Estudo
As crianças menores de dois anos que usam ecrãs táteis tendem a começar a falar mais tarde, segundo um estudo apresentado numa...

As crianças menores de dois anos que usam ecrãs táteis, de telemóveis e outros dispositivos, tendem a começar a falar mais tarde, segundo um estudo apresentado numa reunião sobre pediatria nos Estados Unidos.

O estudo, apresentado pelos investigadores na reunião da Sociedade Norte-americana de Pediatria e divulgado pela Academia Americana de Pediatria, incluiu 894 crianças entre os seis meses e os dois anos e foi feito entre 2011 e 2015.

Numa altura em que no mundo inteiro proliferam os “smartphones”, “tablets” e jogos eletrónicos com ecrãs sensíveis ao tato, há crianças que começam a usar esses dispositivos antes de falar, mas a investigação sugere que essas crianças correm um alto risco de atraso na fala, escreve o Observador.

Aos 18 meses, refere o estudo, 20 por cento das crianças usavam dispositivos de ecrã tátil em média 28 minutos por dia, segundo os pais.

Com base numa ferramenta para analisar atrasos na fala os investigadores concluíram que quanto mais tempo a criança usa o écran tátil mais provável é que tenha atrasos. Por cada aumento de 30 minutos à frente de um desses aparelhos de écran tátil o risco de atraso na fala aumenta 49 por cento, alertam.

A investigação, no entanto, não estabeleceu qualquer relação entre os ecrãs táteis e outros atrasos de comunicação, como interações sociais, linguagem corporal ou gestos.

“Embora as novas diretivas pediátricas sugiram que se limite o tempo de uso desses ecrãs nos bebés e crianças, o uso de ´smartphones´ e ´tablets´ por parte de crianças tornou-se muito comum. Este é o primeiro estudo a relatar uma ligação entre o uso dos aparelhos de ecrã tátil e um aumento de risco de atraso na fala expressiva”, disse Catherine Birken, investigadora e pediatra.

Os resultados do estudo, disse, apoiam uma recente recomendação da Sociedade Americana de Pediatria de se evitar a utilização de qualquer tipo de ecrã tátil por crianças com menos de 18 meses.

Em Viseu
No dia 3 de junho, a IPSS aTTitude promove no Pavilhão Cidade de Viseu um workshop sobre nutrição oncológica. A iniciativa tem...

“No decurso dos tratamentos e após cada “ciclo” de quimioterapia, entre outros sintomas, os doentes oncológicos habitualmente apresentam falta de apetite, enjoos, obstipação e mesmo repugnância por certos alimentos. O desconhecimento das bases de boa nutrição oncológica, associado aos recursos limitados neste campo, é revelador de um desespero adicional e de um sofrimento emocional que assola os doentes, familiares e amigos. Por esse motivo decidimos promover a realização de workshops a nível nacional sobre esta temática apoiados pelo Conselho Técnico-Científico da IPSS”, explica a Presidente Bibi Sattar Marques.

O ciclo de workshops decorre no âmbito do projeto “Nutrição Oncológica”, lançado em 2016, tenho por base um portal online (http://www.nutricaooncologica.org.pt/) e o livro “Receitas Deliciosas para Doentes Oncológicos em Tratamento”, composto por 87 deliciosas receitas de 15 conceituados chefs com estrela Michelin e os testemunhos das artistas Simone de Oliveira e Sara Tavares, ex. doentes oncológicas.

O workshop de Viseu será orientado pelo conselho técnico-científico da IPSS (oncologistas e nutricionistas) e terá como conteúdo programático previsto:

  • Conceitos base: explicação dos principais sintomas decorrentes dos tratamentos de quimioterapia;
  • Estratégias nutricionais para cada tipo de sintoma;
  • Suplementação nutricional no doente oncológico;
  • Exemplos práticos, com opções de refeições;
  • Show Cooking.

No final da formação, os participantes irão receber as apresentações e terão a possibilidade de adquirir o Livro – Receitas Deliciosas para Doentes Oncológicos em Tratamento, através de um donativo de 20 euros, compilando toda a informação apresentada na sessão.

A admissão no programa obriga a uma inscrição prévia dos participantes para o e-mail geral da aTTitude ([email protected]), até dia 20 de maio, e ao preenchimento de um questionário que servirá de base à avaliação posterior do impacto do projeto no final da formação.

Lançada no dia 10 de Maio
No dia 10 de maio é lançada oficialmente a nova Associação de Distribuidores Farmacêuticos – ADIFA, numa Sessão Solene que...

A Distribuição Farmacêutica integra um setor moderno, sustentado num constante investimento em capital humano e financeiro, que, aliado a uma progressiva evolução tecnológica dos seus processos, demonstra elevados níveis de eficiência e qualidade.

No entanto, ao longo dos últimos anos, os medicamentos foram sujeitos a reduções administrativas de preços, o que resultou numa redução do valor de mercado de aproximadamente 740 milhões de euros, desde 2008. O setor foi, ainda, afetado por diversas reduções de margens, tendo a margem de comercialização atribuída à distribuição grossista sido reduzida em cerca de 25%, quando comparada com a margem praticada em 2005.

Reconhecendo os relevantes e constantes desafios do setor da distribuição grossista full liner, a nível nacional e internacional, e conscientes da importância estratégica da existência de uma Associação robusta e representativa exclusivamente do setor da distribuição farmacêutica, surgiu a Associação de Distribuidores Farmacêuticos – ADIFA.

Sobre o nascimento desta Associação, Diogo Gouveia, Presidente da ADIFA, explica: “A ADIFA surgiu por inicitiva de seis empresas de distribuição por grosso de medicamentos, pretendendo posicionar-se como parceira de excelência das Autoridades e diversos stakeholders da saúde, para o desenvolvimento e consolidação dos projetos em curso, assim como para a discussão e negociação de novos projetos e desafios, acrescentando valor aos mesmos.

