Biossensor que permitirá medir a concentração de cortisol na saliva
Através de oportunidades de trabalho em rede facilitadas pelo EIT Health, a empresa polaca IQ Biozoom, que desenvolve...

No âmbito da investigação pioneira sobre a medição não invasiva do cortisol, a IQ Biozoom, empresa tecnológica polaca que desenvolve soluções de diagnóstico doméstico não invasivas, iniciou em 2024 parcerias com centros científicos de renome mundial para poder realizar, em conjunto, projetos de investigação relacionados com a determinação do nível desta hormona na saliva no futuro.

Esta colaboração contou com o envolvimento ativo do EIT Health, uma rede dos melhores inovadores na área da saúde apoiada pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), um organismo da União Europeia. No ano anterior, a IQ Biozoom participou num dos programas de aceleração empresarial InnoStars do EIT Health, desenhado para promover as empresas em fase de arranque no setor da saúde da Europa Central, Oriental e do Sul. A empresa destacou-se entre as 10 finalistas. Esta viagem permitiu à equipa estabelecer uma aliança estratégica com a Universidade de Coimbra, um dos 120 importantes parceiros do EIT Health. Além disso, o Ponto de Contacto Industrial - Tecnologias Médicas e Saúde desempenhou um papel fundamental neste processo.

"A parceria com o Instituto Nacional de Metrologia Turco TUBITAK UME e a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra é um passo importante para a IQ Biozoom. A colaboração com a TUBITAK UME permitir-nos-á beneficiar das suas técnicas avançadas de funcionalização, o que acelerará o desenvolvimento dos nossos dispositivos de diagnóstico. Graças à Universidade de Coimbra, teremos acesso a uma excelente base de investigação que permitirá a validação clínica efectiva dos nossos dispositivos. Esta colaboração permitirá a validação clínica das nossas inovações e a colocá-las efetivamente no mercado, contribuindo para um melhor diagnóstico em casa" - sublinha Jakub Kaczmarski.

O cortisol é uma hormona esteroide fundamental para a regulação dos níveis de glicose e inflamação, com impacto no metabolismo, na função imunitária e no bem-estar emocional. O stress, a falta de sono e os hábitos pouco saudáveis podem elevar os níveis de cortisol, levando à supressão imunitária, a distúrbios metabólicos e a perturbações do sono. Por outro lado, a insuficiência de cortisol leva a fadiga e perturbações do humor. O cortisol é um biomarcador para o diagnóstico de várias doenças, e a realização de testes caseiros pode ajudar a diagnosticar problemas de saúde, incluindo condições psicológicas e respostas anormais ao stress.Graças a este trabalho para o desenvolvimento de testes domésticportáteis não invasivos para a medição dos níveis de cortisol na saliva, será possível um diagnóstico mais acessível e mais rápido de muitas doenças, incluindo as de natureza psicológica, como a depressão ou reações físicas invulgares ao stress crónico.

"A abordagem inovadora, baseada em dispositivos semicondutores, como os transístores de película fina, em que a IQ Biozoom é especialista, é fundamental para uma ferramenta de diagnóstico precisa e fácil de utilizar e que pode contribuir significativamente para o progresso na monitorização e tratamento de perturbações relacionadas com o stress. Esta é a terceira área de diagnóstico, a par da monitorização dos níveis de glicose e lactato no organismo, que estamos a abordar enquanto tecnológica. Ao implementar os dispositivos IQ Biozoom na parte clínica, abrimos novas possibilidades para a medicina personalizada e contribuímos para aumentar a disponibilidade de testes de diagnóstico rápidos, sendo assim possível monitorizar melhor a saúde das pessoas", afirma Jakub Kaczmarski, cofundador e Diretor de Tecnologia da IQ Biozoom.

Para Inês Rosendo, médica especialista em Medicina Geral e Familiar e investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, "a perspetiva de um projeto conjunto de investigação baseado numa tecnologia extremamente interessante, que está hoje na vanguarda da ciência moderna, interessou-nos muito. Temos expectativas altas na validação clínica de uma nova tecnologia, sobretudo em relação a uma área tão importante nos dias de hoje como é a questão do stress e da monitorização não invasiva do cortisol".

Marta Passadouro, responsável pelo ecossistema de saúde do EIT em Portugal, sublinha o poder transformador da colaboração transfronteiriça e o papel fundamental do trabalho em rede na promoção da inovação. "No EIT Health, acreditamos no poder transformador da colaboração no âmbito do conhecimento. Os nossos programas dinâmicos de criação de empresas abrem as portas a uma vasta rede, facilitando ligações vitais e encorajando empresas com visão de futuro, como a IQ Biozoom, a tirar partido da experiência e dos recursos disponíveis, desencadeando uma inovação pioneira. Estamos constantemente a atualizar a nossa oferta para garantir que está adaptada às necessidades dos inovadores. Este ano, aguardamos com expetativa novos desenvolvimentos nos nossos programas de aceleração destinados a empresas em fase de arranque da Europa Central, Oriental e do Sul. Em breve, poderemos revelar mais pormenores sobre estas emocionantes mudanças".

 
Por um acesso ao ensino superior mais democrático e equitativo
A Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) promove uma concentração de estudantes, amanhã, pelas 16h00, na...

Para a Presidente da ANEM, Rita Ribeiro, a qualidade do ensino superior constitui-se como fundamental para o desenvolvimento estratégico do país e a acessibilidade à educação é uma das principais conquistas da democracia que acaba de assinalar 50 anos. Nesse sentido, o país deve assegurar que nenhum estudante desiste da sua formação por razões económicas. Rita Ribeiro lembra a importância da Ação Social e do seu reforço para fazer face às exigências da atual vida académica.

“A ANEM está a desenvolver um Observatório dos gastos dos estudantes do ensino superior e pretendemos lançar um debate com os parceiros da academia, nomeadamente as escolas médicas, os hospitais, a tutela mas também com as autarquias e comunidades intermunicipais. Queremos rapidamente poder apresentar propostas que tornem efetivamente o ensino superior acessível a todos, como se quer numa democracia, e que contribuam, simultaneamente, para aumentar a qualidade da nossa formação”, anuncia.

 
Opinião
Num mundo e numa sociedade movida pela produtividade, eficiência e metas cada vez mais ambiciosas, m

Valorizamos o sucesso e a realização constante de tarefas úteis e atividades de valorização pessoal. Mais um desporto, mais uma formação, mais um livro, mais investimento em desenvolvimento pessoal...uma infinitude de coisas. Valorizamos a otimização do tempo, mas o paradoxo reside no facto de ser exatamente este estilo de vida que penaliza a nossa saúde mental.

