Alerta deixado esta manhã pela presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP)
Segundo Catarina Pazes, presidente da APCP, "a maioria dos portugueses que vivem uma situação de saúde que seja limitadora...

No entanto, alerta para o paradoxo: "segundo a lei recentemente aprovada, prevê-se que para todos os Portugueses que optem pela eutanásia, o acesso a uma consulta de Cuidados Paliativos seja de imediato garantido". 

Segundo a dirigente, " tal só será possível passando à frente de centenas de portugueses que continuam sem acesso. Como justifica o Governo que seja necessário equacionar a possibilidade de optar pela eutanásia para se ter acesso efetivo e imediato a equipas que tratam sofrimento?"

A realidade mostra uma persistente ausência de ação para melhorar o acesso dos portugueses a cuidados paliativos, salienta Catariana Pazes. "O Orçamento de Estado apresentado para 2024 apresenta mais uma vez, numa linguagem pouco clara, uma mistura incompreensível entre conceitos (cuidados continuados e Cuidados Paliativos) que deixa transparecer, em mais um ano, a ausência de medidas concretas que respondam ao necessário e urgente desenvolvimento desta área especializada dos cuidados de saúde. Questionamos: Não terão a Direção Executiva do SNS e a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos uma palavra a dizer sobre esta lacuna". 

"No final de 2023 ainda não foram publicados nem o relatório de análise da execução do Plano Estratégico 2021-22, nem a estratégia para os anos seguintes, nem o balanço da atividade desenvolvida pela Comissão Nacional de Cuidados Paliativos" acrescenta salientando a  "inércia total" no que toca a tomar  "medidas urgentes que permitam aos profissionais que desejem dedicar-se a esta área clínica, com as condições necessárias, nomeadamente ao nível de carreiras, remunerações e recursos físicos".

"Os médicos que se dedicam em exclusivo a esta área continuam a ser prejudicados nas suas carreiras e na sua remuneração, corroborando-se esta ameaça nos últimos decretos-lei, nomeadamente os que determinam dedicação exclusiva ao trabalho em Unidades de Saúde Familiares por parte dos médicos de família".  Em simultâneo, sublinha, "todos os outros profissionais de saúde que querem trabalhar em cuidados paliativos e desejam desenvolver as exigidas competências especializadas na área continuam a ver limitado o acesso a formação, e a não ver reconhecido este esforço nas suas carreiras e remuneração". 

Para a presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, a ausência de investimento estratégico nos Cuidados Paliativos "reflete-se numa ineficiência cada vez maior do sistema, aportando mais custos e mais sofrimento nos processos de doença grave, e indignidade na fase final da vida". "O reconhecimento das insuficiências só se tornará consequente se existirem sinais concretos de investimento e de priorização dos cuidados paliativos dentro do SNS, bem como na garantia da mobilização de profissionais especialistas e da criação de condições para trabalhar nesta área", reafirma. 

 
Estudo Fundação Champalimaud
Sempre se pensou que a aprendizagem associativa era regulada pelo córtex do cerebelo, muitas vezes r

Se uma chávena de chá estiver a fumegar vamos esperar um pouco mais antes de a beber. E se os nossos dedos ficarem presos numa porta, da próxima teremos mais cuidado. Estas são formas de aprendizagem associativa, onde uma experiência positiva ou negativa leva a um comportamento de aprendizagem.

Sabemos que o cerebelo é importante nesta forma de aprendizagem. Mas como é que isto funciona exatamente?

Para investigar esta questão, uma equipa internacional de investigadores na Holanda e em Portugal, composta por Robin Broersen, Catarina Albergaria, Daniela Carulli e com Megan Carey, Cathrin Canto e Chris de Zeeuw enquanto autores seniores, analisou o cerebelo de ratinhos. Os investigadores treinaram os animais com dois estímulos diferentes: um breve flash de luz, seguido por um sopro de ar no olho. Ao longo do tempo, os ratinhos aprenderam a associar os dois estímulos, levando-os a fechar os olhos preventivamente ao verem o flash de luz. Este paradigma comportamental é usado há muitos anos como forma de explorar o funcionamento do cerebelo.

Centro de output

Se olharmos para a estrutura do cerebelo, distinguimos duas partes principais: o córtex cerebelar, ou a camada externa do cerebelo, e os núcleos cerebelares, a parte interna. Estas partes estão interligadas. Os núcleos são grupos de células cerebrais que recebem todo tipo de informação do córtex que, por sua vez, têm conexões com outras áreas do cérebro capazes de controlar diretamente os músculos, incluindo a pálpebra. Assim, os núcleos são essencialmente o centro de output do cerebelo.

Segundo Robin Broersen: 'Há muito que o córtex cerebelar é considerado o principal responsável pela aprendizagem do reflexo e pelo timing do fecho da pálpebra. Com este estudo, mostramos que fechar a pálpebra no momento mais oportuno também pode ser regulado pelos núcleos cerebelares. As equipas estavam a trabalhar em questões científicas semelhantes e quando percebemos a sinergia entre os nossos estudos, decidimos iniciar uma colaboração internacional que resultou no presente artigo.’

O cerebelo é influenciado por outras regiões do cérebro através de diferentes conexões, as chamadas fibras musgosas e as fibras trepadeiras. Na experiência acima descrita, pensa-se que, enquanto as fibras musgosas transportam a informação da luz, as fibras trepadeiras transmitem informação relacionada com o sopro de ar. Esta informação converge depois no córtex e nos núcleos do cerebelo. A equipa neerlandesa investigou o efeito da aprendizagem associativa nestas ligações aos núcleos e descobriu que as fibras musgosas tinham criado ligações mais fortes aos núcleos nos ratinhos que apresentavam aprendizagem associativa.

Ativação com luz

Entretanto, a equipa portuguesa testou a capacidade de aprendizagem dos núcleos cerebelares através da optogenética – um método que utiliza luz para controlar a atividade dos neurórios. Catarina Albergaria: ‘Em vez de usar um flash de luz normal para treinar animais, estimulámos diretamente as conexões cerebrais, ao mesmo tempo que a combinamos com um sopro de ar nos olhos. Isto fez com que os ratinhos fechassem as pálpebras no momento certo, demonstrando que os núcleos cerebelares podem suportar a aprendizagem deste comportamento. Para garantir que esta aprendizagem estava realmente a acontecer nos núcleos, repetimos as experiências em ratinhos cujo córtex cerebelar havia sido inativado”.

Cathrin Canto acrescenta: 'Durante a aprendizagem, as conexões entre as células cerebrais mudam. Ainda assim, não era claro onde é que estas mudanças estavam a ocorrer no cerebelo. Olhamos para o que acontece com os inputs dos núcleos cerebelares, provenientes das fibras musgosas e outros inputs durante a aprendizagem e descobrimos que nos ratinhos que aprenderam - mas não nos que não aprenderam - as conexões das fibras musgosas com os núcleos tornaram-se mais fortes."

Tecnologia de ponta

Canto continua: ‘Também observamos o que acontece dentro da célula, através de medições elétricas realizadas dentro das células nucleares de um ratinho. Como é fácil de imaginar, estas células são muito pequenas, têm cerca de 10 a 20 µm. Isto é menor do que o diâmetro de um fio de cabelo humano. Usando um tubo ultra-fino com um elétrodo, conseguimos registar a atividade elétrica dentro das células enquanto o ratinho executava a tarefa, o que foi um enorme desafio técnico.”

“Em animais treinados, a exposição à luz fez com que a atividade elétrica dentro das células do núcleo fosse alterada: as células tornaram-se mais ativas quanto mais próximo, em termos de tempo, chegava o sopro de ar. Essencialmente, as células estavam preparadas para o que estava por acontecer e podiam, portanto, ter a sua atividade elétrica precisa o suficiente para controlar a pálpebra antes mesmo do sopro ocorrer.’

Dos Ratinhos aos Humanos

Broersen faz notar que: 'Embora esta investigação tenha sido realizada em ratinhos, a anatomia geral do cerebelo é semelhante entre ratinhos e humanos. Ainda que os humanos tenham muito mais células, esperamos que as conexões entre as células sejam organizadas da mesma maneira. Os nossos resultados contribuem para uma melhor compreensão de como funciona o cerebelo e o que acontece durante o processo de aprendizagem. Isto também leva a mais conhecimento sobre como danos no cerebelo afetam o seu funcionamento, o que pode ajudar doentes no futuro. A ativação das conexões estabelecidas com os núcleos, via estimulação cerebral profunda, poderá vir a tornar possível a aprendizagem de novas habilidades motoras”.

