MURPI
A confederação que representa os idosos (MURPI) lamenta que apenas 9% da população mais velha seja saudável e defende que a...

A posição do MURPI surge na sequência da divulgação dos dados preliminares do estudo que analisou a saúde da população idosa em Portugal, Suíça, Áustria, Alemanha e França e que concluiu que 42% dos 2.157 participantes são saudáveis.

Os portugueses são quem fica pior nas estatísticas: 91% da população com mais de 70 anos tem problemas de saúde, segundo os dados divulgados hoje pela Universidade de Coimbra (UC), que é parceira no estudo europeu.

“Estes números não me espantam. Ainda há um longo caminho a percorrer no que toca a cuidados de saúde, nomeadamente pôr em prática o Plano Nacional de Saúde para os Idosos, da Direção-Geral da Saúde (DGS), que foi apresentado há mais de dez anos”, lamentou o presidente do MURPI, Casimiro Menezes.

Lembrando que a população portuguesa está a envelhecer, Casimiro Menezes defendeu que “era importante que o plano da DGS fosse aplicado, o que ainda não aconteceu porque nunca foi considerado prioritário”.

O presidente da confederação reconheceu, contudo, que os Governos têm aplicado outras medidas, tais como a gratuitidade das vacinas da gripe e do tétano para quem tem mais de 65 anos.

No entanto, o acesso aos serviços de saúde “não é a melhor”, lamentou, dando como exemplos as taxas moderadoras, a carência de transportes, a falta de médicos e dificuldade de acesso a consultas assim como o preço dos medicamentos que representa “somas muito elevadas em relação às pensões”.

O estudo sobre envelhecimento realizado na Europa e hoje divulgado pela Universidade de Coimbra (UC) revela que a população idosa portuguesa tem baixos níveis de saúde, em comparação com os outros quatro países europeus.

“Temos os idosos menos saudáveis a todos os níveis, cognitivo e físico. É, sem dúvida, um problema relevante de saúde pública”, sublinhou José António Pereira da Silva, que lidera a equipa portuguesa de investigadores da Clínica Universitária de Reumatologia da Faculdade de Medicina da UC.

Também José António Pereira da Silva reconhece que existe um conjunto de recursos sociais com efeito na saúde dos idosos, “que vai desde o valor das pensões até à facilidade de acesso à saúde”.

A redução do acesso aos transportes de doentes também foi hoje apontada pelo líder da equipa portuguesa como um dos problemas de acesso aos serviços de saúde.

Os resultados preliminares do estudo revelam que 58% dos austríacos idosos são saudáveis assim como 51% dos suíços. Nos outros países, a maioria dos idosos apresenta problemas de saúde, mas as percentagens não são tão alarmantes como em Portugal: na Alemanha, 38% dos idosos são saudáveis e em França são 37%.

O estudo começou em 2012 e considera idosos saudáveis as pessoas “que não apresentam doenças crónicas e têm uma boa saúde física e mental”.

Investigação da Universidade de Aveiro
A qualidade do ar em Portugal continental e, consequentemente, o ambiente e a saúde pública vão continuar a degradar-se de...

“A degradação da qualidade do ar esperada entre 2050 e 2100 para alguns poluentes, apesar da redução das respetivas emissões fruto das imposições da Comissão Europeia, é justificada pelas condições meteorológicas mais quentes e secas [em 2100 o planeta estará em média mais quente 4ºC]  que conduzem a um aumento das concentrações de fundo e a uma menor deposição e dispersão”, aponta Alexandra Monteiro, investigadora do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar e do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro (UA).

O cenário, segundo a investigadora, trará para a última metade deste século uma certeza: “A proteção da saúde humana será ainda mais crítica no futuro”. Crianças, idosos, grávidas e indivíduos que sofram de problemas respiratórios e cardíacos serão os principais afetados pela poluição atmosférica que atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde, já mata todos os anos sete milhões de pessoas em todo o mundo. 

Os dados apresentados pela UA, desvenda Alexandra Monteiro, coordenadora do estudo publicado recentemente na revista Air Quality, Atmosphere & Health, “confirmam bem a complexidade do sistema atmosférico e da poluição do ar, em particular, revelando que a sua natureza depende de múltiplos fatores, que incluem não só o que é emitido para a atmosfera pelo Homem e pela natureza, mas também das condições físicas de dispersão e transporte dos poluentes, ditadas pela meteorologia”.

É que mesmo que a redução de emissões espectável para 2050 se verifique, fruto da legislação europeia que, ainda assim, é menos exigente do que as recomendações da Organização das Nações Unidas, as alterações climáticas e as condições meteorológicas previstas para este futuro de médio prazo deverão conduzir a um aumento das concentrações de poluentes.

Deterioração do ar é inevitável
“Apesar do combate e mitigação das alterações climáticas dever ser feito, prevê-se que haja alterações inevitáveis e já não passíveis de resolver”, antevê Alexandra Monteiro. Ainda assim, para minimizar os danos, é urgente diminuir ainda mais as emissões da responsabilidade do Homem.

“Mas para que isto seja feito de uma forma eficiente e duradoura é urgente uma estratégia e implementação conjunta entre países e continentes, uma vez que a poluição do ar não tem fronteiras nem limites políticos”, lembra a investigadora do CESAM.

Para além de Alexandra Monteiro, também participaram no estudo os investigadores do CESAM Elisa Sá, Ana Fernandes, Carla Gama, Sandra Sorte, Myriam Lopes, Carlos Borrego e Ana Isabel Miranda. O estudo contou ainda com a colaboração do Grupo de Meteorologia e Climatologia do Departamento de Física da UA que disponibilizou os resultados das simulações de cenários climáticos para futuro de médio (2050) e longo prazo (2100).

22 de Julho – Dia Mundial do Cérebro
A World Federation of Neurology escolheu o tema “Clean Air for Brain Health” para assinalar o Dia Mundial do Cérebro, celebrado...

Nos últimos anos, os efeitos da poluição atmosférica na nossa saúde têm sido amplamente estudados. A última estimativa de mortes atribuíveis à poluição atmosférica em todo o mundo é de 12 milhões por ano. Estas mortes são relacionadas com doenças cardíacas, como o enfarte do miocárdio ou insuficiência cardíaca congestiva, doenças pulmonares, doenças oncológicas e, mais recentemente, com doenças neurológicas, nomeadamente o AVC e a demência. Esta é uma questão emergente que a todos deve preocupar - sociedade e especialistas.

