Detlev Ganten
O presidente da Cimeira Mundial de Saúde e da Aliança M8 sublinhou hoje que Coimbra é uma "fonte de enriquecimento...

"Para nós, Coimbra é uma porta aberta para as comunidades lusófonas, como Paris é para as comunidades francófonas", afirmou Detlev Ganten, presidente da Aliança M8 - o G8 da Saúde - e da Cimeira Mundial da Saúde, que recebeu hoje o grau Doutor Honoris Causa atribuído pela Universidade de Coimbra (UC).

Portugal, representado pelo consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e UC, foi admitido a 11 de outubro de 2015 na Aliança M8, cuja rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

Para Detlev Ganten, Coimbra é uma fonte de enriquecimento "científica, estrutural, política e económica" para as discussões que hoje são debatidas na área da saúde.

A cidade tem uma "universidade maravilhosa, onde se faz excelente ciência, e um hospital fantástico", notou o presidente da Aliança M8, que falava à margem da atribuição do grau Doutor Honoris Causa, cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

No entanto, a característica "mais importante" de Coimbra e, consequentemente, de Portugal, é a rede que permite estabelecer com os países lusófonos, como Moçambique ou Angola, referiu, recordando ainda a ligação do país à América do Sul, bem como à Ásia, onde os portugueses foram "pioneiros" na transmissão da cultura ocidental.

A Universidade de Coimbra é "uma instituição de grande tradição, prestígio científico e influência intelectual" não apenas no país, "mas também na Europa e em todo o mundo", disse o especialista alemão em Farmacologia, durante o discurso da cerimónia da atribuição do grau Honoris Causa.

A tradição, constatou, representa "um desafio" da UC para "continuadamente se abrir a novas circunstâncias com criatividade e com uma mente aberta, sem perder o compasso e os valores".

Além disso, a tradição providencia também uma identidade "corporativa e estabilidade" e assume-se como uma "âncora em tempos conturbados".

"Nos tempos conturbados de hoje, assim como na história, nós na academia e na Aliança M8 podemos ajudar a dar ao mundo inspiração, orientação racional e um compasso intelectual para fazer do mundo um espaço melhor e mais seguro", afirmou Detlev Ganten.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global, promovendo a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

A conferência intercalar da Cimeira Mundial de Saúde de 2018 vai realizar-se em Coimbra, a 19 e 20 de abril.

A decisão foi votada por unanimidade, em Berlim, na Alemanha, durante a assembleia-geral da Aliança M8, organizadora da Cimeira Mundial de Saúde, em outubro de 2016.

De acordo com o consórcio português CHUC/UC, são esperados na conferência intercalar de abril de 2018 cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo, da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul, que se vão reunir no Convento São Francisco.

Estudo
Cientistas descobriram que um medicamento usado no tratamento da Alzheimer pode fazer crescer de novo a parte do dente danificada.

As dolorosas ou, pelo menos, assustadoras sessões no dentista para restaurar os dentes podem ter o fim à vista. Uma nova descoberta mostrou que um medicamento usado no tratamento da Alzheimer é capaz de fazer crescer os dentes, reparando as cavidades provocadas pelas cáries.

A investigação publicada na revista Scientific Reports revelou que o fármaco Tideglusib consegue estimular as células-tronco existentes no polpa do dente, de forma a que consigam gerar nova dentina, um tecido do dente que está coberto pelo esmalte, escreve a Visão.

Esta nova técnica pode fazer com que a necessidade de restaurar os dentes com recurso a resinas compostas ou amálgama de prata diminua significativamente. "A simplicidade da nossa abordagem torna-a ideal para um produto dentário clínico a ser usado no tratamento de grandes cáries, proporcionando uma proteção à polpa e restruturando a dentina", referiu Paul Sharpe, principal autor do estudo, ao The Telegraph.

Os investigadores do Dental Institute do King's College London consideram que o facto deste fármaco já ter passado por testes clínicos para o tratamento da doença de Alzheimer pode fazer com que aprovação para o seu novo uso clínico seja mais rápida.

Em entrevista ao jornal inglês, o CEO da Oral Health Foundation, Nigel Carter, mostrou-se agradado com esta nova forma mais natural, menos evasiva e, com certeza, menos assustadora, de reparar o dente. "Esta é uma abordagem extremamente interessante e inovadora", referiu e continuou: "esperamos que seja aplicada clinicamente, o que poderia, sem dúvida, ser um progresso no tratamento desta doença dentária", referiu.

Fundação Portuguesa do Pulmão
A gripe aumenta o risco de pneumonia pneumocócica dezenas de vezes. Embora não seja sazonal, e se registem casos de Pneumonia...

Com a chegada do pico da Gripe, a Fundação Portuguesa do Pulmão, alerta para o risco agravado de Pneumonia. “Estamos prestes a assistir ao pico da incidência da gripe e com ele aumentará, também, o número de casos de Pneumonia. Só por si, a Gripe intensifica o risco de Pneumonia.”, explica José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.

Os sintomas da gripe podem ser semelhantes aos da Pneumonia, a maioria da população tem dificuldade em distingui-los podendo, por isso, subvalorizar situações potencialmente graves.

Os quadros de Pneumonia e Gripe uma vez confundidos, podem atrasar a procura de ajuda médica. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da Pneumonia, que podem surgir como complicação de uma Gripe. Devemos estar particularmente atentos a quadros de Gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada.

“A prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença”, continua José Alves. “O conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos, à vacinação contra a gripe, e a vacinação anti-pneumocócica poderão fazer a diferença entre”, alerta o Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.

O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, custa uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

Estudo
A descoberta, divulgada na última edição do jornal Neuroscience Letters, foi feita por um grupo de cientistas da Universidade...

Os extratos de Opuntia ficus-indica, um tipo de cato muito comum na bacia mediterrânica, podem vir a ser usados em tratamentos para combater o Alzheimer e a doença de Parkinson. Um grupo de investigadores da Universidade de Malta descobriu que este e outro ingrediente da região, uma alga castanha conhecida popularmente como cauda-de-pavão, podem desempenhar uma papel decisivo no processo de disrupção que está na origem destas patologias.

