FAO
O novo representante da FAO em Portugal considerou prioritária a criação no país de um Conselho Nacional de Segurança Alimentar...

“Portugal não tem [um Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional] e eu acho que era importante. Não tem de ser, necessariamente, um órgão completamente novo, deve construir-se com base no que já existe”, referiu Francisco Sarmento, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Portugal e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Para o responsável, que assumiu funções em dezembro, um órgão como o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CNSAN) - que já existe em outros países da CPLP, de acordo com a estratégia do bloco na área da segurança alimentar e nutricional -, permite "que as diferentes iniciativas que existem do Ministério da Saúde, da Educação, da Agricultura possam caminhar juntas para resolver os problemas da alimentação".

O Governo português já sinalizou, em conversas informais com o responsável da FAO, que dará prioridade à questão.

“A necessidade de uma maior coordenação entre setores cuja ação impacta na questão da alimentação é uma prioridade em Portugal”, referiu, acrescentando que nem sempre é uma questão de recursos.

“Nós temos um campo muito amplo para trabalhar em Portugal se quisermos, de facto, realizar no país o direito humano à alimentação adequada”, acrescentou

Para o responsável, que já trabalha há anos na FAO, somente através da coordenação alargada, com ministérios, organizações e sociedade civil, será possível tornar as políticas públicas sobre a alimentação que estão a ser implementadas mais eficazes e eficientes.

“Em Portugal, não temos problemas graves de subnutrição como noutros países, mas isso não significa que não tenhamos problemas no sistema alimentar que impactam na saúde das pessoas", o que não é exclusivo de Portugal, disse Sarmento, um português que já viveu em vários países, nomeadamente Brasil e Angola.

Francisco Sarmento afirmou que o direito a alimentação adequada é relativamente recente e os países, em geral, estão ainda a aprender implementá-lo.

Para o responsável da FAO, hoje em dia as pessoas têm mais dificuldade no acesso a uma alimentação adequada para a sua saúde, seja pelo maior ou menor acesso à informação sobre o assunto, pela oferta que existe no mercado ou devido às suas possibilidades financeiras.

Assim, há uma epidemia “galopante” de excesso de peso, obesidade, diabetes, hipertensão, cancro e que “isso não foi escolha das pessoas”, segundo Sarmento.

“Eu tenho notado, com as conversas que tive com as autoridades portuguesas, nomeadamente com o Ministério da Agricultura, a clara consciência destes desafios e o desejo de abordar estes problemas de frente e tentar resolvê-los, dentro da margem de manobra que hoje o Governo tem no quadro das restrições financeiras que existem”, acrescentou.

Sarmento referiu ainda que em função da recente crise financeira em Portugal, um conjunto de grupos ficaram mais vulneráveis a uma nutrição muito deficiente, ocorrendo ainda alguns casos de subnutrição.

“Esses grupos estão particularmente entre aqueles com menor rendimento, mais isolados, com menos capacidade de organização e escolha, como é o caso dos idosos”, disse.

O representante da FAO disse ainda que nas regiões interiores de Portugal há “uma desertificação do ponto de vista humano” e “os agricultores de menor dimensão deixaram de ser competitivos e a atividade agrícola praticamente em algumas regiões já não é expressiva”.

“Uma das soluções passaria por terem um mercado local baseado nas compras públicas das escolas e das forças Armadas, por exemplo. Existem estudos realizados em países da Europa que mostram que isso representa 10% a 15% do orçamento do Estado”, declarou.

“Este tipo de ação poderia manter estes agricultores nos campos, impedir a saída de pessoas para as grandes cidades e, talvez, levar outras pessoas a retornar para a agricultura”, sublinhou ainda.

Ordem dos Médicos
Os médicos que acabam a especialidade em Portugal são mais do triplo do que aqueles que se reformam, o que constitui o excesso...

O bastonário José Manuel Silva considera precisamente que a manutenção da qualidade da formação médica é um dos principais desafios do próximo responsável da Ordem dos Médicos, que na quinta-feira será escolhido através de eleições.

Em 2015 e 2016 reformaram-se 672 médicos, enquanto terminaram a especialidade cerca de 2.300. A iniciar a especialidade contaram-se 3.200 médicos, quatro vezes e meia mais do que os que se aposentaram.

“Dentro de um ano e pouco teremos todos os portugueses com médico de família e a partir daí estamos a formar médicos de medicina familiar a mais. Não teremos desemprego médico, porque os médicos portugueses emigram com facilidade”, afirmou o bastonário.

Além de a qualidade da formação em Portugal os tornar alvos procurados por outros países, os médicos emigram para locais onde trabalham menos, ganham muito mais e têm melhores condições de trabalho, segundo José Manuel Silva.

Lembrando que em Portugal o que há é falta de dinheiro para contratar mais profissionais e não falta de médicos, o bastonário considera imprescindível regular o acesso aos cursos superiores de Medicina.

“Eu não quero pôr um travão nos ‘numerus clausus’. O que eu quero é que seja definido [em Medicina] o mesmo critério que nos outros cursos”, defendeu o bastonário, aludindo ao facto de os cursos de Medicina terem um número de vagas fixado politicamente.

“Se perguntarmos aos diretores dos cursos de Medicina, todos dizem que têm alunos a mais”, acrescentou.

Também a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) já propôs ao Governo reduzir, em cinco anos, de 1.800 para cerca de 1.300 o número de estudantes de medicina por ano.

O que se pretende é uma salvaguarda da qualidade da formação médica, pré e pós-graduada, que pode repercutir-se na qualidade dos serviços de saúde.

"Mulheres como Nós"
Os rostos de 24 mulheres do litoral alentejano que enfrentaram com garra o cancro da mama são a cara de um calendário solidário...

O calendário "Mulheres como Nós" é um projeto "positivo" e "solidário" feito "com mulheres" e "para mulheres", que "não permitem que o cancro escreva o guião das suas vidas", descreve Ana Morais, coordenadora do núcleo de Grândola da Missão Coragem, também ela vítima da doença.

"Aos 40 anos tive a notícia de que tinha cancro da mama, foi detetado por mim, notei um caroço no peito, fiz uma ecografia, fiz uma mamografia e percebeu-se que havia necessidade de fazer uma biópsia", recorda.

