Universidade de Coimbra
Uma investigadora da Universidade de Coimbra defendeu a realização de estudos para que um composto usado na descontaminação de...

A hidroxiquinolina e substâncias derivadas, enquanto “agentes versáteis que complexam com uma grande variedade de catiões”, já são aplicadas no tratamento de doenças neurodegenerativas, mas “poderão igualmente, no futuro, ser usadas na desintoxicação in vivo”, afirmou Maria Luísa Ramos.

“Tenho esperança nessa possibilidade”, declarou a investigadora do Departamento de Química da Universidade de Coimbra (UC), ao preconizar que os testes com esse objetivo deverão avançar de acordo com os critérios legais que vigoram em Portugal.

Luísa Ramos falava a propósito de uma palestra, intitulada “Urânio, aplicações, toxicidade e remediação”, que apresentou, ontem, na Biblioteca da Química e da Física da Universidade de Coimbra.

Aquele composto químico já tem aplicações no ”transporte de eletrões e emissão de luz em materiais avançados”, e como “complexante de radionuclídeos em medicina nuclear”, além de aplicações biomédicas e no “tratamento de estados de demência”, realçou.

A substância é aplicada na despoluição de águas residuais contaminadas com urânio, incluindo nos complexos mineiros desativados, nas zonas graníticas de Portugal (Norte, Centro e Alentejo), “mas pode vir a ser usada in vivo como medicamento”, admitiu a investigadora.

Maria Luísa Ramos é uma das autoras de um artigo sobre o mesmo assunto que vai ser publicado, nos próximos meses, na “Dalton Transactions”, revista britânica da Royal Society of Chemistry especializada em temas de química inorgânica.

O trabalho é também assinado pelos docentes e investigadores Licínia Justino, Rui Barata, Telma Costa, Bernardo Albuquerque Nogueira, Rui Fausto e Hugh Douglas.

Governo reconhece
A secretária de Estado da Segurança Social reconheceu hoje ser difícil dar resposta a todas as situações sociais sinalizadas...

Cláudia Joaquim respondia desta forma a uma questão levantada na Comissão de Trabalho e Segurança Social pela deputada social-democrata Joana Barata Lopes sobre os idosos que permanecem nos hospitais depois de terem alta hospitalar por falta de respostas.

Citando uma reportagem recente da TSF, Joana Barata Lopes confrontou o ministro do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social com a afirmação "mais depressa morre um idoso do que a Segurança Social paga um lar".

A resposta foi dada pela secretária de Estado da Segurança Social, que começou por lembrar que é "uma situação que já vem do passado".

"É uma situação que é acompanhada e sinalizada junto do Instituto da Segurança Social, que avalia caso a caso" e dá resposta aos casos em que se verifica que se tratam mesmo de situações sociais, disse Cláudia Joaquim.

A governante explicou que há casos sinalizados como situações sociais, mas que não são, dando como exemplo pessoas que têm famílias e rendimentos.

Há também situações que são sinalizadas como casos sociais, mas que têm associados problemas clínicos, nomeadamente de saúde mental, adiantou.

A este propósito, Cláudia Joaquim lamentou que não tenham sido criadas respostas de saúde mental a nível dos cuidados continuados pelo anterior Governo.

"Se não são criadas respostas não há possibilidade de cobrir todas as necessidades, apesar do esforço que tem sido feito" pelo Governo, como o alargamento da Rede Nacional de Cuidados Continuado e a criação de lugares de saúde mental nos cuidados continuados.

Em 2016 foram criadas cerca de 600 camas na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrado e cerca de 300 este ano na área da saúde mental.

Ordem dos Nutricionistas
Os dados hoje tornados públicos do relatório da Organização Mundial da Saúde sobre a prevalência de obesidade nos adolescentes...

Tal como a Ordem dos Nutricionistas tem recorrentemente reivindicado junto do Ministério da Saúde, há ainda em Portugal um défice significativo de recursos alocados à prevenção da obesidade, como é facilmente constatável pelo facto do Serviço Nacional de Saúde dispor de menos de metade do número mínimo de nutricionistas necessários para a dimensão da população portuguesa.

O Serviço Nacional de Saúde deveria ter nos seus quadros 919 nutricionistas, os profissionais habilitados para o tratamento e prevenção da obesidade, quando na verdade apenas 416 destes profissionais (45% do número mínimo desejável) encontram-se ao serviço da população em hospitais e centros de saúde. A aposta na prevenção tem sido parca, nomeadamente no que respeita ao incremento de nutricionistas nos Cuidados de Saúde Primários, nos quais apenas existe 1/5 do número de nutricionistas para garantir as necessidades da população.

Também a escola desempenha um papel preponderante na adoção de hábitos saudáveis das crianças e adolescentes, por isso a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas tem demostrado a importância da integração do nutricionista nestes locais, por forma a promover a alimentação saudável.

Alexandra Bento recorda que em Portugal “está a faltar uma verdadeira política alimentar e nutricional que contemple, nomeadamente a educação alimentar focada para grupos específicos, uma política de preços que promova os alimentos mais saudáveis e medidas de apoio à população mais desfavorecida”. 

Estudo
Uma equipa internacional na qual participam investigadoras portuguesas está a desenvolver novos produtos com base em cereais...

Estas patologias são "as principais causas de morte a nível mundial", disse a investigadora da Universidade Católica do Porto, Elisabete Pinto, acrescentando que esta necessidade de aumentar o consumo de fibra "é comum às populações europeias e africanas", ambas estudadas neste projeto.

Designado "Fibre-Pro", pretende "avaliar a inadequação no consumo de fibra nos países africanos", verificar a mesma informação "relativa aos países europeus envolvidos" e "desenvolver produtos que suprimam" esta situação, melhorando assim "os índices nutricionais da população" e "fortalecendo a economia local", explicou a especialista.

A investigação, que conta com quatro elementos da Católica do Porto, e resulta de uma parceria entre Portugal, Finlândia, Burkina Faso e Quénia, visa criar novos produtos, à base de cereais indígenas africanos, utilizando processos de fermentação que mimetizem os seus processos tradicionais.

"Pelo facto de estes cereais serem isentos de glúten", os produtos que deles derivam "constituem uma alternativa alimentar para indivíduos intolerantes" a esta substância, referiu.

De acordo com Elisabete Pinto, a inovação do projeto reside na elaboração de produtos a partir de cereais indígenas africanos, cuja sua fermentação "é um verdadeiro desafio tecnológico".

Por outro lado, como são usados cereais integrais, "as suas características organolépticas (sabor e textura, por exemplo) nem sempre são as melhores", razões que levam a que a equipa faça várias tentativas para encontrar os "melhores produtos", "diferentes do ponto de vista sensorial".

