Estudo
Uma equipa de investigadores da Universidade Autónoma de Barcelona encontrou a cura para a obesidade e para diabetes tipo 2 em...

O estudo foi apresentado pela equipa de investigação numa conferência de imprensa realizada hoje no campus da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB) em Bellaterra, onde o grupo de investigadores, liderado pela professora Fátima Bosch, esteve presente.

Com a introdução, numa única injeção, de um vetor viral adeno-associado (AAV) portador do gene FGF21, Fator de Crescimento de Fibroblastos 21, que permite a manipulação genética do fígado, tecido adiposo ou músculo-esquelético, o animal produz continuamente a proteína FGF21.

Trata-se de uma hormona produzida naturalmente por vários órgãos e que atua em muitos tecidos para regular o funcionamento correto no nível de energia, induzindo assim a sua produção por terapia genética, e levando a que o animal reduza o seu peso assim como a resistência à insulina.

No que diz respeito à obesidade, a terapia aplicada através do projeto de pesquisa foi testada com sucesso em dois modelos da doença, induzidos tanto geneticamente como por dieta.

Os investigadores perceberam que a administração da terapia genética em indivíduos saudáveis causa igualmente um envelhecimento mais saudável e protege-os do excesso de peso e resistência à insulina relacionados com a idade.

Após o tratamento com AAV-FGF21, e durante o ano e meio em que os animais foram seguidos, os ratos perderam peso e reduziram o acúmulo de gordura e a inflamação no tecido adiposo.

A deposição de gordura (esteatose), a inflamação e fibrose no fígado (NASH) também foram neutralizadas, enquanto a sensibilidade à insulina e a saúde geral aumentaram à medida que envelheceram, sem terem sido observados efeitos colaterais.

A partir de todo o processo, os resultados foram reproduzidos pela manipulação genética de vários tecidos para produzir a proteína FGF21, seja o fígado, o tecido adiposo ou o músculo.

“Isso dá uma flexibilidade muito grande à terapia, já que permite selecionar o tecido mais apropriado e, caso haja alguma complicação que previna a manipulação de qualquer um dos tecidos, pode ser aplicada a qualquer um dos outros", disse a professora responsável pelo estudo.

Fátima Bosch acrescentou que quando um desses tecidos produz a proteína FGF21 e a coloca na corrente sanguínea, a mesma é distribuída por todo o corpo e destacou a relevância dos resultados perante o aumento dos casos de diabetes tipo 2 e da obesidade em todo o mundo.

Segundo os investigadores, a obesidade aumenta o risco de mortalidade e representa um fator de risco para doenças cardiovasculares, doenças imunes, hipertensão, artrite, doenças neurodegenerativas e alguns tipos de cancro.

"Esta é a primeira vez que a obesidade e a resistência à insulina a longo prazo foram neutralizadas pela administração de uma única sessão de terapia genética no modelo animal, que mais se assemelha à obesidade e diabetes tipo 2 em humanos", explicou a primeira signatária do artigo, a pesquisadora da UAB Verónica Jiménez.

Os resultados do estudo mostram também como a administração de terapia genética tem um efeito protetor contra o risco de formação de um tumor quando o fígado é submetido a uma dieta altamente calórica por um longo período de tempo.

ASAE
A ASAE anunciou hoje que instaurou 75 processos de contraordenação a operadores que desenvolvem a sua atividade económica em...

Nesta operação, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizou 446 operadores económicos e detetou 75 infrações, que correspondem a uma taxa de incumprimento de 17%.

Entre as principais infrações detetadas estão o incumprimento de procedimentos relacionados com o protocolo de segurança alimentar, a falta de licenciamento/registo ou mera comunicação prévia, o incumprimento de requisitos de higiene ou dos relativos a infraestruturas dos estabelecimentos de restauração e bebidas, a falta ou incorreções da lista de preços e o desrespeito pela regulamentação das vendas com redução de preço.

Nesta operação foram também apreendidas 10.482 unidades de gelados, por uso indevido da menção "artesanal", um instrumento de pesagem, por falta de controlo metrológico, e 21 quilogramas de moluscos bivalves vivos.

“As apreensões ascendem ao montante que ronda os 18 mil euros”, destacou a entidade, salientando que se verificou ainda a suspensão da atividade de um apoio de praia pela falta de requisitos de higiene e de uma empresa de animação turística, por inexistência de licença/registo.

A ação de fiscalização foi direcionada aos operadores económicos que desenvolvem a sua atividade económica junto às áreas balneares, designadamente apoios de praia, empresas de animação turística, atividades marítimo-turísticos e geladarias.

A operação decorreu a nível nacional e contou com a participação da ASAE, da Inspeção Regional das Atividades Económicas, da região Autónoma dos Açores e da Autoridade Regional das Atividades Económicas da Região Autónoma da Madeira.

Na vertente dos apoios de praia, a operação decorreu também, em simultâneo, em diversos países membros do Fórum das Inspeções de Segurança Alimentar e Atividades Económicas dos países da CPLP, designadamente IGA (Angola), ARFA e IGAE (de Cabo Verde), IGAC (Guiné Bissau), INAE (Moçambique), DNIAE (São Tomé e Príncipe) e AIFAESA (Timor-Leste).

 

Estudo
Quase 400 adultos saudáveis e 72 macacos foram sujeitos a testes de uma vacina experimental anti-VIH. A vacina provocou...

Estima-se que cerca de 37 milhões de pessoas no mundo vivam com VIH e que haja 1,8 milhões de novos casos de infecção no mundo a cada ano. Contudo, ainda não existe uma vacina que evite a infecção deste vírus. Esforços não têm faltado e a última edição da revista The Lancet traz novidades. Uma vacina experimental contra o VIH-1 teve respostas imunitárias “robustas” contra o vírus em adultos saudáveis. Observou-se ainda que protegeu macacos Rhesus de um vírus semelhante ao VIH. Neste momento, já decorre uma nova fase do ensaio clínico para se perceber se esta vacina experimental consegue proteger os humanos do VIH.

“Embora as terapias anti-retrovirais sejam um sucesso tanto para o tratamento como para a prevenção da infecção do VIH-1, uma vacina segura e eficaz seria necessária para alcançar o fim prático e duradouro da pandemia global de VIH-1”, escrevem os autores logo no início do artigo científico. Contudo, são muitos os desafios a enfrentar, como a grande diversidade genética do vírus. Quanto às vacinas, os cientistas também identificam no artigo o principal problema: “A maior limitação no campo da vacinação do VIH-1 até à data tem sido a falta de comparabilidade direta entre os estudos pré-clínicos e os ensaios clínicos, em termos de vacinas, regimes, programas e análises usadas.”

Nos últimos 35 anos, apenas quatro abordagens de uma vacina do VIH foram testadas em humanos e só uma provou ter alguma eficácia na proteção contra o vírus. Testada na Tailândia durante três anos, os resultados da vacina experimental RV 144 contra o vírus da sida foram apresentados em 2009. Na altura, os resultados dividiram os especialistas e, no comunicado da The Lancet sobre este recente trabalho, destaca-se que a vacina RV 144 “reduziu a taxa de infecção humana em 31%, mas o efeito foi considerado demasiado baixo para que se avançasse para o uso comum da vacina.”

Agora, uma equipa liderada por Dan Barouch, da Faculdade de Medicina de Harvard (Estados Unidos), desenvolveu uma nova candidata a vacina contra o VIH-1. “A vacina contém um mosaico criado a partir de muitas estirpes de VIH e tem antigenes do VIH Env/Gag/Pol, distribuídos através de um vírus comum não-replicante (Ad26)”, refere-se no comunicado.