Megan Carey conclui, "O que torna este estudo único é a convergência de resultados de técnicas anatómicas, fisiológicas e optogenéticas. É notável como múltiplas linhas paralelas de evidências, provenientes de diferentes equipas, convergiram para revelar uma imagem completa daquilo que está a acontecer."

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo “Sal: Hábitos e preocupações alimentares dos portugueses”
65,8% dos portugueses com idade compreendida entre os 18 e os 29 anos não estão preocupados com a quantidade de sal ingerido...
O mesmo estudo mostra que, embora cientes de que a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda para um adulto o consumo máximo de 5g de sal por dia, 21,9% dos inquiridos admite consumir sal um pouco acima do que é recomendável. 3,5% assume mesmo que esse consumo é “em excesso”. No entanto, as mulheres (69,3%) são as que revelam mais preocupação em evitar /reduzir o consumo de sal. Por faixa etária a preocupação aumenta progressivamente com a idade tanto nas mulheres como nos homens, sendo que é a partir dos 70 anos (84,2%) que existe um maior cuidado na redução do consumo de sal.
 
Com 25,3% dos entrevistados a reconhecer que o seu médico já lhe recomendou uma alimentação mais saudável e a redução do consumo de sal, 32,7% refere recorrer habitualmente a alternativas ao sal. A salicórnia, planta que nasce nas rias e assume naturalmente o sabor salgado graças à absorção direta do sal do mar/solo onde se desenvolve, é referida de forma espontânea por 3,7% dos inquiridos.
 
Quando questionados se já conhece ou ouviu falar desta halófita que contem menos 75% de sódio, 26,3% dos portugueses responde de forma positiva. Destes 26,6% revela mesmo conhecer que a planta substitui o sal e é uma planta de água salgada (9,1%). 11,8% reconhece o seu sabor salgado.
 
Os bens alimentares essenciais têm visto os seus preços a subir. No entanto, 55% dos entrevistados estaria disposto a pagar mais por uma alternativa saudável ao sal.
 
Salicórnia: uma alternativa ao sal tradicional
 
Recomendada pela Sociedade Portuguesa de Hipertensão, a salicórnia é uma planta halófita que nasce nas rias, assumindo naturalmente o sabor salgado graças à absorção direta do sal do mar/solo onde se desenvolve.
 
Produto inovador, a salicórnia desidratada, para além de ter um teor de sódio 75% mais baixo do que o sal marinho, é rica em vitaminas A, C, D e sais minerais, e tem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, diuréticas e antidiabéticas. Características que fazem da salicórnia qampo um excelente condimento alternativo para diminuir ou até mesmo eliminar a ingestão de sal, mas sem que com isso se retire o sabor às refeições.
 
Edição pode ser encontrada na rede CUF
Já está disponível a edição nº 32 da revista +VIDA, que tem como tema principal os “Cuidados de saúde para toda a família”.
No tema de capa, as equipas médicas da CUF explicam, numa perspetiva multidisciplinar, a importância do acompanhamento da saúde de cada elemento da família, ao longo da vida. Em destaque colocam a necessidade de adaptação dos cuidados de saúde às expectativas e estilo de vida de cada um.
 
Ao longo desta edição, há vários testemunhos de famílias e de doentes para conhecer, juntamente com a partilha do conhecimento dos profissionais da CUF.  É o caso da reportagem sobre a importância da personalização das medidas de vigilância do cancro da mama, uma vez que os dados mais recentes de Portugal, referentes a 2020, indicam que foram diagnosticados cerca de sete mil novos casos.
 
Também o desporto tem destaque nesta edição, alertando para a necessidade de distinguir a dor moderada, que pode estar associada ao efeito do treino, daquela que apresenta um padrão diferente e que limita os movimentos, necessitando de uma avaliação médica para diagnóstico de uma possível lesão.
 
Nesta nova edição, são vários os destaques sobre as mais recentes inovações no  tratamento de diversas patologias, nomeadamente, da hiperplasia benigna da próstata, uma das mais prevalentes doenças no sexo masculino, a partir dos 50 anos, e, também, da obesidade, cuja incidencia tem vindo a aumentar nos últimos anos. Em Portugal, existem 150 milhões de doentes com sobrepeso, que para os médicos da CUF, confirmam a necessidade de sensibilização para o tratamento e acompanhamento.
 
Neste novo número surge, ainda, uma reportagem sobre o Programa CUF + Talento,  único na área da saúde e que oferece oportunidades de carreira e crescimento profissional a jovens recém-graduados.
 
A revista + Vida pode ser encontrada em formato físico nos hospitais e clínicas CUF ou em formato digital, neste link.
Sobre a Doença de Pompe
Jorge Sales Marques, Diretor Clínico e Coordenador de Pediatria do Hospital CUF Trindade, venceu a Bolsa de Apoio para...
O artigo premiado “The Clinical Management of Pompe Disease: A Pediatric Perspective”, e publicado na PubMed, versa sobre a doença de Pompe, um distúrbio metabólico hereditário raro, causado por uma deficiência de uma enzima que leva à deterioração dos músculos. 
 
O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais nesta doença, contudo, “pode ser difícil a sua deteção atempada pela raridade da doença e pela grande variedade de sintomas” adianta Jorge Sales Marques. 
 
Este artigo focou-se na abordagem dos sintomas clínicos mais comuns desta doença, na confirmação do diagnóstico e na terapia indicada para a doença. Através desta revisão foi possível concluir que “assim que existir suspeita de um caso de Doença de Pompe, deve ser realizado o teste de rastreio de sangue seco em papel de filtro e confirmar de seguida com estudo molecular. Ao nível do tratamento, através de terapia de reposição enzimática, a dose de 40 mg/kg (o dobro da recomendada em artigos prévios) quinzenal com alglucosidase alfa, é o tratamento de escolha, pois com esta dose, a evolução do doente é melhor do ponto de vista muscular”, explica o médico. 
 
Com mais de 30 anos de experiência em Pediatria, Jorge Sales Marques é um dos principais rostos da área da genética, endocrinologia e doenças metabólicas, tendo recebido, em 1999, um louvor do Governo Português pelo seu trabalho e empenho nestas áreas. Recebeu, ainda, em 2019, do Governo de Macau, um louvor pelo seu esforço, profissionalismo e anos de serviço na área da saúde. No seu percurso profissional, passou por hospitais do Norte de Portugal e de Macau. Atualmente exerce a sua atividade clínica no Hospital CUF Trindade, onde é Diretor Clínico e Coordenador de Pediatria, tendo fundado o Centro de Diagnóstico e Avaliação de Doenças Raras do Hospital CUF Trindade, com o objetivo de prestar uma resposta abrangente e multidisciplinar no diagnóstico e tratamento de doenças raras em crianças e adolescentes.
 
 
25 de novembro
A Joaquim Chaves Saúde irá realizar, no dia 25 de novembro, uma reunião clínica dedicada à especialidade médica de...
A reunião é direcionada a profissionais da área da saúde, incluindo médicos, enfermeiros e a todos aqueles que procuram adquirir conhecimento atualizado e significativo nesta área, contando com a participação de vários especialistas para debater temáticas que vão desde as lombalgias à ciatalgia, passando, ainda, pelas hérnias discais cervicais ou pelas fraturas osteoporóticas.
 
Com início às 09h00, a reunião tem como objetivo promover um conhecimento mais abrangente e interdisciplinar que leve a novas formas de organização no atendimento aos pacientes com patologia da coluna, resultando numa qualidade superior na prestação de cuidados e benefícios para todos os envolvidos.
 
Esta iniciativa está inserida nas CORE Sessions, um ciclo de eventos científicos para partilha de conhecimento, conduzidos por profissionais de saúde da Joaquim Chaves Saúde, realizados no auditório principal da Joaquim Chaves Saúde. É, ainda, possível assistir à sessão através de emissão livestream.
 
A inscrição do evento poderá ser feita através do link: Reunião Clínica de Neurocirurgia.
 
 
XVII Congresso Nacional de Psiquiatria realiza-se de 22 a 25 de novembro
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) vai realizar o XVII Congresso Nacional de Psiquiatria, entre os...
“Este é o maior Congresso sobre Saúde Mental em Portugal, representando, por isso, um marco significativo na nossa procura coletiva por aprimorar os cuidados e o entendimento das patologias psiquiátricas. A principal temática deste ano – Psiquiatria de Precisão – é um reflexo da nossa crescente compreensão da complexidade e da singularidade destas patologias. Pretendemos, ao longo destes dias de intensos debates e trocas de conhecimento, explorar as mais recentes descobertas científicas e práticas clínicas que permitem a adaptação dos tratamentos às necessidades individuais de cada paciente”, explica João Bessa, Presidente do XVII Congresso Nacional de Psiquiatria da SPPSM.
 
