Ferramenta gratuita
A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de lançar a App WHOeyes, uma aplicação gratuita para dispositivos móveis, que avalia...

A aplicação já está disponível em português e foi traduzida pelo Conselho Lusófono de Optometria onde se inclui a Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

A WHOeyes está disponível para os dois sistemas operativos IOS e Android, e é compatível com aparelhos móveis, como smartphones ou tablets. Esta aplicação é adequada para qualquer pessoa com mais de 8 anos de idade.

“A acuidade visual é a avaliação mais comum da função visual. É uma medida simples, não invasiva e fundamental para determinar a presença de deficiência visual. Um teste de acuidade visual mede a capacidade de uma pessoa identificar ou distinguir claramente um objeto ou letra a uma determinada distância” afirma Raúl de Sousa, Presidente da APLO.

Muitas pessoas que experienciam deficiência visual não têm consciência disso. Consultas regulares de saúde da visão podem garantir que a deficiência visual seja identificada o mais cedo possível, para que possa agir e continuar a usufruir da sua visão.

O princípio da WHOeyes é baseado na forma como um profissional de saúde da visão avalia a sua visão utilizando uma tabela de acuidade visual num ambiente clínico. A letra “E” será mostrada em diferentes tamanhos e direções. Deverá identificar a direção para qual a extremidade aberta do "E" está voltada.  Se responder corretamente, o tamanho da letra “E” vai diminuindo, tornando o teste mais difícil, assim como quando você observa as linhas com letras mais reduzidas numa tabela de acuidade visual.

A app WHOeyes apresenta uma pontuação entre 0 e 100% e uma fração no final do teste de acordo com a sua acuidade visual. A deficiência visual é diagnosticada e classificada com base na acuidade visual.

Deficiência visual de longe:

  • Leve – acuidade visual pior que 6/12 até 6/18
  • Moderada – acuidade visual pior que 6/18 até 6/60
  • Severa – acuidade visual pior que 6/60 até 3/60
  • Cegueira – acuidade visual pior que 3/60

Deficiência visual de perto:

  • Acuidade visual de perto pior que N6 ou M.08 a 40cm.

“A maioria dos casos de deficiência visual pode ser prevenida ou tratada. É possível ter deficiência visual sem se aperceber. É melhor obter um diagnóstico precoce e tomar as medidas necessárias para resolver a causa da deficiência visual. Mesmo no caso de ter uma boa visão, deve consultar regularmente um profissional de saúde da visão, para avaliar os seus olhos. Isto é necessário porque nem todas as condições oculares causam imediatamente deficiência visual percetível” conclui Raúl de Sousa.

Saiba mais sobre o tema em https://www.who.int/teams/noncommunicable-diseases/sensory-functions-disability-and-rehabilitation/whoeyes

 
23.ª Reunião da Primavera da SPAIC
Coimbra é a cidade escolhida para receber a 23.ª Reunião da Primavera da Sociedade Portuguesa de Alergologia a Imunologia...

Para Ana Morête, presidente da SPAIC, a escolha deste tema assume toda a pertinência uma vez que ambas as patologias “são muito prevalentes e com um elevado impacto na vida dos doentes”. Estudos epidemiológicos nacionais revelaram uma prevalência de rinite de 33,6% e de sinusite de 27%, “daí que seja comum dizer-se que cerca de um terço dos portugueses sofrem destas patologias”, esclarece a médica imunoalergologista.

O impacto que ambas as doenças têm na qualidade de vida também não pode ser esquecido e, de acordo com Ana Morête, “expressa-se sob várias dimensões: na saúde do doente, em aspetos relacionados com o seu bem-estar psíquico e, ainda, no aumento do consumo de recursos e de gastos económicos”. A especialista acrescenta que “os sintomas de rinossinusite (espirros, lacrimejo, comichão intensa a nível nasal/ocular, obstrução nasal, perda de olfato, rinorreia e pressão na face) são sintomas incomodativos que, muitas vezes, têm impacto também na audição, no sono, e se associam a limitações sociais e ocupacionais, absentismo laboral ou escolar. Adicionalmente, a necessidade de terapêuticas médicas a longo prazo, a necessidade de tratamento cirúrgico e as mudanças nos hábitos e no estilo de vida também impactam negativamente os aspetos físicos, emocionais e sociais da vida dos doentes”.

No que diz respeito ao programa do evento, de acordo com a organização, ao longo do dia vão ser contempladas as diferentes vertentes temáticas da patologia nasossinusal que é central na prática da Imunoalergologia e, simultaneamente, exemplo de multidisciplinaridade. “A abordagem da rinite de difícil controlo, os dados nacionais da rinossinusite crónica com polipose nasal e a fundamentação das diferentes abordagens terapêuticas e seu enquadramento interdisciplinar, são exemplo dos temas em discussão”, refere a presidente da SPAIC.

Acresce a isto o facto de se celebrar, no dia 24 de abril, o Dia Mundial da Conscientização para a Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal e, por esse motivo, a SPAIC associa-se às comemorações desta data existindo no programa da reunião a Conferência EUFOREA (European Forum for Research and Education in Allergy and Airway Diseases). 

“A rinossinusite crónica grave com polipose nasal está associada a um elevado impacto negativo na qualidade de vida e a importantes custos diretos e indiretos, decorrentes da necessidade de consultas não programadas, corticoterapia sistémica e múltiplas intervenções cirúrgicas. Promovendo o Dia Mundial da Consciencialização para a Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal, estamos a promover a literacia em saúde. Desta forma, estamos a promover a responsabilização e envolvimento interdisciplinar, não só do doente e das entidades decisoras em Saúde, mas também de todos os clínicos envolvidos, desde os Cuidados de Saúde Primários às especialidades intervenientes, como a Otorrinolaringologia e a Imunoalergologia”, conclui Ana Morête.

 
Ex-Ministra da Saúde entrevistada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, Maria de Belém trabalhou em áreas distintas, sempre com foco no serviço...

Convidada pela tecnológica norte-americana Hologic para coordenar o Grupo de Trabalho “A Saúde das Mulheres em Portugal”, Maria de Belém, conjuntamente com diversas sociedades científicas da área da Saúde, produziu um relatório onde foram identificados sinais de alerta de muitas doenças, nomeadamente daquelas que mais matam, com base nos dos homens. De acordo com Maria de Belém “existe uma perspetiva masculina no modelo médico para o ensino, para os ensaios clínicos e para os vários domínios da investigação, que não leva em conta as diferenças biológicas das mulheres, que veem a sua participação e inclusão nestas questões muito reduzida”.

A ex-ministra da Saúde afirma que “problemas que afetam mais as mulheres, como as doenças autoimunes e as cefaleias, são responsáveis por uma diminuição brutal da produtividade, para além do sofrimento que causam”, acrescentando que, como se fala, muitas vezes, de “doenças que não são visíveis – uma mulher queixa-se que lhe dói imenso a cabeça, mas ninguém consegue ver essa dor –, infelizmente não é incomum pensar-se que essa dor se trata de uma invenção ou de um motivo para faltar ao trabalho”.

Segundo o relatório Closing the Women’s Health Gap: A $1 Trillion Opportunity to Improve Lives and Economies, do Instituto de Saúde McKinsey, a resolução de questões sobre a Saúde da Mulher pode fazer com que a economia global cresça o equivalente a um trilião de dólares todos os anos, até 2040. Nesse âmbito, Maria de Belém reflete sobre a importância de se abordar “as questões relacionadas com a Saúde da Mulher tendo noção da sua verdadeira dimensão, sem o discurso facilitista do antigamente, o «lá estão elas a queixar-se, sem razão nenhuma para isso». Não é verdade. As mulheres têm razão para isso, e é por esse motivo, representando elas metade da Humanidade, que quem tem perdido é a sociedade no seu conjunto”.

 
Investigação
Os investigadores da Mayo Clinic criaram, recentemente, uma nova classe de algoritmos de inteligência artificial (IA)...

Numa análise publicada na revista Cancers, os investigadores observaram que esta classe emergente de IA oferece uma forma inovadora de utilizar enormes conjuntos de dados para ajudar a descobrir as causas complexas de doenças como o cancro e melhorar as suas estratégias de tratamento.

