5 e 6 de dezembro
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) vai promover uma sessão de esclarecimento sobre a doença renal crónica,...

“O nosso objetivo com esta iniciativa é contribuir para aumentar a literacia em saúde, junto dos mais jovens, para que possamos incentivá-los, de forma informada e consciente, a controlar os fatores de risco para a doença renal, como o tabagismo, a diabetes, a obesidade e a hipertensão. Acreditamos que, ao apostar na capacitação dos mais novos, sobre como cuidar dos seus rins, vamos certamente ter um papel ativo na prevenção da doença renal”, explica Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A campanha nacional “A Vitória Contra a Doença Renal começa na Prevenção” pretende aumentar o conhecimento e compreensão acerca da doença renal crónica, promovendo a sua prevenção. Esta campanha conta com o apoio da Associação de Doentes Renais de Portugal, da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, da Associação Portuguesa de Insuficientes Renais, da Sociedade Portuguesa de Nefrologia e da Sociedade Portuguesa de Transplantação.

A doença renal crónica é provocada pela deterioração lenta e irreversível da função renal. Como consequência da perda de função, existe retenção no sangue de substâncias que normalmente seriam excretadas pelo rim, resultando na acumulação de produtos metabólicos tóxicos no sangue.

 
Evento conta presença de um dos cientistas mais influentes do mundo
Na próxima semana, no dia 7 de dezembro (quinta-feira), a Universidade de Coimbra (UC) vai acolher o Encontro Anual da Cochrane...
A edição de 2023 do encontro vai discutir temáticas relevantes para a comunidade científica, ao focar temas relacionados com a replicação científica e o seu estudo através de revisões sistemáticas e metanálises, fundamentais para o sucesso da investigação e, consequentemente, para a otimização de práticas clínicas baseadas na evidência.
O encontro vai contar com a presença de um dos cientistas com maior impacto a nível internacional, John Ioannidis, professor da Universidade de Stanford (Estados Unidos da América) e ERA Chair Holder do projeto “EXCELScIOR”, que está a ser desenvolvido pela UC.
John Ioannidis tem vindo a destacar-se no estudo dos métodos e práticas de investigação e na melhoria das abordagens que permitam encontrar evidência fiável na investigação em biomedicina e saúde pública. Os seus contributos para fomentar a “verdade científica” e mitigar a "crise de reprodutibilidade” representam pilares na evolução para uma ciência mais transparente.
Este evento vai ter início pelas 14h15 e vai decorrer no Anfiteatro da Subunidade 3, no Polo III da UC. A participação é aberta a toda a comunidade. A inscrição é gratuita, mas obrigatória, e pode ser feita em https://forms.gle/TsGkMuYepiyytwyy5.
Vai contar ainda com outras intervenções, nomeadamente do coordenador científico do Centro de Imagem Biomédica e Investigação Translacional (CIBIT) da UC, Miguel Castelo-Branco; do vice-presidente e investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e coordenador do projeto “EXCELScIOR”, Paulo Oliveira; assim como de vários membros da Cochrane Portugal.
O Encontro da Cochrane Portugal de 2023 é organizado pelo CIBIT, pela Faculdade de Medicina da UC (FMUC), pela Cochrane Portugal e pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
 
Bolsas I2D
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) vai investir 20 mil euros em projetos de...

A duas investigadoras responsáveis pelos projetos – Diana Martins e Diana Lima, respetivamente –  assinaram as cartas compromisso que lhes vão garantir 10 mil euros a cada para, nos próximos 18 meses, desenvolverem o seu trabalho.

O projeto “M2AI: O papel do microambiente e microbioma no tratamento dos carcinomas de mama triplos negativos ‐ aliados ou inimigos?” pretende estudar as opções terapêuticas em doentes com carcinoma da mama triplo negativo – um subtipo de cancro da mama mais frequente em mulheres jovens, que representa cerca de 15 por cento de todos os casos de cancro da mama invasivos e para o qual a quimioterapia é, atualmente, a única opção terapêutica disponível. Dada a escassez de terapias eficazes para além da quimioterapia, o cancro de mama triplo negativo é, atualmente, o subtipo de cancro de mama com pior prognóstico, apresentando uma taxa elevada de proliferação e incidência de metástases. Estudando o papel do microambiente tumoral e do microbioma na resposta ao tratamento das doentes com cancro da mama triplo negativo, este projeto procura obter dados que, futuramente, sejam úteis para o prognóstico da doença e adequação de intervenções terapêuticas de precisão. Integram a equipa liderada por Diana Martins, os investigadores Fernando Mendes, Maria Clara Rocha, Carlos Vila Nova, Rui de Oliveira, Anália do Carmo, Flávia Barbosa e Mariana Francisco.

A equipa responsável pelo projeto “SOLarClean: Uso da radiação solar para a remoção de antibióticos de águas”, por sua vez, propõe-se a desenvolver uma estratégia de tratamento de águas considerada sustentável, através de fotocatalisadores magnéticos à base de carbono. O objetivo passa por remover, de forma eficiente, produtos farmacêuticos (como antibióticos, perigosos para o meio ambiente e para a saúde humana) da água tratada nas ETARs, permitindo a sua reutilização de forma segura e evitando o aumento da resistência antimicrobiana. A aplicação da fotocatálise com recurso à radiação solar pode substituir tratamentos terciários pré-existentes considerados dispendiosos ou nocivos. Este projeto vai ao encontro da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável que visa o aumento da reciclagem e reutilização segura da água até 2030 e reconhece a poluição da água como um problema prioritário. Liderada por Diana Lima, a equipa é composta por Ana Paula Fonseca, Nádia Osório, Carla Patrícia Silva, Vânia Calisto e Valentina Silva.

Lançado em 2023 pela Presidência da ESTeSC-IPC, o I2D apoia projetos de investigação de caráter exploratório, implementados em cocriação entre, pelo menos, dois departamentos da Escola e focados em ideias originais que visem lançar novas linhas de investigação interdisciplinar. “Fazer ciência não é fácil, nem é algo que se consiga impor. O objetivo desde prémio é colocar os departamentos da ESTeSC-IPC a comunicar entre si e mostrar que é possível fazer ciência, mesmo com pouco dinheiro”, explicou ontem o presidente da ESTeSC-IPC, Graciano Paulo, na sessão de apresentação dos projetos.

O balanço da primeira edição do I2D – Igniting InterDisciplinarity é positivo e Graciano Paulo anunciou já que, no próximo ano, haverá um reforço da verba atribuída a este programa. “Não tenho dúvidas de que, com esta aprendizagem, com este início, o futuro só pode ser promissor”, afirmou.

 
Nutrição e saúde
O excesso de peso e a obesidade representam um grave problema de saúde pública, que afeta mais de me

O aumento de comidas já pré-cozinhas nos supermercados e as cadeias de restaurantes fast food têm tido um impacto negativo quer na saúde quer na dinâmica de muitas famílias portuguesas, pois o tempo de partilha e socialização à mesa passa a ser escasso. Para melhor percebermos a concentração de açúcar presente em alimentos ingeridos com frequência por crianças, vamos analisar alguns deles, face aos valores estipulados pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS) nomeadamente cereais de pequeno-almoço, bolachas, gelados, produtos de pastelaria e iogurtes líquidos e sólidos.

No que respeita aos cereais de pequeno-almoço, em média estes apresentam 22g/100g sendo necessária uma redução média anual de 5,7g/100g para se enquadrarem dentro do que é esperado. Atualmente os únicos cereais e cumprirem os requisitos estabelecidos na EIPAS são os flocos de milho e integrais.

No que respeita aos iogurtes líquidos, nenhum cumpre os requisitos estabelecidos, pois em média possuem 12,0g/100g e 12,1g/100ml o que implica por parte da indústria uma redução de média anual de 2,3g/100g e 3,2g/100ml. De salientar que, nestes casos, já existe uma concentração de açúcar proveniente da lactose. Em relação aos iogurtes sólidos, atualmente 22 deles já cumprem os requisitos estabelecidos na EIPAS.