Reunindo cerca de mil participantes das várias áreas profissionais que trabalham com a saúde mental e a doença mental, o XVII Congresso Nacional de Psiquiatria será subordinado ao tema «Psiquiatria de Precisão: Novos horizontes de personalização e Humanização em Saúde Mental, o que permitirá uma discussão abrangente de diferentes temas da comunidade médica e científica, mas também da comunidade em geral, tais como: “O ponto de situação atual da aplicação das Políticas Nacionais da Saúde Mental”; “A nova Lei de Saúde Mental, que entrou em vigor este ano”; “A saúde mental dos indivíduos LGBTQIA+”; e “As evidências e a regulamentação dos novos tratamentos com psicadélicos”.
 
O XVII Congresso Nacional de Psiquiatria contará com mais de 100 palestrantes nacionais e nove palestrantes internacionais, que irão contribuir, certamente, para uma discussão aberta e interativa sobre as áreas clínicas, passando pelas sociais, até às neurociências. Entre os palestrantes plenários destacam-se o Prof. Roger McIntyre, o Prof. Nuno Sousa, a Prof.ª Catherine Harmer, o Prof. Chis Baeken, a Prof.ª Dina Popovic, o Prof. Femi Oyebode, o Prof. Gil Zalsman, o Prof. Giovanni Stanghelini, a Dr.ª Maria del Pino Alonso, e a Prof.ª Megan Skelton.
 
Universidade de Coimbra
Uma equipa de investigação multidisciplinar, liderada pela Universidade de Coimbra (UC), conduziu um estudo para aprofundar o...
A infertilidade “é uma doença com grande impacto na vida, saúde e bem-estar dos casais afetados, que sofrem frequentemente de problemas psicossociais e financeiros”, explica a investigadora do Grupo de Investigação em Biologia da Reprodução e Células Estaminais do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC), Sandra Amaral. “Em Portugal, estima-se que a infertilidade afete cerca de 300 mil casais, sendo que o fator masculino contribui para cerca de 50% dos casos de infertilidade. No entanto, a identificação da causa de infertilidade masculina não é possível em aproximadamente 30% dos casos – a chamada infertilidade masculina de origem desconhecida”, acrescenta.
 
O artigo científico New Insights on Sperm Function in Male Infertility of Unknown Origin: A Multimodal Approach, publicado na revista Biomolecules, envolveu mais de 1 400 pacientes, tendo sido analisados espermatozoides de indivíduos saudáveis e sem problemas de fertilidade e também de homens diagnosticados com infertilidade de origem desconhecida.
 
Os cientistas conseguiram identificar alguns aspetos funcionais do gameta masculino que se encontram afetados: a integridade do seu ADN (material genético a ser transmitido à geração futura), o processo de capacitação (que confere ao gameta capacidade de fertilizar) e ainda a função mitocondrial (relacionada com a mitocôndria, um organelo celular envolvido em inúmeras funções como, por exemplo, a produção de energia). Adicionalmente, a equipa de investigação identificou ainda seis proteínas diferencialmente expressas nos indivíduos diagnosticados com infertilidade. Os investigadores acreditam que todos estes aspetos estão a afetar o potencial de fertilização dos espermatozoides.
 
“Estes novos aspetos funcionais que apresentamos neste estudo dão novas informações que podem permitir, no futuro, identificar os fatores causadores da infertilidade nestes homens, abrindo a porta para uma melhoria nos métodos de diagnóstico e futuros tratamentos”, destaca Sandra Amaral.
 
Nos homens, o diagnóstico desta patologia contempla uma avaliação integrada, que inclui a história clínica, um exame físico, uma análise ecográfica, e as análises hormonal e seminal. Atualmente, “é na análise seminal que surgem algumas questões, uma vez que esta análise, feita rotineiramente, apresenta algumas limitações”, explica a investigadora.
 
“Apesar da análise seminal (análise feita ao sémen, composto essencialmente pelo líquido seminal e pelos espermatozoides) ser o pilar do diagnóstico da infertilidade, ela nem sempre permite predizer a causa exata da infertilidade e probabilidade de engravidar, uma vez que o espermatozoide tem muitas outras características e funções que não são analisadas rotineiramente”, elucida a investigadora da UC. “Isto evidencia a necessidade de estudar outros detalhes celulares e moleculares destas células, como fizemos neste estudo, na tentativa de compreendermos de forma mais aprofundada o seu funcionamento e, por consequência, melhor entender e tratar a infertilidade masculina”, sublinha a líder do estudo.
 
Neste contexto, este estudo “permite que se aumente o conhecimento sobre esta doença, de forma que, no futuro, a possamos ultrapassar, evitando o sofrimento imenso que lhe está associado”, destaca Sandra Amaral. “Uma abordagem integrada da infertilidade masculina de origem desconhecida – que envolva os vários aspetos funcionais do gâmeta masculino, bem como outros fatores externos que o podem impactar – tem potencial para contribuir para um melhor diagnóstico e eficácia dos tratamentos, contribuindo para um sistema de saúde mais sustentável, promovendo a saúde reprodutiva, o bem-estar e a melhoria das taxas de fertilização”, elucida a investigadora.
 
Seguindo as linhas de investigação apontadas neste estudo, “o próximo passo será compreender melhor a função das proteínas que identificámos como estando diferencialmente expressas nos indivíduos com infertilidade, para entender de que forma a sua expressão pode estar relacionada com o estado de infertilidade e eventualmente encontrar um biomarcador para este tipo de infertilidade”, remata Sandra Amaral.
 
A investigação, financiada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, contou com a participação de cientistas, médicos, embriologistas, psicólogos e bioestatísticos, tendo envolvido três faculdades da UC (Faculdade de Ciências e Tecnologia, Faculdade de Medicina e Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação). Foi conduzida em estreita colaboração com o Serviço de Medicina Reprodutiva do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
 
O artigo científico tem como primeiras autoras Rita Ivo Pacheco e Maria Inês Cristo, sendo a última também aluna de doutoramento da UC, e está disponível em https://doi.org/10.3390/biom13101462.
 
 
Publicado na Nature Medicine
Um estudo internacional, em que participa Aristides Machado-Rodrigues, investigador do Centro de Investigação em Antropologia e...
Este artigo científico vem mostrar ainda que a utilização de um único bio marcador no rastreio da diabetes, a glicose em jejum, subestima o seu impacto na saúde das nossas populações.
A diabetes, sendo uma doença crónica, pode causar inúmeras complicações de natureza cardio-metabólica, tanto ao nível das complicações microvasculares como macrovasculares. O diagnóstico precoce pode permitir um tratamento menos invasivo e capaz de evitar o seu desenvolvimento ou agravamento.
 
Segundo Aristides Machado-Rodrigues, também docente da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra (FCDEF-UC), atendendo a que ambos os marcadores de rastreio, glicose em jejum e a hemoglobina glicada (HbA1c), são preditores do risco de diversas complicações de saúde e da mortalidade, «a confiança em apenas um bio marcador pode subestimar ou atrasar o diagnóstico da diabetes em algumas populações e, consequentemente, aumentar o risco das complicações de natureza metabólica e cardiovascular».
«Os dados da presente investigação mostram que este assunto é especialmente relevante em países de estatuto socioeconómico baixo e médio, onde as dificuldades de recursos tornam a glicose em jejum como a metodologia mais comum de diagnóstico, possivelmente porque a avaliação da hemoglobina glicada nos remete para equipamentos e reagentes mais dispendiosos e, até, porque a normalização do processo laboratorial da HbA1c requer técnicos especializados e nem sempre estão amplamente disponíveis», revela Aristides Machado-Rodrigues, coautor do estudo.
 
Luísa Macieira, chama a atenção para o facto de «cerca de 12% dos participantes terem diagnóstico prévio de diabetes ou este ter ocorrido durante os estudos, demonstrando assim a dimensão do problema à escala global com impacto aos mais diversos níveis, desde o individual, ao familiar, social, político e económico entre outros». Adicionalmente, constatou-se, uma vez mais, que «um índice de massa corporal (IMC) aumentado está ligado ao diagnóstico prévio de diabetes e àqueles que foram diagnosticados com diabetes durante os estudos», refere a docente da FMUC.
 