Para o estudo, entre Fevereiro e Outubro de 2015, foram recrutados 393 adultos (entre os 18 e os 50 anos) saudáveis e sem VIH de 12 clínicas do Leste africano, África do Sul, Tailândia e dos Estados Unidos. Nesse período, esses voluntários receberam aleatoriamente uma de sete combinações de vacinas ou um placebo. Em 48 semanas, foram sujeitos a quatro vacinações.

Os resultados mostram que todos os regimes de vacinação testados (dos sete existentes) são capazes de gerar uma resposta imunitária contra o VIH. Os efeitos secundários mais comuns nos participantes foram dores leves a moderadas no sítio da injeção, que variou entre 69% e 88% entre os grupos que receberam os regimes de vacinação e de 49% no grupo que foi sujeito ao placebo. Apenas cinco participantes relataram efeitos mais adversos como dor abdominal, diarreia, indisposição ou dores nas costas.

Cautela nas interpretações
Num outro estudo, a mesma equipa testou a vacina experimental em 72 macacos Rhesus ,(Macaca mulatta) ,para perceber se protegia estes símios do SHIV, um vírus que é uma combinação de genes do VIH e do SIV (a versão deste vírus em símios). “A vacina deu 67% de protecção contra esse vírus nos macacos”, refere Dan Barouch. Ou seja, cerca de dois terços dos macacos ficaram protegidos.

“Este estudo demonstra que o mosaico Ad26/Env da vacina candidata contra o VIH provocou respostas imunitárias robustas e comparáveis em humanos e macacos”, resume ao jornal Público Dan Barouch. “Todos os regimes de vacinação demonstraram confiança favorável e tolerabilidade”, assinala-se no artigo.

Estes resultados levaram a uma nova fase do ensaio clínico: o ensaio de eficácia chamado “HVTN705”, que irá determinar se a vacina protege os humanos de adquirirem VIH. Neste momento, essa nova fase já começou e a vacina está a ser testada em 2600 mulheres em situação de risco nos países do Sul de África. Mas Dan Barouch avisa que só haverá resultados em 2021 ou 2022.

“Estes resultados representam um marco importante”, considera o cientista. Mas, ao mesmo tempo, adverte: “Precisamos de ser cautelosos na interpretação destes resultados, porque não sabemos se a protecção nos macacos poderá ser transferida para os humanos.” Além disso, apesar de se ter observado respostas imunitárias nos humanos, não quer dizer que fiquem protegidos do vírus e ainda se sabe muito pouco sobre o mecanismo de protecção observado.

Num comentário na mesma revista, George Pavlakis e Barbara Felber, do Instituto Nacional do Cancro em Frederick (Estados Unidos), também destacam a importância de uma vacina para o VIH: “Novas abordagens de vacinas estão em desenvolvimento e podem progredir para ensaios eficazes, o que é um processo importante, uma vez que o desenvolvimento de uma vacina contra a sida é urgente. Embora haja avanços inéditos no tratamento do VIH e na profilaxia, o número de pessoas a viver infectadas com VIH continua a aumentar no mundo.” Por isso mesmo, consideram que Dan Barouch e a sua equipa já deram uma ajuda para que um dia esse objectivo seja atingido.

Sociedade Portuguesa de Reumatologia
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia relembra que, embora algumas patologias do foro reumático se manifestem maioritariamente...

Desde sempre que se tem associado o conjunto de doenças reumáticas à população mais envelhecida. Em parte, esta associação pode estar correta, por exemplo, no caso da Osteoporose, que está ligada à perda de massa óssea intrínseca à idade e às alterações hormonais por ela causadas. No entanto, estas doenças podem surgir nas mais variadas alturas da vida, sendo que as Artrites Idiopáticas Juvenis, por exemplo são, tal como o nome indica, típicas da infância e juventude.

Por causa do desconhecimento e falsas assunções sobre estas patologias, grande parte dos doentes encontrasse subdiagnosticada, o que representa uma ameaça para a saúde, uma vez que o atraso no diagnóstico e tratamento vai comprometer em muito o prognóstico. Na verdade, apesar de mais de metade dos portugueses apresentar pelo menos um sinal de doença reumática, pouco mais de 20% têm um diagnóstico ou estão a ser seguidos por um especialista.

Esta situação é grave na medida em que, embora não haja cura, o tratamento adequado proporciona uma melhoria dos sintomas e uma evolução mais positiva da doença. O facto de se associar estas doenças aos idosos e de sobre elas haver um enorme nível de iliteracia por parte dos portugueses, leva a uma desvalorização generalizada de sinais e sintomas típicos.

A Artrite Reumatóide, que tem uma prevalência muito representativa no nosso país, surge normalmente entre os 30 e os 50 anos, limitando em muitos aspetos a vida de quem com ela vive diariamente. O LES (Lúpus Eritematoso Sistémico), mais comum no sexo feminino, tende a afetar indivíduos entre os 20 e os 30 anos.

A Espondilartrite Anquilosante, por sua vez inicia-se de forma geral durante a juventude, entre os 15 e os 30 anos. É, como tal, da maior importância que se comece a dar visibilidade a este problema, que afeta cada vez mais pessoas em idade produtiva, permitindo-lhes uma integração numa sociedade que ainda entende estas doenças como típicas de idosos.

A prevalência deste tipo de patologias que surgem na juventude ou no início da vida adulta vem provar que tem de haver uma mudança de mentalidade no que às doenças reumáticas diz respeito. A Sociedade Portuguesa de Reumatologia reforça, por isso, a importância da valorização dos sintomas, ainda que sucedam em pessoas jovens. Nunca é demasiado cedo para evitar os fatores de risco associados a estas doenças e começar a pensar mais na saúde!

Doença coronária pode ocorrer durante todo o ano
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular vai promover uma campanha de sensibilização para a prevenção da doença...

“Mesmo em tempo de férias, é preciso manter os cuidados regulares com o coração, praticar exercício físico, evitar o álcool, não fumar e controlar a alimentação, optando por não consumir em excesso alimentos ricos em açúcar e gordura. As pessoas não devem abusar só porque estão de férias, colocando assim o coração em risco”, explica João Brum Silveira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC).

O cardiologista refere ainda que “As principais doenças coronárias, como o enfarte agudo do miocárdio, ocorrem durante todo o ano, e o verão não é uma exceção. Isso obriga-nos a manter o nosso alerta para a importância de um estilo de vida saudável, como forma de prevenção e proteção da saúde do coração, mas também queremos que as pessoas continuem a valorizar e reconhecer os sintomas a que devem estar atentas, como a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Neste tipo de situação deve-se ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar a presença de um enfarte, por exemplo”.

A doença coronária carateriza-se pela acumulação de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração. Esses depósitos causam um estreitamento ou obstrução das artérias o que provoca uma diminuição dos níveis de oxigénio e nutrientes que chegam às células do músculo cardíaco. As principais doenças coronárias são a angina de peito e o enfarte agudo do miocárdio.

A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, tem por finalidade o estudo, investigação e promoção de atividades científicas no âmbito dos aspetos médicos, cirúrgicos, tecnológicos e organizacionais da Intervenção Cardiovascular. Para mais informações consulte: www.apic.pt.

 

Nutricionistas saúdam governo pela implementação de ferramenta contra a desnutrição no SNS
A Ordem dos Nutricionistas saúda o Ministério da Saúde pela publicação do despacho que determina a obrigatoriedade da avaliação...