"Isso inaugura uma nova era na conceção de algoritmos de IA direcionados e informados para resolver questões científicas, entender melhor as doenças e orientar a medicina individualizada", diz o autor sênior e co-inventor Hu Li, um pesquisador de biologia de sistemas e pesquisador de IA da Mayo Clinic no Departamento de Farmacologia Molecular e Terapêutica Experimental. "Isto tem o potencial de descobrir a informação perdida pela IA convencional".

A IA convencional é utilizada principalmente em tarefas de classificação e reconhecimento, como o reconhecimento facial e a classificação de imagens no diagnóstico clínico, e está a ser cada vez mais aplicada a tarefas generativas, como a criação de textos semelhantes aos humanos. Os investigadores observaram que os algoritmos de aprendizagem convencionais não incorporam frequentemente os conhecimentos científicos ou as hipóteses existentes. Em vez disso, estes algoritmos dependem fortemente de grandes conjuntos de dados imparciais que, por sua vez, podem ser difíceis de obter.

Segundo Li, esta limitação restringe consideravelmente a flexibilidade dos métodos de IA e a sua utilização em domínios que exigem a descoberta de conhecimentos, como a medicina.

A IA é uma ferramenta valiosa para identificar padrões em conjuntos de dados grandes e complexos, como os utilizados na investigação do cancro. O principal desafio na utilização da IA convencional tem sido maximizar a informação incorporada nestes conjuntos de dados.

Com a IA orientada por hipóteses, os investigadores procuram formas de incorporar a compreensão de uma doença, por exemplo, integrando variantes genéticas patogénicas conhecidas e integrando interações entre determinados genes no cancro na conceção do algoritmo de aprendizagem. Isto permitirá aos investigadores e aos clínicos determinar quais os componentes que contribuem para o desempenho do modelo e, consequentemente, para uma melhor interpretabilidade. Além disso, esta estratégia pode resolver problemas relacionados com os conjuntos de dados e promover a nossa concentração em questões científicas em aberto.

"Esta nova classe de IA abre um novo caminho para uma melhor compreensão das interações entre o cancro e o sistema imunitário e é muito promissora não só para testar hipóteses médicas, mas também para prever e explicar a forma como os doentes responderão às imunoterapias", afirma o doutorando Daniel Billadeau, professor do Departamento de Imunologia da Clínica Mayo. Billadeau é coautor e co-inventor do estudo e tem um interesse de longa data na investigação da imunologia do cancro.

A equipa de investigação afirma que a IA orientada por hipóteses pode ser utilizada em todos os tipos de aplicações de investigação sobre o cancro, incluindo a classificação de tumores, a estratificação de doentes, a descoberta de genes do cancro, a previsão da resposta aos medicamentos e a organização espacial dos tumores.

Li observa que a desvantagem desta ferramenta é o facto de a criação deste tipo de algoritmos exigir experiência e conhecimentos especializados, o que pode limitar a sua ampla acessibilidade. Existe também a possibilidade de se criarem preconceitos. Os investigadores devem ter este facto em conta quando aplicam os diferentes elementos de informação. Além disso, os investigadores têm geralmente um campo de aplicação limitado e não formularão todos os cenários possíveis, podendo falhar algumas relações imprevisíveis e críticas.

"No entanto, a IA orientada por hipóteses facilita as interações ativas entre os especialistas humanos e a IA, o que atenua as preocupações de que a IA acabe por eliminar determinados empregos", afirma Li.

Uma vez que a IA orientada por hipóteses ainda está a dar os primeiros passos, continuam a colocar-se questões como a melhor forma de integrar os conhecimentos e a informação biológica para minimizar os preconceitos e melhorar a interpretação. Li afirma que, apesar dos desafios, a IA orientada por hipóteses está um passo à frente.

Roncopatia e Apneia do Sono
É crucial considerar se o fenómeno do ressonar, muitas vezes descartado como mero incómodo noturno,

Pode-se questionar: será que este ruído noturno é um sintoma isolado ou um prenúncio de problemas de saúde mais complexos, como a apneia do sono? Distinguir entre um ressonar benigno e uma roncopatia que necessita de intervenção médica pode ser crucial. Aqui estão cinco sinais que não deve ignorar:

  1. Sonolência Diurna Excessiva: Se se encontra frequentemente exausto ao acordar, apesar de uma noite completa de descanso, isso pode indicar que a qualidade do seu sono está a ser comprometida pelo ressonar. Esta sonolência excessiva pode ser indicativa da falta de sono profundo e restaurador, um sintoma comum da apneia do sono.
  2. Paragens Respiratórias durante o Sono: Caso tenha sido observado por alguém a parar de respirar durante o sono, este é um sinal alarmante que não deve ser negligenciado. Tais interrupções respiratórias são características clássicas da apneia do sono e carecem de avaliação médica precoce.
  3. Sensação Persistente de Fadiga: Se a sensação de cansaço perdura ao longo do dia mesmo após uma noite completa de descanso, é possível que o seu ressonar seja indicativo de problemas respiratórios subjacentes a afetar a qualidade do seu descanso.
  4. Dores de Cabeça Matinais Frequentes: Acordar com dores de cabeça matinais frequentes pode ser um sinal de que está a sofrer de apneia do sono. As pausas na respiração durante o sono podem levar a uma diminuição dos níveis de oxigénio no sangue, o que por sua vez pode causar dores de cabeça ao acordar.
  5. Dificuldade de Concentração e Memória: Se tem dificuldade em concentrar-se nas suas tarefas diárias ou se a sua memória parece estar a falhar, o seu ressonar pode estar a afetar a sua função cognitiva. A privação de sono causada pela apneia do sono pode prejudicar a capacidade de concentração e memória, afetando assim o seu desempenho no trabalho e nas atividades diárias.

Se identificar algum destes sinais de alerta, é de extrema importância procurar uma observação médica especializada. Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado são fundamentais na abordagem da roncopatia e da apneia do sono, assegurando que obtem o descanso noturno reparador necessário para um adequado funcionamento do seu organismo durante o dia. 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dia Mundial do Beijo assinala-se amanhã, 13 de abril
O beijo é universalmente visto como uma forma de proximidade entre as pessoas, sendo reconhecido com

Agora que se estabeleceu o poder deste gesto, também é interessante notar que há uma série de equívocos que o rodeiam. Neste sentido, e com a proximidade do Dia Mundial do Beijo, que se celebra a 13 de abril, exploram-se alguns mitos e curiosidades que envolvem esta expressão tão emblemática:

O mito de transmissão de doenças graves

Estima-se que ao longo da vida, uma pessoa dá cerca de 24 mil beijos e estudos indicam que um beijo de 10 segundos pode transferir até 80 milhões de bactérias, provenientes de cerca de 278 tipos diferentes, sendo que a concentração média de bactérias por mililitro de saliva é de cerca de 100 milhões. Adicionalmente, é possível que os resíduos de saliva da outra pessoa permaneçam na boca por até três dias, pelo que se compreende a popularidade deste mito.  Contudo, e embora os beijos possam facilitar a transmissão de bactérias e vírus, como a constipação, a gripe, mononucleose, herpes, candidíase ou sífilis, o risco de contrair uma doença grave através de um beijo é geralmente baixo, desde que ambas as partes estejam saudáveis e não tenham feridas abertas na boca. 

Sabia que o beijo pode servir como terapia? 

Manter uma boa saúde oral é fundamental para garantir que um beijo seja uma experiência agradável e não venha a causar problemas. Quando praticado com uma boca saudável, o beijo liberta quatro tipos de neurotransmissores: dopamina, que proporciona prazer; serotonina, que promove a excitação; epinefrina, que acelera o ritmo cardíaco; e oxitocina, que estimula os sentimentos de afeto e confiança. Neste sentido, pode ser considerado como um antidepressivo natural, uma vez que se liberta substâncias químicas que promovem a sensação de bem-estar e felicidade, o que traz inúmeros benefícios para a saúde mental, ajudando a reduzir o stress e a ansiedade.

