PSP deteta
A PSP anunciou hoje que detetou 23 infrações ambientais, seis das quais graves, numa operação de fiscalização realizada em...

Numa nota, a PSP revelou que o montante total mínimo das infrações detetadas ascende a 42 mil euros.

Durante a denominada “Operação Tribal”, as Brigadas de Proteção Ambiental (BriPA) fiscalizaram a atividade das lojas de tatuagens e ‘piercings’ da área do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, dando especial atenção à forma como os resíduos hospitalares usados nestas lojas são tratados.

“Com efeito, ainda que por negligência, o deficiente armazenamento, gestão e encaminhamento destes resíduos poderá ter consequências bastante nefastas para a saúde humana”, destacou a PSP.

As autoridades salientaram ainda que a operação pretendeu “o despertar de consciência dos cidadãos e dos proprietários dos espaços que se dedicam a esta atividade para a problemática da proteção ambiental e para os riscos associados à incorreta gestão de resíduos”.

4 de Fevereiro - Dia Mundial contra o Cancro
Todos os anos 8,8 milhões de pessoas em todo o mundo morrem de cancro, com os carcinomas do aparelho respiratório a provocarem...

Os novos dados baseiam-se em números de 2015, os mais recentes disponíveis, e revelam um aumento de 8,1 milhões de mortes anuais em 2010 para 8,8 milhões.

Segundo estes dados, atrás dos tumores do aparelho respiratório (cancro da traqueia, brônquios e pulmão), que causaram 1.695.000 mortes, situam-se os do fígado (788 mil mortes), do colon e reto (774 mil), do estômago (753.600) e da mama (571 mil).

Os seguintes cancros mais mortíferos no mundo são os do esófago (415 mil mortos), do pâncreas (358 mil), da próstata (343.800), dos linfomas (343.500) e da boca e faringe (319 mil).

Em relação às diferenças de género, dos 8,8 milhões de mortos, quase cinco milhões correspondem a homens e 3,8 milhões a mulheres.

Concretamente, das 8.764.318 mortes em 2015, 4.982.423 corresponderam a homens e 3.780.895 a mulheres.

Os tumores mais mortíferos nos homens foram os do aparelho respiratório (1.174.000 mortes), seguidos dos do fígado: 554 mil óbitos.

Para as mulheres, o tipo mais mortal de cancro foi o da mama (570 mil mortes), seguido dos tumores no aparelho respiratório (521 mil).

Relativamente às regiões do mundo divididas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), aquela que regista mais casos de cancro é o Pacífico ocidental (onde se situa a China), com 3.074 mil óbitos anuais.

Destes, 785 mil eram tumores do aparelho respiratório e outros 488 mil cancros do fígado.

Segue-se a região do sudeste asiático, onde se registaram 1.310 mil mortes em 2015: 178 mil no aparelho respiratório, seguidos dos da boca e faringe: 134 mil.

Na região das Américas registaram-se em 2015 cerca de 1.298 mil mortes ligadas ao cancro, dos quais 257.400 tumores do aparelho respiratório e 124.575 do cólon e reto.

Na Europa, os cancros mais letais também são os do aparelho respiratório, com 413 mil óbitos, seguidos dos do colon e reto (261 mil), de um total de 2.101.000 de mortes.

Em África, 530 mil pessoas morreram de cancro em 2015, das quais 60.600 devido ao carcinoma do útero e 55.120 de cancro da mama.

O facto de os tumores mais letais em África serem os que apenas afetam as mulheres, faz com que o número de mulheres falecidas por cancro (283.500) seja maior que o dos homens (246.700), o que só acontece nesta região.

Na região do Mediterrânio oriental registaram-se 393 mil mortes em 2015 por cancro, sendo os mais mortíferos os da mama (45 mil) e os do aparelho respiratório (31.800).

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde afirmou hoje esperar que o reforço da produção de medicamentos pelo Laboratório Militar possa funcionar...

"Nós desejamos ir muito mais além noutras áreas, mesmo em medicamentos que possam estar em ambiente de mercado e relativamente aos quais esta regulação ativa do próprio Laboratório Militar possa servir também para melhorar as condições de mercado", afirmou.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, falava aos jornalistas em conferência de imprensa conjunta com o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, no final de uma visita ao Laboratório Militar, Lisboa.

O ministro sublinhou que noutros países "mais ricos" do que Portugal as forças armadas e outras entidades, como a Cruz Vermelha, intervém no mercado do medicamento, "regulam e normalizam".

"O interesse do cidadão e do doente não pode estar dependente do mercado", considerou, acrescentando que na área do medicamento "muitas vezes as relações de equilíbrio o Estado pagador-financiador e a indústria que produz e comercializa não são as mais equilibradas e mais justas".

"A ideia é ter mecanismos de compensação, de válvulas de segurança. O que nós pretendemos com este acordo é ter válvulas de segurança em muitas áreas que permitam ser corretivas destas situações", disse Adalberto Campos Fernandes.

Os dois governantes assinaram em janeiro um despacho conjunto, hoje publicado, determinando a criação de um grupo de trabalho que visa avaliar as "condições técnico-científicas, infraestruturais e de rentabilidade" do Laboratório Militar para "o eventual tratamento industrial do plasma português, com vista à produção de medicamentos derivados do plasma".

O grupo de trabalho, que deverá apresentar um relatório no prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 30, irá "identificar os medicamentos que podem ser produzidos", designadamente "os que deixaram de ser produzidos" pela indústria farmacêutica.

O grupo deverá ainda "identificar as condições necessárias" para o Laboratório "constituir e gerir reservas estratégicas".

O ministro da Saúde sublinhou que a constituição do grupo de trabalho "é apenas um princípio" e que existe vontade "para ir mais além" do que está estabelecido no protocolo, destacando que o Serviço Nacional de Saúde será "um grande comprador".

O ministro da Defesa Nacional destacou ainda que o reforço das atribuições do Laboratório Militar, uma "instituição que assegura aquilo que já ninguém quer assegurar", evitou "a extinção" de uma estrutura considerada fundamental para o Estado.

Atualmente, o Laboratório Militar é responsável pelo circuito de produção e distribuição da metadona destinada ao programa nacional de substituição narcótica.

O Laboratório Militar produz também soluções orais pediátricas, e pequenos lotes dos chamados "medicamentos órfãos", destinados ao tratamento de doenças raras.

Com um total de 92 efetivos, o Laboratório Militar é uma estrutura do Exército português que presta apoio ao sistema de saúde militar, Forças Armadas e Forças Nacionais Destacadas, além de cuidados farmacêuticos em sete sucursais no país.

Investigação
O exemplo da aspirina na prevenção do cancro colorretal será um dos temas a abordar na conferência “O apoio da Liga Portuguesa...

Nos últimos anos, a aluna de Doutoramento Carina Pereira tem desenvolvido trabalhos no Grupo de Oncologia Molecular do Instituto Português de Oncologia do Porto, para compreender de que forma “o background genético poderá auxiliar na identificação de indivíduos com risco aumentado para o desenvolvimento de Cancro colorretal (CCR) que potencialmente possam beneficiar do uso de aspirina na prevenção desta neoplasia”.

O trabalho de Carina Pereira, atual investigadora do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto/i3S, foi um dos que beneficiou de uma bolsa da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

De acordo com informação disponibilizada pela LPCC - que sábado anuncia, no Núcleo Regional do Norte, mais 12 bolsas de investigação, no valor total de cerca de 250 mil euros - diversos estudos sugerem, de forma consistente, que o consumo diário de aspirina, conduz a uma redução não só na incidência de adenomas (lesões) como de CCR, proteção que pode atingir os 50%.

