Doenças crónicas
O Estado é o maior empregador português e também o que menos cumpre em matéria de medicina do trabalho, o que é “mais flagrante...

A classe dos professores – mais de 120 mil distribuídos pelo ensino pré-escolar, básico e secundário públicos - é emblemática desta falta de apoio que, segundo Jorge Barroso Dias, grassa em Portugal e que é mais “flagrante” quando o patrão é o Estado.

Algumas destas situações são denunciadas ao Provedor de Justiça, como confirmou a Lusa junto deste organismo.

“Ao longo dos anos, o Provedor de Justiça tem recebido regularmente queixas de trabalhadores em funções públicas sobre a sua situação laboral. Em alguns casos, trata-se de portadores de deficiência ou doença crónica”, referiu fonte oficial.

Na maioria dos casos, prosseguiu a mesma fonte do Provedor de Justiça, são pedidos de adaptação do posto de trabalho, a adequação das funções ou do horário às suas limitações físicas ou a mudanças de local de trabalho para aproximação à residência.

“As queixas são analisadas casuisticamente, em função da doença crónica ou deficiência do trabalhador (natureza, grau e limitações funcionais que origina), mas também de exigências inerentes ao posto de trabalho em concreto”, referiu.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) – o serviço do Estado para a promoção da melhoria das condições laborais – não dispõe de dados desagregados sobre alegadas infrações envolvendo trabalhadores com doenças crónicas.

Contudo, recorda que o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho prevê especificamente a vigilância das condições laborais de trabalhadores em situações mais vulneráveis.

“Um doente que seja portador de doença crónica é considerado um trabalhador vulnerável, devendo ser objeto de atenção particular por parte dos serviços de segurança e saúde no trabalho, quer aquando da avaliação dos riscos, quer ao nível do acompanhamento da saúde do trabalhador pelo médico do trabalho”, explicou.

Para José Augusto Oliveira, membro da comissão executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN, os casos concretos de violações dos direitos destes trabalhadores com doenças crónicas são “abusos que derivam de uma relação de trabalho que é desigual”.

“As empresas tentam descartar-se de todas as situações que as possam prejudicar e as entidades a quem cabe fiscalizar estes casos e que têm responsabilidades diretas também não atuam por falta de meios, nomeadamente inspetores”, disse.

Para José Augusto Oliveira, existem “abusos das entidades empregadoras que descartam os seus trabalhadores que não podem ser discriminados por terem uma doença”.

“É uma libertinagem que resulta sempre em prejuízo para a parte mais fraca da relação de trabalho: o trabalhador”, disse.

Em Portugal, estima-se que em cada 10 cidadãos, quatro tenham mais de duas doenças crónicas.

Diabéticos
A medicina do trabalho em Portugal é uma fraude e devia ser nacionalizada, defende a mais antiga associação de doentes do mundo...

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, assume que ainda há muito estigma em relação a uma doença e que nem sempre a medicina do trabalho é uma garantia de proteção dos trabalhadores.

“A medicina do trabalho é uma fraude. Toda cheia de boas intenções, mas a grande maioria das empresas de medicina do trabalho não tem autonomia em relação à entidade patronal”, afirma José Manuel Boavida.

Lembrando que é atualmente “um negócio de milhões”, o médico diz que a maioria das empresas de medicina do trabalho não tem autonomia em relação à entidade patronal. Por isso, defende a nacionalização, como medida para tornar a medicina do trabalho “autónoma”, considerando que as empresas deviam “pagar a uma medicina do trabalho pública”, para que fosse o garante da proteção dos trabalhadores.

A Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho admite que muitas vezes “há conflitos” entre o empregador e os médicos do trabalho.

Jorge Barroso Dias, presidente da Sociedade, explica que, quando um trabalhador tem uma sequela ou uma doença, cabe ao médico do trabalho promover uma ficha de aptidão onde são identificadas as eventuais restrições.

“Muitas vezes há conflitos com a medicina do trabalho e o empregador não gosta de receber uma ficha com restrições”, indica.

Outras vezes, sobretudo com as restrições mais significativas, o que ocorre é que a empresa exerce pressão sobre o trabalhador para que não acate as restrições definidas pelo médico.

José Manuel Boavida também identifica este problema nos milhares de doentes crónicos que já seguiu: “Quando se tenta que a medicina do trabalho imponha condições para ajudar as pessoas, o que nos é respondido é que isso se pode voltar contra os próprios trabalhadores”.

O especialista em diabetes conhece bem este panorama da pressão sobre os trabalhadores, que leva doentes crónicos como os diabéticos “a tentar esconder a sua doença” no mundo laboral, também com receio do estigma e da discriminação.

Noutras patologias é igualmente sentida a falta de um apoio eficaz da medicina do trabalho, como nos hemofílicos.

Em testemunhos recolhidos junto da Associação Portuguesa dos Hemofílicos, há doentes que referem que “a medicina do trabalho não está vocacionada para lidar com as limitações” desta doença.

“As empresas de medicina de trabalho, em regime de ‘outsourcing’, omitem por vezes limitações físicas encontradas, dando os inspecionados como aptos”, refere um dos doentes hemofílicos, que pediu para não ser identificado.

São comuns a várias doenças crónicas queixas sobre a falta de adequação dos postos de trabalho ou adaptação de funções para os doentes.

Contudo, em quatro anos, apenas foram atribuídos 21 apoios para adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, não há registo de pedidos de apoio que tenham ficado por satisfazer, o que mostra que as empresas recorrem pouco a esta ferramenta de apoio, num país em que em cada 10 cidadãos há quatro que têm mais de duas doenças crónicas.

Doenças crónicas
Os trabalhadores com doenças crónicas são muitas vezes obrigados a esconder a doença, acusados de fingir dores para produzir...

“É um drama. As empresas não empregam doentes, principalmente com sinais físicos das doenças, como nas mãos ou o coxear”, afirmou Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR).