“São complexos os mecanismos que estão na origem da relação entre exposição à poluição atmosférica e ocorrência de AVC, envolvendo uma componente vascular, uma componente ligada ao sistema nervoso autónomo e uma componente relacionada com o aumento da agregação plaquetária”, afirma o Prof. José Manuel Calheiros, professor catedrático da Universidade da Beira Interior que muito se tem dedicado à investigação nesta área. “A poluição está, de facto, a invadir o cérebro os pulmões e, consequentemente, todo o organismo”, reforça o médico.

Segundo o especialista membro da Comissão Científica da Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC), têm sido publicados vários estudos que estabelecem uma relação sólida entre a poluição atmosférica e os efeitos agudos e crónicos sobre os sistemas circulatório e nervoso.

“O ano passado foi publicado um estudo que analisou os efeitos da poluição a longo prazo numa população de seis países de médio e baixo rendimentos que apresentavam elevados índices de poluição, o qual incluiu mais de 45000 participantes. Concluiu-se que por cada aumento de 10 microgramas de partículas poluentes finas (PM2,5) por cada metro cúbico, resulta num aumento de cerca de 13% da probabilidade de ocorrência de um AVC. O estudo revelou ainda que, nestes países, 6,6% da totalidade dos AVC podem ser atribuídos à poluição ambiental”, avança o docente.

Adicionalmente, a World Federation of Neurology (WFN) chama a atenção para as conclusões do relatório internacional Global Burden of Disease, que aponta a poluição atmosférica como fator para o aumento do AVC em mais de 30% entre os anos de 1990 e 2013, tendo por base dados de 188 países.

“Importa notar que esta poluição pode ser proveniente do tráfego automóvel, indústria, centrais de produção de energia, fogos florestais, ao que acresce a poluição dentro de nossas casas e locais de trabalho, proveniente da confeção de alimentos, lareiras, sendo que a mais frequente das causas de poluição do ar interior é o fumo do tabaco o qual coloca em risco o fumador e os que com ele convivem”.

“Estes números traduzem-se num risco e peso enormes para a saúde das populações. Apesar das sistemáticas recomendações para reduzir a poluição há muito preconizadas pela Organização Mundial de Saúde e outros organismos, estamos muito longe do que é desejável, pois essas indicações não são cumpridas na maior parte dos países”, afirma o Prof. José Manuel Calheiros. O especialista considera que a sensibilização da população, dos profissionais de saúde e dos decisores políticos para este tema é fundamental, “para que passemos do conhecimento para a ação de Saúde Pública”.

Para mais informações, consulte a página da WFN sobre o World Brain Day 2018: https://www.wfneurology.org/world-brain-day-2018

Peças podem ser adquiridas em leilão online
Carla Pontes, David Catalán, Katty Xiomara e Luís Carvalho recriaram 12 coletes da Médicos do Mundo, previamente utilizados em...

12 peças únicas, criadas por quatro estilistas a partir dos conhecidos coletes azuis da Médicos do Mundo (MdM), vão estar em exposição de 18 a 21 de Julho, no Palacete Viscondes de Balsemão, no Porto. Os trabalhos podem ainda ser adquiridos num leilão online, até 31 de Julho, revertendo o valor para os projetos que a organização desenvolve junto de populações vulneráveis em Portugal.  

A exposição e o leilão inserem-se na ação “Help is the Trend”, cujo objectivo é tornar o ato de ajudar numa moda e que, numa primeira fase, levou os coletes reinterpretados por Carla Pontes, David Catalán, Katty Xiomara e Luís Carvalho, ao NOS Primavera Sound, no mês passado, no Porto. Durante o festival, público e diversos influenciadores aceitaram o desafio de doarem selfies com as peças, através da publicação nos seus perfis de Instagram, sempre com a hashtag #Helpisthetrend.

Com o leilão, para além de contribuírem para a intervenção da Médicos do Mundo, o público estará a adquirir uma peça única e com história, uma vez que todos os 12 coletes foram utilizados por profissionais da organização, não só em diferentes missões de emergência internacionais, do Haiti ao Afeganistão, mas também em Castanheira de Pera, no âmbito da Missão Esperança, após o trágico incêndio que afectou a região no ano passado.

Com o trabalho da MdM como inspiração, aos coletes podiam ser aplicados rasgões, bainhas, mangas compridas ou lantejoulas, entre muitos outros materiais e técnicas. 

“Help is the Trend” é uma ação desenvolvida com a agência criativa TORKE CC. A exposição tem os apoios da Câmara Municipal do Porto, na concessão de espaço, da MRôlo, na cedência de bustos e o leilão online conta com o suporte da plataforma P55 – Second Hand Luxury.

Estudo conclui
A população idosa portuguesa tem baixos níveis de saúde, em comparação com a de outros países europeus, de acordo com “o maior...

Os resultados preliminares de DO-HEALTH, o maior estudo europeu sobre envelhecimento, que procura formas de melhorar a saúde dos idosos com mais de 70 anos, concluem que, “à primeira visita clínica”, “51% dos idosos são considerados saudáveis na Suíça, na Áustria, 58%, na Alemanha, 38%, em França, 37%, e, em Portugal, apenas 9%”, afirma a Universidade de Coimbra (UC).

Globalmente, 42% dos 2.157 participantes no estudo foram “considerados idosos saudáveis”, de acordo com a mesma pesquisa, que envolve mais de meia centena de investigadores de sete centros universitários da Alemanha, da Áustria, de França, de Portugal e da Suíça. A participação portuguesa é assegurada por um grupo de investigadores da Clínica Universitária de Reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), liderado por José António Pereira da Silva.

Os investigadores do projeto, que foi iniciado em 2012 e é coordenado por Heike Bischoff-Ferrari, professora da Universidade de Zurique, consideram “idosos saudáveis os seniores que não apresentam doenças crónicas e têm uma boa saúde física e mental”.

Ao longo de três anos de ensaio clínico foi pedido aos participantes que cumprissem, “três vezes por semana, um plano de exercício simples em casa e tomassem diariamente suplementação de vitamina D e/ou ácidos gordos ómega 3 e/ou placebo”, para avaliar o efeito da vitamina D, do ómega 3 e do exercício físico na saúde cognitiva e física dos idosos.

