Em Londres
Uma mulher em Londres tornou-se na primeira a dar à luz depois de ter visto a sua fertilidade restaurada com tecido do seu...

Moaza Al Matrooshi, de 24 anos, retirou o ovário direito aos nove anos de idade por causa de um tratamento de quimioterapia para uma doença grave de sangue, segundo a Universidade de Leeds, local onde o ovário foi congelado.

A sua fertilidade foi restaurada após o tecido preservado ter sido transplantado o ano passado, referiu a universidade.

“É a primeira vez que o procedimento é feito com sucesso numa menina em pré-puberdade e eu estou feliz que esta jovem tenha tido o seu bebé”, disse Helen Picton, chefe da divisão de reprodução e desenvolvimento inicial da universidade.

A jovem deu à luz na terça-feira num hospital privado de Londres.

“É um milagre. Estive tanto tempo a esperar por este resultado (…) um bebé saudável”, disse a jovem à BBC.

Moaza Al Matrooshi, nacional do Dubai, nasceu com talassemia beta, uma doença de sangue que reduz a produção de hemoglobina e pode ser fatal.

A jovem teve de fazer quimioterapia para se preparar para um transplante da medula óssea para tratar a doença, mas o tratamento danificou o seu ovário remanescente, fazendo com que iniciasse a menopausa aos 20 anos, explicou a universidade.

“Após o transplante, os seus níveis hormonais começaram a voltar ao normal, ela começou a ovular e a sua fertilidade foi restaurada”, acrescentou.

Segundo o presidente da Sociedade Britânica de Fertilidade, Adam Balen, aquele é um “passo inovador nesta área de preservação da fertilidade e tem potencial para ajudar muitas jovens que enfrentam tratamentos de cancro a preservar a sua fertilidade no futuro”.

Hospital São João
A associação “Um Lugar para o Joãozinho”, que visa construir uma ala pediátrica no hospital São João, no Porto, defendeu que...

“Esta obra tem de ser feita. Por isso, já a seguir, vou pedir ao senhor Secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que convoque uma reunião com as diferentes partes envolvidas – Administração do HSJ, Direção da Associação Joãozinho, Administração do Continente/Sonae e Administração do Consórcio Lucios-Somague – para tratar de dois pontos, um que está a impedir a obra, outro que assegura uma parte significativa do seu financiamento futuro”, indica o presidente da associação, Pedro Arroja, num email hoje remetido ao presidente do Centro Hospitalar de São João (CHSJ) e ao Ministério da Saúde.

Na missiva, a que a Lusa teve acesso, Pedro Arroja defende o “desimpedimento imediato do espaço por parte do hospital para que a obra possa prosseguir” e a “prossecução do dossier Mecenas-Continente, que garante uma parte importante do financiamento futuro da obra”.

No documento, o responsável tece duras críticas ao parecer jurídico divulgado em outubro sobre a construção da nova ala pediátrica financiada pelo Continente Hipermercados, em troca da construção de um supermercado no terreno do hospital.

“Caro Dr. Oliveira e Silva [presidente do CHSJ], já deve antecipar o valor que eu atribuo ao parecer, aliás, nota jurídica, da autoria do Dr. Vasco Moura Ramos – zero. Um papel feito de generalidades, banalidades e suposições falsas e mentirosas e, no fim, inconclusivo – como não podia deixar de ser para quem não sabe daquilo que está a tratar”, pode ler-se.

Ainda sobre o parecer, Pedro Arroja refere ter existido um “conflito de interesses” por parte do autor, advogado da Cuatrecasas, sociedade que contra ele “tinha apresentado uma queixa-crime” por difamação.

“Aproxima-se mais um Natal e as crianças continuam internadas num barracão”, escreve Pedro Arroja, acrescentando: “um dia estas crianças vão-nos perguntar por que é que não fizemos esta obra, se a comunidade estendeu as mãos para reunir os recursos que a tornam possível”.

Contactado, o Centro Hospitalar de São João escusou-se a comentar o assunto.

No final de outubro, o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse que o projeto “Joãozinho” é “um problema que tem de se resolver”.

O “Joãozinho” nasceu em 2009 e em março de 2015 foi lançada a primeira pedra da obra pelo então primeiro-ministro, Passos Coelho. O projeto só avançou nove meses depois com a demolição de instalações junto à Urgência Pediátrica, mas a obra voltou a parar pouco tempo.

Bastonária revela
Quase metade das farmácias portuguesas estão em situação de insolvência ou de grande fragilidade económica, revelou a...

Ana Paula Martins falava numa conferência subordinada ao tema “A transparência nas relações entre os Profissionais de Saúde e a Indústria Farmacêutica”, que contou ainda com a participação da Ordem dos Médicos, da Apifarma (associação da industria farmacêutica) e do Infarmed (autoridade do medicamento).

Num universo de três mil farmácias, “há cerca de 500 em insolvência, 800 em grande fragilidade económica e 1.500 não pagam aos fornecedores”, afirmou a bastonária, lembrando que esta realidade ainda é um reflexo da crise das farmácias.

Em situações destas, em que os farmacêuticos têm de gerir com menos dinheiro, “há um risco adicional de haver práticas menos corretas, sim”, admitiu Ana Paula Martins, defendendo, contudo, que nem na situação de maior fragilidade, um farmacêutico se pode deixar levar pelas más práticas.

“É um farmacêutico, antes de mais, e o primado do farmacêutico é o doente, é o cidadão, temos de manter completamente longe as questões de má prática. Não podem acontecer nunca”, afirmou, sublinhando que quando a prescrição é por DCI (denominação comum internacional), o farmacêutico tem de vender um dos cinco genéricos mais baratos.

Todo o painel de debate sobre a transparência girou em torno da ideia de que as más práticas ou a corrupção entre profissionais da saúde e da indústria farmacêutica podem ser apetecíveis, mas que não existe área na sociedade portuguesa mais transparente, mais legislada e mais escrutinada do que esta.

Relativamente aos congressos científicos, em Portugal ou no estrangeiro, em que os médicos participam e que são pagos pelos laboratórios, todos (representantes dos médicos e da área do medicamento) foram unânimes em considerar que não se trata de “influência”, mas sim de “conhecimento”.

O próprio presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, considerou que a “formação médica permanente é fundamental”.

“Não quero ir a um médico que nunca foi a um congresso ou viu um ‘paper’ científico”, afirmou.

No debate foi ainda recordado que só entre 2015 e 2016 houve 50 alterações ao quadro normativo do medicamento, que a legislação é muito rigorosa, que todas as declarações de interesses têm de estar publicadas na plataforma do Infarmed, que em termos de autorregulação, os profissionais têm de ser mais rápidos e eficazes.

Miguel Guimarães, presidente do Conselho Regional Norte da Ordem dos Médicos, e candidato a bastonário, afirmou a este propósito que “se tudo fosse escrutinado em Portugal como acontece hoje com os médicos e os farmacêuticos, estaria tudo melhor em Portugal”.

“É impossível ser mais transparente. É ler os protocolos”, afirmou.

João Almeida Lopes acrescentou que nesta área “Portugal é um país exemplar, em termos de leis, deontologia e autorregulação”, e, citando o responsável da Ordem dos Médicos, considerou que bem estaria o país “se este exemplo fosse utilizado noutras atividades”.

Dia Internacional do Chá
Com mais de cinco mil anos, o chá é das bebidas mais populares do mundo, fazendo parte da tradição d

Existem diferentes tipos e variedades de chá e várias tradições associadas ao seu consumo. Por exemplo, nos países orientais ditam os costumes que a refeição seja acompanhada por chá quente. Mais especificamente na China, ao longo dos séculos, o chá teve um papel central em muitas festas e eventos de degustação.

Mais tarde, depois  dos portugueses o levarem para o Reino Unido, o tradicional “chá das cinco” tornou o chá ainda mais famoso.

Mais do que uma bebida, beber uma chávena de chá é um ritual e um momento de relaxamento de partilha e de convívio.

Apesar de existirem diferentes variedades de chá, esta bebida tem em comum o facto de ser elaborada a partir das folhas da Camellia Sinesis.

É a mesma planta, a Camellia Sinesis, que através do processo de oxidação e secagem das folhas dá origem a quatro tipos de chá, com sabores e aromas diferentes: o chá branco, chá verde, chá oolong e chá preto.

Depois das folhas serem colhidas, o momento em que é interrompido o processo natural de oxidação é o fator que determina o tipo de chá que vamos ter.

O mais leve e suave é o chá branco que não sofre o processo de oxidação, ou seja é um chá elaborado com folhas jovens e flores acabadas de apanhar. Este chá tem um teor de cafeína ligeiramente mais reduzido e é o que apresenta uma maior riqueza em antioxidantes.

