Apenas 38% dos jovens com 16 anos utilizaram os vales.
Lançado em 2008, o programa do cheque-dentista tem tido uma evolução que todos elogiam. Desde a criação, abrangeu mais de 2,5...

Este alargamento dos cheques-dentista aos adolescentes é recente e limitado - só os jovens que aos 13 anos beneficiaram do programa de saúde oral têm a possibilidade de voltar a utilizar os vales aos 16 e aos 18 anos - e será isso que justifica a baixa taxa de utilização, escreve o jornal Público. Mas há uma explicação suplementar, segundo o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Orlando Monteiro da Silva. “Há outra condicionante, que é o facto de, em ambos os grupos, os cheques terem de ser emitidos pelos centros de saúde, a pedido do interessado ou por iniciativa do médico de família. Como este alargamento do programa a estes dois grupos etários tem sido pouco divulgado, ainda são poucos os utilizadores”.

Caso de sucesso com grávidas, idosos e crianças
De resto, o programa do cheque-dentista está a ser um caso de sucesso. Começou com as grávidas seguidas no Serviço Nacional de Saúde e os idosos beneficiários do complemento solidário, estendeu-se às crianças em 2009, para incluir os utentes infetados com o vírus VIH/sida em 2010. Há dois anos passou a incluir intervenções precoces em casos de risco de cancro oral e, mais tarde, abrangeu os adolescentes, primeiro os de 16 anos e, este ano, os de 18 anos.

 

Entre Janeiro e final de Setembro, mais de 227 mil pessoas utilizaram estes vales, uma taxa de utilização da ordem dos 83%, face aos 76% registados no ano anterior. São as crianças e jovens de 7, 10 e 13 anos que mais usufruem desta possibilidade (92% do total).

Rute Bastos
Rute Bastos descobriu aos 24 anos que sofria de esquizofrenia afetiva e, sete anos após, não só controlou a doença como se tem...

Em declarações, Rute Bastos contou a sua evolução de uma doença cujos sintomas começou por atribuir "ao consumo de álcool e de haxixe", "fugas" então encontradas para os problemas afetivos decorrentes do "divórcio dos pais e do terminar de um namoro de cinco anos".

"Tive crises aos 18, 22 e 24 anos, mas pensei sempre que isso era por outras coisas, pois, sendo forte, até ‘bullying’ sofri", relatou Rute, uma utente da Associação Nova Aurora na Reintegração e Reabilitação Psicossocial (ANARP).

Em 2013, foi visitar a mãe a Andorra e acabou, na sequência de um surto, “internada e algum tempo em coma". O episódio fez com que, no regresso, precipitasse a sua entrada na ANARP onde iniciou, sob a supervisão da terapeuta de referência Raquel Almeida, um tratamento de três anos.

"Ela teve uma evolução extraordinária fruto do seu esforço e determinação no processo de recuperação, conseguindo melhorar as suas competências sociais, elevando a sua autoestima", explicou à Lusa a terapeuta, que elogia a capacidade agora evidenciada por Rute Bastos para "reagir ao primeiro sinal de alerta, assim evitando novas crises".

Ainda no mesmo ano, a utente fez uma formação em "Prestação de suporte" no projeto Vozes de Esperança e, desde então, "não mais deixou de contribuir com o seu exemplo para ajudar os outros, sendo hoje autónoma e com um projeto de vida", contou a terapeuta.

O seu caso mereceu também a atenção dos académicos e por "várias vezes" fez palestras em faculdades das universidades do Porto e do Minho.

"Sinto que tenho capacidade para ajudar", argumentou a hoje aluna do curso de Técnica de Apoio à Família e Comunidade no Instituto de Emprego e Formação Profissional que sonha ingressar na Escola Superior de Saúde da Universidade do Porto para um curso de terapeuta ocupacional.

Até ao início do corrente ano letivo, Rute Bastos foi voluntária na ANARP "dirigindo sessões para nove ou dez pessoas, a quem falava da doença, sobre os alertas e os comportamentos a ter", disse.

"Sei por experiência própria que é muito difícil procurar ajuda e que é muito mais fácil quando ela nos surge pela frente", afirmou para explicar a nova forma de voluntariado que no presente exerce, "ligando aos utentes da associação para saber como estão e detetar eventuais sinais de alerta".

Segundo Raquel Almeida, a disponibilidade manifestada pela Rute Bastos "é muito importante, permitindo um relacionamento com os utentes fora do contexto da ANARP, adicionando informação e tendo um papel diferenciador".

"Por um lado, é bom, pois dá conselhos aos seus interlocutores; e pelo outro também é importante pois, ao relatar-nos essas conversas, faz os devidos alertas, ajudando-nos a intervir junto desses utentes", acrescentou a terapeuta.

Reformada por invalidez parcial, Rute Bastos sonha com uma vida profissional "se possível na ANARP" e lembra ser "prática nos Estados Unidos a função de prestadores de suporte nos hospitais". "Isso lá é uma profissão", frisou.

"Sei que posso voltar a ter uma crise, porque estamos sempre vulneráveis, mas, sabendo reagir aos alertas, essa possibilidade reduz-se. É isso que digo sempre às pessoas, para estarem alerta, pois é possível ter uma vida normal", sublinhou.

