Projeto Saúde.Come
Em Portugal, cerca de 20% da população está em situação de insegurança alimentar, o que significa que têm acesso limitado a uma...

O Projeto Saúde.Come verificou que estes portugueses têm mais doenças crónicas – diabetes, depressão e doenças reumáticas. E consomem mais recursos de saúde – hospitalizações e consultas hospitalares. “É um sério problema de saúde pública que tem impacto em todo o sistema de saúde no país”, alerta Helena Canhão, coordenadora da investigação.

Cerca de 20 por cento das famílias portuguesas estão em situação de insegurança alimentar, o que equivale a dizer que uma em cada cinco não tem acesso a uma alimentação saudável e receia não ter o que comer. Estes dados resultam da investigação do projeto Saúde.Come, conduzida por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências Médicas Universidade Nova de Lisboa, em 2015 e 2016. O estudo tem por base um inquérito nacional sobre insegurança alimentar, aplicado a 5.653 indivíduos com mais de 18 anos, representativos da população adulta portuguesa e que estão a ser seguidos desde 2011 (a coorte EpiDoC).

“Este é um sério problema de saúde pública em Portugal”, salienta Helena Canhão, investigadora principal do Saúde.come. “E tem grande impacto, não só na saúde das pessoas como em todo o sistema nacional de saúde”, sublinha.

No estudo, 19,3% famílias portuguesas referiram estar numa situação de insegurança alimentar. Destas, a maioria apresentava um nível de insegurança alimentar ligeiro (14,1%), o que significa alguma incerteza face ao acesso a alimentos ou mesmo alterações nos hábitos alimentares, resultantes de dificuldades económicas. “Motivo de alarme é o facto de cerca de 140 mil pessoas, 1,8 % das famílias portuguesas, reportarem que as suas dificuldades económicas comprometerem a quantidade e a qualidade dos alimentos que têm disponíveis para consumo”, destaca Helena Canhão.

Os resultados sugerem ainda que a insegurança alimentar está associada a piores condições do estado de saúde. Os portugueses nesta situação reportaram uma diminuição na compra de medicamentos e no número de idas ao médico devido às dificuldades económicas sentidas nos três meses anteriores a este inquérito.

“Os indivíduos em insegurança alimentar reportaram uma pior qualidade de vida e capacidade funcional. Revelam ainda maior propensão para doenças crónicas, como a diabetes, a depressão e as doenças reumáticas”, alerta a investigadora. O risco de diabetes e de doenças reumáticas foi cerca de 1,6 vezes superior nos indivíduos em insegurança alimentar. Estes indivíduos apresentam, também por isso, um maior consumo de recursos em saúde – maior número de consultas hospitalares e de hospitalizações.

As ilhas da Madeira e dos Açores e também o Algarve foram as regiões de Portugal onde se identificou uma maior percentagem de insegurança alimentar. Na Madeira e nos Açores, a percentagem de agregados familiares em situação de insegurança alimentar chega mesmo a atingir valores perto dos 29% (29% nos Açores 28,8% na Madeira).

Outro dado a destacar é a menor adesão ao padrão alimentar mediterrânico, por parte das pessoas em situação de insegurança alimentar. Em particular, recorrem menos ao azeite como principal gordura utilizada para a preparação e confeção dos alimentos, consumem menos hortícolas e fruta, e, em contrapartida, preferem as carnes vermelhas e processadas.

Coordenador da Direção-Geral da Saúde
Um terço dos adultos portugueses é fisicamente inativo e não cumpre qualquer recomendação para a prática da atividade física,...

Os dados foram revelados pelo coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física, Pedro Teixeira, para quem os números da prática desportiva “não são muito encorajadores”.

“Hoje em dia já temos dados de vários inquéritos realizados a nível europeu e nacional, que nos permitem dar uma ideia da prática da atividade física e de quantas pessoas são fisicamente ativas em Portugal”, afirmou, revelando que “apenas cerca de 20 por cento da população adulta cumpre com as recomendações internacionais para a prática da atividade desportiva”.

Para Pedro Teixeira, este “é um número muito baixo”.

O docente na Faculdade de Motricidade Humana faz, contudo, uma destrinça: “Se considerarmos toda a atividade física que as pessoas fazem (o tempo que percorrem a caminhar durante o dia, as atividades na ocupação laboral, nos transportes ou domésticas), podemos ter um número sensivelmente mais baixo” de pessoas inativas.

“Dois terços da população poderão ser ativos, mas não suficientemente ativos. Há, depois, um outro terço de pessoas (entre 25 a 30%), que sabemos serem mesmo inativos fisicamente e que não cumprem qualquer tipo de recomendação. Uma pessoa fisicamente inativa é uma pessoa que nem faz desporto nem exercício físico regularmente e tem um padrão de vida sedentário”, referiu.

Estas pessoas “passam muito tempo sentadas: em casa, no seu tempo livre, no seu local de trabalho e nas suas deslocações diárias usam meios motorizados, que não despendem qualquer energia”.

Segundo Pedro Teixeira, as recomendações para prática da atividade física para a população adulta situam-se em 150 minutos (cerca de duas horas e meia) de atividade física moderada ou vigorosa, acumulados numa semana tipo.

Os estudos demonstram que, acima deste nível, as pessoas têm uma proteção adicional face a fatores de risco de natureza metabólica e cardiovascular.

Contudo, “apenas um quinto da população portuguesa cumpre estes critérios”.

A propósito do crescimento da área da saúde e bem-estar, que se tem traduzido no aumento de várias outras áreas, como a alimentação e a atividade física, Pedro Teixeira, diz que esta é “uma boa altura para existir um programa que capitalize esta vontade social, este fenómeno”.

“O que tentamos agora é dar alguma coordenação a todos estes processos que, por si só podem evoluir de forma individualizada, mas têm mais eficácia se for feita de forma coordenada”, adiantou.

Entre os vários sinais do crescimento desta área está o aumento da procura de serviços de vários tipos. Na faculdade onde leciona, por exemplo, Pedro Teixeira tem assistido a uma maior procura por formação pré e pós graduada na área do desporto e do exercício:

“Isso é bom, porque precisamos de técnicos cada vez mais bem preparados e existe também uma oferta com origem na atividade privada que tem permitido o acesso à prática de atividade física de uma forma mais generalizada".