O reduzido número de cereais de pequeno-almoço e iogurtes com teor de açúcar inferior a 5g/100g (ou 2,5g/100ml, para os líquidos) evidencia a necessidade de se intervir junto dos operadores económicos e dos consumidores, pois o facto de serem alimentos frequentemente consumidos por crianças poderá levar ao surgimento de diversas problemáticas em idade precoce.

Como resultado de hábitos não saudáveis, associados ao consumo elevado de alimentos ultra processados, a redução de práticas de atividade física e a obesidade têm sido assuntos frequentes. A obesidade trata-se de uma doença crónica caracterizada pelo acumulo de gordura corporal, que pode levar a outras enfermidades, como é o caso da hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e cancro.

Quando falamos de obesidade na infância, as consequências podem ser para toda a vida, pois o peso elevado pode continuar durante a fase adulta. Segundo o Ministério da Saúde, crianças acima do peso possuem 75% mais hipóteses de se tornarem adolescentes obesos, enquanto que os adolescentes obesos têm 89% de hipóteses de serem adultos obesos.

Além das consequências para a saúde, uma criança com obesidade pode vir a sofrer com as práticas de bullying. As consequências disso podem ser muito graves quer durante a infância, quer na fase adulta, podendo levar a um desinteresse e abandono escolar, perturbações psicológicas e emocionais, depressão, compulsão alimentar, vícios do cigarro/álcool, bem como um efeito negativo no que respeita às relações sociais e profissionais.

Alguns estudos mais recentes sugerem também que o consumo excessivo de açúcar pode contribuir para o aumento da prevalência de PHDA (Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção) na infância e adolescência. Esta é uma possibilidade preocupante, sobretudo quando a maior quantidade de açúcar consumida por estas crianças vem através de alimentos que diariamente ingerem, como sumos artificiais ou achocolatados e os refrigerantes consumidos em média duas a quatro vezes por semana. No seguimento destes estudos feitos, foram estabelecidas recomendações para prevenir o aparecimento da perturbação, como por exemplo a redução do consumo de gordura saturada, redução consumo de carnes, redução da adição de açúcar e inclusão de frutas e vegetais.

Em suma o consumo de açúcar e as suas consequências são nefastas quer para a saúde física, quer para a saúde mental de crianças, jovens e adultos, sendo necessária a adoção de medidas que promovam as boas práticas desde a infância à idade adulta.

 
Cristina Cruz - Técnica Educação Especial da Psieducare parceira da www.girohc.pt/
 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Apresentação do relatório “Infeção por VIH em Portugal 2023"
Foi durante a apresentação do relatório “Infeção por VIH em Portugal 2023", 40 anos depois de ter sido identificado o...

Através da “desmedicalização destes medicamentos”, este é, na sua opinião, um passo “muito relevante para a prevenção e na eliminação da infeção”.

Na sua intervenção, Margarida Tavares assinalou ainda que “a história da SIDA e do VIH é feita de momentos muito difíceis”, marcados pelo “preconceito, pelo medo, pela solidão e pela morte” nas primeiras décadas da epidemia. Neste sentido, salientou que “a discriminação e o estigma ainda persistem além do desejável”, pelo que importa “continuar a mudar comportamentos e mentalidades em relação ao VIH”.

Por oposição, a governante destacou os sucessos deste percurso de controlo da epidemia, nomeadamente “os avanços terapêuticos, as estratégias de saúde pública e o contínuo investimento para eliminar o estigma”. Por isso, a secretária de Estado agradeceu aos profissionais de saúde, à sociedade civil e ao poder local pelo trabalho realizado e “por mostrarem a força da articulação” entre entidades.

Esta estratégia, nas palavras de Margarida Tavares, permitiu, “desde 2000, observar uma tendência decrescente no número de novas infeções, casos de SIDA e mortes associadas”, apesar do número de novos diagnósticos corresponder “ainda a uma taxa alta, comparativamente a outros países europeus”.

Para ultrapassar este desafio, a secretária de Estado sinalizou a “rede de serviços desenvolvida há mais de 40 anos, um Serviço Nacional de Saúde de qualidade e humanizado, circuitos criados, conhecimento e massa crítica”, salientado que este conjunto de respostas “tem mantido mais de 40 mil pessoas em tratamento e tem permitido fazer mais de 70 mil testes rápidos nas comunidades e mais de 370 mil nos centros de saúde”, disponibilizando Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) a mais de 4.500 pessoas todos os anos.

Ainda no campo da prevenção, a governante destacou medidas como a distribuição de mais de cinco milhões de preservativos, a distribuição de mais de 1.100.000 seringas através do programa criado para este efeito há 30 anos, fundamental na redução dos riscos associados à infeção por VIH.

 
Opinião
Já foi há 35 anos (1988) que a Assembleia Geral das Nações Unidas e a OMS instituíram o dia 1 de dez

Destes tempos até aos nossos dias, poder-se-á afirmar que quase tudo mudou?

Efetivamente, os avanços científicos na área foram gigantescos e rápidos, considerando tratar-se de uma patologia identificada há pouco mais de 40 anos. O conhecimento do seu agente, epidemiologia, fisiopatologia e consequente terapêutica, levou a progressos extraordinários na abordagem dos doentes, estando hoje distantes os tempos em que se falava de uma sentença de morte. Estamos hoje perante uma doença crónica, com supressão virológica e reconstituição imunitária como objectivos facilmente alcançáveis na maioria dos casos, com terapêuticas cómodas e bem toleradas.

Realmente, podemos afirmar com segurança que as mudanças foram gigantescas.

Faz assim sentido continuar a assinalar este dia mundial e a chamar a atenção para a Doença VIH?

Desde já podemos afirmar que a resposta é um enorme SIM, por vários motivos:

Os avanços terapêuticos e de manejo da doença não foram acompanhados socialmente. Mantém-se a discriminação e o estigma a que estes doentes estão sujeitos. Tal deve-se aos eternos preconceitos, o não aceitar do “outro” e a uma continuada ignorância e desinformação em relação às formas de transmissão da doença. Esta situação é particularmente chocante entre estudantes universitários, autoridades de segurança e até em profissionais de saúde.

Existe informação relativamente recente que deve ser difundida à população, tal como a possibilidade de profilaxia pré-exposição, o mais próximo que temos de uma vacina; o conceito de “carga viral indetetável = vírus intransmissível” acentua a necessidade de diagnóstico e tratamento de todos os casos, podendo o seu conhecimento levar a uma redução do estigma.

A menor visibilidade da Doença VIH nos media tem-se traduzido num aumento do número de novos casos nalguns grupos populacionais, nomeadamente homens que têm sexo com homens em idades muito jovens e também transmissão heterossexual em faixas etárias acima dos 50 anos.

Tem aumentado o número de diagnósticos em fases avançadas da doença, durante internamentos hospitalares, já com grave depressão imunitária e com doenças oportunistas. A falta de sensibilização da população e de profissionais de saúde conduz a um rastreio insuficiente e a dramáticos diagnósticos tardios. É necessário testar mais e tratar mais.

Não sendo hoje a doença VIH a tal “sentença de morte” de há 30 anos, ela continua a ser uma doença crónica, com necessidade de medicação permanente e vigilância atenta de comorbilidades e eventos adversos.

Vamos assim assinalar este Dia Mundial de luta contra a SIDA em 2023 de uma forma descomplexada, comemorativa, e com o máximo de informação a todos.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dedicado a pessoas com patologias respiratórias crónicas
A VitalAire, presente nos Cuidados Respiratórios Domiciliários em Portugal há mais de 35 anos, acaba de inaugurar em Almada um...

O novo EspaçoVital proporciona mais uma opção diferenciada de assistência totalmente personalizada e de proximidade a pensar no dia-a-dia dos pacientes e seus cuidadores. Este novo espaço localiza-se próximo do Hospital Garcia de Orta, disponibilizando assistência gratuita aos pacientes VitalAire, assegurada por uma equipa de Profissionais de Saúde dedicada. A inauguração contou com a presença de um representante da Câmara Municipal de Almada.

