Estudo
As células que saem de um tumor em formação, quando ele ainda não é sequer detetável, são mais eficazes na colonização de...

Antes de qualquer sinal ou sintoma, o cancro da mama começa a tentar espalhar-se pelo corpo. Cientistas dos Estados Unidos e da Alemanha identificaram os mecanismos de um ataque que envolve um grupo de células que avança muito cedo, quando o tumor ainda não é detetável, e inicia o processo de disseminação que culmina na formação de metástases. Segundo dois estudos publicados na mesma edição da revista Nature, estas células são mais eficientes na colonização de tecidos e órgãos distantes do que as células que migram do tumor em fases mais avançadas. Os trabalhos mostram como o ataque pode começar cedo mas também abrem as portas para novas estratégias de defesa, escreve o jornal Público.

No cancro a guerra é dura e, já se sabe, que quanto mais soubermos do inimigo mais hipóteses temos de o derrotar. Neste caso, os investigadores investigaram o cancro da mama de subtipo Her2 positivo, um dos mais agressivos e metastáticos, e perceberam que os primeiros soldados deste inimigo começam a ocupar outras zonas do corpo ainda antes de o cancro ser detetado. Após uma viagem silenciosa até outros tecidos e órgãos, estas células permanecem num estado de dormência enquanto o tumor cresce e se adensa. Os cientistas concluíram que 80% das metástases deste cancro são formadas por este tipo de células tumorais de disseminação precoce. As células que migram numa fase mais tardia, quando o cancro já se encontra numa fase mais avançada, terão afinal um papel secundário.

Estudos anteriores já tinham mostrado que o processo de metastização de um tumor, que é a principal causa de morte associada ao cancro, começava nas fases iniciais da sua formação. Porém, os mecanismos que explicam esta invasão precoce ainda estavam por esclarecer. Duas equipas – compostas por investigadores dos EUA e da Alemanha e com alguns dos mesmos autores a assinar os dois artigos – deram agora um passo em frente, desvendando alguns pormenores sobre a estratégia do cancro.

“Mostrámos que em formas muito iniciais da progressão tumoral, quando o tumor ainda nem sequer é palpável, já se pode observar disseminação das células tumorais para órgãos à distância, como os pulmões e o osso”, explica Rita Nobre, investigadora portuguesa a trabalhar na Escola de Medicina Icahn, em Nova Iorque, e uma das autoras de um dos estudos publicados na Nature, liderado por Kathryn Harper. “Estas células são muito eficientes a colonizar órgãos à distância, mas muitas vezes ficam como que adormecidas nestes órgãos por longos períodos de tempo, o que explica que alguns pacientes só apresentarem metástases mais tardiamente”, acrescenta.

Rita Nobre faz parte da equipa que identificou uma “ajuda” que estas células têm na disseminação do cancro. Assim, os cientistas mostram que a proteína Her2 consegue activar um processo de sinalização que faz com que estas células “acordem” e consigam formar metástases após um longo sono. “Os próximos passos serão perceber melhor o que mantém estas células 'adormecidas' e o que as faz 'acordar' ao fim de meses, anos ou até décadas depois do diagnóstico do tumor primário”, diz. A longo prazo, o objetivo é “desenvolver terapias dirigidas a células dormentes de forma a prevenir o aparecimento de metástases”.

Um importante fenómeno raro
“É importante acrescentar (principalmente para não criar alarmismo geral) que este fenómeno não acontece em todos os tipos de cancro, nem mesmo em todos os tipos de cancro da mama”, avisa a investigadora. É um fenómeno raro, reconhece, “mas não menos importante porque as células dormentes não respondem à maioria das terapias convencionais”.

Num outro trabalho publicado na mesma edição da Nature, uma equipa liderada por Hedayatollah Hosseini, investigador na Universidade de Regensburg, na Alemanha, e que também participou no estudo já citado, estudaram as metástases em ratinhos com cancro da mama Her2 positivo. Neste caso, os cientistas perceberam que as células que saíram de zonas com lesões que ainda tinham poucas células tumorais conseguiam migrar mais e formar mais metástases do que as que são originárias de tumores mais densos, numa fase mais avançada. Os autores deste estudo demonstraram, assim, que a hormona da progesterona desempenha um papel importante na ativação do mecanismo de migração em lesões iniciais do tumor e também na proliferação de células no cancro primário.

Num modelo animal como o rato onde se induz um cancro da mama através de uma ativação do recetor Her2, estas células tumorais de disseminação precoce são detetáveis na medula passadas apenas quatro semanas. Porém, nesta fase, as alterações nas células nas glândulas mamárias só são detetáveis através de técnicas microscópicas e os tumores primários palpáveis ainda demoram cerca de 14 semanas a formarem-se.

No comentário que acompanha estes trabalhos na Nature, Cyrus Ghajas e Mina Bissel, dois investigadores dos EUA na área do cancro e biologia (respetivamente), sublinham também que os mecanismos identificados nestes dois estudos podem não estar presentes em todos os tipos de cancro da mama ou noutros cancros. Ainda assim, consideram que estas descobertas são importantes, particularmente em cancros em que esta disseminação precoce é conhecida como é o caso do cancro da pele ou do pâncreas. “Estes estudos têm implicações significativas no que se refere a terapias preventivas”, notam, acrescentando que o “alvo” deve agora ser apontado para as propriedades que são características destas células – nomeadamente, a sua longa sobrevivência e resistência a terapias.

Em 2014/2015
Mais de dois mil casos de maus tratos e suspeitas de maus tratos a crianças e jovens foram denunciados pelos estabelecimentos...

No relatório técnico que faz a síntese das ações levadas a cabo no âmbito deste programa (que nesta última edição incluiu novos indicadores), especifica-se que foram 2060 os casos e as suspeitas de maus tratos identificados por professores ou funcionários ou elementos das equipas de saúde escolar nos estabelecimentos do ensino pré-escolar ao secundário.

O maior número de supostas vítimas foi identificado no ensino básico e, segundo o jornal Público, a região Norte foi a que mais casos de maus tratos denunciou aos núcleos de apoio a crianças e jovens em risco que estão integrados nos agrupamentos de centros de saúde.

Estes núcleos são constituídos por equipas pluridisciplinares que identificam os autores dos maus tratos, habitualmente familiares das vítimas, e tentam resolver as situações de risco, razão pela qual no relatório da Direção-Geral da Saúde (DGS) não são adiantados detalhes sobre os casos. “Não nos vamos sobrepor às competências destes núcleos, referenciamos para quem tem a responsabilidade de tratar desta situações”, explica Gregória von Amenn, coordenadora do Programa Nacional de Saúde Escolar da DGS.

