Especialista explica
A Esclerose Sistémica é uma doença reumática auto-imune, rara, caracterizada pela presença de fibros

Embora a sua etiologia não esteja claramente estabelecida, a objetivação de inflamação e hiperreatividade vascular da micro e macrocirculação associadas à deposição de colagénio nos tecidos parecem estar implicadas na fisiopatogenia da doença.

A prevalência estimada é de 2-20 milhão/pessoa/ano, sendo mais frequente no sexo feminino (3 mulheres: 1 homem) e com um pico de incidência entre a 3ª e 5ª décadas de vida.

Trata-se de uma doença com prognóstico reservado e uma morbilidade e mortalidade estimada em 66% a 10 anos.

Deve suspeitar-se desta patologia nos doentes que apresentam fenómeno de Raynaud (alteração da coloração das extremidades corporais, geralmente dos dedos das mãos/pés, tipicamente com 3 fases - palidez, cianose, rubor - precipitada pela exposição ao frio) que surge tardiamente (idade > 40 anos), com crises dolorosas e sinais de isquemia digital (ex: úlceras das polpas dos dedos), associado ou não a espessamento cutâneo, e que analiticamente possuam anticorpos antinucleares positivos.

A sua classificação depende da extensão do envolvimento cutâneo, da presença ou ausência de atingimento de orgão, podendo dividir-se em forma cutânea limitada (incluindo o síndrome de CREST) ou cutânea difusa.

O CREST caracteriza-se pela presença de Calcinose, fenómeno de Raynaud, Dismotilidade Esofágica, Esclerodactilia e Telangiectasias. O atingimento cutâneo abrange apenas as extremidades distais dos membros e da face. Nestes doentes o aparecimento de hipertensão arterial pulmonar confere um prognóstico mais grave.

A forma cutânea difusa é caracterizada pelo aparecimento mais abrupto do fenómeno de Raynaud, sendo que a esclerose cutânea pode atingir toda a superfície corporal e ser rapidamente progressiva (12-18 meses). Cerca de 90% destes doentes têm envolvimento multiorgânico, com envolvimento do pulmão (doença pulmonar interstiticial) e doença renal.

O diagnóstico é efetuado de acordo com as manifestações clínicas e a positividade dos anticorpos antinucleares e/ou outros anticorpos mais específicos, nomeadamente anticorpos anticentrómero e anti-Scl70, bem como por outros exames complementares de diagnóstico (capilaroscopia, radiografia/TC pulmonar, ecocardiograma, etc.).

O tratamento é sintomático e, dependendo do quadro clínico, pode inculuir imunossupressores e/ou antifibróticos.

A suspeição do diagnóstico e a referenciação destes doentes de forma precoce à Reumatologia é essencial para uma orientação adequada.

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Estudo
Um estudo da ONG Global Action Plan prova que um simples passeio por uma cidade muito movimentada e poluída faz pior à saúde...

É tudo uma questão de altura em relação ao solo. Os poluentes, ou pelo menos a maioria, são mais pesados do que o ar, pelo que tendem a concentrar-se junto ao solo. É por isso que a norma define a altura onde devem ser colocados os sensores que analisam o ar que respiramos, para evitar que, posicionados a 15 ou mais metros, determinem uma percentagem de produtos tóxicos inferior à real. O mesmo raciocínio pode – e deve – ser aplicado às crianças, uma vez que o facto de terem o nariz mais próximo do solo, especialmente se se deslocarem num carrinho de bebé, expõe-nas a um risco muito superior ao que os pais podem imaginar.

A situação, que já era conhecida no plano teórico, foi agora materializada em números pela Global Action Plan, ONG que avaliou a poluição em diversas cidades no Reino Unido (Manchester, Glasgow, Leeds e Londres) para determinar qual a diferença média entre os poluentes inalados por um adulto e por uma criança. E a conclusão é que os petizes inspiram 30% mais de poluentes. Tal provoca danos ao nível dos pulmões e vias respiratórias, muitas vezes irreversíveis, que depois geram doenças crónicas, escreve o Observador. Pena que o trabalho não tenha considerado igualmente o que acontece nos parques de estacionamento cobertos, onde o problema é similar e ‘ataca’ as crianças mesmo antes de os pais detectarem um ambiente particularmente poluído.

O estudo revela ainda que as crianças que vão para a escola de carro a gasolina ou diesel respiram 2,5 vezes mais produtos tóxicos (partículas de fumo e NOx), comparativamente às que se deslocam a pé por ruas com pouco tráfego. Apesar do estudo não especificar, esta realidade deve ser mais evidente em veículos que circulem de vidros abertos, ou que não estejam equipados com filtros mais eficazes para o ar que entra no habitáculo, através do sistema de ventilação.

 

Estudo
Cientistas do Instituto de Oncologia Vall d'Hebron, em Barcelona, descobriram o segredo das chamadas células tumorais...

Algumas células resistentes a tratamentos oncológicos libertam-se dos tumores e viajam através da corrente sanguínea e linfática, reinstalando-se noutros órgãos. Lá, ficam adormecidas, dias, meses e até anos, acabando por provocar recidivas oncológicas, escreve o Sapo. Estes "cavalos de Tróia", as DTC, são um enigma para a ciência, que desconhece exatamente o seu modo de funcionamento, sobretudo porque este é muito variável de cancro para cancro e de caso clínico para caso clínico.

O investigador e professor universitário Héctor G. Palmer, do Grupo de Células Estaminais e Cancro do Instituto de Oncologia Vall d'Hebron, em Barcelona, descobriu, porém, que é uma enzima chamada TET2 que controla a sobrevivência destas células, revela um novo estudo.

Essa enzima pode funcionar também como biomarcador para identificar estas células descritas como "autênticas bombas-relógio". Ao jornal espanhol El País, Héctor G. Palmer explicou que esta descoberta, fruto de uma investigação de 10 anos, possibilita a criação de fármacos que persigam e eliminem este tipo de células resistentes.

Novas terapias
A maioria dos fármacos utilizados - como a a quimioterapia - consegue matar algumas células cancerosas que se propagam pelo corpo, mas não as adormecidas que permanecem escondidas. Os tumores são formados por células alteradas que crescem e se multiplicam de forma contínua.

As células que não morrem ficam no corpo, algumas delas escondidas, podendo a qualquer momento dar origem a novas formações tumorais. Para identificar estas células, foi decisivo definir a atividade do fator TET2. "Este fator organiza a atividade do genoma e obriga a célula a dormir, sem que esta perca o seu potencial maligno", esclarece o investigador ao referido jornal. A investigação prova ainda que a eliminação de TET2 mata as células tumorais adormecidas.

