Estudo
Estudo envolveu 236 mulheres de uma região da África do Sul e revela que algumas bactérias que existem na vagina aumentam a...

Uma equipa de investigadores norte-americanos acompanhou 236 mulheres infetadas com VIH da cidade de Umlazi, na África do Sul, durante 336 dias e concluiu que há comunidades de bactérias na flora vaginal que estão associadas a um risco quatro vezes superior de infeção pelo vírus da sida. As bactérias identificadas pelos cientistas são comuns nas mulheres sul-africanas saudáveis e diferem do tipo dominante da população bacteriana encontrada nas mulheres de países desenvolvidos. O trabalho abre portas para novas estratégias de prevenção.

A comunidade bacteriana (microbioma) mais comum no trato genital de mulheres sul-africanas é (agora) considerada de alto risco para a infeção pelo VIH. No artigo científico publicado esta terça-feira na revista Immunity, escreve o jornal Público, uma equipa de investigadores nos EUA não só associa este tipo de flora vaginal a um maior risco de contrair o VIH mas também a um aumento da inflamação e da quantidade de linfócitos T CD4 que são o principal alvo do vírus da sida.

“Foi demonstrado que um número mais elevado de células-alvo do VIH no local inicial de exposição aumenta o risco de infeção e, portanto, é um provável mecanismo biológico para o aumento observado no risco de VIH”, diz Douglas Kwon, do Instituto Ragon do Hospital Geral do Massachusetts e um dos autores do artigo, num comunicado sobre esta investigação.

O estudo envolveu mulheres com idades entre os 18 e 23 anos e com teste negativo para o VIH, que participaram num programa de redução da pobreza em Umlazi, uma cidade da província de KwaZulu-Natal, com elevadas taxas de infeção. Segundo dados de 2016 divulgados pelo Programa das Nações Unidas para a Sida (UNAids), a prevalência de VIH na África do Sul está nos 19,2% mas em KwaZulu-Natal atinge uns impressionantes 40% (em Portugal é de cerca de 0,6%).

Usando métodos avançados para a sequência do microbioma vaginal, os cientistas perceberam que mais de 60% das mulheres tinham comunidades bacterianas vaginais diversificadas (Prevotella, Sneathia, Gardnerella, Shuttleworthia, Megasphaera), enquanto uma minoria (menos de 10%) tinha o tipo dominante Lactobacillus, que é encontrada em 90% das mulheres brancas saudáveis nos países desenvolvidos. Depois de agrupar as amostras em quatro tipos de flora vaginal, concluíram ainda que dois desses tipos eram caracterizados por populações bacterianas diversas e com baixo índice de Lactobacillus.

Apesar da intensa campanha de prevenção feita por estes especialistas, durante o estudo com a duração de cerca de um ano 31 mulheres foram infetadas com VIH. Confrontaram ainda os dados obtidos com as taxas de infeção pelo vírus durante o ano seguinte e encontraram uma incidência quatro vezes maior de VIH nas mulheres com comunidades bacterianas diversas, em comparação com a minoria das mulheres do estudo com microbiomas dominados por Lactobacillus. Especificamente, os cientistas identificaram as bactérias Prevotella e Sneathia como as que mais “favoreceram” a infeção do vírus.

Escolher as bactérias
“Estamos muito entusiasmados com estas descobertas. Usámos abordagens moleculares modernas para caracterizar o microbioma vaginal e ligar bactérias específicas ao risco de aquisição de VIH em mulheres jovens que vivem na África subsariana, onde o VIH está mais instalado”, sublinha Christina Gosmann, investigadora do Instituto Ragon e outra das autoras do artigo.

Antes deste estudo, Douglas Kwon já tinha demonstrado que certas infeções sexualmente transmissíveis, como a clamídia, aumentavam a inflamação e o risco de contrair o VIH. Num outro artigo publicado naImmunity em 2015, o cientista revelou que certas bactérias presentes em mulheres sul-africanas instigavam a inflamação genital. O trabalho agora publicado dá um passo em frente e associa os microbiomas predominantes nesta região a um aumento significativo de infeção pelo VIH.

Não existe (ainda) uma explicação para as diferenças na flora vaginal entre as mulheres subsarianas e as dos países desenvolvidos. A genética pode explicar uma parte da história e, talvez, as variáveis ambientais, como o comportamento sexual, métodos contracetivos usados, hábitos de higiene ou até a dieta, expliquem o resto. No entanto, para já, os cientistas não conseguiram identificar qualquer associação comportamental ou ambiental.

O trabalho envolveu ainda experiências com ratinhos que comprovaram estes resultados, mostrando que a introdução destas bactérias vaginais faz aumentar o número de linfócitos T CD4, o principal alvo do VIH. “Estas descobertas demonstram a importância de considerar o microbioma genital no desenvolvimento de novas estratégias para reduzir a infeção do VIH em mulheres que vivem na África subsariana”, refere Christina Gosmann no comunicado sobre o estudo. “Ao identificar comunidades bacterianas e espécies bacterianas associadas ao risco de VIH, podemos fornecer alvos específicos para o desenvolvimento de novas estratégias preventivas e melhorar a eficácia das medidas existentes.”

Nesta investigação, é também identificado um novo mecanismo que pode ajudar a fazer com que a flora vaginal destas mulheres seja dominada pela comunidade de bactérias considerada “saudável” (a Lactobacillus). Reduzindo a inflamação vaginal que estes microbiomas diversos promovem, será também reduzido o risco de ficar infetado pelo VIH. Porém, os cientistas notam que a mudança do microbioma que se exige é ainda difícil de fazer. Mesmo com uma redução da carga microbiana conseguida com antibióticos, experiências anteriores (nomeadamente em estudos de transplantes do microbioma fecal) mostram que as populações de bactérias acabam por regressar ao lugar de origem.

Aliás, Douglas Kwon defende não só é preciso fazer mais investigação no campo da alteração de microbiomas mas também será importante olhar para outras comunidades bacterianas existentes noutras partes do organismo e que podem também ter um papel na vulnerabilidade dos indivíduos ao VIH. Mas, além das possíveis implicações no combate ao VIH, Douglas Kwon acredita que as diferenças nas populações de bactérias vaginais também podem ajudar em áreas como a medicina materno-infantil, uma vez que estes organismos aumentam o risco de inflamação e, por isso, podem causar problemas reprodutivos, como partos prematuros e outras complicações na gravidez.

Especialista do sono revela
Vários estudos já mostraram que quem tem um sono mau e irregular numa base crónica corre maior risco de desenvolver doença...

