Ministro dos Negócios Estrangeiros
O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que o Governo decidiu reabrir o processo de candidatura nacional a sede da Agência...

“O que o Governo decidiu foi examinar também os argumentos apresentados pela cidade do Porto e, portanto, considerar também a cidade do Porto juntamente com a cidade de Lisboa como localizações possíveis para a candidatura nacional portuguesa. Esse processo far-se-á a tempo de nós apresentarmos uma única candidatura nacional até ao fim de julho, e essa candidatura será a mais forte que nós pudermos apresentar”, declarou Augusto Santos Silva, no Luxemburgo.

O ministro falava aos jornalistas à margem de um Conselho de Negócios Estrangeiros, na véspera do Conselho de Assuntos Gerais – onde Portugal estará representado pela secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques – onde se vão discutir os critérios formais de apreciação das candidaturas a acolher as agências da UE atualmente com sede em Londres, uma das quais a do Medicamento (EMA, na sigla em inglês), com vista à sua adoção pelo Conselho Europeu, que se reúne na quinta e sexta-feira em Bruxelas.

Questionado sobre a reabertura do processo de candidatura portuguesa, Santos Silva apontou que “a discussão foi viva e teve dois momentos”, recordando que, “num primeiro momento, o Governo aprovou uma candidatura e constituiu uma comissão de candidatura e o parlamento endossou por unanimidade a decisão do Governo”, mas entretanto, “num segundo momento, houve a expressão de outros interesses e no próprio parlamento surgiram vozes a pedir a reabertura do processo”.

“O Governo decidiu reabrir o processo de forma a que todos os argumentos possam ser examinados e nenhuma dúvida fique sobre os méritos da candidatura a apresentar. Parece-me que é um trabalho absolutamente normal em democracia”, disse.

Questionado sobre as possibilidades de Portugal de vencer a “corrida”, o ministro disse que “o jogo vai começar”, havendo “21 ou 22 países que já manifestaram a sua intenção de apresentarem candidaturas”, pelo que a tarefa não será fácil.

“Entendemos que este é um processo muito difícil, até porque há pelo menos um critério em que Portugal não será um beneficiário, felizmente para Portugal, visto que já estão localizadas hoje em Portugal duas agências, e um dos critérios há-de ser a distribuição geográfica das agências. Mas em todos os outros critérios Portugal tem argumentos muito fortes a apresentar”, disse, acrescentando que resta esperar por outubro, pela decisão final do Conselho Europeu.

Para o próximo biénio
A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia elegeu o Prof. Luís Tomé para presidente da Direção do próximo biénio (2017-2019)....

Na tomada de posse, Luís Tomé fez votos para que no seu mandato a Gastroenterologia “continue forte e pujante com o propósito de facultar a melhor assistência possível a toda a comunidade”. 

O novo presidente da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) realçou o ceticismo com que encara o modo como se efetua o rastreio do carcinoma colorectal no nosso País no qual se utiliza um teste para pesquisa de sangue oculto das fezes cujas características não são conhecidas dos Gastroenterologistas. Indicou estranhar que a Direção-Geral da Saúde (DGS) “seja muito parca em comentários a respeito deste assunto”. Mais tarde afirmou que ainda é um dado assente que a pesquisa de sangue oculto perde um considerável número de adenomas do cólon, sendo estes adenomas os percursores dos tumores malignos colo rectais. Realçou também, que as consequências médico-legais desta insuficiência são imprevisíveis.

Luís Tomé manifestou preocupação com a impossibilidade de conseguir garantir assistência conveniente aos portadores de doenças inflamatórias crónicas do intestino. “O Ministério da Saúde já foi avisado de que não é possível continuar a atender esses doentes apenas nos Hospitais Públicos dado o número crescente de casos diagnosticados. O atendimento num ambiente privado encontra-se bloqueado pela dispensa hospitalar exclusiva de medicamentos indispensáveis ao tratamento desses doentes”, afirmou.

Manifestou ainda muita preocupação pelas “condições absurdas com que a ACSS deseja enquadrar a actividade dos gastroenterologistas, nomeadamente na sua vertente endoscópica. A ACSS pretende que os gabinetes de endoscopia sejam equiparados a salas de operações nas suas condições de ventilação e filtração. A ACCS mantém-se igualmente fiel a um fundamentalismo higiénico completamente despropositado”. Luís Tomé acentuou ainda, que “seria interessante saber o que pensam as autoridades da transplantação de fezes que se pratica cada vez com mais frequência nos Hospitais Portugueses”.

Anemia de células falciformes
Dor severa e anemia são os sintomas mais frequentes de uma doença que afeta cerca de 4 milhões de pe

Apresentando uma evolução variável, que pode cursar com complicações agudas que afetam vários órgãos, a Drepanocitose é uma doença genética que afeta cerca de 4 milhões de pessoas em todo o mundo.

Segundo a explicação da pediatra Anabela Ferrão, esta doença “causa uma Hemoglobina anormal – Hemoglobina S – resultando daí anemia crónica e falciformação dos eritrócitos”.

“Este processo de falciformação causa a oclusão vascular, base fisiopatológica da doença”, acrescenta.

As suas manifestações podem surgir logo no primeiro ano de vida. Dor severa, anemia e infeções são as formas de apresentação mais frequente.

Manuel Pratas tinha três anos quando lhe foi diagnosticada a patologia. “O aparecimento de uma coloração meio esverdeada da esclera do olho e dores abdominais fortes” levaram-no ao médico.

“A médica que me acompanhava na altura decidiu realizar exames para poder chegar a um diagnóstico”, revela o presidente da APPDH admitindo que, na época, pouco se sabia sobre a doença.

“Até conseguirmos perceber o que era a Drepanocitose e como ela teria chegado até mim, foi um período bastante complicado...”, afirma.

“Passei a ser acompanhado no Hospital Pediátrico Dona Estefânia onde já havia conhecimento, ainda que muito reduzido, sobre estas doenças”, recorda.

Com uma evolução variável, a Drepanocitose tem como principais complicações, para além das crises dolorosas ou infeção, a síndrome torácica aguda ou acidente vascular cerebral, em resultado das sucessivas oclusões micro e macrovasculares. Por outro lado, pode dar ainda origem a problemas ósseos, pulmonares, cardíacos, pancreáticos ou hepáticos.