Dessa sinergia, segunda indica, surge, para o mercado europeu, a possibilidade de ter disponível produtos que constituem novas experiências sensoriais, enquanto para o mercado africano, consegue-se criar produtos usando as suas próprias matérias-primas.

Um exemplo concreto de implementação destes produtos são as parcerias criadas com empresas que comercializam e transformam cereais no Quénia, às quais está a ser passado 'know-how' (conhecimento), "para que rapidamente possa haver transferência do conhecimento científico para o mercado", indicou ainda.

O Fibre-Pro é uma das investigações com parceiros portugueses financiadas no âmbito do ERAFRICA,uma rede ERA-Net financiada ao abrigo do 7º Programa Quadro e Desenvolvimento Tecnológico da União Europeia, que visava a colaboração conjunta Europa - África em Ciência e Tecnologia.

No projeto, que termina no final do ano, participam também investigadores da Universidade de Helsínquia, da Universidade de Nairobi e do 'Institut de Recherche en Sciences Appliquées et Techonologies' de Ouagadougou, no Burkina Faso.

Este é um dos projetos que será apresentado durante as III Jornadas Universidade-Empresa, evento que decorre na sexta-feira, organizado pela Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa - Porto, com o intuito de dar a conhecer a investigação que tem sido desenvolvida na área da Biotecnologia.

“A equidade é a única forma de olharmos para o futuro”
A Associação Portuguesa de Neuromusculares assinala este ano 25 anos de atividade, em prol dos portadores de doença...

“De um desejo, a uma realidade com 25 anos”, é assim que Joaquim Brites, presidente da Associação Portuguesa de Neuromusculares (APN), descreve a história desta associação que muito tem feito em benefício dos neuromusculares.

Joaquim Brites começa por sublinhar que “esperar por soluções milagrosas ou por decisões governamentais, que resolvam problemas de grupos mais desfavorecidos, faz parte de um passado, não muito longínquo no qual, algumas pessoas se acomodavam aguardando que, outras, dedicassem uma boa parte das suas vidas a apoiar as causas das minorias ou, simplesmente, a reivindicar direitos supostamente inscritos na lei geral mas, raramente levados a sério ou aplicados na prática.”

No caso dos neuromusculares portugueses, a decisão de não esperar pelos outros foi tomada em Setembro de 1991, quando um pequeno grupo de pais se juntou e, em equipa, pensou, imaginou um futuro e preparou toda a documentação necessária para que, a 15 de Junho de 1992 fosse criada a APN – Associação Portuguesa de Doentes Neuromusculares.

“Tendo as sucessivas Direções mantido o mesmo rumo – o de ajudar os portadores de doença neuromuscular e as suas famílias, foi possível percorrer um caminho, ainda que cheio de dificuldades, baseado na exigência pela qualidade de vida destas pessoas, no apoio incondicional à sua inclusão social e ao reconhecimento da necessidade de integração que atinge todos os portadores da chamada ‘deficiência’, em Portugal, a quem deixámos de chamar doentes. Apesar de tudo, todos aprendemos a partilhar experiências de vida e a tornar os dias menos angustiantes”, sublinha o presidente da APN.

Neste ano de 2017, a APN completa 25 anos da sua história, que como referiu Joaquim Brites “talvez os mais exigentes das últimas décadas, no que respeita à integração das pessoas em dificuldades. Todo um tempo em que acompanhou e apoiou o crescimento de uma investigação científica, que conduzisse a uma cura ou, simplesmente, a um medicamento que permitisse facilitar a, sempre árdua, tarefa de conviver com uma ausência total de soluções. Um tempo em que se passou da pesquisa intensa, à aplicação de todas as conquistas que visem alcançar o tratamento prometido para todas as doenças, diagnosticadas como genéticas, raras e crónicas, somando o universo das neuromusculares quase trezentas espécies, já identificadas. Um tempo de desafios sérios na relação médico/paciente, onde é necessário reinventar uma comunicação que facilite a aprendizagem, a resiliência e a convivência com patologias graves que obrigam as famílias a mudarem de planos, mesmo que se tenham imaginado os muitos cenários de uma vida perfeita. Um tempo muito curto para quem quer tanto, viver. Simplesmente viver.”

Atualmente, e apesar das muitas promessas de avanços na investigação, “que nos colocam mais perto das descobertas necessárias, estamos, ainda, longe de encontrar a chave que permita abrir todas as portas para a cura de doenças tão incapacitantes. Sendo a Distrofia Muscular de Duchenne a que mais se destaca na investigação e na quantidade de estudos, é, também, aquela que provoca mais angústia aos seus portadores e famílias, face aos sucessivos avanços e recuos a que está sujeita. Com um tratamento já aprovado, permite que sonhemos com mais, para mais formas das diversas doenças e para muitas mais pessoas portadoras. Esperamos, agora, que a comparticipação por parte do SNS, deste e de todos os medicamentos órfãos que se lhe vão seguir, passe a ser uma das prioridades do INFARMED. Será a forma mais equitativa de olharmos para o futuro!”

Não sendo Portugal, um país tradicionalmente virado para a investigação neste setor, pretende-se que, num futuro próximo, a APN possa ser considerados como parceiros estratégicos nas Redes Europeias de Referencia (ERN), já criadas e em fase de implementação, nos setores recomendados como prioritários, na Europa e no Mundo. As doenças neuromusculares formam um dos grandes grupos, e destacam-se pelo investimento já efetuado e pelos resultados, já apresentados como muito promissores. A APN, estará sempre de mãos dadas com as organizações que promovam a luta pela descoberta e na linha da frente da representatividade, com todos os “stakeholders” que fazem parte desses movimentos.

“Nas suas lutas mais imediatas, destaca-se o reconhecimento, no nosso país, da profissão de ‘Assistente Pessoal’, como a ferramenta fundamental para a implementação de um verdadeiro conceito de Vida Independente. O alívio dos cuidadores e o aumento da capacidade de decisão e autonomia dos portadores de doença neuromuscular, aparecerão como os grandes benefícios deste projeto, que já desenvolvemos há mais de 8 anos consecutivos”, reforça.

