Estudo
A investigadora Teresa Medeiros afirmou que os idosos nos Açores tendem a envelhecer melhor, devido às relações de vizinhança e...

"Penso que nos Açores se envelhece melhor, porque há relações de vizinhança, relações sociais de identificação. As pessoas são mais sinalizadas, os casos são mais sinalizados e a rede social e o Governo [Regional] também contribuem para minimizar o isolamento", afirmou a docente da Universidade dos Açores.

A conclusão resulta de um estudo que integra o livro “(Re)pensar as pessoas idosas no século XXI”, que coordenou, e é lançado na terça-feira, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.

O estudo, com uma amostra de 320 participantes, dos quais 200 mulheres e 120 homens, com mais de 60 anos, residentes nas ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira e Flores, revela que a maioria dos inquiridos (75,9%) vive acompanhado, não está institucionalizado e, na sua grande maioria, já se encontra na reforma.

“Avaliámos a perceção da satisfação com a reforma na vida pessoal e verificámos que 50,7% das pessoas estão satisfeitas ou mesmo muito satisfeitas (33,1%). As fontes de suporte e apoio afetivo na situação atual são a família e/ou os amigos”, explicou a psicóloga, indicando, no entanto, que “os índices de satisfação diminuem quando se fala na saúde e com a situação económica”.

Segundo a docente, “as pessoas estão mais ou menos sinalizadas e têm apoios governamentais e familiares”, destacando-se ainda “a vivência da religião”.

A obra “(Re)Pensar as pessoas idosas no século XXI” tem 328 páginas, organizadas em quatro secções com 17 capítulos, “um testemunho vivo sobre o ser idoso”, referiu.

"O livro apresenta vários testemunhos de pessoas idosas e de técnicos da área da saúde. É um livro de sentimentos e emoções e tem a colaboração de muitos investigadores", sublinhou Teresa Medeiros, indicando que a obra integra estudos de Espanha, Brasil, Argentina e Portugal.

Teresa Medeiros considerou primordial “investir na prevenção e nas atividades de estimulação e de bem-estar que proporcionem uma atividade cerebral intensa para reduzir ou minorar o envelhecimento com demência”, exemplificando com o programa de Aprendizagem ao Longo da Vida que criou em 2003 na Universidade dos Açores.

Apesar de destacar a existência de uma boa rede de equipamentos sociais para a terceira idade, a docente defendeu, contudo, que os Açores poderiam evoluir também para um modelo de residências onde os idosos pudessem ter uma vida autónoma, mas apoiada com serviços de saúde e proteção.

Para a coordenadora da obra, "o envelhecimento não é mais que um processo de mudanças que se operam ao longo do tempo", salientando que "é possível encontrar maior bem-estar psicológico junto das pessoas que têm atividades de estimulação cognitiva e social".

A obra será apresentada por Joaquim Armando Ferreira, professor catedrático da Universidade de Coimbra, na Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Ponta Delgada.

Artigo de Opinião
Um estudo recente do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, mostra que 70% dos jovens portuguese

Estaremos nós (pais e adultos) a criar uma geração cada vez mais dependente do digital? E estaremos nós conscientes das implicações desta dependência no desenvolvimento físico, afectivo e cognitivo da criança? Estaremos nós a substituir a nossa presença física pela comunicação via smartphone e tablets? Até que ponto estes aparelhos não se estão a tornar as novas chuchas das nossas crianças e jovens?

Julgo que se todos estivéssemos conscientes das implicações na sua utilização excessiva, muitos dos pais e adultos não permitiriam o excesso de utilização da tecnologia por parte da criança.

Basta observar as crianças que nos rodeiam no nosso dia-a-dia, e julgo não ser necessário sermos técnicos, para reconhecer como elas estão cada vez mais isoladas (jogam solitariamente com o smartphone, tablet ou playstation), mais agressivas e menos relacionais (com poucas interacções face a face com os pares).

Compreendo que a tecnologia seja um bom aliado dos pais para manterem a criança entretida e sossegada durante umas horas. Mas ao permitir que isto aconteça como regra de funcionamento, estamos a privar a criança de desenvolver uma série de recursos que serão fundamentais para o seu desenvolvimento físico, cognitivo e social da criança.

O brincar estimula todos os sentidos, ajuda a desenvolver a mente e o corpo, para além de permitir uma descarga natural para os pensamentos e sentimentos da criança, essencial para a sua auto-regulação. O brincar permite que a criança deixe fluir as suas fantasias e aguce a sua imaginação, permitindo-lhe desta forma expor as suas emoções e estimular a sua criatividade. A criança que não brinca, é uma criança emocionalmente e/ou intelectualmente doente.

Promover a utilização excessiva destes aparelhos tecnológicos, faz com que estejamos a estimular a memória visual da criança, muitas vezes em detrimento de outro tipo de concentração e atenção para outras tarefas que, por exemplo, a leitura vai requerer para a interpretação de um texto. Se lhes damos maioritariamente estímulos simples, que são percebidos rapidamente, quando quisermos que se concentrem para aprender a escrever e a ler, já não vão estar tão motivados para essas tarefas mais exigentes. A satisfação não é tão imediata como num jogo digital. Talvez não seja por acaso que têm surgido tantos casos de crianças com défice de atenção e concentração e dificuldades de aprendizagem.

Contudo, não creio que devamos diabolizar estas tecnologias. Vivemos numa era digital! É importante que as nossas crianças e jovens saibam usá-las com facilidade e mestria, pois serão cada vez mais ferramentas fundamentais para o ensino e aprendizagem, bem como para a sua vida profissional futura.

O ponto crítico está na dose e na forma como utilizamos estes equipamentos. Diria que é desejável que as crianças saibam usar estas tecnologias mas com conta, peso e medida e de forma controlada e supervisionada pelos pais, não permitindo o acesso a conteúdos impróprios para a sua idade. Fundamental é mesmo que o seu uso não se transforme em abuso e que, desse modo, substituam as relações pessoais e afectivas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Doença rara
Erupções cutâneas, inchaço, comichão, vermelhidão e febre são alguns dos sintomas de uma alergia cut

A urticária é um quadro alérgico, relativamente frequente, e que consiste no aparecimento de placas elevadas e avermelhadas na pele e mucosas acompanhadas de muita comichão.