Os investigadores que representam a UC neste estudo dão ainda enfoque à necessidade de rastreios com início ainda em idade pediátrica, sobretudo aos indivíduos de risco (IMC e perímetro da cintura aumentados, bem como a massa gorda aumentada), o que possibilitaria a deteção precoce do problema que é a diabetes e o qual pode estar presente no individuo durante longo período antes de ser diagnosticado.
 
A investigação, realizada por um consórcio liderado pelo Imperial College London e que envolveu cerca de 400 investigadores, analisou dados de 2000 a 2021 relativos ao diagnóstico da diabetes de 117 estudos internacionais, correspondendo a 601.307 adultos (56% mulheres), com uma idade média de 50 anos, dos quais 327.554 possuíam dados completos da glicose em jejum e da HbA1c.
 
O artigo científico pode ser consultado aqui.
 
Recomendações
A qualidade de vida das crianças e jovens depende de diversos fatores e deverá ser um tema a endereç

O estudo coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge para a 6.ª edição do COSI Portugal, identifica que 72,4% das crianças inquiridas consome snacks doces até três vezes por semana e 69,1% consome refrigerantes açucarados com a mesma frequência. A destacar também que 31,9% das crianças apresentavam excesso de peso e destes 13,5% já apresentavam obesidade infantil.

"Mais do que uma necessidade física, comer é um ato social, por isso as refeições são oportunidades para, em família, partilhar exemplos saudáveis e ir incluindo rotinas positivas”, refere Teresa Bartolomeu, Responsável pela Oferta de Saúde do Grupo Ageas Portugal. "Sabemos que a alimentação das crianças e jovens deve ser promovida desde o início das suas vidas, tendo impacto no seu futuro enquanto promotor de saúde. Por isso, acreditamos na relevância desta iniciativa, que informa sobre a importância da alimentação saudável em diferentes contextos, inclusive, nas fases da infância e da adolescência, em que é importante criar hábitos saudáveis", conclui a responsável.

Para incentivar a melhores práticas na alimentação infantil dos portugueses, a Médis e a SPLS disponibilizam as seguintes sugestões:

  1. Sempre que possível faça as refeições em família: além de ser um momento de convívio e partilha, permite um maior controlo sobre as porções e a qualidade nutricional que está a ser ingerida;

  2. Inclua frutas e legumes de forma simples e em família: para as crianças as frutas são o elemento mais fácil de inserir, seja pela curiosidade característica que pauta esta faixa etária, seja pela variedade ou versatilidade das frutas. No entanto, os legumes não têm de ser diferentes – embora se reconheça uma maior resistência face a estes -, pode apostar na sua introdução através das sopas, através de brincadeiras com cores e nomes, por exemplo. Com o tempo, recomenda-se uma cada vez maior inclusão de legumes (além da cenoura, brócolo ou feijão verde), apostando simultaneamente em diferentes formas de cozinhá-los – fugindo aos típicos legumes cozidos;

  3. Privilegie o consumo de água como bebida de eleição: em detrimento dos sumos ou refrigerantes, a água é muito mais saudável e a bebida que mais falta faz;

  4. Limite o consumo de doces, bolos, sumos e refrigerantes: contudo, é fundamental não proibir o consumo de qualquer alimento, mas sim transmitir que a sua ingestão deve ser feita apenas em ocasiões especiais – não sendo a regra – explicando o porquê de uma ingestão frequente ser prejudicial para a saúde de cada um/a;

  5. Gerir bem o tempo: a falta de tempo para a preparação das refeições é, muitas vezes, um dos principais promotores para a escolha de alimentos mais processados e menos saudáveis. Com uma gestão mais eficiente do seu tempo, traduz-se, não só na seleção de alimentos melhores e mais nutritivos, como ainda a poupança no seu orçamento familiar;

  6. Planeie as refeições em família: além de possibilitar a escolha de alimentos mais saudáveis para os mais novos, a sua preparação conjunta ajuda-os a perceber e entender quais as melhores escolhas a fazer;

  7. Leia os rótulos: é essencial perceber o que cada produto ou alimento contém. As embalagens podem induzir em erro e, por isso, é necessário saber interpretar a informação retida nos rótulos dos produtos que se adquire – para os/as pequenos/as que já lêm é igualmente um bom hábito a reter;

  8. Lidere pelo exemplo: as crianças e os jovens aprendem pela observação/imitação. Se virem os seus pais ou cuidadores a ingerir, desde cedo, certos alimentos em casa, será mais fácil replicar esses mesmos comportamentos e hábitos no futuro.

Tornar a alimentação das crianças e dos jovens mais saudável é crucial para a promoção da Saúde, atual e futura. Não tem de ser uma tarefa aborrecida, pode ser divertida, basta saber como fazê-lo. Para aceder aos conteúdos de "Por Falar em Comida", consulte www.medis.pt/alimentacao-saudavel e torne as refeições em casa um momento único e saudável.

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Serviço de Ortopdedia trata com sucesso hérnia discal lombar extrusa com migração caudal
Foi realizada muito recentemente no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), uma cirurgia com a técnica de...
O Diretor do Serviço de Ortopedia do CHUC, Fernando Fonseca, diz-nos que “esta abordagem terapêutica foi previamente preparada e treinada por uma equipa do Serviço de Ortopedia do CHUC para introduzir esta nova técnica. Trata-se de um procedimento cirúrgico complexo que é feito através de incisões com menos de 1 cm, recorrendo a uma câmara de alta definição e um canal de trabalho, possibilitando a extração de fragmentos do disco extrusados ou alargamento do canal vertebral.”
 
Fernando Fonseca prossegue dando nota que “com a introdução de mais uma opção terapêutica na cirurgia da coluna no Serviço de Ortopedia, os utentes do CHUC dispõem, a partir de agora, de uma nova técnica que, fruto da constante melhoria dos instrumentos e o avanço das técnicas cirúrgicas nesta área permitem oferecer uma técnica diferenciadora a pacientes, devidamente selecionados, com patologias da coluna vertebral, tais como a Hérnia Discal ou o Canal Estreito e mostra também o empenho do Serviço em melhorar e implementar novas técnicas para tratar os doentes, sua principal missão.”
 
“A cirurgia da Coluna Vertebral tem conhecido nos últimos anos desenvolvimentos importantes, permitindo a sua realização por métodos minimamente invasivos, bem como uma recuperação mais rápida, com os mesmos padrões de segurança, permitindo que o doente regresse ao domicílio em menos de 24 horas, habitualmente no próprio dia da cirurgia, como é o caso da técnica de cirurgia endoscópica”, conta Fernando Fonseca.
 
A equipa deste procedimento bem sucedido, foi constituída por João Moreno, ortopedista do CHUC com diferenciação na cirurgia da coluna, Carla Olim Castro (Interna de 6º ano de Formação Específica de Ortopedia do Hospital Central do Funchal em formação no CHUC) e contou com o apoio do ortopedista Eduardo Moreira Pinto do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga.
 
Até dia 30 de novembro
A NOVA Medical School tem as inscrições abertas para a sexta edição do Mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo, até ao dia 30...
O Mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo cruza a nutrição e alimentação humanas com o metabolismo, preparando os estudantes para diagnosticar e intervir, ou seja, para identificar as causas e consequências associadas a hábitos alimentares inadequados, reconhecendo os mecanismos moleculares da doença envolvidos.
 
O mestrado está centrado em estratégias para promover estilos de vida saudáveis numa perspetiva de Lifestyle Medicine, prevenir doenças, sobretudo as crónicas não transmissíveis, prevenir a malformação metabólica como consequência de exposição a fatores alimentares durante a vida in utero, e um envelhecimento ativo e saudável.
 
As inscrições decorrem até ao próximo dia 30 de novembro e podem ser efetuadas no site da NOVA Medical School. A formação realiza-se a partir de janeiro 2024.
O curso é coordenado pela Professora Doutora Conceição Calhau e Prof. Doutora Diana Teixeira.
 
Amanhã
O Sindicato dos Enfermeiros – SE foi convocado para uma reunião com o Ministério da Saúde esta quarta-feira, dia 22 de novembro...
Com o caos instalado no SNS, com inúmeros profissionais, e em particular os enfermeiros, a recusar fazer mais horas extraordinárias porque estão esgotados, com centenas de doentes nas urgências a aguardar horas a fio por cuidados de saúde, o presidente do SE deixa uma questão: “Será que é necessário que voltem a morrer portugueses nas urgências do SNS, para que o ministro da Saúde se predisponha a resolver os verdadeiros problemas e se esforce em dignificar e valorizar o maior ativo do SNS, os profissionais, e em particular os enfermeiros?”.
 