Como afirma o presidente da APN, e numa fase em que o Estado não consegue oferecer os apoios especializados, que são expectáveis e exigíveis para este tipo de doenças, “a APN entrará, em 2017, na era da prestação de serviços, abrindo dois espaços, fundamentais para o acompanhamento dos seus associados - O Centro de Atendimento de Lisboa e a sua nova Sede, no Porto. Passaremos, assim, a poder manter um contacto mais estreito como todos aqueles que pretenderem beneficiar dos nossos serviços especializados de aconselhamento e apoio psicológico, de Serviço Social e acompanhamento nos processos de atribuição de produtos de apoio, para além de serviços de Terapia Ocupacional, Fisioterapia, entre outros. O diálogo com as famílias, a criação de grupos de discussão e interajuda, farão parte de um processo de formação contínua que pretendemos desenvolver. Fica, pois, o convite para todos aqueles que nos quiserem acompanhar na nossa missão, já adulta, mas com muitos motivos para crescer e lutar, ainda mais. Todos somos importantes!”

União Europeia
O Parlamento Europeu instou os países da União Europeia a tomarem medidas para reduzir para metade o desperdício alimentar até...

O Parlamento Europeu (PE) reitera a necessidade de a União Europeia (UE) estabelecer objetivos vinculativos para a redução dos resíduos alimentares, propondo um objetivo de redução de 30% até 2025 e de 50% até 2030, relativamente aos níveis de referência de 2014. Estes objetivos foram já incluídos pelos eurodeputados numa proposta legislativa votada em março, que ainda tem de ser negociada com os Estados-Membros.

Segundo as estimativas, 88 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados na UE todos os anos, o que corresponde a 173 kg de alimentos por pessoa. A produção e a eliminação destes resíduos geram 170 toneladas de emissões de CO2 e utilizam 26 milhões de toneladas de recursos, escreve o Sapo.

Isenções fiscais sobre a doação de alimentos
O PE solicita à Comissão que proponha uma alteração à Diretiva IVA que “autorize explicitamente isenções fiscais sobre a doação de alimentos”. Os eurodeputados apelam aos Estados-Membros para que sigam as atuais recomendações do executivo comunitário e fixem uma taxa de IVA próxima de zero se a doação de alimentos for realizada próximo da data de validade ou se os alimentos não puderem ser vendidos.

A atual Diretiva IVA prevê que as doações de alimentos sejam tributáveis e que as isenções fiscais sobre as doações de alimentos não sejam permitidas. A Comissão Europeia recomenda que, para efeitos fiscais, o valor dos alimentos doados que estejam rotulados com a indicação “consumir de preferência antes de” e estejam prestes a expirar, ou sejam impróprios para venda, seja muito baixo, até próximo de zero.

Alguns Estados-Membros incentivam as doações de alimentos, ao “abandonarem” a obrigação do IVA, mas “a conformidade com a Diretiva IVA não é clara”, explica o PE. Outros Estados-Membros oferecem um crédito fiscal às sociedades sobre os alimentos doados.

O PE recomenda a utilização do Fundo de Auxílio Europeu às Pessoas mais Carenciadas para facilitar a doação de alimentos, mediante o financiamento dos custos de recolha, transporte, armazenamento e distribuição.

Rotulagem dos produtos alimentares
Os eurodeputados pedem também à Comissão que avalie se a atual legislação europeia e a utilização da rotulagem “consumir de preferência antes de” e “data-limite de consumo” em vários Estados-Membros é adequada à sua finalidade e se seria vantajoso “eliminar determinadas datas inscritas em produtos que não representam quaisquer riscos sanitários ou ambientais”.

O relatório, aprovado por 623 votos a favor, 33 contra e 20 abstenções, aponta várias soluções para a redução do desperdício alimentar, que abrangem desde os sistemas organizacionais até aos de produção alimentar e redistribuição de recursos.

Bruxelas
A Comissão Europeia decidiu nesta relançar o procedimento para tentar convencer os países do bloco a autorizar no longo prazo o...

Os comissários europeus deram o seu aval para "retomar as negociações com estados-membros sobre uma possível renovação da autorização do glifosato durante 10 anos", informou à AFP uma porta-voz do executivo comunitário.

A licença desse controverso herbicida expirou na União Europeia no verão de 2016 e, sem a autorização dos 28, Bruxelas viu-se obrigada a prorrogar esta licença por 18 meses, à espera de um relatório dos especialistas europeus, escreve o Sapo.

França e Malta votaram contra durante uma consulta no final de junho, que junto com as abstenções de sete países (Alemanha, Itália, Portugal, Áustria, Luxemburgo, Grécia e Bulgária), bloqueou a decisão.

Na sua decisão de relançar o procedimento, "a Comissão teve em conta os últimos estudos científicos", especialmente as conclusões da Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA), explicou em o executivo comunitário em comunicado. Em meados de março, a ECHA indicou que o glifosato não deve ser considerado uma substância cancerígena, conclusão que gerou descontentamento entre as ONGs.

A associação europeia de fabricantes de pesticidas, a ECPA, com membros como a Monsanto, Bayer, Dow, BASF e Syngenta, disse esperar que a Comissão inicie rapidamente um novo procedimento para uma licença de 15 anos, uma duração maior do que a prevista por Bruxelas.

Estudo
Um em cada dez rapazes portugueses de 11 anos tem obesidade, segundo um estudo elaborado para a Organização Mundial da Saúde e...

“A situação dos jovens adolescentes portugueses no domínio da obesidade está estacionária desde 2002. Em 2014 é preocupante a situação dos rapazes mais novos (no grupo de rapazes de 11 anos, um em cada dez tem obesidade”, refere o estudo sobre o “Comportamento em Saúde nas Crianças em Idade Escolar”, que em Portugal é coordenado por Margarida Gaspar de Matos.

Contudo, os dados que hoje são divulgados mostram que a obesidade tende a baixar com a idade, dos 11 aos 15 anos, tanto nos rapazes como nas raparigas.

Segundo os dados comparados da Organização Mundial da Saúde (OMS), Portugal surge mesmo como um dos cinco entre 27 países com maior percentagem de adolescentes obesos.

Aliás, Portugal e outros três países (Grécia, Croácia e Macedónia) são os países que registam níveis de 10% ou mais de obesidade nos rapazes.

Quanto à alimentação, os adolescentes portugueses estão a consumir menos doces e menos bebidas açucaradas artificiais, mas estão também a consumir menos vegetais e menos fruta.

“A alimentação dos adolescentes portugueses já anteriormente mereceu um aviso especial aos responsáveis do setor: a nível nacional os jovens referem o seu ‘desgosto’ não só pelos alimentos disponíveis nas escolas como pela sua confeção”, indica a análise.

Mas, os próprios investigadores avisam que os dados referentes a Portugal são relativos a 2014 e que, desde aí, algumas medidas foram tomadas a nível do Ministério da Educação, que incluem linhas orientadoras para a alimentação em meio escolar.

Os investigadores esperam ver resultados destas medidas no estudo que vier a ser realizado em 2018.