Uma breve e ligeira oxidação das folhas de Camellia Sinesis vai dar origem ao chá verde, que preserva o seu poder antioxidante, mantendo a sua riqueza em bioflavenoides como as catequinas (galato de epigalocatequina) - substâncias responsáveis por neutralizar a ação dos radicais livres que causam o envelhecimento celular prematuro. Para além disso, o consumo do chá verde está associado a uma menor prevalência de alguns tipos de cancro e tem mostrado ser um bom aliado da saúde do sistema cardiovascular e da memória.

Por sua vez, um processo de oxidação de duração média (entre o chá verde e o preto), vai dar origem ao chá oolong, um chá elaborado com folhas parcialmente oxidadas.

Já o chá preto, o mais intenso, é elaborado com folhas que foram sujeitas a um processo de oxidação significativamente mais longo.

De acordo com a região onde é produzido, o chá preto, pode ter outras designações como, Darjeeling, Assam, Ceilão ou Nilgiri.  

O chá preto parece ser ter uma ação positiva na capacidade cognitiva, uma vez que contribui para uma melhor capacidade de concentração e de resposta.

Apesar dos benefícios do chá, a dose diária aconselhada é de duas canecas, de preferência ao início do dia, devido ao seu poder estimulante, uma consequência da presença de teína na sua composição.

A teína, também conhecida como cafeína do chá, está desaconselhada a pessoas com hipertensão ou hipertiroidismo. Para além disso, a sua toma deve ser evitada ao final do dia por gestantes e pessoas com problemas de sono, de forma a evitar as insónias.

Por outro lado, as infusões a que muitas vezes chamamos “chás de ervas” e que são preparadas e elaboradas através de folhas, flores ou raízes de outras plantas secas são na realidade tisanas, como por exemplo, tisana de camomila, cidreira, tília, lúcia lima, cavalinha, dente de leão, entre outras.

O chá e as tisanas podem ser bebidos ao longo do dia e à refeição. A seguir à água, são uma excelente forma de manter o organismo hidratado, enquanto protegemos o nosso corpo, graças à ação das substâncias antioxidantes.

O chá é uma bebida versátil, e de acordo com o tipo de chá, dos diferentes aromas e dependendo das suas propriedades, pode ser consumido quente ou frio, em distintos momentos do dia.

Ao pequeno-almoço o chá pode ser utilizado como alternativa ao café e é uma excelente forma de promover a hidratação logo no início do dia. Durante a manhã e a tarde, o chá pode complementar um snack ou pode ser uma alternativa saborosa e aromática à água.

Em vez de sumos e bebidas artificiais, o chá pode ser um excelente acompanhante das refeições principias.

Ao final do dia, podemos escolher uma tisana com propriedades calmantes e relaxantes, depois de uma refeição, o ideal será escolher uma infusão digestiva.

As tisanas, muitas vezes utilizadas como remédios caseiros, apesar de serem naturais requerem determinados cuidados. Algumas quando consumidas em excesso podem ter efeitos indesejáveis, como por exemplo efeitos abortivos, elevação da pressão arterial, ou alteração do efeito de alguns fármacos, como por exemplo, a tisana de hipericão que reduz o efeito dos anti contracetivos orais.

No momento de preparar um chá, sempre que possível opte pelas folhas secas, uma vez que estas têm mais espaço para se expandirem e em contacto com a água libertarem o seu aroma e sabor.

De preferência opte pelas folhas de agricultura biológica, embaladas em vácuo e confirme se estão devidamente identificadas.

Por outro lado, as saquetas revelam-se uma opção mais prática, uma vez que não é necessário utilizar outros acessórios como os coadores, por exemplo.

Para preparar um verdadeiro ritual de degustação de chá, idealmente, a água deve ser mineral e mesmo antes de começar a ferver devemos adicionar as folhas, flores ou saquetas que deverão ficar em repouso cerca de 3 a 8 minutos, dependendo da variedade do chá ou tisana.

O tempo de infusão é indicativo, mas um tempo de infusão mais longo vai refletir-se num chá com sabor e aroma mais intenso.

No final, evite adicionar açúcar, podendo optar por infusões mais leves ou com aromas frutados, se preferir os sabores doces. Pode ainda optar por adicionar canela, gengibre ou leite.

Saiba mais em: https://amesacomcatarinaoliveira.wordpress.com/

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Infarmed
Infarmed afirma que até ao final do ano estarão aprovados 50 novas substâncias, das quais 20% são para tratar vários cancros.

Até ao final do ano, a Autoridade Nacional do Medicamento vai ter aprovados 50 novas substâncias inovadoras, das quais 20% são para o tratamento de vários tipos de cancro. Será o maior número de medicamentos aprovados desde que há registos, escreve o Diário de Notícias. Só 2014 se aproxima destes valores: na altura foram aprovados 45 inovadores. O ministro da Saúde reforçou que a aposta do governo é na prevenção e diagnóstico precoce do cancro. Estima-se que por ano surjam cerca de 50 mil novos casos da doença.

"Neste momento, estão aprovados mais de 40 medicamentos inovadores. Dez, que já estão terminados, são para a área da oncologia. Mama, linfoma, entre outros. Até ao final do ano, serão 50 aprovações. Será o maior número desde que há registos no Infarmed (2007)", afirmou Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed, que participou no debate "Cancro 2020 - Podemos fazer ainda melhor". O responsável salientou o esforço de organização que permitiu que em três meses fosse possível reduzir os atrasos na aprovação de medicamentos. Mudança que se deu depois de em junho ter sido aprovada a Comissão de Avaliação de Tecnologias de Saúde, que conta com cem peritos. Em breve, mais 20 deverão ser contratados para reforçar o serviço.

"O financiamento é um problema, dado os custos associados à terapêutica. Precisamos de apoio da indústria", afirmou o presidente do Infarmed, recordando a reunião realizada na semana passada, em Lisboa, que juntou vários ministros europeus e laboratórios. Também o ministro de Saúde, Adalberto Campos Fernandes, recordou a reunião para dizer que este tem de ser um esforço de todos, lembrando ainda o objetivo de terminar com as autorizações de utilização excecional (AUE), mecanismo usado quando os medicamentos ainda não estão aprovados pelo Infarmed. "Tem sido possível ter um diálogo direto com a indústria para estabelecer acordos estratégicos aplicados casos a caso. Tudo faremos para em 2017 terminar com as AUE, que não são boas para os doentes, hospitais, para o Estado. Foram 60 milhões de euros que resultaram de atrasos na decisão da agência do medicamento", afirmou o ministro da Saúde.

Ouvidos no Parlamento
Autores do estudo que detetou carências de iodo entre as crianças portuguesas vão ser ouvidos no Parlamento. A fortificação...

Legislar para que seja obrigatório que o sal que os portugueses consomem contenha iodo é uma das várias propostas que os investigadores do projeto IoGeneration, que fez um estudo sobre a deficiência deste micronutriente em crianças, vão apresentar nesta quarta-feira na Comissão Parlamentar da Saúde.

Os investigadores, segundo o jornal Público, vão pedir aos deputados que iniciem a discussão para a criação de legislação sobre a fortificação universal do sal com iodo, de forma a que sejam atingidos os níveis recomendados, garantindo, ao mesmo tempo, que não são ultrapassados os limites diários impostos ao consumo de sal por pessoa. A fortificação universal do sal com iodo como principal medida para prevenção e controlo dos distúrbios originados pela deficiência deste micronutriente é recomendada há mais de duas décadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Sublinhando que a deficiência de iodo é um grave problema de saúde pública, Conceição Calhau, investigadora principal do IoGeneration , defende que, além da legislação, há outras “ações que são imperativas”, como a divulgação e a comunicação sobre este problema que ainda é “muito desconhecido em Portugal”. É ainda fulcral, diz, monitorizar a situação para perceber se as recomendações estão ou não a ser cumpridas.

“Queremos resolver um problema que tem sido silenciado em Portugal. Queremos que seja colocado na agenda política”, afirma. Devido à inadequada ingestão de iodo as crianças “não nascem com o potencial máximo de desenvolvimento” do sistema nervoso central, afirma. Isto “quando este problema é facilmente prevenível”, prossegue Conceição Calhau.

Em Portugal, as carências deste micronutriente são conhecidas desde há algum tempo. Ao longo dos últimos 10 anos, foram sendo publicados resultados de estudos que apontam para a carência de iodo quer em grávidas, quer em crianças. Um deles, divulgado em 2010, do Grupo de Estudo da Tiroide da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, com uma amostra de 3631 grávidas em 17 maternidades do interior, litoral e regiões autónomas, mostrava que 83% das mulheres tinham valores de iodo inferiores aos recomendados.

32% das crianças com carência
Face a esta evidência epidemiológica, em 2013, a Direcção-Geral da Saúde emitiu uma orientação recomendando a prescrição de suplementos com iodo às mulheres antes da gravidez, durante a gravidez e durante a amamentação, enquanto a Direcção-Geral da Educação fez sair uma circular em que determinava que os refeitórios das escolas deviam usar apenas sal iodado.