Só com a remoção do nódulo foi possível uma análise profunda, que detetou "um carcinoma em fase muito inicial". Teve que se submeter a uma segunda intervenção cirúrgica, fazer radioterapia durante um mês e depois um tratamento hormonal, que significa ter de levar "uma injeção de três em três meses".

Durante este processo conheceu, através de um folheto no hospital, a Missão Coragem, uma associação do litoral alentejano, com sede em Santiago do Cacém, distrito de Setúbal, que ajuda mulheres com cancro da mama, através da doação de próteses e soutiens adaptados ou de outras contribuições para resolver necessidades sentidas pelas vítimas da doença.

A ideia de fazer um calendário surgiu como uma forma de angariar fundos para a Missão Coragem e simultaneamente promover a "sensibilização e a prevenção" da doença, procurando contribuir para que as pessoas "não tenham medo de fazer os exames com receio de receber uma notícia negativa".

"É preferível receber uma notícia negativa com tempo, do que já com menos margem de manobra para poderem ter tempo de tratar, porque cada vez há mais sucesso se as coisas forem feitas atempadamente", alerta.

A opinião é partilhada pelas "modelos" do calendário, mulheres corajosas que enfrentam a adversidade com um sorriso no rosto e que querem contribuir para ajudar outras que estão a passar pelo mesmo, para que saibam que "não estão sozinhas".

Mamografia, ecografia, biópsia, mastectomia, cirurgia, quimioterapia, radioterapia e tratamento hormonal são algumas das palavras que se repetem conforme seis das 24 mulheres partilham as suas histórias com a agência Lusa.

Cristina Pina, de Sines, demorou algum tempo a decidir ir ao hospital para saber a razão de uma "dor" na mama. Tinha um "cancro maligno".

Sem qualquer sintoma, o cancro de "grau cinco" de Maria de Fátima Batista, de Santiago do Cacém, hoje com 56 anos, foi detetado num rastreio.

Aos 49 anos, Isabel Feliciano, de Santiago do Cacém, hoje com 51, conseguiu o diagnóstico da doença, após "cerca de seis meses" a insistir junto dos médicos que "alguma coisa não estava bem" consigo, embora durante esse período lhe dissessem "que não tinha nada".

Teresa Mendes, de Grândola, agora com 40 anos, foi submetida a uma cirurgia aos 38, cerca de um mês depois de ter reparado no reflexo do espelho "que tinha a pele do peito diferente".

Residentes na aldeia do Carvalhal, na costa do concelho de Grândola, Carmélia, de 53 anos, e Sandra Duarte, de 42, são irmãs e companheiras na luta contra o cancro da mama.

Carmélia descobriu o cancro aos 35 anos, quando procurou os médicos para detetar a origem de uma dor. Ultrapassou a doença, mas voltou a ter que travar nova batalha anos mais tarde.

Foi nela que Sandra encontrou apoio quando, em 2015, foi detetado um nódulo num rastreio de rotina.

"Eu não sabia o que se ia passar, mas sabia o que esperar, foi muito importante ter a minha irmã", reconhece, defendendo ser "muito importante as pessoas perceberem que não estão sozinhas, que há alguém que as percebe", sendo essa uma das razões pela qual decidiu dar a sua cara por esta causa.

O calendário solidário "Mulheres como Nós" foi feito da boa vontade de pessoas que lutaram ou estão a lutar contra o cancro da mama, com o contributo de cinco fotógrafos que aceitaram o desafio e se voluntariaram para as sessões fotográficas.

Os calendários podem ser adquiridos pelo valor de cinco euros em vários estabelecimentos das localidades de Grândola, Melides, Santiago do Cacém, Vila Nova de Santo André, Cercal do Alentejo, Sines e Odemira ou através da página no Facebook "Calendário Solidário - Mulheres como Nós".

Bastonário da Ordem dos Médicos
A Ordem dos Médicos defende que todas as pessoas que tenham usufruído de atestados médicos em branco para a carta de condução...

“Ainda não chegou nenhum caso ao nosso conhecimento de médicos que assinam atestados em branco para as escolas de condução. Estamos à espera de um caso provado para o expulsarmos da Ordem”, afirmou em entrevista o bastonário dos Médicos, José Manuel Silva.

No mês passado, o Jornal de Notícias revelou que há escolas de condução com “acordos” com clínicos para a obtenção de atestados médicos para quem tirar a carta. Segundo o jornal, o presidente da Associação Portuguesa de Escolas de Condução assume que é uma prática corrente.

Defendendo que a investigação a estes casos deve ir até às últimas consequências, o bastonário dos Médicos propõe também que as pessoas que usufruíram de atestados em branco percam imediatamente a carta de condução.

“Essas pessoas também têm de ser penalizadas, é preciso penalizar a fraude no corruptor ativo e no passivo”, defendeu.

Para José Manuel Silva, a “mentalidade favorável ao aparecimento da fraude” pode exibir-se no facto de a Ordem não ter recebido nenhuma comunicação a indicar uma empresa de condução onde tenham sido mostrados atestados em branco para preencher com o nome do aluno ou candidato a condutor.

Sobre os casos de fraude mais ampla no Serviço Nacional de Saúde, que também envolvem médicos, o bastonário admite que afetam a imagem dos profissionais da classe e afirma que a Ordem está apostada em “separar o trigo do joio”.

Reconhecendo que a resposta de autorregulação disciplinar da Ordem é “absolutamente crucial para uma imagem de isenção e de responsabilidade”, o bastonário lembra que a própria lei limitava a atuação dos conselhos disciplinares por definir um número reduzido do elementos.

Há atualmente um total de 15 membros nos três conselhos disciplinares (Norte, Centro e Sul), que passarão a 36 - 17 elementos no Sul, 12 no Norte e sete no Centro.

“Teremos mais capacidade de responder rapidamente. Mas o Estado, embora critique não respondermos atempadamente, também não nos dá facilidade nenhuma”, lamenta José Manuel Silva, indicando que os médicos não recebem remuneração por estarem nos conselhos disciplinares e não têm qualquer direito a dispensa de trabalho para exercer essas funções.

Questionado sobre expulsões mais recentes de médicos da Ordem, o bastonário lembrou os casos do médico condenado no processo de pedofilia da Casa Pia, o de um psiquiatra do Porto que violou uma doente e um dos clínicos envolvidos no processo Remédio Santo (apesar de ter sido expulso por outros processos).