As placas beta-amiloides, constituídas por proteínas, atuam sobre o sistema nervoso a partir do cérebro, uma informação que já não é nova para a comunidade científica, escreve o Sapo. O que é novo na pesquisa é que os extratos dos catos e das algas mediterrânicas podem exercer uma ação semelhante a partir do organismo, impedindo a evolução de ambas as doenças, revelaram os estudos realizados, com uma amostra de moscas-da-fruta.

Os insetos foram alterados geneticamente para que pudessem desenvolver sintomas tradicionalmente associados à doença de Alzheimer. Os que foram alimentadas com extratos de algas e catos conseguiram duplicar o tempo de vida médio que, de dois dias, passou para quatro. “A mobilidade das moscas doentes melhorou 18% após o tratamento, o que representa uma grande evolução”, refere o relatório do estudo, já divulgado pelo jornal Neuroscience Letters.

Os ensaios clínicos em humanos necessários para validar cientificamente a descoberta ainda não têm data marcada mas Ruben J. Cauchi, o coordenador da investigação, afirma que os componentes exigidos já estão disponíveis. «Acreditamos que a descoberta de agentes bioativos que visam encontrar caminhos para combater as doenças neurodegenerativas é a abordagem mais viável na luta contra os distúrbios cerebrais que travamos atualmente», assegura.

Estudo
Os homens que consomem muita carne vermelha sofrem com mais frequência de um tipo comum de inflamação do intestino, chamada...

Esta doença é provocada pela inflamação de um ou vários divertículos - pequenas bolsas de tecido que se formam na mucosa interna do intestino.

O estudo comparou o grupo composto por 20% dos participantes que consumiam mais carne vermelha com os 20% que consumiam menos e concluiu que os casos de diverticulite foram 58% mais numerosos no primeiro grupo, explicaram os investigadores, na maioria académicos da Universidade de Harvard-

Os dados foram extraídos de um amplo estudo epidemiológico nos Estados Unidos, que, segundo o Sapo, analisou as respostas de mais de 46.000 homens inquiridos periodicamente desde 1986.

A cada quatro anos, os participantes responderam a perguntas sobre os seus hábitos alimentares no ano anterior, especificando o consumo de carne vermelha, frango e peixe. As opções variavam desde "nunca ou menos de uma vez por mês" até "seis vezes por dia ou mais".

Do total do grupo, 764 homens desenvolveram diverticulite, o que equivale a 1,6%.

Os especialistas destacaram que o estudo só mede uma coincidência estatística, sem expressar uma relação de causalidade.

Os grandes consumidores de carne vermelha também fumavam mais que a média, praticavam menos desporto e recorriam mais vezes a anti-inflamatórios e analgésicos.

A equipa desenvolveu algumas hipóteses, entre elas a de que o consumo elevado de carnes vermelhas poderia perturbar o equilíbrio das bactérias que vivem no intestino.

 

A diverticulite é uma condição relativamente comum que pode ter consequências graves em 4% dos casos (abcessos, peritonite, perfuração do intestino), destacaram os autores do estudo, publicado na revista médica Gut, que depende da publicação British Medical Journal (BMJ).

Estudo
Uma redução de 10% no consumo de sal permitiria salvar milhões de vidas, revela um estudo publicado pelo The British Medical...

Os investigadores calculam que campanhas governamentais podem deter a importante mortalidade ligada ao consumo excessivo de sal por apenas 10 cêntimos de dólar por pessoa, cerca de 9 cêntimos de euro.

O sal aumenta o risco de hipertensão e de doenças cardiovasculares.

A maioria dos adultos consome mais sal do que o recomendado, além do limite de 2 gramas por dia, o que faz que 1,65 milhões de pessoas morram de doenças cardíacas todos os anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Até agora, poucos países avaliaram o custo da estratégica pública para tentar reduzir o consumo de sal, escreve o Sapo.

Um grupo de investigadores, dirigidos por Dariush Mozaffarian, calculou este custo em 183 países, atuando de forma coordenada com a indústria.

Os cientistas também avaliaram o número de anos de saúde perdidos. Com a redução do consumo de sal em 10 anos, seria possível evitar perder anualmente 5,8 milhões de anos de boa saúde.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia
É no âmbito da formação Pós-Graduada da Escola de Pneumologia que a Comissão de Tabagismo da SPP lança a 2ª edição do Curso de...

Sendo o tabagismo um problema transversal a toda a medicina, pela elevada prevalência e pelas inúmeras doenças associadas, esta é uma questão que constitui uma grande preocupação para a grande parte dos profissionais de saúde. Além da Pneumologia e da Medicina Geral e Familiar, é fundamental estender este conhecimento a áreas fulcrais como a Cardiologia, a Medicina Interna, a Psiquiatria, a Pediatria, a Obstetrícia e muitas outras.

Segundo José Pedro Boléo-Tomé, Coordenador da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, “este é um curso que pretende transmitir conhecimentos e competências básicas para todos os que se interessam pelo tema e não apenas os que integram ou desejam integrar consultas de cessação tabágica. Dando seguimento às recomendações do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, esta edição incluí alguns novos temas sobre grupos específicos, como o tabagismo em pediatria, nas grávida e no doente psiquiátrico. Os novos produtos de tabaco e as novas tecnologias são temas a abordar”.

O curso terá uma primeira parte exclusivamente online, que consiste em 6 módulos de e-Learning, com um total de 19 temas, incluindo uma aula em vídeo, apresentação de slides, questionário de auto-avaliação e bibliografia.

Para os interessados, haverá uma segunda parte que consiste num workshop prático, com casos clínicos, discussão interativa e simulação de consultas. A frequência do workshop dará acesso a um diploma com avaliação.

Mais informação e inscrições através da plataforma elearning-sppneumologia.pt ou através de sppneumologia.pt

Bioengenheiros desenvolveram
Uma centrifugadora manual, feita com papel e fio de pesca, pode separar o plasma dos restantes componentes do sangue em 1,5...

O aparelho, denominado 'papelfugadora', pode separar também a parte do sangue que contém os glóbulos brancos e as plaquetas, segundo a revista Nature Biomedical Engineering.