A esta organização chegam com frequência relatos de trabalhadores que “têm de esconder a doença, pois caso contrário são despedidos”. E a pressão não é só da parte de quem manda, já que em alguns casos são os próprios colegas que acusam os trabalhadores doentes de fingir porque não querem trabalhar.

Mas estes são aqueles que têm “a sorte” de conseguir um emprego. “Se a doença já é visível – como a deformação das mãos e dos pés – os empregadores arranjam desculpas e alegam que o lugar já está ocupado”, disse a presidente da ANDAR, que estima existirem 40 mil portadores desta doença em Portugal.

António Santos, 47 anos e doente do foro respiratório, contraiu uma doença no pulmão ao manusear produtos químicos numa empresa da Marinha. “Em três anos dei cabo da minha saúde”, afirmou, lamentando que, para os seus chefes e até colegas, apenas tenha sido visto como doente quando passou a andar com a bomba de oxigénio.

“Mesmo com relatórios médicos, as pessoas com quem trabalhava não me davam qualquer importância”. A doença prejudicou-o na avaliação: “Tive zero. Diziam que não queria trabalhar, mas eu não podia sequer apanhar pó ou fazer esforços. Fui castigado pela doença”.

Os doentes hemofílicos (portadores de uma deficiência no processo de coagulação do sangue) também são confrontados com faltas de resposta às suas limitações. Um doente, que não quis ser identificado, disse que “os locais de trabalho, regra geral, não estão também preparados para esse tipo de deficiência a níveis como o estacionamento perto dos locais de trabalho ou da deslocação entre pisos”.

Por outro lado, “as faltas inerentes à doença normalmente são contabilizadas como absentismo, o que vai penalizar normalmente a evolução e progressão da carreira, partilhas, avaliação de desempenho, atribuição de créditos, entre outros”.

Segundo este doente, um dos mil que se estima existirem em Portugal, “no final da carreira e com as limitações a serem maiores a cada dia que passa, a reforma antecipada é travada a todo o custo, levando mesmo a que seja mais fácil o recurso à baixa médica de longa duração”.

Para José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), são muitas as pessoas que “escondem a doença", sendo mais sentidos o estigma e a discriminação em relação à diabetes tipo 2 por esta estar mais ligada “aos maus comportamentos alimentares, a algum moralismo de responsabilidade individual”.

Ana Cristina, 45 anos, operadora de caixa num hipermercado e portadora de diabetes tipo 1 há 33, considera que ainda há estigma. “A vida profissional depende da chefia. Às vezes é difícil, depende da entidade patronal”.

A doença atinge cerca de um milhão de portugueses, mas ainda há quem não entenda a necessidade de cuidados básicos, como por exemplo fazer intervalos regulares e mais frequentes para comer.

“As pessoas também têm pouca informação sobre a doença. Fica muitas vezes aquela sensação de ´pronto, lá vai ter de ir comer outra vez´”.

“Já tive de fazer as minhas pausas para comer no gabinete da chefe”, contou, lamentando que, na sua avaliação, tenha sido colocada uma alínea a indicar que não escolhia os melhores momentos para fazer as pausas.

Para o bastonário da Ordem dos Psicólogos, a realidade é ainda pior para quem tem doenças do foro psíquico ou mental.

Francisco Miranda Rodrigues refere que “só 10% das organizações apostam na prevenção, o que mostra que não há uma cultura de compatibilização”.

As organizações “veem [as doenças mentais] como fragilidades que põem em causa a vida das empresas”.

Pelo lado das empresas, o presidente do conselho estratégico de saúde da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sublinhou a preocupação que estas têm ao nível da ergonomia, postura das pessoas, iluminação, entre outras.

“É uma matéria cada vez mais preocupante”, disse Óscar Gaspar, afirmando: “As empresas têm cada vez mais a noção que a saúde dos colaboradores interessa”.

O representante da CIP acredita que são mais frequentes os empresários que acatam as recomendações da medicina de trabalho. “Nenhuma empresa gosta de investir num trabalhador e ver esse trabalhador a ter de sair”.

A Confederação “condena a perseguição” aos trabalhadores devido a doença crónica e recorda que “ninguém em condição física ou outra de alguma fragilidade pode ser tão produtivo como uma pessoa que se sinta bem”.

De acordo com o Código de Trabalho, “o trabalhador com deficiência ou doença crónica é titular dos mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao emprego, à formação, promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, sem prejuízo das especialidades inerentes à sua situação”.

Aos 77 anos
O professor catedrático de Coimbra e médico pioneiro da procriação medicamente assistida em Portugal Agostinho Almeida Santos...

O médico e professor catedrático de ginecologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), realizou, pela primeira vez, em Portugal, a técnica de procriação medicamente assistida, designada por GIFT (Transferência de Gâmetas para a Trompa), "método que propiciou o nascimento do primeiro bebé em junho de 1988", refere um resumo curricular de Agostinho Almeida Santos do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Segundo a mesma nota, Agostinho Almeida Santos fundou e dirigiu o programa de reprodução medicamente assistida, que funciona em Coimbra, desde 1985.

Entre 2005 e 2007, foi o presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Na vida académica, publicou 185 trabalhos científicos, proferiu mais de 400 palestras e foi o responsável pelas disciplinas de Obstetrícia e Ética, Deontologia e Direitos Médicos da FMUC.

Membro de 18 sociedades científicas nacionais e internacionais, desempenhou funções de perito da Comunidade Económica Europeia na área de investigação em bioética.

Autor do livro "Razões de Ser", associado aos problemas e futuro da bioética, Agostinho Almeida Santos manteve sempre uma atividade universitária de forma ininterrupta desde 1965, sublinha a mesma nota curricular.

Em 2011, com a intervenção da 'troika', alertou para a necessidade de se ajudar os portugueses mais pobres, no acesso aos cuidados de saúde. “Vamos ter em Portugal, dentro de pouco tempo, pessoas que não têm dinheiro, nem amigos, mas vão precisar de ter acesso à saúde”, disse então, frisando que se tratava de "um problema cívico”, que devia mobilizar todos.

