados na oncologia. O Diclofenac, um medicamento normalmente usado para combater as dores, é um desses exemplos, segundo um artigo científico publicado na revista do Instituto Europeu de Oncologia – ecancer.

Numa situação normal, segundo o Observador, um medicamento pode demorar 10 anos ou mais desde que começa a ser desenvolvido até que chega ao mercado – se chegar. No processo soma-se o tempo que demora a encontrar a molécula certa, a realizar os ensaios clínicos que demonstram que é segura e eficaz e a colocá-la no mercado. Com um medicamento que já esteja em uso, a toxicidade e a segurança do medicamento já foram testadas e asseguradas. Ganha-se no tempo e em dinheiro.

Os medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides – usados para tratar artrite reumatoide, enxaquecas, febre ou dor pós-operatória -, já tinham demonstrado ter potencial para serem usados na prevenção do cancro, mas agora estes medicamentos podem mesmo vir a ser usados como tratamento para o cancro, segundo o comunicado de imprensa da Alpha Galileo. O Diclofenac combinado com a quimioterapia e a radioterapia podem aumentar a sua eficácia.

Os investigadores ligados ao projeto Repurposing Drugs in Oncology, que pretende “repropor” drogas na área da oncologia, analisaram a literatura disponível e acreditam que a informação disponível permitem dar início aos ensaios clínicos de Diclofenac no tratamento de cancro.

Estudo
Investigadores dos Estados Unidos conseguiram pela primeira vez traçar o rasto aos aglomerados tóxicos de uma proteína que...

Revelando a forma como estas proteínas se amontoam nas células - nos neurónios motores -, causando a sua morte, a descoberta abre caminho a novas terapêuticas, para tentar impedir a aglomeração de proteínas nas células, ou para neutralizar o seu efeito nocivo, segundo os autores do estudo.

"É um grande passo", diz a principal autora do trabalho, Elizabeth Proctor, da Universidade da Carolina do Norte, "porque até agora ninguém sabia quais eram as interações tóxicas na origem da morte dos neurónios motores nestes pacientes".

O estudo, escreve o Diário de Notícias, cujos resultados foram publicados na revista Proceedings of the National Academy of Sciences no final de 2015, revela assim um potencial alvo terapêutico - o aglomerado proteico que conduz à morte dos neurónios motores -, mas constitui também um modelo para estudos noutras doenças neurodegenerativas, como a de Parkinson, ou a de Alzheimer.

É essa, de resto, a visão do coordenador da investigação, Nikolay Dokholyan, da mesma universidade. Segundo ele, "um dos maiores puzzles na medicina atualmente tem que ver com a forma como podemos abordar as doenças neurodegenerativas", porque,"ao contrário do que sucede em muitas outras doenças, incluindo o cancro, para estas não temos nenhuma alavanca para a combater".

O coordenador do estudo não tem dúvidas: "Os nossos resultados constituem uma grande descoberta porque lançam uma nova luz sobre a causa de morte dos neurónios motores e podem, por isso, ser muito importantes para o desenvolvimento de novas drogas."

O trabalho desenvolvido pela equipa de Nikolay Dokholyan incidiu sobre um subgrupo da doença, que está relacionado com uma mutação no gene que codifica uma proteína, a SOD1, e que se pensa estar na origem de um a dois por cento de todos os casos da doença.

Recorrendo a um modelo computacional e a estudos experimentais com células em laboratório, a equipa seguiu o rasto às proteínas e verificou que elas se aglomeram temporariamente em grupos de três e que nesse formato conseguem causar a morte em células neurónios motores.

"Pensa-se que o que torna estes aglomerados de três proteínas tóxicos, pelo menos em parte, é o facto de serem muito instáveis", explica a principal autora do estudo, notando que "essa instabilidade as torna mais reativas em relação a algumas zonas da célula que elas não deviam estar a afetar". A esclerose lateral amiotrófica é uma doença que afeta entre três e cinco pessoas em cada cem mil, na população em geral, e pensa-se que cerca de 10% dos casos terá origem genética.

Para todos os outros casos de esclerose lateral amiotrófica (ELA), a sua causa ainda é um mistério. José Afonso (na foto), foi vítima da doença e o físico britânico Shepen Hawking é talvez o mais famoso doente de ELA. Foi esta doença que levou muitos famosos a despejar baldes de água gelada pela cabeça abaixo em agosto e setembro de 2014, para angariar verbas destinadas à investigação nesta área. Valeu a pena porque, só nos Estados Unidos, foram angariados 115 milhões de dólares (cerca de 106 milhões de euros).

Centros de saúde
Os centros de saúde fizeram numa semana 2179 consultas relacionadas com a gripe. O pico é esperado entre o final deste mês e o...

Nos primeiros cinco dias do ano a Linha Saúde 24 atendeu 14 323 chamadas. Em vários locais do país há centros de saúde a funcionar com horário alargado. Cerca de 1,6 milhões de pessoas já foram vacinadas, escreve o Diário de Notícias.

De acordo com a Direção-geral da Saúde (DGS), "na semana de 28 de dezembro a 3 de janeiro foram registadas 2179 consultas de síndrome gripal em cuidados de saúde primários". Segundo o relatório do Instituto Ricardo Jorge, a gripe estará a entrar no período epidémico. A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte disse que na primeira semana de janeiro "apenas cerca de 2% do total de consultas realizadas nos cuidados de saúde primários tiveram diagnóstico de síndrome gripal (cerca de mil)". Há 63 centros de saúde em horário alargado.

Na região Centro todos os centros de saúde da zona de Coimbra estão abertos até às 22 horas e na região de Lisboa e Vale do Tejo há 25 unidades com horário prolongado ou complementar. No Algarve cuidados de saúde primários e hospitais estão a monitorizar a procura para avaliar a necessidade de reforço: "Nos dias 9 e 10, devido ao acréscimo de procura, a equipa da consulta de recurso no Centro de Saúde de Tavira foi reforçada, entre as 9 e as 18 horas, com mais um médico e um enfermeiro".

O conselho tem sido que as pessoas liguem para a Saúde 24, que nos primeiros cinco dias do ano atendeu 14 323 chamadas, mais 3754 do que em igual período de 2015. Em dezembro a média diária de chamadas por síndrome gripal foi de 160. A maioria dos utentes (55%) tinha até 18 anos e 20% entre os 35 e os 69 anos. Para 30% a recomendação foi de consulta médica e 20% de observação urgente.

Nos hospitais, de forma geral, a pressão das urgências tem sido menor em comparação com o início de 2016. Por exemplo, o Amadora-Sintra está com uma média de 220 episódios de urgência (ontem foi de 280) e o Santa Maria passou de 603 urgências no dia 3 para 358 no dia 10. Já o S. José referiu que a procura tem sido superior em comparação com período homólogo "com uma média de 430 doentes por dia. Mantém-se a prevalência de doenças respiratórias e síndrome gripal, sendo elevada a taxa de internamento".

Segundo Graça Freitas, subdiretora-geral da Saúde, "um milhão de pessoas já foram vacinadas de forma gratuita". De 1 de outubro a 31 de dezembro "foram dispensadas 550 mil vacinas, o que corresponde a 80% das doses colocadas em farmácias", adiantou a Associação Nacional de Farmácias.

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