"A partir do momento em que identificámos a TET2 como o calcanhar de Aquiles destas células, temos estado a focar-nos no desenvolvimento de novos inibidores para bloquear a atividade desta enzima. Este novo arsenal anti-cancro é, assim, uma promessa para contrariar a resistência [destas células] e prevenir o regresso da doença em alguns doentes", explica a investigadora Isabel Puig, da equipa de Héctor Palmer, e a principal autora deste estudo publicado na revista científica "Journal of Clinical Investigation".

Estudo
A esperança de vida máxima de um ser humano já foi atingida? Talvez não, segundo um estudo com centenários italianos publicado...

Os cientistas debatem há muito tempo se a esperança de vida máxima das pessoas já foi ou não atingida. Um estudo de 2016 publicado na revista Nature argumentou que sim, em 1997, quando a francesa Jeanne Calmant morreu com 122 anos. Mas as novas descobertas tornadas públicas pela revista Science apontam para a possibilidade de se estar a prolongar a longevidade humana.

Com base em dados de mais de 3.800 centenários de Itália, escreve o Sapo, os investigadores descobriram que o risco de morte diminui, chegando a estabilizar acima dos 105 anos.

Um risco que acaba por nivelar
"À medida que envelhecemos, a nossa saúde e risco de morte pioram cada vez mais rápido. Mas em idades extremas, eles param de piorar", comenta o coautor Kenneth Wachter, professor de estatística da Universidade da Califórnia, em Berkeley, à agência de notícias France Presse.  "Não melhoram, mas param de piorar. Nivelam-se", disse à AFP.

Os investigadores estudaram dados sobre todos os habitantes da Itália com 105 anos ou mais entre 2009 e 2015, num total de 3.836 casos documentados. Concentrando-se na mortalidade entre as pessoas nascidas nos mesmos anos (1896 e 1910), encontraram ligeiros declínios na taxa de mortalidade.

Isso sugere que, com o passar do tempo, as pessoas estavam a viver um pouco mais do que as que nasceram nos anos anteriores. "As melhorias lentas, mas distintas, ao longo do tempo que vemos no nível da estabilização além da idade de 105 anos, dão a esperança de que um limite fixo para a esperança de vida não está a ser observado atualmente", explicou Wachter.

O estudo sugere que fatores socioeconómicos e melhorias no atendimento médico podem ser fatores que aumentam a longevidade humana. Mas "padrões semelhantes de estabilização da mortalidade em idade extrema são observados em outras espécies", lê-se no relatório.

Se este estudo for confirmado por outras investigações, pode significar que o limite da esperança de vida humana ainda não foi atingido.

A esperança de vida global aumentou quase continuamente desde o século XIX, mas estabilizou nas últimas décadas.

Os bebés nascidos nos Estados Unidos hoje, por exemplo, podem esperar viver quase 79 anos, em comparação com os 47 anos vividos pelos americanos nascidos em 1900.

As pessoas que vivem até a velhice extrema são, no entanto, raras. Desde a morte de Calment, a tendência geral é a pessoa mais velha do mundo atingir os 115 anos de idade.

Reino Unido
Escândalo envolvendo a administração de diamorfina a centenas de doentes, ao longo de doze anos, leva britânicos a debaterem...

"Ela sempre manteve que foi uma médica trabalhadora e dedicada, fazendo o melhor pelos doentes numa parte do serviço que tinha recursos muito inadequados. Pedimos que respeitem a nossa privacidade. E ela não fará mais quaisquer comentários". Foi desta forma, numa declaração lida pelo marido sem direito a perguntas, que Jane Barton, médica suspeita de ter precipitado a morte de centenas de doentes, ao longo de décadas, respondeu às acusações de que é alvo.

Durante mais de uma década, começando no final dos anos 1980, a assistente clínica do Gosport War Memorial Hospital, no Reino Unido, prescreveu e ordenou que fossem administrados a pacientes poderosos opiáceos. Nomeadamente Diamorfina, escreve o Diário de Notícias, que é essencialmente o equivalente da heroína para uso médico. A prática, confirmou agora um inquérito independente, foi não só totalmente inadequada para os quadros clínicos das pessoas em causa, sobretudo idosos, como contribuiu decisivamente para acelerar o fim de vida de centenas deles.

Pelo menos 456 mortes foram relacionadas diretamente com o uso indevido da medicação, mas há suspeitas de que o verdadeiro total seja bastante superior. "Tendo em contas os registos desaparecidos, devem ter havido pelo menos mais 200 pacientes cujas vidas foram encurtadas em consequência direta do padrão de prescrição e administração de opiáceos que se tinha tornado a norma no hospital naquele período", disse o reverendo James Jones, antigo bispo de Liverpool, que presidiu à comissão de inquérito.

Durante os doze anos em que trabalhou naquele hospital Jane Barton assinou um total de 854 certidões de óbito.

O facto de existirem denúncias sobre este caso desde os anos 1980 - primeiro de pessoal do próprio hospital e depois de muitos familiares -, para além de uma investigação, concluída em 2009, já ter relacionado a clínica com doze mortes sem que esta tivesse sido punida, está a gerar uma onda de indignação no Reino Unido, com muita gente a exigir uma revisão do funcionamento das instituições ligadas ao serviço nacional de saúde daquele país.

A primeira-ministra Theresa May já admitiu no parlamento que este caso terá de implicar reformas. "Temos de garantir que estas coisas não se repetem no futuro", disse, admitindo que "as conclusões [do inquérito] são obviamente perturbadoras".

Cintesis
O Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde anunciou hoje ter desenvolvido um sistema que garante a proteção...

Da autoria de Rui Guimarães, investigador do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) e responsável pelo acesso à informação do Centro Hospitalar de São João (CHSJ), o novo sistema chama-se DARE – Data Reuse Certificate for Research - já se encontra implementado no CHSJ, embora ainda em fase piloto.

O sistema garante a proteção dos dados e reduz o risco da informação de saúde – os registos clínicos que resultam da prestação de cuidados – poderem ser usada de forma fraudulenta, quando reutilizada no âmbito da investigação científica.

O investigador explicou que a DARE atribui um selo de qualidade que “certifica, de forma expressa e inequívoca, o enquadramento jurídico que consente o acesso do investigador aos registos clínicos, tornando a investigação transparente, reprodutível e auditável”.