Contudo, a liga salienta que “o uso destes fármacos encontra-se comprometido pelos sérios efeitos adversos, principalmente a nível gastrointestinal (hemorragias, úlceras), que advêm do seu consumo regular”.

Atualmente é sugerido que a quimioprevenção poderá ser uma abordagem eficaz, em indivíduos que possuam um risco aumentado para desenvolvimento de tumores colorretais, em que a proteção conferida ultrapasse os riscos do consumo regular de aspirina.

De acordo com os dados disponibilizados pela LPCC, o cancro colorretal representa um sério problema de saúde pública, representando a segunda neoplasia com maior incidência em Portugal (16% de todos os cancros), apenas ultrapassado pelo cancro do próstata e cancro da mama, nos géneros masculinos e femininos, respetivamente.

Apesar de ser passível de prevenção pelo diagnóstico precoce de lesões precursoras (adenomas), estima-se um aumento no número de novos casos como reflexo do envelhecimento populacional e adoção de estilos de vida que potenciam o desenvolvimento tumoral.

Desta forma, “torna-se crucial não só a otimização das estratégias atuais de prevenção, como a implementação de abordagens complementares que visem reduzir a incidência desta neoplasia”, acrescenta a liga.

Nas declarações, o presidente da LPCC referiu que “o facto de se destinar 250 mil euros para a investigação é sem dúvida um esforço muito grande que este núcleo/Norte faz para que os jovens investigadores não saiam para o estrangeiro ou então não arranjem outro tipo de emprego que não tem nada a ver com a sua vocação”.

“Este aspeto é muito importante porque temos fantásticos investigadores e há um sangramento nacional de jovens que vão para o estrangeiro”, sublinhou, referindo que muitos desses jovens veem o seu trabalho reconhecido, “sobem muitos deles vários patamares, alguns estão já diretores de serviço, diretores de departamento e alguns até já como diretores de vários institutos de investigação. Alguns regressam, mas a grande maioria fica”.

Vítor Veloso reconhece que “a ajuda da liga pode não ser fundamental, mas é importante porque impede que jovens fantásticos vão para o estrangeiro ou então tomem outro rumo que não aquele a que estão destinados”.

“É por isso que fazemos esta cerimónia, é uma cerimónia simples, com pequenas intervenções. Alguns dos bolseiros vão apresentar os seus trabalhos e assinar o contrato com a Liga Portuguesa Contra o Cancro”, disse.

Explicou ainda que o apoio à investigação é uma atividade que está nos estatutos da LPCC, mas salientou que “não é uma atividade primordial em relação à missão da liga que é, fundamentalmente, apoiar o doente oncológico e as suas famílias em todos os seus aspetos, quer no aspeto emotivo, no psicológico e no económico”.

Na conferência "O apoio da Liga Portuguesa Contra o Cancro na Investigação Oncológica", com início às 09:30, de sábado, na sede do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro no Porto, serão também abordados os temas: “Os Vírus, as vacinas e a prevenção do cancro” e “O rastreio do cancro da mama e as características dos tumores detetados”.

Em 2016
O presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro, Vítor Veloso, disse que em 2016 esta instituição despendeu “um milhão de euros...

“Desse um milhão, 400 mil euros foram destinados ao apoio a doentes oncológicos da região Norte”, afirmou.

Segundo Vítor Veloso, este apoio tem “aumentado exponencialmente”, referindo que em 2015 o apoio nacional fixou-se nos “800 mil euros”.

“A nossa principal missão é apoiar o doente oncológico e as suas famílias em todos os seus aspetos, quer no aspeto emotivo, quer no psicológico, quer no económico”, sublinhou.

Vítor Veloso frisou que o objetivo é “ajudar com os medicamentos, com os transportes, com a alimentação e também na resolução de problemas sociais dos doentes mais empobrecidos, nomeadamente no pagamento de rendas ou de eletricidade, por exemplo”.

“Quando há um agregado familiar em que o único membro da família que trabalha é atingido com cancro torna, efetivamente, esse agregado familiar debilitado, não só do ponto de vista emocional e físico, mas também sob o ponto de vista económico. Como não há um apoio social suficiente por parte do Estado, temos uma obrigação muito grande de apoiar esses doentes”, considerou o responsável.

Apontou a existência de “muitos casos de ‘pobreza envergonhada’, por exemplo de funcionários públicos e outros, que de repente viram os seus salários diminuídos, lançando-os para um nível de pobreza. São indivíduos que tinham vergonha de ir pedir. Isso já passou um bocadinho, mas muitas vezes somos nós que vamos ao encontro deles a perguntar se não precisam de auxílio para que consigam ultrapassar as dificuldades”.

Vítor Veloso falava a propósito do Dia Mundial Contra o Cancro que será assinalado no Núcleo Regional do Norte com uma conferência sobre "O apoio da Liga Portuguesa Contra o Cancro na Investigação Oncológica" e com a atribuição de 12 bolsas de investigação.

Apetite sexual
Cientistas encontraram uma hormona que afeta o desejo sexual no cérebro e que poderá ser a chave para a criação de um viagra...

A kisseptina, também conhecida como metastina, é uma hormona que estimula a libertação de outras hormonas ligado ao sexo e à reprodução.

Os investigadores da Imperial College de Londres injetaram esta hormona em homens adultos heterossexuais e descobriram que os voluntários revelavam mais atividade nas áreas do cérebro tipicamente ativadas pela atividade sexual ou romance, conforme explica o comunicado publicado na agência científica Eureka Alert.

Os voluntários fizeram uma ressonância magnética após tomarem a hormona e viram dois tipos de fotografias: imagens românticas e onde apareciam casais e imagens onde não apareciam pessoas. O exame mostrou maior atividade nas áreas do cérebro ligadas ao sexo e amor quando os homens viram o primeiro tipo de imagens, escreve o Diário de Notícias.

A conclusão foi que esta hormona impulsiona os circuitos cerebrais relacionados com o desejo sexual e ativa os centros do prazer e desejo do cérebro. Como tal, os cientistas acreditam que a administração de kisseptina pode ajudar a resolver os problemas sexuais de origem psicológica e até ajudar pessoas e casais a recuperarem o desejo sexual.

Waljit Dhillo, principal autor do estudo, disse que a hormona pode ser "exatamente usada como um viagra mental", segundo o Telegraph, referindo-se ao medicamento usado para combater a impotência sexual masculina. "O papel do cérebro e das emoções no processo de reprodução é muito importante e apenas parcialmente compreendido", explicou Dhillo.

O investigador explicou que um dos objetivos da investigação era ajudar casais com problemas de fertilidade. "A maioria da investigação e dos tratamentos para a infertilidade até ao momento foca-se nos fatores biológicos", disse o investigador no artigo científico em que defende um maior estudo dos fatores psicológicos e do cérebro.

"Esta hormona está em todos nós, então sabemos que é segura e talvez um dia existam comprimidos que as pessoas possam tomar para aumentar os seus efeitos", continuou Dhillo.

Por afetar os centros de prazer, os cientistas acreditam que a kisseptina poderá ser útil também no tratamento de doenças psicológicas como a depressão. "O nosso estudo mostra que a kisseptina aumenta a atividade cerebral sexual e romântica mas também diminuiu os estados de humor negativos", afirmou o investigador Alexander Comninos, segundo o Telegraph.