Opinião
A classificação do mesentério enquanto órgão do corpo humano poderá vir a permitir não só um maior

O mesentério, já conhecido há centenas de anos, foi inclusive descrito por Leonardo da Vinci como uma estrutura contínua e assim perdurou até 1885 quando os achados de Sir Frederick Treves o apresentaram como fragmentado e dividido entre o intestino delgado, o cólon transverso e o cólon sigmóide.

Esta descrição  corroborava Henry Gray que na 1ª edição de Gray,s Anatomy – livro de referência no estudo de Anatomia para os estudantes de todo o mundo - referia a existência de vários mesentérios.

Qual a função do mesentério?

O mesentério é uma membrana que fixa o intestino à parede abdominal. Se não existisse o intestino ligar-se-ia directamente à parede abdominal o que certamente não permitiria os seus movimentos de contracção e relaxamento. Mantém o intestino com a conformação que conhecemos e impede que, ao levantarmo-nos ou a caminhar, ele colapse na pélvis e não funcione.

Para além disso existem vasos sanguíneos, linfáticos e nervos que através do mesentério alcançam o intestino. É conhecido que tem importância nos sistemas vascular, endócrino e imunológico embora seja necessária mais investigação para um conhecimento detalhado dessas funções.

O órgão “mesentério”

As investigações de J. Calvin Coffey, Cirurgião do Hospital de Limerick na Irlanda permitiram reclassificar o mesentério como uma estrutura contínua (através de cirurgias várias e estudos post mortem), condição necessária para a sua classificação como órgão, estabelecendo a sua anatomia e demonstrando  que essa continuidade é real, embora não observável de todas as formas que o mesentério é exposto.

Essa investigação foi recentemente publicada ( The Lancet, Gastroenterology and Hepatology, Vol 1, nº 3, p238-247, Nov. 2016) tendo já sido solicitado que a próxima edição de Gray,s Anatomy se refira ao mesentério como um órgão, o que parece ter sido já aceite.

O mesentério tem então uma forma espiral no abdómen e está disposto ao longo da coluna entre a porção superior do abdómen e a pélvis. Entre estes dois limites adopta uma conformação em leque, tipo “leque Chinês”, englobando todo o comprimento do intestino desde o duodeno até ao recto.

Esta clarificação e simplificação na sua estrutura e anatomia permitirão uma melhor definição das suas funções, do que acontece quando funciona incorrectamente e das doenças que o afectam. 

Coffey espera que uma melhor compreensão do mesentério possa levar a formas menos invasivas para o avaliar já que presentemente apenas é acessível por via cirúrgica ou radiológica. 

Será  porventura a base para o desenvolvimento de técnicas endoscópicas menos invasivas para o seu estudo e o início de uma nova especialidade ou sub-especialidade médica que estude e trate as suas doenças de forma mais rápida e menos invasiva.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Fique a conhecer
O ovo é um alimento extremamente nutritivo, sendo indicado para qualquer pessoa, com exceção dos ind

Organização Mundial da Saúde, considera o ovo como o segundo melhor alimento a ser consumido.

Mas, infelizmente, muitas pessoas não consomem ovo, devido a alguns mitos implantados por profissionais incautos, e inclusive, estudos que já foram já refutados. 

Talvez o maior mito envolvendo este alimento, é a falsa afirmação de que o mesmo aumenta os níveis de colesterol ruim. O ovo é rico em colesterol, porém, o colesterol existente neste alimento, é o HDL, que, por sua vez, trata-se do colesterol bom. 

Inclusive a Universidade de Harvard, realizou um estudo onde, um indivíduo foi submetido ao consumo de 25 ovos por dia, num período de 3 meses. A conclusão da pesquisa provou que, o ovo reduziu os níveis de colesterol, diferentemente do falso estereótipo que muitos acreditam.

Outro mito grotesco envolvendo o ovo, é a afirmação de que, consumir ovos todos os dias pode ser prejudicial. Como vimos anteriormente, o estudo realizado na universidade referenciada, expôs o voluntário a um consumo exacerbado de ovos diariamente.  Dado isso, não há uma restrição quanto à quantidade ideal a ser consumida, mas, é sempre interessante manter um certo bom senso ao ingerir quaisquer alimentos.

Outro mito envolvendo o ovo, é a falsa afirmação de que o ovo engorda. Na verdade, o que engorda é o carboidrato, gordura não engorda, e muito menos a proteína do ovo. O ovo na verdade, tem se mostrado efetivo no auxílio ao  processo de perda de peso.

Após desmistificar alguns mitos do ovo, iremos a seguir, analisar quais são os principais benefícios deste poderoso alimento.

Benefícios do ovo

Protege a visão: o ovo possui zeaxantina e luteína, esses por sua vez, são dois nutrientes essenciais que, ajudam a prevenir a degeneração macular. Por consequência, os indivíduos adeptos do ovo, são imunizados à complicações como Cataratas e Miopia por exemplo.

Vitamina D: são poucos os alimentos ricos em vitamina D genuína. Este nutriente é extremamente poderoso por diversos motivos. Por exemplo, a vitamina D é uma das responsáveis por alocar o cálcio nos ossos, evitando assim, possíveis calcificações nas artérias ou em outras localidades do corpo.

Proteína: a proteína animal é crucial para a hipertrofia muscular, e além disso, a proteína possui outras funcionalidades importantes no corpo. 

Cérebro: O ovo é riquíssimo em carotenoides, e esses são antioxidantes que, agem beneficamente, na prevenção da degeneração dos neurônios. Além disso, esses mesmos antioxidantes, atuam na eliminação dos temidos radicais livres.

E por decorrência disso, pode-se afirmar que, o ovo evita complicações na pele e até mesmo nos fios capilares. 

Quantos ovos comer por dia?
Não há uma restrição específica quanto à quantidade ideal de ovos a serem consumidos diariamente. O importante é sempre manter um bom senso, como fora dito anteriormente.

Algumas pessoas comem 9 ovos por dia, outras comem 12, ou até mesmo 3. Caso você esteja de dieta, procure priorizar o ovo, mas, não se esqueça de minguar o consumo de carboidratos. Apesar do ovo ajudar a emagrecer, ele não fará milagres se, o consumo de carboidrato estiver excessivamente elevado.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Custarão 30 milhões de euros
As obras do novo edifício do Instituto Português de Oncologia de Lisboa, que arrancam em 2018, vão custar cerca de 30 milhões...

O Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e a Câmara Municipal assinam na segunda-feira um protocolo de parceria que vai viabilizar a construção do novo edifício na Praça de Espanha, onde ficarão concentrados vários serviços.

Segundo um comunicado do IPO, a construção do novo edifício está projetada em terrenos que a Câmara de Lisboa cede, ao abrigo do protocolo que será assinado na segunda-feira.

O edifício ficará em frente da área até há pouco tempo ocupada pelo mercado de feirantes da Praça de Espanha e terá, segundo o IPO, melhores acessos pedonais e viários, que a autarquia vai construir.

As obras do edifício permitirão garantir o funcionamento do IPO no centro de Lisboa num horizonte de 15 a 20 anos.

O IPO pretende reunir no novo edifício as consultas externas, os serviços de atendimento não programado, central de colheitas, laboratórios, hospital de dia de adultos, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, fisioterapia, laboratórios, unidades de gastroenterologia, pneumologia, urologia, dermatologia e ainda a dádiva de sangue.

Fica deste forma resolvido, segundo a instituição, o problema da dispersão de serviços, um dos mais urgentes a resolver.

Governo
O Governo baixou o valor das taxas pelos serviços prestados por juntas médicas, como o atestado multiuso de incapacidade, que é...

De acordo com uma orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS), na origem desta descida de preços esteve “a atual conjuntura socioeconómica”.

O atestado multiuso de incapacidade passa a custar 25 euros, quando anteriormente o seu valor era de 50 euros, uma redução para metade, tal como acontece com o atestado em junta médica de recurso: de 100 euros para 50 euros.

Mantêm-se alguns valores como os cinco euros cobrados pela renovação de atestado médico de incapacidade multiuso em processo de revisão ou reavaliação do grau de incapacidade (cinco euros).

Estudo
A maior parte da incapacidade para o trabalho na Europa deve-se a nove doenças que podem ser tratadas ou prevenidas, segundo um...

O estudo sobre "Doenças comuns e incapacidade em três regiões europeias", publicado pelo Instituto Hospital do Mar de Investigação Médica, de Barcelona, baseia-se em dados recolhidos em três regiões europeias: centro oeste, centro-leste e sul, na que se incluem Portugal, Espanha e Itália.

"Reduzir o impacto das doenças prevalentes deveria ser uma prioridade nas políticas de saúde ocupacional em todas as regiões europeias",

Nas três regiões, a dor crónica é a condição médica que justifica mais incapacidades temporárias ou permanentes, numa lista que inclui depressão, ansiedade, artrite, doenças cardiovasculares, enxaquecas, insónia e doenças respiratórias.

A dor crónica, depressão e distúrbios de ansiedade justificam quase metade das incapacidades permanentes declaradas na zona centro-oeste (Bélgica, França, Alemanha, Holanda e Irlanda do Norte) e na zona sul, enquanto a dor crónica, doenças cardiovasculares e enxaquecas tiveram resultados mais elevados na zona centro leste (Bulgária e Roménia).

Na zona sul, a depressão justifica a incapacidade total em 24,4% dos casos, seguida da artrite (16,9%) e a ansiedade (16,8%).

Por contraste, na zona centro leste, as desordens mentais justificam menos de 10% das incapacidades totais.

Os autores do estudo salientam que a perda de capacidade de trabalho provocada por "condições de saúde comuns e tratáveis é tudo menos negligenciável".

Alertam ainda que a incapacidade temporária pressagia a permanente e que, de acordo com estudos anteriores, 40% do custo da perda de produtividade por razões médicas é o dinheiro gasto para tratá-las.

O universo da investigação é composto por cerca de 13.600 cidadãos europeus entre os 18 e os 64 anos que responderam a inquéritos sobre doenças mentais, com dados recolhidos entre os anos de 2001 e 2009, conforme a região.

Direção-Geral da Saúde
Os delegados de saúde devem intensificar as visitas aos lares de idosos como medida preventiva tendo em conta a previsão de...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera prevê a partir de hoje e, pelo menos até dia 21, que se verifique uma descida das temperaturas, em especial da mínima, que pode atingir valores entre -1 e -4 graus em Bragança, Vila rela, Guarda, Braga, Leiria, Viseu, Évora e Portalegre.

“A Direção-Geral da Saúde (DGS), a título preventivo, reforçou as orientações dadas à rede nacional de delegados de saúde no sentido da intensificação de visitas de caráter pedagógico aos lares de idosos”, refere uma nota.

Tendo em conta que o frio pode precipitar a descompensação de doenças crónicas, a autoridade de saúde insiste ainda nas recomendações preventivas à população: manter o corpo hidratado e quente, aquecer a casa, ter em atenção que há fontes de calor que representam risco de incêndio ou intoxicação, estabelecer contacto com familiares e vizinhos ou telefonar, em caso de necessidade, para a Linha Saúde 24.

Em 2016
O Instituto Nacional de Emergência Médica atendeu 1.370.349 chamadas de emergência em 2016, das quais resultou a ativação de 1...

De acordo com uma nota deste organismo do Ministério da Saúde, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) recebeu em 2016 mais 67.391 chamadas do que no ano anterior.

As chamadas efetuadas para o Número Europeu de Emergência (112) são atendidas pela PSP e GNR que as encaminha para os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM sempre que o motivo da chamada esteja relacionado com urgências ou emergências médicas.

Nesta central médica do INEM os profissionais “avaliam todos os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos necessários e adequados a cada ocorrência”, recorda a nota do instituto.

Em 2016, o atendimento das mais de 1,3 milhões de chamadas de emergência deu origem à ativação de quase 1,29 milhões de meios de emergência, entre os diversos tipos de ambulância (emergência médica, socorro, suporte imediato de vida, transporte inter-hospitalar pediátrico), motas de emergência, viaturas médicas de emergência e reanimação e helicópteros.

O instituto explicou que os meios são selecionados mediante a situação clínica das vítimas, a proximidade do local da ocorrência e a acessibilidade ao local da ocorrência.

Paulo Rebelo, operador do INEM, sublinha a importância de quem liga para o INEM dizer “de forma simples e clara” a localização exata e, sempre que possível, com indicação de pontos de referência, o número do telefone de que está a ligar, o tipo de situação (doença, acidente, parto), o número, o sexo e a idade aparente das pessoas a necessitar de socorro e as queixas principais e as alterações que observa.