Café e chá devem sair do menu depois do almoço para os adultos de meia idade e idosos. Banir a televisão, telemóvel e computador do quarto também é essencial para garantir que vai pregar olho. Deixar o gato e o cão fora do quarto igualmente.

Sestas à tarde devem ter no máximo meia hora para garantir que à noite consegue completar as sete ou oito horas de sono. Esta é, aliás, a quantidade de horas necessária para o ser humano se manter mentalmente saudável de acordo com especialistas do Global Council on Brain Health ou a Associação Americana do Sono, escreve o Sapo.

James Goodwin salienta que de uma coisa é difícil safarmo-nos: com a idade a qualidade do sono declina. Problemas como a apneia do sono surgem com o passar dos anos e o conceito de sono profundo tende a desaparecer a partir dos 30 e 60 anos.

Vários fatores que perturbam o sono podem ser ambientais, como a temperatura do quarto, o estilo de vida, refeições tardias ou o consumo de determinados medicamentos.

"Dormir bem é necessário à medida que envelhecemos, para nos protegermos de doenças que afetam o cérebro mas também o corpo", recorda o especialista que deixa vários conselhos ao jornal inglês Mirror:

  • Acorde todos os dias à mesma hora, mesmo ao fim de semana.
  • Exponha o seu corpo à luz natural durante o dia.
  • Não pense em beber álcool para o ajudar a adormecer.
  • Jante três horas antes de se deitar.
  • Evite cafeína depois do almoço.
  • Não olhe para os ecrãs de aparelhos electrónicos antes de dormir, como telemóveis, tablets, computadores.
  • Evite discussões ou problemas antes de dormir. Não vá a reuniões de condomínio depois das 20h00.
  • Não durma com animais no seu quarto.
  • Faça sestas não mais longas do que 30 minutos.
  • Use meias (que não apertem os tornozelos) para o ajudar a adormecer ao facilitar a circulação sanguínea e ao manter os pés quentes.
  • Combata o excesso de medicamentos, estes podem alterar os ciclos de sono.
Gabinete de Estratégia e Planeamento
Quase um milhão de portugueses não consegue andar ou subir escadas, quase 28 mil são cegos e perto de 27 mil são surdos, além...

Segundo estes dados, incluídos na publicação “Estatísticas sobre Deficiências ou Incapacidades”, existem em Portugal 980 mil pessoas que não conseguem andar ou subir escadas, além de 27.659 pessoas que não conseguem ver ou 26.860 que não conseguem ouvir.

Por outro lado, há 68.029 pessoas que não conseguem compreender os outros ou fazer-se compreender, além de quase 30 mil que têm muita dificuldade em tomar banho ou vestir-se sozinhos, escreve o Sapo.

De acordo com o Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), 65% das pessoas com mais de 65 anos e com pelo menos uma dificuldade são mulheres, sendo que as pessoas com 65 ou mais anos de idade representam 56% da população com pelo menos uma dificuldade.

O GEP conseguiu também apurar que 13.950 pessoas com deficiência frequentam os Centros de Atividades Ocupacionais (CAO), 12.667 estão registados como desempregados e 78.175 crianças e alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) frequentam escolas regulares de ensino.

A publicação “Estatísticas sobre Deficiências ou Incapacidades” traz uma compilação das principais informações dos Censos de 2011 sobre a população com deficiência, bem como informação mais atual sobre Educação, Emprego, Prestações Sociais e Respostas Sociais.

É possível, por isso, ficar a saber que ano letivo 2015/2016 havia mais de 78 mil crianças com NEE, sendo que 81% delas frequentavam o ensino básico, com 21 mil no primeiro ciclo, 17 mil no segundo ciclo e 24 mil no terceiro ciclo.

No mercado de trabalho registaram-se, entre 2011 e 2015, 1,16 vezes mais desempregados, passando de 10.408 pessoas registadas em 2011 para 12.667 em 2015.

Os apoios à contratação de pessoas com deficiência aumentaram 34 vezes, aumentando de 32 em 2011 para 1.098 em 2015.

Em 2015 havia 4.183 pessoas com deficiência a desenvolver trabalho socialmente necessário, o que representa o triplo das que o faziam em 2011, quando eram 1.365.

Também em matéria de medidas de transição para a vida ativa, houve seis vezes mais pessoas em 2015 (1.566) do que em 2011 (253) abrangidas em medidas de estágio.

Olhando para as prestações sociais, havia, em 2015, mais de 13 mil pessoas a receber o subsídio mensal vitalício, destinado a pessoas com deficiência com mais de 24 anos, sendo que 52,1% dos beneficiários eram homens.

Por outro lado, mais de 87 mil pessoas recebiam a bonificação do Abono de Família para crianças e jovens com deficiência, mais 3,7% do que em 2010.

No subsidio por educação especial, registaram-se em 2015 9.716 beneficiários, 66,3% dos quais do sexo masculino.

Em 2015 havia 791 respostas sociais, com 23 mil lugares disponíveis, entre CAO, Lares residenciais, residências autónomas ou serviço domiciliário.

Estes dados, publicados pelo GEP, integram as edições produzidas no âmbito do Programa do Ano do Centenário do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Estudo
Cientistas acreditam ter descoberto como o 'stress' faz aumentar o risco de doenças cardiovasculares, concentrando-se...

Os investigadores descobriram uma ligação entre a atividade nas amígdalas cerebelosas, localizadas no sistema límbico, e um risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares.

Já se sabia que esta zona do cérebro é mais ativa em pessoas com perturbações como 'stress' pós-traumático, mas nas conclusões do estudo avança-se que as amígdalas ordenam à medula óssea a produção de mais glóbulos brancos, que depois de libertados no sangue provocam a inflamação das artérias.

Será esse processo que aumenta o risco de ataques cardíacos, angina de peito, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais ou doença periférica arterial, sugerem, salientando que é precisa mais investigação para sustentar esta hipótese, uma vez que o estudo foi feito num universo reduzido de pessoas.

Os cientistas já sabiam que as amígdalas cerebelosas são mais ativas em pessoas que sofrem de 'stress' pós-traumático, ansiedade ou depressão.

Durante o estudo, que durou vários anos, 293 pessoas foram acompanhadas com exames regulares para ver se desenvolviam problemas cardiovasculares e 22 delas tiveram-nos.

Em 13 das pessoas acompanhadas, que já tinham 'stress' pós-traumático, foi identificada atividade elevada nas amígdalas e o aumento de produção de uma proteína que indica inflamações no corpo.

