Estudo
Um estudo sobre violência sexual nas relações de intimidade hoje apresentado, na Maia, revela que os profissionais de saúde,...

“Reconhecem que há aqui uma sub-identificação dos problemas e um desconhecimento ou algumas dificuldades de o sistema dar resposta adequada a estas situações e a estas vítimas”, afirmou a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Rosa Monteiro, na apresentação dos resultados do estudo.

Questionada pela Lusa, Rosa Monteiro considerou que este reconhecimento “é muito importante para uma boa intervenção” e para que “os serviços procurem ajustar a formação dos seus profissionais, integrando estas matérias de forma explícita, porque se existem têm de ser trabalhadas e têm de ser tratadas”.

Segundo a secretária de Estado, é fundamental “dar visibilidade para que se assuma, se reconheça e se intervenha sobre o problema”.

O diagnóstico hoje apresentado sublinha a associação das questões da violência sexual a assuntos da esfera privada, do foro íntimo, quase secreto, e o reconhecimento de que há limitações na capacidade de resposta e na resposta que é dada as vítimas de violência sexual, por parte do sistema.

A esta realidade “não são alheios estereótipos de género”, considerou a secretária de Estado, questionando: “Quantas vítimas de violência sexual numa relação de intimidade saberão que são de facto vítimas, que têm direitos e que podem pedir ajuda?”.

Rosa Monteiro referiu que esta investigação “dá um contributo fundamental à política pública nesta área, que agora vai alimentar as fases posteriores do projeto”.

Essas fases “vão focalizar um trabalho mais estreito com os próprios serviços das principais áreas da administração pública e com os seus profissionais, no sentido de criar referenciais de atuação, fornecer informação e instrumentos que permitam garantir uma maior resposta às pessoas que são vítimas e que, relatando situações de violência doméstica, nem sempre são capazes de relatar uma situação cumulativa de violência sexual”, disse.

Dar continuidade a este projeto, que tem uma duração de 30 meses, é o objetivo da equipa que o desenvolveu, coordenada pela investigadora Sofia Neves, do Instituto Universitário da Maia, por iniciativa da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.

“Vamos avançar para a produção de materiais informativos, de referenciais de intervenção e com um trabalho muito estreito de capacitação de profissionais em vários setores das cinco áreas decisivas da administração central”, afirmou Rosa Monteiro.

“Há todo um investimento que está a ser feito na capacitação de profissionais no geral, no âmbito da estratégia nacional de igualdade e não discriminação, especialmente no plano de ação de combate à violência contra as mulheres e violência doméstica e que aposta muito no setor da justiça, na educação e saúde, além das forças de segurança que têm um papel de primeira linha no atendimento e apoio a estas situações”, disse a secretária de Estado.

Referiu o estabelecimento de “vários protocolos muito focados e que integram o setor da justiça, desde a formação para oficiais de justiça, capacitação e apoio a magistrados até à questão da especialização de advogados, em parceria estreita com a Ordem”.

“O nosso foco é trabalhar de uma forma multidimensional, muito apostada no dar visibilidade aos problemas, mas uma visibilidade suportada por conhecimento produzido através de estudos, mas também muito através do trabalho fundamental das organizações não-governamentais (ONG) que estão no terreno”, acrescentou.

O estudo revela que esta forma de violência íntima praticada sobretudo no contexto do casamento e do namoro é vista como um tema “complexo e de difícil abordagem”.

Um questionário respondido por 795 funcionários em cinco áreas (saúde, justiça, segurança social, educação e forças de segurança) mostra que metade dos inquiridos acredita que “a intervenção levada a cabo pelas instituições onde trabalham não é eficaz”, enquanto 70% responderam que “as mesmas não dispõem de recursos humanos adequados”.

Já entre os 277 profissionais que participaram em 28 grupos de discussão, o sistema público é descrito de um modo geral como “desumanizado e inoperante, não garantindo a efetiva proteção das vítimas e, mais do que isso, deixando-as ainda mais vulneráveis”.

“Na luta contra a obesidade”
O Centro Hospitalar de Leiria lançou o livro digital “Na luta contra a obesidade”, com conselhos e estratégias para prevenir e...

Numa nota de imprensa, o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) informa que o ‘e-book’ foi concebido pela Unidade de Nutrição e Dietética e “pretende clarificar algumas dúvidas, nomeadamente as relacionadas com as chamadas ‘dietas da moda'”.

Apresenta também recomendações para manter o peso saudável, com sugestões de “Marmitas 5S”, conceito criado pelas nutricionistas e dietistas do CHL, que “são ementas Saudáveis, Simples, Saborosas, Sazonais e Sustentáveis”.

“É necessário contribuir ativamente para combater a obesidade, uma consequência negativa dos tempos atuais, em que se passa muito tempo ‘parado’ e há uma oferta enorme de alimentos altamente processados, com altos valores de açúcares e com valores nutricionais desadequados”, refere a nota de imprensa, adiantando que a Unidade de Nutrição e Dietética do CHL quer “dar ferramentas aos utentes para que possam contribuir diária e ativamente para a sua saúde”.

Citada na nota de imprensa, a nutricionista Tânia Jorge explica que “a obesidade é ganha no terreno, mas, havendo uma panóplia enorme de dietas e estilos alimentares, que podem confundir as pessoas, importa clarificar sobre o que é saudável e que comportamentos são considerados adequados para manter um estilo de vida saudável, dando assim a possibilidade de fazer escolhas de forma consciente e informada e, se possível, acompanhadas por profissionais”.

O livro digital inclui as “cinco recomendações essenciais de alimentação e hidratação, e os sete passos usados a nível mundial nas sessões de educação para a alimentação saudável e exercício físico”.

O ‘e-book’ indica também “alguns dos comportamentos que podem ser desadequados e dietas que trazem alguns riscos e que por isso devem ser analisadas, selecionadas e adaptadas a cada pessoa, como a toma desregrada de suplementos ou a eliminação de alimentos ou grupos alimentares da dieta sem orientação por profissional especializado na área da nutrição”.

Segundo a mesma nota, as “Marmitas 5S” “podem integrar um plano alimentar variado, saudável e saboroso”, pois “respeitam a sazonalidade, a economia local, a facilidade de organização e a saúde”.

No livro são partilhados quatro exemplos de ementas “5S”, sendo uma vegan e uma sem glúten para os estilos alimentares mais restritivos, elaboradas pela nutricionista Ângela Carvalho, também daquela unidade do CHL.

“Sendo o excesso de peso e a obesidade fatores de risco para diversas doenças, como problemas cardiovasculares, patologias musculoesqueléticas, respiratórias, gastrointestinais, metabólicas, entre outras, é necessário fomentar a reeducação alimentar, e uma redefinição dos estilos de vida atuais, dando informação correta às pessoas, para que sejam saudáveis e sustentáveis a longo prazo”, adiantam aquelas profissionais.

A nota acrescenta que seis em cada dez portugueses são pré-obesos ou obesos.

O Centro Hospitalar de Leiria engloba os hospitais de Leiria, Pombal e Alcobaça.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
Entre os dias 5 e 7 de julho, irá decorrer no Hotel Tivoli Oriente, em Lisboa, a European Summer School 2018. Esta é já a...

O evento, presidido pelo Prof. Pereira da Silva, conta com diversas sessões informativas, workshops, e guias práticos para quem exerce esta especialidade, sendo que o programa foi construído através de uma votação. Esta votação procurou, assim, apurar os interesses do público-alvo e os temas que gostaria de ver abordados e que não constam nos programas de outros eventos cursos e congressos mais generalistas.

A European Summer School conta ainda com um comité científico constituído por representantes de cada país europeu cuja sociedade contribuiu para a organização do evento: Portugal, França, Espanha, Itália, e Alemanha e terá diversas sessões em que intervirão 25 especialistas, culminando numa partilha de experiências e conhecimento de valor indubitável.