O conceito, que bioengenheiros da universidade norte-americana de Standford desenvolveram e testaram, inspirando-se num brinquedo antigo, pode ser ampliado para fabricar centrifugadoras baratas de plástico e impressas a três dimensões (3D).

O sangue é injetado em tubos capilares (tubos de ensaio muito estreitos) que se colocam entre dois discos de papel e estão agarrados por tiras de velcro.

O movimento giratório, para centrifugar, é conseguido ao se enrolar e desenrolar os discos, graças a duas pegas em madeira e a duas cordas feitas com fio de pesca que atravessam o centro dos discos.

Manu Prakash, professor assistente de bioengenharia na Universidade de Standford, admitiu, citado pela página na Internet da instituição, que se trata do objeto movido pelas mãos que rodopia mais rápido.

A universidade lembra que uma centrifugadora é fundamental para a deteção de doenças como a malária, a sida ou a tuberculose.

Devido ao seu baixo custo, a 'papelfugadora' pode ajudar, de acordo com os peritos que a criaram, no diagnóstico de patologias em países pobres onde elas têm mais prevalência, nomeadamente em África.

Em França
Investigadores anunciaram ter identificado duas proteínas que desempenham um papel fundamental na infeção das células do...

Uma equipa de investigadores do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica (INSERM) de França explicou que a proteína AXL, produzida pelas células do sistema nervoso chamadas células da glia, “facilita a entrada do vírus Zika no cérebro”, enquanto uma segunda proteína, Gas6, tem um papel de “mediadora” entre as partículas virais e as células da glia e permite a entrada do vírus nessas células .

As células da glia têm um papel essencial no sistema nervoso, assegurando a manutenção do equilíbrio de neurónios e a produção de mielina, que protege as fibras nervosas.

Além disso, ainda segundo os investigadores, a ativação da proteína AXL diminui a resposta imunitária contra o vírus Zika, favorecendo a infeção.

A infeção pelo vírus Zika é transmitida pela picada de um mosquito (“aedes”) ou por via sexual e em alguns casos pode ser responsável por doenças neurológicas e microcefalias fetais congénitas.

Segundo um balanço da OMS de outubro do ano passado, 73 países já foram afetados pelo vírus desde 2015, especialmente na América Latina e nas Caraíbas, onde foram reportados 21 casos de microcefalia supostamente devidos ao Zika.

Os resultados do estudo são “um passo importante na compreensão das complicações neurológicas da infeção”, segundo os investigadores.

De acordo com a OMS o vírus (que pode provocar sintomas como febre ligeira, erupções cutâneas, conjuntivite, dores nas articulações, mal-estar ou dor de cabeça) foi pela primeira vez identificado em macacos no Uganda em 1947 e depois 1952 já em humanos, no Uganda e na Tanzânia. O primeiro grande surto do vírus foi notificado em 2007 na ilha de Yap, na micronésia.

Causa de morte materna
Considerada como a primeira causa de morte materna durante o primeiro trimestre de gestação, a gravi

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o número de mortes associadas a uma gravidez ectópica aumentou, nas últimas décadas, nos países industrializados, estimando-se que seja a causa de 4,9 por cento dos óbitos durante a gestação.

Estima-se que uma em cada 100 a 200 gravidezes seja ectópica, ou seja, uma gravidez em que o feto se desenvolve fora do útero, quer seja na trompa de falópio, no canal cervical ou na cavidade pélvica ou abdmominal. Sendo a mais comum a gravidez tubária – representando 97,7 por cento dos casos.

O principal risco descrito, em resultado da evolução de uma gravidez ectópica (GE), é a rotura do orgão onde se desenvolve, uma vez que apenas a cavidade uterina possui a capacidade de expandir e acomodar o desenvolvimento fetal. Esta rutura pode causar infertilidade ou morte.

Segundo Rute Matos, enfermeira responsável pelo bloco de partos do Hospital da Luz e autora do capítulo dedicado ao tema no manual “Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica”, publicado pela editora Lidel, são vários os fatores de risco que podem condicionar o desenvolvimento de uma gravidez ectópica.

É o caso da doença inflamatória pélvica “que aumenta o risco de danos nas trompas de Falópio”. Esta inflamação é o resultado de uma infeção bacteriana, que costuma começar na vagina e que se propaga ao útero e às trompas, contraída, habitualmente,  por contato sexual.

Por outro lado, “as cirurgias que causam danos ou alteram a estrutura tubária acrescem um aumento do risco da gravidez ectópica”. “Como a salpingostomia (abertura da trompa de falópio), reanastomose tubária (após laqueação) ou lise de aderências pélvicas (causadas por endometriose, DIP, infeções, entre outras”, descreve a especialista em enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica.

Também as técnicas de procriação medicamente assistida, como recurso a medicação para estimulação ovárica, foi associado ao aumento deste risco. “Especialmente devido ao número elevado de óvulos e elevados níveis hormonais”, acrescenta.

Diversos estudos associam ainda os hábitos tabágicos como fator de risco. “Possivelmente devido a alterações na ovulação, alterações da motilidade tubária e uterina e da imunidade”, as mulheres fumadoras têm maior risco de GE do que as não fumadoras.

A idade materna avançada, responsável “pela perda progressiva da atividade mioelétrica da trompa de Falópio”,  os contracetivos orais apenas com progesterona e dispositivos intrauterinos são também apontados como fatores que podem levar ao aumento da  incidência destes casos.

Os principais sintomas de gravidez ectópica são a dor abdominal, hemorragia vaginal anormal e ausência de menstruação.

No entanto, além destes sinais também podem surgir outros sintomas como febre, cansaço, náuseas e vómitos ou sinais de choque hipovolémico (caracterizado pela perda de grandes quantidades de sangue e líquidos).

“O diagnóstico da GE é dificil de efetuar, pois apenas cerca de 50% das pacientes com GE apresentam a clássica tríade de sinais e sintomas  - dor, amenorreia e hemorragia vaginal anormal. Deste modo, tem de se efetuar um diagnóstico diferencial, excluindo diversas situações como a apendicite, salpingite, rutura de quisto, corpo lúteo ou de folículo de ovário, aborto espontâneo, torção do ovário ou infeção urinária”, escreve Rute Matos.