Botânico Jorge Paiva alerta
O botânico Jorge Paiva, da Universidade de Coimbra, defende num postal de Ano Novo a necessidade de travar a destruição das...

À semelhança de anos anteriores, concebe a sua mensagem da quadra natalícia em português e inglês, enviando-a a cientistas, jornalistas, amigos, universidades e outras instituições públicas e privadas de Portugal e outros países em todos os continentes.

“Se continuarmos a derrubar as florestas como temos vindo a fazer, a Terra será uma ‘ilha’ universal, desflorestada, sobreaquecida, poluída, repleta de lixo e sem população humana”, alerta o ambientalista, no cartão pessoal de “boas festas”.

Na sua mensagem natalícia, num postal de quatro páginas em que formula também votos de “próspero Ano Novo”, Jorge Paiva realça que a ilha de Páscoa, no oceano Pacífico, “esteve coberta por uma floresta subtropical antes da chegada dos polinésios”, 300 a 400 anos depois de Cristo.

“Esta floresta foi completamente devastada pelos rapanuios (populações nativas), o que praticamente provocou a extinção deste povo”, afirma, dando também o “exemplo mais recente” da devastação das árvores da Islândia.

Neste país insular do Atlântico Norte, “a floresta foi sendo derrubada, para construção de habitações e embarcações, produção de mobiliário e utensílios, bem como para lenha, acabando por desaparecer quase completamente”, subsistindo apenas “reduzidas relíquias da taíga natural”, em que predominam as coníferas.

Frisando que, por todo o mundo, as florestas são dizimadas “a um ritmo verdadeiramente alarmante e drástico”, Jorge Paiva salienta que, sobretudo nas zonas equatoriais, elas “são ecossistemas de elevadíssima biodiversidade”.

O cientista, de 83 anos, ilustra o seu postal de Natal e Ano Novo com duas fotos: uma da floresta tropical da sua terra natal, Quilombo dos Dembos, em Angola, que o próprio obteve em 2015, e outra de uma “sterculia africana”, uma árvore gigantesca, na localidade moçambicana de Pemba.

A partir deste mês
Os cuidados de saúde oral nos centros de saúde vão ser alargados a partir deste mês a mais utentes e a novas unidades, com o...

Em julho deste ano começaram a ser introduzidas consultas de saúde oral nos centros de saúde, com experiências piloto que decorreram em algumas unidades da Grande Lisboa e do Alentejo.

Nesta primeira fase, tinham acesso a consultas de saúde oral doentes portadores de diabetes, neoplasias, patologia cardíaca ou respiratória crónica, insuficiência renal em hemodiálise ou diálise peritoneal e os transplantados inscritos nos agrupamentos de centros de saúde onde decorreram as experiências piloto.

Segundo fonte oficial do Ministério da Saúde, a partir de 1 de janeiro de 2017 “deixará de existir limitação da referenciação às patologias consideradas mais relevantes”, permitindo que o médico de família oriente os utentes que considerem que podem beneficiar de cuidados de saúde oral, “sem nenhuma condicionante”.

Além de um grupo inicial de 13 médicos dentistas e assistentes dentários contratados para a fase da experiência piloto, o Ministério prevê contratar durante 2017 mais 13 novos médicos dentistas a alocar a centros de saúde nas regiões Norte, Centro e Algarve.

Em reposta, o Ministério refere ainda que vai ser homogeneizada a metodologia de trabalho dos 26 médicos dentistas que já exerciam a sua profissão no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que era feito “de forma assimétrica, não devidamente reconhecida e nem adequadamente integrada”.

“Assim, no final de 2017 prevê-se que existam no SNS de Portugal Continental cerca de 50 médicos dentistas a exercer a sua profissão nos cuidados de saúde primários, de forma homogénea e em condições semelhantes”, refere a mesma fonte oficial do Ministério da Saúde.

Só na região Norte
Os rastreios à saúde visual nos cuidados de saúde primários vão ser alargados neste ano a oito agrupamentos de centros de saúde...

No segundo semestre de 2016 iniciaram-se duas experiências piloto de rastreios da visão na área metropolitana do Porto, um para rastreio da ambliopia em crianças com dois anos e outro para a degenerescência macular da idade em utentes diabéticos.

Segundo fonte oficial do Ministério da Saúde, neste ano os rastreios da ambliopia em crianças vão ser alargados a mais oito agrupamentos de centros de saúde e a mais quatro hospitais, todos na região Norte, prevendo abranger cerca de 13.500 crianças.

O projeto piloto de rastreio da ambliopia em crianças com dois anos foi executado com os exames a serem feitos nos cuidados de saúde primários, sendo depois os resultados lidos e analisados por médicos oftalmologistas do Centro Hospitalar de São João e do Centro Hospitalar do Porto.

Sempre que os resultados são positivos e as crianças precisam de acompanhamento, os casos são encaminhados para consulta de especialidade no próprio hospital.

O outro projeto piloto decorreu nos mesmos quatro agrupamentos de centros de saúde e nos mesmos hospitais, mas dirigiu-se ao rastreio da degenerescência macular da idade em utentes diabéticos, aproveitando a logística já existente para o rastreio da retinopatia diabética.