Tratando-se de uma reação cutânea a um estímulo da pele, é, “na maioria das vezes, transitória” e sem gravidade.

No caso da urticária ao frio, esta reação surge “em resultado de contato com o frio ou substâncias frias” e, de acordo com a dermatologista Leonor Girão, estes casos “são bastante mais raros”.

Tratando-se de uma reação anómala, “por ser exagerada”, pode afetar qualquer pessoa independentemente do sexo ou da idade. “Digamos que é mais frequente em idades mais jovens tal como a maior parte das alergias inespecíficas. Há também formas raríssimas de urticária ao frio que são hereditárias”, explica.

“O principal sintoma é o prurido (comichão). Como sinais o doente refere o aparecimento de manchas e pápulas com aspecto semelhante a casca de laranja devido ao edema, espalhadas pelo corpo ou em relação com a área exposta ao frio, poucos minutos após a exposição”, acrescenta a dermatologista esclarecendo que esta reação, apesar de transitória, pode tornar-se crónica e persistir durante alguns anos.

“Quando existe uma reação mais grave, em que o edema não se limita à superfície da pele mas também atinge mucosas e outros orgãos (pulmões, laringe, intestinos) pode acompanhar-se de dificuldade respiratória, cólicas, náuseas e mesmo originar colapso circulatório com desmaio, perda de conhecimento e morte”, revela.

As urticárias são, de acordo com esta especialista, “reações anómalas a diferentes estímulos – alimentos, plantas, medicamentos, pressão, exercício, calor, frio – em que o estímulo faz com que um tipo de células que existem no sangue (mastócitos) libertem uma substância - a histamina - em circulação e essa substância provoca as reações observadas”. No entanto,  por vezes não se consegue identificar o estímulo desencadeante. “Neste caso, o estímulo é o frio - objectos frios, gelo, água fria, etc”, explica.

Segundo consta, desde 2006, no Repositório do Centro Hospitalar de Lisboa, a patologia é “muitas vezes não diagnosticada, nem devidamente valorizada”, no entanto, Leonor Girão garante o seu diagnóstico é fácil. “A história clínica é muito evidente mas pode ser comprovado facilmente colocando um cubo de gelo em contato com a pele. As pápulas edematosas e eritematosas aparecem poucos minutos depois”, justifica.  

Anti-histamínicos travam quadro alérgico

De acordo com Leonor Girão, a maioria das urticárias ao frio são reações ligeiras “pelo que com alguns cuidados de evicção de frio súbito e tomando a medicação anti-histamínica são controláveis”.

“Na maioria dos casos é possível controlar com medicamentos e acabam por se ir tornando menos intensas e desaparecer”, esclarece reforçando que são raros os casos de urticária que persistem para além de três anos.

No entanto, os casos extremos existem. Beatriz Sanchez, uma modelo espanhola de 30 anos, é o exemplo perfeito.

Entrevistada pela BBC, explica como é viver limitada pela doença. “Eu não me posso sentar na casa de banho ou encostar-me nas paredes porque sei que podem estar frias. Também não posso ir almoçar fora no verão porque, muitas vezes, os restaurantes ligam o ar condicionado”, refere.

A verdade é que, ao contrário do que se poderia pensar, para que se produza este tipo de urticária não é preciso que seja inverno nem que a pele enfrente temperaturas extremas. Uma queda da temperatura ambiente de 26 para 24 graus centígrados pode provocá-la também.

“Na praia, bastava caminhar na beira do mar e levar uns respingos para ficar com a pele empolada", recorda a modelo.

"Um dia, entrei na água por um minuto e, em seguida, tive uma reação em todo o corpo que levou três horas para desaparecer", acrescenta.

"E não é só isso. Às vezes, quando eu saio do chuveiro, se demorar mais para me secar, a água arrefece na minha pele e acontece a mesma coisa", revela à BBC Mundo.

Para além da medicação, a especialista chama a atenção para alguns cuidados. “O tratamento passa por  tentar não expor a pele ao frio intenso (uso de luvas, gorros, roupa), não banhar em água fria, não ingerir alimentos ou líquido gelados, não estar em contacto directo com superfícies frias”.

 

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Autoridade do Medicamento
A Autoridade do Medicamento determinou a suspensão imediata da venda de lotes de quatro medicamentos disponíveis em Portugal,...

Os lotes em causa são de quatro fármacos: o Paracetamol Bluepharma 1000 mg, o Paracetamol Sandoz 500 mg, o Supofen comprimido 1000 mg e o Mwetformina Mylan.

“Na sequência da uma inspeção realizada pelo Infarmed ao fabricante de medicamentos para uso humano Granules India Ltd. (Gagillapur, Índia) foram detetadas não conformidades no sistema de boas práticas de fabrico, relacionadas com a atividade de granulação e embalagem primária de comprimidos”, refere uma nota publicada no site da Autoridade do Medicamento, onde surgem referidos os respetivos lotes.

A informação, que foi hoje avançada pelo site Notícias ao Minuto, refere que os doentes que estejam a usar os referidos lotes dos medicamentos não devem contudo interromper o tratamento, sendo antes aconselhado que consultem o médico para que prescreva remédio alternativo.

Já as entidades que têm estes lotes em stock não os poderão vender, dispensar ou administrar, devendo proceder à sua devolução.

Publicado em Diário da República
Diploma publicado na sexta-feira também obriga as empresas de dispositivos médicos a declarar apoios a profissionais de saúde e...

Os hospitais vão ficar proibidos de receber patrocínios da indústria farmacêutica e das empresas de dispositivos médicos. A novidade consta de um diploma publicado na sexta-feira em Diário da República, e que entra em vigor no próximo mês. A proibição abrange todos os organismos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do Ministério da Saúde.

A legislação prevê expressamente que ações de natureza científica, como formações ou congressos, realizadas nos organismos do SNS, não podem ser “patrocinadas por empresas produtoras, distribuidoras ou vendedoras de medicamentos ou dispositivos médicos”. E diz que as unidades públicas de saúde não podem angariar apoios ou receber direta ou indiretamente “benefício pecuniário ou em espécie” por parte daquelas entidades "que possam afetar ou vir a afetar a isenção e imparcialidade".

