ESEnfC
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicia, hoje, um projeto quer visa diminuir a ansiedade sentida pelas crianças dos 3...

Enfermagem dos Pequenitos e da Bonecada é o nome deste projeto, que pretende, igualmente, através de jogos e de brincadeiras, levar os futuros profissionais de saúde a utilizarem os conhecimentos adquiridos durante a licenciatura para ajudarem os mais novos a perderem o medo que, muitas vezes, está associado à deslocação ao centro de saúde.

A sessão experimental do projeto tem início a partir das 10h00, nos laboratórios do campus B da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC), em S. Martinho do Bispo, e os utentes são crianças do Jardim Infantil da Cumeeira, em Poiares.

A cada criança é pedido que traga um boneco que esteja doente, ou que simplesmente vá a uma consulta de vigilância de saúde.

Os mais novos vão tocar e manipular os diferentes materiais que são comuns em cuidados de saúde primários.

Divididas em pequenos grupos, as crianças vão poder participar nas atividades “O que faz um enfermeiro?” (questões referentes à profissão de Enfermagem), “Dentes saudáveis, sorriso feliz” (sobre a importância de uma boa saúde oral, com recurso ao modelo dentário e escova), “Comer bem dá saúde e faz crescer” (a importância de uma alimentação saudável, com recurso a uma roda dos alimentos) e “O meu boneco vai à consulta” (simulação dos procedimentos inerentes a uma consulta de Enfermagem).

Enfermagem dos Pequenitos e da Bonecada é um projeto organizado pela Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária, da ESEnfC, em parceria com a Associação de Estudantes da instituição e com o projeto de Divulgação da Escola e Escola Aberta: Ver para Querer.

“O brincar terapêutico constitui uma excelente forma de ajudar as crianças a libertarem o seu medo e receio de enfrentarem um ambiente que não lhes é familiar”, afirma a organização do projeto. 

Oncologia
O oncologista pediátrico Ximo Duarte, do IPO de Lisboa, defendeu hoje a necessidade de uma estrutura com meios humanos e...

Em declarações, Ximo Duarte sublinhou as dificuldades encontradas para aumentar a participação da oncologia pediátrica em ensaios clínicos, sobretudo a falta de meios humanos e de financiamento.

“Além da burocracia, pois é uma matéria muito delicada que envolve muitas questões a que se deve obedecer a nível nacional e internacional, são precisos meios humanos, técnicos para coordenar os estudos, introduzir e monitorizar dados e reportar toxicidades, e financiamento”, sublinhou.

Ximo Duarte afirmou que na oncologia pediátrica o medicamento mais vantajoso é sempre “o que é ao mesmo tempo mais curativo mas com menor toxicidade para as crianças” e lembrou que, hoje em dia, as crianças com doença oncológica são tratadas com medicamentos que na grande maioria não foram testados para elas, mas sim para adultos.

“Temos anos de experiência com medicamentos que usamos nos esquemas terapêuticos para as crianças, mas que de origem foram testados em adultos. Tradicionalmente sempre se desenvolveram para o adulto, pois a regulamentação é menos restrita do que para as crianças”, afirmou.

O especialista sublinhou ainda que esta situação dificulta a investigação clinica porque quando se usam em ensaios pediátricos medicamentos testado em adultos considera-se que o medicamento é experimental do ponto de vista regulamentar.

Neste momento, disse, Portugal participa em cinco ensaios clínicos com crianças (três deles internacionais,), com cerca de uma dúzia de doentes, e está a ser preparada a documentação para participar noutros quatro ensaios, que ainda não podem ser submetidos a nível nacional, envolvendo mais 70 crianças por ano.

Todos os ensaios são de Fase 3, em que os medicamentos já demonstraram a sua eficácia e o que se pretende é saber se o efeito/eficácia é superior ao que já hoje existe para tratar estas crianças.

O oncologista pediátrico do IPO Lisboa defende que era vantajoso ter mais crianças a participar em ensaios clínicos, frisando que neste regime os doentes estão “muito mais vigiados”: “É mais seguro tratar no âmbito de um ensaio clinico. Há mais olhos postos em cima do que se está a fazer”.

Deu como exemplo um estudo nos EUA que mostrou que a grande melhoria nos resultados dos tratamentos de crianças com doença oncológica aconteceu quando estas começaram a ser tratadas maioritariamente em ensaios clínicos.

Contudo, para que mais crianças pudessem em Portugal participar em ensaios clínicos o especialista defende que seriam precisos mais meios humanos e mais financiamento.

“A maior parte destas crianças são tratadas em unidades de oncologia de hospitais do Sistema Nacional Saúde, que têm recursos financeiros muitos controlados e limitados”, lembrou.

O especialista recorda ainda que a investigação clinica em pediatria é iniciativa dos investigadores – na base de estudos académicos – e que a indústria farmacêutica investe em investigações desenvolvidas mais para o adulto.

“Quando há interesse em testar um medicamento a indústria farmacêutica investe onde a doença é mais frequente, que é nos adultos. Na área da oncologia pediátrica somos nós, os médicos, que organizamos a investigação e acabamos por não ter o respaldo humano nem financeiro”.

O especialista diz que o processo de participação num ensaio clinico é 'muito pesado': “Há imensa regulamentação, é preciso estar atento a todos os parâmetros, verificar dados, ver se o que está a ser reportado está correto, fazer a ponte com as autoridades regulamentares, verificar as adendas que surgem aos protocolos. É uma carga burocrática muito grande, para além do trabalho clínico das equipas multidisciplinares, com médicos, farmacêuticos, enfermeiros e outros profissionais".

Além disso, frisou, os médicos são peritos no apoio clínico, em tratar doentes. Quando se passa às questões de monitorização, inserção de informações em formulários para poder depois comparar resultados, farmacovigilância ou questões regulamentares, “os médicos não tem a formação específica e isto dificulta o processo”.

O oncologista pediátrico dá o exemplo de outros países, onde as sociedades científicas têm uma estrutura capaz de financiar e dotar de recursos humanos estas investigações.

O ideal, defende, era que existisse uma estrutura que trabalhasse em conjunto com a comunidade médica, que tivesse uma parte científica, com clínicos que identificam os ensaios que podem responder às necessidades de tratamento existentes, outra parte de coordenação e condução de ensaios, com pessoas que pudessem recolher os dados, coordenar o estudo e fazer a ponte com as autoridades, e uma área de angariação de fundos.

Infarmed
O Infarmed registou nos últimos quatro anos mais de 170 suspeitas de reações adversas graves inesperadas em ensaios clínicos a...

De acordo a autoridade que regula o setor, no ano passado foram recebidos 51 casos de suspeitas de reações adversas graves inesperadas, mais do que em 2015, quando este valor não ultrapassou os 46 casos. Em 2014 foram 36 os casos deste género e em 2013 não ultrapassaram os 40.