“Quem tem esta doença sabe que corre sempre alguns riscos, nomeadamente o do aparecimento rápido de crises de dor. Mas um doente com esta patologia tem de ter alguns cuidados a monitorizar o seu organismo”, alerta o presidente da APPDH.

De acordo com Anabela Ferrão, pediatra no Centro Hospitalar Lisboa Norte, “existem tratamentos específicos dirigidos para as complicações e tratamentos mais gerais dirigidos para a doença”, como a utilização de hidroxiureia, as transfusões sanguíneas e a transplantação de células hematopoiéticas progenitoras.

No entanto, adverte, “todas as terapêuticas têm benefícios e indicações mas não são isentas de riscos”.

A hidroxiureia, por exemplo, pode causar doenças hematológicas malignas e infertilidade. “As transfusões sanguíneas podem causar doença hepática crónica por sobrecarga de Ferro e os transplantes de medula óssea devem ser realizados em Centros de referência pela morbilidade associada”, refere a especialista que enumera os principais cuidados a ter. “O doente deve seguir com rigor o plano de vigilância determinado pelo seu médico. Existem recomendações de seguimento em consultas de especialidade, realização de exames complementares periódicos e indicações para terapêuticas que devem ser cumpridas”, aconselha.

“Ao longo da vida vamos aprendendo a conviver com a doença”

“Quando me foi diagnosticada a doença, e segundo a experiência que havia na altura, as três décadas de vida seriam um limite de tempo a que deveria estar preparado, contudo, os avanços das terapêuticas, das novas técnicas clínicas e um acompanhamento multidisciplinar mais regular mudou completamente esse panorama temporal”, recorda Manuel Pratas quanto ao seu prognóstico clínico.

Tratando-se de uma doença crónica, cujos sintomas variam de doente para doente, o dia-a-dia de quem dela padece é afetado de forma distinta.  

“Esta patologia tem uma característica que é a de ser diferente na sua manifestação de doente para doente... No meu caso, e ao longo dos anos, ela tem variado nomeadamente nos fatores que desencadeam as crises, sendo a desidratação, o esforço físico e as mudanças significativas e constantes do clima as principais causas do aparecimento das crises”, começa por explicar.

De acordo com o presidente da APPDH, o stress, os estados de ansiedade e “outros aspetos do foro psicológico” são ainda algumas das complicações de uma doença que, em Portugal, afeta cerca de 600 pessoas, de todas as idades.

“Ao longo da vida vamos sabendo e aprendendo a conviver com esta doença complicada e que causa um desgaste físico e psicológico bastante acentuado”, afirma apelando a olhar o futuro com “otimismo e esperança”.

“Como doente há mais de quatro décadas, e que já ultrapassou muitas fases na sua vida, gostaria de sublinhar que viver com esta doença não é fácil (mesmo nada!)”, no entanto, refere que a vida tem muito mais para lhes dar do que dor.

“Há alturas muito complicadas, mas estes doentes são especiais! É fundamental que o seu olhar esteja sempre na esperança de um futuro melhor e que, com mais ou menos dificuldade, conseguirão atingir os sonhos que procuram”, afirma.

APPDH a unir doentes

A Associação Portuguesa de Pais e Doentes com Hemoglobinopatias foi constituída com o objetivo de “unir as pessoas, os doentes, as famílias e com eles procurar encontrar a resolução dos problemas que os afetam diariamente”.

A troca de experiências e informação ajuda a que  “a doença seja entendida” e que cada doente não se sinta tão “só” na sua condição.

Por outro lado, esta associação “dentro dos seus parcos recursos financeiros e humanos”, tenta possibilitar aos seus doentes o acesso à cultura, ao desporto, ao trabalho e a uma escolaridade “normal”.

“Foi através da Associação que se conseguiu o despacho de isenção de pagamento dos medicamentos comparticipados ou a isenção do pagamento das taxa moderadoras” (entretanto retirada à maioria dos doentes crónicos por decisão governamental em 2012), explica o presidente da APPDH.

“Sem a existência da Associação cada doente estaria hoje a lutar sozinho com todos os seus problemas e com todo o sofrimento inerente a quem tem uma doença física muito difícil”, refere Manuel Pratas.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica
O Instituto Politécnico da Guarda obteve um financiamento de 900 mil euros do Sistema de Apoio à Investigação Científica e...

Segundo uma nota do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), foi obtido financiamento europeu "para o desenvolvimento de investigação e de transferência de conhecimento, suportadas em equipas multidisciplinares, cujos objetivos são valorizar e potenciar o conhecimento e a economia em áreas relevantes".

Foram aprovados projetos em áreas como atividade física dos idosos, saúde, desporto, geologia, águas termais e monitorização de árvores.

Um dos projetos, denominado "Trails4health", incide sobre "a prática desportiva saudável, criando rotas e avaliando esforços".

O IPG adianta que, no âmbito do mesmo, "serão avaliados indicadores fisiológicos (esforço cardíaco e gasto energético) e biomecânicos (impacto articular e muscular) discriminadores do esforço requerido, em função das etapas e dos utentes, de acordo com a sua idade e/ou nível de aptidão física".

Será também desenvolvido o "GMove +", um programa de intervenção "para promover a atividade física" de pessoas idosas da Guarda.

O projeto pretende contribuir "para um envelhecimento saudável e para uma vida independente mais prolongada", implementando um programa de intervenção multidisciplinar apoiado por tecnologias de informação e de comunicação.

Outra linha de investigação será desenvolvida no "Projeto geologia como base da qualidade de vida - A sustentabilidade do Lítio na povoação de Gonçalo", no concelho da Guarda.

Será efetuado um trabalho "orientado para a gestão sustentável dos recursos geológicos, em especial do minério litinífero promovendo a sua valorização e associação de novas funções e usos, entre elas o turismo", refere a fonte.

O quarto projeto liderado pelo IPG está relacionado com aplicações biomédicas e com o desenvolvimento de produtos com base em recursos naturais e endógenos.

"Diz respeito à biotecnologia associada aos recursos naturais e à valorização das águas termais, promovendo novos produtos com base nas suas propriedades, em especial os dermocosméticos", é explicado.

A monitorização da saúde das árvores por termografia por infravermelhos, "promovendo o diagnóstico para a inspeção, monitorização e deteção precoce de manifestações patológicas", enquadra o projeto "Monitorização & Manutenção Avançada de Árvores".