Este projeto piloto só foi iniciado em novembro, segundo informação do próprio Ministério da Saúde, e só será finalizado em junho deste próximo ano. Depois de uma avaliação será decidido um eventual alargamento a nível nacional.

Desde outubro
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, considerou que as sete mortes relacionadas com a gripe são "números...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas durante uma visita ao Centro de Saúde de Sete Rios, em Lisboa, onde esteve também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Dos 48 doentes com gripe admitidos nas unidades de cuidados intensivos hospitalares, que reportaram informação, desde o início da época gripal, em outubro, sete morreram, de acordo com o mais recente boletim de vigilância epidemiológica da gripe do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, divulgado na quinta-feira passada.

A maioria dos doentes admitidos tinha mais de 64 anos e uma patologia crónica associada.

Para o ministro da Saúde, as sete mortes verificadas são "números perfeitamente normais", dadas as "circunstâncias em que ocorreram", envolvendo "pessoas muito débeis, doentes".

"Pessoas muito débeis, muito idosas, que são afetadas por descompensação de natureza infecciosa (...). Quanto mais agressiva for a infeção, mais débil for a condição da pessoa, maior é o risco de morte", assinalou, ressalvando tratar-se de "uma circunstância que ocorre todos os anos".

Adalberto Campos Fernandes realçou "a capacidade de entrega" dos profissionais de saúde na prestação de cuidados em "circunstâncias epidémicas" como a da gripe, sustentando que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "nunca teve tantos recursos como este ano".

O ministro negou que os hospitais estejam em rutura, nesta época do ano, mas referiu que as pessoas deveriam recorrer mais aos centros de saúde e ir só aos hospitais "em situações com indicação hospitalar".

Segundo o titular da pasta da Saúde, o SNS "tem elasticidade" para responder a "acréscimos de 30 por cento" na procura de cuidados durante esta altura do ano.

Devido a atividade gripal
A ARS-Norte anunciou que, face ao aumento da atividade gripal, procedeu ao alargamento do horário dos Serviços de Atendimento...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) refere que os Serviços de Atendimento de Situações Agudas (SASU) dos grandes centros do Porto, Braga, Guimarães, Gaia, Maia/Valongo/Ermesinde, Espinho, Vila Real e “outros onde a procura o justifique” passarão a funcionar nos dias úteis das 20:00 às 24:00 e aos fins de semana e feriados das 09:00 às 24:00.

“Nesta região de saúde já existiam 62 centros de saúde a funcionar com horário alargado”, refere, acrescentando contudo que, como desde o dia 19 que se tem vindo a registar um aumento da atividade gripal e, em consequência, uma maior procura dos serviços de urgência hospitalar, a ARS, em sintonia com as orientações do Ministério da Saúde, decidiu alargar o horário de funcionamento em SASU.

No âmbito desta medida, “igualmente se procedeu ao reforço de médicos, enfermeiros, secretários clínicos, assistentes operacionais e outros profissionais que se manifestam indispensáveis à prestação”.

A ARS-N pretende assim “permitir que os utentes tenham uma resposta adequada junto do seu médico de família”, bem como libertar os serviços de urgência dos hospitais “para situações que verdadeiramente se justificam”, uma vez que “muitos dos episódios registados” nas urgências “manifestam uma procura errada”.

A ARS esclarece ainda que, se houver necessidade tendo presente a monitorização da atividade gripal, poderá estender a outras unidades de cuidados de saúde primários da região Norte o alargamento do seu horário de funcionamento.

A atividade gripal registou um aumento, na semana passada, mas com tendência para crescer, tendo sido identificados 32 vírus da gripe, revela o Boletim de Vigilância Epidemiológica, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge.

De acordo com o relatório publicado semanalmente, a taxa de incidência da gripe foi de 113,3 casos por cem mil habitantes, na semana de 19 a 25 de dezembro.

Serviço de cardiologia de Vila Real
O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro anunciou que dispõe de uma nova valência para a realização de estudos...

Esta técnica foi iniciada na quinta-feira, no serviço de cardiologia da unidade de Vila Real do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), e vai permitir tratar doentes provenientes de toda a região de Trás-os-Montes e concelhos do Douro Sul.

Desta forma será possível “proporcionar cuidados de saúde de maior proximidade” e “evitar a deslocação dos doentes para um centro de referência no Porto”.

Segundo explicou o centro hospitalar, trata-se de procedimentos com “elevada diferenciação técnica, que consistem na aplicação de estímulos elétricos e execução de técnicas de mapeamento ou ablação, efetuadas dentro da própria cavidade cardíaca, através da introdução de diversos cateteres.

Desta forma, acrescentou a fonte, “é possível determinar o mecanismo exato e eliminar muitas das arritmias mais complexas”.

A realização deste procedimento pode, ainda, “atenuar efeitos indesejáveis de medicamentos agressivos, bem como complicações graves a que as arritmias em questão dão origem”.

O CHTMAD informou que, para o próximo ano, já existe programação para a prossecução regular destes estudos na unidade hospitalar.

