Estudo
Especialistas em medicina geral e familiar destacam os benefícios da continuidade dos cuidados médicos, mas realçam que a...

Quem é acompanhado sempre pelo mesmo médico tem tendência a aderir melhor aos tratamentos, a seguir com mais atenção os conselhos do profissional de saúde e a visitar menos vezes as urgências hospitalares. Até aqui, nada de novo. Agora, um grupo de investigadores ingleses diz que a continuidade dos cuidados de saúde também pode reduzir o risco de morte. É pelo menos esta a convicção dos autores de uma análise que se baseou em 18 estudos feitos em nove países desde 2010.

Dos 726 artigos identificados nas pesquisas, escreve o Diário de Notícias, os investigadores selecionaram 22 que se encaixavam nos critérios, dos quais 18 mostravam uma ligação entre a continuidade de cuidados médicos e uma redução da taxa de mortalidade. Um fenómeno que tanto se aplica aos médicos de clínica geral como aos especialistas, cirurgiões e psiquiatras.

No estudo publicado na revista médica britânica BMJ, os autores de St Leonard"s Practice, na Universidade de Exeter (Reino Unido), destacam que esta revisão demonstra que, apesar dos numerosos avanços técnicos das últimas décadas, a continuidade dos cuidados é uma característica importante da prática médica e potencialmente "uma questão de vida ou morte". Ressalvam, no entanto, que estes são estudos observacionais e que é difícil provar que o acompanhamento feito pelo mesmo médico pode, efetivamente, reduzir a mortalidade.

Em causa poderá estar o facto de os pacientes se sentirem mais à vontade para falar com os médicos sobre o que sentem, o que permite que os profissionais acumulem mais conhecimento sobre os mesmos e os tratem melhor.

Para Jorge Brandão, vice-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), os resultados vão ao encontro do conceito de "cuidados em continuidade", uma "norma" entre os clínicos desta especialidade, "que se contrapõe com os cuidados esporádicos". Quando estes existem, prossegue, "há um maior conhecimento do médico em relação ao utente e vice-versa", o que "permite que haja um diagnóstico mais precoce de um conjunto grande de doenças".

Segundo o médico de medicina geral e familiar, é também de realçar "a existência de programas de prevenção de patologias". Com tudo isto, avança, "é possível que haja uma redução da mortalidade e da morbilidade".

Quanto mais tempo um utente é seguido pelo médico, maior é a confiança com o clínico, o que também é um fator muito importante na prevenção e diagnóstico de doenças. "Muitas vezes, o doente vem com uma queixa e por trás existem outros problemas, por vezes até de caráter emocional". Com "a continuidade, o acompanhamento e a relação", criam-se condições "para que se sinta à vontade para falar". "Isso pode ser muito útil", sublinha o médico.

"Agudizam menos"
O acompanhamento pelo mesmo profissional de saúde tem vindo a ser associado a melhores adesões às terapêuticas, a uma maior atenção aos conselhos médicos, a menos urgências hospitalares e a uma maior satisfação relativa aos cuidados de saúde.

Com base no que já é conhecido, Margarida Dias, coordenadora de Medicina Geral e Familiar do Hospital CUF Descobertas, diz que "faz sentido pensar" que "como os utentes agudizam menos, têm menos complicações e morrem mais tardiamente". Admite "que a taxa de mortalidade possa ser menor", mas não será correto "dizer que isso está provado". São estudos observacionais, ressalva, "e só por isso já levantam questões".

Devido à "multiplicidade de problemas" de saúde que existem, "necessariamente, cada pessoa terá muitos médicos, mas sem dispensar um que assuma a função de coordenador de cuidados ao longo do tempo". E costuma ser o médico de família a assumir esse papel. "Só pelos benefícios que a continuidade dos cuidados proporciona às pessoas, devemos dar-lhes a oportunidade de serem preferencialmente seguidas por um clínico".

Associação Portuguesa de Seguradores
Empresas apostam cada vez mais na oferta de seguros de grupo na hora de negociar com os trabalhadores, o que justifica o...

Quase um quarto dos portugueses já tem seguro de saúde. Em março, segundo estatísticas da Associação Portuguesa de Seguradores publicadas há menos de um mês, esta oferta chegava já a quase 2,4 milhões de pessoas, quando no final de 2014 ainda estava abaixo dos dois milhões. A subida é justificada em boa parte pela aposta das empresas nos seguros de grupo, enquanto os individuais pouco subiram nestes quatros anos, mantendo-se entre os 850 e os 900 mil beneficiários, escreve o Diário de Notícias.

O crescimento dos seguros aparece entre as razões elencadas pelos especialistas para a crescente procura dos serviços privados de saúde - por exemplo, Augusto Mateus, no seu estudo do ano passado sobre o setor particular, refere que "a ligação dos operadores privados com os subsistemas de saúde e com as seguradoras de saúde pode ser vista como uma relação win-win" -, mas raramente como o mais decisivo.

"Há de facto incentivos fortes para recorrer ao privado", começa por explicar o economista Ricardo Paes Mamede, "seja através dos seguros de saúde pagos por empresas, que os usam cada vez mais como opção em vez de aumentos nos salários, seja através da ADSE, e o mais forte deles todos, que é o SNS não conseguir responder ao nível dos tempos de espera e da qualidade expectável".

O presidente da Associação de Hospitalização Privada reforça a ideia de que os seguros de saúde são cada vez mais uma mais-valia que as empresas usam na hora de negociar com os trabalhadores, mas não vê aí nada de negativo. "O ideal mesmo era que esses benefícios fossem alargados às Pequenas e Médias Empresas", defende Óscar Gaspar. "Há uma grande importância dos seguros de grupo, as grandes empresas apostam nos seguros de saúde para os seus funcionários, porque já se percebeu que esta é uma das questões mais relevantes para os trabalhadores".

Quase quarenta por cento da população portuguesa, além de ter acesso ao Serviço Nacional de Saúde, está ainda coberta por um subsistema de saúde público (por exemplo, a ADSE ou a Assistência na Doença aos Militares), privado ou um seguro de saúde (individual ou de grupo). Sinais de que o país tem uma saúde para ricos e outra para pobres, ainda para mais olhando para alguns problemas recentes de acesso e com pessoal no SNS?