A última candidatura do IPG aprovada pelo Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT) relaciona-se com o projeto "MediElderly-Polimedicação do idoso".

Trata-se de um plano de "intervenção educativa para melhorar o uso de medicamento pelos idosos e a disponibilização de informação adequada, incidindo nos problemas relacionados com medicamentos, quer devido ao uso elevado de medicamentos quer devido ao declínio das funções cognitiva e física".

Para além da liderança destes seis projetos que têm financiamento de fundos comunitários, o IPG também assegurou a participação em mais nove que envolvem instituições de ensino congéneres.

Estudo
Três quartos da população mundial estará exposta a ondas de calor mortíferas em 2100, se as emissões de gases com efeito de...

Um estudo hoje publicado na revista científica Nature Climate Change conclui que "74% da população mundial estará exposta a ondas de calor mortíferas em 2100, se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem a subir nas atuais taxas".

"Mesmo se as emissões descerem drasticamente, é expetável que a percentagem de população humana afetada atinja 48%", aponta também o trabalho, liderado pelo professor de Geografia do departamento de Ciências Sociais da Universidade do Havai em Manoa, Camilo Mora.

No que respeita a ondas de calor, cuja maior frequência é relacionada com as alterações climáticas, "estamos a ficar sem opções para o futuro", salienta o investigador, citado numa informação divulgada pela Universidade, defendendo que as alternativas "são agora entre o mau e o terrível".

Camilo Mora recordou que atualmente muitas pessoas em todo o mundo já estão a sofrer as consequências das ondas de calor e as previsões sugerem que a tendência irá continuar, e "poderá ser muito pior se as emissões não forem consideravelmente reduzidas".

"Cerca de 30% da população humana de todo o mundo está exposta a estas condições mortíferas em cada ano", referem os cientistas.

O corpo humano, explica o estudo, só funciona se estiver a temperaturas à volta de 37 graus. "As ondas de calor colocam um risco considerável à vida humana pois o tempo quente, agravado pela alta humidade, pode aumentar a temperatura do corpo, levando a condições que ameaçam a vida".

A equipa liderada por Camilo Mora fez um levantamento de dados existentes e encontrou 1.900 casos de locais onde as elevadas temperaturas causaram mortes desde 1980 e, analisando as condições climáticas de 783 episódios letais, em 164 cidades de 36 países, identificou um limite a partir do qual as temperaturas e o grau de humidade se tornam mortíferas.

A área do planeta em que este limite é ultrapassado em 20 ou mais dias por ano tem vindo a crescer e "estima-se que aumente mesmo com cortes nas emissões de gases com efeito de estufa", segundo o estudo.

Entre os exemplos listados pelos especialistas, está a onda de calor de 2003, na Europa, que provocou a morte de cerca de 70 mil pessoas, ou a de Moscovo em 2010, que provocou 10 mil mortes, sendo ainda referidas cidades como Nova Iorque, Washington, Los Angeles, Toronto, Londres, Tóquio, Sydney ou São Paulo que também registaram aquele fenómeno.

O trabalho também refere que o maior risco para a vida humana vindo das ondas de calor regista-se nas regiões tropicais, que são quentes e húmidas, enquanto em latitudes mais altas o risco de morte se limita ao verão.

"Ações como a retirada do Acordo de Paris (decidida pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump) são um passo na direção errada que vai inevitavelmente atrasar a resolução de um problema para o qual não há simplesmente tempo a perder", alertou Camilo Mora.

Pedrógão Grande
O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra anunciou que recebeu, entre sábado e hoje, 60 pessoas no serviço de urgência...

Em comunicado, o hospital revelou que “18 doentes encontram-se no Serviço de Cirurgia Plástica e Reconstrutiva e Queimados do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)”, sete dos quais na Unidade de Queimados - cinco a serem ventilados, com prognóstico reservado - e dois em situação estável.

Os outros 11 doentes estão na Cirurgia Plástica e encontram-se estáveis.

Neste Centro Hospitalar está ainda internado um doente no Serviço de Cirurgia, quatro doentes foram transferidos para Serviços do Polo HG do CHUC e dois doentes encontram-se ainda em observações no Serviço de Urgência A, acrescentou a unidade de saúde.

O CHUC anunciou, ainda, que “deram também entrada quatro crianças no Serviço de Urgência do Hospital Pediátrico - CHUC”, uma das quais mantinha-se ventilada nos Cuidados Intensivos Pediátricos, outra está estável no Serviço de Urgência e duas tiveram alta entretanto.

No domingo, fontes hospitalar e governamental tinham informado que estavam hospitalizados 11 feridos em unidades de queimados de hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto, em consequência do incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande.

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, disse no domingo à Lusa que nas unidades de queimados de hospitais de Lisboa estavam internados dois feridos em Santa Maria e um no São José, além de outros sete no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Um bombeiro também deu entrada, na madrugada de domingo, no Hospital da Prelada, no Porto, “com queimaduras na face e nos membros superiores e inferiores”, informou fonte oficial da unidade.

O ferido, oriundo de Castanheira de Pera, foi assistido no local e transportado para a unidade portuense devidamente estabilizado e apresentava, durante a tarde, “prognóstico reservado”.

Seis dos feridos internados no CHUC estavam em estado grave, disse o presidente da unidade hospitalar, Fernando Regateiro, durante um balanço efetuado ao final da manhã de domingo.

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas, e provou pelo menos 62 mortos, segundo o último balanço oficial.

Relatório revela
Disparos de armas de fogo mataram ou provocaram ferimentos a pelo menos 19 crianças, diariamente, nos Estados Unidos afetando...

Os dados que foram analisados referem-se ao período entre 2002 e 2014, nos Estados Unidos, e confirmam as conclusões de outras pesquisas sobre o assunto sublinhando, de acordo com os investigadores, que a violência armada abriu uma “crise que afeta a saúde pública”.

O relatório do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, na sigla oficial), publicado hoje na revista norte-americana Pediatrics, estuda o envolvimento de crianças e adolescentes até aos 17 anos de idade com armas de fogo e analisa as certidões de óbito e relatórios de emergência médica.

O documento concluiu que, no período estudado, registaram-se 1.300 mortes por ano e cerca de seis mil ferimentos provocados por armas de fogo em atos quase sempre intencionais.