A referenciação para o serviço de cardiologia e unidade de cuidados intensivos coronários (UCIC) deste centro hospitalar abrange de forma direta 430.000 doentes.

O CHTMAD junta os hospitais de Vila Real, Chaves, Lamego e o de Peso da Régua, o qual se encontra encerrado há vários meses.

Em 2017
Mais esperança com novos medicamentos, uma vacina, investigação, prevenção. Será assim 2017 no combate ao cancro, doença que...

O novo ano traz a promessa de uma vacina para o cancro do estômago, tal como nova medicação dirigida a mutações específicas nas células e terapias desenhadas para fortalecer o sistema imunitário do doente. As duas têm mostrado alguns resultados animadores no combate ao cancro do pulmão. Um caminho que tem de ser feito de mãos dadas com a prevenção: rastreios e alteração de comportamentos.

"O cancro é diferente consoante o órgão, se se é homem ou mulher, se se é velho ou novo", frisou ao Diário de Notícias Manuel Sobrinho Simões, investigador e diretor do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto, para explicar que ainda não é possível ter resultados iguais para todos. Se na mama e no cólon estamos a avançar na batalha, mais difícil tem sido no cancro do estômago. "Ao contrário do cólon, que temos um pólipo que se tirarmos não chega a ser cancro, não sabemos porque é que no estômago não fazem pólipos antes, invadem logo", adiantou.

Mas 2017 promete uma nova arma. "O que será a nossa solução é a vacina contra a bactéria Helicobacter pylori. Pensamos que vai aparecer para o ano. Os cancros do estômago não são só causados pela bactéria, mas são muito causados por ela. Induz um processo inflamatório crónico, uma gastrite crónica, e estas dão muitos radicais livres de oxigénio que dão muitas mutações", salientou o especialista, que fala noutra peça fundamental: "O desenvolvimento de novos medicamentos que não são para mutações de células, mas para o sistema imunitário e metabólico do hospedeiro aumentando a sua capacidade de reagir [ao cancro], induzindo o suicídio das células, impedindo que elas se mobilizem ou parando-as."

No caso do cancro do pulmão - um dos que têm maior taxa de mortalidade -, a investigação tem seguido os dois caminhos, que têm permitido alguns bons resultados: medicamentos inovadores que aumentam a capacidade do sistema imunitário e inovadores dirigidos a mutações específicas em determinadas células. Como exemplo, a Agência Europeia do Medicamento recomendou, recentemente, a utilização do pembrolizumab como tratamento de primeira linha, em vez de quimioterapia, em doentes com cancro do pulmão de células não pequenas cujos tumores tenham uma determinada mutação. Atualmente, o medicamento da Merck já é usado, mas como segunda opção. A aprovação como primeira escolha deverá acontecer no início do próximo ano.

Mas o combate faz-se também com a prevenção. "Outra coisa que vai ser muito importante é começarmos a perceber se tratarmos bem a obesidade e a diabetes vamos ter menos cancro e os doentes com cancro vão ter cancros muito menos agressivos. E temos de aumentar os rastreios, porque se o diagnóstico for precoce, primeiro o doente cura, depois os custos são completamente diferentes. No caso do cancro do cólon num estádio dois, o custo fica por quatro mil euros, se for num estádio avançado passa para 40 mil a 50 mil euros por ano. Na mama temos a mesma experiência. O Estado português pouparia imenso e os doentes poupariam imenso em sobrevida e qualidade de vida", salienta Sobrinho Simões.

O diretor do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto fala da estratégia dos três C: curar, controlar e cuidar. "Calculamos que surjam 60 mil novos casos de cancro por ano. Cerca de 25 mil pessoas morrem. Mais de 50% das pessoas não morrem. O número de novos cancros está a aumentar, mas a mortalidade não, o que é muito bom. Sinal de que estamos a chegar mais cedo, a tratar melhor, os cuidados paliativos melhoraram. Mas ainda temos de melhorar a parte do cuidar", defende.

Investigadores
Cientistas criaram um método que permitirá desenvolver um aparelho capaz de diagnosticar 17 doenças através do sopro. O...

"Um dos maiores desafios da era moderna dos diagnósticos é como detetar doenças quando ainda nos sentimos saudáveis", disse Hossam Haick, investigador do Instituto de Tecnologia de Israel que liderou a equipa de cientistas, segundo o Business Insider.

O dispositivo mostrou um nível de eficácia de 86% nos testes realizados a 1404 pacientes saudáveis e doentes, conforme o artigo publicado no ACS Nano.

A expiração contém nitrogénio, dióxido de carbono e oxigénio, mas também compostos químicos muito voláteis que variam conforme o estado de saúde do paciente. O diagnóstico, segundo o Diário de Notícias, é possível porque o dispositivo tem nano partículas inteligentes que medem a concentração destes compostos para perceber se os níveis estão de acordo com o desejável.

Esta ideia relembra os conselhos que Hipócrates dava aos alunos: "cheirem o bafo dos vossos pacientes". O pai da medicina dizia que um bafo doce ajudava a diagnosticar, por exemplo, a diabetes.

Os investigadores mediram as níveis químicos provocados por cada uma das 17 doenças e concluiu que todas têm uma concentração específica.