Três anos depois, os resultados do estudo efetuado pelo IoGeneration (que avaliou 2018 crianças, entre os seis e os 12 anos, de 83 escolas do Grande Porto, do Tâmega e de Entre Douro e Vouga) permitiram perceber que estas recomendações não surtiram grande efeito. Em nenhuma das cantinas das escolas envolvidas no estudo era usado sal iodado, 68% dos pais desconheciam a existência de sal iodado, apenas 2% o usavam em casa e 32% das crianças tinham níveis insuficientes deste micronutriente.

Persiste, lamenta Conceição Calhau, um grande desconhecimento sobre este matéria. O iodo  é um micronutriente essencial à síntese das hormonas da tiroide, as quais são cruciais para o neurodesenvolvimento. A deficiência de iodo compromete este desenvolvimento em qualquer fase da vida mas, quando isto acontece durante a gravidez ou nos primeiros anos de vida, o impacto será mais evidente, porque estas são as fases de maior relevância no neurodesenvolvimento.

O problema não é um exclusivo português. No mundo, um terço das crianças têm deficiência de iodo e os países têm tentado encontrar várias soluções para prevenir este problema.

O projeto IoGeneration durou um ano, foi liderado por uma equipa do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto com a colaboração da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário e da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Noruega.

Estudo europeu revela
As conclusões são do grupo europeu SCORE que, juntamente com a European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA)...

De forma a calcularem os hábitos de consumo de substâncias ilícitas na Europa, investigadores procederam à recolha e análise de amostras diárias de águas residuais recolhidas durante uma semana nas bacias hidrográficas de cada uma das 50 cidades europeias incluídas no estudo que teve lugar durante o mês de março e reuniu 18 países.

Tal como explica o relatório do projeto SCORE, a análise aos resíduos de esgotos é capaz de fornecer dados objetivos sobre o uso de drogas uma vez que todos os químicos que entram no corpo humano saem praticamente inalterados ou como uma mistura de metabólicos. Após processar a droga ingerida, o corpo divide o seu composto químico que, após ser expelido na urina, acaba por ir parar às águas residuais. Com isto em mente, escreve o Sapo, os investigadores conseguem assim determinar a quantidade, a zona geográfica e o tipo de substância mais consumida em cada cidade europeia.

Após analisarem as águas residuais de 25 milhões de pessoas, os investigadores encontraram vestígios de quatro drogas ilícitas: anfetamina, cocaína, ecstasy e metanfetamina. De uma forma geral, a cocaína e o ecstasy lideram o topo das drogas mais consumidas ao sábado e ao domingo enquanto a metanfetamina registou níveis mais altos durante a semana.

Portugal foi um desses casos onde os compostos da cocaína e do ecstasy foram detetados nas águas residuais de Lisboa, especialmente ao fim de semana. Aqui o consumo diário ronda as 274,5 mg e 34,2 mg, respetivamente.

O estudo, que é realizado desde 2012, revela que Bélgica, Holanda, Espanha e Reino Unido são os países onde se registou o maior consumo de cocaína, que por outro lado não é tão visível em cidades da Europa do Leste.

Comparativamente com os anos anteriores, registou-se um aumento no consumo de ecstasy em algumas cidades europeias e uma maior dispersão no que toca à metanfetamina, que geralmente estava mais concentrada na Eslováquia e República Checa e foi agora detetada no Sul da Europa.

De todas as drogas em análise, a anfetamina é a substancia ilícita que apresenta mais variações uma vez que foi detetada em níveis muito baixos no Sul da Europa mas com maior intensidade no Norte da Europa.

No relatório, onde são apresentadas as conclusões do estudo, o diretor da European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA) salienta a importância deste projeto iniciado em 2012. “Esta análise residual demonstrou o seu potencial enquanto complemento funcional para estabelecer ferramentas capazes de monitorizar substâncias ilícitas. A sua capacidade de fornecer dados atuais relativamente ao uso de drogas é particularmente relevante face a um panorama que está em constante transformação. Ao detetar mudanças no consumo de drogas, quer a nível geográfico e ao longo do tempo, pode ajudar os serviços de saúde e tratamento a responder melhor às tendências emergentes e às necessidades de tratamento”, conclui Alexis Goosdeel.

Aquecimento global
O Ártico bateu recordes de calor no período de 12 meses terminado em setembro, quando o ar quente desencadeou uma fusão massiva...

A avaliação lúgubre foi feita no relatório sobre o Ártico relativo a 2016, um documento revisto por outros cientistas que não os seus autores, feito por 61 cientistas de todo o mundo, que é publicado pela agência governamental dos EUA para a Atmosfera e os Oceanos (NOAA, na sigla em Inglês).

O documento cobre o período de outubro de 2015 a setembro de 2016, um período em que “a temperatura média anual sobre as áreas terrestres (do Ártico) foi a maior desde que há registos”, como se salientou.

“Raramente se viu o Ártico evidenciar um tão claro, forte ou acentuado sinal de persistente aquecimento e os seus efeitos em cascada no ambiente do que este ano”, afirmou Jeremy Mathis, diretor do programa de investigação sobre o Ártico que está a ser desenvolvido na NOAA.

A região do Ártico continua a aquecer a uma velocidade que é o dobro da do resto do planeta, que também deve ter em 2016 o ano mais quente dos tempos modernos, escreve o Sapo.

Os cientistas climáticos disseram que as razões para o aumento da temperatura incluem a queima dos combustíveis fósseis, que emite gases com efeito de estufa para a atmosfera, bem como a tendência de aquecimento do oceano associada ao El Niño, que terminou em meados do ano mas exacerbou o aquecimento.

A temperatura média anual do Ártico em terra supera em 3,5 graus Celsius (ºC) a registada em 1900. A temperatura da superfície do mar no pico do verão, em agosto de 2016, esteve 5ºC acima da média do período 1982-2010 nos mares de Barents e Chukchi, bem como nas costas leste e oeste da Groenlândia.

Estudo
Pelo menos um tipo de vírus tornou-se menos letal ao infetar as mulheres para garantir que elas não morrem antes de passar a...

Durante anos, os cientistas acreditaram que o vírus HTLV-1 - que pode causar leucemia, entre outras doenças - era mais mortal para os homens porque as mulheres tinham um sistema imunitário mais robusto, pelo menos contra este vírus em particular.

Mas novas evidências, publicadas na revista científica Nature Communications, mostram que o vírus se adaptou através da evolução para aproveitar uma oportunidade que os homens não podem oferecer: gerar uma criança.

"A razão pela qual estas doenças são menos agressivas em mulheres é que o vírus quer ser passado de mãe para filho", o que pode acontecer no nascimento e durante a amamentação, explicou Vincent Jansen, coautor do estudo e professor da Universidade de Londres.

Tal como descobriu Charles Darwin, as estratégias evolutivas que as criaturas criam para atrair companheiros ou presas, ou para evitarem ser comidas, são infinitamente complexas e surpreendentes, escreve o Sapo.

Assim, não se sabe exatamente como os vírus - partículas microscópicas cujo material genético é relativamente simples - podem detetar e se ajustar ao sexo do hospedeiro.

Jansen e o investigador Francisco Ubeda, também da Universidade de Londres, usaram modelos matemáticos complexos para mostrar que nenhuma outra explicação é tão plausível quanto a que sugerem. Estes cientistas compararam a incidência e a progressão do HTLV-1 no Japão e no Caribe.

No Japão, eles descobriram que o vírus era quase três vezes mais propenso a causar leucemia em homens do que em mulheres. No Caribe, no entanto, as hipóteses do vírus se transformar na sua forma letal era praticamente igual para ambos os sexos.

A razão, deduziram, é que o aleitamento materno - uma das formas em que o vírus pode ser passado de mãe para filho - é mais comum e prolongado no Japão, "levando o vírus a tornar-se menos fatal em mulheres".

Ministro da Saúde diz
O ministro da Saúde garantiu hoje que o Estado vai ser implacável com todos aqueles que ofendem os direitos dos cidadãos,...

“Seremos muito exigentes e muito determinados na defesa do bom nome das pessoas e das instituições mas seremos implacáveis e absolutamente duros naquilo que são comportamentos que ofendem os direitos fundamentais dos cidadãos, nomeadamente o direito a que os seus recursos sejam utilizados com decência e utilidade pública”, disse Adalberto Campos Fernandes, embora sem apontar qualquer caso concreto.

O ministro falava na sessão de abertura da conferência “Transparência nas Relações entre os Profissionais de Saúde e a Indústria Farmacêutica”, organizado pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), que decorre hoje em Lisboa.

Sem nomear qualquer caso concreto, mas numa altura em que decorre uma investigação a alegados casos de corrupção com o negócio do plasma em Portugal, Campos Fernandes defendeu a regulação e a participação de todos os agentes ligados à saúde na defesa dos recursos do Estado em benefício dos cidadãos.