Depois de dois meses de silêncio da parte do Ministério da Saúde, com vários ofícios enviados à tutela e sem obter qualquer resposta, Pedro Costa diz ter recebido a convocatória com surpresa. “Perante um governo a prazo, que a partir de dezembro entra em gestão corrente, porquê esta vontade súbita de discutir a regulamentação das USF e dos CRI”? Para este responsável, “há uma urgência em cumprir o programa eleitoral, ignorando a situação caótica que se vive nas unidades de saúde”. “Os profissionais de saúde estão desesperados e já não sabem mais como chamar a atenção para os níveis de exaustão”, acrescenta.
 
“Amanhã vamos dar nota pessoalmente deste descontentamento no Ministério, porventura ao secretário de Estado da Saúde, pois o ministro não acredito que nos digne com a sua presença, como já não o fez em outras ocasiões”, explica Pedro Costa. Esta postura, garante, “demonstra que o maior grupo profissional da Saúde não faz, para a tutela, parte de qualquer solução para resolver o caos do SNS”. “Ficar-lhe-ia bem comparecer, pois esta será eventualmente uma das últimas, senão a última reunião do processo negocial.”, acrescenta
 
O presidente do SE acredita que ainda é possível minimizar a insatisfação e desespero dos enfermeiros. Basta que a tutela dê “passos concretos para a aplicação correta do Decreto-Lei n.º 80-B/2022, por exemplo, permitindo que milhares de colegas progridam na carreira, com reflexos imediatos no seu salário”. Infelizmente, sustenta, mais uma vez “questões como a dos enfermeiros especialistas e os escalões salariais intermédios são relegadas para o fim deste ano, quando queremos soluções já”. Farto de promessas, Pedro Costa recorda que “este diploma é de final de 2022 e, aparentemente, ainda não é em 2023 que vamos ter novos desenvolvimentos, uma situação imoral por si só”.
 
O Sindicato dos Enfermeiros – SE continua a exigir a criação de condições para assegurar a valorização da Enfermagem através de mecanismos que reconheçam o seu risco e penosidade. “Há inúmeros estudos que o reconhecem, mas o grupo de trabalho criado pelo grupo parlamentar do PS está há mais de um ano a estudar a implementação desta medida e ninguém sabe o que fizeram até agora e por que motivo não reconhecem este direito à Enfermagem”, frisa.
 
“A reforma das USF é feita contra a vontade dos seus intervenientes, em particular os enfermeiros, que são altamente prejudicados e desvalorizados”, adverte Pedro Costa. Em vez de procurar soluções, “o Ministério prefere dividir os profissionais e nem assim consegue que haja algum grupo profissional de acordo com o diploma que reformula as USF”, explica.
Por que motivo, pergunta, “vem agora o Ministério querer avançar com esta matéria que, no terreno, não vai ter condições para avançar”? “Terá o ministro da Saúde uma carteira de soluções relâmpago e amanhã vai apresentar medidas para resolver o que não fez em 1 ano, 2 meses e 12 dias?”
 
O Sindicato dos Enfermeiros – SE, garante, “vai estar presente na reunião”. “Mas não aceitamos participar em mais uma simulação de negociações, pelo que esperamos que o ministro da Saúde compareça para verdadeiramente negociar, assumindo os compromissos reivindicativos, pois só ele tem competências para o fazer”, conclui o presidente do Sindicato dos Enfermeiros – SE.
 
Campanha de sensibilização
Os miomas uterinos afetam dois milhões de mulheres em Portugal, e constituem uma importante causa de morbilidade, que se...
“A suspeição diagnóstica faz-se pela história clínica, com os sinais e sintomas descritos pela mulher, que vão depender do tamanho e localização dos miomas. Os sintomas mais frequentes são a hemorragia uterina anormal e excessiva, com menstruações muito abundantes e prolongadas, podendo originar anemia. O exame pélvico, pode permitir identificar miomas quando estes são visualizados ou palpáveis. Para a confirmação diagnóstica, é necessário recorrer a exames de imagem que possam identificar os miomas e, com maior acuidade, distinguir as lesões potencialmente malignas das benignas”, sublinha a Irina Ramilo, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Ginecologia e autora do blogue A Ginecologista da Melhor Amiga.
 
Em alguns estudos, há um aumento de 13 vezes na prevalência de miomas uterinos com o aumento da idade das mulheres. Esse aumento pode ser atribuído a múltiplos fatores como os níveis hormonais entre diferentes faixas etárias, aumento da taxa de rastreio e/ou diagnóstico à medida que a idade aumenta e potencial crescimento do mioma.
 
Os miomas uterinos são raros antes dos 20 anos e a sua incidência aumenta com a idade até aos 50 anos. Por isso, as mulheres com idades mais avançadas, até cerca dos 50 anos, podem ter sintomas mais agudos, com maior probabilidade de ter menstruação intensa e grave, e consequentemente anemia, comparativamente às mulheres que não tem miomas uterinos. Mais de 60% das mulheres com miomas descrevem dor pélvica e 28% classificam esses sintomas como extremamente incómodos.
 
Em relação ao tipo de tratamento, por norma é individualizado, dirigido à mulher, idade, ao desejo de fertilidade, à gravidade da sintomatologia, tipo, tamanho e localização de miomas. Pode ir, desde a vigilância, sem necessidade de intervenção por não haver sintomas, aos fármacos, até à intervenção cirúrgica.
 
Para Irina Ramilo, “o papel do tratamento farmacológico tem ganho desenvolvimento nos últimos anos. O tratamento médico pode passar por anti-inflamatórios não esteroides, antifibrinolíticos, terapêutica hormonal, estroprogestativa ou progestativa, que conseguem controlar a hemorragia uterina anormal, no entanto não favorece a redução da dimensão dos miomas. Mais recentemente, surgiu uma nova terapêutica médica (antagonistas orais da GnRH) eficaz no controlo da hemorragia uterina anormal e da dor associada aos miomas para utilização ao longo prazo. Cirurgicamente, retirar o útero (histerectomia) é o tratamento definitivo, mas a miomectomia (remoção dos miomas uterinos) é, em casos específicos, uma abordagem terapêutica não só possível, mas até a mais indicada. A embolização das artérias uterinas constitui uma alternativa terapêutica, embora com indicações muito precisas e estritas, e ainda controversas”.
 
A campanha “Não és tu. É o teu útero” vai estar espalhada por todo o país, em mais de 400 mupis, e pretende sensibilizar e sobretudo alertar as mulheres para um diagnóstico precoce. O elemento principal da campanha é o espelho, objeto usado pelas mulheres para avaliarem o seu aspeto, e seria uma oportunidade para se preocuparem também com o seu interior, mostrando que o “invisível” é igualmente importante.
 
Declarações do Prof Luís Campos Pinheiro
Desde 2003, com a criação do movimento Movember - que fez de Novembro o mês consagrado à sensibilização e prevenção das doenças...

Em Portugal, de acordo com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, estima-se que anualmente surjam cerca de 6 759 novos casos de cancro da próstata. As estimativas indicam que, em 2040, esse número poderá ascender a 8 216, o que corresponderá a um aumento de 21,6%. Neste âmbito, o Movember incentiva à sensibilização para o cancro da próstata através de ações quotidianas, que promovam a deteção precoce e permitam o acesso atempado aos tratamentos mais avançados. 

O desenvolvimento e a introdução do sistema de cirurgia robótica da Vinci alteraram profundamente a abordagem do cancro da próstata, a nível mundial. O sistema robótico da Vinci permite que o cirurgião opere sentado numa consola, em ótimas condições ergonómicas, com recurso a uma visão 3D que aumenta até 10 vezes o campo operatório, com utilização de instrumentos articulados com 5400 de rotação, mais do que a mão humana, o que resulta numa maior precisão de qualquer movimento cirúrgico. Para além disso, eliminam tremores e movimentos involuntários das mãos do cirurgião. 

Os doentes que optam por se submeter a uma intervenção cirúrgica com esta tecnologia procuram não só vencer o cancro, mas também preservar a sua qualidade de vida.  “A prostatectomia radical deve ter como objetivo a cura oncológica, mas também a preservação funcional da continência urinária e da sexualidade. A cirurgia de prostatectomia radical para tratamento de carcinoma da próstata localizado exige enorme delicadeza e rigor, e a visibilidade e a precisão de gestos em cirurgia robótica são muito superiores aos obtidos na cirurgia clássica”, salienta o Prof. Luís Campos Pinheiro, Diretor de Área de Cirurgia e Responsável de Urologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC). 

