Cigarros saudáveis ou cientistas comprados
A indústria do tabaco é uma das maiores do século XX e XXI e tem procurado todas as estratégias para se manter como um império....

Os estrondosos resultados económicos das tabaqueiras contrastam com os resultados em termos de saúde pública. O El Pais foi ler e ouvir alguns dos especialistas para perceber como esta indústria andou ao longo do tempo a enganar os fumadores para manter em alta os níveis de consumo de tabaco.

Miguel Ángel Martínez-González, catedrático de Medicina Preventiva e Saúde, no seu livro Saúde, a Ciência Certa, lembra que "100 milhões de pessoas morreram por causa dos cigarros ao longo do século XXI" e em Espanha calcula-se que existam 150 mortes por dia devido ao tabaco. "O cancro do pulmão dificilmente existiria se não fosse o tabaco", afirma o especialista. E diz, segundo o Diário de Notícias, que foram várias as mentiras da indústria para contornar as desconfianças dos fumadores.

Mensagem envenenada "que as crianças não fumam"
No princípio dos anos 1990, "os fabricantes de tabaco introduziram toupeiras nas agências de saúde pública para difundirem a mensagem que era preciso evitar que as crianças fumassem". Foi Stanton Glantz, professor de Medicina da Universidade da Califórnia em São Francisco e um dos grandes investigadores dos efeitos destrutivos do tabaco na saúde humana, que o relatou numa investigação publicada no American Journal of Public Health . Martinez-González considera que o que parecia um exercício de responsabilidade social era, afinal, um plano maquiavélico que se pode resumir na ideia subliminar: "Queres deixar de ser criança? Fuma". O autor garante que esta estratégia foi intencional com base base documentos internos da indústria tabaqueira.

Os cigarros "mais saudáveis" que também matam...
Quando os efeitos nefastos do tabaco já eram impossíveis de negar, o império tabaqueiro lançou uns "cigarros mais saudáveis" com menos alcatrão e nicotina. As instituições de saúde pública acreditaram mesmo que estes cigarros iriam reduzir os danos, o que se revelou, segundo o autor, uma "miragem" que contribuiu para explicar o fracasso da luta contra o tabaco. Martínez-González afirma que só quando uma estratégia de tolerância zero e medidas ambientais foram adotadas (espaços livres de fumo) é que começaram "conquistas importantes".

A viciação na nicotina
O especialista em Saúde Pública afirma que o setor tabaqueiro fez os seus próprios estudos, adiantando-se ao conhecimento cientifico, para conseguir usar a dose certa de nicotina nos cigarros, mesmo os light, para manter o mercado. Segundo Martínez-González, "calcularam quanto tinham que reduzir os níveis para que cada cigarro tivesse menos tóxicos, mas com a dose exata para levar os fumadores a acender mais cigarros, ou seja, consumir mais unidades".

A promoção feita por médicos, atores, desportistas
A batalha do tabaco nunca foi vencida porque a sua promoção passou por algumas figuras mais emblemáticas da sociedade, até por médicos. "Havia um amplo repertório de propaganda em favor do tabaco, que incluía anúncios na imprensa escrita, outdoors, filmes e documentários, museus, eventos desportivos e até mesmo atividades voluntárias que indiretamente promoviam marcas de cigarros", afirma Martínez-González, Os filmes tiveram um efeito propagador, como o que Paul Newman e Geraldine Page, em "Corações na Penumbra", aparecem a fumar ao mesmo tempo.

Deixar os homens e virar-se para as mulheres
"A indústria sabia, antes mesmo dos cientistas que o tabaco causava cancro e escondia-o", afirma Martínez-González. Só em 1999, a Philip Morris reconheceu, ao contrário das outras indústrias, essa relação. Mas em 1964, conheceu-se os malefícios do tabaco nos EUA e as "classes sociais com um nível superior de Educação começaram a perceber os problemas do fumo". Então, diz o autor, a indústria virou-se para as classes mais baixas e concentrou-se nas mulheres. "A explosão de vendas na China foi impressionante", refere o especialista.

Cientistas comprados
Martínez-González denuncia também que o império do tabaco comprou cientistas. Aponta o dedo a Karl Pearson, um dos mais reputados especialistas, que, diz González, foi incentivado a dizer que os estudos sobre o cancro e o tabaco tinham erros.