Esta iniciativa terá como base a prática clínica e, como tal, os participantes serão incitados a ter uma atitude proativa e a contribuir, interagindo com os pares e também com os convidados internacionais, numa experiência de networking. Os workshops e as apresentações, que procuram promover o conhecimento e a discussão de problemas e técnicas inerentes à prática clínica, são exemplo do desejo de partilha e natureza prática desta European Summer School.

Para a Reumatologia europeia, esta é uma oportunidade de aprendizagem mas também de luta pelo direito das pessoas com doença reumática serem seguidas pelos especialistas corretos: os reumatologistas. Ao organizar esta edição, a SPR ressalva a força e necessidade desta especialidade médica, esperando ainda que este evento seja um passo importante na abertura de caminho para a campanha Bring EULAR to Lisbon, Where Rheumatology is Always On.

Estudo
Estima-se que a enxaqueca custe anualmente 27 mil milhões de euros na Europa e 20 mil milhões de dólares só nos Estados Unidos,...

As primeiras conclusões de um dos maiores estudos internacionais sobre enxaqueca acabam de ser divulgadas. A investigação envolveu mais de 11 mil pessoas de 31 países. A enxaqueca é uma doença neurológica, com crises de gravidade variável e sintomas que incluem dor de cabeça, náuseas, vómitos e sensibilidade à luz.

O estudo "My Migraine Voice", promovido pela farmacêutica Novartis, envolveu homens e mulheres com pelo menos quatro dias de enxaqueca por mês e uma cota pré-definida de 90% de pessoas com pelo menos um tratamento preventivo.

Os resultados, apresentados na 60ª Reunião Anual da Sociedade Americana da Cefaleias (AHS), em São Francisco, revelam que a enxaqueca reduz a produtividade no trabalho para metade. Por outro lado, em média, 60% dos entrevistados referiu ter faltado a quase uma semana de trabalho (4,6 dias) no último mês devido por causa da doença, escreve o Sapo.

O estudo "My Migraine Voice" avaliou o impacto da enxaqueca no trabalho, incluindo a redução da produtividade (presenteísmo) e as horas perdidas (absentismo) devido à enxaqueca, tendo por base o questionário Produtividade no Trabalho e Incapacidade na Atividade (WPAI).

Metade da produtividade
Aqueles que tinham trabalhado na semana anterior ao estudo relataram que a produtividade foi reduzida em mais de metade (redução de 53%), percentagem esta que subiu para 56% nos trabalhadores com insucesso terapêutico em dois ou mais tratamentos preventivos.

"A enxaqueca é frequentemente subvalorizada como sendo apenas uma dor de cabeça. Estes resultados trazem uma nova perspetiva sobre uma doença invisível, ainda que debilitante”, afirma Elena Ruiz de la Torre, diretora executiva e ex-presidente da European Migraine e Headache Alliance (EMHA).

"Apesar de viverem com uma condição altamente incapacitante, estas pessoas esforçam-se por ser produtivas, mas precisam de maior alívio dos sintomas e apoio no local de trabalho, para conseguir atingir o seu potencial em pleno. A EMHA está envolvida em várias iniciativas que estão comprometidas em contribuir para esta causa", acrescenta.

Apesar do impacto devastador da enxaqueca, os entrevistados partilharam que, embora a maioria de empregadores (63%) tenha conhecimento da sua condição, apenas 18% ofereceram apoio.

Além disso, muitos afirmaram sentir-se julgados, estigmatizados ou incompreendidos ao faltar ao trabalho, ilustrando assim a necessidade de sensibilização das entidades empregadoras.

A enxaqueca ocorre frequentemente durante a idade ativa, entre os 35 e os 45 anos de idade, resultando frequentemente em incapacidade temporária durante as crises. As pessoas podem ficar incapacitadas devido aos sintomas, que podem durar dias. A enxaqueca é onerosa para a sociedade, com custos totais estimados entre 18 e 27 mil milhões de euros na Europa e cerca de 20 mil milhões de dólares nos Estados Unidos.

Estudo
Tratamentos que exploram as potencialidades do sistema imunitário para combater o cancro - a chamada imunoterapia - são uma...

O novo tratamento aumenta a capacidade de ação dos glóbulos brancos, os macrófagos, que o sistema imunitário utiliza para aniquilar invasores indesejados como vírus e bactérias, escreve o Sapo.

Os primeiros testes em ratinhos mostraram que a terapia funciona em tumores agressivos de mama e pele, lê-se no estudo publicado na revista científica Nature Biomedical Engineering.

Segundo a BBC, a equipe norte-americana responsável pelo estudo quer iniciar testes em humanos dentro de poucos anos. O facto deste novo mecanismo já possuir licença de utilização - dizem os investigadores -  pode acelerar o processo de aprovação para estudos de fase clínica, fase 2 e fase 3.

Sabe-se que os macrófagos ajudam a aniquilar infeções bacterianas e virais porque podem reconhecer e atacar os "corpos invasores". São, porém, incapazes de combater o cancro, uma vez que os tumores crescem a partir de células do ser humano que têm mecanismos inteligentes para se esconderem dos ataques do sistema imunitário.

Agora, a equipa do médico Ashish Kulkarni, da Universidade de Massachusetts e da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, conseguiu inibir uma proteína que impede os macrófagos de destruírem alguns tipos de tumores oncológicos.

Ou seja, o mecanismo utilizado por Ashish Kulkarni impede as células cancerígenas de se esconderem dos macrófagos. Por outro lado, impede que o tumor anule a ação devoradora dos macrófagos.

Esta técnica desenvolvida por Harvard implica que os macrófagos depositem ainda uma droga nas células cancerígenas, destruindo-as. Em ratinhos, a terapia impediu que melanomas e cancro de mama crescessem e metastizassem.

"Percebemos que, se conseguirmos reeducar os macrófagos e inibir a proteína (...), poderíamos estimular o equilíbrio dos dois tipos de macrófagos [que temos], aumentando a sua proporção dentro do tumor e inibindo o crescimento do mesmo", esclarece o autor principal do estudo numa nota publicada no site da universidade.

 

Combate ao VIH
A Liga Portuguesa Contra a Sida alertou hoje para a necessidade de continuar a apoiar os projetos das organizações de base...

“Os números mostram que ouvir o que as organizações de base comunitária têm para dizer - esta tem sido uma estratégia da direção nacional do programa - é importante e este é o resultado”, disse à Lusa Maria Eugénia Sequeira, presidente da Liga Portuguesa Contra a Sida (LPCS).

A responsável falava dos dados hoje revelados pelo secretário de Estado da Saúde, que indicam que mais de 90% das pessoas com VIH estão diagnosticadas e mais de 90% das que estão em tratamento já não transmitem a infeção.

Para Maria Eugénia Sequeira, mais do que apostar na prevenção transversal, “é importante dar continuidade ao trabalho e continuar a apostar nos projetos que as organizações e base comunitária têm no terreno”.

“Elas conhecem o terreno conhecem as populações. (…). Todas estas estratégias são “oportunidades para rastrear mais, para chegar às populações mais vulneráveis às infeções sexualmente transmissíveis, e aqui não falo só no VIH, mas também são importantes para que o trabalho não pare”, afirmou.

Maria Eugénia Sequeira sublinhou que “hoje em dia não se fala como se falava antigamente do VIH” e que “a aposta nos mais jovens e também nos mais velhos, acima dos 50 anos, continua a ser fundamental”.

“A literacia na saúde é fundamental para passar desde cedo informação de como prevenir”, acrescentou.

Sobre o possível alargamento a todas as farmácias do país dos tratamentos do VIH, também abordado pelo secretário de Estado, a presidente da LPCS considera importante, mas recorda que “ainda há casos de doentes que dizem que não têm disponibilidade para chegar a essas farmácias, pois elas não estão tão perto assim”.