As novas regras admitem exceções, que, segundo o jornal Público, terão de ser autorizadas pelo membro do Governo responsável pela pasta da saúde. Para tal é necessário que o benefício “comprovadamente não comprometa a isenção e a imparcialidade” da entidade que o recebe. Esta proibição não vai interferir nas visitas dos delegados de informação médica e dos representantes de dispositivos médicos, que se manterão com as mesmas regras.

Outra das novidades é que as empresas de dispositivos médicos vão passar a ter de declarar os patrocínios, apoios e subsídios concedidos aos profissionais de saúde e às instituições do sector, à semelhança do que já acontece com a indústria farmacêutica desde o início de 2013. A medida vai permitir monitorizar eventuais relações perigosas e conflitos de interesses nesta área que representa um peso substancial na despesa do SNS, cerca de 700 milhões de euros por ano. A área dos dispositivos médicos é muito vasta, incluindo produtos que vão desde simples pensos a seringas e preservativos, pacemakers e próteses, até equipamentos pesados com tomografia axial computorizada (TAC) e ressonância magnética.

Mas os médicos, farmacêuticos, enfermeiros, associações de doentes e sociedades científicas vão ter a vida facilitada com este diploma. Estes profissionais e entidades vão deixar de ter que reportar os valores recebidos no portal que está disponível no site da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) desde Fevereiro de 2013, passando a ter apenas de validar a informação submetida pela indústria farmacêutica. O Infarmed notificará os visados do benefício que a indústria indicou que receberam, dando-lhes 30 dias para validarem a informação ou para fundamentarem porque é que os dados não são corretos. Se não o fizerem, o registo será considerado tacitamente válido. Tal não prejudica, contudo, que o mesmo seja retificado ou eliminado quando se comprovar a sua inexatidão.

As amostras gratuitas de medicamentos cedidas aos médicos vão ter um novo limite máximo por ano que passará de 12 para quatro unidades. Como já acontecia antes, as amostras de remédios sujeitos a receita médica só poderão ser cedidas até dois anos após estes começarem a ser comercializados.

Por 135 milhões
Farmacêutica portuguesa detida pelo fundo Magnum foi alienada à Agile Pharma.

A farmacêutica portuguesa Generis foi vendida à Agile Pharma, uma subsidiária da indiana Aurobindo por 135 milhões de euros. De acordo com o comunicado divulgado pela Magnum Capital Partners, o fundo de capitais privados que detinha aquela que é apresentada como a marca mais vendida no mercado nacional e a produtora do segundo maior grupo de genéricos em Portugal, esta transação tem uma rentabilidade “em linha com os objetivos” mas está sujeita às habituais aprovações dos reguladores de mercado. Ainda de acordo com o comunicado da empresa, o negócio inclui ainda “um refinanciamento da dívida existente no montante de 45 milhões de euros”.

A compra anunciada inclui a unidade de produção situada na Amadora, e que, segundo a Aurobindo, permitirá servir melhor tanto o mercado local português como o mercado europeu, escreve o jornal Público. V. Muralidharan, vice-presidente de operações europeias do grupo indiano, escreve que a aquisição da Generis irá permitir reforçá-la “como o principal fornecedor de genéricos no mercado português”. A empresa que resultará desta fusão “irá beneficiar de projetos em curso em termos de moléculas, que serão patenteáveis nos próximos cinco anos.”

A Magnum Capital tem como estratégia investir em empresas industriais de alta tecnologia localizadas na Península Ibérica e que tenham um forte potencial de expansão internacional. João Talone, presidente do conselho de administração da Generis, e acionista da Magnum Capital, diz que acompanhar o desenvolvimento da Generis “foi uma experiência única”.  As primeiras noticias acerca do interesse dos indianos na Generis foram conhecidas em Novembro, altura em que o jornal indiano The Economic Times indicava que havia mais interessados na corrida. A notícia acaba por ser confirmada numa altura em que o primeiro-ministro português está em visita oficial à India.

O ovo ou a galinha?
Hoje em dia parece que se encontra sempre forma de dizer que nada faz mal e que vivemos numa mentira alimentar nas últimas...

Gorduras saturadas, carnes vermelhas, ovos, colesterol e agora o sal, são todos exemplos de nutrientes e alimentos que passaram rapidamente da categoria de vilões a inofensivos. Em boa verdade, tirando o açúcar e as gorduras trans (que reúnem algum consenso quanto aos seus efeitos negativos), hoje em dia parece que se encontra sempre forma de dizer que nada faz mal e que vivemos numa mentira alimentar nas últimas décadas.

Esta moda de colocar todas as nossas assunções nutricionais em causa, até pode ter muita piada para os nutricionistas, médicos e académicos, mas o efeito confundidor que tem na opinião pública apenas faz com que cresça a desconfiança em todos estes profissionais e que reine a máxima futebolística de que também na alimentação, “o que hoje é verdade, amanhã é mentira”.

Todo este introito surge a respeito do sal, escreve o jornal Público. O último dos grandes mitos a ser revisitado. Afinal a culpa da hipertensão é do sal? Ou as pessoas hipertensas possuem uma elevada ingestão de sal por este se encontrar noutros alimentos demasiado calóricos e gordurosos, estes sim os verdadeiros responsáveis por esta patologia?

Que a redução na ingestão de sal resulta na diminuição (ligeira) do risco cardiovascular e da pressão arterial quer em normotensos, quer em hipertensos é um facto. Ainda assim, os indivíduos sem hipertensão não passam automaticamente a ficar hipertensos quando aumentam o consumo de sal.

Como também ninguém gosta nem na alimentação nem no aconselhamento alimentar, de perspetivas “desenxabidas”, convém não ir longe demais e retirar o sal por completo da alimentação. Um trabalho recente demonstrou sem surpresa que um consumo excessivo de sódio (> 6g/dia) aumenta o risco cardiovascular e de morte por qualquer causa, mas que uma ingestão abaixo das 3g aumenta igualmente esse risco, e que neste intervalo poderá estar a virtude. Podemos então estar a falar de um novo “healthy guilty pleasure” como por exemplo o café, o chocolate preto e o vinho tinto, alimentos que possuem uma ténue linha entre o benefício e o risco para a saúde. Claro está que numa população que já ingere o dobro do sal que devia e tem marcadamente um apetite “salgado”, não faz sentido nenhum recomendar o aumento da sua ingestão.

