Estudo
Uma bactéria super resistente, conhecida como CRE, poderá estar a alastrar-se mais rapidamente do que o previsto, segundo um...

De acordo com os investigadores, a transmissão desta bactéria de pessoa para pessoa poderá muito bem estar a ocorrer sem qualquer tipo de sintomas.

"Muitas vezes falamos sobre a crescente onda de resistência aos antibióticos em termos apocalípticos. No entanto, devemos sempre lembrar-nos que as pessoas que estão em maior risco estariam em risco de qualquer outra infeção, porque elas estão muitas vezes entre as pessoas mais frágeis no sistema de saúde. Embora o foco típico tenha sido no tratamento de pacientes doentes com infeções relacionadas à CRE, as nossa investigações sugerem que a CRE está a espalhar-se além dos casos óbvios de doença. Precisamos olhar mais atentamente para este tipo de transmissão dentro das nossas comunidades e instalações de saúde se quisermos eliminá-la", revelou William Hanage, um dos responsáveis por este estudo.

Refira-se que já na semana passada, escreve o Diário de Notícias, ficou a saber-se da morte de uma mulher no estado do Nevada devido a esta bactéria. Apesar da notícia ter sido apenas pública na última sexta-feira, esta mulher acabou por morrer em agosto do ano passado, isto depois da infeção bacteriana ter resistido aos 26 tipos de antibióticos disponíveis nos Estados Unidos.

De acordo com alguns dados estatísticos, a CRE é já responsável por cerca de 9300 infeções e 600 mortes por ano nos Estados Unidos.

Cuidado com o frio
A proteção civil alertou para a descida das temperaturas de terça para quarta-feira em todo o país, com valores entre os zero e...

O alerta à população surge após uma reunião entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê uma diminuição da temperatura a partir da noite de terça para quarta-feira, provocando uma situação de tempo frio e seco que se prolongará até ao próximo sábado.

Os valores das temperaturas mínimas deverão variar entre zero e 4 graus centígrados na generalidade do país, mas serão significativamente mais baixos nas regiões do interior, em particular nas regiões do Norte e Centro, onde a temperatura mínima poderá descer até 8º C negativos, escreve o Sapo.

Quanto à temperatura máxima, não deverá ultrapassar os 8 a 12 graus centígrados no litoral oeste e no interior sul, sendo ligeiramente superior na costa sul do Algarve (entre 12 e 14.º C) e inferior no interior Norte e Centro, onde os valores não deverão ultrapassar 5 / 6º C.

Também a partir da noite de terça-feira e até quinta-feira, o vento soprará mais intenso, em geral de intensidade moderada, forte nas terras altas.

Face às condições meteorológicas, a ANPC lembra que poderão existir intoxicações por inalação de gases, devido a inadequada ventilação nas habitações e incêndios resultantes da má utilização de lareiras e braseiras ou de avarias em circuitos elétricos.

Chama ainda a atenção para a eventual formação de gelo em troços de estradas com ensombramento permanente e pede para que haja especial atenção com os grupos populacionais mais vulneráveis, crianças, idosos e pessoas portadoras de patologias crónicas e população sem-abrigo.

A ANPC apela à população para adotar comportamentos adequados, como o uso de agasalhos, uso de várias camadas de roupa e ingestão de sopas e bebidas quentes.

Comissão Europeia
O Tribunal de Contas Europeu considerou “ineficientes” as ações da Comissão Europeia para lutar contra o desperdício de...

Num relatório, os auditores europeus analisaram todas as políticas europeias e avaliaram em que medida combatem o desperdício alimentar, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, ascendem a 88 milhões de toneladas de comida por ano, no conjunto da União Europeia.

Segundo a ONU, o custo global do desperdício alimentar ascende a 1.700.000 milhões de dólares por ano, recordou a responsável pelo relatório, Bettina Jakobsen, durante a sua apresentação em Bruxelas.

“A Comissão Europeia não combate ao desperdício alimentar de forma efetiva e as iniciativas e política já em vigor poderiam ser utilizadas de maneira mais eficiente para minimizar o problema. A melhoria do combate não requer novas iniciativas legislativas ou mais dinheiro, apenas um melhor ajuste das já existentes”, afirmou.

Bettina Jakobsen destacou que “as estimativas atuais indicam que cerca de um terço da comida produzida para consumo humano acabar por ser desperdiçada ou se perde”.

Os auditores pediram à Comissão Europeia para desenvolver um plano de ação para os próximos anos que inclua uma avaliação e a prevenção do desperdício alimentar nas suas políticas, incluindo a Política Agrícola Comum e a Política de Pescas Comum e que através delas se promova a doação de alimentos.

Os auditores defenderam também que a luta contra o desperdício também deve ser impulsionada pelos Estados-membros e atores locais, através de ações de consciência.

Segundo a FAO (Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura), os consumidores são responsáveis por 52% do desperdício, contra os 9% da distribuição, 17% da indústria transformadora e 23% da indústria produtora.

Devido ao frio
A Câmara de Lisboa vai acionar, a partir de hoje, o plano de contingência para os sem-abrigo, devido ao tempo frio, sendo...

Em causa estão as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que apontam para uma acentuada descida das temperaturas entre terça e quarta-feira, com valores entre os zero e os quatro graus centígrados em todo o país.

Em comunicado, a autarquia precisa que o Plano de Contingência para as Pessoas Sem-Abrigo Perante o Frio, que é ativado quando se registam, pelo menos, dois dias consecutivos com temperaturas mínimas abaixo de três graus, estará em vigor a partir do final da tarde de terça-feira.

O município acrescenta que o Dispositivo Integrado de Apoio aos Sem-Abrigo (DIASA) estará em funcionamento no Pavilhão do Casal Vistoso, permitindo a distribuição de refeições quentes, de alimentos e de agasalhos.