Um conceito inovador e complementar ao apoio domiciliário

O novo espaço é o mais recente centro de proximidade VitalAire, juntando-se assim aos quatro EspaçoVital já existentes a nível nacional - Porto, Viseu, Santarém e Évora - espaços totalmente dedicados às pessoas com patologias respiratórias crónicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS), entre outras. Um conceito inovador e complementar aos serviços domiciliários, em que a equipa de Profissionais de Saúde está disponível para apoiar e capacitar os pacientes na terapia prescrita, nomeadamente, na formação e explicação sobre a correta utilização dos equipamentos e respetivos interfaces (máscaras, humidificadores, etc.), logo após a consulta ou antes da consulta marcada.

No EspaçoVital será ainda disponibilizado o novo programa de Sessões Educativas PacienteVitalAire, como forma de conhecer as dúvidas e necessidades de cada paciente, de modo a contribuir para estabelecer a adesão e boa gestão da sua terapia.

Jorge Correia, Diretor Geral da VitalAire expressa “A decisão de estabelecer um novo EspaçoVital em Almada, a par dos quatro já existentes, destaca a dedicação da VitalAire em proporcionar soluções complementares e de proximidade nos Cuidados Respiratórios Domiciliários. A proximidade e conveniência reforçam o nosso compromisso para uma abordagem centrada nas necessidades específicas dos nossos pacientes e seus cuidadores, fortalecendo a personalização dos cuidados, a capacitação para a adesão ao tratamento e obtenção dos resultados importantes para os pacientes contribuindo, assim, para otimizar a qualidade de vida de todos os que acompanhamos ao longo da sua patologia respiratória crónica.” 

Teva atribui prémio no valor total de 25 mil euros
São já conhecidos os cinco projetos vencedores da 3.ª edição dos prémios Humanizar a Saúde, uma iniciativa da Teva, empresa...

Os Projetos "Programa de visitas de palhaços a hospitais com serviços oncológicos pediátricos", da Operação Nariz Vermelho - Associação de Apoio à Criança; "Casulo" da Associação Calioásis - Centro de bem-estar para crianças, jovens e famílias afetados pelo cancro; "Sol de Afectos" da SOL - Associação de Apoio às Crianças Infetadas pelo VIH/SIDA; "Palhaços d'Opital" da Palhaços d'Opital e "Unidade Móvel - Saúde de Proximidade", da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé foram assim distinguidos com 5 mil euros cada, numa cerimónia que decorreu no passado dia 28 de novembro, no Centro Cultural de Belém.

O “Programa de visitas de palhaços a hospitais com serviços oncológicos pediátricos”, da Operação Nariz Vermelho, é uma iniciativa que pretende contribuir para a humanização e melhoria da experiência de internamento e qualidade de vida das crianças durante a hospitalização de longa duração para tratamento de cancro. O projeto prevê visitas semanais regulares dos Doutores Palhaços, ao longo do ano, a todas as crianças e adolescentes internados nos 19 hospitais abrangidos pelo programa.

Já a Palhaços d’Opital foi pioneira na Europa a levar o trabalho e missão dos Doutores Palhaços a adultos e com foco nos idosos, em ambiente hospitalar. Tem como missão a valorização e a dignificação da pessoa mais velha. A equipa faz visitas semanais e regulares a oito hospitais parceiros: Unidade Local de Saúde de Matosinhos, IPO Coimbra, Centro Hospitalar Tondela Viseu, Hospital Distrital da Figueira da Foz, Centro Hospitalar do Baixo Vouga e Centro Hospitalar Universitário de São João, e é composta por artistas profissionais com experiência performativa e com formação específica na área do palhaço em ambiente hospitalar para realizar sempre o melhor trabalho artístico possível.

O projeto “Sol de Afectos”, da SOL – Associação de Apoio às Crianças Infetadas pelo VIH/SIDA, criado em 2020 para pais de crianças e jovens com VIH, tem como objetivo a criação de um espaço para os progenitores/cuidadores compartilharem as suas vivências, sejam elas em relação à doença dos seus filhos, tratamento, dificuldades e conquistas no processo de habilitação da criança, sendo este um momento de partilha entre pares e de entreajuda dos pais sobre como acompanharem os seus filhos na aceitação da sua doença.

A iniciativa “Unidade Móvel – Saúde de Proximidade”, da Liga dos Amigos do Centro de Saúde de Alfândega da Fé, pretende dar continuidade aos serviços de apoio e cuidado domiciliário desenvolvidos nas aldeias do concelho de Alfândega da Fé, direcionados para atividades instrumentais de vida diária que promovem o bem-estar biopsicossocial da pessoa idosa e combatem o isolamento e solidão, dando aos idosos ferramentas para que estes tenham uma maior qualidade de vida, a fim de se manterem nas suas casas o maior tempo possível.

Foi ainda premiado o “Projeto Casulo”, da Associação Calioásis – Centro de bem-estar para crianças, jovens e suas famílias afetados pelo cancro, que visa a criação de um jardim no internamento do serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Coimbra, com o objetivo de melhorar o bem-estar e a saúde física e mental das crianças, adolescentes e seus cuidadores ali internados. Um espaço de convívio para que os adolescentes, pais e mães ou outros cuidadores possam usufruir; e uma oportunidade para otimizar condições para a realização de ações de autocuidado, por exemplo, leitura, debates, cinema ao ar livre, yoga ou meditação.

Marta Gonzalez Casal, Diretora Geral da Teva Portugal explica que "com estes prémios queremos continuar a reconhecer o imenso trabalho realizado por profissionais de saúde, cuidadores e instituições que contribuem diariamente para a humanização dos cuidados de saúde e que promovem a qualidade de vida das pessoas que sofrem de uma doença. O nosso compromisso, além de produzir medicamentos, é dar visibilidade a iniciativas que nos inspiram com as suas ideias, esforço e dedicação. Estes prémios têm-nos permitido descobrir soluções absolutamente inovadoras e impactantes que nos emocionam todos os anos pelo seu espírito de altruísmo.”

A entrega dos Prémios Humanizar a Saúde decorreu no passado dia 28 de novembro, numa cerimónia no Centro Cultural de Belém, que contou com as presenças de António Marques Pinto, presidente da Associação de Jovens Médicos de Portugal, Ana Jorge, Provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Ema Paulino, Presidente da Associação Nacional de Farmácias, Jorge Espírito Santo, em representação do bastonário da Ordem dos Médicos, José Vieira Gavino, presidente da Mesa da Assembleia Geral da Ordem dos Farmacêuticos e Maria do Rosário Zincke dos Reis, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Plataforma Saúde em Diálogo.

 
Doenças do Movimento
Na idade pediátrica, a doença do movimento mais frequente é a perturbação de tiques, que inclui o Sí

Os tiques são involuntários, podendo ser motores ou vocais (ou fónicos). Os tiques motores são movimentos rápidos, recorrentes e não rítmicos. Os tiques vocais são sons ou palavras repetidas frequentemente, de forma incontrolável. Podem, ainda, ser classificados como simples, sem propósito e envolvendo apenas um grupo muscular ou parte do corpo, ou complexos, quando envolvem vários grupos musculares, coordenados e por vezes com um propósito.

Os tiques motores podem manifestar-se de várias formas, como, por exemplo, pestanejar, movimentar a cabeça, sacudir os braços, saltar, tocar em objetos ou pessoas, movimentar todo o corpo. Já os tiques vocais ou fónicos podem ser reconhecidos, por exemplo, ao limpar a garganta, dar estalinhos com a língua, fungar, grunhir, imitar sons de animais ou palavras ou frases inapropriadas ou fora de contexto.

Habitualmente, os tiques surgem entre os 4 e os 12 anos de idade, atingem uma maior gravidade na adolescência e podem ser transitórios (duração < 1 ano) ou evoluírem para a cronicidade (duração > 1 ano). Geralmente, os tiques motores e vocais mudam de frequência, evoluem em complexidade e podem intercalar entre períodos de maior ou menor intensidade. Os tiques vocais podem surgir cerca de 1 a 2 anos depois dos motores.

