15 de maio
A importância da família na saúde e bem-estar dos seus elementos e a prestação de cuidados no século XXI são os assuntos em...

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) assinala hoje o Dia Internacional da Família, com o nono encontro destinado a comemorar esta data e que, em 2017, é subordinado ao tema “Famílias, Saúde, Educação e Bem-estar”.

“Famílias e bem-estar: a prestação de cuidados no século XXI” é o título da conferência a proferir, às 15h00, pela investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, Sílvia Portugal.

A iniciativa decorre nas instalações da ESEnfC no Polo A (Avenida Bissaya Barreto, em Celas), onde, pela manhã (10h00), e sob o mote “A importância da família na saúde e bem-estar dos seus elementos”, se realiza uma intervenção educativa, pelo método World Café, com estudantes do 2º ano do Ensino Clinico de Fundamentos de Enfermagem na Comunidade.

“O cuidado com a família tem integrado o centro de preocupação da Enfermagem enquanto profissão e disciplina do conhecimento, constituindo hoje um foco de atenção na clínica e na investigação. Para as famílias, os enfermeiros são os elementos centrais das equipas de saúde com a missão de as acompanhar ao longo do ciclo vital e de as capacitar para o desenvolvimento e adaptação saudáveis. Por esta razão, neste dia, pretendemos consciencializar para a importância que os enfermeiros possuem no fortalecimento das funções da família na saúde, na educação e na promoção do bem-estar dos seus elementos”, afirma a organização deste nono encontro, da responsabilidade da Unidade Científico Pedagógica de Saúde Pública, Familiar e Comunitária, da ESEnfC.

Governo
Os atestados médicos para as cartas de condução passam a ser hoje emitidos por via eletrónica, mas muitos médicos afirmam que...

O Governo adiou de abril para hoje, 15 de maio, a obrigatoriedade de emissão dos atestados médicos informaticamente para cartas de condução, adiamento que foi justificado pela necessidade de concluir a validação das aplicações informáticas no setor privado e social, bem como para a criação de novos centros de avaliação de condutores.

A Ordem dos Médicos tinha desafiado em abril o Ministério da Saúde a criar Centros de Avaliação Médica e Psicológica (CAMP) para gerir a emissão de atestados médicos para cartas de condução, considerando que são os “organismos vocacionados para emissão e revalidação das cartas de condução e outras licenças”.

Também o Sindicato Independente dos Médicos tem feito repetidos pedidos aos diretor-geral da Saúde para “livrar os médicos de família” da tarefa de passar atestados para as cartas de condução, insistindo que não é possível cumpri-la no Serviço Nacional de Saúde.

O sindicato tem argumentado que as condições de trabalho no SNS não permitem aplicar na realidade as exigências para avaliação da aptidão para emitir um atestado médico.

“Podem contar-se pelos dedos o número de gabinetes onde se pode encontrar o equipamento médico” referido na orientação da Direção-geral da saúde como necessário para efetuar exames com vista ao atestado para a carta de condução.

Martelo de reflexos, escala de avaliação visual e testes de visão cromática são alguns dos exemplos de materiais em escassez nos consultórios dos médicos de família dados pelo SIM.

Tal como a Ordem, este sindicato considera que os condutores devem ser todos avaliados com o mesmo rigor e sem perturbar o acesso às consultas do SNS nem a relação médico-doente, sugerindo que todos os candidatos a atestado sejam avaliados nos CAMP.

Brasil
A Organização Não Governamental Human Rights Watch advertiu que não se deve declarar vitória sobre o vírus zika, apesar de as...

O anúncio feito quinta-feira pelo Governo brasileiro surge 18 meses depois de ter declarado o estado de emergência nacional devido à propagação dos casos de contágio pelo vírus zika e pela sua relação, através da infeção de mulheres grávidas, no aumento do número de microcefalias em bebés e outras complicações nos recém-nascidos, recordou a Human Rights Watch (HRW), num artigo assinado por Margaret Wurth.

Este ano, o número de casos de zika e o número de bebés que nasceram com problemas de desenvolvimento do crânio e do cérebro relacionadas com o vírus caiu consideravelmente, sem que haja certezas sobre o motivo exato dessa descida, pois houve um conjunto de fatores a contribuir, como a população ter desenvolvido imunidade, o tempo ter sido mais seco ou o Governo e as autoridades estaduais terem adotado medidas de erradicação, apontou.

Mas a ameaça do zika ainda não acabou e há condições que permitem o desenvolvimento de um surto que continuam por resolver no Brasil, alertou.

O mosquito que é portador do zika e de outros vírus continua a estar presente no Brasil e é responsável por contágios de dengue, por exemplo, que se verificaram nos últimos anos e continuam a ser um risco.

Para perceber como tudo se pode complicar, basta apontar os casos de febre amarela, que se propagam através do mesmo mosquito, e que já matou pelo menos 240 pessoas desde dezembro.

Os problemas recorrentes com a água e as infraestruturas de saneamento básico deixam as comunidades vulneráveis ao vírius zika e outras doenças propagadas por mosquitos, mas as autoridades brasileiras não investiram o suficiente nessa área, deixando muitas comunidades em risco.

A seca no nordeste do país tem feito com que muitas comunidades, que deixam de ter acesso a água corrente, armazenem esse bem básico em reservatórios e criem, inadvertidamente, condições propícias ao desenvolvimento do mosquito.

Também não devem ser esquecidos os milhares de crianças com problemas relacionados com o vírus zika, assim como os seus cuidadores, que vão ter de ter de acompanhá-los constantemente ao longo das suas vidas, com gastos elevados em tratamentos e dificuldades para conciliar esse apoio com os seus trabalhos profissionais.

Há também o perigo de, por causa do anúncio do fim do estado de emergência, as autoridades brasileiras e a comunidade internacional abrandem a vigilância e esqueçam o problema sem resolver muitas das questões estruturais que causaram a propagação do vírus.

Após caso de infeção parasitária
Os médicos voltaram a alertar para os cuidados a ter com o consumo de peixe cru ou mal cozinhado, após um homem ter sido...

O caso é relatado num artigo publicado na quinta-feira na revista médica BMJ, cuja primeira autora é a médica Joana Carmo, do Departamento de Gastroenterologia do Hospital Egas Moniz, em Lisboa.