Na mesma nota, o Serviço Municipal de Proteção Civil aconselha a dar "especial atenção aos grupos da população de maior risco", como crianças nos primeiros anos de vida e idosos, doentes crónicos ou acamados e indivíduos com perturbações de memória, problemas de saúde mental, alcoolismo ou demência, que tomem medicamentos como psicotrópicos ou anti-inflamatórios, com mobilidade condicionada ou ainda que vivam isolados ou em situação de exclusão social.

Este organismo sugere, também, que a população se mantenha "em casa ou em locais quentes" e que sejam evitadas "atividades físicas intensas que obrigam o coração a um maior esforço que podem provocar um ataque cardíaco".

Para os munícipes que estiverem em casa, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda o cuidado com as lareiras, ter cuidado com queimaduras em aquecimentos e tentar poupar energia, desligando os aparelhos elétricos que não sejam necessários, de forma a evitar o consumo excessivo de eletricidade, que pode sobrecarregar a rede originando focos de incêndio ou falhas de energia.

As temperaturas vão descer entre quatro e nove graus Celsius a partir de quarta-feira em Portugal continental devido a uma massa de ar continental mais fria e seca, disse hoje à Lusa a meteorologista Maria João Frada do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

De acordo com a especialista, prevê-se para terça-feira céu pouco nublado ou limpo, temporariamente com alguma nebulosidade na zona fronteiriça da região norte durante a tarde, mas sem grandes alterações nas temperaturas.

"Depois na quarta-feira e previsivelmente até, pelo menos, ao dia 20 ou 21 [sexta-feira ou sábado] vamos ter frio mais a sério porque neste momento o que temos a afetar o continente é uma massa de ar polar que vem na circulação do anticiclone que está localizado a noroeste da Península Ibérica e, gradualmente até quarta-feira, esse anticiclone vai-se estender em direção ao interior da Europa, principalmente Europa de norte", indicou.

Segundo Maria João Frada, o anticiclone vai ter um posicionamento diferente, dando origem a uma corrente de leste com transporte de uma massa de ar continental, portanto mais fria e seca.

Estudo
O trabalho de uma investigadora portuguesa radicada em Londres revela melhor o papel de uma proteína chave na divisão celular,...

Divulgado na publicação especializada Nature Communications, o artigo cuja primeira autora é Inês Castro, da universidade londrina de Brunel, propõe que a proteína 'Repo-man', que já se sabia ser importante para a divisão celular, contribui também para as células voltarem ao seu funcionamento normal após dividirem-se.

Inês Castro disse que, na divisão das células, esta proteína contribui para ativar o estado em que a célula precisa de estar para se dividir e, depois dessa divisão, é responsável pelo regresso ao estado normal, quer da célula-mãe quer da célula-filha, ativando ou desativando determinados genes.

Quando uma célula se divide, toda a sua atividade fica suspensa, e os genes precisam de ser reativados para que a célula retome o seu papel.

A investigadora destaca que é mais um contributo para um atlas dos intervenientes na regulação dos genes e que o próximo passo da investigação incidirá sobre o possível papel em certos tipos de cancro em que se verifica que a proteína 'Repo-man' está mais elevada.

Crianças com necessidades especiais
Estudantes e docentes da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores do Instituto Politécnico de Leiria criaram...

Os estudantes Wilson Conniott e Marcos Soares, e os docentes Hugo Gomes e Nuno Vieira Lopes, da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, criaram dois novos interruptores para brinquedos adaptados, com e sem fios, para serem usados no âmbito da campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos", uma iniciativa pioneira que o Politécnico de Leiria dinamiza desde 2007, adianta o instituto em nota de imprensa.

O sistema com fios é um interruptor de proximidade, também sensível ao toque, mais simples, barato e funcional que o anteriormente desenvolvido no Departamento de Engenharia Eletrotécnica. Já o sistema sem fios é constituído por um módulo emissor (com sensor de proximidade) e por um módulo recetor conectado a um ou mais brinquedos. O módulo emissor poderá ser substituído por um dispositivo móvel com sistema operativo Android, utilizando um aplicativo que aciona os brinquedos através de toque no ecrã ou sensor de proximidade, explica ainda o comunicado do IPL.

A equipa desenvolveu os novos interruptores no projeto "B2A: Botões para Brinquedos Adaptados", no âmbito da unidade curricular de projeto, e o trabalho visa ser um contributo mais técnico e útil para a campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos".

A campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos", dinamizada pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria (CRID) junta há oito anos toda a comunidade académica do Politécnico de Leiria na recolha de brinquedos (de sistema eletrónico simples, on-off), que o Departamento de Engenharia Eletrotécnica adapta voluntariamente para serem utilizados por crianças com necessidades especiais, e que o CRID distribui junto de associações.

Desde 2007, o Politécnico de Leiria já recolheu, adaptou e distribuiu voluntariamente mais de cinco mil brinquedos.

Administração Regional de Saúde
O Algarve vai ter em 2018 um equipamento para a deteção do cancro que permitirá melhorar a resposta na região para doenças...

O equipamento, conhecido pela sigla PET TAC, combina dois tipos de exames - a Tomografia por Emissão de Positrões (PET) e a Tomografia Axial Computorizada (TAC) - sendo um meio de diagnóstico da área da Medicina Nuclear que possibilita a deteção e a determinação do estadiamento da doença.

"Vamos equipar o Algarve com um PET TAC e estamos a fazer tudo para que no mais curto espaço de tempo a região venha a beneficiar deste equipamento", disse João Moura Reis, sublinhando que a instalação do dispositivo, em Faro, "vai melhorar muito a intervenção no âmbito da Oncologia".

Segundo aquele responsável, a instalação do aparelho, que deverá entrar em funcionamento no próximo ano, em Faro, vai melhorar a capacidade de diagnóstico das lesões benignas e malignas, permitindo estabelecer com maior segurança o estadiamento dos tumores e ainda observar mais facilmente o grau de malignidade.

"Estabelece-se mais facilmente a localização ou recidivas [retorno da atividade de uma doença] no caso de haver subida dos valores tumorais", explicou, acrescentando que estabelece também mais facilmente a existência de recorrências, como algumas doenças residuais que possam ficar.

