Maioria não procura ajuda
Um estudo que entrevistou no Reino Unido sete mil mulheres sexualmente ativas entre os 16 e os 74 anos conclui que a...

No estudo os especialistas destacam que existem tratamentos eficazes para o problema, mas que a maioria das mulheres não procura ajuda por vergonha ou por considerarem o tema um tabu. E por isso, estão a evitar as relações sexuais, escreve a BBC.

A dispareunia caracteriza-se por dores durante a penetração geralmente associadas a problemas de secura vaginal, ansiedade e falta de prazer. No entanto, segundo o Sapo, existem outras razões físicas, psicológicas e emocionais que podem originar esta perturbação sexual.

A coordenadora do estudo, Kirstin Mitchell, diz que "entre as mulheres mais jovens, a dor pode estar relacionada com o facto de estarem a iniciar a vida sexual e a aceitar práticas que o parceiro deseja, mas que na verdade não as excitam", diz. "Ou ainda, podem ficar tensas porque o sexo é uma novidade e não se sentem 100% à vontade com o parceiro", completa.

Por outro lado, algumas doenças sexuais, que podem ser diagnosticadas e tratadas, também podem tornar o sexo doloroso. As mulheres na menopausa, por sua vez, podem sentir dor por causa da falta de lubrificação natural da vagina provocada pelo declínio dos níveis de estrogénio, uma hormona que normalmente mantém os tecidos húmidos e saudáveis.

O estudo, que envolveu os departamentos de ciências da saúde, ginecologia, psicologia e psiquiatria de cinco universidades britânicas, mostrou que as dores durante a relação sexual eram mais comuns entre as britânicas na faixa dos 50 e 60 anos e dos 16 e 24 anos.

Entre as que relataram dor durante o sexo (7,5%), um quarto sofre desse problema frequentemente ou sempre que teve relações nos últimos seis meses ou mais. Um terço destas mulheres disse que estava insatisfeita com a sua vida sexual.

Uma outra investigação, feita com 200 universitárias no Canadá, indica que metade das jovens considerou a sua primeira relação sexual dolorosa.

A médica britânica e coordenadora do estudo Kirstin Mitchell afirma que a educação sexual deveria preparar melhor as jovens para uma vida sexualmente ativa.

Os especialistas britânicos recomendam que qualquer pessoa que sinta dor durante ou depois do sexo deve procurar ajuda médica especializada. Se o problema tem origem emocional ou é consequência de ansiedade, um psicólogo ou terapeuta sexual também pode ajudar, afirmam.

Doença mata 12 pessoas por dia em Portugal
Portugal é o segundo país da Europa com maior prevalência da diabetes. A doença afeta mais de um milhão de portugueses e estima...

A doença periodontal – que afeta os tecidos que conferem suporte dentário desde a gengiva ao osso que envolve e suporta o dente - continua a não ser devidamente diagnosticada, nem dada a verdadeira importância ao seu impacto na saúde. O alerta é dos dentistas do Centro de Estudos da Mundo A Sorrir.

"No caso dos diabéticos o risco de infeção oral é maior do que na restante população, nomeadamente de doenças como gengivite, periodontite, cárie, problemas nas glândulas salivares ou de sensibilidade. No entanto, uma vez que atualmente a ligação entre a diabetes e a doença periodontal é ainda, por vezes, desvalorizada, o desafio é encontrar uma verdadeira e inovadora abordagem que envolva os profissionais de saúde, os doentes e um ecossistema diverso de transdisciplinaridade e que se traduza na mudança efetiva de comportamentos", indica fonte do centro.

O excesso de peso, o sedentarismo e a obesidade estão entre os principais fatores de risco para a diabetes, escreve o Sapo. A mudança de comportamentos assume contornos preocupantes quando, em Portugal, mais de metade da população tem excesso de peso - 6,18 milhões de pessoas (59,8%) – com uma prevalência mais acentuada nos homens (65%) do que nas mulheres (55%).

A obesidade apresenta uma prevalência de 22,1%, atingindo quase 2,3 milhões de portugueses, sendo que é mais esbatida a diferença entre homens (21,4%) e mulheres (22,8%). O sedentarismo ou falta de atividade física afetam 33,5% dos homens e 40,8% das mulheres, de acordo com o mesmo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Lisboa recebe simpósio
Para debater estas questões e encontrar soluções que possam ter impacto significativo na qualidade de vida da população, nomeadamente da população diabética e pré-diabética, numa ótica de prevenção, o C.E.M.A.S (Centro de Estudos da Mundo A Sorrir) promove, no dia 25 de março, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, o II Simpósio, intitulado “Comportamentos: Diabetes e Saúde Oral”.

O programa inicial fará referência à associação bidirecional entre a diabetes e a Saúde Oral. Inicialmente, será feita uma abordagem pela perspetiva do médico endocrinologista João Filipe Raposo, seguida da perspetiva pelo lado da Saúde Oral pela periodontologista Susana Noronha. Este painel terá uma discussão moderada pelos professores Gil Alcoforado e o endocrinologista Luís Sobrinho.

Os comportamentos sob as perspetivas da Higiene Oral, da Nutrição, estão em destaque no programa, ficando a cargo do higienista oral Mário Rui Araújo, do nutricionista José Camolas e, ainda, o tema da desabituação tabágica pela médica dentista Marta Resende.

“As mudanças comportamentais e a mais-valia da transdisciplinaridade” será um dos painéis de discussão alargado, que junta todos os oradores presentes durante o período da manhã, aos quais se juntará a participação do médico psiquiatra José Neves Cardoso. O II Simpósio terminará com a participação do médico Prof. José Manuel Silva (antigo Bastonário da Ordem dos Médicos) com o tema “Literacia para a Saúde”.