Enquadrando este problema da hipertensão numa perspetiva mais abrangente, será muito melhor praticar mais exercício (para além de todos os seus benefícios intrínsecos, aumenta igualmente as perdas de sódio pela transpiração) e ingerir mais fruta e legumes de modo a aumentar a ingestão de potássio e permitir um “extra” de sal na alimentação.

E que sal? Tal como em muitos outros alimentos, hoje para se estar na moda já não se pode comer sal “normal”, ou entenda-se sal de mesa. Tem de ser sal marinho, ou sal rosa ou preto dos himalaias, ou flor de sal. De todas estas opções, há duas que de facto valem a pena (a nível nutricional e não sensorial): o sal iodado e o sal sem sódio (ou com teor reduzido deste), uma vez que de facto dão uma ajuda a pessoas que associam hipertensão a outras co-morbilidades como obesidade, diabetes, colesterol elevado e que por essa razão possuem muito pouca margem de manobra. Quanto ao sal dos Himalaias, aguardam-se ansiosamente os estudos que comprovem todos os grandes benefícios que lhe são proclamados. Que de facto possui uma maior quantidade de minerais que os restantes sais é uma verdade, ainda assim, a porção de consumo de sal é tão pequena, que esta contribuição é praticamente irrelevante.

O principal problema nesta questão do sal é que olhando para o top de alimentos com mais sal disponíveis na nossa alimentação, uma relação salta à vista: sal + gordura + calorias. Esta trilogia negativa é potenciada em alguns queijos, enchidos (salpicão, linguiça, chouriço, paio, bacon), manteigas e margarinas. Também o bacalhau não deve ser visto como um “peixe como os outros”, dado que invariavelmente tem muito sal e são raros os pratos que não o afoguem em gordura (desde o legítimo azeite até às natas ou à batata palha do bacalhau à Brás).

Posto isto, podemos não crucificar tanto o sal de adição, mas sim o sal escondido na grande variedade de alimentos processados que ingerimos. Bolachas, batatas fritas de pacote e snacks derivados, folhados e restantes fritos possuem muito sal mas antes disso possuem muita gordura, ácidos gordos trans, calorias e outras coisas que a nossa saúde não agradece. Sal a mais não ajuda, mas que não pague este outrora “santo” por estes recentes alimentos “pecadores”.

Um último conselho para os atletas menos informados, sobretudo na recente moda das corridas e trails: o sal é um dos vossos maiores amigos, sobretudo quando o vosso suor arde nos olhos, deixa marcas brancas nos equipamentos mais escuros ou quando é normal o aparecimento de cãibras musculares.

Em 2016
Indústria farmacêutica é a mais penalizada, mas só às empresas de dispositivos médicos o Estado deve atualmente quase 300...

Apesar da quebra acentuada nos anos da troika, graças a vultuosas injeções de capital, a dívida do Serviço Nacional de Saúde (SNS) continua a exibir um padrão de crescimento acelerado. Entre Janeiro e Novembro de 2016, os pagamentos em atraso aumentaram em média 27,2 milhões de euros por mês, contando só com os números dos hospitais EPE (entidades públicas empresariais), indicam os últimos dados da Direcção-Geral do Orçamento (DGO). "Os pagamentos em atraso" das entidades públicas refletem "o aumento dos hospitais EPE (mais 299 milhões de euros)", lê-se na síntese orçamental da DGO.

Não é um problema novo: pressionados por orçamentos apertados, os gestores dos hospitais públicos não conseguem pagar as faturas em prazos aceitáveis e as contas vão derrapando. Em Outubro, de acordo com os dados disponíveis no site da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), a dívida global de todas as entidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aos fornecedores ascendia a 1750 milhões de euros, mais 15% do que no mesmo período do ano anterior. Desde total, 763 milhões de euros representavam pagamentos em atraso (pagos mais de 90 dias depois de a dívida ser considerada vencida), um agravamento de 312 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior.

Este está longe de ser um problema exclusivo do atual Governo. O ritmo de crescimento da dívida até já foi bem superior no passado. Esta tendência “é de longa data”, acentua o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, Pedro Pita Barros, que mantém no seu blogue um “observatório” mensal da dívida, com base nos dados que a DGO vai disponibilizando. A tendência de crescimento é constante, “com algumas interrupções esporádicas, que estiveram associadas a episódios de fundos adicionais disponibilizados ou da pressão para contenção”, constata. Por isso, mais importante do que discutir o valor do crescimento, é “perceber que existe um problema permanente de criação de dívida pelos hospitais EPE, que resulta de um problema de gestão profundo (e que tem sido transversal a muitos governos)”. Mesmo que no final do ano seja efetuado um pagamento extraordinário, “o crescimento mensal da dívida como sinal de um problema está lá, é apenas escondido com o pagamento extraordinário que mantém o stock da dívida constante”.

Apesar de o jornal Público ter enviado várias perguntas e aguardado alguns dias, o Ministério da Saúde e a ACSS não responderam. Uma fonte do ministério remeteu para os dados da DGO e do site da ACSS.

Finanças autorizam despesa
Um momento determinante para a regularização da dívida ocorreu em 2012, quando o anterior Governo alocou para esse efeito mais de 2000 milhões de euros. Argumentando que herdara uma dívida superior a 3,2 mil milhões de euros, o anterior ministro da Saúde, Paulo Macedo, fez da regularização de uma parte da dívida uma das suas prioridades. A redução dos pagamentos em atraso era, aliás, um dos objetivos acordados com a troika, no memorando de entendimento.

A tendência para o crescimento da dívida não desapareceu, porém. É uma questão aritmética: se o financiamento é inferior às necessidades (à despesa), a dívida aumenta, sintetiza Óscar Gaspar, ex-secretário de Estado da Saúde num Governo de José Sócrates e atual presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada. Só não há crescimento da dívida quando há injeção extraordinária de dinheiro ou aumento do capital dos hospitais, reforça.