João Moura Reis sublinhou que a instalação do equipamento no Algarve, que representa um investimento superior a 2 milhões de euros, "deverá a curto prazo ser validada", prevendo-se que entre a encomenda do aparelho e a sua instalação decorra cerca de um ano.

No mês de dezembro foi instalado na Unidade de Radioterapia do Algarve um novo acelerador linear, um equipamento de radioterapia de última geração que vai permitir tratar os doentes com cancro em períodos mais curtos e com menos efeitos secundários.

Uma das novas técnicas disponibilizadas é a radioterapia guiada por imagem, sistema automatizado que possibilita a colocação do paciente no local certo por situar, de forma mais exata, o tumor em causa.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde estima que a incidência da gripe esteja esta semana a descer de intensidade e lembra que ainda há 20...

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, convocou hoje uma conferência de imprensa para dar conselhos aos portugueses sobre o tempo frio que se avizinha, tendo em conta as previsões meteorológicas, mas disse não se estar “perante um cenário alarmante”.

No início desta época gripal havia 1,2 milhões de doses de vacinas disponíveis para dar gratuitamente no Serviço Nacional da Saúde (SNS), além de cerca de 700 mil para venda em farmácias.

Das vacinas do SNS, sobram por enquanto cerca de 20 mil doses que ainda podem beneficiar pessoas dos grupos prioritários que ainda não se imunizaram.

Sobre o período gripal, Francisco George disse que “é provável que tenha iniciado esta semana a descida da intensidade ao nível dos novos casos”.

“Pode acontecer, tudo indica, que dentro de quatro semanas a atividade gripal possa ser residual”, afirmou.

O diretor geral da Saúde admitiu que houve nas últimas semanas pressão nos serviços de urgência, mas sublinha que é um fenómeno que se tem repetido todos os anos.

Sobre o excesso de mortalidade, Francisco George adiantou que foi enviada para a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma informação que refere que a grande maioria dos óbitos se regista em pessoas com mais de 75 anos e em particular em idosos com mais de 85.

O diretor geral da Saúde lembra que a gripe pode contribuir para acelerar a mortalidade, estimando que todos os anos pelo menos 1.500 portugueses possam ter o seu final de vida precipitado pela gripe.

Cerca de 100 pessoas foram já admitidas em unidades de cuidados intensivos devido à gripe na época atual, sendo que a grande maioria delas não se encontrava vacinada.

Contudo, para perceber se a mortalidade acima do esperado verificada nas últimas semanas de epidemia de gripe tem efetivamente correspondência numa sobre mortalidade é necessário fazer análises e estudos mais aprofundados que só deverão ser concluídos no final do ano.

Em relação ao vírus predominante este ano (AH3), a subdiretora-geral da Saúde Graça Freitas indicou que a época deste ano foi compatível com outras com vírus idênticos, “não sendo mais dramática” que noutros anos.

“Ocorreu o padrão habitual para um vírus desta natureza”, afirmou.

Relativamente à diminuição das temperaturas prevista para os próximos dias, a Direção-geral de Saúde lembra que o frio pode precipitar a descompensação por doenças crónicas e lembrou que pediu à rede nacional de delegados de saúde que reforçasse as visitas aos lares de idosos.

Além disso, Francisco George recordou hoje aos jornalistas algumas das recomendações preventivas à população: manter o corpo hidratado e quente, aquecer a casa, ter em atenção que há fontes de calor que representam risco de incêndio ou intoxicação, estabelecer contacto com familiares e vizinhos ou telefonar, em caso de necessidade, para a Linha Saúde 24.

Em 2017
O Centro Hospitalar do Porto anunciou um investimento de cerca de 5,8 milhões de euros na ampliação do Serviço de Urgência, na...

De acordo com dados disponibilizados, o plano de investimento do Centro Hospitalar do Porto (CHP) para 2017 prevê a ampliação do Serviço de Urgência (SU), nomeadamente a criação de “uma moderna Unidade de Observação”.

Este projeto vai permitir “um aumento muito significativo” da capacidade do SU, num investimento que ultrapassa os 500 mil euros.

Ainda durante 2017, será reestruturada toda a área laranja e amarela do SU, com vista “a melhorar o conforto e fluxo dos doentes”.

Relativamente ao Serviço de Urgência, em 2016 o CHP efetuou uma reorganização estrutural e funcional, com a criação de uma nova área cirúrgica, com a separação física dos espaços entre Urgência Médica e a Urgência Cirúrgica.

A imagiologia vai ter um investimento total de 2,3 milhões de euros, para substituição integral do parque de equipamento pesado (Ressonância e TAC), estando ainda prevista a aquisição de uma terceira Ressonância, que “vai aumentar a capacidade de resposta do CHP e a consequente internalização de exames realizados no exterior”, referiu a fonte.

Acrescentou que “as tecnologias e sistemas de informação vão também ser alvo de um investimento de três milhões de euros, desmaterializando e automatizando todo o processo clínico-administrativo, assim como vai permitir suportar novos modelos organizacionais”.

Fonte do CHP/Hospital de Santo António salientou ainda um outro investimento, superior a três milhões de euros, para inovação, investigação e treino cirúrgico do Centro Clínico Académico, mas que ocorrerá no âmbito de uma parceria com a Universidade do Porto, através do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

O CHP é um hospital central e universitário pela sua associação ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Integra o Hospital de Santo António, o Centro Maternoinfantil do Norte, o Instituto de Genética Médica e o Hospital Joaquim Urbano.

Em 2015
As queixas de profissionais de saúde vítimas de violência nos locais de trabalho estão a subir. Segundo o relatório da Direção...

O número de notificações online que tem chegado à Direção-Geral da Saúde (DGS) tem aumentado desde 2007, mas o grande salto foi de 2013 para 2014, quando o número de queixas mais que duplicou. A tendência, mostra o novo relatório Violência Contra Profissionais de Saúde, manteve-se em 2015 (ver infografia). "A informação recolhida pela sua dimensão não nos permite, no entanto, extrapolar para a realidade nacional. Por outro lado, é impossível distinguir se há mais notificações deste tipo de incidentes porque os profissionais estão mais despertos para a notificação ou se há mais casos de violência", salienta a DGS no documento.