Segundo Pedro Teixeira, “as autarquias também estão atentas a este fenómeno e têm procurado dinamizar a construção de vias pedonais, cicláveis, de um ambiente que potencie a prática desportiva, com instalações no exterior”.

O coordenador do programa da Direção-Geral da Saúde (DGS) recomenda algumas atitudes que, mesmo sem ser de uma forma organizada, podem promover a atividade física, como pequenas pausas no local do trabalho, optar por percursos mais longos em pequenas tarefas e as escadas em detrimento do elevador.

“Podemos ser criativos: Em muitas empresas tecnológicas é muito frequente a realização de 'walking meetings' [encontros em movimento] que decorrem num parque à volta de um edifício. Nos auditórios ou salas de aula, podemos ter salas progressivamente adaptadas para que as pessoas possam deambular, estar em pé ou sentadas”.

Pedro Teixeira reconhece a importância do exemplo que chega de pessoas reconhecidas socialmente. “Muitos políticos são vistos a correr ou a fazer desporto, como por exemplo o Presidente cessante dos Estados Unidos. O passo seguinte pode ser esse de perceber que a atividade física também se faz no local de trabalho. Isso ajuda muitas vezes o cérebro a trabalhar melhor, ajuda a ter novas ideias”.

Coordenador da Direção-Geral da Saúde
O coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física defende que as escolas deviam ter uma hora diária de...

Em Portugal, cerca de 80% dos adolescentes não são suficientemente ativos, refere Pedro Teixeira, responsável pelo mais recente programa prioritário da Direção-Geral da Saúde (DGS).

As recomendações mundiais para crianças e adolescentes vão no sentido de que devem acumular no mínimo uma hora por dia de atividades livres ou estruturadas que envolvam movimento físico a um nível pelo menos moderado.

Em Portugal, os alunos do ensino básico têm três tempos letivos semanais de Educação Física e, embora Pedro Teixeira reconheça que esta carga horária está atualmente ao nível da média europeia, crê que está mal distribuída.

“O que se passa em Portugal é que por fenómenos de organização dos calendários escolares, este horário é colapsado e é concentrado em um ou dois períodos (por semana), o que acaba por ter consequências negativas na aquisição das aprendizagens e na forma como os alunos se relacionam com a disciplina”, afirmou o especialista.

Ou seja, mais do que o número de horas ou tempos por semana, está em causa a forma como são organizadas no horário escolar, com Pedro Teixeira a defender que é preferível não concentrar as horas da disciplina e espalhá-la ao longo da semana.

Atualmente há países no norte da Europa que estabeleceram uma hora diária de Educação Física nos currículos escolares: “Isso dá uma margem de manobra para aquisição de competências e capacidade de literacia física. Seria ideal que para lá pudéssemos caminhar”.

O coordenador do novo Programa da DGS saúda que a disciplina de Educação Física no Ensino Secundário possa voltar a contar para a média desse ciclo e para a entrada no Ensino Superior e sublinha que deve ser vista “como uma disciplina tão fundamental como todas as outras”.

A Educação Física é considerada um elemento fundamental em qualquer política de promoção de atividade física, mas há que trabalhar noutros campos para que os adolescentes abandonem a tendência de se tornarem mais sedentários.

Segundo Pedro Teixeira, há que trabalhar com as famílias, com a escola e com as autarquias para, por exemplo, fazer com que o percurso entre casa e as aulas envolva o mais possível períodos de marcha ou de bicicleta.

Instituto Nacional de Saúde
O período de epidemia de gripe em Portugal terminou, diz o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, segundo o qual a...

No Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe divulgado ontem dá-se conta de que a taxa de incidência de síndroma gripal na última semana de janeiro foi de 23,2 por 100.000 habitantes, “o que indica o fim do período epidémico”.

O boletim refere que desde a segunda semana de janeiro houve uma diminuição do número de casos de gripe detetados laboratorialmente e que na última semana do mês foi identificado um caso positivo para o vírus da gripe do subtipo A (H3).

Pela quarta semana consecutiva diminui também o número de casos de gripe nas unidades de cuidados intensivos. A taxa de admissão chegou a ser de 11,65% mas tinha descido para 0,5% na semana passada, segundo o boletim.

Na primeira semana de janeiro a taxa de incidência da gripe era de 82,4 por cada 100.000 habitantes, tendo descido na semana seguinte para 52,4.

Especialista alerta
O Sistema Nacional de Saúde não está preparado para enfrentar o crescimento anunciado do número de cancros, sendo que a solução...

À margem de uma jornada que reuniu em Braga, no Instituto Ibérico de Nanotecnologia (INL) investigadores na área do cancro, no âmbito do Nano World Cancer Day 2017, a investigadora do Centro Clínico Champalimaud Fátima Cardoso alertou a insuficiência não é exclusiva Sistema Nacional de Saúde (SNS) português uma vez que "nenhum país do mundo" está preparado para enfrentar as estimativas para incidência de doença oncológica, que no futuro poderá atingir uma em cada duas pessoas.

"Não está em Portugal mas também não está em nenhum país do mundo, não é uma deficiência do nosso SNS", afirmou Fátima Cardoso, quando questionada sobre se o SNS estaria preparado para responder à previsão do aumento do número de doentes oncológicos.

A investigadora, que colocou de lado "alarmismos", apontou como caminho a seguir o desenvolvimento da coordenação entre investigadores e os chamados médicos de família: "A saúde familiar é indispensável porque para uma doença que pode atingir metade da população, um em cada duas pessoas, não haverá médicos especialistas diferentes", referiu.

A importância dos médicos de família trespassa, defendeu, todo o processo oncológico.

"Em muitas partes da história do cancro, desde o diagnóstico, ao rastreio, depois durante o tratamento, a ajudar para os efeitos secundários e depois o seguimento, a maior parte destas pessoas vai sobreviver, vai ficar bem dessa doença, vai viver. Eu vejo que a única solução é uma integração dos cuidados de saúde primários, os chamados médicos de família, a trabalharem em íntima colaboração com os hospitais mais especializados", concluiu.

Ou seja, simplificou, "é preciso colaborar, colocar os cientistas, mais habituados a trabalhar nos laboratórios, colocar esses cientistas a trabalhar conjuntamente com os clínicos, aqueles que lidam com a doença no dia-a-dia".