São estes núcleos nos centros de saúde que prioritariamente têm a responsabilidade da intervenção junto dos menores em risco, ainda antes das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e dos próprios tribunais, os quais apenas devem ser chamados a intervir quando não for possível aos primeiros atuar de forma a remover o perigo.

Escolas denunciam um quarto dos casos
No relatório da DGS enfatiza-se que, em 2014, foram sinalizados a nível nacional mais de oito mil casos de maus tratos e suspeitas de maus tratos a crianças e jovens, o que permite concluir que aproximadamente um quarto destas situações são detetadas e denunciadas pelos estabelecimentos de ensino. 

Mas o documento destaca ainda que no ano letivo 2014/2015 ocorreram 50.590 acidentes dos mais variados tipos nos estabelecimentos de ensino. Neste ano letivo, o programa abrangeu 886 mil alunos dos mais de 1,2 milhões que estão matriculados em estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar até ao secundário. Ou seja, 73% do total dos alunos foram alvo de ações de promoção e educação para a saúde.

O que se percebe também é que um quinto dos estabelecimentos avaliados não cumpria então “a restrição de fumar” e que ainda há queixas sobre o desrespeito da legislação do tabaco (sobre consumo em locais inadequados, falta de vigilância, etc), apesar de a situação ter melhorado substancialmente nos últimos ambos. Fica-se a saber que menos de um terço (31%) dos alunos escova os dentes na escola.

O ano letivo de 2014/2015 foi um ano de mudança no qual "se alterou o paradigma de intervenção da saúde escolar" e se mudou o seu sistema de informação, depois de ter sido assinado um protocolo de cooperação em Fevereiro de 2014 entre diretores gerais da saúde e da educação.

Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária apontou o uso do telemóvel e de outros dispositivos, como os ‘tablets’, durante a...

“Há uma série de aparelhos utilizados ao volante que tiram a atenção da estrada e são um fator de distração. Ao tirar a atenção da estrada, criam-se as condições para que haja acidentes e um agravamento do número de acidentes”, disse o presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, no final da apresentação da “Operação Festas Seguras 2016” e de uma campanha de sensibilização rodoviária.

Desde 2012 que o número de acidentes rodoviários aumenta anualmente, sendo acompanhado por uma descida dos mortos, escreve o Sapo. De acordo com a ANSR, este ano registaram-se 121.471 acidentes, mais 4.384 do que em 2015, que provocaram 424 (menos 25) e 1.952 feridos graves (menos 202).

Jorge Jacob adiantou que este fenómeno do agravamento do índice da sinistralidade “não é português”, sendo também europeu. “A nossa interpretação é que isso decorre dos maus comportamentos atuais de utilização do telemóvel ao volante” e de outros dispositivos, como ‘tablets’ e painéis que existem em muitos carros, disse.

Dados divulgados pela ANSR mostram que os tempos de reação do condutor a utilizar o telemóvel são 30 por cento mais lentos daqueles que ocorrem na condução sob o efeito de álcool com uma taxa de 0,8 gramas por litro no sangue e 50% mais lentos dos que se verificam numa situação de condução normal.

Em 2015, as forças de segurança detetaram 54.027 infrações por uso de telemóvel durante a condução. Assim, a ANSR lançou, por ocasião do Natal, uma campanha de sensibilização que vai passar nas rádios e televisões, apelando para a não utilização do telemóvel ao volante.

A campanha deste ano sensibiliza também os condutores para não conduzirem quando estão cansados e após terem ingerido bebidas alcoólicas, outros fatores de risco de acidentes.

Jorge Jacob sublinhou que Portugal “infelizmente ainda está no vermelho”, não tendo conseguido reduzir a percentagem dos condutores mortos que apresentam uma taxa de álcool acima do limite legal.

A campanha realiza-se em coordenação com as operações que a PSP e a GNR vão desenvolver durante o Natal e Ano Novo e que se traduzem num reforço da fiscalização nas vias com maior tráfego.

Presente na apresentação da “Operação Festas Seguras 2016”, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, afirmou que vai estar no terreno um dispositivo “não só para aconselhamento e fiscalização, mas também para acompanhamento da situação”.

Destacando a importância destas campanha para a sensibilização dos condutores e da ação das forças de segurança, Jorge Gomes apelou para que os automobilistas tenham comportamentos corretos ao volante.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
A Sociedade Portuguesa de Cardiologia quer que as escolas tenham formação prática obrigatória em suporte básico de vida e em...

Existe atualmente um protocolo com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para ser executado nas escolas, dando formação em suporte básico de vida, mas a Sociedade Portuguesa de Cardiologia considera que está aquém do necessário, atingindo uma “percentagem mínima de jovens”.

O presidente da Sociedade, o cardiologista Miguel Mendes, explicou que a ideia é que os alunos tenham formação teórica e prática sobre suporte básico de vida no 9.º e 11.º anos, que deve depois repetir-se no primeiro ano do ensino superior.

Além dos professores de Ciências e Biologia que têm já competência para ministrar a parte teórica, o especialista considera que devem ser envolvido outros docentes, como os de Educação Física, para que possam tornar-se formadores da parte prática de suporte básico de vida.

Além das manobras de suporte básico de vida, Miguel Mendes considera essencial que haja também formação para usar os desfibrilhadores automáticos externos (DAE).

Hoje, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia será ouvida na comissão parlamentar de Educação, onde irá precisamente alertar para a necessidade de melhorar o protocolo existente para dar formação de suporte básico de vida nas escolas.

O cardiologista Miguel Mendes enaltece o esforço que tem sido feito pelo INEM, mas lembra que a instituição tem meios limitados, considerando que se deve recorrer a outras escolas de ressuscitação (como as da Cruz Vermelha ou dos bombeiros).

As manobras de reanimação ou o suporte básico de vida podem evitar vários casos de morte súbita mas os especialista consideram essencial que a generalidade dos cidadãos as aprenda a aplicar.

Em Portugal haverá cerca de 10 mil pessoas por ano de morte súbita.

Estudo
Quase metade dos médicos dentistas portugueses registou um aumento de doentes nos consultórios no último ano, segundo um estudo...

As conclusões do estudo encomendado pela Ordem dos Médicos Dentistas, indicam que em 46,5 por cento dos casos houve um aumento do número de utentes e em cerca de 40 por cento registou-se uma manutenção.

Este aumento de doentes assinalado pelos dentistas ocorre depois de o setor da medicina dentária ter caído para “patamares de procura muito baixos” com a crise económica, recorda o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas.

Orlando Monteiro da Silva encara o aumento de doente com cautela e frisa que o crescimento que alguns médicos dizem sentir partiu “de um nível muito baixo”, estimando que a recuperação se fará lentamente e que demorará a atingir os níveis de procura pré-crise.