De acordo com a especialista o tratamento deste evento clínico “tem-se alterado ao longo dos anos”, muito devido aos meios de diagnóstico disponíveis que têm possibilitado, cada vez mais, um diagnóstico precoce. Na realidade, a possibilidade de um diagnóstico precoce permite que terapêuticas menos invasivas e mais conservadoras sejam aplicadas no tratamento da GE.

“O tratamento da GE passou a incluir uma terapêutica conservadora (cirúrgica e não cirúrgica) sendo que, em situações de rutura tubária ou de lesões complexas, o tratamento terá de ser, inevitavelmente, cirúrgico”, descreve.

O tratamento com metotrexato – um agente antagonista do ácido fólico que inibe a síntese de purinas, interferindo com o ADN e interrompendo a multiplicação celular – é o método não cirúrgico indicado.

A sua administração pode ser por via intramuscular e são elegíveis para a sua utilização grávidas sem sintomas de hemorragia ativa ou hemoperitoneu, com saco gestacional até quatro centímetros e com ausência de atividade cardíaca fetal.

A principal vantagem deste tratamento é evitar a cirurgia, diminuindo os riscos de lesão e infertilidade.

No entanto, apresenta alguns efeitos secundários. Distúrbios gastrointestinais, tonturas, dor ou hemorragia vaginal são os mais frequentes.

Quanto ao tratamento cirúrgico, realizado apenas quando existe lesão complexa ou rutura tubária, consiste, atualmente, na aplicação de técnicas minimamente invasivas. Estas técnicas consistem em: salpingostomia linear, que identifica a trompa afetada e procede a sua libertação das estruturas; Resseção segmentar tubária, “com a resseção da zona tubária onde está contido o saco gestacional e posterior anastomose dos topos da trompa”; e Salpingectomia total.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sociedade para o Estudo da Obesidade
O combate ao excesso de peso deve assentar mais em "evidências científicas" do que nas promessas "de charlatões...

Segundo a investigação internacional divulgada pela universidade espanhola de Navarra, as pessoas com tendência genética para a obesidade podem perder peso com exercício, dietas ou fármacos da mesma maneira do que quem não tem essa predisposição.

A endocrinologista portuguesa Paula Freitas considerou que é neste tipo de "evidências científicas" que as pessoas se devem basear se querem perder peso, afastando-se dos "produtos miraculosos que constantemente chegam em anúncios na televisão ou pela internet".

Os investigadores espanhóis, integrados numa equipa internacional de 30 cientistas, descobriram que quem tem o gene FTO, que faz aumentar o peso corporal, responde da mesma maneira que o resto das pessoas à dieta, ao exercício e aos medicamentos para perder peso, afirmou na sua página na internet a universidade baseada na cidade de Pamplona.

Docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Paula Freitas defendeu que "modificar o estilo de vida" é que resulta no combate à obesidade.

Perder peso "faz parte de um processo" que começa na educação para os riscos do que é "um problema grave em Portugal" e "não é olhado como doença", considerou.

Segundo dados do Eurostat divulgados em outubro passado, mais de metade da população adulta portuguesa tem excesso de peso, uma condição que "tem vindo a aumentar nas mulheres", assinalou Paula Freitas.

Nas estatísticas, relativas a 2014, identificou-se que 16,6% dos portugueses são obesos, uma prevalência que atinge 15,3% nos homens e 17,8% nas mulheres.

"A obesidade é uma doença complexa, depende de vários fatores" e o seu aumento não depende de fatores genéticos, "que não mudaram", mas sim de "fatores ambiente", apontou.

O diagnóstico da obesidade conta com o índice de massa corporal, calculado a partir do peso e da altura.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, um índice superior ou igual a 25 significa excesso de peso e a partir dos 30 é considerado obesidade.

Estudo
As pessoas com tendência genética para a obesidade podem perder peso com exercício ou dietas da mesma maneira do que quem não...

Os investigadores espanhóis, integrados numa equipa internacional de 30 cientistas, descobriram que quem tem o gene FTO, que faz aumentar o peso corporal, responde da mesma maneira que o resto das pessoas à dieta, ao exercício e aos medicamentos para perder peso, afirmou na sua página na internet a universidade baseada na cidade de Pamplona.

"A genética não faz diferença", afirmou a professora de Fisiologia Amelia Martí, uma vez que "ambos os perfis responderam igualmente bem às estratégias para perder peso", significando que o estilo de vida, sobre o qual as pessoas podem ter controlo, é mais importante para determinar o peso que se tem.

"Conseguimos comprovar que, depois de uma intervenção para perda de peso, não houve nenhuma diferença no índice de massa corporal, circunferência da cintura ou quilos perdidos entre os participantes com propensão genética e os outros", declarou.

A origem étnica, sexo, índice de massa corporal inicial ou idade também não tiveram influência nos resultados.

A investigação, em que participaram cientistas de 11 países, foi publicada no British Medical Journal, do Reino Unido, e nele se compilaram dados de 11 estudos, abrangendo cerca de 10.000 pessoas.

A especialista em obesidade defendeu que deve haver "estratégias mais eficazes para prevenir e lidar" com a obesidade e o excesso de peso, que afetam "mais de 2.000 milhões de adultos".

O problema deve ser combatido com "a melhoria dos hábitos de vida, a aquisição de padrões de alimentação saudável, como a dieta mediterrânica, e a atividade física", advogou.

"Todos esses fatores em conjunto são eficazes para perder peso de forma sustentada, independentemente dos genes", sublinhou.

Serviço Nacional de Saúde
O Ministério da Saúde vai criar uma plataforma de gestão dos medicamentos que têm maiores custos para o Serviço Nacional de...

O objetivo é monitorizar de forma detalhada os resultados e qualidade dos tratamentos. Em algumas doenças, como o VIH, estão previstas penalizações aos hospitais que excederem o custo médio anual de tratamento por doente. A medida faz parte dos Termos de Referência para a contratualização de cuidados de saúde no Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2017, documento base para a contratação com hospitais e centros de saúde e respetivo financiamento.

