Estudo
Um estudo de investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto mostra que a ingestão excessiva de proteína...

Nos rapazes, uma maior ingestão proteica associou-se ainda a maior adiposidade (gordura corporal) e a níveis superiores de insulina. Nestes, também a quantidade e qualidade dos hidratos de carbono (carga glicémica) se associou a maior adiposidade e parece interagir com a ingestão proteica, resultando num aumento do efeito sobre a gordura corporal.

O estudo foi desenvolvido no Grupo de Investigação em Epidemiologia da Nutrição e da Obesidade da Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit - UID/DTP/04750/2013) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) no âmbito do projeto Geração XXI, contando com os seguintes autores: Catarina Durão, Andreia Oliveira, Ana Cristina Santos, Milton Severo, António Guerra, Henrique Barros e Carla Lopes (Coordenadora do Grupo de Investigação).

Os resultados sugerem que a idade pré-escolar pode consistir num período sensível adicional, para além dos dois primeiros anos de vida, onde o consumo excessivo de proteína, pode aumentar o risco de obesidade mais tarde na vida.

Os autores salientam ainda que, nos rapazes, uma alimentação com maior carga glicémica está associada a maior adiposidade. Naqueles com uma alimentação simultaneamente excessiva em proteína e em carga glicémica o efeito de aumento da massa gorda aparenta ser ainda maior. Nas raparigas, esta interação não foi encontrada sugerindo um efeito da alimentação na adiposidade mais dependente do total energético ingerido.

Tendo em conta que a idade pré-escolar é um período particularmente relevante para o estabelecimento de preferências e hábitos alimentares, Catarina Durão sublinha que “esta fase da vida pode ser uma oportunidade de excelência para intervir, já que a criança e a sua família podem estar mais abertas à mudança. Sugere-se, assim, que intervenções direcionadas a crianças em idade pré-escolar tenham particular atenção ao conteúdo proteico e carga glicémica da alimentação e não apenas ao valor energético (calorias). Por outras palavras, uma alimentação excessiva em fontes proteicas como lacticínios e carne também excessiva em produtos açucarados e cereais refinados deve ser evitada”, refere.

O estudo “Protein intake and dietary glycemic load of 4-year-olds and association with adiposity and serum insulin at 7 years of age: sex-nutrient and nutrient-nutrient interactions” foi publicado no “International Journal of Obesity” e pode ser consultado através do seguinte link.

Em rede
O Exército está a estudar uma forma de interligar em rede os sistemas de informação clínica dos serviços de saúde do ramo,...

A interligação dos sistemas é uma das propostas que está a ser analisada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, na sequência da avaliação do sistema de informação clínica relativa ao curso de Comandos, determinada por Rovisco Duarte, no passado dia 15 de dezembro.

Contactado, o porta-voz do ramo disse que aquela avaliação foi concluída, sendo uma das propostas principais a unificação ou interligação dos sistemas de informação clínica do Exército aos dois polos do Hospital das Forças Armadas (HFAR), (Lisboa e Porto) e ao Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Os centros de saúde do Exército - centro de Santa Margarida na vertente operacional e centro de Coimbra na avaliação da situação clínica para efeitos da admissão nos cursos de Comandos e outros - não têm acesso à informação clínica registada no HFAR ou nos centros de saúde do SNS.

Isto permite situações em que os candidatos aos cursos omitam informação clínica relevante para não serem excluídos, admitiu Vicente Pereira, porta-voz do Exército.

No final de novembro passado, a Renascença noticiou que cinco dos instruendos afastados do 127ª curso de Comandos por razões médicas apresentavam "doenças graves" - um dos quais um cancro ósseo na zona da bacia - que já tinham sido detetados durante exames feitos anteriormente no HFAR.

A interligação dos sistemas de informação clínica em rede inviabilizaria que os candidatos omitam dados clínicos relevantes nas consultas médicas de admissão aos cursos, admitiu Vicente Pereira.

Questionado sobre a reavaliação das provas de classificação e seleção para as tropas especiais, também determinada na sequência da Inspeção Técnica Extraordinária ao curso de Comandos, Vicente Pereira disse que ainda decorre.

Neste âmbito, estão a ser avaliadas as provas físicas, psicotécnicas e também médicas, incluindo análises clínicas, prova de esforço e outros exames, que são exigidas aos candidatos às forças especiais.

Os próximos cursos de Comandos mantêm-se cancelados até à conclusão das tarefas determinadas em dezembro pelo general Rovisco Duarte.

Dois militares morreram no treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, no dia 04 de setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.

Na sequência da morte dos dois formandos, foi ordenada uma inspeção técnica extraordinária ao curso de comandos, que decorreu entre setembro e novembro, cujo relatório foi concluído a 05 de dezembro.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde aprovou a construção da nova ala pediátrica do Centro Hospitalar de S. João, no Porto, uma obra que...

Em comunicado, a Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte afirma que o plano que o conselho de administração do Centro Hospitalar do São João apresentou à tutela, e que agora foi aprovado, “para além de contemplar a instalação definitiva do internamento pediátrico em instalações condignas, vai igualmente permitir que, na mesma ala, sejam desenvolvidas áreas complementares ao Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN)”.

“Serviço de Urgência Pediátrico Metropolitano, Trauma e Doente Crítico Pediátrico e Neonatal, Unidade de Queimados, Cardiologia Pediátrica (incluindo cirurgia cardíaca), Doenças Hereditárias do Metabolismo e Centro de Referência Nacional de Oncologia (aqui em articulação com o Instituto Português de Oncologia-Porto)”, são as áreas complementares que serão desenvolvidas na nova ala, acrescenta a ARS-Norte.

Com esta aprovação, vai ser possível responder “a uma situação demasiadamente precária que, desde 2011, se verificava com a instalação do internamento pediátrico do S. João”, sublinha a ARS.

O internamento pediátrico daquele hospital funciona em contentores, no exterior do edifício central do Hospital de S. João.

Contactada pela Lusa, fonte da ARS-Norte referiu que o Ministério da Saúde aprovou o plano do hospital “este mês”.

Quanto ao início da obra, disse, está já a ser desenvolvido “o processo administrativo” para que a empreitada “se inicie ainda este ano”.

Na sua edição de hoje, o jornal Público afirma que “as atuais instalações do internamento pediátrico do Centro Hospitalar do S. João, a funcionar há anos em contentores, estão a deteriorar-se de dia para dia, comprometendo o conforto e o bem-estar das crianças”.

O diário refere que uma avaria no sistema de ar condicionado obrigou recentemente os doentes a suportarem temperaturas muito baixas, tendo necessidade de dormir com casacos e outros agasalhos para ficarem mais confortáveis.

Mas também “problemas no sistema de aquecimento fazem com que doentes tenham de ser transferidos de enfermaria enquanto a avaria não é reparada”, sendo que as queixas proveem tanto doentes como de profissionais.

O Público salienta ainda que “o internamento pediátrico debate-se com outras insuficiências como infiltrações de água que fazem com que chova dentro dos contentores”.

De acordo com o diário, o internamento pediátrico, que conta com 54 camas, foi transferido para os contentores em 2008.

Pedido de legislação
Uma petição subscrita por mais de 5.000 pessoas, entre elas especialistas em ortopedia, defende medidas urgentes para reduzir o...

Treze anos depois de um estudo da associação de defesa dos consumidores DECO ter identificado que mais de metade das crianças dos 5.º e 6.º anos de escolaridade transporta peso a mais nas suas mochilas escolares, os signatários desta petição pedem urgência na resolução do problema.

Entre os signatários estão o ator e encenador José Wallenstein (o primeiro), vários médicos fisiatras, a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia, a Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, a Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação e a Confederação Nacional das Associações de Pais.

Os autores pedem urgência na resolução do problema e propõem, entre outras medidas, que se legisle no sentido de definir que o peso das mochilas escolares não deve ultrapassar os 10% do peso corporal das crianças, tal como sugerido por associações europeias e americanas.