Estes casos correspondem a suspeitas de reações adversas em que uma relação causal entre estas e a administração do medicamento não é excluída, são consideradas graves pois cumprem critérios de se tratar de uma caso associado a um desfecho fatal, risco de vida, hospitalização ou o seu prolongamento, incapacidade (para o participante no ensaio) ou ainda a situações "clinicamente relevantes no entender do investigador". São classificadas de inesperadas por não se encontrarem descritas na informação de segurança de referência do medicamento.

No primeiro trimestre deste ano, o Infarmed recebeu 28 pedidos para ensaios clínicos e autorizou 24. O tempo médio de decisão foi de 44 dias. Durante o ano de 2016 foram submetidos 142 pedidos e autorizados 144.

A indústria farmacêutica continua a ser o principal promotor de ensaios clínicos. Dos 28 autorizados no primeiro trimestre deste ano, 26 são promovidos pela indústria e os restantes dois de nível académico para fins não comerciais.

Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública divulgado no ano passado indicava que a reduzida dimensão dos ensaios clínicos em Portugal se devia à falta de incentivos e à pouca valorização profissional do investigador.

Na opinião da equipa de investigação responsável pelo estudo, o facto de a gestão hospitalar não estar orientada para a investigação clínica e de os prazos legais de aprovação dos ensaios clínicos serem frequentemente ultrapassados contribuem para a dificuldade da realização dos ensaios clínicos em Portugal.

Outros constrangimentos identificados prendem-se com a reduzida visibilidade e a falta de uma plataforma de divulgação dos ensaios clínicos.

Identificados estes problemas, o grupo de peritos apresentou um conjunto de propostas e soluções que passam por criar centros de ensaio com uma gestão e infraestruturas orientadas para apoiar e conduzir ensaios clínicos, bem como definir estratégias para melhorar a taxa de recrutamento e retenção.

Questionado, o Infarmed diz que têm sido tomadas várias medidas, dando como exemplo a entrada em vigor da Lei da Investigação Clínica, que inclui o regime jurídico de realização de ensaios clínicos com medicamentos, revendo o respetivo processo de aprovação, e expande o âmbito de regulação a toda a investigação clínica, prevendo a dinamização do sistema de comissões de ética competentes e a criação de um sistema de registo e divulgação de estudos clínicos.

Este sistema de registo e divulgação, que entrou em funcionamento no final do ano passado, é uma plataforma tecnológica desenvolvida pelo Infarmed em colaboração com a Comissão de Ética para a Investigação Clínica e visa "potenciar o desenvolvimento e aumentar a transparência sobre a investigação clínica em Portugal".

Infarmed
Mais de 382 ensaios clínicos estão atualmente a decorrer em Portugal, envolvendo cerca de 13.000 voluntários, e quase metade...

Numa informação disponibilizada à agência Lusa, a autoridade que regula o setor adianta que 43% dos ensaios a decorrer em Portugal são da área das doenças oncológicas, 10% abrangem as doenças do sistema nervoso e 8% da área da reumatologia.

O Infarmed explica também que os cerca de 13.000 voluntários são uma previsão que foi notificada aquando do pedido de autorização para os ensaios, pelo que pode não ser exatamente o valor de participantes.

“A maioria destes ensaios clínicos decorrem paralelamente em centros de ensaio nacionais e em centros de ensaios de outros estados membros, uma vez que são, frequentemente, estudos multicêntricos internacionais”, acrescenta o Infarmed, no dia em que acolhe uma conferência sobre o tema no âmbito ao Dia Internacional dos Ensaios Clínicos, que se assinala no sábado.

Dos ensaios a decorrer, 7% são em doenças infeciosas, 5% em indicações cardiovasculares, 4% em doenças congénitas ou genéticas, 4% em oftalmologia, 4% em doenças respiratórias, 4% em doenças do sistema digestivo, 3% em patologias renais e 3% em doenças metabólicas.

De acordo com o Infarmed, as instituições com uma contribuição mais relevante em Portugal na área dos ensaios clínicos são o Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, IPO – Porto, Centro Hospitalar de São João e Centro Hospitalar do Porto. Várias outras unidades de saúde públicas ou privadas participam também em ensaios clínicos, mas em menor proporção.

Os 382 ensaios clínicos a decorrer em Portugal envolvem cerca de 830 Investigadores principais, de 88 centros distintos. Mas a equipa de profissionais envolvida nos centros de ensaio inclui outros profissionais para além dos investigadores principais, tais como subinvestigadores, enfermeiros e farmacêuticos.

Cerca de 5% dos ensaios clínicos a decorrer em Portugal são de fase I, 16% de fase II, 71% de fase III e 7% de fase IV.

Os ensaios clínicos em fase I são os primeiros estudos a serem conduzidos em seres humanos, desenvolvem-se normalmente em voluntários saudáveis, mas podem também envolver doentes com patologias graves (doença oncológica), e pretendem fazer uma avaliação inicial da segurança e tolerabilidade de um novo medicamento.

Na fase II o objetivo é avaliar a eficácia terapêutica do medicamento em doentes com a doença em estudo, avaliando simultaneamente a sua segurança. São de um modo geral realizados num número limitado de doentes. Através destes ensaios confirma-se se o novo medicamento tem um efeito terapêutico e avalia-se a toxicidade, permitindo selecionar a dosagem e a frequência de administração do medicamento para os ensaios de Fase III.

Na fase III já se fazem estudos comparativos, necessários para demonstrar a segurança, eficácia e benefício terapêutico de um novo medicamento por comparação com um medicamento padrão e/ou placebo. Estes estudos são necessários para a submissão às autoridades regulamentares do pedido de Autorização de Introdução no Mercado.

Os ensaios clínicos de fase I a III são essenciais para a aprovação do novo medicamento pelas autoridades competentes.

No ensaio clinico de fase IV os estudos decorrem já depois da Autorização de Introdução no Mercado e estão relacionados com a indicação aprovada. Servem para aprofundar conhecimentos sobre a utilização do medicamento que incluem, entre outras, a avaliação de interações com outros fármacos e a deteção de reações adversas previamente desconhecidas.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões de Portugal continental e do arquipélago da Madeira apresentam hoje risco ‘muito elevado’ de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), as regiões de Beja, Viana do Castelo, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Penhas Douradas, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém, Setúbal, Sines, Vila Real, Viseu, Aveiro, Porto, Funchal e Porto Santo (Madeira) estão hoje em risco ‘muito elevado’ de exposição à radiação ultravioleta (UV).

A exceção vai para Ponta Delgada (ilha de São Miguel, nos Açores), Angra do Heroísmo (Terceira) e Horta (Faial) com ‘risco elevado’ e Santa Cruz das Flores (ilha das Flores) com nível ‘moderado’.