No que respeita à atividade física, os adolescentes portugueses continuam a mostrar níveis preocupantes, segundo o estudo, sendo particularmente inquietante a situação das raparigas mais velhas da análise.

“O grupo das raparigas de 15 anos é o menos fisicamente ativo de todos os países incluídos no estudo”, mas também nos rapazes e em todas as idades analisadas (11, 13 e 15 anos) Portugal fica sempre abaixo da média dos países estudados.

Apesar das lacunas na atividade física, os adolescentes portugueses surgem em relativa situação favorável no que se refere ao tempo diário em frente à televisão e ao computador.

Mas isto, avisam os investigadores, pode remeter para o uso de outro tipo de equipamentos, além da televisão e do computador, o que se pretende verificar no estudo que será feito em 2018.

“Fome de Perfeição”
Dicas para provocar os vómitos, perder o apetite e disfarçar a fome estão disponíveis na internet e mais facilmente influenciam...

“Fome de Perfeição” é o nome do livro de Diana Mendes que pretende acabar com alguns mitos que envolvem as doenças do comportamento alimentar, como estas serem consideradas “doenças da moda”.

“O grande objetivo deste livro foi precisamente eliminar este e outros mitos. Quando falamos em doenças de comportamento alimentar falamos em doenças psiquiátricas, definidas nos manuais clínicos”, disse.

Diana Mendes recordou estudos que mostram que as imagens, conteúdos relacionados com a magreza, por exemplo, levam a uma insatisfação corporal e à procura de um ideal de perfeição pela perda de peso.

“Mas para desenvolver estas doenças não bastam estes fatores ambientais. Há fatores biológicos, genéticos ou de personalidade que conduzem a isso. Basta perceber que há crianças, jovens e adultos que iniciam dietas e não desenvolvem uma anorexia. Não basta querer, há condições prévias ao seu desenvolvimento”, adiantou.

A autora defende que se falem sobre estes temas, “até porque o desconhecimento leva a que o diagnóstico seja tardio, haja tratamento por profissionais que não são os indicados, como os nutricionistas que não fazem parte de uma equipa multidisciplinar”.

“Estas doenças tendem a tornar-se crónicas quando não são tratadas rapidamente. A internet, as redes sociais, os media em geral, podem contribuir para enviar imagens positivas, que combatam as que contribuem para a insatisfação com a imagem”, disse.

Ao longo da sua investigação, Diana Mendes concluiu que “todas as pessoas que tenham estas características podem ser perturbadas ou influenciadas por mensagens que vêm da publicidade, das novelas e filmes e dos sites”.

Sobre a resposta do Serviço Nacional da Saúde (SNS), Diana Mendes classificou-as de “bastante vastas, embora, claro, as unidades de maior dimensão consigam conjugar melhor os fatores para tratar também melhor: têm mais recursos, mais recursos dedicados e equipas multidisciplinares”.

“Há algumas unidades mais pequenas que assumem essa dificuldade porque têm dois psiquiatras para uma região em que a população está espalhada, com acesso a transportes muito mais limitado e respondem a todo o tipo de patologias psiquiátricas. Uma até me admitiu que estas doenças tendiam a tornar-se crónicas por incapacidade de ter um trabalho mais sólido, mas nunca por falta de vontade”.

Diagnóstico precoce pode salvar a vida
São diagnosticados, todos os anos, em Portugal 12 mil casos de cancro da pele, estimando-se que cerc

O diagnóstico “cancro” continua a provocar calafrios a quem o recebe. É o que se passa com o melanoma, o mais mortífero dos cancros de pele. Mas não tem que ser assim. Quando diagnosticado na fase inicial é curável em mais de 90% dos casos. Ou seja, estar informado, fazer rastreios cutâneos periódicos e detetar manchas e sinais suspeitos precocemente é crucial.

O que é um Melanoma?

O melanoma é um tumor resultante da transformação maligna das células melanócitos que existem na camada profunda da epiderme, na pele. Quando se transformam, invadem e destroem outros órgãos levando à falência dos mesmos.  É, portanto, um cancro maligno.

O melanoma afeta sobretudo população adulta, tem predomínio na 4ª década de viva, não tem preferência de sexo, e tem maior incidência na população com fotótipos baixos. A sua incidência tem vindo consistentemente a aumentar na ordem dos 6% ao ano. Nos EUA 1 em cada 50 pessoas terá melanoma se se mantiveram as condições existentes. Em Portugal é semelhante. Sabendo que no estádio 0 há uma taxa de sobrevivência de 97% aos 5 anos, mas que esta baixa para 10% no estádio 4, percebe-se o quanto é importante em termos de saúde pública apostar no diagnóstico precoce e na informação das populações.

Quais os fatores de Risco?

História familiar: antecedentes de melanoma na família aumenta o risco em 2,2 vezes.

Caraterísticas individuais: fotótipo baixo, ou seja, pele clara, olhos claros, cabelo louro ou ruivo; reação da pele ao sol (bronzeia pouco ou nada); quantidade de sinais (nevos) com características atípicas; nível de imunidade (imunossupremidos, transplantados).

Hábitos de exposição solar: exposições repetidas e intensas a radiação Ultravioleta A e B (UVA e UVB), exposições prolongadas em pessoas que aplicam filtros solares (que nunca protegem integralmente a pele do sol!), número de queimaduras solares, habitar em latitudes baixas.

Genética: síndroma dos nevos atípicos. Famílias com esta síndroma têm 11% maior risco de vir a desenvolver melanoma e se tiverem 2 familiares diretos com melanoma o risco aumenta para 100%. É relativamente raro.

Estrato socioeconómico: pessoas com baixas condições económicas de acesso à saúde e com baixo nível de instrução têm tendência a recorrer menos aos serviços de saúde e o diagnóstico ser mais tardio.

Como se diagnostica?

Sendo o melanoma um cancro de pele e a pele um órgão visível na totalidade, simplesmente vê-se! A regra do A, B, C, D é muito útil para nos ajudar nesta tarefa:

  • Assimetria: sinais com são assimétricos têm maior risco.
  • Bordo: sinais com bordo irregular têm maior risco.
  • Cor: cor negra, com irregularidades, vários tons de castanho, têm maior risco
  • Diâmetro: por definição um cancro é maligno porque cresce e invade; lesões que estão a crescer e são maiores que 6 mm devem ser observadas pelo dermatologista.

Portanto, sinais que aparecem de novo ou são pré-existentes, que estão a mudar e a crescer, assimétricos, com bordo irregular e com diferenças na cor (partes escuras, negras e outras castanhas), devem ser obrigatoriamente avaliadas por dermatologista.

No dermatologista será feita uma avaliação com dermatoscópio, instrumento que ajuda ao diagnóstico diferencial de melanoma.