A resposta parece resumir-se a uma palavra chave: financiamento. Ninguém prevê uma aproximação ao modelo americano, com um peso esmagador dos seguros de saúde na oferta de cuidados, e até os prestadores privados consideram que "o Estado deve garantir a equidade de acesso". "O SNS é um pilar fundamental do sistema de saúde, que deve ser reforçado. Se o SNS não estiver bem, contagia todo o setor", argumenta Óscar Gaspar, que já foi secretário de Estado da Saúde, num governo PS, e tem defendido um aumento do orçamento para a Saúde, que considera estar abaixo das reais necessidades no terreno.

"Não se corre o risco de um modelo próximo do americano", sublinha também Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que vê nos subsistemas ou seguros de saúde uma espécie de upgrades que as pessoas acrescentam ao pacote básico de serviços que continua a ser dado pelo Estado. E neste campo, Alexandre Lourenço lembra que os subsistemas como a ADSE ou a ADM já representam tanto ou mais do que os seguros privados. Um modelo, como defende num texto publicado hoje pelo DN, que não é sustentável. "A ADSE continua a sustentar o crescimento do setor privado de saúde. Entre 2010 e 2016, o financiamento da rede convencionada da ADSE aumentou de 190,2 para 405,3 milhões de euros - um aumento de 112%", sublinha Alexandre Lourenço, que num artigo de opinião recente já tinha afirmado que o Estado, ao financiar entidades privadas, promove a disputa pelos recursos humanos do SNS.

Críticas em que é acompanhado por Paes Mamede, que destaca a aparente contradição nos incentivos de acesso à saúde privada dados por um subsistema do Estado. "E o que se percebe é que esta é a principal fonte de financiamento de alguns privados".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e os 18 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado estão as ilhas do Faial, Terceira, Flores e São Miguel, nos Açores, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e os distritos de Porto, Aveiro, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Lisboa, Setúbal, Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança, Coimbra, Évora, Beja e Faro, no continente.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se muito nublado no litoral das regiões Norte e Centro até final da manhã, tornando-se gradualmente pouco nublado ou limpo na região Sul a partir do final da manhã e chuva fraca, nas regiões Norte e Centro, em especial no litoral e até final da manhã.

A previsão aponta também para vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando temporariamente moderado no litoral sul do Algarve, durante a tarde, e nas terras altas, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais, pequena descida da temperatura mínima e subida da máxima nas regiões do interior.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 11 graus Celsius (na Guarda) e os 17 (em Faro) e as máximas entre os 20 (em Viana do Castelo e na Guarda) e os 28 (em Évora e Beja).

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, aguaceiros, em geral fracos, em especial nas vertentes norte e terras altas e vento fraco a moderado do quadrante norte. No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 23 graus.

No grupo Ocidental (Flores e Corvo) prevê-se céu muito nublado com boas abertas e vento norte bonançoso, rodando para noroeste.

Para o grupo Central (Graciosa, S. Jorge, Pico, Faial e Terceira) prevê-se períodos de céu muito nublado com abertas, possibilidade de aguaceiros fracos durante a madrugada e manhã e vento norte moderado tornando-se bonançoso.

A previsão aponta ainda para o grupo Oriental (S. Miguel e Santa Maria) períodos de céu muito nublado com abertas e vento nordeste moderado, tornando-se bonançoso e rodando para norte.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 18 e os 24 graus, e em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada entre os 17 e os 23.

Direitos LGBT
O Governo do Reino Unido anunciou hoje que proibirá as terapias de reorientação sexual como parte de um novo plano de ação para...

O executivo da conservadora Theresa May lançou uma iniciativa em defesa dos direitos LGBT com um orçamento de 4,5 milhões de libras (5 milhões de euros).

Mais de 108 mil pessoas LGBT participaram numa pesquisa do Governo para desenvolver o programa, dos quais 2% admitiram ter participado em terapias de conversão sexual e 5% disseram que estas lhe foram oferecidas.

"Consideraremos todas as opções legislativas e não legislativas para proibir a promoção ou a oferta de terapias de conversão", refere-se no plano de ação divulgado pelo Governo.

Dois em cada três entrevistados indicaram que evitam apertar a mão de seu parceiro do mesmo sexo em público por medo de uma reação menos positiva, enquanto 23% disseram que seus colegas responderam negativamente à sua homossexualidade.

Theresa May disse que o Reino Unido "pode sentir-se orgulhoso por ser um líder mundial" em termos de direitos LGBT e sublinhou que o resultado da pesquisa permitiu-lhe ver quais são as áreas em que se pode melhorar a vida desse coletivo.

"Fiquei chocado com o número de respostas em que se expressou que não podem ser abertos com sua orientação sexual", disse.

"Ninguém jamais deve esconder quem é ou quem ama", disse May, antes de enfatizar que o plano do governo envolve "passos concretos" para alcançar uma mudança "real e duradoura" na sociedade.

Candidatura aceite
A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal passou a ser consultora das Nações Unidas, sendo a única organização...

João Filipe Raposo, diretor clínico da Associação, disse que a APDP viu a sua candidatura como membro consultivo da ONU aceite, tornando-se assim na única organização portuguesa a participar na reunião mundial de alto nível sobre prevenção das doenças não transmissíveis, tal como a diabetes.

O encontro da Assembleia Geral das Nações Unidas decorre em setembro, mas esta semana haverá, em Nova Iorque, uma reunião preparatória, na qual participará o diretor clínico da APDP, considerada como a mais antiga associação de doentes do mundo.

Para João Filipe Raposo, a escolha da APDP traduz um “reconhecimento internacional” do modelo desta associação, que além de prestar cuidados aos doentes diabéticos, dá formação a profissionais, aos próprios doentes e também aos cuidadores informais e familiares.

A reunião de quinta-feira em Nova Iorque servirá essencialmente para preparar o encontro de setembro, onde se espera que as Nações Unidas instem os países a ter políticas mais efetivas para controlar as doenças não transmissíveis, segundo o diretor clínico da APDP.

A Organização Mundial da Saúde desenvolveu um plano de ação para as doenças não transmissíveis para o período de 2013 a 2020, que contém metas como reduzir em 25% a mortalidade prematura por aquece tipo de doenças ou diminuir o consumo de sal em 30%.

Em declarações, João Filipe Raposo indica que alguns dos objetivos não serão atingidos e sublinha a necessidade de políticas mais eficazes para controlar as doenças não transmissíveis, como a diabetes, hipertensão ou obesidade.

“Os conselhos para ter uma alimentação saudável ou fazer exercício físico já não são suficientes. Os conselhos até podem chegar à população, mas por alguma razão há barreiras que os tornam insuficientes e é preciso fazer mais”, comentou.