A busca incessante pela produtividade é uma caraterística da sociedade moderna. O tempo é um recurso valioso, e muitos de nós acreditam que cada minuto deve ser gasto de maneira útil e eficiente. No entanto, essa obsessão pela produtividade tem um custo significativo para a nossa saúde mental. A constante pressão de cumprir metas e prazos leva ao stress e ansiedade, contribuindo para uma sociedade cada vez mais infeliz.

Em contrapartida, valorizar o "nada" (ou seja, fazer coisas que parecem não ter propósito) pode ser extremamente benéfico. Essas atividades inúteis podem incluir beber um chá, observar as nuvens ou simplesmente sentar-se em silêncio sem pensar em nada em particular. O valor dessas experiências reside na oportunidade de desconectar-se das pressões do quotidiano.

Fazer coisas inúteis não é um desperdício de tempo, é uma forma de recarregar a mente. Quando nos permitimos desacelerar e não nos preocuparmos com a eficácia das nossas ações, damos ao nosso cérebro um merecido descanso. Isto ajuda a reduzir a ansiedade, além de melhorar a nossa capacidade de concentração e criatividade

Atividades inúteis também podem servir como um terreno fértil para a criatividade e a inspiração. Grandes pensadores ao longo da história encontraram insights valiosos quando menos esperavam. Einstein, por exemplo, relatou que as suas melhores ideias surgiram durante longas caminhadas sem um propósito específico. A desconexão intencional permite que a nossa mente vagueie e faça conexões improváveis, alimentando a nossa imaginação

A saúde mental não se limita apenas a evitar a ansiedade, também envolve a construção de resiliência mental. A capacidade de lidar com desafios e contratempos é crucial, e o tempo gasto em atividades inúteis ajuda a desenvolver essa resiliência. Quando nos acostumamos a abraçar o "nada", aprendemos a aceitar o inesperado e a viver o presente, em vez de nos prendermos ao futuro.

Está na altura de interrompermos este ciclo e entrarmos em contracorrente em relação aos discursos motivacionais que nos dizem que devemos fazer mais, devemos praticar mais desporto, ler mais, ser mais produtivos, que nos ensinam como nos alimentarmos melhor, arrumar melhor a casa, cozinhar melhor ou comprar melhor. Chegou a hora de reservarmos tempo para atividades “inúteis”, já que elas são essenciais para manter o equilíbrio entre o dever e o prazer. Reservar tempo para atividades inúteis não é desperdício, é investimento na nossa saúde mental e no nosso bem-estar.

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação
Investigadores do Instituto Francis Crick (Reino Unido), do NCI (National Cancer Institute, EUA) e da Universidade de Aalborg ...

Para este estudo contribuiu Carlos Minutti, atual Investigador Principal do Laboratório de Imunoregulação na Fundação Champalimaud, em Lisboa, então investigador pós-doutorado no grupo de Caetano Reis e Sousa, no Instituto Francis Crick em Londres.

Os investigadores descobriram que os ratinhos que receberam uma dieta rica em vitamina D apresentavam uma melhor resistência imunitária a tumores transplantados, bem como uma melhor resposta à imunoterapia. Este efeito foi igualmente observado quando uma proteína que se liga à vitamina D no sangue e a mantém afastada dos tecidos foi removida por manipulação genética.

Surpreendentemente, a equipa descobriu que a vitamina D atua nas células epiteliais do intestino, que por sua vez aumentam a quantidade de uma bactéria chamada Bacteroides fragilis. Este microorganismo conferiu aos ratinhos uma melhor imunidade ao cancro, uma vez que os tumores transplantados não cresceram tanto, mas os investigadores ainda não sabem ao certo como isso acontece.

Para testar se a bactéria, por si só, poderia proporcionar uma melhor imunidade contra o cancro, foi administrada Bacteroides fragilis a ratinhos com uma dieta normal. Estes ratinhos também se revelaram mais capazes de resistir ao crescimento de tumores. Mas isso não aconteceu quando os animais foram submetidos a uma dieta pobre em vitamina D.

Estudos anteriores já tinham sugerido que existia uma ligação entre a deficiência de vitamina D e o risco de cancro nos seres humanos, embora as provas não tenham sido conclusivas.

Para investigar este resultado, os investigadores analisaram os dados de 1,5 milhões de pessoas na Dinamarca, o que revelou uma relação entre os níveis mais baixos de vitamina D e um maior risco de cancro. A análise em separado de uma população de doentes com cancro sugeriu também que as pessoas com níveis mais elevados de vitamina D tinham maior probabilidade de responder bem a tratamentos contra o cancro baseados na imunidade.

Embora a Bacteroides fragilis também esteja presente no microbioma dos seres humanos, serão necessários mais estudos para determinar se a vitamina D ajuda a proporcionar alguma resistência imunitária ao cancro através do mesmo mecanismo nos humanos.

O investigador português Caetano Reis e Sousa, chefe do Laboratório de Imunobiologia do Instituto Crick e autor sénior do estudo, afirmou: "O que mostrámos aqui foi uma surpresa – a vitamina D pode regular o microbioma intestinal de modo a favorecer um tipo de bactéria que confere aos ratinhos uma melhor imunidade ao cancro.

"Isto poderá um dia ser importante para o tratamento do cancro em humanos, mas não sabemos como e

porque é que a vitamina D tem este efeito através do microbioma”, disse ainda o investigador. É necessário mais trabalho antes de podermos afirmar conclusivamente que a correção de uma deficiência de vitamina D tem benefícios para a prevenção ou o tratamento do cancro".

Evangelos Giampazolias, autor deste estudo, então investigador pós-doutorado no Instituto Crick, atualmente Investigador Principal do Laboratório de Imunovigilância do Cancro no Cancer Research UK Manchester Institute, afirmou: “Identificar os fatores que distinguem um microbioma 'bom' de um 'mau' é um grande desafio. Descobrimos que a vitamina D ajuda as bactérias intestinais a induzir imunidade contra o cancro, melhorando a resposta à imunoterapia em ratos”.

Minutti juntou-se a Giampazolias na análise das populações de células imunitárias nos tecidos intestinais de diferentes grupos experimentais. Para o efeito, foi utilizada a citometria de fluxo, uma técnica que permite analisar com precisão as diferenças entre as populações em diferentes condições alimentares.

Esta investigação foi financiada pelos Cancer Research UK, UK Medical Research Council, Wellcome Trust, por uma bolsa ERC Advanced Investigator, um Wellcome Investigator Award, um prémio da Louis-Jeantet Foundation (Genebra), pelo Intramural Research Program of the National Institutes of Health, pelo CCR-NCI e pela Danish National Research Foundation.