Um dos focos do documento é a prestação de cuidados a pessoas com doenças crónicas, onde se refere que se prevê que os cuidados sejam prestados de forma integrada para garantir uma resposta atempada. O financiamento é feito com um preço único médio que engloba tratamentos com medicação, consultas, exames e outros. É nesta sequência que o Ministério vai criar a Plataforma de Gestão dos Medicamentos com maior impacto económico nos custos do SNS: a Plataforma M20.

"Esta Plataforma recolhe dados reportados pelos hospitais no âmbito do Código Hospitalar Nacional do Medicamento, desenvolvido pelo Infarmed, e da Prescrição Eletrónica Médica nos Hospitais e possibilitará a monitorização detalhada da utilização destes medicamentos hospitalares, não só por instituição, como também por princípio ativo, por exemplo. Também em 2017 será reforçada a obrigatoriedade de identificação dos utentes portadores de doenças crónicas e raras, assim como dos registos nos sistemas de informação da atividade que lhes é realizada nas instituições hospitalares, de forma a aferir a qualidade dos cuidados prestados e a efetividade das terapêuticas em utilização no SNS", refere o documento.

Hospitais penalizados
Entre as doenças com pagamento de valor único estão diabéticos com bomba de insulina, tratamento para a hepatite C, tratamento ambulatório de doentes com hipertensão arterial pulmonar, esclerose múltipla, doentes oncológicos, VIH, entre outras. No caso do VIH, o preço médio anual por doente é de 9166 euros e os hospitais que ultrapassarem este valor serão penalizados em 10%. Quer valor quer penalização são idênticas ao previsto para 2016. A mesma filosofia é aplicada na hipertensão arterial pulmonar, que prevê uma penalização de 1%.

"Esta penalização visa incentivar a utilização eficiente dos recursos do SNS, pelo que as instituições que obtiverem um melhor desempenho terão acesso à totalidade do financiamento disponível para esta vertente. Ao manter-se o preço de 2017 idêntico ao de 2016 e, em simultâneo, ao promover-se uma redução do custo médio mensal da componente medicamentosa, pretende-se premiar as instituições que efetuam esta utilização eficiente dos recursos no SNS", explica ao Diário de Notícias fonte da Administração Central do Sistema de Saúde, acrescentando que o efeito da medida em 2016 está ainda a ser avaliada.

Segundo a newsletter do Infarmed, em 2016 o custo mensal dos hospitais com medicamentos para o VIH subiu 10% em relação ao custo mensal de 2015. O Infarmed justifica o aumento com "mais doentes em tratamento" e com a "alteração das recomendações terapêuticas, sendo recomendado o início do tratamento logo após o diagnóstico". Com os antirretrovirais aumentou controlo da doença e a sobrevivência dos doentes. Entre janeiro e setembro do ano passado estavam em tratamento no SNS 29 666 doentes com VIH, mais 1701 que no período homólogo de 2015. Quanto a gastos, entre janeiro e outubro de 2016 a despesa com tratamentos estava em 195 milhões de euros, representando 23% da despesa total dos hospitais com medicação.

Estudo
Investigação do IPO de Lisboa estuda efeitos positivos que alimentos podem ter no tratamento dos tumores. Se o estudo continuar...

Que relação há entre a casca da laranja, o agrião, os brócolos e o cancro? Há cada vez mais dados que indicam que estes três alimentos são aquilo a que se chama nutracêuticos – ou seja, alimentos com nutrientes que podem ter um efeito terapêutico em doenças, como as oncológicas. É isso mesmo que tem estado a comprovar uma equipa do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. No entanto, desengane-se quem ache que a solução passa por incluir na alimentação grandes quantidades destes três produtos. Os efeitos conseguidos nos tumores do cólon e do reto resultam da utilização de extratos concentrados da casca da laranja, do agrião e dos brócolos e, para já, os testes não são em pessoas mas sim em células cancerosas.

“Estamos a desenvolver os testes em linhas celulares e num modelo tridimensional para se aproximar o mais possível ao modelo in vivo, isto é, mais semelhante aos doentes”, explicou ao jornal Público Cristina Albuquerque, bioquímica, investigadora do IPO e responsável pela equipa que estuda os nutracêuticos. “O estudo dos nutracêuticos enquadra-se no nosso objetivo de identificar novos alvos terapêuticos e novas terapêuticas, tanto sintéticas como naturais”, acrescentou Branca Cavaco, diretora da Unidade de Investigação em Patobiologia Molecular do IPO, onde se insere esta equipa. O projeto está também a ser feito em parceria com Teresa Serra, do Instituto de Biologia Experimental e Tecnológico (iBET).

“Tivemos resultados bastante promissores”, garantiu Cristina Albuquerque, que explicou que o extrato da casca de laranja conseguiu inibir a divisão das células de cancro do cólon com que estavam a trabalhar, assim como “induziu a morte celular” de células estaminais. Segundo a investigadora, estes resultados em células estaminais são especialmente importantes, já que se reconhece que costumam estar na base da resistência dos tumores aos tratamentos com quimioterapia.

Redução das doses de quimioterapia
As experiências foram feitas só com os extratos e as células e também com os extratos, as células e a quimioterapia mais usual nestes cancros. Em todos os casos, o extrato da casca de laranja melhorou os resultados. O mesmo se conseguiu com o extrato de agrião e de brócolos, ainda que as substâncias em causa sejam diferentes. Se os estudos avançarem e continuarem a ter resultados positivos, Cristina Albuquerque sublinha que poderemos utilizar estes extratos para reduzir a dose de quimioterapia convencional, diminuindo também os efeitos secundários dos tratamentos hoje utilizados.

Esta é uma das mais recentes investigações do IPO de Lisboa e surgiu no âmbito do iNOVA4Health, um programa de investigação que pretende estimular parcerias na procura de terapias personalizadas. No entanto, está longe de ser o único projeto a decorrer. “Temos cinco grandes grupos de investigação no IPO, onde a investigação está intimamente ligada à atividade médica. Estudamos muito as formas esporádicas e familiares de cancro e andamos à procura de novos alvos terapêuticos”, sintetizou ao jornal Público Paula Chaves, diretora do Centro de Investigação do IPO.