"Isto levanta a interessante possibilidade da kisseptina ser usada no tratamento de distúrbios psicossexuais e da depressão", continua Comninos, acrescentando que são necessários mais testes.

Laboratório Militar
Os ministério da Saúde e da Defesa Nacional criaram um grupo de trabalho para estudar o reforço da produção de medicamentos e...

Num despacho conjunto, hoje publicado, os ministérios da Defesa Nacional e da Saúde destacam a "importância estratégica para o país" de responder às "necessidades na área do sangue e do medicamento".

O despacho conjunto foi hoje divulgado à comunicação social durante uma visita dos dois ministros às instalações do Laboratório Militar, em Lisboa.

O grupo de trabalho irá estudar a possibilidade de o Laboratório Militar "intensificar a produção de medicamentos inexistentes no mercado português" por "desinteresse económico por parte da indústria farmacêutica".

O objetivo é colmatar "uma lacuna terapêutica" e prevenir ruturas no abastecimento de medicamentos que podem ter impacto negativo nos cuidados prestados aos doentes".

O grupo de trabalho estudará também as "condições técnico-científicas", de infraestruturas e de rentabilidade "com vista ao eventual tratamento industrial do plasma português, com vista à produção de medicamentos derivados do plasma".

O grupo de trabalho deverá apresentar um relatório final no prazo de 90 dias, prorrogáveis por mais 30 dias, segundo o despacho, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, e da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

O grupo será composto por elementos do Laboratório Militar, do Instituto Português do Sangue e da Transplantação, da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, da Direção-Geral de Saúde, e por representantes do Exército.

Infeções respiratórias
Alguns hospitais estão a ter dificuldade no abastecimento de alguns antibióticos, na formula injetável, usados para o...

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) está a acompanhar a situação e recomendou uma gestão cuidada para evitar a rutura de stocks. Ao mesmo o Infarmed tem estado em contacto com os distribuidores e já há empresas a repor o fornecimento. Outra alternativa é o recurso à autorização de utilização excecional (AUE) para aquisição de produtos semelhantes noutros países. Houve sete pedidos feitos por hospitais, todos autorizados pelo Infarmed.

"O Infarmed recebeu notificações de alguns hospitais relativas à dificuldade de abastecimento de alguns antibióticos injetáveis, como a amoxicilina + ácido clavulânico, azitromicina e claritromicina. Isso deve-se a problemas na produção destes medicamentos que levam a dificuldades no normal abastecimento do mercado, sendo que o problema surge em sequência do número cada vez mais limitado de fabricantes daquelas substâncias ativas e de perturbações de fabrico relacionados com dificuldades de acesso à matéria-prima", explicou ao Diário de Notícias fonte do Infarmed.

As dificuldades colocam-se com as fórmulas injetáveis que são as menos usadas, explica a Autoridade Nacional do Medicamento, acrescentando que as soluções orais (xarope) não registaram problemas de abastecimento.

O Infarmed adianta estar a desenvolver "todos os esforços para repor o regular abastecimento com a maior brevidade possível" com as empresas que têm autorização para colocar estes antibióticos no mercado e esclarece que "no caso da claritromicina o problema já foi resolvido, tendo havido reposição de stocks e na azitromicina uma das empresas já começou a fazer abastecimento entre ontem e hoje e uma segunda empresa deve fazê-lo na segunda semana de fevereiro. Quando à amoxicilina + ácido clavulânico, o mercado tem visto o seu fornecimento afetado, mas continua a ser garantido".

Enquanto a situação não estiver completamente regularizada, o Infarmed recomenda aos hospitais que giram "com atenção estes medicamentos e as suas alternativas para evitar a rutura dos antibióticos".

"Atendendo a que existem medicamentos similares na União Europeia, os hospitais poderão recorrer ao mecanismo de autorização de utilização excecional (AUE) e ao Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI) para obtenção de informação adicional", acrescenta o Infarmed. Até ao momento foram registados sete pedidos (para azitromicina e para amoxicilina + ácido clavulânico) específicos de hospitais, a que o Infarmed deu resposta positiva.

Estudo
Hambúrgueres, batatas fritas, tacos e doces vêm embrulhados em papel à prova de gordura e caixas que muitas vezes contêm...

O estudo, publicado na revista científica Environmental Science and Technology Letters, testou mais de 400 amostras de 27 redes de fast food nos Estados Unidos.

Quase metade dos embrulhos de papel e 20% das amostras de papel-cartão - como caixas de batatas fritas e pizza - continham flúor, escreve o Sapo, um marcador para produtos químicos altamente fluorados usados em tapetes resistentes, utensílios de cozinha antiaderentes e roupas impermeáveis. "Os embrulhos para comida Tex-Mex, sobremesas e pães eram os mais propensos a conter flúor", disse o estudo.

O estudo não prova, no entanto, nenhum dano específico à saúde humana decorrente da exposição a esses produtos químicos - conhecidos como substâncias PFAS - em embalagens de alimentos.

Ainda assim os investigadores alertam que a exposição a alguns PFAS está associada a um maior risco de cancro, problemas na tiróide, imunossupressão, baixo peso no nascimento e diminuição da fertilidade, de acordo com estudos prévios.

"Essas substâncias químicas estão associadas a vários problemas de saúde, por isso é preocupante que as pessoas estejam potencialmente expostas às mesmas em alimentos", comenta a autora principal do estudo, Laurel Schaider, química ambiental no Instituto Silent Spring.

"As crianças estão especialmente em risco de efeitos sobre a saúde, porque os seus corpos estão em desenvolvimento e são mais vulneráveis a produtos químicos tóxicos", acrescentou.

Seis das amostras continham um PFAS de cadeia longa chamado ácido perfluorooctanoico (PFOA), também conhecido como C8, apesar de vários grandes fabricantes dos Estados Unidos terem concordado em parar de usar compostos C8 nas embalagens de alimentos devido aos riscos para a saúde, depois de uma revisão da Food and Drug Administration (FDA, agência sanitária americana), em 2011.

Os investigadores também detetaram alguns compostos de PFAS de cadeia curta, que têm sido cada vez mais usados como substitutos para os PFAS de cadeia longa.

"Os compostos de substituição são igualmente persistentes e não foi demonstrado que são seguros para a saúde humana", disse a coautora Arlene Blum, fundadora do Instituto Green Science Policy. "É por isso que precisamos reduzir o uso de toda a classe de compostos altamente fluorados. A boa notícia é que existem alternativas não fluoradas disponíveis", acrescentou.

Cerca de uma em cada três crianças norte-americanas comem fast food todos os dias.

Os Estados Unidos começaram a eliminar progressivamente alguns PFAS em 2000, mas outros países ainda os produzem. Estes químicos tendem a permanecer no meio ambiente por longos períodos depois de serem descartados em aterros sanitários. Estudos anteriores demonstraram que as substâncias presentes nas embalagens alimentares podem migrar para os alimentos.

Estudo
O baixo teor de oxigénio na atmosfera terrestre de há 2,4 mil milhões de anos retardou a evolução da vida na Terra, indica um...

No estudo, publicado na revista especializada Nature Communications, os investigadores Tim Lenton e Stuart Daines, do departamento de geografia da Universidade de Exeter, dão conta da criação de um modelo matemático para explicar o processo de estabilização em níveis baixos do oxigénio na atmosfera terrestre, apesar de existir já produção de oxigénio por via das primeiras formas de fotossíntese.