Com as conclusões do estudo, os autores esperam conseguir tratar melhor o risco cardiovascular associado ao 'stress'.

"Eventualmente, o 'stress' crónico poderá ser considerado um grande fator de risco nas doenças cardiovasculares, monitorizado e tratado como outros fatores importantes", declarou Ahmed Wwakol, médico e académico da universidade de Harvard.

A holandesa Ilze Bot, da universidade de Leiden, notou que "na última década, cada vez mais pessoas sofrem cronicamente 'stress' psicossocial diário", com "cargas horárias elevadas, insegurança laboral ou pobreza", o que pode levar a depressões.

Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo
A região de Lisboa e Vale do Tejo terá dez novas Unidades de Saúde Familiar modelo A em 2017, ano em que estarão em construção...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) acrescenta que vai passar oito Unidades de Saúde Familiar (USF) já existentes a modelo B, que contempla equipas com maior amadurecimento organizacional e maiores exigências de contratualização, garantem maior disponibilidade e flexibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes, elevado desempenho clínico e eficiência económica.

O modelo A de USF corresponde a uma fase de aprendizagem e de aperfeiçoamento do trabalho em equipa de saúde familiar, ao mesmo tempo que constitui um primeiro contributo para o desenvolvimento da prática da contratualização interna.

Lisboa e Vale do Tejo terá este ano 22 novos centros de saúde em construção: Algés, Ourém, Pinhal Novo, Peniche, Corroios, Sesimbra, Agualva, Algueirão, Queluz, Sintra, Torres Novas, Ventosa, Barcarena, Rossio ao Sul do Tejo, Benedita, Águas Livres, Venteira, Cadaval, Chamusca, Mafra Leste, Mafra Norte e Nazaré.

Segundo a ARSLVT, cinco destes centros de saúde – Algés, Queluz, Barcarena, Benedita e Mafra Leste -, “irão abrir ainda este ano”, enquanto a abertura dos restantes está prevista para 2018.

A nota refere que vão ser elaborados projetos de execução para oito novos centros de saúde, em parceria com as respetivas autarquias: Setúbal, Almargem do Bispo, Mina de Água, Samora Correia, Caldas da Rainha, Vialonga, Baixa da Banheira e Santa Iria da Azoia.

No concelho de Lisboa devem estar concluídos os projetos para cinco novos centros de saúde, em parceria com a autarquia lisboeta: Campo de Ourique, Campolide, Montinho de S. Gonçalo (Alta de Lisboa), Parque das Nações e Benfica.

Em 2017, a ARSLVT pretende aumentar a cobertura da população com médico de família, reforçar as consultas de médico-dentista nos centros de saúde, alargar os rastreios de saúde de base populacional iniciados em 2016, e lançar novos programas, nomeadamente de rastreio dos cancros da mama, cólon e reto e colo do útero.

Outros dos objetivos é o de prosseguir a dotação dos centros de saúde da região com meios complementares de diagnóstico e terapêutica, designadamente radiologia, eletrocardiograma, análises clínicas, espirometria e retinografia.

A ARSLVT tem a intenção de este ano proceder também à renovação e modernização da rede de climatização em unidades de três agrupamentos de centros de saúde, assim como a reestruturação do parque informático e a aquisição de 2.500 novos computadores.

Num balanço de 2016, a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo diz que “aprofundou o trabalho de reforma, modernização e reforço da prestação integrada de cuidados de saúde aos cidadãos na região”.

Entre as medidas desenvolvidas está o “aumento da cobertura da população da região (3,6 milhões) por médico de família; mais 142 médicos de medicina geral e familiar, o que permitiu, segundo a ARSLVT, “aumentar a taxa de cobertura para 81,4% (relativamente a 2015)”.

Em 2016, foram abertas dez novas USF modelo A, quatro USF modelo B, concretizou-se a abertura de quatro novos centros de saúde e foram elaborados 20 projetos de execução de novos centros de saúde, na sua maioria em parceria com os municípios locais.

Relatório alerta
Em pouco mais de 30 anos, milhões de pessoas em países em desenvolvimento poderão não conseguir comprar e comer peixe, alerta...

O documento, “À pesca de proteínas - Qual o impacto das pescarias marinhas na segurança alimentar global até 2050”, analisa a quantidade de peixe que pode ser retirada dos mares de forma sustentável até meio do século.

A análise prevê que muitas pessoas terão de exportar o peixe em vez de o comer e não terão acesso a alternativas que substituam a fonte de proteína.

No relatório os responsáveis a organização começa por alertar para a necessidade de se duplicar as necessidades globais de alimentos nos próximos anos, face ao aumento populacional, e lembram que mil milhões de pessoas passam fome todos os dias, por problemas de distribuição alimentar e de pobreza.

O peixe, diz-se no documento, alimenta com pelo menos 20% das necessidades de proteína mais de 3,1 mil milhões de pessoas e é responsável pelo fornecimento de 17% da proteína consumida no mundo.

Adicionalmente cerca de 500 milhões de pessoas vivem da pesca, sendo que nem sempre para consumo. O peixe é frequentemente a única fonte disponível de proteínas nas regiões costeiras de países em desenvolvimento mas no mundo o peixe é menos consumido nos países mais pobres (10 quilos por pessoa/ano) e tem um consumo acima da média na Ásia, América do Norte e Europa.

Até meio do século, diz o estudo da World Wide Fund for Nature (WWF), é necessário uma captura sustentável e uma melhor gestão das pescas, o que permitiria peixe suficiente para toda a população (12 quilos por pessoa/ano). Mas perante uma escassez em 2050 os países ricos irão preferir importar peixe dos países em desenvolvimento, que optarão por vender a fonte de proteína em vez de a comer.

Nesse ano, diz-se no estudo, países pobres de África e da América Latina não conseguirão satisfazer a suas procuras internas por exportarem para os países ricos.

Cuidados de proximidade
A Administração Regional de Saúde do Algarve vai concluir em 2017 um investimento de 4,3 milhões de euros, iniciado no ano...

O organismo que tutela os Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Algarve revelou que vai dispor este ano de uma verba de três milhões de euros para, entre outros projetos, construir “de raiz” três Unidades de Saúde Familiar.

Este valor soma-se à verba de 1,3 milhões de euros investida em 2016 na “reorganização funcional dos cuidados de saúde primários” e para “dotar os três ACES da região de instalações e equipamentos modernos e adequados”, completou.