A presença de tiques motores e vocais crónicos caracteriza uma perturbação neurológica denominada por Síndrome de Gilles de la Tourette (SGT). Os sintomas surgem habitualmente entre os 5 e os 18 anos, são mais frequentes no sexo masculino, e existe uma história familiar de SGT em 10-15% das crianças.

O diagnóstico de tiques e SGT é realizado por um neuropediatra, que se baseia na história clínica fornecida pelos pais e na observação em consulta (embora as crianças possam suprimir os tiques quando se sentem observadas). Os exames complementares habitualmente não são necessários para o diagnóstico já que este se fundamenta em critérios clínicos, mas são solicitados nalguns doentes para exclusão de outras patologias neurológicas que podem apresentar-se com perturbações do movimento, nomeadamente tiques.

A avaliação e o diagnóstico são fundamentais para a exclusão das comorbilidades mais frequentemente associadas à perturbação de tiques (particularmente à SGT), nomeadamente a Perturbação de Défice de Atenção e Hiperatividade (PDAH), Perturbação Obsessiva-Compulsiva (POC), Perturbação do Espectro do Autismo (PEA), perturbação de sono, dificuldades específicas de aprendizagem, cefaleias, perturbações psiquiátricas como ansiedade e depressão.

A intervenção na perturbação de tiques envolve a presença de neurologistas, psicólogos, terapeutas e psiquiatras, e baseia-se na psicoeducação e nas terapias cognitivo-comportamentais (psicoterapia, treinos de relaxamento, hipnose, …). Ocasionalmente, pode ser necessária terapêutica farmacológica para controlar os tiques, mas esta decisão é sempre individualizada e tomada em conjunto com a família. Na verdade, a família é um elemento-chave na abordagem à perturbação de tiques, uma vez que existem algumas estratégias para aplicar na rotina diária da criança, que ajudam a diminuir a intensidade e a frequência dos tiques. Estas incluem:

  • aprender a reconhecer os tiques, as situações que os desencadeiam, evitando-as ou usando fatores distratores;
  • evitar situações de stress e ansiedade;
  • ter uma boa higiene do sono;
  • praticar exercício físico;
  • dedicar tempo a passatempos desportivos, musicais.

Relativamente ao prognóstico desta perturbação, a maioria das crianças com tiques motores simples têm uma diminuição dos sintomas por completo, já as crianças com SGT podem manter os sintomas na idade adulta. No entanto, e dependendo da gravidade dos sintomas, a maioria das pessoas com tiques motores consegue ter uma vida normal na sociedade.

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3º Encontro Internacional (Re)pensar o VIH e Sida
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC)/Centro Colaborador da Organização Mundial deSaúde (CCOMS) para a Prática...

Com início às 14h00 (sessão de abertura), começam por falar neste evento, em formato online, o Presidente da ESEnfC, António Fernando Amaral, a coordenadora do CCOMS para a Prática e Investigação em Enfermagem sediado na ESEnfC, Ananda Maria Fernandes, e a professora da ESEnfC, especialista em Saúde Pública, Aliete Cunha-Oliveira.

Seguem-se, até perto das 17h00, intervenções de especialistas em duas mesas-redondas subordinadas aostemas “Estado atual das IST” e   “Projetos comunitários”. 

Com este evento científico, a ESEnfC pretende envolver docentes, clínicos e estudantes, dando lugar a reflexões no âmbito da prevenção, investigação, clínica e intervenção comunitária, nos 42 anos da infeção VIH (1981-2023).

O Dia Mundial da Luta Contra a Sida, assinalado anualmente a 1 de dezembro, «é mais do que uma celebração das conquistas das comunidades, é um apelo à ação para capacitar e apoiar as comunidades nos seus papéis de liderança», afirma a organização deste encontro internacional. Que recorda que, «todos os dias, 3600 pessoas são infetadas pelo VIH (46% são adolescentes e mulheres)». 

De acordo com o Relatório Infeção por VIH em Portugal – 2023, apresentado há dias pela Direção-Geral da Saúde (DGS) e pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), os 804 novos casos de infeção por VIH registados em Portugal no ano passado vêm confirmar   uma tendência decrescente que se verifica desde 2000. 

Revela o documento que, entre 2013 e 2022, houve uma «redução de 56% no número de novos casos de infeção por VIH e de 74% em novos casos de Sida».

Em 2016, os estados-membros das Nações Unidas adotaram o compromisso para eliminação da epidemia de VIH até 2030.

Mais informações sobre o programa e os oradores deste encontro internacional estão disponíveis no sítio do evento na Internet, em http://www.esenfc.pt/event/RepensarVIHSida2023.

 
Entrevista | Dra. Maria José Rebocho, Cardiologista
“A Insuficiência cardíaca é uma doença grave e crónica, que ocorre quando o coração é incapaz de sup

A prevalência da Diabetes e da Insuficiência Cardíaca continuam a aumentar e sabe-se que ambas estão fortemente associadas. Os dados demonstram, aliás, que os doentes diabéticos correm um risco até 8 vezes maior de sofrerem de IC quando comparados com a população geral. O que explica esta relação

A Insuficiência cardíaca é uma complicação frequente da Diabetes, com uma prevalência até 22%, sendo 2-5 vezes mais frequente nos doentes com diabetes do que nos doentes sem diabetes. Pode desenvolver-se nos doentes diabéticos, mesmo na ausência de outros fatores de risco para IC, como a hipertensão arterial ou doença coronária. É, portanto, uma complicação grave na população diabética. 

A insuficiência cardíaca desenvolve-se no doente diabético por um mecanismo complexo, que envolve lesão nas artérias do coração (coronárias), com enfarte de miocárdio e lesão de pequenos vasos originando miocardiopatia. 

Para quem ainda desconhece, o que é a Insuficiência Cardíaca? Quais os sintomas ou sinais de alerta aos quais devemos estar atentos? 

A Insuficiência cardíaca é uma doença grave e crónica, que ocorre quando o coração é incapaz de suprir as necessidades, de nutrientes e oxigénio, para que o organismo funcione normalmente. Pode ser devido ao coração não conseguir bombear o sangue na quantidade necessária ou à existência de alteração no relaxamento do coração, levando à acumulação de líquido nos pulmões e noutras partes do corpo, como nas pernas e no abdómen. 

As causas mais frequentes da Insuficiência cardíaca são a doença das artérias coronárias (lesão grave após Enfarte de Miocárdio/ataque cardíaco) e a Hipertensão arterial não controlada e de longa duração, que leva primeiro a uma hipertrofia do músculo do ventrículo esquerdo e que, posteriormente, se dilata com deficiente capacidade de contração. 

Existem, ainda, outros fatores de risco, tais como colesterol elevado, tabagismo, diabetes, obesidade, sedentarismo, alcoolismo, história familiar de doença cardíaca ou mutações genéticas. 

Os principais sintomas são fadiga; cansaço extremo; falta de ar (dificuldade em respirar); inchaço (edema) dos membros inferiores e abdómen e taquicardia (pulso rápido). 

Relativamente aos fatores de risco associados, para além da diabetes, que outros fatores podem precipitar o desenvolvimento da Insuficiência Cardíaca? 

Os fatores de risco do doente diabético para o desenvolvimento da insuficiência cardíaca incluem o tempo de duração da diabetes e um mau controlo da glicemia; hipertensão arterial não controlada; valores elevados dos lípidos (colesterol e triglicéridos); excesso de peso/obesidade; doença isquémica cardíaca; alteração da função renal; e doença vascular periférica. O tabagismo, assim como o alcoolismo, são também fatores de risco. 

Como se trata a insuficiência Cardíaca? 

A adoção de estilos de vida saudáveis, tal como a prevenção dos fatores de risco, são fundamentais. Atualmente, existem medicamentos que, além de melhorarem os sintomas de IC com uma melhor qualidade de vida, também modificam o prognóstico da doença, com maior sobrevivência. Além da medicação, alguns doentes com IC têm indicação para implantação de dispositivos cardíacos (pacemakers, alguns com possibilidade de fazerem ressincronização e desfibrilhadores implantáveis), que também melhoram os sintomas e aumentam a sobrevivência dos doentes com IC. 