A equipa médica portuguesa descobriu, após um exame ao estômago (endoscopia) e análises laboratoriais, que o homem, de 32 anos, que tinha comido 'sushi' e se queixava de dores fortes na barriga, vomitava e estava febril, continha na mucosa gástrica um parasita da espécie 'Anisakis', que causa a infeção conhecida pelo nome científico de 'Anisakiasis'.

A 'Anisakiasis' surge quando se consome peixe cru, como por exemplo sob a foram de 'sushi', ou mal cozinhado que está infetado com parasitas da espécie 'Anisakis', que podem contaminar salmão, arenque, bacalhau, cavala, lulas, alabote e anchovas.

A infeção parasitária pode afetar o estômago, o intestino, órgãos fora do aparelho gastrointestinal ou gerar reações alérgicas como urticária e choque anafilático.

No caso descrito na BMJ, tratou-se de uma 'Anisakiasis' gástrica, em que os sintomas (dor de barriga, náuseas e vómitos) se desenvolvem rapidamente (ao fim de uma a oito horas) após a ingestão de peixe cru.

Os médicos removeram o parasita com uma pequena rede de plástico inserida no estômago com o auxílio de um endoscópio (tubo ótico com câmara que é usado nos exames ao estômago).

Segundo os autores do artigo, a maioria das infeções por parasitas 'Anisakis' têm sido reportadas no Japão, onde é muito comum a dieta alimentar à base de peixe cru, mas estes parasitas já foram observados em peixe colocado à venda em mercados e supermercados em Espanha.

Os médicos advertem que o consumo de refeições como 'sushi' tem-se popularizado nos países ocidentais e aconselham os profissionais de saúde a estarem atentos aos sintomas de doentes que comeram peixe cru ou pouco cozinhado, como dores de barriga, náuseas, vómitos, obstrução intestinal e sangramento nas fezes, que se podem confundir com sintomas de outras patologias, como apendicite e úlceras.

Em muitas situações, o diagnóstico da 'Anisakiasis' só se consegue após uma cirurgia.

Cozinheiros de 'sushi' devidamente treinados podem detetar parasitas de 'Anisakis', uma vez que são visíveis no peixe.

Para evitar a infeção parasitária, os especialistas aconselham a cozedura do peixe a 70ºC ou o seu congelamento a -20ºC pelo menos durante três dias.

Esclerosa Tuberosa
A Esclerose Tuberosa é uma doença genética e sem cura que provoca o aparecimento de tumores em órgão

A Esclerose Tuberosa (ET) é uma doença genética rara que se caracteriza por lesões que podem afectar praticamente todos os órgãos do corpo. Manchas hipopigmentadas na pele e na retina e tumores benignos no coração, olhos, cérebro, rim, pulmão e pele são as lesões mais frequentes.

Estima-se uma incidência de 1 caso em 6000 nascimentos, o que levará à existência de cerca de 500 pessoas em Portugal.

Aproximadamente 1/3 das pessoas com a doença herdam-na directamente de um dos progenitores, enquanto que os restantes 2/3 dos casos resultam de mutações genéticas que surgem de novo no indivíduo afectado. Independentemente da forma como surgiu, sendo uma doença autossómica dominante, é depois transmitida aos filhos com uma probabilidade de 50%

A informação genética alterada nesta doença encontra-se em um de dois genes TSC1 ou TSC2, localizados nos cromossomas 9 e 16 respetivamente. Este erro interfere no normal funcionamento destes genes e conduz à incapacidade de impedir a multiplicação celular e, consequentemente, à formação de tumores distintos.

Apesar da benignidade das células que compõem estes tumores, as consequências do crescimento e invasão locais resultam numa ameaça para a função dos órgãos atingidos.

Sinais e Sintomas

O quadro clínico é extremamente variável. Até na mesma família, os sintomas podem variar de leves a muito graves e atingir órgãos diferentes. Também se pode manifestar em diferentes fases da vida do doente, desde a gestação à idade adulta.

No cérebro, os tumores e tuberomas podem provocar convulsões e epilepsia, perturbações do sono, perturbações intelectuais e comportamentais de gravidade variável, até défice cognitivo grave e autismo. Um tipo menos frequente de tumor (SEGA) pode ainda ser causa de hidrocefalia e hipertensão intracraniana.

Na pele, além das manchas hipopigmentadas, outra lesão frequente é o angiofibroma, constituído por pápulas escuras ou avermelhadas na face que vão aumentando com a idade. Há ainda lesões cutâneas noutros locais, nomeadamente, fibromas dolorosos perto ou sob as unhas.

No rim surgem quistos e angiomiolipomas, tumores benignos mas quando atingem grandes dimensões causam hemorragias graves.

No coração, os tumores benignos tomam o nome de rabdomiomas. Podem estar presentes logo ao nascer ou mesmo antes e ser causa de arritmias, mas tendem a desaparecer com a idade.

Nos pulmões, uma manifestação menos frequente mas temível da ET, atinge sobretudo mulheres em idade adulta e pode conduzir a insuficiência respiratória grave.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito na presença de vários sintomas que são considerados critérios major e minor. 

Prognóstico

O prognóstico desta doença está dependente da gravidade dos sintomas.

Os doentes com sintomas leves têm uma esperança-média de vida normal. Pessoas com ET podem correr risco de vida devido aos tumores cerebrais e renais ou à linfangioleiomiomatose pulmonar.

Vigilância e tratamento

Os doentes com ET necessitam de acompanhamento médico próximo e permanente para garantir o tratamento atempado e adequado. Como esta doença tem uma apresentação multiorgânica, o ideal seria o doente ser seguido por um médico com experiência no diagnóstico e tratamento da ET.

Desta forma, os doentes necessitam de recorrer a consultas de diversas especialidades em função dos órgãos envolvidos (neurologia, nefrologia, urologia, dermatologia, genética e pneumologia). Esta situação traduz-se em desconforto para o doente e para a família, quer pela multiplicidade na referenciação, quer pela ausência do conhecimento transversal da doença por cada um dos especialistas. A criação de centros de referência multidisciplinares especializados em ET é um objectivo importante.