Assim, o relatório indica que morreram duas em cada 100 mil crianças, nos Estados Unidos, sendo que a proporção é o dobro no caso das crianças afro-americanas.

Por outro lado, todos os anos, oito em cada 100 mil crianças ficaram feridas ao serem atingidas por disparos.

A maior parte das mortes em causa são homicídios e suicídios e os ferimentos ocorreram na sequência de assaltos à mão armada.

O número de suicídios com armas de fogo aumentou no período entre 2007 e 2014 (de 325 para 532).

A taxa de suicídios aumentou 60 por cento no mesmo período sendo que um terço das crianças e jovens que se mataram com armas de fogo sofriam de depressão ou experiências “de crise” incluindo problemas na escola ou o rompimento de relações sentimentais.

O estudo refere também que, no período entre 2007 e 2014, o número de homicídios diminuiu de 1.038 para 699, correspondendo a uma baixa de 36 por cento.

As mortes por acidente por armas de fogo entre crianças ocorreram durante brincadeiras e por disparos não intencionais.

No caso das mortes, cerca de 40 por cento do grupo com menos de dez anos foi atingida por disparos por acidente efetuados pela própria criança que manuseava a arma.

O estudo nota que as mortes por disparos acidentais não são devidamente notificados junto das autoridades, facto que já tinha sido noticiado pela Associated Press e pelo jornal USA Today.

Os dois órgãos de comunicação social tinham publicado dados que indicavam que, nos primeiros seis meses de 2016, houve uma média de um caso por dia de menores de dez anos atingidos acidentalmente por armas de fogo, disparadas pelas próprias ou por outras crianças ou mesmo adultos.

Os dados são superiores às estatísticas fornecidas pelas autoridades federais norte-americanas, no mesmo período de 2016.

O Congresso dos Estados Unidos tinha proibido o CDC do uso de fundos federais em campanhas de controlo de uso de armas de fogo.

A porta-voz do CDC, Courtney Lenard, disse que a diretiva do Congresso não proibia a instituição de efetuar uma pesquisa sobre saúde pública e a violência provocada por armas e que, por isso, a agência decidiu concluir o relatório.

“O relatório sobre saúde pública é fundamental para o entendimento do problema e para o desenvolvimento de soluções com caráter científico” disse a coordenadora do estudo, Katherine Fowler do CDC.

Um editorial que acompanha o estudo publicado hoje refere que o relatório é importante para os médicos que queiram abordar a problemática das armas de fogo junto dos pais das crianças e, sobretudo, com aqueles que mantêm guardam armamento em casa.

Estudo
Menos de 10 por cento dos jovens angolanos que vivem em meio rural têm conhecimento abrangente da prevenção da transmissão do...

Os dados constam do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (IIMS), realizado entre 2015 e 2016 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola e cujas conclusões foram agora reveladas, estimando que apenas 32% (média ponderada entre ambientes rural e urbano) dos jovens de 15 a 24 anos "têm conhecimento abrangente" sobre a prevenção do VIH/Sida.

Conclui ainda que o conhecimento sobre a doença e forma de transmissão "é mais baixo na área rural", que no caso das mulheres é de 9,4%, subindo para 41,5% no meio urbano.

Por conhecimento abrangente do VIH o estudo refere conhecer as formas para evitar a transmissão sexual, como "fidelidade" e "uso de preservativo", enquanto o desconhecimento aponta conceções erradas como "aparência saudável" como fator de confiança ou a transmissão através de mosquitos ou pela partilha de alimentos.

"Quanto mais baixa é a escolaridade, menor o conhecimento sobre o VIH", referem ainda as conclusões do estudo do INE.

Além disso, o IMSS refere que 1,7% das mulheres tiveram relações sexuais com dois ou mais parceiros nos últimos 12 meses, percentagem que desce para 0,7% no meio rural (2,1 no meio urbano). À mesma pergunta, cerca de 18,5% dos homens inquiridos confirmaram o mesmo, num peso semelhante entre meios urbano e rural.

Ainda assim, apenas 24,3% das mulheres com mais de um parceiro admitem usar preservativo nas relações sexuais, enquanto nos homens o uso é de 29,5% dos casos.

O levantamento realizado pelo INE conclui igualmente que 30% de mulheres e 20% de homens fizeram o teste de VIH nos últimos 12 meses e receberam os resultados.

Pedrógão Grande
Mais de uma centena de médicos voluntariou-se já para ajudar as vítimas dos incêndios na zona centro do país e também os...

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) lançou no domingo um apelo aos profissionais e disse hoje que mais de cem clínicos se ofereceram para ajudar, além dos que estão no terreno a trabalhar.

Miguel Guimarães vai hoje, ao início da tarde, às áreas mais afetadas pelos incêndios, mostrar apoio aos profissionais de saúde e populações, bem como contactar com as autoridades que estão no terreno.

“Temos de salvar vidas, apoiar as famílias e os traumatizados e conseguir resolver os casos das pessoas que morreram”, disse Miguel Guimarães à Lusa, lembrando que estão disponíveis para contribuir a ajudar mais rapidamente na identificação dos corpos.

“É um momento especial em que o país tem de mostrar uma grande solidariedade. É uma verdadeira catástrofe de graves dimensões com perda de vidas e consequências psicológicas para as famílias”, comentou.

O bastonário disse, ainda, que os médicos militares estão disponíveis para ajudar e acreditam que podem dar um “contributo válido”, uma vez que têm formação específica neste tipo de cenários.

“Eu sou médico e se for preciso arregaço as mangas e vou lá trabalhar”, afirmou.

O fogo, que deflagrou na tarde de sábado, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, alastrou depois aos concelhos vizinhos de Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera, no distrito de Leiria, e entrou também no distrito de Castelo Branco, pelo concelho da Sertã.

O último balanço dá conta de 62 mortos civis e 62 feridos, dois deles em estado grave. Entre os operacionais, registam-se dez feridos, quatro em estado grave. Há ainda dezenas de deslocados, estando por calcular o número de casas e viaturas destruídas.

O Governo decretou três dias de luto nacional, até terça-feira.

Oncologia
O Instituto Português de Oncologia do Porto anunciou hoje que já disponibiliza a pesquisa de mutações tumorais através de uma...

“Trata-se de mais um passo na medicina personalizada que permitirá escolher o melhor tratamento nos doentes com cancro colorretal avançado de uma forma mais rápida, menos invasiva e muito sensível”, sublinha o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO-Porto).

