ADEXO
A Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal vai alertar hoje, no parlamento, para os problemas que estes doentes...

“Vamos entregar ao parlamento quatro propostas relacionadas com a obesidade e com a perda de direitos do doente obeso no caso dos seguros de vida para habitação”, disse o presidente da Associação de Doentes Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO), Carlos Oliveira.

O presidente da associação disse que, “quando um doente obeso precisa de comprar casa, a seguradora não lhe dá seguro. Ele deixa de poder comprar a casa, porque ninguém lhe empresta dinheiro”.

Há também casos em que a seguradora agrava o seguro em entre 100% e 200%, denunciou Carlos Oliveira, que vai expor este problema aos deputados na Comissão de Saúde, na Assembleia da República.

Outra situação que a ADEXO pretende debater é o tempo de espera nas cirurgias para a obesidade, que constituem “a maior lista de espera do país”, com milhares de doentes à espera de serem operados.

Segundo Carlos Oliveira, a situação agravou-se quando em 2012 o governo da altura extinguiu o Programa de Tratamento Cirúrgico de Obesidade, criado em 2008.

O programa começou em 2010 e previa a realização de 2.500 cirurgias de tratamento da obesidade por ano nos 19 hospitais públicos e nos centros privados autorizados.

A interrupção do programa levou à diminuição do número de cirurgias, disse Carlos Oliveira, advertindo que “a situação da obesidade em Portugal está a agravar-se”,

“Com a crise e com a falta de dinheiro para comprar produtos saudáveis as pessoas deitam a mão ao ‘fast-food’ e a situação agrava-se”, lamentou.

Carlos Oliveira lembrou o anúncio feito pelo Ministério da Saúde, no Dia Mundial do Combate à Obesidade (11 de outubro), de que iria orçamentar 12 milhões de euros para diminuir as listas de espera.

Mas “aquilo que a gente sabe é que a ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] está a ir junto dos hospitais dizer que quer reduzir os preços das cirurgias e os hospitais não aceitam”.

“Portanto, isto é tudo fogo de vista que não vai dar resultado nenhum”, disse Carlos Oliveira.

Em 11 de outubro, o Ministério da Saúde anunciou que irá avançar com um programa para reduzir as listas de espera nas cirurgias da obesidade e disponibilizar uma verba de 12 milhões de euros anuais para possibilitar a operação de cerca de dois mil doentes em 2017.

Serão abrangidas por este programa de financiamento específico as instituições reconhecidas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) como centro de tratamento ou de elevada diferenciação para o tratamento cirúrgico da obesidade grave.

O programa determina que a avaliação do doente seja efetuada por uma equipa multidisciplinar num período não inferior a três anos.

Em Portugal, existem cerca de 3,5 milhões de pessoas com pré-obesidade e aproximadamente 1,4 milhões de pessoas com obesidade, entre os 18 e os 65 anos.

Infarmed
O Serviço Nacional de Saúde vai deixar de comparticipar vários medicamentos das áreas cerebrovascular e osteoarticular e...

A informação foi avançada pelo presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Henrique Luz Rodrigues, que completou recentemente um ano à frente deste organismo do Ministério da Saúde.

A decisão de descomparticipar “meia dúzia” de moléculas - que se apresentam num número maior de medicamentos - nas áreas cerebrovascular e osteoarticular surge após uma reavaliação que “é comum” em Portugal e também em outros países, disse.

“É prática frequente do Infarmed fazer uma reanálise de medicamentos, da sua efetividade, tendo em consideração que muitos dos medicamentos, quando iniciam o seu ciclo de vida, toma-se em consideração o que se conhece dos seus resultados, da maneira como se avalia. É preciso mais tarde tornar a reavaliá-los à luz dos novos conhecimentos”, acrescentou.

Em relação aos medicamentos inibidores da dipeptidil peptidase (DDP-4), prescritos na diabetes, Henrique Luz Rodrigues explicou que a sua avaliação tinha sido decidida ainda pelo anterior conselho diretivo.

“É um processo que resultou de uma expetativa que se tinha de que estes medicamentos tinham um benefício cardiovascular, o qual não foi verificado nos estudos que ocorreram”, referiu.

Estes medicamentos estão a ser avaliados pela comissão de avaliação das tecnologias da saúde e “já há respostas das firmas em relação a este processo”.

Os resultados deverão surgir dentro de “dois, três meses” e apontam para “uma descida do escalão” ou de uma negociação para um outro preço.

Segundo Henrique Luz Rodrigues, esta situação não é inédita no mundo: “Já ocorreu no Canadá, Bélgica, Alemanha. O que vamos fazer é apenas mais uma situação de mais um país que faz a análise e procura estabelecer custos para medicamentos, tendo em consideração a sua efetividade”.

Apesar desta decisão, o presidente do Infarmed ressalva que estes fármacos continuam a ter benefícios para o controlo do metabolismo (glicémia), mas “não reduzem as complicações cardiovasculares da diabetes”.

Estes fármacos “podem continuar a ser usados, porque reduzem o controlo da glicémia”, frisou.

Questionado sobre a poupança com os medicamentos, Henrique Luz Rodrigues afirmou que “a preocupação não será a poupança, mas sim ter os melhores medicamentos para os doentes”.

“A maneira como as situações das referidas poupanças possam ser feitas tem em consideração a melhor utilização pelos profissionais de saúde”, disse, acrescentando que estes “é que deverão levar em conta também os custos”.

Para o presidente do Infarmed, “a boa prática médica deve levar em consideração o preço dos medicamentos. Oferecer os melhores medicamentos ao preço mais baixo”.

No ano passado, os medicamentos que mais reduziram os custos foram os anti hipertensores (para controlo da tensão arterial elevada) e as estatinas (tratamento da hipercolesterolemia).

Nesta área, “a entrada dos genéricos gerou poupança e é provável que venha a gerar mais com a entrada dos genéricos ainda este ano”, disse.

O regulador confirma a aposta deste Governo no aumento da quota dos genéricos: “É importante a prescrição dos genéricos e que estes sejam dispensados. É preciso que o doente aceite bem os genéricos”.

Sobre a medida de promoção da venda destes fármacos que atribui à farmácia 0,35 euros por cada embalagem de genéricos vendida dentro dos quatro com preço mais baixo, Henrique Luz Rodrigues disse ser ainda cedo para um balanço, uma vez que entrou em vigor no início do ano.