Agostinho Almeida Santos criticou igualmente a empresarialização dos hospitais, que considerava "uma falsa medida", que podia pôr em risco a situação financeira Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em 2009, Agostinho Almeida Santos foi designado cônsul honorário de Cabo Verde para a Região Centro, depois de anos de trabalho de cooperação com este país africano, na área da medicina materno-infantil e na formação de internos em obstetrícia.

Para distribuição gratuita
O Fundo de População das Nações Unidas (ONU) vai doar 10 milhões de preservativos à Venezuela, para serem distribuídos...

O anúncio foi feito aos jornalistas pelo representante daquele organismo na Venezuela, Jorge González Caro, precisando que metade dos preservativos vão ser distribuídos pelo Ministério da Saúde e os restantes por organizações não governamentais.

"Há uma escassez importante de anticoncetivos e todos estamos conscientes disso. O que se consegue nas farmácias é muito caro e não é uma coisa a que a população tenha acesso", frisou.

Na Venezuela, uma caixa com três preservativos ronda os cinco milhões de bolívares (37 euros à taxa de câmbio oficial Dicom, que equivalem a 1,25 euros no mercado paralelo).

O salário mínimo integral (com todos os subsídios incluídos) é de 5,6 milhões de bolívares mensais, pago em duas partes, quinzenalmente.

Por outro lado, as ONG tem alertado frequentemente para o número de casos de gravidez entre adolescentes, à volta dos 15 anos.

Segundo a Unicef, em 2014 a Venezuela registou uma das taxas de fecundidade mais altas da América do Sul, entre os adolescentes.

Cada ano nascem 93 bebés por cada 1000 adolescentes entre 15 e 19 anos, o que equivale a uma taxa de nascimento de 23%.

A maior incidência regista-se em adolescentes que vivem em pobreza extrema, em zonas rurais, de indígenas e de afrodescendentes.

Muitas adolescentes têm conhecimento dos métodos anticoncecionais, mas muitas vezes a gravidez é valorizada pelas famílias como uma forma de realização feminina.

Cintesis
Um investigador do Centro de Investigação em tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) recebeu um financiamento de...

A bolsa de 200 mil francos suíços - cerca de 170 mil euros - atribuída ao investigador Américo Agostinho pelos Hospitais Universitários de Genebra (HUG), será aplicada no desenvolvimento de um sistema computadorizado de apoio à decisão médica, que visa melhorar a administração da profilaxia cirúrgica (medidas para prevenir outras doenças, neste caso infeções que possam decorrer no pós-operatório), informou o Cintesis.

Neste projeto, será avaliado o impacto clínico da ferramenta na prevenção de infeções do local cirúrgico nas intervenções da anca, joelho, cólon, reto, neurocirurgias lombares e cirurgias cardíacas.

Com o auxílio da ferramenta, serão recolhidos dados dos doentes que já estão no sistema informático do hospital (tipo de cirurgia, peso, alergias e se tem ou não agentes microbianos patogénicos, por exemplo) para propor o antibiótico mais adequado e relembrar se este deve ser readministrado, no caso de a operação se prolongar.

"Da mesma forma que um GPS indica o caminho a seguir, o sistema que estamos a desenvolver vai indicar aos médicos, no bloco operatório, que antibióticos administrar, em que quantidade e com que intervalo de tempo", indicou Américo Agostinho, referido em informação do Cintesis.

De acordo com o investigador, apesar de existir "sempre a possibilidade de [os médicos] seguirem ou não essa indicação", este lembrete vai permitir diminuir os erros de administração de antibióticos.

Segundo o Cintesis, as orientações internacionais apontam a existência de um antibiótico recomendado para cada operação, em função do risco de infeção associado a essa cirurgia.

No entanto, devido a vários fatores (urgência, inexperiência, falta de tempo, entre outros) "registam-se taxas de erro em torno dos 30% na administração de antibióticos na profilaxia cirúrgica", o que leva a um aumento das infeções hospitalares e da resistência aos antimicrobianos, alertou Américo Agostinho, especialista em prevenção da infeção.

As infeções hospitalares, avançou ainda o Cintesis, foram reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um dos fatores que mais comprometem a segurança dos doentes, no âmbito da prestação de cuidados de saúde".

"As infeções do local cirúrgico são responsáveis por 20% a 30% das infeções hospitalares, mas são elas que têm maior influência em termos de morbilidade, mortalidade e despesas para os hospitais e para a sociedade", lê-se no resumo do projeto, igualmente referenciado pelo Cintesis.

As taxas de infeção do local cirúrgico variam entre 2% a 20%, dependendo do hospital e tipo de cirurgia, com uma taxa de mortalidade estimada entre 0,4 a 0,8%, acrescenta a informação disponibilizada pelo centro de investigação.

O especialista explicou que, segundo estes dados, por ano, a nível mundial, cerca de sete milhões de doentes desenvolvem uma infeção do local cirúrgico, das quais morrem um milhão.

Este projeto está a ser desenvolvido no âmbito da tese do investigador no Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde (PDICSS), da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Além de Américo Agostinho, que é enfermeiro especialista em prevenção e controlo da infeção, no serviço homólogo nos HUG, participam neste projeto, designado 'Improving perioperative antimicrobial prophylaxis by the use of a computerized decision support system', dois investigadores do CINTESIS, sete dos HUG e um da Universidade de São Paulo.

Na Europa
Dados apresentados no âmbito do 8º Encontro Nacional Clínica de Ambulatório VIH/Hospitais de Dia.