 
 
Revela estudo publicado na revista Science
De acordo com um estudo publicado, hoje, na prestigiada revista Science, a biodiversidade global diminuiu entre 2 e 11% ao...

O artigo científico Global trends and scenarios for terrestrial biodiversity and ecosystem services from 1900 to 2050 – o maior estudo com recurso a modelos climáticos realizado até à data – foi liderado pelo Centro Alemão de Investigação Integrativa da Biodiversidade (iDiv) e pela Universidade Martin Luther de Halle-Wittenberg (MLU), e contou com a participação de vários investigadores portugueses, entre eles o docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), Carlos Guerra.

A Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre a Biodiversidade e Serviços dos Ecossistemas (IPBES) considera que as mudanças no uso do solo são uma das principais causas para a perda de biodiversidade. No entanto, os cientistas dividem-se quanto à dimensão desse declínio nas últimas décadas. 

Para melhor responder à questão, a equipa de investigação utilizou modelos climáticos para calcular os impactos das alterações da utilização dos solos na biodiversidade global ao longo do século XX, concluindo que terá havido um declínio entre 2 e 11%, intervalo que abrange quatro indicadores de biodiversidade calculados por sete modelos diferentes. Os cientistas compararam treze modelos para calcularem o impacto das mudanças na utilização dos solos e das alterações climáticas em quatro indicadores de biodiversidade diferentes, e em nove serviços de ecossistemas. 

"A inclusão de todas as regiões do mundo no nosso modelo permitiu preencher diversas lacunas e rebater as críticas de outras abordagens que trabalham com dados parciais e potencialmente enviesados", refere o primeiro autor do estudo, responsável pelo grupo de investigação do iDiv e do MLU e investigador do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto, Henrique Pereira. "Todas as abordagens têm os seus prós e contras, mas achamos que a nossa metodologia de modelação apresenta uma estimativa mais exaustiva das tendências globais da biodiversidade", acrescenta. 

Recorrendo a outro conjunto de cinco modelos, os investigadores calcularam também o impacto simultâneo das alterações do uso do solo nos chamados serviços dos ecossistemas, ou seja, os benefícios que a natureza disponibiliza aos seres humanos. No século passado, verificou-se um aumento massivo dos serviços de aprovisionamento, como a produção de alimentos e de madeira. Em contrapartida, os serviços de regulação, como a polinização, a fixação de azoto ou o sequestro de carbono, tiveram uma diminuição moderada. Os investigadores analisaram também a potencial dinâmica de evolução da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas. Para estas projeções, integraram nos seus cálculos as alterações climáticas como um fator crescente e determinante das alterações na biodiversidade.

Os resultados do estudo indicam que as alterações climáticas vão ter um impacto negativo acrescido tanto na biodiversidade, como nos serviços dos ecossistemas. Embora as mudanças na utilização dos solos continuem a assumir um papel relevante, as alterações climáticas tenderão a tornar-se na principal causa da perda de biodiversidade até à primeira metade deste século. 

A equipa avaliou três cenários amplamente utilizados, desde um cenário de desenvolvimento sustentável até um de emissões elevadas de gases com efeito de estufa. Em todos os cenários, a conjugação do impacto das alterações do uso do solo e das alterações climáticas resulta numa perda de biodiversidade em todas as regiões do mundo, existindo, no entanto, variantes significativas entre regiões, modelos e cenários. Para o docente da UC, Carlos Guerra, “este estudo ilustra de forma muito clara os impactos que resultam das ações humanas sobre o planeta e sobre a biodiversidade da qual nós dependemos e a dimensão das alterações que estão a ocorrer um pouco por todo o mundo”. 

"O objetivo dos cenários a longo prazo não é prever o que vai acontecer, mas sim identificar alternativas para conseguirmos evitar os cenários menos desejáveis, e sabermos escolher aqueles que tenham impactos positivos”, avança a investigadora da Universidade de York e coautora do artigo, Inês Martins. “São processos que dependem das decisões que tomamos diariamente", acrescenta.

Os autores salientam ainda que mesmo o cenário de "desenvolvimento sustentável” avaliado não recorre a todas as medidas passíveis de serem implementadas para a proteção da biodiversidade nas próximas décadas, como por exemplo, a produção de bioenergia. Apesar de a produção de bioenergia ser uma componente fundamental no cenário de sustentabilidade, podendo ajudar a mitigar o impacto das alterações climáticas, pode, no entanto, levar também à redução da diversidade de habitats. Nenhum dos cenários avaliados considerou medidas para aumentar a eficácia e a cobertura das áreas protegidas ou o rewilding [‘renaturalização’] em larga escala.

"A avaliação do impacto de políticas concretas para a biodiversidade ajuda a identificar medidas mais eficazes para salvaguardar e promover a biodiversidade e os serviços dos ecossistemas", afirmam os investigadores. "Haverá certamente imprecisões de modelação", acrescentam. "Ainda assim, os nossos resultados mostram claramente que as políticas atuais são insuficientes para atingir os objetivos internacionais em matéria de biodiversidade. Precisamos de esforços renovados para fazer progressos contra um dos maiores problemas do mundo, que é a perda da biodiversidade provocada pela ação humana", rematam os cientistas.

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1126/science.adn3441

 
Opinião
O linfoma cutâneo não afeta apenas o corpo, mas também a saúde emocional e a vida íntima dos casais.

É importante que os casais abordem estes desafios com uma comunicação aberta e honesta. A pessoa com linfoma cutâneo precisa de se sentir segura para expressar suas necessidades e limitações em relação ao contato físico, explicando ao seu parceiro quando se sente confortável e quando prefere evitar o toque devido à dor ou desconforto causado pela doença. É essencial que o parceiro demonstre compreensão, empatia e apoio, reconhecendo que o amor e a intimidade vão muito para além do contacto físico tentando encontrar outras formas de se ligar emocionalmente.

Além disso, é importante que o casal esteja ciente das possíveis flutuações na libido e desejo sexual da pessoa com linfoma cutâneo, que podem ser influenciadas pelo desconforto físico, preocupações com a aparência e preocupações com a saúde. É fundamental que ambos os parceiros estejam abertos ao diálogo e dispostos a adaptar-se às necessidades e limitações um do outro, promovendo assim uma relação saudável e afetuosa, mesmo diante dos desafios impostos pela doença.