A instituição hospitalar esclarece que, “por exemplo, se o doente tiver sido inicialmente operado noutra instituição, ou apresente um diagnóstico de doença avançada, não é necessário recorrer a amostras do tumor”.

“Cerca de 55% dos doentes com cancro colorretal metastático têm mutação nos genes KRAS ou NRAS e respondem de forma distinta aos tratamentos existentes, nomeadamente à terapia com anticorpos monoclonais que atacam especificamente o recetor do fator de crescimento epidérmico (EGFR). Deste modo, torna-se importante utilizar tecnologias de grande sensibilidade para detetar estas mutações”, explica.

Este novo teste pode também ser usado para monitorizar a resposta do tumor ao tratamento.

“Com efeito, os tumores podem mudar com o tempo e com o tratamento prescrito, pelo que a possibilidade de realizar esta análise em amostras de sangue possibilita fazer uma avaliação ao longo do tempo, quer da resposta, quer do mecanismo de uma eventual resistência ao tratamento”, sustenta o IPO.

Acrescenta que “este novo teste poderá desde já ser utilizado em doentes na decisão clínica, de usar ou não terapia anti-EGFR, uma vez que foi aprovada como teste de diagnóstico (marcação CE-IVD)” e o Serviço de Genética do IPO Porto foi certificado para realizar esta análise.

Ainda segundo o instituto, “este novo equipamento poderá ser usado em investigação de novas aplicações clínicas, nomeadamente para outros tipos de cancro”.

Pedrógão Grande
Na Misericórdia de Castanheira de Pera, a solidariedade parece querer vingar sobre o pânico, com os profissionais a acalmar as...

Uma médica de Lisboa de passagem pela sua terra natal acabou a prestar cuidados durante dois dias na Santa Casa e uma enfermeira, com seis meses de experiência, teve de lidar com o "caos" de uma vila cercada.

A Santa Casa de Castanheira de Pera, um dos concelhos fustigados pelo incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, serviu para tudo nos últimos três dias. Foi descanso, amparo, posto de saúde, dormitório, refeitório, ponto de encontro e, até, o local de referência para ligar a familiares - o único sítio com rede na vila durante bastante tempo.

"Tivemos uma médica, chamada Rosa Tomás, dois dias aqui, connosco na Santa Casa, que veio oferecer-se para prestar apoio médico. É médica em Lisboa, mas estava em Sarzedas de São Pedro, terra natal. Foi incansável. Dois dias sem parar. E as nossas enfermeiras também sem parar", sublinhou Vítor Silva, provedor da instituição de Castanheira de Pera, com a voz rouca do fumo.

Dos 30 utentes a quem a instituição prestava apoio domiciliário e serviço de centro de dia, três morreram no incêndio, contabilizou, após uma visita às suas casas.

"Nunca tinha visto nada disto. Nunca desta dimensão. A vila ficou completamente rodeada. Ficámos sem comunicações. Quando entrei no centro de saúde, caiu-me tudo", disse Vítor Silva.

O seu gabinete serviu de dormitório, sendo que pelos dois locais da instituição passaram mais de 150 pessoas.

"Algumas vieram só comer, outras vieram dormir, muita gente dormiu sentada, que não havia colchões para toda a gente", conta a contabilista da Santa Casa, Margarida, que ainda não pregou olho.

Até à instituição chegavam também pessoas à procura de familiares ou amigos, ou vinham apenas "para conseguirem fazer chamadas. Havia um sítio exato: nas escadas [de entrada], no terceiro degrau, em que o telemóvel tinha de estar numa determinada posição", contou.

O ambiente parece agora calmo. Apesar disso, há olhares apreensivos e cansados, idosos pedem para ir para casa - para saberem como está a sua habitação ou os seus animais - e, na cozinha da instituição, há sinais mais evidentes de uma terra em luto, ouvindo-se uma funcionária do estabelecimento a chorar.

Cristiana Rodrigues, enfermeira de 23 anos que começou a trabalhar em dezembro de 2016 na Santa Casa, teve de lidar com "o caos completo".

"Foi tudo muito rápido. Estava em casa, descansada, não tinha noção do que se estava a passar, que vivo no norte do concelho, e chamaram-me a mim e à minha colega Mariana [outra enfermeira da instituição]", disse, acrescentando que vieram logo acudir às pessoas.

Urgências, pessoas a precisarem de oxigénio, "bastantes hipertensões", ansiedade, agitação e nervosismo foram os problemas com que se depararam.

Até agora dormiu uma hora, sendo que sábado foi a noite de maior pânico, "com muitas pessoas a perguntarem por familiares e amigos".

"Não sabiam onde estava o pai, a filha, a tia, a prima e nós não conseguíamos responder", diz a enfermeira, que pelo meio teve de lidar com uma criança em choque, "que não sabia o que tinha acontecido".

"É uma experiência bastante traumatizante, principalmente para quem viu o perigo mais de perto, principalmente para as crianças", sublinhou Cristiana.

Em Castanheira, toda a gente parece cansada, numa vila onde o fumo continua muito presente, com o cheiro de mato queimado a sentir-se até dentro da Santa Casa da Misericórdia.

Apesar da situação, uma funcionária da Segurança Social de Leiria sublinhou que a solidariedade que se fez sentir foi crucial para um ambiente calmo, dentro do possível, com todos a procurarem dar apoio, principalmente aos idosos.

"Fale da humanidade, da solidariedade e da entreajuda que aqui se encontra. É impressionante", pediu a funcionária da Segurança Social.

“ELA em ConTaCto”
A Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica assinala o 20º aniversário este ano e organiza a 21 de Junho, Dia...

O evento vai reunir doentes, cuidadores, académicos e profissionais de saúde com o objetivo de despertar consciências e promover um maior conhecimento para a saúde na Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA).

À semelhança dos anos anteriores, a iniciativa irá debruçar-se sobre um dos cinco sentidos do corpo humano, de forma a sensibilizar para o impacto da ELA, na qual, apesar de todo o corpo estar incapacitado, os sentidos e capacidades intelectuais permanecem intactos.

O tema em destaque este ano é o tato, discutido em diversos painéis que abordam desde os sintomas e tratamento da doença, novas tecnologias de apoio à comunicação doente, usos do corpo na sociedade atual, até às novas formas de arte corporal, reinvenções e adaptações.