Projetos sobre autismo e antibióticos
João Morais-Cabral e Miguel Castelo-Branco são os vencedores da 2.ª edição do prémio FLAD Life Science 2020, o maior prémio...

Os vencedores das bolsas, cada uma de 400 mil euros, serão anunciados hoje à tarde, na sede da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), em Lisboa, numa cerimónia que conta com a participação do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O prémio distingue dois projetos científicos, um dedicado a investigação fundamental e outro orientado para a investigação aplicada, e vai permitir o seu desenvolvimento durante três ou quatro anos.

Na categoria de investigação fundamental, o premiado é João Morais-Cabral, do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), da Universidade do Porto, com um projeto que pode conduzir ao desenvolvimento de antibióticos mais eficazes.

“O prémio vai permitir que o meu grupo (...) estude aspetos fundamentais dos mecanismos de captura de potássio em bactérias e explore a possibilidade de desenvolver novos compostos antibacterianos que afetem a captura de potássio”, explicou o cientista.

Morais-Cabral é licenciado em bioquímica pela Universidade do Porto, onde ensina, e tem um doutoramento na Universidade de Edimburgo, na Escócia, e estudos de pós-doutoramento nas universidades de Harvard e Rockefeller, nos EUA, e Leicester, no Reino Unido. Foi também professor assistente na universidade americana de Yale.

Miguel Castelo-Branco, do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), da Universidade de Coimbra, é o vencedor do prémio para investigação aplicada com um projeto sobre autismo.

Castelo-Branco acredita que “doenças como o autismo representam um enorme desafio para a sociedade”, mas que “continua a ser um mistério o que desencadeia as perturbações do comportamento em doenças deste espectro”.

“Neste projeto, tentamos testar de forma direta uma hipótese sobre a natureza dos distúrbios neurais no autismo e sobre o respetivo tratamento. A hipótese postula que há um desequilíbrio no balanço entre os mecanismos de excitação e inibição da atividade neuronal. O nosso projeto testa esta hipótese bem como possíveis formas de tratamento para corrigir este desequilíbrio”, explicou o cientista.

Miguel Castelo-Branco é licenciado em medicina pela Universidade de Coimbra, onde leciona, e realizou o seu doutoramento no Instituto Gulbenkian de Ciência. Continuou estudos na Alemanha e Holanda, onde deu aulas como professor auxiliar na Universidade de Maastricht, e regressou a Portugal como investigador e coordenador do Instituto Biomédico de Investigação da Luz e Imagem (IBILI).

O prémio da FLAD distingue trabalhos de investigação feitos em parceria com cientistas dos Estados Unidos. No caso da investigação sobre antibióticos, a parceria é realizada em parceria com Zhou Ming, da Universidade Baylor, no Texas; e no do autismo com Alcino Silva, da Universidade da Califórnia, Los Angeles.

O presidente da FLAD, Vasco Rato, disse que “este prémio procura contribuir para o crescimento da economia nacional a partir da internacionalização do conhecimento português”.

“É talvez um dos melhores exemplos de concretização dos principais objetivos da FLAD. Inscreve-se na missão que assumimos enquanto instituição portuguesa, privada e financeiramente autónoma: queremos contribuir para o desenvolvimento de Portugal, através do apoio financeiro e estratégico a projetos inovadores e do incentivo à cooperação entre a sociedade civil portuguesa e americana”, acrescentou o responsável.

O comité de avaliação que atribui as bolsas é liderado por Maria Manuel Mota, cientista que recebeu o Prémio Pessoa em 2013, acompanhada por Rui Costa, do Programa de Neurociências da Fundação Champalimaud, e por Sangeeta Bhatia, da universidade americana Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Na sua primeira edição, o prémio distinguiu Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto (IBMC), e Ana Cristina Rego, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC).

Estudo
As pessoas deprimidas ou ansiosas podem ter uma maior probabilidade de morrer de certos tipos de cancro, segundo um estudo...

A análise do percurso de mais de 160.000 adultos em Inglaterra e no País de Gales mostrou que aqueles que se declararam como psicologicamente angustiados eram mais propensos a morrer de cancro, especialmente da próstata e do sistema digestivo (cólon, pâncreas e esófago), bem como de leucemia.

Os investigadores sublinham que se trata de uma observação estatística, o que não significa que exista uma relação de causa e efeito entre estado psicológico e cancro.

No entanto, aqueles resultados vêm juntar-se a numerosos indícios da existência de interações entre saúde física e saúde mental, refere o estudo.

Investigações já mostraram que os sintomas de depressão e ansiedade estão associados a um risco mais elevado de doença cardiovascular, mas as tentativas de encontrar ligações semelhantes entre estados mentais e cancro têm tido resultados mistos.

Participaram na investigação cientistas da University College de Londres, da Universidade de Edimburgo e da de Sidney, que analisaram 16 estudos de acompanhamento de populações a longo prazo (uma média de 10 anos), abrangendo 163.363 pessoas com mais de 16 anos.

David Batty, o cientista da University College de Londres que conduziu o estudo, considerou que são necessárias mais investigações para confirmar a ligação e explicar as causas.

Estudo
Um novo tratamento experimental para a doença de Alzheimer revelou-se promissor após ensaios em ratos e macacos, segundo...

No tratamento foi usada uma molécula da 'família' dos oligonucleótidos, que afetam as instruções genéticas que permitem produzir a proteína 'tau'.