É importante que o casal procure apoio profissional, se necessário. Um psicólogo pode ajudar a facilitar a comunicação, fornecer orientações sobre estratégias e oferecer suporte emocional durante este período. Com paciência, compreensão e trabalho em equipa, é possível superar os obstáculos à intimidade e manter um relacionamento forte e saudável.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Odontopediatria
A Odontopediatra Cátia Carvalho Silva revela quatro mitos sobre a saúde oral dos mais pequeninos e d

Mito 1: A 1ª consulta de medicina dentária da criança deve ser realizada aos 6 anos de idade

A 1ª consulta deve ser realizada, com o odontopediatra, quando erupciona o primeiro dente “de leite” ou até o bebé completar o primeiro ano de vida. Esta consulta é essencialmente de âmbito preventivo, na qual são abordados os cuidados de higiene oral a adotar, hábitos alimentares, a utilização da chupeta, do biberão, a sucção do dedo, entre outros hábitos. A face, a cavidade oral do bebé e as funções como respiração, sucção e deglutição são também avaliadas.

Mito 2: A pasta dentífrica deve ser escolhida de acordo com a idade indicada na embalagem

A idade indicada na embalagem não deve ser “o critério” usado para a escolha da pasta dentífrica. Os pais devem consultar sempre com atenção os rótulos da embalagem e confirmar os ppm (partes por milhão) de flúor presentes, mediante a recomendação do Odontopediatra. Geralmente, são recomendadas pastas com 1000 ppm de flúor em crianças desde o nascimento do primeiro dente até aos 6 anos de idade (salvaguardo que entre os 2 e os 6 anos, a criança pode apresentar condições especiais de risco que exijam uma concentração superior a 1000 ppm) e pastas com 1450 ppm de flúor em crianças com mais de 6 anos de idade.

Mito 3: As crianças não precisam de utilizar fio dentário

O fio dentário deve começar a ser utilizado assim que um dente “de leite” estiver em contacto lateralmente com o dente “vizinho”. Mesmo quando é realizada uma escovagem dentária adequada, as cerdas da escova não conseguem eliminar corretamente os resíduos alimentares que ficam retidos e se acumulam nos espaços entre os dentes. Por isso, idealmente, todos os dias, à noite, antes da escovagem dentária, os pais devem aplicar o fio dentário, ou supervisionar a sua utilização, mediante a idade da criança.

Mito 4: Os colares de âmbar são uma boa opção para aliviar o desconforto dos primeiros dentes

A erupção dos primeiros dentes está, frequentemente, associada a dor e desconforto nos bebés. Muitas vezes, para o alívio destes sintomas, os pais optam por utilizar os populares colares de âmbar. No entanto, não o devem fazer! Por um lado, não existe evidência científica de que existam benefícios para as crianças ao utilizarem estes colares, por outro lado, existe uma grande convergência de opiniões, relativamente aos riscos da sua utilização para a segurança do bebé, nomeadamente, pelo aumento da possibilidade de estrangulamento ou de asfixia. Por isso, os pais devem deixar de lado esta opção, substituindo-a, por exemplo, pela utilização de mordedores.

 
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Projeto financiado pela Câmara Municipal de Lisboa promovido pela Mundo a Sorrir
Ao longo dos últimos seis anos, o Centro de Apoio à Saúde Oral (C.A.S.O.) de Lisboa, promovido pela Mundo A Sorrir numa...

André Sousa, coordenador do projeto, destaca a significativa contribuição das atividades desenvolvidas pelo C.A.S.O. na vida das pessoas. "Para além da assistência médico-dentária, também promovemos sessões de prevenção e literacia em saúde junto das crianças, capacitamos cuidadores formais e informais, e realizamos rastreios orais, em parceria com a rede local de Lisboa", afirma.

O C.A.S.O., projeto pioneiro, assente na convicção de que a saúde oral é um direito humano fundamental, surgiu há 15 anos na cidade do Porto e foi replicado em Lisboa em abril de 2018. A sua equipa multidisciplinar, composta por profissionais de diversas áreas, permite apoiar os beneficiários não só nos cuidados dentários, mas também nos aspetos psicossociais, contribuindo assim para a sua inclusão social, empregabilidade e autoestima.

Durante os últimos seis anos, este projeto inovador respondeu às necessidades de saúde oral com a realização de 5.100 consultas, incluindo 12.180 tratamentos, e proporcionou 1.355 atendimentos psicossociais. Apenas no último ano, foram realizadas 105 ações de rastreios orais junto da população em situação de sem-abrigo, assim como ações de sensibilização para crianças do 1º ciclo, abrangendo um total de mais de 400 beneficiários.

Carlos, utente do C.A.S.O., concluiu recentemente o seu tratamento e expressa a sua alegria: "Este projeto mudou a minha vida. Aconselho-o a todas as pessoas! Estou muito feliz. Sempre pensei que, com esta idade, já não fosse possível ter um sorriso bonito, mas agora tudo mudou. Hoje posso falar e sorrir para as outras pessoas sem sentir vergonha."

Para fazer face ao número de pedidos de ajuda, a Mundo A Sorrir apela aos contribuintes a doação de 0,5% do seu IRS, de forma a apoiar estas pessoas mais fragilizadas. Ao preencher a sua declaração de IRS, escolha a Mundo A Sorrir. Sem custos adicionais para si e sem afetar o valor do seu reembolso. Simplesmente, na secção 11 da declaração do IRS, no campo 1101, selecione “Instituições particulares de solidariedade social” e insira o nosso NIF 507 399 200.

 
 
 
27 de setembro
A iniciativa “Desafios em Patologia da Tiroide”, que estava inicialmente agendada para o mês de maio, sofreu uma atualização...

Direcionado para a classe médica, o evento conta com apoio da Lilly Portugal e vai contemplar várias temáticas associadas ao tema da tiroide.

Da parte da manhã, o foco será nos “Desafios em patologia tiroideia benigna” e nas várias temáticas relacionados com a mesma, nomeadamente fármacos, genética, doença aguda, emergências tiroideias e terapêuticas minimamente invasivas na patologia nodular benigna da tiroide.

De tarde, o evento incidirá sobre os “Desafios em patologia tiroideia maligna” que trata a debate vários temas de interesse: “Carcinomas da tiroide de baixo risco: Vigiar? Operar? I131?”; “Carcinomas medulares da tiroide: Genética, diagnostico e tratamento dos casos avançados”; “Carcinomas pouco diferenciados ou anaplásicos: Da biologia molecular ao tratamento dirigido”; e “Linfadenectomias quando e como”.

 
Com percurso de 25 anos na indústria farmacêutica
A BIAL, empresa biofarmacêutica centenária focada na inovação, anunciou a nomeação de Pierluigi Antonelli, atual membro do...

Para Antonio Horta-Osorio, Chairman da BIAL, "Pierluigi Antonelli desenvolveu uma carreira notável no setor farmacêutico e da saúde. É uma grande satisfação poder contar com a sua presença no Conselho de Administração da BIAL, com a certeza de que iremos beneficiar da sua vasta experiência, reforçando ainda mais as competências do Conselho com um profundo conhecimento do mercado”.