O modelo computorizado pretende ajudar a explicar a razão de o "grande evento de oxidação" que introduziu o oxigénio na atmosfera não ter gerado os níveis atuais de oxigénio atmosférico, escreve o Sapo.

De acordo com os cientistas, o nível de oxigénio na atmosfera terrestre foi de cerca de 10% do atual, que é de 21%, durante os dois mil milhões de anos que se seguiram à "grande oxidação".

Tim Lenton e Stuart Daines argumentam que matéria orgânica, resultante da decomposição das primeiras formas de vida, presente em rochas sedimentares começou a reagir pela primeira vez com o oxigénio presente na atmosfera, criando um "mecanismo de regulação" em que o oxigénio produzido pela fotossíntese era consumido na mesma proporção pela reação com a matéria orgânica.

O "mecanismo de regulação" só foi interrompido com a emergência das primeiras plantas terrestres, cuja fotossíntese gerou um aumento do oxigénio até aos níveis presentes hoje na atmosfera, que permitiram a colonização do planeta por formas de vida animal.

"Este tempo na história da Terra foi uma espécie de ciclo vicioso. Não era possível a evolução de formas de vida complexas porque não existia oxigénio suficiente na atmosfera e não havia oxigénio suficiente porque formas de vida complexas ainda não tinham evoluído. Só o aparecimento das primeiras plantas terrestres permitiu quebrar esse ciclo", comentou Tim Lenton no artigo publicado hoje.

O surgimento da vida na Terra é marcado pelo aparecimento das primeiras bactérias, há cerca de 3,8 mil milhões de anos. Há cerca de 2,7 mil milhões de anos surgiram nos oceanos os primeiros organismos capazes de fotossíntese, mas os primeiros animais multicelulares, como esponjas e alforrecas, só surgiram há cerca de 600 milhões de anos, segundo os cientistas.

Há 470 milhões de anos surgiram as primeiras plantas terrestres e os primeiros animais terrestres há cerca de 428 milhões de anos. Os mamíferos passaram a ocupar lugar de destaque na vida na Terra depois da extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões anos, e os primeiros humanos datam de há apenas 200.000 anos. A idade da Terra está estimada em 4,5 mil milhões de anos.

Cientistas australianos
Um grupo de cientistas australianos desenvolveram um remédio que, ao imitar o sistema imunitário dos tubarões, pode ajudar a...

A pneumonia intersticial idiopática ou fibrose pulmonar idiopática cicatriza o tecido pulmonar e faz com que o órgão perca a sua elasticidade natural, aumentando as dificuldades em respirar. Muitos especialistas acreditam que a doença esteja subdiagnosticada por ser confundida com infeções comuns em fumadores, uma vez que os sintomas são sobretudo cansaço e falta de fôlego, escreve o Sapo.

A nova esperança é um fármaco inovador inspirado nos anticorpos encontrados no sangue dos tubarões. A substância deverá ser testada em 2018 em seres humanos, escreve a BBC. Chama-se AD-115 e foi desenvolvida na Universidade La Trobe, em Melbourne, na Austrália em conjunto com a empresa de biotecnologia AdAlta.

Os testes iniciais tiveram como alvo as células causadoras da fibrose, criando uma proteína humana que imita os anticorpos encontrados nos tubarões, explica Mick Foley, do Instituto de Ciência Molecular de La Trobe.

"A fibrose é o resultado final de muitas feridas e lesões diferentes e esta molécula pode matar as células que causam a fibrose", revelou em declarações à BBC.

Segundo os cientistas, nenhum tubarão foi abatido no processo de desenvolvimento da substância, já que foi extraída apenas uma amostra simples de sangue de um tubarão da família Orectolobidae de um Aquário de Melbourne.

Ginecomastia
Caracterizada por um excesso de pele, gordura e glândula mamária, unilateral ou bilateral no homem,

A ginecomastia (literalmente mama de mulher) é uma condição inerente ao homem que se caracteriza por aumento do tecido mamário.

A causa é um desequilíbrio entre os efeitos estimulantes do estrógeno (hormona sexual feminina) e os efeitos inibitórios dos andrógenos (hormona sexual masculina) no tecido mamário, por aumento do primeiro e diminuição dos níveis do segundo.

Antes da puberdade, não há nenhuma diferença entre as glândulas mamárias de ambos os sexos.

A ginecomastia geralmente aparece como um nódulo ou um aumento do volume da mama, que pode ser unilateral ou bilateral e que pode ser acompanhada por  hipersensibilidade ou dor.

A ginecomastia é um problema relativamente comum na população e, existem três picos de prevalência ao longo da vida:

  1. Bebés recém-nascidos: entre 60 e 90% dos recém-nascidos têm ginecomastia, produzida pela passagem do estrogênio materno através da placenta. É uma ginecomastia transitória que desaparece em 2-3 semanas.
  2. Puberdade: A ginecomastia na puberdade afeta principalmente jovens com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos e é devido ao aumento transitório e fisiológico de estrogénio que ocorre nesta idade.  É raro que persistir após os 17 anos de idade. A ginecomastia afeta 19 a 70% das crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.
  3. Idosos: A ginecomastia é devida a:
  • Um aumento do tecido adiposo provocado por uma maior aromatização periférica (um processo que consiste na conversão de andrógenos em estrógenos a nível do tecido adiposo);
  • Um declínio na produção de testosterona pelos testículos;
  • Uso de fármacos.

Estima-se que entre 40 a 65% dos homens com idades entre 50 e 80 anos têm ginecomastia.

As causas não fisiológicas de alteração da relação estrogénio/androgénio são variadas e incluem:

Produção excessiva de estrogénio - Os tumores secretores de estrógeno ou seus antecessores: tumores de células de Sertoli e Leydig (20-30% têm ginecomastia), tumores testiculares secretores de hCG ou gonadotrofina coriónica humana (2-6% têm ginecomastia), tumores adrenais. Outros tumores, como os do pulmão, fígado, as neoplasias malignas gástricas e renais, também podem produzir hCG fomentando o aparecimento de ginecomastia. 

A aromatização (conversão) com aumento de transformação periférica de andrógeno em estrógeno: obesidade, doenças hepáticas crônicas - cirrose (67% de prevalência de ginecomastia), hipertiroidismo (10-40% têm ginecomastia), desnutrição, insuficiência renal crónica (desenvolvem ginecomastia). 

Produção insuficiente de testosterona -  Causa congénita (presente desde o nascimento): anorquidia congénita (ausência de testículos), síndrome de Klinefelter, síndromes de resistência androgénica (feminização testicular), síndrome de Reifenstein (ausência desde o nascimento de receptores de androgénio), doença de Kennedy, déficit da síntese da testosterona, hipófise ou doença hipotalâmica. 

Adquiridas ao longo da vida: orquite, castração, trauma testicular, infecções virais, quimioterapia ou radioterapia, insuficiência renal. 

Fármacos: são provavelmente a causa mais comum de ginecomastia secundária

Estão incluídos neste grupo: 

as hormonas como: estrogénio, testosterona, Antiandrogénios (ciproterona acetato, Finasteride, cetoconazol, flutamida e a espironolactona), esteróides anabolizantes, hormona HCG (gonadotrofina coriónica humana);

inibidores da  5-alfa redutase (Finasterida e dutasterida): usado no tratamento da hipertrofia benigna da próstata e prevenção da neoplasia maligna da próstata. Muito usadas no desporto, principalmente bodybuilding.