O tratamento da ET é, por enquanto, o tratamento específico de cada sintoma ou manifestação e inclui, caso a caso, os medicamentos antiarrítmicos cardíacos, os fármacos antiepilépticos e as cirurgias para a epilepsia, os moduladores do comportamento ou do sono, as cirurgias de urgência em caso de hidrocefalia ou hemorragia renal, os tratamentos laser das lesões cutâneas ou oculares.

Mais recentemente, têm vindo a ser utilizados novos fármacos que actuam no mecanismo intracelular da própria doença e que já se provaram ter efeito em alguns aspectos da doença como os angiomiolipomas renais, os SEGA intracranianos e a epilepsia.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto +SNS
A comissão “Barreiras aos Cuidados de Saúde”, do “Parlamento da Saúde”, foi convidada pelo secretário de Estado Adjunto e da...

O “Parlamento da Saúde”, composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, integra seis comissões que, desde janeiro, estão a debater e a elaborar recomendações para melhorar a saúde em Portugal que serão apresentadas publicamente a 30 de junho, quando termina a iniciativa.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o presidente da comissão, António Teixeira Rodrigues, refere que o convite do Governo surgiu “no seguimento de um conjunto de reuniões realizadas com vários ‘stakeholders’ da área da saúde para a construção das suas recomendações.

“É uma honra enorme poder dar continuidade ao trabalho desenvolvido (…) tem sido meses intensos de trabalho e ver agora o nosso trabalho reconhecido é muito gratificante”, afirma António Teixeira Rodrigues, do “Parlamento da Saúde”, uma iniciativa que começou na Bélgica, passou pelo Reino Unido e no terceiro ano de existência chegou a Portugal.

O “Health Parliament Portugal”, o primeiro parlamento 100% dedicado à saúde, conta com um conselho consultivo e um grupo de curadores composto por deputados da Assembleia da República, académicos reconhecidos, entre outras individualidades na área da saúde que irão acompanhar a discussão.

Opinião
Os Cuidados de Enfermagem caracterizam-se por estabelecerem uma relação de ajuda com o utente e pode

O Dia Mundial do Enfermeiro surge como forma de homenagem a Florence Nightingale, Enfermeira Inglesa nascida em 1820, unanimemente considerada como a fundadora da Enfermagem Moderna. Para Nightingale (1871):

A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la com arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor, pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes, poder-se-ia dizer, a mais bela das artes!

A “Dama da Lâmpada”, termo pelo qual Florence Nightingale ficou conhecida pelo facto de se auxiliar de uma lamparina, para observar os feridos durante a noite na Guerra da Crimeia (1854), lançou as bases da Enfermagem Moderna na medida em que passou a integrar os dados, que obteve durante a experiência de campo, na melhoria dos próprios processos de atendimento.

O percurso contemporâneo da Enfermagem, enquanto disciplina com um campo de conhecimento próprio, tem sido suportado pela produção de evidência científica cada vez em maior número e qualidade e que permitiu uma mudança significativa de paradigma.

Passamos da Enfermagem muito ligada às Ordens Religiosas, com espírito de devoção e abnegação, em que eram apenas cumpridas prescrições e seguidas ordens sem qualquer espírito reflexivo, caminhando no sentido de uma profissão cada vez mais regulamentada, com um conjunto próprio de saberes que são fortemente integrados na melhoria das práticas assistenciais.

Esta dimensão da Prática de Enfermagem Baseada na Evidência, coloca a profissão na linha da frente, ao mesmo nível das restantes profissões na área da saúde em termos dos contributos que oferece para o resultado final.

O carácter progressivamente mais científico permite, por um lado normalizar procedimentos e por outro, acrescenta Intencionalidade aos actos desenvolvidos e empregues pelos Enfermeiros. É esta Intencionalidade do acto que nos diferencia dos demais.

Em Portugal a profissão foi adequadamente regulamentada em 1996 através do REPE – Regulamento do Exercício Profissional do Enfermeiro (Decreto-Lei n.º 161/96, de 4 de Setembro). Esta regulamentação, tal como descrito no documento, surgiu pela crescente complexificação e dignificação do exercício profissional e como reconhecimento do valor significativo do papel do Enfermeiro na qualidade e eficácia da prestação de cuidados de saúde.

No actual enquadramento legal, o Enfermeiro é o profissional que mediante a aplicação de metodologia científica, tem competência científica, técnica e humana para a prestação de cuidados de enfermagem ao indivíduo, família, grupos e comunidade, ao níveis da prevenção primária, secundária e terciária. Na prática, o Enfermeiro está presente na vida do cidadão ao longo de todo o ciclo de vida, desde o nascimento até à sua morte.

Cabe ao Enfermeiro, em cada um desses momentos, encontrar a melhor forma de ir ao encontro das necessidades dos utentes, recolhendo dados que lhe permita efetuar um diagnóstico de Enfermagem claro e objetivo, planeando e executando as acções adequadas aos problemas detectados.

Assim, os Cuidados de Enfermagem caracterizam-se por estabelecerem uma relação de ajuda com o utente e podem englobar o escutar, o acolher, o estar perto, o confortar em diversos contextos, por vezes nos mais adversos. Mas independentemente da ação tomada, ela tem de estar totalmente revestida de uma intenção que é própria da profissão e que cabe apenas ao Enfermeiro.

Recordo sempre com carinho uma das primeiras frases que me foram transmitidas durante o curso de Enfermagem:

Enfermagem é a Ciência e a Arte do Cuidar.

Parabéns a todos os Enfermeiros.

Um abraço!

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Turismo
A suspeita de serem falsas muitas das reclamações por intoxicações alimentares apresentadas por turistas britânicos levou o...

"Houve relatos de um aumento de turistas encorajados a apresentar uma participação por danos pessoais caso tenham tido uma doença gástrica durante a estada", lê-se na página eletrónica do ministério.

E, num alerta aos turistas para que afiram a veracidade das queixas que apresentam, o ministério dos Negócios Estrangeiros britânico pede-lhes: "só deve considerar uma queixa ou reclamação se você contraiu um problema ou uma doença genuinamente. Se fizer uma participação falsa ou fraudulenta, pode ser alvo de procedimentos legais no Reino Unido ou em Portugal".

Em causa está o aumento extraordinário de queixas nos últimos anos relacionadas com problemas gástricos feitas por turistas britânicos quando viajam com pacotes que incluem pensão completa, ou seja, refeições nos hotéis.