Foi justamente o que fez no final da semana passada o Ministério das Finanças, ao autorizar que 120 milhões de euros da dotação provisional inscrita no Orçamento do Estado de 2016 para fazer face a despesas imprevistas fossem canalizados para saldar pagamentos em atraso, segundo adiantou sexta-feira o Jornal Económico. Em Dezembro foi ainda dada luz verde ao reforço em mais 33 milhões de euros para reversão de reduções remuneratórias. Nada de inédito: no final de 2015, as Finanças deram autorização para a utilização de 300 milhões de saldos de gerência do ano anterior.

Este reforço de verbas da semana passada foi conhecido no dia em que a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica atualizou os valores da dívida dos hospitais públicos, que não pára de crescer. Só às empresas farmacêuticas, de medicamentos e de diagnósticos in vitro, os hospitais deviam no total, em Novembro, 926,6 milhões de euros, o valor mais elevado de 2016. Também a dívida às empresas de dispositivos médicos, que consta do site da associação (Apormed), aumentou ao longo do ano passado, atingindo 381 milhões de euros em Novembro.

 “Não há milagres”, reage Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares. Com um orçamento praticamente idêntico, e tendo que acomodar o impacto da reposição salarial, da passagem das 40 para as 35 horas e dos custos com medicamentos e material clínico, era inevitável que a dívida crescesse. Nos hospitais, os únicos fornecedores que recebem a tempo e horas são os recursos humanos, que representam cerca de 55% da despesa total, frisa. Este aperto acaba por limitar a capacidade de negociação dos hospitais, porque os pagamentos a tempo e horas podem dar origem a descontos, lamenta. De resto, frisa também, nada disto é novidade: “Houve sempre um diferencial entre a despesa e a receita e tornou-se tradição haver injeções de capital.” Segundo os últimos dados da ACSS, a maior parte dos hospitais (três dezenas) não consegue pagar as faturas em menos de 90 dias e há vários que demoram mais de um ano. Há um, o de Santarém, que leva 539 dias a pagar aos fornecedores.

Ao contrário do que alguns sugerem, os pagamentos em atraso não são um problema temporário nem que decorre da má gestão, enfatiza Álvaro Almeida, economista social-democrata que presidiu à Administração Regional de Saúde do Norte e à Entidade Reguladora da Saúde. “Há uma tradição assumida por todos de que os orçamentos não são para se cumprir”, diz. A resolução para este problema, defende, terá de passar por um orçamento retificativo que aumente de forma significativa as transferências para o sector da saúde.

Estudo
Um estudo do Royal Holloway University of London, em Inglaterra, afirma que elas tendem a ser mais poupadas por causa da...

Os agentes patogénicos são menos letais para as mulheres porque as encaram como um hospedeiro que os pode transmitir para os filhos durante a gravidez. A tese é defendida por um grupo de investigadores da Royal Holloway University of London, em Inglaterra, num novo estudo. Os especialistas alegam ter encontrado provas científicas de que alguns são mais nocivos para a população masculina do que para a feminina, escreve o Sapo.

“Já era ponto assente que os homens e as mulheres reagem à doença de forma diferente mas os resultados mostram que os vírus evoluíram [com o passar do tempo] de modo a afetar os dois sexos de forma diferente”, garantiu, em comunicado, Vincent Jansen, professor naquele estabelecimento de ensino e co-autor da pesquisa. Uma parte da investigação incidiu no HTLV-1, um agente patogénico que causa leucemia em pessoas infetadas.

De acordo com os especialistas britânicos, as mulheres tendem a desenvolver menos a doença do que os homens. O esquema matemático que usaram durante a observação de uma amostra de voluntários do Japão e das Caraíbas permitiu-lhes verificar que os vírus fazem uma seleção natural, assumindo contornos mais mortíferos neles do que nelas, como confirmam os números que conseguiram apurar.

Cientistas explicam quantas vezes devemos trocá-las
As toalhas para secar as mãos, rosto e corpo são locais de cultivo de bactérias e fungos, além de acumularem células de pele...

Os resíduos celulares, juntamente com o oxigénio, as temperaturas moderadas e o ambiente húmido são o ambiente favorável ao desenvolvimento de micróbios. A maioria não vai causar-lhe problemas, até porque provavelmente saíram do seu próprio corpo. Mas nas toalhas eles multiplicam-se rapidamente.

Um estudo da revista Women's Health, publicado em 2015, e citado pela BBC, sugere que 44% das mulheres trocam os lençóis e toalhas uma vez por semana. Mas 47% faz isso apenas duas vezes por mês ou até menos, escreve o Sapo. "Não há dados científicos para determinar com exatidão com qual frequência devemos trocar lençóis e toalhas", disse à BBC a cientista Sally Bloomsfield, especialista em doenças infecciosas e consultora do Fórum Científico Internacional de Higiene do Lar.

Porém, há provas de que existem riscos de infeção dentro de casa: desde infeções na pele até uma variedade de doenças causadas pelas bactérias Escherichia coli ou Staphylococcus aureus.

E aí surgem as dúvidas de como minimizar estes riscos. Sally Bloomsfield desaconselha por completo a partilha de toalhas, especialmente as das mãos.

Quanto ao intervalo para substitui-las, durante muito tempo o conselho foi de trocas semanais. Mas agora os cientistas acreditam que até uma semana é tempo demais para usar uma toalha. "Se consegue secá-las completamente, não deve usá-las mais do que três vezes. É o máximo", diz Philip Tierno, microbiólogo e patologista da Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque em entrevista ao Business Insider.

A chave, segundo os especialistas, é que se consiga secar a toalha completamente entre cada utilização. No entanto, Sally Bloomsfield vai mais longe e acredita que, numa situação ideal, as pessoas deveriam trocar de toalhas a cada utilização.

E lavá-las a quantos graus? A resposta é unânime: 60 graus Celsius é a temperatura ideal para eliminar por completo restos de células mortais, bactérias e micróbios. Depois, o segredo é secá-las bem.