“Nós podemos dizer que a saúde precisa de mais dois mil milhões ou de três mil milhões, mas talvez também fosse bom que todos fizéssemos um exercício e ver se todos os milhões que nós temos estão todos a ser gastos com eficiência, com utilidade e com decência”, afirmou, apelando a um debate construtivo sobre o setor capaz de clarificar ambiguidades.

Na terça-feira, o ex-presidente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do INEM, Cunha Ribeiro, foi detido pela Polícia Judiciária no âmbito de uma investigação relacionada com o negócio do plasma, que envolve também a farmacêutica Octapharma.

Questionado pelos jornalistas se estava a referir-se ao caso que envolve o ex-responsável do INEM, o ministro da Saúde afirmou que a posição do ministério já foi transmitida na terça-feira mas sublinhou, de forma genérica, que todos os comportamentos irregulares têm de ser corrigidos.

“A esmagadora maioria dos agentes que compõem o setor fazem bem e merecem respeito e proteção mas aqueles, muito poucos, que não fazem bem têm de ser isolados, e esses comportamentos têm de ser corrigidos”, frisou, acrescentando que os casos que não funcionam são aqueles em que a justiça intervém.

Na conferência que decorre no Centro Cultural de Belém participam, entre outros, o presidente da APIFARMA, João Almeida Lopes, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, Ana Paula Martins, e Fernando Seara, presidente do Conselho Deontológico da APIFARMA.

Criada no Porto
Uma empresa do Porto desenvolveu uma tecnologia que permite aos pacientes fazer fisioterapia em casa, tornando a reabilitação...

A Sword Arya, criada por uma equipa liderada pelo engenheiro eletrónico Virgílio Bento, pode ser vista como um terapeuta digital que, a partir de um sistema de quantificação, analisa os movimentos feitos pelos pacientes e dá-lhes informações como se de um humano se tratasse.

Os utilizadores colocam os sensores nos membros que vão exercitar e registam-se na aplicação, que lhes vai indicar quais os exercícios que devem ser feitos, acompanhando-os ao longo do treino e dando indicações sobre os movimentos realizados.

Esta tecnologia fornece 'feedback' dos exercícios também às equipas clínicas que acompanham o paciente, quer seja no hospital, no centro de reabilitação ou à equipa de fisioterapeutas do Sword Arya, podendo estas avaliar o desempenho do paciente, alterar o programa e deslocar-se às suas casas sempre que haja necessidade para tal.

De acordo com o engenheiro eletrónico, a aplicação pode ser utilizada por pacientes em casos de recuperação após um acidente vascular cerebral (AVC), reabilitação do joelho, da anca, do ombro e prevenção pós-quedas.

A tecnologia desenvolvida no Porto já está nos Estados Unidos, através de uma rede de clínicas de fisioterapia e, neste momento, a equipa da Sword Arya, que conta com cerca de 18 elementos, está a negociar a entrada em quatro hospitais na China, país onde "há um terapeuta para cada cem mil pessoas".

A ideia para a criação do terapeuta digital surgiu a partir de uma história pessoal. Quando era jovem, o irmão de Virgílio Bento ficou em coma durante um ano, depois de ter sido vítima de um atropelamento, e este assistiu, "na primeira pessoa", à dificuldade em aceder a uma terapêutica de reabilitação eficaz, principalmente "inacessível" a quem não tem recursos financeiros como a sua família tinha.

"Os meus pais, que eram ambos professores, por verem que não havia a disponibilidade de recursos humanos e a disponibilidade do centro de reabilitação em providenciar ao meu irmão mais horas de reabilitação por dia, assumiram o papel de terapeuta, o que fez com que a intensidade terapêutica fosse maximizada, tendo acelerado a sua recuperação", contou.

Segundo o empreendedor, a indústria da recuperação motora mantém as mesmas práticas nos últimos 50 anos, que passa por um terapeuta para um paciente, devido a escassez de profissionais nessa área, que leva a que uma hora com eles "seja muito cara" e que o acesso à reabilitação "não seja democrático".

"Isto é um problema, porque os estudos científicos e clínicos provam é que há uma relação direta entre a recuperação futura do doente e o número de horas de terapia que faz", referiu.

Para Virgílio Bento, a hora que o terapeuta tem com o paciente "é tão importante" que deve que ser destinada a processos de aprendizagem e de toque humano, ficando a parte do treino para este realizar sozinho.

No entanto, segundo indica, o terapeuta "não pode escrever numa folha os exercícios para fazer em casa", visto que isso pode levar a que o paciente não realize o programa de reabilitação ou faça movimentos incorretos, originando lesões e anulando a eficiência do tratamento.

Os diferentes tipos
No contexto de uma alimentação saudável, as gorduras provenientes de diferentes alimentos são essenc
Hambúrguer e batatas fritas a ilustrar as gorduras alimentares

 

Quando consumidas nas proporções recomendadas (não excedendo os 30% do valor energético diário), as gorduras são bem toleradas e têm diversos efeitos benéficos. Mas, quando consumidas em excesso e desregradamente os efeitos prejudiciais são muitos e rapidamente se fazem sentir no nosso estado de saúde.

 

Tipo de gordura que nos fornecem os alimentos:

  • Gordura Saturada;
  • Gordura Monoinsaturada;
  • Gordura Polinsaturada;
  • Ácidos gordos Ómega 6;
  • Ácidos gordos Ómega 3;
  • Gordura hidrogenada;
  • Ácidos gordos trans;
  • Colesterol;
  • Fitosteróis;

Gordura saturada

A gordura saturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser sólida à temperatura ambiente. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos saturados. Estes ácidos gordos dizem-se saturados porque não dispõem na sua estrutura química de ligações entre os átomos de carbono livres para reagir com outros átomos.

O consumo excessivo de gordura saturada está associado ao aumento do risco de doenças dos aparelhos circulatório e cardíaco, aumento do colesterol sanguíneo, particularmente do colesterol LDL (“mau colesterol”), doença aterosclerótica, etc. assim, recomenda-se que a ingestão de gorduras saturadas não ultrapasse os 10% do valor energético total.

Alimentos ricos em gordura saturada: manteiga, queijos gordos, produtos de salsicharia e charcutaria (ex.: salsichas, alheiras, chouriços, morcelas, etc.), banha de porco, óleo de palma, óleo de coco, gordura da carne de vaca, etc.

Gordura Monoinsaturada

A gordura monoinsaturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser líquida à temperatura ambiente, podendo solidificar se submetida a temperaturas muito baixas. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos monoinsaturados. Estes ácidos gordos dizem-se monoinsaturados porque dispõem na sua estrutura química de uma ligação livre, entre átomos de carbono, para reagir com outros átomos.

Estes ácidos gordos são os que o nosso organismo melhor tolera. O seu consumo está associado com a diminuição da fracção LDL do colesterol sanguíneo (“mau colesterol”) e com a manutenção da integridade celular. Este ácido gordo raramente origina lesões celulares pois não promove a formação de radicais livre (compostos que reagem com o oxigénio, tornando-se muito prejudiciais para as células).

O azeite é definitivamente o maior fornecedor alimentar de ácidos gordos monoinsaturados, devendo por isso ser sempre preferido em relação às outras gorduras, tanto para cozinhar como para temperar; outros alimentos como o óleo de amendoim, os frutos oleaginosos (ex.: amêndoas, nozes, amendoim, avelã, etc.) e o abacate fornecem também quantidades significativas de ácidos gordos monoinsaturados.

Gordura Polinsaturada

A gordura polinsaturada reconhece-se geralmente pelo facto de ser líquida à temperatura ambiente podendo, tal como as gorduras monoinsaturadas, solidificar naturalmente se submetida a temperaturas ambientes muito baixas. Este tipo de gordura é predominantemente constituída por ácidos gordos polinsaturados. Estes ácidos gordos dizem-se polinsaturados porque dispõe na sua estrutura química de ligações livres, entre os átomos de carbono, o que lhes permite reagir com outros átomos.

Os ácidos gordos polinsaturados são componentes fundamentais da nossa alimentação. Desempenham papéis essenciais na resposta à infecção, são essenciais no crescimento e desenvolvimento do nosso organismo, na produção de metabolitos essenciais que contribuem de modo decisivo para a modelação da resposta cardiovascular, entre muitas outras funções. No seu conjunto estes ácidos são considerados essenciais, porque o nosso organismo não os consegue sintetizar a partir de outras substâncias, por isso têm que ser fornecidos pelo regime alimentar.

Entre os ácidos gordos polinsaturados, temos os ácidos gordos da série ómega 6 e os ácidos gordos da série ómega 3, que se distinguem com base na sua estrutura química e nas diferentes funções que cada um desempenha.

São boas fontes de gordura polinsaturada: óleos vegetais, frutos oleaginosos, cereais integrais, sementes, gordura de peixe, óleo de fígado de peixe e hortícolas de cor verde escura.