Os dados recolhidos vão ser “analisados de forma a determinar os efeitos destas três intervenções em cinco principais dimensões: risco de fratura, função muscular dos membros inferiores, função cognitiva, tensão arterial e taxa de infeções”, de modo a que a informação obtida permita desenhar “estratégias que possibilitem aos mais velhos terem uma vida mais ativa e saudável”, explicita José António Pereira da Silva.

Sobre o facto de Portugal apresentar níveis de saúde inferiores aos observados nos outros seis centros participantes, o docente e investigador da FMUC afirma, citado pela UC, que estes resultados não “surpreendem, mas preocupam”.

“Temos os idosos menos saudáveis a todos os níveis, cognitivo e físico. É, sem dúvida, um problema relevante de saúde pública”, sublinha.

Quanto a possíveis causas, embora ainda não tenham sido devidamente avaliadas no estudo, José António Pereira da Silva acredita que “há a considerar todo um conjunto de recursos sociais com efeito na saúde dos idosos, que vão desde o valor das pensões até à facilidade de acesso à saúde. Há ainda um fator que eu presumo ser muito determinante, que é o nível educacional”.

Na opinião do especialista, a título pessoal, “há alguns sinais preocupantes em Portugal do ponto de vista do serviço de saúde”.

“Por um lado, vai diminuindo a acessibilidade aos serviços públicos – por exemplo, a redução do acesso aos transportes de doentes – e, por outro, uma aposta que me parece deliberada dos partidos do arco de governação na medicina privada”.

A qualidade do Serviço Nacional de Saúde, reconhecida a nível internacional, “é excelente por comparação com o custo que ele tem”, salienta José António Pereira da Silva.

“Para as pessoas mais carenciadas, e muitos dos nossos idosos estão inseridos neste grupo, este movimento não pode deixar de ser pernicioso, porque a maior parte dessas pessoas não pode pagar cuidados de saúde privados”, sustenta.

Para a implementação do DO-HEALTH em Portugal foi criado um centro dedicado na FMUC, que implicou um financiamento da UC na ordem dos 200 mil euros, representando no total, com a contribuição da União Europeia, um orçamento de mais de 800 mil euros, refere na mesma nota, adiantando que o total do DO-HEALTH foi de 17,6 milhões de euros.

A equipa da UC, constituída por três enfermeiros, quatro médicos, dois fisioterapeutas e uma farmacêutica, recrutou e seguiu 301 idosos da região de Coimbra, que perfizeram três consultas anuais e nove contactos telefónicos trimestrais.

Instituto Português do Mar e da Atmosfera
Todas as regiões do continente, Madeira e Açores estão hoje em risco muito elevado e elevado de exposição à radiação...

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou em risco muito elevado os distritos de Portalegre, Lisboa, Coimbra, Leiria, Setúbal, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Évora, Beja, Vila Real, Bragança, Braga, Viseu, Aveiro, Castelo Branco, Santarém e Faro no continente, as ilhas da Madeira e do Porto Santo e as ilhas das Flores, São Miguel, Faial e Terceira, nos Açores.

Com níveis elevados estão apenas os distritos de Coimbra e do Porto.

Para as regiões com risco muito elevado e elevado, o IPMA recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol e protetor solar, além de desaconselhar a exposição das crianças ao sol.

Os índices UV variam entre 1 e 2, em que o risco de exposição à radiação ultravioleta (UV) é baixo, 3 a 5 (moderado), 6 a 7 (elevado), 8 a 10 (muito elevado) e superior a 11 (extremo).

O IPMA prevê para hoje nas regiões do Norte e Centro do continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral até final da manhã, e no interior durante a tarde.

A previsão aponta também para possibilidade de ocorrência de chuvisco no litoral durante a manhã e vento em geral fraco do quadrante oeste, soprando moderado de noroeste a partir da tarde no litoral e nas terras altas.

Está previsto ainda neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e pequena subida da temperatura máxima nas regiões do interior.

Na região Sul prevê-se céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade até meio da manhã, vento em geral fraco do quadrante oeste, tornando-se a partir da tarde moderado no litoral e terras altas, possibilidade de ocorrência de neblina ou nevoeiro matinal em alguns locais e subida da temperatura máxima.

As temperaturas mínimas vão oscilar entre os 11 graus Celsius (na Guarda) e os 17 (em Faro, Lisboa, Leiria e Aveiro) e as máximas entre os 22 (em Viana do Castelo e Porto) e os 30 (em Castelo Branco, Évora, Beja, Setúbal e Faro).

Para a Madeira prevê-se céu com períodos de muita nebulosidade, possibilidade de ocorrência de aguaceiros fracos nas vertentes norte e nas zonas montanhosas, vento moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte nas zonas montanhosas e no extremo leste da ilha e pequena subida da temperatura mínima.

No Funchal as temperaturas vão variar entre os 19 e os 25 graus.

O IPMA prevê para hoje nos Açores períodos de céu muito nublado com boas abertas e vento norte bonançoso.

Em Santa Cruz das Flores as temperaturas vão oscilar entre os 19 e os 25 graus Celsius, na Horta entre os 18 e os 24, em Angra do Heroísmo entre os 17 e os 24 e em Ponta Delgada entre os 18 e os 25.

Direção-Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais
Os médicos vão passar a deslocar-se às prisões para cuidar dos reclusos infetados com VIH e hepatites B e C e vão realizar-se...

A Direção-Geral da Reinserção e dos Serviços Prisionais (DGRSP) e 28 instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vão assinar protocolos no âmbito do tratamento das infeções por Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) e das hepatites virais na população reclusa.

Segundo a DGRSP, estes protocolos "dão forma a um novo modelo de abordagem dos cuidados de saúde em matéria de doenças infecciosas nas prisões”.

Este novo modelo vai permitir que os médicos - infeciologistas, gastrenterologistas e internistas – passem a deslocar-se às prisões para cuidar da população reclusa infetada com VIH, hepatites B e C de 45 estabelecimentos prisionais do continente.

A DGRSP adianta que vão também começar a ser realizados rastreios à entrada, durante, e no final do período de reclusão.

O combate às infeções por VIH e das hepatites virais B e C é uma questão de saúde pública prioritária a nível mundial e encontram maior prevalência na população prisional.

Em Portugal, de acordo com os dados mais recentes avançados pelo MJ, 4,5% da população reclusa está infetada com VIH, 1,2% tem hepatite B e 10,1% tem hepatite C.