Pedro Souto, Presidente da Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA) refere: “com esta iniciativa de cariz social e humanitário pretendemos, não só, alertar para a importância do diagnóstico da ELA, mas também para as terapêuticas e perspetivas futuras de novos tratamentos, que se caracterizam pelo seu papel diferenciador no atraso da progressão da doença.”

O evento será inaugurado às 14h30 pela Dra. Graça Rebôcho da Fundação PT, com o tema “A tecnologia como mecanismo de inclusão: da necessidade à solução” e com a apresentação de Pedro Souto, que irá aprofundar o conceito do certame.

Os dois painéis irão contar com a presença de vários profissionais de saúde, que abordam temas como a sintomatologia, terapêuticas existentes, investigações em curso; reabilitação do doente de ELA, terapia da fala, entre outras áreas de conhecimento relevantes.

O certame terá também uma performance sobre ELA, dada pelo bailarino Pedro Correia Ramos; a moderação de um painel a cargo de Fernando Alvim; o testemunho do ator Luís Esparteiro e terminará com uma sessão de agradecimentos dada pela Professora Doutora Sales Luís, uma das fundadoras da APELA. 

Desenvolvida no Canadá
Uma nova vacina experimental contra o vírus ébola demonstrou eficácia até seis meses depois de ser administrada a um grupo de...

Os testes clínicos envolveram 40 voluntários saudáveis que foram inoculados com a vacina, e que seis meses depois continuam a apresentar níveis altos de anticorpos contra a doença que tem ressurgido em África.

"Os resultados deste teste são positivos e muito promissores. A vacina foi bem tolerada pelos participantes e não foram identificados problemas de segurança", afirmou May ElSheriff, do Centro Canadiano de Vacinologia, em Halifax.

A persistência do vírus "sublinha a importância de continuar os esforços e colaborações que possam levar a vacinas contra o Ébola licenciadas que possam proteger humanos e prevenir ou controlar surtos no futuro", afirmam os autores da pesquisa, baseados no Canadá e nos Estados Unidos.

A febre hemorrágica provocada por este vírus é extremamente contagiosa e o período de incubação do vírus Ébola é de 21 dias.

Entre o final de 2013 e 2016, a epidemia de ébola na África Ocidental provocou mais de 11.300 mortos em 29.000 casos recenseados.

Em apenas cinco meses
Problema "é transitório", assegura um responsável do Ministério da Saúde. Em Julho vão ser contratados 290 novos...

O número de pessoas sem médico de família voltou a aumentar, depois de ter caído em 2016 e ficado, pela primeira vez, abaixo de um milhão, indicam os dados oficiais do Ministério da Saúde. Portugal nunca formou tantos especialistas em medicina geral e familiar como agora, mas as entradas não têm sido suficientes para dar resposta a toda a população e compensar as saídas de clínicos.

Parece paradoxal, mas, no final de Maio passado, eram mais de 858 mil as pessoas que não tinham médico assistente atribuído nos centros de saúde, quando cinco meses antes (final de 2016) não passavam de 769 mil, de acordo com os balanços divulgados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). Ou seja, são quase mais 90 mil pessoas em cinco meses, escreve o jornal Público.

“É um problema transitório", frisa o vogal da ACSS, Ricardo Mestre. Em Maio, a população não coberta era inferior em 350 mil do que no mesmo mês de 2016 e em 500 mil face a idêntico período de 2015. Mesmo assim, fica bem longe da meta traçada pelo ministro da Saúde que, no ano passado, antecipava que chegaria a Dezembro com apenas meio milhão de pessoas sem clínico atribuído.

Adalberto Campos Fernandes lembrou que, quando chegou ao Governo, em Novembro de 2015, “havia um milhão e 100 mil portugueses sem médico de família". E antecipou que, depois de ter sido efetuada "a maior colocação de médicos de família de que há memória em Portugal", 2016 iria terminar com cerca de “500 mil portugueses” nessa situação.

Mas a previsão não se concretizou. Em Fevereiro deste ano, num balanço, a ACSS sublinhava que em 2016 se atingira “o número mais elevado de sempre" de cobertura da população (92,1%)”, mas especificava que no final do ano se registava um total de “769.537 utentes sem médico de família". Um “ganho de 26,6%” face a 2015, enfatizava.

Por que motivo então é que estes cálculos saem furados – como já aconteceu com sucessivos ministros da Saúde, que prometeram sempre dar um médico de família a cada português, sempre sem sucesso? O problema é que os médicos de família vão-se reformando ou saindo por outros motivos ao longo de todo o ano (emigração, doenças, óbitos), enquanto as entradas de novos especialistas se concentram em dois períodos do ano, explica Ricardo Mestre.

Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, nota que nunca como agora o ministério teve condições para resolver este problema crónico. E lembra que há "cerca de 400" recém-especialistas que terminaram o internato (período de formação na especialidade) em Abril e que estão à espera do concurso de ingresso, que devia ter arrancado em Maio. “Estamos em meados de Junho e ainda não começou”, lamenta. Só isto, diz, permitiria quase resolver o problema (cada profissional pode ter 1900 utentes).

290 ainda este mês
Vai ser lançado um concurso para “290 vagas” ainda este mês, responde Ricardo Mestre, que acredita será possível colocar no terreno, já em Julho, os novos profissionais, porque os procedimentos para contratação estão agora “muito simplificados”. De resto, sublinha, o movimento de saídas por reformas está a aplanar-se.

Já o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, lembra que, ao longo dos últimos cinco anos, saíram com reformas antecipadas, para a emigração ou para trabalhar no sector privado, "mais de mil médicos de família" . O bastonário defende que, se não foram criadas condições de trabalho mais aliciantes, a situação não se alterará. "É uma pescadinha de rabo na boca."

"Os médicos de família têm que ter listas de utentes aceitáveis, não é só uma questão de remuneração, mas sobretudo de condições de trabalho. Quem não perceber isto não vai resolver o problema", diz Miguel Guimarães que recorda que as listas de 1900 utentes por médico foram negociadas, a título excecional, no tempo da troika. 

O problema da falta de médicos de família sente-se sobretudo nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve, ambas com significativas percentagens de população a descoberto, ao contrário do que acontece no Norte, Centro e no Alentejo, onde pouco mais de 2% dos residentes inscritos nos centros de saúde não têm médico. Para se ter uma ideia das discrepâncias, basta ver que, se para todo o país são necessários 494 médicos, só para LVT estão em falta 377.