Na petição defende-se a obrigatoriedade de as escolas pesarem as mochilas das crianças semanalmente, de forma a avaliarem “se os pais estão conscientes desta problemática e se fazem a sua parte no sentido de minimizar o peso que os filhos carregam”.

“Para tal, cada sala de aula deverá contemplar uma balança digital, algo que já é comum em muitas escolas, devendo ser vistoriada anualmente”, acrescentam os signatários.

Em declarações à agência Lusa, o primeiro signatário da petição lançada há três dias explicou que vão aguardar até às cerca de 20.000 assinaturas, para dar mais dimensão à iniciativa.

"Pretendemos recolher o maior número possível de assinaturas. Ainda estamos nessa fase, esperamos recolher 20.000 para se poder não só discutir mas criar legislação eficaz", afirmou José Wallenstein.

O promotor da iniciativa defende ainda que é importante a mobilização e a pressão da sociedade civil nesta matéria.

A existência de cacifos em todas as escolas públicas e privadas para que os alunos possam deixar alguns livros e cadernos, evitando transportar tanto peso nas mochilas, e a utilização por parte das editoras de papel de menor gramagem na elaboração dos manuais são algumas das propostas apresentadas pelos signatários da petição.

Sugerem igualmente que as editoras possam criar livros escolares divididos em fascículos retiráveis segundo os três períodos escolares e que os conteúdos dos manuais sejam o mais concisos e sintéticos possível.

“As crianças de hoje, adultos de amanhã, representarão gastos ao Estado, tanto no que respeita a consultas médicas e/ou de especialidade que poderão prolongar-se por vários anos, como no que concerne a baixas médicas e abstenção profissional”, sublinham os signatários.

No trabalho elaborado há 13 anos, a Deco concluiu que 53% das crianças abrangidas transportavam mochilas com uma carga acima do recomendável pela Organização Mundial de Saúde, isto é, superior a 10% do seu próprio peso. A pior das situações foi verificada numa criança de 11 anos, com 32 kg, que transportava uma mochila que pesava 10 quilos.

Segundo o mesmo estudo, 61% dos estudantes com 10 anos transportavam cargas excessivas, o mesmo acontecendo a 44% dos estudantes com 12 anos. Independentemente da idade dos alunos, o estudo acrescentou que a percentagem de mochilas com peso a mais era maior nas escolas privadas do que nas públicas.

Principais alergias
Estima-se que a alergia alimentar atinja entre 3 a 4% da população nos países industrializados, send

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, a alergia alimentar caracteriza-se por “uma reação de saúde adversa que ocorre quando o sistema imunológico reconhece erradamente um alimento como uma entidade agressora ao organismo”. O alimento responsável por esta reação designa-se de alergénio.

A alergia a um determinado alimento origina, habitualmente, o aparecimento de sintomas alguns minutos após a sua ingestão ou num período de tempo que pode ir até duas horas.

As reações alérgicas podem atingir a pele e as mucosas (erupção cutânea, eczema ou urticária), as vias respiratórias (pieira e dificuldade respiratória), os sistemas gastrointestinal (vómito, dores abdominais e/ou diarreia) e cardiovascular (diminuição da pressão arterial), de forma isolada ou combinada.

A urticária, o angiodema e a síndrome de alergia oral – que se caracteriza pelo aparecimento de edema, comichão e/ou fromigueiro nos lábios, boca e garganta quando o agente causal (habitualmente um fruto seco) entra em contato com a mucosa oral -  são as manifestações clínicas mais frequentes da alergia.

Já as reações anafiláticas são mais raras, e potencialmente fatais, caso não sejam tratadas convenientemente.

Estas reações caracterizam-se pela ocorrência de sintomas envolvendo, em simultâneo, a pele e mucosas, o aparelho respiratório, cardiovascular e gastrointestinal.  O leite de vaca, ovo, peixe, amendoim e frutos de casca rija e marisco são os principais alimentos responsáveis pela anafilaxia.

A ingestão acidental inadvertida pode ocorrer, ocasionalmente, por contaminação durante o processo industrial de outros alimentos ou sua confecção.

Deste modo, a Direção-Geral da Saúde chama a atenção para algumas medidas na preparação ou produção de alimentos e refeições, que podem garantir a ingestão de alimentos seguros, como:

  • Lavar corretamente as mãos entre as várias etapas de manipulação de alimentos;
  • Não usar os mesmos utensilios duranta a preparação, confeção, emprantamento e distribuição de refeições (onde se incluem os talhares, tábuas de corte, pratos, tachos ou panelas, entre outros);
  • Não utilizar o mesmo óleo de fritura ou água de cozedura para confeção de diferentes alimentos;
  • Não utilizar as mesmas bancadas ou superfícies de contato para manipulação de alimentos;
  • Durante as refeições, os doentes que sofrem de alergia alimentar devem evitar a partilha de utensílios (talhares, pratos, guardanapos, copos).

Sabe-se ainda que as manifestações clínicas da alergia alimentar variam de acordo com a idade, estimando-se que as crianças seja as mais afetadas, numa relação de 5/100.

De acordo com os especialistas, o eczema atópico é a apresentação mais comum durante a infância. Leite, ovos, frutos secos, soja, trigo, peixe e marisco são os alimentos envolvidos na reação.

Nos adultos “para além da sensibilização a frutos secos, peixe e marisco, a reatividade a alimentos de origem vegetal é relativamente comum”.

Diagnóstico e tratamento

A história clínica do doente é o primeiro elemento a analisar. No entanto, se existem casos onde é fácil indentificar uma relação causal entre a ingestão de um determinado alimento e o aparecimento de sintomas, casos há em que não é possível estabalecer essa relação.

O especialista em imunoalergologia é o especialista indicado para estabelecer o diagnóstico correto.

O despiste das alergias alimentares pode ser feito através de um teste cutâneo ou de um teste de provação oral.

No entanto, importa referir que a interpretação dos resultados dos testes cutâneos de alergia e as determinações de IgE exige experiência e perícia, uma vez que nem sempre os resultados determinam a ocorrência de alergia.

Exemplo disso são os doentes com história de alergia a um determinado alimento mas que desenvolveram tolerância mantendo a reatividade cutânea a esse alimento.

Por outro lado, por vezes os testes apresentam resultados falsos negativos, exigindo a realização de teste por picada, utilizando o alimento fresco.

Outro meio de diagnóstico é o teste de provocação oral (TPO), que consiste na ingestão de quantidades crescentes do alimento suspeito. Um vez que este teste não é isento de riscos, deve ser sempre realizado por um especialista experiente, iniciado em ambiente hospitalar e com vigilância, pelo menos, durante 24 horas.

O tratamento da alergia alimentar consiste sobretudo na evicção alimentar, ou seja, na eliminação do alergénio da alimentação do doente, o que implica a não ingestão de todos os alimentos que o contém.

Deste modo, alguém que tenha alergia alimentar à proteína do leite de vaca, por exemplo, não poderá consumir qualquer tipo de produto lácteo, nem preparações culinárias que contenham leites ou derivados, como manteiga, queijo ou iogurte.

Alimentos a evitar

Se tem alergia ao leite deve excluir o consumo de leite de vaca, leite de cabra, leite de ovelha, leite condensado, leite evaporado, leite desnatado, leite em pó, iogurtes, queijo, requeijão, queijo fresco, manteiga, natas e papas lácteas com leite para crianças. Exclua ainda preparações culinárias e alimentos processados que possam conter o alergénio.

Preste ainda atenção à rotulagem e elimine os produtos que contenham os seguintes ingredientes: leite evaporado, leite desnatado, leite em pó, soro, soro de leite, caseína, hidrolisado de caseína, caseinato, coalho de caseína, lactoalbumina, fosfato de lactalbumina, lactoglobulina, lactulose, lactose, lactato de sódio/cálcio, aromas, aroma artificial de manteiga, gordura de manteiga e óleo de manteiga.