Contudo, adiantou que esta é uma medida que deverá gerar poupanças na ordem dos 18 milhões para o utente e um pouco mais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Igualmente geradora de poupanças é a aposta nos biossimilares (medicamentos biológicos similares a outros com autorização de introdução no mercado), neste caso a nível hospitalares.

O presidente do Infarmed reconheceu algumas resistências ao crescimento deste mercado, mas desvalorizou-as, tendo em conta que Portugal está “acima da média” no recurso a estes fármacos.

Há 13 mil pessoas em tratamento
O preço dos medicamentos inovadores para a hepatite C reduziu para mais de metade em menos de dois anos, um efeito que se deve...

O presidente da Autoridade do Medicamento (Infarmed) reconheceu que a concorrência entre três laboratórios trouxe uma diminuição dos preços dos medicamentos para a hepatite C, um redução de “mais de metade” face ao acordo assinado há quase dois anos entre uma das farmacêuticas e o Estado.

“Os tratamentos que existem para a hepatite C, com o tempo, têm vindo a reduzir [de preço]. Não quer dizer que tenha sido a primeira firma [com quem se fez o acordo] a reduzir os preços”, afirmou Henrique Luz Rodrigues.

O presidente do Infarmed adiantou ainda que já se ultrapassou a barreira dos 13 mil doentes em tratamento para a hepatite C.

O acordo entre o Estado e um dos laboratórios que fornece os fármacos inovadores para a infeção foi formalizado há quase dois anos, mas os dados do Infarmed abrangem também outros doentes tratados por medicamentos fora do âmbito deste acordo.

O contrato – assinado por dois anos e que será agora novamente negociado – prevê o pagamento por doente tratado e não por tempo de tratamento ou quantidade de medicamentos. A comparticipação do Estado português nos medicamentos abrangidos é de 100%.

O universo dos doentes potencialmente abrangidos foi logo definido em 13 mil pessoas.

Henrique Luz Rodrigues considera difícil estimar quantos doentes entrarão em tratamento no futuro, uma avaliação que era possível fazer antes da assinatura do acordo, porque havia um conjunto de doentes que eram seguidos nas consultas.

Infarmed
O Infarmed vai alertar a população para os riscos da automedicação com omeprazol, um fármaco para a úlcera gástrica e a doença...

Em entrevista, o presidente da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), Henrique Luz Rodrigues, manifestou preocupação com a forma como os portugueses estão a consumir este fármaco, da classe dos inibidores da bomba de protões.

Trata-se de um medicamento que pode ser vendido sem receita médica e cuja indicação clínica é a úlcera gástrica e a doença do refluxo gastro esofágico. No entanto, os profissionais de saúde têm alertado para outros usos indevidos, como o simples alívio de sensações de enfartamento.

Nos primeiros nove meses deste ano, os portugueses adquiriram mais de 2,1 milhões de embalagens de omeprazol.

Segundo Henrique Luz Rodrigues, esta é uma “preocupação mundial”.

“As pessoas estão a automedicar-se com um medicamento que tem efeitos adversos importantes a prazo”, disse.

Para o presidente do Infarmed, a solução não passa tanto pela obrigatoriedade de prescrição médica, mas sim no conhecimento que os doentes devem ter sobre este fármaco e dos riscos que correm ao tomá-lo por iniciativa própria.

“Uma das preocupações do Infarmed é fazer essa divulgação”, referiu, revelando que este organismo vai avançar com uma campanha de sensibilização, cujo principal objetivo é “melhorar a automedicação”.

Henrique Luz Rodrigues alertou para alguns dos riscos da toma prolongada deste fármaco, como a contribuição para a osteoporose nas mulheres.

No caso dos doentes com infeções respiratórias, este medicamento “pode contribuir para o agravamento”, afiançou.

Apesar de reconhecer que existem outros medicamentos que também devem merecer a atenção do regulador, Henrique Luz Rodrigues disse que esta campanha vai ser a primeira e deverá começar ainda este mês ou em fevereiro com o objetivo de “alertar para os efeitos adversos e apara as alternativas que possam ser benéficas”.

Em 2014, um estudo publicado na revista científica da Associação de Médicos Americanos (JAMA) atribuiu à ingestão prolongada deste fármaco e de outros semelhantes uma carência da vitamina B12.

A investigação refere que as pessoas que tomaram diariamente um medicamento do grupo do omeprazol durante dois ou mais anos tinham 65 por cento mais de probabilidades de ter níveis baixos de vitamina B12, que tem um papel importante na formação de novas células, do que os que não ingeriram o fármaco.

Já em 2016, um novo estudo publicado na edição online da JAMA Neurology confirmou a associação entre os inibidores da bomba de protões e um maior risco de demência em pacientes idosos.

“Infelizmente, o excesso de prescrição” destes fármacos “é relatado com frequência”, disse uma coautora do estudo, Britta Haenisch, do Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas.

Presidente da República
O Presidente da República promulgou ontem um decreto-lei que estabelece os termos e as condições da atribuição de incentivos à...

O diploma relativo aos incentivos à mobilidade geográfica dos médicos aplica-se ainda a trabalhadores médicos a contratar mediante vínculo de emprego público ou privado, com serviço ou estabelecimento integrado no Serviço Nacional de Saúde.

O decreto agora promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa procede à primeira alteração ao decreto-Lei n.º 101/2015.

O decreto-lei foi promulgado ontem, juntamente com o que prevê a descida da taxa social única (TSU), com o que cria o regime especial das polícias municipais de Lisboa e do Porto e com o que procede à criação, por cisão, do sistema multimunicipal de abastecimento de água do sul do Grande Porto e das Águas do Douro e do Paiva, do sistema multimunicipal de saneamento do Grande Porto e da SimDouro - Saneamento do Grande Porto.

‘Direito a Morrer com Dignidade’
Os grupos parlamentares manifestaram aos representantes do movimento ‘Direito a Morrer com Dignidade’ “abertura para o diálogo”...

“Relevamos a abertura ao diálogo e a intenção de apresentação posterior de uma iniciativa legislativa sobre esta matéria”, disse o médico oncologista Jorge Espírito Santo, representante do movimento, que não quis especificar que grupos parlamentares vão avançar com propostas de lei sobre o tema.

Jorge Espírito Santo disse também que foi comum a todos os deputados a ideia de que “o debate não está completo nem está maduro”, sendo necessário “aumentar a troca de ideias e a informação à população em geral” sobre uma temática que é “uma questão muito delicada”.