Para já, os cientistas querem desenvolver o dispositivo para melhorar os níveis de eficácia e realizar novos testes. Querem também analisar o modo como o aparelho funciona quando o paciente tem mais do que uma doença.

Estudo
Um estudo europeu levado a cabo pela gigante dos gadgets eletrónicos TomTom revela novos dados sobre o comportamento dos...

Os investigadores concluíram que o principal objetivo da maioria dos inquiridos (39%) é manterem-se saudáveis, seguido de 25% que pretendem tonificar o corpo e 17% que ambicionam perder peso e massa gorda.

Na população inquirida, 63% considera ser capaz de alcançar os objetivos delineados, no entanto, 13% sente-se incapaz de cumprir esses objetivos. A maioria (51%) acaba por desistir por ter dificuldade em conseguir manter uma alimentação saudável ou um plano de exercício regular, enquanto 9% se sente desmotivado por não ter acesso à informação correta sobre a sua evolução.

Em relação ao IMC, escreve o Sapo, oito em cada dez pessoas sabem do que se trata e 40% acreditam ser uma boa forma de controlar os níveis globais de saúde e fitness. 90% dos inquiridos trava uma luta para manter o seu peso, enquanto sete em cada dez admitem pesar-se todos os dias.

Na busca pelos resultados físicos, 26% usa um instrumento de monitorização para medir a sua evolução corporal. No entanto, o tempo médio de utilização destes dispositivos ronda os 5 meses, após esse tempo, apenas 16% continua a utilizá-los regularmente.

As razões mais apontadas para deixarem de utilizar estes dispositivos são o esquecimento e disponibilização de informação insuficiente (24%).

Dos inquiridos que por norma não utilizam estes dispositivos, um terço tenciona vir a utilizá-los.

No estudo participaram 8030 adultos (maiores de 18 anos) dos seguintes países: Reino Unido (2001), França (2005), Itália (2006), Holanda (1004), Espanha (1002).

Feitas este ano
Injetar missangas no organismo para emagrecer é uma das mais curiosas. Mas, de acordo com um site de saúde internacional, está...

Ano após ano, sucedem-se os estudos e as investigações científicas que pretendem ajudar as pessoas com excesso de peso a emagrecer e a recuperar a saúde. Existem, no entanto, uns mais insólitos e surpreendentes do que outros. Um site de saúde norte-americano elegeu aqueles que considera os mais curiosos de 2016. Além de missangas, há especialistas que defendem o exercício físico em jejum, os alimentos gordos, a proteína animal e até os nutrientes probióticos, escreve o Sapo.

1. Fazer dieta melhora o humor
Muitas pessoas ficam impacientes e mal-dispostas quando fazem dieta. No entanto, um estudo publicado no jornal JAMA Internal Medicine apurou que, quando têm um peso ligeiramente acima da média, seguir um regime de restrição calórica não é forçosamente mau. Os investigadores do Ingestive Behavior Laboratory do Pennington Biomedical Research Center em Louisiana, nos EUA, apuraram que esses indivíduos, além de dormir melhor, sorriem mais e têm uma vida sexual melhor.

2. Injetar missangas no organismo faz emagrecer
Um estudo de pequenas dimensões apresentado na convenção anual da Society of Interventional Radiology apresentou uma nova técnica para reduzir o apetite e potenciar, desta forma, a perda de peso. Os seus autores defendem a injeção de missangas microscópicas na corrente sanguínea. Este procedimento reduz a segregação da grelina, também conhecida como a hormona da fome.

3. As pessoas mais ativas não são as que queimam mais calorias
Um estudo da City University, em Nova Iorque, nos EUA, publicado no jornal Current Biology, descobriu que as pessoas que praticam exercício físico de forma moderada queimam, em média, mais 200 calorias do que as que têm uma atividade física baixa no dia a dia. O mais surpreendente desta investigação é que, de acordo com os dados apurados, os indivíduos que fazem muito desporto queimam sensivelmente a mesma quantidade quando não treinam.

4. Ingerir alimentos gordos não faz engordar
Esta tese foi avançada pelo jornal The Lancet Diabetes & Endocrinology, que divulgou um estudo que verificou que, num grupo de mulheres que integrava uma experiência de avaliação da perda de peso, as que seguiam um regime alimentar da chamada dieta mediterrânica, rica em azeite e frutos secos, perderam mais peso e massa corporal na zona abdominal do que as que ingeriram produtos menos calóricos.

5. A proteína vegetal é mais saciante do que a proteína animal
Um estudo publicado pelo Food and Nutrition Research nos últimos meses de 2016 assegura que a proteína vegetal é mais saciante do que a proteína animal. Depois de acompanhar 43 homens adultos, os especialistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, que o levaram a cabo, chegaram à conclusão que os que ingeriram pratos à base de puré de vegetais, feijões e lentilhas tiveram menos fome e ingeriram menos comida na refeição seguinte.

6. Os alimentos probióticos fazem diminuir os níveis de açúcar no sangue
Um grupo de especialistas do Cambridge Cardiac Care Centre em Ontário, no Canadá, levou a cabo uma pequena investigação que apurou que os alimentos probióticos fazem diminuir os níveis de açúcar no sangue. A análise incidiu numa amostra de voluntários adeptos da Dieta DASH, sigla de Dietary Approaches to Stop Hypertension. Os que ingeriam este tipo de ingredientes com maior regularidade apresentaram resultados melhores.