“A Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve encerrou o ano de 2016 com um conjunto de medidas estratégicas executadas, numa clara aposta no reforço da capacidade de resposta dos cuidados de saúde de proximidade, com o aumento do número de recursos humanos, a modernização e renovação de instalações e equipamentos e o alargamento da cobertura assistencial dos cuidados de saúde primários em toda a região”, referiu o organismo, em comunicado divulgado hoje.

A ARS destacou a abertura de três Unidades de Saúde Familiar (USF) em 2016 - em Lagos, em Castro Marim e em Portimão - e a “contratação de mais profissionais de saúde das várias áreas”, frisando que a taxa de cobertura da população do Algarve com médico de família passou de “58,9%, em 2013, para 81,9%, em 2016”.

Foram ainda renovados equipamentos informáticos e médicos nas diversas unidades de saúde, foi implementada a “receita sem papel” e instalado um sistema de monitorização de temperatura e humidade para “monitorizar, através de acesso remoto, as condições de temperatura dos medicamentos e vacinas”, equipamento que estará disponível em toda a região durante o primeiro trimestre de 2017, acrescentou a ARS algarvia.

A informação divulgada pela ARS refere que o ano de 2017 começou também com a “renovação da frota de viaturas de apoio aos cuidados de saúde primários da região”, mas ficará sobretudo marcado com o início da “construção de três novas USF de raiz e a aquisição dos respetivos equipamentos”, em Loulé, em Quarteira e em Albufeira.

A ARS do Algarve adiantou que estão também “previstas obras de conservação/beneficiação e adaptação funcional de Extensões e Centros de Saúde dos três ACES da Região do Algarve”, a “aquisição e implementação do Sistema de Gestão de Assiduidade”, a “implementação de um moderno e inovador Sistema de Gestão Documental” ou a “aquisição de ‘software’ de análises clínicas para o Laboratório Regional de Saúde Pública do Algarve, Dra. Laura Ayres”.

“Em 2017, vai ser reforçada a aposta nos cuidados de saúde de proximidade com a participação da ARS Algarve em protocolos com as autarquias para a disponibilização de Unidades Móveis de consultas ao domicílio”, considerou a ARS, precisando que está “em curso a aquisição de mais sete Unidades Móveis” com financiamento europeu e a colaboração da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, da Comunidade Intermunicipal do Algarve e de vários municípios.

Reitor diz
O reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, afirmou que a instituição que lidera "envolve-se cada vez mais na...

A Universidade de Coimbra (UC) pretende continuar a sua "estratégia de reforço do seu papel na discussão dos problemas globais e envolve-se cada vez mais na procura de soluções para a saúde", sublinhou João Gabriel Silva, numa declaração, no âmbito do doutoramento Honoris Causa do presidente da Cimeira Mundial da Saúde, Detlev Ganten, que decorreu ontem em Coimbra.

De acordo com o reitor da universidade, o grau atribuído a Detlev Ganten "reconhece o seu papel no avanço da ciência, de que é um dos expoentes na área da hipertensão", ao mesmo tempo que "confirma e reforça o papel" da UC na Aliança M8 - o G8 da Saúde -, onde está integrada num consórcio com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Para a Universidade de Coimbra, Detlev Ganten, "fundador do maior hospital universitário da Alemanha, é um dos nomes mais proeminentes no mundo" no debate de questões como a falta de acesso da "larga maioria da população" aos cuidados de saúde "mais elementares".

O presidente da Cimeira Mundial de Saúde e da Aliança M8, Detlev Ganten, sublinhou que Coimbra é uma "fonte de enriquecimento científico" para as discussões na área da saúde e uma ponte de ligação às comunidades lusófonas.

"Para nós, Coimbra é uma porta aberta para as comunidades lusófonas, como Paris é para as comunidades francófonas", afirmou à agência Lusa Detlev Ganten, presidente da Aliança M8 - o G8 da Saúde - e da Cimeira Mundial da Saúde.

A característica "mais importante" de Coimbra e, consequentemente, de Portugal, é a rede que permite estabelecer com os países lusófonos, como Moçambique ou Angola, referiu, recordando ainda a ligação do país à América do Sul, bem como à Ásia, onde os portugueses foram "pioneiros" na transmissão da cultura ocidental.

Durante o seu discurso na cerimónia de atribuição do grau, Detlev Ganten constatou que a tradição representa "um desafio" da UC para "continuadamente se abrir a novas circunstâncias com criatividade e com uma mente aberta, sem perder o compasso e os valores".

Além disso, a tradição providencia também uma identidade "corporativa e estabilidade" e assume-se como uma "âncora em tempos conturbados".

"Nos tempos conturbados de hoje, assim como na história, nós na academia e na Aliança M8 podemos ajudar a dar ao mundo inspiração, orientação racional e um compasso intelectual para fazer do mundo um espaço melhor e mais seguro", afirmou Detlev Ganten.

Portugal, representado pelo consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e UC, foi admitido a 11 de outubro de 2015 na Aliança M8, cuja rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

Manuel Antunes
O presidente da Academia Nacional de Medicina de Portugal, Manuel Antunes, disse hoje que "novas portas, novos caminhos e...

"As duas instituições promotoras deste evento solene, a Universidade de Coimbra (UC) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), têm, desde há algum tempo já, iniciado um caminho de internacionalização. Caminho com várias direções, em que a nossa vocação histórica africana será, talvez, a principal. Mas a nossa condição de membro da M8 Alliance certamente abrirá novas portas, novos caminhos, novas direções".

O professor da Faculdade de Medicina, instituição que propôs a atribuição do grau Honoris Causa, disse, nos elogios ao candidato, que o presidente da Aliança M8 e da Cimeira Mundial da Saúde, o alemão Detlev Ganten, se transformou numa personalidade do mundo.

Para Manuel Antunes, que dirige também o Centro de Cirurgia Cardiotorácica do CHUC, “é por demais evidente que o professor Ganten há muito deixou de ser um homem limitado ao mundo profissional e académico em que brilha com naturalidade”.

Especialista em farmacologia e medicina molecular e um dos principais cientistas mundiais no campo da hipertensão, Detlev Ganten fundou em 2009 a Cimeira Mundial da Saúde, da qual surgiu a rede da Aliança M8, na qual Portugal está representado desde outubro de 2015 pelo consórcio CHUC e UC.

“A personalidade singularmente valiosa do professor Ganten, e a sua fantástica experiência profissional, atravessando conjunturas tão diferentes ao longo da sua vida dedicada à Ciência, merece ser reconhecido por atividades tão valorosas como as que tem desempenhado neste século XXI”, disse o cirurgião Manuel Antunes, na cerimónia de atribuição do grau Honoris Causa.