“Os números não aparecem porque têm que aparecer, temos de pensar na qualidade de vida destas pessoas, que passa pelo apoio psicossocial e as organizações [que estão no terreno] fazem-no melhor do que ninguém”, sublinhou Maria Eugenia Sequeira.

Apesar de satisfeita com os números, a responsável da Liga frisou que os 0% de discriminação e estigma até 2030 é um dos valores ainda não atingidos e sublinhou a necessidade de continuar a trabalhar.

“A discriminação (…) continua a ser um problema que leva as pessoas a não se rastrearem e a não procurarem saber o seu estudo serológico. Este tem de ser um teste como qualquer outro. A mensagem é: quanto mais cedo soubermos que somos seropositivos para qualquer infeção mais eficaz será o tratamento”, acrescentou.

4 considerações para ir à praia
Chega o momento esperado: férias, praia e descanso.

O poder ir à praia depende da tipologia do tumor e dos cuidados específicos que a pessoa necessita, mas normalmente é recomendável para que o doente possa distrair-se e disfrutar com os amigos e família. Também depende da etapa em que se encontre. Quatro recomendações para aproveitar ao máximo as férias:

Looks para ganhar confiança e sentir-se cómoda: cabelo

Uma das questões em que mais se pensa no verão é o aspeto físico, a “operação bikini”, e na aparência. Este tema adquire um interesse renovado nas mulheres que passaram ou estão a passar por sessões de quimioterapia ou mesmo radioterapia e perderam o cabelo. Nesse caso, existem várias opções para fazer frente a uma possível perda de segurança.

Em primeiro lugar, não há nada a esconder, e muito menos no século XXI, quando todas as possibilidades estéticas são aceites e há um salto qualitativo na informação. Assim, uma primeira escolha seria optar por levar o cabelo rapado. Há outras pessoas que preferem usá-lo de maneira natural, da mesma forma que as pessoas que não estão a passar por esta patologia também decidem usá-lo dessa maneira. Mas, para ir à praia, essa é a escolha menos recomendável, porque o couro cabeludo não está habituado ao sol e pode sofrer queimaduras facilmente. Aqueles que optarem por não cobrir a cabeça devem colocar protetor solar, com FPS 50 nesta área, orelhas e rosto.

Uma segunda possibilidade é usar uma peruca. Para a praia, em particular, as sintéticas costumam ser as mais recomendadas: as perucas ficam bem mesmo se ficarem um pouco molhadas no mar ou na piscina e apesar da exposição ao sol. As perucas feitas com cabelo natural tendem a ser mais pesadas e mais quentes no verão. É aconselhável perguntar ao comprá-la se pode ser lavada e como.

Uma terceira opção, que podemos considerar ideal para os amantes da moda, é usar um lenço (ou até mesmo um chapéu) para combinar com o fato de banho ou biquíni.

Planificar as férias tendo em conta a programação do tratamento

Mesmo antes de embarcar num período de férias, devemos levar em conta as datas de consultas médicas e sessões de quimioterapia ou radioterapia. Se a interrupção ocorrer após o tratamento ter sido realizado, não é necessário reservar uma data muito próxima à da finalização por qualquer imprevisto que possa surgir nos horários.

Se a viagem for antes, durante ou depois do tratamento é importante levar números de telefone importantes e estar preparado: levar todos os medicamentos e ter outro médico localizado na área de destino para possíveis casos de emergência. Pessoas com cancro devem perguntar ao médico sobre a flexibilidade do cronograma de tratamento e estudos clínicos. É preciso conhecer as sessões, mas pode tentar chegar a uma data consensual.

No caso de ter sido submetido a uma cirurgia, não é aconselhável ir de férias imediatamente e, no caso de fazê-lo, pelo menos, escolher um local conhecido com assistência médica.

É importante comunicar com a família e amigos e procurar o próprio bem-estar: se nos sentimos bem, podemos fazer o bem aos outros. Talvez a pessoa com a patologia não se sinta suficientemente bem ou com vontade de ir de férias num determinado momento. Aqui estão duas questões importantes: dizer às pessoas próximas como se sente e as preferências.

As duas últimas dicas seriam certificar-se de que as expectativas para as férias são realistas (é provável que não esteja nas mesmas condições que costuma estar) e delegar a outra pessoa os preparativos e tarefas, dedicando tempo suficiente ao descanso.

Looks para ganhar confiança e sentir-se confortável: próteses

Após uma mastectomia, muitas mulheres acham difícil adaptar-se à nova aparência. Em primeiro lugar, para ver as coisas de outra perspetiva, a maioria das mulheres sente vergonha quando usa roupa de banho. Assim, não há razão para se sentir especialmente observada ou analisada.

Há marcas de fatos de banho que desenham para mulheres que tenham tido este tipo de intervenção cirúrgica, com decotes mais altos e mais espaços fechados que escondem cicatrizes; bem como com bolsos incorporados no sutiã para colocar as próteses mamárias, como conta a organização para a divulgação de assuntos relacionados com o cancro da mama Breastcancer.org.

Na praia, recomendam-se próteses específicas para nadar, que possuem menor densidade, flutuam melhor que as convencionais e permitem que a água flua naturalmente pelo peito.

Cuidados com o sol

Os raios ultravioletas (UVA e UVB), que produzem o bronzeamento, também podem dar lugar a alterações celulares que predispõem ao cancro. Todos nós temos que ter cuidado com o sol, mas especialmente as pessoas que estão a passar por um estado de saúde complicado. As piores horas para a exposição ao sol são entre as 10h00 e as 16h00.

Neste horário, o nível de radiação ultravioleta é mais alto e mais cancerígeno. Na pele normal, é aconselhável uma exposição que vá aumentando em 10 minutos por dia, não excedendo no primeiro dia os 15 minutos. Os fatores de proteção devem ser aplicados entre 30 e 45 minutos antes de iniciar cada exposição ao sol e devem ser aplicados com frequência, especialmente após o banho.

Abusar dos raios solares pode piorar os efeitos secundários de alguns tipos de quimioterapia e pode ser especialmente prejudicial em casos de melanoma e até mesmo noutros tipos de cancro, como cancro do pulmão. Recomenda-se que as pessoas que tiveram um melanoma não se exponham ao sol e, se o fizerem, devem tomar medidas extremas de proteção.

Aconselha-se os doentes com cancro do pulmão, especialmente aqueles tratados com medicamentos que bloqueiam o receptor do fator de crescimento epidérmico (anti-EGFR), a protegerem-se da exposição solar excessiva, aplicar o protetor solar com fator 50 várias vezes ao dia e usar barreiras físicas para se proteger dos raios solares, bem como aplicar hidratante uma ou duas vezes por dia, especialmente nas mãos e nos pés.

Em geral, a pele da área onde a terapia de radiação é administrada deve ser protegida do sol com um fato de banho ou outra peça de roupa, porque ainda pode estar vermelha ou queimada devido ao tratamento. Nesta situação, também é necessário perguntar ao especialista se o uso de protetores solares pode irritar a pele irradiada.

Uma consideração que passa sempre despercebida é a necessidade de fotoproteção solar à volta dos olhos e uso de óculos. No verão, o uso de chapéus é aconselhável. Também não devemos esquecer a importância da nutrição adequada: alimentos como vegetais verdes, ricos em vitamina C, funcionam como antioxidantes e ajudam a aliviar os efeitos negativos do sol.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Projeto “EKUIzar para mudar o Mundo!”
Projeto “EKUIzar para mudar o Mundo!” da Associação Leque é o grande vencedor da 6ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto...