O mito do número de músculos usados durante um beijo

É frequentemente afirmado que um beijo envolve a ativação de 25 músculos, entre lábios e língua, sugerindo que é uma das ações que mais músculos do corpo utiliza. No entanto, o número exato de músculos utilizados pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da intensidade e do tipo de beijo. No entanto, é verdade que um beijo apaixonado pode queimar entre 2 a 6 calorias por minuto, dependendo da sua intensidade e duração. Um beijo com língua, por exemplo, utiliza 34 músculos e pode queimar cerca de 26 calorias por minuto.

Sabia que um beijo pode-se equiparar à morfina?

Um beijo tem um poder significativo, podendo ser tão ou até mais poderoso do que a morfina. Quando se beija alguém, o corpo liberta endorfinas, substâncias químicas que proporcionam sensações de prazer e bem-estar. Estas endorfinas são cerca de 200 vezes mais potentes do que os efeitos da morfina.

O mito de que os aparelhos ou a contenção estragam os beijos

Muitos jovens encaram a ideia de usar aparelho como um obstáculo nas suas vidas amorosas. O medo de não saber beijar corretamente ou magoar o parceiro com a estrutura metálica é comum. No entanto, segundo o Dr. Kasem, Chefe ortodontista da Impress, “a utilização de aparelho, não precisa ser um problema durante o beijo, pois este não corta a língua de quem está a ser beijado. Requer  apenas um pouco mais de calma na hora do beijo para não bater no lábio do outro com os braquetes.”

“No caso dos aparelhos invisíveis, não existe qualquer contrapartida, já que são praticamente impercetíveis durante o beijo. A sua invisibilidade proporciona uma maior sensação de conforto e confiança aos pacientes; além disso, os aparelhos invisíveis são removíveis, o que facilita a higiene oral e permite uma maior liberdade durante encontros românticos.” acrescenta.

Sabia que os beijos podem ajudar a prevenir complicações orais? 

Os beijos na boca têm sido associados à prevenção de cáries e placa bacteriana, pois estimulam a produção de saliva, o que ajuda a manter os dentes limpos e a controlar a acidez na boca. Apesar disto, é recomendável usar um raspador de língua diariamente durante a escovagem dos dentes e fazer bochechos com elixir após a escovagem, pois estas práticas contribuem para manter uma boa higiene oral e um hálito fresco. Além disso, também é importante salientar que as cáries não são transmitidas através da troca de saliva, mas sim devido a desequilíbrios no processo de desmineralização e remineralização do esmalte dentário, assim como pela presença de placa bacteriana. Por fim, e como mencionado anteriormente, existe uma relação direta entre o stress e o beijo, ou a ausência do beijo. Aqueles que praticam beijos regulares, comummente conhecidos como “beijoqueiros”, tendem a ter menos ansiedade e são menos propensos a desenvolver certos hábitos prejudiciais para a saúde oral, como, por exemplo, roer as unhas e ranger os dentes, que podem causar danos nos dentes e gengivas.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Depressão, primeiros dias com o bebé e mudanças no corpo
Com o objetivo de apoiar e preparar as mães para os primeiros dias com o bebé, as Conversas com Barriguinhas organizam, nos...

No dia 17, as enfermeiras especialistas em saúde infantil e pediatria Ana Gaspar e Diana Calaia, da Aventura do Cuidar, vão iniciar a sessão com uma demonstração de como tudo se processa na hora do banho do bebé, mostrando os melhores produtos para proteger a sua pele sensível, bem como o passo-passo para realizar esta rotina de higiene com segurança.

Outro tópico que será aprofundado é a influência da mãe na saúde dos dentes do bebé através da amamentação. Além da alimentação equilibrada e saudável representar uma forma de autocuidado da mãe, é também benéfica para o bebé, uma vez que aquilo que a mãe ingere é transmitido ao seu filho através do leite materno. A médica dentista e autora do Blog “Dente a Dente”, Inês Guerra Pereira, vai estar presente para explicar de que forma o leite materno pode influenciar, por exemplo, a saúde oral do bebé e o desenvolvimento dos maxilares.

Já no dia 24, o foco será a saúde mental da mãe. A psicóloga clínica Carmen da Silva, especialista na área Perinatal, vai identificar as diferenças entre baby blues e depressão pós-parto, dois fenómenos característicos do puerpério, explicando como podem os familiares apoiar as mães nestes momentos desafiantes.

A segurança do seu bebé, especificamente a segurança automóvel, é também motivo de preocupação por parte das grávidas e recém-mamãs. Por isso, a enfermeira parteira Isabel Ferreira vai estar presente para dar a conhecer formas de garantir que tanto o bebé como a grávida estão em segurança durante as viagens de automóvel.

Para terminar, ambas as sessões vão contar com a presença da conselheira em células estaminais da Crioestaminal Joana Gomes, que vai partilhar as características únicas destas células que têm o potencial de substituir células que vão morrendo no nosso corpo ao longo da vida e reparar tecidos danificados. A especialista vai também dar a conhecer como funciona o processo de adesão ao serviço de criopreservação com a Crioestaminal.

Durante o mês de abril, uma das grávidas participantes nas sessões vai receber um conjunto de prémios de produtos dos parceiros da iniciativa.

 
APNEP discute o tema no seu XXVI Congresso, dias 15 e 16 de abril
Anualmente, em Portugal cerca de 115 mil doentes em risco nutricional ou malnutridos necessitam de suporte alimentar com...

Esta condição, cujo tratamento é fundamental para a recuperação, mobilidade e autonomia do doente, está fortemente associada ao aumento da mortalidade e morbilidade, ao declínio funcional e à permanência hospitalar prolongada, custando ao Estado mais de 225 milhões de euros por ano.

De acordo com Aníbal Marinho, Diretor do Serviço de Cuidados Intensivos da Unidade Local de Saúde de Santo António e presidente da APNEP (Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica), “estamos a falar de um problema de saúde pública, que afeta milhares de pessoas em todo o mundo e que custa anualmente 170 mil milhões de euros só a nível europeu. Tratar a malnutrição constitui, por isso, uma prioridade para profissionais de saúde, doentes e cuidadores e só em Portugal resultaria numa redução significativa dos encargos para o SNS, com uma poupança anual líquida superior a 166 milhões de euros.”

“A realidade em Portugal mostra que os doentes que entram nos hospitais malnutridos agravam o seu estado nutricional e quando têm alta necessitam de nutrição clínica em contexto de ambulatório/domicílio, acabando por voltar ao internamento porque não conseguem assegurar a nutrição adequada casa”, explica Aníbal Marinho.

Por consequência, identificar e tratar a malnutrição precocemente, tanto no hospital como no ambulatório/domicílio, resulta, de acordo com o médico, em benefícios clínicos para o doente e em benefícios económicos para o SNS. Ainda assim, afirma: “preferimos gastar e prejudicar, de uma forma irreversível, a saúde dos nossos doentes.”

A devida implementação do rastreio nutricional nos hospitais, prevista pelo Despacho n.º 6634/2018, permite verificar que a prevalência da malnutrição é elevada, superior à média europeia e que afeta todas as regiões do país, diferentes etnias e classes sociais e económicas. “São doentes que quando têm alta hospitalar saem sem qualquer apoio do Estado para manter a nutrição clínica no contexto ambulatório/domicílio. Aqui a diferença é que, independentemente da condição económica, apenas um poderá ter acesso à terapêutica se esta lhe for recomendada”, afirma.

De referir que a Norma 017/20230 da DGS continua a carecer de implementação nos hospitais do SNS, apesar do seu caracter obrigatório. Também o Despacho N.º 9984/2023 carece de implementação, embora preveja o alargamento do rastreio nutricional obrigatório, não só no hospital, mas também para os cuidados continuados.

A acessibilidade zero à nutrição clínica no ambulatório/domicílio “traduz-se em elevados custos para o SNS, com deterioração da condição clínica do doente, ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus onde o acesso está garantido a 100%.” Dando como exemplo Espanha onde a nutrição clínica em ambulatório/domicílio é comparticipada há mais de 20 anos.

“Preocupamo-nos em diagnosticar os doentes e esquecemo-nos de verificar o que eles estão a comer e se o estão a fazer de uma forma adequada. Não faz sentido estarmos preocupados em dar terapêuticas de ponta a estes doentes e não nos preocuparmos em dar-lhes o básico: uma alimentação adequada”, acrescenta o presidente da APNEP que diz esperar com o novo modelo das ULS a implementação efetiva do rastreio nutricional e com isso, e a formação adequada aos profissionais de saúde, o devido diagnóstico da malnutrição e, por consequência, a garantia de acesso equitativo de todos os doentes a uma terapêutica nutricional.