Pierluigi Antonelli refere que "depois de muitos anos em posições de liderança em algumas das maiores empresas do setor, para mim é claro o caminho notável que a BIAL alcançou nos seus 100 anos de história. Esta empresa representa, claramente, resiliência, estratégia e investigação. É com grande satisfação e sentido de desafio que aceitei integrar o Conselho de Administração da BIAL, e estou entusiasmado por poder contribuir para o avanço científico contínuo da empresa e trazer medicamentos inovadores ao mercado".

Pierluigi Antonelli tem um percurso de 25 anos na indústria farmacêutica, com experiência nos setores das Biociências, Biológico e de Medicamentos Genéricos. No seu cargo anterior, foi CEO da Angelini Pharma, tendo ocupado funções de liderança em empresas como a Novartis Oncology, a Sandoz, Merck & Co e a Bristol-Myers Squibb, quer nos Estados Unidos, quer na Europa.

Pierluigi Antonelli possui concluiu um MBA na Kellogg School of Management, nos Estados Unidos, e é licenciado em Economia pela Libera Università Internazionale degli Studi Sociali, de Itália.

26 a 28 de abril no Altice Fórum Braga
A Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço promove o 71.º Congresso Nacional, entre os dias...

A Widex estará presente com palestras e apresentações conduzidas por especialistas em audição sobre três temas:

Implantes Cochlear (representantes da marca Cochlear em Portugal) – uma solução a longo prazo para pessoas com perda de audição moderada a profunda. Os microfones do processador de som captam os sons e o processador converte-os em informação digital, esta informação é transferida para o implante que envia sinais elétricos para a cóclea. As fibras do nervo auditivo, na cóclea, captam os sinais e enviam-nos para o cérebro, dando a sensação de som.

Implantes Osteo-integrados – através do sistema Baha, uma solução que aproveita a capacidade natural de audição através de condução óssea e reencaminha o som. Nos casos em que o ouvido médio ou externo esteja bloqueado ou danificado, este sistema envia som através do osso, estimulando o ouvido interno de forma natural, em vez de enviar o som através da zona obstruída.

Smart RIC – o mais recente lançamento da Widex, um aparelho auditivo que permite aos utilizadores concentrarem-se nas vozes e nos sons que desejam ouvir ao mesmo tempo que reduz o ruído de fundo, respondendo assim à filosofia da Widex “O Som Mais Natural do Mercado”. Este dispositivo combina tecnologia avançada com um design inovador, proporcionando mais qualidade sonora, liberdade e conforto no dia a dia para quem vive com perda auditiva.

Um dos simpósios será conduzido, virtualmente, por Francis Kuk que trabalha na Widex nos Estados Unidos da América desde dezembro de 1996. Obteve um doutoramento na Universidade de Iowa e antes de se juntar à Widex ocupou cargos de investigação e de docente, na Universidade de Iowa e na Universidade de Illinois-Chicago.

“Na Widex acreditamos numa visão clínica e multidisciplinar da Reabilitação Auditiva e a participação neste Congresso é uma excelente oportunidade para demonstrarmos à comunidade Médica ORL a eficácia dos nossos protocolos audiológicos e a mais recente tecnologia de aparelhos auditivos. Trabalhamos diariamente para ver reconhecido o valor da nossa prática clínica e para que a Widex seja um parceiro de confiança tanto para os médicos otorrinolaringologistas, como para os seus doentes. Procuramos ter sempre uma resposta para cada perda auditiva – seja com os dispositivos médicos não cirúrgicos (como os aparelhos auditivos) ou com dispositivos médicos cirúrgicos – como os implantes osteointegrado e cocleares.” afirma João Ferrão – Diretor de Audiologia da Widex.

Ao longo destes dois dias a Widex marcará presença no maior evento a nível nacional de otorrinolaringologia, destacando o investimento e aposta constante em investigação que permitem oferecer soluções inovadoras às pessoas que vivem com perda auditiva e querem ouvir todos os sons o mais naturalmente possível. 

 
Sociedade Portuguesa de Pneumologia alerta para o desconhecimento da DPOC
Mais de 70% dos portugueses nunca ouviram falar da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), apesar de ser a terceira causa de...

"É alarmante que a DPOC, uma doença tão grave e, na maioria das vezes, altamente incapacitante, seja tão pouco conhecida entre a população portuguesa", afirma António Morais, presidente da SPP. "Adicionalmente, é preocupante não existir uma noção clara da prevalência em Portugal. Acreditamos, assim, que é fundamental um maior investimento em campanhas de informação e sensibilização, de forma a que as pessoas possam identificar os sintomas e procurar ajuda médica atempadamente".

A DPOC é uma doença progressiva que limita o fluxo de ar nos pulmões, dificultando a respiração. Os principais fatores de risco são o tabagismo e a exposição a poluentes atmosféricos, como o fumo do tabaco passivo e o pó industrial. O desconhecimento sobre esta doença abrange não só os sintomas e fatores de risco, como também os métodos de diagnóstico e o seu impacto ao nível da mortalidade. Com uma prevalência estimada de cerca de 5,4% em Portugal e uma taxa de mortalidade significativa, a DPOC continua a ser uma ameaça silenciosa para a saúde pública.

Com uma taxa de mortalidade de cerca de 8,7 por 100.000 habitantes, a DPOC é uma doença respiratória crónica que pode limitar a capacidade das pessoas para realizar atividades diárias normais. Aparece, em 90% dos casos, em fumadores e foi responsável por mais de 2.600 óbitos em Portugal em 2020.

É crucial aumentar o conhecimento sobre a DPOC, a terceira causa de morte no mundo. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente a qualidade de vida dos doentes e reduzir o número de mortes. Para mais informações por favor consulte: https://www.sppneumologia.pt/saude-publica/dpoc

 
Opinião
A população global está a envelhecer e o número de condutores com declínio de capacidades associadas

A condução é uma atividade complexa, que requer capacidades cognitivas, motoras e o controlo do comportamento. Com o avanço da idade ou surgimento de determinadas doenças, essas capacidades podem ser afetadas e aumentar o risco de acidente. É por isso reconhecida a necessidade de avaliar condutores com idade avançada ou doença neurológica como Parkinson, Alzheimer, acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico, esclerose múltipla, entre outras, bem como com patologia psiquiátrica.

Quando existem dúvidas sobre a aptidão para a condução, é possível solicitar uma avaliação especializada, baseada em testes que examinam capacidades como a atenção, perceção visual, a coordenação e a velocidade motora. A partir de resultados objetivos é elaborado um parecer sobre a condução, podendo recomendar a condução sem alterações, indicar restrições (ex., na velocidade, raio de condução) ou adaptações no veículo, ou até a suspensão da condução.