O projeto, que apresenta uma componente didática e lúdica, tem como principal objetivo alfabetizar e reabilitar pessoas com e sem necessidades especiais. Conjugando a língua gestual, o braille, o grafismo e a fonética do alfabeto, a Associação acredita que é possível quebrar de forma eficiente barreiras de comunicação, resultantes de situações como analfabetismo, doença ou deficiência que afetam cerca de 18% da população portuguesa. Este projeto foi distinguido pelo Júri do Prémio por ser aquele que mais corresponde ao conceito “socialmente responsável na comunidade em que nos inserimos”, defendido por Maria José Nogueira Pinto.

Desde que foi lançado, em 2015, o EKUI já contribuiu para a alfabetização de 2 mil crianças do pré-escolar e do 1º Ciclo do Ensino Básico, e chegou a 30 mil crianças e adultos através de diferentes atividades, como formação de professores, terapeutas e educadores e rastreios nas escolas. Para dar continuidade ao projeto, a Associação Leque pretende apostar no desenvolvimento de uma app e de tutoriais digitais, com o propósito de chegar a um maior número de pessoas e de aumentar o impacto social e económico.

Nesta Edição, o Júri atribuiu também quatro Menções Honrosas aos seguintes projetos: “Equipa de Recados”, da Associação Juvenil para o Desenvolvimento (AJUDE); “EIS – Empreendedorismo e Inovação Social (CSM)”, da Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL); “Entre Pares”, da Obra Social das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor; e “Bem – Humanizar Equipa Domiciliária de Cuidados Paliativos”, da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez.

A 6ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social contou com um número recorde de candidaturas, com um total de 125 projetos inovadores, provenientes de instituições privadas de solidariedade social de vários pontos do país.

A Cerimónia Pública de Atribuição da 6ª Edição do Prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social realiza-se, hoje, dia 5 de julho, na Casa-Museu Medeiros e Almeida, pelas 17H30. O orador convidado desta edição é D. Manuel Clemente, Cardeal Patriarca de Lisboa.

Este Prémio é atribuído anualmente com o valor pecuniário de 10.000€ ao Grande Vencedor e 1.000€ a cada uma das Menções Honrosas. Instituído em 2012 pela MSD, o prémio pretende distinguir o trabalho desenvolvido por pessoas, individuais ou coletivas, que se tenham destacado no contexto da responsabilidade social.

O Júri é presidido por Maria de Belém Roseira e composto por mais seis personalidades: Anacoreta Correia, Clara Carneiro, Isabel Saraiva, Vítor Feytor Pinto, Jaime Nogueira Pinto e Pedro Marques, em representação da MSD.

Descrição dos projetos distinguidos

Primeiro Prémio

Projeto “EKUIzar para mudar o mundo!”, da Associação Leque
A EKUI é a primeira metodologia de alfabetização/reabilitação inclusiva no mundo e tem como objetivo eliminar as barreiras de comunicação desde a escola, agindo de forma preventiva. Esta estratégia de alfabetização é aplicada através de um baralho de 26 cartas com o alfabeto, que congregam quatro estratégias de comunicação diferentes: Língua Gestual, Braille, Alfabeto Fonético e grafia do português.

Esta metodologia foi lançada em 2015, tendo alfabetizado e reabilitado 2 mil crianças em 200 escolas do país. Chegou a 30 mil pessoas através de atividades como Formação de Formadores e Rastreios nas Escolas. Os próximos passos passam pela criação de uma app com componente didática e formativa, mas também lúdica, com vídeos e audiodescrição. Pretende-se, ainda, desenvolver um conjunto de tutoriais para YouTube com dicas para a utilização correta da metodologia EKUI na escola, em família ou em contexto clínico.

Menção Honrosa

Projeto “Equipa de Recados”, da Associação Juvenil para o Desenvolvimento (AJUDE)
O isolamento da população mais idosa é uma situação cada vez mais recorrente em Portugal e é, por isso, que surge a Equipa de Recados, um banco de voluntários que  acompanha os idosos em várias necessidades. Será também disponibilizado um vasto conjunto de atividades adaptadas à população, de modo a responder a casos de dificuldades de mobilidade, visão, audição, entre outros.

A Equipa de Recados apresenta-se como um projeto único na região, já que, na União de Freguesias de Algés, Cruz Quebrada / Dafundo não é prestada nenhuma resposta social que responda a este tipo de desafios, mesmo havendo um número elevado de pessoas idosas (cerca de 19% da população.) Os principais objetivos passam por combater o isolamento da pessoa idosa, bem como promover a autonomia e a participação social.

Menção Honrosa

Projeto “EIS – Empreendedorismo e Inovação Social (CSM)”, da Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL)
Este projeto irá implementar o Centro de Serviços Manipulados nas instalações da Associação para a Recuperação de Cidadãos Inadaptados da Lousã (ARCIL). Este centro será especializado em serviços de outsourcing para empresas, como inclusão social e profissional através da colocação de pessoas com Deficiência e Incapacidade no Centro de Actividades Ocupacionais e do Centro de Emprego Protegido. Pretende-se encontrar respostas diferentes e mais inovadoras de ocupação para estas pessoas, permitindo que mantenham uma atividade profissional.

Menção Honrosa

Projeto “EntrePares”, da Obra Social das Irmãs Oblatas do Santíssimo Redentor – Lisboa
“EntrePares” é um projeto-piloto na área de Educadores de Pares (EP) que tem como objetivo capacitar um grupo de 10 mulheres em condições sociais mais fragilizadas para que, após formação, possam estar aptas a criar uma coesão de grupo e incentivar a um ativismo informado e organizado. Pretende-se contribuir para a mobilização de um grupo de pares para a defesa dos seus direitos, consolidação dos deveres e de um aumento de participação cívica e ativa junto da comunidade. O projeto prevê também presença digital, com as atividades a serem divulgadas em plataformas digitais.

Menção Honrosa

Projeto “Bem – Humanizar Equipa Domiciliária de Cuidados Paliativos”, da Santa Casa da Misericórdia de Arcos de Valdevez
A missão da Equipa Domiciliária de Cuidados Paliativos Humanizar, criada em 2014, é promover o bem-estar dos doentes e famílias através de uma prestação de cuidados multidimensionais para assegurar a preservação da dignidade da pessoa. O trabalho desta equipa assenta no controlo ativo dos sintomas e na prática de um trabalho interdisciplinar em equipa, gratuito para o cidadão.

Até março de 2018, já foram apoiados 435 utentes, nos concelhos de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca, 596 familiares receberam apoio ao luto e 60 participaram nas sessões de grupo. No âmbito deste projeto, é ainda prestada consultoria em IPSS e Unidades de Cuidados Continuados.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e os 18 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado e elevado de...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado estão as ilhas do Faial, Terceira, Flores e São Miguel, nos Açores, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Leiria, Lisboa, Santarém, Évora, Beja e Faro no continente.

O IPMA colocou também os distritos de Braga e Coimbra em risco elevado.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente períodos de céu muito nublado, apresentando-se geralmente muito nublado no litoral das regiões Norte e Centro até ao fim da manhã e tornando-se pouco nublado ou limpo na região Sul.

Está também prevista a possibilidade de ocorrência de períodos de chuva fraca no litoral das regiões Norte e Centro.

A previsão aponta ainda para vento em geral fraco predominando de noroeste, soprando moderado a partir da tarde no litoral e nas terras altas, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida da temperatura máxima, em especial no interior.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar entre os 10 graus Celsius (na Guarda) e os 17 (em Faro e Lisboa) e as máximas entre os 20 graus (em Viana do Castelo) e os 29 (em Faro, Évora, Beja e Castelo Branco).

Para a Madeira prevê-se céu muito nublado, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas até ao fim da manhã e vento moderado de nordeste, soprando por vezes forte nas terras altas.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 25 graus Celsius.

O IPMA prevê para hoje no grupo ocidental (Flores e Corvo) céu muito nublado com boas abertas, aguaceiros fracos e vento oeste moderado.