Da análise é possível concluir que a maioria da violência acontece nos serviços públicos, mais nos hospitais, logo seguidos dos centros de saúde. Em 551 notificações houve identificação do local onde aconteceu a agressão, escreve o Diário de Notícias. Em primeiro lugar estão as consultas externas, seguidas das urgências, serviços de medicina de adultos, internamento de psiquiatria, serviços de atendimento , e administrativos.

De acordo com os dados de 2015, os agressores são sobretudo doentes (307), familiares de doentes (129), profissionais de saúde da unidade de saúde (109) e acompanhantes do doente (19). Quanto ao sexo do agressor, não há grandes diferentes entre homens e mulheres. E à exceção de todos os outros servi-los onde são os doentes os principais agressores, mas consultas dos hospitais "predominam os profissionais de saúde da unidade de saúde como agressores", diz o relatório.

Quanto às vítimas da agressão, a grande maioria (309) são enfermeiros, seguido dos médicos (145). E como é que fizeram a gestão da situação? Solicitaram tratamento, estiveram temporariamente ausentes do serviço, receberam apoio, fizeram declaração de acidente de trabalho e deram origem a uma investigação. De salientar que "423 notificações referem que a violência é habitual na unidade de saúde" e "346 referem que o episódio de violência poderia ter sido prevenido". A mesma notificação pode referir os dois casos, razão pela qual a soma é superior ao total de notificações.

Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acredita que o número de notificações registadas na DGS não reflete o que se passa na realidade e não estranha que sejam os enfermeiros os principais alvos de violência. "Os tempos de espera são longos, há falta de material como temos denunciado, os enfermeiros são poucos nos serviços. São os primeiros a receber as pessoas. Em 2015 é bom não esquecer que as condições económicas das pessoas eram diferentes, a perspetiva de futuro era menor, os cortes na saúde foram substanciais. As pessoas já iam tensas e que lá estavam também", refere.

Ao sindicato também chegam queixas de agressões como a de um enfermeiro que foi agredido num centro de saúde por um utente que queria receber metadona. "Colocou baixa porque o que acontece depois é o receio. Há um misto de revolta e de alguma culpabilização da vítima", diz Guadalupe Simões, que fala também na violência exercida entre profissionais. "Para nós retirar direitos para obrigar a não ter horário flexível por causa de filhos menores é uma agressão. Em algumas unidades de saúde familiar há pressão para os enfermeiros fazerem 40 horas quando o horário é de 35. Gera tensão entre os colegas e isso também se reflete no atendimento."

Estudo
Um grupo de cientistas dos Estados Unidos sugere que a Doença de Parkinson, uma perturbação cerebral progressiva, pode afinal...

A Doença de Parkinson é uma perturbação cerebral progressiva para a qual têm surgido tratamentos promissores nos últimos anos. No entanto, a sua origem continua envolta em algum mistério.

Os elementos-chave que definem a Doença de Parkinson são a presença de tremores, rigidez do tronco e dos membros e lentidão dos movimentos.

Estima-se que cerca de 20 mil portugueses sofram desta perturbação. Os hospitais centrais registam por ano mais de 1800 novos casos e prevê-se que com o aumento da longevidade a incidência da doença aumente 30% nos próximos vinte anos.

Agora, os investigadores acreditam que a doença pode começar nos intestinos antes de atingir o cérebro.

Uma das características desta condição é a formação de um depósito de fibras insolúveis constituídas por uma substância chamada sinucleína. Enquanto em pessoas saudáveis estas são encontradas em células nervosas saudáveis, em pessoas com Parkinson, as sinucleínas deformam-se e formam aglomerados fibrosos.

As indicações de que esta transição pode começar fora do cérebro surgiram há uma década, quando os patologistas clínicos relataram ter encontrado fibras sinucleínas nos nervos do intestino.

Collin Challis, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, e os colegas fizeram várias experiência científicas para provarem que possivelmente essas fibras soltam-se do intestino para se alojarem no cérebro. Para isso, estes cientistas injetaram fibras de sinucleína no estômago e intestino de roedores de laboratório.

Apenas três semanas depois, as fibras foram encontradas na base do cérebro, e dois meses depois estavam alojadas em partes do cérebro que controlam a coordenação motora.

O Parkinson resulta da redução dos níveis de uma substância chamada dopamina que funciona como um mensageiro químico cerebral nos centros que comandam os movimentos.

Os níveis de dopamina reduzem-se como consequência da morte das células cerebrais que a produzem. No entanto, existem vários fatores que contribuem para o risco desta doença, como a história familiar, a exposição a pesticidas ou toxinas industriais e o envelhecimento em si mesmo.

Estudos revelam
O crescimento do peito em meninas com menos de dez anos pode ser um alerta para problemas futuros de saúde. Obesidade, doenças...

O crescimento do peito em meninas com menos de de anos pode ser sinal de problemas de saúde futuros. Um estudo científico, citado pelo El País, revela que a puberdade precoce aumenta em 20% o risco de obesidade, de diabetes do tipo 2, doenças cardíacas e cancro, nomeadamente, cancro da mama. No entanto, esta descoberta, realizada pela Universidade de Glasgow e levado a cabo pela investigadora Gillian Wilson, conta ainda que o desenvolvimento precoce de uma rapariga pode estar também associado a problemas psicológicos, como sentimentos de vergonha e embaraço perante as outras pessoas. Além disso, escreve o Observador, podem vir a desenvolver-se outras questões mais preocupantes, como o início precoce da atividade sexual, podendo provocar danos emocionais, bem como doenças sexualmente transmissíveis.