Fátima Cardoso apontou ainda uma outra preocupação: "A disparidade de acesso, entre países e dentro de cada país. Como é que vamos lutar contra uma medicina a duas velocidades, a daqueles que podem pagar e a dos que não podem pagar", disse.

Os investigadores realçaram ainda a importância do diagnóstico precoce da doença, processo no qual a nanotecnologia e a imagiologia terão um "papel fundamental", salientando ainda a "sensibilidade e empenho" existente para investir na investigação de técnicas que permitam aquele diagnóstico.

"Estamos cada vez melhor em relação aos meios de diagnóstico precoce mas há ainda tumores que nos põem problemas porque não são de grande crescimento ou são de difícil acesso. Quando há sintomatologia, os doentes estão claramente numa fase avançada da doença", explicou Raquel Seruca, do i3S-Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, Porto, Mutações de E-caderina em cancro.

Pelo que, continuou, "a nanotecnologia vai ser fundamental, vai ser a maneira com que algumas partículas cheguem às células neoplásicas, emitam sinal que depois é detetado pela imagiologia, sem duvida que o caminho da nanotecnologia e imagiologia vai ser fundamental para métodos precoces de rastreio".

Por isso, os investigadores realçaram a importância da investigação mas, avisaram, "estas coisas exigem financiamento".

"Há muita sensibilidade e cada vez há mais, isso é importante reconhecer. Há claramente sensibilidade e empenho em investir nesta área", salientou o investigador do Centro de Neurociências e Biologia Celular, João Nuno Moreira.

Opinião
No âmbito do ciclo de sessões práticas e informativas sobre doença de Alzheimer e outras demências d

Todas as pessoas com demência sofrem alterações cognitivas e comportamentais?

A demência diz respeito a um conjunto de doenças progressivas que afetam a cognição (ex: memória ou atenção) e o comportamento, pelo que todos os indivíduos com esta condição experienciam alterações em pelo menos um destes domínios. É muito frequente existirem problemas cognitivos e comportamentais em simultâneo.

Sabemos que os cuidadores têm mais dificuldade em aceitar e gerir mudanças de comportamento ou da personalidade do que as alterações cognitivas decorrentes da doença. Por exemplo, poderão ter mais dificuldade em aceitar a verbalização de palavrões (que anteriormente não era habitual) do que esquecimentos.

Quais as alterações cognitivas e comportamentais mais comuns na demência?

Alterações cognitivas

As funções cognitivas afetadas, pelo menos numa fase inicial, dependem do tipo de demência em questão. Se estivermos a falar na doença de Alzheimer (o tipo de demência mais prevalente) o sintoma mais notório é a dificuldade em recordar coisas recentes, o que pode levar a que a pessoa não se lembre de eventos importantes e que repita a mesma pergunta ou afirmação várias vezes. Também podem existir alterações ao nível da capacidade de concentração, da linguagem e da percepção visual, por exemplo. Em fases mais avançadas as alterações são difusas, não havendo um perfil tão distintivo.

Alterações comportamentais

As manifestações comportamentais decorrentes da demência podem passar por perda de interesse nos amigos ou nas atividades de vida diária, negligência pessoal (aparência e higiene), agressividade, deambulação, desinibição, acumulação de objetos, entre outros.

É possível prevenir estas alterações?

Alterações cognitivas

Não é possível prevenir as alterações cognitivas pois elas são uma manifestação incontornável da doença. No entanto, existem estratégias que podem ser postas em prática de modo a diminuir a exigência cognitiva das tarefas do dia-a-dia, acabando por penalizar menos a pessoa com demência. A estimulação mental e física através da participação em actividades significativas pode contribuir para desacelerar o ritmo de deterioração cognitiva.

Alterações comportamentais

Quando as alterações comportamentais são uma consequência direta da doença – pela afetação da região cerebral responsável por inibir comportamentos desadequados – não é possível preveni-las. No entanto, existem intervenções farmacológicas e não farmacológicas que permitem diminuir a intensidade das mesmas.

Ainda assim, muitas vezes as manifestações comportamentais são reativas a um estado interno ou fator externo negativo. Alguns destes comportamentos podem sinalizar necessidades básicas da pessoa que não estão a ser supridas (ex: fome, dor, aborrecimento, isolamento). Neste caso, garantir que a pessoa está sempre confortável e segura pode ser uma boa forma de prevenir comportamentos indesejados.

No caso de uma pessoa com demência, o comprometimento cerebral pode levar a que tenha uma percepção da realidade diferente da das pessoas saudáveis (por exemplo, pode estar desorientada no tempo e no espaço e pode não se lembrar de algum evento recente). No entanto, o facto da pessoa ter uma visão diferente da dos outros não é suficiente para gerar comportamentos desafiantes. Estes normalmente surgem quando a pessoa com demência é confrontada com uma realidade que, pela doença, não é a sua. Por exemplo, tentar convencer a pessoa com demência que não está a ver a sua mãe mas sim o seu reflexo no espelho pode levar a um quadro de agitação e agressividade.

O que fazer perante estas alterações?

Alterações cognitivas

Um dos aspetos mais importantes a considerar quando abordamos pessoas com demência é focarmo-nos nos seus pontos fortes e não na evocação de factos. Se pedirmos a opinião à pessoa esta poderá ser engraçada, triste, incomum e até controversa, mas nunca estará errada. Cada pessoa poderá ter a sua opinião. Assim, em vez de, por exemplo, perguntar “Onde passou as férias do verão?” (uma pergunta de memória, que tem uma resposta certa ou errada), pergunte “Prefere campo ou praia? Porquê?” ou “Para onde é que me aconselha a ir viajar?” (perguntas de opinião). A comunicação com uma pessoa com demência não deve ser um teste de memória, pelo que devemos evitar fazer perguntas como “Lembra-se de....” ou “Sabe qual é.....?”. Reduzir as exigências de memória promove a participação e garante o sucesso da atividade.