No grupo Central (Graciosa, São Jorge, Pico, Faial e Terceira) prevê-se céu muito nublado com abertas, aguaceiros fracos, especialmente na tarde, e vento fraco, tornando-se bonançoso a moderado de oeste.

Para o grupo Ocidental (São Miguel e Santa Maria) a previsão aponta para períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento fraco a bonançoso de oeste.

Em santa Cruz das Flores as temperaturas vão oscilar hoje entre os 20 e os 26 graus, na Horta entre os 19 e os 25, em Angra do Heroísmo entre os 18 e os 25 e em Ponta Delgada entre os 16 e os 25.

Secretário de Estado da Saúde
O projeto-piloto que permite aos doentes com VIH fazer os tratamentos em farmácias mais próximas de si poderá ser alargado a...

Em entrevista, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, afirmou que o projeto-piloto de dispensa de medicamentos hospitalares nas farmácias comunitárias, que começou no ano passado, “está a correr bem”.

Esta medida, que ainda está a ser testada apenas em Lisboa, veio permitir aos utentes escolher se queriam continuar a receber os tratamentos no hospital ou numa farmácia próxima de casa ou do trabalho.

“O objetivo é abrir este projeto ao país todo e, de forma faseada e progressiva, outras farmácias hospitalares vão poder trabalhar com farmácias comunitárias”, anunciou.

Mas primeiro será necessário avançar com a formação de mais farmacêuticos para garantir que o alargamento do projeto é feito com toda a segurança, observou o governante.

Segundo o secretário de Estado, “as pessoas estão confiantes”, houve um aumento de aderentes ao projeto e "os tratamentos estão a correr como esperado".

Fernando Araújo disse que optar por uma farmácia comunitária “é tão eficaz como fazer (o tratamento) no hospital” e, por isso, o Ministério da Saúde está empenhado em “continuar este percurso e alargar a todo o país”.

“Queremos iniciar nos grandes hospitais, no norte e no centro, e depois disseminar no resto do país”, revelou, acrescentando que no último trimestre será alargado a outras regiões do país.

Segundo números avançados pelo responsável, muito em breve, mais de trezentas pessoas estarão a beneficiar desta medida, que será alvo de avaliação em setembro.

O projeto foi criado para garantir que as pessoas não interrompiam a medicação, o que por vezes acontece, principalmente entre os utentes com mais dificuldades económicas, que por vezes deixam de se deslocar à farmácia hospitalar, explicou.

Esta é mais uma medida que poderá aumentar a percentagem de doentes em tratamento.

Atualmente, mais de 90% das pessoas com VIH estão diagnosticadas e mais de 90% das que estão em tratamento já não transmitem a infeção, segundo dados avançados à Lusa pelo secretário de Estado.

Portugal tinha até 2020 para conseguir atingir aqueles dois objetivos definidos pelo programa das Nações Unidas para o VIH/sida (ONUSIDA), que define ainda um outro objetivo: ter 90% dos doentes diagnosticados em tratamento.

Os últimos dados disponíveis, relativos a 2016, indicam que 87% dos doentes diagnosticados estão em tratamento.

Estes números serão apresentados hoje durante a conferência que contará com a presença do Coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da Organização Mundial de Saúde, Masoud Dara.

Secretário de Estado da Saúde
Portugal atingiu a taxa mais baixa de sempre de novas infeções de VIH entre pessoas com comportamentos aditivos e dependências,...

Dez anos após ter sido identificado o primeiro caso de VIH no país, foi criado o programa de troca de seringas, com o objetivo de prevenir as infeções entre as pessoas que utilizam drogas injetáveis.

Assim, numa altura em que mais de metade dos novos casos de sida era de pessoas com comportamentos aditivos, começou a distribuição de material esterilizado e da recolha e destruição das seringas usadas.

No ano passado, apenas 1,5% dos novos casos dizem respeito a esta população, disse o secretário de Estado da saúde, Fernando Araujo, em entrevista.

“O nível de novos casos reduziu-se de forma muito significativa, o que significa que estamos a ter um sucesso dos melhores a nível europeu”, salientou o responsável governamental.

O programa de troca de seringas serve para prevenir infeções pelo VIH, mas também pelos vírus das hepatites B e C e começou limitado às farmácias comunitárias, tendo posteriormente sido assegurado pelos centros de saúde e postos móveis.

"A luta no combate ao aparecimento de novos casos continua, independentemente de se tratar ou não de um grupo de risco, e este ano o Governo arrancou com um novo programa: a profilaxia pré-exposição” (PrEP), que permite proteger as pessoas de infeções através da toma de medicamentos, adiantou.

“Estamos a começar agora nos hospitais do país”, contou Fernando Araujo, sublinhando que o ministério quer “agarrar todos os tratamentos para evitar novos casos”.

 

Secretário de Estado da Saúde
Os portugueses vão poder fazer em casa testes de despiste do VIH, anunciou hoje o secretário de Estado da Saúde, que espera que...

Em entrevista, por ocasião da divulgação dos mais recentes dados sobre esta doença, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araujo, revelou que o Governo vai começar a trabalhar para alterar a legislação em vigor, que impede a realização de testes de VIH em casa.

“Vamos mudar a lei para que, até ao final do ano, os portugueses que quiserem possam comprar o teste na farmácia e fazer em casa”, afirmou o governante.

No caso de os testes serem positivos, os doentes podem marcar uma consulta num hospital “para repetirem o teste e serem reorientados”, acrescentou.

Com esta iniciativa o ministério da saúde espera conseguir reduzir os casos de deteção tardia de pessoas infetadas com sida.

Segundo Fernando Araujo, quem opta por este sistema são pessoas que não recorrem a outros serviços de saúde e os países onde esta possibilidade já existe revelam que a medida é um sucesso.

"Em geral, impede novas transmissões. As pessoas ao saberem que estão infetadas tendem a proteger-se para evitar a disseminação", acrescentou, sublinhando que esta será apenas mais uma alternativa às já existentes.

Diagnosticar cada vez mais cedo para evitar novos contágios é um dos desafios da tutela que reconhece que em Portugal há uma “elevada taxa” de diagnósticos tardios, acrescentou.

O secretário de Estado lembrou que atualmente é possível realizar testes de despiste nos centros de saúde e hospitais, assim como em muitas ONG (Organizações Não Governamentais) “que fazem um trabalho espetacular em Portugal”.

Junto da comunidade prisional, mas também com as grávidas, já existe um trabalho de deteção, mas o secretário de Estado considerou insuficiente.

“Temos um sistema montado, mas achamos que não é suficiente. Apesar de termos esse acesso muito facilitado, continuamos a ter infeções tardias”, lamentou.

Também as farmácias devem começar a realizar testes rápidos de rastreio ao VIH/sida e hepatites B e C já em agosto, acrescentou o governante, explicando que o processo de formação dos profissionais está a terminar.

 

OMS
Portugal está entre o restrito grupo de países europeus com mais pessoas com VIH diagnosticadas e com mais doentes em...

Em entrevista, o coordenador do Programa de Doenças Transmissíveis da Organização Mundial da Saúde (OMS), Masoud Dara, saudou a evolução registada nos últimos anos no combate à sida.

“Portugal tem feito um percurso exemplar na prevenção, detecção, tratamento e cuidados dos doentes com VIH”, afirmou Masoud Dara, sublinhando que o país atingiu praticamente todos os objetivos estabelecidos no programa das Nações Unidas para o VIH/sida — ONUSIDA, conhecido como 90/90/90.

O programa pretende que, até 2020, 90% das pessoas com VIH/sida estejam diagnosticadas, que 90% dos diagnosticados estejam em tratamento e que 90% dos que estão em tratamento atinjam uma carga viral indetetável ao ponto de ser impossível transmitir a infeção.