De acordo com Gillian Willson, o peito desenvolve-se a partir de uma fina capa de células, chamadas ramificações epiteliais, no interior dos tecidos. Essas ramificações crescem e mudam ao longo de toda a vida reprodutiva da mulher e só param de crescer no princípio da idade adulta, quando o peito se encontra totalmente desenvolvido. Contudo, depois da gravidez essas ramificações voltam a crescer e só voltam a parar no fim da fase de amamentação.

Willson conta também que as ramificações dependem de várias hormonas e de células do sistema imunitário, uma delas com o nome de ACKR2. Uma das particularidades desta molécula, segundo consta no estudo, é poder vir a impedir o crescimento precoce do peito. “Agora que sabemos que a ACKR2 é uma molécula chave para prevenir o desenvolvimento prematuro do peito, teríamos um argumento de peso para criar novas intervenções farmacêuticas, sobretudo com a quantidade de problemas relacionados com esta circunstância”, afirma a investigadora.

No entanto, Gillian Wilson admite ainda que esta decisão é única e exclusivamente das entidades responsáveis pelas despesas da saúde, que têm de decidir se os “riscos das futuras doenças e outros problemas associados ao desenvolvimento precoce do peito são suficientemente graves para justificar esta medida”.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde reconheceu que os profissionais de saúde têm sido “uns heróis” na resposta à epidemia de gripe e sublinhou...

Adalberto Campos Fernandes falava aos jornalistas no final da assinatura de um protocolo entre o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a construção de um novo edifício na Praça De Espanha.

“Felizmente, o ‘pico’ já não existe. Estamos numa fase de aplanamento da condição epidémica”, afirmou, lembrando que o internamento é muito e alertando para o aumento do frio previsto para esta semana.

Sobre a resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à epidemia de gripe, o ministro explicou que existem atualmente 100 pontos de atendimento hospitalar em urgência e mais de 200 centros de saúde abertos.

“Os profissionais têm sido heróis. E tem sido com estes profissionais que temos estado muito melhor do que outros países”, referiu.

O ministro reconheceu que o sistema está “no limite da sua capacidade”, mas “a reagir”.

Sobre eventuais faltas de médicos, Adalberto Campos Fernandes disse que o ano de 2016 fechou “com o maior número de médicos de família colocados” e que nunca foram tão poucos os portugueses sem médico de família, que não deverão existir até final da legislatura.

O Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), referiu que a atividade gripal manteve-se moderada, com tendência estável.

A taxa de incidência registada, entre 02 e 08 de janeiro, foi de 82,4 casos por cem mil habitantes, o que indica "uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável".

Tal como na última semana de dezembro, na primeira semana de janeiro a mortalidade "por todas as causas" teve valores "acima do esperado".

Administrador anuncia
A construção de um novo edifício do Instituto Português de Oncologia em Lisboa vai permitir aumentar de 6.000 para 7.500 os...

Francisco Ramos falava aos jornalistas no final da cerimónia de assinatura de um protocolo entre este Instituto Português de Oncologia (IPO) e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) para a construção de um edifício, que ficará localizado na Praça de Espanha e deverá entrar em funcionamento em 2019.

Segundo Francisco Ramos, o novo edifício irá permitir o atendimento de mais 1.500 novos doentes por ano, os quais poderão realizar os seus exames e tratamentos num só espaço e “com mais conforto”.

“O que vai mudar é sobretudo o conforto das pessoas, que vão encontrar num único edifício a resposta a 90 por cento do motivo das suas deslocações”, adiantou.

Isto porque entre 85 e 90 por cento das consultas do IPO passarão a ter resposta neste edifício, cuja obra está orçada em 30 milhões de euros, dos quais apenas um terço sairá dos cofres do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O novo edifício vai ainda aumentar o número de gabinetes de consulta, de 90 para 120 e reunir 15 salas para tratamento endoscópico.

O presidente da CML, subscritor do protocolo, sublinhou que “este é o maior investimento público no SNS nas últimas décadas na cidade de lisboa”.

Trata-se de um “investimento da maior importância que vai tratar mais e melhor os doentes: vamos ter mais e melhor IPO por muito mais tempo em Lisboa”, adiantou.

Fernando Medina anunciou que a autarquia vai aproveitar esta circunstância para “reorganizar este espaço, dando mais condições ao IPO na ligação à Praça de Espanha”.

Na cerimónia, o ministro da Saúde falou do lançamento do polo hospitalar do Seixal (Hospital Garcia da Orta) e de Sintra (Hospital Amadora-Sintra), os quais deverão entrar em funcionamento no final da legislatura.

Nessa altura, adiantou Adalberto Campos Fernandes, deverá estar já a fazer o seu caminho e a ver o céu o futuro Hospital de Lisboa oriental.

O ministro manifestou ainda a intenção de “acabar com os centros de saúde em prédios de habitação” e anunciou que vão ser construídos mais de 65 centros de saúde em todo o país.

Fundação Calouste Gulbenkian e Sociedade Portuguesa de Hipertensão
A Sociedade Portuguesa de Hipertensão criou o Programa de Formação Especializada em Doenças Cardiovasculares para os Clínicos...

As candidaturas devem ser enviadas à Sociedade Portuguesa de Hipertensão até dia 27 de Janeiro.

Este programa de formação visa proporcionar estágios de três meses a médicos e/ ou investigadores clínicos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) em instituições portuguesas reconhecidas na área cardiovascular.

“Os estágios podem vir a desenvolver-se em vários domínios, nomeadamente, através da Observação da prática clínica para adquirir conhecimento de diagnóstico precoce e tratamentos das doenças cardiovasculares, Hipertensão Arterial, Diabetes e demais fatores cardiovasculares; Observação de aspetos de Educação para a Saúde e Prevenção da Doença Cardiovascular; Desenvolvimento de projetos de investigação clínica em parceria com os centros clínicos portugueses anfitriões; entre outras”, como refere o Prof. José Mesquita Bastos, Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão (SPH).

O Programa de Formação Especializada em Doença Cardiovascular dirigido a clínicos dos PALOP pretende dar resposta à maior prevalência de fatores de risco cardiovascular e maior incidência da doença cardio e cerebrovascular, nestes países. Por outro lado, pretende estabelecer laços mais fortes de cooperação e desenvolvimento entre centros clínicos portugueses e dos PALOP.