O despacho, publicado esta sexta-feira, 6 de julho, responde a uma proposta feita pela Ordem dos Nutricionistas, em 2016, para a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Neste sentido em 2017 o Ministério da Saúde criou um grupo de trabalho com o objetivo de garantir o fornecimento de uma alimentação nutricionalmente adequada. Este grupo teve a incumbência de elaborar as recomendações para a avaliação do risco nutricional.

“Este despacho é mais uma vitória para a saúde dos portugueses e espelha o trabalho que os nutricionistas têm vindo a desenvolver na luta contra a desnutrição hospitalar”, afirma Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas.

A partir de agora, todos os hospitais devem aplicar ferramentas de identificação do risco nutricional, desenvolver um modelo uniforme de identificação deste risco, e promover o suporte nutricional adequado à recuperação dos doentes. Todos estes processos deverão ser realizados com trabalho de equipa entre os diferentes profissionais.

Para Alexandra Bento “se a desnutrição for precocemente diagnosticada e fizermos uma intervenção nutricional atempada, vamos reduzir complicações, tempos de internamento e custos.”

A Ordem dos Nutricionistas tem vindo a alertar para a necessidade de implementação efetiva do rastreio do risco nutricional em doentes internados, considerando que a desnutrição é um grave problema de saúde, com implicações na recuperação, na duração do internamento e nos seus custos associados.

Recorde-se que, em junho, a Ordem lançou uma Norma de Orientação Profissional (NOP) para avaliar o estado nutricional das crianças nos hospitais e intervir adequadamente, lembrando que mais de metade destes utentes em internamento hospitalar poderão estar em risco nutricional.

Já esta semana, o governo publicou um outro despacho que estipula que todas as unidades de saúde do SNS deverão ter um serviço de nutrição.

 

Saiba tudo
As varizes produzem-se quando, por alguma razão, as veias dos membros não são capazes de reconduzir
Pernas de mulher a ilustrar as varizes

Circulação venosa dos membros inferiores

Os membros inferiores contam com dois sistemas venosos: o sistema venoso profundo, que é o mais importante e é formado por uma série de veias que circulam entre as massas musculares e o sistema venoso superficial, que compreende outras veias situadas imediatamente por baixo da pele. Ambos os sistemas estão ligados por um conjunto de vasos, as veias comunicantes, que se originam no sistema venoso superficial, passam por entre as massas musculares e terminam no sistema venoso profundo, conduzindo o sangue apenas num único sentido. Desta forma, as veias superficiais escoam o seu conteúdo para as veias profundas, que levam o sangue para a veia cava, de modo a que prossiga o seu percurso para o coração. Quando nos deitamos, o sangue que se encontra no interior dos vasos venosos dos membros inferiores não encontra dificuldades para regredir para o coração, porque a pressão a que circula, embora seja baixa, é superior à que existe no interior da aurícula direita em determinados momentos do ciclo cardíaco - o sangue destas veias é simplesmente aspirado pelo coração. No entanto, quando nos levantamos, a força da gravidade representa um obstáculo para o regresso do sangue dos membros inferiores ao coração. É então que ganha importância um outro mecanismo considerado como "bomba venosa": o vigor muscular e a contracção intermitente das massas musculares dos membros inferiores ao estar de pé e ao caminhar impulsionam o sangue em direcção ao coração. Além disso, as veias dos membros inferiores contam no seu interior com válvulas de forma semiesférica que garantem, em condições normais, através dos vasos comunicantes, a circulação do sangue no sentido ascendente do sistema venoso superficial para o profundo.

Tipos de varizes

As varizes podem adoptar várias formas, consoante a sua gravidade e a sua localização.

  • Varícolas

​São dilatações das finas vénulas superficiais dos membros inferiores, que se apresentam como uma rede de pequenas linhas de tonalidade avermelhada ou roxo-azulada e não provocam manifestações nem complicações.

  • Varizes serpentinas

As dilatações das veias adoptam uma forma sinuosa. Constituem a forma mais habitual do problema, nas fases mais avançadas e produzem-se quando, devido ao grande volume de sangue que se acumula no sistema venoso superficial, as veias dilatam, alargam e descrevem sinuosidades.

  • Varizes saculadas

As dilatações venosas são mais pequenas e circunscritas, adoptam a forma de um saco ou globo e localizam-se na zona mais próxima das virilhas.

  • Varizes cilíndricas

As veias afectadas dilatam-se, mas não se alargam, adoptando assim uma forma tubular que provoca um relevo na pele, mas que não descreve sinuosidades.

Segundo a causa desta incapacidade venosa nos membros inferiores, distinguem-se três tipos de varizes: as primárias, as secundárias e as que aparecem ao longo da gravidez.

Varizes primárias

Constituem o tipo mais comum, provocadas por uma insuficiência nas válvulas venosas devido a factores nem sempre conhecidos. A insuficiência valvular localiza-se, sobretudo, no sistema venoso profundo ou nos vasos comunicantes. Caso a insuficiência ocorra no sistema venoso profundo, o sangue, devido à força da gravidade, tende a penetrar nos vasos comunicantes no sentido inverso e desagua no sistema superficial, provocando a dilatação das suas veias. Existem diversas circunstâncias que aparentemente favorecem esta insuficiência valvular. A mais provável é uma predisposição genética, que provoca a debilidade constitucional das paredes das veias dos membros inferiores. A obesidade e a permanência em pé durante algumas horas por dia, como é típico em algumas actividades profissionais, também podem ser responsáveis pelo problema. Habitualmente, esta patologia apresenta-se nos membros inferiores.

Varizes secundárias

Neste caso, o problema deve-se à obstrução total ou parcial do fluxo sanguíneo do sistema venoso profundo, em que o sangue apenas pode regressar ao coração pelo sistema venoso superficial, que acaba por se dilatar. Na prática, as varizes secundárias costumam constituir a sequela de uma tromboflebite de uma veia profunda dos membros inferiores. Nestes casos, normalmente, as varizes apenas comprometem um dos membros inferiores.

Varizes da gravidez

Aproximadamente cerca de 50% das mulheres grávidas evidenciam, durante os últimos meses de gestação, um certo grau de dilatação das veias superficiais dos membros inferiores, embora estas varizes tendam a desaparecer após o parto. O problema é provocado por um duplo mecanismo. Por um lado, o crescimento do útero provoca a compressão das veias abdominais que drenam o sangue proveniente dos membros inferiores, o que dificulta a subida do sangue para o coração. Por outro lado, ao longo da gravidez, o organismo feminino segrega consideráveis quantidades de progesterona, uma hormona que, entre outros efeitos, provoca o relaxamento das paredes venosas. As varizes da gravidez costumam afectar os dois membros inferiores.

Sintomas das varizes

A manifestação mais característica corresponde à própria presença das varizes, facilmente perceptíveis como proeminências azuladas ou negras, imediatamente por baixo da pele. A sua localização mais frequente é à volta dos tornozelos, na barriga da perna e na face interna das pernas e das coxas. As varizes podem dilatar-se e tornar-se mais proeminentes com a passagem dos anos. De início, não são muito evidentes e apenas aparecem após uma longa permanência de pé, em dias de muito calor e nos dias anteriores à menstruação. Além disso, normalmente, nas primeiras fases da sua evolução, desaparecem quando nos deitamos com as pernas elevadas e após o sono. Mais adiante, costumam estabelecer-se de forma permanente e praticamente já não se reduzem. Por vezes, são acompanhadas por alguns sinais e sintomas, entre os quais destacam-se a sensação de fadiga ou dor nas pernas e nos pés. Um dado relevante é que a intensidade destes sintomas não está relacionada com o grau de dilatação das varizes: de facto, existem varizes muito desenvolvidas que são pouco assintomáticas, enquanto que outras varizes, embora não tão perceptíveis, provocam uma grande fadiga nos membros inferiores. De qualquer forma, estes sintomas costumam, mais tarde ou mais cedo, manifestar-se em quase todos os casos e tendem a intensificar-se com os anos. Outros sintomas frequentes são a sensação de pernas pesadas e ardor nas zonas da pele que revestem as varizes.