Alterações comportamentais

Quando a pessoa com demência manifesta um comportamento indesejado, a primeira reação de quem a rodeia é de tentar modificar esse comportamento. No entanto, o mais provável é a pessoa com demência não responder favoravelmente à sua solicitação. Em vez disso, podemos tentar lidar com o comportamento da seguinte forma:

É importante ter presente que aquele comportamento é resultante de uma patologia que perturba o funcionamento cerebral e não levá-lo a peito.

Se o comportamento for agressivo pode ser útil retirarmo-nos da situação dando espaço à pessoa e, passado algum tempo, reaproximando-nos calmamente. Devemos evitar ao máximo discutir.

Devemos utilizar um tom de voz calmo e suave.

Será que existe algum factor que possa estar na origem daquele comportamento? Estará a pessoa com fome? Cansada? Com dores? Aborrecida? A sentir-se só? Poderá ser um efeito secundário da medicação?

Podemos tentar responder à emoção subjacente e não ao comportamento. Por exemplo, se a pessoa com demência estiver constantemente a perguntar por determinado membro familiar, pode precisar de ser assegurada de que essa pessoa está em segurança. Não devemos contrariar nem tentar empregar um raciocínio lógico, pois isto poderá frustrar a pessoa com demência.

Para mais informações e inscrições nesta ou noutra sessão do ciclo, consulte o website ou Facebook do NeuroSer:

http://www.neuroser.pt

http://www.facebook.com/NeuroSerPortugal

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
A solução para os problemas de sono pode estar em passar mais tempo ao ar livre, ao sol, segundo um estudo publicado na revista...

A investigação, conduzida pela Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, concluiu que poucos dias no campo, por exemplo numa atividade de campismo, bastam para as pessoas irem para a cama mais cedo, quer no verão, quer no inverno.

Para um dos autores do estudo, Kenneth Wright, o dia-a-dia tal como hoje é vivido "contribui para um ritmo circadiano tardio, independentemente da estação", que pode resultar, após uma noite mal dormida, em sonolência e, consequentemente, em acidentes de viação, reduzida produtividade no trabalho e na escola, abuso de drogas, oscilações de humor e doenças como a diabetes e a obesidade.

O estudo revela que um fim-de-semana no campo, por exemplo, pode redefinir o relógio biológico rapidamente, sendo que os humanos respondem a mudanças sazonais da luz do dia, tal como outros animais.

O ritmo circadiano designa o período de aproximadamente 24 horas no qual se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, incluindo os humanos, sendo influenciado, entre outros fatores, pela variação da luz e pela temperatura.

Este ciclo regula o estado de vigília ou de sono, além da digestão, da renovação de células e do controlo da temperatura corporal.

Num estudo anterior, a equipa de Kenneth Wright descobriu que a exposição à luz elétrica atrasa os relógios biológicos cerca de duas horas, o que se traduz numa mudança das flutuações normais da hormona melatonina, que regula o sono.

Os investigadores concluíram, então, que uma semana de sol, no verão, era suficiente para as pessoas irem para a cama mais cedo, sem que o tempo de sono se alterasse.

No novo estudo, quiseram perceber o que acontecia no inverno e enviaram um grupo de pessoas a acampar durante uma semana, por altura do solstício, em que os dias são mais curtos. Não foi permitido o uso de lanternas nem de telemóveis.

Os cientistas constataram que, com o aumento do tempo gasto ao ar livre, as pessoas foram dormir mais cedo, e isso foi visível nos níveis de melatonina que apresentavam.

Kenneth Wright e restantes colegas verificaram igualmente, numa outra experiência, que acampar, no verão, durante um fim de semana, evitou o comportamento típico de fim de semana de se ficar acordado até tarde.

Perante os resultados, a equipa científica aconselha as pessoas a terem um horário regular para dormir, a aumentarem a exposição diurna à luz solar e a diminuírem a exposição noturna à luz elétrica.

Esclarecer a população
A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos lançou hoje um documento que pretende promover um debate público e esclarecido...

“Este contributo que tornámos hoje público não é para fazer uma guerra dos cuidados paliativos contra outros, nem uma questão de esquerda ou de direita, embora às vezes pareça, nem de religiosos contra não religiosos, é uma questão de consciência, de cidadania”, disse o presidente da associação, Manuel Luís Capelas.

O objetivo – explicou – é que “todo o público e toda a sociedade portuguesa tenham uma opinião esclarecida e estejam na posse de todas as informações que lhes permita discutir serenamente este processo”.

A Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos (APCP) fez a tradução e a revisão para Portugal do “Livro Branco” desenvolvido pela Associação Europeia de Cuidados Paliativos, que pretende promover a informação pública e esclarecida acerca dos cuidados paliativos, sedação paliativa, eutanásia e suicídio medicamente assistido.

Segundo a Associação Europeia de Cuidados Paliativos, a “sedação paliativa” do doente terminal deve ser distinguida de eutanásia.

Na sedação paliativa, o objetivo é aliviar o sofrimento, através da utilização de fármacos sedativos ministrados para controlo do sofrimento perante sintomas refratários, enquanto na eutanásia a intenção é tirar a vida do doente, administrando-se um fármaco letal, explica a associação.

Um dia depois do debate sobre a eutanásia no parlamento, Manuel Luís Capelas alertou para a necessidade de existir “um amplo e aprofundado debate público” sobre esta questão, para esclarecer a população.

“Se não pode demorar muito a decisão sobre a eutanásia, não pode demorar tanto a decisão sobre uma verdadeira rede de cuidados paliativos”, para garantir o acesso em tempo útil a estes cuidados, defendeu.

Esta rede não deve ser “de serviços mínimos e de qualidade mínima, mas de serviços máximos e de qualidade máxima, para dar uma completa resposta à população e de melhor qualidade possível, necessitando para isso de um forte investimento económico, de recursos humanos e políticas de saúde”, defendeu.

“Se não houver esse investimento acho que é completamente errado e contraproducente, até do ponto de vista ético-político, não apostar nesta resposta e depois ir apostar na resposta que, mais do que controlar, apoiar e tentar ajudar o doente que está a sofrer, mate o doente”, advertiu o responsável.

Para Manuel Luís Capelas, o grande risco que se corre, se não houver essa “resposta de cuidados máximos”, é, “entre muitas aspas, coagir o doente” para uma saída mais fácil para o seu sofrimento.