Segundo Maria Hermínia Cabral, diretora do Programa Gulbenkian Parcerias para o Desenvolvimento, “o estabelecimento desta parceria vai permitir reforçar a qualificação dos profissionais de saúde dos PALOP numa das áreas clínicas emergentes nestes contextos, criando uma base futura entre clínicos e instituições dos PALOP e Portugal que permita uma resposta mais eficaz às novas necessidades das populações”. 

Para 2017
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra anunciou vários projetos para 2017 em montante superior a 13 milhões de euros,...

Em declarações, o presidente do conselho de administração, Martins Nunes, referiu que o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) tem um capital estatutário de quatro milhões de euros que vai começar a ser utilizado este ano no projeto de arquitetura da nova maternidade, estrutura que representa um investimento de 16,8 milhões de euros.

Até ao final do ano, aquele responsável pretende lançar o concurso público de adjudicação da construção do futuro edifício, que deverá estar concluído entre o final de 2019 e o início de 2020.

Por outro lado, o anteprojeto da requalificação e apetrechamento das urgências no polo do hospital universitário já foi entregue na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) para ser financiado por fundos comunitários do Portugal 2020.

Martins Nunes prevê que até ao final do ano possa estar concluída a intervenção, num investimento estimado em 4,2 milhões de euros.

Também em 2017 deverá entrar em funcionamento a Sala Híbrida da Cirurgia Cardiotorácica, novo equipamento para implementação de um programa de implantação percutânea de válvula aórtica com valor estimado em 738 mil euros, também com financiamento comunitário do Portugal 2020.

"Este programa permite poupanças de pagamentos ao exterior já este ano de cerca de 200 mil euros, sendo que, tendo em consideração o previsível aumento da sua utilização, em 2020 poderá atingir poupanças muito significativas na ordem de 1,5 milhões de euros", sublinhou Martins Nunes.

Para o presidente do conselho de administração do CHUC, trata-se de "um avanço tecnológico e científico muito grande".

O plano de investimentos prevê também a implementação do projeto SAMA 2020+TIC, que visa a modernização dos sistemas de informação e tecnologias de informação e comunicação de todos os polos do CHUC, num investimento de cerca de 3,6 milhões de euros, financiado pelo Portugal 2020, que já "está em franco desenvolvimento".

Por outro lado, a administração do CHUC vai avançar com a requalificação e ampliação da Anatomia Patológica, num investimento estimado em 2,3 milhões de euros, e com a nova Angiografia digital, que vai custar cerca de 700 mil euros, ambas financiadas pelo Governo.

"São investimentos que fazem falta, mas, sobretudo, dão um avanço e um salto qualitativo no hospital", frisou o presidente do conselho de administração.

Martins Nunes adiantou ainda que, no âmbito da eficiência energética, está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários, abrangendo oito edifícios, que terá de ser entregue até 28 de abril, num investimento previsto de 1,5 milhões de euros.

No âmbito do processo de internacionalização, está previsto que durante este ano o CHUC se ligue à Universidade de Miami, “considerado o centro com maior capacidade operativa” nos Estados Unidos da América, para projetos de cooperação em áreas que já são hoje utilizadas em telemedicina e em novos setores, que estão em estudo.

Em apenas um ano
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra conseguiu em 2016 reduzir o resultado negativo da atividade em mais de 22...

"A execução orçamental foi boa e vamos ter um EBIDTA [lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização] que é ligeiramente negativo ou mesmo nulo", salientou Martins Nunes, que estima um resultado operacional no intervalo de 2,8 milhões de euros a zero.

Como o EBIDTA de 2015 foi de menos 25,7 milhões de euros, o resultado em 2016 terá uma redução superior a 22 milhões de euros.

O responsável destacou "a consolidação orçamental conseguida através da diminuição de custos e aumento de receitas próprias, que diz bem do esforço feito pelo Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e dos seus profissionais para manter a alta qualidade e a disponibilidade na inovação e, simultaneamente, colocar ênfase muito grande neste equilíbrio, que é fundamental para o hospital".

"A gestão rigorosa e integrada dos produtos farmacêuticos (medicamento e reagentes) e a negociação local e central do Ministério da Saúde permitiram um controle da despesa nesta rubrica, com crescimento (ainda provisório) de apenas 2,5% em relação a 2015, numa fatura total 113,6 milhões de euros", sublinhou.

Martins Nunes frisou ainda que é preciso ter em consideração que em "cinco doentes se investiu quase três milhões de euros" no tratamento de doenças raras, que têm um custo médio por doente superior a 500 mil euros por ano.

Os ganhos no controle da despesa no medicamento permitiram, segundo o administrador, "a criação de condições para o acesso à inovação nas áreas de oncologia (cancros do pulmão, melanoma, leucemia, mieloma), nas doenças raras, neurologia e doenças autoimunes".

De acordo com Martins Nunes, o CHUC é um dos principais centros nacionais de realização de ensaios clínicos, com cerca de 900 doentes em estudo, que permitiu ganhos em medicamentos de cerca de quatro milhões de euros e receitas diretas provenientes de ensaios clínicos de 1,6 milhões.

Em 2016, foram também investidos 4,7 milhões de euros em equipamentos e requalificação de instalações, com destaque para os sistemas de neuronavegação em neurocirurgia, microscópios, ecógrafos, internamento de pedopsiquiatria, requalificação dos espaços dos serviços de Medicina-B (Hospital Geral), Serviço de Diálise (Hospital Geral), Serviço de Hematologia Clínica, Serviço de Neurologia e Hospital de Dia Neurologia.

Em termos de produção médica, o responsável salientou que o CHUC cumpriu integralmente a produção assistencial contratada, tendo mesmo ultrapassado em algumas linhas assistenciais, como foi o caso da transplantação hepática, que "bateu todos os recordes".