E como é controlada a diabetes num doente com IC? A medicação pode interferir com a evolução/prognóstico da doença, por exemplo? Quais os cuidados a ter quanto à terapêutica? 

Quanto melhor o doente diabético controlar a diabetes, menos complicações poderá vir a ter, relacionadas tanto com a diabetes como com a insuficiência cardíaca. 

Atualmente, existem fármacos que simultaneamente melhoram o controlo da diabetes e da insuficiência cardíaca. A não adesão à terapêutica é uma das principais causas de internamento destes doentes. 

Sendo diabético, que cuidados dever o doente ter para prevenir a Insuficiência Cardíaca? 

A resistência à Insulina é mais prevalente no doente com insuficiência cardíaca, pelo que é necessário um controlo rigoroso da glicemia, que se associa a uma redução das complicações, designadamente na incidência de insuficiência cardíaca. 

É fundamental também o controlo da hipertensão arterial, do colesterol e do peso. Fazer uma alimentação saudável e adequada à diabetes, bem como combater o sedentarismo são medidas fundamentais para diminuir as complicações. 

E no caso de já coexistirem ambas as patologias, como pode o doente melhorar a sua qualidade de vida? 

É fundamental que tenha um estilo de vida saudável, tanto na alimentação como no exercício físico. Mesmo com insuficiência cardíaca, deve sempre fazer exercício de acordo com as indicações médicas, sendo o caminhar diariamente o mais exequível. 

Nunca esquecer o cumprimento rigoroso da medicação, assim como o controlo da glicemia. 

Quais as complicações associadas a estas patologias? 

Existem complicações associadas à diabetes relacionadas com os pequenos vasos (microvasculares) que lesam as artérias da retina, dos rins e dos nervos periféricos. Mas as mais graves são as lesões das artérias do coração (coronárias) que podem causar enfarte de miocárdio, do cérebro com acidente vascular cerebral e doença arterial periférica. 

Relativamente a dados concretos, qual a prevalência da Insuficiência Cardíaca no nosso país e quais as estimativas para o futuro? 

A prevalência da insuficiência cardíaca em Portugal baseia-se no estudo EPICA, que já tem mais de 20 anos. De acordo com o estudo, calcula-se que existam cerca de 400 mil portugueses com IC. Aguardemos os resultados do estudo PORTHOS, que nos dará um número atualizado ao último censo e em que foram utilizados critérios de diagnóstico da IC de acordo com as mais recentes Guidelines Europeias. 

A prevalência da IC no futuro terá um aumento significativo devido ao envelhecimento da população portuguesa, à maior sobrevivência do Enfarte de Miocárdio e ao progressivo desenvolvimento de novas terapêuticas da própria IC, que levam a uma maior sobrevida destes doentes. 

Sabendo que IC é a terceira causa mais comum de hospitalização em Portugal, qual impacto económico estimado desta patologia no país? 

De acordo com um estudo de M. Gouveia publicado em 2019, a Insuficiência cardíaca tem um importante impacto económico atual, atingindo 2,6% do total das despesas públicas em saúde, em que os internamentos hospitalares contribuem em 39% desses gastos. A Insuficiência cardíaca é uma das principais causas de internamento na população com mais de 65 anos de idade. 

Para fazer face ao aumento estimado da prevalência da IC nos próximos anos, os responsáveis pelas políticas de saúde terão que estabelecer estratégias de prevenção, diagnóstico precoce da IC a ser efetuado nos Cuidados Primários e ao aumento do número de Clínicas de IC hospitalares com apoio de Hospital de Dia. 

Neste contexto, o diagnóstico precoce é fundamental, em que a realização de uma simples análise sanguínea (BNP/NT-proBNP) pode desempenhar um papel importante. Contudo, o que verificamos atualmente é que os médicos de família, em Portugal, ainda não têm acesso à sua prescrição, embora a utilização deste biomarcador já seja recomendada há mais de 10 anos pelas guidelines da Sociedade Europeia de Cardiologia. Aliás, a sua não comparticipação poderá ser um dos motivos do diagnóstico tardio da IC em Portugal. Um estudo econométrico concluiu também que a utilização do BNP/NT-proBNP possa gerar até 3 milhões de euros de poupança para o SNS caso possa ser disponibilizado nos Cuidados de Saúde Primários. 

No âmbito desta temática, que mensagem gostaria de deixar? 

  • O enfoque na prevenção de fatores de risco para as doenças cardiovasculares e para a diabetes. 
  • A adoção de estilos de vida saudáveis, alimentação e exercício físico, não esquecendo o combate ao consumo excessivo de álcool e ao tabagismo. 
  • A melhoria da Literacia em saúde para a população em geral, em particular nos jovens. 

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
3.º estudo do Projeto Saúdes
Muitas das doenças transmitidas por Vetores [DTVs], como a malária, têm estado limitadas a regiões específicas, mas em Portugal...

Atenta às alterações climáticas e ao seu impacto na saúde, a Médis, marca do Grupo Ageas Portugal, alerta para a presença de duas variedades de mosquitos que podem introduzir doenças como a dengue, malária ou zica no país. Devido ao aumento da temperatura e da humidade do ar, está a existir uma propagação de novos organismos que transmitem doenças infeciosas entre os seres humanos ou de animais para humanos, que até então estavam confinados a países tropicais.

As ondas de calor e os dilúvios severos, aliados aos verões cada vez mais longos e quentes sentidos na Europa estão a ser tendência, modificando os habitats naturais dos vetores (maioritariamente insetos). Em Portugal, além da descoberta destas duas estirpes, já está a existir uma habituação, causando a sua expansão geográfica em várias zonas do país.

Contudo, cerca de 64% dos portugueses não têm conhecimento da presença destes dois mosquitos em território nacional. Estas conclusões são do estudo independente “Riscos Climáticos e a saúde dos Portugueses: Futuro(s) por imaginar e construir", realizado pela Return on Ideas (ROI).

"Num mundo em constante transformação, a Médis e o Grupo Ageas Portugal assumem o compromisso de não apenas proteger, mas também de informar. Com informação, a Sociedade pode tomar decisões muito mais conscientes. As alterações climáticas representam uma realidade inegável, e é essencial reconhecer que o aumento da temperatura não só altera paisagens, mas também ameaça a saúde global de todos os portugueses”, afirma Maria do Carmo Silveira, Responsável de Orquestração Estratégica do Ecossistema de Saúde do Grupo Ageas Portugal. “Ao alertar para estes novos riscos de saúde associados aos riscos climáticos, a Médis reforça seu papel não apenas como marca de saúde, mas como promotora ativa da prevenção e da literacia”, conclui a responsável.

Uma DTV é uma doença humana, causada pela transmissão de parasitas, bactérias ou vírus através da picada ou mordida de um vetor, que engloba várias doenças, como dengue, malária ou zica. Os vetores são organismos vivos - carraças, mosquitos e outras moscas -, que transmitem um microrganismo patogénico (com capacidade de causar doença) entre humanos, de animais para humanos, de humanos para animais, ou entre animais.

Apesar da abundância de uma população de um tipo de mosquitos não determinar, por si, a existência de doenças, quando estas espécies são instaladas em grande quantidade numa região, passa a ser possível que Pessoas contaminadas que sejam picadas por mosquitos, e transmitam a doença a outras Pessoas. Assim, com a introdução destes dois insetos transmissores de doenças como a febre amarela, em Portugal, é possível que existam surtos destas patologias no país.

Agricultores, veterinários, caçadores e técnicos ambientais têm mais probabilidade de desenvolver as doenças pelo maior contacto ou exposição. E as crianças, idosos e Pessoas imunocomprometidas (ex., por HIV, quimioterapia ou transplantes) que contraiam o vírus são mais propensos a desenvolver doenças graves.

Mais informações e conclusões do estudo disponíveis em Saúdes (saudes.pt)

 
Equipamento único no País
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) apresentou na inauguração do dia 23 de novembro, um novo equipamento no...