O objetivo dos presentes Protocolos “é extremamente relevante e inovador”, tendo em conta que, pela primeira vez, será possível alcançar as metas definidas pela Organização Mundial de Saúde, nomeadamente o tratamento de todos os reclusos infetados por VIH e a eliminação da hepatite C nas prisões até 2020, refere uma nota da DGRSP.

A DGRSP sublinha também que os reclusos nos estabelecimentos prisionais que estavam até aqui sujeitos a procedimentos de segurança na deslocação ao exterior, “o que causava constrangimentos à observação clínica”, passam agora a ser consultados e tratados na própria prisão.

A realização destas consultas de especialidade nas prisões aposta na proximidade e permite racionalizar o tempo e “a utilização de meios materiais e humanos” da DGRSP e do SNS.

Os protocolos vão ser assinados no Estabelecimento Prisional de Lisboa durante a cerimónia “Eliminar a Hepatite C nos Estabelecimentos Prisionais até 2020”, que conta com a presença da ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, e do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

Doenças crónicas
Mais de 1.300 trabalhadores de uma empresa que produz e comercializa pás eólicas, em Aveiro, começam o dia com ginástica...

Desde 2015 que os primeiros cinco minutos do horário de trabalho dos 1.350 funcionários da RiaBlades são preenchidos com “exercícios específicos que promovem a mobilidade, fortalecimento e alongamento das estruturas musculares mais solicitadas durante o seu trabalho”, conforme contou fonte da administração da empresa.

O objetivo da atividade é prevenir “as lesões musculoesqueléticas, com benefícios a nível físico, psicológico e social para a promoção do bem-estar individual”.

“A nível físico constata-se um aumento da circulação sanguínea, venosa e linfática melhorando a flexibilidade muscular e mobilidade articular, diminuindo a fadiga. A nível psicológico promove a consciência corporal e alívio do stress. A nível social promove o espírito de equipa, proporcionando bom ambiente e fortalecendo as relações interpessoais”, segundo a mesma fonte.

Nesses primeiros cinco minutos do dia de trabalho, cada equipa realiza “exercícios específicos que promovem a mobilidade, fortalecimento e alongamento das estruturas musculares mais solicitadas durante o seu trabalho”.

Por esta razão, os exercícios não são iguais para todos os funcionários, uma vez que “a ginástica laboral resulta da análise de risco ergonómica efetuada a todos os postos de trabalho, incluindo os postos administrativos”.

“Os exercícios propostos são definidos em função da atividade de trabalho realizada e dos grupos musculares solicitados, existindo diferentes tipos de exercícios por equipas. O objetivo dos exercícios é criar mobilidade nos músculos utilizados e relaxar os grupos musculares que estão em contração durante o dia de trabalho, corrigindo as posturas incorretas no local de trabalho e contribuindo para a prevenção da fadiga”.

Para os promotores desta atividade, “a adaptação dos exercícios à atividade de trabalho é fundamental para a obtenção dos melhores resultados e os exercícios têm vindo a ser alterados, acompanhando as melhorias realizadas nos postos de trabalho e as alterações de layout” (esquema).

Este programa de ginástica laboral já está em vigor em todos os postos de trabalho da empresa e “é hoje parte integrante do dia-a-dia de trabalho de 1.350 colaboradores”.

Contudo, no início “os colaboradores mostraram-se um pouco resistentes, como é normal em todas as atividades que são novidade, mas atualmente a maioria afirma sentir as vantagens deste programa”.

Três anos depois, a equipa de saúde ocupacional desta empresa apurou que “a prática de ginástica laboral permitiu reduzir as queixas musculoesqueléticas em frequência e que 50% dos seus colaboradores sentem-se melhor” com a sua prática”.

“Podemos concluir que os resultados são muito positivos e é algo que a RiaBlades se orgulha de promover para a qualidade de vida dos seus colaboradores”, refere a administração.

Doenças crónicas
Bolas de pilates espalhadas pelo escritório para melhorar a postura dos trabalhadores e incentivos financeiros para atividade...

2018 foi o segundo ano consecutivo em que a empresa venceu o prémio de melhor local para trabalhar na área da Saúde e Bem-Estar, atribuído pelo Great Place to Work, uma consultoria de pesquisa e gestão, graças a ações e projetos como seguros de saúde e vida para os funcionários, planos de pensões e programas de apoio psicológico, jurídico e aconselhamento financeiro.

Luísa Aguiar, dos recursos humanos da empresa, refere outras ações dirigidas à saúde dos trabalhadores que são um hábito na SAS: sessões com nutricionista, ‘workshops’ sobre alimentação saudável ou acordos com ginásios.

Mas a empresa não se limita a este tipo de incentivos e contribui financeiramente para a prática da atividade física dos seus colaboradores, dando 10 euros por mês a cada um.

Na SAS trabalham pessoas com doenças crónicas, nomeadamente hérnias cervicais, e a empresa não descura estes problemas.

“Temos bolas de pilates espalhadas pelo escritório a fim de trabalhar a postura durante as horas de trabalho”, explica a empresa, adiantando que também o seguro de saúde, o reembolso de despesas de saúde e a flexibilidade de horário são medidas específicas para auxiliar os colaboradores nas suas doenças.

A flexibilidade de horário sem penalização do trabalhador serve também outra das preocupações da empresa.

Para a SAS Portugal, a regra de ouro para apoiar a saúde dos trabalhadores, incluindo dos doentes crónicos, é “ouvir e apoiá-los em todas as dimensões da sua vida”.

“Por vezes basta ouvir e tentar perceber se existe alguma forma de ajudar”, simplifica Luísa Aguiar.

Contudo, para esta empresa de consultoria e software analítico, é também essencial “proporcionar um bom seguro de saúde”.

A empresa está convicta de que os trabalhadores procuram, além de boas condições laborais, por um “salário emocional”, que aumente o seu compromisso e satisfação com a empresa e com a equipa de trabalho.

 

Doenças crónicas
As doenças crónicas são responsáveis pela morte prematura de mais de 550 mil pessoas em idade ativa na Europa por ano, o que...

Os dados são da OCDE, que, no seu relatório “Health at a Glance” referente a 2016, reconhece que as doenças crónicas, como as doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e problemas mentais graves, têm também um impacto muito negativo no mercado de trabalho.

Dificuldade em conseguir um emprego e situações de reforma antecipada com diminuição de rendimentos são alguns dos impactos referidos.