“Este é que é um perigo muito sério, que o doente se sinta coagido - não pelos profissionais, mas por todo um sistema que não o apoia -”, e procure “a fuga mais fácil para resolver o seu sofrimento que é deixando de ser uma sobrecarga para as pessoas, sendo morto ou matando-se com o apoio médico, se não houver outra resposta”, frisou.

O documento está disponível no site da APCP e no seu Facebook e será distribuído por todas as entidades.

Em Portugal existem entre 72 mil e 86 mil doentes a necessitar de cuidados paliativos. Mais de metade (51%) dos doentes internados nos hospitais com necessidades paliativas, apenas 7% foram referenciados para equipas de cuidados paliativos, refere um estudo do Observatório Português dos Cuidados Paliativos.

4 de fevereiro - Dia Mundial Contra o Cancro
Na opinião da maioria dos jovens (72%), a responsabilidade de informar sobre cancro cabe em primeiro lugar à Escola, e só...

O mesmo estudo revela um outro dado relevante sobre a relação dos jovens portugueses com a doença oncológica. Apenas 12% dos inquiridos têm conhecimento da existência da colonoscopia como rastreio para o Cancro do Cólon e Reto, o tipo de cancro mais frequente em Portugal, com mais de 7 mil novos casos todos os anos, e também o mais mortal.

“É com grande preocupação que constatamos que os jovens desconhecem a existência de rastreios para o cancro, uma vez que estes são fundamentais para um diagnóstico precoce da doença e, consequentemente, para potenciar as hipóteses de sobrevivência”, afirma Gabriela Sousa, presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO).

Todos os anos são diagnosticados 40 a 45 mil novos casos de cancro em Portugal e morrem entre 20 a 25 mil doentes oncológicos. Atualmente existem 50% de possibilidades de se desenvolver um cancro ao longo da vida, mas estima-se que a incidência de cancro aumente exponencialmente: mais 70% de novos casos de cancro nas próximas duas décadas.

“Este ano a SPO pretende ir ao encontro das expectativas dos jovens portugueses e investir mais na educação para a doença oncológica nas escolas. Educar e informar a sociedade sobre a ligação entre estilos de vida e risco de cancro é o primeiro passo para a prevenção efetiva da doença. Atendendo o aumento da incidência e mortalidade por cancro, é essencial atuar ao nível destes dois componentes: deteção precoce e prevenção”, explica a presidente da SPO.

O inquérito foi aplicado a um universo de 254 indivíduos, com idades compreendidas entre os 15 e os 30 anos, residentes em Portugal Continental. Os dados foram recolhidos entre os dias 3 e 6 de novembro de 2016, através de entrevista telefónica.

Estudo
A imunidade da população portuguesa em relação às doenças abrangidas pelo Programa Nacional de Vacinação é “alta”, sendo de 100...

Trata-se de um projeto do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) que visa conhecer a prevalência de anticorpos específicos para as doenças que integram o Programa Nacional de Vacinação (PNV), bem como para outros agentes infeciosos com impacto negativo em saúde pública, através da recolha de uma amostra aleatória da população residente no país, estratificada por região e grupo etário.

Este é um dos 26 projetos que beneficiam de financiamento do Programa Iniciativas em Saúde Pública (PT06), o qual resulta do Memorando de Entendimento celebrado entre o Estado Português e os Estados Doadores do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu 2009-2014 (MFEEE) – Islândia, Liechtenstein e Noruega.

Na sexta-feira, serão apresentados os primeiros resultados de nove destes projetos, como o Projeto Inquérito Serológico Nacional 2015-2016.

Em declarações à agência Lusa, a coordenadora do Laboratório Nacional de Referência das Doenças Evitáveis pela Vacinação, do Departamento de Doenças Infeciosas do INSA, Paula Palminha, disse que os primeiros resultados apontam para uma “alta” imunidade da população portuguesa para as doenças cujas vacinas integram o PNV.

“Uma das doenças em que o PNV foi mais favorável é o tétano em que a seroprevalência é de 100% em vários grupos etários, ou seja, a totalidade dos indivíduos estudados estava inume ao tétano”, revelou.

Em relação à difteria, a investigação concluiu que, comparativamente ao anterior inquérito serológico, se registou um aumento da seroprevalência, o que poderá dever-se à administração desta vacina conjuntamente com a do tétano na idade adulta.

Dos dados conhecidos, não se observaram diferenças relevantes entre as regiões. No entanto, sublinhou Paula Palminha, e no que diz respeito à rubéola, foram identificadas “diferenças a nível de género, em que, no sexo masculino, entre os 15 e os 44 anos, a seroprevalência é menor do que no sexo feminino”.

Este projeto visou conhecer a prevalência de anticorpos específicos para as doenças que integram o PNV, bem como para outros agentes infeciosos com impacto negativo em saúde pública, através da recolha de uma amostra aleatória da população residente no país, estratificada por região e grupo etário.

Dia 4 de Fevereiro
Realiza-se no dia 4 de Fevereiro, sábado, a Reunião Monotemática da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia 2017, sobre a...

Na Reunião Monotemática Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) 2017, vai estar em debate a Doença Inflamatória Intestinal em todas as suas dimensões – clínica, individual, psicológica.

“Vão ser apresentados novos argumentos para diagnóstico e novas soluções terapêuticas, promovendo o debate sobre esta doença ainda desconhecida mas altamente incapacitante, com grande impacto na qualidade de vida e no dia-a-dia de cada vez mais jovens em plena idade produtiva”, afirma o Prof. Guilherme Macedo, vice-Presidente da SPG.

Os maiores especialistas da área de Gastrenterologia mundial vão estar reunidos em Lisboa (representação dos hospitais de Chicago, Boston e São Paulo) para discutir, em conjunto com os reputados gastrenterologistas portugueses, o impacto das doenças do Intestino, que têm consequências graves na qualidade de vida das pessoas que atingem.

Vão estar em destaque temas como o papel do médico especialista na melhoria da qualidade de vida do doente e como a tecnologia pode estar ao serviço do doente, sobretudo numa altura em que se aguarda a introdução em Portugal de novos avanços na endoscopia – principal exame de diagnóstico das doenças do Intestino – que já são uma realidade fora de Portugal.