Apesar de ter sido anunciado pela Direção Geral de Saúde que em Portugal estão cumpridas duas das três principais metas definidas pela ONU para as pessoas que vivem com a infeção por VIH – 90% de pessoas diagnosticadas, 90% com o tratamento a funcionar, ou seja, com a carga viral suprimida, mas ainda não há 90% das pessoas diagnosticadas em tratamento -, o país continua a ter uma das maiores taxas de incidência de novos casos de infeção nos jovens (12,2 casos/100 mil habitantes), tendo mais do dobro da média europeia que se situa nos 5,9/100 mil habitantes. Apesar do número total de novos diagnósticos ter descido de 175 para 131 entre 2016 e 2017 respetivamente, a proporção para o total anual de diagnósticos manteve-se igual nos casos de infeção por VIH de jovens com idades entre os 15 e os 25 anos. Esta foi uma das principais conclusões apresentadas ontem pela Dra. Margarida Tavares na palestra “Rastrear adolescentes, não perder Oportunidades” que se realizou ontem e está a decorrer hoje no Centro de Congressos da Alfandega do Porto, no âmbito do 8º Encontro Nacional da Clínica de Ambulatório VIH/Hospitais de Dia, organizado pela Associação de Infeciologistas no Norte, que concentra no norte do país os principais nomes da luta contra a infeção por VIH em Portugal

No 2º e último dia deste encontro que hoje termina, destaque para alguma das as conclusões da mesa redonda “A PrEP: Riscos e Benefícios” com a presença de Tiago Teixeira, Paulo Carinha, Rui Guerreiro e Isabel Aldir, em que o médico Tiago Teixeira afirmou que “por cada 13 pessoas que fazem PrEP previne-se uma infeção por VIH, o que significa um investimento imediato que permite poupar despesa futura”.

 

ESEnfC
Alunos finalistas de Enfermagem vão frequentar ensinos clínicos em 15 estados europeus, em Macau, no Brasil e no México.

É o maior número de sempre. A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai enviar, já a partir de agosto, alguns dos 95 estudantes que, só no primeiro semestre do próximo ano letivo (2018-2019), frequentarão ensinos clínicos e estágios profissionais em serviços de saúde de 18 países de três continentes – sete jovens deste contingente optaram por fazer mobilidade nacional, rumando para outras instituições portuguesas.

Neste grupo de estudantes outgoing, 68 alunos vão frequentar mobilidade no âmbito do programa Erasmus + e os restantes ao abrigo de parcerias bilaterais entre a ESEnfC e estabelecimentos de diversos países.

Os jovens em mobilidade no estrangeiro estarão, maioritariamente, em Espanha (20), Inglaterra (16, uma dúzia dos quais recém-licenciada em estágios no Buckinghamshire Healthcare NHS Trust), Itália (6) e Roménia (6).

Bélgica, China (Região Administrativa Especial de Macau), Finlândia, Hungria e Polónia foram outros destinos escolhidos de forma expressiva pelos alunos do curso de licenciatura em Enfermagem.

Em menor número, os finalistas da ESEnfC procuraram, para este período, países como o Brasil, Lituânia, Áustria, Bulgária, Estónia, França, Grécia, Letónia e México.

Acresce, ainda, um grupo de sete estudantes da ESEnfC que quis fazer mobilidade interna, em Portugal (programa Vasco da Gama), e que ficará ligado à Escola Superior de Enfermagem do Porto e ao Instituto Politécnico de Leiria.

A poucas semanas da partida, o coordenador do Gabinete de Relações Nacionais e Internacionais da ESEnfC, professor Fernando Amaral, e o técnico Carlos Beltrão, deixaram aos estudantes algumas dicas para uma mobilidade bem-sucedida. O cuidado a ter na forma como representarão a Escola e o país de origem, a abertura para a descoberta de novas culturas e modos de agir e pensar, mas também a importância de mostrar o que sabem fazer, ou as precauções no momento da reserva de alojamento, foram algumas das muitas questões tratadas numa reunião preparada para o efeito.

No presente ano letivo, registou-se, igualmente, o maior número de sempre de estudantes estrangeiros e de outras instituições portuguesas em mobilidade para formação académica na ESEnfC.

Provenientes de 14 países, 107 estudantes (só de graduação) estiveram, em 2017/2018, na ESEnfC, no âmbito de programas de mobilidade no ensino superior.

 

Diário da República
A autorização para 400 médicos aposentados trabalharem no Serviço Nacional de Saúde em 2018 saiu hoje em Diário da República,...

Em janeiro deste ano, o relatório social do Ministério da Saúde de 2016 mostrou que foi esse ano que teve maior número de profissionais no setor público de saúde desde 2010, ano a partir do qual houve um decréscimo de trabalhadores do setor que só foi invertido a partir de 2015.

Os médicos aposentados no ativo foram crescendo sempre de 2010 a 2016, ano em que atingiram o valor mais elevado, com 301 profissionais em aposentação, mas que quiseram permanecer a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O número estabelecido no despacho "abrange os médicos atualmente em funções, assim como a renovação e celebração de novos contratos".

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do continente, Madeira e Açores estão hoje em risco muito elevado e elevado de exposição à radiação...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou em risco muito elevado os distritos de Portalegre, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Évora, Beja, Vila Real, Bragança, Braga, Viseu, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal e Faro no continente, o arquipélago da Madeira e a ilha das Flores, nos Açores.

Com níveis elevados estão apenas as ilhas do Faial, Terceira e São Miguel, nos Açores.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se geralmente muito nublado e com neblina ou nevoeiro no litoral oeste e interior do Alentejo até final da manhã, nebulosidade que poderá persistir em alguns locais da faixa costeira.

A previsão aponta também para a possibilidade de ocorrência de chuvisco no litoral Centro até final da manhã e aumento de nebulosidade durante a tarde no interior Norte e Centro, com condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros nas zonas montanhosas da região Norte, que poderão ser ocasionalmente intensos, de granizo e acompanhados de trovoada.