Para o diretor clínico da APDP, a importância do conselho consultivo organizado pelas Nações Unidas reside no facto de permitir que organizações de diferentes países partilhem experiências sobre o que resulta ou não no combate às doenças transmissíveis.

As doenças crónicas não transmissíveis, como o cancro, a diabetes ou as doenças pulmonares, são consideradas um problema de saúde pública.

Nova esperança no tratamento do cancro
O Comité de Medicamentos de Uso Humano da Agência Europeia do Medicamento concedeu no passado dia 29 de junho opinião positiva...

A terapia celular que agora recebeu parecer positivo é uma imunoterapia que modifica as células T do sistema imunitário do próprio doente, para que estas reconheçam e ataquem as células tumorais. Esta terapia tem o potencial de induzir respostas completas (sem cancro detetável) nos doentes com linfoma difuso de grandes células B1. Esta abordagem terapêutica inovadora integrou o programa PRIME (Medicamentos Prioritários) da Agência Europeia do Medicamento (EMA) em 2016.

A opinião positiva do Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) foi concedida no seguimento da revisão pelos reguladores da União Europeia incluindo o Comité de Terapias Avançadas. A recomendação vai ser analisada pela Comissão Europeia, a qual tem competência para aprovação de medicamentos a utilizar nos 28 países da UE, Noruega, Islândia e Liechtenstein.

Este parecer positivo da CHMP é um passo muito importante para os doentes na União Europeia que vivem com linfoma difuso de grandes células B refratário ou em recidiva após duas ou mais linhas de tratamento, os quais, até hoje, tinham poucas ou nenhumas opções de tratamento eficazes e que, agora, esperam beneficiar deste tratamento inovador o mais rapidamente possível.

Os linfomas difusos de grandes células B são a forma mais comum dos linfomas não-Hodgkin agressivos2 e representam uma doença com elevada necessidade médica não satisfeita. Estes doentes refratários ou em recidiva após duas ou mais linhas de tratamento3 têm um mau prognóstico e uma esperança mediana de vida de 6 meses4. Estima-se que em 2018 existam na União Europeia 7.700 doentes cuja elegibilidade para a terapia celular com células CAR-T pode agora ser avaliada.

1 Leukaemia & Lymphoma Society (LLS). Chimeric antigen receptor (CAR) T cell therapy: Facts. 2016. Available at: https://www.lls.org/sites/default/files/National/USA/Pdf/Publications/FSHP1_HCP_CART_Facts.pdf Accessed June 2018.

2 Lymphoma Research Foundation (LRF). Diffuse Large B-Cell Lymphoma (DLBCL). 2016. Available at: http://www.lymphoma.org/site/pp.asp?c=bkLTKaOQLmK8E&b=6300153. Accessed June 2018.

3 Gheorghe D, Ayodele L, Zhang N. Non-Hodgkin's Lymphoma and Chronic Lymphocytic Leukemia, Disease Landscape & Forecast. Decisions Resources Group. Published November 2016.

4 Crump M. et al, Outcomes in refractory diffuse large B-cell lymphoma: results from the international SCHOLAR-1 study. Blood. 2017. 130(16): 1800–1808.

 

Questionário de Opinião
A Associação Alzheimer Portugal, em conjunto com o CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde, está a...

Esta iniciativa, articulada com o Programa Nacional para a Saúde Mental da Direção-Geral da Saúde, tem como principal objetivo a melhoria do conhecimento, atitudes e crenças da população acerca da demência.

José Carreira, presidente da Alzheimer Portugal, afirma que “os dados recolhidos vão ter um papel crucial para se compreender aquilo que as pessoas sabem ou não sobre a demência, de forma a que no futuro se possa apostar em campanhas de sensibilização que combatam o estigma ainda presente na sociedade sobre este tema”.

A participação no questionário é anónima e pode ser efetuada através do seguinte link: https://www.dgs.pt/formulario-demencia-2018.aspx

EUA
A cidade de Seattle passou a proibir, a partir de hoje, a utilização de utensílios de plástico nos seus mais de 5.000...

A cidade de Seattle passou a proibir, a partir de hoje, a utilização de utensílios de plástico nos seus mais de 5.000 restaurantes, cafés e lojas de alimentos, sob pena da aplicação de multas a partir de 250 dólares (213 euros).

A medida, escreve o Sapo, que segundo os media locais converte Seattle numa das primeiras cidades dos EUA a proibir este género de artigos de plástico, abrange palhinhas, colheres, garfos e facas. Caso estes artigos sejam solicitados por um cliente, deverão ser fornecidas alternativas recicláveis.

Multas para os incumpridores
A decisão tem como objetivo diminuir o lixo de plástico e assinala que para os casos de utensílios de uma única utilização deverá ser incluída a indicação que pode ser reconvertido, designadamente em fertilizantes.

As empresas abrangidas deverão ainda aceder ao serviço de reciclagem disponibilizado por um provedor dos serviços de recolha.

O incumprimento desta norma implicará uma multa que poderá ultrapassar os 250 dólares, apesar de as autoridades terem precisado que, durante o primeiro ano da medida, a prioridade será convencer e não "obrigar" os abrangidos na sua aplicação.

A lei abrange todas as empresas do setor de alimentos e bebidas, incluindo restaurantes, cafés, camiões de transporte de alimentos e outros estabelecimentos.

Estudo
O novo gene identificado como C6orf106 ou "C6" tem um papel-chave na regulação da resposta imunológica do corpo...

Um grupo de cientistas australianos identificou um gene que pode ajudar a desenvolver novos tratamentos contra a gripe, a artrite e mesmo o cancro.

A informação é revelada hoje pela Organização para a Investigação Industrial e Científica da Commonwealth da Austrália (CSIRO).

O estudo acaba de ser publicado no Journal of Biological Chemistry.

Gene controla a produção de proteínas
O novo gene identificado como C6orf106 ou "C6" tem um papel-chave na regulação da resposta imunológica do corpo perante infeções e doenças, segudo a mesma fonte.

O gene controla a produção de proteínas relacionadas com doenças infeciosas, assim como cancro e a diabetes, revelou a organização em comunicado.

"As citocinas [um termo genérico empregado para designar um extenso grupo de moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células] reguladas pelo 'C6' estão ligads a uma grande variedade de doenças, incluindo o cancro, a diabetes e (..) a artrite reumatóide", explicou o investigador da CSIRO Cameron Steward.

 

No Canadá
Em média, 1 em 10 crianças que se inscrevem em estudos pediátricos de fase I ficam melhores após o ensaio, mas 1 em 50 morrem...