Para as regiões com risco 'muito elevado' e 'elevado', o Instituto recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre menor do que 2, em que o UV é 'Baixo', 3 a 5 ('moderado'), 6 a 7 ('elevado'), 8 a 10 ('muito elevado') e superior a 11 ('extremo').

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade na região Norte e no litoral da região Centro até ao início da tarde, vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado no litoral oeste, em especial durante a tarde, e nas terras altas e pequena descida da temperatura mínima e subida da máxima.

Em Lisboa as temperaturas vão oscilar entre 12 e 22 graus celsius, no Porto entre 09 e 19, em Vila Real, Bragança e Viseu entre 05 e 19, na Guarda entre 04 e 17, em Coimbra entre 08 e 20, em Castelo Branco entre 07 e 23, em Santarém entre 10 e 24, em Évora entre 08 e 25, em Beja entre 08 e 27 e em Faro entre 13 e 28.

Associação Zero
Somente 12 em cada cem portugueses deixa as embalagens vazias e restos de medicamentos no local adequado, nas farmácias,...

"A generalidade dos portugueses continua a não encaminhar corretamente os resíduos das embalagens e restos de medicamentos adquiridos", refere um comunicado dos ambientalistas, realçando temer que "grande parte dos resíduos que não são entregues nas farmácias acabe em aterros ou, mais grave, nas redes de drenagem das águas residuais".

No entanto, a Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, não deixa de realçar que Portugal é um dos poucos países da União Europeia com uma entidade gestora responsável pelo tratamento deste tipo de resíduos.

A Zero analisou os dados da Valormed, a entidade gestora dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso, e concluiu que, no ano passado, a indústria farmacêutica colocou 315 milhões de unidades de embalagens de venda no mercado, a que corresponde um potencial de resíduos gerado (embalagens e medicamentos) de 7.462 toneladas.

"Os portugueses apenas entregaram cerca de 902 toneladas nas farmácias, ou seja, 12% dos resíduos potencialmente gerados", incluindo embalagens, restos de medicamentos e outros materiais fora do âmbito do Sistema de Gestão de Resíduos de Embalagens e Medicamentos (SIGREM).

Tendo em conta apenas a taxa de recolha de embalagens, explicam os ambientalistas, esta situou-se em 8%, "muito aquém da meta de 10% prevista para 2016".

Segundo as estimativas apontadas, cerca de 368 toneladas de restos de medicamentos, ou seja, mais de metade do total, não são entregues nas farmácias para terem tratamento adequado, havendo a preocupação de que "uma parte das substâncias contidas possa ser introduzida em meio natural", nos rios ou no mar, através dos esgotos.

Parte destes resíduos pode ir parar aos contentores de lixo urbano indiferenciado, o que tem "implicações para o ambiente e para a saúde pública", insiste a associação de defesa do ambiente.

"Num sistema que está fortemente dependente da colaboração dos cidadãos, estes números mostram-nos que há muito trabalho a fazer pela Valormed", em articulação com as farmácias, para cumprir a meta de 20% de recolha de embalagens definida para 2020, refere a Zero, defendendo a necessidade de ações de sensibilização.

Por isso, a Zero e a Valormed decidiram unir esforços para consciencializar os cidadãos da necessidade de entregarem os resíduos de embalagens e de medicamentos nas farmácias e estabeleceram uma parceria.

Governo
Os médicos de família sugerem que o Governo passe a criar um número mínimo de unidades de saúde familiar que devem abrir por...

O presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), Rui Nogueira, considera que “subsiste um princípio incrível” de definir um limite máximo para as unidades de saúde familiar (USF) que podem abrir durante um ano.

Em declarações a propósito do Dia Mundial do Médico de Família, que hoje se assinala, o responsável considerou que se devia inverter a lógica e fixar antes um patamar mínimo para as USF a abrir.

Criadas em 2005, as USF foram fundadas como uma forma alternativa ao habitual centro de saúde, prestando também cuidados primários de saúde, mas com autonomia de funcionamento e sujeitas a regras de financiamento próprias, baseados também em incentivos financeiros a profissionais e à própria organização.

“As USF são mais efetivas, têm melhor organização, mais recursos, não só humanos, mas também técnicos e materiais”, indica Rui Nogueira, lamentando que se esteja a prolongar a assimetria quanto a estas unidades.

Isto porque atualmente metade da população tem acesso às USF, mas a outra metade continua a estar inscrita nos centros de saúde tradicionais, mais antigos.

Os médicos de família defendem ainda que mais USF das que já estão criadas deviam passar a modelo B, que é uma forma mais evoluída de organização.

O modelo B está definido como aquele em que equipas com maior amadurecimento organizacional e maiores exigências de contratualização garantem maior disponibilidade para atingir níveis avançados de acesso para os utentes, elevado desempenho clínico e eficiência económica.

Sobre o panorama global dos médicos de família em Portugal, o presidente da APMGF admite que atualmente o número de profissionais é “bastante razoável”, havendo cerca de 5.500 a exercer e cerca de dois mil em formação.

A quantidade de profissionais em formação na especialidade é considerada por Rui Nogueira como confortável, se bem que o médico preveja que em 2020 e 2021 haja um novo ‘boom’ de clínicos a aposentar-se.

Ainda assim, Portugal tem cerca de 8% da população sem médico de família, o que significa menos de 800 mil utentes, estando a maior parte (600 mil) concentrados na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Além destas assimetrias regionais, há diferenças dentro das várias unidades de algumas zonas, chegando a haver centros de saúde em que 20% dos utentes permanecem sem médico de família.

Estudo
Um estudo da Universidade do Minho mostra que a exposição de crianças a mensagens de comportamentos alimentares saudáveis em...

Partindo da visualização da série de desenhos animados "Nutri Ventures", na RTP 2 e no canal Panda, um grupo de investigadores daquela universidade, coordenado por Ana Vaz, realizou em 2015 um estudo que envolveu 142 crianças da região de Braga.

As conclusões foram apresentadas no 24.º Congresso Internacional de Obesidade, que decorre até sábado no Porto, tendo Ana Vaz explicado que o estudo versou "alunos do pré-escolar e escolar com idades entre os quatro e oito anos".

Na comunicação lê-se que “os autores quiseram explorar se um desenho animado com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis poderia ter um efeito positivo nas preferências e escolhas alimentares das crianças".

"As crianças foram distribuídas de forma aleatória em dois grupos: um de controlo em que era exposto a desenhos animados sem qualquer referência a mensagens alimentares ou nutricionais e outro experimental, exposto a desenhos animados com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis", prossegue o documento a que a Lusa teve acesso.

Cada grupo esteve exposto durante 20 minutos, "sendo dada a oportunidade a cada criança de comer durante 10 minutos, de forma livre, os alimentos de uma pequena seleção: dois produtos saudáveis (cenouras bebé e uvas) e dois produtos não saudáveis (chocolates e batatas fritas)", explicou Ana Vaz.