Ácidos gordos Ómega 6

Os ácidos gordos da série ómega 6 são um conjunto de ácidos gordos polinsaturados, que quimicamente se caracterizam por possuírem uma dupla ligação no 6º átomo de carbono a contar do último radical metilo (ou seja a contar do fim da molécula).

Estes ácidos gordos desempenham um papel importante no desenvolvimento cerebral, no tempo de vida e estrutura das células, na protecção da pele, etc.

Quando consumidos em excesso, podem ter efeitos prejudiciais para a nossa saúde tais como o envelhecimento celular precoce, alterações estruturais das membranas celulares, anomalias na multiplicação celular e indução do aparecimento de carcinomas, formação abundante de compostos facilitam o entupimento dos vasos sanguíneos, etc. Fazendo uma alimentar diária saudável e moderando o consumo total de gorduras, o risco de consumir ómega 6 em excesso é praticamente nulo.

São boas fontes alimentares de ácidos gordos ómega 6 os óleos vegetais (amendoim, soja, girassol, milho, etc.), frutos oleaginosos, cereais integrais e sementes.

Ácidos gordos Ómega 3

Os ácidos gordos da série ómega 3, são um conjunto de ácidos gordos polinsaturados, que quimicamente se caracterizam por possuírem uma dupla ligação no 3º átomo de carbono a contar do último radical metilo (ou seja a contar do fim da molécula).

De um modo geral associa-se o adequado consumo destes ácidos gordos, ao melhor funcionamento do sistema cardiovascular e à protecção do indivíduo em relação a doenças cardíacas e vasculares. Para além do importante papel na prevenção das doenças cardíacas, é de salientar a associação entre o adequado consumo deste tipo de ácidos e o normal desenvolvimento do córtex cerebral e das capacidades cognitivas da criança.

Planos alimentares pobres em ómega 3 aumentam o risco da ocorrência de: tromboses, aterosclerose, doenças cardíacas, alterações neurológicas, dificuldades de aprendizagem, diminuição da acuidade visual, entre outros.

Se consumidos em excesso, os ácidos gordos ómega 3, têm efeitos indesejáveis como por exemplo dificultar a resposta à infecção e alterações da coagulação sanguínea com tendência para a hemorragia. O consumo excessivo destes ácidos é raro, mas pode acontecer, especialmente se o consumidor ingerir suplementos de óleos de peixe e adicionalmente consumir com regularidade alimentos enriquecidos em ómega 3 actualmente disponíveis no mercado.

São boas fontes alimentares de ómega 3 a gordura e o óleo de fígado de peixes (ex.: salmão, arenque, sável, chicharro, congro, sardinha, enguia, óleo de fígado de bacalhau, etc.) e hortícolas de cor escura (ex.: brócolos, espinafres).

Gordura hidrogenada

Diz-se que uma gordura sofreu hidrogenação quando, por um processo natural ou artificial, os átomos de carbono dos seus ácidos gordos reagem com o hidrogénio e perdem as ligações livres. Ora, se possuíam ligações livres e por algum motivo deixam de as ter, estes ácidos gordos passam de mono ou polinsaturados a saturados, designando-se ácidos gordos hidrogenados.

Os óleos vegetais são frequentemente submetidos ao processo de hidrogenação pela indústria alimentar, o que faz com que estes passem do estado líquido para o estado sólido. Com este processo pretende-se obter uma gordura consistente e macia que é mais fácil de usar na produção alimentar. Esta gordura também parece aumentar o tempo de vida dos alimentos onde se insere e atribui-lhes um sabor apreciado pelos consumidores.

A hidrogenação dos ácidos gordos polinsaturados é um dos processos que induz a formação dos prejudiciais ácidos gordos trans. São imensos os alimentos que contém gordura hidrogenada, sendo de notar que o processo de obtenção de margarinas e outras gorduras para barrar de origem vegetal, é o da hidrogenação de óleos vegetais (através da hidrogenação, o óleos alimentares passam do estado líquido ao estado sólido/ pastoso).

Os alimentos muito processados industrialmente são habitualmente ricos em gordura hidrogenada, por exemplo: pão de forma de produção industrial, bolachas, biscoitos, fast-food, batatas fritas de pacote, aperitivos, snacks de chocolate, alguns cereais de pequeno-almoço, produtos de pastelaria e confeitaria, bolos embalados, refeições prontas a consumir, refeições congeladas e embaladas prontas a consumir, alguns gelados, etc.

Ácidos gordos trans

Nos alimentos, os ácidos gordos mono e polinsaturados podem apresentar duas formas estruturais diferentes, cientificamente descritas como a forma cis e a forma trans. A que se encontra habitualmente é a forma cis. Durante a hidrogenação dos ácidos gordos mono ou polinsaturados, estes sofrem alterações estruturais fundamentais que levam à transformação da sua estrutura química cis (normal) em trans (anómala).

Os ácidos gordos trans podem-se formar por 3 processos: transformação bacteriana dos ácidos gordos polinsaturados no aparelho digestivo de animais ruminantes – ex.: vaca - passando depois para a carne, gordura e leite destes ruminantes (este é o processo que produz menor quantidade de ácidos gordos trans), a hidrogenação industrial das gorduras polinsaturadas e o aquecimento e fritura de óleos vegetais a altas temperaturas.

Sabe-se que estes ácidos gordos são muito prejudiciais para a saúde (mais ainda do que a gordura saturada), porque aumentam os níveis sanguíneos de colesterol LDL (“mau colesterol”) e triglicerídeos e diminuem os de colesterol HDL (“bom colesterol”), estando portanto, associados a uma maior incidência de doenças cardíacas e vasculares. Apenas 1% do valor energético total diário (no máximo), pode corresponder a estas gorduras.

As principais fontes alimentares dos ácidos gordos trans, são os alimentos que contêm gordura hidrogenada e os cozinhados em óleos vegetais submetidos a um sobreaquecimento.

Colesterol

O colesterol é um tipo de gordura que existe apenas nos alimentos de origem animal e é um dos compostos pertencentes à vasta família dos esteroides. Apesar de desempenhar funções muito importantes no nosso organismo, este tipo de gordura se consumida em excesso pode também revelar-se muito prejudicial. Quando se ingerem grandes quantidades de colesterol diariamente, este pode elevar os níveis do nosso colesterol sanguíneo (do colesterol total e do “mau colesterol”) e por isso, aumentar o risco do aparecimento de doenças circulatórias e cardiovasculares.

As recomendações nutricionais actuais indicam que, por dia, não se deve ingerir mais de 300 mg de colesterol. Assim é aconselhável reduzir o consumo de alimentos ricos neste tipo de gordura: produtos de salsicharia e charcutaria (ex.: presuntos, chouriços, alheiras, salsichas, etc...), vísceras alimentares e miúdos, banha, toucinho, massas folhadas, caldos concentrados, gema do ovo, leite gordo, queijos, manteiga, margarina, camarão, caranguejo, lagostim, polvo fresco, enguia, amêijoa, etc.

Adicionalmente procure aumentar o consumo de alimentos vegetais, uma vez que nestes, o colesterol é praticamente inexistente e, como têm um elevado teor em fibras, contribuem para a diminuição da absorção do restante colesterol alimentar.

Fitosteróis

Os fitosteróis são um tipo de gordura, estruturalmente semelhante ao colesterol, mas que ao contrário deste, têm origem vegetal. São elementos essenciais da componente lipídica das plantas e da estrutura das suas membranas celulares.

Os estudos actuais demonstram que os fitosteróis desempenham um importante papel na diminuição dos níveis de colesterol sanguíneo, contribuem para a diminuição do risco de doenças cardiovasculares, parecem contribuir para um melhor controle das glicemias nas diabetes tipo 1 e 2 e contribuem para a prevenção do aparecimento de diversos tipo de cancro (cólon, mama e próstata), entre muitos outros efeitos benéficos.

As melhores fontes alimentares de fitosteróis são: óleos vegetais pouco refinados, sementes, frutos oleaginosos, hortícolas, legumes e leguminosas secas. Os fitosteróis são facilmente removidos durante o processamento alimentar, por isso procure consumir alimentos de origem vegetal pouco processados industrialmente.

Se consumir diariamente frutos e vegetais em abundância, não necessitará de recorrer aos produtos industrializados fortalecidos com fitosteróis a um preço elevado. No entanto, se o seu dia alimentar é nutricionalmente mais pobre, estes produtos (ex.: margarinas e “iogurtes” que ajudam a diminuir o colesterol) podem ser uma alternativa útil.

Até à data não se conhecem efeitos indesejáveis, de grande gravidade, resultantes do uso dos alimentos enriquecidos em fitosteróis. Alguns estudos parecem mostrar, no entanto, a ocorrência de uma diminuição dos valores sanguíneos de vitaminas antioxidantes, que pode ser compensada com o aumento do consumo de hortofrutícolas (de preferência dos mais coloridos), que são ricos neste tipo de vitaminas.

