Imunoterapia
Um grupo de investigadores franceses conseguiu demonstrar em laboratório a eficácia da interleucina-2, também conhecida como IL...

Uma molécula anti-inflamatória pode abrir portas a novos tratamentos da doença de Alzheimer, através da imunoterapia. Um grupo de investigadores franceses do Instituto Nacional de Saúde e de Pesquisa Médica (Inserm) conseguiu demonstrar em laboratório a eficácia da interleucina-2, também conhecida como IL-2, na recuperação de capacidades cognitivas em ratos. A expetativa dos cientistas é que também o permita nos seres humanos, escreve o Sapo.

As pessoas que sofrem desta patologia são vítima de demência, provocada por uma inflamação de neurónios, associada à formação de placas de amiloides no cérebro. A administração desta proteína aos roedores usados na experiência laboratorial levada a cabo permitiu reduzir essa quantidade e, ao fim de várias semanas, possibilitou a recuperação de várias ligações neuronais.

“Este trabalho comprova que a imunoterapia pode ser usada para tratar a doença”, afirmaram os investigadores à revista Brain. “Este tratamento ataca sobretudo as consequências da doença, nomeadamente a perda de sinapses e os sintomas cognitivos que as acompanham”, referem ainda. Para determinar os efeitos da interleucina-2 no organismo humano, vão ter de ser, contudo, necessários testes e investigações suplementares.

Em 2017
Ministério quer reduzir utentes sem médico e avança com novo projeto-piloto no início do próximo ano.

Ministério da Saúde espera que no próximo ano o número de utentes sem médico de família seja o menor de sempre - abaixo de meio milhão - com a entrada de pelo menos 350 novos médicos de família. E os centros de saúde irão passar a oferecer mais cuidados: no primeiro trimestre de 2017 deverá arrancar uma experiência-piloto com a realização de exames de cardiologia.

Nas contas do ministério será "o melhor ano de sempre" no que diz respeito a utentes sem médicos de família. "No próximo ano é expectável um número de 350 a 380 novas entradas de médicos de família recém-especialistas e um valor inferior a 140 de saída de médicos aposentados. Pelo que no final de 2017 poderemos ter um valor de utentes sem médico de família inferior a 500 mil", refere ao Diário de Notícias fonte do Ministério da Saúde, lembrando que este ano foram contratados "o maior número destes especialistas, desde sempre, pelo SNS: mais de 300".

Para complementar as falhas que ainda existem, o SNS tem recorrido à contratação de clínicos reformados. Nos últimos cinco anos foram 207, contando já com a previsão de até ao final do ano terem sido contratados 85. Um acréscimo em relação a anos anteriores e que poderá ter explicação na alteração provida este ano na forma de pagamento (passaram a acumular a reforma com 75% da remuneração correspondente à categoria que tinham). O ministério prepara também um reforço de enfermeiros, com a alteração da legislação de forma a permitir contratações mais rápidas e um trabalho juntamente com a Ordem para a criação da especialidade de enfermeiro de família.

O reforço dos centros de saúde passa também por avançar com novas experiências. "Está previsto para o primeiro trimestre de 2017 uma experiência-piloto na área da cardiologia, com a realização de ECG (eletrocardiograma) convencional, ECG de monitorização ambulatória contínua e MAPA (exame que permite realizar medições automáticas e sucessivas da pressão arterial) nos centros de saúde, numa integração inovadora entre cuidados de saúde primários e centros hospitalares", adianta o Ministério da Saúde.

Haverá também alargamento de projetos que começaram este ano a outras regiões do país. Caso das consultas de dentista que começou com a colocação de 13 médicos nas regiões do Alentejo e Lisboa e do rastreio visual às crianças com 2 anos que arrancou no Norte. Já na área dos exames, iniciou-se no Alentejo e no Algarve um projeto para disponibilização de espirometrias nos centros, "muito relevante na doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC).

"Importa dotar os cuidados de saúde primários com profissionais de saúde de áreas diferentes, que articulados e em equipa providenciem cuidados de saúde diferenciados e com elevada qualidade. Nesse sentido existem duas medidas diferentes para este fim: até final de 2016 trabalhar no sentido de todos os agrupamentos de centros de saúde (ACES) disporem de pelo menos um nutricionista e um psicólogo; durante 2017 abrir vagas para estágio de um nutricionista e um psicólogo por ACES. Ou seja, permitir a entrada de 110 novos profissionais, numa visão clara do aumento progressivo do seu número durante a legislatura", refere.

Em jeito de balanço de fim de ano, o ministério refere que este ano 25 novas unidades de saúde familiar modelo B entraram em funcionamento e que esperam atingir as 30 de modelo A que estavam previstas.

Em 2017
Bastonário dos médicos questiona utilidade do serviço. Enfermeiros defendem que traz ganhos para a saúde dos utentes.

A Linha Saúde 24 vai passar a ter, a partir de junho de 2017, mais serviços, como marcação de consultas, seguimento de grávidas e de pessoas que fizeram cirurgias em ambulatório. O bastonário dos médicos questionou ontem a utilidade deste serviço e defendeu mesmo que se deve preparar o seu encerramento. Mas o Governo não só não vai acabar com ele como vai transformá-lo no Centro de Contacto do SNS. A bastonária dos Enfermeiros afirma que a Linha tem ganhos em saúde e o sindicato defende que não deve encerrar. Para o presidente da Associação dos Médicos de família é preciso avaliar o serviço antes de qualquer decisão.