Nesse período "foram registadas as medidas de fome, reconhecimento e apreciação do desenho animado, atitudes relativamente à alimentação saudável e preferências alimentares", prossegue a comunicação.

Segundo a investigadora, os resultados mostraram que "as crianças expostas a desenhos animados com mensagens de comportamentos alimentares saudáveis escolhiam alimentos significativamente mais saudáveis do que as crianças do grupo de controlo".

Estes comportamentos levaram os autores a concluir: "Estes resultados são promissores e podem ser importantes para o desenvolvimento de campanhas de promoção da saúde para crianças."

Ana Vaz deu ainda conta de uma segunda fase, em que "foi desenvolvido um programa educacional baseado em desenhos animados e está atualmente a ser testado em crianças entre os seis e oito anos".

"O objetivo é testar a utilidade e a eficácia do uso de personagens de desenhos animados com comportamentos alimentares saudáveis nas suas escolhas e preferências alimentares", acrescentou.

Caso a eficácia seja comprovada, Ana Vaz admitiu levar o projeto ao Ministério da Educação para que possa "ser implementado a nível nacional nas escolas".

Estudo
Cientistas descobriram os primeiros anticorpos humanos que atuam contra todas as estirpes do vírus Ébola, numa investigação que...

A descoberta foi feita após uma equipa de investigadores, designadamente da Faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, ter analisado o sangue de um sobrevivente do surto de Ébola ocorrido na África Ocidental entre 2013 e 2016, que causou mais de 11 mil mortos e infetou mais de 29 mil pessoas.

O vírus Ébola provoca febre hemorrágica, uma infeção grave e frequentemente fatal para a qual não há vacinas ou tratamentos.

A maioria das terapias com anticorpos apontadas como promissoras para o combate ao Ébola tem tido como alvo uma estirpe específica do vírus.

A equipa de cientistas descobriu que dois dos 349 anticorpos de um sobrevivente do surto de 2013-2016 que tinham sido isolados num estudo anterior, e conhecidos cientificamente como "ADI-15878" e "ADI-15742", neutralizavam a infeção pelas cinco estirpes do vírus Ébola em culturas celulares.

Os dois anticorpos humanos conseguiram proteger ratos expostos a uma dose letal das três principais estirpes do vírus Ébola, incluindo os vírus Bundibugyo e Sudão, salienta um comunicado da Faculdade de Medicina Albert Einstein.

A nota explica que os anticorpos "ADI-15878" e "ADI-15742", ao ligarem-se a proteínas conhecidas como glicoproteínas interferem no processo em que o vírus Ébola infeta e se multiplica nas células e detetam o vírus quanto ainda está na corrente sanguínea.

O grupo de investigadores identificou também os genes humanos que poderão estar na origem das células que produzem os dois anticorpos e pretende sintetizar as proteínas que desencadeiam a produção desses mesmos anticorpos.

Boletim polínico
Os pólenes em suspensão no ar vão estar em níveis muito elevados nos próximos dias em Portugal continental, informou a...

No boletim polínico divulgado a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) prevê que, entre 19 e 25 de maio, estarão em níveis muito elevados os pólenes de árvores como o sobreiro, oliveira ou carvalhos e das ervas como a urtiga, gramíneas, parietária, quenopódio ou tanchagem.

Nos arquipélagos dos Açores e da Madeira preveem-se níveis baixos de pólenes em suspensão.

Os pólenes das árvores e das ervas provocam na primavera reações alérgicas em muitas pessoas, caracterizadas normalmente por espirros, comichões ou falta de ar. Em algumas pessoas podem provocar rinite, conjuntivite ou asma.

No sábado
Lisboa e Porto unem-se no sábado a várias cidades no mundo numa marcha contra a multinacional agroquímica norte-americana...

A iniciativa, anunciada em Portugal através da rede social Facebook, realiza-se a partir das 15:00 entre a praça Luís de Camões e a praça do Intendente, em Lisboa, e entre a praça Gomes Teixeira e os paços do Concelho, no Porto.

A Monsanto, recentemente comprada pela farmacêutica alemã Bayer, produz sementes geneticamente modificadas e herbicidas controversos como o glifosato, que a Organização Mundial de Saúde classificou como "provavelmente cancerígeno", mas para o qual a Agência Europeia de Químicos não encontrou evidências que comprovem os seus malefícios para a saúde.

A multinacional é acusada de crimes contra a humanidade e o ambiente por parte de ativistas e organizações não-governamentais.

Em abril, um tribunal ético-popular, formado por cinco juízes profissionais internacionais, acusou a Monsanto de violação dos direitos humanos, de impacto negativo sobre o ambiente e crime de 'ecocídio'.

Há cerca de ano e meio, em dezembro de 2015, foi lançado o "Tribunal Monsanto", em Paris, durante a Cimeira do Clima (COP21), uma iniciativa popular promovida por ativistas, jornalistas, cientistas e atores políticos internacionais para julgar moralmente a conduta da multinacional.

A Monsanto e a indústria dos agroquímicos têm alegado que os produtos no mercado, incluindo o herbicida glifosato, são seguros para a saúde humana.

Doença Inflamatória Intestinal
Dor abdominal, diarreia e perda de peso são os sintoma mais frequentes da Doença Inflamatória Intest

O termo Doença Inflamatória Intestinal (DII) descreve um grupo de doenças em que o intestino está cronicamente inflamado.

Há, essencialmente, dois tipos principais de DII: a Colite Ulcerosa e a doença de Crohn. Enquanto a Colite Ulcerosa atinge apenas o intestino grosso ou cólon, a doença de Crohn por sua vez pode atingir qualquer segmento do tubo digestivo desde a boca até ao anus. No entanto, o mais frequente é atingir a porção terminal do intestino delgado ou o cólon (ou ambos).

A DII tem habitualmente um curso de exacerbações e remissões. Quando há inflamação severa a doença considera-se activa e o doente tem um acesso de sintomas. Quando a inflamação é pouco activa ou inexistente a pessoa não tem sintomas e diz-se estar em remissão.

O que provoca a DII?

A causa da DII é desconhecida. Pensa-se que existirá um agente ou combinação de agentes – bactérias, vírus, antigénios - que desencadeiam uma resposta imunológica que produz uma reacção inflamatória no intestino.

Os estudos mais recentes mostram haver uma combinação de factores hereditários, genéticos e ambientais que levam ao surgimento da DII. Independentemente da causa, a reacção inflamatória continua a atingir sem controle a parede intestinal e leva ao aparecimento dos sintomas, os mais frequentes dos quais são a dor abdominal e a diarreia.

Quais são os sintomas de DII?