Desenvolvido pela Universidade McGil, no Canadá, o estudo acredita que os ensaios pediátricos de fase I são fundamentais para estabelecer a segurança e a dosagem de medicamentos contra o cancro em crianças.

Regulamentações nacionais e internacionais, entretanto, estabelecem limites ao risco permitido para pesquisas que envolvem menores.

No novo estudo, escreve o Sapo, os investigadores analisaram estudos sobre cancro pediátrico de fase I, publicados entre 2004 e 2015, e identificaram 170 estudos que envolveram 4 604 pacientes; de seguida, agruparam as taxas de resposta objetivas e a ocorrência de eventos secundários relacionados com a utilização de fármacos.

No geral, a taxa de resposta entre todos os estudos foi de 10,29%, mas a taxa foi significativamente diferente para tumores sólidos em comparação com malignidades hematológicas.

A taxa global de eventos secundários fatais de grau 5 foi de 2,09% e houve uma média de 1,32 eventos secundários de graus 3 e 4 relacionados com medicamentos.

Em geral, os eventos secundários e as taxas de resposta foram semelhantes aos observados em estudos sobre cancro em adultos de fase I.

Os autores observaram várias limitações no seu estudo, incluindo a heterogeneidade nos tipos de cancro e os tratamentos incluídos nos estudos.

"Os nossos dados, juntamente com uma análise ética cuidadosa, fornecem uma base empírica para novas discussões sobre o status terapêutico dos estudos de fase I em crianças", disseram os autores.

"Em particular, estes dados fornecem evidências que servirão para refinar o risco / benefício em estudos de fase I e identificar os estudos que apresentam maiores desafios para atender a padrões de risco aceitável em crianças”, concluíram.

 

Raquel Varela
Os dados provisórios sobre as situações de “burnout” que atingem os professores portugueses indicam valores “altíssimos” e...

“Não posso revelar os dados antes do dia 06 de julho [sexta-feira] mas, neste momento, os dados provisórios apontam para uma taxa de 'burnout' altíssima. Ou seja, nós temos um número de professores estatisticamente muito relevante que está a trabalhar em condições de adoecimento grave”, disse a coordenadora da investigação que tem como base questionários a 19 mil professores portugueses, a nível nacional.

“São três questionários validados à escala internacional e conseguimos recolher, de forma voluntária 19 mil inquéritos a professores portugueses. Temos neste momento cerca de dois milhões de dados a serem tratados”, adiantou Raquel Varela.

A pesquisa é uma parceria entre a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova, coordenada por Raquel Varela e que conta com a participação de académicos de várias universidades, entre elas do Instituto Superior Técnico e de instituições brasileiras.

O estudo sobre “burnout” ou desgaste investiga as condições e vida e de trabalho dos professores em todos os graus de ensino incluindo nos setores público e privado.

Para Raquel Varela, os dados que vão ser analisados podem vir a ter reflexos políticos, sindicais ou jurídicos, tal como aconteceu na sequência de estudos semelhantes realizados no Brasil.

“A questão sindical é dos sindicatos, mas estudos semelhantes no Estado de São Paulo (Brasil) - que tem mais professores do que Portugal - levaram, por exemplo a uma queixa-crime do sindicato que responsabilizou o Estado pelo adoecimento dos professores”, disse a coordenadora do projeto.

“’Burnout’ significa que a pessoa esgotou. Colapsou-se. É multifatorial, mas há uma questão que estamos a concluir e que vai ao encontro com os trabalhos internacionais: há uma dissociação entre as expectativas criadoras, inovadoras, autónomas das pessoas e aquilo que é a realidade dos locais de trabalho”, refere Raquel Varela acrescentado que o estudo destaca a “realidade” que afeta os docentes portugueses.

“Uma realidade profundamente hierarquizada, vigilante, corta a autonomia e tudo isso diminui a produtividade e leva ao adoecimento dos professores e dos profissionais que estão em ‘burnout’”, diz.

Segundo os investigadores, este estudo pretende também compreender de que forma é que a saúde mental dos professores está afetada pelas condições de trabalho e de que forma as condições de trabalho afetam as condições familiares.

Consumo de medicamentos tem estado a aumentar
Em Portugal, o tratamento da Diabetes e das suas complicações representa cerca de 10% da despesa em

A Diabetes, uma doença crónica e progressiva, pode levar a complicações que se dividem em microvasculares e macrovasculares. As complicações microvasculares são: retinopatia diabética, que pode progredir até cegueira; nefropatia diabética, que pode levar à insuficiência renal com necessidade de diálise ou transplante; e a neuropatia diabética, que causa muitas vezes úlceras na perna e no pé que podem levar à necessidade de amputação. As complicações macrovasculares são as que podem levar ao enfarte agudo do miocárdio (EAM) e ao acidente vascular cerebral (AVC).

Estas complicações são responsáveis pela mortalidade e morbilidade da doença, que se traduz num forte impacto socioeconómico em todo o Mundo. Na maioria dos países ocidentais, por exemplo, a Diabetes é a principal causa de amputações não traumáticas, de cegueira e de doença renal terminal e 8 em cada 10 doentes com Diabetes morrem por doença cardiovascular.

Segundo os dados do Relatório do Observatório Nacional da Diabetes  "Diabetes Factos e Números - o ano de 2015" e do “Programa Nacional para a Diabetes 2017”, esta doença foi responsável por mais de 4% das mortes das mulheres e mais de 3% das mortes nos homens, ou seja, por ano morrem cerca de 2.200-2.500 mulheres e 1.600-1.900 homens por Diabetes em Portugal. O número médio de anos potenciais de vida perdidos (APVP) por diabetes em 2015 foi, no sexo masculino, de 8,2 APVP/óbito e no sexo feminino, de 8,0 APVP/óbito.

Em relação aos internamentos, a Diabetes foi o diagnóstico principal em 25.766 utentes e um diagnóstico associado em 162.348 casos. Estes números representam 16% de todos os utentes saídos dos Hospitais do SNS em 2015 (excluindo internamentos com duração <24 h). As principais causas de internamento foram: doenças do aparelho circulatório, em 26% dos casos; doenças do aparelho respiratório em 15%; e doenças do aparelho digestivo em 10%.

Particularizando os casos em que a Diabetes foi o diagnóstico principal, as alterações circulatórias periféricas representaram 24% dos casos. Importa salientar que, incluindo os internamentos <24 horas, as manifestações oftálmicas assumem uma importância preponderante, pois representam 71% dos casos.

A duração média dos internamentos associados a descompensação ou complicação da Diabetes foi 11,6 dias, superior à duração média de todos os internamentos em 2015 (7,8 dias).