A médica anatomopatologista recordou que o IPO nasceu em 1923 como “centro para o estudo e o tratamento do cancro”. Um facto que é, aliás, destacado no livro IPO Lisboa – 90 anos a investigar, apresentado nesta segunda-feira, e que resume a história de investigação do instituto. O livro foi escrito por Edward Limbert, endocrinologista aposentado do IPO que dedicou grande parte da sua carreira também à investigação.

Paula Chaves considera que é esta ligação entre investigação e prática clínica que permite que o IPO consiga cada vez melhores resultados com os seus doentes. “Procuramos compreender melhor os mecanismos [das doenças] para poder atuar em termos terapêuticos tanto na prevenção como em carcinomas avançados”, explicou. Branca Cavaco corrobora que neste campo da genética a tecnologia tem permitido avanços tremendos: o IPO tem mais de 7000 famílias registadas no centro dedicado ao risco familiar de cancro e tem sido possível identificar variantes genéticas responsáveis pelo aparecimento de determinados cancros. Com isso, já conseguiram, por exemplo, remover a tiróide a crianças antes do tumor surgir.

As três principais áreas de estudo do IPO

Predisposição familiar
Um dos projetos que envolve diferentes grupos de investigação dedica-se a identificar novos genes responsáveis por formas familiares de cancro utilizando a tecnologia de sequenciação de nova geração em cancros da mama, ovários, cólon e reto e da tiróide. Estão registadas na Clínica de Risco Familiar do IPO cerca de 7000 famílias com cancro e os genes responsáveis pela predisposição para cancro nestas famílias ainda não são conhecidos na totalidade. A identificação permite um diagnóstico precoce e aconselhamento genético.

Novos alvos terapêuticos
A sequenciação genética de nova geração também está a ser utilizada para perceber que alterações estão presentes nos tumores e como reagiram esses mesmos tumores aos vários tratamentos, para potenciar a utilização dos medicamentos nos novos doentes que tenham tumores semelhantes. A ideia é conseguir uma “implementação de terapêuticas mais personalizadas”, explica Branca Cavaco.

Estudos em modelos tridimensionais
“Os modelos animais existentes para estudo do cancro não são suficientemente preditivos em relação à eficácia dos fármacos, muitos têm falhado em ensaios clínicos” na fase em que são testados em pessoas, segundo Branca Cavaco. O IPO tem utilizado modelos de investigação tridimensionais com culturas de células humanas que permitem “mimetizar a biologia tumoral” e chegar a resultados mais aproximados aos que se vão conseguir na prática clínica.

Estudo
As pessoas que se exercitam principalmente aos finais de semana podem retirar grandes benefícios da atividade física, tanto...

Atualmente, os especialistas recomendam 150 minutos de atividade física moderada por semana, ou 75 minutos de exercícios intensos. Mas não há um consenso sobre a frequência com que uma pessoa se deve exercitar, nem se as atividades devem ser feitas diariamente ou se podem ser condensadas em poucos dias.

Os resultados publicados na revista médica Journal of the American Medical Association (JAMA) Internal Medicine mostram que as pessoas que concentram todo o seu exercício físico em um ou dois dias da semana parecem reduzir os riscos de morrer tanto quanto as pessoas que se exercitam três ou mais vezes por semana.

O estudo, segundo o  Sapo, baseou-se nas respostas de cerca de 64.000 pessoas agrupadas em quatro categorias: sedentário, insuficientemente ativo, desportista de fim de semana e regularmente ativo. Os três grupos de pessoas que faziam exercícios conseguiram melhores resultados do que as pessoas que eram sedentárias.

Ao comparar os desportistas de fim de semana com os adultos sedentários, os cientistas descobriram que aqueles que se exercitavam apenas um ou dois dias por semana tinham um risco 30% menor de morrer por doença.

O risco de morte por doença cardiovascular foi 40% mais baixo para os desportistas de fim de semana em relação aos adultos sedentários e o risco de morte por cancro também baixou 18%.

Efeitos similares foram observados entre pessoas insuficientemente ativas que faziam menos exercício do que o recomendado e pessoas regularmente ativas que se exercitavam três ou mais dias por semana.

Em comparação com os participantes sedentários, o risco de morrer de qualquer causa entre os participantes insuficientemente ativos foi 31% menor, e 35% menor nos participantes regularmente ativos.

Os riscos de morrer de doença cardíaca ou de cancro entre os que se exercitavam insuficientemente e os que se exercitavam regularmente também foram bastante semelhantes ao risco reduzido dos desportistas de fim de semana.

"É uma notícia muito animadora que ser-se fisicamente ativo apenas uma ou duas vezes por semana está associado a um menor risco de morte, mesmo entre as pessoas que fazem alguma atividade mas não atingem os níveis de exercício recomendados", comenta o autor Emmanuel Stamatakis, professor na Universidade de Sydney, citado pela agência France Presse.

"No entanto, para obter benefícios de saúde ótimos com a atividade física é sempre aconselhável cumprir e exceder as recomendações", acrescenta.

Estudo baseado em inquéritos
O estudo não demonstrou uma relação de causa e efeito, porque está baseado em pessoas que preencheram inquéritos de saúde no Reino Unido, confiando na intensidade e duração auto-relatadas.

Os investigares também advertem que, uma vez que 90% dos entrevistados eram da raça branca, os benefícios dos exercícios de fim de semana podem não ser generalizáveis para toda a população.

O estudo revelou que estes desportistas de fim de semana tendiam a ser homens que praticavam em média 300 minutos de exercícios por semana, em um ou dois dias por semana.

Os tipos de exercício praticados incluíam jardinagem, caminhadas, ciclismo, corrida e desportos coletivos.

A maioria dos entrevistados eram sedentários - quase 63%. Outros 22% eram insuficientemente ativos. Apenas 3,7% eram desportistas de fim de semana e 11% praticavam exercícios regularmente.

A maioria tinha 40 anos ou mais e foram acompanhados durante cerca de nove anos.