Os cigarros electrónicos
Há vários anos que o consumo de tabaco registava uma redução entre as camadas jovens nos Estados Unidos, mas a tendência tem-se alterado por causa de uma nova geração de cigarros eletrónicos. Desta vez não são os filmes ou os acontecimentos desportivos, mas campanhas publicitárias nas redes sociais, segmentadas para um público jovem. Martínez-González lembra que em paralelo a Philip Morris avançou com uma campanha de dois milhões de euros em que incentiva os britânicos a deixar de fumar, mas em troca espera que os fumadores passem para o IQOS, o cigarro sem combustão da mesma empresa.

Na Suíça
Uma equipa de cientistas suíços desenvolveu uma técnica inovadora de estimulação elétrica, aplicada na espinal medula de três...

Com uma técnica de estimulação elétrica na espinal medula, três paraplégicos conseguiram voltar a andar. Este foi o resultado do trabalho de uma equipa de investigação suíça, que implantou elétrodos na zona lombar da espinal medula de três pacientes.

Uma estimulação elétrica que, combinada com sessões de reabilitação quase diárias, ao longo de cinco meses, fez com que os suíços David Mzee e Sebastian Tobler e o holandês Gert-Jan Oskam, que sofreram lesões na espinal medula há mais de quatro anos, conseguissem voltar a andar com a ajuda de muletas ou de um andarilho.

A técnica inovadora foi testada inicialmente em ratos, em 2014, e em macacos, 2016, e agora chega aos humanos. Os resultados estão publicados nas revistas especializadas Nature e Nature Neuroscience, escreve o Diário de Notícias.

"Dar um, dois, três passos sem as mãos nas barras paralelas... foi uma loucura, porque antes, simplesmente, não conseguia andar", afirmou David Mzee, citado pelo jornal El País.

Com esta técnica, a equipa de cientistas, liderada pelo neurocirurgião Grégoire Courtine, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça, pôde observar que os três pacientes recuperaram o controlo voluntário dos músculos das pernas, mesmo sem estimulação elétrica.

Ajudar o cérebro
De acordo com a Escola Politécnica Federal de Lausanne, o método, designado por STIMO (Stimulation Movement Overgriound), permite que a função neurológica se mantenha, mesmo sem estimulação eletrónica. Isso deve-se, explica a equipa de cientistas, à estimulação direcionada a zonas muito específicas e temporizadas, em vez de ser contínua. Segundo Couthrine, a estimulação elétrica é realizada "com a precisão de um relógio suíço".

Jocelyne Bloch, médica de neurocirurgia do hospital universitário de Lausanne, que colocou cirurgicamente os implantes nos três pacientes detalha: "implantamos um conjunto de elétrodos sobre a medula espinal que nos permite atacar grupos musculares individuais nas pernas". Ou seja, foram "configurações selecionadas de elétrodos" que ativaram "regiões específicas da espinal medula, imitando os sinais que o cérebro forneceria" para os pacientes andarem.

Uma estimulação elétrica que é controlada em tempo real através de sensores nos pés dos pacientes, que enviam impulsos para os elétrodos implantados na zona lombar, mas não de uma forma contínua de modo a imitar os sinais elétricos enviados pelo cérebro.

Uma semana após o início do tratamento, os resultados começaram a ser visíveis. "Todos os pacientes conseguiam andar usando o peso corporal numa semana. Soube imediatamente que estávamos no caminho certo ", afirmou Bloch.

"Foi incrível ver estes pacientes moverem as pernas sem estimulação elétrica", disse a especialista no vídeo divulgado pela Escola Politécnica Federal de Lausanne. Nas imagens é possível ver o suíço David Mzee a caminhar sem recorrer a qualquer tipo de ajuda.

Apesar do sucesso, neurocirurgião é cauteloso
"As nossas descobertas são baseadas numa profunda compreensão dos mecanismos subjacentes que adquirimos através de anos de pesquisa em animais. Fomos capazes de imitar em tempo real como o cérebro naturalmente ativa a espinal medula", explica, por sua vez, Coutrine, que, ainda assim, mostra-se cauteloso com os resultados conseguidos". É ótimo andar no laboratório, mas não é suficiente, ainda há muito a fazer", alerta.