Trata-se de um certificado que é conferido aos investigadores que solicitam a reutilização de registos clínicos para fins de investigação científica e que atesta o enquadramento jurídico que consente a reutilização, para além de garantir a idoneidade das fontes, a sua identificação exaustiva e a indicação da entidade com a responsabilidade legal pela guarda das mesmas.

Ou seja, o investigador terá de “identificar todos os processos que consultou no âmbito da autorização que lhe foi concedida”, sustentou o especialista em Informática Médica.

“É este rasto que garante que a investigação científica realizada com base nos registos de saúde é reprodutível e transparente”, explica, considerando que esta garantia é do interesse dos titulares dos registos clínicos (ou seja, dos doentes), dos investigadores, das universidades, dos centros de investigação e das revistas científicas que publicam os estudos.

Em comunicado, o Cintesis refere que a investigação clínica depende, cada vez mais, da reutilização dos dados clínicos que diariamente as entidades prestadoras de serviços de saúde recolhem. A utilização de grandes conjuntos de dados da saúde possibilita, por exemplo, uma melhor prevenção das epidemias, permitindo que as autoridades públicas utilizem melhor os dados de saúde para efeitos de investigação e de reforma dos sistemas de saúde.

Rui Guimarães afirma que “há um enorme potencial de investigação nestes dados e é natural que a sua reutilização cresça nos próximos anos”.

Defende, por isso, “a necessidade de se acautelarem eventuais más práticas” uma vez que “a fraude na investigação científica decorre da omissão das fontes, da manipulação da informação e da difícil reprodutibilidade dos estudos”.

Apesar da existência, em todo o espaço europeu, de um quadro legal, transposto pelos Estados Membros para os seus ordenamentos jurídicos, onde se consagra o direito que os investigadores têm de reutilizar registos clínicos para fins de I&D, “a verdade é que não se conhece qualquer menção expressa e inequívoca aos termos e enquadramento jurídico que consentiu o acesso aos registos clínicos reutilizados nas investigações”.

“Nem por parte dos investigadores, para quem são uma fonte de informação incontornável, nem por parte das instituições, que têm a responsabilidade da guarda de tão sensível património”, sublinha o investigador do Cintesis.

O especialista denuncia “esta completa e total omissão do enquadramento jurídico que tem vindo a sustentar a reutilização de registos clínicos para fins de investigação não garante a proteção dos direitos, privacidade, sigilo e confidencialidade das pessoas a quem os registos clínicos dizem respeito”.

O especialista espera que a médio prazo este instrumento “venha a ser um pré-requisito imperativo das editoras das revistas científicas, como condição prévia para a garantia de uma maior qualidade e idoneidade da informação que suporta a investigação científica de natureza clínica”.

O seu objetivo é “alargar o âmbito da DARE, ao domínio da Ética, com as comissões de ética institucionais a certificarem, ao lado do Direito, que aquela investigação em concreto tem um parecer deontológico”, disse.

Ordem dos Nutricionistas
A Ordem dos Nutricionistas pediu uma auditoria aos bares, cafetarias e bufetes do Serviço Nacional de Saúde para verificar o...

Numa nota enviada às redações, a Ordem dos Nutricionistas recorda que o prazo de adaptação à lei termina no sábado e que a auditoria foi solicitada à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

“Esta inspeção é essencial para verificarmos se existe, de facto, uma melhoria na oferta alimentar nos bares do Serviço Nacional de Saúde (SNS), conforme definido legalmente”, sustenta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

O despacho foi publicado a 28 de dezembro de 2017, mas o Governo fixou um prazo de seis meses para estes espaços se adaptarem à nova lei.

Findo este prazo, o que acontece no dia 30 de junho, produtos como doces, refrigerantes, salgados e refeições rápidas ou com molhos, entre outros, já não deverão integrar a oferta disponibilizada pelos bufetes, cafetarias e bares do SNS.

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas recorda que, em Portugal, há “sérios erros alimentares” e que há “uma forte evidência científica de que a alimentação é um dos principais fatores modificáveis que mais contribui para a mortalidade e morbilidade dos cidadãos”.

“A execução e monitorização destas medidas, que em si são bastante positivas, deverão ser consideradas uma prioridade, de modo a que a legislação surta efeitos concretos na melhoria da saúde da população a que serve”, sublinha.

O Governo já tinha emitido em setembro de 2016 um despacho que proibia alimentos prejudiciais à saúde disponíveis nas máquinas de venda automática. No mesmo sentido, na altura, a Ordem dos Nutricionistas solicitou igualmente uma inspeção à IGAS.

A IGAS é o serviço central da administração direta do Estado que assegura o cumprimento de leis em todos os domínios da prestação dos cuidados de saúde, quer pelos organismos do Ministério da Saúde ou por este tutelados, quer ainda pelas entidades privadas, pessoas singulares ou coletivas, com ou sem fins lucrativos.

Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Portugal continental vai registar nos próximos sete dias concentrações de pólenes muito elevadas, sobretudo nas regiões do...

De acordo com o boletim polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), entre hoje e o dia 05 de julho, em Lisboa (região de Lisboa e Setúbal) os pólenes estão em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das ervas gramíneas e parietária, o mesmo acontecendo no Algarve, em Portimão, sobretudo o pólen das ervas gramíneas e da árvore oliveira.

O boletim da SPAIC indica que estão previstos níveis moderados de pólen atmosférico para as regiões do Norte e Centro Norte Litoral.

No Porto (região de Entre Douro e Minho), os níveis de concentração são moderados, com predomínio dos pólenes das ervas gramíneas e parietária e da árvore castanheiro.

Já em Coimbra (região da Beira Litoral), os pólenes apresentam níveis moderados, com predomínio dos das ervas gramíneas e parietária, seguidos pelos pólenes da árvore castanheiro.

Mais para o interior, em Castelo Branco (região da Beira Interior), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados e na atmosfera predomina o pólen das ervas gramíneas, seguido pelo da árvore castanheiro.

Nas ilhas, a SPAIC refere que em Ponta Delgada (Açores) os pólenes estão em níveis moderados, com predomínio das ervas gramíneas, parietária e tanchagem e das árvores palmeiras, e no Funchal (região autónoma da Madeira) os níveis de concentração são baixos, com destaque para os pólenes das ervas gramíneas e parietária.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e 12 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado de exposição à radiação ultravioleta (UV) estão as ilhas de S. Miguel, Terceira e Flores, nos Açores, as ilhas da Madeira e de Porto Santo e os distritos de Braga, Vila Real, Bragança, Guarda, Viseu, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal e Beja.