Quando os desempenhos evidenciam compromisso significativo nas capacidades e envolvem um potencial risco na condução, é recomendada a suspensão da condução. Esse resultado pode ter impacto psicológico negativo no condutor e requer sensibilidade acrescida na sua comunicação. É importante permitir a expressão e validar as emoções da pessoa e clarificar porque é que o declínio de capacidades aumenta a vulnerabilidade e o risco, e que deixar de conduzir é uma estratégia para proteger a sua segurança. Há ainda situações em que a alteração do estado mental não é evidente para o próprio, o que dificulta a conversação sobre a necessidade de restringir a condução. Estes doentes requerem uma atenção especial porque podem representar um risco acrescido para a segurança rodoviária, por falta de autocrítica sobre as suas limitações ou excessiva confiança nas suas capacidades.

Esta consulta de avaliação pode ser solicitada por qualquer condutor, familiar, cuidador ou profissional de saúde, permitindo uma avaliação especializada e independente da aptidão para a condução, suportada em desempenhos objetivos. Favorece a consciência crítica do condutor sobre as capacidades e permite desembaraçar familiares e cuidadores da responsabilidade de confrontar o condutor com medidas restritivas. Finalmente, promove uma reflexão conjunta e tomadas de decisão para assegurar uma mobilidade com maior segurança.

Sessões de treino de Aptidão para a condução podem estimular as capacidades cognitivas e psicomotoras

Quando existe compromisso nas capacidades e potencial de recuperação, é possível realizar sessões de treino da aptidão para a condução, que visam estimular as capacidades cognitivas e psicomotoras relacionadas com a condução, e ajudar na aquisição de estratégias para uma maior segurança. As aptidões específicas que as pessoas devem possuir para conduzir em segurança encontram-se diferenciadas em 3 domínios: o domínio cognitivo, que inclui a atenção, perceção, estimação de movimento e memória; o domínio psicomotor que envolve vários tipos de coordenação e reações motoras; e, o domínio psicossocial relacionado com as atitudes, o comportamento e as emoções. Desta forma é possível aspirar a conseguir retomar ou manter a condução com autonomia e segurança.

Existem várias situações em que deve ser marcado um treino de aptidão para a condução. Na presença de condição neurológica, intervenção neurocirúrgica ou lesão física que possa afetar a condução; quando um médico ou terapeuta têm dúvidas relacionadas com alterações funcionais e a capacidade para conduzir; quando familiares ou cuidadores manifestem preocupações sobre a condução do doente, nomeadamente por comportamento imprudente e/ou envolvimento em situações de risco e/ou acidentes e quando um condutor tenha experienciado evento traumático na condução, manifeste receio de conduzir ou após um período significativo sem prática de condução. Um condutor pode, também, beneficiar deste tipo de estimulação na sequência de recomendação de restrições ou adaptações, ou de restringir ou suspender a condução após avaliação da aptidão para conduzir.

Este treino consiste na realização de tarefas cognitivas e psicomotoras com grau de dificuldade crescente, adaptadas à situação em causa. Em casos específicos incluirá a prática em contexto de condução real. As sessões têm a duração de 50 minutos, sendo o número de sessões definido em função das capacidades e do progresso dos desempenhos atingidos. O veículo utilizado é o apresentado pelo condutor com requisitos de circulação, incluindo seguro válido.

Dra. Inês Ferreira e Dr. Alberto Maurício - Psicólogos do CNS - Campus Neurológico
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Vídeo ensina de forma divertida os principais sintomas de AVC e apela à ação rápida
A campanha Fast Heroes acaba de lançar o videoclipe ‘Dança pela Vida’ com o propósito de sensibilizar a população para os...

Com a participação de crianças provenientes de mais de 20 países, o videoclipe mostra-as a dançar ao som da canção da iniciativa, mostrando orgulhosamente o que aprenderam e que poderá ajudá-los a salvar vidas. 

“Apesar da prevalência do AVC, a investigação mostra que este é um tema sobre o qual ninguém quer falar. Esta situação faz com que educar a nossa geração de baby boomers [pessoas nascidas entre 1945 e 1964], que corre maior risco de vir a sofrer um AVC, seja um grande desafio”, afirma Jan Van Der Merwe, da Angels Initiative, que lidera a campanha FAST Heroes. “Mas com quem é que este grupo etário interage muito? Os seus netos. E devido à ligação especial que existe, é mais provável que recebam mensagens positivas através deles. Por isso, procurámos tirar partido desta relação para causar um impacto positivo. Juntos podemos salvar o mundo, um avô de cada vez", remata.  

A campanha com a temática dos super-heróis educa as crianças relativamente aos três principais sinais de AVC: um lado da face que subitamente começa a descair, um braço que de repente fica sem força e uma boca de deixa de conseguir articular palavras. Além disto, alerta para a importância de chamar imediatamente uma ambulância através do 112. 

"Um em cada quatro de nós terá um AVC durante a sua vida, pelo que se trata de uma questão importante que afeta a população. A nível mundial, o AVC é a segunda principal causa de morte e a terceira principal causa de incapacidade. Felizmente, pode ser tratado de forma eficaz, mas apenas se o doente tiver uma rápida assistência. O desafio é que a maioria das pessoas que sofrem um AVC não se apercebem de que estão a ter um até ser demasiado tarde", afirma Sheila Martins, Professora de Neurologia e Presidente da Organização Mundial do AVC.  

A iniciativa Fast Heroes utiliza as crianças como catalisadores para ajudar a aumentar a literacia sobre o AVC, tirando partido do seu entusiasmo pela aprendizagem e partilha. As crianças são ensinadas na escola e têm a missão de partilhar o que aprenderam com as suas famílias, especialmente com os avós. 

Algumas celebridades também apoiaram a iniciativa e deram o seu contributo no videoclipe, como o ator nomeado para um Óscar Sir Jonathan Pryce, o apresentador de televisão e YouTuber Joe Tasker e o radialista Chris Tarrant, ele próprio um sobrevivente de AVC. 

Para ver o vídeo e saber mais sobre os Heróis FAST, visite fastheroes.com.  

 
II Congresso de Cuidados Respiratórios/I Congresso Ibérico de Cuidados Respiratórios
Depois do sucesso da primeira edição, realizada no ano passado, vai decorrer, nos dias 9 e 10 de maio, no Porto, o II Congresso...

O mote para o evento é “Pontes de União” espelhando, nas palavras da presidente do Congresso, “o objetivo de estabelecer ligações entre profissionais de saúde de diversas áreas e promovendo a colaboração e a partilha de conhecimentos em cuidados respiratórios. Este lema representa a nossa missão de ultrapassar barreiras entre especialidades para a aprimorar a saúde respiratória”.