"O hospital pediátrico de Coimbra não recebe encaminhamentos há um ano. É a prova da inutilidade da Linha. Há lá comparação possível entre o cidadão poder falar com o seu médico ou enfermeiro de família, que o conhece, e poder pedir um conselho? A Linha foi criada quando havia falta de médicos de família. Caminhamos para a cobertura quase total. Temos de habituar as pessoas a ligar para os centros de saúde e falarem com quem as conhece. Que se prepare o encerramento da linha e se invista esse dinheiro nos centros de saúde e hospitais pois são eles que respondem às necessidades das pessoas", defendeu ao Diário de Notícias José Manuel Silva, bastonário dos médicos, considerando que a nova oferta da Linha pode ser feita pelos serviços.

A Saúde 24 começou a funcionar em abril de 2007, um alargamento da Dói Dói Trim Trim. Desde então foram ligaram 2,3 milhões de pessoas, recebidas 7 milhões de chamadas, 60% das quais feitas entre as 18.00 e a 01.00. "É quando os centros de saúde não funcionam. Prevemos terminar o ano com 900 mil chamadas e nos últimos dois anos houve um aumento em média de 150 mil chamadas por ano", refere Sérgio Gomes, da Direção-Geral da Saúde.

Dá informação de saúde pública, serviços disponíveis no SNS, aconselhamento para medicamentos não sujeitos a receita médica e faz triagem e aconselhamento. "Em cerca de 30% das chamadas são aconselhados cuidados em casa e 17% a 20% são encaminhadas para urgências. O ano passado avaliámos 110 mil chamadas entre junho e setembro, 50% não tinham indicação para urgência e metade não foram mesmo. A estimativa, olhando para a média de urgências, é que se tenha poupado 2 milhões de euros."

A partir de junho de 2017 a Linha passará a ser o Centro de Contacto do SNS, com um custo de 30 milhões anuais, num contrato válido por três anos. "Vamos ter outros serviços incluindo seguimento de cessação tabágica, hipertensos, grávidas, diabéticos e telecuidados de apoio a pessoas que fizeram cirurgias de ambulatório. Será um seguimento de cinco dias, com chamadas feitas a determinadas horas, numa articulação direta com os serviços dos hospitais ou centros de saúde que identificam os doentes e o que pretendem avaliar e nós ligamos e damos a informação".

Ana Rita Cavaco, bastonária dos Enfermeiros e que trabalhou na Linha Saúde 24, afirma que esta não deve ser encerrada. "Traz ganhos em saúde. Concordo com o bastonário dos médicos quando diz que é preciso reforçar os cuidados de saúde primários, mas não podem ser estes a fazer atendimentos quando os enfermeiros não chegam para as consultas e não há telefonistas nos serviços. A mais valia da linha está em dotar as pessoas de cuidados que possam fazer em casa e não entupir as urgências". O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses considera exagerado falar em fechar a Linha. "O que achamos é que se deve ver o que está a funcionar bem e o que deve ser melhorado", afirma Guadalupe Simões.

Já Rui Nogueira, presidente da Associação dos Médicos de Família, defende que "deve ser feita uma avaliação primeiro para saber qual a sua utilidade, se deve ser redimensionada e reorientada".

Lugares já estão a concurso
Concurso aberto esta semana para reforçar Serviço Nacional de Saúde e resolver constrangimentos. Interessados têm apenas cinco...

Está aberto um concurso para a contratação urgente de 349 médicos para as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). O procedimento foi lançado nesta segunda-feira pela Administração Central do Sistema de Saúde, através da publicação em Diário da República do aviso de abertura do concurso.

Os interessados têm apenas cinco dias para apresentarem as suas candidaturas, um prazo que é justificado pela ACSS por esta ser uma “contratação urgente” de modo que seja possível colmatar, “com a maior brevidade possível, as necessidades mais prioritárias dos serviços e estabelecimentos”.

“Um momento de viragem”. É assim que o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, descreve, em declarações ao jornal Público, este que agora se está a viver, por via da abertura deste concurso e da reposição do pagamento de horas extraordinárias aos médicos, previsto no Orçamento do Estado para 2017. A conjugação destas duas medidas “irá resolver muitos dos constrangimentos existentes tanto nos serviços, como nas urgências”, diz.

O bastonário lembra que Portugal “está a formar médicos a um nível muito elevado “ e que por isso “é preciso que o Estado contrate e fixe esses clínicos no Serviço Nacional de Saúde de modo a resolver o problema da disponibilidade de horas de trabalho médico”.

Já o presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, diz-se “bastante pessimista” quanto aos resultados de mais estes concursos. “Nos concursos que têm vindo a realizar-se nos últimos anos, cerca de 20% das vagas ficam por preencher”, explicita, para adiantar que o mesmo poderá  acontecer com este uma vez que “o Ministério da Saúde não tem feito nada” para atrair os médicos para o SNS.

De qualquer modo, Roque da Cunha, considera que a rapidez invulgar do atual concurso “é um elemento positivo”, que poderá contribuir para uma maior adesão.

Algarve satisfeito
Dos 349 lugares postos a concurso, 46 destinam-se ao Centro Hospitalar do Algarve. O conselho de administração desta unidade já fez saber, em nota enviada à comunicação social, que considera “este concurso de extrema importância”, já que o preenchimento das vagas agora abertas “permitirá a resolução de alguns dos principais constrangimentos sentidos devido à falta de recursos humanos médicos nas especialidades mais carenciadas”.

Esta situação esteve na base do pedido de demissão apresentado na semana passada por cinco responsáveis do Centro Hospitalar do Algarve, que integra os hospitais de Faro, Portimão e Lagos e Serviços de Urgência Básica de Loulé, Albufeira e Vila Real de Santo António.

A falta de resolução de “problemas estruturais” que se arrastam no tempo e o facto de “não ser previsível a resolução desses problemas”, dizem na carta entregue à administração, torna “completamente impossível” o exercício das funções de chefia naquele centro. Medicina Interna (sete), Pediatria Média (seis) e Anestesiologia (cinco) são as três especialidades com mais vagas a concurso para este serviço.