Complicações das varizes

Nas fases mais avançadas, como resultado da dificuldade existente no escoamento venoso dos membros inferiores, é habitual surgirem alterações tróficas da pele e faneras, facto que se pode traduzir em várias complicações. Uma das mais habituais é o inchaço das pernas e dos pés, devido a uma infiltração de líquido (edema), que se costuma evidenciar especialmente ao final do dia. O défice de irrigação costuma normalmente provocar a atrofia progressiva da pele, que se torna seca e frágil, ao mesmo tempo que vai adoptando uma tonalidade acastanhada, o que faz com que qualquer fricção (por exemplo, devido ao roçar nos bordos dos sapatos), em fases mais avançadas, possa provocar lesões cutâneas. Nesta altura, é provável que se produza erosão da pele, uma úlcera varicosa que, normalmente, se localiza por cima do tornozelo e tem uma tonalidade avermelhada ou azulada. Trata-se de uma lesão rebelde ao tratamento, pois tende a não cicatrizar com facilidade.

Tratamento das varizes

O tratamento inclui uma série de medidas com o objectivo de aliviar os sintomas e travar a evolução do problema e técnicas mais específicas para solucionar o problema quando este já estiver muito avançado.

Tratamento conservador

Uma das medidas mais importantes é a utilização de meias elásticas de contenção para reduzir o inchaço e a dilatação venosos. É muito importante que o médico indique ao paciente o tipo de meia elástica mais conveniente para o seu caso em particular e explique detalhadamente a sua forma de utilização. Normalmente, as meias elásticas devem colocar-se imediatamente após acordarmos e antes de nos levantarmos da cama, mantendo as pernas elevadas para que as varizes fiquem "vazias" de sangue. É também muito recomendável a prática regular de exercício físico moderado, como é o caso das caminhadas ou da prática de natação ou de ciclismo, na medida em que fortalece a bomba venosa dos membros inferiores e favorece o retorno do sangue para o coração. De qualquer forma, é o médico que deve aconselhar o paciente, em cada caso específico, tendo em conta que existem algumas situações nas quais o exercício físico pode estar contraindicado. Também é muito conveniente evitar a permanência de pé durante longos períodos de tempo, assim como o repouso periódico, mantendo os membros inferiores elevados, de modo a evitar, o máximo possível, a sensação de fadiga. Por fim, recomenda-se a redução de peso, se o paciente em causa for obeso, evitar a exposição a um calor excessivo e não usar roupas ou calçado demasiado apertados.

Tratamento avançado

As medidas citadas apenas conseguem aliviar os sintomas, mas frequentemente é necessário recorrer a uma intervenção cirúrgica para que o problema seja definitivamente resolvido, sobretudo nas fases mais avançadas. A técnica mais utilizada é a excisão da veia, que consiste na extracção cirúrgica das veias afectadas em que as válvulas apresentam uma insuficiência. Por outro lado, caso se desenvolva uma úlcera varicosa, é muito importante efectuar o cuidadoso tratamento higiénico da zona, evitar as fricções e não coçar a lesão. Normalmente, também são indicados antibióticos para prevenir ou tratar infecções adicionais e produtos cicatrizantes para favorecer a cura. Caso o problema circulatório persista, a úlcera pode perpetuar-se, sendo necessário o recurso a uma intervenção cirúrgica para reparar a lesão.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Serviço Nacional de Saúde
Muitos hospitais já encaminharam tantos doentes para os convencionados em seis meses como em todo o ano passado.

Os hospitais públicos prepararam-se este ano para bater o recorde de doentes enviados para serem operados no privado. Se em 2017, o número de vales cirurgia passados pelo Serviço Nacional de Saúde já subiu em flecha, fontes do setor realçam ao Diário de Notícias que na primeira metade de 2018 os pedidos chegaram a ser diários e que muitas unidades encaminharam tantas pessoas para os convencionados em seis meses como em todo o ano passado. Uma subida muito assinalável em termos absolutos, mas que não tem a mesma correspondência percentual nas cirurgias realmente realizadas: no ano passado, só foram feitas 20% das operações enviadas para o privado através dos cheques, taxa ainda menor do que em 2016.

Razões emocionais - doentes que preferem esperar e continuar a ser seguidos no mesmo hospital - e logísticas - unidades à escolha que ficam muito longe das áreas de residência dos utentes - são as causas mais apontadas para justificar números tão discrepantes. Mas a essas pode juntar-se uma outra, mais controversa, apontada pelos administradores hospitalares: os hospitais privados rejeitarem operações mais complicadas.

"A emissão de cheques cirurgia aumentou de facto muito, mas só cerca de 20% são cativados, porque os privados não querem fazer as cirurgias mais complicadas. Preferem as de baixo valor, sem grandes complicações, mesmo assim com margens de lucro significativas", explica o presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, que vai ainda mais longe. "O que se nota é que quando há complicações acabam nas urgências dos hospitais públicos. E não sabemos sequer se os requisitos mínimos de equipas e segurança são cumpridos, no privado, enquanto num hospital público se faltarem membros da equipa cirúrgica a operação é adiada. Há falta de escrutínio do regulador em relação ao setor privado", critica Alexandre Lourenço.

Mas foi a própria Entidade Reguladora da Saúde quem, num estudo de 2014, veio dar força aos argumentos dos administradores, ao constatar que nos hospitais do SNS verificou-se "uma maior percentagem de episódios prioritários relativamente ao número total de episódios", o que poderá evidenciar, admitia na altura o regulador, uma casuística de maior complexidade. "Não conheço nenhum caso desses e acho mesmo muito estranho", espanta-se o presidente da Associação de Hospitalização Privada. Óscar Gaspar até admite que Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (o SIGIC, criado em 2004 para atacar o problema das listas de espera) é pouco atrativo para os convencionados, mas pelos atrasos nos pagamentos. "Temos hospitais convencionados que fizeram cirurgias no início do ano passado e que ainda não receberam. Isto porque tem de ser o hospital de origem a validar o envio, que depois vai à respetiva Administração regional de Saúde, para depois voltar novamente ao hospital de origem". Entre burocracias, há dezenas de milhões de euros a haver pelas unidades privadas, estima o ex-secretário de Estado da Saúde, que vai ter amanhã uma reunião no Ministério da Saúde para discutir este problema.

Pressão nos tempos e nas contas
Mas numa coisa, tanto Óscar Gaspar como Alexandre Lourenço estão de acordo: o número de vales cirurgia passados pelos hospitais públicos está como nunca esteve. "Aumentou no ano passado e continua a subir este ano, recebo todos os dias informações de que os prestadores privados não têm mãos a medir com pedidos de unidades públicas", informa Óscar Gaspar. "E os envios vão aumentar ainda mais, porque os tempos máximos de resposta garantidos foram apertados pelo governo. Temos hospitais que já enviaram mais doentes para os convencionados em meio ano do que no total do ano passado", confirma Alexandre Lourenço.

Um recurso que vai criar pressão nas contas das unidades públicas, porque é o hospital de origem que tem de pagar essa despesa. Os pagamentos têm por base a tabela de preços do Serviço Nacional de Saúde. Em caso de complicações e se, por exemplo, o doente tiver de ficar nos cuidados intensivos, os três primeiros dias são custeados pelo convencionado. A partir daí passa para a responsabilidade do SNS. Na semana passada, em declarações ao Diário de Notícias, uma fonte ligada à governação na área da Saúde já se tinha mostrado pouco preocupada com esta aparente dependência em relação aos privados. Isto porque, apesar das 25 mil cirurgias feitas por convencionados em 2017, "no contexto global são apenas 4% dos operados" e o SNS "tem capacidade para subir essa produção".