O representante do movimento ‘Direito a Morrer com Dignidade’ realçou ainda que gostaria de ver relançado na sociedade o debate iniciado há um ano, quando foi lançada a petição “Em defesa da despenalização da morte assistida", subscrita por várias personalidades, destacando a importância do papel da comunicação social nessa discussão.

Há um ano, quando foi lançado o debate, a Associação de Bioética defendeu que a legalização da eutanásia deveria passar por um referendo, mas Jorge Espírito Santo frisou que o movimento que representa rejeita em absoluto que uma questão que se prende com direitos fundamentais possa ser referendada e adiantou que a possibilidade não foi discutida nos encontros com os deputados.

Na mesma altura a Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) defendeu que antes da discussão sobre a eutanásia “é fundamental” garantir o acesso em tempo útil aos cuidados paliativos e assegurar que são prestados por profissionais com formação.

Cinco bastonários da Ordem dos Médicos assinaram em outubro uma carta na qual se opuseram frontalmente à eutanásia, considerando que esta prática “não é mais do que tirar a vida” e que os médicos que o façam negam a profissão.

O atual bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, e os seus antecessores António Gentil Martins, Carlos Soares Ribeiro, Germano Sousa e Pedro Nunes subscreveram uma declaração em que se manifestam contra a eutanásia, o suicídio assistido e a distanásia (prolongamento artificial da vida em situações terminais).

Esta tomada de posição conjunta surgiu na sequência do primeiro caso de eutanásia infantil na Bélgica e numa altura em que o Bloco de Esquerda levou a discussão em plenário na Assembleia da República uma petição pelo "direito a morrer com dignidade" com mais de oito mil assinaturas.

Breast Cancer Weekend
A Clínica da Mama do IPO Porto está a organizar, com o patrocínio científico da Sociedade Portuguesa de Oncologia e de...

“Esta iniciativa tem como principal objetivo fazer uma revisão das abordagens mais recentes no tratamento sistémico, cirúrgico e de radioterapia, que possam vir a alterar a prática clínica, num espírito de multidisciplinaridade e de partilha nas várias áreas que abordam estas doentes”, explica Susana Sousa, responsável da área médica da Clínica da Mama do IPO Porto e responsável pelo evento.

O primeiro dia do Breast Cancer Weekend arrancará com uma sessão sobre genética e cancro, onde serão discutidas as decisões baseadas em assinaturas genéticas e as particularidades do tratamento das doentes com mutações BRCA. O cancro da mama precoce e o cancro localmente avançado serão outros dos tópicos em análise. Haverá ainda espaço para considerações que vão além do tratamento primário, nomeadamente as indicações para esvaziamento axilar e as estratégias de conservação da mama.

Já a manhã do segundo dia será totalmente dedicada ao cancro da mama avançado. O papel da cirurgia do tumor primário no estádio IV, a melhor sequência do tratamento paliativo nas doentes cujos tumores expressam recetores hormonais e o algoritmo do tratamento da doença HER2+ serão os temas a abordar.

O Breast Cancer Weekend destina-se a médicos especialistas e internos das várias áreas que tratam doentes com cancro da mama. Mais informações e inscrições até dia 20 de janeiro em http://lab52.pt/eventos/breast-cancer-wkd/.

Estudo
Um novo estudo demonstrou que o apêndice pode desempenhar uma função essencial para o bom funcionamento do sistema digestivo,...

Segundo a investigação levada a cabo por uma professora associada à Faculdade de Medicina Osteopática do Arizona, nos Estados Unidos, o apêndice não é um órgão irrelevante como se pensava ou como se supunha pela falta de informação relevante.

A investigação provou que a finalidade do apêndice assenta na proteção de bactérias benéficas que vivem nos intestinos, escreve a TVI24.

A principal autora, Heather F. Smith, publicou na revista Comptes Rendus Palevol os resultados desta nova investigação, baseada na evolução ao longo dos tempos deste órgão em 533 mamíferos de espécies diferentes.

Estes animais foram selecionados com base na presença e ausência de apêndice e provaram, numa primeira fase, que, segundo os seus traços gastrointestinais, o órgão não está associado a fatores alimentares ou ambientais, como se pensava.

Em contrapartida, Smith e os seus coautores – das Universidades de Duke Medical Center, de Stellenbosch da África do Sul e do Museu Nacional de História Natural em França – descobriram que as espécies com apêndice tendem a ter mais tecido linfático na região do ceco (parte inicial do intestino grosso que recebe o que vem do intestino delgado).

De uma forma resumida, este tecido linfático desempenha uma função de defesa no organismo por fazer parte do sistema imunológico. A sua importância também se caracteriza por estimular o crescimento de bactérias intestinais saudáveis.

O apêndice serve, então, como uma "casa segura" para estas bactérias benéficas ao nosso organismo, resume a Time.

Além disso, a autora justifica que este órgão tem que ser importante, já que, ao longo da evolução destas espécies, nunca desapareceu do organismo.

E para quem removeu o apêndice?
A apendicite é uma das infeções no apêndice que, infelizmente, mais conduz pessoas a cirurgias de remoção do órgão. Mas, felizmente, a autora afirmou que, “em geral, as pessoas que realizaram uma apendicectomia tendem a ser relativamente saudáveis e não apresentam efeitos prejudiciais relevantes”.

No entanto, outros estudos demonstraram que existem efeitos negativos associados, nomeadamente, um maior número de infeções.

[Quem não tem apêndice] pode demorar mais tempo a recuperar de uma doença”, já que está em causa o sistema imunológico, acrescentou.

A autora não deixou de sublinhar a importância que as hipóteses deste estudo podem trazer para novas formas de tratamento e, evidentemente, para a própria evolução do conhecimento médico.

Único em Portugal
Até agora não existia, em Portugal, um mestrado na área da educação dirigida a pessoas surdas. Tendo isto em conta, o Instituto...

Com candidaturas abertas até ao final de Janeiro, o mestrado está acreditado pela A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior – e, destina-se a licenciados em Língua Gestual Portuguesa, Terapia da Fala, Psicologia, Medicina, Ciências da Educação e Tradução e Interpretação em Língua Gestual, sendo que todos os candidatos devem já dominar a Língua Gestual Portuguesa.

Como refere Ana Mineiro que, juntamente com José Reis Lagarto, coordena o mestrado “este curso surge com o intuito de colmatar lacuna existente na área da educação, pretendendo levar os estudantes a desenvolver competências na área da surdez, para efeitos educativos, pedagógicos, de tradução para língua gestual portuguesa e para língua portuguesa e inglesa, e de investigação”.