Para o Hospital Amadora-Sintra, outro que tem tido presença quase permanente nas notícias que dão conta da falta de meios, foram abertas 18 vagas.

Medicina Interna à frente
Podem concorrer ao concurso aberto pela ACSS os médicos detentores do grau de especialista na correspondente área profissional e especialização que, tendo realizado e concluído o internato médico, não sejam detentores de uma relação jurídica de emprego por tempo indeterminado com qualquer serviço do Estado”. Os contratos a celebrar no âmbito deste concurso serão por tempo indeterminado. As candidaturas só podem ser efetuadas pela Internet, através do site da ACSS.

No despacho que precedeu a abertura do concurso, assinado pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, e onde se identificam os serviços e estabelecimentos de saúde com mais carências, a abertura deste concurso é justificada nestes termos: “a crise recentemente vivida e a insuficiência das reformas, em termos organizacionais, que importa promover, impelem o atual Governo a adotar medidas que contribuam para o revigoramento e a recuperação do Serviço nacional de Saúde, bem como do nível do seu desempenho, razão pela qual é imperioso dotar os diversos serviços e estabelecimentos de saúde com os recursos humanos indispensáveis para assegurar o nível e qualidade assistencial a que os portugueses têm direito”.

A especialidade com mais vagas a concurso (45) é a de Medicina Interna. Seguem-se Pediatria Médica (41), Anestesiologia (24), Cirurgia Geral (16), Psiquiatria (18) e Ginecologia/obstetrícia (15).

Ordem dos Nutricionistas
O novo ano de 2017 deveria ser estabelecido pelo Governo como o ano em que a alimentação escolar estará no topo da agenda das...

Segundo dados de 2014 do estudo InfoFamília da Direção-Geral da Saúde, 45,8% dos agregados familiares inquiridos experimentou algum tipo de dificuldade no acesso aos alimentos. Estes dados são ainda mais preocupantes quando verificamos que entre os agregados familiares que experienciaram uma insuficiência alimentar grave, é admitido que as crianças foram sujeitas a uma redução da ingestão de alimentos.

Por outro lado, a prevalência das doenças crónicas não transmissíveis habitualmente associadas a desequilíbrios nutricionais assume níveis cada vez mais preocupantes no nosso país, sendo que metade da população se apresenta em situação de excesso de peso ou obesidade, com uma crescente incidência destes fatores entre os jovens.

Estas são questões que deveriam alertar as autoridades para a importância da qualidade nutricional das refeições servidas nas cantinas escolares e da educação para hábitos alimentares saudáveis entre as gerações mais novas de portugueses.

No entanto, como foi comprovado pelas recentes notícias da deteção pela ASAE de incumprimentos de regras básicas de funcionamento em diversas cantinas escolares, esta questão está longe de ser tida em conta pelo Ministério da Educação.

Por isso, a Ordem dos Nutricionistas compromete-se a fazer da alimentação escolar como uma das suas prioridades de atuação em 2017, começando pela exigência junto do Governo em cumprir os requisitos de contratação de nutricionistas pelas Direções de Serviço Regionais de Educação que supervisionem e orientem a elaboração das ementas de cantinas escolares de acordo com os princípios de uma alimentação saudável e equilibrada.

A Ordem dos Nutricionistas pretende, desta forma, contribuir para a implementação de uma oferta alimentar saudável nas escolas portuguesas que, apesar de estar prevista e regulamentada pelo Ministério da Educação, tarda em ser implementada de forma eficaz. Este será, então, o desejo da Ordem dos Nutricionistas para o ano de 2017.

Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde esperam que seja corrigida ...

Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) já se articularam com a Direção-Geral da Saúde e com a Saúde 24, com vista à correção "a todo o instante" da "anomalia" que impedia o Pediátrico de Coimbra de receber referências provenientes da linha Saúde 24, informaram o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e o SPMS.

De uma análise do CHUC e da SPMS, verificou-se "que houve ligação insuficiente entre a Saúde 24 e o sistema da plataforma CTH [Consulta a Tempo e Horas], o que inviabilizou a receção de referências daí provenientes, mas que o serviço de urgência" só na terça-feira sinalizou aos serviços informáticos, esclarecem as duas entidades.

Questionados na terça-feira, na sequência de uma denúncia de um utente, a Liga de Amigos e o diretor do serviço de urgências daquela unidade hospitalar informaram que uma falha no sistema informático tem impedido que as informações de utentes encaminhados pela Saúde 24 cheguem ao Pediátrico de Coimbra.

Na nota conjunta do CHUC e da SPMS, estas entidades sublinham que o centro hospitalar "parametrizo u corretamente as interfaces do SCLINICO/SONHO [sistemas de informação] de acordo com as instruções da SPMS em Maio de 2016".

"Verifica-se que, desde essa data, o uso do sistema de referenciação para a urgência por parte dos CSP [Cuidados de Saúde Primários] tem funcionado bem ainda que em quantidades residuais pois a adoção da via digital ainda não está a cem por cento, mas tem sido usado o sistema CTH", explica o comunicado.

No caso da Saúde 24, era "enviado um fax para os serviços de urgência, procedimento que foi descontinuado em 01 de dezembro último, em linha com a disponibilização digital cada vez mais em marcha em todo o país", informaram as duas entidades.

Desde então, que se verifica uma ligação "insuficiente" entre a Saúde 24 e o Pediátrico, que as duas entidades esperam agora resolver brevemente.

A nota sublinha ainda que o recurso à Saúde 24 "permite ao cidadão ter cuidados mais rápidos e, em alguns casos, evitando a ida à urgência".