A molécula foi injetada no fluido cérebro-espinal de ratos e macacos de laboratório, possibilitando a redução da proteína 'tau', que nos doentes de Alzheimer se acumula de modo anormal no cérebro.

A proteína torna-se tóxica quando se concentra sob a forma de filamentos que destroem progressivamente os neurónios (células cerebrais), atingindo a memória.

Investigadores da universidade norte-americana Washington, em St. Louis, constataram que o novo tratamento pode não só reduzir a proteína 'tau', mas também reverter alguns dos danos neurológicos causados pelas agregações da proteína.

Para um dos autores do estudo, Timothy Miller, professor de neurologia, a molécula usada "tem um potencial terapêutico para os humanos".

Ensaios clínicos estão já a decorrer para testar a eficácia dos oligonucleótidos contra outras doenças neurológicas, como a de Huntington e a Esclerose Lateral Amiotrófica.

Para iniciar funções em julho
A Organização Mundial da Saúde designou os três candidatos que em maio vão tentar garantir o posto de diretor-geral desta...

Entre os cinco candidatos ao cargo, os 34 membros do Conselho executivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), reunidos em Genebra, selecionaram os médicos Tedros Adhanom Ghebreyesus (Etiópia), David Nabarro (Reino Unido) e Sania Nishtar (Paquistão).

A escolha do futuro chefe da OMS será decidida pelos 194 países membros no decurso da Assembleia mundial da Saúde em maio, e assumirá as funções em 01 de julho.

A eliminação do professor Douste-Blazy, 64 anos, quatro vezes ministro (duas vezes da Saúde, da Cultura e dos Negócios Estrangeiros) está a ser considerada um revés para as autoridades francesas, que apostavam na sua candidatura.

Dos três finalistas, dois homens e uma mulher, o britânico David Nabarro, 67 anos, é considerado favorito, indica a agência noticiosa France-Presse (AFP).

No entanto, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros etíope, Tedros Adhanom, 51 anos, é apoiado pela União Africana. Reconhecido investigador sobre o paludismo, este também antigo ministro da Saúde pretende tornar-se no primeiro africano a dirigir a OMS.

Nabarro, diplomado em Medicina pela universidade de Oxford, exerce desde 1999 funções de responsabilidade nas Nações Unidas e na OMS. Entre agosto de 2014 e dezembro de 2015 foi o enviado especial da ONU para a luta contra o vírus Ébola.

A única mulher, a cardiologista paquistanesa Sania Nishtar, 53 anos, trabalha desde 2014 na OMS como copresidente da Comissão para combater a obesidade nas crianças. Em 2015, foi uma candidata preterida ao cargo de Alto-Comissário da ONU para os Refugiados (ACNUR).

“É uma eleição de uma enorme importância”, declarou à AFP Ashish Jha, diretor do Instituto de saúde mundial da universidade de Harvard.

“Existe verdadeiramente uma crise existencial na OMS”, acrescentou este coautor de um relatório de 2015 apelando a reformas radicais na agência.

A OMS é provavelmente a mais influente agência das Nações Unidas, ao coordenar as repostas às pandemias como o Ébola e o Zika, mas fixa igualmente normas para os sistemas de saúde nacionais, incluindo nos países ocidentais.

Margaret Chan (Hong Kong, China), a atual diretora-geral da OMS, cumpriu dois mandatos de cinco anos desde 2006. A sua presidência foi designadamente acusada de falta de transparência.

A OMS foi ainda criticada pela sua ausência de discernimento face à gravidade da crise do Ébola em 2014 na África ocidental, com um total de 11.000 mortos. Nenhum responsável foi sancionado.

No Porto
A Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal inaugura sábado, na delegação do Porto, o seu primeiro consultório oftalmológico...

"Só através de uma avaliação em oftalmologista é que as pessoas podem ter direito a aparelhos adaptados. Os hospitais não estão preparados para fazer essas avaliações e as consultas privadas são muito caras. Com este consultório, procuraremos chegar ao máximo de pessoas possível, praticando preços reduzidos", indicou a presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal do Porto (ACAPO-Porto), Paula Costa.

As avaliações oftalmológicas realizadas neste consultório que é "pioneiro" em Portugal servirão para candidaturas a aparelhos como lupas ou telemóveis, mas a responsável frisou que o espaço também estará aberto à comunidade em geral para prestar vários serviços.

Para apetrechar o consultório, a ACAPO-Porto recorreu a materiais usados, uma vez que os novos são "muito caros", disse Paula Costa, estimando que o investimento tenha rondado cerca de 3.800 euros, "valor que sozinho não cobriria a compra de determinadas lâmpadas se fossem novas", vincou.

A presidente também destacou o apoio do Lions da Boavista, entidade que pagou a 100% os equipamentos e apelou a que "outros Lions ou associações beneméritas e solidárias ajudem as restantes delegações a abrir espaços semelhantes no país".

A ACAPO-Porto, que conta atualmente com cerca de 700 associados, vai testar a frequência de abertura do consultório, se uma ou dias vezes por mês ou semanalmente, conforme a afluência de pessoas mas Paula Costa acredita que a procura será "grande", revelando que existem já duas dezenas de consultas marcadas e outras tantas em lista de espera.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde divulgou um conjunto de medidas de proteção individual para os viajantes com destino ao Brasil,...

No comunicado, assinado pelo diretor-geral Francisco George, são indicadas três medidas prioritárias para prevenir a picada de mosquitos, responsáveis pela transmissão da doença: marcação de uma Consulta do viajante pelo menos quatro semanas antes da partida, a vacinação contra a febre-amarela, se aplicável, e a adoção de um conjunto de precauções individuais.