7. As pessoas que fazer exercício em jejum comem menos
Uma experiência científica levada a cabo na University of Scranton e publicada pelo Journal of Nutrition and Metabolism, nos EUA, revelou que as pessoas que fazem exercício de manhã de estômago vazio tendem a ingerir menores quantidades de comida ao longo do dia. Os cientistas chegaram a esta conclusão depois de monitorizar a atividade de 12 homens fisicamente ativos com idades entre os 18 e os 23 anos.

Boletim de Vigilância Epidemiológica
A atividade gripal registou um aumento, na semana passada, mas com tendência para crescer, tendo sido identificados 32 vírus da...

De acordo com o relatório publicado semanalmente, a taxa de incidência da gripe foi de 113,3 casos por cem mil habitantes, na semana de 19 a 25 de dezembro.

Na semana precedente, de 12 a 18 de dezembro, a atividade gripal estava baixa, mas com tendência para crescer, tendo-se registado 74,9 casos por cem mil habitantes e identificados 36 vírus da gripe do subtipo A (H3).

Entre 19 e 25 de dezembro foram identificados 32 vírus da gripe [do subtipo A (H3)].

O boletim indica ainda que foram reportados, na semana passada, 14 casos de gripe, por parte de 22 unidades de cuidados intensivos hospitalares que enviaram informação, sendo que em cinco (35,7%) doentes foi identificado o vírus influenza A (H3) e nove (64,3%) não foram subtipados.

De acordo com o boletim, verificou-se que sete (50%) doentes eram do sexo masculino, 12 (85,7%) tinham 64 anos e dois (14,3%) tinham entre 15 e 64 anos.

No relatório é referido que três (25%) doentes estavam vacinados contra a gripe sazonal e todos eram portadores de doença crónica.

Na semana a que se refere este boletim não foram registados óbitos.

Desde o início da época gripal, em outubro, foram comunicados 48 casos de gripe admitidos em unidades de cuidados intensivos, tendo sido até ao momento reportados sete óbitos (14,6%).

Na semana de 19 a 25, o valor médio da temperatura mínima do ar foi de 3,2 graus Celsius, muito inferior ao normal (1971-2000) para o mês de dezembro, é indicado no boletim.

Segundo o relatório, houve um aumento da atividade gripal na região europeia para 38% (tinha sido 28% na semana anterior).

A época gripal 2016-2017 começou em outubro e termina em meados de maio.

Secretário de Estado
A rede de monitorização da qualidade do ar vai ser modernizada, com intervenções concluídas no final de 2017 e investimentos...

Com uma verba que "esperamos ande em torno dos 3,5 a quatro milhões de euros contamos renovar e modernizar toda a nossa rede de qualidade do ar", avançou Carlos Martins.

Cerca de um milhão de euros será transferido do Fundo Ambiental, instrumento que estará operacional a 01 de janeiro, para a contrapartida nacional do investimento na modernização da rede de monitorização, operação que vai centrar-se em 60 a 70 estações do total das 80 da rede principal, explicou o governante.

O restante será obtido pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), com as contrapartidas ao fundos regionais.

"Contamos que no final de 2017 a nossa rede esteja ao nível do que desejamos e tenhamos dados que nos permitam ter políticas mais consistentes no que há a fazer nesta matéria" da qualidade do ar, referiu o secretário de Estado do Ambiente.

Carlos Martins apontou que "há um conjunto significativo de equipamentos que já evidenciam muitos problemas", quer de modernidade, quer em termos de fiabilidade.

"A modernização da rede de qualidade do ar era um desejo que já tínhamos identificado em 2016, mas não houve verbas disponíveis para as contrapartidas nacionais das candidaturas que as CCDR estavam a pretender realizar, sobretudo em três delas era um problema premente", disse ainda o governante.

O Relatório do Estado do Ambiente (REA) 2016, divulgado na quarta-feira, refere que, na qualidade do ar, a classe predominante do índice nos últimos anos tem sido "Bom", tendência que se manteve em 2015, havendo um ligeiro aumento dos dias com qualidade "Muito Bom", de 10% em 2014 para 10,3 % em 2015, embora se tenha verificado no mesmo período uma subida do número de dias com "Fraco" e "Mau", de 2,2% para 2,7%.

Uma imagem diferente transmitem os ambientalistas, nomeadamente da Zero, referindo a preocupação com os efeitos da má qualidade do ar na saúde, principalmente em alguns pontos do país, realçando a importância de ter estações de monitorização em boas condições.

Em novembro, aquela associação dizia que, em 2015, se tinham registado "ultrapassagens significativas" dos limites fixados para alguns poluentes em comparação com o ano anterior, sendo o tráfego rodoviário um dos principais responsáveis.

Segundo a análise da Zero, verificaram-se, 66 excedências ao valor-limite diário de partículas inaláveis na estação de monitorização da avenida da Liberdade, em Lisboa, local onde ocorreram também 20 excedências aos limites de dióxido de azoto, com a média anual "bastante superior ao permitido pela legislação europeia e nacional".