Entre os dentistas que referem aumento de doentes – cerca de metade do total – há 75% em que o crescimento foi acima dos 11%.

Quanto aos 14% dos dentistas que registaram uma quebra de doentes, a quase totalidade considera que se deve ao contexto socioeconómico do país dos últimos anos.

Uma grande parte dos profissionais (74%) tomou medidas para reverter a situação, como a introdução de facilidades de pagamento e o ajustamento dos horários de atendimento.

Os médicos dentistas dizem que geralmente os doentes aceitam os procedimentos que são propostos e quando os recusam é maioritariamente por questões financeiras.

Sobre a intensidade da atividade profissional, o estudo vem mostrar que cada médico dentista realiza 40 consultas por semana. Mas há nove por cento que dão mais de 70 consultas semanais e, no outro extremo, sete por cento que dão menos de 10 consulta a cada semana.

Estudo
Uma equipa de investigadores internacional, incluindo o português Sandro Alves, descobriu as potencialidades de uma proteína no...

A proteína é a interleucina-2, que estimula os linfócitos T reguladores, células do grupo dos glóbulos brancos, responsáveis pela defesa do organismo contra agentes agressores, e "cuja função é controlar a inflamação, que contribui para degenerescência", como a doença de Alzheimer, explicou Sandro Alves.

O investigador, atualmente diretor para a investigação pré-clínica na empresa Brain Vectis, em França, participou no estudo, publicado na revista Brain, na qualidade de pós-doutorando do Instituto Nacional da Saúde e da Investigação Médica de França.

De acordo com Sandro Alves, a interleucina-2, que "revelou uma eficiência terapêutica no cancro e nas doenças autoimunes, pode ter um potencial para tratar doenças degenerativas como a de Alzheimer".

Os cientistas induziram, em ratinhos geneticamente modificados, e com a doença, a expressão da proteína e verificaram que os roedores melhoraram a sua memória, de curto e longo prazo, depois de sujeitos a testes de comportamento.

Posteriormente, detetaram nos cérebros dos ratinhos, após a sua morte, "uma ligeira diminuição" do número de placas amiloide (depósitos de proteínas que bloqueiam os neurónios, as células do sistema nervoso). Estas placas são típicas da doença de Alzheimer.

Em simultâneo, confirmaram a ativação de uma população de células do cérebro, os astrócitos, que têm a capacidade de remover as placas amiloide, esclareceu Sandro Alves.

A equipa verificou, igualmente, que, depois de 'injetada' a interleucina-2, através de um vírus, a expressão dos linfócitos T reguladores foi ativada no cérebro.

Os ratinhos incluídos na experiência, que não expressavam propositadamente a proteína, apresentavam dificuldades de aprendizagem e memorização, um dos sintomas da Alzheimer, tendo-lhes sido induzida a expressão da interleucina-2, ao fim de oito meses, quando a doença estava "em marcha". Os roedores foram observados passados cinco meses.

Um outro sintoma da doença de Alzheimer é, adiantou o investigador Sandro Alves, uma "certa deficiência" nas sinapses, nas "conexões entre neurónios".

Num segundo grupo de ratinhos geneticamente modificados, os investigadores observaram, mediante testes de eletrofisiologia (análise das propriedades elétricas nas células), que, após a 'injeção' de interleucina-2, os animais "melhoraram as sinapses, em termos da sua estrutura e função", assinalou.

A equipa de cientistas estudou, também, a expressão da proteína em tecidos cerebrais de pessoas que morreram com a doença de Alzheimer e de causas naturais, e constatou que a proteína se encontrava "diminuída em cerca de 50 por cento" nos doentes de Alzheimer.

A investigação foi conduzida em colaboração com os laboratórios dos cientistas David Klatzmann e Natalie Cartier-Lacave.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, caraterizada por "deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas", como a memória, a atenção, a concentração, a linguagem e o pensamento, refere, no seu portal na internet, a Alzheimer Portugal - Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer.

A patologia, associada ao envelhecimento e sem cura, deve o seu nome ao psiquiatra alemão Alois Alzheimer (1864-1915), que a descreveu pela primeira vez.

Nos Açores
Os serviços públicos de Saúde nos Açores já administraram, gratuitamente, este ano, a vacina antigripal a 18 mil pessoas, tendo...

A diretora regional da Saúde, Tânia Cortez, citada numa nota de imprensa do executivo regional, adiantou que cerca de 44% dos grupos considerados de risco já procederam à toma da vacina na região, mas o objetivo é "atingir os 60% da população alvo”.

Tânia Cortez falava à margem de uma ação de sensibilização no Centro de Saúde de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, informando que se estima que o pico de contágio nos Açores ocorra em fevereiro de 2017.

Segundo disse a responsável, estão integrados nos grupos de risco, utentes com mais de 65 anos, utentes institucionalizados em lares e redes de cuidados continuados e utentes com doenças crónicas.

Tânia Cortez salientou que ainda há desconhecimento e mitos associados à vacinação, tendo também aderido à toma desta vacina para desmistificar preconceitos.

Além de gratuita, a vacinação contra a gripe sazonal está disponível nas unidades de cuidados de saúde primários do arquipélago.

No território continental assistiu-se a um aumento de casos de gripe na primeira semana de dezembro, sendo o vírus dominante - AH3 - uma das estirpes contempladas na vacina.

No Algarve
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica, Luís Meira, admitiu que existe um défice de técnicos no Algarve, mas...

Luís Meira reagia desta forma às declarações do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau, em que alertava para a possibilidade de o serviço do INEM entrar em rutura, por falta de profissionais e exaustão das equipas que estão a fazer horas extraordinárias nas ambulâncias de Faro e Olhão.

Em declarações, Luís Meira disse ser “verdade que existe algum défice de técnicos relativamente àquilo que deveria existir neste momento”, no dispositivo do INEM no Algarve.

Contudo, salientou, “também é verdade que os técnicos que existem” têm “conseguido assegurar o dispositivo”, graças à sua “grande dedicação” e esforço.

Luís Meira lembrou que este dispositivo teve um reforço de meios no verão, “permitindo desta maneira corresponder àquilo que são as necessidades de socorro na região”.

Inclusive, “sempre que necessário, nós temos recorrido” a técnicos de outras regiões, nomeadamente de Lisboa, para poder assegurar os meios que estão em funcionamento.

Esta situação “reflete o esforço que o instituto tem feito para garantir o socorro e assistência médica pré-hospitalar à população da região”, sublinhou Luís Meira.

Relembrou ainda o anúncio muito recente da “reativação da delegação regional do Algarve”, para “garantir uma melhor operacionalidade nesta região”.

Questionado sobre quando estará operacional, o presidente do instituto avançou que deverá ser “nos primeiros meses de 2017”.