Em risco elevado estão os distritos de Viana do Castelo, Porto, Coimbra, Lisboa e Faro e a ilha do Faial (Açores).

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado e condições de instabilidade no interior Norte e Centro, em especial durante a tarde.

Nas regiões Norte e Centro, o IPMA prevê igualmente aguaceiros, mais prováveis no interior e durante a tarde, podendo ser por vezes fortes, de granizo, e acompanhados de trovoada, em especial nas regiões montanhosas.

Na região Sul do país, haverá períodos de céu muito nublado e períodos de chuva no litoral oeste no final do dia.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 12 graus Celsius (Portalegre e Évora) e os 17 graus (Faro) e as máximas entre os 21 (Porto) e os 29 graus (Beja e Évora).

Para a Região Autónoma dos Açores o IPMA prevê períodos de céu muito nublado e aguaceiros fracos, que serão mais frequentes durante a madrugada e manhã nas ilhas do grupo ocidental (Flores e Corvo), e temperaturas a variarem entre os 18 graus (mínima em Ponta Delgada) e os 24 graus (máxima para toda a região).

Já para o arquipélago da Madeira o IPMA prevê períodos de céu muito nublado e de chuva ou aguaceiros, em especial nas vertentes norte e terras altas. os termómetros vão variar entre os 19 (mínima em Porto Santo) e os 25 graus (máxima no Funchal).

Governo
O Governo aprovou ontem o regime jurídico dos centros académicos clínicos e dos projetos-piloto de hospitais universitários,...

“Com a criação dos centros académicos clínicos e dos centros hospitalares universitários, com avaliação externa, sujeitos ao escrutínio, à competição e à avaliação”, inicia-se uma trajetória que “pode favorecer a retenção dos melhores dentro do sistema nacional de saúde”, disse Adalberto Campos Fernandes à margem da assinatura de um memorando de entendimento e cooperação entre o South Texas Accelerated Research Therapeutics (START) e o Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Os melhores, explicou Adalberto Campos Fernandes, são os que têm “atração pelo conhecimento, que têm atração em não serem promovidos apenas e só porque estão há 10 ou 15 anos a fazer a mesma coisa, mas porque estão a fazer coisas diferentes”.

Nos últimos anos, sustentou, “não tem havido, a nível hospitalar, um movimento de transformação estratégica que faça com que as novas gerações profissionais, nomeadamente os médicos, tenham um outro tipo de atração pela sua residência das instituições públicas, que não seja o salário ou as condições de trabalho”.

Para o ministro, “não podem estar nos hospitais universitários, não devem, profissionais que não têm nenhuma apetência ou nenhuma orientação para o exercício de funções em ambiente universitário, porque isso descaracteriza as instituições”.

Salientou ainda que o quadro legal, aprovado em Conselho de Ministros, vem permitir que os médicos que têm a condição simultânea de investigador e professor possam “ter tempo protegido e dedicado a essa mesma realização” e também “agilizar a captação de fundos, não só públicos, nacionais, mas também internacionais e, neste caso, fundos mistos de natureza privada”.

“Uma reforma é essencialmente um processo de transformação, não é uma alteração administrativa e orgânica”, disse, defendendo que a internacionalização do sistema de saúde na componente prestadora, mas principalmente na componente da investigação e desenvolvimento, é fundamental”, defendeu Adalberto Campos Fernandes.

O comunicado do Conselho de Ministros acrescenta que o regime jurídico dos centros académicos clínicos visa “garantir a concretização progressiva do desenvolvimento, de forma integrada, das atividades assistencial, de ensino, de investigação clínica e de translação, incentivando a implementação das melhores práticas nacionais e internacionais”.

Centro Hospitalar Lisboa Norte
Portugal vai acolher o terceiro centro líder na investigação sobre cancro e no desenvolvimento de novas terapêuticas START, que...

Um memorando de entendimento e cooperação foi assinado ontem, no Ministério da Saúde, entre o START - South Texas Accelerated Research Therapeutics e o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN), e poderá traduzir-se “no maior investimento estrangeiro feito alguma vez em Portugal, na área de ensaios clínicos oncológicos de Fase 1”, segundo o documento.

“Hoje estamos a criar condições para disponibilizar, mais uma vez, inovação ao mais alto nível do conhecimento, da tecnologia e da terapêutica aos nossos doentes e para termos resposta no país para aquilo que é uma preocupação de todos, porque todos assistimos ao crescimento da doença oncológica, todos assistimos à pressão constante de encontrar em tempo útil as melhores respostas”, disse o presidente do CHLN, Carlos Martins, no final da cerimónia que contou com a presença do ministro da Saúde e do presidente do START.

Para o setor hospitalar, representa “uma oportunidade de parceria internacional e de contribuir, mais uma vez, para o prestígio e para a diferenciação do país”, sublinhou Carlos Martins, adiantando que o centro a instalar no CHLN será o primeiro de “Fase 1” em Portugal e o terceiro a nível da União Europeia. Os outros dois funcionam em Espanha.

Segundo Carlos Martins, o investimento inicial será de entre um milhão de euros e 1,5 milhões de euros e será partilhado pelo START e pelo CHLN, que irá envolver os seus parceiros do consórcio Centro Académico de Medicina de Lisboa.

Como benefícios desta parceria, apontou mais receitas, que servirão para “voltar a alavancar investimento” e políticas de inovação, atrair investimento e conhecimento, o envolvimento de 400 a 500 doentes neste processo dentro de cinco anos, além dos 25 a 30 milhões de euros de orçamento anual e da libertação de 10 a 15 milhões de euros em termos de receita para a instituição.

Presente na cerimónia, o diretor do departamento de Oncologia do Hospital de Santa Maria, Luís Costa, disse que é “grande orgulho” participar deste consórcio, mas também “uma grande responsabilidade”, porque o contributo terá de ser realizado com uma qualidade enorme para “não colocar qualquer risco no desenvolvimento dos medicamentos”.

“Em Portugal, o cancro continua a ser uma causa de mortalidade importantíssima e quando as pessoas morrem desta doença é porque os tratamentos que temos não são suficientes para resolver o problema do cancro”, disse o oncologista, contando que os doentes perguntam sempre aos médicos o que pode ser feito para conseguirem sobreviver.