Uma segunda (ou terceira) oportunidade
"Desta vez, o caso sou eu". Mais acostumado a falar dos problemas dos outros do que dos seus, a cara do Movimento dos Utentes da Saúde no norte do país sabe bem o que é esperar demasiado tempo por uma operação. Seguido no Centro Hospitalar Gaia/Espinho a uma hérnia enguinal, Manuel Villas-Boas, 78 anos, aguarda desde o ano passado por uma cirurgia. "É como noutros hospitais do país", justifica, "têm falta de camas e de profissionais".

Oito meses depois de ter entrado em lista de espera continuava sem ter resposta. "Felizmente é uma doença benigna, mas ainda perdi alguma capacidade de mobilidade e até a conduzir o carro." Ao fim desse tempo, em vez da convocatória para a cirurgia recebeu um vale para ir ao privado. Que rejeitou. "As hipóteses que me davam eram Barcelos, Esposende e Braga. Tudo fora da minha área de residência, que é em Gaia. Respondi a dizer isso e decidi esperar". Decisão que resultou num segundo cheque, recebido há dois meses, agora com opções já perto de casa. "Desta vez decidi aceitar e vou ser operado num hospital privado no Porto".

Tal como Manuel Villas-Boas, também Cristina Viegas, 49 anos, já rejeitou ser operada no privado. E tal como ele, a distância foi decisiva. Cristina mora em Setúbal e colocou um stent na uretra em outubro de 2017, para desfazer uma pedra no rim. O prazo para o retirar era de três a seis meses. Expirou em março e a intervenção era urgente, porque a pedra do rim ainda não saiu.

Recebeu dois cheques cirurgia, sempre para o mesmo local: a clínica privada da Marinha Grande. "Não punha mesmo a hipótese de ir à Marinha Grande. Além de ser longe, mesmo assim ainda tinha que ficar à espera. Mas também por uma questão de princípio. Não se justifica eu ter que ir ao centro do país aqui com tantos hospitais próximos. O stent foi colocado em Lisboa, em São José".

Depois de meses a dizerem-lhe que há uma lista de espera enorme na urologia em São Bernardo, por falta de médicos anestesistas, acabou por receber a convocatória para o hospital de Setúbal precisamente na última semana. Mas nem sabe se vai ser operada ainda durante o verão.

Atividade física e rastreios à DVC pelas ruas de Guimarães
Iniciativa inserida no 18º Congresso da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular pretende pôr vimaranenses a...

Vários participantes juntaram-se em Guimarães para a “Caminhada Contra o Sedentarismo”, uma iniciativa da Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular (SPACV), à qual se juntou como parceira a Câmara Municipal de Guimarães. A iniciativa, que incluiu também uma ação de rastreio à Doença Venosa Crónica (DVC) no Centro Cultural Vila Flor para toda a população, faz parte da campanha de prevenção “Alerta Doença Venosa” lançada pela SPACV para sensibilizar para esta patologia que atinge cerca de 3 milhões de portugueses.

Inserida no 18º Congresso da SPACV, que decorreu este ano em Guimarães, a caminhada partiu do Centro Cultural Vila Flor. Médicos especialistas em Cirurgia Vascular e participantes no congresso juntaram-se à população, percorrendo os 3 quilómetros de percurso pelo Centro Histórico de Guimarães. Para sensibilizar os habitantes de Guimarães para esta doença crónica, evolutiva e com um diagnóstico muito subestimado, a organização proporcionou a oportunidade de se saber um pouco mais sobre a saúde das pernas num rastreio à DVC que ocorreu antes e durante a caminhada.

A Doença Venosa Crónica é uma doença que afeta cerca de 30% da população portuguesa. Sinais como pernas pesadas, inchadas, cansaço são sinais de DVC. Muitos portugueses conhecem estes sintomas, mas tendem a desvalorizá-los. Esta doença tem um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas podendo mesmo, em estádios mais avançados, evoluir para situações mais graves – como é o caso das úlceras venosas. Com o objetivo

de sensibilizar, diagnosticar precocemente e tratar adequadamente a DVC, a SPACV lançou, com o apoio da Servier, a campanha “Alerta Doença Venosa” que pretende chamar a atenção para uma patologia que muitos desconhecem e cujos sintomas subvalorizam.

Para mais informações sobre esta campanha: http://www.alertadoencavenosa.pt/

 

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Seis distritos de Portugal continental apresentam hoje risco extremo de exposição à radiação ultravioleta e o resto do país...

Em risco extremo estão os distritos Vila Real, Bragança, Guarda, Portalegre, Évora e Beja, pelo que o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) recomenda que nestas regiões se evite o mais possível a exposição ao sol.

O IPMA colocou também em risco muito elevado os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Castelo Branco, Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal e Faro no continente, o arquipélago da Madeira e a ilha das Flores, no grupo ocidental dos Açores.

As ilhas do Faial e Terceira, no grupo Central e São Miguel no grupo oriental dos Açores estão com níveis elevados.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando-se em geral muito nublado no litoral oeste até meio da manhã, podendo persistir em alguns locais da faixa costeira. Durante a tarde, aumento de nebulosidade nas regiões do interior Norte e Centro com possibilidade de ocorrência de aguaceiros e trovoada.

A previsão aponta para vento fraco, soprando moderado de noroeste no litoral oeste a sul do Cabo Carvoeiro durante a tarde e de nordeste nas terras altas do Norte e Centro até meio da manhã e para o final do dia.

Está ainda prevista neblina ou nevoeiro matinal e pequena subida de temperatura.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 15 graus (em Évora e Beja) e os 20 (em Faro) e as máximas entre os 26 (em Aveiro e no Porto) e os 35 (em Évora e Beja).

Para a Madeira prevê-se céu muito nublado e vento fraco a moderado de nordeste. No Funchal as temperaturas variam entre os 20 e os 25 graus Celsius.

O IPMA prevê para hoje no grupo ocidental (Flores e Corvo) períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento leste bonançoso, enfraquecendo.

Para o grupo central (Graciosa, S. Jorge, Faial, Pico e Terceira) prevê-se céu muito nublado com abertas, aguaceiros e vento leste fraco a bonançoso.

Para o grupo oriental (São Miguel e Santa Maria) está previsto céu muito nublado com abertas, aguaceiros geralmente fracos e vento leste bonançoso a moderado, enfraquecendo.

Em Santa Cruz das Flores e na Horta as temperaturas vão oscilar entre os 18 e os 25 graus e em Angra do Heroísmo e Ponta Delgada entre os 18 e os 24.

 

Infarmed
Os portugueses compraram diariamente mais de 16 mil embalagens de anti-histamínicos no ano passado, em média, o que representa...

Segundo dados oficiais da Autoridade do Medicamento (Infarmed) divulgados ontem, a propósito do Dia Mundial da Alergia, em 2017 foram dispensadas 6.127.288 embalagens de anti-histamínicos, sendo os meses de janeiro a maio os que apresentam maior nível de consumo.

Ainda assim, no ano passado registou-se um decréscimo ligeiro na utilização de anti-histamínicos.

Contudo, no período entre 2010 e 2017 o consumo de anti-histamínicos foi quase sempre aumentando, com o último ano analisado a apresentar apenas uma pequena diminuição.