A letalidade intra-hospitalar (Sistema Nacional de Saúde) da Diabetes foi 25,9%, ou seja mais de 1/4 das pessoas que morrem nos hospitais em 2015 tinham esta doença. Em termos de custos, as hospitalizações em que o diagnóstico principal foi Diabetes foram responsáveis por um encargo de 40,4 milhões de euros, valor que cresce para 434,6 milhões de euros se considerarmos todas as hospitalizações com Diabetes.

Também ao nível dos Cuidados de Saúde Primários é possível observar o “peso” da Diabetes. Em 2015, estavam registados 846.955 utentes com Diabetes na Rede de Cuidados de Saúde Primários do SNS (num total de 12.470.910 utentes registados). O número total de utentes com Diabetes que utilizou os Serviços (pelo menos uma consulta) foi 681.685, tendo sido realizadas 2.109.496 consultas de Diabetes. Verificou-se que as Consultas de Diabetes representaram 7.3% das consultas nos Cuidados de Saúde Primários e que, em média, os utentes com Diabetes tiveram 3,1 consultas/ano.

O consumo de medicamentos para a Diabetes tem estado a aumentar em toda a Europa e Portugal não é excepção. Em 2000, a dose diária definida por 1000 habitantes por dia de antidiabéticos não insulínicos e insulinas era de 50,6 e em 2015 foi 67,1, o que corresponde a um aumento de 33%. Algumas das razões apontadas para este incremento são o aumento da prevalência, o aumento do número e da proporção de pessoas tratadas e o aumento das doses médias usadas. Em termos absolutos, em 2015 foram vendidas 10,3 milhões de embalagens de antidiabéticos não insulínicos e insulinas, o que corresponde a 22 milhões de euros de encargos diretos para o utente e 238,8 milhões de euros para o SNS. Especificando os dois grupos, antidiabéticos não insulínicos e insulinas, foram vendidas 8,9 milhões de embalagens (196,6 milhões de euros) de antidiabéticos não insulínicos e 1,4 milhões de embalagens (64,3 milhões de euros) de insulina.

Em Portugal, o tratamento da Diabetes e das suas complicações representa cerca de 10% da despesa em saúde o que corresponde a cerca de 1% do PIB Nacional. Com o envelhecimento da população e aumento da prevalência da doença, nascem cada vez mais problemáticas relacionadas com a realidade social do nosso país que, muito além de números, afetam os portugueses e as suas famílias. É, portanto, urgente atuar na prevenção, diagnóstico precoce e seguimento ajustado da doença.

*este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico, por opção do autor

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Ordem dos Médicos Veterinários
A Ordem dos Médicos Veterinários assina um protocolo referente ao Cheque Veterinário com a Câmara Municipal de Aveiro e com a...

No ano passado, na região centro, foram recolhidos nos Centros de Recolha Oficial (CRO) 8 401 animais, dos quais 591 foram esterilizados. Também nesta zona, só nos primeiros quatro meses deste ano, foram recolhidos mais de 700 animais, segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.

Agora, a menos de três meses da entrada em vigor da Lei nº 27/2016, que veio aprovar as medidas para a criação de uma rede de Centros de Recolha Oficial de animais e estabelecer a proibição do abate de animais errantes como forma de controlo da população, a Ordem dos Médicos Veterinários, a Câmara Municipal de Aveiro e a Junta de Freguesia de Avanca unem esforços, com a assinatura de protocolos que visam a implementação do Cheque Veterinário no distrito.

O Programa de Apoio de Saúde Preventiva a Animais em Risco, mais conhecido por Cheque Veterinário, foi lançado pela Ordem dos Médicos Veterinários com o objetivo de dotar os municípios com os instrumentos necessários para o cumprimento desta diretiva, bem como promover uma aproximação aos médicos veterinários. 

Desta forma, e com a assinatura destes protocolos, espera-se implementar uma rede de cuidados primários médico-veterinários para animais em risco no distrito de Aveiro, nomeadamente no que se refere à vacinação, desparasitação, identificação eletrónica e esterilização.

Esta iniciativa da Ordem dos Médicos Veterinários conta já com a adesão de inúmeros municípios, nomeadamente da Câmara Municipal de Braga, Câmara Municipal de Esposende, Câmara Municipal do Fundão, Câmara Municipal de Ílhavo, Câmara Municipal de São Brás de Alportel, Câmara Municipal de Oeiras e Associação de Municípios de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo e Sátão.

 

Movimento Doentes pela Vacinação
A Pneumonia não é sazonal. Tal como surge, independentemente do mês em que estamos, pode ser prevenida em qualquer altura do...

Segundo um estudo recente, o simples ato de vacinação pode reduzir o risco de hospitalização por Pneumonia em 73% 1. Sem dúvida, excelentes notícias num País onde em média, por semana, morrem 161 pessoas, vítimas da doença, e se gastam mais de 1.5 milhões de euros, só em tratamentos e internamentos.*

A Pneumonia mata, também no verão, e pode reduzir drasticamente a qualidade de vida de quem a contrai. Pessoas com mais de 65 anos ou, de alguma forma, debilitadas, estão mais fragilizadas e por isso devem preveni-la ao longo de todo o ano.

Mas nem tudo são más notícias. Um estudo recente demonstrou a eficácia da vacinação antipneumocócica na redução dos internamentos de adultos a partir dos 65 anos.1 Dados particularmente felizes para Portugal onde a Pneumonia mata, em média, 23 pessoas por dia.

“A partir dos 65 anos, todos nos devíamos vacinar. A vacinação deve ser uma preocupação ao longo da vida, em particular depois dos 65 anos, e em casos de maior fragilidade, como acontece com os doentes crónicos. Estudos como este só vêm dar força aos nossos apelos” começa Isabel Saraiva, fundadora do MOVA – Movimento Doentes pela Vacinação. “Com a diminuição das taxas de internamento diminui, também, o número de mortes associadas à Pneumonia. Estes 73% de redução nos internamentos levam-nos a crer que a imunização destas faixas etárias pode prevenir milhares de hospitalizações. Custos que podem ser evitados, já para não falar nas devastadoras mortes e no absentismo”, acrescenta.