Estas e outras questões relevantes, associadas à nutrição entérica e parentérica, vão estar em debate no XXVI Congresso da APNEP, a decorrer entre nos dias 15 e 16 de abril, na Fundação Dr. Cupertino de Miranda, no Porto.

Este evento, que junta diversas entidades do sector da Saúde, pretende este ano alterar o esquema tradicional de organização de congressos, adotando uma abordagem inovadora: "Think Outside the Box"

O principal objetivo é alterar o status quo atual em relação à realização de grandes eventos, dando destaque a sessões interativas, como o "Quiz de Nutrição" entre os congressistas e o "Nutri Paper", bem como a realização de pequenas sessões personalizadas com 10 a 12 congressistas.

Destaque ainda para os eventos como o "Nutritribunal", o "Pitch de Investigação", um debate entre "Plateias e Especialistas" e uma sessão interativa designada “Bola Roda”. Mantém-se, porém, a aposta num programa educativo, num formato tradicional, com mesas redondas e sessões de “Meet Expert”.

 
Entrevista | Dra. Luísa Pereira, Internista e Paliativista
"A falta de sensibilização, educação e formação sobre as doenças raras contribui significativam

Embora atinjam um número pequeno de pessoas, as Doenças Raras têm, habitualmente, um impacto devastador na vida dos doentes e suas famílias, ainda assim, continuam a ser um tema pouco abordado. Na sua opinião por que motivo isto acontece? E que mudanças considera que deveriam ser feitas para mudar este cenário? 

A falta de sensibilização, educação e formação sobre as doenças raras contribui significativamente para o seu pouco reconhecimento e consequentemente para uma abordagem e tratamento, muitas vezes desadequados.  

Sendo doenças de baixa incidência, afetando individualmente um pequeno número de pessoas (apenas 5 em cada 10000), não recebem a mesma atenção que outras doenças mais comuns. Muitos profissionais de saúde não estão familiarizados com elas devido à falta de formação específica durante a sua formação académica, o que dificulta o diagnóstico preciso perante a variedade (e nalgumas situações, a complexidade) de sintomas, levando a atrasos no tratamento e na gestão adequada destas doenças. 

Para mudar este cenário, será crucial realizar campanhas de sensibilização, proporcionar formação médica especializada, estabelecer redes de apoio e investir em investigação.  

Essas medidas podem ajudar a aumentar a consciencialização, a melhorar o diagnóstico e o tratamento precoce, e fornecer melhor suporte para as pessoas que vivem com doenças raras e as suas famílias. 

Sendo a medicina interna, uma possível primeira porta de contacto com esta realidade, considera que os seus profissionais estão devidamente sensibilizados e/ou informados para as doenças raras, no geral? 

A medicina interna desempenha um papel crucial na avaliação, diagnóstico e gestão de uma variedade de condições médicas, incluindo doenças raras. No entanto, o conhecimento e a sensibilização sobre essas doenças entre os profissionais de medicina interna variam inevitavelmente. Apesar duma formação e experiência clínica diversificada, alguns médicos internistas terão menos conhecimentos e experiência prática com muitas destas condições, quer pela sua raridade, mas também pelo seu número e heterogeneidade. Relembremo-nos que já há mais de 7000 doenças raras descritas. Por outro lado, dada a rápida evolução do conhecimento na área das doenças raras, é muito difícil, que numa especialidade transversal como a medicina interna, que todos os médicos se mantenham atualizados em todas as áreas do conhecimento.  

Portanto, e não obstante que muitos médicos internistas estejam bem informados e sensibilizados para as doenças raras, outros podem precisar de mais formação para melhor atender às necessidades dos seus doentes. Investir em programas de sensibilização, educação e formação contínua é importante para garantir que todos os profissionais estejam adequadamente preparados e despertos para esses diagnósticos e que saibam orientar ou então referenciar esses doentes para centros onde receberão a melhor abordagem e acesso aos tratamentos mais adequados. 

Partindo da questão anterior, quais os principais desafios no diagnóstico das doenças raras, na sua generalidade? 

Os principais desafios incluem desde logo a falta de conhecimento sobre essas condições, como já falamos. Muitas doenças raras têm uma base genética (mais de 70%), o que pode tornar o diagnóstico ainda mais complexo devido à sua heterogeneidade e à falta de completa compreensão fisiopatológica subjacente. 

Depois, as doenças raras podem apresentar uma ampla gama de sintomas que podem ser confundidos com os de outras doenças mais comuns. Além disso, os sintomas podem variar significativamente em doentes acometidos pela mesma doença. Para algumas doenças raras, podemos não ter ainda testes específicos disponíveis ou os testes existentes podem ser caros, invasivos ou inacessíveis para muitos doentes. Tudo isto torna a marcha diagnóstica mais desafiadora, levando a atrasos que em média rondam os 5 anos, adiando inevitavelmente o início do tratamento adequado. Por sua vez, estes atrasos significativos podem resultar em sofrimento adicional para os doentes e suas famílias, que se sentem muitas vezes isolados e desamparados, especialmente se não conseguirem encontrar profissionais de saúde que compreendam suas condições e necessidades específicas. 

Superar esses desafios requer assim uma abordagem multidisciplinar que inclui sensibilização e educação médica, desenvolvimento de testes de diagnóstico ainda mais acessíveis e apoio contínuo aos doentes e suas famílias, ao longo de todo o processo de diagnóstico e tratamento. Os centros de referência e redes nacionais e internacionais para estas doenças assumem igualmente um papel central para uma estratégia eficaz de resolução destes desafios. 

Que medidas, por exemplo, poderiam ajudar a aumentar o conhecimento dos médicos de medicina interna nesta área? E que entidades podem e/ou devem envolver-se neste processo? 

Para aumentar o conhecimento dos médicos de medicina interna – mas também de todos os outros profissionais de saúde -  sobre doenças raras, várias medidas poderiam ser implementadas: 

  • Integrar tópicos relacionados com doenças raras nos currículos de formação pré-graduada dos profissionais de saúde. Otimizar a oferta de formação pós graduada e formação continua; 
  • Desenvolver programas de formação médica continua específicos em doenças raras, abordando diagnóstico, gestão e tratamento, como por exemplo o programa de formação Rare Awareness, desenvolvido pelo Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, que oferece acesso a materiais educacionais atualizados, como manuais, folhetos clínicos, cursos online e webinars sobre doenças raras; 
  • Fomentar e fortalecer os canais de comunicação e colaboração entre médicos internistas e outros especialistas com interesse em doenças raras, facilitando consultas multidisciplinares e a partilha de conhecimentos, em centros de referência e/ou excelência e nas redes de doenças raras; 
  • Facilitar a criação e otimizar as redes de apoio já existentes entre profissionais de saúde, doentes, organizações de doentes e outros grupos de defesa de doenças raras, para discutir, partilhar informação e definir planos de implementação de melhores práticas.  

Será importante que entidades como as ordens profissionais, instituições de ensino superior, sociedades científicas, agências de saúde pública e organizações de doentes se envolvam ativamente neste processo de mudança.

No que diz respeito à literacia em saúde por parte da população, o que pode melhorar neste âmbito? 