Tal como em outras doenças crónicas, uma pessoa com DII tem períodos de recrudescimento dos sintomas e períodos de remissão em que os sintomas desaparecem voltando ao seu estado de saúde normal. Os sintomas variam de ligeiros a severos dependendo muito da porção do tubo digestivo que se encontra envolvida. Indicam-se os mais frequentes:

  • Colicas e dor abdominal
  • Diarreia (por vezes com sangue)
  • Urgência para defecar
  • Febre
  • Emagrecimento
  • Perda de apetite
  • Anemia por défice de Ferro (devido ao sangramento)

A DII pode levar a complicações?

A DII pode levar a algumas complicações nos intestinos incluindo:

  • Hemorragia abundante devido às úlceras
  • Perfuração ou ruptura intestinal
  • Estreitamento – chamado estenose - e obstrução intestinal (exclusivo na doença de Crohn)
  • Fistulas e doença peri-anal (muito mais comum na doença de Crohn que na Colite Ulcerosa)
  • Megacólon tóxico (dilatação extrema do cólon, situação de grande gravidade e mais associada com a Colite Ulcerosa que com a doença de Crohn)
  • Má nutrição

A DII, particularmente a Colite Ulcerosa , também aumenta o risco de Cancro de cólon. A DII pode levar a sintomas noutros órgãos – manifestações extraintestinais - nomeadamente artrite, doenças da pele, inflamações dos olhos, figado e rim ou osteoporose. De todas estas manifestações a mais frequente é a artrite.

Como se diagnostica a DII?

O diagnóstico da DII baseia-se na avaliação dos sintomas e de variados exames que o médico pode solicitar:

Exames de fezes: para excluir doenças bacterianas, víricas ou parasitárias, para ver se contêm sangue não visível a “olho nu” ou se há sinais de inflamação no intestino.

Análises de sangue, nomeadamente hemograma que poderá sugerir a presença de inflamação se houver aumento dos glóbulos brancos ou anemia se o valor da hemoglobina estiver baixo..

Outras análises de sangue, como ionograma, e marcadores de inflamação, como a velocidade de sedimentação ou a proteina C reactiva, que podem dar indicações sobre a severidade da doença. Os níveis de anticorpos pANCA costumam também estar elevados na Colite Ulcerosa. Por fim poderão também ser solicitadas análises para excluir doenças sexualmente transmitidas.

Ecografia abdominal, TAC e Ressonância Magnética são também frequentemente utilizados no diagnóstico de DII.

Colonoscopia: O colonoscópio, um tubo flexível com luz e uma câmara permite visualizar o intestino grosso (recto e cólon) e procurar a presença de inflamação sangramento ou úlceras, bem como determinar a  extensão da doença e efectuar biópsias.

A endoscopia alta pode também ser usada em doentes com queixas de náuseas, vómitos e dor já que na doença de Crohn cerca de 10% dos doentes apresenta alterações no estomago ou duodeno.

A enteroscopia por cápsula pode ser útil para diagnosticar a doença de Crohn do intestino delgado. Consiste na visualização deste segmento digestivo por uma pequena cápsula com uma câmara que é deglutida pelo doente e envia as informações para um receptor que a pessoa leva num cinto. No final do procedimento as imagens são passadas para um computador e a cápsula é normalmente excretada pelas fezes.

Como se trata a DII?

O tratamento da DII envolve uma combinação de cuidados gerais, nomeadamente alimentares e terapêutica médica.

Cuidados gerais

Embora esteja comprovado que nenhuma dieta previne ou trata a DII, há algumas alterações nos hábitos alimentares que são úteis. Dependendo dos sintomas poderá ser necessário reduzir a quantidade de fibras ou de leite e derivados na alimentação.

A dieta com poucos resíduos (pouca fibra) permite controlar melhor a diarreia e a dor abdominal, por exemplo.

Outro aspecto com importância é aprender a lidar melhor com o “stress”, o qual pode agravar os sintomas. A meditação, o exercício físico e a participação em grupos de apoio com outras pessoas com o mesmo problema são de reconhecida utilidade sob este ponto de vista.

Terapêutica Médica

O seu principal objectivo é a supressão da resposta inflamatória a nível da parede intestinal, levando ao desaparecimento dos sintomas de diarreia e dor abdominal. Depois destes sintomas se encontrarem controlados o foco passará a ser a redução do número de crises e a manutenção em remissão

Os médicos usam no tratamento destas situações uma abordagem por etapas usando inicialmente os medicamentos menos agressivos, passando para outros de outro patamar se os primeiros falharem. Usam-se inicialmente os aminosalicilados (Sulfasalazina, Mesalamina, Olsalazina)  que podem ser administrados por via oral, como supositórios ou como enemas. São úteis no alívio dos sintomas e na manutenção em remissão.

Podem ser também receitados para alívio sintomático anti-espasmódicos, inibidores da bomba de protões ou anti-diarreicos (não se deve nunca iniciar um anti-diarreico sem conselho médico, na DII). Na doença de Crohn com manifestações peri-anais é frequente receitar-se antibióticos.

Se os primeiros medicamentos não são suficientemente eficazes passa-se ao degrau seguinte que é a prescrição de corticosteróides, agentes antiinflamatórios potentes, de rápida actuação que proporcionam rápido alívio sintomático, mas que devido aos efeitos laterais associados com o seu uso prolongado só devem ser usados no tratamento das crises e nunca na manutenção em remissão. Se os corticóides falharem ou forem necessários por longos periodos de tempo usam-se os medicamentos de tipo imunosupressor que não são úteis nas crises, já que demoram 2 a 3 meses a iniciar seus efeitos. São exemplos destes medicamentos a Azatioprina, 6 – mercaptopurina ou o Metotrexato .

Os medicamentos Biológicos, último degrau da escalada terapêutica, são anticorpos que têm como alvo determinadas proteínas que causam inflamação e usam-se no tratamento da doença moderada a grave quando as medicações standard foram ineficazes. Alguns dos utilizados são o Infliximab, o Adalimumab, o Natalizumab, o Vedolizumab ou o Ustekinumab.

Terapêutica Cirúrgica na DII: Quando?

Apesar de haver tratamentos eficazes tanto para a doença de Crohn como para a colite ulcerosa pode acontecer que não se consiga a  remissão e os sintomas se tornem persistentes e duradouros levando o médico a discutir com o paciente a possibilidade de cirurgia. Nesse caso a cirurgia seria apresentada como uma alternativa para trazer a doença sob controle.

Outro fator que pode trazer a discussão acerca da cirurgia é o caso de uma complicação da doença que não tem como ser tratada efetivamente com o uso de medicamentos. Um exemplo pode ser a oclusão intestinal na doença de Crohn.

As causas que mais frequentemente levam à Cirurgia na doença de Crohn são:

Persistência (resistência) dos sintomas, mesmo com terapêutica médica;

  • Complicações como abscessos e fístulas que não se cicatrizam;
  • Estenoses  com sintomas obstrutivos;
  • Megacólon tóxico;
  • Hemorragia (sangramento);
  • Cancro do intestino.