Neste momento, “estamos a trabalhar” na alteração dos estatutos do INEM para poder acolher, entre outras, esta alteração, que “vem corrigir uma decisão tomada em 2012” e que provocou a redução da capacidade operacional do INEM na região.

“A atual tutela e o Governo assumiram claramente este compromisso de reverter uma decisão que não terá sido a mais adequada e que veio levantar algumas dificuldades ao INEM”, sustentou.

O autarca de Faro enviou um ofício ao ministro da Saúde pedindo a resolução urgente da situação, seja por via de autorização do Instituto Nacional de Emergência Médica para contratar mais profissionais ou com o reforço das equipas através de transferência de profissionais de outros locais do país.

“A subsistência desta situação coloca em risco a assistência médica de urgência e discrimina negativamente os farenses”, lê-se no ofício enviado ao ministro da Saúde, divulgado pela Câmara de Faro.

Estudo
A estrutura do cérebro das mulheres é alterada com a gravidez, talvez de forma irreversível. Investigadores registaram uma...

Qualquer mulher que tenha estado grávida sabe que o seu organismo passou por uma revolução. As mudanças hormonais, a transformação física e todas as adaptações biológicas no corpo que gera um novo ser. E o cérebro? Também muda, assegura uma equipa de cientistas que avaliou, pela primeira vez, a estrutura cerebral de um grupo de mulheres antes e depois da primeira gravidez. Não se sabe ainda se as alterações são irreversíveis, só se sabe que, passados dois anos, o cérebro de uma mãe não voltou ao que era antes. 

Um grupo de investigadores, liderado pela Unidade de Investigação de Neurociência Cognitiva da Universidade Autónoma de Barcelona (Espanha), recolheu dados durante cinco anos e quatro meses de um grupo de 25 mulheres que ficaram grávidas pela primeira vez e 20 mulheres sem filhos. Os investigadores, que publicaram um artigo na revista científica Nature Neuroscience, também analisaram os cérebros de 19 homens que foram pais pela primeira vez (companheiros das mulheres grávidas do estudo) e de 17 sem filhos. Todos os participantes no estudo foram sujeitos a várias ressonâncias magnéticas, escreve o jornal Público.

No cérebro dos homens, que parece ser imune à paternidade, não foram registadas alterações. Porém, o estudo revela que, numa primeira gravidez, as mulheres sofrem reduções significativas de matéria cinzenta em regiões que estão associadas à cognição social. O que – espere, antes de fazer conclusões precipitadas – não significa qualquer tipo de declínio das funções mas antes uma “sintonização” e reorganização dos circuitos neuronais que otimizam o cérebro para melhor desempenhar a tarefa de ser mãe.

Nos exames, observou-se uma “redução simétrica no volume da matéria cinzenta na zona medial frontal e posterior do córtex e também em regiões específicas, sobretudo, do córtex pré-frontal e temporal”, refere o comunicado de imprensa sobre o estudo. Os investigadores sublinham que existe uma notável sobreposição das alterações da gravidez com a rede que está associada à teoria da mente, que nos permite perceber o que os outros pensam e sentem.

“Acreditamos que as mudanças observadas concedem uma vantagem adaptativa na transição para a maternidade, por exemplo, facilitando a capacidade da mãe para perceber as necessidades do seu filho”, explica ao jornal Público Susanna Carmona, investigadora na Universidade Autónoma de Barcelona e uma das autoras do artigo. Estas mudanças nas mulheres fazem parte, defendem os cientistas, de um processo de adaptação e de especialização funcional para o momento especial da maternidade.

“As mudanças neuroanatómicas localizadas em algumas das regiões do cérebro destas mulheres mostraram, por exemplo, uma resposta neuronal mais forte aos seus filhos no período pós-parto”, refere a investigadora. E aí reside, talvez, uma das mais importantes implicações deste estudo, que, segundo Susanna Carmona, poderá ajudar a perceber melhor “a fisiologia patológica de distúrbios como a depressão pós-parto, podendo ajudar a prevenir e tratar esta desordem no momento certo”.

Adolescência, outra vez
Esta capacidade de sintonizar o cérebro para novos desafios, tornando-o mais apto, não é exclusiva do momento da maternidade. Nos cérebros destas mulheres, “as sinapses fracas são eliminadas abrindo caminho para redes neuronais mais especializadas e eficientes”, refere a investigadora, adiantando que este “mecanismo de ‘poda sináptica’ também ocorre durante a adolescência”. Assim, a reorganização – visível nas reduções de volume de algumas regiões do cérebro – acontece na fase de adolescência quando o cérebro apura as suas funções cognitivas e também, como se prova agora, com a maternidade.

“Sabe-se que as hormonas sexuais (esteroides) regulam a morfologia neuronal e provocam, nomeadamente na adolescência, alterações no cérebro. Por isso, não é surpreendente que os níveis hormonais sem paralelo da gravidez também o façam”, nota Susanna Carmona.

Mas a conclusão de que o cérebro muda com a gravidez pode apenas significar a confirmação de uma suspeita para muitas mães. Muitas mulheres, admite a investigadora ao PÚBLICO, queixam-se de um aumento da distração e défices de memória durante a gravidez. E Susanna Carmona sabe bem do que estas mulheres falam. A cientista e outras duas das principais autoras do artigo engravidaram durante esta investigação. Porém, e apesar de partilhar este sentimento, sublinha que os estudos que associam a gravidez a alterações na memória ou outras funções cognitivas são inconsistentes.

“No nosso estudo, não observámos qualquer impacto cognitivo nas medições que fizemos.” Aliás, sublinha a cientista, nas investigações em modelos animais (ratinhos, por exemplo) o impacto hormonal da gravidez no cérebro conduz a uma emergência dos comportamentos maternais mas também a melhorias persistentes da memória espacial, para encontrar comida e capturar as presas. Ainda assim, Susanna Carmona considera que seria interessante estudar “até que ponto estes problemas não são causados por reduções de memória, mas antes por uma mudança da atenção da futura mãe para estímulos e pensamentos sobre o bebé em prejuízo de outras coisas externas, que não têm a ver com a maternidade”.

Por fim e não menos importante: as mudanças observadas no cérebro das mães são irreversíveis? Além dos exames feitos antes e depois da gravidez, os investigadores fizeram mais uma sessão de ressonâncias magnéticas dois anos depois do parto. “Vimos que, nessa altura, as mudanças ainda continuavam lá”, diz a investigadora, que conclui: “Neste momento, não sabemos se os cérebros destas mães vão algum dia regressar ao seu estado original, o que é altamente improvável, mas para saber isso será necessário vigiar os seus cérebros nos próximos anos.”

Governo
Despacho do Governo, que surge após investigação, deverá ser publicado esta semana. Octapharma, cujo ex-administrador foi...