Se apresenta alergia ao ovo não deve consumir ovos (de galinha, codorniz, peru, pata, avestruz) gema e clara de ovo.

Sopas com ovo (canja), salgados, maionese, gemada, bolos e sobremesas, entre outros, que contenham este ingrediente devem ser exluídas do plano alimentar.

Quanto  à informação que consta nos rótulos afraste-se dos produtos que contenham: ovo em pó desidratado, albumina, lisozima, lecitina de ovo, apovitelina, aitelina, avidian, flavoproteína, globulina, livetina, ovoalbumina, ovoglobulina, ovoglicoporoteína, ovomucina, ovomucóide.

Se tem alergia ao trigo exclua tudo o que seja massa, pão, farinha, produtos de pastelaria, bolachas ou biscoitos, papas lácteas e não lácteas com trigo, sopas pré-confecionadas e molhos.

Não consuma produtos que apresentem os seguintes elementos na rotulagem: sêmola de trigo, semolina, farelo, gérmen, glúten, malte e amido de trigo, hidrolisado de farelo de trigo.

Para quem apresenta alergia ao amendoim e frutos de cascas rija aconselha-se a excluir todos os produtos que os contenham na sua composição.

A alergia a marisco (crustáceos) e moluscos exige a não ingestão de caranguejo, lagosta, camarão, mexilhão, ostras, ameijoas, lulas, polvo e chocos, assim como todas as preparações culinárias que possam conter estes ingredientes - molhos de francesinha, de marisco, arroz de marisco, arroz de peixe, caldeirada, massa de peixe e paté.

Se tem alergia a peixe, para além de não consumir todo o tipo de peixe branco e azul, deve excluir ainda molhos, sopas desidratadas, patés e produtos que contenham farinha de peixe ou parvalbumina na rotulagem.

A alergia a soja impõe a exclusão de soja, feijão de soja, rebentos de soja, tofu, molho de soja, molho shoyu, miso, farinha de soja, óleo de soja, carnes frias, salsichas e patés, iogurtes e bebidas de soja, sumos de fruta e óleos alimentares de origem vegetal e molhos.

Lecitina de soja (E322), Hidrolisado de proteínas vegetais, Albumina de Soja e Fibra de soja são os ingredientes que se encontram na rotulagem e que deve evitar.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Oncologistas europeus
A Sociedade Europeia de Oncologia Médica considera que os medicamentos biossimilares são “armas indispensáveis” para o...

Num documento datado de quarta-feira e publicado no site oficial da Sociedade Europeia (ESMO, na sigla inglesa), os peritos consideram que os biossimilares são “uma excelente oportunidade para ter boas e válidas opções de medicamentos que melhorem a sustentabilidade e a acessibilidade do tratamento do cancro em vários países”.

Os biossimilares são medicamentos provenientes de organismos vivos semelhantes a outro medicamento biológico que já tenha sido autorizado a entrar no mercado (o medicamento de referência). Embora semelhante ao caso dos genéricos, os biossimilares exigem estudos clínicos para garantir que o processo de fabrico é correto, ou seja o processo de desenvolvimento é mais complexo do que nos genéricos.

Para que os biossimilares cumpram a função de melhorar o aceso ao tratamento do cancro, o presidente do grupo de trabalho dos medicamentos da Sociedade Europeia de Oncologia Médica refere que é necessário garantir que seguem os procedimentos.

"Para isso, temos de ter a certeza de que os biosimilares seguem os procedimentos de fabrico apropriados, estão clinicamente testados e cumprem os regulamentos da Agência Europeia de Medicamentos (EMA)", afirmou Josep Tabernero.

Na Europa, as reduções de preço para os biossimilares deverão variar entre 20% e 40%, prevendo-se poupanças potenciais de 50 a 100 mil milhões de euros até 2020 com o recurso a estes medicamentos.

"Os biossimilares são armas indispensáveis em sistemas de saúde financeiramente sustentáveis em escala global, bem como para melhorar significativamente os resultados para um número crescente de pacientes em toda a Europa e no resto do mundo", frisa o presidente da ESMO, Fortunato Ciardiello, no comunicado divulgado no site da instituição.

Em janeiro
Nos primeiros 16 dias de janeiro registaram-se cerca de 260 mil episódios de urgências, 20% das quais nos serviços de urgência...

De acordo com os dados da monitorização das urgências, disponíveis no Portal do SNS, nas primeiras duas semanas do ano as urgências básicas, que funcionam 24 horas por dia e 365 dias por ano, registaram cerca de 53 mil urgências. Para muitos utentes esta é a opção disponível mais perto da zona de residência. Para outros, como os casos de Algueirão-Mem Martins ou Montijo, uma alternativa às urgências dos hospitais (que oferecem mais especialidades e dividem-se em polivalente ou médico-cirúrgica). Quanto aos meses de dezembro e novembro de 2016, escreve o Diário de Notícias, as urgências básicas registaram 108 mil episódios e 85 mil, respetivamente: 20% e 17,5% do total de episódios de urgências registados em cada um dos meses.

No último mês foram vários os centros de saúde do país que alargaram os horários, durante a semana e fins de semana, procurando ser uma alternativa aos hospitais. Os apelos do Ministério da Saúde têm sido sucessivos para que as pessoas liguem primeiro para a Linha Saúde 24 ou dirijam-se aos cuidados de saúde primários. O Diário de Notícias não conseguiu obter em tempo útil dados sobre o número de consultas realizadas nos centros de saúde ao abrigo deste plano de contingência e qual o horário com maior frequência.

A receber doentes do INEM
O hospital Amadora-Sintra voltou ontem a receber doentes encaminhados pelo INEM. O plano de contingência foi ativado no início do mês e previa que até ontem os doentes transportados pelo INEM fossem reencaminhados automaticamente pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para outras unidades da região com urgências menos congestionadas: neste caso os doentes estavam a ser encaminhados para os hospitais de Santa Maria e São José.

A medida, tomada em coordenação com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, foi acionada porque o serviço de observação (SO) - que faz apoio à urgência e tem 45 camas com a possibilidade de mais dez - estava lotado. "Já estamos a receber encaminhamentos do CODU. Neste momento estamos a registar menos acessos", disse ao Diário de Notícias fonte do Hospital Amadora-Sintra, salientando que pode eventualmente ser efeito do maior conhecimento da população sobre os horários alargados nos centros de saúde.

Apesar do alívio, o nível de alerta mantém-se e se for necessário o plano de contingência será novamente ativado neste ou noutro hospital da região. "No período a seguir ao pico da gripe pode haver situações de descompensação de doença e trazer novamente mais casos à urgência. Caso o SO fique novamente lotado, o plano é ativado", adiantou a mesma fonte, explicando que o período de permanência no SO é de 48 horas, sendo depois o doente encaminhado para alta ou para internamento, quando necessário. O que tem acontecido são situações clínicas mais complicadas que obrigam a internamento. "As pessoas chegam mais frágeis e doentes ao hospital."

Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
Sabe preparar uma refeição com o índice glicémico adequado para melhorar o controlo metabólico e do apetite? Sabe como...

Nos cursos de cozinha da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) é possível tirar todas as dúvidas, aprender mais sobre os valores nutricionais dos alimentos e confecionar receitas, práticas e rápidas para o dia-a-dia, e mais elaboradas para ocasiões especiais, mas sempre saborosas e saudáveis. O primeiro curso decorre já a 9 de fevereiro.

Ministrados por um Chef e por uma nutricionista, os cursos de cozinha da APDP destinam-se a pessoas com ou sem diabetes e podem ser realizados a título individual, em família, ou com amigos, já que o ambiente que promovem, além da aprendizagem, é de convívio na Escola da Diabetes.

“É muito interessante a envolvência dos cursos da APDP numa mistura de aromas, sabores e boa disposição. O facto de estarmos numa cozinha torna tudo mais natural e descontraído. À medida que conversamos sobre os alimentos, vamos confecionando receitas que juntam o melhor de dois mundos: são saborosas e podem ser degustadas sem peso na consciência”, defende Joana Oliveira, nutricionista e coordenadora dos Cursos de Cozinha da APDP.