Segundo disse à Lusa a Associação de Agências de Viagens Britânica (ABTA na sigla inglesa), de 2013 para 2016 houve um aumento superior a 520%.

Segundo a organização, alguns turistas estão a ser encorajados a fazer estas queixas falsas por empresas especializadas em fazer participações às companhias de seguros para receberem indemnizações.

Muitas vezes oferecem em troca um serviço gratuito em troca de uma percentagem do valor obtido ou da compensação das custas judiciais.

A legislação britânica prevê que estas queixas por danos pessoais sejam feitas contra os operadores turísticos, que, por sua vez, passam os custos para os hotéis.

Segundo a ABTA, Portugal, Espanha e Turquia são os países mais afetados.

"Os consumidores devem ter muito cuidado com qualquer empresa que os aborde e os encoraje a fazer uma reclamação desonesta ou exagerada. É ilegal fazer queixas fraudulentas e as agências de viagens estão cada vez mais atentas a identificar sinais indicadores de queixas exageradas ou desonestas", afirmou uma porta-voz da organização à Lusa.

A ABTA considera que as agências que estão por detrás deste esquema "não têm escrúpulos" e alertou para o risco de autores de queixas falsas serem processados, tendo apelado também ao governo para alterar a lei para tornar mais difícil este tipo de situações.

"Estas queixas fictícias estão a custar montantes substanciais de dinheiro aos operadores de viagens e hotéis e se esta prática continuar pode acabar por ter um impacto nos preços das viagens. Já está a lesar a reputação dos turistas britânicos no estrangeiro", lamentou a mesma porta-voz.

O Foreign Office estima em 2,5 milhões o número de britânicos que visitaram Portugal em 2015.

Redes sociais
Rede social alega que a prática faz parte da sua política contra o uso de drogas. A organização Women on Waves diz que acesso à...

A organização não governamental Women on Web, que partilha informação científica e contactos entre mulheres que vivem em países onde o acesso ao aborto é proibido e médicos que fornecem pílulas abortivas, viu a sua página no Facebook desaparecer.

A organização sedeada em Amesterdão tem ligações à Women on Waves. Na conta do Facebook desta ONG lê-se que a Women on Web "oferece informação crucial a milhares de mulheres em todo o mundo" e que, além de notícias e informação científica, já deu resposta a mais de meio milhão de emails de mulheres que procuravam informações de saúde. "Aguardamos que o Facebook volte atrás o quanto antes porque o acesso à informação é um direito humano", lê-se ainda.

A Women on Waves ficou famosa em Portugal em 2004, quando um barco (que ficou conhecido como o barco do aborto) foi proibido de entrar em águas portuguesas por ordem de Paulo Portas, então ministro da Defesa. Esta ação veio a valer a condenação do país, em 2009, pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.

Medicina Reprodutiva
Os especialistas recomendam não esperar: quanto maior a idade, maiores os problemas.

Existe atualmente uma tendência crescente em adiar a maternidade que exige aos profissionais da procriação medicamente assistida adaptar-se a esta realidade. Nestes casos, a vitrificação de ovócitos é a técnica mais habitual quando se adia a gravidez, seja por motivos sociais, seja por problemas oncológicos. Mas a idade em que se decide vitrificar também influi.

A mulher nasce com cerca de um milhão de ovócitos, que se vão reduzindo antes da puberdade, até aos 400.000 aproximadamente. Dos quais vai gastanto quase 1.000 em cada ciclo menstrual. “Portanto, a partir dos 35 anos, esta reserva ovárica já se encontra perto dos 10 % do total e a qualidade dos óvulos piora. Deparamo-nos com o facto de uma mulher de 40 anos ter poucos ovócitos para engravidar sem falhas reprodutivas ou cromossómicas. Os investigadores da Universidade de St. Andrews precisam em 3% a reserva ovárica destas mulheres”, assegura o professor José Remohí, copresidente y fundador do IVI, durante as sessões do 7th International IVI Congress. “As contas não falham, nós os ginecologistas temos bem claro que a fertilidade da mulher não é infinita. São as mulheres que devem ter esta consciência. Podem existir gravidezes espontâneas, sim, mas são muito pouco prováveis e além disso com muitos riscos, enfatiza o doutor.

Guardar a maternidade

A vitrificação nasceu como uma esperança para as mulheres que iriam submeter-se a tratamentos oncológicos ou a uma cirurgia de ovários, e hoje a maioria das mulheres que recorre a esta técnica fá-lo por motivos sociais. O método consiste numa “congelação” ultrarrápida que permite preservar o óvulo em ótimas condições para ser usada quando uma mulher quiser. A técnica aplicada pelos especialistas do IVI, faz com que a taxa de sobrevivência destes ovócitos seja de 90 %.

“A vitrificação é um método simples que revolucionou a criobiologia e se converte na chave de muitas outras técnicas nas nossas clínicas. Oferece uma taxa de sucesso elevada e um custo acessível. É uma decisão com muitas mais vantagens que inconvenientes. Se analisarmos o objetivo final (manter quase intactas as possibilidades de ser mãe) é altamente recomendável. É uma esperança e uma porta aberta ao controle da mulher sobre o seu tempo, o seu corpo e o seu desejo, ou não, de ser mãe. É o primeiro passo para autonomia reprodutiva feminina”, explica o Dr. Juan Antonio García-Velasco, diretor do IVI Madrid e orador no 7th International IVI Congress.

Final dos 20 princípios dos 30: idade chave

A idade é chave para os tratamentos de procriação medicamente assistida. Converteu-se no fator principal de todos os problemas que apresentam as mulheres e/ou casais que não conseguem engravidar. “O adiar da maternidade é uma realidade. Que as mulheres se encontrem no seu melhor momento social, emocional, psicológico e económico no final dos 30 anos, é outra. Isso a biologia não sabe. Continua a fazer as coisas como sempre fez, e não para nos dizer que a idade ótima para ter filhos é outra. Dai recomendarmos preservar a fertilidade, através da vitrificação de ovócitos, quando estes se encontrem, neste momento ótimo. É como um seguro de tranquilidade para as mulheres”, reforça o professor José Remohí.