A título de exemplo, destaca-se que os associados pretendem, em conjunto com a Tutela e stakeholders, analisar a possibilidade de promover uma maior acessibilidade a determinados medicamentos, através da sua passagem do canal hospitalar para ambulatório, a participação dos distribuidores grossistas na logística do SNS, nomeadamente nos hospitais, acrescentando valor na gestão dos stocks e redução de custos operacionais e participar na decisão e governance do Sistema de Verificação de Medicamentos em Portugal, no âmbito da Diretiva dos Medicamentos Falsificados”.

Face ao atual panorama, a ADIFA pretende contribuir para a definição de uma estratégia a longo prazo para a saúde, perspetivando um desenvolvimento sustentado do setor, a valorização da cadeia de Distribuição Grossita Full liner, a construção de pontes de colaboração entre o setor privado e o Serviço Nacional de Saúde e o desenvolvimento e atualização das boas práticas de distribuição de medicamentos e produtos farmacêuticos.

“O abastecimento contínuo do mercado nacional, a disponibilização dos medicamentos certos, nos locais certos, ao tempo certo, o desenvolvimento da cadeia de distribuição, a implementação de elevadores padrões de segurança, eficiência e qualidade da cadeia logística, o fornecimento de serviços de valor acrescentado para o Sistema de Saúde e a promoção da saúde pública são os compromissos da ADIFA perante a população portuguesa”, conclui o Presidente da Associação.

A Sessão Pública de lançamento da ADIFA, no dia 10 de maio, no Pestana Palace Hotel, conta ainda com a participação de elementos da Comissão Parlamentar de Saúde, Líderes Parlamentares, Autoridades Reguladoras e Instituições e Associações do Setor Farmacêutico.

Operação Nariz Vermelho
As escolas que participam na 9ª. Edição da Geração Depositrão já recolheram mais de 254 toneladas de resíduos eletrónicos e...

Até ao momento, as escolas deste distrito Lisboa são responsáveis por mais de 17% do donativo que será atribuído no final do ano letivo e utilizado nas visitas dos Doutores Palhaços a 14 hospitais pediátricos, distribuídos pelo país.

A nível nacional, as escolas já encaminharam para reciclagem mais de 254 toneladas de resíduos como máquinas de lavar, frigoríficos, televisões, equipamentos de informática, pequenos domésticos, lâmpadas economizadoras ou pilhas/baterias portáteis, entre outros exemplos.

O top da tabela é liderado pelas escolas: EB23 Damião de Odemira (Beja), com mais de 9500kg; EB1 de Cabanas de Tavira (Faro) e EB1 de Loução–Venade (Viana do Castelo) que ultrapassaram os 7000kg; EBI/S Cardeal Costa Nunes (Região Autónoma dos Açores) que somou mais de 6600kg; e EB23 João Franco (Castelo Branco), que reuniu cerca de 5800kg.

Com mais uma fase de recolhas prevista para o final do ano letivo, o balanço nacional dos dois períodos anteriores é bastante positivo, já que reflete um crescimento de 42%.

As escolas e entidades Geração Depositrão firmam o seu compromisso com o ambiente e a sociedade, assegurando o tratamento das substâncias nocivas que compõem estes resíduos e a obtenção de matérias-primas através da sua reciclagem, ao mesmo tempo que contribuem para o trabalho da Operação Nariz Vermelho. 

Atualmente, participam cerca de 900 escolas e entidades parceiras, o que corresponde ao envolvimento de mais de 420 mil alunos e 44 mil professores nesta missão.

Esta campanha da ERP Portugal é implementada em parceria com a ABAE (Associação Bandeira Azul da Europa), através do Programa Eco-Escolas, e conta com o apoio das marcas LG, Orima, Pingo Doce, Science4You e Worten.

Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular
Pernas pesadas e inchadas são sintomas que muitas mulheres (e homens) menosprezam. No entanto, podem ser sinal de Doença Venosa...

Para chegar à população, a campanha conta com um vídeo que sensibiliza para os sinais que as pernas apresentam no dia-a-dia, tendo, ainda, comunicação em exterior e presença nos meios digitais. Esta é a terceira vaga da campanha de sensibilização, após a Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular ter levado a cabo a “Alerta Doença Venosa” em 2015 e 2016.

“A necessidade deste alerta foi algo que sempre identificámos e que se tornou notório com os dados do primeiro inquérito sobre Doença Venosa, que levámos a cabo no âmbito do primeiro ano de campanha, em 2015”, explica o presidente da SPACV, Daniel Menezes. O inquérito incluiu 1790 participantes, que foram avaliados por uma equipa constituída por Cirurgiões Vasculares e Enfermeiros. 97% dos inquiridos revelaram que sofrem de Doença Venosa Crónica há vários anos, mas cerca de metade (53%) nunca realizou tratamento dirigido à doença.

“Diagnosticar precocemente e tratar de forma adequada é, portanto, imperativo, já que a Doença Venosa Crónica pode evoluir para complicações mais graves quando a patologia não é tratada de forma correta”, considera Daniel Menezes.

Alguns dos sintomas passam por cansaço, pernas pesadas, inchadas e/ou doridas. Estima-se que, em Portugal, cerca de dois milhões de mulheres portuguesas com mais de 30 anos sofram desta patologia e uma grande parte da população desconhece até os principais sintomas e sinais da doença venosa, que é crónica e evolutiva.

Liga Portuguesa Contra o Cancro
A campanha “Heróis do Sol Saudável” da Liga Portuguesa Contra o Cancro regressa hoje às escolas de todo o país para...

O projeto, que conta com o apoio da Direção-Geral de Educação, arranca hoje na Escola Básica Adriano Correia de Oliveira, em Lisboa, e seguirá para as escolas do 1.º ciclo do ensino básico, públicas e privadas, de todo o país.