Calendário dos cursos para 2017

Os Cursos de Cozinha da APDP têm lugar na Escola da Diabetes (Rua do Sol ao Rato, n.º11, Lisboa), como momentos educativos informais, desde 2013. As inscrições custam 25 euros e são feitas através do email [email protected] ou do telefone 213 816 101.

De acordo com o Relatório Factos e Números 2015 do Observatório Nacional da Diabetes, mais de um milhão de portugueses tem Diabetes (13% da população portuguesa, entre os 20 e os 79 anos), sendo a Diabetes tipo 2 a que tem tido registado um maior número de casos. A alimentação saudável, a par de um estilo de vida rico em atividade física e sem hábitos tabágicos ajudam a prevenir esta doença.

Frango assado com limão e alho e milho cremoso

Ingredientes (4 pessoas)

  • 300g peito de frango
  • 440g de milho-doce
  • 350g de pimento vermelho
  • 1 cebola
  • 1 limão
  • 250ml de leite magro
  • 2 colheres de sopa de farinha de trigo
  • 3 colheres de sopa de azeite
  • 4 dentes de alho
  • Salsa fresca q.b.
  • Pimenta e sal q.b.

Preparação
Tempere o frango com o sumo de limão, uma colher de azeite, 2 alhos esmagados e deixe marinar pelo menos uma hora antes de cozinhar.

Pré aqueça o forno a 200°C. Disponha o frango num tabuleiro, tempere com sal e pimenta, a raspa de 1 limão e tape com papel de alumínio. Baixe a temperatura para 180°C e deixe cozinhar cerca de 20 min, destape e deixe dourar.

Entretanto, deite 2 colheres de azeite numa panela, junte a cebola, o alho e o pimento picado e tape para estufar. Adicione o milho, tempere com sal e pimenta e deixe cozinhar tapado. De seguida, deite a farinha, envolva tudo e junte o leite enquanto vai mexendo, para que fique tudo uniforme.

Antes de servir pique grosseiramente a salsa e polvilhe o milho.

Acompanhe com uma boa salada verde.

Bolo de banana e chia

Ingredientes (6 ou 12 doses)

  • 3 bananas (cerca de 300 g sem casca)
  • 100 g de miolo de amendoim
  • 2 ovos médios
  • 2 colheres de sopa de sementes de chia
  • 1 colher de chá de fermento
  • 1 colher de café de extrato de baunilha
  • 1 colher de chá canela em pó

Preparação
Triture as sementes de chia juntamente com o miolo de amendoim até obter um creme ou uma espécie de manteiga. Adicione a banana ou, com um garfo, esmague e misture todos os ingredientes. Coloque em formas antiaderentes ou forradas com papel vegetal ou formas de papel e leve ao forno pré-aquecido a 180°C, durante cerca de 30 minutos, até o topo estar dourado.

Se dividir por 6 formas ou 6 fatias, cada fatia tem 1 porção de hidratos de carbono e é ideal para o meio da manhã ou pequeno lanche. Se dividir por 12 formas ou fatias, cada fatia tem meia porção de hidratos de carbono, podendo ser insuficiente para uma refeição intermédia; acompanhe com um iogurte sem adição de açúcar ou um copo de leite.

Especialistas concluem
A insuficiência cardíaca afeta cerca de 380 mil pessoas em Portugal, mas não tem recebido a prioridade necessária, faltando...

“A insuficiência cardíaca é uma síndrome com elevada prevalência, morbilidade e mortalidade, que representa uma sobrecarga económica e social de grande magnitude. Porém, em Portugal tem sido alvo de pouca atenção”, avisa o grupo de especialistas que elaborou um documento de consenso sobre a doença.

Cândida Fonseca, médica que coordenou o documento, sublinhou que “há uma necessidade urgente de priorizar a insuficiência cardíaca na agenda da saúde”.

A ideia não passa por pedir mais recursos ou mais verbas, mas antes realocar os que existem, de modo a diagnosticar mais precocemente a doença, nomeadamente nos cuidados de saúde primários.

“Pretendemos até poupar recursos. O facto de não estarmos despertos para o diagnóstico precoce, não termos alguns meios de diagnóstico disponíveis e comparticipados nos cuidados primários faz com que a doença seja tardiamente diagnosticada. Muitas vezes é-o quando o doente vai à urgência e já está muito mal, descompensado. E é onde se gasta a maior parte do dinheiro com insuficiência cardíaca. A ideia é poupar com internamentos, prevenindo-os. Investir na prevenção”, resumiu Cândida Fonseca.

Aliás, dados nacionais de 2015 mostram que o número de internamentos por insuficiência cardíaca cresceu 33% em oito anos, de 2004 a 2012.

A médica explica que a doença tem um quadro clínico pouco específico (que passa pela falta de ar ou cansaço), que é comum a várias outras doenças e pode acontecer que nem se desenvolvam sintomas.

Muitas vezes, o diagnóstico faz-se por exclusão. Há inclusivamente uma análise de sangue que permite excluir a doença, mas não está disponível de forma comparticipada nos cuidados de saúde primários.

Assim, os peritos pretendem que o diagnóstico seja melhorado através da disponibilização nos centros de saúde de meios comparticipados para detetar ou excluir a patologia.

Como medidas para tornar prioritária a insuficiência cardíaca, os especialistas querem que se crie e aplique um plano de formação de profissionais de saúde, nomeadamente de médicos e enfermeiros, e que se crie um boletim para a doença que permita um acompanhamento mais adequado dos doentes, facilitando o acesso a todos os que participam na assistência.

É ainda sugerido que a insuficiência cardíaca seja considerada uma prioridade no Programa Nacional das Doenças Cérebro-Cardiovasculares e propõe-se o lançamento de uma campanha de informação e sensibilização junto dos cidadãos.

Os peritos lembram ainda que em Portugal não existe um algoritmo de tratamento padronizado e sistematicamente aplicado para a insuficiência cardíaca.

Para debater estas questões consideradas urgentes, decorre na sexta-feira em Lisboa uma conferência aberta sobre o futuro da doença em Portugal, considerada uma das principais epidemias do século XXI e que consome 1 a 3% do orçamento para a saúde nos países desenvolvidos.

A insuficiência cardíaca define-se essencialmente como uma síndrome causada por uma anomalia da estrutura ou da função cardíaca, conduzindo a um débito sanguíneo inadequado às necessidades do organismo.

Farmácias hospitalares em destaque
O Infarmed realizou no ano passado cerca de 1.300 inspeções, a maioria a locais de venda de fármacos, mas tendo um enfoque...

“A inspeção feita pelos técnicos do Infarmed tem sido muito grande a nível hospitalar”, reconheceu o presidente da Autoridade, destacando que o objetivo das fiscalizações não é penalizar as unidades de saúde mas “ajudar os hospitais” a melhorar procedimentos.

Ao todo, foram realizadas no ano passado 48 inspeções a serviços farmacêuticos hospitalares, abrangendo 31 hospitais, dos quais 24 do setor público e sete do privado.

No seguimento desta ação inspetiva, foi recomendada a suspensão de atividade em sete casos de farmácias hospitalares por risco elevado para os doentes. Algumas destas farmácias já reabriram entretanto.

Henrique Luz Rodrigues, presidente do Infarmed, explicou que “as situações mais graves são aquelas em que há o fecho de condições e de locais para a preparação dos citostáticos [medicamentos contra o cancro]”.

“Estas são as situações relevantes. O fecho leva a que não seja possível muitas vezes preparar ou administrar os medicamentos naqueles hospitais”, admite o responsável, adiantando contudo que tem havido uma extrema colaboração das unidades de saúde e que o Infarmed se esforçou por ajudar os hospitais a que prossigam com os tratamentos junto dos doentes.