Embora seja verdade que é possível vitrificar ovócitos em pacientes maiores de 35 anos, as mulheres devem ser conscientes que quanto mais cedo considerem a opção de vitrificar ovócitos, mais possibilidades terão de concretizar o desejo reprodutivo no futuro. “Hoje em dia, no IVI dispomos de programas de criopreservação muito eficazes e seguros. Mas a idade é chave. Preservar entre os 25 e os 35 anos é o ótimo. Enquanto a sobrevivência do ovócito é semelhante, as taxas de sucesso da gravidez diminuem quando os óvulos foram vitrificados numa idade mais avançada, tal como ocorre com os óvulos a fresco”, explica a Dra. Ana Cobo, diretora da Unidade de Criopreservação do IVI Valência, e autora da palestra “Factors impacting the success of elective fertily preservation” durante o Congresso.

Preservação da fertilidade em pacientes oncológicos infantis  

Apesar de se recorrer maioritariamente à preservação do potencial reprodutivo por motivos sociais, salientamos que a vitrificação para preservar a fertilidade tem origem em ajudar os pacientes em manter a possibilidade de serem pais e mães depois de superarem o processo oncológico. Neste sentido, o 7th International IVI Congress serviu para apresentar os últimos avanços em pacientes oncológicos infantis, quando ainda não chegaram à idade fértil. Vinculados à taxa de sobrevivência, a comunidade cientifica trabalha para evitar ou diminuir os efeitos secundários dos tratamentos oncológicos no futuro desses pacientes. Nos casos estudados até ao momento apresentam maior taxa e sucesso nas raparigas do que nos rapazes. “Para este perfil, a técnica mais usada é a congelação do tecido ovárico. Já se conseguiram nascimentos em mães que tiveram cancro na sua etapa infantil e preservaram a fertilidade”, conclui Dr. Juan Antonio García Velasco.

 

Saúde Periodontal
A doença periodontal afeta cerca de 35% da população mundial atingindo, de acordo com a Organização

As doenças periodontais são doenças “silenciosas”, uma vez que no início do seu desenvolvimento não costumam provocar dor,  e que afetam os tecidos que estão à volta do dente. Gengivite e Periodontite distinguem-se quanto à região afetada pela infeção. “Na gengivite só está afetada a gengiva que fica inflamada pela presença de bactérias, pelo contrário na periodontite o osso que está a suportar o dente também é afetado e diminui”, explica Susana Noronha, presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI)

“A presença de placa bacteriana no espaço entre a gengiva e o dente é a causa da gengivite. Na periodontite, além de bactérias é fundamental que a pessoa tenha tendência para a doença”, acrescenta a especialista.

Sangramento das gengivas, não só durante a escovagem mas também o que surge de forma espontânea, é um dos sintomas iniciais da doença. Mau sabor, mau hálito, retração gengival – “os dentes ficam mais compridos e com espaços entre eles” -, dentes a abanar e/ou hipersensibilidade ao frio são alguns dos sinais que também lhe estão associados.

“Os fatores de risco comprovados para a periodontite são, além de uma inadequada eliminação das bactérias, o tabaco e a diabetes mal controlada”, afirma Susana Noronha explicando que esta, ao contrário do que muitas vezes se pensa, não se trata de uma doença genética. “No entanto, as características genéticas influenciam a tendência que a pessoa tem para passar de gengivite a periodontite”, esclarece.

Atingido um número considerável de pessoas, é importante refletir sobre a patologia e suas complicações. Não só a doença periodontal constitui um problema em si mesmo, afetando quatro em cada cinco pessoas com mais de 35 anos, como também está comprovada a evidência de relação entre periodontite e outras patologia como a diabetes ou outras doenças crónicas não transmissíveis.

“As complicações podem ser locais, podendo-se chegar a perder o dente, e sistémicas através da relação com doenças que afetam outros órgãos, como por exemplo as doenças cardiovasculares”, diz a presidente SPPI.

“A presença de bactérias leva a que, por um lado, algumas passem para a corrente sanguínea e, por outro, as substâncias produzidas pelas bactérias e pelo processo inflamatório tenham influência nos diferentes órgãos. A periodontite não tratada por influenciar o controlo da diabetes e aumentar o risco para sofrer de doenças cardiovasculares”, justifica.


Doença pode resultar na destruição irreversível do osso e ligamento que suporta os dentes

Prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado

De acordo com Susana Noronha, o principal aspecto que compromete a saúde oral é “não apostar na prevenção”. “As principais doenças que os médicos dentistas tratam – doenças periodontais e cáries – são provocadas por bactérias na placa bacteriana. A sua eliminação diária e o controlo profissional periódico são essenciais para assegurar a saúde oral”, refere.

O controlo de placa bacteriana, com escovagem e utilização do fio dentário duas vezes ao dia, associado a consultas com o médico dentista duas vezes por ano, são as principais recomendações dos especialistas.

No entanto, quando a doença já está instalada há que recorrer ao tratamento adequado.

“Em primeiro lugar é fundamental explicar a doença. Só um doente esclarecido pode participar ativamente no seu tratamento, o que é essencial para os resultados. Adicionalmente, devem ser ensinadas as técnicas adequadas e eficazes para eliminar as bactérias, não só através da escovagem como também do uso do fio dentário ou escovilhões”, começa por explicar Susana Noronha.

“Em simultâneo deverá ser realizada a eliminação profissional de placa bacteriana e tártaro, através de um procedimento chamado destartarização e alisamento radicular”, acrescenta referindo que a manutenção, com consultas regulares de controlo, é fundamental para manter os resultados alcançados com o tratamento.

Nos casos em que a periodontite está mais avançada, ou seja “em que o espaço entre a gengiva e o dente é mais profundo”, pode estar indicada a cirurgia periodontal.

“Este procedimento implica levantar a gengiva e expor a superfície da raíz para ter acesso a limpar. Em alguns casos está indicado usar técnicas e materiais para regenerar o osso que se perdeu”, explica.

Dia Europeu da Saúde Periodontal

Organizado pela Federação Europeia da Periodontologia, o Dia Europeu da Saúde Periodontal, que se assinala hoje,  foi criado com o objetivo de lembrar o público que a saúde periodontal é uma forma eficaz e pouco dispendiosa de melhorar a saúde oral, a saúde geral e a saúde pública.