Na sua intervenção, na Sala dos Capelos da UC, o presidente da Academia Nacional de Medicina de Portugal, que também apoiou a entrada portuguesa na Aliança M8, salientou ainda o papel de liderança do presidente dos Hospitais de Coimbra, José Martins Nunes, “na gigantesca tarefa de construir o CHUC a partir da fusão de sete diferentes unidades hospitalares da cidade, à semelhança do que anteriormente havia feito em Berlim o homenageado principal”.

“Estou certo de que, com clareza, ficará patente o relevante papel que Martins Nunes desempenhou numa das mais complexas tarefas a que a Coimbra já assistiu, num dos momentos mais difíceis da história de Portugal”, frisou Manuel Antunes.

Também a diretora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra UC e professora da Faculdade de Medicina, nos elogios ao apresentante [Martins Nunes] destacou a “dedicação à causa pública” do presidente do CHUC.

“Além dos contributos científicos dados na sua área de especialidade, a anestesia, destacam-se a sua dedicação à causa pública enquanto secretário de Estado da Saúde no XII Governo Constitucional, nomeadamente na conceção da lei sobre a 'Colheita e transplante de órgãos', cujo papel foi decisivo na dinamização dos transplantes hepáticos em Portugal”, sublinhou Catarina Resende de Oliveira.

A investigadora e professora catedrática de Medicina falava na UC, na cerimónia de atribuição do grau 'Honoris Causa' ao presidente da Aliança M8 e da Cimeira Mundial da Saúde, o alemão Detlev Ganten, apresentado pelo presidente do CHUC.

A responsável destacou ainda o papel de Martins Nunes “na maior reforma hospitalar portuguesa (CHUC) e como impulsionador do Centro Académico Clínico de Coimbra (o consórcio CHUC/UC)”.

“O seu envolvimento na integração deste Centro Académico na rede colaborativa de Centros Académicos Clínicos de excelência, M8 Alliance, são marcos inquestionáveis para a internacionalização e o posicionamento da UC e CHUC, da região e do país, no centros onde se discutem e tentam solucionar os problemas da saúde em termos globais”, sublinhou.

Associação Nacional das USF
Vinte e cinco Unidades de Saúde Familiar transitaram, em 2016, do modelo A para o B, que paga melhor aos profissionais em troca...

De acordo com o Ministério da Saúde, 25 USF iniciaram em 2016 a sua atividade como modelo B, o qual permite que os profissionais de saúde ganhem mais se cumprirem determinados pressupostos, os quais resultam numa maior acessibilidade dos utentes aos serviços.

Este número de transições foi o maior dos últimos anos: 19 em 2013, 12 em 2014 e 15 em 2015.

Para 2016 foram abertas 25 vagas para USF de modelo B. Contudo, as candidaturas na região Norte foram muito superiores às vagas.

Segundo o presidente da Associação Nacional das USF (USF-AN), João Rodrigues, algumas das vagas do Centro e de Lisboa foram preenchidas com as do Norte, onde existem mais USF e foi maior o número de candidaturas.

A USF-AN é contra a existência de vagas e considera que só deveriam existir USF do modelo B.

“Não queremos quotas. Queremos metas. Essa é uma grande contradição que se mantém: Se as USF de modelo B são mais eficientes, e os números provam isso mesmo, em termos de acessibilidade e acompanhamento, então elas deveriam passar todas para o modelo B”, adiantou.

“Esperemos que, num futuro curto, seja possível ter só USF modelo B. Este é o grande sonho”, prosseguiu.

João Rodrigues sublinha as diferenças entre os dois modelos, lembrando que “os profissionais só ganham mais se cumprirem”.

“O modelo B é o mais exigente em termos organizativos. Ganham mais se fizerem mais em quantidade e qualidade. Não ganham mais só por ser modelo B”, ressalvou.

Estas equipas (USF de modelo B) têm de “vigiar mais grávidas, fazer mais domicílios médicos e de enfermagens, vigiar melhor os diabéticos, os hipertensos, as crianças no primeiro e segundo ano de vida”.

A remuneração mais elevada funciona, pois, como “um estímulo acrescido, porque os profissionais de saúde tentam fazer sempre o melhor”.

No entanto, João Rodrigues sublinhou a necessidade de existirem mais auditorias, de modo a que o trabalho acrescido das seja constatado e divulgado, inclusive para consulta exterior.

“As USF de modelo B são pouco auditadas, deviam ser mais”, afirmou João Rodrigues, que considera este um problema comum ao país: a supervisão.

Segundo o presidente da USF-AN, são os próprios profissionais das USF que gostariam de ser mais auditados.

Estas USF são auditadas uma vez por ano por equipas regionais de acompanhamento, que pertencem às Administrações Regionais de Saúde (ARS).

No Norte, essa responsabilidade foi transferida para os conselhos clínicos dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES), por falta de pessoal.

João Rodrigues revelou que sugeriu ao Governo o desenvolvimento de uma ferramenta que permitirá publicar os relatórios de acompanhamento, bem como o reforço das equipas regionais para a realização das auditorias.

De acordo com o Ministério da Saúde, o processo de transição destas 25 USF modelo B permite “um ganho de cobertura de mais 10.369 cidadãos, com atribuição de uma equipa de saúde familiar e efetivos ganhos assistenciais”.

A partir de quinta-feira
O território do continente vai ser afetado a partir de quinta-feira por uma superfície frontal fria, prevendo-se, por isso, uma...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a partir de quinta-feira Portugal continental vai ser afetado pela passagem de uma frente fria que vai levar à descida das temperaturas entre 03 a 07 graus Celsius até ao início da semana.

Segundo o Instituto, para quinta-feira está prevista chuva fraca a partir do meio da manhã nas regiões a norte do sistema Montejunto-Estrela, queda de neve acima dos 1.400 metros para o final do dia na Serra da Estrela, serra de Montesinho e Montalegre e uma intensificação do vento nas terras altas.

Na sexta-feira, ainda está prevista precipitação no extremo norte do território, que poderá ser de neve acima dos 800 metros até ao final da manhã.

Depois, segundo o IPMA, o anticiclone vai ficar localizado a noroeste da Galiza e ficará pelo menos até dia 16 (segunda-feira).