Segundo os dados do Infarmed, entre 2010 e 2013 a despesa com anti-histamínicos diminuiu e a partir de 2014 começou a crescer, atingindo 31,5 milhões de euros no ano passado.

O crescimento da despesa entre 2014 e 2017 deve-se, segundo a Autoridade do Medicamento, à comparticipação de novos medicamentos, à maior utilização de substâncias ativas já comparticipadas e também ao recurso a anti-histamínicos não sujeitos a receita médica.

Mais de 90% dos anti-histamínicos no mercado português são sujeitos a receita médica e 77% são comparticipados pelo Estado a 37%.

Em termos de análise regional, a tendência de consumo é comum a todas, mas Lisboa e Vale do Tejo destaca-se por apresentar consumos mais elevados por mil habitantes, enquanto o Centro é a que mostra menor consumo por mil habitantes.

 

Bastonário
A Ordem dos Médicos vai rever a forma como é utilizada a telerradiologia nos hospitais, considerando que tem havido um recurso...

O bastonário dos Médicos, Miguel Guimarães, disse que vai pedir aos colégios de especialidade uma revisão “do que é a utilização da telerradiologia”, lembrando que muitos hospitais apenas fazem exames de radiologia durante a noite à distância.

“A telerradiologia não foi implementada para ser feita como está a ser. A utilização da telerradiologia tem de ser feita de acordo com as nossas normas deontológicas”, afirmou.

Miguel Guimarães lembra que os radiologistas são “médicos como os outros”, que necessitam de contacto com os doentes e com os outros médicos para realizar bons diagnósticos.

Muitos hospitais centrais estão há vários anos sem serviço de radiologia presencial durante o período da noite, sobretudo a partir da meia-noite, recorrendo à telerradiologia quando é necessário.

Um dos casos mais recentes apontado pela Ordem e também pelo Sindicato Independente dos Médicos foi o do hospital de São José, que deixou de ter radiologistas em presença física durante a noite, recorrendo à telerradiologia.

Mas no Norte do país, por exemplo, os hospitais já só recorrem à telerradiologia durante o período noturno há muitos anos.

O bastonário dos Médicos recordou ainda o caso recentemente divulgado no Centro Hospitalar do Oeste, em que uma doente acabou por morrer depois de ter sido examinada por telerradiologia.

O caso ocorreu em dezembro de 2015, mas foi no mês passado alvo de uma recomendação da Entidade Reguladora da Saúde e ainda está a ser alvo de análise pela Ordem.

Estudo
Uma equipa de cientistas, liderada pelo português Edgar Gomes, identificou um mecanismo nas células que permite gerar um...

"Observámos que há umas células [não musculares], os miofibroblastos, que se aproximam da célula muscular e depositam uma proteína, a fibronectina, que desencadeia um sinal dentro da célula muscular que estimula o movimento do núcleo do centro da célula para a periferia", descreveu Edgar Gomes, investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) João Lobo Antunes.

Nas pessoas com lesões ou doenças musculares, o posicionamento do núcleo na periferia das células musculares, que são as maiores do corpo, não está correto.

No estudo, cujos resultados foram publicados na revista científica Developmental Cell, o grupo de investigadores debruçou-se sobre o músculo estriado esquelético, "o que existe em maior abundância no corpo" e que permite executar movimentos e exercer força, explicou Edgar Gomes.

Os cientistas diferenciaram no laboratório células musculares obtidas de ratinhos e socorreram-se da microscopia para acompanhar "a dinâmica do processo".

Segundo Edgar Gomes, que coordena o laboratório de Arquitetura Celular do IMM, proteínas como a fibronectina "podem agora ser potenciais alvos" para novas terapias para as distrofias musculares, doenças musculares hereditárias.

Esgotamento e «Burnout»
Apenas 5% dos professores não defendem mudanças no regime de aposentação, sendo que 84% é a favor da reforma antecipada, revela...

Durante os meses de fevereiro e março, cerca de 19 mil professores responderam a um questionário com mais de 100 perguntas que resultou no “Inquérito Nacional sobre as Condições de Vida e Trabalho na Educação em Portugal”, hoje apresentado em Lisboa.

Dos inquéritos recebidos foram validados mais de 15 mil que revelam que “mais de 75% dos professores estão com exaustão emocional” e “95% é a favor de mudanças no sistema de aposentadoria”, anunciou hoje a investigadora da Universidade Nova de Lisboa, Raquel Varela, que é coordenadora do trabalho pedido pela Federação Nacional de Professores (Fenprof).

Hoje foram divulgados apenas alguns dos resultados do estudo, que ainda não está concluído, uma vez que os investigadores receberam “mais de dois milhões de dados”, explicou Raquel Varela, saudando o trabalho da Fenprof em garantir a distribuição e recolha de milhares de inquéritos pelas escolas de todo o país.

Dos professores com exaustão emocional, a investigadora sublinha que cerca de metade apresentam “sinais preocupantes”: 11,6% revelam sinais intensos de esgotamento emocional, 15,6% sinais críticos e 20,6% marcas plenas de exaustão emocional.

Apenas 23,6% não revelaram ter este problema, segundo os dados hoje apresentados.

Segundo Raquel Varela, esta situação leva a que os docentes “anseiem pelo sábado e detestem a segunda-feira”, um sintoma que deve ser olhado com atenção.

A exaustão emocional faz com que “esta categoria profissional queira deixar de trabalhar, porque este é um sentimento de defesa contra a loucura do trabalho”, explicou.

A investigadora lembrou que quando os profissionais entram em sofrimento no local de trabalho usam várias estratégias para se defender, tais como a toma de medicamentos ou o absentismo.

“Constatamos no nosso dia-a-dia tantas dificuldades de colegas que não se encontram bem e sabemos que deveriam ir para casa descansar, mas não vão”, corroborou o presidente do Sindicato de Professores da Madeira, Francisco Oliveira, durante o Encontro Internacional sobre o Desgaste dos Professores, que decorreu no Fórum Lisboa.

A atual situação laboral dos docentes leva a que “84% seja a favor da reforma antecipada” e “95% a favor de mudar o sistema de aposentadoria”, segundo o inquérito.

“O resultado deste estudo vem realçar e dar força às reivindicações da Fenprof”, sublinhou José Alberto Marques, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), referindo-se a exigências dos sindicatos como a revisão da aposentação e a clarificação dos horários de trabalho.

A excessiva burocracia e a indisciplina dos alunos são duas das razões que levam aos “índices elevadíssimos” de exaustão emocional, que atinge mais os docentes com mais de 55 anos.

As outras duas características de ‘burnout’ - a despersonalização e diminuição da realização pessoal e profissional - não apresentam níveis tão elevados, apesar de o índice de realização ser preocupante: Quase metade dos professores (42,5%) não se sente realizado profissionalmente.

Já os índices de despersonalização são “baixíssimos”, segundo Raquel Varela que explicou que este sintoma se verifica quando o professor deixa de ver os alunos como indivíduos, mas sim “como uma linha de montagem”, passando a haver um afastamento emocional.

O inquérito mostra que, “para a maioria dos professores, os alunos continuam a ser importantes. Apesar do elevado grau de exaustão emocional, os professores gostam dos alunos”, sublinhou.

 

Investigadores CINTESIS
Uma ferramenta tecnológica que fornece informação adaptada às necessidades dos familiares cuidadores de pessoas dependentes...

Desenvolvido pelas investigadoras em enfermagem do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS) Teresa Martins e Maria José Lumini, o Intent-Care apresenta conteúdos de apoio à prestação de cuidados em casa em diversas áreas de intervenção, como a alimentação, o posicionamento, a transferência de um local para o outro, o apoio ao banho, a melhor forma de vestir o doente, entre outras informações.