Para melhorar a literacia em saúde da população sobre doenças raras, podem ser implementadas algumas medidas, como por exemplo: 

  • Desenvolver campanhas de sensibilização, como é exemplo o dia Mundial das Doenças Raras.  Criado pela European Organisation for Rare Diseases (EURORDIS) em 2008, é uma iniciativa para aumentar a consciencialização sobre estas doenças. Este dia pretende ser uma plataforma para dar voz aos doentes, promover a compreensão e a empatia na comunidade e impulsionar esforços para garantir o acesso equitativo a cuidados de saúde e tratamento. 
  • Introduzir conteúdos educativos sobre saúde e doenças raras nos currículos escolares para incentivar empatia e compreensão desde cedo. Vejamos o exemplo do ‘Informar sem Dramatizar’ (IsD), um programa desenhado pela RD-Portugal para desconstruir mitos e ampliar o conhecimento sobre as doenças raras junto das crianças do 1º ciclo.  
  • Fornecer materiais educacionais acessíveis, como folhetos e vídeos informativos, para ajudar a população a entender melhor estas doenças. 
  • Organizar eventos comunitários, como palestras e feiras de saúde, focados em doenças raras, para oferecer informações e apoio à comunidade. Convido todos os que tenham interesse a juntarem-se à Festa da Saúde organizada, habitualmente no mês de junho, pela Sociedade Portuguesa de Medicina Interna e na qual o Núcleo de Estudos de Doenças Raras participa ativamente. 
  • Capacitar os doentes e as suas famílias com conhecimentos que lhes permitam tomar decisões informadas sobre a sua saúde, envolvendo-os ativamente no plano de cuidados e incentivando a procura por informações e apoio sempre que necessário. 
  • Facilitar a criação de redes de apoio entre doentes, familiares e profissionais de saúde para partilhar experiências e recursos. 

Todas estas medidas podem contribuir significativamente para melhorar a literacia em saúde da população em relação às doenças raras, promovendo uma maior consciencialização, compreensão e apoio para aqueles que vivem com doenças raras.

Qual a mais-valia de se ter um doente bem informado? Garante que o seu diagnóstico seja mais célere? 

Ter um doente bem informado oferece várias vantagens no processo de diagnóstico e na gestão da sua doença.  

Embora o diagnóstico preciso de doenças raras possa continuar a ser desafiador, termos à nossa frente um doente bem informado, facilita-nos a comunicação, podendo este descrever com maior precisão as suas queixas, os seus sintomas, ajudando-nos a fazer um caminho mais célere para um diagnóstico correto. Os doentes bem informados mantem muitas vezes registos detalhados do seu historial clínico, fornecendo informações valiosas à equipa que os segue. Estes doentes tendem também a estar mais preparados e a envolver-se mais na definição e nas tomadas de decisão referentes ao seu plano de cuidados individualizado, otimizando os ganhos das diferentes intervenções. 

A par dos desafios do diagnóstico, outro dos aspetos desafiadores na área das Doenças Raras é a existência de poucos tratamentos. O que condiciona o desenvolvimento e aprovação de novas terapêuticas? 

O desenvolvimento e a aprovação de novas terapêuticas para doenças raras enfrentam diversos desafios que se relacionam diretamente com as suas características “raras”, nomeadamente, a baixa incidência de cada doença pode limitar o retorno financeiro para empresas farmacêuticas, desencorajando o investimento em investigação e o desenvolvimento de novas terapias, cujo processo é longo, complexo e dispendioso.   

Por outro lado, a heterogeneidade das doenças raras, com uma grande variedade de causas, apresentações clínicas e padrões de progressão de doença, dificulta a identificação de alvos terapêuticos comuns e o desenvolvimento de tratamentos eficazes. A realização de ensaios clínicos para doenças raras pode ser complicada devido à dificuldade em recrutar participantes suficientes e à necessidade de endpoints de eficácia relevantes para uma população pequena e heterogénea. 

Os processos, regulatório e de aprovação, para novos tratamentos podem ser mais desafiadores para estas doenças, exigindo evidências robustas de eficácia e segurança apesar das limitações dos ensaios clínicos em populações pequenas. 

Para superar esses desafios, é assim necessário um esforço de colaboração entre governos, indústria farmacêutica, instituições académicas, organizações de doentes e as agências reguladoras. Isto inclui incentivos financeiros, apoio à investigação, simplificação dos processos regulatórios e promoção da colaboração e partilha de dados entre as diferentes partes interessadas, por exemplo através de registos transversais. 

Não obstante, como tem evoluído esta área nos últimos anos? 

Apesar de todos estes desafios, nos últimos anos, a área das doenças raras tem tido avanços significativos.  O aumento na colaboração e articulação entre os diferentes players, impulsionou o investimento e interesse crescentes, aproveitando avanços em biotecnologia, genómica e medicina personalizada, permitindo o desenvolvimento de tratamentos mais dirigidos e eficazes. É exemplo, a terapia genética, que emergiu como uma promissora abordagem terapêutica, oferecendo esperança para doenças anteriormente consideradas incuráveis. 

O crescimento da consciencialização pública e o patient advocacy liderado por organizações de doentes em todo o mundo, tem aumentando a visibilidade das doenças raras, permitindo progressos na melhoria do acesso a terapias inovadoras através da definição e implementação de programas de acesso precoce e políticas de reembolso mais flexíveis. 

Concomitantemente, tem havido uma adoção de abordagens mais flexíveis por parte das agências reguladoras para avaliar e aprovar tratamentos, reconhecendo a complexidade e desafios únicos das doenças raras. 

Apesar dos avanços, persistem ainda vários desafios no acesso a tratamentos e na garantia da qualidade de vida para todos os doentes com doenças raras. 

No âmbito desta temática, que mensagem gostaria de deixar? 

Gostaria de deixar uma mensagem de solidariedade, esperança e ação. 

Para todos aqueles que enfrentam diariamente as dificuldades associadas às doenças raras, quero dizer que vocês não estão sozinhos. Apesar dos desafios, a vossa resiliência e determinação são verdadeiramente inspiradoras. Lembrem-se de que são parte importante da comunidade global de saúde, e que as vossas vozes são essenciais à mudança. 

Aos profissionais de saúde, investigadores, legisladores e defensores dedicados a melhorar a compreensão, o diagnóstico e o tratamento das doenças raras, expresso a minha profunda gratidão. O vosso trabalho é fundamental e faz a diferença na vida de mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. 

Para o público em geral, quero ressalvar a importância da empatia, da compaixão e da educação. Conhecer e compreender as doenças raras é essencial para prestar apoio às pessoas afetadas por estas doenças. Juntos, podemos fazer a diferença ao aumentar a consciencialização para as doenças raras em todo o mundo e sermos geradores de mudança ao reafirmarmos o nosso compromisso em trabalhar juntos por um futuro mais equitativo e melhor para todos. 

 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Prémio distingue os projetos de responsabilidade social inovadores e com impacto para a comunidade
O Prémio MSD | Maria José Nogueira Pinto assinala, este ano, a sua 12.ª Edição e a fase de candidaturas tem início a partir de...

A seleção dos vencedores é da responsabilidade de um júri presidido por Maria de Belém Roseira. Ao projeto que melhor corresponder ao conceito “socialmente responsável na comunidade em que está inserido”, defendido por Maria José Nogueira Pinto, será atribuído um prémio com o valor pecuniário de 15.000 euros. Adicionalmente, serão entregues duas menções honrosas, com o valor de 2.500 euros cada.

“E-integrar”, o projeto desenvolvido pela APPIA – Associação Pró-Partilha e Inserção do Algarve, foi o grande vencedor da 11.ª Edição do Prémio MSD | Maria José Nogueira Pinto. O seu objetivo é melhorar a distribuição de alimentos às famílias carenciadas da região, através da criação de uma plataforma digital, que permite aos beneficiários fazerem um registo mais personalizado, identificando as características e necessidades do seu regime alimentar. Desta forma, é possível adequar o apoio prestado pelo Banco Alimentar do Algarve às necessidades nutricionais de cada família.

Esta distinção assinala o compromisso da companhia na área da responsabilidade social, sendo que todas as pessoas, individuais ou coletivas, com projetos de relevo nesta área estão convidadas a participar, através da submissão da candidatura na plataforma oficial do Prémio MSD | Maria José Nogueira Pinto.

 
75% das pessoas que tiveram episódios de lucidez têm a doença de Alzheimer
Um estudo recente da Mayo Clinic publicado no Alzheimer's & Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association,...

Os resultados mostraram que 75% das pessoas que tiveram episódios de lucidez eram portadoras da doença de Alzheimer e não de outras formas de demência.

Os investigadores definem os episódios de lucidez como uma comunicação inesperada, espontânea, significativa e relevante de uma pessoa que se presume ter perdido permanentemente a capacidade de interagir de forma coerente, tanto verbalmente como através de gestos e ações.