“Depois de quatro anos de sucesso desta iniciativa, pretende-se que as crianças sejam os grandes embaixadores desta causa da proteção solar e que sejam os verdadeiros ‘Heróis do Sol Saudável’, refere a Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

Em declarações, o presidente da LPCC, Vítor Veloso, explicou que o projeto “tem como intenção fazer compreender que o sol é necessário para a saúde, mas tem perigos” que é preciso prevenir.

“A prevenção primária tem de ser repetida vezes sem conta”, defendeu o oncologista, adiantando que esta iniciativa, dirigida este ano a crianças dos oito aos 12 anos, pretende sensibilizar os mais pequenos para os cuidados que devem ter para evitar situações de perigo.

Vamos “lembrar-lhes que devem andar de t-shirt, usar boné, óculos escuros”, e que devem colocar protetor solar, com fator entre 30 a 50, várias vezes durante o período de exposição ao sol.

Dados divulgados pela LPCC referem que 53% dos portugueses só aplicam protetor quando sentem a pele a queimar e 40% não renovam a aplicação.

A este propósito, Vítor Veloso alertou que “o protetor não serve para o dia inteiro”, devendo “ser renovado pelo menos de duas ou de três em três horas”.

Lembrou ainda os perigos que a exposição solar representa para as crianças, advertindo que estas não estão livres de ter cancro de pele, tendo sido já detetados alguns casos.

“Quanto mais clara e sardenta a criança for” maior é o risco, porque estas crianças “tem um fotótipo muito sensível”, devendo por isso ser reduzida ao mínimo a sua exposição ao sol.

“Não se pode esquecer que as crianças até aos três anos não devem ser expostas à luz solar”, principalmente “nas horas mais perigosas”, entre as 11:30 às 15:30, disse Vítor Veloso.

Recordou ainda que “o efeito do sol não passa de um ano para o outro: É cumulativo” e no caso de um escaldão a situação “agrava-se muito mais”.

O presidente da organização salientou que a adoção de comportamentos responsáveis “poderão evitar os 10 mil novos casos de cancro da pele que todos anos aparecem e que são uma preocupação”.

Pela primeira vez, o projeto, realizado em parceria com a Garnier Ambre Solaire, terá uma semana dedicada ao sol saudável, com a realização de um ‘roadshow’ nacional com várias ações educativas, que pretendem alertar crianças e, através delas, professores e educadores para os perigos da exposição solar.

Estudo
Ver filmes pode ser uma boa alternativa à anestesia geral em crianças com cancro sujeitas a sessões de radioterapia, conclui um...

Segundo o estudo, as crianças podem ser poupadas a dezenas de doses de anestesia geral se assistirem a um filme de que gostam projetado no interior da máquina de radioterapia enquanto fazem o tratamento.

O trabalho, que partiu de uma pequena amostra, foi coordenado por Cátia Águas, radioterapeuta e dosimetrista (que prepara materiais e equipamentos para exames de radioterapia) das Clínicas Universitárias de São Lucas, em Bruxelas.

A especialista apresentou o estudo numa conferência da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia, em Viena, Áustria.

De acordo com Cátia Águas, citada num comunicado pela Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia, o uso de vídeos em vez da anestesia geral é menos traumático para as crianças e as suas famílias, e torna cada sessão de tratamento mais rápida e rentável.

A anestesia geral tem sido a solução utilizada pelos médicos para manter as crianças quietas durante as sessões de radioterapia, um tipo de terapêutica direcionada contra o tumor com grande precisão, nomeadamente em cancros da cabeça, dos ossos e de tecidos moles, e que requer, para ser bem-sucedida, ausência de movimentos.

Uma vez que os tratamentos, normalmente diários, podem prolongar-se por um mês ou mês e meio, isso significa, segundo Cátia Águas, que as crianças têm de se submeter a várias doses de anestesia geral semanais e estar sem comer seis horas antes de cada sessão de tratamento.

O estudo em causa abrangeu 12 crianças, entre 1 ano e meio e 6 anos, com metade delas a ser tratada antes do projetor de vídeo ser instalado, em 2014. A outra metade foi tratada depois de o projetor estar a funcionar.

Antes de os vídeos estarem disponíveis, a anestesia geral era necessária em 83 por cento dos tratamentos. A percentagem caiu para os 33 por cento quando as crianças passaram a poder ver um filme à sua escolha.

Além de evitar alguns dos riscos associados à anestesia geral, a experiência revelou que cada sessão de radioterapia passou a demorar 15 a 20 minutos, em vez de uma ou mais horas, em parte porque não só as crianças ficaram mais colaborativas, pois sabem que vão ver um filme que apreciam, mas também deixaram de ser necessários os preparativos que uma anestesia geral exige.

Desde que Cátia Águas começou a projetar filmes nas sessões de radioterapia, as crianças passaram a estar mais relaxadas e menos ansiosas.

A radioterapeuta pretende alargar o método a doentes adultos ou que sofram de claustrofobia e de ansiedade.

Instituto Ricardo Jorge
Mais de uma dezena de trabalhos de investigação desenvolvidos por jovens em áreas como cancro, qualidade do ar ou vacinação...

A iniciativa, que vai na segunda edição, prevê a apresentação de 16 comunicações orais agrupadas em quatro blocos: resposta a stresses e evolução adaptativa; causas e mecanismos das doenças; epidemiologia e biomonitorização de base populacional; e tecnologias da saúde, disse fonte do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

Estas comunicações, selecionadas de um total de 68, vão abordar e debater temas tão diversos quanto o efeito do frio extremo na saúde humana, a base molecular do desenvolvimento do cancro colorretal, a qualidade do ar interior nos lares de idosos ou a efetividade da vacinação antigripal, acrescentou.

Em paralelo, estará patente uma exposição de cerca de meia centena de comunicações sob a forma de poster.