Apesar do destaque dado às farmácias hospitalares, o maior número de inspeções foi a farmácias de bairro (498), seguindo-se os locais de venda de medicamentos não sujeitos a receita médica (244).

Henrique Luz Rodrigues destaca que não tem havido problemas significativos detetados nas farmácias: “Nas farmácias de oficina as inconformidades não têm sido muito relevantes”.

No balanço inspetivo do Infarmed, seguem-se as fiscalizações aos distribuidores por grosso (195), aos fabricantes de medicamentos (48), aos titulares de introdução no mercado (38).

Além da área do medicamento, o Infarmed realizou ainda 81 inspeções ao circuito dos dispositivos médicos e 71 ao dos produtos cosméticos.

Proposta à Assembleia da República
A Ordem dos Psicólogos vai apresentar na Assembleia da República uma proposta que prevê a criação da figura do psicólogo do...

A Ordem pretende que seja criada a "figura do psicólogo do trabalho, à semelhança do médico do trabalho e enfermeiro do trabalho", afirmou o bastonário desta instituição, Francisco Miranda Rodrigues, que falava aos jornalistas à margem da apresentação dos novos órgãos sociais da Delegação Regional do Centro da Ordem dos Psicólogos, que decorreu em Coimbra.

A proposta, que será entregue na Assembleia da República durante o primeiro trimestre deste ano, prevê também um "reforço e uma concretização de medidas de prevenção dos riscos psicossociais", afirmou.

De acordo com Francisco Miranda Rodrigues, esse reforço não "é uma penalização" para as empresas, mas uma ferramenta "importantíssima para a competitividade das organizações e para o bem-estar" nas mesmas.

Também neste primeiro trimestre, a Ordem dos Psicólogos pretende entregar um conjunto de propostas junto do Ministério da Saúde para um "programa nacional de prevenção e combate à depressão", informou.

"É um problema grave, que causa muito sofrimento a muitas pessoas", que resulta em grande medida das "formas de adaptação" das pessoas aos atuais contextos laborais e de modo de vida, explanou.

Num contexto em que a Organização Mundial de Saúde identifica a depressão "como uma das principais doenças" que afetam principalmente o mundo ocidental, é necessário serem tomadas "algumas medidas mais concretas" e apostar-se "definitivamente na prevenção", defendeu o bastonário.

Segundo Francisco Miranda Rodrigues, esse programa terá de ser construído de forma "bastante abrangente", não apenas com contribuições de instituições do campo da saúde, mas num processo que seja alargado a outros parceiros sociais.

A Ordem dos Psicólogos, frisou, está também focada em garantir "o autocuidado dos psicólogos e medidas para esse mesmo autocuidado".

Por o psicólogo atuar num campo onde o desgaste está presente, está previsto a Ordem "fazer um estudo sobre o 'burnout' [desgaste emocional] nos psicólogos portugueses", referiu.

A apresentação dos novos órgãos sociais da Delegação Regional do Centro da Ordem, que decorreu na Casa das Caldeiras, contou com a presença da presidente da delegação, Cristina Quadros, e com a vice-presidente da Câmara de Coimbra, Rosa Reis Marques.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde lançou ontem uma campanha para apelar à doação de gâmetas (espermatozoides e óvulos) e lembra que os...

“Ser dador de esperma é simples e não tem riscos” ou “os dadores de gâmetas estão isentos do pagamento de taxas moderadoras” são algumas das frases que marcam o vídeo da campanha promocional ontem apresentada no Ministério da Saúde, em Lisboa.

A legislação já previa que os dadores de gâmetas estivessem isentos de taxa moderadora, mas a metodologia de anonimato que existia no único local de recolha (no Porto) não permitia usufruírem depois das isenções de taxas no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Com o alargamento a mais dois locais de colheita de gâmetas, essa metodologia foi revista e uniformizada e permitirá que os dadores usufruam da isenção de taxas moderadoras em todo o SNS. O anonimato mantém-se mas para o cruzamento de dados entre dadores e beneficiários (uma vez que não pode haver qualquer cruzamento entre quem doou e quem beneficiou).

No final da sessão de apresentação da campanha e dos novos centros de colheita, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que o Governo vai ainda avaliar o valor que é pago aos dadores como reembolso pelas despesas ou prejuízos das dádivas.

“Estas dádivas são altruístas e queremos que continuem a ser. Mas vamos repensar esses valores para compensar de forma adequada as faltas ao trabalho e as idas aos hospitais, mas não queremos que seja uma forma para obter outro tipo de compensações”, afirmou aos jornalistas Fernando Araújo.

Atualmente o valor pago aos dadores homens é de 42 euros por dádiva, enquanto para as mulheres é de 620 euros.

A par de campanha de promoção da dádiva foram também lançados os dois locais adicionais de colheita de gâmetas, que estarão ligados ao banco público no Centro Hospitalar do Porto.

Além do Porto, passam assim a poder ser feitas também recolhas no Centro Hospitalar de Lisboa Central (Maternidade Alfredo da Costa) e no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

O Ministério da Saúde assume que quer aumentar a acessibilidade ao banco de gâmetas, sobretudo tendo em conta que as técnicas de procriação medicamente assistida foram alargadas no final do ano passado a todas as mulheres independentemente do estado civil orientação sexual, e a gestação de substituição passou a ser permitida em caso de infertilidade.

Atualmente, o banco de gâmetas femininos tem “grandes limitações” em termos de espera, que pode ir até um ano, enquanto nos gâmetas masculinos o tempo de espera estava mais ajustado às necessidades antes das alterações legislativas.

O Ministério da Saúde criou ainda uma linha de financiamento própria de 1,6 milhões de euros que serão alocados para o mecanismo de recolha e disponibilização de gâmetas em 2017.

Os homens podem doar espermatozoides se tiverem entre 18 e 40 anos, forem saudáveis e sem história de doença de transmissão sexual ou hereditária e terão de realizar análises sanguíneas seis meses após a última doação.

No caso das mulheres, a doação tem as mesmas regras mas é restringida em idade, até ao limite de 33 anos.

Este ano
O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge anunciou que vai realizar até ao final deste ano obras de requalificação de várias...

Um comunicado do instituto refere que parte significativa, cerca de 1,2ME, deste investimento será aplicada na instalação de um novo sistema de informação para a gestão de processos e procedimentos laboratoriais, garantido através do Sistema de Apoio à Modernização e Capacitação da Administração Pública (SAMA 2020), cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

O novo sistema será responsável por todo o ciclo de gestão laboratorial, desde o atendimento do utente/cliente, receção e processamento de amostras laboratoriais ou de investigação, até à faturação e gestão de indicadores de performance.

O instituto adianta ainda que está também prevista a requalificação do Laboratório Nacional de Referência de Infeções Gastrointestinais e do Laboratório Nacional de Referência de Resistência aos Antibióticos e Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde, com um investimento de 300 mil euros, assim como a aquisição de equipamento para ensaios de diagnóstico por sequenciação de nova geração (NGS).

Na área das infraestruturas, serão aplicados 800 mil euros em obras de requalificação dos alçados no edifício-sede em Lisboa, substituição total da rede interna de gás natural e substituição da rede de abastecimento de água, assim como a intervenção estrutural nas instalações decorrentes do projeto de medidas de autoproteção, tendo em vista a melhoria das condições de segurança e resposta às situações de emergência.

Proteção contra a Radiação
A Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra foi designada Centro Colaborador da OMS para a Proteção contra a Radiação,...

O Departamento de Imagem Médica e Radioterapia (DIMR) da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) foi designado como Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Proteção contra a Radiação, anunciou hoje o estabelecimento, integrado no Instituto Politécnico de Coimbra.

A ESTeSC torna-se assim na “primeira escola de tecnologia de saúde do mundo a ser nomeada centro colaborador da OMS e também o único centro colaborador na área da radiação médica num país de língua oficial portuguesa”, sublinha a escola.