Os familiares cuidadores de pessoas que vivem com demência foram entrevistados e questionados sobre se tinham testemunhado episódios de lucidez. Os investigadores classificaram os episódios em tipos.

O objetivo do estudo era determinar se existiam padrões ou tipos distintos de episódios de lucidez que pudessem ser utilizados para compreender por que razão ou quando ocorrem.

"Determinámos os tipos de episódios com base nas circunstâncias que rodearam o episódio, na qualidade da comunicação durante o episódio, na duração do mesmo, no nível de cognição da pessoa com demência antes do episódio e na proximidade da morte", explica a doutorada Joan Griffin, autora principal do estudo.

Os resultados revelaram que 61% das pessoas que tiveram episódios de lucidez eram mulheres e 31% viviam no mesmo agregado familiar que o prestador de cuidados que respondeu ao questionário.

"Sabemos que estes episódios de lucidez acontecem, mas não sabíamos se havia diferentes tipos de episódios que acontecem em alturas diferentes e em circunstâncias diferentes", afirma Griffin. "Este estudo ajudou a esclarecer que existem provavelmente diferentes tipos de episódios."

Contrariamente aos resultados de investigações anteriores, as conclusões deste estudo desafiam a ideia de que os episódios de lucidez podem assinalar uma morte iminente.

"É importante que as pessoas saibam que estes episódios não são necessariamente precursores da morte", explica Griffin. "Penso que as pessoas podem ficar ansiosas quando isto acontece, por isso é bom saber que existem diferentes tipos de episódios que não significam necessariamente que a morte está iminente."

A investigadora salienta que os investigadores estão atualmente a realizar um estudo longitudinal para compreender melhor os episódios de lucidez e a forma como os prestadores de cuidados reagem aos mesmos, e estão a tentar compreender tudo isto em profundidade. Os estudos longitudinais permitem aos investigadores seguir as mudanças ou os comportamentos ao longo do tempo e identificar quaisquer relações entre essas mudanças.

"Com este novo estudo, poderemos compreender melhor os padrões existentes e determinar as consequências de um episódio de lucidez ao longo do tempo", explica Griffin.

Mostrar compaixão pelos prestadores de cuidados e seus entes queridos

Griffin salienta a necessidade de compreender estes episódios para ajudar os prestadores de cuidados no seu trabalho e recordar-lhes o potencial cognitivo e emocional das pessoas que vivem com demência.

"Os prestadores de cuidados a pessoas que vivem com demência têm de gerir uma longa lista de desafios, o que pode ser avassalador", explica. "Talvez a compreensão destes episódios os possa ajudar a aliviar essa carga".

"Descobrimos na nossa investigação e nas histórias dos prestadores de cuidados que este tipo de episódios muda a forma como interagem e apoiam os seus entes queridos, muitas vezes para melhor", acrescenta. "Estes episódios podem servir para nos lembrar que cuidar é um desafio, mas podemos sempre tentar cuidar com um pouco mais de humanidade e benevolência."

 
18 de abril
Qual o olhar dos Enfermeiros Especialistas perante a(s) vulnerabilidade(s) da pessoa em qualquer etapa do ciclo de vida, da...

“Anualmente organizamos o Fórum das Especialidades de Enfermagem para potenciar o diálogo e reflexão sobre temas da atualidade,” refere Constança Festas, coordenadora da organização do Fórum, acrescentando “este ano consideramos essencial analisar e refletir sobre a perspetiva dos Enfermeiros Especialistas acerca da(s) vulnerabilidade(s) e do seu contributo para a satisfação das necessidades das pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade.”

Compreendendo uma conferência inaugural, quatro painéis e uma sessão final de projetos sobre o tema do evento, o VII Fórum das Especialidades de Enfermagem, realizado no âmbito do Mestrado em Enfermagem, vai permitir identificar os contributos de cada especialidade de Enfermagem – Comunitária, Saúde Infantil e Pediátrica, Médico-Cirúrgica – para corresponder às necessidades das pessoas e dos grupos vulneráveis. “Através de apresentações de académicos, de enfermeiros especialistas e de estudantes do Mestrado em Enfermagem procuramos identificar os contributos dos enfermeiros especialistas para a satisfação das necessidades das pessoas e grupos em situação de vulnerabilidade,” conclui.

O VII Fórum das Especialidades de Enfermagem realiza-se no dia 18 de abril, a partir das 9h00, na Universidade Católica Portuguesa, no Porto. A entrada é livre mediante inscrição prévia.

 
Recomendações
Com a chegada da Primavera nascem as flores e o sol larga a timidez, mas esta altura do ano é também

A dermatite atópica consiste em períodos de fase aguda (crises) com erupções avermelhadas, formando pápulas ou vesículas, com exsudação e formação de crosta que evoluem para lesões descamativas na fase crónica. 1 A sua incidência tem vindo a aumentar ao longo dos últimos 40 anos e, atualmente, estima-se que afete entre 10% e 20% da população pediátrica. O seu início acontece geralmente durante o primeiro ano de vida, mas, na maioria das situações, aproximadamente 60% das crianças apresentam uma diminuição ou desaparecimento completo das lesões antes da puberdade. 2

O eczema nas crianças manifesta-se maioritariamente como pele seca, com vermelhidão, principalmente nas dobras da pele dos braços, cotovelos, atrás dos joelho, orelhas, pescoço, punhos, mãos e tornozelos. Nos adultos a aparência é parecida, porém pode afetar diferentes áreas do corpo, como a face, o couro cabeludo, os ombros, o tronco e o pescoço.

A pele é o maior órgão do corpo humano e é um “escudo” protetor contra agentes do meio ambiente (bactérias ou vírus). Como tal, os cuidados não devem ser poucos para a manutenção de uma pele saudável. As crises de dermatite atópica podem ser espaçadas e controladas, garantindo uma melhor qualidade de vida a quem sofre desta condição, por isso, investir no cuidado diário da pele é uma ação simples, mas essencial.

  • A hidratação da pele com cremes apropriados é fundamental para manter a barreira da pele intacta. Aliar ao cuidado de hidratação um gel de banho próprio para a pele com tendência atópica também pode ser uma boa ajuda.
  • Utilizar produtos de limpeza suaves, sem fragância, deve ser a escolha de quem tem pele com tendência atópica.
  • A roupa, como está em contacto com este órgão, deve ser lavada com detergentes adequados. No momento de secar, deve evitar-se colocá-la ao ar livre, principalmente nas alturas em que os níveis de polinização das plantas estão mais elevados.
  • Beber água com frequência e evitar a exposição solar são outras dicas de prevenção importantes para evitar o aparecimento das crises de eczema atópico. 

Quando estamos perante a existência de uma crise de eczema atópico, ou lesões na pele difíceis de controlar, é importante consultar um médico dermatologista. 

Referências: 

1,2 CUF. Dermatite Atópica. Disponível em: https://www.cuf.pt/saude-a-z/dermatite-atopica. [Consultado em março de 2024]

 

Fonte: 
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1 em cada 2 portugueses tem o colesterol elevado
A Danone, através da marca Danacol, acaba de celebrar uma parceria com a Fundação Portuguesa de Cardiologia, que visa...

Em Portugal, segundo dados da Fundação Portuguesa de Cardiologia, 1 em cada 2 portugueses tem o colesterol elevado, 74% da população desconhece os seus níveis de colesterol e o colesterol elevado é um dos fatores de risco das doenças cardiovasculares, a causa de morte número 1 em Portugal. Face a este contexto, o Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia Prof. Doutor Manuel Carrageta esclarece que consequências podem ter os níveis de colesterol elevados na nossa saúde. “Quando o colesterol LDL (o mau) está excessivamente elevado, vai-se depositar na parede das artérias, inflamando-a, e provocar a aterosclerose, ou seja, vai provocar uma reação inflamatória, fibrosa. Como efeito, as artérias perdem elasticidade e entopem. Por isso, quando em excesso, o colesterol é a principal causa de enfarte do miocárdio e também contribui para o acidente vascular cerebral (AVC) e para a doença arterial periférica dos membros inferiores e da artéria carótida”.