"Esta média foi igualmente superada no Porto, na estação de Francisco Sá Carneiro/Campanhã e em Braga na estação de monitorização de Frei Bartolomeu Mártires – São Vitor", acrescentava a associação liderada por Francisco Ferreira.

Um relatório da Agência Europeia do Ambiente (EEA na sigla em inglês), divulgado em novembro, conclui que a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto causaram 6.640 mortes prematuras em Portugal, em 2013, mais que as 6.190 mortes estimadas para 2012.

Para respeitar princípio de igualdade
Os tratamentos de Procriação Medicamente Assistida terão de ter os mesmos tempos de espera quando aplicados a casais de sexo...

A regulamentação da Procriação Medicamente Assistida (PMA), hoje publicada em Diário da República, pretende assegurar “o respeito pelo princípio da igualdade no acesso” a estas técnicas, “rejeitando-se a exclusão de qualquer mulher no acesso às mesmas”.

A lei da PMA, publicada em junho, prevê o alargamento dos beneficiários destas técnicas.

A regulamentação, hoje publicada, indica que deve ser privilegiada “a inseminação artificial em relação às restantes técnicas de PMA, atendendo à sua menor intervenção e invasividade”, mas “desde que existam razoáveis probabilidades de êxito”.

O decreto regulamentar sublinha ainda a importância de “dotar os centros públicos de PMA de condições adequadas para fazer face a um aumento da utilização destas técnicas, assegurando-se, designadamente, um maior acesso a gâmetas de dadores”.

Qualidade alimentar
Os pais e encarregados de educação defenderam hoje que as refeições dos alunos voltem a ser feitas nas escolas e que os...

O presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), Rui Martins, manifestou-se hoje novamente preocupado com a qualidade das refeições fornecidas pelas escolas aos alunos, apresentando algumas propostas de mudança.

“A CNIPE defende que as refeições nas Escolas devem ser produzidas nas próprias escolas com alimentos comprados com recursos públicos, produzidos por agricultores locais. Esta forma de produzir as refeições será mais saudável do que se passa em grande parte das escolas no nosso país, onde os produtos e bens alimentares confecionados são produzidos a dez mil quilómetros de distância”, defende a confederação em comunicado enviado para a agência Lusa.

Uma das razões que levou a CNIPE a alertar para a falta de qualidade das refeições escolares prende-se com as inspeções realizadas recentemente pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), que culminaram com a suspensão de atividade de uma cantina escolar por incumprimento dos requisitos de higiene e instauração de 28 processos a operadores de refeitórios em escolas.

A CNIPE lembra que nos últimos anos a situação se tem agravado com cada vez mais denúncias de casos de “fornecimento de refeições estragadas, pouca variedade e quantidade”.

Segundo Rui Martins, a maior parte das refeições escolares são fornecidas através de concursos locais, “através das autarquias que até têm nutricionistas para acompanhar e controlar as refeições”.

No entanto, esses concursos “acabam por adjudicar a duas empresas a nível nacional e gerir um pacote de mais de 50 milhões de euros”, criticam os pais.

A CNIPE acredita que se as refeições fossem feitas nas escolas a sua qualidade, variedade e quantidade melhoraria e que se os alimentos fossem comprados localmente isso iria ajudar os produtores locais.

Estas são posições também defendidas pelo representante em Lisboa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Francisco Sarmento, que defende a criação de um Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional em Portugal, que poderia intervir na melhoria das refeições escolares.

“Se as escolas tivessem acesso a alimentos comprados com recursos públicos, produzidos por agricultores locais, seriam mais saudáveis do que aqueles que eventualmente estão a fornecer às crianças neste momento, que são produzidos a dez mil quilómetros de distância. Certamente em relação à saúde teria impacto, e em relação ao orçamento da família também. Para quem produz os alimentos comprados pelas escolas significaria uma melhoria do seu modo de vida e a possibilidade de permanecer no meio rural porque poderia ter rendimentos da atividade agrícola”, defendeu Francisco Sarmento em entrevista publicada hoje no jornal Público.

Lisboa e Vale do Tejo
Quarenta e seis centros de saúde estarão abertos no próximo sábado e 19 no domingo na Região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo...

Em declarações, o vice-presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), Luís Pisco, confirmou uma “grande afluência” aos centros de saúde e aos hospitais devido à gripe, que “chegou mais cedo” este ano.

“Os centros de saúde têm uma rede para atender casos de doença aguda, à qual as pessoas podem recorrer se não tiverem necessidade de ir ao hospital”, disse.

Segundo Luís Pisco, durante os dias da semana existem 31 locais da região que estão abertos depois das 20:00.

A título de exemplo, o responsável disse que, segunda-feira, foram feitas 1.800 consultas nos centros de saúde nesses locais. Na terça-feira, foram feitas nos centros de saúde da ARSLVT 36.000 consultas: 34.500 das 08:30 às 20:00 e 1.400 após as 20:00.

Questionado sobre a capacidade de resposta, Luís Pisco disse que os casos estão a ser monitorizados e que as equipas poderão ser reforçadas se isso for necessário.