Na Colite Ulcerosa o recurso à Cirurgia faz-se nas seguintes situações:

  • Persistência (resistência) dos sintomas apesar da terapêutica médica;
  • Intolerância à terapêutica médica;
  • Perfuração do cólon;
  • Desenvolvimento de megacólon tóxico;
  • Hemorragia (sangramento);
  • Aparecimento de displasia, que pode levar a cancro, ou aparecimento de cancro.

Se uma criança ou adolescente tem colite ulcerosa (ou doença de Crohn) e não se está a desenvolver  normalmente a cirurgia pode ser necessária.

A DII tem um curso clínico imprevisível variando o grau e o tipo de sintomas entre doentes. São situações crónicas e de natureza recidivante, tornando-se essencial, por estes motivos, o estabelecimento de uma boa relação entre o doente e o médico que o segue.

De igual modo a pertença a grupos de suporte onde possa partilhar a sua experiência com outras pessoas com problemas semelhantes pode ser importante na sua atitude perante estas situações.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Atualização da norma
Os viajantes que pretendam levar a vacina da hepatite A deixaram de precisar de submeter o pedido à Direção-Geral da Saúde,...

Uma atualização da norma sobre a hepatite A indica que “os viajantes com prescrição médica para a vacina da hepatite A poderão, a partir de agora, ser vacinados sem necessidade de validação pela Direção-Geral da Saúde”.

Em abril, com o país em pleno surto de hepatite A, os viajantes com destino a países endémicos para a doença só eram elegíveis para vacinação a título excecional, devendo o médico prescritor da vacina contactar previamente a autoridade de saúde.

Esta medida prendeu-se, na altura, com uma necessidade de controlar o ‘stock’ de vacinas, de modo que a chegassem aos grupos prioritários, como contactos íntimos ou familiares de infetados e homens que têm sexo com homens de forma desprotegida.

No que respeita a estes grupos prioritários continua a não ser necessária qualquer validação da vacina por parte da Direção-Geral da Saúde (DGS), sendo a imunização gratuita, a cargo do Serviço Nacional de Saúde.

A própria DGS já admitiu que a procura de vacinas não foi de princípio a que se desejava, tendo até sido constituída uma unidade móvel para ir ao encontro das populações de risco potencial.

Segundo um balanço do início deste mês, têm sido administradas vacinas a um ritmo médio de 48 por dia, sendo que 97% foram dadas na região de Lisboa e Vale do Tejo, aquela que concentra maior número de casos da doença.

A hepatite A é, geralmente, benigna e a letalidade é inferior 0,6% dos casos. A gravidade da doença aumenta com a idade, a infeção não provoca cronicidade e dá imunidade para o resto da vida.

World Hypertension League
No passado dia 17 de maio a Covilhã acolheu as Comemorações oficiais do Dia Mundial da Hipertensão, uma iniciativa lançada pela...

Ações de rastreio, sensibilização e ensino decorreram em simultâneo, em vários pontos da cidade, tais como no Centro Hospitalar Cova da Beira, Praça do Município e Universidade da Beira Interior.

Uma iniciativa que logrou todos os objetivos previstos e que conseguiu alcançar uma parte muito importante e diversificada da população, junto da qual a SPH e os vários profissionais de saúde e alunos de medicina e enfermagem envolvidos, reiteradamente alertaram para a importância de se medir frequentemente a pressão arterial, praticar exercício físico com regularidade, reduzir o consumo de sal e cumprir a toma da medicação prescrita.

No Centro Hospitalar Cova da Beira, para além dos rastreios e aconselhamento feito a duas centenas de utentes, visitantes e colaboradores, a plateia do auditório do Hospital Pêro da Covilhã esteve muito participada, para acolher uma Sessão Clínica sobre “Controlo da Hipertensão Arterial: que implicações?” em que o conferencista convidado foi o Prof. Doutor Luís Martins, diretor do Serviço de Cardiologia do CHEDV.

Em Lisboa
A Associação para o Planeamento da Família comemora meio século com a realização de Jornadas Nacionais, em que serão debatidos...

Com o tema “Escolhas, Direito, Saúde”, as XV Jornadas Nacionais, que decorrem sexta-feira e sábado em Lisboa, pretendem “constituir, em primeiro lugar, uma oportunidade para um balanço crítico dos enormes progressos alcançados em Portugal nos últimos 50 anos nos campos da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos”, refere informação divulgada pela Associação para o Planeamento da Família (APF).

As jornadas “deverão, também, constituir um exercício prospetivo de identificação de novos problemas e necessidades não resolvidas e das barreiras ainda existentes, em Portugal e à escala global, em diversos grupos etários e sociais para a vivência plena da sexualidade e da parentalidade”, adianta a associação.

Em declarações, o diretor executivo da Associação para o Planeamento da Família (APF), Duarte Vilar, destacou o papel da organização, pioneira em Portugal do planeamento familiar, para a emancipação da mulher.

“Contribuímos para as pessoas fazerem escolhas livres e informadas nas suas vidas e temos muito a ideia que contribuímos de facto para a emancipação das mulheres portuguesas” e também dos homens, disse Duarte Vilar.

Ao longo destes 50 anos, a associação promoveu “o debate público”, contribuiu para “mudar políticas ou criar novas políticas de saúde e igualdade”.

Promoveu “a educação para a saúde de várias gerações”, em temas como o planeamento familiar, o acesso à contraceção e ao aborto legal e seguro, a educação sexual nas escolas e nas famílias, a prevenção do VIH/SIDA, a igualdade de género, a não-discriminação e mais recentemente o combate à mutilação genital feminina e o apoio às vítimas de tráfico de seres humanos.

Duarte Vilar salientou que também são 50 anos de cidadania ativa na sociedade portuguesa, através do envolvimento de mais de mil voluntários e profissionais de formações diversas.

Mas ao fim de 50 anos a associação continua a precisar de apoio para a sua missão.

“Temos algum apoio do Ministério da Saúde mas não temos nenhum apoio” do Governo na área da saúde sexual e reprodutiva, disse o responsável.

Segundo o diretor executivo da APF, o valor do apoio financeiro foi reduzido “em 70% ou mais” nos últimos sete anos.

“Muitas vezes estamos em situações financeiras difíceis porque nos últimos anos o apoio a este tipo de organizações tem-se reduzido de forma drástica”, disse Duarte Vilar.

Associação para o Planeamento da Família
A associação pioneira do planeamento familiar em Portugal comemora 50 anos de existência, ao longo dos quais contribuiu para...

Quando a Associação para o Planeamento da Família (APF) surgiu há 50 anos “havia tudo por fazer, não só em planeamento familiar, como na sociedade portuguesa”, disse o diretor executivo da APF, Duarte Vilar.

Na altura, “tínhamos péssimos indicadores de saúde maternoinfantil, tínhamos o aborto clandestino aos milhares”, adiantou.