Este novo equipamento está apenas disponível em Coimbra, trazendo vantagens a três níveis: produtividade, qualidade de imagem e novos parâmetros de quantificação. A aquisição de imagens mais rápida permite aumentar a produtividade: já foi possível aumentar em 25% o número de doentes agendados para Cintigrafia de Perfusão do Miocárdio e na área da Neurologia é possível adquirir o exame em metade do tempo, quando comparamos com os sistemas convencionais. Por outro lado, a obtenção de parâmetros avançados de quantificação também permite extrair mais informações de cada exame, aspeto particularmente importante na Cardiologia Nuclear e nos estudos oncológicos obtido após terapêuticas com radiofármacos.

O equipamento destaca-se pela tecnologia de ponta da GE HealthCare, com a nova geração de detetores digitais CZT (Telureto de Zinco e Cádmio) e a versatilidade do inovador anel dos detetores, que promete revolucionar a abordagem do hospital no diagnóstico e terapêutica, proporcionando benefícios notáveis para doentes e profissionais de saúde na área da Medicina Nuclear.

Segundo Gracinda Costa, diretora do serviço de Medicina Nuclear do CHUC, o equipamento “representa uma verdadeira revolução no mundo da Medicina Nuclear. Estamos apenas a começar a desbloquear o seu potencial. Com a versatilidade do inovador anel dos detetores, adaptável à localização dos órgãos em estudo, permite-nos redefinir como exploramos os estudos cintigráficos, sobretudo em cardiologia, neurologia e após tratamento com radiofármacos. A capacidade de realizar aquisições simultâneas com múltiplos isótopos em um único exame, a possibilidade de reduzir a dose de radiação ionizante ao paciente, a acuidade da quantificação, o impacto positivo na qualidade de imagem e na produtividade, abrem oportunidades inovadoras para a prática clínica.”

Com elevada importância nas cintigrafias cardíacas e do sistema nervoso central, este equipamento veio também transformar a resposta nos estudos de Teranóstica, um novo conceito que alia o diagnóstico e a terapêutica, ao fornecer imagens de precisão e alta qualidade, permitindo expandir o horizonte do tratamento personalizado e transformar a inovação na área da Teranóstica. Isto porque o exame obtido após o tratamento fornece um conjunto de dados que permite conhecer a dose de radiação fornecida às lesões e estudar, posteriormente, a relação entre essa dose e a resposta terapêutica obtida. Paralelamente, possibilita a avaliação dos danos da radiação nos tecidos normais.

A inauguração no CHUC não apenas marca um momento histórico para a medicina nuclear em Portugal, mas também destaca o compromisso contínuo da instituição em oferecer cuidados de saúde de última geração.

Rui Costa, Diretor Geral da GE HealthCare em Portugal, refere: “por meio das diferentes áreas da GE HealthCare, pretendemos reforçar o nosso compromisso em atender às necessidades da prestação de cuidados ao doente com a implementação deste tipo de equipamentos médicos no país, com fim último em entregar a melhor prestação de cuidados aos doentes ”.

 
Opinião
No dia 29 de novembro, data de nascimento de Jean-Martin Charcot, célebre neurologista francês, assi

As doenças do movimento são doenças neurológicas que afetam o movimento normal e incluem múltiplas condições neurológicas. Infelizmente, muitas das doenças do movimento são, não apenas, ainda desconhecidas para a população em geral, mas também subdiagnosticadas pelos médicos e outros profissionais de saúde.

A doença do movimento mais conhecida é a doença de Parkinson. É caracterizada por tremor e lentificação dos movimentos e, atualmente, já é efetuada uma associação entre o aparecimento de tremor e o risco de ter doença de Parkinson. Contudo, existem outras doenças mais frequentes, mas menos conhecidas, como o tremor essencial (que afeta sobretudo as mãos) e a síndroma das pernas inquietas. Existem ainda muitas outras doenças do movimento menos frequentes, como por exemplo a Doença de Huntington, a Atrofia Multissistémica, a Paralisia Supranuclear Progressiva, as Distonias Musculares (de que são exemplo o Blefaroespasmo e a Distonia Cervical) e os Tiques (nomeadamente a Doença de Gilles de La Tourette).

Embora muitas das doenças do movimento não tenham cura, todas devem ser diagnosticadas corretamente e todas beneficiam de um tratamento adequado. A maior parte dos tratamentos disponíveis são administrados oralmente ou através da pele (adesivos). Contudo, existem terapias mais complexas em que se inclui a administração subcutânea ou intestinal de medicamentos e cirurgias cerebrais (cirurgia de estimulação cerebral profunda e ultrassonografia focalizada). Além disso, múltiplas outras intervenções terapêuticas (por exemplo, fisioterapia, terapia da fala, terapia ocupacional, psicologia, nutrição, enfermagem, etc.) desempenham também um papel cada vez mais importante.

Apesar da crescente evidência científica recomendar uma abordagem multidisciplinar para tratar estas doenças, apenas uma minoria dos doentes consegue aceder a esta prestação de cuidados. Desta forma, o acesso limitado a cuidados multidisciplinares é uma das maiores limitações na abordagem terapêutica das doenças do movimento.

As Sociedades Científicas, as Associações de Doentes e os profissionais de saúde podem desempenhar um papel crucial, não só na disseminação de informação sobre o que são doenças do movimento, mas também na sensibilização da comunidade e dos decisores políticos, para a necessidade de garantir o acesso de todos aos melhores cuidados, do diagnóstico ao tratamento.

Mesmo quando não conseguimos curar estas doenças, é sempre possível ajudar, melhorando os sintomas e o bem-estar dos doentes e de quem os rodeia.

No Dia das Doenças do Movimento, todos devemos, em conjunto, contribuir para que os doentes tenham acesso aos melhores cuidados e para que novos tratamentos sejam desenvolvidos e possam melhorar a funcionalidade e qualidade de vida de todos os doentes.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença genética rara
A hipofosfatémia ligada ao X (ou XLH) é uma doença rara que afeta 4.8 bebés por 100.000 nascimentos.

Este gene é responsável pela regulação do fosfato no corpo e uma mutação resulta num aumento dos níveis séricos da proteína FGF-23. Os níveis elevados de FGF-23 promovem uma excreção anormalmente elevada de fosfato pelo rim (incapaz de reter o fosfato de forma adequada). Os doentes afetados por esta mutação apresentam níveis reduzidos de fosfato no sangue com consequente alteração da mineralização dos ossos e dos dentes. Na maioria dos doentes existe história familiar documentada, contudo, em 25% dos casos ocorre uma mutação de novo.  

A XLH tem uma gravidade diferente de pessoa para pessoa (mesmo dentro da mesma família). As primeiras manifestações surgem habitualmente após o primeiro ano de vida quando a criança começa a andar e os pais relatam deformidades dos membros inferiores (“pernas arqueadas”), quedas frequentes ou alterações precoces nos dentes. Se existe história familiar é extremamente importante um rastreio do recém-nascido por uma equipa especializada. Na ausência de história familiar, nos primeiros sinais de alerta a criança deve ser encaminhada para realização de análises ao sangue e urina para despiste desta doença. Em idade pediátrica é muito importante ter em conta os níveis de fosfato sérico de acordo com a idade pois níveis aparentemente normais num adulto poderão encontrar-se abaixo do esperado para a idade da criança. Embora numa fase posterior possa ser feito o teste genético, o diagnóstico é realizado com base na história familiar, manifestações clínicas e alterações analíticas detetadas. Em 10 a 30% dos doentes pode não ser identificada qualquer alteração genética.  

As manifestações da doença têm início na infância. Durante o crescimento, fruto de uma mineralização deficiente dos ossos, os doentes apresentam baixa estatura desproporcionada, ou seja, um crescimento do tronco e dos membros superiores adequado, com deformação dos membros inferiores e uma notória alteração da marcha. Numa percentagem importante de doentes pode ocorrer um encerramento anormal das fontanelas (encerramento precoce da sutura sagital) com deformidades do crânio (crânio estreito e alongado – dolicocefalia - é a alteração mais frequente). Ainda durante a infância podem surgir problemas dentários graves em idades muito precoces, nomeadamente, atraso na erupção de dentes, periodontites ou abcessos dentários. A fraqueza muscular, a dor óssea e a rigidez articular são sintomas relatados desde a infância e, ao contrário do que se acreditava no passado, a doença não desaparece com o final do crescimento ósseo.   