Os hospitais públicos vão ser obrigados a recorrer, primeiro, ao Instituto Português de Sangue e Transplantação (IPST) para se abastecerem de plasma e derivados do sangue. O Ministério da Saúde quer regulamentar, por despacho, o negócio do plasma, que em Portugal continua a ser dominado pela multinacional Octapharma, criando alternativas para que o país deixe de estar dependente de empresas estrangeiras, apurou o jornal Público.

Mas vai ser necessário um período de transição para que o IPST seja dotado de condições para fazer o tratamento de todo o plasma dos dadores portugueses, o que passa pela inativação do produto (processo para o tornar seguro). No despacho que será publicado esta semana, a tutela vai ainda criar uma comissão de acompanhamento, que terá representantes do IPST e de associações de doentes e de dadores.

O negócio do plasma (um componente do sangue) ficou sob os holofotes depois de Paulo Lalanda e Castro, ex-administrador da Octapharma, ter sido detido na quinta-feira por alegada corrupção no âmbito da Operação O negativo. A investigação do Ministério Público por suspeitas de favorecimento da multinacional já tinha levado, na terça-feira, à detenção do ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Cunha Ribeiro, que ficou em prisão preventiva. Cunha Ribeiro presidiu ao júri do concurso que deu o monopólio do fornecimento do plasma à Octapharma (lançado em 2000 e adjudicado no ano seguinte). Foram ainda constituídos arguidos dois advogados e uma farmacêutica que foi dirigente da Associação Portuguesa de Hemofilia.

O negócio do plasma e derivados do sangue é muito rentável: só entre 2009 e Setembro deste ano, a Octapharma ganhou mais de 250 milhões de euros com a venda a hospitais públicos, indicam os dados da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed). Os números dos anos anteriores a 2009 - em que esta multinacional farmacêutica detinha o monopólio - não estão disponíveis.

Octapharma teve monopólio durante vários anos
O monopólio da Octapharma manteve-se durante vários anos, apesar de o concurso inicial ter um prazo de validade de apenas três anos. O ex-secretário de Estado da Saúde Francisco Ramos admitiu ao jornal Público que assinou alguns despachos para prorrogar o concurso por mais um ano. O ministério, explicou, "estava preso na armadilha de haver poucos especialistas" nesta área e, se o concurso não fosse prorrogado "os hospitais ficavam sem plasma". A situação manteve-se assim até que, em 2008, outro secretário de Estado, este adjunto do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, acabou com a centralização da compra, permitindo, por despacho, que os hospitais passassem a fazer aquisições individuais.

Ao jornal Público, Manuel Pizarro assegurou que tomou esta decisão para acabar com “o monopólio” da Octapharma em Portugal. Ao remeter para os hospitais públicos a decisão da compra, abriu todavia a porta a que pudessem ser feitos ajustes diretos, mas lembra que a Octapharma perdeu "cerca de um quarto da quota". Apesar disso, não conseguiu “grande coisa em relação aos preços” praticados pela meia dúzia de empresas que disputam este mercado em Portugal. Os preços mantiveram-se elevados, reconhece.

Os dados do Infarmed indicam, de facto, que a quota de mercado da Octapharma diminuiu substancialmente: se, em 2009, o valor global das vendas da multinacional ao Serviço Nacional de Saúde ascendeu a 51,3 milhões de euros, em 2015, desceu para 22,8 milhões de euros. Mesmo assim, a multinacional continua a liderar este negócio que nos primeiros nove meses deste ano custou ao Estado 37 milhões de euros. Em 2015, os gastos totais ascenderam a 47,7 milhões de euros.

Mais concursos
O sangue doado divide-se em eritrócitos, plaquetas e plasma. Os dois primeiros são aproveitados, mas o plasma dos nossos dadores, uma espécie de sopa de proteínas muito valiosa e que salva vidas, acaba por não ser aproveitado em Portugal, que o compra a empresas estrangeiras, sobretudo à Octapharma.

Em 2013, o Instituto Português de Sangue e Transplantação começou a inativar (tratar para garantir a segurança) o plasma dos dadores através de um método próprio mas apenas distribuiu aos hospitais 1600 unidades, segundo adiantou ao jornal Público. Quanto ao outro método de inativação (por solvente detergente), esse permitiu já distribuir 16 mil unidades aos hospitais, mas, como a Octapharma é a única empresa que detém esta metodologia, o produto teve mais uma vez de ser adquirido à empresa líder de mercado. Os especialistas preferem adquirir este último, alegando que é mais seguro.

O plasma pode ser inativado para ser administrado diretamente aos doentes ou fracionado para se retirarem componentes para produzir medicamentos que são usados nos tratamentos a doentes queimados e no âmbito de várias doenças, como a hemofilia, infeção VIH/Sida, cancros Estes últimos medicamentos são muito caros. 

Atualmente, o IPST tem cerca de 120 mil unidades de plasma armazenadas nas câmaras frigoríficas a aguardar pelo concurso do fracionamento. Aprovado em 2015, o Programa Estratégico de Fracionamento de Plasma Humano previa que até Outubro desse ano estaria concluído o concurso para escolher a empresa que se vai encarregar desta tarefa. 

A mOperação O negativo acabou por dar empurrão decisivo ao procedimento que vai permitir que Portugal possa aproveitar cabalmente o plasma dos nossos dadores de sangue e não ficar completamente dependente de fornecedores estrangeiros. O atual secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse na sexta-feira que o Governo estava a preparar o concurso público (já anunciado há mais de um ano) para selecionar a empresa que vai tratar o plasma desperdiçado em Portugal, especificando que o que está a ser feito é "uma negociação privilegiada entre concorrentes”. Confrontado com as suspeitas de que houve um favorecimento da Octapharma neste negócio, o governante disse apenas que o monopólio daquela empresa se prolongou devido a “controvérsias técnicas”.

Portugal entre os países europeus com maior número de crianças obesas
A obesidade infantil é atualmente considerada a pandemia do século XXI, sendo a segunda principal causa de morte que se pode...

Com inscrições abertas até 18 de janeiro, o curso dirige-se a profissionais de saúde de diferentes áreas pois, segundo Ana Isabel Lopes, que juntamente com Fernando Coelho Rosa coordena o curso, “esta pós-graduação destina-se tanto a pediatras como a médicos de medicina geral e familiar, obstetras, nutricionistas, enfermeiros e farmacêuticos, tendo como principal objetivo a promoção da saúde e do bem-estar geral da criança e da sua família, pretendendo não só alargar o conhecimento e as medidas práticas em aspetos mais especializados, como também promover o desenvolvimento da investigação clínica nesta área da saúde”.