O Intent-Care é uma ferramenta digital interativa criada com o objetivo de fornecer informação adaptada às necessidades dos familiares cuidadores de doentes dependentes no autocuidado, de forma a complementar a orientação fornecida por profissionais de saúde para promover a sua autonomia, baseada na disponibilização de recursos multimédia (imagem, vídeo, áudio e texto) com vista a ajudar os cuidadores a compreender os procedimentos de prestação de cuidados.

“Em Portugal, os cuidados a pessoas dependentes são assegurados essencialmente pelas famílias. Aos cuidadores é cada vez mais solicitada uma corresponsabilização nos cuidados de saúde, submetendo-os, muitas vezes, a situações stressantes. A crescente utilização de plataformas educativas na área da educação para a saúde pode constituir-se como um recurso para esta população”, salientam, em comunicado, as investigadoras.

Para a conceção desta ferramenta foram realizados dois estudos prévios de determinação das necessidades e dificuldades dos familiares cuidadores. A construção e validação da ferramenta interativa contou com a colaboração de um painel de peritos. Finalmente foram realizados estudos com amostras de cuidadores no sentido de validar a usabilidade da ferramenta.

Teresa Martins e Maria José Lumini explicam que “a acessibilidade e simplicidade desta plataforma constituiu uma preocupação principal no seu desenvolvimento. Pelo seu uso e acesso livre esta plataforma permite aumentar a acessibilidade aos cuidados de saúde”.

Proporciona, ainda, aos profissionais, a oportunidade de melhorar seu trabalho, direcionando a sua atenção para aspetos mais relevantes, em particular a promoção e o bem-estar de indivíduos e famílias.

A Semana de Investigação em Enfermagem é um evento promovido pela Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) e pelo CINTESIS que vai reunir mais de 300 individualidades nacionais e internacionais, “com o objetivo de discutir as questões relacionadas com a investigação, a inovação e o desenvolvimento das ciências da saúde, particularmente, a área da Enfermagem”, explica Carlos Sequeira, professor na ESEP e líder do grupo de investigação em enfermagem do CINTESIS.

Este evento incluirá 'workshops' de ciência, seminários temáticos, mostra de projetos e um congresso internacional e permitirá contribuir para a disseminação da investigação ao nível do ensino, das unidades de investigação e da prática clínica, com especial destaque para a apresentação de projetos inovadores na área da saúde, como é exemplo o trabalho desenvolvido por investigadores CINTESIS e docentes ESEP.

Estudo
Esta tecnologia é muito mais rápida e consistente que o embriologista para classificar embriões.

Historicamente o papel do embriologista tem sido fundamental na avaliação e seleção dos embriões viáveis para serem transferidos para o útero materno nos tratamentos de procriação medicamente assistida. Esta realidade é o ponto de partida do estudo intitulado: “Using Artificial Intelligence (AI) and Time-Lapse to improve human blastocyst morphology evaluation”, que Marcos Meseguer, embriologista do IVI Valencia, apresentou esta semana no decorrer da 34º Congresso da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE), celebrado este ano em Barcelona.

Esta investigação mostra como a Inteligência Artificial (IA) é muito mais rápida e precisa que a avaliação do embriologista para classificar embriões usando imagens de Time-Lapse. Além de apresentar maior concordância nos processos, relativamente à variabilidade e heterogeneidade que se verifica no trabalho do operador humano, explica o autor do estudo.

Esta é a conclusão do trabalho, no qual participa a Universidade Estadual Paulista (UNESP), e que fizeram parte cinco embriologistas de 4 países diferentes, que analisaram 223 embriões segundo os critérios de morfologia convencionais, necessários para a seleção embrionária. A IA aprendeu a medir, a interpretar, a analisar e a distinguir as diferentes partes do embrião e a selecioná-los segundo estes critérios, aperfeiçoando o seu processo à medida que amplia o número de embriões avaliados.

“A aplicação da IA à classificação do blastocisto humano é económica, não invasiva e mais fiável que a classificação por parte de um operador. Em vez de um humano ver milhões de imagens, a IA avalia, aprende e quantifica continuamente informação adicional. Como se demonstrou, esta tecnologia pode melhorar significativamente as nossas capacidades de avaliação da viabilidade embrionária”, acrescenta.

Uma das maneiras de reduzir a subjetividade que afeta o processo de seleção dos embriões, é o processamento de imagens digitais e as técnicas de IA, em colaboração com o Time-Lapse. Este sistema permite escolher o momento para avaliar o embrião, sempre à mesma hora, o que contribui para a eficácia do processo e uma avaliação precisa da viabilidade embrionária. Esta análise é feita de forma idêntica em qualquer parte do mundo, uma vez que se realiza em função de imagens fixas e estandardizadas de Time-Lapse.

Em qualquer caso, os blastocistos humanos apresentam desafios para o reconhecimento das imagens da IA, pelo que requerem mais estudos independentes para demonstrar a reprodutibilidade antes de se estabelecer a sua aplicação clínica.

Após diagnóstico
A Fundação Portuguesa Comunidade Contra a Sida lembrou hoje que há trabalho a fazer para Portugal ter as pessoas diagnosticadas...

"Devemos manifestar contentamento com os resultados obtidos, mas não podemos ser vítimas do sucesso", afirma a organização em comunicado, acrescentando que vai pedir uma reunião ao regulador do mercado farmacêutico, o Infarmed, para pedir mais rapidez na entrada de terapias novas e na entrada de doentes no tratamento, imediatamente após o diagnóstico.

Nos dados divulgados quinta-feira pela Direção-Geral da Saúde, estão cumpridas duas das três principais metas definidas da ONU para 90 por cento dos doentes.

Há 90% de pessoas diagnosticadas, 90% com o tratamento a funcionar, mas ainda não há 90% das pessoas diagnosticadas em tratamento.

"É necessário concentrar aí os esforços garantindo que os doentes iniciam tratamento logo após o diagnóstico e não estejam em situação de espera", defende a Fundação Portuguesa Comunidade Contra a Sida (FPCCSida), que salienta que costuma demorar dois meses a iniciar o tratamento.

Outras prioridades são evitar que os doentes abandonem o tratamento, destacam, tal como terapias inovadoras que garantam maior qualidade de vida às pessoas.

Investigação
Farmacêutica que investiga insulina para toma oral garante que não desistirá da ideia de substituir as “estigmatizantes”...

A diabetes alastra a uma velocidade vertiginosa, é a pandemia do século XXI. Atinge mais de 420 milhões de pessoas em todo o Mundo e dentro de 25 anos serão mais de 700 milhões os afetados. É um fardo pesado para os doentes, um sorvedouro de recursos económicos dos países e um desafio permanente para cientistas e indústria farmacêutica. Nas últimas décadas deram-se passos importantes na investigação e os próximos anos podem ser decisivos para os doentes.

Há cada vez mais esperança na cura da diabetes tipo 1, que surge mais frequentemente nas crianças e nos jovens. Para esta doença autoimune que destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina, a investigação com células estaminais parece cada vez mais promissora, escreve a Notícias Magazine.

A farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, o maior produtor mundial de insulina, está na linha da frente da investigação nesta área. Durante as últimas décadas, os cientistas focaram-se em usar as células estaminais para mimetizar as células beta, produtoras de insulina. E conseguiram, mas o problema era descobrir como transplantá-las para o organismo sem que o sistema imunitário voltasse a atacá-las. Segundo anunciou recentemente a Novo Nordisk, empresa que a “Notícias Magazine” foi convidada a visitar em maio, há progressos significativos no desenvolvimento de uma espécie de cápsula para proteger as células beta das investidas do sistema imunitário. A Novo Nordisk prevê iniciar o primeiro ensaio clínico dentro de poucos anos.