As manifestações osteo-articulares da XLH tendem a agravar-se na idade adulta (osteoartrite precoce, entesopatias, dor crónica) com um profundo impacto na vida dos doentes e das suas famílias. Embora menos frequente, em resultado das deformações dos ossos do crânio, podem ocorrer algumas manifestações de compressão do tronco cerebral e da medula espinhal, nomeadamente, dor na região cervical, cefaleia recorrente ou baixo rendimento escolar. A alteração da acuidade auditiva pode ser notória logo desde a infância ou surgir mais tardiamente devendo ser rastreada de forma sistematizada no adulto mesmo na ausência de sintomas.  

O diagnóstico atempado desta doença é fundamental pois o início precoce da medicação dirigida pode ter um impacto importante na diminuição das deformações ósseas e permitir um crescimento adequado. A única medicação disponível até recentemente era a suplementação com fosfato e vitamina D ativada. As crianças e adolescentes com XLH têm indicação para realizar esta terapêutica, sob orientação de uma equipa médica especializada, com doses adequadas à idade e monitorização de valores analíticos, curvas de percentis de altura e deformidades dos ossos longos dos membros inferiores. Uma grande parte dos doentes relata intolerância gastrointestinal (sobretudo náuseas, dor abdominal e diarreia) à terapêutica com fosfato e, adicionalmente, são necessárias tomas frequentes (3 a 4 vezes por dia) da referida terapêutica, o que em conjunto dificulta a adesão ao tratamento. 

Após o encerramento das placas epifisárias (fim do crescimento ósseo) não é claro o benefício de manter a terapêutica de suplementação. Nesta altura, a decisão de manter a terapêutica deve ser discutida entre o médico e o doente, ponderando os riscos e benefícios, pois só os adultos sintomáticos (com dor músculo-esquelética, fraturas ou pseudo-fraturas e alterações dentárias), com alterações analíticas sugestivas de osteomalacia, cirurgias (ortopédicas ou estomatológicas) programadas, mulheres grávidas ou a amamentarem terão algum benefício em manterem a terapêutica.  

Recentemente surgiu um fármaco dirigido para esta doença. Trata-se de um anticorpo monoclonal contra o FGF-23, o burosumab. Este anticorpo é administrado por via subcutânea e vai ligar-se à proteína FGF-23 que se encontra em quantidades excessivas no sangue. Assim, vai impedir que o FGF-23 atue a nível renal permitindo ao rim absorver uma maior quantidade de fosfato e normalizar os seus níveis séricos. Em idade pediátrica está demonstrado o benefício da realização deste medicamento. 

Na idade adulta os estudos realizados são menos informativos, mas parecem melhorar a dor, a rigidez articular e a capacidade física dos doentes. Em Portugal a utilização deste fármaco na idade adulta ainda se encontra em avaliação pelas autoridades.

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
De 30 de novembro a 2 de dezembro
O Tivoli Marina Vilamoura Hotel, no Algarve, vai ser o palco do 66.º Congresso Português de Oftalmologia, entre os dias 30 de...

“À semelhança dos anos anteriores, escolhemos três temas que vão estar em destaque neste Congresso. Este ano vamos apostar na óculo-plástica (dia 30 de novembro), na oftalmologia pediátrica (dia 1 de dezembro) e na retina (dia 2 de dezembro), mas não descuramos as restantes subespecialidades da Oftalmologia, que estarão representadas nas várias sessões SPO e mesas redondas, bem como nos cursos disponíveis”, afirma Rita Flores, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO). 

A propósito do 66.º Congresso Português de Oftalmologia e em linha com a missão da SPO vão ser apresentadas duas iniciativas de relevo: as Bases de Dados de Endoftalmites e de Queratocone e o Manual de Retina “Fundus Manifestations of Systematic Diseases”. 

As bases de dados foram criadas com o objetivo de construir um registo nacional e eletrónico, no qual os oftalmologistas de centros públicos e privados podem colaborar com casos de endoftalmite e queratocone e, desta forma, reunir uma amostra significativa de população que permita fazer investigação sobre estas condições clínicas.  Já o Manual de Retina é uma obra bianual que compila informação sobre todas as doenças oculares e que resulta de uma colaboração entre a SPO e o GER – Grupo de Estudos da Retina. Este material foi desenvolvido para ajudar no diagnóstico, avaliação e tratamento de diversas doenças oftalmológicas. 

Além das sessões referidas acima, a mesa-redonda Luso-Brasileira sobre ‘A defesa da Oftalmologia, uma experiência partilhada!’ e a conferência Cunha-Vaz, levada a cabo por Joan Miller, são também outros momentos altos do evento, que os participantes não vão querer perder. 

Consulte o programa do evento em: https://spoftalmologia.pt/evento/66o-congresso-portugues-de-oftalmologia/.

 
Conclusões do estudo ´Infeção por VIH – Do diagnóstico ao início da terapêutica antirretrovírica em Portugal’
58,4% dos doentes diagnosticados com VIH não levantaram a terapêutica antirretrovírica até aos 14 dias recomendados, conclui o...

De entre as principais conclusões, verificou-se entre 2017 e o 1º trimestre de 2022 uma tendência para o aumento do número de doentes que iniciam a terapêutica dentro do tempo recomendado de 14 dias e uma tendência para a diminuição do número daqueles que iniciam após os 14 dias recomendados. 

Por exemplo, 250 doentes (7,7%), maioritariamente provenientes do internamento hospitalar, levantaram a terapêutica em data anterior à data de realização da 1ª consulta (não fazendo parte do número de doentes dentro do tempo recomendado, uma vez que o processo de obtenção da terapêutica não seguiu o fluxo desejado – consulta-prescrição-levantamento).

1.103 doentes (33,9%) levantaram a terapêutica dentro do tempo recomendado de 14 dias (no próprio dia ou até 14 dias depois da 1ª consulta) e 1.898 doentes (58,4%) levantaram a terapêutica depois dos 14 dias recomendados.

De acordo com o estudo foi possível verificar que a variabilidade no tempo de acesso à terapêutica parece refletir fatores de natureza individual (como as condições clínica e psicossocial), de natureza técnica (como a evidência disponível e recomendações internacionais) e de natureza institucional (como o modelo de organização, recursos e procedimentos administrativos).

Analisando o desempenho das instituições hospitalares, verificou se que naquela que apresentou melhor desempenho, 65,8% dos doentes levantaram a terapêutica até aos 14 dias recomendados. Já na instituição com pior desempenho, 83,8% dos doentes levantaram após os 14 dias recomendados.

Considerando que o início imediato da terapêutica antirretrovírica nas pessoas com infeção por VIH leva à melhoria do prognóstico e à redução do risco de transmissão e desconhecendo-se, em Portugal, qual é o intervalo de tempo que decorre entre o diagnóstico e o início do tratamento, o Instituto de Saúde Ambiental, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, com o apoio técnico da Lean Health Portugal, publicaram um estudo, financiado pela Gilead Sciences, que envolveu cinco Hospitais de Referência para a infeção por VIH, abrangendo os anos de 2017 e 2018.

Dada a relevância dos dados obtidos, foi projetado um novo estudo, envolvendo os Hospitais de Referência para a infeção por VIH de todo o País e incluindo, para além dos anos de 2017 e 2018, os anos de 2019 a 2021 e 2022 (1º trimestre). Este estudo: “Infeção por VIH – do diagnóstico ao início da terapêutica antirretrovírica em Portugal”, foi agora concluído e divulgado

O Estudo que envolveu 19 instituições hospitalares[2] de referência para a infeção por VIH e cinco Organizações de Doentes de base comunitária, permitiu conhecer o processo de referenciação e navegação, desde o diagnóstico da infeção por VIH até ao início do tratamento, para o intervalo de tempo entre o ano de 2017 e o 1º trimestre de 2022.