Pode ver toda a informação em: http://www.ics.lisboa.ucp.pt/site/custom/template/ucptpl_fac.asp?SSPAGEID=924&lang=1&artigoID=567

Sistema imunológico
O casamento de Johanna e Scott Watkins sofreu um grande e inesperada abalo quando a mulher foi diagnosticada com síndrome de...

A mulher de 29 anos do estado norte-americano do Minnesota vive num quarto isolado no sótão que tem as janelas e porta seladas e vários purificadores de ar porque é alérgica a quase tudo - desde o ambiente exterior, ao cheiro da pizzaria final da rua, a muitos alimentos e ao cheiro do marido.

As células de Johanna que deveriam protegê-la de ataques externos estão a atacar o seu próprio corpo, escreve o Diário de Notícias. Os sintomas da doença variam de pessoa para pessoa e no caso de Johanna o contacto com algum alergénio pode ser fatal. A professora entra em choque anafilático e em pouco tempo deixa de conseguir respirar, segundo a BBC.

Johanna e Scott casaram-se em 2013 - antes de a doença se ter agravado tanto - e conseguiam levar uma vida quase normal até pouco tempo. Na altura em que os sintomas de Johanna se resumiam a enxaquecas, erupções cutâneas e problemas intestinais, o casal costumava fazer caminhadas e passar o máximo de tempo possível junto.

No entanto, a doença foi-se agravando até que, no ano passado, os dois perceberam que estarem no mesmo espaço físico poderia ser fatal para Johanna.

"Nós reparámos que eu me sentia cada vez pior quando o Scott entrava [no quarto]. Os meus sintomas diários pioravam", explicou Johanna. "Até que uma vez ele foi cortar o cabelo e regressou ao quarto e passados dois minutos comecei a ter sintomas de um choque anafilático. Ele teve de sair".

Passou uma semana até Scott voltar a tentar entrar no quarto e estar ao lado da mulher, mas a reação de Johanna foi a mesma.

"Foi horrível perceber que não ia resultar", contou Johanna. "Eu estava a ter uma forte reação alérgica ao meu marido. Já tinha tido antes aos meus pais e a muitas, muitas pessoas, mas foi horrível quando foi o Scott".

Johanna já experimentou vários medicamentos e tratamentos para a síndrome de ativação de mastócitos, incluindo quatro sessões de quimioterapia, mas nenhum fez efeito. "Eles [os médicos] não sabem se eu vou ficar bem então nós rezamos para que isso aconteça", disse Johanna. "Já tive mais choques anafiláticos do que alguém pode contar. A minha vida pode acabar rapidamente. É frágil".

Scott garante que vai ficar ao lado da mulher - mas à distância - até ao fim. "Uma das maneiras que tenho de tomar conta dela agora é não estando com ela. Não vou colocar a vida dela em risco", disse o marido. "Nós estamos absolutamente comprometidos um com outro e vamos esperar o tempo que for preciso para ver se encontramos uma cura".

Para já, o casal vive na casa de amigos enquanto a sua habitação está em obras para se tornar mais segura para Johanna. A família que acolheu o casal tem quatro filhos com menos de 9 anos e aceitou ceder um dos três quartos a Johanna e deixar de cozinhar em casa, pois ela é sensível aos cheiros.

Johanna só consegue comer 15 alimentos diferentes e todas as noites Scott, que é professor, cozinha para ela na casa dos vizinhos.

Ela não sai do sótão há mais de um ano, tirando para ir ao hospital, e usa o Skype e o telemóvel para falar com o marido, amigos e família.

Ainda assim, Johanna consegue ver o lado bom da vida e agradecer por tudo o que tem. "Tenho muitas bênçãos na minha vida pelas quais tenho de agradecer", disse a mulher.

Frio e calor
Direcção-Geral da Saúde alerta para descida abrupta das temperaturas e apela a cuidados especiais com os idosos e doentes...

As temperaturas extremas, onde se inclui tanto o frio como as ondas de calor, matam em média 1500 pessoas por ano em Portugal. Para este Inverno ainda não há cálculos, mas o diretor-geral da Saúde, Francisco George, garantiu nesta segunda-feira que a atividade gripal já atingiu o seu pico e que não são de esperar valores de mortalidade superiores aos de outros anos. No entanto, perante a grande descida das temperaturas prevista para os próximos dias, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) decidiu marcar uma conferência de imprensa para recomendar cuidados especiais com os mais velhos e os doentes crónicos.

Segundo os dados avançados na conferência por Francisco George, neste Inverno cerca de 100 pessoas já foram internadas nos cuidados intensivos devido a complicações relacionadas com a gripe sazonal. Onze delas morreram, escreve o jornal Público. Na grande maioria dos casos, sublinha o diretor-geral da Saúde, as pessoas não tinham sido vacinadas contra a gripe, com George a recordar que a vacina não impede a doença, mas reduz muito os efeitos secundários que o vírus consegue causar.

A subdiretora-geral da saúde, Graça Freitas, também presente na conferência, renovou o apelo à vacinação, garantindo que mesmo em pleno mês de Janeiro a vacina ainda é eficaz. O Serviço Nacional de Saúde comprou 1,2 milhões de vacinas contra a gripe e sobram neste momento cerca de 20 mil doses. Houve ainda quase 800 mil doses que foram colocadas à disposição nas farmácias.

Francisco George reiterou que “não quer causar alarme” com as suas declarações e que está tudo controlado, esperando-se que o país já tenha atingido o pico da gripe e que, ao longo das próximas semanas, vá reduzindo progressivamente o número de novos doentes com gripe. Os últimos dados do Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, publicado na quinta-feira pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), mostravam precisamente que a atividade gripal era moderada, com tendência estável.

Muito frio precipita "o fim da vida"
Ainda assim, como as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera colocam todos os distritos de Portugal sob aviso amarelo, devido ao tempo frio até ao final da semana, com uma descida das temperaturas mínimas na ordem dos quatro a nove graus Celsius, o responsável da DGS insistiu na importância de se apostar na prevenção, sobretudo das infeções respiratórias. “Não estamos perante um cenário especialmente alarmante. A nossa resposta é uma resposta às condições meteorológicas e temos de prevenir”, repetiu George.