“Se houver mais procura estamos preparados para reforçar as equipas e assim as pessoas não deixarem de ser atendidos”, adiantou.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde publicou a norma para a fibromialgia, que passa a reconhecer oficialmente a doença, que atinge mais de...

“Isto é muito importante, é um passo de gigante para mais de 300 mil doentes”, porque significa que “finalmente a fibromialgia está oficialmente reconhecida como uma patologia”, disse Fernanda Margarida Neves de Sá.

Na norma, publicada na terça-feira, estão inseridos “todos os pontos de diagnóstico, a forma como os doentes devem ser diagnosticados, acompanhados, e as bases científicas que levaram a Direção-Geral da Saúde (DGS) a elaborar esta norma”, com obrigatoriedade de cumprimento, explicou a responsável.

Agora, a norma vai ser enviada para “todos os centros de saúde, para todos os centros hospitalares” e todos os profissionais de saúde vão ter que a seguir.

A partir de agora, quando um médico dizer que a fibromialgia não existe, o doente pode fazer participação à DGS, porque “é o incumprimento de algo que é obrigatório”, disse a presidente da associação.

Por outro lado, adiantou, o Ministério da Saúde estava a aguardar por esta norma para prosseguir o processo de “aceitação da resolução aprovada pela Assembleia da República”, e publicada em Diário da República em julho de 2015, que recomenda ao Governo a implementação de medidas pelo reconhecimento e proteção das pessoas com fibromialgia.

As estimativas apontam para que a fibromialgia possa atingir cerca de 2% da população adulta portuguesa, sendo que as mulheres são cinco a nove vezes mais afetadas do que os homens por esta doença que se inicia, em regra entre os 20 e os 50 anos.

Em 2017
A Fundação Portuguesa do Pulmão quer envolver as farmácias, em 2017, num projeto para combater utilizações deficientes de...

Em comunicado, a Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) indica que elegeu 2017 como “o ano da técnica inalatória” e refere que, nesse âmbito, “está já em negociação com as farmácias para que estas sejam um local essencial no ensinamento dos utentes que surgem ao balcão com receita médica”.

A colaboração pretendida traduz-se “na instrução dos pacientes, logo desde a primeira receita, de modo a minimizar as utilizações deficientes de fármacos ou aparelhos” e a adotar uma “boa técnica inalatória”.

São procedimentos “relativamente simples” que, se “observados com rigor pelos doentes”, resultam numa “sensível melhoria da ação terapêutica e no recurso a doses menores de medicamentos”.

A FPP lembra que as “más práticas” levam à procura de novos diagnósticos ou agudizações da doença e consequentes gastos com antibióticos, corticóides, internamento, perda de dias de trabalho, de idas à escola e em anos de vida por morte prematura evitável”.

A fundação afirma que em Portugal são gastos pelo Estado cerca de 60 milhões de euros em medicamentos utilizados nesta área da saúde, “com uma eficácia que é calculada entre 40 e 60%”.

Só na região Norte, em 2014, as patologias respiratórias determinaram 35.496 internamentos, indica o 11.º relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, publicado já em 2016.

Nesta região, destaca o documento, a ventilação “tem sido prescrita de forma crescente entre 2005 e 2014, tendo aumentado quatro vezes”.

A nível nacional, o número total de internamentos por doenças respiratórias no mesmo ano foi de 109.372 e os episódios de doentes submetidos a ventilação mecânica cresceu 257%, segundo o relatório.

A FPP, instituída em 15 de junho de 2009, tem por missão, segundo o seu sítio de Internet, “intervir, por todas as formas, na promoção da saúde respiratória dos portugueses, na prevenção as doenças e na defesa dos interesses e direitos dos doentes respiratórios e bem assim pugnar pela universalidade e equidade no acesso aos cuidados de saúde respiratórios”.

Resultados de um ensaio clínico
A Mayo Clinics, nos EUA, anunciou recentemente os resultados de um ensaio clínico, publicados na revista científica The...

A osteoartrite (ou osteoartrose) é uma doença degenerativa das articulações, sendo a patologia articular mais comum em todo o mundo. Os principais sintomas são a dor e incapacidade motora que levam à diminuição da qualidade de vida e ao absentismo laboral. O joelho é a articulação mais afetada por esta doença incapacitante, que atinge 3 a 4 % da população mundial.

Com o objetivo de testar a eficácia e a segurança da utilização de células estaminais de medula óssea autóloga (do próprio) para reduzir a dor e a incapacidade provocada por osteoartrite do joelho, os investigadores recrutaram 25 doentes com dor associada a osteoartrite em ambos os joelhos.

Foram colhidas células estaminais da medula óssea de cada doente, tendo sido depois injetadas aleatoriamente num dos joelhos. No outro joelho foi injetada uma solução salina para que o doente não soubesse qual o joelho que tinha recebido o tratamento. Os doentes foram depois avaliados 1 semana, 3 e 6 meses após o tratamento.

Os resultados demonstram que não foram registados efeitos adversos graves associados ao procedimento. A dor reduziu significativamente ao longo do tempo, tendo essa redução sido verificada nos dois joelhos, e não apenas naquele que recebeu a injeção de células estaminais.

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