Na União Europeia, a vacinação antipneumocócica está indicada, na população adulta, para a prevenção de doença invasiva e pneumonia causada por Streptococcus pneumoniae. Nos adultos com idade igual ou superior a 18 anos e idosos, basta uma dose. Pela sua importância na proteção da população, faz parte, desde julho de 2015, do Programa Nacional de Vacinação (PNV) e está recomendado e é gratuito para todas as crianças e jovens com risco acrescido para doença invasiva pneumocócica.2

Em junho de 2015, a Direção-Geral da Saúde (DGS), emitiu uma norma que recomenda a vacinação de todos os adultos pertencentes a grupos de risco acrescido para doença invasiva pneumocócica, nomeadamente pessoas com Diabetes mellitus, Asma, DPOC, Doença Cardíaca Crónica e doentes imunocomprometidos. É recomendada e gratuita para algumas populações de doentes com alto risco de Doença Invasiva Pneumocócica.3

*Custos Diretos dos Internamentos hospitalares de adultos com diagnóstico principal de Pneumonia Adquirida na Comunidade em Portugal Continental no período entre 2000 e 2009 (data em submissão): Froes F, Diniz A, Serrado M, Nunes B. Hospital admissions of adults with community acquired pneumonia in Portugal between 2000 and 2009. Eur Respir Journal 2013

1 McLaughlin J, et al. Effectiveness of 13-Valent Pneumococcal Conjugate Vaccine Against Hospitalization for Community-Acquired Pneumonia in Older US Adults:  A Test-Negative Design. Clin Infect Dis 2018 doi: 10.1093/cid/ciy312.

2 Direção-Geral da Saúde. Norma 012/2015 de 23 de junho de 2015, atualizada a 6 de novembro de 2015. Disponível em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/nor.... Acedido a 30 de maio de 2018.

3 Direção-Geral da Saúde. Norma 011/2015 de 23 de junho de 2015, atualizada a 6 de novembro de 2015. Disponível em https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-normativas/nor.... Acedido a 30 de maio de 2018.

3 a 5 de julho
Na agenda estão reuniões com o Governo Regional, Saudaçor, autarquias, instituições do setor solidário e social, unidades de...

A Ordem dos Nutricionistas vai visitar, entre os dias 3 e 5 de julho, a Região Autónoma dos Açores, zona do país onde se registam os maiores níveis de obesidade e diabetes. Na agenda estão, entre outras, reuniões com o Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, e com o Secretário Regional de Saúde, Rui Luís.

Inserida no périplo que a Ordem dos Nutricionistas está a fazer pelo país desde o passado mês de abril, a iniciativa tem com o objetivo perceber de que forma estão distribuídos os nutricionistas pelo arquipélago e apresentar soluções que contribuam para melhorar a saúde da população nos Açores.

Atualmente, dos 109 nutricionistas que exercem a sua atividade nos Açores, apenas 12 estão nos cuidados de saúde hospitalares, um número que Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas, considera “significativamente baixo para um governo que tem a saúde da população como uma das suas grandes prioridades”.

Em 2009, com o objetivo de reduzir o problema da obesidade infantil, o governo regional contratou um nutricionista para todos os centros de saúde. “Nove anos passados, o que os mais recentes dados do COSI nos dizem é que valeu a apena, já que os Açores foi a região do país onde o excesso de peso em crianças e jovens mais diminuiu”, afirma a Bastonária.

“Com a redução da obesidade infantil, já demos provas de que a contratação de nutricionistas é essencial para atuar, não apenas no tratamento, como também e principalmente na prevenção e promoção da saúde”, sustenta Alexandra Bento considerando que “é chegada a hora de se reforçar o número de nutricionistas no Serviço Regional de Saúde.

“Como temos vindo a afirmar, é muito mais vantajoso, quer para o Estado, quer para os cidadãos, promover a saúde antes que a doença chegue. O Estado aplica de forma mais eficiente o dinheiro dos seus contribuintes e os cidadãos ganham com mais anos de vida saudáveis”, conclui a Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

Recorde-se que na Região Autónoma dos Açores a prevalência de excesso de peso e obesidade na população adulta a partir dos 18 anos atinge quase os 70%, a diabetes afeta 10% dos açorianos, e 70% apresenta valores de colesterol acima do que é recomendado.

Esta iniciativa está inserida no ‘Ciclo de Visitas da Bastonária da Ordem dos Nutricionistas’, que, iniciado em abril, já passou por quatro regiões do país. Com o objetivo de fazer um levantamento da realidade profissional dos nutricionistas, este périplo, que decorre até ao próximo mês de novembro, deverá passar por mais de 40 instituições de norte a sul do país, incluindo ilhas.

Costa da Caparica
Pela praia de São João da Caparica, Mário grita “olha a fruta fresca”, anunciando a presença do “Capitão Fruta”, uma...

Remetendo para o imaginário de um herói que pretende, sobretudo, chegar até aos mais novos, o “Capitão Fruta” vai percorrer durante o verão a Caparica (no concelho de Almada, distrito de Setúbal) vendendo salada de fruta e sumos naturais.

Para já, são quatro os jovens que carregam uma mochila refrigerada com cinco/seis quilos de fruta da época, limonada e sumo ‘tutti-frutti’.

“Olha a melancia. Olha a meloa. É só fruta da boa”, apregoa Mário, um dos jovens que vestem a camisola do “Capitão Fruta” e que explicou tratar-se de um produto que se vende por si próprio - nem seria preciso chamar a atenção dos veraneantes com as frases chamativas.

“Identifico-me com o projeto. É uma onda saudável na praia. E acho que é um produto que se vende mesmo sem nós o vendermos”, diz o ‘capitão’ de 26 anos, reconhecendo que “será mais vendido em dias quentes”.

Nas praias da Caparica desde 15 de junho, o projeto nasceu, segundo António Malta, um dos quatro sócios, da necessidade que identificaram de haver fruta na praia. Já com alguma experiência em venda de sumos naturais, o responsável explica que o projeto está a dar os primeiros passos e a limar arestas.

“Tem estado mau tempo, ainda não tirámos as devidas conclusões, o tempo não tem ajudado. No entanto, no domingo passado percebemos que pode tornar-se impossível a logística de distribuir fruta de praia em praia”, refere António Malta, admitindo que, com as praias cheias de pessoas, é difícil sair para ir fazer o abastecimento de fruta fresca fora.

Quanto à aceitação dos veraneantes, António, Mário e Bernardo, outro dos jovens ‘capitães’, são perentórios: as pessoas estão a aderir “muito bem”, apesar de o tempo “não estar a ajudar muito”, já que ainda não houve muitos dias de muito calor.

“Em julho esperamos já ter tudo montado, finalizar o sistema de confeção da salada de fruta e dos sumos mais perto”, perspetiva António Malta, enquanto Mário reconhece que “todos os projetos novos têm de ir progredindo, nunca baixando os braços”.