Caso seja necessária essa mesma ida, "os cidadãos beneficiam de isenção de taxa moderadora e, pela integração dos sistemas, o serviço de urgência pode ver digitalmente a informação da prestação no âmbito da Saúde 24".

Para 2017
O Presidente da República promulgou ontem o decreto do Governo que estabelece o aumento do salário mínimo nacional para 557...

Esta decisão de Marcelo Rebelo de Sousa foi divulgada na página da Presidência da República na Internet, juntamente com outras quatro promulgações de decretos do Governo, incluindo o regime de formação profissional na Administração Pública e o diploma que cria o Instituto de Proteção e Assistência na Doença.

Sobre este último diploma, que altera a natureza jurídica do subsistema de saúde dos funcionários públicos (ADSE), o chefe de Estado deixou uma nota: "Apesar da complexidade do regime de tutela e esperando que o Orçamento para 2017 comporte a eventualidade de acréscimo de despesas, o Presidente da República promulgou o diploma do Governo que cria o Instituto de Proteção e Assistência na Doença".

Marcelo Rebelo de Sousa fez também um enquadramento da promulgação do "diploma do Governo que define o regime da formação profissional na Administração Pública", afirmando que tomou essa decisão "atendendo à prática anterior de disciplinar a matéria por decreto-lei e apesar de não ter sido aprovado em conjunto com outro diploma, acolhendo a posição da Associação Nacional de Municípios Portugueses".

O Presidente da República promulgou também o diploma do Governo que cria o "Fundo de Inovação, Tecnologia e Economia Circular", na dependência do membro do Governo responsável pela área da economia, "saudando o propósito do novo regime legal e, portanto, esperando que o novo fundo não constitua uma redundância administrativa".

O quinto diploma promulgado ontem cria a Fatura Única Portuária por Escala de Navio.

Na quinta-feira passada, o Governo e os parceiros sociais chegaram a um acordo em sede de Concertação Social, sem a CGTP, que contempla, no imediato, a atualização do salário mínimo nacional (SMN) dos atuais 530 euros para 557 euros, a partir de 01 de janeiro, a par de uma redução de 1,25 pontos percentuais da taxa social única (TSU) paga pelos empregadores.

O aumento do SMN foi aprovado em Conselho de Ministros por via eletrónica na quinta-feira à noite.

Segundo um comunicado emitido na altura pela Presidência do Conselho de Ministros, "o projeto foi votado favoravelmente por todas e todos os ministros através de meios desmaterializados, tendo em conta a necessidade imperiosa de entrada em vigor do diploma a 01 de janeiro de 2017 e de respeito pela concertação social".

Até 2020
Plano Nacional de Saúde quer fazer descer a mortalidade devida a doenças cardiovasculares, ao cancro, à diabetes e às doenças...

O Ministério da Saúde quer reduzir a mortalidade dos portugueses com menos de 70 anos para níveis inferiores a 20%. A meta para atingir essa fasquia é 2020. Até essa idade considera-se que a morte é “prematura”.

Os últimos dados disponíveis sobre este indicador (de 2014) colocam Portugal nos 22%, segundo a revisão do Plano Nacional de Saúde (PNS) divulgado terça-feira no site da Direção-Geral da Saúde.

A taxa de mortalidade antes dos 70 anos de idade foi em 2012 de 22,8%. A projeção que as autoridades fazem deste indicador para 2020 anda entre os 20,5% e 22%. Mas a revisão do PNS “assume o compromisso” da redução progressiva, escreve o jornal Público.

A meta liga-se com um outro compromisso: o de fazer descer em 25% a mortalidade devida a algumas das principais causas de morte em Portugal, as doenças cardiovasculares, o cancro, a diabetes e as doenças respiratórias crónicas.

Outro dos grandes objetivos que se atualiza é o de, nos próximos três anos, aumentar em 30% a esperança de vida saudável das mulheres aos 65 anos. Mais do que medir apenas quanto tempo as pessoas vivem (as mulheres vivem em norma mais do que os homens), as autoridades internacionais preocupam-se cada vez mais em contabilizar o tempo vivido com qualidade. O PNS adapta os seus objetivos às orientações da Organização Mundial de Saúde.

De acordo com dados nacionais de 2012, chegada aos 65 anos, uma mulher pode contar viver mais nove anos com saúde (já um homem tem 9,9 anos de vida saudável pela frente), valor inferior ao melhor valor dos países da União Europeia em 2011, que é de 15,2 anos para as mulheres na Suécia, lê-se. Para cumprir a meta, o objetivo será então centrar a atenção em programas de saúde que foquem o grupo etário dos 50 aos 60 anos, nomeadamente tentando reduzir a carga de doença relacionada com a incapacidade.

Por dificuldades em quantificar o progresso em números, o Ministério da Saúde aponta ainda como objetivos genéricos a redução da prevalência do consumo de tabaco na população com idade igual ou inferior a 15 anos e a eliminação da exposição ao fumo ambiental. Assim como o controlo da incidência e da prevalência de excesso de peso e obesidade na população infantil e escolar, limitando o seu crescimento até 2020.

O documento inclui também as chamadas Estratégias Locais de Saúde, onde é suposto ficar traçado o perfil de saúde ao nível das localidades, com respetivas metas de saúde. Mas muitos dos que constam do documento estão incompletos, sendo suposto serem atualizados durante 2017.

Criada por instituto do Porto
Uma plataforma digital móvel para auxiliar pessoas cegas, dando-lhes informações sobre o ambiente que as rodeia, pontos de...

Este conjunto de tecnologias, criadas no âmbito do projeto CE4Blind, resultou de uma parceria entre o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) e a Universidade do Texas, em Austin, nos Estados Unidos, escreve o Diário Digital.