O corpo docente desta pós graduação conta com uma vasta experiência clínica e um grande conhecimento académico que, no decorrer do curso, será partilhado em temas como: a nutrição materno-infantil, avaliação e intervenção em idade pediátrica, nutrição da infância à adolescência e risco nutricional e nutrição na doença pediátrica.

Mais informações http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=975&lang=1&artigoID=3151

Instituto Nacional de Estatística
O consumo diário de álcool entre a população residente com mais de 15 anos é maior nas áreas rurais, enquanto o consumo de...

De acordo com informação dos Anuários Estatísticos Regionais de 2015, hoje publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e que integra dados do Inquérito Nacional de Saúde, efetuado em 2014 em todo o território nacional, um em cada quatro portugueses (2,1 milhões, 24,2% da população) referiu consumir diariamente bebidas alcoólicas.

As regiões Norte (30,3%) e Centro (24,8%) são as únicas que apresentam valores acima da média nacional, enquanto os Açores (13,6%) e Madeira (10,4%) são as regiões que apresentam valores mais baixos de consumo diário de bebidas alcoólicas na população com 15 ou mais anos.

Os homens residentes em áreas predominantemente rurais (45%) e áreas mediamente urbanas (41,7%) são os que mais bebem álcool diariamente, percentagem que nas áreas predominantemente urbanas cai para os 36%.

Já entre as mulheres, o consumo diário de álcool é maior nas áreas mediamente urbanas (14,1%) e nas áreas rurais (12,9%), não ultrapassando os 11% nas áreas urbanas.

O consumo diário de tabaco incidia, em 2014, sobre 16,8% (1,5 milhões) da população residente com 15 ou mais anos, sendo que os maiores fumadores diários são homens residentes em zonas predominantemente urbanas.

Em termos regionais, fuma-se mais nos Açores (23,3%), no Algarve (20,7%), na Área Metropolitana de Lisboa (18,7%) e no Alentejo (18,3%), regiões com valores acima da média nacional.

Norte (15,3%) e Centro (15%), as regiões com maior consumo diário de álcool, são, ao invés, aquelas onde os portugueses ali residentes menos fumam diariamente.

Maioria não procura ajuda
Um levantamento científico recente conclui que muitos profissionais da aviação comercial não procuram ajuda médica por temerem...

Centenas de pilotos podem sofrer de depressão, mas optam por não procurar ajuda por medo do impacto negativo nas suas carreiras, aponta um estudo mundial publicado este mês.

Mais de um em cada dez pilotos que participaram deste levantamento de forma anónima, realizado através da Internet, mostraram sinais de depressão, de acordo com o estudo realizado pela Universidade de Harvard e publicado no jornal científico "Environmental Health".

"Descobrimos que muitos pilotos atualmente em atividade apresentam sintomas de depressão e pode ser que não estejam à procura de tratamento médico devido ao medo do potencial impacto negativo na carreira", frisa Joseph Allen, coautor do estudo. "Existe um véu de sigilo em torno de questões de saúde na cabine do piloto", acrescenta.

De 1.850 pilotos de mais de 50 países que responderam ao inquérito, escreve o Sapo, 12,6% apresentaram sinais de depressão e cerca de 4% dos entrevistados relataram ter tido pensamentos suicidas nas duas últimas semanas.

O estudo conclui ainda que os que mais sinais de depressão apresentam são os que tomam mais doses de medicamentos para dormir e também os que mais sofrem casos de assédio sexual ou moral.

O estudo surge um ano e meio depois da queda de avião da Germanwings em março de 2015, nos Pirenéus, causada por um copiloto com problemas psiquiátricos. Nenhuma das 150 pessoas que seguiam a bordo da aeronave sobreviveu.

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real, criou um dispositivo eletrónico que se liga a um telemóvel e...

A academia transmontana explicou hoje, em comunicado, que com este “sistema inovador” o condutor apenas terá de soprar para um sensor ligado via Bluetooth a um 'smartphone' dotado de uma aplicação que lhe dará a indicação da quantidade de álcool que ingeriu.

O trabalho foi desenvolvido no Departamento de Engenharias da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no âmbito do mestrado em engenharia eletrotécnica e de computadores realizado por Ana Patrícia Queirós Gomes, sob a orientação dos investigadores Lio Fidalgo Gonçalves e Raul Morais dos Santos.

Segundo a universidade, os investigadores criaram um alcoolímetro “smartwatch wearable” complementado por uma aplicação móvel que possibilita a “rápida e fácil estimativa da taxa de alcoolemia por analogia à quantidade de álcool detetado na respiração”.

E, de acordo com os responsáveis, o sistema final mostrou resultados “bastante consistentes e proporcionais” e cuja precisão já foi confirmada através da sua comparação com o aparelho atualmente utilizado pelo comando da Polícia de Segurança Pública de Vila Real”.

Os investigadores destacaram que, com esta aplicação, “o condutor pode aferir a taxa de alcoolemia a qualquer hora” e consideraram ainda que, através desta monitorização, podem “resultar grandes progressos na prevenção de acidentes rodoviários”.

“Pretende-se que este sistema seja portátil, de fácil manuseamento e razoavelmente discreto de forma a ser transportado com o utilizador no seu dia-a-dia permitindo um cómodo acompanhamento e controlo daquele que poderá ser um problema de saúde ou apenas uma situação esporádica”, referiram ainda.

O sistema proposto deverá ser capaz de, em primeiro lugar, recolher amostras de sopro, processá-las e apresentar os resultados num curto espaço de tempo.

Segundo os responsáveis, o dispositivo ‘hardware’ será acompanhado por uma aplicação Android que permitirá o registo de resultados de forma discreta.

 

Desta forma, acrescentaram, pretende-se que o sistema proposto represente “um passo em frente, embora ainda pequeno, no combate à mortalidade associada aos acidentes rodoviários, bem como à doença que representa o alcoolismo que faz parte da realidade portuguesa”.

Celina Turchi
A epidemiologista brasileira Celina Turchi foi distinguida pela revista Nature como um dos cientistas mais influentes de 2016...

"Incluímos Celina Turchi na lista dos 10 da Nature deste ano pelo seu papel no estabelecimento da associação entre as infeções pelo vírus do Zika e a microcefalia, na qual os bebés nascem com cabeças e cérebros anormalmente pequenos", disse o editor da revista Richard Monastersky, em resposta por email à agência Lusa.

A revista científica escolhe anualmente as 10 pessoas mais influentes do ano na investigação, escreve o Sapo, intitulando-as as "dez pessoas que importam na ciência". "Os dez deste ano foram selecionados na base de que estão entre as pessoas que foram mais influentes ou mais importantes na ciência ao longo do ano no mundo", explicou Monastersky.