Neste sentido, a Danone, sendo uma empresa B Corp, que tem como missão levar saúde através da alimentação ao maior número de pessoas possível, cumprindo com critérios de sustentabilidade a nível ambiental e social, decidiu juntar-se à Fundação Portuguesa de Cardiologia. Através da marca Danacol, juntos irão (re)lembrar a população que é urgente adotar um estilo de vida saudável, estar atento a fatores de risco que possam potenciar doenças cardiovasculares e incluir na dieta opções alimentares adequadas que são aliadas nesta luta.

Danacol é uma delas, com esteróis vegetais que ajudam a bloquear a absorção de colesterol no intestino, de forma 100% natural, impedindo que parte chegue às artérias e reduzindo até 10% os níveis no sangue, em três semanas de consumo diário. Danacol deverá ser consumido integrado numa alimentação variada e equilibrada e num modo de vida saudável.

Por isso, e dada a importância de manter o coração saudável, o Prof. Doutor Manuel Carrageta, Presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, destaca a importância desta parceria com a Danone como um ato muito importante que “vai ajudar a Fundação a trabalhar mais e melhor para sensibilizar a população para os fatores de risco, que condicionam o aparecimento das doenças cardiovasculares, sendo os mais importantes a hipercolesterolemia, hipertensão arterial, o tabagismo, a diabetes e a inatividade física. Sinais aos quais devemos estar atentos e que podem ser reduzidos com a ajuda do consumo de alimentos saudáveis como é o caso de Danacol”.

Já Diogo Costa, Diretor de Marketing da Danone Portugal sublinha que “Esta parceria com a Fundação Portuguesa de Cardiologia é muito importante para a Danone e para Danacol, pois permite-nos trabalhar o propósito da marca, sensibilizando a população portuguesa para a prevenção do excesso de colesterol, um dos principais fatores de risco das doenças cardiovasculares. Este é um exemplo de excelência da nossa missão na Danone: levar saúde através da alimentação ao maior número de pessoas possível.”

A assinatura do protocolo entre a Danone e a Fundação Portuguesa de Cardiologia vem assim formalizar o compromisso de ambas as entidades para trabalhar em conjunto na sensibilização e consciencialização da população para prevenir e diminuir o colesterol, um dos fatores de risco principais para a ocorrência de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares.

Dia Mundial da doença de Parkinson
No dia em que assinalamos o Dia Mundial da doença de Parkinson, devemos destacar o papel fundamental

Embora o mecanismo exato pelo qual o exercício melhora os sintomas da doença de Parkinson ainda não seja totalmente conhecido, sabe-se que ele atua em múltiplas áreas cerebrais e em vários sistemas de neurotransmissores.

Diversos tipos de atividade física têm demonstrado benefícios na doença de Parkinson, nomeadamente caminhar, dançar, pedalar, nadar, praticar boxe, tai-chi, realidade virtual, entre outros tipos de exercício. Além dos benefícios globais do exercício para a capacidade cardiovascular e o humor, atividades específicas para a doença de Parkinson podem também melhorar a marcha (incluindo os episódios de bloqueio da marcha) e o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas.

De forma simples, podemos dizer que os “melhores” exercícios são os aeróbios (ex. caminhar com passo acelerado) e aqueles que exigem movimentos de maior amplitude dos membros (ex. boxe, ténis de mesa). Alguns tipos de exercício, como a dança, permitem associar atividade física e mental, o que parece induzir benefícios adicionais em termos motores e intelectuais.

Apesar do benefício do exercício ser, hoje em dia, consensual, continua a ser pouco recomendado ou recomendado apenas em fases mais tardias da doença. Dado que a implementação de hábitos de prática de exercício requer uma mudança no estilo de vida, a sua prescrição deve ser feita o mais cedo possível, idealmente desde o momento do diagnóstico.

Neste Dia Mundial da doença de Parkinson, é muito importante conscientizar toda a comunidade de doentes, familiares e profissionais de saúde para o benefício do exercício.

O exercício deve fazer parte do tratamento padrão da doença e deve ser prescrito da mesma forma que são receitados outros medicamentos para a doença de Parkinson.

 

Prof. Doutor Joaquim Ferreira - Neurologista e Diretor Clínico do CNS – Campus Neurológico

Raquel Bouça-Machado - Coordenadora Científica do CNS – Campus Neurológico
 
Nota: 
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A partir de hoje, disponível de forma gratuita
Numa altura em que se discute se a transição para as ULS está a ser eficiente, a nobox lança um conjunto de propostas para...

Criar programas de desenvolvimento conjuntos, promover a inovação clínica e incluir os utentes nas decisões: o novo guia da nobox, criado por especialistas de saúde, quer apoiar os administradores hospitalares, equipas médicas e comunidade em geral no processo de implementação das ULS, de forma a aproveitar todas as suas potenciais vantagens. O guia, que está disponível a partir desta quinta-feira, 11 de abril, pode ser consultado, de forma gratuita, aqui

"A implementação deste novo modelo de organização do Serviço Nacional de Saúde (SNS) marca uma nova fase no sistema de saúde português. É crucial que as instituições aproveitem este momento de mudança para implementarem desde o início medidas que promovam maior colaboração entre os profissionais e equipas e, assim, tornar os cuidados mais eficazes e integrados, aproveitando as oportunidades trazidas por esta transformação”, afirma Diogo Silva, cofundador da nobox, um projeto português que procura ajudar a imaginar e construir cuidados de saúde mais eficazes. "O nosso objetivo com este ebook é fornecer um guia prático e orientador para maximizar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados pelas ULS". 

Entre as estratégias destacadas estão a criação de programas de intercâmbio e desenvolvimento profissional conjunto dentro das ULS, aumento da autonomia e responsabilidade das lideranças clínicas, com implementação de ferramentas de avaliação das lideranças, adoção de programas de apoio à inovação clínica e integração de cuidados, integração ativa de doentes, cuidadores e da comunidade em geral na melhoria dos serviços, entre outros conselhos destinados às chefias e equipas hospitalares. 

O guia já mereceu também a aprovação e apoio de várias entidades do ramo da saúde, como a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), a Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN) e a Portuguese Association for Integrated Care (PAFIC), que reforçam a necessidade de implementar estratégias para envolver todos os profissionais e equipas de saúde, para acelerar a implementação desta mudança.   

“A integração dos cuidados tem de ser uma finalidade a atingir, mas não é possível por decreto. Para garantir o sucesso das ULS e promover efetivamente a integração de cuidados, é crucial adotar uma abordagem centrada nas pessoas”, refere o Presidente da USF-AN, André Biscaia.  

Para a Presidente da PAFIC, Adelaide Belo, “cada instituição fará o caminho de forma diferente, tendo em conta o seu contexto, as suas dinâmicas e as suas lideranças. Esta iniciativa da nobox é uma ajuda preciosa para essa caminhada”. Já o Presidente da APAH, Xavier Barreto, revela a necessidade de “envolver as pessoas em todos os pontos da reforma: da área estratégica às áreas mais operacionais, e garantir que a mudança é um processo partilhado por todos, mesmo todos”. 

"Estamos comprometidos em apoiar as ULS na sua missão de fornecer cuidados de saúde de excelência à população. Acreditamos que, ao adotar essas estratégias, será mais fácil para as ULS envolver os profissionais e equipas neste esforço de mudança, para criar novas formas de prestar cuidados mais eficazes e humanas", conclui Diogo Silva. 

 
Sintomas, tratamento e prevenção
As doenças Inflamatórias de ouvido são patologias muito frequentes.

A otite média aguda e extremamente comum em crianças, tendo dois picos etários: dos seis aos 11 meses e dos quatro aos cinco anos. É rara em bebés antes dos três meses. Afeta 80% das crianças abaixo dos dois anos e é responsável por 1/3 das visitas ao médico abaixo dos cinco anos. Nestas, a principal causa é o aumento dos adenoides cronicamente inflamados, juntamente com a conformação anatómica da trompa de Eustáquio, mais horizontal, que facilita a migração de bactérias para o ouvido médio.

Até aos dois anos de idade, a otite média aguda é frequentemente bilateral. Esta doença pode, contudo, ocorrer em qualquer idade, havendo quase sempre uma infeção respiratória precedente.

Afeta mais frequentemente o sexo masculino

Existem vários fatores de risco para o seu desenvolvimento tais como fatores genéticos, alterações anatómicas, atopia, imaturidade imunológica, ou fatores ambientais, como a presença muito cedo em infantários, bem como hábitos tabágicos dos pais.