Seja como for, os dados permitem perceber, de facto, que o cenário já foi mais complicado. Em 2011, quando o Governo liderado por Passos Coelho tomou posse, havia cerca de 1,8 milhões de portugueses sem médico de família. Várias medidas, que incluíram a limpeza dos ficheiros, nomeadamente retirando utentes que tinham morrido, permitiram reduzir o número para um milhão e 38 mil no final de 2015.

Associação Cardíaca Americana
Apesar de ser promovido como uma opção saudável, o óleo de coco tem o mesmo efeito nocivo para a saúde que a gordura animal e a...

Por também ser composto por gorduras saturadas, o óleo de coco pode aumentar o chamado colesterol "mau", o LDL, explicam os investigadores.

De acordo com a associação americana, 82% da gordura no óleo de coco é saturada. Esta percentagem é maior do que a da manteiga (63%), da gordura bovina (50%) e da banha de porco (39%). "Como o óleo de coco aumenta o colesterol LDL, uma das principais causas das doenças cardiovasculares, e não tem efeitos favoráveis que compensem isso, advertimos contra o seu consumo", conclui o relatório da Associação Cardíaca Americana, citado pela BBC.

O instituto afirma que as pessoas devem limitar a quantidade de gorduras saturadas que consomem, substituindo algumas por óleos vegetais não saturados - como o azeite e o óleo de girassol. As gorduras animais, como a banha de porco, são geralmente vistas como nocivas, enquanto os óleos vegetais não saturados, como o azeite, são apontados como opções mais saudáveis, escreve o Sapo.

No entanto, vários especialistas defendem que a gordura ainda é parte essencial de uma dieta equilibrada e saudável - ou seja, não deve ser totalmente eliminada da alimentação. A gordura é fonte de ácidos gordos essenciais e ajuda o corpo a absorver as vitaminas A, D e E.

"Comer bem, para a saúde do coração, não significa apenas reduzir a gordura, mas diminuir tipos específicos de gordura e pensar em bons substitutos - gorduras não saturadas e cereais integrais, em vez de açúcar refinado e hidratos de carbono", comenta Victoria Taylor, da Fundação Cardíaca Britânica. "Qualquer mudança deve ser avaliada no contexto da dieta como um todo. A dieta mediterrânea tradicional traz benefícios para uma série de fatores de risco de doenças cardíacas, não apenas os níveis de colesterol", acrescenta Taylor.

"Recomendamos substituir as gorduras saturadas na dieta por gorduras não saturadas - usando óleos em vez de manteiga e escolhendo alimentos como abacate, peixes oleosos, nozes e sementes em vez de alimentos ricos em gorduras saturadas, como bolos, biscoitos, chocolate e carne gordurosa", completa.

Estudo
A conclusão é de uma investigação do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, publicada numa revista do grupo &quot...

Um estudo publicado na semana passada no jornal científico "Scientific Reports" do grupo "Nature" analisou durante um mês o ritmo circadiano de 61 estudantes da Universidade de Harvard e comparou esses dados com o seu desempenho académico.

De acordo com o estudo, escreve o Sapo, os investigadores descobriram que apesar de todos os estudantes terem dormido o mesmo número de horas, os participantes que tinham um padrão de sono regular eram os mais bem sucedidos face aos que tinham horas de deitar e levantar irregulares.

"Os nossos resultados revelam que adormecer e acordar aproximadamente ao mesmo tempo é tão importante quanto o número de horas que se dorme. A regularidade do sono é um fator potencialmente importante e modificável, independentemente da duração do sono", comenta Andrew Phillips, principal autor do estudo, numa nota de imprensa adjacente à investigação.

Os investigadores concluem que cumprir um padrão de sono é fundamental para estabilizar o ritmo circadiano - o sistema que controla a fome, sono e outros mecanismos biológicos.

"Descobrimos que o relógio do corpo sofreu alterações de quase três horas nos estudantes com horários irregulares", acrescenta Charles Czeisler, outro dos autores, que adianta que os resultados do estudo são aplicáveis também no mundo do trabalho.

Dia 21 de Junho
No dia 21 de junho, a Associação de Apoio a Doentes com Insuficiência Cardíaca participa, pela primeira vez, na edição de Verão...

Em Portugal, a insuficiência cardíaca afeta mais de 4% da população, ou seja, cerca de 380 mil pessoas, sendo uma síndrome com elevada morbilidade e mortalidade. A pressão arterial elevada, muitas vezes associada a outros fatores de risco, é a principal causa do desenvolvimento de Insuficiência Cardíaca, no nosso país.

“A Insuficiência Cardíaca é um problema de saúde incapacitante quando não é controlado nem devidamente diagnosticado. Existe ainda um grande desconhecimento da população e, acima de tudo, uma clara desvalorização desta patologia.

Por esse motivo faz todo o sentido marcarmos presença na Check-Up e promovermos a avaliação de alguns parâmetros e fatores de risco que estão na origem desta doença. Pretendemos trabalhar ao nível da prevenção e aconselhamento, bem como do esclarecimento da população sobre causas e manifestações clínicas da insuficiência cardíaca, para que o diagnóstico e tratamento sejam cada vez mais precoces levando a uma redução substancial do número de casos e para que os doentes possam, efetivamente, viver com melhor qualidade de vida”, explica o Comandante Vicente de Moura, presidente da Associação de Apoio a Doentes com Insuficiência Cardíaca (AADIC).

A Associação convida a população a fazer uma avaliação da sua pressão arterial e a esclarecer dúvidas com os enfermeiros, nutricionistas e técnicos de reabilitação cardíaca sobre insuficiência cardíaca e os seus fatores de risco, no stand da AADIC. A entrada é gratuita, sendo que das 11H00 às 13H00 os rastreios destinam-se apenas aos moradores da freguesia de Santa Maria Maior e das 13H00 às 18H00 são para a restante população.

A Check-Up promove rastreios junto do grande público, valoriza e divulga iniciativas das diferentes Sociedades Médicas, Associações de Doentes e outras Instituições, promovendo campanhas de awareness, prevenção e educação, que visam contribuir para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos portugueses. Este ano, pela primeira vez, é lançada uma edição de Verão, que conta como parceiro institucional a Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.