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Procuradoria-Geral da República
Quatro arguidos, incluindo o ex-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e do INEM, que está detido, é o balanço...

Em resposta, o gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República (PGR), indicou que "além de um detido, foram, até ao momento, constituídos arguidos dois advogados e uma representante, à data dos factos, da Associação Portuguesa de Hemofilia".

O ex-presidente da ARS e do INEM Luis Cunha Ribeiro foi detido ontem de manhã no decorrer da investigação da Unidade de Combate à Corrupção da PJ e do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.

Ainda segundo a PGR, o interrogatório judicial de Luis Cunha Ribeiro deverá começar na quarta-feira à tarde.

Os restantes três arguidos serão ouvidos mais tarde.

Entretanto, a sociedade de advogados PLMJ confirmou que foi constituído arguido um advogado daquela firma durante as buscas de uma investigação sobre negócios de plasma na qual estará envolvido um seu cliente e, segundo a RTP 3, trata-se de Paulo Farinha Alves.

Durante a manhã, a PGR revelou que estavam a decorrer mais de 30 buscas em estabelecimentos oficiais relacionados com a saúde, incluindo o Ministério e o INEM, duas buscas em escritórios e locais de trabalho de advogados e outras em território suíço.

"No inquérito investigam-se suspeitas de obtenção, por parte de uma empresa de produtos farmacêuticos, de uma posição de monopólio no fornecimento de plasma humano inativado e de uma posição de domínio no fornecimento de hemoderivados a diversas instituições e serviços que integram o Serviço Nacional de Saúde (SNS)", refere a nota da PGR.

Para o efeito - explica - "um representante da referida empresa de produtos farmacêuticos e um funcionário com relevantes funções no âmbito de procedimentos concursais públicos nesta área da saúde terão acordado entre si que este último utilizaria as suas funções e influência para beneficiar indevidamente a empresa do primeiro".

Os factos em investigação ocorreram entre 1999 e 2015 e os suspeitos terão obtido vantagens económicas que procuraram ocultar, em determinadas ocasiões com a ajuda de terceiros.

Em causa estão factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem e branqueamento de capitais.

Estudo
A cientista portuguesa Carla Ribeiro descobriu o mecanismo das células resistentes ao HIV, denominadas “Langerhan cells” e que...

O estudo, liderado pela portuguesa e publicado a 07 de dezembro na revista Nature, explica o mecanismo que torna determinadas células naturalmente resistentes ao HIV .

“Nestas células, o HIV-1 é destruído por um processo chamado autofagia, que ocorre dentro das células e é capaz de digerir micróbios como uma trituradora”, explicou, em comunicado, Carla Ribeiro, do departamento de Experimental Immunology do Academic Medical Center, em Amesterdão, Holanda.

Segundo a cientista, a autofagia é ativada nas “Langerhan cells”, que residem em diferentes tecidos humanos, incluindo vagina, prepúcio e intestino, “através da ação de um fator restritivo que é funcional apenas neste tipo de células”.

“O mesmo fator restritivo não funciona noutras células, sendo estas por consequência infetadas com HIV”, explica Carla Ribeiro.

A descoberta, segundo o comunicado, vai permitir aos investigadores “desenvolver novos métodos preventivos contra o HIV, mas também destruir o vírus após a infeção”.

“No entanto, é preciso haver mais investigação nesta área para que novas terapias possam ser desenvolvidas”, acrescenta.

Dificuldade de deglutição
A terapeuta da fala Inês Tello Rodrigues esclarece neste artigo uma série de questões relacionadas c

O que é a disfagia?

A disfagia (do grego dýs - dificuldade e phageĩn - comer) é uma perturbação na deglutição, ou seja, é o nome dado à dificuldade em engolir alimentos (sólidos ou líquidos). Esta dificuldade pode ocorrer desde o trajecto inicial do alimento, dentro da boca, até à sua transição para o esófago e para o estômago.

Existem vários tipos de Disfagia consoante o local onde ocorrem as dificuldades em engolir.

Como se manifestam estas alterações na Deglutição?

A pessoa com disfagia pode apresentar dificuldade em mastigar, em preparar e manter o alimento dentro da boca, de engolir, ou apresentar dor a engolir (odinofagia).

São sinais de alerta de uma alteração da Deglutição:
- Voz alterada ou rouca após a alimentação,
- Sensação de alimento preso na garganta,
- Engasgamento frequente ou falta de ar durante a alimentação,
- Tosse frequente durante e após as refeições,
- Perda de peso acentuada num curto período de tempo,
- Infecções respiratórias recorrentes.

Qual a faixa etária mais afetada?

A disfagia pode ocorrer em qualquer faixa etária, desde o bebé prematuro  ao idoso mas é mais comum na população envelhecida ou em pessoas com condições neurológicas (por exemplo, AVC, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson).

Porque motivo os idosos parecem engasgar-se mais do que pessoas jovens?

As estruturas do corpo envolvidas na deglutição passam, naturalmente, por alterações decorrentes do envelhecimento. Essas mudanças podem originar uma maior lentidão, falta de força ou incoordenação dos músculos responsáveis pelos movimentos necessários para engolir, favorecendo, assim, a ocorrência de engasgos nestas pessoas. Também o facto de muitas pessoas idosas não possuírem dentes ou terem próteses mal adaptadas, aumenta o risco de surgirem dificuldades em engolir.

Quais as consequências da Disfagia?

A disfagia representa um sintoma que pode trazer alterações graves ao nível pulmonar e nutricional da pessoa, como a desnutrição, desidratação e pneumonias de aspiração (entrada acidental de um alimento para os pulmões). As dificuldades em deglutir também afectam a socialização e a autoimagem do indivíduo e limitam, frequentemente, o prazer associado à refeição, com consequências muito negativas para a qualidade de vida.

Para além das referidas complicações, a disfagia repercute-se no aumento da mortalidade e no aumento dos custos globais de saúde. A título de exemplo, mais de 50% de todas as pessoas que sofreram um AVC apresentam dificuldades graves na deglutição, em fase aguda, e a prevalência de Disfagia pode manter-se nos 15%, mesmo após 3 meses de evolução do AVC.

Que tipos de tratamento existem?

A intervenção em casos de Disfagia deverá ser em equipa e contar, entre outros, com intervenção médica, de um terapeuta da fala e de um nutricionista para avaliação e intervenção nas alterações na deglutição. Esta interligação multidisciplinar pode tomar várias formas e é fundamental para assegurar o bem estar físico e nutricional da pessoa com disfagia.

Qual o papel do Terapeuta da Fala na Disfagia?

O terapeuta da fala pode efectuar uma avaliação da deglutição oro-faríngea para identificar quais as alterações e as dificuldades existentes. Ajuda a definir com a equipa médica e de enfermagem se é segura a alimentação por via oral (pela boca) ou se há necessidade de uma via alternativa de alimentação, como por exemplo, uma sonda nasogástrica.

Este profissional pode igualmente recomendar estratégias específicas para mudar a consistência e a quantidade dos alimentos ingeridos, alterar a postura da pessoa durante e após as refeições e efectuar um plano de exercícios especificamente indicados para garantir uma deglutição segura e eficaz.

Existe uma falta sensibilização da população para este tema?

Sim. Os sinais de alarme das alterações da deglutição são muito frequentemente ignorados pela população em geral ou associados ao processo normal de envelhecimento.

É fundamental estar atento a sinais de engasgamento persistente, alterações na voz e tosse durante e após as refeições. Em caso de dúvida deve sempre consultar o seu médico assistente e um terapeuta da fala para mais esclarecimentos e orientações.

Adicionalmente, poucas são as pessoas que sabem reagir a uma situação de engasgamento por obstrução total ou parcial das vias aéreas.

Lembre-se de nunca oferecer água à pessoa e deixá-la sempre tossir. Aprenda a Manobra de Heimlich. Esta manobra provoca uma elevação do diafragma e aumenta a pressão nas vias aéreas, forçando a saída do corpo estranho e salvando, frequentemente, a vida da pessoa que se engasgou. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Três gerações ao serviço da saúde dos portugueses
No dia 16 de dezembro, a família Espregueira-Mendes celebrará os 90 anos de tradição e serviços prestados na área da Ortopedia...

Na próxima 6ª feira (16 dezembro) realiza-se, no Museu Futebol Clube do Porto, uma cerimónia com o objetivo de celebrar os 90 anos de dedicação e serviços prestados pela família Espregueira-Mendes à cidade do Porto, ao FC Porto e ao país. Presentes estarão diversas personalidades (Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, Presidente do FC Porto, D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto, António Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia, entre muitas outras individualidades) que se juntam numa iniciativa única carregada de emoção, tradição e história. O evento assinala também a criação de uma sala de exposições de arte – Espaço João Espregueira Mendes – a inaugurar em 2017, no Museu Futebol Clube do Porto.