Neste último caso, indica-se a aplicação de repelentes, proteção das crianças (carrinhos de bebé, berços) com redes mosquiteiras, opção por alojamento com ar condicionado ou, em alternativa, utilizar redes mosquiteiras, mesmo durante o dia, utilização de vestuário preferencialmente largo, ou diminuição da exposição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças e calçado fechado).

No caso dos viajantes que apresentem sintomas sugestivos de infeção por febre-amarela (febre, calafrios, dores de cabeça intensas, dores musculares, fadiga, náuseas e vómitos), durante 14 dias após o regresso, aconselha-se o contacto com a Saúde 24 (808 24 24 24) ou uma consulta médica, referindo a viagem recente.

Para informações complementares, os interessados devem contactar os serviços da Consulta do viajante ou o médico assistente. Antes da viagem, a Direção-Geral da Saúde propõe a consulta do ‘site’ http://portalsaude.saude.gov.br/. sobre a evolução da situação no Brasil.

Em 13 de janeiro, o governador do Estado de Minas Gerais decretou uma Situação de Emergência Regional em Saúde Pública na sequência do surto de febre-amarela entretanto detetado.

De acordo com o comunicado da Direção-Geral da Saúde, até segunda-feira tinham sido notificados 391 casos em Minas Gerais, incluindo 83 óbitos. Também noutros estados foi registado um aumento do número de casos de febre-amarela, designadamente em Espírito Santo (19 casos, um óbito), Baía (seis casos) e São Paulo (três casos, três óbitos).

Estão em curso campanhas de vacinação nos estados afetados.

Sociedade Portuguesa das Adições Comportamentais e Tecnológicas
Especialistas em comportamentos aditivos criaram um projeto para ajudar pessoas com problemas de adição à internet, aos...

“Há cada vez mais uma preocupação entre os profissionais desta área” relativamente ao facto de se verificar “uma grande penetração das novas tecnologias” e “uma grande incidência de comportamentos excessivos na população”, adiantou o investigador português Halley Pontes, da Nothingham Trent University, no Reino Unido.

Foi a pensar nesta população com comportamentos aditivos que especialistas nacionais e internacionais decidiram criar a Sociedade Portuguesa das Adições Comportamentais e Tecnológicas (SPACT).

Halley Pontes explicou que a SPACT é “uma sociedade científica sem fins lucrativos” que pretende ajudar “pessoas que possam estar a sofrer com esses problemas”, uma tarefa que “se afigura urgente”.

Quem tiver problemas pode entrar em contacto com a SPACT, em www.spact.pt, para que um profissional a possa ajudar, explicou o investigador, autor de vários estudos sobre estes comportamentos.

“O nosso objetivo é assegurar que o público em geral tenha à sua disposição” uma “base de dados de pessoas qualificadas na área” para esclarecer “questões ou dúvidas relativamente a adições comportamentais específicas, como a adição à internet, a adição aos videojogos, adição ao sexo e às redes sociais online”, disse Halley Pontes.

Faz parte também dos objetivos da sociedade científica disseminar conhecimentos que possam contribuir para “a melhoria a nível da saúde física e mental de pessoas que sofram de comportamentos aditivos, bem como a redução do estigma social geralmente associado às adições”.

A SPACT está aberta a todos os psicólogos, psiquiatras e profissionais de saúde mental com formação e experiência suficientes na área dos comportamentos aditivos, mas também a finalistas dos cursos de Psicologia, Psiquiatria e áreas relevantes, que podem candidatar-se como “membro em formação”.

Halley Pontes destacou a importância da sociedade para combater o “grande fosso” que existe entre os profissionais que fazem trabalho clínico na área dos comportamentos aditivos e os investigadores.

“O objetivo é juntar os profissionais que tenham experiência significativa nessa área, para que todos possamos pensar sobre questões relacionadas com os comportamentos aditivos e de que modo é que poderemos ajudar as pessoas que sofram com estes problemas”, sublinhou.

11º Congresso Português do AVC
O congresso anual da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral integra um curso pós-congresso que este ano tem como...

Conforme explicam os coordenadores do Curso, Dr. Miguel Rodrigues e Dr.ª Carla Ferreira, “a fase aguda do AVC determina a capacidade de recuperação e reintegração na vida ativa”.

Nos últimos 25 anos, a grande melhoria na mortalidade e dependência dos doentes com AVC, deveu-se, entre outros fatores, a atitudes desencadeadas na fase aguda: o internamento em Unidades de AVC e as técnicas de reperfusão no AVC isquémico.

“É, pois, fundamental continuar a formar os profissionais de saúde no que sabemos que funciona e incentivar investigação permanente nesta área, para assim facilitar todo o trabalho de reabilitação e de prevenção secundária, que se irá prolongar”, alertam os especialistas de Neurologia.

No final do curso espera-se que os presentes tenham uma visão focada no AVC agudo que lhes permita, nos seus vários locais de trabalho, contribuir para o tratamento adequado e célere desta patologia, sublinham os especialistas. “Espera-se, assim, fomentar o desenvolvimento dos cuidados de fase aguda no AVC, uma das missões que a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC)  muito releva”.

Os coordenadores do Curso, em nome da SPAVC, deixam o convite para participação a “todas as pessoas interessadas em cuidar dos doentes nesta fase, independentemente da categoria profissional, especialidade médica ou ano de formação específica”.

Consulte aqui o programa do Curso.

Inscrições através do e-mail [email protected]

De 1980 a 2013
Portugal registou perdas de 6,8 mil milhões de euros relacionadas com as consequências das alterações climáticas, entre 1980 e...