“Vamos assistir à apresentação de comunicações relatando os resultados mais relevantes obtidos por jovens investigadores do Instituto Ricardo Jorge, em 2015-2017, com particular interesse em abordagens interdisciplinares atravessando as áreas temáticas do Instituto Ricardo Jorge e além”, explica João Lavinha, coordenador da Unidade de Investigação do Departamento de Genética Humana e membro da comissão organizadora.

O Dia do Jovem Investigador visa proporcionar a todos os interessados o contacto direto com a produção científica e tecnológica dos investigadores do INSA, com menos de 35 anos.

Oncologista
Os cancros do pulmão e do pâncreas são os que têm menor sucesso terapêutico e são, por isso, o maior desafio para os...

A análise é do oncologista José Luís Passos Coelho, anfitrião do Congresso Clínico Internacional Leaping Forward Oncology que, entre terça-feira e sábado vai reunir em Lisboa perto de 200 especialistas em oncologia, dos quais 140 estrangeiros e alguns dos mais conceituados especialistas mundiais.

José Luís Passos Coelho, diretor do Departamento de Oncologia do Hospital da Luz, que organiza o congresso, disse que os resultados no tratamento das doenças oncológicas em Portugal são “muito bons, em comparação com os restantes países europeus”.

“Estamos claramente muito bem posicionados no sucesso terapêutico, comparados com os países mais ricos e desenvolvidos da Europa”, afirmou.

O oncologista referiu que, desde 1990, o sucesso do tratamento do cancro tem vindo a melhorar para todos os cancros em geral.

“O que vai acontecer e as expetativas e estudos demonstram é que nos próximos 10, 20, 30 anos existirão mais cancros, mas as pessoas viverão mais tempo com a doença e terão mais probabilidade de serem curadas da doença e algumas doenças têm registado saltos terapêuticos fenomenais”, disse.

Apesar das boas notícias, permanecem alguns cancros com menor sucesso terapêutico e que são verdadeiros desafios para os clínicos, como os tumores do pulmão e do pâncreas.

“São os maiores desafios, porque são tumores com tendência a apresentar-se na altura do diagnóstico em fases relativamente avançadas”, explicou.

Para José Luís Passos Coelho, a patologia oncológica é e será “uma patologia para os próximos anos, na medida em que, e isto é bom, só reflete que se vive muito mais do que há alguns anos atrás”.

“As doenças oncológicas são sobretudo doenças do envelhecimento. Quer dizer que vamos pagar o preço de viver mais com maior incidência de doenças oncológicas, embora o cancro possa afetar pessoas de todas as idades e um terço dos cancros ocorra em pessoas com menos de 65 anos”.

O médico sublinhou os avanços registados no conhecimento da doença que têm permitido “o desenvolvimento de um número cada vez maior de fármacos para tratar vários tipos de cancro”.

“Hoje em dia, conhece-se o mecanismo que está errado no funcionamento da célula, qual é a cadeia de produção que não está boa e desenha-se um fármaco para intoxicar, bloquear essa via anómala. Muitos dos fármacos que estão neste momento em estudo ou em aplicação terapêutica resultaram de um desenho específico para aquele objetivo”, disse.

“Felizmente, temos contado com enormes áreas em que esse sucesso tem sido marcadíssimo”, concluiu.

Provedor de Justiça
O provedor de Justiça, José de Faria Costa, defende a criação e implementação de um plano nacional de saúde mental para o...

Em entrevista, quando se aproxima o fim do seu mandato, o provedor de Justiça alertou que o problema da saúde mental dentro do sistema penitenciário é “verdadeiramente um problema real”, para o qual é preciso olhar de uma “forma muito firme e determinada” com vista a encontrar uma solução.

“Há uma profundíssima necessidade de fomentar um plano nacional de saúde mental no sistema penitenciário e nos sistemas de limitação de liberdade, também para os centros educativos”, defendeu, apontando que a saúde mental de um adolescente não se compara com a de um adulto ou de quem já está na fase da velhice.

José de Faria Costa frisou que o ambiente prisional é revelador de uma “grande fragilidade”, não só em relação aos reclusos, mas também aos guardas prisionais, sublinhando que um estabelecimento prisional é um microcosmos “absolutamente distinto” de tudo o que se possa imaginar.

“A isto acresce uma crise económica brutal nestes últimos tempos, que se refletiu na nossa vida comunitária do dia-a-dia e que se refletiu também dentro dos próprios estabelecimentos prisionais”, adiantou, acrescentando que isso teve consequências desde a alimentação, à educação ou à saúde.

Especificamente no que diz respeito à saúde nos sistemas prisionais, destacou o problema da saúde mental como algo “complexo” e “extremamente difícil” de resolver.

A propósito dos estabelecimentos prisionais, o provedor de Justiça adiantou que no ano passado iniciou um roteiro pelas prisões, enquadrado no seu trabalho como Instituição Nacional de Direitos Humanos, mas também como Mecanismo Nacional de Prevenção, organismo através do qual Portugal responde perante as Nações Unidas e que serve para examinar as condições a que estão sujeitas as pessoas privadas de liberdade.

Nesse sentido, visitou dez estabelecimentos prisionais em 2016 e mais três em 2017, dentro de um périplo que englobou 53 locais com espaços de detenção, desde aeroportos, hospitais psiquiátricos, centros de detenção dos tribunais ou carrinhas celulares.

Fazendo um retrato dos problemas dos estabelecimentos prisionais, José de Faria Costa escolheu a sobrelotação das prisões como um dos que o mais preocupa, apontando que os “governantes têm consciência”, mas “ainda não houve vontade política para resolver este problema”.

À parte disso destacou também a alimentação ou a reinserção social, “outra problemática muito interessante e muito complexa”, que em conjunto “faz uma amálgama de problemas de extrema complexidade, que precisa obviamente de investimento”.