No âmbito destas comemorações, António Oliveira, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia, refere que «são três gerações - e uma única vontade - na história de uma família dedicada à Ortopedia e à Traumatologia Desportiva que alia a nobreza de carácter aos valores de humanidade e competência e que tem contribuído para que a escola médica portuguesa, do FC Porto, a nossa cidade e o nosso país sejam mais prestigiados no Mundo.»

Era uma vez…
A história da família Espregueira-Mendes remonta a 1926, quando João de Espregueira-Mendes, nascido em 1900, regressa de estágio com o famoso ortopedista Vittorio Putti – quem o convenceu a trocar Ginecologia pela nova especialidade de Ortopedia - no Instituto Rizolli em Bolonha, na mais antiga universidade do mundo. O então jovem especialista, abre o seu consultório na Rua Cândido dos Reis nº 100, em edifício emblemático do arquiteto. Marques da Silva, vislumbrando a Torre dos Clérigos, que inspira a sua retidão e verticalidade, iniciando um notável percurso profissional na Ortopedia e Traumatologia. Nesse ano, recebe ainda ao seu cuidado e supervisão oito camas de Ortopedia, no Hospital de Santo António, no Porto.

João de Espregueira-Mendes desempenhou, até 1956, as funções de Regente do curso de Ortopedia da Faculdade de Medicina, no Hospital de Santo António, tendo ocupado, entre 1960 e 1961, o cargo de Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia. Paralelamente, exerceu o seu sentido cívico, no Porto, entre os anos 40 e 60, como Presidente da Junta Provincial do Douro, Presidente da Junta Distrital do Porto e Presidente do Instituto Maternal do Norte onde teve um papel primordial na saúde materno infantil. Dedicou também especial atenção à maternidade Júlio Dinis, onde esteve como diretor durante 14 anos. Foi também vereador da Câmara Municipal do Porto durante vários anos, ocupando o cargo de Presidente em 1942.

O médico portuense contribui, com um doente seu, para o “Milagre de São João de Brito”, canonizado pelo Vaticano nos anos 50. Nessa época, João de Espregueira Mendes recebeu na consulta a visita de Joaquim, um menino de 9 anos de idade, com tuberculose destrutiva do calcâneo e repercussão grave no seu estado geral de saúde. Após várias tentativas de tratamento, informou a mãe da criança que nada haveria a fazer. A mãe, devota do Beato João de Brito, colocou a sua imagem debaixo do travesseiro de Joaquim, hoje padre. Durante algum tempo, não houve notícias do rapaz até que, meses depois, vê Joaquim entrar no consultório, vivo e de boa saúde. Estupefacto, o médico radiografou o menino e verificou que não existia nenhum sinal de tuberculose ou lesão antiga nas radiografias dos dois calcâneos! Este foi o último milagre consagrado que serviu como prova final para que o Vaticano canonizasse João de Brito.

A 2ª Geração
João Manuel Espregueira Mendes, nascido em 1931 e licenciado pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto em 1958, inicia a sua atividade dedicada à Ortopedia no Hospital de São João em 1960. No mesmo ano, inicia funções no serviço de Ortopedia no Hospital de Crianças Maria Pia, onde permanece até 1963. Mais a norte, no Hospital de Viana do Castelo, dirige o serviço de Ortopedia durante 14 anos (1962 e 197), seguindo-se a direção do serviço de Ortopedia do Hospital de Luanda - foi laureado duas vezes: uma pelo General Comandante em Ordem da Região e outra pelo Diretor do Hospital Militar de Luanda.

Após o regresso de Angola (1965), João Manuel Espregueira-Mendes retoma as suas funções no Serviço de Ortopedia do Hospital de São João e continua a obra de seu pai no Hospital de Santa Maria no Porto, onde permaneceu durante mais de 25 anos. Aqui, o seu prestígio e sucesso na Traumatologia Desportiva fizeram com que este fosse considerado pela imprensa nacional da época como o “Hospital dos Atletas”.

Volvidos 50 anos de Ortopedia e Traumatologia (1986), João Manuel Espregueira Mendes, conjuntamente com o seu filho João Duarte, inaugura a primeira Clínica Espregueira Mendes no Porto. Esta clínica marca uma importante viragem na história da Ortopedia da família Espregueira-Mendes. A visão e iniciativa de criarem uma instituição dedicada à traumatologia desportiva, reunindo todas as valências e fisioterapia no mesmo espaço, inédita em Portugal, disponibilizam uma nova fase do percurso: o conceito da equipa, do trabalho de grupo, um grupo que faz escola e contribui para o prestígio da escola médica da cidade Invicta.

João Manuel Espregueira Mendes foi uma referência da Traumatologia Desportiva portuguesa, ao serviço do FC Porto, e um líder dentro e fora do bloco operatório, tendo revolucionado a cirurgia ligamentar do joelho em Portugal. Em fevereiro de 1998, foi-lhe atribuída, a título póstumo, a medalha de ouro da cidade do Porto, por Fernando Gomes, então presidente da CMP, tendo sido também homenageado diversas vezes pelo FC Porto e galardoado com o Dragão de Ouro e Dragão de Honra, entregue pelo Presidente Jorge Nuno Pinto da Costa que lembrou e homenageou” uma figura ímpar na Medicina e na Ortopedia em Portugal”. Este percurso justifica bem a escolha do seu nome para o novo espaço no Museu do FC Porto!

E estamos na 3ª Geração…
João Duarte Espregueira Mendes, nasceu em 1960 e licenciou-se em Medicina em 1985, na Universidade do Porto. Ainda na qualidade de aluno de medicina, é convidado pelos professores Alexandre Sousa Pinto e Joaquim Pinto Machado para monitor de Anatomia. Desde cedo, opta pela especialidade de Ortopedia, dando continuidade à história de ortopedistas da família Espregueira-Mendes. Em 1988, inicia o internato complementar de ortopedia no Hospital Geral de Santo António, no Porto e obtém a mais alta classificação atribuída no Internato Complementar - 20 valores - e a mesma classificação no grau de Especialista pela Ordem dos Médicos. Em julho de 1988, concorre para Assistente de Ortopedia na Faculdade de Medicina de Porto e ingressa no Hospital de São João, então dirigido pela figura ímpar da Ortopedia que foi o Prof. Doutor Carlos Lima.

Em janeiro de 1999, a sua equipa cria de raiz o Serviço de Ortopedia e Traumatologia do novo Hospital São Sebastião (Santa Maria da Feira), serviço inserido num novo modelo de gestão dos hospitais públicos que se torna uma referência na área da Ortopedia e Traumatologia em Portugal. Em 2005, ingressam na Escola de Medicina da Universidade do Minho com a regência da Ortopedia e Traumatologia. No domínio académico e, particularmente, da medicina do desporto desenvolveram também Pós-graduações na Faculdade de Medicina do Porto dedicadas ao ensino online.

De 2004 a 2008, presidiu à Sociedade Portuguesa de Artroscopia e Traumatologia Desportiva entre 2004 a 2008, seguindo-se a presidência da ESSKA – European Society of Sports Traumatology, Knee Surgery & Arthroscopy, 2012 a 2014, dando a Portugal a única presidência ibérica na Sociedade Europeia de Traumatologia Desportiva. Atualmente, é membro do board da Sociedade Mundial de Traumatologia Desportiva ISAKOS e da Patellofemoral Foundation.

Em 2006, a equipa Espregueira-Mendes inaugura a Clínica do Dragão - Espregueira-Mendes Sports Centre em parceria com o Grupo Sonae, hoje uma unidade de referência no mundo nas lesões desportivas. Foi a primeira clínica portuguesa acreditada pela ESSKA e ISAKOS, a primeira da península ibérica e ainda a única portuguesa acreditada como FIFA Medical Centre of Excellence.

Com 15 prémios e várias distinções internacionais que incluem dois prémios “Jorge Mineiro”, um prémio “Carlos Lima,” dois prémios da ESSKA e o prémio BES Inovação, têm igualmente recebido a confiança de doentes e atletas dos cinco continentes e dos mais prestigiados clubes do mundo: Real Madrid, Paris S. Germain, Lyon, Juventus, Barcelona, Roma, Galatazaray, Tottenham, AC Milan, Arsenal, Al Ahli, Al Jazeera, West Bromwich, entre muitos outros. A equipa liderada pelo Professor Doutor João Espregueira-Mendes tem hoje um enorme prestígio internacional e lugar de relevo na investigação e inovação com mais de 400 conferências, 250 publicações científicas, 36 capítulos de livros, 8 livros publicados (6 na conceituada Springer/Nature) e 8 patentes internacionais. Com grande mérito para a parceria com os 3Bs do Professor Doutor Rui Reis e Universidade do Minho.

Programa
19:30h Receção dos convidados.
20:00 Sessão comemorativa - 90 anos - três gerações - da família Espregueira-Mendes na Ortopedia e na Traumatologia Desportiva!