Em relação aos resultados clínicos obtidos com este método, o Prof. Campos Pinheiro indica que: “A avaliação de um programa cirúrgico de prostatectomia radical depende dos resultados oncológicos, das taxas de continência urinária ou preservação da função sexual. Recentemente, avaliamos os nossos resultados que foram muito superiores nestas três dimensões à cirurgia laparoscópica ou aberta. Acho que podemos dizer que em doentes jovens podemos atingir taxas de satisfação sexual superiores a 70% e mais de 95% de continência urinária”. 

Globalmente, as tendências na cirurgia robótica apontam para uma utilização crescente e para a incorporação de maior evolução tecnológica, como a inteligência artificial e a realidade virtual e aumentada. Quando questionado sobre o futuro da cirurgia no cancro da próstata, o Prof. Luis Campos Pinheiro afirma: “Claramente que a cirurgia robótica, pelas suas vantagens, vai substituir rapidamente a cirurgia clássica ou laparoscópica. Os grandes hospitais privados, em Lisboa e Porto, e mesmo os hospitais públicos estão a iniciar os seus programas de cirurgia robótica, pelo que esta tecnologia está a ampliar-se e a generalizar-se pelo País. Não tenho dúvidas que a cirurgia oncológica da próstata será cada vez mais robótica”. 

Atualmente, existem mais de 135 sistemas robóticos da Vinci instalados em hospitais públicos e privados, na Península Ibérica.  Ao longo de 2022, em Portugal e Espanha, 50% das intervenções cirúrgicas com o sistema da Vinci foram realizadas por urologistas, em casos de patologias de próstata e rim. Entre os casos urológicos, 77% foram prostatectomias. Nos Estados Unidos, 88% das prostatectomias são realizadas através de cirurgia robótica assistida pelo sistema cirúrgico da Vinci. 

 

Alertam os veterinários
Na Semana Mundial da Consciencialização Antimicrobiana, que se assinala entre 18 e 24 de novembro, a AniCura, grupo de...

O combate à resistência antimicrobiana é uma prioridade para a AniCura. Apesar do seu papel fundamental no tratamento de determinadas infeções, o uso excessivo de antibióticos pode potenciar a resistência antimicrobiana e ameaçar tanto a saúde humana, como a saúde animal e o meio ambiente.  

“Na AniCura, ao tratarmos 4,5 milhões de pacientes por ano nos 15 países onde estamos presentes, temos uma grande responsabilidade, por isso, a redução da prescrição e o uso racional de antimicrobianos podem ter um impacto muito significativo na saúde. Continuaremos a medir o nosso impacto através dos estudos que realizamos anualmente”. refere Dr. José Gómez, Head of Medical da AniCura Ibéria. 

“Os antibióticos e outros antimicrobianos são considerados eficazes no tratamento de infeções e para impedir a propagação de doenças ou mesmo a morte causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Contudo, a sua utilização em excesso pode levar a que, no futuro, a resistência aos antibióticos e a medicamentos sem eficácia para tratar humanos e animais de estimação seja uma realidade”, lembra Myriam Gonçalves, médica veterinária e Head of Operations da AniCura Ibéria. 

Apesar dos progressos registados deste 2016, a AniCura reconhece que são necessários mais esforços para conseguir alcançar os objetivos impostos até 2030. “A sensibilização e o cumprimento das diretrizes sobre a utilização de antimicrobianos na AniCura devem ser enfatizados para garantir que, sempre que são prescritos antibióticos, o seu uso é justificado e necessário. Só através da educação contínua é possível alcançar bons resultados nesta área crítica”, acrescenta a responsável. 

Com o propósito de acelerar ainda mais estes esforços, a AniCura mantém diretrizes que abordam as indicações mais comuns de uso de antibióticos sistémicos. Estas diretrizes incluem, entre outras, a profilaxia antibiótica cirúrgica, infeções de feridas e abcessos, doenças gastrointestinais, infeções da pele, infeções do trato urinário, procedimentos dentários e doenças respiratórias inferiores e superiores. 

Para alcançar os objetivos definidos, as guidelines e procedimentos acerca do uso racional de antibióticos sistémicos estão em constante atualização e de acordo com a mais recente evidência científica, sendo este um dos pilares fundamentais do programa QualiCura, um projeto que pretende alcançar a excelência dos serviços prestados nos hospitais e clínicas AniCura. 

O Dr. José Gómez refere que “As avaliações periódicas realizadas através de inquéritos aos nossos associados possibilitam a recolha de uma quantidade significativa de dados que nos permitem manter na vanguarda neste âmbito. O uso de gel cromóforo ou outras técnicas como a pressão negativa para o tratamento de feridas é um procedimento comum nas nossas unidades, contando com especialistas de referência nesta área”. 

Para aumentar a sensibilização e combater o surgimento e a propagação de bactérias resistentes nos cuidados veterinários, a AniCura une-se à Campanha Global “World AMR Awareness Week”.  Para mais informação sobre os esforços da AniCura no que respeita à resistência antimicrobiana consulte: https://www.anicura.pt/antibioticos-veterinarios .

 

Em Coimbra
Decorre na próxima quarta-feira, pelas 16h00, a sessão pública de apresentação de trabalhos da 1ª edição dos Prémios L@bYRA –...

Lançados em 2023 com o objetivo de incentivar e reconhecer a investigação realizada pelos estudantes da ESTeSC-IPC, os prémios L@bYRA são abertos a todos os alunos finalistas de licenciatura e mestrado da Escola, sendo elegíveis a concurso os trabalhos realizados no âmbito da unidade curricular de Investigação Aplicada (licenciatura) ou tese (mestrado).

No palco do auditório António Arnaut, estarão, na próxima quarta-feira, os autores dos melhores trabalhos de cada curso no ano letivo 2022-23, tendo por base a classificação obtida. Estes 11 alunos (entretanto já diplomados) serão agora desafiados a fazer uma apresentação pública das suas investigações perante o júri do concurso, que elegerá os três vencedores dos L@bYRA – Young Research Award 2023. Os prémios – 500 euros para o primeiro classificado, 250 euros para os segundo e 100 euros para o terceiro – serão entregues em março, na cerimónia do Dia da ESTeSC.

“Estes prémios são o reconhecimento do mérito científico dos estudantes da ESTeSC-IPC, premiando trabalhos de investigação realizados em contexto de aprendizagem. A nossa expectativa é que estes prémios se constituam como um importante incentivo para alavancar a investigação aplicada nas áreas de ensino e investigação da ESTeSC-IPC, dando um relevante contributo para a consolidação da cultura científica na nossa comunidade académica” explica o vice-presidente da ESTeSC-IPC, Telmo Pereira.

O programa do evento está disponível aqui. A abertura da sessão estará a cargo do vice-presidente da ESTeSC-IPC, Telmo Pereira, e o encerramento será feito pelo presidente da Escola, Graciano Paulo.

Em Milão
Vencedores do InnoStars Awards, Orgavalue pretende eliminar listas de espera para transplantes com órgãos de bioengenharia...

No vibrante Distrito de Inovação de Milão (MIND), 40 start-ups europeias de ponta reuniram-se numa convergência única de três programas aceleradores de cuidados de saúde importantes na Europa do Sul, Central e Oriental. Com uma solução de bioengenharia promissora, a Orgavalue de Portugal ganhou os prestigiados prémios InnoStars, arrecadando 25.000€ em dinheiro inteligente, enquanto o 2.º lugar foi para a empresa portuense Beat Therapeutics. Para ilustrar o sucesso do ecossistema de inovação em saúde português, equipas do país conquistaram os três primeiros prémios da RIS Innovation Call, destinada a apoiar projetos locais de saúde na fase de prova de conceito. As Grandes Finais do EIT Health InnoStars não se limitaram a apresentar inovações pioneiras, mas também a estabelecer ligações com potencial a fim de transformar os cuidados de saúde em toda a Europa.

Para permitir que os europeus tenham uma vida mais longa e saudável, o EIT Health – parte do European Institute of Innovation and Technology (EIT), um órgão da União Europeia - oferece vários programas de criação de empresas para apoiar start-ups nas áreas de biotecnologia, saúde digital, tecnologia médica e terapêutica na Europa. Estas iniciativas atendem às necessidades de start-ups em diferentes estágios de desenvolvimento – desde equipas em início de jornada até empresas estabelecidas que procuram investimento adicional.