Bicalutamide e flutamida: usada em terapia hormonal adjuvante da neoplasia maligna da próstata. 

A espironolactona (usada para tratar, entre outras, as doenças cardiovasculares): entre 5-10% dos pacientes tratados com espironolactona deixam o tratamento devido à ocorrência de ginecomastia. 

Os antiulcerosos: especialmente a cimetidina, ranitidina, omeprazol e metoclopramida podem produzir ginecomastia.

Fármacos usados  em neurologia e psiquiatria: O haloperidol, diazepam, fenitoína, antidepressivos tricíclicos e opióides. 

Fármacos usados em quimioterapia

O diagnóstico de ginecomastia faz-se através da colheita da história clínica, do exame objectivo para despiste de causas extrínsecas e, essencialmente, por imagiologia onde a mamografia e ecografia mamária têm papel fundamental.

A ginecomastia do adulto com neoplasia maligna da próstata com tratamento hormonal  tem uma prevalência de 15% em caso de bloqueio hormonal completo e de 75% em monoterapia.

A doença pode afetar ambas as mamas e estas atingirem dimensões importantes ficando os doentes com mamas muito sobreponíveis às de uma mulher.

Esta situação provoca alterações de imagem que são muito pouco aceites pelos doentes, conduzindo as distúrbios de auto-imagem muito importantes que contribuem para alterações de comportamento de relação e social devastadores.

A classificação da ginecomastia baseada no tipo de abordagem cirúrgica é a melhor.

Para o planeamento cirúrgico, normalmente utilizamos três classificações: 

Grau I: um botão localizado, de tecido glandular que é concentrado ao redor ou por baixo da aréola e que, geralmente, é fácil de remover; tórax com pouco tecido adiposo e sem excesso de pele. 

Grau II: ginecomastia difusa num tórax com mais tecido adiposo, onde as margens da massa não são bem definidas. Neste caso a associação com lipoaspiração do tecido adiposo circundante está indicado. 

Grau III: ginecomastia difusa com grande excesso pele. Estes pacientes necessitam incisões ao redor da aréola, na pele, ou reposicionamento do complexo aréolo-mamilar. 

 A técnica cirúrgica depende do tipo de ginecomastia e do seu grau. 

Existem basicamente duas técnicas cirúrgicas, que podem ser utilizadas separadamente ou em combinação: lipoaspiração e mastectomia subcutânea associada a plastia do invólucro (nos pacientes com excesso de pele). 

Os principais problemas relacionados ao tratamento cirúrgico da ginecomastia são as irregularidades na superfície da mama e as alterações na forma ou na posição do mamilo. 

O edema pós-operatório dura cerca de 7 a 10 dias e o déficit de sensibilidade local, em geral, é transitório, durando no máximo um ano na maioria dos casos.

A cirurgia consiste em realizar uma incisão pequena em forma de semicírculo na parte inferior da aréola, na sua transição para a pele. A cicatriz não é aparente e fica praticamente invisível com o tempo. 

Nos casos de ginecomastia adiposa, a cirurgia pode ser feita com lipoaspiração da gordura mamária. 

Nesse caso, o ‘caroço’ que se apalpa é pequeno e o tratamento pode ser feito através de um pequeno orifício, praticamente imperceptível ao fim de algum tempo. 

A correção da ginecomastia grau I (localizada) é geralmente um procedimento cirúrgico simples.

O grau II é mais difícil e apresenta uma série de problemas, como as ondulações da pele torácica, podendo levar a uma depressão no centro ou na periferia da lesão. 

A complicação cirúrgica mais comum é o hematoma. Pequenos hematomas ou equimoses são comuns após o tratamento da ginecomastia de  grau II. 

A retração areolar pode ser evitada nos pacientes com grau I, mas é mais difícil prevenir nos pacientes com o grau II devido à natureza adiposa do tecido encontrado. O excesso cutâneo é mais comum nos pacientes idosos e pode ser corrigida secundariamente, já que muitos pacientes têm uma retracção cutânea muito superior à que se poderia esperar e assim evita-se a realização de uma cicatriz ao redor da aréola.

Para além do tratamento cirúrgico, pode-se propor, aos doentes com alta probabilidade de desenvolverem ginecomastia secundária o tratamento hormonal, a terapêutica preventiva com irradiação da área mamária e/ou terapêutica com tamoxifeno.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto Saúde.Come
Em Portugal, cerca de 20% da população está em situação de insegurança alimentar, o que significa que têm acesso limitado a uma...

O Projeto Saúde.Come verificou que estes portugueses têm mais doenças crónicas – diabetes, depressão e doenças reumáticas. E consomem mais recursos de saúde – hospitalizações e consultas hospitalares. “É um sério problema de saúde pública que tem impacto em todo o sistema de saúde no país”, alerta Helena Canhão, coordenadora da investigação.

Cerca de 20 por cento das famílias portuguesas estão em situação de insegurança alimentar, o que equivale a dizer que uma em cada cinco não tem acesso a uma alimentação saudável e receia não ter o que comer. Estes dados resultam da investigação do projeto Saúde.Come, conduzida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências Médicas Universidade Nova de Lisboa, em 2015 e 2016. O estudo tem por base um inquérito nacional sobre insegurança alimentar, aplicado a 5.653 indivíduos com mais de 18 anos, representativos da população adulta portuguesa e que estão a ser seguidos desde 2011 (a coorte EpiDoC).

“Este é um sério problema de saúde pública em Portugal”, salienta Helena Canhão, investigadora principal do Saúde.come. “E tem grande impacto, não só na saúde das pessoas como em todo o sistema nacional de saúde”, sublinha.

No estudo, 19,3% famílias portuguesas referiram estar numa situação de insegurança alimentar. Destas, a maioria apresentava um nível de insegurança alimentar ligeiro (14,1%), o que significa alguma incerteza face ao acesso a alimentos ou mesmo alterações nos hábitos alimentares, resultantes de dificuldades económicas. “Motivo de alarme é o facto de cerca de 140 mil pessoas, 1,8 % das famílias portuguesas, reportarem que as suas dificuldades económicas comprometerem a quantidade e a qualidade dos alimentos que têm disponíveis para consumo”, destaca Helena Canhão.

Os resultados sugerem ainda que a insegurança alimentar está associada a piores condições do estado de saúde. Os portugueses nesta situação reportaram uma diminuição na compra de medicamentos e no número de idas ao médico devido às dificuldades económicas sentidas nos três meses anteriores a este inquérito.

“Os indivíduos em insegurança alimentar reportaram uma pior qualidade de vida e capacidade funcional. Revelam ainda maior propensão para doenças crónicas, como a diabetes, a depressão e as doenças reumáticas”, alerta a investigadora. O risco de diabetes e de doenças reumáticas foi cerca de 1,6 vezes superior nos indivíduos em insegurança alimentar. Estes indivíduos apresentam, também por isso, um maior consumo de recursos em saúde – maior número de consultas hospitalares e de hospitalizações.

As ilhas da Madeira e dos Açores e também o Algarve foram as regiões de Portugal onde se identificou uma maior percentagem de insegurança alimentar. Na Madeira e nos Açores, a percentagem de agregados familiares em situação de insegurança alimentar chega mesmo a atingir valores perto dos 29% (29% nos Açores 28,8% na Madeira).