Enquanto centro colaborador, a ESTeSC deve, designadamente, “providenciar aconselhamento técnico à OMS para a identificação de prioridades na pesquisa científica na área da proteção contra a radiação e apoiar no desenvolvimento e revisão de ferramentas de comunicação sobre os riscos da radiação”.

A nomeação é “o corolário do trabalho de ligação internacional feito pela ESTeSC nos últimos anos, com a integração em várias redes internacionais e com o estabelecimento de parcerias de investigação com instituições do mundo inteiro”, sustenta.

A Escola “apostou em ser uma instituição global, que cria valor e que se movimenta de forma a poder ter uma intervenção que se constitua como um parceiro inquestionável nas mais diversas questões ligadas à saúde”, afirma Jorge Conde, presidente da ESTeSC, citado na mesma nota, sublinhando que “esta distinção da OMS é mais uma prova disso e Coimbra ganha na sua dimensão de cidade capital da saúde com mais este reconhecimento”.

Uma das missões do novo Centro Colaborador, liderado por Graciano Paulo e Joana Santos, do DIMR, é a realização de um grande evento científico anual para promover esta temática.

Segundo Graciano Paulo, que também é vice-presidente da ESTeSC, “está já em preparação uma reunião com todos os centros colaboradores na área da radiação médica, a realizar em Coimbra”, para debater as questões mais atuais nesta matéria.

O impacto negativo da utilização da radiação para fins médicos em pacientes e profissionais de saúde é um tema que tem motivado cada vez mais interesse junto da comunidade científica, refere a ESTeSC, adiantando que “estudos internacionais em utentes e profissionais de saúde, expostos sucessivamente a radiação para fins médicos, demonstram maior incidência de patologia radioinduzida em relação a indivíduos que não sofrem essa exposição”.

Perante estes resultados, “assiste-se a um grande investimento a nível mundial na investigação do tema, tendo inclusivamente a Comissão Europeia aberto uma linha de investigação para financiar um projeto de dez milhões de euros”, integrando o DIMR da ESTeSC um dos consórcios concorrentes a este financiamento.

A OMS tem centros colaboradores em todo o mundo nas mais diversas áreas, que lhe prestam apoio técnico e científico.

A designação da ESTeSC como Centro Colaborador da OMS é renovada de quatro em quatro anos.

Dia 1 de fevereiro
A petição sobre o tema da morte assistida vai ser debatida na Assembleia da República a 1 de fevereiro, decidiu hoje a...

A petição é da responsabilidade do movimento ‘Direito a Morrer com Dignidade’ e o Bloco de Esquerda já anunciou a intenção de agendar uma iniciativa legislativa sobre a matéria, mas em momento posterior ao do debate da iniciativa dos cidadãos.

Além deste debate, a conferência de líderes agendou os plenários para as primeiras duas semanas de fevereiro, que incluem um debate quinzenal com o primeiro-ministro para dia 08 e um debate de urgência sobre contratação coletiva pedido pelo PCP para dia 10.

No dia 01 de fevereiro, além da petição sobre a morte assistida, será discutida outra sobre o ramal da Lousã, havendo ainda espaço para as declarações políticas dos vários partidos.

No dia seguinte, o plenário apreciará propostas do Governo relativas ao direito de livre circulação de trabalhadores, liberdade sindical e estatuto disciplinar da PSP, acesso dos administradores judiciais e lei de saúde pública, bem como um projeto do PSD sobre nacionalidade e outro do PS sobre o acesso dos menores de 30 anos aos museus e monumentos nacionais.

A 03 de fevereiro, será debatida uma proposta de lei do Governo sobre a perda de instrumentos e produtos do crime, além das apreciações parlamentares de BE e PCP que pedem a eliminação da descida da TSU e o projeto de resolução do PCP sobre o Novo Banco.

O dia 09 de fevereiro ficou reservado para um agendamento potestativo do CDS (direito do partido impor a ordem do dia).

No dia 10, além do debate de urgência do PCP, estão ainda agendados um projeto do PSD sobre cooperação entre o Estado e autarquias no que diz respeito ao património imobiliário e outro do BE sobre docentes contratados.

Este ano
A Administração Regional de Saúde do Norte avançou que prevê investir este ano em uma dezena de centros de saúde e confirmou o...

Num comunicado em que faz um balanço do investimento realizado em 2016 e perspetiva as prioridades para este ano, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) refere que a nível dos Cuidados Hospitalares/Diferenciados para 2017 estão previstas obras de requalificação e ampliação do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho, num investimento calculado em 17.015.258 euros.

Na mesma nota são enumerados os centros de saúde que serão alvo de investimento, sendo que estes se localizam em concelhos como Vila Real, Marco de Canaveses, Braga, Gaia, Valongo, Guimarães, Porto e Lousada.

Quanto aos centros de saúde que foram intervencionados, ou cujas obras se iniciaram no ano passado, a ARS-Norte destaca equipamentos localizados em Barcelos, Matosinhos, Gaia, Trofa, Gondomar e Porto, calculando que o investimento geral foi de 8.350.000,00 euros.

"A par dos investimentos mencionados, foram colocados nas áreas geográficas e unidades mais carenciadas 78 especialistas em Medicina Geral e Familiar", garante a entidade tutelada pelo Ministério da Saúde, garantindo que a cobertura na região ronda os 99% - 74% no modelo de Unidade de Saúde Familiar e 26% no modelo de Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados.

A ARS-Norte destaca que no ano passado entrou em funcionamento, após requalificação, o Serviço de Urgência da Unidade Hospitalar de Mirandela e, ainda que sem referir prazos ou datas, perspetiva para 2017 "grandes investimentos" em serviços de urgência de unidades de Viana do Castelo, Chaves, Porto, Guimarães, entre outras.

"De mencionar também que no ano de 2016 foram colocados em toda a região Norte 196 novos especialistas das diferentes áreas da carreira hospitalar, estando já em aberto concurso para a colocação, em 2017, de mais 82", aponta a ARS-Norte.

Já no âmbito da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados é referido que a região Norte tem capacidade para atender 4.098 pessoas com uma diversidade de resposta que inclui internamento e cuidados domiciliários, tendo sido investido na rede aproximadamente 42,5 milhões de euros.

Ao nível dos Rastreios de Base populacional foi concluída no mês passado a aplicação do rastreio do cancro da mama direcionado a mulheres com idades entre os 45 e os 69 anos, enquanto os relacionados com a retinopatia diabética, cólon e reto, ambliopia infantil e colo e útero estão "em fase de expansão" prevendo-se a sua aplicação total em 2017/18.

A ARS-Norte informa, ainda, estar previsto dotar as várias unidades de saúde de 3.330 novos computadores, num investimento que ultrapassa 1,7 milhões de euros.

Já no que se refere a recursos humanos, o comunicado refere, também sem indicar números exatos ou prazos, que o objetivo para 2017 passa por dotar as unidades de saúde com "os recursos desejáveis de modo a que todos os utentes possam dispor do seu médico de família - cobertura total", acrescentando que se irá proceder "ao reforço de enfermeiros e outros especialistas nos Cuidados de Saúde Primários".

A ARS-Norte destaca que "todos os Agrupamentos de Centros de Saúde vão contar com, pelo menos, um nutricionista e um psicólogo clínico".

Por fim, é também referido que "todos os hospitais vão ter equipa Intra-hospitalar de cuidados paliativos, bem como uma unidade de internamento específica", um modelo que esta entidade crê que "no futuro" será "progressivamente" alargado aos centros de saúde da região.

Estudo
Um novo estudo publicado este mês na revista científica PLoS One adianta que pode haver uma relação entre a ingestão de comida...

A investigação realizada pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, concluiu que a ingestão regular de pimenta vermelha, em particular, pode reduzir a taxa de mortalidade em 13%, dando em média mais 10 anos de vida para a maioria dos cidadãos do mundo ocidental.

Segundo o estudo, há uma clara redução na incidência de doenças cardiovasculares entre os consumidores assíduos de pimenta vermelha.