Pela primeira vez, as finais de três programas-chave de criação de empresas: RIS Innovation Call, InnoStars Awards e Attract to Invest – adaptados para start-ups na Europa do Sul, Central e Oriental e operados pela EIT Health InnoStars – reuniram em novembro no Distrito de Inovação de Milão (MIND). Este evento, coorganizado pelo principal parceiro do EIT Health InnoStars, Synlab Italia, reuniu 40 startups promissoras no centro de inovação em saúde da Itália, capacitando-as a criar conexões significativas e a avançar suas soluções para o próximo nível.

Órgãos de bioengenharia e novas terapias contra o cancro

Um dos três programas, InnoStars Awards, foi concebido para apoiar start-ups em fase inicial na sua transição de protótipos/MVPs para produtos prontos para o mercado. Nos últimos oito anos, mais de 100 start-ups participaram nesta competição e mais de metade lançaram com sucesso os seus produtos no mercado. Este ano, o júri atribuiu o 1º lugar nos Prémios InnoStars à Orgavalue entre os 10 finalistas.

Fundada por estudantes de medicina no Porto, a missão da Orgavalue é eliminar as listas de espera para transplante de órgãos. A empresa está a desenvolver um método único para a bioengenharia de órgãos humanos personalizados, descelularizando órgãos do doador e, em seguida, recelularizando a estrutura com células derivadas de pacientes. Isso poderia ajudar a reduzir o risco de rejeição do órgão transplantado e eliminar os resíduos de órgãos. O seu objetivo é chegar ao mercado até 2028, focando-se inicialmente nos transplantes de fígado, representando uma oportunidade de mercado de 8,8 mil milhões de euros.

“Apesar do progresso nas terapias médicas, a OMS estima que apenas 10% da necessidade mundial de transplante de órgãos está a ser satisfeita. Na UE, 40 pessoas morrem todos os dias devido a, e a cada 9 minutos uma pessoa é adicionada à lista de espera para transplante de órgãos, o que pretendemos eliminar”, afirmou o CEO e Fundador da Orgavalue, Rodrigo Val d’Oleiros e Silva. “Gostaria de agradecer a toda a minha equipa, bem como ao EIT Health InnoStars – ficámos em 2º lugar na Grande Final do EIT Jumpstarter do ano passado, um programa fundamental para pessoas com ideias inovadoras. Agora avançamos para o próximo nível, o que é uma prova do valor dos esforços do EIT Health e do seu apoio às empresas ao longo de toda a jornada de inovação.”

O segundo lugar nos Prémios InnoStars também foi para uma empresa portuguesa. Vinda do Porto, a BEAT Therapeutics está a abordar a profunda falta de opções de tratamento eficazes que afetam 1,7 milhões de novos pacientes diagnosticados todos os anos com cancros difíceis de tratar. A equipa desenvolveu e patenteou um novo agente antitumoral, BBIT20, que interrompe uma via vital nas células cancerígenas e inibe a reparação do seu DNA. Em modelos pré-clínicos, o BBIT20 apresenta eficácia 4 a 20 vezes maior em relação à quimioterapia e terapias direcionadas, com doses menores e perfil de segurança comprovado.

Mais histórias de sucesso ibéricas

O terceiro lugar foi para a empresa espanhola D-Sight, que desenvolveu uma nova abordagem terapêutica para as fases iniciais da retinopatia diabética (ESDR). Esta condição é a complicação mais comum do diabetes e a principal causa evitável de deficiência visual e cegueira na população em idade ativa em todo o mundo. Atualmente não existem tratamentos para ESDR, e os tratamentos para estágios avançados da doença são invasivos e apresentam diversos efeitos adversos. A solução da D-Sight, a administração de colírios de sitagliptina, promete uma opção de tratamento segura e económica.

As três melhores equipas receberam prémios de 25.000€, 15.000€ e 10.000€, respetivamente. Além disso, fazer parte da comunidade EIT Health oferece aos vencedores oportunidades de networking com os seus parceiros, prestadores de cuidados de saúde e investidores.

Durante a Grande Final em Milão, três outras start-ups obtiveram o reconhecimento dos respetivos júris. Os três primeiros lugares no RIS Innovation Call, que se destina a projetos locais de saúde para iniciarem as suas jornadas de inovação na fase de prova de conceito, foram garantidos por mais três start-ups portuguesas.

• O primeiro lugar foi para a Gotech, uma equipa que desenvolve a primeira tampa de cateter totalmente integrada e ativada por luz de grafeno (Gocap) que previne continuamente infeções em pacientes em diálise.

• A equipe por trás do Bactometer, um dispositivo magnético portátil para deteção e identificação rápida, precisa e económica de patógenos, garantiu o 2º lugar.

• O último lugar no pódio foi ocupado pela Orgacancer, uma spin-off da Orgavalue, que trabalha em microdispositivos que recapitulam as estruturas de órgãos humanos vivos para promover modelos de doenças para o cancro e a regeneração.

Encontro de mentes em Milão

Na competição Attract to Invest, voltada para empresas mais maduras e com produtos já presentes no mercado, que procuram capital adicional, a MEBSTER saiu vitoriosa. A empresa checa está a desenvolver uma plataforma inovadora de exoesqueleto passivo, que permite a pessoas com deficiências nos membros inferiores, especialmente devido a lesões na medula espinal, voltarem a andar.

Para enfatizar a força do networking, os participantes do evento tiveram a oportunidade de votar nas suas startups favoritas e, coletivamente, optaram por conceder o InnoStars Community Award à equipa romena por trás do MoodZ, uma aplicação de smartwatch para melhorar a saúde mental interrompendo o sono REM. através de vibrações, conhecidas por reduzir transtornos de humor.

“A edição de 2023 da Grande Final InnoStars foi uma verdadeira celebração da sinergia empresarial e da inovação sem limites”, afirma Mónika Tóth, diretora do programa Regional Innovation Scheme (RIS) do EIT Health InnoStars. “Como EIT Health InnoStars, estamos entusiasmados por fazer parte da jornada dessas start-ups extremamente talentosas e serem reconhecidas por fazerem parte de nossa vasta comunidade de inovadores. Fazer conexões é tudo o que o EIT Health representa. Nos últimos quatro anos, recebemos mais de 1.000 candidaturas elegíveis para os nossos programas de criação de empresas e apoiamos cerca de 190 start-ups, que reuniram cerca de 40 milhões de euros de investimento externo e subvenções. Estamos confiantes de que os vencedores da edição deste ano irão aproveitar bastante bem o poder da rede.”

Para permitir ainda mais ligações, foi também organizado um Fórum de Investidores, onde representantes de empresas de capital de risco e investidores anjos partilharam alguma luz sobre os factores humanos que procuram nos fundadores de start-ups, para além dos simples números. A edição de Milão do i-Days, uma série de hackathons realizados em toda a Europa, onde os estudantes abordaram desafios de saúde da vida real, melhorou a atmosfera colaborativa. No evento organizado pela Synlab, um parceiro central do EIT Health em Itália, os alunos foram incumbidos de desenvolver ideias para tornar os serviços de saúde mais acessíveis, eficientes e eficazes através da tecnologia nas cidades do futuro.

Portugal com ACNUR revela
Mais de 23 milhões de pessoas refugiadas vivem numa situação de deslocação forçada há 5 anos, ou mais, e estima-se que entre...

Para 67% das pessoas que são obrigadas a fugir das suas casas e das vidas que construíram, vítimas de violência, conflitos, perseguição, violações de direitos humanos e/ou dos efeitos das alterações climáticas, ser deslocado não é uma situação passageira, mas sim duradoura, que se pode prolongar por décadas ou até mesmo gerações completas. Mais de 23 milhões de pessoas refugiadas no mundo inteiro vivem atualmente numa situação de deslocação forçada há 5 ou mais anos. Algumas das situações mais preocupantes situam-se no Afeganistão, Síria, Sudão do Sul, Mianmar, Somália, Sudão, República Democrática do Congo, Burundi, Eritreia e República Centro-Africana.

Uma realidade para a qual a Portugal com ACNUR, parceiro nacional da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), quer chamar a atenção com a sua nova campanha “Não é uma fase, é uma vida”. “É um apelo à consciência sobre a realidade destes mais de 23 milhões de pessoas refugiadas”, começa por explicar Joana Feliciano, Responsável de Marketing e Comunicação da Organização. “Damos-lhes um rosto com a história do Ivan, que é baseada em factos reais, e usamos esta campanha como um eco dos muitos desafios que enfrentam: nove Natais de temporariedade, longe dos pais, filhos e da sua casa originária”, acrescenta.