No que diz respeito às temperaturas, vai registar-se uma descida da máxima nas regiões do norte e centro entre 04 e 06 graus Celsius e na noite de quinta para sexta-feira desce a mínima entre 03 a 04 graus.

Na noite de sexta-feira para sábado, a mínima volta a descer mais 02 a 03 graus.

Segundo o IPMA, a partir de sábado não está prevista nem precipitação, nem queda de neve, mas algum desconforto térmico, devido às baixas temperaturas previstas.

Para o interior norte e centro estão previstas temperaturas mínimas abaixo de zero, como por exemplo na Guarda e em Bragança (-02 graus). Em Lisboa, a temperatua mínima deverá rondar os 05 ou 06 graus.

As temperaturas vão descer gradualmente até sábado e depois a partir daí não vão ter grandes variações.

De acordo com o IPMA, esta situação em Portugal continental não tem a ver com a situação que se vive na Europa que tem estado a ser afetada por uma vaga de frio, que já causou pelo menos 60 mortes.

Na Polónia, o país mais afetado, as temperaturas estão a registar valores perto dos 20 graus Celsius (ºC) negativos em algumas regiões.

Esta vaga de frio vindo da Escandinávia afeta a Europa desde o fim da semana passada, provocando vítimas em outros países do Leste, como República Checa ou Bulgária, designadamente entre sem abrigos e migrantes, mas também na Macedónia, Bielorrússia ou Itália.

José Martins Nunes
A entrada na Aliança M8 - o G8 da Saúde - permitirá a Portugal o acesso aos palcos de decisão das principais linhas de...

O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), José Martins Nunes, que fez a apresentação do líder da Aliança M8 – o G8 da Saúde – e da Cimeira Mundial de Saúde como Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, destacou o alemão Detlev Ganten como “eminente personalidade de cientista e académico de grande prestígio mundial e grande amigo de Portugal e de Coimbra”.

Martins Nunes disse que a estreita colaboração com a Aliança M8 e com a Cimeira Mundial de Saúde proporciona a Portugal, através do CHUC e da Universidade de Coimbra, “o acesso aos palcos de decisão das principais linhas de desenvolvimento da Medicina Mundial e da Saúde Global, com a possibilidade de incrementar de forma determinante a posição de Portugal no campo da cooperação com os sistemas de saúde dos Países de Língua Oficial Portuguesa”.

“Para o CHUC, que o professor Ganten já visitou por diversas ocasiões em reuniões de trabalho, a consagração da relação entre a cidade de Coimbra e a M8 Alliance constitui uma valiosa oportunidade de consolidar a sua estratégia de internacionalização e de cooperação com hospitais universitários de referência em todo o mundo e uma excelente plataforma de enriquecimento e de valorização dos seus profissionais no plano da interação com realidades assistenciais e técnico-científicas de projeção internacional”.

O presidente do CHUC reconheceu também que Detlev Ganten, que também é presidente da Fundação do Hospital Charité de Berlim, “desempenhou um papel decisivo na adesão do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e da Universidade de Coimbra como únicos representantes de Portugal naquela que é mais relevante associação planetária de universidades e de hospitais universitários”.

“O Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, por proposta da Faculdade de Medicina de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, releva ainda a importância e o prestígio do Serviço Nacional de Saúde no contexto global, valoriza a Medicina Portuguesa e dá à cidade de Coimbra uma oportunidade única de visibilidade e prestígio global e oportunidades diversas para a criação de riqueza através do ‘conhecimento’”.

Lembrou também que “as empresas tecnológicas de base saúde, os ‘nichos’ de investigação, as oportunidades que emergem das relações internacionais nesta área, podem ter impacto direto na criação de riqueza”.

“Assim consigamos ser ambiciosos na procura de sinergias com centros de ‘conhecimento’ globais”, disse José Martins Nunes.

“Esta é, pois, uma ocasião de consagração do professor Ganten e uma ocasião de congratulação para a Saúde de Coimbra, para a cidade e para o CHUC, cuja importância e projeção devem ser muito sublinhadas”.

Portugal está representado desde outubro de 2015 na Aliança M8 pelo consórcio CHUC e Universidade de Coimbra (UC)

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global. Promove a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

No âmbito da integração do consórcio português na Aliança M8, a conferência intercalar da Cimeira Mundial de Saúde de 2018 vai realizar-se em Coimbra, a 19 e 20 de abril.

O evento de Coimbra será dedicado ao tema da Medicina de Fronteira, analisando diversas vertentes da prestação de cuidados de saúde em condições adversas, quer por se tratar de zonas subdesenvolvidas, quer por haver situações de guerra e pós-guerra, fluxos de refugiados, alterações climáticas e pandemias.

São esperados na conferência intercalar de abril de 2018 cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo, da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul, que se vão reunir no Convento São Francisco.

A conferência intercalar decorre na primavera, em diversas partes do mundo, em alternância semestral com a Cimeira, que se realiza anualmente, em outubro, na cidade alemã de Berlim.

Detlev Ganten
O presidente da Cimeira Mundial de Saúde e da Aliança M8 sublinhou hoje que Coimbra é uma "fonte de enriquecimento...

"Para nós, Coimbra é uma porta aberta para as comunidades lusófonas, como Paris é para as comunidades francófonas", afirmou Detlev Ganten, presidente da Aliança M8 - o G8 da Saúde - e da Cimeira Mundial da Saúde, que recebeu hoje o grau Doutor Honoris Causa atribuído pela Universidade de Coimbra (UC).

Portugal, representado pelo consórcio Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e UC, foi admitido a 11 de outubro de 2015 na Aliança M8, cuja rede é a base académica de excelência e na qual está assente a organização da Cimeira Mundial de Saúde, fórum anual para o diálogo sobre os cuidados de saúde.

Para Detlev Ganten, Coimbra é uma fonte de enriquecimento "científica, estrutural, política e económica" para as discussões que hoje são debatidas na área da saúde.

A cidade tem uma "universidade maravilhosa, onde se faz excelente ciência, e um hospital fantástico", notou o presidente da Aliança M8, que falava à margem da atribuição do grau Doutor Honoris Causa, cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

No entanto, a característica "mais importante" de Coimbra e, consequentemente, de Portugal, é a rede que permite estabelecer com os países lusófonos, como Moçambique ou Angola, referiu, recordando ainda a ligação do país à América do Sul, bem como à Ásia, onde os portugueses foram "pioneiros" na transmissão da cultura ocidental.

A Universidade de Coimbra é "uma instituição de grande tradição, prestígio científico e influência intelectual" não apenas no país, "mas também na Europa e em todo o mundo", disse o especialista alemão em Farmacologia, durante o discurso da cerimónia da atribuição do grau Honoris Causa.