O sistema integrado, composto por uma bengala eletrónica, uma aplicação móvel e um módulo de visão por computador, utilizadas em simultâneo ou individualmente, "explora formas de usar tecnologia para potenciar o aumento da autonomia de pessoas cegas" de uma maneira “não invasiva”, disse o investigador do INESC TEC João Barroso.

Procriação medicamente assistida
Os embriões, espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico que tenham sido congelados antes de 2006 podem vir a...

De acordo com uma proposta de lei que será debatida em sessão plenária no dia 06 de janeiro, este é o destino que terão os embriões, os espermatozoides, os ovócitos, o tecido testicular e o tecido ovárico que foram criopreservados antes da entrada em vigor da lei que regulou estas técnicas (32/2006).

A proposta de lei que será debatida em sessão plenária pretende evitar “a indesejável eternização da sua conservação, sem que os mesmos sejam utilizados ou reclamados pelos seus beneficiários”.

A iniciativa recorda ainda que o alargamento do acesso a estas técnicas, que até 2016 se limitavam a casais com problemas de infertilidade diagnosticados, deverá provocar “um aumento da criopreservação”.

Foi identificada “a premência” de “regular o destino de espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico criopreservados”.

O governo determina, assim, que “os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico” sejam “recolhidos e não sejam utilizados, são criopreservados por um prazo máximo de cinco anos”.

“A pedido das pessoas beneficiárias, em situações devidamente justificadas, o diretor do centro de procriação medicamente assistida (PMA) pode assumir a responsabilidade de alargar o prazo de criopreservação de espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico por um novo período de cinco anos, sucessivamente renovável por igual período”, lê-se na proposta de lei.

Ao fim de cinco anos, ou mais, se tiver sido solicitada renovação do prazo, “podem os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico ser destruídos ou doados para investigação científica se outro destino não lhes for dado”.

O material para fins de investigação científica “só pode verificar-se mediante o consentimento livre, esclarecido, de forma expressa e por escrito, através de modelos de consentimento informado elaborados pelo Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA), perante o médico responsável, dos beneficiários originários”.

Na ausência de consentimento para a doação, e após decorrido o prazo de cinco anos ou igual período de renovação, “se não for consentida a doação” (…), podem os espermatozoides, ovócitos, tecido testicular e tecido ovárico ser descongelados e eliminados, por determinação do diretor do centro de PMA”, lê-se na proposta.

Prémio de 2016
O estudo “Efecto de una leche fermentada con fitoesteroles combinada con estatinas en lípidos y marcadores del metabolismo del...

Da autoria de Isabel Andrade, Lèlita Santos e Fernando Ramos, a investigação foi efetuada nos Laboratórios de Bromatologia e de Análises Clínicas da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (UC) após aprovação da Comissão de Ética da Faculdade de Medicina e da autorização das instituições de idosos (Casa do Povo da Abrunheira, Casa dos Pobres de Coimbra e Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho) que contribuíram para a realização do estudo.

Este trabalho fez parte do Doutoramento de Isabel Andrade e foi o primeiro, a nível mundial, a estudar o efeito simultâneo de fitoesteróis e de estatinas no perfil lipídico e no metabolismo do colesterol em idosos, com valores de colesterol-LDL inferiores a 130 mg/dL.

Sabendo-se que a incidência da hipercolesterolémia que se encontra grandemente associada ao aumento da idade está relacionada com a disrupção do metabolismo do colesterol causada pela progressiva perda de homeostasia característica do processo de envelhecimento, o estudo premiado foi realizado em pessoas com mais de 65 anos de ambos os sexos, com hipercolesterolémia, a tomar estatinas regularmente.

Foram avaliados, para além dos parâmetros habituais de colesterol total, colesterol-HDL, colesterol-LDL e triglicerídeos, também os percursores do colesterol (desmosterol e latosterol) utilizados como indicadores da sua síntese endógena, e os fitoesteróis (sitosterol e campesterol), como indicadores de absorção por via da dieta, através da técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa.

Os dados obtidos, após os dois períodos consecutivos de três semanas de intervenção, “confirmaram o efeito hipocolesterolemiante da toma de 2 g/dia de fitoesteróis, através do consumo de um iogurte líquido suplementado, em combinação com uma estatina. O benefício da associação de um inibidor não-farmacológico da absorção do colesterol (os fitoesteróis do iogurte) a estatinas, na redução absoluta do colesterol-LDL foi evidente, tendo-se verificado mesmo para concentrações de colesterol-LDL baixas (inferiores a100 mg/dL), em idosos cujo metabolismo basal é já diminuído”, afirmam os investigadores.

A Academia de Farmácia de Castela e Leão considerou, na atribuição do prémio, que a utilização de medicamentos com alimentos suplementados com fitosteróis na população idosa, não deixa de ser um relevante contributo para os avanços científicos em saúde uma vez que inclui a problemática das doenças cardiovasculares, a abordagem terapêutica mais comum com estatinas e a população idosa: três importantes assuntos na atualidade para a profissão Farmacêutica.

Desafios das migrações na era da Globalização
O Instituto de Ciências da Saúde, da Universidade Católica Portuguesa, em conjunto com a Faculdade de Ciências Humanas e em...

O ciclo de conferências conta com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, Plataforma de Apoio aos Refugiados e Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios. Todas as conferências são proferidas em inglês sem tradução em simultâneo.

A primeira sessão deste ciclo, dia 13 de janeiro, no auditório Padre José Bacelar e Oliveira de conferências, incide sobre o tema das políticas de migração e está a cargo de Marie Rose Moro da Universidade de Sorbonne.

 

Mais informações: http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=934&lang=1&artigoID=3155

Inscrições: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSemWEkRfq2zpYLcGiEJt_bP1aDnDcGtwPj7uwjwGFbnqnP00A/viewform

Governo
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, disse em Paredes de Coura que este ano o Governo dotou a Rede de...