Na Europa, oito em cada dez pessoas com mais de 65 anos vivem com doenças crónicas e mais de 70% dos orçamentos da saúde são gastos no tratamento destas doenças, de acordo com dados do projeto europeu JA-CHRODIS, que em Portugal conta com a participação do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)

Em Portugal, estima-se que em cada dez cidadãos, quatro tenham mais de duas doenças crónicas.

O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, promovido pelo INSA e divulgado em 2017, identificou uma elevada prevalência de hipertensão arterial, obesidade e diabetes, bem como altos níveis de sedentarismo, de consumo de bebidas alcoólicas e exposição ao fumo do tabaco.

As doenças crónicas têm também um peso significativo com prestações sociais, de acordo com os dados da OCDE: 1,7% do PIB europeu é gasto anualmente em prestações por deficiência e em baixas médicas, que é mais do que a despesa com subsídios de desemprego.

Para a OCDE, são precisos maiores esforços para prevenir as doenças crónicas na população em idade ativa e é imperiosa uma melhor integração entre as políticas da saúde e do mercado de trabalho para reduzir os impactos negativos das doenças sobre o mercado de trabalho e contribuir para uma vida com mais qualidade.

O absentismo por doença custa à União Europeia cerca de 2,5% do PIB por ano.

Doenças crónicas
O presidente do conselho estratégico de saúde da Confederação Empresarial de Portugal defende mais incentivos para as firmas...

“Os exemplos de grandes planos de saúde são de grandes empresas, mas Portugal é um país de pequenas e médias empresas, para as quais é mais difícil suportar encargos maiores com a saúde dos trabalhadores”, disse Óscar Gaspar.

O representante da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu que estes incentivos poderiam passar pela via fiscal e iriam traduzir-se num maior acesso a cuidados de saúde e mais escolhas.

Óscar Gaspar, que é igualmente presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP) e foi secretário de Estado da Saúde, lembrou que a CIP “tem defendido que deveria haver mais incentivos para mais empresas disporem de planos de saúde para os seus trabalhadores”.

Esta proposta da CIP foi apresentada ao Governo na expectativa da sua inclusão no Orçamento do Estado para 2018 e será apresentada novamente para 2019.

Para Óscar Gaspar, com esta medida, “acabam por ganhar todos”.

“Mais do que financiar o episódio de urgência ou a consulta, é melhor proporcionar ao trabalhador um plano de saúde ao longo da vida. Muitas vezes, vale mais prevenir do que remediar”, disse.

Doenças crónicas
O Estado é o maior empregador português e também o que menos cumpre em matéria de medicina do trabalho, o que é “mais flagrante...

A classe dos professores – mais de 120 mil distribuídos pelo ensino pré-escolar, básico e secundário públicos - é emblemática desta falta de apoio que, segundo Jorge Barroso Dias, grassa em Portugal e que é mais “flagrante” quando o patrão é o Estado.

Algumas destas situações são denunciadas ao Provedor de Justiça, como confirmou a Lusa junto deste organismo.

“Ao longo dos anos, o Provedor de Justiça tem recebido regularmente queixas de trabalhadores em funções públicas sobre a sua situação laboral. Em alguns casos, trata-se de portadores de deficiência ou doença crónica”, referiu fonte oficial.

Na maioria dos casos, prosseguiu a mesma fonte do Provedor de Justiça, são pedidos de adaptação do posto de trabalho, a adequação das funções ou do horário às suas limitações físicas ou a mudanças de local de trabalho para aproximação à residência.

“As queixas são analisadas casuisticamente, em função da doença crónica ou deficiência do trabalhador (natureza, grau e limitações funcionais que origina), mas também de exigências inerentes ao posto de trabalho em concreto”, referiu.

A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) – o serviço do Estado para a promoção da melhoria das condições laborais – não dispõe de dados desagregados sobre alegadas infrações envolvendo trabalhadores com doenças crónicas.

Contudo, recorda que o regime jurídico da promoção da segurança e saúde no trabalho prevê especificamente a vigilância das condições laborais de trabalhadores em situações mais vulneráveis.

“Um doente que seja portador de doença crónica é considerado um trabalhador vulnerável, devendo ser objeto de atenção particular por parte dos serviços de segurança e saúde no trabalho, quer aquando da avaliação dos riscos, quer ao nível do acompanhamento da saúde do trabalhador pelo médico do trabalho”, explicou.

Para José Augusto Oliveira, membro da comissão executiva do Conselho Nacional da CGTP-IN, os casos concretos de violações dos direitos destes trabalhadores com doenças crónicas são “abusos que derivam de uma relação de trabalho que é desigual”.

“As empresas tentam descartar-se de todas as situações que as possam prejudicar e as entidades a quem cabe fiscalizar estes casos e que têm responsabilidades diretas também não atuam por falta de meios, nomeadamente inspetores”, disse.

Para José Augusto Oliveira, existem “abusos das entidades empregadoras que descartam os seus trabalhadores que não podem ser discriminados por terem uma doença”.

“É uma libertinagem que resulta sempre em prejuízo para a parte mais fraca da relação de trabalho: o trabalhador”, disse.

Em Portugal, estima-se que em cada 10 cidadãos, quatro tenham mais de duas doenças crónicas.

Diabéticos
A medicina do trabalho em Portugal é uma fraude e devia ser nacionalizada, defende a mais antiga associação de doentes do mundo...

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, assume que ainda há muito estigma em relação a uma doença e que nem sempre a medicina do trabalho é uma garantia de proteção dos trabalhadores.

“A medicina do trabalho é uma fraude. Toda cheia de boas intenções, mas a grande maioria das empresas de medicina do trabalho não tem autonomia em relação à entidade patronal”, afirma José Manuel Boavida.

Lembrando que é atualmente “um negócio de milhões”, o médico diz que a maioria das empresas de medicina do trabalho não tem autonomia em relação à entidade patronal. Por isso, defende a nacionalização, como medida para tornar a medicina do trabalho “autónoma”, considerando que as empresas deviam “pagar a uma medicina do trabalho pública”, para que fosse o garante da proteção dos trabalhadores.

A Sociedade Portuguesa de Medicina do Trabalho admite que muitas vezes “há conflitos” entre o empregador e os médicos do trabalho.

Jorge Barroso Dias, presidente da Sociedade, explica que, quando um trabalhador tem uma sequela ou uma doença, cabe ao médico do trabalho promover uma ficha de aptidão onde são identificadas as eventuais restrições.