A tradição, constatou, representa "um desafio" da UC para "continuadamente se abrir a novas circunstâncias com criatividade e com uma mente aberta, sem perder o compasso e os valores".

Além disso, a tradição providencia também uma identidade "corporativa e estabilidade" e assume-se como uma "âncora em tempos conturbados".

"Nos tempos conturbados de hoje, assim como na história, nós na academia e na Aliança M8 podemos ajudar a dar ao mundo inspiração, orientação racional e um compasso intelectual para fazer do mundo um espaço melhor e mais seguro", afirmou Detlev Ganten.

A Aliança M8 tem como missão principal a melhoria da saúde a nível global, promovendo a investigação translacional, bem como a inovação na abordagem da prestação de cuidados, almejando o desenvolvimento de sistemas de saúde eficazes na prevenção da doença.

A conferência intercalar da Cimeira Mundial de Saúde de 2018 vai realizar-se em Coimbra, a 19 e 20 de abril.

A decisão foi votada por unanimidade, em Berlim, na Alemanha, durante a assembleia-geral da Aliança M8, organizadora da Cimeira Mundial de Saúde, em outubro de 2016.

De acordo com o consórcio português CHUC/UC, são esperados na conferência intercalar de abril de 2018 cerca de 700 especialistas provenientes de todo o mundo, da Europa à Ásia, passando pela África, Médio Oriente, América do Norte, Central e do Sul, que se vão reunir no Convento São Francisco.

Estudo
Cientistas descobriram que um medicamento usado no tratamento da Alzheimer pode fazer crescer de novo a parte do dente danificada.

As dolorosas ou, pelo menos, assustadoras sessões no dentista para restaurar os dentes podem ter o fim à vista. Uma nova descoberta mostrou que um medicamento usado no tratamento da Alzheimer é capaz de fazer crescer os dentes, reparando as cavidades provocadas pelas cáries.

A investigação publicada na revista Scientific Reports revelou que o fármaco Tideglusib consegue estimular as células-tronco existentes no polpa do dente, de forma a que consigam gerar nova dentina, um tecido do dente que está coberto pelo esmalte, escreve a Visão.

Esta nova técnica pode fazer com que a necessidade de restaurar os dentes com recurso a resinas compostas ou amálgama de prata diminua significativamente. "A simplicidade da nossa abordagem torna-a ideal para um produto dentário clínico a ser usado no tratamento de grandes cáries, proporcionando uma proteção à polpa e restruturando a dentina", referiu Paul Sharpe, principal autor do estudo, ao The Telegraph.

Os investigadores do Dental Institute do King's College London consideram que o facto deste fármaco já ter passado por testes clínicos para o tratamento da doença de Alzheimer pode fazer com que aprovação para o seu novo uso clínico seja mais rápida.

Em entrevista ao jornal inglês, o CEO da Oral Health Foundation, Nigel Carter, mostrou-se agradado com esta nova forma mais natural, menos evasiva e, com certeza, menos assustadora, de reparar o dente. "Esta é uma abordagem extremamente interessante e inovadora", referiu e continuou: "esperamos que seja aplicada clinicamente, o que poderia, sem dúvida, ser um progresso no tratamento desta doença dentária", referiu.

Fundação Portuguesa do Pulmão
A gripe aumenta o risco de pneumonia pneumocócica dezenas de vezes. Embora não seja sazonal, e se registem casos de Pneumonia...

Com a chegada do pico da Gripe, a Fundação Portuguesa do Pulmão, alerta para o risco agravado de Pneumonia. “Estamos prestes a assistir ao pico da incidência da gripe e com ele aumentará, também, o número de casos de Pneumonia. Só por si, a Gripe intensifica o risco de Pneumonia.”, explica José Alves, presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.

Os sintomas da gripe podem ser semelhantes aos da Pneumonia, a maioria da população tem dificuldade em distingui-los podendo, por isso, subvalorizar situações potencialmente graves.

Os quadros de Pneumonia e Gripe uma vez confundidos, podem atrasar a procura de ajuda médica. Tosse com expetoração, febre, calafrios, falta de ar, dor no peito quando se inspira fundo, vómitos, perda de apetite e dores no corpo são sintomas possíveis da Pneumonia, que podem surgir como complicação de uma Gripe. Devemos estar particularmente atentos a quadros de Gripe que não apresentem melhorias, ou que vão piorando de forma continuada.

“A prevenção continua a ser a melhor solução para travar esta doença”, continua José Alves. “O conhecimento dos sintomas, o recurso atempado aos cuidados médicos, à vacinação contra a gripe, e a vacinação anti-pneumocócica poderão fazer a diferença entre”, alerta o Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão.

O pneumococo é o responsável por, aproximadamente, 1.6 milhões de mortes por ano em todo o mundo, sendo, por isso, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Em Portugal, custa uma média de 80 milhões de euros por ano, o que significa que, por dia, se gastam 218 mil euros apenas com tratamento e internamento. Custos indiretos, como o absentismo laboral, não estão contemplados nestes cálculos.*

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

Estudo
A descoberta, divulgada na última edição do jornal Neuroscience Letters, foi feita por um grupo de cientistas da Universidade...

Os extratos de Opuntia ficus-indica, um tipo de cato muito comum na bacia mediterrânica, podem vir a ser usados em tratamentos para combater o Alzheimer e a doença de Parkinson. Um grupo de investigadores da Universidade de Malta descobriu que este e outro ingrediente da região, uma alga castanha conhecida popularmente como cauda-de-pavão, podem desempenhar uma papel decisivo no processo de disrupção que está na origem destas patologias.

As placas beta-amiloides, constituídas por proteínas, atuam sobre o sistema nervoso a partir do cérebro, uma informação que já não é nova para a comunidade científica, escreve o Sapo. O que é novo na pesquisa é que os extratos dos catos e das algas mediterrânicas podem exercer uma ação semelhante a partir do organismo, impedindo a evolução de ambas as doenças, revelaram os estudos realizados, com uma amostra de moscas-da-fruta.

Os insetos foram alterados geneticamente para que pudessem desenvolver sintomas tradicionalmente associados à doença de Alzheimer. Os que foram alimentadas com extratos de algas e catos conseguiram duplicar o tempo de vida médio que, de dois dias, passou para quatro. “A mobilidade das moscas doentes melhorou 18% após o tratamento, o que representa uma grande evolução”, refere o relatório do estudo, já divulgado pelo jornal Neuroscience Letters.