O trabalho "Alterações Climáticas, Impactos e Vulnerabilidades na Europa 2016" foi elaborado pela Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla em inglês) e realça que o sul da Europa, com destaque para a península ibérica, vai ser mais atingido pelas mudanças do clima no futuro, mas já regista aumentos de situações extremas de calor, redução da precipitação e dos caudais dos rios, a que acresce o risco de secas severas, perdas na agricultura e na biodiversidade, assim como de fogos florestais.

Na análise económica dos efeitos das mudanças do clima, a EEA estima que os custos tenham atingido 6,783 mil milhões de euros, entre 1980 e 2013, dos quais somente 300 milhões, ou seja, 4%, estavam cobertos por seguros.

Aquele valor total representa 665 milhões de euros de perdas por cada português e 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB).

No total da Europa, os custos relacionados com as alterações climáticas atingem 393 mil milhões de euros, com a Alemanha a liderar, ao chegar aos 78,7 mil milhões, ou mil milhões per capita, dos quais 44% estavam cobertos por seguros.

A Suíça é o país com um valor de custos mais elevado por cada cidadão - 2,517 mil milhões de euros - e o Reino Unido é aquele que apresenta a maior percentagem de perdas cobertas por seguros - 68%.

"As alterações climáticas vão continuar por muitas décadas no futuro" e a dimensão destas mudanças e dos seus impactos vão depender da concretização dos acordos globais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas também de ser assegurado que foram adotadas as corretas políticas e estratégias para reduzir os riscos dos atuais e projetados fenómenos climáticos extremos, realça o diretor executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório.

Apesar de algumas regiões puderem apresentar impactos positivos, como a melhoria das condições para a agricultura no norte da Europa, a maior parte dos países e setores económicos "vão ser negativamente afetados", refere a EEA.

Ondas de calor mais frequentes e mudanças na distribuição das doenças infecciosas relacionadas com as condições do clima deverão aumentar os riscos para a saúde humana e para o bem-estar, outra área da vida dos europeus a ser afetada.

A península ibérica é referida no relatório como exemplo de região onde já se observam algumas mudanças, como a diminuição da precipitação, principalmente no centro de Portugal.

A erosão costeira já provocou "significativas perdas económicas, estragos ecológicos e problemas sociais", aponta ainda a EEA, dando mais uma vez o exemplo de Portugal, que "investiu 500 milhões de euros na reabilitação de dunas e de frente mar e na defesa" entre 1995 e 2003, entre Aveiro e Vagueira.

Em três anos
O núcleo da região Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro atribuiu 352 mil euros de apoio à investigação e formação na área...

Nos últimos três anos, foram atribuídos 352 mil euros, entre bolsas de investigação individuais e apoio direto ao Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia (CIMAGO) da Universidade de Coimbra, disse o presidente do Núcleo Regional do Centro da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Carlos de Oliveira.

De acordo com o responsável, o apoio à investigação e formação é parte da missão da Liga, sendo que neste ano o núcleo regional pretende aumentar "significativamente" a verba de apoio à formação num montante total de 25 mil euros (foram atribuídos sete mil euros nos últimos três anos) e criar um prémio de mérito científico, no valor de dez mil euros, a anunciar.

Na quinta-feira, pelas 09:30, o núcleo promove uma sessão de divulgação das bolsas de investigação atribuídas nos últimos três anos, com a apresentação dos projetos apoiados e dos resultados daqueles que já estão terminados, contou Carlos de Oliveira.

Ao todo, são 14 bolseiros, doze no âmbito da bolsa de apoio a investigadores do CIMAGO e dois apoiados com Bolsas de Investigação em Oncologia Dr. Rocha Alves, referiu.

As bolsas, com um valor de cerca de dez mil euros anuais, duram um ano e "não obrigam à exclusividade de as pessoas não receberem mais nenhum ordenado", esclareceu Carlos de Oliveira.

Para além das bolsas individuais, o núcleo regional também apoiou anualmente, de forma direta, o CIMAGO, "que congrega o maior grupo de investigadores na área do cancro na zona centro", frisou.

A maioria dos projetos apoiados são desenvolvidos por não médicos, "na área da investigação básica e investigação translacional [aplicação no ser humano]".

As investigações translacionais centram-se "na pesquisa de novos mecanismos de biologia celular do cancro ou de aspetos epidemiológicos do cancro", sendo sobretudo "investigação laboratorial", referiu.

De acordo com o presidente do núcleo regional, na atribuição de bolsas dá-se preferência "à investigação translacional".

O núcleo promove o apoio à investigação desde "praticamente a sua fundação", há quase 50 anos, tendo esse mesmo apoio passado a ser mais estruturado a nível nacional a partir de 2010, esclareceu.

De acordo com Carlos de Oliveira, entre 2013 e 2015, a Liga e os seus núcleos regionais atribuíram um apoio total de 1,9 milhões de euros à investigação e formação.

Hipertensão pulmonar
Uma equipa do MRC London Institute of Medical Sciences, que se dedica a investigar o tratamento para a hipertensão pulmonar,...

A hipertensão nos pulmões causa danos em algumas partes do coração, sendo que cerca de um terço dos pacientes morre cinco anos depois de ser diagnosticado com a doença. Apesar de haver vários tipos de tratamento, entre medicamentos, injeções ou transplante de pulmões, os médicos precisam geralmente de ter uma noção precisa do ponto em que se encontra cada doente para escolher o tratamento adequado.