Sub-diretora geral de Saúde
Numa altura em que continuam a aumentar os casos de pessoas afetadas pelo vírus, Graça Freitas diz que restam poucas doses e...

"Este é um fenómeno natural, à medida que a gripe avança mais pessoas se vacinam. Neste momento estamos com as ARS a redistribuir as doses remanescentes entre as várias unidades para que se possam vacinar ainda mais pessoas e chegar ao fim da época gripal sem vacinas. Cumprindo assim o objetivo de proteger o número mais elevado possível de pessoas".

Com uma época gripal muito intensa, Graça Freitas, explica não pode quantificar quantas doses sobram, mas sabe que são poucas, escreve a TSF.

"Na ordem dos poucos milhares, a ARS Norte por exemplo tem cerca de 3 mil doses nos centros de saúde e a expectativa é gastar todas."

A sub-diretora geral de Saúde, lembra que ainda é possível, se for caso disso, comprar vacinas para a gripe nas farmácias, com receita medica e sublinha que nesta altura é muito difícil comprar mais vacinas.

A sub-diretora geral da saúde explica que neste momento não é possível encomendar mais vacinas, mas as pessoas podem comprar.

"Os países têm quotas na encomenda das vacinas e seria muito difícil obter mais através de outro país, porque todos tiveram uma época gripal muito forte".

Graça Freitas diz ainda que no geral a vacina da gripe tem sido muito eficaz no combate ao vírus e considera que o facto de o stock já estar a esgotar significa que muitos portugueses se vacinaram.

Morreu aos 88 anos
O médico Daniel Serrão, que morreu aos 88 anos, destacou-se na medicina sobretudo pelos seus trabalhos nos campos da anatomia...

Daniel Serrão nasceu na freguesia de São Diniz, na cidade de Vila Real de Trás-os-Montes, em 01 de março de 1928.

Em 1944 completou o Curso Geral dos Liceus, em Aveiro, com 18 valores. Antes, frequentou os Liceus de Viana do Castelo e Coimbra. Em Aveiro terminou, em 1945, o Curso Complementar de Ciências, com 18 valores.

Em 1951 completou o Curso de Medicina, com média final de 17 valores.

Cumpriu o serviço militar obrigatório, de 1951 a 1953, prestando serviço no Hospital Regional n.º 1 do Porto.

Casou em 1958 com Maria do Rosário de Castro Quaresma Valladares Souto de quem teve seis filhos (um deles falecido em 1993) e nove netos.

Doutorou-se em 1959, com 19 valores. Concorreu em 1961 a professor extraordinário de Anatomia Patológica e é aprovado por unanimidade. De outubro de 1967 a novembro de 1969, esteve mobilizado, em Luanda, prestando serviço no Hospital Militar como anatomopatologista.

Concorreu a Professor Catedrático em 1971 sendo aprovado por unanimidade, assumindo a direção do Serviço Académico e Hospitalar de Anatomia Patológica.

De 24 de junho de 1975 até 30 de junho de 1976 esteve demitido de todas as suas funções em consequência de um saneamento, que foi anulado por decisão do Conselho da Revolução, tendo-lhe sido pagos os vencimentos dos doze meses durante os quais foi impedido de exercer as suas funções académicas e hospitalares.

Montou e dirigiu um laboratório privado de Anatomia Patológica que, de julho de 1975 até dezembro de 2002, realizou um milhão e seiscentos mil exames histológicos e citológicos para hospitais públicos e para clientes privados. Foi jubilado em 1 de março de 1998.

Foi também membro eleito do Bureau do CDBI de 1996 a 2000 e de 2004 a 2008. Entre 1997 e 2008 ocupou o cargo de presidente do Working Party on The Protection of the Human Embryo and Foetus (CDBI CO-GT3).

Daniel Serrão foi ainda membro do Conselho Científico das Ciências da Saúde do Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC) desde 1980 até à sua extinção pelo Decreto-Lei 188/92, ou seja, durante 12 anos.

Ocupou os cargos de presidente da Comissão de Fomento da Investigação em Cuidados de Saúde, do Ministério da Saúde, desde 1991 até 2008, de presidente do Conselho de Ética da Saúde do Hospital da Ordem da Trindade e de presidente do Conselho Médico da Médis.

Daniel Serrão foi ainda conselheiro do papa, por ser membro da Academia Pontifícia para a Vida.

Durante dez anos fez parte do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV).

Desempenhou igualmente os cargos de orientador de 17 dissertações de Mestrado em Bioética dos cursos da Faculdade de Medicina, Instituto de Bioética e Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) de Braga e de professor nos Mestrados de Bioética da UCP.

Recebeu vários prémios ao longo da vida, um dos quais o Prémio Pfizer, com que foi distinguido em 1958, 1961 e 1971, e o Prémio Nacional de Saúde, atribuído pela Direção-Geral da Saúde (DGS), em 2010.

Daniel Serrão foi ainda agraciado com a Medalha de Mérito da Ordem dos Médicos (2002), a Medalha Serviços Distintos do Ministério da Saúde grau Ouro e a Medalha de Mérito Militar do Ministério da Defesa.

Em 2008 recebeu do então Presidente da República Cavaco Silva a Grã Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada.

Devido a problemas respiratórios
O médico português Daniel Serrão morreu na madrugada de ontem, aos 88 anos, vítima de problemas respiratórios decorrentes ainda...

O velório decorreu na Igreja da Lapa, e o funeral realiza-se hoje, saindo da mesma Igreja, disse o filho Manuel Serrão.

A morte de Daniel Serrão decorre dos problemas de saúde, sobretudo de natureza respiratória, com que ficou desde que foi atropelado, há mais de dois anos, e dos quais “nunca mais recuperou”, acrescentou.

Manuel Serrão manifestou ainda o desejo de que seja “respeitada a natureza privada dos atos fúnebres”.

Procriação Medicamente Assistida
O diretor do Banco Público de Gâmetas defendeu que a proposta de lei aprovada para alterar a utilização de técnicas de...