O que se faz em caso de suspeita de Melanoma?

Dependendo da localização do sinal e dimensões, far-se-á biópsia ou excisão cirúrgica total da lesão e enviar-se-á para análise histológica. Só o exame histológico permite determinar a gravidade – estádio – do melanoma, que depende do nível de profundidade da lesão em milímetros. A biópsia ou excisão é indispensável e não tem contraindicações. Após o diagnóstico de Melanoma, é efetuada nova cirurgia para garantir margens de segurança em relação à lesão tirada. Melanomas avançados obrigam a investigação de atingimento de gânglios ou outros órgãos.

O tratamento médico do melanoma avançado com vários citostáticos e imunomoduladores tem tido resultados medíocres na alteração das taxas de sobrevida dos doentes. Vários medicamentos de engenharia genética, de última geração, estão já comercializados e disponíveis a nível hospitalar (inclusive em Portugal), com resultados promissores a nível das taxas de sobrevida e melhoria da qualidade de vida.

Como já se referiu, o prognóstico depende largamente do estádio em que é diagnosticado o melanoma. Estádios avançados têm taxas de mortalidade muito altas.

Assim sendo, a prevenção e eliminação dos fatores de risco possíveis é essencial.

Examinar a pele em casa regularmente, rever em consulta de dermatologia anualmente, adotar medidas de proteção da exposição solar excessiva (chapéu, roupa protetora, aplicação de filtros solares) e evitar as horas de maior exposição solar indo para áreas de sombra, são medidas simples e ao alcance de todos nós para diminuir a incidência do melanoma. Porque é verdade que pode matar se não tivermos cuidado!

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Especialista
A diretora do serviço de Medicina de Reprodução do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra salientou hoje que as mulheres...

Em declarações, a médica Teresa Almeida Santos disse que tem sido um desafio "muito gratificante" levar aos oncologistas a mensagem de que é preciso discutir com as doentes o risco de infertilidade e a preservação da sua fertilidade, caso estejam interessadas.

"O grande desafio dos últimos sete anos foi concretizar, não apenas aqui, mas também no resto do país, fruto de um estímulo que se difundiu, uma resposta ao potencial reprodutivo das mulheres com doença oncológica", sublinhou Teresa Almeida Santos, coordenadora de um projeto sobre o processo de formação de vasos sanguíneos no tecido ovárico transplantado de mulheres com cancro que desejam engravidar desenvolvido pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), Serviço de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (SMR-CHUC) e Faculdade de Medicina da UC.

Desde 2010, que o serviço de Medicina de Reprodução do CHUC dá resposta às mulheres com doença oncológica que desejam preservar a sua fertilidade, embora os ensaios clínicos tivessem tido início dois anos antes.

"Fruto do adiar da gravidez, hoje é cada vez mais provável uma mulher jovem ter a surpresa de um diagnóstico de cancro quando nem sequer pensou ainda em engravidar. E muitos destes tratamentos oncológicos que existem, com taxas de sobrevida na ordem dos 80%, têm como efeito secundário a infertilidade", frisou Teresa Almeida Santos.

"Se temos uma população crescente de pessoas jovens em idade reprodutiva que tem diagnóstico de cancro e que tem de fazer um tratamento que pode ser lesivo da fertilidade impõe-se dar uma resposta que tecnicamente existe", acrescentou.

Até à data, 170 mulheres, entre os 16 e os 39 anos, submeteram-se à preservação da fertilidade no Centro de Oncofertilidade do CHUC, das quais a maioria através da criopreservação de ovócitos (células germinativas).

Só depois do tratamento oncológico concluído e passados cinco anos, para assegurar que não há recidiva, é que as mulheres podem ser autorizadas a engravidar.

"Os resultados são animadores, desde logo porque temos gravidezes em curso, que provavelmente não teriam existido se não tivéssemos acautelado efetivamente a congelação dos ovócitos destas mulheres antes dos tratamentos", congratulou-se Teresa Almeida Santos.

A diretora do serviço de Medicina de Reprodução do CHUC salienta que a conversa com as doentes sobre a preservação da sua fertilidade tem um impacto muito positivo e "restaura a esperança numa altura em que emocionalmente estão perturbadas".

Para a especialista, "mais gratificante é saber que estas pessoas que tiveram oportunidade de discutir este efeito secundário e de biopreservar as suas gâmetas se sentem melhor na sobrevida, porque não lhes foi roubado um projeto de parentalidade e de vida".

"Quer se queira ou não, o projeto de parentalidade é praticamente universal, a maioria das pessoas deseja ter filhos e um doente oncológico ainda deseja mais uma família, porque precisa de uma rede de suporte e de sentirem que há uma resposta e uma vida para além do cancro", enfatizou.

No Porto
Investigadores do Porto estão a estudar as propriedades de alimentos e bebidas benéficas para a saúde, mas com compostos que...

"O sabor dos alimentos é a chave na escolha do consumidor", indicou a responsável pelo projeto, Susana Soares, acrescentando que "não interessa o quão saudável um determinado alimento ou bebida possa ser, se o seu sabor não agradar, é pouco provável que tenha sucesso".

Segundo indica a investigadora do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), neste projeto, designado "FoodNanoSense", estão a ser estudados os compostos fenólicos (CF) produzidos pelas plantas e presentes em alimentos de origem vegetal, como o vinho tinto, o chocolate, a cerveja e os sumos de fruta.

Estes compostos "têm propriedades sensoriais não muito agradáveis", nomeadamente sabor amargo e adstringência (sensação de secura e aspereza), o que "pode comprometer" a sua ingestão, mas são também responsáveis por outras sensações na cavidade oral, como o aroma, a textura e as sensações de calor e de frio.

São, no entanto, considerados “nutracêuticos” (junção de nutriente e farmacêutico), devido aos seus benefícios para a saúde, como é o caso da ação anticancerígena e da proteção cardiovascular.

A equipa de investigação pretende então perceber como é que os CF desencadeiam esses "sabores" e estudar algumas opções para os modular a nível industrial, tendo assim "influência na área da saúde preventiva e dos alimentos funcionais".

O teor em CF, segundo indica, pode ser controlado e adaptado através da escolha da matéria-prima (tipo de frutos ou vegetais), da altura da colheita (frutos pouco ou mais maduros) e de uma série de tratamentos a nível industrial.

"Um dos tratamentos mais comuns na indústria vinícola", por exemplo, "é a colagem", que resulta na "clarificação do vinho por precipitação de alguns CF mais reativos, nomeadamente os taninos", explicou.

Susana Soares considera que níveis equilibrados de adstringência "são quase sempre desejados" no vinho tinto, na cerveja e no chá, sendo "importante", no entanto, "salientar que esses níveis dependem muito dos hábitos culturais da população".