Está também previsto vento fraco, tornando-se fraco a moderado do quadrante oeste durante a tarde e soprando moderado do quadrante leste no interior Norte até meio da manhã e pequena descida da temperatura mínima nas regiões Centro e Sul.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 13 graus Celsius (em Évora e Beja) e os 18 (em Aveiro) e as máximas entre os 23 graus (em Viana do Castelo e no Porto) e os 30 (em Évora, Beja e Bragança).

Para a Madeira prevê-se céu com períodos de muita nebulosidade, aguaceiros, em especial nas vertentes norte e nas terras altas e vento fraco a moderado do quadrante norte.

No Funchal as temperaturas variam entre os 20 e os 24 graus Celsius.

No grupo ocidental dos Açores (Flores e Corvo) prevê-se períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento norte moderado.

Para o grupo central (Graciosa, São Jorge, Pico, Faial e Terceira) está previsto céu muito nublado com abertas, aguaceiros e vento norte bonançoso a moderado.

O IPMA prevê para o grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria) períodos de céu muito nublado com abertas, aguaceiros, mais frequentes na madrugada e manhã e vento norte moderado, rodando para nordeste e tornando-se bonançoso para o fim do dia.

Em Santa Cruz das Flores e em Angra do Heroísmo as temperaturas vão oscilar entre os 19 e os 24 graus, na Horta e em Ponta Delgada entre os 19 e os 25.

Boletim Polínico
As concentrações de pólenes no ar vão estar muito elevadas nas regiões do Norte e Centro e elevadas e moderados nas regiões do...

Segundo o Boletim Polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), entre hoje e 19 de julho, em todo o país, vão predominar na atmosfera os pólenes de gramíneas, castanheiro e da erva parietária.

Em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores), os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes das ervas gramíneas, parietária e tanchagem e das árvores palmeiras.

No Funchal (região autónoma da Madeira), os pólenes encontram-se em níveis baixos, com destaque para os pólenes das ervas gramíneas e parietária.

Direção Regional de Agricultura
O Ministério do Ambiente identificou um aviário de perus como “causador inequívoco” de uma praga de moscas no concelho de...

Num ofício enviado à Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAPLVT), a secretaria de Estado do Ambiente considerou o aviário de perus da Sociedade Avícola da Avarela, Lda. como “causador inequívoco” de um surto de moscas que afeta o concelho de Óbidos e solicita a “tomada de medidas imediatas” para resolver o problema.

No documento, o gabinete do secretário de Estado considera não haver “qualquer margem para dúvidas” sobre a “relação direta” entre a exploração e a praga de moscas que se repete ciclicamente, gerando sucessivas queixas da população, comerciantes e Câmara Municipal.

No ofício a secretaria de Estado questiona a DRAPLVT, entidade responsável pelo licenciamento da exploração, sobre “quais as medidas imediatas” que irá implementar para contenção do surto de moscas, admitindo a possibilidade de “suspensão da atividade”.

A posição foi assumida depois de a última vistoria realizada no dia 03 ao aviário ter confirmado, segundo o relatório, “uma infestação muito significativa [de larvas]” em nove pavilhões.

O relatório da DRAPLVT refere ainda não ter sido executado “tratamento preventivo adequado e eficaz, em desrespeito pelo plano de pragas da exploração”.

Na vistoria foram detetadas “irregularidades graves” e incumprimento do plano de controlo de pragas na exploração em que “as camas [dos animais] têm um elevado grau de humidade e compactação, o que reduz a probabilidade de eficácia de qualquer tratamento”, pode ler-se no documento.

A empresa, que entre 05 de junho e 03 de julho foi alvo de três inspeções, foi notificada para proceder a “medidas corretivas imediatas para controlo da situação”, mas a determinação da DRAPLVT “não foi cumprida”, verificando-se um agravamento da situação.

No relatório, a DRAPLVT determina “a desinfestação eficaz das camas de aves de todos os pavilhões no prazo de uma semana”, a interdição do encaminhamento de efluentes da exploração para valorização agrícola e que sejam mantidos fechados os pavilhões onde existam camas de aves, para impedir a “contaminação ambiental”.

No mesmo documento, a DRAPLVT admite que, a não serem cumpridas as determinações, poderá haver “apreensão dos animais, suspensão total ou parcial da atividade ou encerramento preventivo da atividade pecuária”, bem como “a apreensão de todo ou parte do equipamento mediante selagem até à resolução da situação”.

São ainda admitidas como consequências a “perda de título de licenciamento por incumprimento dos pressupostos que presidiram à aprovação da exploração”.

Medidas que o presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, lamenta “não terem sido já implementadas” uma vez que “a lei determina que, após a terceira inspeção com medidas corretivas, haja lugar à suspensão da atividade”.

Para o autarca, a DRAPLVT, enquanto entidade licenciadora, “não está a cumprir escrupulosamente aquilo que a lei obriga”, mantendo aberta uma exploração que será, na sexta-feira, alvo da “quarta inspeção” por parte das entidades que “inexplicavelmente, e contra o parecer da Câmara, renovaram em novembro de 2017 o licenciamento”, quando a empresa tinha apenas cumprido duas de seis condicionantes e 55 medidas impostas pela declaração de Impacto Ambiental (DIA).

A Câmara de Óbidos, que desde 2007 atribui a responsabilidade das pragas de moscas à Sociedade Avícola da Avarela, aguarda agora que “sejam tomadas medidas vigorosas” após a visita que as entidades realizarão na sexta-feira e que a exploração “seja encerrada” caso se mantenha a infestação de larvas responsável pela praga de moscas.

 

Parlamento
As prestações sociais atribuídas aos deficientes das Forças Armadas vão passar a ser calculadas e atualizadas com base no...

O regime excecional de indexação das prestações sociais dos deficientes das Forças Armadas foi aprovado em votação final global por todas as bancadas, com um voto contra na bancada do PS, do deputado Paulo Trigo Pereira.