O responsável lembrou que as grandes descidas da temperatura “precipitam o fim da vida”, sobretudo nas pessoas com mais de 75 anos, com especial incidência acima dos 85 anos. Os doentes crónicos, como os casos oncológicos, pessoas com diabetes e insuficiência cardíaca, foram alguns dos exemplos referidos pelos especialistas da DGS.

Para essas pessoas, o diretor-geral da Saúde enumerou oito recomendações, que vão desde a necessidade de hidratação, nomeadamente comendo sopas quentes, até ao contacto com a Linha Saúde 24 sempre que surja uma dúvida sobre a situação de saúde. Aquecer as casas, mas prevenindo acidentes, e evitar o consumo excessivo de café e de bebidas alcoólicas foram outras das recomendações deixadas.

Também sobre a gripe, à margem da assinatura de um protocolo entre o IPO e a Câmara de Lisboa, o ministro da Saúde defendeu que os profissionais de saúde têm sido “uns heróis” na resposta à epidemia e sublinhou que a mesma, em outros países com menos constrangimentos financeiros, não é tão boa. O ministro reconheceu, no entanto, que o SNS está “no limite da sua capacidade”, mas “a reagir”.

Entretanto, as autarquias de Lisboa e Porto estão a tomar medidas: o Pavilhão do Casal Vistoso irá acolher o Dispositivo Integrado de Apoio aos Sem-Abrigo de Lisboa. Ali serão servidas refeições quentes e distribuídos agasalhos.

No Porto, de 17 a 22, vai estar aberto o antigo Hospital Joaquim Urbano e a estação de metro do Bolhão.

Dezenas de mortes na Europa
Da Albânia à Grécia, passando pelo Reino Unido e por França. Nas últimas semanas, o frio e as tempestades fizeram dezenas de mortos na Europa. As últimas estimativas identificavam mais de 60 óbitos. Só na Polónia, um dos países mais afetados, morreram seis pessoas há uma semana, num dia em que as temperaturas desceram até aos 20 graus Celcius negativos. Também na Roménia os termómetros chegaram a marcar 32 graus negativos e foram contabilizadas seis mortes por hipotermia.

Na Grécia, onde há uma especial preocupação com a situação dos refugiados, foi mesmo enviado um navio para a ilha de Lesbos para apoiar estes migrantes que vivem em tendas e com capacidade para ajudar cerca de 500 pessoas. São também vários os jornais locais a dar conta de longas horas de espera nos serviços de urgência de países como Espanha, França ou Reino Unido.

Em Portugal
Pediatras garantem que as vacinas são seguras e eficazes. Em Portugal, 95% dos jovens são vacinados. Há quem não veja benefícios.

"Por que razão hei de empestar o corpo das minhas filhas?" Paulo, 50 anos, não vacinou nenhuma das duas filhas, agora com 13 e 8 anos. Se tivesse um terceiro filho, seguiria o mesmo caminho. "Dar vacinas seria destruir o sistema imunitário delas". Já Sofia Salgado Mota, mãe de Rui, de 21 anos, e Carlota, de 2, tem uma posição diferente. "As crianças contactam diariamente com diversos vírus, principalmente quando estão inseridas em contexto escolar. Vaciná-las é protegê-las".

Como se pode ver, a vacinação não é uma questão consensual. Em Portugal, embora não seja obrigatória, é uma opção para 95% dos pais e é "altamente recomendada" pelos pediatras, escreve o Diário de Notícias. Contudo, há uma minoria que prefere não imunizar os filhos. Analisando os números mais recentes, a atendendo às estimativas da Direção-Geral da Saúde, ficam por vacinar cerca de 4000 crianças por ano. Em 2015, por exemplo, nasceram 85.500 bebés, o que quer dizer que 4275 não foram vacinados.

Na semana passada, o assunto voltou a estar em discussão, depois de o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, se ter reunido com Robert F. Kennedy, um ativista antivacinas, que nomeou para presidir uma comissão sobre a segurança da vacinação nos EUA. Isto depois de, em 2015, ter dito que as vacinas infantis causam autismo. Uma ideia disseminada após a publicação de um artigo na revista Lancet, em 1998, que mais tarde foi considerado uma fraude.

"Nenhum estudo feito posteriormente comprovou essa associação", destaca Luís Varandas, diretor da Sociedade de Infecciologia Pediátrica da Sociedade Portuguesa de Pediatria. Embora nos Estados Unidos e em alguns países da Europa a moda antivacinação esteja a causar alarme, por cá esses movimentos não têm grande expressão. "Até hoje, só tive dois pais que não quiseram vacinar. E eu não quis seguir as crianças, porque, embora até possa perceber que não o queiram fazer, é uma questão de saúde pública", refere o pediatra.

Apesar de as escolas verificarem o boletim de vacinas quando as crianças se matriculam, em Portugal, a vacinação não é obrigatória. "Essa é uma falsa crença. Mas as vacinas são altamente recomendadas", diz ao Diário de Notícias Luís Varandas, acrescentando que não conhece pediatras que não aconselhem as vacinas incluídas no Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Para Sofia, autora do blogue Pedaços de Nós, "a vacinação é a proteção ideal para as doenças, muitas vezes a única." E muitas doenças "já não se manifestam porque quase todas as crianças estão vacinadas." Luís Varandas confirma: "Se não há uma grande percentagem de pessoas vacinadas, as doenças regressam. A imunidade de grupo só existe se as pessoas continuarem a ser vacinadas."
Além da varíola, que foi erradicada, o sarampo, a poliomielite, a rubéola, a difteria e o tétano neonatal já foram eliminadas em Portugal, mas podem ser contraídas fora do País. "Já tivemos casos de sarampo importados e só não houve surto porque as crianças estão vacinadas". Numa comunidade onde não estão imunizadas, pode surgir uma epidemia.

Celeste Barreto, diretora do serviço de pediatria do Hospital Santa Maria, só se recorda de acompanhar duas famílias que, nos últimos anos, não quiseram vacinar. E uma delas voltou atrás na decisão. "O filho de um amigo ficou doente e decidiram começar a vacinar". A pediatra é "da época em que não havia vacina da Meningite C", por exemplo, e "a diferença para os dias de hoje é abismal". "O número de casos era significativo e os quadros eram gravíssimos".

Milhões de mortes evitadas
De acordo com a OMS, as vacinas evitam anualmente a morte de três milhões de pessoas. O pediatra Mário Cordeiro acredita que "muitas pessoas não têm uma pálida ideia da importância da vacinação e dos milhões de vidas que as vacinas já salvaram." Cinquenta e dois anos após a criação do PNV, "já se tornou um hábito e desvalorizamos o assunto, o que não acontece nos países menos desenvolvidos".