Portugal já atingiu um desses objetivos - a identificação das pessoas infetadas – e conseguiu que 89% dos doentes em tratamento atingissem uma carga muito indetetável, acrescentou, por seu turno, o secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo.

“Exemplar” é o adjetivo escolhido por Masoud Dara, que coloca assim Portugal ao lado de países como a Dinamarca, a Islândia, a Suécia, a Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte, que já alcançaram a meta dos 90-90-90.

No entanto, a média dos 53 países europeus que participam no programa revelam uma situação preocupante: apenas 69% de doentes estão identificados, a maioria não está em tratamento (58%) e apenas 36% de doentes que estão em tratamento deixaram de ser uma ameaça na transmissão do vírus, segundo dados avançados pelo responsável.

Masoud Dara aponta a situação vivida nos países da Europa de Leste como a principal razão para estas percentagens tão baixas, já que naquela região do globo a sida continua a ser um assunto tabu.

“Em 2016, havia 160 mil novos infetados na Europa, dos quais 80% viviam em países de leste”, lamentou, explicando que naquela região o número de novos doentes continua a aumentar, em parte por falta de prevenção e limitado acesso a tratamentos.

Resultado: No leste, estão diagnosticados apenas 63% dos doentes, só um em cada quatro (28%) está em tratamento e 88% dos doentes em tratamento continuam a ser um perigo em termos de transmissão do vírus.

Administração Regional de Saúde
A Unidade de Saúde Familiar Saúde Oeste, em Braga, vai ser instalada num único edifício, uma antiga escola primária que irá...

Em comunicado, aquela estrutura do ministério da Saúde esclarece que aquela transferência representa um investimento de 710 mil euros e que vai servir um universo de 7500 doentes inscritos, que até agora eram atendidos em dois polos, um em Sequeira e outro em Cabreiros.

Segundo o texto, os atuais polos daquela Unidade de Saúde Familiar são "exíguos e desadequados ao fim a que se destinam, em especial para os profissionais que nas mesmas desenvolvem a sua atividade e doentes".

O texto refere que a "escritura do referido espaço foi hoje efetuada e outorgada, quer por a Administração Regional de Saúde (ARS), quer pela Câmara Municipal de Braga que, em direito de superfície, cedeu a esta Instituição, o espaço atrás mencionado".

A assinatura do contrato com a empresa construtora está prevista para o dia 27, sendo que o início da obra deverá ocorrer em setembro deste ano e a conclusão um ano após o seu início (setembro de 2019).

"Este investimento demonstra a aposta que o atual Governo vem a efetuar no Serviço Nacional de Saúde, levando cuidados de qualidade e de proximidade junto das pessoas, em especial daquelas mais distantes dos grandes centros urbanos, eliminando desta forma assimetrias durante anos verificadas", lê-se.

Governo Regional
O Governo Regional da Madeira lançou ontem uma campanha de dissuasão do consumo de substâncias psicoativas nos arraiais e...

"Com esta campanha queremos transmitir à população da Região Autónoma da Madeira que, de uma forma organizada e mais abrangente, vamos ter resultados cada vez mais objetivos e correspondentes a mais ganhos em saúde", afirmou o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, durante a apresentação do projeto no Funchal.

"Mais Verão… Sem Drogas 2018" é uma iniciativa do Instituto de Administração da Saúde que se realiza pelo segundo ano e visa atuar na prevenção e na dissuasão de comportamentos de risco relacionados com o consumo de substâncias psicoativas pelos jovens, no decurso dos mais de 200 arraiais e festivais na Madeira durante o período de verão.

O projeto envolve diversas entidades, nomeadamente forças policiais, juntas de freguesia, câmaras municipais e associações empresariais, de modo a promover a redução da disponibilidade de substâncias psicoativas ilícitas no mercado e a garantia de que a venda seja feita de forma segura e não indutora de consumo nocivo.

A Secretaria Regional da Saúde considera que este é um "modelo de resposta integrada" e destaca a importância do envolvimento dos empresários na promoção da "venda segura" de álcool e tabaco nos restaurantes, bares e supermercados.

No ano passado, segundo dados avançados por Pedro Ramos, a campanha “Mais Verão… Sem Drogas” abrangeu 11 mil pessoas, contou com a participação de 150 estabelecimentos comerciais e foram feitas diversas intervenções por parte das forças policiais, do que resultaram 2.930 condutores testados.

Investigação
Um especialista identificou, na sequência de uma investigação, que o chá verde dos Açores possui uma substância que fomenta as...

“Depois de fazer uma recolha [de chás de todo o mundo] cheguei à conclusão que o chá dos Açores consegue ser superior aos outros em teor de polifenóis”, declarou o investigador José Batista, doutorado em bioquímica analítica, que já esteve ligado a várias universidades portuguesas e do Canadá.

Os polifenóis são substâncias químicas que estão presentes nos vegetais e frutos, indicando estudos científicos recentes que são muito benéficas aos seres humanos e, por isso, devem ser incluídas na alimentação.

De acordo com a comunidade científica, os alimentos que são ricos em polifenóis possuem várias ações importantes no corpo, sendo antioxidantes, ajudando ainda a dar mais energia.

O investigador, que estou dezenas de chás da China, Japão e Tailândia - e estuda esta planta há cerca de 10 anos, publicando estudos científicos - salvaguarda que existe um chá chinês “muito semelhante” ao açoriano, cultivado junto ao mar, mas com três vezes mais teína do que o chá verde dos Açores.

José Batista, que está a desenvolver estudos para apurar em qual fase da planta do chá dos Açores existe a substância que vai aumentar as funções cognitivas, refere que este é “menos amargo” do que os restantes, o que o levou a suspeitar que possui um aminoácido que só existe nos Açores, ligeiramente adocicado.

O cientista, além de concluir que o chá dos Açores “é mais rico”, quer agora criar condições para explorar esta potencialidade do chá verde, destacando que o aminoácido, meia hora depois de ingerido, chega ao cérebro e vai estimular os neurotransmissores como a acicolina, que combate o Alzeimer e a Doença de Parkison, por exemplo.

Explicou ainda que o aminoácido identificado no chá dos Açores possui um "efeito contrário" a excitantes como a cafeína, surgindo como um relaxante natural sem efeitos secundários como a sonolência, como nas benzodiazepinas (Xanax).

O investigador declarou que o aminoácido tem também efeito sobre as ondas que o cérebro emite, "aumentando a criatividade" no ser humano.

José Batista, que já colaborou com o Instituto de Oncologia do Porto no desenvolvimento de metodologias que ajudam a diagnosticar o cancro em fase prematura, fez a opção pelo estudo do chá devido à sua riqueza em antioxidantes.

O chá foi introduzido nos Açores no século XIX, tendo a planta vindo do Brasil, sendo esta a única região europeia a produzir esta cultura.

Mantêm-se hoje duas unidades, as fábricas da Gorreana, um negócio de família que começou em 1883, e Porto Formoso, ambas no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.

Ataques de pânico
Palpitações, tremores, respiração acelerada, tonturas ou dor torácica e abdominal são alguns dos sin

Apesar de não se saber ao certo o que pode desencadear um ataque de pânico, pensa-se que a genética, a personalidade, a alteração no funcionamento de algumas zonas do cérebro ou a influência de stress intenso possam ser importantes fatores condicionantes para o seu desenvolvimento.

Na maioria dos casos, os ataques de pânico manifestam-se apenas em um ou dois episódios ao logo da vida. E o stress é quase sempre o culpado.

Menos comuns são os casos de pânico patológico, que atingem cerca de 1% da população, e que consistem em episódios recorrentes, muitas vezes incapacitantes.

Maria teve o seu primeiro ataque de pânico no verão de 2011 ao atravessar a ponte 25 de Abril. “Se calhar até nem foi o primeiro mas foi o único que se manifestou fisicamente… sempre ouvi dizer que era tudo psicológico”, começa por dizer.