Outro dado a destacar é a menor adesão ao padrão alimentar mediterrânico, por parte das pessoas em situação de insegurança alimentar. Em particular, recorrem menos ao azeite como principal gordura utilizada para a preparação e confeção dos alimentos, consumem menos hortícolas e fruta, e, em contrapartida, preferem as carnes vermelhas e processadas.

Coordenador da Direção-Geral da Saúde
Um terço dos adultos portugueses é fisicamente inativo e não cumpre qualquer recomendação para a prática da atividade física,...

Os dados foram revelados pelo coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, Pedro Teixeira, para quem os números da prática desportiva “não são muito encorajadores”.

“Hoje em dia já temos dados de vários inquéritos realizados a nível europeu e nacional, que nos permitem dar uma ideia da prática da atividade física e de quantas pessoas são fisicamente ativas em Portugal”, afirmou, revelando que “apenas cerca de 20 por cento da população adulta cumpre com as recomendações internacionais para a prática da atividade desportiva”.

Para Pedro Teixeira, este “é um número muito baixo”.

O docente na Faculdade de Motricidade Humana faz, contudo, uma destrinça: “Se considerarmos toda a atividade física que as pessoas fazem (o tempo que percorrem a caminhar durante o dia, as atividades na ocupação laboral, nos transportes ou domésticas), podemos ter um número sensivelmente mais baixo” de pessoas inativas.

“Dois terços da população poderão ser ativos, mas não suficientemente ativos. Há, depois, um outro terço de pessoas (entre 25 a 30%), que sabemos serem mesmo inativos fisicamente e que não cumprem qualquer tipo de recomendação. Uma pessoa fisicamente inativa é uma pessoa que nem faz desporto nem exercício físico regularmente e tem um padrão de vida sedentário”, referiu.

Estas pessoas “passam muito tempo sentadas: em casa, no seu tempo livre, no seu local de trabalho e nas suas deslocações diárias usam meios motorizados, que não despendem qualquer energia”.

Segundo Pedro Teixeira, as recomendações para prática da atividade física para a população adulta situam-se em 150 minutos (cerca de duas horas e meia) de atividade física moderada ou vigorosa, acumulados numa semana tipo.

Os estudos demonstram que, acima deste nível, as pessoas têm uma proteção adicional face a fatores de risco de natureza metabólica e cardiovascular.

Contudo, “apenas um quinto da população portuguesa cumpre estes critérios”.

A propósito do crescimento da área da saúde e bem-estar, que se tem traduzido no aumento de várias outras áreas, como a alimentação e a atividade física, Pedro Teixeira, diz que esta é “uma boa altura para existir um programa que capitalize esta vontade social, este fenómeno”.

“O que tentamos agora é dar alguma coordenação a todos estes processos que, por si só podem evoluir de forma individualizada, mas têm mais eficácia se for feita de forma coordenada”, adiantou.

Entre os vários sinais do crescimento desta área está o aumento da procura de serviços de vários tipos. Na faculdade onde leciona, por exemplo, Pedro Teixeira tem assistido a uma maior procura por formação pré e pós graduada na área do desporto e do exercício:

“Isso é bom, porque precisamos de técnicos cada vez mais bem preparados e existe também uma oferta com origem na atividade privada que tem permitido o acesso à prática de atividade física de uma forma mais generalizada".

Segundo Pedro Teixeira, “as autarquias também estão atentas a este fenómeno e têm procurado dinamizar a construção de vias pedonais, cicláveis, de um ambiente que potencie a prática desportiva, com instalações no exterior”.

O coordenador do programa da Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda algumas atitudes que, mesmo sem ser de uma forma organizada, podem promover a atividade física, como pequenas pausas no local do trabalho, optar por percursos mais longos em pequenas tarefas e as escadas em detrimento do elevador.

“Podemos ser criativos: Em muitas empresas tecnológicas é muito frequente a realização de 'walking meetings' [encontros em movimento] que decorrem num parque à volta de um edifício. Nos auditórios ou salas de aula, podemos ter salas progressivamente adaptadas para que as pessoas possam deambular, estar em pé ou sentadas”.

Pedro Teixeira reconhece a importância do exemplo que chega de pessoas reconhecidas socialmente. “Muitos políticos são vistos a correr ou a fazer desporto, como por exemplo o Presidente cessante dos Estados Unidos. O passo seguinte pode ser esse de perceber que a atividade física também se faz no local de trabalho. Isso ajuda muitas vezes o cérebro a trabalhar melhor, ajuda a ter novas ideias”.

Coordenador da Direção-Geral da Saúde
O coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física defende que as escolas deviam ter uma hora diária de...

Em Portugal, cerca de 80% dos adolescentes não são suficientemente ativos, refere Pedro Teixeira, responsável pelo mais recente programa prioritário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

As recomendações mundiais para crianças e adolescentes vão no sentido de que devem acumular no mínimo uma hora por dia de atividades livres ou estruturadas que envolvam movimento físico a um nível pelo menos moderado.

Em Portugal, os alunos do ensino básico têm três tempos letivos semanais de Educação Física e, embora Pedro Teixeira reconheça que esta carga horária está atualmente ao nível da média europeia, crê que está mal distribuída.

“O que se passa em Portugal é que por fenómenos de organização dos calendários escolares, este horário é colapsado e é concentrado em um ou dois períodos (por semana), o que acaba por ter consequências negativas na aquisição das aprendizagens e na forma como os alunos se relacionam com a disciplina”, afirmou o especialista.

Ou seja, mais do que o número de horas ou tempos por semana, está em causa a forma como são organizadas no horário escolar, com Pedro Teixeira a defender que é preferível não concentrar as horas da disciplina e espalhá-la ao longo da semana.

Atualmente há países no norte da Europa que estabeleceram uma hora diária de Educação Física nos currículos escolares: “Isso dá uma margem de manobra para aquisição de competências e capacidade de literacia física. Seria ideal que para lá pudéssemos caminhar”.

O coordenador do novo Programa da DGS saúda que a disciplina de Educação Física no Ensino Secundário possa voltar a contar para a média desse ciclo e para a entrada no Ensino Superior e sublinha que deve ser vista “como uma disciplina tão fundamental como todas as outras”.

A Educação Física é considerada um elemento fundamental em qualquer política de promoção de atividade física, mas há que trabalhar noutros campos para que os adolescentes abandonem a tendência de se tornarem mais sedentários.

Segundo Pedro Teixeira, há que trabalhar com as famílias, com a escola e com as autarquias para, por exemplo, fazer com que o percurso entre casa e as aulas envolva o mais possível períodos de marcha ou de bicicleta.

Instituto Nacional de Saúde
O período de epidemia de gripe em Portugal terminou, diz o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, segundo o qual a...

No Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe divulgado ontem dá-se conta de que a taxa de incidência de síndroma gripal na última semana de janeiro foi de 23,2 por 100.000 habitantes, “o que indica o fim do período epidémico”.

O boletim refere que desde a segunda semana de janeiro houve uma diminuição do número de casos de gripe detetados laboratorialmente e que na última semana do mês foi identificado um caso positivo para o vírus da gripe do subtipo A (H3).

Pela quarta semana consecutiva diminui também o número de casos de gripe nas unidades de cuidados intensivos. A taxa de admissão chegou a ser de 11,65% mas tinha descido para 0,5% na semana passada, segundo o boletim.

Na primeira semana de janeiro a taxa de incidência da gripe era de 82,4 por cada 100.000 habitantes, tendo descido na semana seguinte para 52,4.