As crianças são precisamente das gerações mais afetadas por esta situação prolongada de deslocação forçada. De acordo com o ACNUR, só entre 2018 e 2022, foram contabilizados 1.9 milhões de crianças nascidas com o estatuto de refugiadas e, em média, nasceram anualmente 385 mil crianças já nesta situação. É o caso de Abbas Balkhi, um refugiado afegão de 31 anos cuja família fugiu para o Irão há 37 anos, país onde nasceu e vive desde sempre como refugiado.

Mesmo não nascendo como refugiadas, existem crianças que são obrigadas a fugir ainda pequenas e acabam a viver toda a sua infância e adolescência neste contexto, como Naamat, uma menina refugiada de 11 anos cuja família fugiu de Homs, na Síria, para a Jordânia há 7 anos. “Eu tenho 11 anos, mas sinto-me como se tivesse 100”, conta a menina que foi forçada a fugir do seu país com apenas 4 anos e cujas primeiras memórias são moldadas pela guerra. “Perdi parte da minha infância, mas encontrei o resto na educação e na vontade de construir um futuro para mim. Não, não vou desesperar", afirma Naamat com um tom determinado.

Com os constantes novos recordes do número total de pessoas forçadas a fugir – os dados mais recentes já reportavam 114 milhões de pessoas – e o agravar dos conflitos mundiais, é expectável que sejam cada vez mais as crianças na situação do Abbas ou da Naamat. No final de 2022, já se contabilizavam mais 7.1 milhões de pessoas nesta situação de deslocação prolongada do que no ano anterior e, apenas durante o primeiro semestre deste ano, somaram-se mais meio milhão de pessoas.

A Agência da ONU para os Refugiados aponta também para a existência de 59 situações de deslocação forçada prolongada – definição utilizada para situações em que mais de 25 mil refugiados do mesmo país de origem estiveram exilados num determinado país de acolhimento de baixo ou médio rendimento durante pelo menos cinco anos consecutivos – distribuídas por 37 países de acolhimento. Enquanto algumas destas são recentes, como a dos refugiados venezuelanos na Colômbia, os refugiados congoleses no Quénia ou os refugiados somalis no Uganda, outras prolongam-se há já várias décadas, nomeadamente a dos refugiados somalis no Quénia e a dos refugiados afegãos, uma das maiores e mais prolongadas situações de deslocação sob o mandato do ACNUR e que originou já três gerações de crianças afegãs nascidas no exílio.

Campanha “Não é uma fase, é uma vida” quer ajudar o ACNUR a promover soluções a longo prazo

Os refugiados encurralados nestas situações enfrentam frequentemente desafios acrescidos em matéria de proteção e de restrições aos seus direitos básicos. Podem ser privados da liberdade de circulação, de um emprego legal, do acesso à propriedade e aos sistemas de justiça. No caso das crianças, veem-se muitas vezes impedidas de frequentar a escola, sendo o seu acesso à educação limitado ou até mesmo nulo. Esta falta de oportunidades económicas pode obrigar as famílias deslocadas a recorrer a mecanismos de sobrevivência perigosos, com as mulheres e as crianças a serem particularmente vulneráveis ao casamento precoce, ao trabalho infantil e ao tráfico sexual.

É, por isso, essencial para o ACNUR e os seus parceiros nacionais garantir que são encontradas soluções duradouras para estas pessoas, que lhes permitam reconstruir as suas vidas com dignidade. A Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR explica que, no caso das situações prolongadas, o trabalho do ACNUR “vai além da resposta de emergência para garantir que as pessoas deslocadas são protegidas e respeitadas em todas as fases do seu exílio. O que inclui operações que vão desde o reforço dos abrigos e das infraestruturas locais à melhoria dos serviços básicos - como água, saúde e educação -, realização de programas de formação de competências, aumento das oportunidades de subsistência e promoção da integração nas comunidades locais”.

Para isso a solidariedade de pessoas e empresas é essencial. “Esta solidariedade que nasce da sinergia entre vários atores da sociedade reforça e permite-nos garantir a continuidade da resposta humanitária que é vital no terreno”, afirma a Responsável de Marketing e Comunicação da Portugal com ACNUR, terminando com um forte apelo a quem puder contribuir para estas emergências: “Apelamos a todos que se unam a esta campanha para que juntos possamos continuar a ser a força que impulsiona a esperança e reconstrói vidas”.

Subfinanciamento das emergências é a principal ameaça à intervenção do ACNUR

O contexto mundial exige uma urgência e necessidade cada vez maiores das intervenções do ACNUR. No entanto, estamos perante crises que duram cada vez mais tempo e é necessário concentrar a atenção em soluções a longo prazo, reconhecer que as situações de emergência são mais prolongadas e complexas, pelo que a assistência prestada deve adaptar-se. Todos estes fatores estão a colocar o sistema de proteção das pessoas que foram forçadas a fugir do ACNUR sob uma pressão sem precedentes. As necessidades de financiamento estão a superar em larga escala os valores dos últimos anos, mas o apoio que chega à Agência da ONU para os Refugiados não está a acompanhar esta tendência, o que coloca as respostas de emergência da Organização numa situação muito complexa.

Com emergências subfinanciadas, o trabalho do ACNUR no terreno fica posto em causa e as implicações para as populações são devastadoras, já que em muitos países representa uma ameaça contínua à vida, à dignidade e à esperança de prestar a mais elementar assistência e proteção. “Os fundos são limitados, particularmente se considerarmos todas as emergências humanitárias que existem no mundo, a sua durabilidade e complexidade”, declara Joana Feliciano, afirmando ainda que “os agentes humanitários estão a fazer o melhor que podem, mas com recursos extremamente insuficientes para assistir, proteger e capacitar as pessoas deslocadas à força. A realidade do mundo atual é que há mais necessidades humanitárias do que recursos humanitários disponíveis”.

Na ausência de um reforço do financiamento para dar resposta a estas crescentes necessidades humanitárias, a Portugal com ACNUR apresenta um retrato dramático da situação: “com uma redução prevista de mil milhões de dólares de financiamento, o ACNUR terá de tomar decisões impossíveis com consequências terríveis”. Por isso, “qualquer contributo que nos chegue hoje pode fazer uma grande diferença que salvará as vidas de milhões de pessoas que vivem em condições vulneráveis”, conclui.

Semana Mundial da Consciencialização dos Antimicrobianos
No seguimento de campanhas anteriores em que teve como o foco o adulto, este ano, a Pfizer põe os olhos no futuro. Para...

O consumo inapropriado de antibióticos é apontado, um pouco por todo o mundo, como um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento de bactérias resistentes.

Portugal regista, atualmente, uma das mais elevadas taxas de infeções hospitalares da União Europeia. Prevê-se que o consumo inapropriado de antibióticos venha a agravar de forma irreversível os problemas relacionados com o desenvolvimento de bactérias resistentes. Num futuro não tão distante, já em 2050, a resistência aos antibióticos pode ser responsável por um número de mortes superior ao do cancro, afetando pessoas de todas as idades, com consequências graves para a sociedade e para o ambiente.

“Enquanto cidadãos, e enquanto elementos ativos da indústria farmacêutica, não podemos, nem devemos, ficar de braços cruzados. É imperativo implementar estratégias concretas que nos permitam alterar estas previsões”, explica Paulo Teixeira, Diretor Geral da Pfizer Portugal. “No seguimento de campanhas anteriores em que a aposta se focou num segmento mais adulto, este ano voltámo-nos para o futuro. A pensar nos mais novos, lançámos o livro ‘O mundo microscópico do Martim’, onde poderão ficar a saber mais sobre antibióticos, receber dicas importantes e descobrir alguns factos fascinantes”.

De autoria de Marta Maroto Díaz, ‘O mundo microscópico do Martim’, é uma história que tem como objetivo a partilha de conhecimento e informação importante sobre as bactérias e a sua relação com a saúde humana. Se não teve acesso ao exemplar físico, temos boas notícias: pode descarregá-lo de forma totalmente gratuita aqui.

“Na Pfizer, acreditamos que a promoção da literacia em saúde é essencial para prevenir doenças e condições. É fundamental que todos nós, doentes, profissionais de saúde e a comunidade em geral, entendamos a importância de utilizar os antibióticos de forma responsável e segura. E quem melhor que as crianças para nos ajudar nessa sensibilização?”, Susana Castro Marques, Diretora Médica da Pfizer Portugal

A promoção da literacia em saúde não é novidade na Pfizer e é transversal a todas as suas áreas de atividade. Para a companhia, estas atividades devem focar-se em todos os grupos etários para que, dotada de conhecimento, cada pessoa possa tomar as melhores decisões de saúde e assim contribuir para o bem-estar de todos, enquanto sociedade. 

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