O diploma ontem aprovado partiu de um projeto de lei do CDS-PP, que pretendia que aquelas prestações sociais voltassem a ser calculadas em função do Salário Mínimo Nacional (SMN), mais elevado do que o Indexante de Apoios Sociais (IAS).

Na especialidade, os deputados aprovaram uma proposta de alteração do PS para que o valor de referência continuasse a ser o IAS – que é o referencial para a generalidade das prestações sociais – mas majorado em 35% de forma a atingir o valor do SMN.

As novas regras entrarão em vigor com o Orçamento do Estado para 2019, prevê o texto final da comissão parlamentar de Trabalho e Segurança Social.

O parlamento aprovou também o texto final da comissão de Saúde que recomenda ao Governo a “célere construção do novo Hospital de Lagos”, desencadeando os procedimentos necessários ainda este ano e que “salvaguarde o modelo integralmente público” na gestão do novo hospital.

A recomendação, que partiu de projetos do PCP e do BE, foi aprovada com os votos favoráveis do PCP, BE, PEV, CDS-PP, PAN e PSD e de quatro deputados do PS eleitos pelo distrito de Faro, Jamila madeira, Fernando Anastácio, Luís Graça e Ana Passos.

O parlamento aprovou ainda, em votação final global, uma outra recomendação, com a abstenção da bancada do PS, para a “célere construção do Hospital Central do Algarve” e para “assegurar o normal funcionamento dos hospitais do Centro Hospitalar Universitário do Algarve”.

O diploma, que mereceu o voto favorável do PSD, CDS-PP, PCP, PEV, BE e PAN e de quatro deputados do PS eleitos por Faro, recomenda o reforço das medidas de incentivo e o apoio à fixação de médicos, a contratação dos enfermeiros e técnicos de saúde em falta, entre outras medidas.

EUA
A multinacional norte-americana Johnson & Johnson foi condenada, esta quinta-feira, a indemnizar em mais de quatro mil...

O veredicto foi conhecido depois de cinco semanas de testemunhos e alegações por parte de vários especialistas da defesa e da acusação, num tribunal de St. Louis, no estado do Missouri.

Durante o julgamento, especialistas médicos testemunharam que o amianto, famoso cancerígeno, é misturado com o talco mineral, principal ingrediente do pó talco da Johnson & Johnson (J&J).

De acordo com o principal advogado da acusação Mark Lanier, "a multinacional encobriu provas da existência de amianto nos seus produtos durante mais de 40 anos".

A acusação garantiu que foram encontradas fibras de amianto e partículas de talco nos tecidos dos ovários de muitas mulheres.

"A Johnson & Johnson continua confiante de que os seus produtos não contêm amianto e não causaram cancro. Vamos prová-lo", retorquiu a porta-voz da empresa Carol Goodrich.

"Esperamos que este veredicto chame a atenção da direção da J&J e que a leve a informar melhor a comunidade médica e o público sobre a ligação entre o amianto, o talco e o cancro do ovário", disse Lanier, apelando para a retirada do produto do mercado antes que cause "mais angústia e vítimas desta doença terrível".

A empresa foi processada por mais de 9.000 mulheres que afirmaram que o pó de talco contribuiu para o desenvolvimento do cancro do ovário.

Seis das 22 queixosas morreram na sequência da doença.

 

Ministério da Saúde
O Brasil registou 415 mortes por febre-amarela desde julho de 2017, segundo dados de um relatório divulgado hoje pelo...

Segundo o portal G1, foram confirmadas também 1.266 infeções pela doença neste período de um ano, entre julho de 2017 e o mesmo mês em 2018.

O ministério divulgou ainda que outros 1.232 casos estão a ser investigados pelas autoridades.

A região sudeste (que compreende os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo) continua a registar o maior número de casos e de mortes, sendo que apenas um óbito ocorreu fora da região, no Distrito Federal (centro-oeste).

Este grande número de casos e mortes ocorreram porque antes de 2017 o vírus da febre-amarela não circulava na região sudeste. Também a vacina contra a doença era destinada a áreas endémicas, como a região norte do país.

 

Por um pão mais saudável
O Ministério da Saúde e a Associação Portuguesa de Nutrição alinharam esforços para a diminuição do sal e das gorduras trans na...

A Direção-Geral da Saúde (DGS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e as associações regionais do pão (ACIP, AIPAN e AIPL) assinaram um compromisso com vista à eliminação dos ácidos gordos trans industrializados dos produtos de pastelaria e similares. A oficialização deste esforço foi feita pela assinatura de uma adenda ao protocolo existente entre estas entidades para a diminuição do teor de sal do pão, numa cerimónia que contou ainda com o lançamento do E-book “Melhor grão, melhor pão: uma análise nutricional sobre o pão”.

No âmbito da Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS), em particular da concertação de políticas para a disponibilização de produtos alimentares mais equilibrados, e com o objetivo de reduzir o sal e as gorduras trans na alimentação dos portugueses, o protocolo enquadra-se no anúncio do compromisso do Governo Português para a eliminação de ácidos gordos trans em Portugal, feito pelo Ministério da Saúde durante a 71ª Assembleia Mundial da Saúde, e no trabalho que o Ministério da Saúde tem desenvolvido em parceria com as associações industriais, sectoriais e profissionais para o desenvolvimento de melhores opções para os cidadãos portugueses. Depois da disponibilização de produtos com menos sal, o acordo agora assinado prevê um compromisso para a eliminação de gorduras trans nos produtos de pastelaria.

“O excessivo consumo de sal e gorduras trans pelos portugueses está intrinsecamente relacionado com a prevalência das doenças cardiovasculares em Portugal. Torna-se fundamental procurar pontos de acordo na sociedade para o desenvolvimento de medidas que permitam diminuir o consumo destes produtos, e os compromissos que o Ministério da Saúde tem firmado com as principais associações do setor alimentar são passos importantes no caminho para nos alinharmos com as orientações da Organização Mundial de Saúde neste sentido” declara Fernando Araújo, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Para Helena Real, secretária-geral da Associação Portuguesa de Nutrição, “educar e sensibilizar para o consumo de alimentos mais equilibrados e para a redução do sal é urgente. É um trabalho contínuo, enquadrado nas metas que a Organização Mundial de Saúde impõe, e que tem de começar já, de forma consistente e de forma concertada entre várias instituições e empresas.