Francisco Antunes, coordenador e coautor do estudo e professor jubilado da Faculdade de Medicina de Lisboa explica que "este estudo demonstra que há uma percentagem apreciável das pessoas que vivem com VIH que, após o diagnóstico, não levantam a medicação no espaço temporal recomendado, o que pode ter reflexo no prognóstico e no risco de transmissão do vírus para parceiros sexuais. Urge, portanto, implementar medidas para mudar esta realidade, dado que a terapêutica atualmente disponível permite o início imediato do tratamento, logo após o diagnóstico, sem por em causa a sua a eficácia e segurança”.

O Estudo seguiu uma abordagem mista, combinando uma componente metodológica de naturezas quantitativa e qualitativa para o aprofundamento do conhecimento sobre barreiras e facilitadores no acesso ao tratamento, para novos casos de diagnóstico da infeção por VIH.

A Consulta a Tempo e Horas é a origem de referenciação mais frequente e não existem diferenças no intervalo de tempo máximo recomendado entre as diversas origens de referenciação.

BI Award for Innovation in Healthcare
Com mais de uma centena de candidaturas ao BI Awardfor Innovation in Healthcare 2023, que distinguem ideias inovadoras que...

Implementado em maio, o ROSE - EnvironmentSustentability of Operating Room - é um projetodesenvolvido na área de sustentabilidade ambiental no bloco operatório, com o apoio do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), aonde foram definidas várias áreas a trabalhar como, por exemplo, a triagem de resíduos, a sustentabilidade hídrica, a emissão de gases com efeito de estufa, os fumos hospitalares durante a cirurgia, a eficiência energética, entre outros. 

Tendo como foco principal a triagem de resíduos, “obloco operatório, só por si, pode ser responsável pela produção até 20% dos resíduos hospitalares anuais e, se todos forem tratados da mesma forma, vão acabar em aterros, com todo o impacto que isso representa em termos de Saúde Pública”, explica Ivone Silva, cirurgiã vascular no Santo António, que defende que esta ideia “pode permitir a poupança de muito dinheiro ao Serviço Nacional de Saúde”. Por outro lado, “existe a preocupação de rentabilizar o transporte de resíduos nos contentores para o efeito, no sentido de otimizar o seu funcionamento e reduzir a pegada carbónica”, salientou a coordenadora do ROSE.

 Este projeto poderá ser replicável a baixo custo a todas unidades de Saúde, promovendo a transformação inovadora da saúde no nosso pais. A expansão do ROSEao SNS, poderá, em 3 anos, levar a uma redução de despesa relacionada com a gestão de resíduos hospitalares do Grupo III em cerca de 20 milhões de euros, assim como uma diminuição de 50% da água consumida na desinfeção cirúrgica, representando uma poupança de 37.900.000 litros/ano no universo dos hospitais do SNS.

Promovido pela farmacêutica Boehringer Ingelheim, com o apoio institucional da Ordem dos Médicos, segundo Rita Veloso, vogal executiva do Conselho de Administração, “este prémio representa para o Centro Hospitalar Universitário de Santo António o reconhecimento do mérito e talento das equipas que se dedicam diariamente e tornar o nosso hospital sustentavelmente mais responsável, em particular no bloco operatório. Saber que estas pessoas sentem diariamente um enorme compromisso e paixão com a sustentabilidade ambiental, é algo de que este Conselho de Administração muito se orgulha, pois está intrinsecamente alinhado com os nossos valores. Esperamos que o projeto possa em breve ser alargado a mais serviços na nossa Instituição”.

 
Novo CEO vai prosseguir a implementação da estratégia de crescimento da clínica
Pedro Alvarez foi nomeado CEO da MALO CLINIC, referência mundial na área da medicina dentária. Em conjunto com as equipas de...

O projeto estratégico para a MALO CLINIC prevê um forte crescimento a nível nacional e internacional, um contínuo investimento em tecnologia e inovação e a disponibilização da sua expertise clínica também no turismo de saúde.

Assim, a equipa de gestão da MALO CLINIC é agora liderada pelo atual administrador executivo Pedro Alvarez, mantendo a sua restante composição com Mafalda Costa como Chief Operating Officer. Esta estrutura organizacional vem dar continuidade ao caminho de sucesso realizado nos últimos anos.

Pedro Alvarez é licenciado em Gestão pela Universidade Católica Portuguesa e possui um mestrado executivo em Gestão de Negócios pelo ISCTE-INDEG Business Scholl, acumulando uma vasta experiência em cargos de direção e administração nas áreas de grande consumo, de serviços e aparelhos médicos, tanto em Portugal e a nível internacional.

Na sua carreira desempenhou funções de gestão na Reckitt Benckiser e na Colgate Palmolive, como key account manager, antes de mudar para a Phillips, onde, depois de ser national channel manager, iniciou uma carreira internacional como marketing manager da companhia em Madrid. Mais tarde integrou a Mars, onde foi sales director, country manager para Portugal e category & marketing diretor na Península Ibérica. Antes de ingressar na MALO CLINIC, em maio deste ano, era diretor geral em Portugal da Amplifon, detentora da marca Minisom.

Pedro Alvarez vai agora colocar a sua grande experiência a nível comercial e de marketing ao serviço da MALO CLINIC, enquanto CEO, contribuindo para potenciar o crescimento e desenvolvimento do Grupo.

Pedro Alvarez sucede no cargo a Pedro de Albuquerque Mateus, que dedicará mais tempo aos negócios na área hospitalar, mantendo-se como administrador, co-investidor e senior consultant das áreas de healthcare e life science da Atena Equity Partners. 

Estudo ENGAGE AF-TIMI 48 celebra 10 anos de consistência
A Daiichi Sankyo Portugal lançou a Campanha 10 Years of ENGAGE que assinala uma década do estudo ENGAGE AF-TIMI 48, o maior e...

A Campanha de celebração dos 10 Years of ENGAGE teve início no dia 10 de outubro de 2023 e culminará em janeiro de 2024, com um Speaker Tour em três cidades: Lisboa, Coimbra e Porto.

Estas sessões presenciais vão contar com a participação do Prof. Robert Giugliano, investigador principal do Grupo de Estudos TIMI para o ENGAGE AF-TIMI 48, do Prof. Doutor João Morais, cardiologista do Centro Hospitalar de Leiria e investigador coordenador nacional do ENGAGE AF-TIMI 48, do Dr. Miguel Menezes, cardiologista do Centro Hospitalar Lisboa Norte, do Prof. Doutor Rui Baptista, cardiologista do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga e do Prof. Doutor Ricardo Fontes-Carvalho, cardiologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho.

Ao longo destes 10 anos, o estudo ENGAGE AF-TIMI 48 deu origem à publicação de 74 subanálises, onde foi analisado o perfil de segurança e de eficácia de edoxabano em subgrupos diversificados de doentes de alto risco.

Foram envolvidos, num follow-up mediano de 1 022 dias, 21 105 doentes com FA, provenientes dos seis continentes, 46 países e 1 393 centros. Em Portugal, o estudo ENGAGE AF-TIMI 48 contou com a participação de 10 centros, 19 investigadores e 180 doentes.

A pertinência deste estudo continua na ordem do dia, uma vez que a FA é a arritmia mais comum em adultos, sendo expectável um aumento da sua prevalência em 2,3 vezes, devido ao aumento da longevidade da população em geral e à intensificação da procura de FA não diagnosticada.

Ao longo das próximas semanas, a Daiichi Sankyo irá partilhar as conclusões das subanálises mais relevantes de cada um dos 10 anos desde a sua publicação, através de uma infografia e de um podcast gravado por especialistas de relevo nacional na área cardiovascular. 

Acompanhe toda a iniciativa e eventos associados, na área restrita a profissionais de saúde, na Plataforma DS Saúde ou através das redes sociais da Daiichi Sankyo Portugal. 

Pode ainda ver o trailer da Campanha aqui.

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