“As perguntas feitas pelos profissionais dos CODU são muito importantes para a atuação do INEM, pois visam determinar a gravidade da emergência e o meio de socorro mais adequado para dar resposta à situação em questão”, adiantou.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho para melhorar e reestruturar os Centros de Orientação de Doentes Urgentes do...

Os pedidos de socorro efetuados através do 112 que respeitem situações de urgência ou emergência médica são transferidos para as centrais de atendimento conhecidas por Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Um despacho publicado hoje em Diário da República cria um grupo de trabalho para “reestruturação dos CODU”, com a missão de apresentar propostas que “permitam melhorar a eficiência, a eficácia e a qualidade do serviço prestado”.

O grupo de trabalho deve apresentar até ao fim do mês de março um relatório com o diagnóstico dos constrangimentos atuais dos CODU e com propostas para ultrapassar os problemas identificados.

Integram esta estrutura de trabalho o diretor do departamento de emergência médica do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), o coordenador nacional dos CODU, um representante dos médicos dos centros de orientação, um representante dos operadores, dois especialistas hospitalares em emergência médica, um representante da Ordem dos Médicos e um representante da sociedade civil que tenha conhecimentos na área.

Os membros do grupo de trabalho não receberão remuneração ou abonos.

Recentemente, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPSN) alertou para a demora no atendimento de chamadas por parte do INEM.

Algumas chamadas, referia o sindicato em finais do mês passado, demoram mais de três minutos a ser atendidas, em vez dos sete segundos aconselhados pelos manuais mundiais.

De acordo com o despacho assinado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, é chegado o momento de analisar a adequação dos processos do Sistema Integrado de Emergência Médica, "criando condições para aumentar a sua eficiência e qualidade".

Medicina Dentária
Uma investigadora da Faculdade de Engenharia do Porto está a avaliar em que medida as cadeiras ergonómicas (em sela)...

A cadeira em sela, concebida para "promover uma postura mais correta e saudável da coluna vertebral", forma um ângulo de 135 graus entre as costas e as coxas, superior aos 90 graus existentes numa cadeira tradicional, explicou a responsável pelo projeto, Vanessa Silva.

"Segundo a literatura" sobre o tema, disse Vanessa Silva, este ângulo maior permite "uma postura em que a coluna suporta o peso do corpo de uma forma mais confortável".

O principal objetivo do projeto "é criar soluções para mitigar a elevada prevalência de sintomas musculoesqueléticos e reduzir os custos que, inevitavelmente, acarretam na saúde ocupacional dos médicos-dentistas", indicou.

De acordo com a investigadora, são muitas as variáveis que influenciam a atividade clínica, que depende do trabalho executado, da cooperação do paciente, da assistência técnica dentária (presença ou não da assistente) e das características de cada profissional.

Para além da análise biomecânica, este projeto inclui um estudo da prevalência de sintomas musculoesqueléticos em médicos dentistas e estudantes de Medicina Dentária, realizado através de questionários, nos quais foi possível obter dados sociodemográficos e informações sobre as condições de trabalho de cada participante.

A ideia para este projeto surgiu sete anos após Vanessa Silva começar a exercer clínica dentária, quando percebeu que se tratava de "um trabalho exigente a nível postural", no qual é "comum adotar más posturas e padecer de dores nas costas e no pescoço", situação "transversal no universo" desta área.

"A Medicina Dentária é considerada uma profissão de elevado risco para o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas", defendeu, acrescentando que as estas surgem devido à "exposição prolongada a fatores físicos, como repetição, força, vibração, postura inadequada" e a "esforços repentinos".

Para o estudo foram avaliados 33 médicos dentistas, tendo os dados sido recolhidos com recurso a sensores de movimento - ferramentas de medição cinemática que avaliam todos os segmentos corporais, permitindo uma análise biomecânica de cada região do corpo durante a movimentação realizada.

Numa primeira fase de análise dos dados, "já se percebeu que o trabalho do médico-dentista é de imensa variabilidade" e dependente da sua formação e educação postural, tendo, cada um, "uma abordagem distinta e característica para a mesma tarefa clínica".

No projeto, denominado "Study of body postures during dental procedures" ("Estudo das posturas corporais durante procedimentos odontológicos"), participam também o professor da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP) Mário Vaz, e o professor da Faculdade de Medicina Dentária da Universidade do Porto José Reis Campos, como orientadores do trabalho.

Os principais sensores utilizados neste estudo foram disponibilizados pelo Laboratório de Biomecânica do Porto (Labiomep).

Registo Oncológico Nacional
Os doentes oncológicos vão poder saber quem acede aos seus registos e em que hospital isso aconteceu.

A medida está prevista no sistema informático planeado para criar o Registo Oncológico Nacional. Plano que gerou polémica na sequência de dois pareceres da Comissão Nacional de Dados relativos à garantia da privacidade. O ministro da Saúde lembra que a proposta está no Parlamento e podem ser introduzidas mais medidas que possam ser consideradas úteis para garantir toda a segurança quanto aos dados.

O projeto informático Novo RON, que se candidatou a dinheiro do programa Portugal 2020, é uma parceria entre o IPO de Lisboa e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Fará a união dos três registos regionais que já existem, e que foram autorizados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados quando foram criados, e acrescentará novas funcionalidades. "Os doentes oncológicos vão saber quem mexe no seu registo", explica ao Diário de Notícias Henrique Martins, presidente da SPMS.

O método de alerta para o Registo Oncológico Nacional (RON) ainda não está definido, mas na saúde já existem outros. "Na Plataforma Dados da Saúde somos dos poucos países em que o utente pode ver quando ocorreu o acesso à sua informação e quem foi o profissional e em que instituição. No Rentev recebe um email quando há consulta do seu testamento vital com essa indicação", diz Henrique Martins, referindo o novo regulamento europeu sobre proteção de dados (que não é específico para a saúde) que entrará em vigor em maio de 2018. "Os doentes têm direito a ter mais informação, como quem mexe no seu registo, reclamar de erros, de exercer o direito de ser apagado", referindo que o importante é garantir a segurança dos dados e que as pessoas estão informadas para tomar uma decisão.