“A Sociedade Portuguesa de Periodontologia e Implantes (SPPI), como membro de Federação Europeia de Periodontologia (EFP), associou-se à promoção e divulgação de uma campanha internacional de consciencialização centrada no tema «Todos juntos vamos combater a doença periodontal». O conhecimento atual das características da doença periodontal, nomeadamente a prevalência crescente, a natureza crónica, as possíveis complicações e a interrelação com outras doenças como diabetes, reforça a importância da sensibilização, como meio de alerta para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado”, refere a especialista.

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Papa
Os serviços de apoio à saúde em Fátima atenderam até hoje de manhã 378 pessoas, a maioria peregrinos e com situações de simples...

Em declarações à agência Lusa, Rui Esteves indicou que no âmbito da operação de proteção e socorro montada para a visita do papa Francisco a Fátima, os vários serviços de saúde – postos médicos do INEM e da Cruz Vermelha Portuguesa e Bombeiros – atenderam, até às 09:00 de hoje, 378 pessoas.

“Todos foram avaliados e as situações resolvidas. Tratou-se de situações simples, algumas relacionadas com o cansaço dos peregrinos, entorses ou dores nos pés causadas pelos longos percursos”, adiantou.

Segundo Rui Esteves, quatro pessoas foram transferidas para o hospital para receberem cuidados mais diferenciados.

No terreno, estão 668 operacionais, apoiados em 625 veículos, que asseguram o cumprimento da fase dois do planeamento para as comemorações do Centenário das Aparições, que contam com a presença do papa Francisco, que chega a Fátima às 17:35.

De acordo com Rui Esteves, não há registo de qualquer situação excecional e tudo está a decorrer de acordo com o expectável.

No recinto do Santuário são já centenas as pessoas que assistem às várias celebrações religiosas na Capelinha das Aparições, munidas de chapéus para se protegerem contra a chuva que tem marcado estas celebrações.

Investigação
De acordo com um novo estudo, o método de deixar o bebé chorar até adormecer não é prejudicial nem causa traumas.

Para os novos pais, as noites mal dormidas e a dificuldade em adormecer o bebé, faz com que procurem todos os métodos que possam ser eficazes nesta tarefa.

Um dos métodos que muito tem dado que falar, quer entre comunidades de pais quer na ciência, é deixar o bebé a chorar até adormecer. Há quem considere cruel, mas a ciência vem agora dizer que não.

Um estudo australiano garante que o método não só é eficaz como não causa stress nem problemas psicológicos nos bebés.

Investigadores reuniram 43 pares de pais com a mesma queixa: os seus bebés, com idades entre os 6 e os 16 meses, tinham dificuldade em adormecer. Dividiram-nos em dois grupos.

A um dos grupos foi feita a intervenção com o método mais polémico. Aos outros dois grupos foram ensinadas diferentes estratégias, tais como:

1. Deixar o bebé chorar até adormecer. Os pais saiam do quarto um minuto após colocarem o filho para dormir e gradualmente foram prolongando o tempo de espera - dois minutos, depois quatro e no fim seis minutos, antes de entrarem no quarto para confortarem o bebé.

2. Rotina de sono. Aqui foi pedido aos pais que colocassem o bebé a dormir próximo da hora a que costumava adormecer. Em seguida, e gradualmente, todas as noites foi pedido que os pais colocassem o bebé a dormir uma hora antes. Os pais podiam ficar no quarto até o bebé adormecer.

Três meses depois, os investigadores observaram que os bebés que ficavam a chorar até adormecer, adormeciam 15 minutos mais depressa do que os outros. E os bebés que alteraram a sua hora de sono uma hora, adormeciam 12 minutos mais depressa.

Apesar dos dois métodos serem eficazes, os que choravam até adormecer dormiam mais horas e acordavam menos durante a noite.

Um ano depois, os investigadores observaram também que os bebés não pareciam estar mais apegados aos pais, e os pais também não reportaram problemas de comportamento.

 

Estudo
O olfato humano é tradicionalmente considerado muito inferior ao da maioria dos animais, uma ideia que um neurocientista de uma...

John McGann, professor associado no departamento de Psicologia da Escola de Artes e Ciências da Universidade Rutgers considera, num artigo que será publicado na sexta-feira na revista Science, que “o sentido do olfato dos seres humanos é tão bom quanto em outros mamíferos, como cães e roedores”, considerados alguns dos animais com melhor olfato.

O neurocientista estuda o sistema olfativo há 14 anos e passou parte de 2016 a examinar as investigações existentes nesta área, incluindo dados e escritos históricos que “criaram a ideia errada” de que o sentido olfativo dos humanos seria inferior devido ao tamanho do bolbo olfativo (sede das impressões olfativas no cérebro).

A verdade sobre o cheiro — explica John McGann — é que “o bolbo olfativo humano, que envia sinais para outras áreas do cérebro humano para ajudar a identificar odores, é muito grande e semelhante em número de neurónios ao de outros mamíferos.

Os neurónios recetores do olfato trabalham no nariz, fazendo um contacto físico com as moléculas que compõe o odor, enviando de volta a informação para essa região do cérebro.

Os humanos podem detetar talvez um bilião de odores diferentes, no entanto “a sabedoria popular e os livros de psicologia introdutória” insistem na ideia de que os humanos só identificam 10.000 odores diferentes, considera o investigador.

“Tornou-se uma crença cultural enraizada a ideia de que como seres racionais não podemos ser dominados por um sentido como o olfato. O olfato ficou ligado a tendências animalescas”, refere o neurocientista.

O nosso sentido do olfato desempenha um papel importante e às vezes inconsciente, em como percebemos e interagimos com os outros, selecionamos um parceiro e nos ajuda a decidir o que gostamos de comer. Quando se trata de lidar com experiências traumáticas, o cheiro pode ativar um distúrbio de ‘stress’ pós-traumático.

“Nós podemos detetar e diferenciar uma gama extraordinária de odores, somos mais sensíveis do que roedores e cães para alguns odores, somos capazes de seguir o rasto dos odores, e os nossos estados comportamentais e afetivos são influenciados pelo nosso olfato”, disse o neurocientista.