A resposta é dada pela ciência que procura novos resultados na Fase 1, “onde se testam pela primeira vez os medicamentos para tentar encontrar novas soluções”, sublinhou.

Para o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, “é um dia particularmente feliz”.

“Espero que os nossos amigos americanos percebam bem que estão a fazer uma boa aposta num dos melhores países da União Europeia e que seguramente daqui por um ano ou dois anos vão estar muito satisfeitos e vão dizer que foi uma aposta ganha e uma aposta certa”, disse o ministro.

Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria
A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria promove no sábado uma oficina para ensinar técnicas e estratégias de...

“A iniciativa promete a partilha de técnicas e estratégias que permitam que as pessoas com deficiência visual se exprimam por meio da fotografia, bem como visa sensibilizar os profissionais da área da comunicação visual para a necessidade de formação sobre esta temática”, informa uma nota de imprensa do estabelecimento de ensino do Instituto Politécnico de Leiria.

A coordenadora do mestrado em Comunicação Acessível da escola, Carla Freire, declarou que o ‘workshop’, de seis horas e denominado “Fotografia para pessoas cegas – técnicas e estratégias”, pretende “explicar, de uma forma sucinta, como é que pessoas cegas ou com baixa visão podem utilizar a fotografia como um meio de expressão”.

“Esta iniciativa vem no âmbito do mestrado, no qual uma estudante, agora mestre, tem vindo a trabalhar no Brasil em oficinas para pessoas cegas”, adiantou Carla Freire, referindo que a aluna, Andrea Gurgel de Freitas, o ano passado “deu continuidade ao trabalho desenvolvido a explorar essas técnicas e estratégias”, cujos resultados serão apresentados na formação no sábado.

A docente Carla Freire referiu ainda que, “tudo correndo bem, o Instituto Politécnico de Leiria gostaria de desenvolver este tipo de formação mais vezes”, atendendo a que “em Portugal existem muitas lacunas nesta área”.

Para já estão inscritas 30 pessoas, incluindo da ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal e da CEERIA – Centro de Educação Especial, Reabilitação e Integração de Alcobaça, sendo que a atividade, “inclusiva e inovadora, é gratuita e aberta a toda a comunidade”.

“Há pessoas cegas que vão estar presentes, o que vai permitir uma maior interação entre os participantes, cruzando as diferentes perspetivas ou diferentes visões, porque apesar de não verem com os olhos, utilizam outros sentidos para verem”, salientou Carla Freire.

"Cofafe"
A Câmara de Fafe vai atribuir à cooperativa local "Cofafe" uma verba de 20.000 euros para apoiar medidas de combate à...

O protocolo celebrado entre as duas entidades assinala que a cooperativa se compromete "a estabelecer medidas de controlo do avanço da vespa asiática, no mais curto espaço de tempo possível, através da destruição de ninhos".

Citado num comunicado, o presidente da câmara, Raul Cunha, destacou a importância de garantir meios mais eficazes para "o combate a uma praga, a vespa velutina, que incomoda e assusta as pessoas".

A autarquia celebrou com aquela cooperativa um segundo protocolo, também no valor de 20.000 euros, para apoiar "ações de silvicultura preventiva e de proteção civil".

No acordo, a "Cofafe" compromete-se a "proceder a ações de vigilância, primeira intervenção, apoio no combate, rescaldo e vigilância pós-incêndio".

A instituição fica também obrigada a "ações de limpeza de vegetação em parques, zonas de lazer, zonas verdes e outras áreas florestais definidas pela autarquia".

A propósito, o autarca afirmou que se procura, com este protocolo, "manter as matas limpas e reduzir o risco de incêndios".

"Estes 40.000 euros representam um investimento e uma colaboração entre o município e a Cofafe, a qual que tem sido e continuará a ser um parceiro privilegiado neste tipo de atividades", acrescentou.

Infarmed
A Autoridade Nacional do Medicamento mandou retirar do mercado a máscara facial Hydra-Suction Black Mask, da empresa Pil´Aten,...

De acordo com a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, a retirada foi ordenada depois de ter sido detetada pela autoridade competente checa a comercialização deste produto cosmético "com origem desconhecida e cuja rotulagem não cumpre com o Regulamento (CE) n.º 1223/2009, de 30 de novembro".

Assim, o Infarmed ordenou tanto a suspensão imediata da comercialização como a retirada do mercado de todas as unidades do referido produto, que foi detetado em embalagens unidose e de 60 gramas.

"A utilização deste produto pode colocar em sério risco a saúde humana", alerta o Infarmed, que aconselha os consumidores que disponham deste produto a não o utilizar e a contactar a empresa VirtualVantagem Unipessoal, Lda. através dos endereços de correio eletrónico [email protected], [email protected] e [email protected].

Estudo
Investigadores do Instituto Gulbenkian de Ciência descobriram novas maneiras de acabar com bactérias nocivas usando bactérias ...

A investigação liderada por Karina Xavier, do Laboratório de Sinalização de Bactérias, é publicada hoje na revista Current Biology usa princípios da economia, estudando como as comunidades bacterianas funcionam como as sociedades humanas no sentido em que as bactérias interagem, produzem compostos que libertam para o ambiente e esses são "bens públicos" de que todas beneficiam.

"Esta nova abordagem permitiu-nos desenvolver previsões sobre como as comunidades bacterianas interagem umas com as outras", afirma Karina Xavier, que prevê que "novas drogas que atuem de modo a bloquear os comportamentos sociais das comunidades bacterianas vão ser muito mais eficazes no combate contra infeções do que os antibióticos agora disponíveis".

O alvo principal foram as bactérias que, devido a mutações, não produzem esses compostos que são bens públicos, o que lhes vale a designação de batoteiras.

"As bactérias batoteiras lucram com produtos produzidos por outras bactérias sem contribuir para essa produção", afirmou o primeiro autor do estudo, Özhan Özkaya, acrescentando que essa poupança lhes permite crescer mais e mais depressa.

Se os batoteiros invadirem a população, os bens disponíveis deixam de ser suficientes e isso leva à sua extinção, verificaram os investigadores.

Na pesquisa foi usada uma bactéria que costuma infetar os pulmões, a ‘Pseundomonas aeruginosa’, que se encontra em doentes com fibrose cística, e descobriu-se que, quando se combinam mutantes de diversas estirpes e bactérias normais, o colapso das comunidades bacterianas pode ser adiado ou evitado.