Por doenças do intestino, falamos essencialmente da Doença de Crohn e da Colite Ulcerosa que são doenças imunológicas, que podem ser incapacitantes nas formas mais graves e que afetam pessoas jovens sobretudo na idade ativa. Estas doenças têm um grande impacto sobre a qualidade de vida, produtividade no trabalho e absentismo.

 

A doença inflamatória Intestinal atinge cerca de 20 mil portugueses, a maioria jovens e no ativo.

Zika
Angola registou esta semana o primeiro caso de um bebé com microcefalia provocado pelo Zika, elevando para três o número de...

"É um caso de um bebé que nasceu com microcefalia. O teste da mãe deu positivo, é a informação que temos até ao momento", explicou Hernando Agudelo, referindo-se ao caso de um mulher, nacionalidade angolana, que deu à luz numa maternidade do Bengo, província vizinha de Luanda.

A confirmação laboratorial, entretanto comunicada à Organização Mundial de Saúde (OMS), foi feita na segunda-feira, elevando para três o número de pessoas que desde dezembro foram infetados pelo Zika em Angola, dois cidadãos nacionais e um estrangeiro.

"Se há já há um caso de microcefalia relacionada com o Zika, quer dizer que vírus está a circular em Angola há nove meses ou mais", apontou o representante em Luanda daquela organização das Nações Unidas.

Há exatamente um ano a OMS decretou que o vírus Zika, ligado a anormalidades cerebrais graves em crianças, representava uma "emergência de saúde pública de alcance global", estado que foi retirado a 18 de novembro, após a "resposta global" à doença.

O Governo angolano aprovou a 24 de janeiro, em reunião da comissão para a política social do Conselho de Ministros, um plano de contingência para a prevenção e controlo do vírus Zika, cujo mosquito é transmissor de outras doenças, como a febre-amarela, epidemia que afetou igualmente o país, com milhares de casos, em 2016.

"Estamos neste momento a fazer estudos e investigações epidemiológicas e laboratoriais para conhecermos a verdadeira magnitude do problema. Pensamos que o vírus do Zika já circula no nosso país e precisamos de conhecer melhor a situação e tomar as medidas de prevenção de imediato", disse na ocasião o ministro da Saúde, Luís Gomes Sambo.

A presente época das chuvas, que se prolonga até maio, propícia à reprodução do mosquito 'Aedes aegypti', transmissor da doença, através da picada, é motivo de preocupação para a OMS.

"É possível que apareçam mais casos agora, sim. O mosquito vetor está no país, é o mesmo mosquito que nos trouxe a febre-amarela no ano passado. E agora está a chover e volta o mosquito, que é o mesmo que transmite o dengue, o chikungunya, etc", observou Hernando Agudelo.

Tal como sucedeu há um ano, com o pico da epidemia de febre-amarela em Luanda, que alastrou depois a todo o país, a OMS volta a apelar aos cuidados redobrados da população com vista a travar a propagação do mosquito, nomeadamente com águas paradas dentro e fora das casas.

 

O vírus Zika afetou principalmente o Brasil e é transmitido também através de relações sexuais.

Estudo
Um em cada cinco portugueses no continente é fumador, com o vício do tabaco a afetar cada vez menos pessoas, 19% em 2016 quando...

De acordo com o estudo de mercado da empresa Marktest, havia em julho de 2016 cerca de 1,5 milhões de pessoas que tinham fumado cigarros nos últimos 12 meses, 18,9% dos residentes no continente com 18 anos ou mais, contra os 19,4% do ano anterior, dos 20,4% em 2014 e dos 21,3% em 2013.

Segundo o documento, o tabaco é mais frequente entre pessoas dos 35 aos 44 anos (perto de um em cada três fuma) e entre homens, com 22,7% de fumadores contra 15,6% entre as mulheres. A chamada classe média é a que inclui mais fumadores.

Os dados indicam que, entre os fumadores, 53% disse fumar até 10 cigarros por dia, 39% disse fumar entre 11 e 20 cigarros, e 08% fuma mais do que 20 cigarros por dia.

Os dados fazem parte de um estudo único que num mesmo momento recolhe informação para 17 setores. Segundo a empresa responsável a recolha de informação é contínua e os dados são disponibilizados em dois momentos do ano, janeiro e julho.

 

São recolhidas por ano 5.000 entrevistas junto de portugueses com 15 e mais anos, residentes em Portugal continental.

Comissão de Segurança Alimentar
A Comissão de Segurança Alimentar decidiu criar um grupo de trabalho para elaborar um plano para acabar com a contaminação da...

De acordo com um comunicado emitido pelo gabinete do secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, a Comissão de Segurança Alimentar (CSA) reuniu-se para analisar os resultados de um estudo da DECO sobre a venda de carne picada pré-preparada e decidiu criar no seu âmbito um sub-grupo de trabalho, que será coordenado pela Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

O grupo de trabalho terá como missão "elaborar um plano de trabalho no prazo de 15 dias, com vista a eliminar o problema da contaminação da carne picada pré-preparada.

O secretário de Estado da Agricultura e da Alimentação, Luís Vieira, que preside à CSA, defendeu no encontro que "eliminar este problema é fundamental" e admitiu a necessidade de ser feita "uma campanha de informação para que os próprios consumidores se tornem mais exigentes".

Os organismos que integram o subgrupo de trabalho ficaram de apresentar propostas para resolver o problema de contaminação da carne picada, tendo sido proposto na reunião de hoje o reforço da fiscalização por parte da DGAV e da ASAE.

A associação de defesa do consumidor Deco, baseando-se nas conclusões de um estudo publicado na revista Proteste, alertou, há uma semana e meia, para os riscos inerentes ao consumo de carne previamente picada nos talhos, onde foram encontradas bactérias nocivas e aditivos alergénicos usados para fingir que a carne é fresca.

A associação de defesa dos consumidores, na análise feita a carne de 25 talhos de Lisboa e Porto, identificou carne guardada a temperaturas demasiado altas, "milhões de bactérias por grama", entre as quais a 'salmonella' e outras de origem fecal, demasiada gordura e sulfitos usados ilegalmente como conservantes.