Já o tipo 2 da diabetes é um quebra-cabeças para os investigadores. Surge em idade mais tardia, consequência dos estilos de vida de um mundo desenvolvido onde a obesidade e o sedentarismo ganham terreno. A esmagadora maioria dos diabéticos (90%) tem este tipo da doença e não há perspetivas de cura, pelo menos num futuro próximo. Porém, tem havido evoluções significativas na tecnologia e nos fármacos para controlar a progressão da patologia e melhorar a qualidade de vida dos doentes.

A substituição das injeções de insulina por comprimidos é a ideia mais ambiciosa. A investigação sofreu um revés no último ano, mas ainda não foi abandonada.

Falta uma peça do puzzle até ao “santo graal”
A Novo Nordisk persegue este objetivo há anos. Chegou a fazer ensaios clínicos de insulina em comprimidos, mas em novembro do ano passado anunciou a suspensão dos testes porque os resultados ao nível da absorção da insulina pelo corpo não eram satisfatórios em termos clínicos. Na atual situação, para que um comprimido de insulina fizesse o mesmo efeito de uma injeção, era necessário aumentar a produção daquela hormona para níveis insustentáveis.

Falta uma peça do puzzle: descobrir o mecanismo que permitirá conduzir a molécula até à corrente sanguínea. “Não desistimos. Fizemos avanços muito significativos. Quando começámos a falar na insulina oral, há mais de duas décadas, a concorrência chegou a rir-se de nós. Agora já ninguém se ri”, realçou Mads Thomsen, um dos vice-presidentes da empresa, durante uma conferência para jornalistas de todo o Mundo. Para Thomsen, transformar as injeções diárias em medicamentos orais será o “santo graal” dos doentes. “A picada no dedo até dói mais, mas os diabéticos não gostam de se injetar, ninguém gosta, é estigmatizante”, explicou.

Também já há outras soluções, como a insulina inalada, comercializada nos Estados Unidos, mas a aceitação não tem sido a esperada porque a absorção não é tão eficaz como as injeções, assinala à NM Rui Raposo, diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos Portugueses (APDP).

Enquanto a insulina oral não avança, a Novo Nordisk continua apostada em transformar outros injetáveis em comprimidos. É o caso do GLP-1 (peptídio semelhante a Glucagon 1) que é administrado a doentes com diabetes tipo 2. Este antidiabético chegou ao mercado nos anos 90, numa fórmula injetável de aplicação diária (liraglutide), e anos depois evoluiu para uma fórmula de administração semanal (semaglutide), bem mais cómoda para os doentes. Dentro de alguns anos será um comprimido. Os resultados da fase III dos ensaios clínicos para a versão oral do semaglutide foram positivos e a empresa acredita conseguir chegar ao mercado em 2023.

Também na tecnologia a evolução é assinalável. Há quase cem anos, os diabéticos injetavam-se com agulhas grossas, que deixavam marcas a cada picada. As seringas ficaram mais modernas, as agulhas mais finas, até que surgiram as canetas com pontas quase invisíveis. Bombas de insulina associadas a sensores de glicemia, sensores que se colocam no braço e enviam informação e alertas sobre os níveis de açúcar para o telemóvel do doente são novidades mais recentes. “A evolução vai sempre no sentido de termos menos complicações no futuro”, explica Rui Raposo. Porque controlar a doença significa diminuir a probabilidade de problemas cardiovasculares, falência renal, amputações dos membros, cegueira, entre outros riscos a que os diabéticos estão sujeitos.

Boletim Polínico
As concentrações de pólenes no ar vão estar muito elevadas em quase todas as regiões de Portugal continental nos próximos sete...

De acordo com o boletim, entre hoje e 12 de julho em Lisboa e Setúbal os pólenes vão estar com níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das ervas gramíneas, da erva parietária e da árvore castanheiro, o mesmo acontecendo em Coimbra (região da beira Litoral), em Vila Real (região de Trás-os-Montes e Alto Douro) e no Porto (região de Entre Douro e Minho).

Em Portimão (região do Algarve) e em Castelo Branco (região da Beira Interior) os pólenes encontram-se em níveis elevados, predominando o pólen das ervas gramíneas, seguido pelo pólen da árvore castanheiro.

Também em Évora (região do Alentejo), os pólenes encontram-se em níveis elevados na atmosfera, com destaque do pólen das ervas gramíneas.

No que diz respeito a Ponta Delgada (Região Autónoma dos Açores), os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes das ervas gramíneas, parietária e tanchagem e das árvores palmeiras.

Ao contrário das regiões do continente, os pólenes estarão em níveis baixos na Madeira, destacando-se as ervas gramíneas e parietária.

O Boletim Polínico efetua a divulgação semanal dos níveis de pólenes existentes no ar atmosférico recolhidos através da leitura de postos em várias regiões do país.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Os arquipélagos da Madeira e dos Açores e os 18 distritos do continente apresentam hoje um risco muito elevado de exposição à...

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), em risco muito elevado estão as ilhas do Faial, Terceira e Flores, nos Açores, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e os distritos de Vila Real, Bragança, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo, Porto, Aveiro, Braga, Coimbra, Leiria, Lisboa, Santarém, Évora, Beja e Faro no continente.

O IPMA colocou também a ilha de São Migue, grupo oriental dos Açores em risco elevado.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro ultravioleta (UV), chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação UV é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje nas regiões do Norte e Centro períodos de céu muito nublado, tornando-se pouco nublado no litoral durante a tarde, condições favoráveis à ocorrência de aguaceiros e trovoada nas regiões do interior durante a tarde, em especial nas zonas montanhosas.

A previsão aponta ainda para vento fraco, soprando moderado de noroeste no litoral, em especial a partir da tarde, e nas terras altas, onde soprará do quadrante norte, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida de temperatura no interior.

Na região Sul prevê-se céu pouco nublado, apresentando períodos de maior nebulosidade até ao meio da manhã e vento em geral fraco predominando de noroeste, soprando moderado no litoral e nas terras altas, neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida da temperatura máxima.

As temperaturas mínimas no continente vão oscilar hoje entre os 12 graus Celsius (Guarda e Viseu) e os 18 (em Faro) e as máximas entre os 22 graus (Viana do Castelo e Porto) e os 31 (Faro, Évora, Beja e Castelo Branco).

Na Madeira prevê-se céu muito nublado, diminuindo de nebulosidade nas vertentes sul da ilha a partir do final da manhã, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e terras altas até meio da manhã.

Está também previsto vento fraco a moderado de nordeste, soprando temporariamente moderado a forte nas terras altas e pequena descida da temperatura máxima.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 25 graus Celsius.

Para o grupo ocidental (Flores e Corvo) dos Açores prevê-se céu muito nublado com abertas, tornando-se encoberto para a noite, períodos de chuva fraca a partir da noite e vento oeste moderado, rodando para sudoeste.

No grupo central (Graciosa, Terceira, S. Jorge, Pico e Faial) prevê-se céu geralmente pouco nublado e vento oeste bonançoso.

No grupo oriental (S. Miguel e Santa Maria) prevê-se céu geralmente pouco nublado e vento fraco a bonançoso de oeste, rodando para noroeste.

Em Santa Cruz das Flores as temperaturas vão oscilar entre os 20 e os 26 graus Celsius, na Horta e em Angra do Heroísmo entre os 20 e os 25, em Ponta Delgada entre os 19 e os 25.

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