O governante, que falava durante a inauguração desta Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) da aquela vila do Alto Minho, disse que a medida "reflete a aposta do Governo numa rede que esteve parada, suspensa nos últimos anos".

"Estamos a apostar nas pessoas mais vulnerárias. Havia unidades que estavam muitas vezes preparadas e prontas. O nosso objetivo é abrir, ter soluções para os utentes, investir na recuperação das pessoas", referiu, adiantando que o Norte "é das regiões mais avançada nesta área, com 2.469 camas e de 3.829 lugares de acompanhamento domiciliário".

A UCCI de Paredes de Coura, gerida pela Santa Casa da Misericórdia local e dotada de 22 camas representou um investimento superior a um milhão de euros, financiada em 50% pelo programa Modelar.

De acordo com Fernando Araújo, no distrito de Viana do Castelo, "foram calculadas como necessárias 227 camas estando atualmente em funcionamento 218 o que representa uma taxa de cobertura de cerca de 96%, uma das melhores a nível nacional".

Aquela unidade, que vai começar a funcional no dia 02 de janeiro de 2017, permitiu a criação de 20 postos de trabalho, entre médicos, enfermeiros, psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas e pessoal auxiliar.

Segundo o provedor da Santa da Misericórdia de Paredes de Coura, Pereira Júnior "era um sonho" que a instituição, com 132 anos, perseguia há mais de uma década por representar uma necessidade enorme do concelho".

Aquela unidade resultou da requalificação e adaptação do antigo hospital da Santa Casa da Misericórdia, às novas funções.

Responsável garante
O coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas garantiu hoje que os bancos e as seguradoras não terão acesso ao...

Nuno Miranda falava a propósito da notícia publicada na edição de hoje do jornal Público, segundo o qual o “Governo avança com Registo Oncológico contra parecer da Proteção de Dados”.

De acordo com o jornal, a proposta de lei que cria o Registo Nacional Oncológico (RON) vai avançar, “sem acolher a sugestão da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) que, para mitigar o risco de identificação dos titulares dos dados, sugere o recurso à aplicação de um hash criptográfico”.

“Este permitiria a introdução dos dados ao mesmo tempo que possibilitaria a sua proteção, impedindo a revelação imediata das referências identificativos dos doentes que padecem ou padeceram de cancro”, escreve o matutino.

Antes, a CNPD já tinha “acatado a recomendação de não introduzir nem o nome nem o mês de nascimento dos doentes no registo”.

Para Nuno Miranda, já existem três registos oncológicos e ao futuro registo nacional apenas terão acesso os profissionais de saúde que trabalham nos hospitais onde estes doentes são tratados.

O coordenador do programa disse entender as preocupações da CNPD, tendo em conta que se trata de “dados sensíveis”, mas garante que os mesmos não poderão ser acedidos por bancos ou seguradoras, apenas pelos profissionais de saúde que acompanham os doentes.

“Nunca ouvi falar de acesso de seguradoras ou bancos a registos nos hospitais”, disse, acrescentando que, se o fizerem, estarão a cometer um crime.

Governo
O secretário de Estado Adjunto da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que o Governo vai encontrar uma solução técnica que assegure...

"Temos a certeza que iremos encontrar a melhor solução técnica que garanta a segurança dos dados, mas que não ponha em causa um bem que é essencial, tratar melhor os doentes oncológicos", afirmou Fernando Araújo.

O governante, que falava aos jornalistas durante a inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) de Paredes de Coura, disse que "este tipo de registo é recomendado por todos os peritos no âmbito oncológico, pelos vários países europeus, pela Organização Mundial de Saúde (OMS)".

"Seguindo as melhores práticas do ponto de vista segurança dos dados encontraremos uma solução técnica adequada que responda às necessidades dos utentes", reforçou o secretário de Estado.

Fernando Araújo, que reagia deste modo às questões colocadas pelos jornalistas a propósito da notícia avançada pelo jornal Público, que adianta que o Governo vai avançar com Registo Oncológico chumbado pela Proteção de Dados, disse que "já existem registos oncológicos regionais, devidamente autorizados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e que funcionam há muitos anos".

"Este Registo Oncológico Nacional visa integrar estes vários registos oncológicos regionais num único, com o mesmo tipo de informação e, portanto, mais do que criar algo de novo, visa integrar o já existente", sustentou.

"Já existem registos oncológicos regionais, devidamente autorizados pela Comissão Nacional de Proteção de Dados e que funcionam há muito anos", frisou, sublinhando que "nunca houve quebra de segurança".

Para o responsável, "mais do que chumbar, a Comissão Nacional de Proteção de Dados fez recomendações técnicas para que salvaguardar a segurança dos dados".

"Estamos a utilizar a experiência que temos nos registos regionais e iremos seguir as recomendações da Comissão Nacional de Proteção de Dados", referiu, garantindo que "as recomendações feitas no ano passado que foram seguidas na totalidade".

"Um dos exemplos era o nome dos utentes que, no primeiro registo existia, e que foi totalmente retirado", defendeu, reafirmando que "será encontrada a melhor solução técnica que garanta a segurança dos dados mas que não ponha em causa um bem que é essencial, tratar melhor os doentes oncológicos".

Para Fernando Araújo, o Registo Oncológico Nacional vai introduzir "equidade" no tratamento dos doentes oncológicos de todo o país.

Fiscalização
A Autoridade de Segurança Alimentar apreendeu géneros alimentícios e suspendeu a atividade de uma cantina escolar, numa...