"Quando os batoteiros fazem batota um com o outro, o colapso da população que poderia ser causado por um batoteiro pode ser evitado e a população consegue permanecer estável por mais tempo", o que são "péssimas notícias quando se quer eliminar uma infeção causada por um patógeno indesejável", acrescentou.

O papel dos cientistas foi criar modelos matemáticos para prever as interações entre bactérias e mudar os nutrientes dados às bactérias para alterar a cooperação entre estirpes diferentes e levá-las à extinção

Destinada a crianças entre os 6 e os 12 anos
Chama-se LEMA e é o primeiro site português nascido para ajudar na Matemática as crianças com perturbação do espectro do...

“Os resultados obtidos nas sessões de aferição com crianças e com professores e educadores da Educação Especial permitem assumir o LEMA [das iniciais em inglês de Learning Environment on Mathematics for Autistic children] como um importante instrumento de apoio à promoção do desenvolvimento do raciocínio matemático em crianças com PEA”, congratula-se Isabel Santos a autora da plataforma facilmente acessível a partir do link http://lema.cidma-ua.org.

Para além da Matemática, “o LEMA é também um auxiliar aos desenvolvimentos da linguagem e leitura, do planeamento, da memorização, da gestão de emoções, da atenção e concentração e da interação entre pares”. Assim, aponta Isabel Santos, o ambiente digital “poderá constituir-se como um instrumento pedagógico relevante para a premissa de uma escola inclusiva, garantindo o acesso e equidade de crianças com PEA ao processo de ensino e de aprendizagem, preparando a sua transição para uma vida ativa em sociedade”.

Destinado a crianças entre os 6 e os 12 anos diagnosticadas com PEA, o LEMA contém dois perfis de utilizadores – um para o educador e outro para a criança - e integra 32 classes de atividades de matemática, cada uma delas subdividida em cinco subclasses, de acordo com níveis de dificuldade.

A plataforma permite não só a seleção personalizada de uma até dez classes e subclasses de atividades tendo em conta o perfil funcional do utilizador-aluno, como ainda a visualização do registo de desempenho de cada aluno na realização das atividades propostas por parte do utilizador-educador.

Número de crianças com PEA em crescimento

“O layout das atividades/desafios satisfaz os requisitos identificados por vários investigadores da área das tecnologias digitais para crianças com PEA, nomeadamente a presença de poucos itens no ecrã, a utilização de linguagem visual e textual simples e direta e a integração de informações em múltiplas representações, como texto, vídeo, áudio e imagem, fornecendo instruções e orientações claras”, explica Isabel Santos.

O número de alunos diagnosticados com PEA tem aumentado nas últimas décadas em Portugal. O estudo mais recente realizado em Portugal pela Federação Portuguesa de Autismo, referente a 2011 e 2012, apontou uma prevalência de 15,3 crianças/jovens diagnosticadas com PEA em cada 10 mil.

“Apesar das tecnologias digitais terem sido identificadas, pela comunidade científica, como um recurso de grande interesse para indivíduos com esta perturbação”, aponta Isabel Santos, “são escassas as pesquisas que exploram a sua efetiva utilização no sentido do desenvolvimento de capacidades matemáticas” de crianças com autismo. Por isso, o LEMA de Isabel Santos quer também chamar a atenção para a necessidade de se desenvolverem mais ambientes digitais promotores do desenvolvimento de capacidades em crianças com PEA. 

Preparado para ser utilizado pelos mais variados dispositivos tecnológicos (computador, tablet, smartphone, etc) e nos mais variados contextos (sala de aula, casa, gabinetes psicoeducativos, etc), o trabalho de Isabel Santos foi orientado pelas professoras Ana Breda, do Departamento de Matemática, e Ana Margarida Almeida, do Departamento de Comunicação e Arte.

O LEMA foi desenvolvido pela Linha Temática Geometrix, do Centro de Investigação e Desenvolvimento em Matemática e Aplicações (CIDMA), emergindo de uma colaboração frutífera entre esta unidade de investigação e a Digital Media and Interaction (DigiMedia) da UA.

Estudo
Por que é que os tratamentos com antidepressivos como o Prozac funcionam melhor quando aliados a terapias cognitivo...

Uma equipa internacional do Centro Champalimaud, em Lisboa, e do University College de Londres (UCL) descobriu um efeito até aqui desconhecido da serotonina - um neurotransmissor - na aprendizagem.

A serotonina é uma das principais substâncias químicas que as células nervosas utilizam para comunicar entre si e os seus efeitos no comportamento ainda são pouco claros. Há muito que os neurocientistas procuram construir uma teoria geral sobre o que a serotonina faz no cérebro. Mas tem sido difícil determinar a sua função, especialmente no que diz respeito à aprendizagem. Utilizando um novo modelo matemático, os autores descobriram que a serotonina tem efetivamente um papel importante na aprendizagem.

"O estudo demonstrou que a serotonina aumenta a velocidade de aprendizagem", diz Zach Mainen, um dos líderes do estudo publicado na revista Nature. "Quando os neurónios produtores de serotonina foram artificialmente ativados com luz, os ratinhos conseguiram adaptar mais rapidamente o seu comportamento. Isto é, deram mais peso à nova informação e portanto incorporaram-na mais rapidamente nas suas decisões quando esses neurónios se encontravam ativos".

Múltiplos beneficios

A serotonina já tinha sido implicada no aumento da plasticidade cerebral, e este estudo reforça essa ideia, contrastando portanto com a noção mais comum, que considera a serotonina apenas como um regulador do humor.

Os novos resultados poderão ajudar a explicar melhor um enigma médico: o facto que os chamados "inibidores seletivos da recaptação da serotonina" (ISRS) – uma classe de antidepressivos que se pensa atuarem aumentando os níveis de serotonina em circulação no cérebro – são mais eficazes em combinação com terapias cognitivo-comportamentais, que visam reforçar a aprendizagem de estratégias cognitivas e comportamentais para aliviar os sintomas depressivos.

Utilizando ferramentas matemáticas desenvolvidas no UCL por Peter Dayan – que liderou o estudo juntamente com Mainen, do Centro Champalimaud (CC) – Kiyohito Iigaya, do UCL, trabalhou em colaboração com os co-autores Madalena Fonseca e Masayoshi Murakami, do CC.

À procura de água

Nas experiências, os ratinhos tinham de desempenhar uma tarefa de aprendizagem para encontrar água. "Os animais foram colocados num compartimento onde deviam tocar com o focinho num de dois bebedouros, um situado à direita e o outro à esquerda. Estes bebedouros forneciam água (ou não) com uma certa probabilidade", explica Madalena Fonseca.