Bernardo, ‘capitão’ de 27 anos, reconhece que o “sonho de muita gente é ter um escritório na praia” e, apesar de ser “cansativo e puxado” andar durante várias horas no areal carregado, o trabalho é ao mesmo tempo “revitalizante”.

“O caminhar é desgastante, mas a pouco e pouco vamos ganhando resistência”, diz, lembrando que até “dá para fazer uma pausa, dar um mergulho e descansar um pouco” ao longo da jornada.

“Andamos a vender saúde e nós termos também saúde é bom. Não andamos aqui só para arrecadar números”, frisa.

Pablo Bruno, arquiteto e designer da marca e outro dos sócios, explica à Lusa que este é também um projeto com “consciência ambiental” e com “preocupações saudáveis”, por isso recorre-se a fruta da época e alguma biológica. Embora não possam evitar o plástico das suas embalagens, estão a pensar em algumas medidas.

“Não se trata de substituir o plástico, porque não o conseguimos fazer, mas vamos implementar em julho algumas campanhas dizendo às pessoas que nos tragam determinado número de plásticos para trocar por brindes de verão. Ajudar a consciencializar para a reciclagem”, indica Pablo.

Paulo Almeida, na praia com as filhas e algumas amigas destas, ficou rendido ao projeto, considerando que vai no “caminho correto” daquilo que segue em casa: dar uma alimentação saudável.

“De certeza que vamos consumir mais fruta. Eles são superdivertidos, uma equipa superengraçada, que chama a atenção, têm sempre um sorriso e sabem cativar as crianças”, diz Nuno Silva, também a aproveitar o dia de praia, adiantando que num dia a família vai comer uma bola de Berlim e noutro dia a fruta, equilibrando as alternativas.

Nuno Silva, outro veraneante que também experimentou a novidade no areal da Caparica, entende que o projeto poderá tornar-se numa alternativa efetiva.

“Ainda está muito incutido a bola de Berlim na praia e não a fruta, mas aos poucos as pessoas vão começar a ter outro tipo de ideia e a optar por algo mais saudável, vão começar a comer mais fruta”, comenta.

Artur Palma, também na praia também com os filhos, reconhece que o projeto é uma “boa iniciativa” levando ao areal produtos naturais “em vez das bolas de Berlim, de que toda a gente gosta, mas que têm muito açúcar”.

A dar o exemplo desde pequenino, Manuel, de 04 anos, na praia com os pais e o irmão Mateus, não hesitou em responder para a câmara que prefere a fruta ao tradicional bolo da praia.

Desde sábado passado
As cafetarias das unidades de saúde públicas estão proibidas de venderem salgados, produtos de charcutaria, bolos,...

O despacho foi publicado a 28 de dezembro de 2017, mas o Governo deu seis meses para as entidades procederam às alterações, se tal não implicasse o pagamento de indemnizações ou outras penalizações, na revisão dos contratos em vigor.

Os bares dos hospitais e centros de saúde vão deixar de poder vender águas aromatizadas, bebidas energéticas e bebidas com cola ou extrato de chá, guloseimas tipo rebuçados, caramelos, pastilhas com açúcar, gomas, snacks doces ou salgados, designadamente tiras de milho, batatas fritas e pipocas.

O despacho proíbe ainda, nos novos contratos a venda de chocolates em embalagens superiores a 50g, chocolates com recheio, bebidas com álcool e molhos como ketchup, maionese ou mostarda e obriga a que seja disponibilizado aos utentes água potável gratuita e de garrafa.

Os novos contratos a celebrar para concessão de espaços destinados à exploração de bares, cafetarias e bufetes também não podem ter a publicidade ou vender refrigerantes ou refeições rápidas, designadamente hambúrgueres, cachorros quentes, pizzas ou lasanhas.

Foi igualmente definida uma lista de alimentos permitidos bares, cafetarias e bufetes dos hospitais, entre eles leite simples meio-gordo/magro, iogurtes meio-gordo/magro, queijos curados ou frescos e requeijão, sumos de fruta e/ou vegetais naturais, bebidas que contenham pelo menos 50 % de fruta e/ou hortícolas e monodoses de fruta.

Esta lista integra ainda o pão, “preferencialmente de mistura com farinha integral e com menos de 1 g de sal por 100 g” de produto, que pode ter como recheio queijo meio-gordo/magro, fiambre com baixo teor de gordura e sal e de preferência de aves, carnes brancas cozidas, assadas ou grelhadas, atum ou outros peixes de conserva com baixo teor de sal e ovo cozido.

No âmbito destas alterações, a Ordem dos Nutricionistas pediu na sexta-feira uma auditoria aos bares, cafetarias e bufetes do SNS para verificar o cumprimento desta legislação.

“Esta inspeção é essencial para verificarmos se existe, de facto, uma melhoria na oferta alimentar nos bares do SNS, conforme definido legalmente”, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, acrescentando que, em Portugal, há “sérios erros alimentares” e que há “uma forte evidência científica de que a alimentação é um dos principais fatores modificáveis que mais contribui para a mortalidade e morbilidade dos cidadãos”.

Alimentação saudável
Investigadores da Universidade do Algarve, dez chefes de cozinha e uma empresa de cultivo de plantas halófitas estão a...

As halófitas são plantas comestíveis que nascem e vivem junto à água salgada, em sapais como a Ria Formosa, ambientes extremos cujas condições desencadeiam mecanismos de defesa que fazem com que as plantas concentrem uma elevada qualidade nutricional e outros benefícios para a saúde.

“Por viverem em condições muito agressivas, acabam por desenvolver todo um conjunto de compostos químicos que são benéficos para a nossa saúde, compostos que são antioxidantes, como algumas vitaminas”, explica a coordenadora científica do projeto “Xtreme Gourmet”, Luísa Barreira.

No laboratório do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve (UAlg), investigadores analisam o perfil nutricional das plantas em termos de proteínas e lípidos, mas também o perfil de ácidos gordos, de minerais, o tipo de fibras que contêm e fazem ensaios que permitem comparar a atividade antioxidante entre várias plantas.

A especialista em Biotecnologia Marinha revela que a equipa está a procurar a possibilidade de os extratos preparados destas plantas terem atividade antidiabética, ou seja, capacidade para inibir algumas enzimas que existem no organismo e que são o alvo das terapias antidiabéticas.

De acordo com a investigadora, devido ao sal estas plantas – entre as quais, a salicórnia (a mais conhecida), os “sea fingers” (dedos do mar) ou a ínula - possuem também minerais em quantidades elevadas, alguns deles essenciais ao organismo, como o ferro e o manganês.