"Na nossa cultura, a adstringência é um fator de qualidade do vinho tinto", o qual pretende-se que "desenvolva níveis equilibrados", mas, caso isso não aconteça, o mesmo "é percebido como um vinho "sem corpo" e aguado".

Outro dos objetivos do projeto é desenvolver um biossensor para a adstringência, de "uso fácil e exato", passível de ser usado diretamente na produção.

Participam nesta investigação membros da FCUP, do CINTESIS - BioMark Sensor Research - da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, do 'German Institute of Human Nutrition' (DIfE) e da UNICER.

O projeto "FoodNanoSense: Compreensão do amargor e adstringência dos polifenóis presentes em alimentos para o desenvolvimento de um biossensor" finaliza em 2019 e é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados este ano de sarampo em Portugal subiu para 29, num total de 145 notificações, divulgou a Direção...

De acordo com a última atualização de dados disponível na página da internet da Direção-Geral da Saúde (DGS), mais de metade dos casos (59%) ocorreram em pessoas não vacinadas, 45% em profissionais de saúde e quase metade (45%) dos casos confirmados precisaram de internamento.

O boletim epidemiológico da DGS indica ainda que a região de Lisboa e Vale do Tejo é aquela que apresenta mais casos confirmados (21), a maior parte (16) com idade igual ou superior a 18 anos, e um óbito.

Dos 21 casos confirmados na Região de Lisboa e Vale do Tejo, 11 ocorreram em pessoas não vacinadas e das sete pessoas que precisaram de internamento todas já tiveram alta.

Na região do Algarve, a DGS registou sete casos confirmados de sarampo, cinco dos quais em não vacinados. Quatro dos casos ocorreram em crianças com idade inferior a um ano e todas as cinco pessoas que precisaram de internamento já tiveram alta.

A DGS registou ainda um caso da região Norte, de uma criança na faixa etária 1-4 anos que não estava vacinada, precisou de ser internada, mas já teve alta hospitalar.

Na sequência do surto de sarampo em Portugal, a Assembleia da República aprovou na semana passada, por unanimidade, quatro projetos de resolução - CDS-PP, BE, PSD e PCP - no sentido de aumentar a cobertura de vacinas e sensibilizar a população para a sua necessidade. Um dia depois, rejeitou a proposta do CDS-PP para que fosse ponderada a possibilidade de impedir as matrículas ou as renovações a alunos que não comprovem a vacinação recomendada no programa nacional.

No passado mês de abril, depois da morte de uma jovem de 17 anos com sarampo, o Governo emitiu um despacho a obrigar as escolas a comunicarem aos delegados de saúde os casos de alunos que não tivessem as vacinas em dia, de acordo com o Programa Nacional de Vacinação (PNV).

O objetivo de as escolas transmitirem esta informação aos delegados de saúde é, segundo o despacho, “promover o aconselhamento e esclarecimento adequados”, bem como sensibilizar as famílias para os benefícios da vacinação.

As vacinas do PNV, que são gratuitas, não são obrigatórias, mas geralmente as escolas, públicas e privadas, pedem o boletim vacinal dos alunos no ato da matrícula ou da inscrição.

A vacinação é o meio de prevenção mais eficaz contra o sarampo, uma doença altamente contagiosa e que, ainda que geralmente tenha evolução benigna, pode gerar complicações graves e até levar à morte.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta, exceto...

De acordo com o Instituto, as regiões de Beja, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira), Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores), Angra do Heroísmo (Terceira), Horta (Faial) e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores).

As exceções são para Braga e Viana do Castelo que estão em risco ‘elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O Instituto prevê para hoje nas regiões do norte e centro céu geralmente muito nublado, diminuindo temporariamente de nebulosidade durante a tarde, períodos de chuva ou aguaceiros, diminuindo de intensidade e frequência nas regiões do litoral a partir do meio da tarde e condições favoráveis à ocorrência de trovoada nas regiões do interior.

A previsão aponta para vento fraco a moderado do quadrante oeste, tornando-se de noroeste a partir da tarde e intensificando para moderado a forte, por vezes com rajadas até 60 quilómetros por hora, no litoral e nas terras altas, neblina matinal em alguns locais do litoral e descida de temperatura, em especial da máxima.

No sul prevê-se períodos de céu muito nublado, tornando-se gradualmente pouco nublado a partir da tarde, possibilidade de ocorrência de aguaceiros e de trovoada no interior do Alentejo durante a tarde.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê ainda vento fraco a moderado de noroeste, tornando-se moderado a forte, por vezes com rajadas até 60 quilómetros por hora, no litoral oeste e nas terras altas a partir da tarde e pequena descida de temperatura.

Para a Madeira prevê-se céu pouco nublado, tornando-se muito nublado a partir do final da tarde, aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas para o final do dia e vento moderado a forte de norte, rodando para nordeste.

Nos Açores prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas e vento fraco, tornando-se sueste bonançoso.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 14 e 25, no Porto entre 13 e 21, em Vila Real entre 10 e 23, em Viseu entre 09 e 22, em Bragança entre 13 e 24, na Guarda entre 08 e 20, em Coimbra entre 14 e 22, em Castelo Branco entre 13 e 28, em Santarém entre 13 e 27, em Évora entre 12 e 30, em Beja entre 13 e 30 e em Faro entre 18 e 31.

Em dia de rastreio nacional
A Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo alertou para a importância de conhecer os sinais para tornar mais eficaz o autoexame...

“Os cancros de pele estão a aumentar e isto tem que ver com comportamentos de risco tidos há anos, seja por exposição profissional seja de lazer, pois as lesões aparecem mais tarde”, alertou o secretário-geral da Associação Portuguesa do Cancro Cutâneo (APCC), Osvaldo Correia.

Em declarações, o responsável sublinha que o rastreio nacional que arranca hoje – Dia dos Cancros de Pele/Dia do Euromelanoma – é especialmente dirigido a adultos que tenham sofrido queimaduras solares em jovem, seja por desporto ao ar livre ou por exposição pro questões profissionais, os que frequentaram solários ou que têm antecedentes de familiares co cancro de pele.

“É impossível observar todos os que gostariam de participar neste rastreio, mas é importante sensibilizar para a pessoa ir ao médico de família, que em caso de dúvida orienta para um especialista, e saber identificar as lesões”, afirmou Osvaldo Correia.

O responsável da APCC sublinha que “nem todas as lesões apresentam risco” e que, por isso, é importante que as pessoas se informem e conheçam os sinais.

