Transplantação de órgãos

Sociedade Portuguesa satisfeita com aumento dos transplantes, mas Portugal pode fazer mais

A Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) manifestou-se hoje satisfeita com o aumento dos transplantes de órgão em 2016, mas diz que Portugal ainda continua aquém do seu potencial.

Os dados da doação e transplantação de órgãos em 2016 apresentados esta semana pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) apontam para um aumento de órgãos colhidos de dador falecido, que subiram de 896 em 2015 para 936 no ano passado.

O número de órgãos (provenientes de dador falecido, vivo e sequencial) transplantados também aumentou: de 824 para 864.

“Este aumento do número de transplantes reflete o esforço de todos os profissionais envolvidos na área da transplantação (…), que apesar da grande limitação de recursos humanos, permitiu atingir os números que nos enche de satisfação, mas podemos fazer melhor, os números ainda não atingiram os valores de 2009, em que foram efetuados 595 transplantes renais e 573 em 2010 (499 em 2016)”, afirma a presidente da SPT, citada em comunicado.

Susana Sampaio defende que é necessário otimizar ainda mais as colheitas e diz que “continua a haver grandes assimetrias entre hospitais e gabinetes de transplantação”.

“Temos unidades hospitalares que não detetam todos os potenciais dadores e colhem órgãos muito aquém do que deveriam, uma situação relativamente à qual temos lançado repetidos alertas”, explica a presidente da SPT, para quem é “fundamental repensar a rede de coordenação da colheita”.

“Os registos da atividade ainda são arcaicos e a informação muitas vezes não circula entre os profissionais da área”, sublinha.

A especialista afirma ainda que as colheitas de órgãos poderão crescer “assim que arrancarem os programas de colheita em paragem cardiorrespiratória em Lisboa e Coimbra”. Atualmente só o Centro Hospitalar S. João, no Porto, dispõe desta técnica de colheita.

O número de órgãos colhidos para transplante em 2016 foi o maior de sempre, tendo-se registado pela primeira vez transplantes com órgãos de dadores em paragem circulatória (“coração parado”).

Além de aumentar a colheita e a taxa de aproveitamento de órgãos, a presidente da SPT defende que “é necessário aumentar a doação em vida com campanhas de incentivo e de informação sobre este tipo de doação”.

Relativamente à colheita de órgãos em vida, a responsável considera “é muito importante fomentar a colaboração com Espanha, de modo a poder otimizar o Programa Nacional de Doação Cruzada Renal”.

De acordo com os dados revelados esta semana, dos 936 órgãos colhidos de dador falecido, foram transplantados 784, o que reflete uma taxa de utilização de 84% (face a 79% no ano anterior).

Do total de órgãos transplantados, o maior número ocorreu na transplantação renal (499), seguindo-se a hepática (272), a cardíaca (42), a pulmonar (26) e a pancreática (25).

Fonte: 
LUSA
Nota: 
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