Defendeu, por isso, que, se houvesse uma sociedade mais equilibrada, com uma menor diferenciação em termos sociais, o problema criminal diminuiria.

Entre os estabelecimentos prisionais que visitou, o provedor de Justiça destacou os de Ponta Delgada, de Lisboa e de Coimbra como aqueles que “mostram fragilidades brutais”.

8 de maio - Dia Mundial do Cancro do Ovário
Cerca de 30 mulheres morrem em média todos os meses em Portugal com cancro do ovário, a oitava doença oncológica mais mortal no...

Os especialistas alertam que os sintomas do cancro do ovário são silenciosos e muitos deles podem ser confundidos com alterações naturais do organismo, o que torna a deteção precoce da doença muitas vezes difícil.

Inchaço abdominal, alterações intestinais, desconforto ou dor pélvica, perda de apetite, dores lombares ou alterações urinárias estão entre os sintomas da doença, segundo uma informação de diversos peritos preparada a propósito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, que se assinala hoje.

Entidades como a Sociedade Portuguesa de Oncologia ou a Liga Portuguesa Contra o Cancro alertam que é fundamental detetar estes tumores antes que se disseminem, uma vez que as mulheres tratadas em fase inicial têm maior probabilidade de sobrevida a longo-prazo.

Contudo, não há atualmente testes de rastreio eficazes para o cancro do ovário, embora decorram vários estudos científicos para ajudar a determinar o tumor na sua fase inicial.

Assim, o diagnóstico só pode ser obtido através dos sinais e sintomas e de testes sanguíneos, exames internos e externos do abdómen, TAC ou ressonância magnética e nalguns casos através de laparoscopia.

Os tratamentos passam essencialmente pela cirurgia, que é considerada a primeira linha na maioria dos casos, embora também a quimioterapia possa ser recomendada.

Em Portugal, o cancro do ovário é o nono cancro mais comum nas mulheres e o oitavo mais mortal, levando à morte de uma média de 380 mulheres todos os anos.

Provedor de Justiça
O provedor de Justiça entende que deveria haver uma resposta específica para idosos com problemas mentais que estão detidos,...

Em entrevista, na reta final do seu mandato à frente do órgão de Estado, José de Faria Costa sublinhou que tem o dever de perceber os sinais dos tempos e de alertar, destacando que a população envelheceu e a população das prisões também.

Como consequência, surgem também os problemas mentais próprios do envelhecimento, algo que provocou “amargura e tristeza profunda” no provedor quando ainda era presidente do Conselho Superior de Magistratura e que o levou a escrever uma carta onde dava conta de ter visto “pessoas de 80 e 90 anos, que já estão para além do bem e do mal”.

“Eu não estou a dizer que estas pessoas possam ou devam sair do sistema prisional. O que eu digo é que é incompreensível, sob o ponto de vista humano e sob o ponto de vista dogmático, alguém estar a cumprir uma pena quando já não sabe o que é uma pena, nem sabe onde está, nem sabe se é de manhã ou se é de tarde”, defendeu.

Para José de Faria Costa é muito claro que não é ao provedor de Justiça que cabe apresentar uma solução para o problema, já que não legisla, não governa e não julga, mas lembrou mais uma vez que tem o dever de alertar.

O provedor de Justiça admite, por isso, que, tal como os jovens até aos 16 anos são considerados inimputáveis, essa possibilidade poderia também ser aplicada no casos de idosos em que fosse “absolutamente claro do ponto de vista científico que aquela pessoa já estava numa situação de inimputabilidade”.

“Quando cometeu o crime era imputável, quando começou a cumprir pena era imputável, mas depois houve um momento em que se tornou inimputável. Que sentido tem essa pessoa continuar no sistema prisional. Nenhum”, afirmou.

José de Faria Costa entende que se trata de um problema nacional, para o qual a sociedade é muito lenta na busca por uma solução.

“Sobretudo o que me custa admitir como penalista e como cidadão é ter pessoas [nas prisões] que já não percebem qual é o sentido da pena, já não sabem onde estão”, acrescentou.

Dados da Direção-geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), de finais de 2016, davam conta de mais de 350 reclusos com mais de 65 anos, metade dos quais presos pela primeira vez depois dos 60 anos, um número que representa um aumento de mais de 62% entre 2011 e 2016.

De acordo com a DGRSP, o recluso mais velho tinha 90 anos e estava numa instituição psiquiátrica não prisional, sendo que, em contexto de estabelecimento prisional, o mais velho tinha 89 anos, além de outros dois com 88 anos e de mais dois com 87 anos.

Pais
O presidente reeleito da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascensão, afirmou que a “Baleia Azul” não é um...

Em declarações em Cabeceiras de Basto, à margem da Assembleia Geral da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP), em que foi reeleito presidente, Jorge Ascensão acrescentou que o surgimento da “Baleia Azul” vem reforçar a necessidade de os pais acompanharem os filhos quando eles “navegam” na internet.

“Baleia Azul não é um jogo. Temos de parar de chamar a isto um jogo”, referiu, considerando tratar-se de uma aplicação atentatória da segurança física e mental de crianças e jovens e que, “ainda por cima, convida, no limite, ao suicídio”.

Para Jorge Ascensão, trata-se de uma iniciativa promovida por alguém, “provavelmente, num estado de espírito desequilibrado e louco”.

“Não sei que gozo é que isso traz, mas também ninguém percebe o gozo de muitos atos de terrorismo e outros que, por vezes, os cidadãos cometem”, referiu.

Por isso, o presidente da CONFAP apela aos pais para acompanharem de perto os filhos quando eles estão na internet e para pedirem ajuda, caso notem algo de anormal ou de estranho.

Na sexta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu atribuir ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) a direção da investigação e exercício de ação penal de todos os inquéritos relacionados com o jogo da "Baleia Azul".