Apesar das limitações do estudo, os autores descreveram as suas descobertas como "estatisticamente poderosas", e dizem que estas corroboram investigações anteriores da Universidade de Harvard que acompanharam 580 pessoas e encontraram um menor risco de morte entre os desportistas de fim de semana em comparação com homens sedentários.

Especialistas dizem que o exercício físico melhora a saúde, ao reduzir o colesterol, controlar o aumento de peso, melhorar o sono e reduzir o risco de doenças cardíacas, cancro e diabetes.

Estudo
A afirmação é feita por investigadores do National Institute on Aging, nos EUA, que durante 18 anos acompanharam 1.454 pessoas....

Os substitutos do açúcar podem, afinal, fazer engordar. O alerta é dado por especialistas do National Institute on Aging, um organismo que integra o Departamento de Saúde e de Serviços Humanos dos Estados Unidos da América (EUA). Depois de monitorizar as dietas de 1.454 voluntários dos dois sexos, que foram acompanhados e medidos regularmente entre 1984 e 2012, os investigadores norte-americanos concluíram que os que usavam adoçantes não só pesavam mais como também eram mais volumosos.

A explicação pode residir no facto dos substitutos do açúcar poderem interferir com o metabolismo, escreve o Sapo, potenciando o desenvolvimento de gordura abdominal. A maioria das pessoas que usavam adoçante há mais de 10 anos tinham, em média, mais 2,6 centímetros de perímetro abdominal. “Este consumo é uma fonte de preocupação e tem implicações para a saúde pública”, defendeu já publicamente Chee Chia, co-autora do estudo.

“O uso de adoçantes baixos em calorias é associado, de forma independente, a um peso relativo maior, a uma cintura mais larga e a uma maior prevalência e incidência de obesidade abdominal”, refere o estudo. “Pode não ser um meio efetivo de controle de peso”, pode ainda ler-se. “Temos de fazer mais trabalhos [de pesquisa] para perceber o que está realmente a acontecer”, diz Chee Chia, coordenadora de uma das maiores investigações sobre o uso de adoçantes até hoje levada a cabo.

Conclusões estão a ser contestadas
Embora os autores da investigação garantam que os dados obtidos até agora “são consistentes”, a International Sweeteners Association, organismo internacional que reúne os fabricantes destes produtos, já veio a público criticar o estudo, considerando-o meramente observatório e afirmando que não consegue provar uma relação causa/efeito entre a utilização de adoçantes e o aumento de peso.

Nos últimos anos, em resposta aos críticos, muitos produtores de alimentos e bebidas lançaram versões mais light dos seus produtos, muitos deles adoçados com recurso a substitutos industriais. Na passada semana, um relatório conjunto do Imperial College London em Inglaterra e de duas universidades brasileiras vieram defender que essas versões light e diet engordam tanto quanto as originais, que levam açúcar na sua composição.

“Existe a perceção comum, que acaba por ser influenciada pelo marketing desta indústria, de que as bebidas diet não contêm açúcar e são, por isso, mais saudáveis, facilitando a perda de peso quando usadas como substituto das versões ditas normais. No entanto, ainda não encontrámos provas sólidas que o confirmem”, assegura Christopher Millett, investigador sénior da School of Public Health do Imperial College London.

Investigadores criam
Investigadores do Porto criaram um conjunto de ferramentas e equipamentos que permitem avaliar e certificar pisos desportivos,...

"Ao controlarem-se as forças geradas por impacto durante os saltos e as quedas, e a resistência à torção do pé do atleta durante a rotação em apoio, protegem-se as articulações assim como os ligamentos cruzados do joelho, evitando possíveis lesões", disseram à Lusa os investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) Mário Vaz e Nuno Viriato Ramos.

De acordo com os responsáveis pelo projeto, na vertente desportiva, verificou-se que quer a FIFA quer a UEFA dão especial atenção às características dos pisos de futebol e assim, ao avaliar o estado de um relvado, certifica-se a sua utilização, quer para a prática desportiva quer para a segurança dos atletas, escreve o Sapo..

Para além disso, "ao procurar valorizar a componente do espetáculo do fenómeno desportivo, é necessário que os atletas possam competir em pisos com propriedades semelhantes, que lhes permitam antever o comportamento da bola e potenciar as suas características físicas".

De igual modo, "é hoje conhecido que a interação dos atletas com o relvado sintético não mimetiza completamente o comportamento do relvado natural", indicaram os investigadores, referindo que uma das questões importantes neste estudo é "a avaliação do potencial lesivo que resulta da competição em relvado sintético".

Este projeto, desenvolvido pelo Laboratório de Ótica e Mecânica Experimental (LOME) do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI), surgiu da necessidade em caracterizar os pisos desportivos nos parâmetros que mais importância têm no desempenho biomecânico dos atletas.

Os equipamentos permitem caracterizar a geometria do piso, as suas propriedades dinâmicas, as características da interação com o atleta e com a bola e resistência à sua progressão.

A medição do atrito assume "uma elevada importância" na prevenção de quedas e nos danos gerados por escorregamento, o coeficiente de restituição e amortecimento permitem caraterizar as forças de impacto geradas no salto e o controlo da resistência à torção do apoio possibilita a prevenção de lesões nas articulações dos membros inferiores.

Segundo os investigadores, a possibilidade de realizar este estudo foi equacionada com o regresso do Boavista à primeira divisão nacional, quando o seu estádio estava equipado com relvado sintético. "No primeiro jogo desse campeonato surgiram algumas lesões que foram imputadas às condições do piso", explicaram.

Estas ferramentas podem ser utilizadas para avaliar qualquer tipo de piso desportivo. No ténis, "cada 'court' que admite competições do 'grand slam' está devidamente caracterizado no que respeita às suas características com interferência no jogo".

No caso do futebol existe uma tendência para que as competições de alto nível decorram em relvados naturais, no entanto, o campeonato feminino de primeira divisão e algumas competições de segunda linha continuam a decorrer em relvados sintéticos.

As primeiras avaliações foram realizadas na área desportiva da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) e no relvado sintético instalado no Centro de Treinos e Formação Desportiva PortoGaia, do FC Porto.