“Muitas vezes há conflitos com a medicina do trabalho e o empregador não gosta de receber uma ficha com restrições”, indica.

Outras vezes, sobretudo com as restrições mais significativas, o que ocorre é que a empresa exerce pressão sobre o trabalhador para que não acate as restrições definidas pelo médico.

José Manuel Boavida também identifica este problema nos milhares de doentes crónicos que já seguiu: “Quando se tenta que a medicina do trabalho imponha condições para ajudar as pessoas, o que nos é respondido é que isso se pode voltar contra os próprios trabalhadores”.

O especialista em diabetes conhece bem este panorama da pressão sobre os trabalhadores, que leva doentes crónicos como os diabéticos “a tentar esconder a sua doença” no mundo laboral, também com receio do estigma e da discriminação.

Noutras patologias é igualmente sentida a falta de um apoio eficaz da medicina do trabalho, como nos hemofílicos.

Em testemunhos recolhidos junto da Associação Portuguesa dos Hemofílicos, há doentes que referem que “a medicina do trabalho não está vocacionada para lidar com as limitações” desta doença.

“As empresas de medicina de trabalho, em regime de ‘outsourcing’, omitem por vezes limitações físicas encontradas, dando os inspecionados como aptos”, refere um dos doentes hemofílicos, que pediu para não ser identificado.

São comuns a várias doenças crónicas queixas sobre a falta de adequação dos postos de trabalho ou adaptação de funções para os doentes.

Contudo, em quatro anos, apenas foram atribuídos 21 apoios para adaptação de postos de trabalho e eliminação de barreiras arquitetónicas.

Segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, não há registo de pedidos de apoio que tenham ficado por satisfazer, o que mostra que as empresas recorrem pouco a esta ferramenta de apoio, num país em que em cada 10 cidadãos há quatro que têm mais de duas doenças crónicas.

Doenças crónicas
Os trabalhadores com doenças crónicas são muitas vezes obrigados a esconder a doença, acusados de fingir dores para produzir...

“É um drama. As empresas não empregam doentes, principalmente com sinais físicos das doenças, como nas mãos ou o coxear”, afirmou Arsisete Saraiva, presidente da Associação Nacional dos Doentes com Artrite Reumatoide (ANDAR).

A esta organização chegam com frequência relatos de trabalhadores que “têm de esconder a doença, pois caso contrário são despedidos”. E a pressão não é só da parte de quem manda, já que em alguns casos são os próprios colegas que acusam os trabalhadores doentes de fingir porque não querem trabalhar.

Mas estes são aqueles que têm “a sorte” de conseguir um emprego. “Se a doença já é visível – como a deformação das mãos e dos pés – os empregadores arranjam desculpas e alegam que o lugar já está ocupado”, disse a presidente da ANDAR, que estima existirem 40 mil portadores desta doença em Portugal.

António Santos, 47 anos e doente do foro respiratório, contraiu uma doença no pulmão ao manusear produtos químicos numa empresa da Marinha. “Em três anos dei cabo da minha saúde”, afirmou, lamentando que, para os seus chefes e até colegas, apenas tenha sido visto como doente quando passou a andar com a bomba de oxigénio.

“Mesmo com relatórios médicos, as pessoas com quem trabalhava não me davam qualquer importância”. A doença prejudicou-o na avaliação: “Tive zero. Diziam que não queria trabalhar, mas eu não podia sequer apanhar pó ou fazer esforços. Fui castigado pela doença”.

Os doentes hemofílicos (portadores de uma deficiência no processo de coagulação do sangue) também são confrontados com faltas de resposta às suas limitações. Um doente, que não quis ser identificado, disse que “os locais de trabalho, regra geral, não estão também preparados para esse tipo de deficiência a níveis como o estacionamento perto dos locais de trabalho ou da deslocação entre pisos”.

Por outro lado, “as faltas inerentes à doença normalmente são contabilizadas como absentismo, o que vai penalizar normalmente a evolução e progressão da carreira, partilhas, avaliação de desempenho, atribuição de créditos, entre outros”.

Segundo este doente, um dos mil que se estima existirem em Portugal, “no final da carreira e com as limitações a serem maiores a cada dia que passa, a reforma antecipada é travada a todo o custo, levando mesmo a que seja mais fácil o recurso à baixa médica de longa duração”.

Para José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP), são muitas as pessoas que “escondem a doença", sendo mais sentidos o estigma e a discriminação em relação à diabetes tipo 2 por esta estar mais ligada “aos maus comportamentos alimentares, a algum moralismo de responsabilidade individual”.

Ana Cristina, 45 anos, operadora de caixa num hipermercado e portadora de diabetes tipo 1 há 33, considera que ainda há estigma. “A vida profissional depende da chefia. Às vezes é difícil, depende da entidade patronal”.

A doença atinge cerca de um milhão de portugueses, mas ainda há quem não entenda a necessidade de cuidados básicos, como por exemplo fazer intervalos regulares e mais frequentes para comer.

“As pessoas também têm pouca informação sobre a doença. Fica muitas vezes aquela sensação de ´pronto, lá vai ter de ir comer outra vez´”.

“Já tive de fazer as minhas pausas para comer no gabinete da chefe”, contou, lamentando que, na sua avaliação, tenha sido colocada uma alínea a indicar que não escolhia os melhores momentos para fazer as pausas.

Para o bastonário da Ordem dos Psicólogos, a realidade é ainda pior para quem tem doenças do foro psíquico ou mental.

Francisco Miranda Rodrigues refere que “só 10% das organizações apostam na prevenção, o que mostra que não há uma cultura de compatibilização”.

As organizações “veem [as doenças mentais] como fragilidades que põem em causa a vida das empresas”.

Pelo lado das empresas, o presidente do conselho estratégico de saúde da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sublinhou a preocupação que estas têm ao nível da ergonomia, postura das pessoas, iluminação, entre outras.

“É uma matéria cada vez mais preocupante”, disse Óscar Gaspar, afirmando: “As empresas têm cada vez mais a noção que a saúde dos colaboradores interessa”.

O representante da CIP acredita que são mais frequentes os empresários que acatam as recomendações da medicina de trabalho. “Nenhuma empresa gosta de investir num trabalhador e ver esse trabalhador a ter de sair”.