“O que tem sido feito, e trabalhado com o secretário de Estado de uma maneira muito empenhada, é no sentido de aumentar a capacidade instalada no Sistema Nacional de Saúde para fazer face (…) a um previsível aumento da procura [de gâmetas]”, afirmou Caldas Afonso, responsável por este banco público sediado no Centro Materno Infantil do Norte, que pertence ao Centro Hospitalar do Porto.

O diretor do Banco Público de Gâmetas reagia desta forma às críticas feitas pelo PSD que acusou o executivo de favorecer centros privados e criticou todo o processo de regulamentação das leis que alargaram o acesso à procriação medicamente assistida.

“O que tem sido feito é um esforço muito grande no sentido de aumentar a capacidade instalada, dando condições com um aumento significativo em termos de financiamento”, acrescentou.

Caldas Afonso destacou que este “é um processo moroso”, nomeadamente no que diz respeito a “conseguir encontrar dadoras femininas”.

Realçou porém que “tem sido feito um esforço enorme para que, dentro do sistema público, se possa garantir” uma resposta “em tempo útil” a uma procura que se prevê aumentar.

Assinalando que “não é pela questão económica que as pessoas se prontificam a poderem ser dadoras, mas por um sentido de responsabilidade social”, o responsável adiantou que “se irá iniciar no mês de janeiro” uma campanha para promover o aumento do número de doações de gâmetas.

O secretário de Estado adjunto e da Saúde anunciou mais financiamento e mais locais de recolha de gâmetas, e uma campanha de sensibilização para dadores, que aumente a acessibilidade à procriação medicamente assistida.

As técnicas de procriação medicamente assistida foram alargadas no ano passado a todas as mulheres, independentemente do estado civil e orientação sexual, e a gestação de substituição passou a ser permitida em caso de infertilidade.

O parlamento aprovou também uma proposta de lei que determina que embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico que tenham sido congelados antes de 2006 podem vir a ser descongelados e eliminados se assim determinar o diretor do centro de procriação medicamente assistida.

Juventude Cruz Vermelha
É no âmbito da conferência final do projeto Play4Change que a Juventude Cruz Vermelha Portuguesa apresenta, no próximo dia 11...

O EuropAlien consiste num jogo de estratégia, implementado ao longo de 10 sessões, tendo por base as 8 prioridades da Estratégia da União Europeia para a Juventude: Educação; Emprego; Criatividade e Empreendedorismo; Saúde e Desporto; Participação; Inclusão Social; Voluntariado; e Juventude no Mundo.

De acordo com o coordenador do projeto, Tiago Costa, da Juventude Cruz Vermelha, “os resultados decorrentes da implementação da ferramenta educativa criada no âmbito do projeto Play4Change, são uma clara evidência do impacto positivo que as metodologias de educação não-formal podem alcançar na intervenção com jovens vulneráveis, tendo por objetivo último a sua reinserção e inclusão social”.

A conferência final do projeto Play4Chance representa o culminar de um projeto que se desenvolve desde Setembro de 2015 nos Centros Educativos da Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, com o objetivo de criar uma ferramenta pedagógica para a intervenção junto de jovens vulneráveis.

A nível nacional, este projeto contou com a parceria do Instituto Português do Desporto e Juventude, da Direção Geral da Reinserção e Serviços Prisionais e do programa Revive+ da Cruz Vermelha Portuguesa, e com o envolvimento da Haus den offen Tur (Alemanha) e Studio Progetto (Itália), organizações internacionais que também desenvolvem o seu trabalho com jovens vulneráveis.

Esta conferência final é uma iniciativa que conta com a presença de João Paulo Rebelo, Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João D’Oliveira Cóias, diretor dos Serviços de Justiça Juvenil da DGRSP, Pedro Soares, diretor da Agência Nacional do Programa Erasmus+ Juventude em Ação, e Luísa Malhó, diretora nacional do Programa Escolhas.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A Liga Portuguesa Contra o Cancro acaba de lançar uma nova campanha, onde reforça a importância da Linha Cancro e as novidades...

Criada em 2008, a Linha de Apoio à Pessoa com Cancro tem como objetivo informar e apoiar os doentes e a sua família. Registando uma média de 2.000 chamadas e de 1.200 emails por ano, os profissionais da Linha respondem a questões relacionadas com a doença oncológica, os direitos dos doentes, apoio psicológico e apoio social. A Linha Cancro está disponível, durante a semana, das 9H00 às 18H00, através do número gratuito 800 100 100, pelo email [email protected] e, em alternativa, é também possível deixar as questões online, através do formulário no site da LPCC.

Em 2016, a Linha Cancro recebeu mais de 1.700 emails e mais de 1.500 chamadas, realizadas na maioria por mulheres (74%). Lisboa, Porto, Coimbra e Leiria continuam a ser os distritos que mais utilizam a Linha e, por norma, são os próprios doentes (51%) e os familiares / amigos (34%) que procuram apoio através deste serviço. As questões mais colocadas aos profissionais da Linha prendem-se com os direitos gerais da pessoa com cancro, ações de rastreio, informação sobre a doença, centros de tratamento e apoio psicológico. Em termos de patologia, muitos dos telefonemas e emails recebidos estão relacionados com o cancro da mama, estômago, cabeça e pescoço, melanoma e pulmão. Embora o número de chamadas e emails recebidos tenha diminuído relativamente a 2015, continua a verificar-se um pico de atividade em janeiro, nos meses de verão e no final do ano.

Universidade de Coimbra
Detlev Ganten, Presidente da M8 Alliance e da Cimeira Mundial de Saúde, vai receber o grau de Doutor Honoris Causa pela...

José Martins Nunes, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), será o Apresentante, estando os elogios a cargo de Catarina Resende de Oliveira (do Candidato) e Manuel Antunes (do Apresentante), Professores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), a Faculdade que propôs a atribuição do grau.

A FMUC sublinha que Detlev Ganten, especialista em Farmacologia e Medicina Molecular e uma das maiores autoridades mundiais na área da hipertensão, “foi um aliado decisivo” para o sucesso da candidatura do consórcio CHUC/UC à integração na M8 Alliance.