Perante esta realidade, os fundadores da APF definiram como “objetivo primeiro” introduzir nos serviços de saúde o planeamento familiar, em que a questão da “contraceção era essencial”, mas também a “mais controversa”.

“Começámos a fazer formação dos profissionais de saúde antes do 25 de Abril” e foi depois desta data que o então presidente Albino Aroso, que era secretário de Estado da Saúde, aprovou a legislação que introduziu as consultas de planeamento familiar nos centros de saúde.

Mais tarde, na década de 90, o VIH/Sida veio despertar ”mais interesse” pela educação sexual nas escolas, o que levou a APF a propor ao Ministério da Educação e à Direção-Geral da Saúde a realização de um projeto experimental nas escolas.

“O projeto correu durante três anos em cinco escolas do país. Correu muito bem, não foi controverso, conseguimos envolver os pais, as famílias e mostrámos um modelo inclusivo de educação sexual que era perfeitamente fazível”, adiantou Duarte Vilar.

Na segunda metade dos anos 90 retomou-se a luta pela interrupção voluntária da gravidez. “A APF nunca baixou a guarda em relação à despenalização do aborto e à exigência do aborto legal e seguro”.

“Em 2007 aconteceu o referendo”, ganharam as organizações e as pessoas que defenderam esta causa, e hoje “existe um acesso universal, gratuito a cuidados de aborto legal e seguro em Portugal”.

Fazendo um balanço deste meio século da associação, Duarte Vilar considerou que contribuiu para “uma melhoria muito significativa dos indicadores da saúde sexual e reprodutiva e para o acesso à contraceção”.

“Temos uma taxa de abortos inferior à média da União Europeia e isto tem a ver com a boa utilização dos contracetivos em Portugal”, frisou.

A causa da discriminação e da igualdade de género foram outros “contributos muito importantes” que a APF desenvolveu “na arena política, nas salas de aulas e nas campanhas de rua que realizou”.

A missão mais recente é o apoio às potenciais vítimas de tráfico de seres humanos identificadas pelas forças policiais e o combate à mutilação genital feminina.

Apesar de poder pensar-se que muitas das causas iniciais estão ganhas, Duarte Vilar disse que não é bem assim,

“Dizer que a educação sexual nas escolas está ganha é um engano porque há muitas escolas que não o fazem em condições”, como também é “um engano” afirmar que o planeamento familiar está ganho, quando ainda há grupos com “desigualdade de acesso aos cuidados de saúde”.

No caso de aborto os números indicam que há dois grupos que aparecem com necessidades especiais: As jovens, que representam um terço das interrupções voluntárias de gravidez, e as mulheres migrantes.

São grupos em que “é preciso trabalhar mais, não no sentido de diminuir o número de abortos, mas de evitar as gravidezes indesejadas”, defendeu.

Os desafios da associação passam agora pela questão dos jovens, das mulheres migrantes, a educação e literacia contracetiva, o envolvimento dos homens na contraceção, que é sobretudo suportada pelas mulheres, e a sexualidade no envelhecimento.

Ministério da Justiça
A secretária de Estado da Justiça anunciou hoje, em Sintra, que os reclusos vão passar a ter acesso a consultas médicas por...

Segundo Anabela Pedrosa, na sequência dos protocolos assinados pelo Ministério da Justiça na área da saúde, para a realização de análises clínicas nas cadeias, está previsto em breve o alargamento “no contexto de videoconferência”, para “que se possam ter consultas à distância”.

A governante, que falava no Estabelecimento Prisional de Sintra, salientou que as medidas de modernização administrativa se inserem na “racionalidade e humanização daquilo que são os serviços que o Ministério da Justiça dá a todos os cidadãos, incluindo os cidadãos reclusos”.

A Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) e o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) assinaram hoje um protocolo com o objetivo de assegurar a emissão do Cartão de Cidadão a reclusos nos estabelecimentos prisionais, evitando a deslocação aos serviços públicos.

“Eu diria que ganhamos de duas maneiras, no ponto de vista de recursos, em racionalizar recursos, e, por outro lado, em retirar o estigma de alguém que vai ter que sair numa carrinha celular e acompanhado para fazer o seu ato de cidadania”, explicou Anabela Pedroso, em relação às vantagens do serviço que passa a ser prestado nos estabelecimentos prisionais.

A secretária de Estado apontou a necessidade dos serviços da administração pública estarem próximos dos cidadãos reclusos, para promover a sua reinserção na sociedade.

No Estabelecimento Prisional de Sintra, Marco, de 33 anos, foi o primeiro de oito reclusos que hoje puderam solicitar a emissão ou a renovação do Cartão de Cidadão, sem terem que se deslocar, algemados, a um serviço do IRN.

O diretor geral de Reinserção e Serviços Prisionais, Celso Manata, destacou a importância de uma melhor gestão dos dinheiros públicos, evitando deslocações em carro celular com três guardas prisionais, mas apontou como “mais importante” acabar com a circunstância de “um recluso ter que ir a um serviço público algemado”.

A medida, frisou o responsável da DGRSP, termina com uma situação “estigmatizante” e “um pouco triste” para os reclusos nesse primeiro ato de cidadania, simbolizado pela emissão do Cartão de Cidadão.

Em relação à possibilidade de adoção da telemedicina, Celso Manata notou que, além de evitar as deslocações às unidades de saúde, os dados dos pacientes ficam no sistema do Serviço Nacional de Saúde e são mais um contributo para a “dignificação das pessoas que estão privadas da liberdade”.

A secretária de Estado da Justiça sublinhou ainda que estão em curso outras medidas, para assegurar a empregabilidade dos reclusos após cumprirem a sua pena.

“Estamos a fazer protocolos também com empresas, com municípios, com a sociedade civil, nomeadamente com ONG [organizações não governamentais], que vão fazer já algum tipo de formação dento do próprio estabelecimento prisional”, revelou Anabela Pedroso.

O projeto da Academia Recode, esclareceu, deverá juntar multinacionais na área das tecnologias da informação, para fornecer aos reclusos uma ferramenta “para poderem ter um emprego” quando saírem da prisão.

Através da colaboração entre o Estado, enquanto facilitador, as empresas que prestam formação e absorvem mão-de-obra e as ONG que fazem o acompanhamento, Anabela Pedroso acredita que seja possível assegurar “o triângulo perfeito para aquilo que deve ser o trabalho da reinserção social”.

Médicos de família
Os médicos de família propõem que as listas de utentes passem a ter em conta as dificuldades de acesso a serviços de saúde em...

A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar vai lançar em junho os resultados de um estudo que pretende incluir uma nova dimensão na constituição das listas de utentes.

Em entrevista, Rui Nogueira, presidente da Associação, defendeu que o número atual de doentes por médico de família é “perfeitamente absurdo”.