“Os cães podem ser melhores do que humanos a diferenciar as urinas numa boca-de-incêndio e os seres humanos podem ser melhores do que os cães a discriminar os odores de um bom vinho, mas são poucas as comparações que têm suporte experimental real”, acrescentou.

John McGann lembra que “há estudos que ligam a perda do sentido do olfato ao início de problemas de memória e de doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson”, para defender que dar mais atenção ao olfato, até como indicador médico, é um caminho que deve ser seguido.

Coimbra
Uma cirurgia inovadora de extração de hérnia, com técnica “minimamente invasiva, guiada por navegação”, foi efetuada ontem,...

“Foi realizada, no Spine Center, em Coimbra, uma extração de uma hérnia discal por via extra foraminal guiada por navegação”, anunciou o estabelecimento.

A nova técnica permite “retirar a hérnia discal que comprimia a raiz nervosa de um doente, por via minimamente invasiva guiada por navegação”, sublinha o Centro.

“Nunca antes realizado” no nosso país, o método permite fazer “uma incisão de reduzidíssimas dimensões, localizar perfeitamente o nível e fazer uma progressão até à hérnia por fora da coluna entrando pelo ‘foramen’ [orifício], afastando as estruturas nervosas e retirando a hérnia de disco”, acrescenta.

“Com esta técnica não há sequer necessidade de entrarmos dentro do canal vertebral, dado que é uma abordagem diferente da coluna vertebral feita por via postero-lateral”, salienta Luís Teixeira, cirurgião que conduziu o processo.

A cirurgia, que assegura “alto rigor e elevada segurança”, além de não deixar “fibrose dentro do canal”, não necessita de manipulação das “estruturas nervosas que existem dentro do canal vertebral”, sendo, por isso “vantajosa”, destaca o especialista, citado pelo Spine Center.

“Estamos a falar de um paciente poder ter alta em menos de 24 horas após a cirurgia e recuperar toda a sua atividade profissional em menos de um mês”, conclui Luís Teixeira.

O Spine Center estuda e trata “diversas patologias da coluna vertebral”.

Zika
O Governo brasileiro declarou ontem o fim do estado de emergência sanitária decretada em novembro de 2015 devido ao aumento do...

Na base desta decisão está a descida do número de casos desde os primeiros meses do ano e o facto de, apesar de as consequências que tem para a saúde pública, a epidemia já não ser uma “situação inesperada ou fora do comum”, justificaram as autoridades de saúde brasileiras.

O Ministério da Saúde do Brasil considerou num comunicado que o país “já não cumpre os requisitos exigidos para manter o estado de emergência” sanitária, como sejam o impacto da epidemia na saúde pública ser inesperado, fora do comum ou com um risco de propagação internacional.

O Brasil foi um dos países mais afetados em todo o mundo pela propagação do vírus Zika e pelo aumento do número de casos de bebés que nasceram com microcefalias ou outras anomalias causadas pelo vírus, depois de a progenitora ter sido contagiada.

O último boletim epidemiológico divulgado, que se reporta ao período entre 01 de janeiro e 15 de abril, aponta para a ocorrência de 7.911 casos suspeitos em todo o país, número que é 95,4% inferior ao verificado em período homólogo de 2016, quando se verificaram 170.535 casos.

Relativamente às microcefalias, foram registados no mesmo período deste ano 230 novos casos, entre 2.837 casos suspeitos, número que é considerado pequeno tomando como comparação o total de 2.653 casos confirmados e 13.490 suspeitos desde que a emergência foi declarada.

Desde que o estado de emergência foi declarado até ao final de 2016, foram confirmados 2.205 casos de bebés com microcefalia, entre 10.000 suspeitas, assim como 259 fetos ou recém-nascidos mortos por microcefalia contraída por causa do vírus Zika.

O estado de emergência foi declarado assim que as autoridades estabeleceram a relação direta entre o contágio pelo vírus Zika em mulheres grávidas e um forte aumento do número de casos de bebés nascidos com microcefalia e outras anomalias.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também declarou o estado de emergência sanitária a nível internacional em fevereiro de 2016, devido à rápida propagação do vírus, mas já o tinha levantado em novembro passado.

Assembleia da República
A Assembleia da República elegeu ontem, por larga maioria, os elementos que integravam as listas para os seus órgãos externos...

No Conselho Superior dos Tribunais Administrativos (CSTA), com 116 votos a favor, 77 em branco e nove nulos, num total de 202 deputados participantes, ficaram como membros efetivos Pedro da Costa Gonçalves, Ana Freitas Martins, João Taborda da Gama e Ricardo de Amaral Rodrigues.

Os suplentes são Fernando Lopes Martins, Carlos Fernandes Pinto, Marta Portocarrero de Carvalho e José Manuel de Almeida Mesquita.

Para o Conselho Nacional de Saúde (CNS), com 171 votos favoráveis, 28 "brancos" e três "nulos", ficaram membros efetivos representantes da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA), da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, da Federação Portuguesa das Associações de Famílias de Pessoas Com Experiência de Doença Mental (FAMILIARMENTE), do Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT), da Liga Portuguesa Contra o Cancro e do Movimento de Utentes de Serviços Públicos (MUSP).

Tratamentos de bem-estar
A clínica Reviv Lisbon manifestou-se disponível para colaborar com a Ordem dos Médicos e "prestar toda a informação...

Esta posição da Reviv Lisbon consta de um comunicado e foi tomada na sequência da notícia de que a Ordem dos Médicos (OM) vai investigar a atividade da clínica, que abriu recentemente em Lisboa e que vende tratamentos com injeções de vitaminas e nutrientes.

A confirmação da investigação foi feita pelo bastonário da Ordem dos Médicos, que quer averiguar que tipo de serviços fornece a empresa.

No comunicado, a Reviv Lisbon diz ser 'franchise' da Reviv Global, estar licenciada em Portugal pelo Infarmed e pela Entidade Reguladora da Saúde e que os seus produtos e terapias de bem-estar são "seguros e administrados por profissionais qualificados após triagem, avaliação e decisão médica".

A Reviv Lisbon esclareceu também que lhe foi atribuída em 02 de fevereiro deste ano licença para operar na área da "medicina geral e familiar" e que da documentação que autoriza a sua atividade constam as tipologias "centro de enfermagem" e "clínica ou consultório médico".