Os ensaios clínicos em humanos necessários para validar cientificamente a descoberta ainda não têm data marcada mas Ruben J. Cauchi, o coordenador da investigação, afirma que os componentes exigidos já estão disponíveis. «Acreditamos que a descoberta de agentes bioativos que visam encontrar caminhos para combater as doenças neurodegenerativas é a abordagem mais viável na luta contra os distúrbios cerebrais que travamos atualmente», assegura.

Estudo
Os homens que consomem muita carne vermelha sofrem com mais frequência de um tipo comum de inflamação do intestino, chamada...

Esta doença é provocada pela inflamação de um ou vários divertículos - pequenas bolsas de tecido que se formam na mucosa interna do intestino.

O estudo comparou o grupo composto por 20% dos participantes que consumiam mais carne vermelha com os 20% que consumiam menos e concluiu que os casos de diverticulite foram 58% mais numerosos no primeiro grupo, explicaram os investigadores, na maioria académicos da Universidade de Harvard-

Os dados foram extraídos de um amplo estudo epidemiológico nos Estados Unidos, que, segundo o Sapo, analisou as respostas de mais de 46.000 homens inquiridos periodicamente desde 1986.

A cada quatro anos, os participantes responderam a perguntas sobre os seus hábitos alimentares no ano anterior, especificando o consumo de carne vermelha, frango e peixe. As opções variavam desde "nunca ou menos de uma vez por mês" até "seis vezes por dia ou mais".

Do total do grupo, 764 homens desenvolveram diverticulite, o que equivale a 1,6%.

Os especialistas destacaram que o estudo só mede uma coincidência estatística, sem expressar uma relação de causalidade.

Os grandes consumidores de carne vermelha também fumavam mais que a média, praticavam menos desporto e recorriam mais vezes a anti-inflamatórios e analgésicos.

A equipa desenvolveu algumas hipóteses, entre elas a de que o consumo elevado de carnes vermelhas poderia perturbar o equilíbrio das bactérias que vivem no intestino.

 

A diverticulite é uma condição relativamente comum que pode ter consequências graves em 4% dos casos (abcessos, peritonite, perfuração do intestino), destacaram os autores do estudo, publicado na revista médica Gut, que depende da publicação British Medical Journal (BMJ).

Estudo
Uma redução de 10% no consumo de sal permitiria salvar milhões de vidas, revela um estudo publicado pelo The British Medical...

Os investigadores calculam que campanhas governamentais podem deter a importante mortalidade ligada ao consumo excessivo de sal por apenas 10 cêntimos de dólar por pessoa, cerca de 9 cêntimos de euro.

O sal aumenta o risco de hipertensão e de doenças cardiovasculares.

A maioria dos adultos consome mais sal do que o recomendado, além do limite de 2 gramas por dia, o que faz que 1,65 milhões de pessoas morram de doenças cardíacas todos os anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Até agora, poucos países avaliaram o custo da estratégica pública para tentar reduzir o consumo de sal, escreve o Sapo.

Um grupo de investigadores, dirigidos por Dariush Mozaffarian, calculou este custo em 183 países, atuando de forma coordenada com a indústria.

Os cientistas também avaliaram o número de anos de saúde perdidos. Com a redução do consumo de sal em 10 anos, seria possível evitar perder anualmente 5,8 milhões de anos de boa saúde.

Sociedade Portuguesa de Pneumologia
É no âmbito da formação Pós-Graduada da Escola de Pneumologia que a Comissão de Tabagismo da SPP lança a 2ª edição do Curso de...

Sendo o tabagismo um problema transversal a toda a medicina, pela elevada prevalência e pelas inúmeras doenças associadas, esta é uma questão que constitui uma grande preocupação para a grande parte dos profissionais de saúde. Além da Pneumologia e da Medicina Geral e Familiar, é fundamental estender este conhecimento a áreas fulcrais como a Cardiologia, a Medicina Interna, a Psiquiatria, a Pediatria, a Obstetrícia e muitas outras.

Segundo José Pedro Boléo-Tomé, Coordenador da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP, “este é um curso que pretende transmitir conhecimentos e competências básicas para todos os que se interessam pelo tema e não apenas os que integram ou desejam integrar consultas de cessação tabágica. Dando seguimento às recomendações do Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo, esta edição incluí alguns novos temas sobre grupos específicos, como o tabagismo em pediatria, nas grávida e no doente psiquiátrico. Os novos produtos de tabaco e as novas tecnologias são temas a abordar”.

O curso terá uma primeira parte exclusivamente online, que consiste em 6 módulos de e-Learning, com um total de 19 temas, incluindo uma aula em vídeo, apresentação de slides, questionário de auto-avaliação e bibliografia.

Para os interessados, haverá uma segunda parte que consiste num workshop prático, com casos clínicos, discussão interativa e simulação de consultas. A frequência do workshop dará acesso a um diploma com avaliação.

Mais informação e inscrições através da plataforma elearning-sppneumologia.pt ou através de sppneumologia.pt

Bioengenheiros desenvolveram
Uma centrifugadora manual, feita com papel e fio de pesca, pode separar o plasma dos restantes componentes do sangue em 1,5...

O aparelho, denominado 'papelfugadora', pode separar também a parte do sangue que contém os glóbulos brancos e as plaquetas, segundo a revista Nature Biomedical Engineering.

O conceito, que bioengenheiros da universidade norte-americana de Standford desenvolveram e testaram, inspirando-se num brinquedo antigo, pode ser ampliado para fabricar centrifugadoras baratas de plástico e impressas a três dimensões (3D).

O sangue é injetado em tubos capilares (tubos de ensaio muito estreitos) que se colocam entre dois discos de papel e estão agarrados por tiras de velcro.

O movimento giratório, para centrifugar, é conseguido ao se enrolar e desenrolar os discos, graças a duas pegas em madeira e a duas cordas feitas com fio de pesca que atravessam o centro dos discos.

Manu Prakash, professor assistente de bioengenharia na Universidade de Standford, admitiu, citado pela página na Internet da instituição, que se trata do objeto movido pelas mãos que rodopia mais rápido.

A universidade lembra que uma centrifugadora é fundamental para a deteção de doenças como a malária, a sida ou a tuberculose.

Devido ao seu baixo custo, a 'papelfugadora' pode ajudar, de acordo com os peritos que a criaram, no diagnóstico de patologias em países pobres onde elas têm mais prevalência, nomeadamente em África.

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