Mário Cordeiro já conheceu muitos pais que não quiseram seguir o PNV, mas diz que continuam a ser a minoria: "Respeito as decisões mas pretendo que saibam a responsabilidade que assumem e tento desmistificar o que os assusta: um misto de 'complô das multinacionais' e teorias da conspiração, ou que as doenças são inventadas. Não são! [..] As doenças matam, as vacinas salvam".

Vírus em constante mutação
Paulo é um nome fictício, porque este pai considera que a sociedade não aceita a sua decisão. "Incutiu-se o medo que a criança pode morrer se não for vacinada". Uma das razões que o leva a não imunizar as filhas é o facto de os vírus estarem "em constante mutação". "Quanto te infeta, já está alterado. Podes sofrer menos danos, mas serás infetado na mesma. E entretanto já colocaste veneno no corpo". Por outro lado, considera que estaria a destruir o sistema imunitário das filhas. Mas a forma como as vacinas mexem com o sistema imunitário, esclarece Mário Cordeiro, é a "forma como mexem as dezenas e dezenas de microrganismos com os quais os nossos filhos contactam todos os dias, connosco, com a família, no infantário e escola."

O PNV inclui 12 vacinas, universais e gratuitas. Além dessas, existem outras recomendadas pelos pediatras, mas cujos custos são suportados pelos pais. Sofia Salgado Mota dá todas à filha mais nova, Carlota, e, enquanto educadora de infância, apercebe-se que a maioria dos pais tenta fazê-lo. "Quando não o fazem é porque a nível financeiro não conseguem". A vacina contra a meningite B, por exemplo, custa quase 100 euros.

Tal como Paulo, Maria (nome fictício), 47 anos, também escolheu não vacinar a filho, de 6 anos. "A vacinação está a ser feita de forma estandardizada, mas as necessidades, os ambientes e as pessoas são diferentes". Adepta de "coisas mais naturais, sem muitos químicos", leu diversos livros e estudos antes de seguir este caminho. Ao DN, destaca argumentos que leu repetidas vezes: "Alguns efeitos secundários eram unânimes: as alergias, o autismo, a toxicidade cancerosa." O desconhecimento face à composição da vacina e o enfraquecimento do sistema imunitário ajudaram a suportar a decisão. Ainda colocou a hipótese de escolher apenas algumas vacinas, mas o PNV "não prevê o meio-termo".
Eficácia e segurança garantidas

De uma maneira geral, as reações adversas da vacinação não são graves. O pediatra Hugo Rodrigues considera que as pessoas que não seguem o PNV "só têm coragem de o fazer porque a taxa de vacinação em Portugal é elevada". Testadas durante anos, "as vacinas são seguras, muito eficazes e não matam". Basta olhar para "a descida a pique na mortalidade infantil nas últimas décadas". "A mudança é radical e benéfica, por isso custa a perceber esta onda antivacinação".

O pediatra Gomes Pedro também defende que "as vacinas são fundamentais", pois "protegem contra infeções que não podem ser evitadas de outra forma". Tal como Mário Cordeiro, gostaria de ver incluídas no PNV as vacinas antirrotavírus e antimeningite B: "Faço um grito de alerta para que o País garanta a sua comparticipação."

Estudo
Uma bactéria super resistente, conhecida como CRE, poderá estar a alastrar-se mais rapidamente do que o previsto, segundo um...

De acordo com os investigadores, a transmissão desta bactéria de pessoa para pessoa poderá muito bem estar a ocorrer sem qualquer tipo de sintomas.

"Muitas vezes falamos sobre a crescente onda de resistência aos antibióticos em termos apocalípticos. No entanto, devemos sempre lembrar-nos que as pessoas que estão em maior risco estariam em risco de qualquer outra infeção, porque elas estão muitas vezes entre as pessoas mais frágeis no sistema de saúde. Embora o foco típico tenha sido no tratamento de pacientes doentes com infeções relacionadas à CRE, as nossa investigações sugerem que a CRE está a espalhar-se além dos casos óbvios de doença. Precisamos olhar mais atentamente para este tipo de transmissão dentro das nossas comunidades e instalações de saúde se quisermos eliminá-la", revelou William Hanage, um dos responsáveis por este estudo.

Refira-se que já na semana passada, escreve o Diário de Notícias, ficou a saber-se da morte de uma mulher no estado do Nevada devido a esta bactéria. Apesar da notícia ter sido apenas pública na última sexta-feira, esta mulher acabou por morrer em agosto do ano passado, isto depois da infeção bacteriana ter resistido aos 26 tipos de antibióticos disponíveis nos Estados Unidos.

De acordo com alguns dados estatísticos, a CRE é já responsável por cerca de 9300 infeções e 600 mortes por ano nos Estados Unidos.

Cuidado com o frio
A proteção civil alertou para a descida das temperaturas de terça para quarta-feira em todo o país, com valores entre os zero e...

O alerta à população surge após uma reunião entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que prevê uma diminuição da temperatura a partir da noite de terça para quarta-feira, provocando uma situação de tempo frio e seco que se prolongará até ao próximo sábado.

Os valores das temperaturas mínimas deverão variar entre zero e 4 graus centígrados na generalidade do país, mas serão significativamente mais baixos nas regiões do interior, em particular nas regiões do Norte e Centro, onde a temperatura mínima poderá descer até 8º C negativos, escreve o Sapo.

Quanto à temperatura máxima, não deverá ultrapassar os 8 a 12 graus centígrados no litoral oeste e no interior sul, sendo ligeiramente superior na costa sul do Algarve (entre 12 e 14.º C) e inferior no interior Norte e Centro, onde os valores não deverão ultrapassar 5 / 6º C.

Também a partir da noite de terça-feira e até quinta-feira, o vento soprará mais intenso, em geral de intensidade moderada, forte nas terras altas.

Face às condições meteorológicas, a ANPC lembra que poderão existir intoxicações por inalação de gases, devido a inadequada ventilação nas habitações e incêndios resultantes da má utilização de lareiras e braseiras ou de avarias em circuitos elétricos.

Chama ainda a atenção para a eventual formação de gelo em troços de estradas com ensombramento permanente e pede para que haja especial atenção com os grupos populacionais mais vulneráveis, crianças, idosos e pessoas portadoras de patologias crónicas e população sem-abrigo.