A CSA, criada em maio de 2014, por despacho do Governo, tem por missão “aumentar a confiança dos consumidores” nos produtos alimentares, apoiar as autoridades nacionais nomeadamente através de pareceres e estudos no que diz respeito à segurança dos géneros alimentícios, propor, em casos específicos, as medidas necessárias para garantir que não sejam colocados no mercado géneros alimentícios não seguros, e desenvolver “um diálogo transparente” com a população/consumidores e as respetivas associações representativas, no sentido de evitar a perda de confiança perante as crises relacionadas com a segurança alimentar.

A comissão é composta por representantes dos ministérios da Economia e Agricultura, da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, Direção-Geral do Consumidor, Direção-Geral da Saúde, Deco, APED — Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, CAP — Confederação dos Agricultores de Portugal, entre outros.

Segundo a lei, a CSA reúne trimestralmente ou, a título extraordinário, mediante convocação do representante do Ministério da Agricultura e do Mar.

No dia a seguir à denúncia da Deco, o PSD anunciou a intenção de chamar ao parlamento a Deco, a ASAE e a Comissão de Segurança Alimentar, “com caráter de urgência” para esclarecer se existe “perigo para a saúde pública” no consumo de carne picada vendida nos talhos.

Organização Mundial da Saúde
Dezenas de pesquisas contra o vírus Zika estão a ser desenvolvidas atualmente, mas nenhuma vacina estará disponível para...

"Cerca de 40 vacinas permanecem em estudo. Algumas estão em fase de ensaios clínicos, mas uma vacina considerada segura o suficiente para ser usada por mulheres em idade fértil não poderá ser totalmente licenciada antes de 2020", disse a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Há exatamente um ano a OMS decretou que o vírus Zika, ligado a anormalidades cerebrais graves em crianças, representava uma "emergência de saúde pública de alcance global."

Este estado de emergência foi retirado em 18 de novembro, quando a organização considerou que "um forte mecanismo técnico de longo prazo a havia obrigado a a dar uma resposta global."

"Um ano depois, onde estamos? A propagação internacional do vírus continuou, mesmo com um monitoramento melhor. Cerca de 70 países e territórios nas Américas, África, Ásia e no Pacífico Ocidental têm relatado casos de vírus Zika desde 2015", acrescentou Margareth Chan.

O vírus Zika, que afetou principalmente o Brasil, é transmitido pela picada do mosquito 'Aedes aegypti' e através de relações sexuais.

A doença tem sido apontada como causa de problemas neurológicos em adultos e de defeitos congénitos como a microcefalia, que foi observada em fetos e recém-nascidos de mães infetadas pelo vírus Zika durante a gravidez.

Estudo
Um estudo internacional, publicado na revista Nature, identificou 83 variações genéticas que controlam a altura humana, numa...

"A ideia era que, se pudéssemos compreender a genética da altura humana, poderíamos aplicar este conhecimento para desenvolver ferramentas genéticas para prever outras características ou o risco de desenvolvimento de doenças comuns", assinalou um dos coordenadores do estudo, Guillaume Lettre, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Montreal, no Canadá.

Para Panos Deloukas, outro coordenador do estudo e professor na Universidade Queen Mary de Londres, no Reino Unido, torna-se agora possível "começar a identificar variações genéticas que podem influenciar o risco de desenvolvimento de doenças comuns como a diabetes, o cancro e a esquizofrenia".

A investigação envolveu mais de 300 cientistas de cinco continentes e 700 mil participantes e algumas das variações genéticas descobertas influenciam a altura de adultos em mais de dois centímetros.

Segundo Guillaume Lettre, os genes afetados por estas variações modulam o desenvolvimento dos ossos e das cartilagens e a produção e ativação da hormona do crescimento.

Para descobrir as 83 variações genéticas, a equipa de investigadores mediu a presença de 250 mil variações no ADN (informação genética) dos 700 mil voluntários.

No caso da altura, os cientistas encontraram vários genes que podem ser bons alvos para tratamentos de problemas de crescimento em crianças e concluíram que as variações genéticas que inativam o gene STC2 aumentam a altura das pessoas que os têm no seu ADN, ao atuarem sobre determinados fatores de crescimento.

Ministro da Saúde
O ministro da Saúde mostrou-se hoje preocupado com a utilização de dados de saúde por entidades públicas e privadas que as...

“Vemos com alguma preocupação a utilização de dados em saúde por entidades privadas e públicas que cedem inapropriadamente essa informação a terceiras entidades, com o fim comercial”, disse Adalberto Campos Fernandes após um almoço promovido pelo International Club of Portugal em que foi orador convidado.

O ministro anunciou que o Governo está a preparar a apresentação à Assembleia da República de uma nova Lei de Dados em Saúde “para arrumar as questões de segurança e, nomeadamente, a utilização inapropriada e indevida de dados”.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, “algumas situações estão sinalizadas e estão a ser investigadas, constituindo um perigo”.

“Tal como em relação à fraude financeira, seremos absolutamente implacáveis com a utilização inapropriada e insegura de dados que, felizmente, não são clínicos, mas sobre o receituário”, disse.

Trata-se, segundo o ministro, de “informações sobre o comportamento prescritivo do médico” e a sua passagem “a entidades terceiras, naturalmente partes interessadas no processo”.

Direção-Geral da Saúde
A subdiretora geral da Saúde, Graça Freitas, disse hoje que o risco de infeção para o ser humano por gripe aviária "é...

"O risco para o ser humano é muito pequeno, só muito raramente que os vírus aviários passam a barreira das espécies e conseguem infetar os humanos", disse aquela responsável, na sequência da deteção de um caso de gripe aviária no Algarve.

De acordo com Graça Freitas, o tipo de vírus que foi detetado numa garça-real no concelho de Loulé, o H5N8, "é um dos muitos que vive na natureza" e que se hospeda nas aves, sobretudo nas aquáticas, sendo que existem apenas três tipos de vírus da gripe que infetam habitualmente a espécie humana.

"O que às vezes acontece é que [o vírus] pode passar das aves silvestres para aves domésticas e, nessa passagem, pode provocar doença e epizootias [o equivalente, na veterinária, a epidemias] nas aves domésticas", explicou, sublinhando que em Portugal "nem sequer existe esse surto nas aves domésticas".

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária confirmou na terça-feira a deteção no Algarve de uma garça-real infetada com o vírus da gripe aviária, o que levou ao aumento do nível de alerta para a doença e ao reforço das medidas de proteção e vigilância na região.