O projeto de lei para o RON está em análise na Comissão Parlamentar de Saúde. No dia 12 será ouvida a Liga Portuguesa Contra o Cancro. O registo tem estado envolto em polémica após dois pareceres da Comissão Nacional de Proteção de Dados, que considerou que a privacidade dos doentes não estava garantida por constar na informação que os hospitais, públicos e privados, enviariam dados como o número de utente ou do processo clínico. No último parecer recomendaram o uso um sistema informático que crie uma identificação aleatória, mas que ao mesmo tempo permita identificar duplicação de dados e associar nova informação à existente.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, lembra que "todos os especialistas consideram a criação do registo nacional fundamental para abordarmos a doença, tratamentos e resultados", reforçando que os sistemas informáticos são muito mais seguros que os antigos registos em papel. "Surgiram preocupações sobre níveis e escalas de proteção, o que é resolvível. Existem mecanismos de blindagem e se necessário introduziremos mais alguns que se considerem úteis: que faça uma proteção maior da identidade e não se perca a utilidade do projeto".

Ana Miranda, coordenadora do Registo Regional do Sul questiona a posição da Proteção de Dados. "Os registos regionais têm a identificação completa das pessoas. Sem identificação não é possível ter registo oncológico. O doente vai a várias instituições e como é posso fazer o seu seguimento se não sei quem é. Todos os dados circulam na intranet da saúde. Os países nórdicos, Espanha têm registos com identificação. O registo nacional deve ser implementado com toda a segurança", diz referindo que os doentes já podem pedir para ser excluídos do registo e que só os profissionais autorizados por escrito podem aceder a determinados níveis de informação.

Estudo
Estudo do Instituto de Saúde Pública do Porto, que abrangeu 1495 médicos, adianta que 40% pondera antecipar a reforma por...

É apenas um manifestar de intenções, mas, se estas se concretizassem, assistiríamos a uma autêntica debandada dos médicos que hoje trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Três em cada quatro médicos da região Norte inquiridos num estudo sobre a carreira e os fatores de saída do SNS admitiram a hipótese de deixar o sector público para trabalhar exclusivamente no privado. Mais: cerca de 40% dizem considerar a possibilidade de antecipar a reforma por exaustão e um terço até equaciona a hipótese de emigrar.

É grande a insatisfação e a desmotivação manifestada pelos 1495 médicos especialistas que responderam ao questionário online (10,8% do total dos inscritos na Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos) que constituiu a base do estudo de Marianela Ferreira, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (UP). Uma insatisfação que, segundo o jornal Público, se reflete em várias dimensões do exercício da medicina: a maior parte dos inquiridos está descontente com a sua remuneração (76,7%), queixa-se de ultrapassar o horário de trabalho com frequência e não acredita ter boas perspetivas de carreira no SNS (63,3%). O estudo foi apresentado esta quinta-feira.

Na prática, porém, mais de metade (54,4%) destes médicos já acumulam atualmente o trabalho no SNS com o privado, o que, no entender da investigadora, “poderá facilitar uma eventual transição para o trabalho em exclusivo neste sector”. O certo é que quase 87% dos inquiridos exerceu sempre funções no SNS desde que começou a trabalhar, apesar de 69,1% não ter dedicação exclusiva ao sector público.

Por que não deixaram já o SNS?
O que ficou por perguntar foi por que razão é que estes profissionais não deixaram já o SNS para enveredar por uma carreira em exclusivo no privado. Marianela Ferreira (que é também investigadora do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da UP) adiantou que pretende igualmente perceber o grau de satisfação dos que já fizeram esta opção, numa segunda fase deste estudo, que já está em curso.

A remuneração, uma das dimensões identificadas como geradora de insatisfação, é inferior a três mil euros por mês (rendimento bruto) para quase metade (46,9%) dos inquiridos. E, se mais de três quartos admite estar insatisfeito com o dinheiro que ganha no SNS, ainda há muitos (27,9%) que assumem que poderiam considerar o adiamento da saída do sector público por reforma em caso de aumento de remuneração.

O dinheiro não é a única fonte de insatisfação, porém. “Os recursos económicos e financeiros são determinantes, mas há dimensões de insatisfação expressa pelos médicos que não têm relação direta com a remuneração”, fez questão de sublinhar Alexandra Lopes, coordenadora do Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. “A progressão na carreira, a gestão das organizações e o processo de tomada de decisões emergiram também como questões muito importantes”, enfatizou.

O que fica claro é que os profissionais “estão claramente insatisfeitos e, se saírem do SNS, vamos ter um problema muito maior”, sintetizou. “O SNS está seguramente ameaçado”, corroborou Marianela Ferreira, que define os médicos como um grupo profissional “missionário” que “gosta de exercer medicina”. 

Realizado com o apoio do Gabinete de Estudos da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, o estudo já dá pistas importantes sobre os níveis de insatisfação dos médicos, mas esta é ainda uma primeira fase da investigação que tem objetivos mais ambiciosos, nota a investigadora. Numa segunda fase, já em curso, estão a ser inquiridos médicos que saíram do SNS para perceber o seu grau de satisfação e também os profissionais que estão a fazer o internato de especialidade. Ainda este ano ou no próximo, Marianela Ferreira pretende replicar o estudo nas outras secções regionais da OM, no Sul e no Centro. Há mais de 50 mil profissionais inscritos na Ordem dos Médicos a nível nacional.

Os dados foram recolhidos entre Julho e Novembro, período durante o qual o questionário esteve disponível online na plataforma eletrónica da Universidade do Porto. Dos 13.801 médicos especialistas inscritos na Secção Regional do Norte da OM responderam 2070, tendo sido validadas as respostas de 1.495 profissionais a trabalhar no SNS.

Estudo
Uma experiência laboratorial com ratos levada a cabo pelo Inserm - Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale,...

Um estudo levado a cabo por uma equipa de investigadores do Inserm - Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale, em França, põe a hipótese das lâmpadas tradicionais por LED, sigla inglesa de light-emitting diode, díodo emissor de luz em português, poderem fazer mal à vista. De acordo com os especialistas, que fizeram uma experiência com ratos em laboratório, a radiação que emitem tem um impacto tóxico na visão, escreve o Sapo.

Depois de expor os mamíferos a uma luminosidade muito forte (6 000 lux) com diferentes tipos de lâmpadas durante 24 horas, os cientistas notaram que os animais ficavam com a retina dilatada e sofriam uma rutura de retina. Quando diminuíam a intensidade da luz para valores médios (500 lux), apenas as lâmpadas LED produziam efeitos nocivos nos ratos. «Não acontecia com as outras», garante a investigadora Alicia Torriglia.