Sem aviso, o coração disparou e todo o lado esquerdo do seu corpo começou a ficar dormente. “Comecei a perder os sentidos como se fosse desmaiar e, sem saber explicar porquê, desatei a gritar como se me estivesse a dar ordens: tu consegues, está quase, tu consegues”, recorda acrescentando que, assim que atravessou a ponte, parou o carro e chorou compulsivamente. “Foi a última vez que fiz aquele percurso ao volante e, hoje, passados todos estes anos tenho os meus mecanismos para o fazer enquanto passageiro”.

Depois deste episódio fez vários exames médicos. “Porque até se pôs a hipótese de ter sofrido um AVC”, adianta revelando que acabou por fazer psicoterapia durante mais de um ano. “Mas nada nem ninguém me convence que sou capaz de ultrapassar este episódio. Nunca mais vou conseguir atravessar aquela ponte a conduzir”, diz categoricamente, sem que, até hoje, consiga encontrar o motivo de ter ficado com tanto medo. “Posso atribuir esse evento, que me condiciona até hoje, a vários factos que ocorreram ao longo a minha vida, mas não o compreendo. Nunca consegui ir ao fundo da questão para a resolver”, admite.

Com o tempo foi arranjando estratégias para conseguir atravessar o rio. Utilizar a Ponte 25 de Abril é que nunca mais! “Há sete anos que uso a Ponte Vasco da Gama… nem sempre consigo entrar à primeira – saio, dou a volta à rotunda de Moscavide e entro. Tive algumas situações em que achei que poderia voltar a acontecer o mesmo, mas imediatamente falo para mim e consciencializo-me que sou capaz. Encontrei formas de defesa, como fazer um telefonema e manter-me distraída durante o percurso”, acrescenta Maria que admite o quão stressante e condicionante esta sua “limitação” pode ser. “Esta situação condiciona-me muito, mas o medo supera qualquer tentativa de contrariar esta impotência. O que me aconteceu comprometeu a minha segurança e a dos condutores que passavam a ponte naquele momento”, lamenta.

«Literalmente, eu não consegui sair de casa»

Filipa sempre foi ansiosa. “Já em miúda parecia que estava sempre a antecipar tudo o que poderia acontecer. Era como se vivesse sempre com a cabeça no futuro para não ter nenhuma surpresa. E tudo o que implicava algum tipo de mudança no meu dia-a-dia deixava-me nervosa”, recorda a jovem advogada. No entanto, foi já em adulta que soube o que era ter um ataque de pânico. “Aliás, eu não tive um, tive vários”, confessa.

Tremor, suores, palpitações, náuseas ou uma sensação de medo paralisante foi o que sentiu durante estes episódios. “Eu sempre trabalhei bem sob stress. Aliás, sempre disse que era neste ambiente que trabalhava melhor…. A única coisa com a qual eu não conseguia lidar era com a crítica destrutiva, com a pressão que algumas chefias colocam nos seus colaboradores, de propósito para que estes se sintam mal”, justifica.

No seu caso, os ataques de pânico surgem na sequência do mau ambiente que vivia na sociedade de advogados onde trabalhava. “Não consigo perceber o porquê de tanta implicância, mas a verdade é que as coisas chegaram a um ponto em que eu não podia abrir a boca. Tudo o que eu dizia, tudo o que eu fazia era motivo para desencadearem uma enorme pressão em mim. Às tantas tomei aquilo como um ataque pessoal e perdi a lucidez”, afirma.

A sentir-se como um alvo a abater, vieram ao de cima as suas principais inseguranças. “Comecei a sentir-me completamente insegura, em relação ao meu trabalho, em relação a mim mesma… eu que sempre fui bastante assertiva”, recorda.

Um dia não conseguiu sair de casa para ir trabalhar e foi aí que percebeu que algo tinha de mudar. “Eu adormecia a pensar que no que poderia acontecer no dia seguinte, no que me poderiam dizer. E isso criava em mim uma enorme ansiedade. Cheguei a passar noites em claro, com o coração a querer sair-me do peito”, descreve.

Numa dessas manhãs, sentiu uma vontade incontrolável de chorar. Gritou e acabou por ficar imóvel no sofá. “Parecia que tinha enlouquecido. A minha cabeça latejava enquanto pensava em mil e uma desculpas para faltar ao trabalho. Estava no meu limite”, confessa.

O despedimento foi a solução mais rápida. Seguiram-se meses de psicoterapia e controlo antidepressivo. “Fiz medicação, é verdade, para ajudar a controlar a minha ansiedade. E a psicoterapia foi importante para perceber de onde vem a minha ansiedade, ou porque permito que alguém exerça tanto poder sobre mim com a sua opinião… É uma coisa que tenho de trabalhar porque ainda não está bem resolvida”, acrescenta Filipa.

“O mais assustador é nunca saber se volta a acontecer, ou em que circunstâncias. Podemos estar em casa com os amigos, no trabalho, no supermercado”, revela quanto a forma como os ataques de pânico podem surgir.

«Ainda hoje, há dias em que não consigo entrar no carro»

Ricardo ficou gravemente ferido num acidente de automóvel. O melhor amigo e a namorada perderam a vida a caminho do hospital. Tinham todos pouco mais de 20 anos. “Foi um dia que jamais irei esquecer, apesar de não me lembrar do que aconteceu depois do camião ter embatido no nosso carro”, começa por dizer.

O acidente que mudou a sua vida, ainda hoje, condiciona o seu dia-a-dia, não só fisicamente – “porque fiquei com algumas mazelas” – mas também psicologicamente.
“Estive em coma… Foi um processo de recuperação muito longo. E, durante vários anos, não consegui conduzir. Só a ideia de entrar num carro me deixava ansioso”, tenta explicar admitindo que foi com a ajuda da psicoterapia que, aos poucos, foi perdendo o medo.

“Uma coisa como a que eu vivi, nunca se esquece. É preciso reaprender a viver e confrontar o medo… o que não é fácil! O trabalho psicológico aqui é muito importante, e no meu caso tem vindo a ser contínuo”, admite.

A verdade é que foram precisos mais de 10 anos para conseguir voltar a conduzir. “No dia que me voltei a sentar ao volante de um carro tive um ataque de pânico, sim… Foi a pior sensação da minha vida, depois do acidente. Hiperventilei, senti que o meu coração ia sair disparado pela boca, transpirei como nunca na vida e senti um medo inexplicável…”, revela adiantando que, infelizmente, este não foi um evento isolado. “Já tive outros, noutras circunstâncias e, ainda hoje, há dias em que não consigo entrar no carro. No meu ou no dos outros”, afirma.

“Os meus amigos já percebem quando estou a entrar em pânico. Às vezes fazemos uma caminhada para eu me acalmar, respirar bem fundo, e fazer uma nova tentativa para conduzir ou ser conduzido”, revela Ricardo.

Apesar de não acontecer com a mesma frequência de há anos, estes eventos ainda condicionam muito a sua vida. “Se algum dia vou deixar de «panicar»? Não faço ideia, mas “trabalho” isso”, afirma lamentando apenas que, de um modo geral, os outros não entendam que “isto não acontece só aos maluquinhos”. “Eu sou, e sempre fui uma pessoa saudável, física e mentalmente. Tive o azar de ter um acidente que mudou a minha vida e que, ainda hoje, mexe com o meu inconsciente. Mas pode acontecer a qualquer um, e em circunstâncias banais da vida”, conclui.  

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, três em cada 10 pessoas sofrem de ataques de pânico em todo o mundo, tratando-se este de um problema grave de saúde mental que precisa ser atendido, discutido e tratado. 

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Aos 64 anos
O investigador português Ricardo Camacho, músico da Sétima Legião, morreu hoje aos 64 anos na Bélgica, em consequência de um...