O próximo passo para esta equipa de cientistas é aplicar o método logo após uma lesão na espinal medula quando a probabilidade de recuperação é maior.

Estimulação elétrica nos EUA
Em setembro deste ano, nos EUA, uma equipa de cientistas revelou os resultados que obteve ao recorrer à estimulação elétrica em três paraplégicos. Foi colocado um dispositivo elétrico na coluna vertebral nos três pacientes que permitiu, em conjugação com meses de intensa reabilitação, que voltassem a andar.

Mas o avanço alcançado não se pode considerar uma cura, sublinharam os investigadores, uma vez que os pacientes apenas conseguiam caminhar com assistência, seja de um andarilho ou outra qualquer ajuda que lhes permita manter o equilíbrio. Ao ser desligado o estímulo elétrico, os pacientes voltaram a não conseguir mover as pernas de forma voluntária.

A diferença entre os dois estudos centra-se na forma como é aplicada a estimulação elétrica. Enquanto a equipa suíça estimula a espinal medula de forma direcionada, nos EUA, os cientistas optaram por fazê-lo de forma contínua.

Optometristas
A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria acaba de estabelecer uma parceria com a campanha global Our Children’s...

“Se pretendemos atingir o acesso universal aos cuidados para a saúde da visão e produzir um impacto no desenvolvimento sustentado, necessitamos de o fazer todos em conjunto. A Our Children’s Vision está a ajudar a consciencializar para os problemas da visão e como eles influenciam os mais novos e a APLO está orgulhosa de fazer parte da divulgação desta mensagem. Esta é uma oportunidade para combinar os nossos esforços e partilhar experiências na prestação de cuidados efetivos às crianças”, disse Raúl Alberto de Sousa, Presidente da Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO).

A Our Children’s Vision tem atualmente 85 organizações parceiras, distribuídas por 63 países. A filosofia é trabalhar em conjunto para que todas as crianças, independentemente do seu género, estatuto económico ou localização geográfica, tenham a oportunidade para ver nitidamente. Até à data a campanha alcançou e prestou cuidados para a saúde da visão a 27 milhões de crianças.

“Estamos entusiasmados com o facto da APLO se ter juntado à nossa campanha e promover a nossa causa em Portugal. Assegurar-nos que as crianças tenham visão saudável é uma causa que todos podem apoiar. Sabemos que as crianças em Portugal necessitam de cuidados para a saúde da visão – e também correção dos problemas da visão – e nós sabemos de facto que nem todas o estão a receber. A APLO está a trabalhar para mudar isso”, disse Hasan Minto, Diretor do programa Our Children’s Vision.

A Our Children’s Vision é uma iniciativa global que aumenta, acelera e expande os serviços de cuidados para a saúde da visão para mais crianças em todo o mundo. A campanha está a trabalhar para fornecer cuidados para a saúde da visão a 50 milhões de crianças até 2020. Para saber mais sobre a Our Children’s Vision e a coligação de parceiros, visite www.ourchildrensvision.org.

Ásia-Pacífico
As Nações Unidas lamentaram hoje os poucos avanços na luta contra a subnutrição na região da Ásia-Pacífico, devido à pobreza,...

"A região da Ásia-Pacífico alberga mais da metade das pessoas subnutridas do mundo", disse a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), numa declaração conjunta com outras agências da ONU.

A FAO lamentou o "progresso lento" contra a desnutrição e a obesidade, apesar de décadas de crescimento económico na região, e exortou os países a aumentarem os esforços para acabarem com todas as formas de desnutrição até 2030, um objetivo alinhado com os compromissos da ONU.

Em 2017, o número de pessoas subnutridas na Ásia-Pacífico totalizou 486,1 milhões (11,4% da população total), em comparação com 486,5 milhões (11,5% do total) no ano anterior, apontou a FAO.

A desnutrição afetou 11,6% da população da região em 2015, 13,8% em 2010 e 17,7% em 2005.

Especialistas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), do Programa Alimentar Mundial e da Organização Mundial de Saúde das Nações Unidas também colaboraram no relatório.