Da lista constam a porta-voz do LIGO (Laser Interferometer Gravitational-wave Observatory), Gabriela Gonzalez, pela descoberta das ondas gravitacionais, considerada pela Nature como uma das maiores histórias científicas do ano; o astrónomo Guillem Anglada-Escudé por descobrir um planeta com tamanho semelhante à Terra a orbitar a Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol.

Demis Hassabis, cofundador da empresa de inteligência artificial DeepMind, foi distinguido pelo programa informático AlphaGo, que derrotou um campeão do jogo de estratégia Go, "um avanço que demonstra o potencial crescente da inteligência artificial".

Filhos de três pais
O especialista em fertilidade John Zhang foi outro dos cientistas reconhecidos, pelo anúncio de uma técnica de substituição mitocondrial que mistura o ADN de três pessoas e que permitiu fazer nascer um bebé saudável com três pais.

A equipa da Nature escolheu também Kevin Esvelt, que alertou para os perigos de uma técnica controversa que ajudou a inventar e que permite forçar um gene a espalhar-se mais depressa do que o normal por uma população; bem como Terry Hughes, que fez soar o alarme sobre a catastrófica descoloração dos corais da Grande Barreira de Coral, na Austrália.

O químico atmosférico Guus Velders foi eleito por lançar as fundações de um acordo internacional que forçará os países a pararem de produzir e usar os gases com efeito de estufa chamados HFC; enquanto a física Elena Long foi escolhida pela sensibilização para a discriminação de que são vítimas os físicos que provêm de minorias sexuais e Alexandra Elbakyan pelo seu site Sci-Hub, que desafiou as publicações científicas convencionais ao disponibilizar ilegalmente na Internet 60 milhões de artigos.

"Os cientistas na lista dos 10 da Nature de 2016 são um grupo diverso", disse Monastersky, citado num comunicado da revista.

"Mas todos tiveram papéis importantes em grandes acontecimentos científicos este ano, com potencial para provocar a mudança a uma escala global", concluiu.

Publicada em Diário da República
A lista de substâncias e métodos proibidos no âmbito do Código Mundial Antidopagem foi publicada ontem em Diário da República,...

A lista publicada em Diário da República (DR), revoga a Portaria n.º 411/2015, de 26 de novembro. O texto oficial da Lista de Substâncias e Métodos Proibidos é mantido pela Agência Mundial Antidopagem (AMA) e é publicado em Inglês e Francês, sendo que, em caso de conflito entre a versão portuguesa e as versões originais, a versão em Inglês prevalece, escreve o Sapo.

De entre as substâncias e métodos proibidos em competição e fora de competição figuram como substâncias proibidas aquelas que não aprovadas oficialmente, agentes anabolizantes, hormonas peptídicas, fatores de crescimento e substâncias relacionadas e miméticos (entre as quais EPO, CERA e Hormona de Crescimento), hormonas e moduladores metabólicos, como diuréticos e agentes mascarantes.

Como métodos proibidos encontra-se a manipulação do sangue e de componentes do sangue, bem como a manipulação química e física, dopagem genética.

O álcool (etanol) é proibido somente em competição, no Automobilismo (FIA), em Desportos Aéreos (FAI), em Motonáutica (UIM) e no Tiro com Arco (WA).

 

A deteção será realizada pelo método de análise expiratória e/ou pelo sangue. O limite de deteção para considerar um caso como uma violação antidopagem é o equivalente a uma concentração de álcool no sangue de 0,10 g/L.

Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos
O vírus Zika sobrevive fora do organismo humano, mantendo-se altamente contagioso durante pelo menos oito horas em superfícies...

A descoberta é revelada pela Associação Americana de Cientistas Farmacêuticos (AAPS).

Os cientistas concluem que o agente infeccioso pode ser transmitido através de agulhas contaminadas ou pelo contacto do vírus com cortes abertos na pele.

Os investigadores asseveram que o vírus permanece altamente contagioso durante oito horas e sobrevive em superfícies duras e não porosas, escreve o Sapo.

"A notícia boa é que desinfetantes comuns, como o álcool isopropílico, são eficazes para matar o vírus nesse tipo de ambientes em apenas 15 segundos", comentou o autor do estudo, Steve Zhou, diretor de virologia e biologia molecular nos Laboratórios Microbac, em Pittsburgh.

O estudo mostrou ainda que a água sanitária e o ácido paracético também são eficazes na eliminação do vírus.

No entanto, quando o vírus está em contacto com sangue, as duas substâncias perdem esse efeito.

O vírus é transmitido principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti e por relações sexuais.

 

O Zika está também associado a casos de microcefalia em recém-nascidos.

Estudo
Sondas fluorescentes em nanoescala que são ativadas na presença de células cancerosas ajudaram cirurgiões a remover tumores em...

A tecnologia potencialmente revolucionária funciona para todos os tipos de cancro, garantem os investigadores à agência de notícias France Presse.

De acordo com os cientistas, a inovação será programada para ser testada em humanos em 2017. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Biomedical Engineering.

Nas experiências, sondas microscópicas foram injetadas em ratos, com o objetivo de se iluminarem quando entrassem em contacto com a acidez das células cancerosas, escreve o Sapo. "Os cancros humanos são um pouco mais ácidos do que o tecido normal e estamos a aproveitar essa potencialidade", explica o coautor do estudo Baran Sumer, cirurgião do Southwestern Medical Center da Universidade do Texas.

Em vários tipos de cancro, a cirurgia é a principal opção de tratamento. Garantir que todas as células cancerosas sejam retiradas durante a operação e evitar a remoção de tecido saudável continuam a ser os grandes desafios.

As técnicas atuais de imagem não são sensíveis o suficiente para distinguir células cancerosas de não cancerosas.

A nova técnica usa um corante fluorescente clinicamente aprovado que é compatível com câmaras padronizadas usadas em centros cirúrgicos de todo o mundo.

Como um transistor, que liga quando a voltagem sobe acima de um determinado limiar, as nanossondas acendem na presença de pH ácido.

Quando as nanossondas foram usadas para remover tumores de cabeça e pescoço de ratos, os cirurgiões descobriram que os dispositivos lhes deram uma "especificidade e sensibilidade sem precedentes". As sondas sintéticas iluminaram nódulos tumorais com menos de um milímetro de diâmetro.

 

"Isso fornece aos cirurgiões uma imagem clara dos limites do tumor durante a cirurgia", concluiu Sumer.

Época festiva
De acordo com Associação Nacional de Segurança Rodoviária, em Dezembro de 2015 ocorreram em Portugal 2742 acidentes rodoviários...

Se esta é uma realidade pouco falada, Luís Teixeira, Presidente da Associação Portuguesa Spine Matters e médico ortopedista, defende que é importante olharmos também para estes números, sendo que em média 30% dos acidentes rodoviários ligeiros são responsáveis por lesões da coluna cervical, nem sempre atempadamente diagnosticadas. O alerta é feito pela Associação Portuguesa sem fins lucrativos que reforça a importância da prevenção e enumera alguns cuidados a ter antes de ir para a estrada.