A operação, que decorreu nas últimas semanas do primeiro período escolar, foi dirigida aos serviços de restauração em estabelecimentos público e privados de ensino pré-escolar, básico, secundário, superior e profissional, e visou “verificar o fornecimento de refeições aos alunos de forma a garantir a Segurança Alimentar”, adianta a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) em comunicado.

Segundo a ASAE, foram fiscalizados 112 operadores económicos, tendo sido instaurados 28 processos de natureza contraordenacional, destacando-se como principais infrações o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a inexistência de processo baseados nos princípios do HACCP (sistema de gestão de segurança alimentar) ou a sua deficiente implementação, a falta de inspeção periódica, instalação de gás, entre outras.

Foram ainda apreendidos diversos géneros alimentícios, designadamente azeite por rotulagem incorreta, ovos com data de consumo ultrapassada e diversos produtos cárneos por ausência de documentação relativa à sua rastreabilidade.

Foi ainda suspensa a atividade de uma cantina escolar por falta de requisitos gerais e específicos de higiene, adianta a ASAE.

Universidade de Coimbra
Maria Filomena Botelho e José Guilherme Tralhão, docentes e investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra,...

O colangiocarcinoma é o segundo tumor primário do fígado e possui um mau prognóstico, sendo as opções terapêuticas conhecidas ineficazes na maioria dos casos. Torna-se necessário o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas que visem a redução das taxas de mortalidade associadas a este cancro.

Neste contexto, e tendo em conta que a bomba de sódio e iodo possui uma sobre-expressão no colangiocarcinoma e é mediadora da captação de iodo em órgãos como a tiroide, os investigadores que integram o projeto financiado pretendem avaliar o potencial terapêutico do iodo 131 no colangiocarcinoma através de diversos modelos in vitro e in vivo, esperando vir a desenvolver uma nova estratégia para tratar o colangiocarcinoma com recurso à radioterapia metabólica.

O projeto de investigação, liderado por Ilka Boin da UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas, surge de uma parceria entre diversos grupos de investigação de Portugal e do Brasil que integram a Universidade de Coimbra (UC), o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (Brasil) e a FAMERP - Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Brasil).

Ao projeto foi atribuído o maior financiamento possível no contexto da atribuição de projetos congéneres na Chamada Universal 2016 (faixa C - R$120.000,00).

Apesar de chumbado pela Proteção de Dados
Comissão diz que está em causa a privacidade dos doentes e informação com valor económico para bancos e seguradoras. Governo...

O Governo decidiu avançar com o Registo Nacional Oncológico (RON) apesar de a Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) ter chumbado a proposta. A entidade voltou a levantar fortes objeções à proposta de criação daquele registo, por considerar que a proposta de lei do Governo que cria e regula a base de dados que permitirá traçar o retrato da realidade oncológica em Portugal continua a não salvaguardar a privacidade dos doentes. 

Num parecer emitido no passado dia 20 - o segundo sobre esta matéria - a CNPD aconselha o Governo a expurgar do registo nacional o número de utente e o número do processo clínico dos doentes. São dois dados que "não só revestem um forte carácter sensível como permitem a identificação dos titulares", alerta aquela comissão, reiterando os alertas quanto ao "risco muito elevado" de discriminação e de exposição da privacidade dos doentes. 

O Governo, porém, vem agora lembrar que "o parecer da CNPD é obviamente importante, mas que a Assembleia da República é soberana no processo legislativo". A resposta do Ministério da Saúde, enviada ontem ao jornal Público, surge já depois de perante o primeiro parecer da CNDP, o Governo ter acatado a recomendação de não introduzir nem o nome nem o mês de nascimento dos doentes no registo.

Agora a proposta de lei vai mesmo seguir o seu caminho até ao Parlamento, sem acolher a sugestão da CNPD que, para mitigar o risco de identificação dos titulares dos dados, sugere o recurso à aplicação de um hash criptográfico. Este permitiria a introdução dos dados ao mesmo tempo que possibilitaria a sua proteção, impedindo a revelação imediata das referências identificativos dos doentes que padecem ou padeceram de cancro.

"Trata-se de um registo que é de âmbito nacional, mas sediado no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, ou seja, numa instituição com reconhecida idoneidade", reagiu ao PÚBLICO o Ministério da Saúde, para lembrar que a proposta de criação do RON foi precedida de estudos rigorosos.

De resto, já existem três registos oncológicos regionais que desde 1988 contêm a maior parte desta informação."Trata-se agora de proceder finalmente à sua integração, algo requerido por todos os peritos nacionais e internacionais, como fundamental para o Serviço Nacional de Saúde", acrescenta o ministério, para sublinhar que o RON vai permitir reunir informação precisa "sobre os tipos de neoplasias existentes em Portugal, em que locais, que populações de risco, qual a efetividade dos rastreios, qual o impacto dos novos fármacos" e que abordagem terapêutica apresenta melhores resultados. Trata-se, em suma, de "uma informação crítica para a melhoria no tratamento dos tumores em Portugal".

Comissão levanta “obstáculos excessivos"
Na mesma linha, o coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas, Nuno Miranda, considerou que a CNPD está a levantar “obstáculos excessivos e desproporcionais”. “Não se trata de um registo aberto e acessível ao público em geral, pelo que não me parece que faça sentido esta quantidade de obstáculos face a um registo que é extremamente necessário para sabermos o que se passa em termos de realidade oncológica em Portugal”, reagiu ao jornal Público, sublinhando que esta proposta “é em tudo semelhante ao que já vigora em muitos outros países" e "segue as recomendações da Organização Mundial de Saúde”.

Para este especialista, que calcula existirem em Portugal cerca de 400 mil pessoas que escaparam à doença oncológica, o RON devia, aliás, ir mais longe do que o Governo está agora a querer pôr à votação na Assembleia da República, fazendo constar não só o ano mas o mês do nascimento. “No caso de uma criança, é muito diferente ter um mês ou um ano de idade. E, mesmo para calcular incidências, era importante ter a data de nascimento”, preconiza, lembrando que a maioria das bases de dados semelhantes são nominais, ou seja, contêm a identificação do nome do doente.