Numa nota, a PGR adianta que esta decisão surgiu "na sequência da análise e recolha de elementos relativos ao designado jogo da ‘Baleia Azul’ e face à gravidade das respetivas consequências, da sua repercussão social e da especial sensibilidade e complexidade de que se reveste a investigação".

A PGR adianta que nestas investigações, o Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3) da Polícia Judiciária, "num trabalho de estreita colaboração acordado entre as duas entidades".

O jogo "Baleia Azul" terá começado numa rede social da Rússia, onde suicídios de mais de uma centena de jovens podem estar relacionados.

Também já foi associado a casos de suicídio de jovens no Brasil.

Em Portugal, um adolescente de Sines foi recentemente transportado para o Hospital de Setúbal por cortes num braço, que fontes dos bombeiros e da GNR relacionam com o "Baleia Azul".

O jovem de 15 anos "desenhou" uma baleia num braço com um objeto cortante, uma das tarefas do jogo, disse fonte dos bombeiros.

Este caso foi comunicado ao Tribunal de Família e de Menores e ao procurador de Família e de Menores de Santiago do Cacém.

Na terça-feira, uma adolescente deu entrada no Hospital de São João, no Porto, com “sinais de automutilação” e a Polícia Judiciária está a investigar o caso, suspeito de estar relacionado com o jogo “Baleia Azul”.

Outra situação foi a de uma jovem de 18 anos, que foi assistida pelos bombeiros de Albufeira, Algarve, na semana passada, num caso também alegadamente relacionado com o jogo.

Entretanto, o Ministério Público tem em curso três inquéritos, nas comarcas de Setúbal, Portalegre e Faro, relacionados com o jogo na Internet "Baleia Azul", que estimula a automutilação e o suicídio.

Radioterapia
O Governo informou que está a criar um modelo na Radioterapia do Serviço Nacional de Saúde que vai evitar grandes deslocações e...

O secretário de Estado da Saúde exemplificou com a Região Centro, que vai ganhar um serviço em Viseu, até agora inexistente naquela zona do país, e com Coimbra, que recentemente conquistou uma nova licença para um equipamento, elevando-se assim para três os aceleradores lineares (utilizados em medicina para tratamento de tumores com uso de radioterapia) no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Manuel Delgado falava à margem de visitas realizadas ao serviço de Radioterapia do CHUC e ao Instituto Português de Oncologia (IPO) de Coimbra Francisco Gentil.

O secretário de Estado sublinhou que o Governo pretende que o doente se desloque menos, admitindo que na região Centro ainda há deslocações penalizadoras, que serão atenuadas com o serviço em Viseu.

Manuel Delgado elogiou, por outro lado, a Radioterapia de Coimbra, revelando que os seis equipamentos existentes na cidade (três no CHUC e três no IPO) são os que apresentam maior rentabilidade a nível nacional, com mais exames por equipamento e praticamente sem tempos de espera.

O secretário de Estado sublinhou igualmente que o Governo está atento às estatísticas das doenças oncológicas e que, por isso, está a pensar a longo prazo com este investimento no setor.

Os números apontam para um crescimento de 1,5% ao ano do número de doentes com necessidades radioterapêuticas.

O presidente do CHUC, José Martins Nunes, explicou também que a entrada em funcionamento do terceiro acelerador linear nos Hospitais de Coimbra é uma grande notícia para os doentes e também para a cidade, região e Serviço Nacional de Coimbra, depois de um processo muito rigoroso e profundo por parte dos organismos que permitiram a atribuição de licença para este equipamento.

Miguel Jacobetty, um dos responsáveis pelo serviço de Radioterapia do CHUC, explicou que o licenciamento do terceiro acelerador e a sua entrada em funcionamento permitirá uma maior rapidez no tratamento e outras comodidades aos doentes.

Já no IPO, Manuel Delgado – que caracterizou a unidade hospitalar como uma pérola no panorama nacional - observou o equipamento de Tomoterapia, único no país – o mais próximo está localizado em Bruxelas – e que permite tratamentos mais extensos e com grande precisão, diminuindo em larga escala os efeitos secundários da Radioterapia.

Nesta unidade, que e viu o nome de Manuel António L. Silva perpetuado no Hospital de Dia (foi presidente do Conselho de Administração de 1991 a 1993, e de 1995 a 2016), existem mais dois aceleradores lineares convencionais, que serão substituídos até final do ano, num investimento de cinco milhões de euros com capitais próprios do IPO e de fundos europeus.

José Tereso, presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) reforçou a ideia do Governo de que o foco está no doente e defendeu a importância da partilha de recursos e equipamentos na região.

O vogal do Conselho de Administração do IPO, Carlos Santos, revelou que a estrutura tem em curso um investimento de 36 milhões de euros (ME), com 22 deles destinados a um novo edifício para áreas cirúrgicas.

O responsável destacou o equipamento de Tomoterapia (investimento de 2,5 ME; num total em Radioterapia de 4,5 em 2016), um aumento de 3,7 milhões de euros no capital estatutário, a ampliação do edifício de oncologia médica (1,7 ME) e os cinco milhões a investir em dois novos equipamentos ainda este ano.

ASAE
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica instaurou 13 processos de contraordenação por venda de bebidas alcoólicas a...

De acordo com um comunicado da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), as operações foram realizadas, entre 30 de abril e 01 de maio, através da Unidade Regional do Sul e incidiram na fiscalização da comercialização e disponibilização de bebidas alcoólicas a menores em recintos festivos.

“Como resultado destas ações, que decorreram em Beja, Estremoz e Cartaxo, foram fiscalizados cerca de 50 operadores económicos, tendo sido instaurados 13 processos de contraordenação por venda e disponibilização de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos”, informa a ASAE, acrescentando que foram ainda identificados 29 jovens com idades entre os 13 e os 17 anos.