Além dos 74 transplantes hepáticos, efetuaram ainda 23 transplantes cardíacos, 100 de córnea, 125 renais e 48 autólogos, num total de 300.

Martins Nunes destacou ainda que, em 2016, o CHUC conseguiu 14 Centros de Referência, tornando-se no hospital português com maior número de centros atribuídos e estendeu o seu apoio à região Centro, através de 11 protocolos, o que implica a cedência de profissionais, apoio em consultadoria, telemedicina e formação específica.

Salientou ainda o reforço e consolidação da Via AVC Regional, programa único no país, que "contribui para a coesão regional ao garantir as mesmas possibilidades de acesso a qualquer doente independentemente do local onde resida, ou onde foi acometido da doença".

O ano passado aquela unidade internou 653 doentes e realizou 522 teleconsultas.

Para Martins Nunes, o ano de 2016 fica também marcado pelo reforço da atividade do CHUC dentro da Aliança M8 [G-8 da Saúde] e da Cimeira Mundial de Saúde, com a atribuição a Coimbra da organização da Cimeira Mundial de Saúde Intercalar em abril de 2018.

Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8 pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

“ageing@coimbra”
O consórcio ageing@coimbra, criado há quatro anos, quer envolver as universidades seniores e outras instituições sociais em...

O coordenador científico do consórcio, João Malva, realça o “contributo muito importante dos cidadãos e associações cívicas” no desenvolvimento dessas iniciativas.

“Para a transferência de tecnologia e para o desenvolvimento de boas práticas, é necessário envolver os cidadãos”, defende.

Também as associações de doentes e seus familiares “devem ser parceiros ativos nesta missão”, sendo “importante envolver jovens e menos jovens na criação” de novos produtos e serviços para a saúde e o envelhecimento ativo.

O investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (UC) considera ainda necessário valorizar o trabalho “das universidades seniores, que promovem o envelhecimento ativo e saudável e a inclusão social dos cidadãos, evitam o isolamento e oferecem oportunidades para a aprendizagem ao longo da vida”, aproveitando melhor o saber e a disponibilidade dos reformados.

Desde que o Centro de Portugal foi reconhecido pela Comissão Europeia, em 2013, como “região europeia de referência” para o envelhecimento ativo e saudável, o ageing@coimbra “cresceu muito significativamente a nível regional” e tem registado a adesão de novos membros.

Em dezembro, a UC esteve representada, em Bruxelas, na Bélgica, numa cerimónia em que foi reclassificado o estatuto da região, “passando de duas para três estrelas”, acentua.

Fundado em janeiro de 2013, o ageing@coimbrae tem como coordenador estratégico a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), presidida por Ana Abrunhosa, e reúne entidades públicas e privadas que apostam nas condições da região para influenciar as boas práticas ao nível do envelhecimento ativo na Europa.

“O consórcio possui uma matriz única, baseada no triângulo do conhecimento que valoriza as ideias, os produtos e os serviços com impacto no mercado: investigação científica, ensino avançado e transferência desse conhecimento para o setor social e a área da saúde”, acrescenta o responsável.

João Malva salienta que o ageing@coimbra “tem sido uma força motriz neste desenvolvimento de redes na região e na Europa”.

Para a presidente da CCDRC, o envelhecimento ativo e saudável é “uma área onde os municípios da região têm revelado também grande dinamismo e grande vontade de se envolverem cada vez mais”.

O Programa Operacional Centro 2020 “tem apoiado um conjunto de projetos de investigação e desenvolvimento nas áreas da investigação de doenças neurológicas, por exemplo, as doenças com mais incidência nos mais velhos”, declara Ana Abrunhosa.

“Um dos resultados importantes de sermos região de referência no envelhecimento ativo e saudável foi o convite para sermos o representante europeu no M8 Alliance para as questões do envelhecimento ativo e saudável”, conclui.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global e integra membros de diferentes países do mundo, incluindo hospitais e universidades.

Em Coimbra
Um cardiologista de 88 anos elogia vinho e café e um biólogo de 83 toma banho frio no inverno e corre diariamente dez...

No Centro, que a Comissão Europeia reconheceu como “região de referência” para o envelhecimento ativo e saudável, o cozinheiro Camilo Paiva, de 83 anos, e a voluntária Fátima Familiar, de 68 anos, juntam-se ao médico Polybio Serra e Silva, presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia na região, e ao investigador Jorge Paiva, do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC).

Camilo é dono e trabalha desde a meninice no restaurante Fika Keto, em Miranda do Corvo, distrito de Coimbra, que pertencia aos pais, quando verdadeiramente não havia na vila estabelecimentos com esta designação, apenas tabernas e casas de pasto.

Apoiado pela mulher e pelo filho na cozinha, é ele o principal obreiro de uma das melhores chanfanas das redondezas.

Há quase 70 anos, começou a ajudar a mãe no negócio, devido à morte do pai, e nunca mais ficou quieto, admite a sorrir.

Além da carne de cabra assada com vinho carrascão, os fregueses elogiam-lhe a dobrada e o bacalhau com grão, entre outras iguarias regadas com vinhos da região.

A este propósito, o professor Polybio salienta a importância do vinho na saúde, em detrimento de outras bebidas alcoólicas. “Vinho tinto, pouco e bom, ao almoço e ao jantar”, preconiza.

Advertindo que o néctar da videira “deve ser bebido com conta, peso e medida”, no máximo três decilitros por dia, o catedrático reformado da Faculdade de Medicina da UC admite que “uma extravagância uma vez por semana não tem grande mal”.

“Vinho de uva tinta e feito por maceração da película”, que possui “um antioxidante fundamental, o resveratrol, que existe mais na tinta do que na branca”, esclarece.

Tendo publicado em novembro o livro em verso “Um Poético Cafezinho”, onde faz o elogio desta bebida, o cardiologista chega a tomar seis cafés por dia.

Está agora a preparar a edição da obra báquica “Vossemecê, senhor vinho”, desta vez a enaltecer as virtudes do tinto, desde que bebido com moderação.