“Cada vez mais detetamos lesões em casos mais precoces e isso é importante. Um cancro de pele detetado em fase precoce é tratado e se for detetado já mais tarde, sobretudo os melanomas, pois são lesões assintomáticas, podem ocorrer metástases e levar à morte”, disse.

Segundo a APCC, a taxa de incidência de cancro de pele é maior nos Açores, um dado que Osvaldo Correia explica não só por fatores genéticos – população de pele e olhos claros, fototipo com condições de maior risco -, mas também com o facto de anteriormente não ter tido acesso a tantas campanhas de informação.

Num rastreio feito a 350 pessoas na ilha de S. Jorge, nos Açores, 50 foram submetidas a cirurgia e 100 a criocirurgia.

“Foram populações que eventualmente tiveram menos campanhas de informação, tal como outras do interior do país, que têm menos acesso, logo menos informação e menos diagnóstico precoce”, explicou.

No dia da apresentação da campanha deste ano, no início de maio, o responsável da APCC apelou para a criação, em cada Unidade de Saúde Familiar, de equipas especializadas e preparadas para despistar através da teledermatologia suspeitas de cancro de pele.

De acordo com Osvaldo Correia, o equipamento necessário para estes médicos e enfermeiros pagar-se-ia ao evitar três cirurgias desnecessárias que hoje se fazem.

Questionado pela Lusa hoje, Osvaldo Correia diz que ainda não houve ‘feedback’ da parte do Governo, mas sublinhou: “Envolvendo os médicos de família, os centros de saúde, tal como hoje existe para hipertensão e para a diabetes um grupo dedicado, é importante que aconteça o mesmo com o cancro de pele”.

Mais de 40 serviços de dermatologia do continente e ilhas participam hoje no rastreio nacional gratuito, no âmbito do Dia do Euromelanoma, iniciativa que no ano passado detetou quase 100 suspeitas de cancro de pele.

O rastreio é promovido pela APCC, com o patrocínio da Sociedade Portuguesa de Dermatologia e Venereologia e da Direção Geral de Saúde, e no ano passado avaliou cerca de 1.700 pessoas.

A incidência dos vários tipos de cancros da pele tem vindo a aumentar em todo o mundo, estimando-se que em Portugal, este ano, sejam diagnosticados mais de 12.000 novos casos de cancros da pele. Cerca de 1.000 serão casos de melanoma.

Agência Nacional de Vigilância Sanitária
O Brasil incluiu a canábis na lista de plantas medicinais do país, anunciou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Segundo este órgão regulador, que é responsável pela fiscalização e autorização da venda de medicamentos no Brasil, a medida não legaliza o consumo da marijuana, o cultivo ou posse sob quaisquer circunstâncias.

A inclusão formaliza a canábis como "um possível componente em futuros pedidos de registo de medicamentos ou outros regulamentos que possam ser discutidos no seu uso medicinal."

Em janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia aprovado o uso no Brasil de um medicamento produzido com substâncias extraídas da marijuana.

Este medicamento, registado no Brasil como o nome de Mevatyl (noutros 28 países chama-se Sativex), é produzido a partir de duas substâncias extraídas da canábis sativa (tetraidrocanabinol e canabidiol) e recomendado para pacientes com esclerose múltipla que não respondem a outros tratamentos.

A inclusão da canábis na lista de plantas consideradas de interesse médico pelo Governo brasileiro foi aprovada na semana passada, mas a divulgação da lista aconteceu apenas agora.

Açores
O Governo dos Açores revelou que foi detetada a presença da bactéria "listéria" num lote de queijos produzido na...

Num esclarecimento publicado pelo Gabinete de Apoio à Comunicação Social (GACS), o executivo açoriano adianta que a bactéria foi encontrada num lote composto por 241 unidades de queijo, com aproximadamente 900 gramas cada, 108 dos quais já tinham sido vendidos.

De acordo com a mesma nota, a Direção Regional de Agricultura decidiu, "de imediato", a "suspensão da venda e recolha de todos os queijos que integram esse lote", bem como a implementação de procedimentos de higienização, com o objetivo de "eliminar potenciais focos" da bactéria.

O executivo açoriano determinou ainda a recolha de amostras nos diversos processos de tecnologia alimentar, desde a receção da matéria-prima até à expedição do produto acabado, no sentido de "eliminar o possível foco de contaminação".

Entretanto, uma equipa técnica da Direção Regional de Agricultura já se deslocou à ilha das Flores, para acompanhar o processo "in loco" e apoiar a Cooperativa Ocidental na "resolução cabal e definitiva desta situação".

"Situações desta natureza são um indicador claro do bom funcionamento dos sistemas de controlo e acompanhamento das unidades de transformação de produtos agroalimentares na região, garantindo assim a confiança e segurança alimentar dos consumidores", conclui o mesmo esclarecimento.

O Governo Regional minimiza eventuais riscos para a saúde pública, por via da venda de queijos contendo a presença da bactéria listéria, mas adianta que o Centro de Saúde das Flores já está em alerta para eventuais casos de contaminação que possam ser detetados nos consumidores.

Hipertensão Arterial
Estima-se que em Portugal existam cerca de dois milhões de hipertensos.

A Hipertensão Arterial é um dos principais factores de risco para situações como o Acidente Vascular Cerebral (responsável por 60% dos casos), o Enfarte do Miocárdio, a Insuficiência Cardíaca e a Insuficiência Renal, bem como para patologia da Aorta que inclui o Aneurisma.

Apesar do enorme progresso na compreensão pública do problema e dos extraordinários avanços na terapêutica, o número de doentes tratados em que se consegue obter um adequado controlo, de acordo com as recomendações das organizações científicas, é diminuto.

Em Portugal, apenas um terço dos doentes tratados (os quais correspondem a cerca de metade dos casos conhecidos) se encontrava controlada, no conhecido estudo publicado pelo Prof. Mário Espiga de Macedo e desse e de outros estudos, calcula-se que entre nós existam  dois milhões de hipertensos, dos quais apenas metade terá sido diagnosticado, 500 mil fazem terapêutica e 250 mil estarão controlados. Todavia, o tratamento da hipertensão conduz a uma redução real do risco cardiovascular, por exemplo calculando-se que em hipertensos com risco cardiovascular elevado, a incidência de AVC se reduza em 20 a 30% para cada 1-3 mmHg de descida do valor tensional.

Em muitos casos, a obtenção de valores tensionais nos níveis recomendados é difícil e exige uma avaliação atenta dos doentes para excluir causas de pseudo-refractoriedade à terapêutica (hipertensão da bata-branca ou sobrecarga de volume por exemplo) ou casos mais raros de hipertensão secundária.