“A lesão por Whiplash (chicote cervical) é o processo mecânico de hiperflexão e hiperextensão bifásicas. O que acontece é uma compressão dos músculos do pescoço de um lado, enquanto se distendem do oposto, voltando de imediato à sua posição inicial. As suas consequências podem variar muito, desde cervicalgias, que podem ser muito debilitantes, a diversas manifestações músculo-esqueléticas e neurológicas, sendo que os sintomas podem aparecer apenas 12 a 14 horas depois do impacto".

Sinais e sintomas a que devemos estar atentos depois de um acidente de viação:

- Dor e rigidez no pescoço, ombros, parte superior ou inferior das costas
- Cefaleias
- Tonturas, visão turva, dor no maxilar ou a engolir
- Cansaço, irritabilidade ou dificuldades de concentração

"Os problemas na coluna afetam não só o condutor, mas também qualquer passageiro que viaje dentro do veículo, sendo que é importante ter alguns cuidados de forma a proteger a coluna quando conduzimos. São exemplos disso, a postura, a inclinação do corpo, estarmos ou não mais relaxados, tudo isso pode ter uma correlação direta com as lesões dos acidentes ligeiros de viação", acrescenta o especialista, Luís Teixeira, que deixa também alguns conselhos práticos:

- Inclinação do banco: É importante regular a inclinação do banco para estar num ângulo entre 100 a 120º. Uma inclinação excessiva pode ser prejudicial, mas também um banco demasiado reto, que deixe os músculos tensos e desconfortáveis, pode ser igualmente perigoso. Certifique-se de que a sua coluna lombar e costas estão totalmente apoiadas no encosto do banco e nunca conduza só com um braço, que leva a uma maior tendência de inclinação do corpo, o que no momento do embate pode ser muito grave.

- Distância do assento: A distância do assento deve ser ajustada de forma a que a coluna esteja totalmente apoiada no banco, com as pernas e braços levemente fletidos. Na pressão dos pedais de travagem e embraiagem, os joelhos devem permanecer ligeiramente fletidos. Este pormenor é muito importante uma vez que se os joelhos estiverem esticados no momento do impacto a energia pode provocar uma fratura nas pernas, bacia ou mesmo na base da coluna vertebral. No entanto, se dobrar demasiado os joelhos, irá potenciar uma má circulação do sangue, o que é negativo quando conduz muitas horas seguidas, mas também pode uma lesão séria numa colisão.

- Ajuste do volante: Quando existe essa opção no veículo, o volante deve ser posicionado de forma a que o condutor tenha visibilidade do painel sem ter que mover a cabeça para ler alguma informação. No entanto, o mesmo não deve tocar nas coxas. Deve, ainda, segurar-se o volante com as duas mãos. O condutor deve estar na posição correta para que o encosto de cabeça absorva o impacto causado pelo efeito chicote.

 

- Fazer pausas a cada duas horas e alongar o corpo: válido para todas as viagens longas mas também para quem trabalha sentado o dia todo – a possibilidade de hérnia discal é maior, pela sobrecarga lombar.

Fraunhofer Portugal AICOS
Uma nova tecnologia que envolve dança tradicional e tai chi e permite aos idosos treinar a força e o equilíbrio em casa,...

O programa, criado para utilização ao domicílio através de um equipamento ligado ao televisor e um conjunto de quatro sensores, colocados nos braços e nas pernas, pode auxiliar os idosos na prevenção de quedas, situação que, segundo o centro de investigação, é responsável por 50% dos casos de idosos hospitalizados.

Este é um projeto que visa "a promoção da atividade física na terceira idade", disse o gestor de projetos do centro, António Santos, acrescentando que estas modalidades foram escolhidas pela "componente lúdica e de entretenimento que lhes estão associadas".

Apesar de ter sido desenvolvido para uso nos domicílios, nos centros de dia ou nos lares, os investigadores não pretendem que "as pessoas se mantenham sempre em casa", existindo no projeto, para esse efeito, uma componente que serve para estimular a conectividade social.

A recomendação é que este programa, resultante de um trabalho iniciado há seis meses, seja utilizado duas a três horas por semana, "de forma a haver um impacto real na condição física da pessoa", explicou António Santos.

Neste momento, a tecnologia está a ser validada pelos seniores da Rede Colaborar, um grupo de cerca de mil idosos que participam voluntariamente na validação das tecnologias desenvolvidas pelo Fraunhofer Portugal AICOS.

Os voluntários desta rede, com cerca de cinco anos, têm testado a tecnologia no LivingLab, um laboratório do centro, criado em 2011, com o intuito de proporcionar "um espaço acolhedor" e que permita receber as pessoas associadas ao projeto, "muito importantes no teste e na validação de toda a tecnologia" desenvolvida, referiu a investigadora Inês Sousa.

Jorge Mendonça, do Porto, faz parte da Rede Colaborar há cerca de cinco anos e voluntariou-se porque gosta de participar na melhoria da tecnologia. "Sinto-me bem e sempre que possível venho cá".

Através da participação neste grupo, tem "visto coisas importantíssimas", como as aplicações orientadas para a saúde. "Acho bem o que fazem aqui no LivingLab, visto que há pessoas que não podem sair de casa, por qualquer motivo, e desta forma têm ginástica através da televisão", concluiu.

Segundo a investigadora Sílvia Rego, os seniores gostam de participar nestas atividades, que lhes permite estar a par do que tem sido desenvolvido no centro ao nível de tecnologia, aprender coisas novas, beneficiar do convívio com uma equipa jovem e por sentirem que fazem de algo importante para o futuro, que vai ajudar pessoas da mesma idade.

A Fraunhofer Portugal, fruto de um protocolo com a Universidade do Porto, iniciou a atividade em 2008 e, desde então, tem desenvolvido iniciativas na área das tecnologias de informação e comunicação.

"Trabalhamos no apoio à comunidade mais sénior", através das tecnologias para a vida assistida, que ajudam esta população a ter uma vida mais ativa", auxiliando-as "em questões relacionadas com a saúde e com a alimentação, por exemplo", indicou o diretor dos serviços partilhados da Fraunhofer Portugal, Pedro Almeida.

Para além da detenção de quedas e da atividade física, da gestão das doenças crónicas e do bem-estar e da criação de ambientes assistidos, desenvolvem tecnologias direcionadas para os países em desenvolvimento, que passam por soluções móveis que auxiliem as pessoas no seu dia-a-dia, disse ainda Inês Sousa.

O projeto que deu origem a esta tecnologia tem uma duração de três anos.

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