A investigação científica baseou-se num questionário no qual, segundo o Sapo, participaram mais de 16 mil voluntários adultos.

De acordo com a informação disponibilizada pelos autores do estudo, esse questionário analisou as dietas e os hábitos de vida e de saúde dos inquiridos entre 1988 e 1994. Cerca de 18 anos depois, os mesmos voluntários foram chamados para um exame de saúde geral.

Quem comia pimenta vermelha todas as semanas tinha uma taxa de mortalidade abaixo dos 22%, enquanto os que evitavam usar a especiaria viram essa taxa subir para lá dos 33%.

De acordo com os investigadores, os benefícios da pimenta vermelha parecem estar na capsaicina, um composto químico presente nesta especiaria.

Também no mês passado os cientistas da Universidade de Ruhr, em Bochum, na Alemanha, trataram amostras humanas de células do cancro de mama com extrato de capsaicina e descobriram a sua ação destruidora de células malignas.

Por outro lado, este componente é conhecido por acelerar o metabolismo, ajudando na perda de peso, e por ser um anti-inflamatório natural.

Estudo
Um estudo revela que um terço dos asmáticos pode não ter mesmo asma: ou porque melhoraram ou porque o diagnóstico foi feito de...

Um estudo revela que um terço dos asmáticos pode não sofrer desse problema: ou porque melhoraram ou porque o diagnóstico foi feito de maneira errada, dá conta o The Telegraph. A investigação contou com a participação de 700 adultos, a quem foi diagnosticada asma nos últimos cinco anos, e concluiu que 33% dessas pessoas não sofria mesmo dessa condição, nove em dez estavam aptos a deixar de tomar os medicamentos, alguns sofriam de alergias ou de azia e 28% não tinha nenhum problema de saúde.

“É impossível dizer quantos pacientes foram inicialmente diagnosticados com asma e quantos é que já não sofrem de nenhum sintoma da doença”, afirma o Professor Shawn Aaron, responsável pelo estudo, cientista e médico no Hospital e na Universidade de Ottawa, no Canadá. “O que sabemos é que eles estavam aptos a deixar de tomar medicação que não precisavam. Os medicamentos são muito caros e podem ter efeitos secundários”, acrescenta Aaron.

Segundo o estudo, escreve o Observador, os efeitos secundários provocados pela toma excessiva de fármacos contra a asma podem ser preocupantes. Vão desde câimbras musculares, infeções na garganta, tremores, náuseas e vómitos. Além disso, pode ainda conduzir a um aumento de peso, devido aos asmáticos terem tendência a evitar a prática de exercício físico. É de salientar ainda que os erros e as falhas nos diagnósticos devem-se, em grande parte, à falta de exames, análises e testes pedidos pelos médicos. Em vez disso, e em cerca de metade dos casos, o quadro clínico baseia-se apenas numa observação rápida dos pacientes, através dos seus sintomas e das queixas.

“Os médicos não diagnosticam diabetes sem verificar os níveis de açúcar no sangue, nem veem se alguém tem um osso partido sem mandar fazer um raio-x. Mas, por alguma razão, muitos médicos não fazem testes de espirometria, que são os que realmente comprovam que se tem asma”, realça Shawn Aaron. Por esta razão, os investigadores consideram que os dados desta pesquisa podem ser vistos como um alerta para todas as pessoas a quem foi diagnosticada asma, com o objetivo de relembrá-los que devem ser feitos testes. Contudo, recomendam aos asmáticos que não deixem de tomar a medicação adequada sem antes consultar um especialista.

Como prevenir
Durante a gravidez são inúmeras as alterações fisiológicas que deixam a mulher mais suscetível a inf

As infeções na gravidez permanecem, ainda hoje, como uma importante causa de morte materna, sendo responsáveis por inúmeras complicações, quer para a grávida quer para o bebé.

Estando mais suscetível a infeções, graças às inúmeras alterações fisológicas – hormonais, fisícas e imunológicas - é importante  que a grávida tenha alguns cuidados, sobretudo, no que diz respeito ao contacto ou exposição a vírus ou bactérias.

De acordo com Rosália Marques, especialista em Enfermagem de Saúde Materna, o sistema imunitário, responsável pelo combate a agentes agressores, sejam eles “vírus, bactérias, fungos, corpos estranhos, tumores ou reações inflamatórias”, sofre profundas transformações.

Sendo a gravidez um evento clínico particular,  “em que o produto gestacional contém metade do seu material genético de origem materna e metade de origem paterna”  - e por isso estranho ao sistema imune da mãe - , é necessário que o organismo se adapte de modo a não desencadear uma “resposta de expulsão”.

Desta forma, “existe toda uma adapatação do sistema imunológico materno, modulada por alterações hormonais, de forma a garantir um ambiente favorável ao desenvolvimento do feto”, começa por explicar uma das coordenadoras da obra “Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica” publicada pela editora LIDEL.

“Os esteroides modulam a atividade das células apresentadoras de antigénios (CAA), tanto da linhagem mieloide quanto linfoide; a progesterona suprime a função das células T; ocorre um aumento da produção de macrófagos (melhoram a resposta de anticorpos e ajudam na proteção contra bactérias, embora eles não garantam a proteção contra infeções bacterianas); dá-se a diminuição da atividade das células NK (natural killer, que matam as células que foram infetadas por vírus) e a diminuição da produção de citocinas (que são liberadas a partir de células do sistema imunológico para recrutar outras células para ajudar a combater a infeção)”, enumera.

Dependendo da fase da gravidez em que ocorrem ou do tipo de agente infeccioso, entre outras condicionantes, as infeções podem causar malformações congénitas, aborto ou morte fetal, sendo ainda responsáveis por atraso de crescimento intrauterino, rotura prematura de membranas, parto pré-termo ou infeção neonatal.

“São múltiplos os fatores que podem influenciar a extensão das lesões causadas, entre eles: o patogénico em causa, as citoquinas produzidas, duração de exposição, duração de doença, idade gestacional em que ocorre, agressões paralelas (episódios de hipoxia e isquemia), variáveis demográficas (sexo, grupo étnico), fatores maternos  (corticosteroides pré-natais, hábitos tabágicos) e determinantes genéticos e epigenéticos”, acrescenta Rosália Marques.

Entre as infeções que podem comprometer a gravidez e a saúde do feto, a especialista destaca as infeções do trato genito-urinário e as do grupo TORCH – “Toxoplamose, Outras (Chlamydia Trachomatis, Gonorreia, Sífilis e Varicela), Rubéola, Citomegalovirus e Herpes Simplex”.  Os vírus da Hepatite, VIH, Malária e o Estreptococos do Grupo B são também referenciados como comprometores da saúde materna e fetal.

Rosália Marques apesar de referir a importância dos rastreios serológicos, que permitem o diagnóstico precoce “e tratamento correto e atempado, reduzindo o risco das complicações, diminuindo a morbilidade e a mortalidade perinatal e infantil”, reforça o papel da prevenção.

“Prevenir é fundamental e começa a nível pré-concecional. É recomendável que toda a mulher que deseja engravidar se submeta, previamente, a uma consulta pré-concecional para avaliação do seu estado de saúde geral e risco materno fetal e do seu estado de base serológico”, refere a especialista.

Neste âmbito, a Direção-Geral de Saúde recomenda “que todas as grávidas façam rastreio da sífilis, da rubéola, o rastreio da toxoplasmose, da infeção pelo vírus da imunodeficiência adquirida humana (VIH), rastreio da Hepatite B, da bacteriúria assintomátoca e do Streptococcus β hemolítico do grupo B”.

Principais riscos e complicações

De acordo com Margarida Amado Batista, enfermeira e co-autora do manual “Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica”, a Toxoplasmose está associada a uma maior incidência de aborto espontâneo, morte fetal, anomalias fetais, restrição do crescimento fetal e parto prematuro.