A Confederação “condena a perseguição” aos trabalhadores devido a doença crónica e recorda que “ninguém em condição física ou outra de alguma fragilidade pode ser tão produtivo como uma pessoa que se sinta bem”.

De acordo com o Código de Trabalho, “o trabalhador com deficiência ou doença crónica é titular dos mesmos direitos e está adstrito aos mesmos deveres dos demais trabalhadores no acesso ao emprego, à formação, promoção ou carreira profissionais e às condições de trabalho, sem prejuízo das especialidades inerentes à sua situação”.

Aos 77 anos
O professor catedrático de Coimbra e médico pioneiro da procriação medicamente assistida em Portugal Agostinho Almeida Santos...

O médico e professor catedrático de ginecologia, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), realizou, pela primeira vez, em Portugal, a técnica de procriação medicamente assistida, designada por GIFT (Transferência de Gâmetas para a Trompa), "método que propiciou o nascimento do primeiro bebé em junho de 1988", refere um resumo curricular de Agostinho Almeida Santos do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

Segundo a mesma nota, Agostinho Almeida Santos fundou e dirigiu o programa de reprodução medicamente assistida, que funciona em Coimbra, desde 1985.

Entre 2005 e 2007, foi o presidente do Conselho de Administração dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC).

Na vida académica, publicou 185 trabalhos científicos, proferiu mais de 400 palestras e foi o responsável pelas disciplinas de Obstetrícia e Ética, Deontologia e Direitos Médicos da FMUC.

Membro de 18 sociedades científicas nacionais e internacionais, desempenhou funções de perito da Comunidade Económica Europeia na área de investigação em bioética.

Autor do livro "Razões de Ser", associado aos problemas e futuro da bioética, Agostinho Almeida Santos manteve sempre uma atividade universitária de forma ininterrupta desde 1965, sublinha a mesma nota curricular.

Em 2011, com a intervenção da 'troika', alertou para a necessidade de se ajudar os portugueses mais pobres, no acesso aos cuidados de saúde. “Vamos ter em Portugal, dentro de pouco tempo, pessoas que não têm dinheiro, nem amigos, mas vão precisar de ter acesso à saúde”, disse então, frisando que se tratava de "um problema cívico”, que devia mobilizar todos.

Agostinho Almeida Santos criticou igualmente a empresarialização dos hospitais, que considerava "uma falsa medida", que podia pôr em risco a situação financeira Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em 2009, Agostinho Almeida Santos foi designado cônsul honorário de Cabo Verde para a Região Centro, depois de anos de trabalho de cooperação com este país africano, na área da medicina materno-infantil e na formação de internos em obstetrícia.

Para distribuição gratuita
O Fundo de População das Nações Unidas (ONU) vai doar 10 milhões de preservativos à Venezuela, para serem distribuídos...

O anúncio foi feito aos jornalistas pelo representante daquele organismo na Venezuela, Jorge González Caro, precisando que metade dos preservativos vão ser distribuídos pelo Ministério da Saúde e os restantes por organizações não governamentais.

"Há uma escassez importante de anticoncetivos e todos estamos conscientes disso. O que se consegue nas farmácias é muito caro e não é uma coisa a que a população tenha acesso", frisou.

Na Venezuela, uma caixa com três preservativos ronda os cinco milhões de bolívares (37 euros à taxa de câmbio oficial Dicom, que equivalem a 1,25 euros no mercado paralelo).

O salário mínimo integral (com todos os subsídios incluídos) é de 5,6 milhões de bolívares mensais, pago em duas partes, quinzenalmente.

Por outro lado, as ONG tem alertado frequentemente para o número de casos de gravidez entre adolescentes, à volta dos 15 anos.

Segundo a Unicef, em 2014 a Venezuela registou uma das taxas de fecundidade mais altas da América do Sul, entre os adolescentes.

Cada ano nascem 93 bebés por cada 1000 adolescentes entre 15 e 19 anos, o que equivale a uma taxa de nascimento de 23%.

A maior incidência regista-se em adolescentes que vivem em pobreza extrema, em zonas rurais, de indígenas e de afrodescendentes.

Muitas adolescentes têm conhecimento dos métodos anticoncecionais, mas muitas vezes a gravidez é valorizada pelas famílias como uma forma de realização feminina.

Cintesis
Um investigador do Centro de Investigação em tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis) recebeu um financiamento de...

A bolsa de 200 mil francos suíços - cerca de 170 mil euros - atribuída ao investigador Américo Agostinho pelos Hospitais Universitários de Genebra (HUG), será aplicada no desenvolvimento de um sistema computadorizado de apoio à decisão médica, que visa melhorar a administração da profilaxia cirúrgica (medidas para prevenir outras doenças, neste caso infeções que possam decorrer no pós-operatório), informou o Cintesis.

Neste projeto, será avaliado o impacto clínico da ferramenta na prevenção de infeções do local cirúrgico nas intervenções da anca, joelho, cólon, reto, neurocirurgias lombares e cirurgias cardíacas.

Com o auxílio da ferramenta, serão recolhidos dados dos doentes que já estão no sistema informático do hospital (tipo de cirurgia, peso, alergias e se tem ou não agentes microbianos patogénicos, por exemplo) para propor o antibiótico mais adequado e relembrar se este deve ser readministrado, no caso de a operação se prolongar.

"Da mesma forma que um GPS indica o caminho a seguir, o sistema que estamos a desenvolver vai indicar aos médicos, no bloco operatório, que antibióticos administrar, em que quantidade e com que intervalo de tempo", indicou Américo Agostinho, referido em informação do Cintesis.

De acordo com o investigador, apesar de existir "sempre a possibilidade de [os médicos] seguirem ou não essa indicação", este lembrete vai permitir diminuir os erros de administração de antibióticos.

Segundo o Cintesis, as orientações internacionais apontam a existência de um antibiótico recomendado para cada operação, em função do risco de infeção associado a essa cirurgia.

No entanto, devido a vários fatores (urgência, inexperiência, falta de tempo, entre outros) "registam-se taxas de erro em torno dos 30% na administração de antibióticos na profilaxia cirúrgica", o que leva a um aumento das infeções hospitalares e da resistência aos antimicrobianos, alertou Américo Agostinho, especialista em prevenção da infeção.

As infeções hospitalares, avançou ainda o Cintesis, foram reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um dos fatores que mais comprometem a segurança dos doentes, no âmbito da prestação de cuidados de saúde".