Foi igualmente proibido o comércio de aves em mercados rurais, largadas de pombos, de espécies cinegéticas criadas em cativeiro e caça com negaças vivas.

Segundo o comunicado emitido pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), as freguesias de Almancil, em Loulé, e de Montenegro, em Faro, são consideradas zonas de restrição, sendo ali proibidas as movimentações de aves por um período de 21 dias, sem a autorização daquele organismo.

Nestas freguesias aplica-se ainda "a vigilância clínica a todas as explorações comerciais, de detenção caseira e de aves em cativeiro com eventual colheita de amostras".

Nas zonas de maior risco para a gripe aviária são ainda proibidas "as concentrações de aves de capoeira e de outras aves em mercados, espetáculos, exposições e eventos culturais nos quais se utilizem aves, incluindo soltas de pombos".

Nas explorações avícolas localizadas nestas zonas é proibida a manutenção de aves de capoeira ao ar livre.

Ordem dos Psicólogos
A Ordem dos Psicólogos lança hoje uma campanha para tornar as escolas “mais saudáveis” e vai atribuir anualmente um selo de...

“Os requisitos serão lançados hoje com a campanha e vão ao encontro de uma preocupação que penso que todos os pais têm: será que a escola dos meus filhos é saudável?”, afirmou Francisco Rodrigues.

Para levar a campanha às escolas, foi elaborado um manual de boas práticas destinado a garantir “um maior bem-estar” a toda a comunidade educativa, explicou.

A Ordem insiste que são necessários mais profissionais nas escolas e com maior participação na preparação das atividades escolares.

A última contratação oficial (contrato efetivo) foi feita em 1999, segundo o responsável, sendo que, deste grupo, se mantêm em funções cerca de 300 psicólogos.

O rácio por aluno é de 1/1.700, mas a meta é atingir 1/1000, indicou Francisco Rodrigues, acrescentando que foi neste sentido que foi assinado um protocolo com a Direção Geral de Educação, com contratações a começarem este ano, nomeadamente com “a contratação agora de cerca de 200 psicólogos”.

Francisco Rodrigues estima que faltem cerca de 500 psicólogos para serem alcançados os rácios pretendidos.

“O problema, neste momento, é que mesmo os psicólogos que estão nas escolas não estão a tempo inteiro”, afirmou, referindo que muitas vezes só conseguem dar resposta às solicitações mais urgentes: “O trabalho de prevenção está completamente posto em causa”.

Os psicólogos consideram que uma maior intervenção poderia resultar em menos custos para o Estado, alegando que uma reprovação tem um custo de 4.000 euros/ano para os contribuintes e que um aluno que reprova tem 300% mais de probabilidades de voltar a chumbar e ter outras situações problemáticas no futuro.

“Os psicólogos atualmente terminam os seus contratos quando termina o ano letivo e só voltam a ser contratados lá para o final de setembro”, lamentou, criticando a descontinuidade do trabalho e ausência na preparação do ano letivo.

Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral
O presidente da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral, José Castro Lopes, disse hoje, no Porto, que a incidência e...

“Não vai ser possível a breve trecho, mas vai diminuir muito a sua incidência e a sua mortalidade, como aconteceu nos últimos dez anos. O ‘acabar’ é mais longínquo, mas é uma guerra que não está perdida”, afirmou o neurologista em declarações a propósito da 11.ª edição do Congresso Anual da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), que começa quinta-feira, no Porto.

“Poder acabar com o AVC”, será o tema da conferência inaugural do congresso que decorrerá até sábado, com a presença de “mais de 800 participantes”, segundo a organização.

O presidente da SPAVC e do Congresso salientou a realização da Sessão de Informação à População, agendada para a tarde de sábado.

“A população tem de ajudar, a população é que está a falhar. Não vai assistir às sessões de esclarecimento que programamos como, por exemplo, a que programámos para sábado à tarde, que é uma sessão aberta para aprender como é que se deve proteger do AVC e outras informações. As pessoas não aparecem nestas sessões, temos tido salas com pouca gente”, sustentou.

De acordo com Castro Lopes, “estamos a ter progressos extraordinários na parte aguda do tratamento do AVC, mas a prevenção exige muito da população”.

“É também fundamental reconhecer os sinais do AVC e, ao menor desses sinais, recorrer de imediato ao 112 e exigir - é essa a palavra - ser levado ao hospital que tenha uma unidade de AVC, porque aí já se fazem os tais tratamentos de fase aguda, capazes de desobstruir a artéria que estava a danificar o cérebro, restabelecer a circulação e ficar bem”, acrescentou.

O AVC é uma doença súbita que afeta uma zona limitada do cérebro, causada pelo bloqueio ou rompimento de uma artéria cerebral.

Nas suas ações dirigidas à população, a SPAVC tem reforçado a importância do reconhecimento dos 3F’s: desvio da face, dificuldade em falar e falta de força num braço. Estes sinais devem motivar a ativação imediata dos serviços de emergência Médica (112), porque quanto menor for o período entre a ocorrência destes primeiros sintomas e a chegada ao hospital, maior será a probabilidade de sobrevivência sem sequelas.

De acordo com a SPAVC, em Portugal, as elevadas taxas de AVC têm sido atribuídas a um fator de risco específico, a hipertensão arterial, que, por sua vez, tem como principal causa o consumo excessivo de sal. O sedentarismo, a obesidade e o tabagismo, entre outros, são também fatores de risco.

Castro Lopes destaca alguns temas do congresso que vêm reforçar as mensagens-chave transmitidas pela SPAVC ao longo dos anos: “Estilos de vida na vanguarda do AVC”, “A importância do risco vascular na deterioração cognitiva” e “Os aspetos do tratamento da fase aguda do AVC isquémico”.

O neurologista chamou ainda a atenção para a sessão dedicada à reabilitação, salientando que “a reabilitação pós-AVC é um direito que deve ser mantido enquanto o doente não readquirir as funções perdidas”.

Complementando o congresso, mas de entrada livre a toda a população interessada, a SPAVC volta a promover uma sessão de informação dirigida ao público em geral. A sessão acontece sábado, pelas 15:30, no auditório onde decorrerá o congresso, no Hotel Sheraton, no Porto.

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