“Naquele tempo”, em meados do século XX, “vendia-se mais vinho do que hoje”, recorda o gastrónomo Camilo, que aos 83 anos está “sempre a mexer” em redor dos tachos no Fika Keto.

Adversário do sedentarismo, Polybio Serra e Silva rejeita o tabaco e a má alimentação e recomenda “atividade física diária, regular e progressiva”.

Passa horas ao computador, em casa, a preparar intervenções públicas na área da cardiologia e da medicina preventiva, a convite de entidades diversas.

Mas, de vez em quando, monta a bicicleta fixa que tem ao lado: “faço várias vezes 20 minutos de pedalada” todos os dias. Ou ele não fosse, também, autor do livro “Aprender a não ser velho”.

Apesar de reformado, Jorge Paiva reparte a vida entre Almada, onde reside, e Coimbra, em cuja universidade continua a trabalhar, viajando sempre nos transportes públicos.

“Tomo banho de água fria logo de manhã. Hoje, apanhei o autocarro às cinco da manhã, do lado de lá do rio Tejo, e às oito e pouco estava no gabinete”, conta.

O antigo atleta da Associação Académica de Coimbra não dispensa a sua corrida matinal, de, pelo menos, 10 quilómetros.

“Faço sempre abdominais e umas flexões, para minha manutenção. Precisamos de ter atividade física e intelectual para termos alguma qualidade de vida na velhice e não estarmos à espera da morte”, defende.

Aos 83 anos, o professor universitário já não participa como outrora em manifestações de rua por causas ecológicas.

Continua, no entanto, a produzir trabalho científico, sem nunca abandonar a atividade cívica ambiental, sempre que é convidado.

“Temos de ter os neurónios a trabalhar, senão enferrujam”, sugere, enquanto cita a neurologista italiana Rita Levi-Montalcini, Prémio Nobel da Medicina em 1986, falecida com 103 anos.

Professora de Educação Visual, agora aposentada, Maria de Fátima Familiar trabalha há cinco anos como voluntária na cooperativa cultural Arte-Via, na Lousã.

Diariamente, incluindo alguns fins de semana, apoia na aprendizagem 15 crianças de diferentes idades.

“Acompanho-as no estudo, a pintar e a brincar e até as levo à piscina”, explica Fátima, que todos tratam por Necas na Arte-Via, instituição que tem igualmente a funcionar a Universidade do Autodidata e da Terceira Idade da Lousã, uma das primeiras da região.

Entre os alunos, há filhos de imigrantes ucranianos e russos. “Quando alguns meninos vão ter testes, venho também ao domingo”, refere.

A ex-docente, que queria “fazer mais alguma coisa e não ficar parada em casa” na reforma, optou por este trabalho social gratuito.

As solicitações das crianças surgem de todas as mesas da sala. Também Necas não fica quieta e atende por igual.

FAO
O novo responsável da FAO em Portugal afirmou que a iniciativa brasileira ‘Fome Zero’ inspirou várias agências da ONU e outros...

“O trabalho das últimas décadas no Brasil (no combate à fome) foi, de facto, uma fonte de inspiração muito importante para o conjunto das agências da ONU”, declarou à Lusa Francisco Sarmento, representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em Portugal e junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O ‘Fome Zero’ foi uma iniciativa governamental brasileira, criada em 2003, composta por vários programas para o combate à fome e à miséria no Brasil durante o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2011).

Desde 2012, o brasileiro José Graziano da Silva, um dos responsáveis pela implementação do 'Fome Zero' no Brasil, é o diretor-geral da FAO.

“Eu fiz uma análise há seis anos sobre o tema, no âmbito de uma avaliação da cooperação da FAO com o Brasil, e verifiquei que os programas desenvolvidos pelo país influenciaram fortemente, não só a realidade brasileira, mas também os próprios programas da FAO" desde a década de 2000, disse Sarmento, que assumiu o cargo de representante da FAO em dezembro.

O responsável afirmou que uma das agências que se inspirou no ‘Fome Zero’ foi o Programa Alimentar Mundial (PAM), que sempre apoiou, por exemplo, os programas de alimentação escolar e “passou a fazê-lo com uma outra abordagem”.

“[O PAM] envolveu as populações locais no fornecimento de alimentos para a alimentação escolar, algo que foi testado no Brasil e que deu certo em alguns locais, mas em outros não", referindo que há sempre especificidades que devem ser observadas.

“O padrão cultural comum, sendo o Brasil o país mais africano das Américas, facilitou a transposição para África de ensinamentos, de experiência e ainda o desenvolvimento de laços de confiança”, disse, referindo-se a muitos Governos africanos que resolveram implementar medidas inspiradas no “Fome Zero’.

A iniciativa brasileira também teve o seu impacto e influenciou medidas de combate à fome nos países da CPLP, de acordo com Francisco Sarmento.

“Penso que a nossa análise tem de ser feita de um ponto de vista mais macro, pois até a tentativa de implementação do ‘Fome Zero’, o mundo estava muito carente de uma liderança política que colocasse a fome no centro do processo do desenvolvimento e isso aconteceu, de facto, no Brasil”, disse.

Segundo Sarmento, os programas desenvolveram-se com razoável sucesso no Brasil, já que 30 milhões de pessoas deixaram de estar no mapa da fome e, ao ver a trajetória história do país, considerou que “foi positivo e talvez tenha sido um grande legado”.

“Temos de ter em conta que o Brasil é quase um continente e os programas do ‘Fome Zero’ podem ter dado certo num estado e noutro não, podem der dado mais certo num município e do que noutro”, indicou, referindo que isto também pode acontecer nos outros países que se inspiraram na iniciativa.

“A implementação do conjunto de programas do ‘Fome Zero’ deveu-se a uma prioridade política do tema no Brasil. Se essa prioridade política deixar de existir, naturalmente, podemos ter algum receio de que a iniciativa possa mudar de rumo ou eventualmente perder alguma da força que tinha. Isso, só o futuro dirá”, avaliou.

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