Enquanto Luísa coordena o controlo das propriedades nutricionais e químicas, o engenheiro agrónomo Miguel Salazar desenvolve os métodos de cultura das plantas em estufa, testadas depois para consumo por um conjunto de dez ‘chefs’ de cozinha, coordenados por Leonel Pereira.

Há muitos anos que o ‘chef’ Leonel Pereira, coordenador do grupo de chefes que avalia as plantas, usa as halófitas nos seus pratos, com lugar de destaque nos menus que prepara no seu restaurante em Almancil, detentor de uma estrela Michelin.

Apesar de estas plantas terem como ponto forte salgar a comida, como uma alternativa mais saudável do que o sal, Leonel Pereira lamenta que as halófitas, muitas vezes, estejam apenas reduzidas a esse papel e enaltece as suas características cítricas, que dão subtileza aos pratos.

“Como crítico e como coordenador do projeto, estou sempre a pedir às pessoas e aos chefes para não olharem para elas como simples decoração ou porque sabem um bocadinho a sal, até porque o nosso manual de avaliação tem muitos outros pontos”, explica.

O essencial, defende, é “ser criativo” e “olhar para o produto”, tendo a sensibilidade de perceber que planta se deve usar em cada prato – Leonel Pereira recomenda que se use mais com peixe e marisco - já que por vezes pode haver combinações desastrosas.

Por seu turno, Miguel Salazar, proprietário da empresa que comercializa as plantas, espera conseguir que as halófitas sejam consumidas de uma forma mais frequente, trabalhando no desenvolvimento de técnicas de cultivo que as tornem mais saborosas e benéficas, em termos de saúde.

No que respeita à salicórnia, que é a planta mais conhecida, o engenheiro agrónomo acredita que é uma “questão de tempo” até que entre na rotina alimentar das pessoas, à semelhança da rúcula, “que era uma grande desconhecida e agora é habitual nas nossas mesas”.

O “Xtreme Gourmet” iniciou-se há um ano e meio e é um projeto de investigação e desenvolvimento apoiado pelo Algarve CRESC 2020.

Apresentado em Coimbra
O Movimento de Parkinson Precoce, apresentado sexta-feira passada em Coimbra, pretende sensibilizar a população, alertando para...

O movimento, constituído por um grupo de pessoas com Parkinson com idades entre os 41 e os 58 anos de idade, pretende informar a população sobre os sintomas desta doença, para garantir uma sinalização precoce, disse a presidente e fundadora da organização, Isabel Ferreira.

Segundo a responsável, a sintomatologia desta doença pode ser atribuída pelas pessoas "à própria velhice", o que muitas vezes dificulta o diagnóstico.

O diagnóstico precoce é fundamental, vincou, salientando que este permite um tratamento mais rápido e eficaz e, como consequência, um aumento da qualidade de vida do doente.

"Há esta ideia criada na sociedade de que é uma doença em que se treme. Há muito doente de Parkinson que nunca tremeu", salientou, referindo que a doença "não é exclusiva da população idosa", havendo casos de portadores com 25 anos de idade.

O Movimento de Parkinson Precoce, que pretende dar voz aos portadores desta doença, foi lançado na Casa da Mutualidade, onde foi apresentada uma exposição de fotografia da organização, que estará depois patente em Mortágua, Tábua, Caldas da Rainha e Leiria.

Equipa liderada por português
Uma equipa internacional liderada pelo investigador Cláudio Gomes do BioISI - Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas...

A descoberta, publicada a 29 de Junho na revista científica Science Advances*, da prestigiada American Association for the Advancement of Science, revela que uma proteína inflamatória de abundante no cérebro e produzida como resposta a danos nas células nervosas pode ter uma nova função e constituir a primeira linha de defesa na supressão da formação de agregados amilóide.

“A proteína S100B acumula-se junto das placas [depósitos] de amilóide nos cérebros com Alzheimer, e o nosso trabalho revela agora que essa “coincidência” tem uma razão de ser, dado que descobrimos que a proteína S100B interage com a proteína beta-amilóide, atrasando a sua agregação”, explica Joana Cristóvão, estudante de doutoramento e primeira autora do estudo. “Em estudos com culturas de células observamos que a proteína S100B reverte a toxicidade induzida por agregados da proteína beta-amilóide, o que reforça este novo papel na defesa anti agregação”, continua a jovem investigadora.

A proteína S100B era já bem conhecida pelo seu papel multifuncional em processos de sinalização celular e neuroinflamação, sendo mesmo um biomarcador de lesões cerebrais traumáticas e de envelhecimento – curiosamente, dois fatores de risco da Doença de Alzheimer. “A nova função que agora evidenciamos para a proteína S100B como regulador da agregação proteica estabelece um novo elo entre dois processos celulares que estão profundamente afetados em várias doenças neurodegenerativas: agregação proteica e neuroinflamação”, elucida o Professor Cláudio Gomes, coordenador do estudo. No seu entender, “esta investigação desvenda novas funções das alarminas S100 que serão comuns entre patologias neurodegenerativas para além da Doença de Alzheimer, o que abre perspetivas sobre a possibilidade de desenvolvimento futuro de terapias direccionadas para estes alvos.”

A doença de Alzheimer afecta milhões de pessoas em todo o mundo e resulta da acumulação de formas tóxicas da proteína beta-amilóide sob a forma de agregados que causam a morte dos neurónios, resultando em demência.

Este processo neurodegenerativo é acompanhado de importantes alterações bioquímicas no cérebro, como as que resultam da abundante produção de moléculas da resposta neuro-inflamatória. De entre estas destacam-se as chamadas alarminas, como a proteína S100B, que foi agora objeto de atenção especial.

Esta investigação foi conduzida no BioISI - Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Portugal) em colaboração com investigadores do I3S - Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (Portugal), Universidade de Freiburg (Alemanha) e Universidade Técnica de Munique (Alemanha). O estudo foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT, Portugal), Fundação Bial (Portugal) e pelo Deutsche Forschungsgemeinschaft (Alemanha).

* J. S. Cristóvão, V. K. Morris, I. Cardoso, S. S. Leal, J. Martínez, H. M. Botelho, C. Göbl, R. David, K. Kierdorf, M. Alemi, T. Madl, G. Fritz, B. Reif, C. M. Gomes, The neuronal S100B protein  is a calcium-tuned suppressor of amyloid-b aggregation. Sci. Adv. 4, eaaq1702 (2018).

 

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