Especialista alerta
O Sistema Nacional de Saúde não está preparado para enfrentar o crescimento anunciado do número de cancros, sendo que a solução...

À margem de uma jornada que reuniu em Braga, no Instituto Ibérico de Nanotecnologia (INL) investigadores na área do cancro, no âmbito do Nano World Cancer Day 2017, a investigadora do Centro Clínico Champalimaud Fátima Cardoso alertou a insuficiência não é exclusiva Sistema Nacional de Saúde (SNS) português uma vez que "nenhum país do mundo" está preparado para enfrentar as estimativas para incidência de doença oncológica, que no futuro poderá atingir uma em cada duas pessoas.

"Não está em Portugal mas também não está em nenhum país do mundo, não é uma deficiência do nosso SNS", afirmou Fátima Cardoso, quando questionada sobre se o SNS estaria preparado para responder à previsão do aumento do número de doentes oncológicos.

A investigadora, que colocou de lado "alarmismos", apontou como caminho a seguir o desenvolvimento da coordenação entre investigadores e os chamados médicos de família: "A saúde familiar é indispensável porque para uma doença que pode atingir metade da população, um em cada duas pessoas, não haverá médicos especialistas diferentes", referiu.

A importância dos médicos de família trespassa, defendeu, todo o processo oncológico.

"Em muitas partes da história do cancro, desde o diagnóstico, ao rastreio, depois durante o tratamento, a ajudar para os efeitos secundários e depois o seguimento, a maior parte destas pessoas vai sobreviver, vai ficar bem dessa doença, vai viver. Eu vejo que a única solução é uma integração dos cuidados de saúde primários, os chamados médicos de família, a trabalharem em íntima colaboração com os hospitais mais especializados", concluiu.

Ou seja, simplificou, "é preciso colaborar, colocar os cientistas, mais habituados a trabalhar nos laboratórios, colocar esses cientistas a trabalhar conjuntamente com os clínicos, aqueles que lidam com a doença no dia-a-dia".

Fátima Cardoso apontou ainda uma outra preocupação: "A disparidade de acesso, entre países e dentro de cada país. Como é que vamos lutar contra uma medicina a duas velocidades, a daqueles que podem pagar e a dos que não podem pagar", disse.

Os investigadores realçaram ainda a importância do diagnóstico precoce da doença, processo no qual a nanotecnologia e a imagiologia terão um "papel fundamental", salientando ainda a "sensibilidade e empenho" existente para investir na investigação de técnicas que permitam aquele diagnóstico.

"Estamos cada vez melhor em relação aos meios de diagnóstico precoce mas há ainda tumores que nos põem problemas porque não são de grande crescimento ou são de difícil acesso. Quando há sintomatologia, os doentes estão claramente numa fase avançada da doença", explicou Raquel Seruca, do i3S-Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Porto, Mutações de E-caderina em cancro.

Pelo que, continuou, "a nanotecnologia vai ser fundamental, vai ser a maneira com que algumas partículas cheguem às células neoplásicas, emitam sinal que depois é detetado pela imagiologia, sem duvida que o caminho da nanotecnologia e imagiologia vai ser fundamental para métodos precoces de rastreio".

Por isso, os investigadores realçaram a importância da investigação mas, avisaram, "estas coisas exigem financiamento".

"Há muita sensibilidade e cada vez há mais, isso é importante reconhecer. Há claramente sensibilidade e empenho em investir nesta área", salientou o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular, João Nuno Moreira.

Opinião
No âmbito do ciclo de sessões práticas e informativas sobre doença de Alzheimer e outras demências d

Todas as pessoas com demência sofrem alterações cognitivas e comportamentais?

A demência diz respeito a um conjunto de doenças progressivas que afetam a cognição (ex: memória ou atenção) e o comportamento, pelo que todos os indivíduos com esta condição experienciam alterações em pelo menos um destes domínios. É muito frequente existirem problemas cognitivos e comportamentais em simultâneo.

Sabemos que os cuidadores têm mais dificuldade em aceitar e gerir mudanças de comportamento ou da personalidade do que as alterações cognitivas decorrentes da doença. Por exemplo, poderão ter mais dificuldade em aceitar a verbalização de palavrões (que anteriormente não era habitual) do que esquecimentos.

Quais as alterações cognitivas e comportamentais mais comuns na demência?

Alterações cognitivas

As funções cognitivas afetadas, pelo menos numa fase inicial, dependem do tipo de demência em questão. Se estivermos a falar na doença de Alzheimer (o tipo de demência mais prevalente) o sintoma mais notório é a dificuldade em recordar coisas recentes, o que pode levar a que a pessoa não se lembre de eventos importantes e que repita a mesma pergunta ou afirmação várias vezes. Também podem existir alterações ao nível da capacidade de concentração, da linguagem e da percepção visual, por exemplo. Em fases mais avançadas as alterações são difusas, não havendo um perfil tão distintivo.

Alterações comportamentais

As manifestações comportamentais decorrentes da demência podem passar por perda de interesse nos amigos ou nas atividades de vida diária, negligência pessoal (aparência e higiene), agressividade, deambulação, desinibição, acumulação de objetos, entre outros.

É possível prevenir estas alterações?

Alterações cognitivas

Não é possível prevenir as alterações cognitivas pois elas são uma manifestação incontornável da doença. No entanto, existem estratégias que podem ser postas em prática de modo a diminuir a exigência cognitiva das tarefas do dia-a-dia, acabando por penalizar menos a pessoa com demência. A estimulação mental e física através da participação em actividades significativas pode contribuir para desacelerar o ritmo de deterioração cognitiva.

Alterações comportamentais

Quando as alterações comportamentais são uma consequência direta da doença – pela afetação da região cerebral responsável por inibir comportamentos desadequados – não é possível preveni-las. No entanto, existem intervenções farmacológicas e não farmacológicas que permitem diminuir a intensidade das mesmas.

Ainda assim, muitas vezes as manifestações comportamentais são reativas a um estado interno ou fator externo negativo. Alguns destes comportamentos podem sinalizar necessidades básicas da pessoa que não estão a ser supridas (ex: fome, dor, aborrecimento, isolamento). Neste caso, garantir que a pessoa está sempre confortável e segura pode ser uma boa forma de prevenir comportamentos indesejados.

No caso de uma pessoa com demência, o comprometimento cerebral pode levar a que tenha uma percepção da realidade diferente da das pessoas saudáveis (por exemplo, pode estar desorientada no tempo e no espaço e pode não se lembrar de algum evento recente). No entanto, o facto da pessoa ter uma visão diferente da dos outros não é suficiente para gerar comportamentos desafiantes. Estes normalmente surgem quando a pessoa com demência é confrontada com uma realidade que, pela doença, não é a sua. Por exemplo, tentar convencer a pessoa com demência que não está a ver a sua mãe mas sim o seu reflexo no espelho pode levar a um quadro de agitação e agressividade.

O que fazer perante estas alterações?

Alterações cognitivas

Um dos aspetos mais importantes a considerar quando abordamos pessoas com demência é focarmo-nos nos seus pontos fortes e não na evocação de factos. Se pedirmos a opinião à pessoa esta poderá ser engraçada, triste, incomum e até controversa, mas nunca estará errada. Cada pessoa poderá ter a sua opinião. Assim, em vez de, por exemplo, perguntar “Onde passou as férias do verão?” (uma pergunta de memória, que tem uma resposta certa ou errada), pergunte “Prefere campo ou praia? Porquê?” ou “Para onde é que me aconselha a ir viajar?” (perguntas de opinião). A comunicação com uma pessoa com demência não deve ser um teste de memória, pelo que devemos evitar fazer perguntas como “Lembra-se de....” ou “Sabe qual é.....?”. Reduzir as exigências de memória promove a participação e garante o sucesso da atividade.