50% dos sobreviventes de AVC sofre de Afasia
Apesar de não existirem dados sobre a sua incidência, em Portugal, estima-se que a Afasia atinja cer

Descrita como uma perturbação da linguagem que resulta de uma lesão cerebral “localizada nas estruturas que se supõe estarem envolvidas no processo de linguagem”, a afasia impede a pessoa de comunicar da mesma forma que fazia antes. Esta pertubação pode afetar a capacidade de se expressar ideias ou pensamentos, a capacidade de compreender o que os outros dizem e ainda a capacidade de ler e escrever.

“A inteligência não fica afetada e a pessoa continua a ser a mesma, com as mesmas opiniões, sentimentos, conhecimentos e memórias, no entanto, a perturbação da linguagem constitui um muro que limita a expressão das mesmas como antes, acabando por isolar a pessoa com afasia do mundo e dos outros”, começa por explicar Paula Valente, diretora do Instituto Português da Afasia.  

Dependendo da localização e extensão da lesão, os doentes apresentam diferentes quadros de afasia “com base nos sintomas de perturbação da linguagem apresentados”.

Sendo mais frequente nas pessoas idosas, poderá surgir, no entanto, em pessoas mais jovens e crianças, uma vez que pode ter inúmeras causas.

A causa mais comum desta pertubação é o Acidente Vascular Cerebral. “A instalação da afasia após um AVC é caracterizada pela perda repentina da fala e das capacidades linguísticas”, revela a especialista em terapia da fala.

Os traumatismos crânio-encefálicos, os tumores intracranianos, bem como a infeção cerebral, a epilepsia ou outras doenças neurológicas progressivas associadas ao envelhecimento são outras das causas da afasia.

“Por hora, três portugueses sofrem um AVC, dos quais sobrevivem dois terços. Metade dos sobreviventes poderão ficar com afasia para toda a vida”, refere a terapeuta estimando que surjam, todos os anos, cerca de oito mil novos casos desta perturbação.

Embora não existam dados estatísticos oficiais, “calcula-se que a prevalência de pessoas com afasia em Portugal ronde os 40 mil”.

“O principal tratatamento da afasia é a terapia da fala que, embora eficaz em muitos casos, não consegue, frequentemente, evitar as sequelas psicológicas e sociais associadas à afasia”, explica Paula Valente.

De acordo com esta especialista,  “na terapia da fala tradicional o terapeuta avalia os défices linguísticos ou de fala, utilizando métodos e técnicas para cada caso ou patologia. Este tipo de intervenção é individualizado e centrado nos défices, sem considerar o papel da família, do contexto social e sem considerar os aspetos relacionados com a eficácia comunicativa funcional ou expectativas do utente”.

Paula Valente reforça, deste modo, a necessidade existir uma abordagem mais ampla que permita uma maior integração social. “A abordagem social assume-se como uma forma de complementar a intervenção tradicional”, afirma explicando que esta “visa a habilitação do indivíduo para que este possa voltar a participar nas atividades e contextos significativos para ele, ensinando-lhe, bem como aos seus parceiros comunicativos, estratégias comunicativas que lhes permitam uma comunicação eficaz e satisfatória no dia-a-dia”.

Para a diretora do IPA, os tratamentos disponíveis em Portugal, focados na intervenção tradicional, e acessíveis em contextos clínicos clínicos e hospitalares, têm-se mostrado insuficientes para minimizar as consequências da afasia.

“Infelizmente, numa grande maioria dos casos, os defeitos linguísticos não são totalmente reversíveis e, por este mesmo motivo, é fundamental que sejam disponibilizadas terapias focadas no bem-estar da pessoa com afasia e seus familiares, na retoma da uma vida satisfatória, participada e ativa apesar da presença da afasia”, explica.

“A missão é devolver a qualidade de vida” aos doentes

Criado em 2015, o Instituto Português da Afasia (IPA), constituído como uma  Associação sem fins lucrativos, tem como missão “devolver a esperança e a qualidade de vida às pessoas com afasia e seus familiares”, com a implementação de abordagens terapêuticas comprovadas cientificamente e que se centram nos objetivos pessoais de participação social e nas atividades que são significativas para a pessoa com afasia.

“Mediante as suas necessidade e objetivos de vida, prestamos apoio, quer individual ou em grupo, às pessoas com afasia e seus familiares no sentido de promover uma maior compreensão da afasia propriamente dita, e suas consequências biopsicossociais, através da aprendizagem de estratégias para melhorar a comunicação, interação e confiança entre a díade (pessoa com afasia – familiar/cuidador)” explica Paula Valente.

Nos chamados grupos de intervenção são trabalhadas questões como a identidade positiva, reconhecimento e treino de competências, aumento de confiança, gestão de stress ou apoio emocional. “Por fim, mas não menos importante, a criação de uma rede de interajuda entre todos os participantes”, acrescenta.

Formação profissonal

Para além dos programas destinados aos doentes e seus familiares – o programa Introdutório e o Programa Revelo-me -, o Instituto Português de Afasia dispõe de um programa de formação único em Portugal “que permite aos profissionais adquirirem conhecimentos, ferramentas e estratégias para melhor compreender, diagnosticar, informar, comunicar e intervir com pessoas com afasia e seus familiares” com o objetivo de melhorar a qualidade dos serviços que prestados a esta população.

“As formações por módulos, de curta duração, à semana, têm apenas uma hora e meia de duração e pretendem  facilitar a participação dos profissionais que possuem, muitas vezes, um horário de trabalho que lhe impossibilita a realização de formação contínua”, começa por dizer a diretora.

Estas formações destinam-se a todos os profissionias que contatem com pessoas com afasia, como é o caso dos terapeutas, médicos, psicólogos, enfermeiros ou assistentes sociais, excepto os módulos que são exclusivos para terapeutas da fala.

Para consultar a programação destes cursos basta aceder à página do Instituto Português de Afasia e consultar as condições. “A inscrição poderá ser realizada através dos formulários disponíveis no site”, refere.

“Está já agendada para Mafra uma formação para terapeutas da fala e alunos do último ano do curso de terapia  da fala”, para os próximos dias 4 de Fevereiro e 1 de Abril entre as 10 e as 18h00.