Nascido na Madeira em 1954, Ricardo Camacho vivia na Bélgica, onde fazia trabalho de investigação no Rega Institute for Medical Research, em Leuven.

Especialista em virologia clínica, Ricardo Camacho era para muitos o teclista da Sétima Legião, grupo formado na década de 1980 e da qual fez parte praticamente desde o início.

"Ele começou como produtor do grupo, era um grande amigo, aprendi muito com ele, no início dos anos 1980, vivemos intensamente todos os concertos. É um bocadinho da Sétima Legião que morre", afirmou Rodrigo Leão.

Como músico, a entrada na Sétima Legião deu-se através da produção. Ricardo Camacho integrava a Fundação Atlântica, fundada por nomes como Pedro Ayres Magalhães e Miguel Esteves Cardoso, e produziu para artistas como Anamar, Né Ladeiras, Ban, Xutos & Pontapés ou Manuela Moura Guedes, que deu voz às canções "Foram cardos foram prosas" e "Flor sonhada", por ele compostas.

Na Sétima Legião, como teclista e produtor, deixa o nome inscrito em álbuns essenciais da história do grupo como "A Um Deus Desconhecido" (1984), "Mar D’Outubro" (1987) e "De Um Tempo Ausente" (1989).

O grupo tinha sido criado por Rodrigo Leão, Pedro Oliveira e Nuno Cruz em 1982, numa altura em se vivia um momento de expansão do rock português, com nomes como Rui Veloso, UHF, GNR e Xutos & Pontapés.

A sonoridade do grupo denunciava influências da música pop rock inglesa, em particular o ambiente de Manchester e de bandas como Joy Divison. Os primeiros temas ainda foram escritos em inglês, mas foi com as letras em português, quase todas de Francisco Ribeiro de Menezes, com a introdução de bombos e da gaita-de-foles, que conquistaram uma marca distintiva na música portuguesa.

No total, editaram seis álbuns, de "A um deus desconhecido" (1984) a "Sexto Sentido" (1999), e nunca anunciou oficialmente um fim, com os músicos a tocarem informalmente ao longo dos anos.

Em 2012, assinalaram os 30 anos de existência do grupo com uma série de concertos. Há um ano, já Ricardo Camacho estava doente, voltaram a reunir-se num concerto no Liceu Passos Manuel, em Lisboa, "para matar saudades", recordou Rodrigo Leão.

Na investigação médica, Ricardo Camacho foi diretor do Laboratório de Virologia do Hospital Egas Moniz e fez investigação no Centro de Malária e outras Doenças Tropicais.

Foi consultor da Comissão Nacional de Luta contra a SIDA, tendo participado ainda em vários estudos internacionais sobre esta doença, na qual se especializou.

Foi ainda professor na Escola Superior de Ciências da Saúde e na Faculdade de Ciências Médicas, ambas em Lisboa, e na Universidade Católica no Porto.

Não ainda informações sobre o funeral, que deverá acontecer na Bélgica.

Escola de Saúde de Aveiro
A Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro vai lançar uma plataforma 'online' dedicada à reabilitação...

A Reabilitação Respiratória em Rede (3R) visa ajudar a “encontrar soluções para um conjunto de doenças que tem em Portugal um acompanhamento clínico insuficiente” e vai ser apresentada durante a conferência “Reabilitação Respiratória em Rede”, que se realiza dia 11, na Universidade de Aveiro.

Segundo Alda Marques, coordenadora do Lab3R da Escola Superior de Saúde da Universidade de Aveiro (ESSUA) e responsável pelo 3R, a “doença pulmonar obstrutiva crónica, asma, apneia do sono, fibrose pulmonar idiopática, e bronquiectasias são algumas das enfermidades que fazem parte do grupo das doenças respiratórias crónicas e que em Portugal estão ainda muito subdiagnosticadas”.

Entre 2011 e 2016 o diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica aumentou 241 por cento e o da asma 234 por cento. “Estas doenças são crónicas e, portanto, já estavam há muito presentes na população, nunca tinham é sido diagnosticadas”, afirma Alda Marques.

A ausência de uma rede nacional de espirometria que permita avaliar a saúde dos pulmões e a falta de sensibilização da comunidade em geral, para a enorme presença de doenças respiratórias crónicas na população, são algumas das razões que explicam o porquê de no país existir um subdiagnóstico destas doenças, de acordo com a coordenadora do projeto.

“As doenças respiratórias, possíveis de prevenir e tratar, representam um problema de saúde pública substancial com enorme sobrecarga para os doentes e famílias, mas também para a economia e sistemas de saúde e sociais”, aponta Alda Marques.

Principais causadoras de morte e incapacidade prematura em Portugal, “prevê-se que o número de pessoas afetadas por estas doenças continue a aumentar devido à exposição contínua a fatores de risco e ao envelhecimento da população”.

Alda Marques diz ser fundamental que “as pessoas possam ser referenciadas o mais precocemente possível e acompanhadas de forma personalizada, de acordo com as suas necessidades e expectativas, independentemente do local onde vivem ou severidade de doença que têm”.

Em Portugal as doenças respiratórias crónicas afetam 40 por cento da população mas, “apesar de serem líderes de mortalidade e morbilidade”, menos de um por cento dos doentes têm acesso a reabilitação respiratória, uma intervenção considerada “essencial” para estes doentes. Nesse sentido, a plataforma 3R pretende ser uma ajuda. Desenvolvida para Portugal e para os Países da Comunidade de Língua Portuguesa, a 3R visa ajudar as pessoas com doenças respiratórias crónicas e promover a parceria entre doentes, familiares, comunidade e profissionais de saúde.

“Pretendemos facilitar o acesso, de forma gratuita, a toda a informação referente às doenças respiratórias crónicas e à reabilitação respiratória, e assim contribuir para a adoção de estilos de vida saudáveis e para uma melhoria da qualidade de vida destes doentes”, explica Alda Marques.

Os doentes e familiares passam a dispor, em vários vídeos e textos, de informações úteis acerca das doenças respiratórias crónicas e da reabilitação respiratória, testemunhos de experiências vividas, bem como acompanhar as novidades acerca destes temas.

A 3R quer também constituir-se como “um ponto de referência para os profissionais de saúde, permitindo desenhar e implementar programas de reabilitação respiratória baseados na evidência”.

Os profissionais de saúde terão assim acesso a uma listagem de recursos materiais e humanos necessários para implementar programas de reabilitação respiratória, a uma lista compreensiva de instrumentos para avaliar os efeitos da reabilitação respiratória nos doentes, a orientações de como implementar os programas, a material informativo para as sessões psicoeducativas e a folhas de registo das sessões.

Comissão parlamentar de Saúde
O ministro da Saúde comprometeu-se hoje a lançar a obra da ala pediátrica do hospital de São João até final da legislatura e...

Adalberto Campos Fernandes está hoje a ser ouvido na comissão parlamentar de Saúde, com todos os partidos, incluindo o PS, a pedirem ao ministro um ponto da situação do investimento para a nova ala pediátrica do hospital de São João, no Porto.

Segundo o governante, o investimento “está autorizado”, encontrando-se a administração regional de Saúde do Norte e o hospital a “ultimar o plano de investimento”.

PCP, PSD, CDS e Bloco de Esquerda lembraram ao ministro da Saúde que no final de abril tinha dito que “em duas semanas” o investimento da ala pediátrica estaria resolvido, quando em julho “nada se encontra resolvido”.

Foi em abril que a construção da nova ala pediátrica do São João ganhou relevo, quando pais de crianças com doenças oncológicas denunciaram as más condições de atendimento.

Entretanto, hoje o ministro Campos Fernandes recordou aos deputados que o hospital já remodelou uma área para as crianças em condições mais frágeis.

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