A integração de cuidados paliativos nos cuidados respiratórios, as inovações tecnológicas e a inteligência artificial, as intervenções adjuvantes aos cuidados respiratórios na abordagem do doente agudo e crónico e as patologias menos habitualmente discutidas, tal como as bronquiectasias e a síndrome de obesidade-hipoventilação, são alguns dos temas em destaque no programa deste ano. Carla Ribeiro afirma que, neste âmbito, “o programa foi concebido com a finalidade de abranger uma vasta gama de perspetivas, agregando especialistas de diferentes áreas dos cuidados respiratórios, tanto de médicos como de outros profissionais de saúde”.

No que diz respeito à submissão de trabalhos, a organização destaca terem recebido mais de 50, demonstrando, este número, “o envolvimento ativo da comunidade científica. Para além disso,  a diversidade das submissões reflete o sucesso da nossa abordagem multidisciplinar e a vitalidade da investigação em cuidados respiratórios”.

Carla Ribeiro antecipa que “os participantes podem esperar um evento enriquecedor, que lhes oferecerá não só acesso a novos conhecimentos e práticas, mas também oportunidades únicas de estabelecer ligações valiosas. Este congresso é uma celebração da evolução nacional na área dos cuidados respiratórios”.

 
Ação preventiva acontece no dia 27 de abril
Em colaboração com o Grupo Hospital Particular do Algarve, o MAR Shopping Algarve realizará uma iniciativa de rastreios...

Ana Antunes, diretora do MAR Shopping Algarve, enfatiza a relevância desta iniciativa, expressando: "Acreditamos que a saúde é um elemento fundamental para o bem-estar individual e coletivo e estamos profundamente comprometidos em promover uma cultura de bem-estar na nossa comunidade. Ao investirmos na avaliação nutricional e na consciencialização sobre hábitos saudáveis, estamos a contribuir para o desenvolvimento de uma sociedade mais saudável e resiliente. Através destas ações, visamos capacitar os indivíduos a adotarem escolhas mais informadas e saudáveis, proporcionando-lhes as ferramentas necessárias para cuidarem melhor de si mesmos e dos que os rodeiam”.

Ao longo dos últimos anos, o projeto 'Agenda de Rastreios' do MAR Shopping Algarve tem desempenhado um papel vital na promoção da saúde e bem-estar dentro das comunidades locais. Este compromisso contínuo reforça a missão do Meeting Place em melhorar a qualidade de vida dos residentes, algo que, só em 2023, se refletiu num impacto positivo direto em mais de 900 pessoas.

Para participar nesta iniciativa é necessário efetuar uma marcação prévia, entrando em contacto através do número 302 063 457 ou enviando um e-mail para [email protected]. Esta marcação visa assegurar um atendimento eficiente e personalizado, proporcionando a cada participante uma experiência positiva e relevante para o seu bem-estar.

 
Obras de “Ossos em Foco” serão expostas em hospitais de referência
A Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) anuncia que o prazo de candidatura para o concurso ...

Com o objetivo de colocar os “Ossos em Foco”, este concurso propõe que os candidatos criem uma peça de arte: uma pintura ou uma fotografia, e que nela seja retratado, de forma criativa, o testemunho na primeira pessoa da experiência vivida com a Osteoporose, abordando várias perspetivas: desde o impacto que a Osteoporose tem na qualidade de vida do doente, os cuidados a ter pelo cuidador informal, a relação do profissional de saúde em consultório, entre outras. As inscrições mantém-se agora abertas até ao final do mês de junho. O propósito destas obras, que serão exibidas em exposições a acordar no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC) e no Hospital de Santa Maria, do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, é de sensibilizar e consciencializar para esta doença silenciosa.

A Osteoporose é uma doença tardiamente identificada, geralmente aquando da ocorrência de uma fratura, provocada por uma crescente fragilidade da densidade óssea. Como apresentam os dados do SCOPE 21 referentes a Portugal, em 2019 sucediam-se 194 fraturas de fragilidade por dia, contabilizando-se oito a cada hora, prevendo-se um aumento destes números no futuro. Além do impacto na qualidade de vida, esta patologia impacta também o doente e as entidades de saúde ao nível financeiro através de custos associados a incapacidade de longo prazo, a exames necessários a realizar em caso de fraturas incidentes e intervenção farmacológica. Esta é ainda uma patologia sobre a qual é pouco reconhecida a importância da prevenção e do acompanhamento pós-fratura, embora deva exigir o envolvimento de uma equipa multidisciplinar composta por especialidades como a reumatologia, medicina interna, ortopedia, ginecologia, endocrinologia, fisiatria, reabilitação, enfermagem e nutrição, sobre a qual falta a implementação de uma política nacional de combate à Osteoporose.

Neste âmbito, Carlos Vaz, presidente da Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas, considera que por ser tão “importante sensibilizar e alertar a população para o impacto drástico da Osteoporose na qualidade de vida dos mais de 800 mil portugueses já diagnosticados e evitar novos diagnósticos evitáveis, o prazo para candidaturas ao concurso “Ossos em Foco” estende-se até 30 de junho de 2024. Esperamos com isto motivar mais doentes, cuidadores informais e profissionais de saúde a partilhar a perspetiva de quem vive, lida ou conhece a doença, para, mais tarde, ser possível alertar para a temática através da exposição das peças em hospitais de referência das zonas Norte, Centro e Sul do País.”

Na divulgação do concurso envolvem-se ainda, enquanto parceiros da plataforma ossosfortes.pt, website onde é possível a submissão das candidaturas e acesso ao regulamento do concurso, a Associação Nacional contra a Osteoporose (APOROS), a Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), a Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas (LPCDR), a Associação Portuguesa de Profissionais de Saúde em Reumatologia (APPSREUMA), a Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), Associação Portuguesa de Osteoporose (APO), com o apoio da Amgen Biofarmacêutica.

Para mais informações, consulte o regulamento e outros detalhes em https://ossosfortes.pt/concurso-ossos-em-foco/.

 
6 e 7 de maio
A Escola Superior de Enfermagem do Porto, em parceria com o CINTESIS@RISE, organiza o Congresso Internacional de Investigação...

O congresso conta com a participação de oradores nacionais e internacionais, que vão abordar e partilhar temas relacionados com a investigação. Com especial destaque para Henriques Martins, Consultor em Saúde Digital para a OMS, Filomena Cardoso, Membro da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, e Paulo Alves, Diretor da Escola de Enfermagem da Universidade Católica do Porto.

Com enfoque na investigação em enfermagem, este evento pretende ser um espaço de partilha de conhecimentos, experiências e evidências, resultantes da investigação, bem como promover a reflexão sobre desafios e novas oportunidades na forma como se concebe, planeia e desenvolve a investigação.