Recorrendo a este software, no qual foram carregados vários exames e ressonâncias magnéticas de 256 doentes, combinados com outros dados de saúde recolhidos ao longo de oito anos, os médicos conseguem uma previsão do momento em que irá falhar o músculo cardíaco, obtendo assim uma estimativa da esperança de vida da pessoa que se viria a mostrar correta em 80% dos casos. Sem o sistema de inteligência artificial, os médicos conseguiam acertar na esperança de vida em apenas 60% dos casos, fazendo a análise a partir dos mesmos dados, escreve o Diário de Notícias.

À BBC, um dos investigadores, Declan O'Regan, frisou que a inteligência artificial permite "desenhar o tratamento individual à medida" para maior benefício dos doentes.

A equipa quer agora usar a mesma tecnologia noutras doenças que provocam falência cardíaca, nomeadamente a cardiomiopatia, para saber se as pessoas que sofrem deste problema precisam de um pacemaker ou beneficiam de outros tipos de tratamento médico.

Administração Central do Sistema de Saúde
Maior parte das operações já não implicam internamento dos doentes. Entre Janeiro de Novembro de 2016, houve mais cirurgias,...

Numa década, a percentagem de cirurgias efetuadas em ambulatório (por norma sem necessidade de pernoita no hospital) mais do que duplicou em Portugal. Entre Janeiro e Novembro de 2016, mais de 60% das programadas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) já foram realizadas desta forma, anunciou nesta terça-feira a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

Este tipo de operações que não costuma implicar internamento do doente (habitualmente a alta é dada até às 12 horas, apesar de a permanência no hospital poder prolongar-se até às 24 horas) representava em 2006, segundo o jornal Público, pouco mais de um quarto do total das cirurgias programadas (27,2%).

A meta de 60% da cirurgia de ambulatório no total das intervenções cirúrgicas programadas estava traçada no Orçamento do Estado de 2016. “É uma alteração estrutural que tem vindo a ser induzida no sistema. Portugal tem feito este caminho, que tem impacto no acesso, através da redução das listas de espera”, explica Ricardo Mestre, vogal do conselho diretivo da ACSS, que lembra ainda que este tipo de operações “ajudam o doente a ter um processo de recuperação mais rápido e mais cómodo” (em casa). São sobretudo operações às cataratas e às varizes, mas a ACSS está “a trabalhar” noutro conjunto de procedimentos que podem também ser efetuados desta forma, acrescentou.

Aumento da atividade hospitalar
A ultrapassagem da fasquia dos 60% merece destaque num comunicado esta terça-feira divulgado pela ACSS, que dá ainda conta do “aumento da atividade hospitalar nas principais linhas assistenciais” em 2016. Publicados pela ACSS no microsite de monitorização do SNS , os dados indicam que, entre Janeiro e Novembro, foram feitas 624.434 intervenções cirúrgicas nas entidades do SNS, mais 12.240 do que no mesmo período do ano anterior.

O aumento ficou a dever-se ao crescimento das operações em ambulatório (mais 5,5%), até porque tanto as cirurgias convencionais como as urgentes diminuíram neste período. O número veio colocar “Portugal, pela primeira vez, com um valor superior a 60%” no total de cirurgias deste tipo, realça a ACSS, que nota ainda que o número de consultas médicas também cresceu ligeiramente (0,8%).

Pela negativa, da leitura dos dados que constam no microsite da ACSS percebe-se que o número de episódios de urgência continuou a aumentar, ao contrário do que pretendia o ministro da Saúde, que no início do ano chegou a prever uma diminuição da procura destes serviços. Entre Janeiro e Novembro, foram ultrapassados os 5,8 milhões de episódios de urgência, um crescimento de 4,1% (mais 231 mil) face ao mesmo período de 2015. O problema é que mais de 40% dos doentes foram triados como não urgentes ou pouco urgentes.

Estudo
A conclusão é de um estudo do Centro de Diabetes da Alemanha que indica que a ingestão de gordura saturada pode aumentar o...

Basta um hambúrguer com queijo, ketchup e batatas fritas para alterar o metabolismo do corpo humano e aumentar o risco de contrair diabetes tipo 2. A conclusão alarmante é de um estudo do Centro de Diabetes em Düsseldorf, na Alemanha.

No estudo, 14 homens magros saudáveis e com idades entre os 20 e os 40 anos receberam uma bebida de óleo de palma com sabor a baunilha ou água.

O óleo de palma tinha uma quantidade similar de gordura saturada semelhante a oito fatias de pizza com salpicão ou a um cheeseburger de 110g servido com batatas fritas.

Os testes mostraram que a bebida de óleo de palma resultou num aumento imediato da acumulação de gordura na corpo e uma menor sensibilidade à insulina, uma hormona natural que regula o açúcar no sangue, escreve o Sapo.

Por outro lado, a bebida também aumentou os níveis de triglicerídeos - um tipo de gordura associado a uma maior incidência de doença coronária -, alterou a função hepática e afetou a atividade do gene associado à doença hepática gordurosa.

E as alterações não ficam por aqui: também aumentou a expressão da hormona glucagon no organismo, uma substância produzida no pâncreas e responsável por não deixar que a glicose no sangue desça para níveis nocivos.

Na prática, lê-se no estudo, o óleo de palma reduz a sensibilidade à insulina em 25% em todo o corpo, em 15% no fígado e 34% nos tecidos de gordura, aumentando o risco de diabetes.

Já tinham sido observados efeitos semelhantes em testes realizados em animais de laboratório, salienta a investigação publicada no Journal of Clinical Investigation.

Estudo
A oferta de uma sessão anti-tabágica grátis no serviço nacional de saúde aumenta a probabilidade de os fumadores procurarem...