A inexistência de um estudo de impacto deste registo central, do qual pudessem resultar soluções tecnológicas capazes de salvaguardar a identidade dos doentes oncológicos sem afetar a finalidade do registo, é uma das falhas que a CNPD aponta e que já constava, de resto, do primeiro parecer desta autoridade.

"Informação com valor económico"
Para a CNPD, o risco de exposição de privacidade e de discriminação é "tanto maior quanto esta é, de facto, informação com especial valor económico”. E o pior é que este tipo de informação é, ainda segundo aquela entidade, “potenciador de juízos discriminatórios, entre outros, no contexto laboral, no âmbito das relações contratuais (designadamente aquelas em que intervenham entidades bancárias e seguradoras) e também no domínio das relações sociais”. No parecer assinado pela presidente da CNPD, Filipa Calvão, sublinha-se que a discriminação “pode afetar não apenas os titulares dos dados mas também, no caso de cancros com incidência genética, os seus familiares”.

A este propósito, Nuno Miranda diz não ter conhecimento “de nenhuma seguradora que tenha acedido a dados de registos oncológicos”. De resto, e como lembra o ministério, "é possível na atual plataforma registar todos os acessos e monitorizar os mesmos", sendo que as objeções levantadas pela CNPD poder-se-iam também levantar relativamente a todos os registos de patologia e mesmo em relação às certidões de óbito. “Há sempre riscos inerentes a termos registos de saúde mas também há riscos inerentes ao facto de não os termos”, resume Nuno Miranda, para insistir na importância desta base de dados e assegurar a equidade nos tratamentos.

Além de agregar e uniformizar os dados dos registos oncológicos regionais, a base nacional somará os novos casos de cancro (cujo registo terá de ser feito até nove meses a contar do diagnóstico) e a posterior atualização anual do estádio da doença, das terapêuticas usadas e do estado vital do doente. Os dados são mantidos no anonimato até 15 anos após a morte do doente.

Estudo
Estudos mostram que jovens portugueses já passam demasiado tempo na Internet, mas com valores em linha ou até inferiores aos...

As crianças e jovens portugueses já passam um tempo considerável, tanto durante a semana como ao fim-de-semana, a utilizar o computador – seja para conversar, navegar na Internet, enviar emails ou mesmo para estudar. Os sinais de dependência das novas tecnologias já são alguns, mas mesmo assim os valores encontrados em Portugal ainda estão quase sempre abaixo da média europeia.

No estudo europeu Net Children Go Mobile, realizado 2014, foram identificados alguns casos extremos: 6% dos jovens admitiram que tinham ficado sem comer ou sem dormir por causa da Internet. No entanto, tirando estes casos limite, os adolescentes portugueses mostraram “resultados em sintonia com a média europeia” ou até mais baixos nos vários indicadores referentes ao uso excessivo: por exemplo, em média 42% dos jovens europeus admitiram passar frequentemente ou algumas vezes menos tempo com a família, com os amigos e deixar tarefas escolares de lado por causa da Internet e dos jogos. Em Portugal, o valor ficou nos 31%, escreve o jornal Público.

Também o estudo mundial Health Behaviour in School-Aged Children, do mesmo ano, avaliou a dependência da Internet, numa escala que varia entre 9 e 45 pontos, correspondendo o valor mais alto a uma elevada dependência. Os autores do trabalho chegaram a uma média de 18 pontos para a realidade portuguesa – um valor inferior ao da realidade europeia.

Até mil euros
Entidades públicas ou privadas que não deem prioridade a grávidas, idosos, pessoas com deficiência ou com crianças de colo...

Com a nova legislação, "todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público" ficam obrigadas a "prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo".

A partir desta terça-feira, segundo a TSF, todas as entidades públicas ou privadas que não cumpram a obrigatoriedade do atendimento prioritário podem ser multadas com coima entre 50 a 500 euros quando a entidade infratora for uma pessoa singular, ou de 100 a mil euros se for uma pessoa coletiva.

Todas as pessoas a quem for recusado o atendimento prioritário podem chamar as autoridades policiais, para tomarem conta da ocorrência, mas sobretudo para impor a obrigatoriedade.

De fora desta obrigatoriedade ficam as situações de atendimento presencial ao público feitas através do serviço de marcação prévia.

Não estão obrigadas a fazer atendimento prioritário as entidades prestadoras de cuidados de saúde quando esteja em causa "o direito à proteção da saúde e do acesso à prestação de cuidados de saúde".

Nessas situações, "a ordem do atendimento deve ser fixada em função da avaliação clínica a realizar".

Fora desta obrigação estão também as conservatórias ou outras entidades de registo "quando a alteração da ordem de atendimento coloque em causa a atribuição de um direito subjetivo ou posição de vantagem decorrente da prioridade de registo".

Usufruem deste regime as pessoas com deficiência que tenham um grau de incapacidade igual ou superior a 60%, reconhecido por atestado multiusos, e apresentem dificuldades específicas que lhes possam "limitar ou dificultar a atividade e a participação em condições de igualdade".

Beneficiam também as pessoas idosas, ou seja, todas as que tenham idade igual ou superior a 65 anos e tenham "evidente alteração ou limitação das funções físicas ou mentais".

Relativamente às pessoas acompanhadas por crianças de colo, a nova legislação é válida apenas para crianças até aos dois anos.

Por outro lado, caso haja uma situação de conflito, em que várias pessoas tenham direito ao atendimento prioritário, o atendimento deve fazer-se por ordem de chegada.

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