A ASAE instaurou mais quatro processos de contraordenação a operadores económicos da restauração, a operar nos referidos recintos, por não terem o sistema obrigatório de gestão e controlo da segurança alimentar, por falta de rotulagem e por falta de rastreabilidade em produtos alimentares, “tendo neste último caso sido apreendidos 138 queijos, bem como rótulos avulso (estes por uso indevido) utilizados para colocação junto ao produto/queijo quando apresentado ao cliente, já empratado, no serviço à mesa”.

No âmbito destas intervenções, a ASAE instaurou também um processo-crime por usurpação, à entidade organizadora de um evento, com apreensão de uma obra musical.

Psiquiatras alertam
A associação de psiquiatras da infância alertou para a necessidade de os meios de comunicação social pararem com os conteúdos...

Num comunicado, a Associação Portuguesa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência (APPIA) afirma assistir “com preocupação” à forma como o fenómeno “Baleia Azul” – fenómeno na Internet que estimula a automutilação e o suicídio - tem sido “tratado nos meios de comunicação social, com recurso a conteúdos sensacionalistas (que chegam a incluir imagens de cortes)”.

“Queremos manifestar o nosso claro desacordo com este tipo de tratamento e difusão da informação”, afirma a direção da associação, presidida por Teresa Goldschmidt, coordenadora da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência e Saúde Mental Infantil e Juvenil do Hospital de Santa Maria.

Segundo os psiquiatras, o tratamento noticioso que está a ser dado a comportamentos autolesivos em jovens está “em clara contradição com as orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde]”.

Essas normas, já transpostas para o Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, desaconselham “a linguagem sensacionalista” e recomendam “o evitar de imagens e de descrições explícitas dos métodos usados para atos suicidários e/ou comportamentos autolesivos”.

A razão prende-se com a propensão para a imitação que tais comportamentos geram nos outros.

“Os comportamentos autolesivos (tanto os suicidários como os não suicidários – vulgo “cortes”, “automutilações”) são altamente propensos a fenómenos de contágio e imitação, sobretudo em jovens adolescentes, podendo gerar verdadeiras ‘epidemias’”, alerta a associação.

Estes profissionais de saúde mental vão ainda mais longe e mostram-se convencidos de que isso já está a acontecer, “gerando uma onda de pânico nos familiares, cuidadores e comunidade, que não está a ser fácil de conter, e que potencia o fenómeno”.

“Face a esta situação, é essencial que os meios de comunicação social tenham uma atuação responsável, no sentido de minimizar (ou pelo menos não agravar) o efeito de contágio em curso, evitando usar expressões e projeção de imagens que glorifiquem ou reforcem esse efeito”, afirma a associação.

Os psiquiatras infantis reforçam ainda a ideia de que “a ‘baleia azul’ não é um jogo (num jogo ganha-se ou perde-se)”, desincentivando o uso deste termo, que pode ser considerado apelativo ou desafiador pelos jovens.

Na verdade – especificam -, a “Baleia Azul” é “um esquema de manipulação e abuso de menores e, como tal, deve insistir-se em não lhe chamar um jogo ou um desafio, uma vez que esses termos mais não são que engodos para cativar adolescentes mais influenciáveis e ingénuos”.

A APPIA lança ainda um repto às autoridades, assinalando que o “esquema baleia azul” é “um crime que exige a atuação” policial e judicial.

A associação lembra que “como em todas as situações de comportamentos predatórios, os mais suscetíveis são os mais frágeis, ou seja, os adolescentes mais imaturos, influenciáveis e sugestionáveis”.

Direção-Geral da Saúde
O número de casos confirmados de sarampo em Portugal este ano subiu para 27, divulgou a Direção-Geral da Saúde, que recebeu 123...

O balanço anterior, de terça-feira, dava conta de 25 casos confirmados de sarampo e 114 notificações desde 01 de janeiro.

O boletim epidemiológico hoje divulgado, e referente à semana de 01 a 06 de maio, adianta que os casos confirmados se concentram nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo (19), onde se registou a única morte até à data, Algarve (7) e Norte (1).

A Direção-Geral da Saúde (DGS) admite "a possibilidade da transmissão no Algarve estar controlada", mas não exclui "a possibilidade de surgirem novos casos na região de Lisboa e Vale do Tejo", apesar de antecipar que a epidemia de sarampo em Portugal "não terá grande expressão em termos de magnitude".

Dos casos confirmados, 17 reportam-se a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, registados em Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. No Norte, o único caso verificou-se numa criança da faixa etária entre 1 e 4 anos, não vacinada e com internamento seguido de alta médica.

De acordo com o boletim, o sarampo levou já este ano ao internamento de 13 pessoas, todas com alta. Dos 27 casos confirmados, 17 não tinham a vacina.

Nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo e do Algarve, o sarampo foi confirmado em 12 profissionais de saúde, sendo que oito estavam vacinados. A DGS entende que "a incidência em profissionais de saúde impõe a adoção de medidas específicas a conduzir no âmbito dos serviços de saúde ocupacional".

Em Lisboa
A criação de um sistema de financiamento dos cuidados de saúde assente no valor que estes produzem para o doente é uma das...

Composto por 60 pessoas, entre os 21 e os 40 anos, de origens geográficas e percursos curriculares variados, o ‘Health Parliament Portugal’ é uma iniciativa que visa refletir sobre o futuro da saúde em Portugal e produzir recomendações.

Os trabalhos, que terminam a 30 de junho, foram iniciados em janeiro com a realização do primeiro plenário. No segundo plenário, que se realiza, no sábado, na Fundação Calouste Gulbenkian, os "deputados" - entre os quais médicos, farmacêuticos, investigadores, economistas, psicólogos – vão debater e votar várias recomendações para melhorar a saúde no país.

Em declarações o presidente da Comissão "O Cidadão no Centro da Decisão”, João Marques Gomes, avançou ”as cinco grandes recomendações” que vão ser votadas, entre as quais “medir os cuidados de saúde com base no valor que eles produzem para o doente”.