Oradores
António Oliveira - Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital de Santo António;
D. António Francisco dos Santos, Bispo do Porto
João Espregueira-Mendes - Diretor da Clínica do Dragão - Espregueira-Mendes Sports Centre – FIFA Medical Centre of Excellence.

Jantar comemorativo

2ª edição da pós-graduação Lisbon Series – Cuidados Paliativos Não Oncológicos
Segundo a Organização Mundial de Saúde, apenas 5% a 10% das mortes ocorre de forma súbita e inesperada, sendo que cerca de 70%...

Como referem os coordenadores do curso, Manuel Luís Capelas e José Luís Pereira, “os doentes não oncológicos requerem cuidados, por vezes, mais especializados que os doentes com cancro, sendo o percurso de vida com a doença muitas vezes mais prolongado, menos previsível e mais gerador de sofrimento, a nível pessoal e familiar, do que o da doença oncológica”. Surge, assim, esta pós graduação, composta por várias unidades que abordarão as necessidades específicas deste tipo de doentes. Serão abordados cuidados ao doente com Insuficiência Cardíaca, Respiratória, Renal, com Doença Neurodegenerativa (nomeadamente as demências), Esclerose Lateral Amiotrófica e Esclerose Múltipla, com SIDA, e em situação crítica (unidades de cuidados intensivos e em serviço de urgência), assim como, não poderia deixar de ser, cuidados ao idoso (vulnerabilidade e fragilidade).

O curso irá decorrer entre janeiro e julho de 2017, destinando-se a todos os profissionais de saúde que queiram adquirir conhecimentos e capacidades adicionais de forma a melhor cuidar dos seus doentes, quer estes sofram ou não de uma doença oncológica e necessitem de cuidados paliativos.

Para mais informações consultar: http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=975&lang=1&artigoID=3135

Artigo de Opinião
Num mundo em que a cada segundo uma pessoa adulta fica cega e a cada minuto uma criança fica cega, e

De um modo sumário, as causas da cegueira dividem-se em dois grupos. A cegueira curável, cuja causa maior é a catarata, mas que uma cirurgia com recurso a novas tecnologias, Facolaser, pode reverter com enorme margem de segurança e eficácia, e a cegueira irreversível, cujas causas são, no adulto, a retinopatia diabética (RD), a degenerescência macular da idade (DMI) e o glaucoma.

Aqui constata-se algo terrível. Em primeiro lugar, depois de surgir a patologia, o processo é irreversível. Em segundo lugar, a maior parte destes casos podia e devia ter sido evitada. Na RD é essencial a educação do doente para um melhor controlo metabólico e para uma deteção precoce da doença. Um tratamento adequado e atempado, repito, adequado e atempado, é essencial na redução dos casos de cegueira por RD.

Na DMI, o que se referiu para a RD, aqui tem ainda mais expressão, pois o controlo metabólico, o controlo da tensão arterial e a educação para uma vida saudável são de uma importância essencial, pois a “fatura” paga-se mais tarde. Essenciais são também a deteção precoce e o tratamento adequado.

O glaucoma, o “assassino silencioso” da visão só se combate com a educação, entenda-se, com a informação das pessoas, pois só a sua deteção precoce, o tratamento adequado e a compliance do doente permitem controlar a doença e evitar a cegueira.

Na criança, as causas mais importantes de cegueira são a catarata e o glaucoma congénitos e a retinopatia do prematuro. Só a deteção e tratamento precoce permitem melhorar os resultados de intervenção terapêutica nestas crianças.

A OMS estima que em 2020, se não forem tomadas medidas de âmbito mundial e regional, haverá no mundo 75 milhões de cegos e 225 milhões de grandes amblíopes.

É fundamental que, não descurando na medicina curativa, colocando ao dispor dos doentes as novas metodologias de diagnóstico e tratamento, devemos investir fortemente na deteção precoce das doenças, através de rastreios e em campanhas de educação das pessoas.

Neste campo, das campanhas de educação das pessoas, deveria ser manifesta a responsabilidade social dos órgãos de comunicação social: jornais, revistas, rádio e televisão, não se excluindo a responsabilidade dos órgãos oficiais, como o Serviço Nacional de Saúde e a medicina privada.

A luta contra a cegueira é de todos e também nossa, que trouxemos para este campo de batalha o que de melhor há em inovação no diagnóstico e no tratamento, e com décadas de campanhas de rastreios e educação junto da população, para bem da janela que nos liga ao mundo, a visão.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos propôs ao Governo a criação de um livro de reclamações para profissionais de saúde que obedeça às mesmas...

“A Ordem dos Médicos não pode deixar de verificar que persistem os problemas de grave subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o inevitável cortejo de consequências negativas para os doentes”, refere uma nota hoje divulgada.

A Ordem recorda que a decisão de propor ao Ministério da Saúde a criação de um livro de reclamações para profissionais de saúde foi tomada em setembro de 2015 pelo Conselho Nacional Executivo, tendo entretanto ficado parada porque se aproximava o período eleitoral e depois porque o clima político sofreu alterações.

Passado um pouco mais de um ano, embora admitindo que existe um ambiente de diálogo “mais saudável e um conjunto de decisões mais positivas do que no passado”, a Ordem dos Médicos aponta para a persistência de problemas de subfinanciamento e quer a contribuição dos profissionais para a melhora das instituições.

Assim, o livro de sugestões ou de reclamações para profissionais de saúde, eventualmente apenas em formato digital, deveria obedecer às mesmas regras e ser enviado às mesmas instituições que auditam o Livro Amarelo que está à disposição dos utentes, para que possa ser objeto de escrutínio independente.

“A Ordem dos Médicos pretende que esta proposta seja entendida como uma contribuição positiva e não como uma crítica e gostaria que este livro de sugestões/reclamações se pudesse transformar num ‘livro de cabeceira’ e de melhoria contínua da qualidade de todas as instituições de saúde e do próprio Ministério da Saúde”, refere o comunicado hoje divulgado.

Estudo
Tratamentos mais amplos a parasitas intestinais, abrangendo crianças e adultos, ajudariam a melhorar significativamente a saúde...

Susana Vaz Nery, a investigadora portuguesa que integrou a equipa responsável pelo estudo da Australian National University (ANU) - publicado esta semana na revista cientifica Lancet - explicou que os dados mostram que a eficácia dos tratamentos é maior se abrangerem mais do que apenas as crianças.

"Esta é a primeira vez que os investigadores demonstraram que a expansão de programas de medicação para todos os membros da comunidade provavelmente conduzirá a um melhor controlo de vermes intestinais nas crianças", explicou Vaz Nery, da Escola de Saúde Pública da ANU.

Atualmente, as diretrizes internacionais recomendam principalmente o tratamento antiparasitário para crianças, mas este estudo mostra os benefícios de uma estratégia de tratamento mais alargada.

O estudo incluiu um projeto-piloto, conduzido ao longo de um ano a cerca de 500 crianças em Timor-Leste e cujos resultados, segundo a investigadora "apoiam a mesma conclusão" de que "os tratamentos beneficiam mais se toda a comunidade for tratada".

Vaz Nery explicou que até recentemente este grupo de doenças de que os parasitas intestinais fazem parte, "não tinham grande visibilidade em termos de financiamento" por não serem doenças com tanto impacto mortal como outras, como a malária, que tinham mais apoio internacional.

Apesar do seu impacto significativo no desenvolvimento infantil e de mais de mil milhões de pessoas em todo o mundo estarem em risco, as doenças acabavam por não suscitar tanto debate internacional.

"A OMS tem vindo a desenvolver um conjunto de diretrizes que vão sendo modificadas conforme o contexto internacional muda. Como as crianças são o principal grupo afetado, as diretrizes recomendam esta desparasitação focada apenas em crianças", explicou.

O objetivo é que este estudo, uma meta análise comparativa de estudos sobre a aplicação das diferentes modalidades de tratamento, possa ajudar a um debate que torne os critérios de tratamento ainda mais eficazes.

Atualmente, recorda, as campanhas implementadas em países endémicos têm o apoio das próprias companhias farmacêuticas que doam estes medicamentos desde 2012.

Cada pastilha custa 30 cêntimos e o tratamento obriga a uma ou duas doses por ano, dependendo da prevalência, sendo que será necessário ampliar significativamente o apoio caso se opte por ampliar o tratamento a toda a comunidade.

Naomi Clarke, da equipa de investigadores responsáveis pelo estudo, recorda o impacto que os parasitas podem ter nas crianças mais pobres, com crescimento e desenvolvimento precários, perda de sangue intestinal crónica e anemia, em alguns casos.

"Cerca de 880 milhões de crianças em todo o mundo estão expostas a vermes intestinais. Crianças com vermes intestinais podem não desenvolver a sua plena capacidade física e intelectual. Isso torna mais difícil quebrar o ciclo da pobreza", destacou Clarke.

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