A ANPC apela à população para adotar comportamentos adequados, como o uso de agasalhos, uso de várias camadas de roupa e ingestão de sopas e bebidas quentes.

Comissão Europeia
O Tribunal de Contas Europeu considerou “ineficientes” as ações da Comissão Europeia para lutar contra o desperdício de...

Num relatório, os auditores europeus analisaram todas as políticas europeias e avaliaram em que medida combatem o desperdício alimentar, que, segundo estimativas da Comissão Europeia, ascendem a 88 milhões de toneladas de comida por ano, no conjunto da União Europeia.

Segundo a ONU, o custo global do desperdício alimentar ascende a 1.700.000 milhões de dólares por ano, recordou a responsável pelo relatório, Bettina Jakobsen, durante a sua apresentação em Bruxelas.

“A Comissão Europeia não combate ao desperdício alimentar de forma efetiva e as iniciativas e política já em vigor poderiam ser utilizadas de maneira mais eficiente para minimizar o problema. A melhoria do combate não requer novas iniciativas legislativas ou mais dinheiro, apenas um melhor ajuste das já existentes”, afirmou.

Bettina Jakobsen destacou que “as estimativas atuais indicam que cerca de um terço da comida produzida para consumo humano acabar por ser desperdiçada ou se perde”.

Os auditores pediram à Comissão Europeia para desenvolver um plano de ação para os próximos anos que inclua uma avaliação e a prevenção do desperdício alimentar nas suas políticas, incluindo a Política Agrícola Comum e a Política de Pescas Comum e que através delas se promova a doação de alimentos.

Os auditores defenderam também que a luta contra o desperdício também deve ser impulsionada pelos Estados-membros e atores locais, através de ações de consciência.

Segundo a FAO (Organização da ONU para a Alimentação e Agricultura), os consumidores são responsáveis por 52% do desperdício, contra os 9% da distribuição, 17% da indústria transformadora e 23% da indústria produtora.

Devido ao frio
A Câmara de Lisboa vai acionar, a partir de hoje, o plano de contingência para os sem-abrigo, devido ao tempo frio, sendo...

Em causa estão as previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que apontam para uma acentuada descida das temperaturas entre terça e quarta-feira, com valores entre os zero e os quatro graus centígrados em todo o país.

Em comunicado, a autarquia precisa que o Plano de Contingência para as Pessoas Sem-Abrigo Perante o Frio, que é ativado quando se registam, pelo menos, dois dias consecutivos com temperaturas mínimas abaixo de três graus, estará em vigor a partir do final da tarde de terça-feira.

O município acrescenta que o Dispositivo Integrado de Apoio aos Sem-Abrigo (DIASA) estará em funcionamento no Pavilhão do Casal Vistoso, permitindo a distribuição de refeições quentes, de alimentos e de agasalhos.

Na mesma nota, o Serviço Municipal de Proteção Civil aconselha a dar "especial atenção aos grupos da população de maior risco", como crianças nos primeiros anos de vida e idosos, doentes crónicos ou acamados e indivíduos com perturbações de memória, problemas de saúde mental, alcoolismo ou demência, que tomem medicamentos como psicotrópicos ou anti-inflamatórios, com mobilidade condicionada ou ainda que vivam isolados ou em situação de exclusão social.

Este organismo sugere, também, que a população se mantenha "em casa ou em locais quentes" e que sejam evitadas "atividades físicas intensas que obrigam o coração a um maior esforço que podem provocar um ataque cardíaco".

Para os munícipes que estiverem em casa, o Serviço Municipal de Proteção Civil recomenda o cuidado com as lareiras, ter cuidado com queimaduras em aquecimentos e tentar poupar energia, desligando os aparelhos elétricos que não sejam necessários, de forma a evitar o consumo excessivo de eletricidade, que pode sobrecarregar a rede originando focos de incêndio ou falhas de energia.

As temperaturas vão descer entre quatro e nove graus Celsius a partir de quarta-feira em Portugal continental devido a uma massa de ar continental mais fria e seca, disse hoje à Lusa a meteorologista Maria João Frada do Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

De acordo com a especialista, prevê-se para terça-feira céu pouco nublado ou limpo, temporariamente com alguma nebulosidade na zona fronteiriça da região norte durante a tarde, mas sem grandes alterações nas temperaturas.

"Depois na quarta-feira e previsivelmente até, pelo menos, ao dia 20 ou 21 [sexta-feira ou sábado] vamos ter frio mais a sério porque neste momento o que temos a afetar o continente é uma massa de ar polar que vem na circulação do anticiclone que está localizado a noroeste da Península Ibérica e, gradualmente até quarta-feira, esse anticiclone vai-se estender em direção ao interior da Europa, principalmente Europa de norte", indicou.

Segundo Maria João Frada, o anticiclone vai ter um posicionamento diferente, dando origem a uma corrente de leste com transporte de uma massa de ar continental, portanto mais fria e seca.

Estudo
O trabalho de uma investigadora portuguesa radicada em Londres revela melhor o papel de uma proteína chave na divisão celular,...

Divulgado na publicação especializada Nature Communications, o artigo cuja primeira autora é Inês Castro, da universidade londrina de Brunel, propõe que a proteína 'Repo-man', que já se sabia ser importante para a divisão celular, contribui também para as células voltarem ao seu funcionamento normal após dividirem-se.

Inês Castro disse que, na divisão das células, esta proteína contribui para ativar o estado em que a célula precisa de estar para se dividir e, depois dessa divisão, é responsável pelo regresso ao estado normal, quer da célula-mãe quer da célula-filha, ativando ou desativando determinados genes.

Quando uma célula se divide, toda a sua atividade fica suspensa, e os genes precisam de ser reativados para que a célula retome o seu papel.

A investigadora destaca que é mais um contributo para um atlas dos intervenientes na regulação dos genes e que o próximo passo da investigação incidirá sobre o possível papel em certos tipos de cancro em que se verifica que a proteína 'Repo-man' está mais elevada.

Crianças com necessidades especiais
Estudantes e docentes da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores do Instituto Politécnico de Leiria criaram...

Os estudantes Wilson Conniott e Marcos Soares, e os docentes Hugo Gomes e Nuno Vieira Lopes, da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Politécnico de Leiria, criaram dois novos interruptores para brinquedos adaptados, com e sem fios, para serem usados no âmbito da campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos", uma iniciativa pioneira que o Politécnico de Leiria dinamiza desde 2007, adianta o instituto em nota de imprensa.