Para começar, nada melhor que promover o consumo de produtos simples e de enorme qualidade como o pão, um alimento bem enraizado na cultura portuguesa e que é base da alimentação mediterrânica.”

Pode consultar aqui o E-book “Melhor Pão, Melhor Grão”

Até 2030
O município de Cascais traçou um plano para, nos próximos dois anos, promover a deteção precoce e quebrar a transmissão do VIH...

“Estamos a trabalhar em respostas locais para uma doença com escala global. Cascais está na linha da frente para a erradicação do VIH/SIDA”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras.

De acordo com um comunicado enviado, Cascais ambiciona ser o primeiro concelho do país a controlar de forma efetiva a transmissão do vírus do VIH e da hepatite C até 2030, tendo traçado um caminho para os próximos dois anos que tem por base a promoção da deteção precoce, de modo a quebrar a transmissão dos vírus.

Para o concelho é prioritário intervir em três áreas que apresentam falhas: o diagnóstico tardio, o estigma e a discriminação sentida pelas e para com as pessoas que vivem com estas infeções e em ações de prevenção eficazes.

Para atingir estas metas, Cascais inseriu na sua estratégia para os próximos dois anos, até 2020, parcerias com entidades locais e nacionais. Nestas parcerias estão incluídas a autarquia, os cuidados primários e hospitalares, a divisão de intervenção nos comportamentos aditivos e dependências, os serviços prisionais, uma organização de base comunitária e as farmácias de rua.

“Estamos a trabalhar centrados nas pessoas. Queremos rastrear a população, tratar os doentes e sensibilizar a comunidade. É o nosso compromisso para que não tenhamos uma perspetiva complacente sobre o VIH/SIDA”, disse Carlos Carreiras.

Entre as medidas a ser adotadas pelo município está a realização de 150 testes rápidos mensais ao VIH, hepatites B, C e/ou sífilis, com especial incidência nas populações mais vulneráveis, a realização do rastreio do VIH a todos os reclusos dos estabelecimentos prisionais do Linhó e de Tires, e formação das equipas nas farmácias para que divulguem informação sobre o VIH e hepatites e a necessidade da realização de testes.

 

Governo
O Governo nomeou hoje Sofia Portela para presidente do sistema de saúde dos funcionários público (ADSE) até março de 2020...

O Governo procedeu à nomeação de “Sofia Maria Lopes Portela para o cargo de presidente do conselho diretivo do Instituto de Proteção e Assistência na Doença (ADSE, I. P.), em virtude da renúncia ao cargo efetuada pelo atual presidente e para completar o mandato em curso que termina em 16 de março de 2020”, refere o comunicado divulgado após o Conselho de Ministros de hoje.

Sofia Portela, que desempenha até agora funções de vogal da ADSE, vai substituir Carlos Liberato Baptista, que em maio se demitiu da presidência deste instituto, onde estava desde janeiro de 2017, alegando “motivos pessoais”.

A demissão de Carlos Liberato Baptista aconteceu após a TVI emitir uma reportagem que levantou suspeitas sobre a sua gestão na Associação de Cuidados de Saúde da antiga Portugal Telecom.

No início de julho, a Polícia Judiciária fez buscas domiciliárias e não domiciliárias no âmbito de um inquérito que tem por objeto a investigação de suspeitas dos crimes de corrupção passiva nos serviços da ADSE.

Esta investigação, segundo a imprensa, incidiu sobre o presidente demissionário da ADSE, Carlos Liberato Baptista, por suspeitas de corrupção.

Licenciada em gestão, a nova presidente da ADSE é docente do ISCTE, em Lisboa, e especialista em gestão, tendo ainda passado pelo grupo Sonae.

Para o biénio 2018-2019
O Governo dos Açores aprovou hoje um plano de ação de combate à pobreza para o biénio 2018-2019 que preconiza, entre outras...

“No seguimento da aprovação da Estratégia de Combate à Pobreza e Exclusão Social, no passado dia 20 de junho, é agora aprovado o I Plano de Ação de Combate à Pobreza e Exclusão Social, para o biénio 2018-2019”, declarou Berto Messias, porta-voz do Conselho do Governo, que esteve reunido no final da visita oficial do executivo à ilha Graciosa.

O secretário regional da Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares referiu que se pretende “assegurar que todos os cidadãos, em especial as crianças e os jovens, possam exercer plenamente o direito universal aos cuidados de saúde” através de medidas de promoção da saúde e prevenção da doença, bem como o acesso a serviços de saúde de qualidade.

Outras das metas do executivo assentam em “tornar os sistemas educativos mais aptos a romper o círculo vicioso da desigualdade” e na “melhoria da inserção no mercado de trabalho”, tendo Berto Messias revelado que estas ações serão monitorizadas por indicadores.

O governante exemplificou com as taxas de cobertura de médico de Medicina Geral e Familiar, de mortalidade infantil, de cobertura vacinal, de abandono escolar precoce, de jovens que não trabalham, não estudam ou seguem uma formação.

Também serão tidas em consideração as taxas de integração em creche/ama das crianças do 1.º escalão do Complemento Açoriano ao Abono de Família de Crianças e Jovens, a par das taxas potenciais de cobertura de creches e amas, de cobertura de Centros de Atividades de Tempos Livres, e de estruturas residenciais para idosos.

O executivo liderado por Vasco Cordeiro aprovou ainda uma proposta de decreto legislativo regional que define regras de transparência dos Serviços Inspetivos da Administração Regional Autónoma dos Açores.

Prevê-se a publicação de relatórios de atividade inspetivas “independentemente da natureza ordinária ou extraordinária das mesmas”.