“É uma infeção perinatal de etiologia parasitária, causada pelo Toxoplasma gondii, um protozoário intracelular”, começa por explicar adiantando que uma grande variedade de animais, incluindo o ser humano, podem ser hospedeiros intermediários deste parasita. No entanto, refere que os hospedeiros definitivos são os gatos e outros felinos.

“A passagem do hospedeiro definitivo para o intermédio ocorre através da ingestão de oocistos em alimentos contaminados ou em locais onde possam existir fezes de felinos”, explica, referindo a importância de ter alguns cuidados com estes animais de estimação.

A Rubéola “é uma infeção viral causada por um ARN vírus, transmissível por via respiratória, sendo o ser humano o seu único reservatório.

Caracterizada pelo desenvolvimento de rash cutâneo, febre, atralgias e linfadenopatias retro auriculares e suboccipitais, pode, no entanto, ser assintomática em 50 a 30% dos casos.  “Tem um período de incubação que varia entre 14 a 21 dias e a janela de contágio ocorre uma semana antes e uma semana depois do aparecimento do rash cutâneo”, refere Manuela Nené, também responsável pelo manual publicado pela editora LIDEL.

No caso desta infeção o maior risco centra-se no feto. Para além do aborto espontâneo ou morte fetal, a rubéola pode provocar malformações congénitas. “As anomalias fetais têm sido divididas em transitórias - mas que podem persistir para além de seis meses -  permanentes ou tardias”, acrescenta Rosália Marques.

Surdez, cardiopatias, defeitos oculares e encefalopatia com atraso mental e défice motor, assim como endocrinopatias e certas anomalias vasculares são as principais  complicações.

“Em Portugal a rubéola e a rubéola congénita são doenças de declaração obrigatória”, registando, de acordo com Manuela Néne, uma taxa de mortalidade entre 10 a 34%.

Relativamente à Varicela, as suas consequências variam de acordo com a idade gestacional, “podendo ocorrer síndrome de varicela congénita (caracterizada por lesões cutâneas, hipoplasia dos membros), lesão neurológica (microcefalia, hidrocefalia e atrofia cortical), lesão ocular (microftalmia, coriorretinite e cataratas) e ainda hipoplasia muscular, atraso no desenvolvimento psicomotor, anomalias gastrointestinais, genito-urinárias e cardiovasculares, bem como varicela neonatal”.

Com o contacto sexual podem surgir infeções bacterianas como Chlamydia Trachomatis, Gonorreia, Sífilis e infeções virais como Citomegalovirus, Herpes Simplex, Hepatite B e Vírus da Imunodeficiência Adquirida (VIH).

“São diversas as complicações consoante a etiologia, mas as principais são a doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, infertilidade, aborto espontâneo ou recorrente, rutura prematura de membranas, corioamnionite, restrição do crescimento fetal, parto prematuro, infeção puerperal ou no recém-nascido. No caso da sífilis pode ocorrer morte fetal”,  explica a enfermeira Margarida Batista.

A infeção neonatal, adquirida intraparto ou pós-parto, por Citomegalovírus, pode ser dividida em três tipos de gravidade crescente: infeção da pele, olhos e boca; infeção do sistema nervoso central e infeção sistémica, envolvendo múltiplos órgãos.  “A infeção intrauterina apresenta um prognóstico muito grave, sendo a mortalidade muito elevada e as sequelas graves nos que sobrevivem”, refere a especialista.

O mesmo acontece no caso de infeção por Herpes Simplex, que apresenta uma taxa de mortalidade de 50% e nos casos em que há cura, permanecem, com frequência, graves sequelas neurológicas.

Quanto à Hepatite e VIH, “a principal preocupação à infeção pelo HBV durante a gravidez é a sua potencial transmissão ao feto por via transplacentária no final da mesma e, através do contacto com sangue e fluídos maternos, no momento do parto”, bem como o efeito da medicação no feto.

De acordo com Margarida Batista a infeção por VIH  é uma das causas de rotura prematuras, parto pré-termo e de atraso no crescimento intrauterino.

Principais recomendações

De acordo com as três especialistas em Enfermagem de Saúde Materna, a prevenção e adoção de hábitos saudáveis são essenciais para uma gravidez livre de riscos ou complicações, quer para a grávida, quer para o bebé.

“As orientações sobre a promoção da saúde a este nível devem ocorrer ainda na fase pré-concecional. Deverá ser nesta altura que a vigilância da saúde se deverá efetuar, uma vez que existem patologias infeciosas que são debeladas numa percentagem muito significativa com a vacinação ou atividades do quotidiano”, começa por dizer Manuela Néne.

Por isso, a especialista reforça que, quando pensa em engravidar, a mulher “deverá recorrer aos profissionais de saúde, nomeadamente, aos enfermeiros especialistas de saúde materna e obstétrica ou ao médico assistente” para avaliar o seu estado de saúde.

Já durante a gravidez deverá evitar comportamentos de risco e evitar exposição a vírus ou bactérias.

Evitar o contato intímo ou próximo com adultos e crianças que apresentem sintomas respiratórios ou similares a gripe, lavar as mãos com frequência, evitar o consumo de carne crua ou mal cozida, não consumir produtos lácteos não pasteurizados ou consumir produtos dentro do prazo de validade, assim como fruta descascada ou bem lavada são algumas das medidas referidas por estas especialistas.

Por outro lado, afirmam que  “deverá cumprir a sua presença nas consultas, efetuar os exames que lhe são solicitados e, no seu dia-a-dia ter os cuidados de acordo com a educação para a saúde” promovidos por estes profissionais.

E foi a pensar na importância do acompanhamento profissional e do cuidado especializado durante esta fase da vida de uma mulher, que nasceu o manual “Enfermagem de Saúde Materna”.

“Em Portugal este é o primeiro livro dedicado a enfermeiros especialistas de saúde materna e obstétrica  elaborado maioritariamente por enfermeiros”, onde estes encontram orientações para o melhor exercício da profissão.

“Esta obra surge como necessidade (...) que se fazia sentir quer na área da formação especializada quer como apoio para a prática clínica, como forma de partilhar como todos os interessados uma informação atual, pertinente e rigorosa, apoiada na evidência cientifica e nas orienteções da entidade reguladoras nacionais e internacionais”, justifica Manuela Néne.

Para concluir, e uma vez que cada patologia tem consequências muito diferentes para o feto e para a grávida, as três coordenadores da obra “Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica” apelam a que “as futuras mães vejam na vigilância da gravidez e da sua saúde um meio para a melhoria dos indicadores de saúde em portugal”. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
ANF e USF-AN assinam protocolo
As farmácias portuguesas vão aprofundar a cooperação com as unidades de saúde familiar nas áreas da Literacia em Saúde,...

Para tal, a Associação Nacional das Farmácias (ANF) e a Associação Nacional de USF (USF-AN) assinaram um protocolo de colaboração. O documento prevê um trabalho mais integrado entre as farmácias e as unidades de saúde familiar, de forma a melhorar a qualidade dos cuidados de saúde oferecidos aos utentes, através da dinamização de modelos colaborativos interprofissionais.

O Presidente da USF-AN, João Rodrigues, frisa a importância da aproximação das duas associações. “O principal handicap que foi e ainda continua a ser apontado e diagnosticado por nós é a dificuldade que nós temos neste país de trabalharmos em conjunto, de nos complementarmos, de sermos mais do que as partes”. Para o Presidente da USF-AN não há dúvidas: “se nós queremos colocar o cidadão no centro do sistema, nós temos de trabalhar em conjunto”.

Já para Paulo Cleto Duarte, Presidente da ANF, “esta aproximação só é possível porque criámos a confiança necessária entre os dois lados para percebermos que aquilo que nos une é muito mais estrutural e importante do que aquilo que nos separa, que é olharmos para o doente numa perspetiva integrada e de uma forma única, assumindo que cada um de nós - médicos, enfermeiros e farmacêuticos - tem competências diferentes”.

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