O objetivo do estudo, divulgado na revista especializada Lancet, foi estimular a utilização do serviço de anti-tabagismo do serviço nacional de saúde, a que recorrem apenas 05 por cento dos fumadores britânicos.

Os autores defendem que deve ser facilitado o acesso a estes serviços públicos, rejeitando ainda que se lhes cortem os orçamentos.

Para isso, milhares de fumadores britânicos receberam cartas personalizadas a explicar-lhes os riscos do tabaco e convidando-os para uma sessão anti-tabágica grátis.

A The Lancet conta que entre 2.636 que receberam uma carta personalizada e um convite para uma sessão grátis, 17% por cento utilizaram o serviço, enquanto apenas 09% dos 1748 que receberam uma carta genérica o fizeram.

Entre os que receberam a carta personalizada e utilizaram o serviço nacional de saúde, verificou-se que uma percentagem maior (09% contra 5,5% dos que receberam cartas genéricas passou pelo menos uma semana sem fumar.

Nas cartas personalizadas, em que se tinha em conta a idade as pessoas, descreveu-se o risco de contraírem uma doença grave, graduado em vários níveis.

"Os fumadores subestimam o seu risco pessoal de contrair uma doença", reconheceu a principal autora do estudo, Hazel Gilbert, da University College Medical School, defendendo que deve ser mais fácil aos fumadores acederem aos serviços públicos de tratamento.

Michael Cummings, da universidade norte americana da Carolina do Norte, defendeu que "os governos devem resistir aos cortes orçamentais" nos serviços anti-tabágicos públicos, apontando os seus "benefícios óbvios e bem documentados".

Estudo
Investigadores portugueses lideram um projeto europeu que descobriu subestruturas cerebrais com diferentes perfis de...

A distonia "é uma doença neurológica crónica que se caracteriza por uma estimulação descontrolada dos nervos (músculos), que levam o indivíduo a ter dificuldades na locomoção e na utilização dos membros, podendo evoluir para incapacidades graves, como a não utilização do braço inteiro", explicou o coordenador do Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do INESC TEC, João Paulo Cunha.

Este estudo faz parte de um projeto que envolve o Centro de Investigação em Engenharia Biomédica do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e a Universidade de Munique, na Alemanha.

"Os investigadores portugueses" envolvidos na iniciativa "chegaram a este resultado através do estudo de uma parte do cérebro chamada GPi (Globus Pallidus Internus), que se situa na sua zona central e é composta por estruturas cerebrais com funções primárias", lê-se num comunicado do INESC TEC.

Em 2016, desenvolveram "métodos de neurocomputação para estudar as densidades de conectividade das fibras que saem do GPi para outras áreas do cérebro em pessoas saudáveis, sem indicação de qualquer patologia", descobrindo "que este núcleo da base do cérebro parece apresentar pelo menos 3 subestruturas com conectividades distintas, tendo uma delas clara ligação ao córtex sensoriomotor pelo tálamo".

O GPi é um dos alvos de uma técnica chamada DBS ('Deep Brain Stimulation' ou Estimulação Cerebral Profunda), que coloca elétrodos dentro da cabeça dos doentes (uma espécie de pacemaker cerebral) e ajuda a melhorar os sintomas, dependendo sempre do alvo a atingir, isto é, "se estamos a falar da doença de Parkinson, distonia, ou outras patologias", explicou o investigador João Paulo Cunha.

Com este estudo percebeu-se que "os elétrodos DBS implantados em determinada subestrutura produzem melhores resultados clínicos que os localizados noutras subestruturas", tornando estes resultados "úteis para o planeamento e execução de procedimentos neurocirúrgicos", referiu o também docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

Outra das vantagens deste método é "a possibilidade de personalizar o padrão de conectividade para cada doente candidato a cirurgia, de forma a adaptar o alvo neurocirúrgico ao seu perfil específico, melhorando a precisão do procedimento", acrescentou.

Para chegar a estas conclusões a equipa de investigadores de Portugal e da Alemanha utilizou uma técnica de ressonância magnética denomiada 'Diffusion Tensor Imaging', que ajuda a perceber a densidade de conectividade entre estruturas cerebrais, permitindo assim mapear as fibras que ligam as diferentes estruturas do cérebro.

Os resultados deste estudo foram publicados na revista NeuroImage, orientada para a área da Neurociência.

Já em 2014, os mesmos parceiros tinham demonstrado, num artigo publicado na mesma revista, que as localizações dos elétrodos de estimulação profunda, colocados em doentes com distonia, tinham mais efeitos quando posicionados em certas zonas.

"Verificamos que projeções de conectividade das fibras que partiam das imediações dos elétrodos de estimulação DBS junto ao Gpi, para diferentes estruturas corticais e subcorticais, pareciam estar relacionadas com o resultado clínico, positivo ou negativo, dessas neurocirurgias", acrescentou.

Esse "estudo permitiu perceber que o GPi poderia ter subestruturas com diferentes ligações preferenciais a outras partes do cérebro que, consequentemente, estimulariam essas estruturas cerebrais com melhores efeitos, se estivessem ligadas às regiões motoras, e piores se a outras regiões com funções não-motoras", tendo sido este o estímulo para este estudo agora divulgado.

IPO de Coimbra
O Serviço de Pneumologia do Instituto Português de Oncologia de Coimbra anunciou hoje uma aposta forte no diagnóstico e...

A diretora do serviço, Lurdes Barradas, disse que a unidade hospitalar dispõe de uma técnica única na zona Centro, mais recursos humanos e instalações ampliadas, o que lhe permite uma "capacidade de resposta" para toda a região.