Berto Messias disse que foi concedido um apoio complementar num valor até 255 mil euros disponível para os produtores que se candidataram, em 2017, à ajuda à manutenção da vinha orientada para a produção de vinhos com Denominação de Origem (DO) e Vinhos com Indicação Geográfica (IG)”.

No capítulo das medidas direcionadas especificamente para a ilha Graciosa, ilha onde o executivo esteve está esta semana em visita estatutária, o porta-voz do Conselho do Governo referiu que foi autorizado o lançamento do concurso público para a empreitada de construção da nova aerogare do Aeródromo da Graciosa, através da SATA Gestão de Aeródromos, S.A.

Foi decidido ainda dar orientações ao Instituto Regional de Ordenamento Agrário (IROA) para avaliar as necessidades de água para abastecimento às explorações agrícolas da ilha Graciosa e apresentar um plano dos investimentos necessários para os próximos dez anos.

O que nos diz a Naturopatia
Olhos lacrimejantes, nariz entupido, dor de garganta, comichão ou espirros são alguns dos principais

A alergia é uma resposta inadequada e exagerada do nosso sistema imunitário a substâncias habitualmente inofensivas, designadas de alérgenos.

“Na presença de um agente causador de alergia a reação do corpo pode assumir muitas formas, entre elas, uma reação inflamatória com precipitação de sangue e/ou muco na área de contacto ou local de invasão”, começa por explicar Vera Belchior.

De acordo com a naturopata esta reação é, geralmente, saudável e normal e ocorre como forma de proteção. “O que não é normal é quando o corpo aumenta este tipo de resposta contra algo que não é de facto uma ameaça para o corpo, como a relva, o tomate ou as penas”, diz.

Entre os principais alérgenos encontram-se algumas substâncias presentes no ar, produtos químicos, alguns pólenes e pelos de animais. “Segundo a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, a Rinite é a alergia mais frequente, afetando cerca de 2,5 milhões de portugueses, onde se junta a asma a um terço destes”, adianta Vera Belchior quanto aos dados oficiais.

A alergia sazonal ocorre sempre na mesma época do ano e é, habitualmente, despoletada pela presença de elevadas concentrações de pólenes no ar, ocorrendo sobretudo em dias quentes, secos e com vento.

A Primavera é a estação da alergia por excelência, apresentando um período crítico que se pode estender entre os meses de março a julho.

“As alergias sazonais trazem consigo uma série de sintomas desagradáveis, incluindo olhos lacrimejantes, comichão, espirro, nariz congestionado e dor de garganta, entre outros, que podem perturbar o dia-a-dia de quem delas sofre”, refere a especialista em naturopatia.

Sprays nasais de corticosteroides, anti-histamínicos e descongestionantes são recomendados para aliviar os sintomas.

No entanto, de acordo com Vera Belchior, é na alimentação que está a chave para o tratamento e prevenção da alergia. “A alimentação é extremamente importante, diria até que é a base de qualquer tratamento de saúde, pois nos nutrientes encontram-se componentes que nos vão ajudar a combater as mais diversas patologias, incluindo as alergias”, afirma.


Saiba mais sobre a especialista na página: www.verabelchior.com

Sabendo que 70% do nosso sistema imunitário se encontra localizado no intestino é compreensível, na opinião desta especialista, que “as alergias sejam impactadas e pioradas pela má saúde intestinal”, sendo um reflexo daquilo que comemos. Não é, portanto, de admirar que o número de doentes alérgicos tenha vindo a aumentar, sobretudo, nos países desenvolvidos onde se regista um maior consumo de alimentos processados e ricos em açúcar e gordura.

Deste modo, “o tratamento de uma pessoa que sofre de alergias deve sempre começar pela sua base, ou seja, pelos intestinos devido à relação que estes têm com as reações alérgicas”, explica a naturopata.

Segundo Vera Belchior, os indivíduos que tomam probióticos, por exemplo, apresentam uma redução dos sintomas de lacrimejamento do olho, comichão, rinirreia e bloqueio nasal. “Por outro lado, vamos tendo cada vez mais a noção que os baixos níveis de vitamina D também influenciam o desenvolvimento de alergias, pelo que é sempre um plus verificar se os seus níveis de vitamina D se encontram em conformidade com os valores de referência”, acrescenta.

Juntamente com a alimentação, a Naturopatia faz uso de plantas com propriedades anti-inflamatórias e anti-histamínicas eficazes. “Em Portugal, encontramos, quase em qualquer canto, uma das plantas mais eficientes para alergias: as urtigas. Embora não lhe seja dado grande crédito, as urtigas possuem propriedades anti-histamínicas que podem ser muito úteis a pessoas que sofrem de alergias”, refere a especialista.

A cebola e o alho são dois alimentos que se destacam no combate à alergia. “São ótimos alimentos com propriedades anti-alergénicas. Além da quercetina, ambos os bulbos inibem uma enzima, a lipoxigenase, que gera um produto químico inflamatório, pelo que a alimentação é um pilar importantíssimo para nos ajudar a recuperar das alergias”, afiança Vera.

No entanto, não se pense que estamos a falar de uma cura. “O conceito de cura é muito relativo, pois a eficácia dos tratamentos depende muito de pessoa para pessoa, bem como das alterações que esta se compromete a realizar para que possa ver a sua condição resolvida. Na maioria dos casos, consegue-se controlar as reações alérgicas para que não incomodem com a mesma intensidade, mas não nos podemos referir a esse benefício como cura”, adverte a especialista em naturopatia.

Em matéria de prevenção, Vera Belchior deixa o conselho: deve eliminar o consumo de lacticínios (queijo, leite e manteiga) e apostar no consumo de hortícolas, “que além de serem uma fonte essencial de nutrientes, também alimentam as boas bactérias intestinais que como consequência beneficiam o nosso intestino e fortalecem o sistema imunitário”.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.

Páginas