Em termos práticos passa por avaliar, por exemplo, o impacto de um ato cirúrgico ou de uma consulta na saúde do doente.

Segundo o investigador, esta proposta pressupõe uma mudança do paradigma, de passar a financiar o sistema por resultados das instituições.

“Os profissionais de saúde passam a saber quais são as melhores práticas” e os gestores podem “montar um sistema de financiamento dos cuidados, premiando o bom desempenho”, explicou.

Para os doentes também “é excelente porque passam a saber qual é o hospital ou até o médico que segue essas boas práticas e que tem os bons resultados”, adiantou o investigador da Nova School of Business and Economics (faculdade de economia e gestão da Universidade Nova de Lisboa).

Outra proposta relaciona-se com o “percurso do cidadão no sistema de saúde”, que inclui a criação de um registo único do doente e a definição de um gestor do percurso do doente.

“Temos que conhecer o percurso do cidadão para podermos agir em função das suas necessidades”, explicou João Marques Gomes.

“Humanizar os médicos”, através da formação, é outra das recomendações, que inclui propostas como a reformulação dos currículos pré e pós graduados dos profissionais da saúde.

“Temos médicos que são barras nos conhecimentos científicos”, mas ninguém os ensinou a lidar com pessoas, disse o responsável, defendendo também o envolvimento dos doentes nos processos formativos e de avaliação destes profissionais.

Os "deputados" propõem também aumentar a literacia em saúde da população, recomendando que todas as estratégias e campanhas de prevenção e promoção da saúde sejam pensadas estrategicamente para o seu público-alvo.

A capacitação das associações de doentes, com propostas como um manual de boas práticas para essas associações, é outra medida recomendada.

Os membros do “Parlamento da Saúde” estão divididos por seis comissões que analisam temas como “o doente no centro da decisão”, “Saúde Mental”, “Barreiras aos cuidados de saúde” e “Tecnologias de informação em Saúde”.

Para os ajudar, os "deputados" têm o apoio de um conselho consultivo e de um grupo de curadores composto por deputados à Assembleia da República e académicos.

A iniciativa começou no Reino Unido, passou pela Bélgica e no terceiro ano de existência o Health Parliament chegou a Portugal.

Programa Alimentar Mundial
A insegurança alimentar está na origem do aumento das migrações internacionais ao longo dos últimos anos, informa o Programa...

"Um aumento de 1% da insegurança alimentar no seio de uma população traduz-se em mais 1,9% migrantes", revela o estudo do Programa Alimentar Mundial (PAM).

A agência das Nações Unidas constata que se registou nos últimos anos um aumento das migrações em todo o mundo, estimando que o número de migrantes no planeta tenha alcançado os 244 milhões em 2015.

Entre eles, o número de pessoas sujeitas a "deslocações forçadas" atingiu no mesmo ano o nível recorde de 63 milhões de pessoas, incluindo "refugiados, pessoas deslocadas no interior de um mesmo país ou requerentes de asilo", precisou o PAM.

A agência sublinha também o “papel significativo" que a insegurança alimentar tem no desencadear de conflitos armados e na sua intensidade.

"Uma vez iniciada a viagem dos migrantes, a falta de emprego, juntamente com um acesso limitado à alimentação e à assistência humanitária constituem fatores agravantes que levam as populações a continuar a deslocar-se", escrevem os autores do relatório.

A análise do PAM mostra que a partida dos refugiados é influenciada pelos conflitos armados e, em menor escala, por catástrofes naturais ou fatores económicos.

"O que sugere que os refugiados não são migrantes económicos, como é muitas vezes dito no debate público", sublinha o PAM.

O relatório acrescenta que o número total de migrantes aumentou consideravelmente ao longo dos últimos 15 anos, mas a sua proporção em relação à população mundial ficou estável, em torno de 3%.

Em todo o país
A França anunciou hoje o fim da epidemia de gripe aviária que, desde o seu início, em novembro de 2016, afetou explorações de...

Num decreto publicado no diário oficial, o Governo francês indica que o nível de risco desta doença é "insignificante" em toda a França.

Esta doença afeta as aves mas muito raramente os mamíferos, incluindo os humanos.

Aquela constatação implica terminar um conjunto de restrições que tinham sido aplicadas para impedir a propagação da epidemia.

No entanto, está definida uma quarentena que se prolonga até 28 de maio e abrange 1.134 municípios nas regiões de Haute-Garonne, Gers, Landes, Pyrénées-Atlantiques e Hautes-Pyrénées, próximas da fronteira com Espanha.

A epidemia chegou a França através de aves migratórias e levou as autoridades a decidir o abate de milhões de patos e gansos.

Segundo a definição da Organização Internacional de Saúde Animal, a gripe aviária é uma doença viral muito contagiosa que afeta várias espécies de aves que fazem parte da alimentação humana, como o frango ou a codorniz, mas também outras domésticas e selvagens.

Em algumas situações, os mamíferos, como os seres humanos, podem igualmente contrair a gripe viária.

Em fevereiro, as autoridades sanitárias portuguesas confirmaram a deteção no Algarve de uma garça-real (Ardea cinerea) infetada com o vírus da gripe aviária (vírus influenza A do subtipo H5N8), que não se transmite aos humanos, mas pode passar para produções domésticas ou industriais de aves.

Por isso, na altura, foi decidido identificar explorações domésticas nas imediações do local onde foi encontrado o cadáver, um procedimento considerado normal, e proibir o comércio de aves em mercados rurais, a largadas de pombos, de espécies cinegéticas criadas em cativeiro, e caça com negaças vivas.

Portugal teve focos da doença em 2013 e também já tinha tido em 2007, quando foram infetadas explorações de aves nas zonas da Malveira e da Lourinhã.

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