“De facto, observa-se uma procura casa vez maior, por parte dos terapeutas da fala em aprofundar os conhecimentos em áreas de intervenção específicas de forma a proporcinarem um atendimento com maior qualidade junto dos seus pacientes”, justifica Paula Valente para concluir.

 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
A atividade gripal manteve-se, na semana passada, moderada, com tendência estável, revela o Boletim de Vigilância...

Segundo o relatório, publicado semanalmente, às quintas-feiras, a taxa de incidência registada, entre 02 e 08 de janeiro, foi de 82,4 casos por cem mil habitantes, o que indica "uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável".

Na semana anterior, de 26 de dezembro a 01 de janeiro, a taxa de incidência verificada foi inferior, de 63,8 casos por cem mil habitantes, mas, ainda assim, apontava para uma atividade gripal moderada, com tendência estável.

Tal como na última semana de dezembro, na primeira semana de janeiro a mortalidade "por todas as causas" teve valores "acima do esperado".

Há uma semana, a responsável pela Rede Médicos-Sentinela, Ana Paula Rodrigues, indicou que a epidemia da gripe, provocada pelo vírus A (H3), e o frio, mais acentuado do que o habitual, contribuíram para a mortalidade ser maior do que o esperado.

Entre 02 e 08 de janeiro, o valor médio da temperatura mínima do ar foi 5,4ºC, "superior ao normal para janeiro".

Contudo, para a semana em curso e a próxima estão previstas temperaturas médias abaixo do normal, ressalva o boletim.

Desde que começou a época gripal - que vai de outubro a maio - morreram 11 pessoas entre as 95 admitidas com gripe em unidades de cuidados intensivos dos hospitais que reportaram a informação. A maior parte dos doentes internados tinha mais de 64 anos e uma patologia crónica, e apenas 24 estavam vacinados. O vírus predominante foi o A (H3).

Na semana passada, foram reportados 14 novos casos de gripe pelas unidades de cuidados intensivos hospitalares, mas nenhum óbito.

Governo
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, considerou que as Unidades de Farmacovigilância, como a que foi ontem à tarde...

"Estes pontos de observação são uma marca relevante em termos de saúde pública, desde logo porque o consumo de medicamentos é uma questão de saúde pública, na medida em que podemos estar a usar fármacos errados para doenças que temos e fármacos certos para doenças que não temos. Portanto, há aqui todo um processo de recolha de informação sobre o efeito efetivo dos medicamentos nos doentes que é muito relevante", sublinhou.

Manuel Delgado falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, na inauguração da Unidade de Farmacovigilância que ficará instalada na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior.

Esta unidade integrará o Sistema Nacional de Farmacovigilância, que é gerido pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde - e pretende contribuir para aumentar a segurança na utilização de medicamentos, dando resposta aos distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu, num total de cerca de 735.000 pessoas abrangidas.

Entre as atribuições da nova estrutura estão a recolha, processamento e análise de reações adversas a medicamentos que sejam comunicadas, por exemplo, por médicos ou doentes, a realização de estudos de farmacoepidemiologia ou segurança de medicamentos, a colaboração na deteção de sinal de segurança e/ou qualidade e a realização de atividades de divulgação e promoção do sistema.

Uma ação que "contribuirá para aumentar a confiança dos utentes nos medicamentos", bem como para "facultar aos profissionais de saúde mais informação sobe o real efeito dos fármacos que receita", apontou Manuel Delgado.

O governante lembrou que entre as mais-valias desta unidade está também a questão económica e do uso dos recursos, na medida em que o relato das reações adversas pode ir de encontro, por exemplo, do facto de uma pessoa estar a tomar medicamentos em excesso, podendo-se assim reduzir a quantidade e eventualmente poupar nos custos do utente e do Estado.

Por outro lado, Manuel Delgado também sublinhou a importância da criação desta unidade resultar de uma "parceria virtuosa" entre o Infarmed, as unidades de saúde e a universidade.

"Esta é uma marca muito importante na evolução do serviço de saúde, cujo desenvolvimento tem de passar também pela constante ligação ao conhecimento, à investigação e às universidades", apontou.

Uma ideia que também foi defendida pelo presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues, que explicou que esta unidade também contribuirá para "organizar e estruturar melhor o sistema", permitindo assim melhorias na assistência.

O reitor a UBI, António Fidalgo, destacou que esta parceria é um bom exemplo da responsabilidade social que a instituição tem de acompanhar e ajudar a encontrar respostas para a comunidade.

Mau tempo
A Administração Regional de Saúde do Centro apelou à população para evitar as urgências, "sempre que possível", e...

O Departamento de Saúde Pública (DSP) da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) afirmou, em comunicado, que as pessoas que tenham como sintomas dores musculares, dores de cabeça ou tosse e febre devem recorrer "ao médico do seu centro de saúde" ou ligarem para a Linha Saúde 24, evitando, "sempre que possível", uma ida à urgência do hospital.

O DSP reforça também os "conselhos a ter com o frio", principalmente por parte de grupos vulneráveis, como bebés ou idosos, refere a ARSC.

Para os bebés, o departamento aconselha a que estes não saiam de casa nos dias "de frio intenso", e, no caso de sair, a cabeça, as mãos, orelhas e pés devem estar bem agasalhados, os pais devem utilizar várias camadas de roupa no bebé, dar de beber regularmente e verificar que a criança está bem protegida do frio no carrinho onde é transportada.

Para os idosos, o DSP do Centro sublinha o papel importante que os familiares, amigos e vizinhos podem ter, "devendo manter um acompanhamento de proximidade, sempre que possível, de pessoas idosas sós ou isoladas", com um telefonema ou um contacto pessoal "pelo menos uma vez por dia".

Como medidas para esta faixa etária, o Departamento de Saúde Pública sublinha que os idosos devem manter a casa quente e o corpo hidratado, usar "várias camadas de roupa", evitando usar roupas demasiados justas "que dificultem a circulação sanguínea", e proteger as "extremidades do corpo" com luvas, gorro, meias quentes e cachecol.

Como medidas de prevenção para a generalidade da população, o DSP sugere que as pessoas lavem as mãos "muitas vezes", quando se assoam, espirram ou tossem, e devem "tapar o nariz e a boca sempre" que tossirem ou espirrarem, usando um lenço de papel ou o braço.

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