De acordo com Carlos Sequeira, Coordenador da Unidade de Investigação da ESEP e responsável pela Comissão Científica do congresso, o evento tem por objetivo “promover a articulação entre os investigadores da academia e da prática clínica, através da partilha de novas práticas pedagógicas e da discussão sobre resultados de investigação e novas metodologias de ensino/aprendizagem”.

O primeiro dia do congresso tem como propósito explorar os avanços e desafios no campo da inteligência artificial aplicada à enfermagem, destacando a importância da transformação digital na promoção de cuidados de saúde eficazes e centrados nas pessoas.

No segundo dia do congresso, pretende-se refletir sobre como essas evidências podem ser integradas de forma eficiente, proporcionando benefícios tangíveis às pessoas, aos profissionais e às instituições.

Este congresso representa, assim, uma oportunidade para estimular o diálogo e catalisar colaborações que impulsionem a enfermagem para o futuro, onde a inteligência artificial e a inovação desempenham papéis centrais na construção de um sistema de saúde mais eficiente, acessível e centrado nas pessoas.

Todas as informações disponíveis em https://nursid.esenf.pt/

 
Grupo multidisciplinar discute vacinação do adulto em Portugal
O NOVA Center for Global Health, laboratório de investigação aplicada da NOVA Information Management School (NOVA IMS), lança...

A iniciativa, que conta com o apoio da GSK, reúne um conjunto multidisciplinar de especialistas de vários segmentos do ecossistema de saúde – entre os quais Francisco George, presidente da Sociedade Portuguesa de Saúde Pública e chairman do projeto – para debater os desafios, explorar as oportunidades e construir um caminho de futuro para uma agenda de ações que possa sensibilizar para os ganhos em saúde que a vacinação em idade adulta representa na sociedade portuguesa.

Atualmente, segundo dados do INE, e com o aumento da esperança média de vida, os portugueses com 65 anos de idade têm a probabilidade de viver, em média, mais 20 anos. No entanto, dados mais recentes do Pordata demonstram que em 2022 cerca de 20% dos portugueses que morreram em Portugal não haviam completado os 70 anos de idade. Reconhecendo os desafios que a evolução gradual da esperança média de vida (a qual foi positivamente impactada pela vacinação) coloca ao nível dos anos de vida saudáveis, em especial pelo facto do risco para contrair determinadas doenças que podem ser prevenidas através da vacinação aumentar a partir dos 50 anos de idade – devido, em especial, ao próprio envelhecimento do sistema imunitário, um fenómeno designado de imunosenescência – o Projeto +Longevidade considera importante refletir sobre o alargamento e fortalecimento da agenda de políticas de saúde focadas na vacinação na população adulta, não apenas nas faixas etárias mais idosas, mas, sobretudo, na população adulta e ativa profissionalmente.

Henrique Lopes, Diretor do NOVA Center for Global Health, defende: “Na população adulta, onde assistimos a uma evolução da prevelência de doenças crónicas e uma progressiva deteriozação do sistema imunitário decorrente de uma maior longevidade, a vacinação cumpre um papel importante ao proteger o organismo de infeções que possam agravar as comorbilidades pré-existentes e potenciar o desenvolvimento de outras doenças, permitindo, por isso, mais proteção, menos carga de doença, mais qualidade de vida e, fundamentalmente, um envelhecimento mais saudável e ativo. É, por isso, fundamental considerar-se o reforço da vacinação da população adulta em doenças como o Tétano, Difteria, Tosse Convulsa, Gripe, Doença Pneumocócica, HPV, Herpes Zoster e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), acompanhando aliás a tendência que já identificamos em vários países europeus”.

Recomendações
Dores abdominais recorrentes, inchaço, obstipação e/ou diarreia.

Com elevado impacto na qualidade de vida, quer a nível físico como psicológico, a SII é uma doença ainda pouco conhecida, feito muitas vezes por exclusão de outras patologias. Os sintomas geralmente incluem dor abdominal, distensão abdominal, flatulência e obstipação ou diarreia, e a sua intensidade varia de pessoa para pessoa.

As causas da SII ainda não são claras para a comunidade científica. Há estudos que referem que o risco de desenvolver SII é cinco vezes superior após uma infeção (viral, por parasitas ou bacteriana). Outros sugerem que a alteração na comunicação intestino-cérebro pode ser causada por um desequilíbrio na microbiota (flora) intestinal, ou seja, disbiose. Neste campo, existem investigações que indicam que a disbiose é mesmo uma causa plausível de SII.

Existem recomendações que podem melhorar a qualidade de vida dos doentes, não só ao nível da alimentação, como na alteração de estilos de vida. Em abril, mês da consciencialização para a SII, deixamos 5 dicas para conviver melhor com esta patologia:

A alimentação é muito importante para quem vive com SII. É necessário excluir da dieta alimentos potencialmente mais propensos a dar origem a crises. Contudo, o estilo de vida e a exposição ao stress são também muito importantes na gestão diária da doença.

  1. Fazer refeições regulares e comer devagar. Evitar saltar refeições ou ficar longos períodos sem comer.
  2. Cuidado com as bebidas. Ingerir água e evitar bebidas com cafeína. Beber pelo menos 8 copos de água diariamente e reduzir o consumo de café ou chá a três por dia. Evitar também o consumo de bebidas gaseificadas.
  3. Ajustar o consumo de fibras e evitar o açúcar e adoçantes. O ideal é recorrer a um nutricionista, que possa compreender que tipo de fibras e que respetivas quantidades devem ser ingeridas diariamente.
  4. Estilo de vida mais saudável e ativo. Praticar exercício físico de forma regular e abandonar um estilo de vida mais sedentário é também importante na gestão da doença.
  5. Controlo dos níveis de stress. O stress tem um papel muito importante na SII. Picos de stress e ansiedade podem exacerbar os sintomas e inclusivamente desencadear crises. É, por isso, fundamental, controlar os níveis de stress, recorrendo, por exemplo, a meditação ou terapia.

Na SII o exame clínico e as imagens estão normalmente normais.

 
Fontes:
Enck P, Aziz Q, Barbara G, et al. Irritable bowel syndrome. Nat Rev Dis Primers. 2016;2:16014
SNFGE. Syndrome de l’intestin irritable (SII) [Irritable bowel syndrome (IBS)]. June 2018. https://www.snfge.org/content/syndrome-de-lintestin-irritable-sii
CNPHGE.  Syndrome de l’intestin irritable [Irritable bowel syndrome]. https://www.cnp-hge.fr/syndrome-de-lintestin-irritable/
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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