No entanto, excluídas essas situações, calcula-se a partir da experiência de ensaios clínicos, que em 20-35% dos casos não seja possível obter um adequado controlo tensional, apesar de medicação anti-hipertensiva com três ou mais fármacos. Estes casos de Hipertensão Refractária (HTR) podem ir de cerca de 5% no ambulatório de clínica geral até mais de 50% na clínica de nefrologia.

Apesar de não existirem números com suficiente poder para se saber com precisão o pronóstico da HTR, é muito clara relação entre os valores tensionais e o risco, a partir de vários estudos clínicos e epidemiológicos.

A hipertensão refractária ou de difícil controlo exige seguimento por especialistas com programas de acompanhamento individualizados, tendo sido propostos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nos EUA
Ovários artificiais férteis são a última inovação conseguida através de uma impressora 3D por cientistas nos Estados Unidos,...

Os cientistas desenvolveram os ovários chamados bioprostéticos para ajudar a devolver a fertilidade e a produção de hormonas a mulheres que tiveram que fazer tratamentos para o cancro em adultas ou que sobreviveram a cancros infantis e têm mais riscos de ser inférteis ou ter problemas hormonais.

“O que acontece com algumas das nossas doentes de cancro é que os ovários não funcionam a um nível suficiente e precisam de terapias hormonais de substituição, afirmou a investigadora Monica Laronda, coautora do estudo hoje publicado na NAture Communications.

A inovação desta tecnologia de impressão a três dimensões, experimentada em ratos de laboratório inférteis, é o material usado, um hidrogel biológico gelatinoso feito a partir de colagénio, uma proteína presente nos tecidos humanos.

O material tem a consistência certa para ser moldado durante a cirurgia e é poroso o suficiente para interagir com os outros tecidos com que contacta.

Na maior parte dos casos, o hidrogel é fraco e “como é composto principalmente por água, muitas vezes colapsa”, afirmou o professor de ciência dos materiais e engenharia Ramille Shah, da Universidade do Noroeste, do estado norte-americano do Illinois.

Monica Laronda frisou que o objetivo desta tecnologia é reproduzir "como funcionaria um ovário em cada fase da vida de uma mulher, desde a puberdade à idade adulta, chegando a uma menopausa natural”.

A diretora do Instituto de Investigação de Saúde Feminina de Feinberg, Teresa Woodruff, afirmou que “usar bioengenharia, em vez de transplantes, para criar órgãos funcionais e devolver a saúde aos tecidos da pessoa” é o objetivo último da bioengenharia ao serviço da medicina regenerativa.

Para desenvolver os ovários artificiais, os cientistas partiram da premissa de que todos os órgãos têm um “esqueleto”, uma estrutura básica, e usaram a dos ovários para construir através de impressão 3D o que chamaram de “andaimes”, por ser uma estrutura que se assemelha aos andaimes usados para fazer obras em edifícios.

Ao ser implantado no corpo, o ovário artificial é capaz de alojar os óvulos na sua estrutura porosa e permite que amadureçam, ao mesmo tempo que vasos sanguíneos rodeiam o “andaime” permitindo a circulação de hormonas que desencadeiam a produção de leite após o parto.

“Esta investigação demonstra que estes ovários bioprostéticos conseguem funcionar a longo prazo”, afirmou Teresa Woodruff.

Investigadores portugueses e latino-americanos
Investigadores portugueses e latino-americanos iniciam este mês um estudo que pretende identificar “alvos genéticos”...

“O estudo consiste em identificarmos alvos genéticos que podem ser responsáveis pela mediação inflamatória que é partilhada entre as doenças do sono e algumas doenças cardiovasculares”, disse o presidente da Associação Portuguesa de Cronobiologia e Medicina do Sono (APCMS).

“Acredita-se que essa pode ser uma área de convergência entre duas situações que partilham fatores de risco e pode dar-nos algumas pistas para a ligação entre estas duas condições”, acrescentou o especialista em medicina do sono.

O estudo, com a duração prevista de três anos, é dividido em várias etapas, sendo a primeira um rastreio populacional, com ações de rastreio sobre a pressão arterial e qualidade do sono, que arranca este mês, “Mês do Coração”.

O rastreio pretende alertar a população para a ligação entre o sono inadequado e o risco cardiovascular e confirmar a relação entre essas duas condições.

“Depois dessa observação e da confirmação que existe essa ligação vamos debruçar-nos sobre alguns mecanismos que podem estar associados a isso”, explicou.

Hoje sabe-se que o sono perturbado aumenta o risco de erros e acidentes, diminui a imunidade e as defesas gerais e aumenta a probabilidade de desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares.

“Mas os mecanismos são ainda pouco conhecidos e controversos, sobretudo quando se sai da área da apneia do sono, doença que claramente afeta a morbilidade e mortalidade cardiovascular”, frisou.

Meira Cruz lembrou que “as doenças cardiovasculares mantêm-se como primeira causa de morte no mundo e em Portugal, e o sono adequado é cada vez mais raro, com tendência a piorar”.

“Sabendo que a quantidade e a qualidade do sono afetam de forma independente a função do sistema cardiovascular e que muitos dos seus determinantes têm envolvidos fatores hereditários, torna-se compreensível que algumas respostas para melhorar o panorama da saúde em geral e cardiovascular em particular possam estar nos genes, mas também no que designamos de epigenética”, referiu.

O investigador responsável pelo projecto, Christian Ramos, sublinha que "existem diversas questões sobre esta relação que ainda não têm resposta, nomeadamente no que respeita a aos mecanismos genéticos e moleculares comuns".

"Existem alterações nos processos de transcrição e tradução de genes que influenciam esta relação e alguns aspetos particulares associados à expressão genética ou ao seu silenciamento, podem ajudar-nos e compreender melhor os mecanismos básicos que nos permitirão eventualmente otimizar terapêuticas", adiantou Christian Ramos.

O projeto internacional 'Sono-miRs' reúne o Instituto de Biociências e Sistemas Integrativos da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, a Divisão Cardiovascular da Universidade Federal de São Paulo, o Grupo de Função Autonómica do Centro Cardiovascular da Universidade de Lisboa, a APCMS, a Somnus Clinic e a Life Beat.

Isabel Rocha, responsável pelo Laboratório de Função Autonómica Cardiovascular da Faculdade de Medicina de Lisboa e participante no projeto, assume que o caminho pode ser longo, mas promissor, e defende que todos os passos que possam ser dados são de aproveitar.

“Existem alguns obstáculos metodológicos que terão que ser ultrapassados, nomeadamente no que respeita à transferência do conhecimento obtido nos modelos animais, para os humanos, mas os ganhos serão provavelmente significativos com impacto real na saúde individual e coletiva”.

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