Alterações comportamentais

Quando a pessoa com demência manifesta um comportamento indesejado, a primeira reação de quem a rodeia é de tentar modificar esse comportamento. No entanto, o mais provável é a pessoa com demência não responder favoravelmente à sua solicitação. Em vez disso, podemos tentar lidar com o comportamento da seguinte forma:

É importante ter presente que aquele comportamento é resultante de uma patologia que perturba o funcionamento cerebral e não levá-lo a peito.

Se o comportamento for agressivo pode ser útil retirarmo-nos da situação dando espaço à pessoa e, passado algum tempo, reaproximando-nos calmamente. Devemos evitar ao máximo discutir.

Devemos utilizar um tom de voz calmo e suave.

Será que existe algum factor que possa estar na origem daquele comportamento? Estará a pessoa com fome? Cansada? Com dores? Aborrecida? A sentir-se só? Poderá ser um efeito secundário da medicação?

Podemos tentar responder à emoção subjacente e não ao comportamento. Por exemplo, se a pessoa com demência estiver constantemente a perguntar por determinado membro familiar, pode precisar de ser assegurada de que essa pessoa está em segurança. Não devemos contrariar nem tentar empregar um raciocínio lógico, pois isto poderá frustrar a pessoa com demência.

Para mais informações e inscrições nesta ou noutra sessão do ciclo, consulte o website ou Facebook do NeuroSer:

http://www.neuroser.pt

http://www.facebook.com/NeuroSerPortugal

 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A solução para os problemas de sono pode estar em passar mais tempo ao ar livre, ao sol, segundo um estudo publicado na revista...

A investigação, conduzida pela Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, concluiu que poucos dias no campo, por exemplo numa atividade de campismo, bastam para as pessoas irem para a cama mais cedo, quer no verão, quer no inverno.

Para um dos autores do estudo, Kenneth Wright, o dia-a-dia tal como hoje é vivido "contribui para um ritmo circadiano tardio, independentemente da estação", que pode resultar, após uma noite mal dormida, em sonolência e, consequentemente, em acidentes de viação, reduzida produtividade no trabalho e na escola, abuso de drogas, oscilações de humor e doenças como a diabetes e a obesidade.

O estudo revela que um fim-de-semana no campo, por exemplo, pode redefinir o relógio biológico rapidamente, sendo que os humanos respondem a mudanças sazonais da luz do dia, tal como outros animais.

O ritmo circadiano designa o período de aproximadamente 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, incluindo os humanos, sendo influenciado, entre outros fatores, pela variação da luz e pela temperatura.

Este ciclo regula o estado de vigília ou de sono, além da digestão, da renovação de células e do controlo da temperatura corporal.

Num estudo anterior, a equipa de Kenneth Wright descobriu que a exposição à luz elétrica atrasa os relógios biológicos cerca de duas horas, o que se traduz numa mudança das flutuações normais da hormona melatonina, que regula o sono.

Os investigadores concluíram, então, que uma semana de sol, no verão, era suficiente para as pessoas irem para a cama mais cedo, sem que o tempo de sono se alterasse.

No novo estudo, quiseram perceber o que acontecia no inverno e enviaram um grupo de pessoas a acampar durante uma semana, por altura do solstício, em que os dias são mais curtos. Não foi permitido o uso de lanternas nem de telemóveis.

Os cientistas constataram que, com o aumento do tempo gasto ao ar livre, as pessoas foram dormir mais cedo, e isso foi visível nos níveis de melatonina que apresentavam.

Kenneth Wright e restantes colegas verificaram igualmente, numa outra experiência, que acampar, no verão, durante um fim de semana, evitou o comportamento típico de fim de semana de se ficar acordado até tarde.

Perante os resultados, a equipa científica aconselha as pessoas a terem um horário regular para dormir, a aumentarem a exposição diurna à luz solar e a diminuírem a exposição noturna à luz elétrica.

Esclarecer a população
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lançou hoje um documento que pretende promover um debate público e esclarecido...

“Este contributo que tornámos hoje público não é para fazer uma guerra dos cuidados paliativos contra outros, nem uma questão de esquerda ou de direita, embora às vezes pareça, nem de religiosos contra não religiosos, é uma questão de consciência, de cidadania”, disse o presidente da associação, Manuel Luís Capelas.

O objetivo – explicou – é que “todo o público e toda a sociedade portuguesa tenham uma opinião esclarecida e estejam na posse de todas as informações que lhes permita discutir serenamente este processo”.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) fez a tradução e a revisão para Portugal do “Livro Branco” desenvolvido pela Associação Europeia de Cuidados Paliativos, que pretende promover a informação pública e esclarecida acerca dos cuidados paliativos, sedação paliativa, eutanásia e suicídio medicamente assistido.

Segundo a Associação Europeia de Cuidados Paliativos, a “sedação paliativa” do doente terminal deve ser distinguida de eutanásia.

Na sedação paliativa, o objetivo é aliviar o sofrimento, através da utilização de fármacos sedativos ministrados para controlo do sofrimento perante sintomas refratários, enquanto na eutanásia a intenção é tirar a vida do doente, administrando-se um fármaco letal, explica a associação.

Um dia depois do debate sobre a eutanásia no parlamento, Manuel Luís Capelas alertou para a necessidade de existir “um amplo e aprofundado debate público” sobre esta questão, para esclarecer a população.

“Se não pode demorar muito a decisão sobre a eutanásia, não pode demorar tanto a decisão sobre uma verdadeira rede de cuidados paliativos”, para garantir o acesso em tempo útil a estes cuidados, defendeu.

Esta rede não deve ser “de serviços mínimos e de qualidade mínima, mas de serviços máximos e de qualidade máxima, para dar uma completa resposta à população e de melhor qualidade possível, necessitando para isso de um forte investimento económico, de recursos humanos e políticas de saúde”, defendeu.

“Se não houver esse investimento acho que é completamente errado e contraproducente, até do ponto de vista ético-político, não apostar nesta resposta e depois ir apostar na resposta que, mais do que controlar, apoiar e tentar ajudar o doente que está a sofrer, mate o doente”, advertiu o responsável.

Para Manuel Luís Capelas, o grande risco que se corre, se não houver essa “resposta de cuidados máximos”, é, “entre muitas aspas, coagir o doente” para uma saída mais fácil para o seu sofrimento.

“Este é que é um perigo muito sério, que o doente se sinta coagido - não pelos profissionais, mas por todo um sistema que não o apoia -”, e procure “a fuga mais fácil para resolver o seu sofrimento que é deixando de ser uma sobrecarga para as pessoas, sendo morto ou matando-se com o apoio médico, se não houver outra resposta”, frisou.

O documento está disponível no site da APCP e no seu Facebook e será distribuído por todas as entidades.

Em Portugal existem entre 72 mil e 86 mil doentes a necessitar de cuidados paliativos. Mais de metade (51%) dos doentes internados nos hospitais com necessidades paliativas, apenas 7% foram referenciados para equipas de cuidados paliativos, refere um estudo do Observatório Português dos Cuidados Paliativos.

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