Os sintomas predominantes são: uma dor no ouvido (otalgia) severa e pulsátil de início súbito.

A dor é associada a perda de audição (hipoacúsia) e acufenos, muitas vezes pulsáteis, e febre que pode chegar aos 40 graus celsius.

Uma criança que não se sabe queixar apresenta-se irritada, prostrada, febril, que chora e grita, inconsolável, e pode levar a mão ao ouvido ou encostar a cabeça.

Pode estar ainda associada a obstrução nasal, odinofagia, tosse e rinorreia.

A otite média aguda deve ser tratada com prudência para prevenir complicações subsequentes tais como: otomastoidite, labirintite aguda (vertigem, desequilíbrio e surdez), paralisia facial, meningite, trombose do seio lateral e abcessos epidural ou cerebral.

O diagnóstico passa pela observação médica do tímpano com otoscópio ou observação com microscópio binocular. Pode ser necessária uma observação pelo médico otorrinolaringologista quando existe dificuldade na visualização da membrana timpânica por obstrução do canal auditivo, com cerúmen ou secreções purulentas, que necessitam de ser removidas.

O tratamento tem em conta a gravidade clínica da otite média aguda, e pode passar apenas pela observação e alívio sintomático com analgésicos, terminando na antibioterapia.

A prevenção centra-se no controlo dos fatores de risco tais como tratamento das alergias nasais, fatores infecciosos reinfectantes, cessação tabágica ou mesmo recurso a vacinas específicas.

No caso de otite média agudas recorrentes, para além do já mencionado nas medidas preventivas, podem ter de ser consideradas cirurgias tais como Adenoidectomia (excisão dos adenoides) ou a colocação de tubos de ventilação na membrana Timpânica.

 
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Ex-Ministro a Saúde é coordenador da obra que conta com contributo de outras figuras proeminentes
A Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL) e a Editora D´Ideias lançam no dia 16 de abril, às 18h00, o livro ...

O evento terá lugar no Grande Auditório João Lobo Antunes, Edifício Egas Moniz, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e será apresentado por Luís Marques Mendes e João Eurico Cabral da Fonseca, Diretor da FMUL, contando com a presença de diversos autores.

"Esta obra não é apenas uma reflexão académica, é um manifesto de compromisso cívico para a construção de um Portugal melhor", afirma Adalberto Campos Fernandes, coordenador do livro. Já o Presidente da República realça no prefácio que este livro “não se trata de um manifesto, nem de um programa político, nem de uma proposta científica ou técnica homogénea, nem de uma plataforma de intervenções, a curto, médio ou longo prazo. Trata-se de algo muito diverso e muito mais estimulante.”

A obra conta com os contributos de 25 figuras proeminentes de vários quadrantes da sociedade, nomeadamente: Adalberto Campos Fernandes, André G. Dias Pereira e Rui M. Prista Cascão, António Sales, António Saraiva, Couto dos Santos, Cristina Vaz de Almeida, Eurico Castro Alves, Fausto Pinto, Fernando Araújo, et al, Francisco Velez Roxo, Germano de Sousa, Helena Canhão, Hélia Gonçalves Pereira, João Eurico Cabral da Fonseca, José Fernandes e Fernandes, José Mendes Ribeiro, Judite Sousa, Manuel Lemos, Maria de Belém Roseira, Maria do Céu Machado, Miguel Guimarães, Pedro Serra Pinto, Pimenta Marinho, Sara Cerdas e Sónia Dias.

O título, "Saúde em Portugal: Pensar o Futuro", sugere uma abordagem focada na antecipação e preparação para os desafios futuros, mas o livro vai além disso.  A obra reflete sobre os 50 anos do 25 de Abril, marco histórico que deu origem ao atual Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao mesmo tempo que analisa criticamente o presente, e aponta caminhos para o futuro.

Rastreios, palestras e atividade física
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), em parceria com a CESPU – Cooperativa de Ensino Superior, vai promover...

Com esta iniciativa, a SPLS pretende juntar a comunidade para aproximar os profissionais das pessoas e incentivar a promoção da literacia em saúde. “O RITMO oferece uma experiência única, reunindo profissionais de saúde e a comunidade para explorar e promover estilos de vida saudáveis, bem-estar físico e mental. O nosso objetivo é capacitar as pessoas com o conhecimento necessário para cuidar melhor de si mesmas e das suas famílias”, explica a presidente da SPLS, Cristina Vaz de Almeida. 

O evento vai oferecer aos visitantes diversas atividades de saúde, incluindo tendências da alimentação, rastreios de saúde, atividade física saudável, informações sobre alimentação mediterrânica, entre outros temas. A organização destaca ainda o foco na reabilitação através de gamificação, atividades de saúde oral e experiências psicológicas.  

Nesta edição, há um grande foco na comunidade jovem, com participantes e iniciativas concretas para esta faixa geracional. Estão programados vários momentos educativos, como conversas sobre doenças e prevenção, aprendizagem sobre cadeira de rodas e a importância que as artes podem ter na saúde. Contudo, continua a ser um espaço aberto para todas as pessoas no ciclo de vida, desde os mais jovens aos mais velhos.  

“Um dos objetivos fundamentais passa por fazer com que as pessoas participem em momentos significativos que lhes mostrem a importância de cuidar do coração, da proteção cardiovascular, da vida, da saúde física e mental e das aprendizagens do suporte básico de vida, seja qual for a fase de vida em que está. É um encontro para todas as idades”, continua a presidente da sociedade científica. 

“A CESPU considera fundamental a capacitação da comunidade académica e civil nesta área. A realização do RITMO na Instituição, em parceria com a SPLS, é uma mais-valia para o ensino em saúde e permitirá aos estudantes, colaboradores e à comunidade em geral um momento experiencial sensibilizando e capacitando para os estilos de vida saudáveis promovendo o bem-estar físico e mental”, refere Sara Lima, do Departamento de Ciências da Saúde da CESPU. 

O evento é aberto ao público, gratuito e não necessita de inscrição prévia. A programação completa, onde constam os horários, local das atividades e entidades participantes, pode ser consultada aqui

Publicação surge da formação a médicos de todo o país
Foi apresentando, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade do Porto, o livro “Neonatologia - Formação Avançada”, coordenado...

Este manual, apresentado pelo Reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, e pelo diretor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Henrique Cyrne Carvalho, é o resultado do trabalho de vários especialistas, abordando temas como neurologia e neuro desenvolvimento, genética e dismorfologia neonatal, cardiologia perinatal, entre outros, sendo considerado fundamental para a formação de internos e especialistas, neonatalogistas e pediatras.

“Sentimos que ao fazer esta formação durante um ano, que envolveu médicos de todo o país, havia muita matéria importante, e porque o que não se publica não é conhecido, resolvemos avançar com esta obra que agora lançamos”, referiu na apresentação Alberto Caldas Afonso, salientando que “o conhecimento na área médica está com um desenvolvimento enorme e prevê-se, a cada dois anos, duplicar o conhecimento, pelo que os médicos tem uma profissão muito exigente, que nos obriga a estudar todos os dias, e quando terminamos a formação sentimos que precisávamos de rapidamente publicar para ter os conteúdos mais atuais”.

Para o coordenador da edição, “o livro é muito interessante e envolve todo o caminho, desde o crescimento fetal até ao período que termina a neonatologia, abordando as diferentes áreas desta atividade assistencial”.

Ao longo de 12 capítulos são abordados temáticas de neurologia e neurodesenvolvimento; genética e disformologia neonatal; patologia infeciosa e imunologia neonatal; erros inatos do metabolismo; patologia endócrina do recém-nascido; nutrição, estado nutricional e patologia digestiva neonatal; patologia nefroulógica e técnicas de substituição renal em neonatologia; problemas respiratórios e ventilação em neonatologia; cardiologia perinatal; princípios básicos de hematologia e neonatologia; prematuridade, viabilidade e questões éticas em neonatologia; e patologia cirúrgica no período neonatal.

O livro vai ser hoje apresentado em Lisboa, na Biblioteca Histórica da Ordem dos Médicos.

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