O limite máximo é de 1.900 doentes por médico, mas Rui Nogueira refere que, na prática, esse limite é aplicado como norma. Este número, que era para ser transitório, foi uma condescendência dos sindicatos médicos na altura da crise económica, também porque havia falta de médicos de família.

Agora, até porque Portugal já não atravessa a escassez de médicos de medicina geral e familiar de há poucos anos, a Associação vai sugerir que se introduza uma nova dimensão na constituição de listas de utentes por médico de família.

“Propomos uma nova métrica. Até agora temos em conta o número de pessoas e a idade como parâmetros a avaliar a dimensão das listas, sendo que os mais idosos pesam mais do que as pessoas mais jovens. Propomos introduzir o contexto de exercício como parâmetro, ou seja, onde há ou não recursos de saúde”, adiantou Rui Nogueira, na véspera do Dia Mundial do Médico de Família, que se celebra na sexta-feira.

A Associação pretende criar seis categorias de municípios, tendo em conta a sua complexidade e a dificuldade de acesso da população a outros recursos de saúde ou assistenciais.

Nas unidades dos municípios mais complexos, com mais problemas de acesso, as listas de utentes por médico devem ser menores, no limite alcançando um mínimo de 800 doentes por profissional.

“Isto vai representar por mais médicos nestes locais e a trabalhar com estes doentes”, admite o presidente da Associação de Medicina Geral e Familiar.

Em termos gerais, as listas terão de 800 a 1.800 doentes por médico.

“O que temos agora são listas cegas em relação ao contexto”, argumenta Rui Nogueira, lembrando que esta nova métrica engloba uma planificação à distância, que representa uma renovação para cinco anos mas que deve ser feita progressivamente.

O presidente da associação, que é médico de família em Coimbra, considera que este é o momento certo para se iniciar esta mudança, porque coincide com uma renovação geracional, em que se estão a enquadrar novos médicos de medicina geral e familiar.

Há cerca de dois mil médicos internos em formação de medicina geral, o que ajuda a tornar “bastante razoável” o número de médicos de família, um total de 5.500 a exercer.

Ainda assim, oito por cento da população continua a não ter médico de família, o que se traduz em cerca de 800 mil portugueses sem médico, sendo que 600 mil estão na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Rui Nogueira avisa também que dentro de três ou quatro anos haverá um novo ‘boom’ de aposentações – já tinha ocorrido em 2013 e 2014, sendo necessário fazer uma planificação atempada das necessidades de médicos e um correto aproveitamento dos que estão em formação.

Refugiados
Uma equipa médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, liderada pelo cirurgião cardiotorácico Manuel Antunes, parte...

"É a primeira vez que estamos em missão num país fora da nossa língua", salientou o diretor do Centro de Responsabilidade Integrado de Cirurgia Cardiotorácica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), que conta com uma vasta experiência em missões em Moçambique e São Tomé e Príncipe, por exemplo.

Até ao dia 28, data de regresso a Portugal, a equipa médica de Coimbra prevê operar "entre 12 a 15 crianças", de uma lista de 21, com idades entre os 07 meses e os 2/3 anos, num grupo que inclui também uma de cinco e outra de oito anos.

Trata-se de uma missão da Cadeia Esperança Portugal, uma organização não-governamental (ONG) com sede no CHUC, promovida e apoiada pela União Europeia, no âmbito de um convite da congénere francesa, que tem um projeto em Amã, capital da Jordânia, destinado a tratar crianças refugiadas sírias, sobretudo nas áreas da cirurgia cardíaca e ortopedia.

Segundo Manuel Antunes, que preside à Cadeia Esperança Portugal, as crianças que vão ser sujeitas a intervenção cirúrgica numa clínica privada sofrem de malformação cardíaca congénita e foram selecionadas por um cardiologista que as acompanha.

"As crianças são detetadas nos campos de refugiados por médicos que fazem clínica geral e depois são indicadas para um cardiologista local, que, com treino e prática de muitos anos no Reino Unido, faz essa seleção", explicou.

Quando chegar, a equipa liderada pelo cirurgião do CHUC vai reunir com o cardiologista que acompanha as crianças e a equipa “vai ver os 21 doentes e selecionar os que forem mais urgentes e que puderem ser operados".

A equipa é constituída por nove elementos: dois cirurgiões, um cardiologista pediátrico, um anestesista, um técnico de perfusão, uma enfermeira de sala de operações e três enfermeiros de unidade de cuidados intensivos.

"É uma missão especial porque é a primeira vez que nos aventuramos num país fora da nossa língua e por se tratar de crianças refugiadas sírias, que é um tema muito atual", sublinhou Manuel Antunes.

O cirurgião adiantou ainda que, no final de outubro e início de novembro, a Cadeia Esperança Portugal vai realizar a sua missão anual em Moçambique, onde ajudaram a construir o Instituto do Coração.

NO final da missão de 2014 a Moçambique, o CHUC anunciou que foram realizadas, em duas salas operatórias, 18 intervenções cirúrgicas em 18 doentes”, tendo sido, “à semelhança das missões anteriores”, a maior parte das cirurgias efetuada em 16 crianças e doentes jovens, “com valvulopatias reumáticas, com maior incidência da válvula mitral, tendo dois dos doentes agora operados sido previamente submetidos a intervenção cirúrgica cardíaca”.

31 de maio - Dia Mundial Sem Tabaco
Associado a diversas patologias, o tabaco é também uma das causas do desgaste da coluna vertebral, uma condição que propicia o...

“Sabemos que os fumadores têm maior probabilidade de desenvolver patologias relacionadas com o desgaste da coluna vertebral e dos discos intervertebrais, favorecendo o aparecimento de dores nas costas e de doenças como as hérnias discais lombares e cervicais”, alerta Paulo Pereira, coordenador nacional da Campanha Olhe Pelas Suas Costas.

“Os hábitos tabágicos aceleram o desgaste dos discos intervertebrais, uma vez que o fumo do tabaco tem a capacidade de estreitar os vasos sanguíneos por onde passam os nutrientes, uma situação que a longo prazo fragiliza a coluna vertebral. Quanto mais cedo a pessoa tiver começado a fumar, maiores serão as probabilidades de desenvolver a patologia”, acrescenta o neurocirurgião Paulo Pereira.

Estima-se que cerca de 2 a 3 por cento da população sofra de hérnias discais sintomáticas, embora o número de hérnias discais que não dão sintomas seja muito superior. O aparecimento de uma hérnia discal é mais frequente entre os 35 e os 50 anos de idade.

As dores nas costas são a principal causa de consultas médicas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. As doenças que afetam a coluna representam mais de 50 por cento das causas de incapacidade física. Um estudo, realizado no âmbito desta campanha, indica que 28,4 por cento dos portugueses sentem que a sua atividade profissional já foi prejudicada ou comprometida de alguma forma pelo facto de terem dores nas costas e mais de 400 mil portugueses faltam ao trabalho por ano por este motivo.

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