O sistema com fios é um interruptor de proximidade, também sensível ao toque, mais simples, barato e funcional que o anteriormente desenvolvido no Departamento de Engenharia Eletrotécnica. Já o sistema sem fios é constituído por um módulo emissor (com sensor de proximidade) e por um módulo recetor conectado a um ou mais brinquedos. O módulo emissor poderá ser substituído por um dispositivo móvel com sistema operativo Android, utilizando um aplicativo que aciona os brinquedos através de toque no ecrã ou sensor de proximidade, explica ainda o comunicado do IPL.

A equipa desenvolveu os novos interruptores no projeto "B2A: Botões para Brinquedos Adaptados", no âmbito da unidade curricular de projeto, e o trabalho visa ser um contributo mais técnico e útil para a campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos".

A campanha "Mil Brinquedos, Mil Sorrisos", dinamizada pelo Centro de Recursos para a Inclusão Digital do Politécnico de Leiria (CRID) junta há oito anos toda a comunidade académica do Politécnico de Leiria na recolha de brinquedos (de sistema eletrónico simples, on-off), que o Departamento de Engenharia Eletrotécnica adapta voluntariamente para serem utilizados por crianças com necessidades especiais, e que o CRID distribui junto de associações.

Desde 2007, o Politécnico de Leiria já recolheu, adaptou e distribuiu voluntariamente mais de cinco mil brinquedos.

Administração Regional de Saúde
O Algarve vai ter em 2018 um equipamento para a deteção do cancro que permitirá melhorar a resposta na região para doenças...

O equipamento, conhecido pela sigla PET TAC, combina dois tipos de exames - a Tomografia por Emissão de Positrões (PET) e a Tomografia Axial Computorizada (TAC) - sendo um meio de diagnóstico da área da Medicina Nuclear que possibilita a deteção e a determinação do estadiamento da doença.

"Vamos equipar o Algarve com um PET TAC e estamos a fazer tudo para que no mais curto espaço de tempo a região venha a beneficiar deste equipamento", disse João Moura Reis, sublinhando que a instalação do dispositivo, em Faro, "vai melhorar muito a intervenção no âmbito da Oncologia".

Segundo aquele responsável, a instalação do aparelho, que deverá entrar em funcionamento no próximo ano, em Faro, vai melhorar a capacidade de diagnóstico das lesões benignas e malignas, permitindo estabelecer com maior segurança o estadiamento dos tumores e ainda observar mais facilmente o grau de malignidade.

"Estabelece-se mais facilmente a localização ou recidivas [retorno da atividade de uma doença] no caso de haver subida dos valores tumorais", explicou, acrescentando que estabelece também mais facilmente a existência de recorrências, como algumas doenças residuais que possam ficar.

João Moura Reis sublinhou que a instalação do equipamento no Algarve, que representa um investimento superior a 2 milhões de euros, "deverá a curto prazo ser validada", prevendo-se que entre a encomenda do aparelho e a sua instalação decorra cerca de um ano.

No mês de dezembro foi instalado na Unidade de Radioterapia do Algarve um novo acelerador linear, um equipamento de radioterapia de última geração que vai permitir tratar os doentes com cancro em períodos mais curtos e com menos efeitos secundários.

Uma das novas técnicas disponibilizadas é a radioterapia guiada por imagem, sistema automatizado que possibilita a colocação do paciente no local certo por situar, de forma mais exata, o tumor em causa.

Direção-Geral da Saúde
A Direção-Geral da Saúde estima que a incidência da gripe esteja esta semana a descer de intensidade e lembra que ainda há 20...

O diretor-geral da Saúde, Francisco George, convocou hoje uma conferência de imprensa para dar conselhos aos portugueses sobre o tempo frio que se avizinha, tendo em conta as previsões meteorológicas, mas disse não se estar “perante um cenário alarmante”.

No início desta época gripal havia 1,2 milhões de doses de vacinas disponíveis para dar gratuitamente no Serviço Nacional da Saúde (SNS), além de cerca de 700 mil para venda em farmácias.

Das vacinas do SNS, sobram por enquanto cerca de 20 mil doses que ainda podem beneficiar pessoas dos grupos prioritários que ainda não se imunizaram.

Sobre o período gripal, Francisco George disse que “é provável que tenha iniciado esta semana a descida da intensidade ao nível dos novos casos”.

“Pode acontecer, tudo indica, que dentro de quatro semanas a atividade gripal possa ser residual”, afirmou.

O diretor geral da Saúde admitiu que houve nas últimas semanas pressão nos serviços de urgência, mas sublinha que é um fenómeno que se tem repetido todos os anos.

Sobre o excesso de mortalidade, Francisco George adiantou que foi enviada para a Organização Mundial da Saúde (OMS) uma informação que refere que a grande maioria dos óbitos se regista em pessoas com mais de 75 anos e em particular em idosos com mais de 85.

O diretor geral da Saúde lembra que a gripe pode contribuir para acelerar a mortalidade, estimando que todos os anos pelo menos 1.500 portugueses possam ter o seu final de vida precipitado pela gripe.

Cerca de 100 pessoas foram já admitidas em unidades de cuidados intensivos devido à gripe na época atual, sendo que a grande maioria delas não se encontrava vacinada.

Contudo, para perceber se a mortalidade acima do esperado verificada nas últimas semanas de epidemia de gripe tem efetivamente correspondência numa sobre mortalidade é necessário fazer análises e estudos mais aprofundados que só deverão ser concluídos no final do ano.

Em relação ao vírus predominante este ano (AH3), a subdiretora-geral da Saúde Graça Freitas indicou que a época deste ano foi compatível com outras com vírus idênticos, “não sendo mais dramática” que noutros anos.

“Ocorreu o padrão habitual para um vírus desta natureza”, afirmou.

Relativamente à diminuição das temperaturas prevista para os próximos dias, a Direção-geral de Saúde lembra que o frio pode precipitar a descompensação por doenças crónicas e lembrou que pediu à rede nacional de delegados de saúde que reforçasse as visitas aos lares de idosos.

Além disso, Francisco George recordou hoje aos jornalistas algumas das recomendações preventivas à população: manter o corpo hidratado e quente, aquecer a casa, ter em atenção que há fontes de calor que representam risco de incêndio ou intoxicação, estabelecer contacto com familiares e vizinhos ou telefonar, em caso de necessidade, para a Linha Saúde 24.

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