Quando os cientistas analisaram os resultados, constataram que a quantidade de tempo que os animais esperavam entre tentativas de obter água era variável: ou tornavam a tentar imediatamente, batendo num dos bebedouros, ou esperavam algum tempo antes de efetuar uma nova tentativa. Foi esta variabilidade que permitiu à equipa revelar a provável existência de um efeito inédito da serotonina sobre a tomada de decisão dos animais.

Os tempos de espera longos eram mais frequentes no início e no fim das sessões diárias (séries de tentativas). Isto acontece provavelmente porque, no início, os ratinhos estão mais distraídos e pouco empenhados na tarefa em questão, "talvez porque esperam conseguir sair do compartimento experimental", escrevem os autores. No fim, tendo bebido água suficiente, também não estão motivados para continuar a procurar recompensas.

A equipa descobriu assim que, em função da duração do intervalo entre tentativas, os ratinhos adotavam uma de duas estratégias de tomada de decisão diferentes para maximizar as suas chances de obter a recompensa (água).

Especificamente, quando o intervalo entre tentativas era curto, o modelo matemático que se revelou melhor a prever a escolha seguinte do animal baseava-se quase completamente no desenlace (água ou não) da tentativa anterior. Dito por outras palavras, tocavam outra vez no bebedouro anteriormente escolhido e, se a tentativa falhasse, mudavam para o outro bebedouro na tentativa seguinte; uma estratégia conhecida como “win-stay-lose-switch” (“ganha-fica-perde-troca”).

Isto sugere, escrevem os autores, que quando o intervalo de tempo entre tentativas consecutivas é curto, os animais usam sobretudo a sua “memória de trabalho” para fazer a escolha seguinte – isto é, a parte da memória de curto prazo que lida com as perceções imediatas. É este tipo de memória que nos permite decorar um número de telefone durante um curto período de tempo – e a seguir esquecê-lo se não o repetimos mentalmente muitas vezes.

Pelo contrário, quando o intervalo entre duas tentativas consecutivas durava mais de sete segundos, o modelo mais preditivo da escolha seguinte do ratinhos sugeria que estavam a usar a acumulação de experiência, adquirida ao longo de várias tentativas bem-sucedidas, para orientar a sua próxima jogada – ou seja, a memória de longo prazo entrava em ação (aquela que nos permite armazenar as coisas que aprendemos, tal como tocar o piano).

Aprendizagem acelerada

O grupo do CC também estimulou neurónios produtores de serotonina no cérebro dos animais com luz laser, através de uma técnica chamada optogenética, à procura de efeitos dos níveis elevados de serotonina no comportamento de pesquisa de água. O objetivo era determinar se – e como – a serotonina afetaria cada uma das estratégias de tomada de decisão que tinham descoberto.

Aconteceu algo surpreendente. Quando juntaram nos seus cálculos todas as tentativas dos animais, sem ter em conta a duração do intervalo que as antecedia, os cientistas não observaram qualquer efeito significativo dos níveis de serotonina sobre o comportamento. Só quando distinguiram as duas estratégias de tomada de decisão acima referidas é que conseguiram detetar um aumento da rapidez de aprendizagem. A estimulação dos níveis de serotonina aumentava a eficiência da aprendizagem baseada na história das recompensas passadas, mas apenas quando consideravam as escolhas feitas após intervalos de longa duração.

"A serotonina acelera a aprendizagem com base nas recompensas anteriores seja qual for a duração do intervalo entre tentativas, mas este efeito só se torna visível num subconjunto das escolhas dos animais", diz Murakami.

"Ficámos surpreendidos ao constatar que o comportamento de escolha dos animais era gerado por dois sistemas de decisão distintos", resume Iigaya. "Na maior parte das tentativas, a escolha era motivada por um ‘sistema rápido’, em que os animais adotavam a estratégia ‘ganha-fica-perde-troca’. Mas num pequeno número de tentativas, descobrimos que esta estratégia simples não explicava de maneira nenhuma as escolhas dos animais. Nestas tentativas, o que acontecia é que os animais recorriam a um ‘sistema lento’, no qual era a história das recompensas ao longo de muitas tentativas, e não apenas as tentativas mais recentes, que afetava a sua escolha. E a serotonina só afetava este segundo tipo de escolhas, em que o animal estava a utilizar o sistema lento", acrescenta.

Quanto ao papel dos ISRS no tratamento de perturbações psiquiátricas tais como a depressão, os autores concluem: "Os nossos resultados sugerem que a serotonina aumenta a plasticidade [cerebral] ao influenciar a rapidez de aprendizagem. Isto está em sintonia, por exemplo, com o facto de o tratamento com ISRS pode ser mais eficaz quando combinado com as chamadas terapias cognitivo-comportamentais, que promovem mudanças de hábitos nos doentes".

Emoções fortes são um risco
Cardiologistas alertam para o perigo que as emoções fortes representam sobretudo para quem já tenha algum problema a nível...

Assistir a um jogo futebol representa um risco acrescido para sofrer um ataque cardíaco ou um acidente vascular cerebral (AVC), alerta o diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Fernando Costa, a propósito do Mundial de Futebol que está a decorrer.

 «Há um aumento enorme de ataques cardíacos e derrames durante os jogos. Mais em homens, porque eles identificam-se mais com o futebol. Se estiver muito nervoso, levante-se, saia, beba um copo de água», recomenda o médico em declarações à BBC Brasil.

A propósito do tema, um estudo levado a cabo na Alemanha revelou que a incidência de emergências cardíacas entre adeptos alemães durante os jogos da seleção alemã no Mundial de Futebol de 2006 cresceu, em média, 2,66 vezes. Os homens foram mais afetados que as mulheres, mas, em ambos os casos, houve mais episódios de enfarte, angina e arritmia cardíaca. Em 2013, um estudo da Universidade de São Paulo indicou que as ocorrências de enfarte aumentavam de 4% a 8% entre os brasileiros durante os jogos do Mundial.

 «Isto pode parecer uma piada e, para as pessoas que não ligam a futebol, pode soar como disparate. Mas é coisa séria. Os estudos têm mostrado que as emoções fortes são um gatilho muito importante, especialmente para quem já tem uma doença do coração», declara Sérgio Timerman, coordenador do Centro de Treino em Emergências Cardiovasculares da Sociedade Brasileira de Cardiologia, à BBC.