O projeto conta com a participação de investigadores do LOME-INEGI, do departamento de Mecânica da FEUP, do Laboratório de Biomecânica da Universidade do Porto (Labiomep) e da FADEUP.

Estudo
A exposição à publicidade a bebidas alcoólicas tem um forte impacto no consumo entre os jovens, revela um estudo europeu...

O estudo, publicado na revista científica ‘Addiction’, foi realizado por vários investigadores europeus e chama a atenção para o impacto que tem nos jovens o consumo de álcool, apontando que representa a principal causa de morte e incapacidade entre jovens do sexo masculino com idades entre os 15 e os 24 anos em quase todas as regiões do mundo.

O investigador Hilson Cunha Filho, do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, da Universidade Nova de Lisboa, disse que “existe uma associação forte entre o marketing do álcool e a iniciação do consumo, principalmente nos jovens”.

“Essa exposição ao consumo de álcool que o marketing provoca leva esses jovens a terem um maior risco de desenvolverem um consumo excessivo e aquele consumo ‘binge’ [beber com o objetivo de ficar alcoolizado], que é o consumo de risco, de cinco ou mais bebidas em cada ocasião”, adiantou.

De acordo com o investigador, a exposição à publicidade ao álcool pode aumentar em 50% o risco deste tipo de comportamento, quando comparado com jovens que não veem publicidade sobre bebidas alcoólicas.

Hilson Cunha Filho chamou também a atenção para as novas formas de publicidade, nomeadamente digital, que tem aumentado, apontando que a indústria se tem aproveitado desta ferramenta, já que não há regulação e “atinge muito mais violentamente os jovens”.

“Os jovens que estão expostos ao marketing digital têm desenvolvido muito mais fortemente níveis altos de consumo de álcool”, adiantou, acrescentando que quanto mais cedo as crianças e jovens são expostos a este tipo de publicidade, mais cedo começam a beber bebidas alcoólicas.

Especificamente no que diz respeito a Portugal, o investigador lembrou a legislação criada nos anos 2000, na sequência do Plano Ação Contra o Alcoolismo (PACA), que “nunca foi respeitada”, para defender que a autorregulação não tem funcionado.

“A autorregulação da publicidade não funciona, ela é constantemente desrespeitada e os instrumentos que são utilizados para a sua fiscalização e até para a sua penalização são quase nulos”, criticou.

Apontou, a propósito, que até 2014, o protocolo de autorregulação centrava-se apenas na comunicação televisiva e não abrangia publicidade de rua, por exemplo, ou promoções feitas em espetáculos ou festas académicas.

Para Hilson Cunha Filho, seria importante que Portugal apostasse numa regulação “mais forte e muito mais abrangente”, que envolvesse todos os meios de comunicação, e não só a televisão, e que fosse fiscalizada de forma correta.

“No futuro, podemos pensar num acordo global, ao nível da União Europeia, para haver uma proibição, uma restrição maior da publicidade, do patrocínio e da promoção de bebidas alcoólicas”, defendeu o investigador.

A investigação europeia defende mesmo que a resposta mais eficaz passa por uma “proibição completa da publicidade” e uma regulação feita por uma agência de saúde pública, independente da indústria do álcool.

Estudo
Cientistas identificaram mutações genéticas que podem determinar o grau de agressividade e a capacidade de propagação do cancro...

A deteção destes marcadores poderá levar à descoberta de subtipos de cancro, o que será útil para desenvolver tratamentos específicos para cada caso, assinalou a equipa de investigadores, liderada por Robert Bristow, da Universidade de Ontário, no Canadá.

O grupo estudou 200 sequências de genomas (informações genéticas) completos de tumores de cancro da próstata localizados.

A análise revelou diferenças nos perfis de mutação entre o cancro da próstata localizado de risco intermédio e o cancro da próstata avançado e metastático.

Segundo os investigadores, "estas diferenças podem proporcionar a base para selecionar a linha apropriada de tratamento em diferentes casos", muito embora sejam necessários mais estudos.

Numa outra investigação, dirigida igualmente por Robert Bristow, os cientistas estudaram os fatores determinantes da agressividade num tipo de cancro da próstata, definido por mutações do gene BRCA2, que costuma estar ligado ao cancro da mama.

Ao analisarem o genoma dos tumores de 14 doentes com cancro da próstata BRCA2 mutante, descobriram alterações num dos genes que, em estudos anteriores, foram associados a metástase (disseminação de células cancerígenas).

Os investigadores pensam que estas alterações podem estar ligadas a uma maior agressividade dos tumores.

Para toda a região
A Universidade da Beira Interior, sediada na Covilhã, vai passar a dispor de uma Unidade de Farmacovigilância que pretende...

Em nota de imprensa, esta instituição de ensino superior adianta que a estrutura ficará instalada na Faculdade de Ciências da Saúde e que será inaugurada na quinta-feira.

De acordo com a informação, a atividade ali desenvolvida vai servir todos os municípios dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Viseu.

"Irá abranger todas as unidades de saúde dos três distritos e uma população superior a 735.000 pessoas", consta na nota de imprensa.

Segundo o referido, esta unidade "integrará o Sistema Nacional de Farmacovigilância, que é gerido pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde - e que conta com mais seis unidades a funcionar em território nacional".

"A Unidade de Farmacovigilância da Beira Interior tem como objetivo contribuir para aumentar a segurança na utilização de medicamentos, com base nos princípios da proximidade e proatividade", acrescenta a Universidade da Beira Interior (UBI).

Entre as atribuições desta unidade estão a recolha, processamento e análise de reações adversas a medicamentos que sejam comunicadas, por exemplo, por médicos ou doentes, a realização de estudos de farmacoepidemiologia ou segurança de medicamentos, a colaboração na deteção de sinal de segurança e/ou qualidade e a realização de atividades de divulgação e promoção do sistema.

Ao nível dos recursos humanos, a estrutura terá afetos seis docentes da FCS-UBI (três médicos e três farmacêuticos), além de um outro técnico.

A cerimónia de abertura está marcada para quinta-feira, às 15:00, e deverá contar com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, secretário de Estado da Saúde, e do presidente do Infarmed, Henrique Luz Rodrigues.

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