O “apoio entusiástico" do Professor Ganten foi essencial para que o consórcio CHUC/UC fosse "admitido por unanimidade na M8 Alliance, numa consagração da excelência da Universidade de Coimbra e do seu renome internacional na área do Ensino e da Saúde”, salienta a Faculdade, acrescentando que, ao longo do “exigente e complexo processo da candidatura à M8 Alliance, o professor Ganten demonstrou ser um exemplar amigo de Portugal, de Coimbra e da sua Universidade, honrando as relações bilaterais entre a Alemanha e Portugal e cimentando-as na área académica ao mais alto nível”.

UNESCO
A proposta de Declaração Universal da Igualdade de Género da UNESCO, subscrita por uma equipa liderada pelo especialista em...

Segundo Rui Nunes, trata-se de “uma declaração de pendor universal que toca diferentes domínios da igualdade entre homem e mulher em qualquer sociedade do planeta, independentemente do nível de desenvolvimento, sobretudo nas áreas de acesso à educação e também questões relacionadas com literacia em saúde”.

A equipa de Rui Nunes, principal impulsionador da criação da figura do “Testamento Vital” em Portugal e atual coordenador mundial do Departamento de Investigação da Cátedra de Bioética na UNESCO, integra, entre outros, Francisca Rego, investigadora em Psicologia Clínica e Ciências Sociais, e Guilhermina Rego, igualmente professora da Faculdade de Medicina do Porto e vice-presidente da autarquia portuense.

Em entrevista recente, Rui Nunes explicou que “a existência de uma declaração destas não é apenas uma carta de princípios gerais, é algo que, caso seja aprovada, tem a possibilidade de moldar definitivamente a legislação, a prática e os costumes de diferentes países, incluindo Portugal”.

Por isso, defende que a existência desta declaração é “tão importante”, não para o presente, mas para o futuro porque “as sociedades à escala mundial teriam este referencial de atuação na implementação de políticas públicas na educação, na saúde, no planeamento familiar, na nomeação de cargos públicos e políticos, entre outras”.

“É essencial que se promovam valores como planeamento familiar e se avance para uma certa regulação ética mundial para questões que tem a ver com a integridade pessoal, que têm a ver, por exemplo, com a mutilação genital feminina, para que os direitos básicos das mulheres não sejam expressamente violados”, frisou.

Rui Nunes disse que esta proposta de declaração tem também a ver com as questões da igualdade de género no mundo laboral, na entrada das carreiras profissionais, na formação profissional, na ascensão na carreira e na ascensão aos lugares de topo nas carreiras profissionais.

A primeira versão da proposta da declaração, hoje enviada à Comissão Nacional da UNESCO, ficará durante três meses, em discussão internacional.

“Vamos receber os contributos dessas reflexões dos vários países e das várias culturas e civilizações e tencionamos em abril fazer uma proposta já mais formalizada aos órgãos competentes da UNESCO para que ao longo do ano possa ir a votação na Assembleia Geral”, salientou.

O objetivo é que este projeto nascido em Portugal seja concretizado em 2017, durante a administração da diretora geral da UNESCO, Irina Bokova.

“Que seja no mandato de uma mulher que uma declaração desta natureza seja discutida e aprovada pela Assembleia Geral da UNESCO”, sublinhou Rui Nunes.

Procriação medicamente assistida
O secretário de Estado adjunto e da Saúde anunciou mais financiamento e mais locais de recolha de gâmetas, e uma campanha de...

"Ainda este mês de janeiro será feito um despacho que vai estabelecer: locais de recolha adicionais para além dos existentes em Lisboa, Porto e Coimbra, vai prever financiamento específico para os bancos de gâmetas para aumentar a sua capacidade, vai prever uma avaliação sobre os benefícios que os próprios dadores podem ter e propor uma campanha de sensibilização para dadores", anunciou Fernando Araújo no parlamento.

As técnicas de procriação medicamente assistida foram alargadas no ano passado a todas as mulheres, independentemente do estado civil e orientação sexual, e a gestação de substituição passou a ser permitida em caso de infertilidade.

Fernando Araújo afirmou que "atualmente a acessibilidade ao banco de gâmetas é limitada", referindo que "nos últimos 4 anos não houve investimento sério" e comprometeu-se com o aumento da oferta.

"Queremos aumentar a acessibilidade ao banco de gâmetas e iremos fazer tudo para que tal aconteça", afirmou, sem avançar dados específicos sobre o financiamento e os locais de recolha que serão criados.

Fernando Araújo respondia aos deputados na Assembleia da República durante a discussão da proposta de lei que determina que embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico que tenham sido congelados antes de 2006 podem vir a ser descongelados e eliminados se assim determinar o diretor do centro de PMA.

A proposta de lei pretende evitar, de acordo com o Governo, "a indesejável eternização da sua conservação, sem que os mesmos sejam utilizados ou reclamados pelos seus beneficiários".

Universidade do Porto
Um artigo de investigadores da Universidade do Porto, publicado na revista “EuroHealth”, alerta para a falta de médicos de...

O artigo é da autoria do presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), Henrique Barros, e de Bernardo Gomes, médico de saúde pública na Administração Regional de Saúde do Norte.

Os especialistas abordam aspetos da organização dos serviços de saúde pública em Portugal e da sua força de trabalho.

O estudo lembra que, em 2013, trabalhavam na zona Norte do país cerca de 130 médicos de saúde pública, sendo que, para suprir as necessidades da região, seriam necessários na altura mais 40 profissionais.

Além disso, salientam os investigadores, “89,5% destes médicos tinham mais de 50 anos de idade”, o que, em seu entender, significa “uma ameaça à força de trabalho, em virtude da concentração do número de aposentações”.

A nível nacional, o número destes profissionais “diminuiu 24,4% entre 2002 e 2011”, salientam os investigadores, que citam um outro estudo.

Os autores referem que as alterações demográficas nos médicos de saúde pública, assim como a própria demografia da população, irão ser “fortes indutores de mudança nos serviços de saúde pública”.

“Este é mais um contributo para a discussão sobre a organização dos serviços de saúde pública, frisando a urgência de um adequado planeamento e formação dos recursos humanos para os desafios futuros”, sublinha Bernardo Gomes.

O estudo “Public Health in Portugal: demography and organisation at the crossroads” foi publicado na revista “EuroHealth”.

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