Nos EUA
A epidemia de opioides e heroína que atravessa os Estados Unidos afeta de forma grave a comunidade portuguesa de Massachusetts,...

"Esta epidemia afeta muito a nossa comunidade, em cidades como New Bedford, Fall River, Tautnon. Pessoas de todas as idades, desde adolescentes até pessoas com 60 anos, e de todos os estratos sociais", disse Connie Mimoso, diretora de serviços na Fundação Seven Hills que presta apoio a estas populações em Massachusetts.

A diretora do Centro de Apoio ao Imigrante de New Bedford, Helena da Silva Hughes, confirma que "a epidemia de droga está a afetar a comunidade de falantes de português, assim como as outras comunidades".

"Infelizmente, devido a barreiras de língua e falta de informação sobre o assunto em português, muitos pais não se apercebem de que os filhos estão a usar drogas durante muito tempo e quando descobrem eles já estão a usar heroína", diz Hughes.

As responsáveis descrevem um padrão que se tornou a regra em todo o país: as vítimas começam a usar medicamentos para dores muito poderosos apenas disponíveis por prescrição médica, ficam dependentes, e quando os médicos deixam de os prescrever viram-se para a heroína, mais barata.

"Comprar estes medicamentos no mercado negro pode custar entre 100 a 500 dólares por dia, tenho pacientes que estavam a gastar 500 dólares por dia. Uma dose de heroína para um dia pode ser comprado por 20 ou 30 dólares", compara Connie Mimoso.

A especialista disse que os portugueses "ainda tentam lidar com o problema de forma muito fechada, no seio da família, e quando procuram ajuda já é em estados muito avançados da doença".

Em 2015, mais de 52 mil norte-americanos morreram de overdose, 33 mil dos quais de opioides, um aumento de 23 por cento em relação ao ano anterior.

A maioria das mortes acontece em cidades como Baltimore e Chicago, mas a dependência tem mais expressão nos subúrbios de classe media e zonas rurais dos estados da Nova Inglaterra, que inclui Massachusetts, ou nas zonas do Appalachia e Midwest.

"Em New Beford, tivemos mais de 600 overdoses no ano passado, 42 das quais fatais. Em Fall River foram cerca de 900. Não temos dados que discriminem quantos casos aconteceram em famílias portuguesas, mas sabemos que é uma percentagem alta porque os portugueses representam uma grande parte da população nestas cidades", explicou Connie Mimoso.

A fundação para a qual Connie trabalha, a Seven Hills Foundation, lançou recentemente um protocolo com a polícia local para ser chamada em casos de overdoses e oferecer apoio no seu seguimento.

A organização de Helena da Silva Hughes também está a lançar um grupo de apoio em português para as famílias afetadas que não falam inglês e, no mês passado, o representante estadual Tony Cabral organizou uma conferência para mostrar que existe ajuda disponível para estas pessoas.

"Depois de muitos anos, começa finalmente a ser reconhecido este problema e a ser discutido a nível político. Mas é preciso fazer muito mais. Este tipo de serviços não existe sem dinheiro e é preciso que o estado disponibilize mais verbas para um fenómeno que está a crescer", explicou Connie Mimoso.

Entre 1991 e 2011, o número de prescrições para analgésicos quase triplicou nos EUA, e existem neste momento processos em tribunal lançados por organizações não-governamentais e procuradores de vários estados a tentar penalizar as empresas farmacêuticas por esta epidemia.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Portugal continental e os arquipélagos da Madeira e Açores apresentam hoje um risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal (Madeira) Ponta Delgada (ilha de São Miguel), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) e Santa Cruz das Flores estão hoje com níveis ‘elevados’.

A região do Porto Santo está em risco ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente continuação de tempo quente com períodos de céu muito nublado, condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada, em especial nas regiões do interior e durante a tarde.

Está também previsto vento fraco, soprando moderado de sueste no Algarve e temporariamente do quadrante oeste durante a tarde na faixa costeira ocidental a sul do Cabo Espichel.

Nas terras altas, prevê-se que o vento soprará fraco a moderado do quadrante sul, sendo por vezes moderado a forte na região Sul, em especial nas serras algarvias.

A previsão aponta ainda para pequena descida da temperatura máxima nas regiões do interior e no Algarve.

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 23 e 37 graus Celsius, no Porto entre 16 e 31, em Leiria entre 18 e 38, em Santarém entre 21 e 42, em Coimbra entre 19 e 38, em Castelo Branco entre 23 e 38, em Viseu entre 21 e 25, em Vila Real entre 22 e 35, em Bragança entre 21 e 35, na Guarda entre 21 e 31, em Portalegre entre 22 e 36, em Évora entre 21 e 29, em Beja entre 22 e 28 e em Faro entre 22 e 33.

Pedrógão Grande
Onze feridos estão hospitalizados em unidades de queimados de hospitais de Lisboa, Coimbra e Porto em consequência do incêndio...

Segundo confirmou o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, nas unidades de queimados de hospitais de Lisboa estão internados dois feridos em Santa Maria e um no São José, além de outros sete no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Um bombeiro também deu entrada, na madrugada de domingo, no Hospital da Prelada, no Porto, “com queimaduras na face e nos membros superiores e inferiores”, informou fonte oficial da unidade.

O ferido, oriundo de Castanheira de Pera, foi assistido no local e transportado para a unidade portuense devidamente estabilizado e apresentava, durante a tarde, “prognóstico reservado”.

Seis feridos internados no CHUC estavam em estado grave, disse o presidente da unidade hospitalar, Fernando Regateiro, durante um balanço efetuado ao final da manhã de ontem, por ocasião de uma visita do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, e do secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado.

Dos seis feridos graves, cinco estavam nos cuidados intensivos com ventilação, adiantou a fonte hospitalar.

Dos 45 feridos que deram entrada nas unidades do CHUC, 12 deviam receber tratamento nos serviços de cirurgias plástica, dez estavam em observação e 16 tinham já obtido alta médica.

O incêndio que deflagrou ao início da tarde de sábado numa área florestal em Escalos Fundeiros, em Pedrógão Grande (distrito de Leiria), alastrou-se aos municípios vizinhos de Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, obrigando a evacuar povoações ou deixando-as isoladas, e provou pelo menos 61 mortos, segundo o último balanço oficial.

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