 Para os especialistas, a expressão ‘haja coração’ tem algum fundamento, uma vez que o sistema cardiovascular é o mais afetado durante momentos de ansiedade, angústia e stress prolongados. Isto acontece porque estas situações mobilizam as hormonas que preparam o corpo para as situações de ataque ou de fuga. E esse efeito é semelhante neste tipo de situação stressante.

 Assim, relembram os especialistas, é importante manter a calma na hora do jogo, mesmo que pareça impossível. «Em qualquer evento que nos traga fortes emoções, é importante ter um amparo familiar e presença de amigos. Procure também não mudar demais a sua rotina e evite excessos – sem cafeína a mais, álcool a mais, gordura a mais ou cigarros a mais», aconselha Timerman.

 Se estiver a tomar medicação controlada, nada o impede de acompanhar a seleção, mas caso o jogo seja especialmente difícil, pode conversar seriamente com o seu médico antes do jogo para avaliar os riscos. Também é importante ver o jogo junto de pessoas que não sejam demasiado ansiosas para não aumentar o risco de contaminação de stress, como acontece quando se assiste a jogos em locais públicos. Reduzir o volume do som também ajuda a acalmar, alertam.

Estudo
As meninas são normalmente mais parecidas com a mãe e os meninos com o pai. Exceto no primeiro ano de vida, em que ambos os...

Os comentários mais comuns quando um novo bebé é apresentado à família e aos amigos dizem respeito às semelhanças físicas do recém-nascido com o pai ou a mãe. Mas existe alguma base científica para que a criança possua mais parecenças com um dos progenitores? Sim, existe. E tudo depende da idade e do sexo do bebé.

É o que nos diz um estudo do Instituto de Ciências Evolutivas de Montpellier, França, que há muito vem tentando explicar cientificamente as semelhanças reais entre pais e filhos dos 0 aos 6 anos de idade.

Nesse sentido, os investigadores usaram fotografias de cada família que foram analisadas por colaboradores desconhecidos. Depois de recolhidas as impressões dos mesmos, ficou claro que as meninas eram mais parecidas com a mãe e os meninos com o pai. Exceto no primeiro ano de vida – nesse caso, os recém-nascidos de ambos os sexos assemelhavam-se quase sempre às mães.

Os cientistas consideram que este fenómeno é uma resposta extremamente inteligente da natureza à possibilidade da rutura entre casais. Repare-se: se existirem dúvida sobre a paternidade e a criança nascer parecida com a mãe, o pai não poderá acusar a parceira de traição. Esta “trégua” será uma forma do homem se afeiçoar à criança nos primeiros meses de vida.

Mas há outras revelações surpreendentes neste artigo da Science & Vie: biologicamente, as crianças herdam mais da mãe do que do pai. Em primeiro lugar porque são as mulheres que transmitem aos filhos os genes das mitocondrias, organelas presentes no ovócito e que não existem no espermatozoide; depois, porque também são elas que fornecem os bilhões de bactérias que formam a microbiota do bebé (e que se instalam no intestino e na pele), durante o parto e no período de amamentação.

Por fim, mas igualmente surpreendente, é facto de as mães distribuírem suas próprias células-tronco pelo corpo dos filhos enquanto estes se encontram no útero, e mais tarde, através do leite materno.

Aumente a sensação de bem-estar
Tirar uns dias de descanso e sair da rotina é uma boa forma de aumentar a nossa sensação de bem-esta

De acordo com um estudo realizado por investigadores do Reino Unido, divulgado no jornal The Daily Mail, tirar alguns dias de descanso trazem vários benefícios para a saúde.

Os investigadores da “Holiday Health Experiment” descobriram que estar uns dias longe da rotina diária e ter a possibilidade de visitar novos lugares são suficientes para diminuir a pressão arterial, melhorar a qualidade do sono e acabar de vez com o stress (pelo menos enquanto está em modo “pausa”!)

A verdade é que, segundo esta pesquisa, é possível sentirmos todos estes benefícios com um fim de semana de descanso apenas.

No entanto, se aumentarmos o perído de folga para lá de uma semana, é possível, de acordo com os mesmos investigadores, sentirmos também algumas diferenças a nível da pele e do sistema imunitário.

Para chegar a estas conclusões, foram analisados os dados de dois grupos distintos de pessoas: os que optam por viajar para destinos de longa distância e aqueles que continuam nas suas cidades e mantêm a sua rotina diária, não conseguindo ficar longe do trabalho.

Ao analisar os dois grupos foi possível perceber que a pressão sanguínea dos viajantes caiu cerca de 6%, enquanto que aqueles que continuaram a trabalhar viram esta aumentar 2%.

Quanto à qualidade do sono, foi possível observar uma melhoria de 17% no sono do grupo que decidiu viajar, enquanto o segundo grupo perdeu 14% da sua qualidade de sono.

Por outro lado, a equipa que conduziu esta investigação foi capaz de registar que os funcionários que tiraram férias apresentavam maior resistência ao stress.

Os dados revelam que, pelo contrário, aqueles que trabalharam sem folga viram diminuir em 71% a sua capacidade para lidar com o problema.

Com esta pesquisa, observou-se ainda a diminuição de glicose no sangue, a diminuição do risco de diabetes e doenças cardiovasculares, nomeadamente o risco de enfarte.

Assistiu-se ainda a uma diminuição do nível do cortisol, que contribui para o armazenamento de gordura, servindo no controlo do peso, e que pode contribuir para melhorar a fertilidade e aumentar a líbido.

Para complementar esta informação, um estudo do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional, publicado no Jornal Americano de Epidemiologia, mostrou que “saltar” as férias aumenta em 30% o risco de se sofrer um ataque cardíaco.

Outro estudo, revelou que as pessoas que tiram férias com mais frequência (pelo menos duas vezes por ano) são mais feliz e apresentam menos tendência para a depressão.

Por isso, se é viciado no trabalho e precisa de desculpas para ir de férias saiba que sair da rotina e descansar melhora, e muito,  a sua saúde. Para que não se esqueça, tome nota dos principais benefícios:

1.      Durante as férias a pressão arterial diminui, assim como o risco de doenças cardíacas

2.      Nas férias, os níveis de glicose no sangue diminuem, diminuindo o risco de diabetes

3.      As férias diminuem os níveis de stress e melhoram a qualidade do sono

4.      As férias reforçam o sistema imunitário

5.      As férias deixam as pessoas mais bonitas e felizes

 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

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