"As infeções do local cirúrgico são responsáveis por 20% a 30% das infeções hospitalares, mas são elas que têm maior influência em termos de morbilidade, mortalidade e despesas para os hospitais e para a sociedade", lê-se no resumo do projeto, igualmente referenciado pelo Cintesis.

As taxas de infeção do local cirúrgico variam entre 2% a 20%, dependendo do hospital e tipo de cirurgia, com uma taxa de mortalidade estimada entre 0,4 a 0,8%, acrescenta a informação disponibilizada pelo centro de investigação.

O especialista explicou que, segundo estes dados, por ano, a nível mundial, cerca de sete milhões de doentes desenvolvem uma infeção do local cirúrgico, das quais morrem um milhão.

Este projeto está a ser desenvolvido no âmbito da tese do investigador no Programa Doutoral em Investigação Clínica e em Serviços de Saúde (PDICSS), da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

Além de Américo Agostinho, que é enfermeiro especialista em prevenção e controlo da infeção, no serviço homólogo nos HUG, participam neste projeto, designado 'Improving perioperative antimicrobial prophylaxis by the use of a computerized decision support system', dois investigadores do CINTESIS, sete dos HUG e um da Universidade de São Paulo.

Na Europa
Dados apresentados no âmbito do 8º Encontro Nacional Clínica de Ambulatório VIH/Hospitais de Dia.

Apesar de ter sido anunciado pela Direção Geral de Saúde que em Portugal estão cumpridas duas das três principais metas definidas pela ONU para as pessoas que vivem com a infeção por VIH – 90% de pessoas diagnosticadas, 90% com o tratamento a funcionar, ou seja, com a carga viral suprimida, mas ainda não há 90% das pessoas diagnosticadas em tratamento -, o país continua a ter uma das maiores taxas de incidência de novos casos de infeção nos jovens (12,2 casos/100 mil habitantes), tendo mais do dobro da média europeia que se situa nos 5,9/100 mil habitantes. Apesar do número total de novos diagnósticos ter descido de 175 para 131 entre 2016 e 2017 respetivamente, a proporção para o total anual de diagnósticos manteve-se igual nos casos de infeção por VIH de jovens com idades entre os 15 e os 25 anos. Esta foi uma das principais conclusões apresentadas ontem pela Dra. Margarida Tavares na palestra “Rastrear adolescentes, não perder Oportunidades” que se realizou ontem e está a decorrer hoje no Centro de Congressos da Alfandega do Porto, no âmbito do 8º Encontro Nacional da Clínica de Ambulatório VIH/Hospitais de Dia, organizado pela Associação de Infeciologistas no Norte, que concentra no norte do país os principais nomes da luta contra a infeção por VIH em Portugal

No 2º e último dia deste encontro que hoje termina, destaque para alguma das as conclusões da mesa redonda “A PrEP: Riscos e Benefícios” com a presença de Tiago Teixeira, Paulo Carinha, Rui Guerreiro e Isabel Aldir, em que o médico Tiago Teixeira afirmou que “por cada 13 pessoas que fazem PrEP previne-se uma infeção por VIH, o que significa um investimento imediato que permite poupar despesa futura”.

 

ESEnfC
Alunos finalistas de Enfermagem vão frequentar ensinos clínicos em 15 estados europeus, em Macau, no Brasil e no México.

É o maior número de sempre. A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) vai enviar, já a partir de agosto, alguns dos 95 estudantes que, só no primeiro semestre do próximo ano letivo (2018-2019), frequentarão ensinos clínicos e estágios profissionais em serviços de saúde de 18 países de três continentes – sete jovens deste contingente optaram por fazer mobilidade nacional, rumando para outras instituições portuguesas.

Neste grupo de estudantes outgoing, 68 alunos vão frequentar mobilidade no âmbito do programa Erasmus + e os restantes ao abrigo de parcerias bilaterais entre a ESEnfC e estabelecimentos de diversos países.

Os jovens em mobilidade no estrangeiro estarão, maioritariamente, em Espanha (20), Inglaterra (16, uma dúzia dos quais recém-licenciada em estágios no Buckinghamshire Healthcare NHS Trust), Itália (6) e Roménia (6).

Bélgica, China (Região Administrativa Especial de Macau), Finlândia, Hungria e Polónia foram outros destinos escolhidos de forma expressiva pelos alunos do curso de licenciatura em Enfermagem.

Em menor número, os finalistas da ESEnfC procuraram, para este período, países como o Brasil, Lituânia, Áustria, Bulgária, Estónia, França, Grécia, Letónia e México.

Acresce, ainda, um grupo de sete estudantes da ESEnfC que quis fazer mobilidade interna, em Portugal (programa Vasco da Gama), e que ficará ligado à Escola Superior de Enfermagem do Porto e ao Instituto Politécnico de Leiria.

A poucas semanas da partida, o coordenador do Gabinete de Relações Nacionais e Internacionais da ESEnfC, professor Fernando Amaral, e o técnico Carlos Beltrão, deixaram aos estudantes algumas dicas para uma mobilidade bem-sucedida. O cuidado a ter na forma como representarão a Escola e o país de origem, a abertura para a descoberta de novas culturas e modos de agir e pensar, mas também a importância de mostrar o que sabem fazer, ou as precauções no momento da reserva de alojamento, foram algumas das muitas questões tratadas numa reunião preparada para o efeito.

No presente ano letivo, registou-se, igualmente, o maior número de sempre de estudantes estrangeiros e de outras instituições portuguesas em mobilidade para formação académica na ESEnfC.

Provenientes de 14 países, 107 estudantes (só de graduação) estiveram, em 2017/2018, na ESEnfC, no âmbito de programas de mobilidade no ensino superior.

 

Diário da República
A autorização para 400 médicos aposentados trabalharem no Serviço Nacional de Saúde em 2018 saiu hoje em Diário da República,...

Em janeiro deste ano, o relatório social do Ministério da Saúde de 2016 mostrou que foi esse ano que teve maior número de profissionais no setor público de saúde desde 2010, ano a partir do qual houve um decréscimo de trabalhadores do setor que só foi invertido a partir de 2015.

Os médicos aposentados no ativo foram crescendo sempre de 2010 a 2016, ano em que atingiram o valor mais elevado, com 301 profissionais em aposentação, mas que quiseram permanecer a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

O número estabelecido no despacho "abrange os médicos atualmente em funções, assim como a renovação e celebração de novos contratos".

Páginas