"A correta avaliação e investigação desta doença tem sido uma preocupação constante do Serviço de Pneumologia, que tem investido na qualidade dos seus recursos humanos e na diferenciação da sua plataforma tecnológica", sublinhou.

Desde meados de 2015 que o Instituto Português de Oncologia (IPO) Coimbra desenvolve atualmente técnicas broncoscópicas e pleurais, nomeadamente a ecoendoscopia endobronquica, vulgarmente conhecida por EBUS, que é única na Região Centro.

Segundo Lurdes Barradas, "esta técnica permite, através de um único procedimento, não só o diagnóstico como também o estadiamento do cancro do pulmão, com impactos significativos na terapêutica e no prognóstico desta patologia".

"O nosso objetivo é tratar os doentes o mais precoce e mais célere possível para desagravar os índices de mortalidade", frisou a diretora do Serviço de Pneumologia.

Por outro lado, o recurso à técnica EBUS evita, de acordo com aquela especialista, que os doentes para saberem o estadiamento da doença tenham de se submeter a cirurgia médica, "o que é uma mais-valia para o doente, que no dia seguinte ao exame pode fazer a sua vida normal".

Lurdes Barradas salientou ainda a importância de um diagnóstico precoce, na medida em que não existe nenhum programa de rastreio para a doença oncológica pulmonar, contrariamente a outras patologias.

Proteção de Dados
A Comissão de Proteção de Dados quer que o futuro Registo Oncológico Nacional use um algoritmo ou um código que mascare o...

Numa audição parlamentar no grupo de trabalho sobre a proposta de lei do Registo Oncológico Nacional, a presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) explicou que as cautelas a aplicar a uma base de dados de doentes com cancro se prendem com o risco de discriminação a que esses utentes podiam ser sujeitos se fossem identificados.

A Comissão de Proteção de Dados sugeriu aos deputados que fosse aplicado um algoritmo que torne irreconhecível e que mascare o nome, o número do utente e o número do processo.

“O algoritmo permite guardar a informação de forma anonimizada (…). Assim, cumpre a funcionalidade do Registo Oncológico Nacional e garante a tutela dos direitos dos cidadãos”, afirmou a presidente da CNPD, Filipa Calvão.

A responsável lembrou que não há atualmente registos nacionais para outras doenças nos moldes em que se propõe este registo nacional de doentes com cancro e sublinha que nos casos dos registos de utentes com VIH/sida essa informação está codificada nos ficheiros clínicos.

Isabel Cruz, também da Comissão Nacional de Proteção de Dados, disse ainda aos deputados que o futuro Registo Oncológico Nacional não serve para mera prestação de cuidados de saúde, mas também para efeitos epidemiológicos e de investigação.

Desta forma também não seria útil fazer depender o registo de um doente do seu consentimento, o que a CNPD considera desnecessário caso haja uma codificação que garanta o anonimato.

Em finais de dezembro, o presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro disse estar preocupado com a “devassa da privacidade dos doentes” com o Registo Oncológico Nacional.

Na altura, o coordenador do Programa Nacional das Doenças Oncológicas garantiu que os bancos e as seguradoras não terão acesso ao registo e que se tal acontecesse seria um crime.

ADSE garante
A ADSE afirma que desde o dia 19 de janeiro que os serviços têm vindo a efetuar o processamento de várias transferências...

Este esclarecimento da ADSE surge na sequência de notícias divulgadas em vários órgãos de comunicação social, segundo as quais este subsistema de saúde não reembolsa desde dezembro as despesas de saúde aos funcionários públicos.

“De facto e até ao dia 19 de janeiro, os serviços da ADSE não procederam ao pagamento desses reembolsos, por força dos necessários ajustamentos decorrentes da transformação da Direção Geral da ADSE num Instituto Público de gestão participada, pela publicação do Decreto-Lei n.º 7/2017, no dia 9 de janeiro”, justifica a ADSE em comunicado.

Na nota, a ADSE justifica que “estes ajustamentos de natureza burocrática, relativos à constituição do novo Instituto obrigaram a diversas interações com o IRN - Instituto dos Registos e Notariado, a DGO – Direção Geral do Orçamento, a ESPAP e o IGCP”, tendo “todas estas necessárias tramitações burocráticas” sido efetuadas entre 09 e 18 de janeiro, ou seja, “num prazo excecionalmente reduzido (08 dias úteis)”.

No entanto, a ADSE garante que “desde o passado dia 19 de janeiro e nos dias úteis subsequentes (dia 20 e 23 de janeiro) a ADSE procedeu já ao processamento de várias transferências bancárias diárias para pagamento dos reembolsos, sendo que com a realização de um outro pagamento ainda hoje, ficam liquidados aos beneficiários a totalidade dos valores pendentes”.

Conforme a SIC Notícias avançou na segunda-feira, “desde dezembro que a ADSE não reembolsa as despesas de saúde aos funcionários públicos, uma situação que se prende com a passagem do subsistema de saúde a instituto público de gestão participada”.

A SIC referia igualmente que “a alteração do modelo, de Direção Geral para Instituto, obrigou a que as devoluções das despesas feitas no chamado regime livre fossem suspensas”.

Conforme a Lusa noticiou no passado dia 11 de janeiro, o CDS-PP questionou o Ministério da Saúde acerca do subsistema de saúde dos funcionários públicos, inquirindo o Governo sobre alegados atrasos nos pagamentos aos beneficiários.

Nessa data, o CDS referiu ter conhecimento de “relatos preocupantes” que davam conta de demoras de até 150 dias no pagamento aos beneficiários.

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