"A Reviv Global, que a Reviv Lisbon integra enquanto 'franchise', disponibiliza terapias de bem-estar em 15 países distribuídos por cinco continentes: 150 mil pessoas já realizaram estas terapias e experimentaram os nossos produtos sempre em segurança e sem registo de complicações", salienta a clínica.

A Notícias Magazine online revelou que a Ordem dos Médicos quer investigar a “primeira clínica portuguesa que faz tratamentos com soro e injeções com misturas de vitaminas, nutrientes, aminoácidos e até medicamentos”.

O bastonário da OM adiantou que vai pedir a intervenção da Entidade Reguladora da Saúde neste caso.

No site da Reviv Lisbon são anunciados “tratamentos de bem-estar” como “‘Hydromax’, para repor a hidratação, ‘Ultraviv’, para ajudar na recuperação da ressaca e de doenças, ‘Megaboost’, para proporcionar vitaminas, ‘Vitaglow’, para refrescar o aspeto da pele, e ‘Royal Flush’, para uma desintoxicação deluxe do organismo”.

A Reviv diz ainda ter tratamentos com injeções de vitaminas e nutrientes à escolha para vários fins, como “perda de peso natural” ou revigorar a condição física.

Angeles
Os donos da empresa mexicana Angeles pagaram 2,5 milhões de euros ao Estado português pela suspensão provisória do processo em...

De acordo com a decisão do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa (DIAP), o Ministério Público decidiu aplicar a suspensão provisória do processo pelo período de três meses impondo aos arguidos Olegário Vásquez Raña (fundador do grupo) e a Olegário Vásquez Aldis (filho do fundador e diretor-geral) a obrigação de pagar 1,25 milhões de euros cada um.

Este processo relaciona-se com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária lançada por este grupo mexicano em agosto de 2014 sobre a então Espírito Santo Saúde - entretanto denominada Luz Saúde - e o facto de os donos e administradores do grupo mexicano terem comprado ações da empresa quando já sabiam que ia ser anunciada a OPA, penalizando os restantes investidores, que não tinham essa informação.

Segundo a documentação, “desde pelo menos o início de julho de 2014 o GASS [grupo Angeles] e os seus administradores tinham a intenção de adquirir participação de controlo na Espírito Santo Saúde e a OPA estava a ser preparada alguns dias antes de 30 de julho de 2014”.

Para o Ministério Público, Olegário Vásquez Raña e Olegário Vásquez Aldis “pretenderam, assim, realizar mais-valias, tomando decisões de investimento com o uso, em proveito próprio, de informação que não era conhecida pelo público e que os colocaram em desigualdade, por vantagem, perante os demais investidores em mercado bolsista”.

Segundo a investigação, estes arguidos e o grupo Angeles iniciaram a compra de ações em 18 de julho que se prolongaram até à véspera do anúncio da OPA, a um preço entre 3,62 euros e 3,89 euros por ação.

Em outubro de 2014, Olegário Raña, Olegário Aldis e o grupo Angeles venderam as ações através da oferta OPA lançada pela seguradora Fidelidade ao preço de 5,01 euros por ação.

“A mais-valia efetiva potencial obtida tendo em conta o valor final oferecido pela própria OPA lançada pelos arguidos foi de 2.359.174 euros [2,359 milhões de euros]”, refere o Ministério Público.

A justificar a decisão de aplicar a suspensão provisória do processo, o Ministério Público aponta o facto de a moldura penal do crime de abuso de informação privilegiada não exceder os cinco anos de prisão e de Olegário Raña e Olegário Aldis terem concordado com os valores de pagamento que lhes foi imposto.

Também o facto de não terem antecedentes criminais pela prática de crime de natureza semelhante e de na sua conduta não resultarem consequências gravosas foram outros fatores que pesaram na decisão do Ministério Público.

Já em 2014, a imprensa tinha noticiado que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) estava a analisar a OPA em causa pelo crime de abuso de informação. Antes de ser anunciada a OPA, em 18 de agosto de 2014, o grupo tinha mais de 3% do capital da Luz Saúde.

A Espírito Santo Saúde pertencia ao universo do Grupo Espírito Santo e foi comprada pela seguradora Fidelidade (que pertence aos chineses da Fosun) em outubro de 2014, no âmbito de uma OPA.

A empresa é dona Hospital da Luz, em Lisboa, entre outras unidades hospitalares.

Estudo
Os micróbios resistentes aos antibióticos têm raízes ancestrais, com 450 milhões de anos, em organismos que sobreviveram a...

Num estudo, publicado na revista especializada Cell, conduzido por investigadores do MIT e da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, identificam-se as bactérias 'enterococcus' com um antepassado do tempo em que começavam a existir animais terrestres.

"Analisando os genomas e comportamentos dos 'enterococcus' de hoje conseguimos recuar até ao início da sua existência e reconstituir a maneira como se tornaram o que são hoje", afirmou Ashlee Earl, especialista em genética de bactérias.

Os investigadores esperam conseguir "prever como os micróbios se adaptam ao uso de antibióticos, desinfetantes de mãos e outros produtos que visam controlá-los".

Alguns destes organismos resistem a quase todos os antibióticos e infetam cerca de cinco por cento dos doentes hospitalizados, o que leva os investigadores a quererem saber como conseguiram tornar-se quase indestrutíveis.

As bactérias surgiram na Terra há quase quatro mil milhões de anos, enquanto os primeiros animais marinhos apareceram há 542 milhões de anos.

Os 'enterococcus' vivem nos intestinos da maior parte dos animais terrestres, por isso os investigadores partiram da hipótese de também terem existido nos dinossauros, o que vieram a confirmar.

Descobriram que novas variantes daquelas bactérias surgiram ao mesmo tempo que novas espécies de animais, desenvolvendo uma resistência natural à falta de água, fome, desinfetantes e muitos antibióticos.

"Sabemos agora quais os genes que os 'enterococcus' ganharam há centenas de milhões de anos, quando se tornaram resistentes à falta de água e aos desinfetantes e antibióticos que atacam as suas paredes celulares", afirmou o especialista em doenças infectocontagiosas Michael Gilmore.

Com esse conhecimento, os cientistas procuram agora desenvolver novos antibióticos e desinfetantes que eliminem especificamente os 'enterococcus', para que deixem de ameaçar os doentes hospitalizados.

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