"A desnutrição cobre um espetro muito amplo e afeta pessoas de todas as idades - variando desde a desnutrição severa ao sobrepeso e à obesidade", disseram as agências no comunicado conjunto, que alertou para estes perigos especialmente em crianças.

Um total de 79 milhões de crianças, ou uma em cada quatro com menos de cinco anos, sofre de problemas de desenvolvimento e 12 milhões sofrem de desnutrição severa que coloca as suas vidas na Ásia-Pacífico em risco.

"A triste realidade é que um número inaceitável de crianças na região continua a enfrentar os múltiplos problemas da desnutrição, apesar de décadas de crescimento económico. Isto pressupõe uma perda humana colossal, dada a associação entre desnutrição e um pobre desenvolvimento cognitivo", sublinham os autores.

O aumento dos desastres naturais devido às mudanças climáticas, bem como o acesso limitado a alimentos saudáveis, água potável e instalações sanitárias, contribuem para a desnutrição entre adultos e crianças.

O relatório também observa que cerca de 14,5 milhões de crianças com menos de cinco anos têm excesso de peso devido ao aumento do consumo de alimentos baratos e insalubres devido ao seu alto teor de sal, açúcar e gordura e baixo teor de nutrientes.

Embora o excesso de peso tenha aumentado em toda a região desde 2000, os dados variam, desde a redução de 16% no leste da Ásia e um aumento de 128% no sudeste da Ásia.

Gustavo Carona
Gustavo Carona, médico português que participa em missões humanitárias há nove anos, afirmou ser necessário as pessoas...

Em entrevista, o anestesista e intensivista de 38 anos falou sobre as experiências, dificuldades e a gestão do medo nas várias missões que fez, em países como a Síria, Afeganistão, Iraque e a República Democrática do Congo.

“A ajuda humanitária precisa de pessoas profissionais. O voluntariado é muito importante por proximidade, nos equilíbrios sociais duma cidade, em que uma pessoa ajuda quem está ao lado. Este tipo de ajuda [humanitária] tem de ser dada por profissionais senão não fazem as coisas bem feitas. Por isso é preciso muito dinheiro, compromisso e experiência. As pessoas têm a ideia de que vão para África com as mãos no ar, salvar o mundo numa semana ou duas e isto não existe”, afirmou.

Admitiu estar a ser “incisivo” na crítica ao voluntariado para explicar o seu ponto de vista sobre o apoio que defende ser necessário dar em zonas de grande conflito, designadamente a organizações não governamentais, como os Médicos Sem Fronteiras, instituição com a qual fez quase todas as missões em que participou.

“[As pessoas] não dão dinheiro porque não sabem o que [as organizações] fazem com ele. Não podemos viver neste clima de suspeição, são organizações muito sérias que fazem auditorias com as maiores empresas do mundo. Há de sempre haver casos, erros estratégicos, investimentos feitos que correram mal, roubos que ocorreram no local ou situações fora do controlo, mas são organizações sérias e que em circunstância alguma funcionam sem a dádiva de quantias monetárias, quer individuais, quer de empresas ou governos”, explicou.

Para Gustavo, “mandar roupa ou comida é [apenas] uma agulhinha naquilo que é preciso ser feito”.

O médico estreou-se em missões humanitárias em 2009, na República Democrática do Congo, depois seguiu para o Paquistão, um país “muito heterogéneo”, onde enfrentou o “contexto mais duro e intenso em termos sociológicos e clínicos, fruto da ignorância”.

Exemplificou com a história de uma mulher grávida que morreu, juntamente com o filho, porque o homem que a acompanhava não deu autorização para uma fazer uma cesariana.

Nestas missões, os médicos estrangeiros têm um conjunto de regras às quais se têm que adaptar, sendo que as médicas estrangeiras, por exemplo, “não podem falar alto, fumar, correr, têm de estar de cara tapada e não podem olhar um homem nos olhos”.

“Enquanto estrangeiros, ainda que estejamos ali para salvar a vida daquela população, estamos a ser observados, avaliados e aceites ou não a todo o minuto. Isto faz com que o ar fique mais pesado para se respirar. Sabemos que rapidamente poderemos por todo o projeto em risco, o que significa muitas vidas. É nessa medida que digo que [o Paquistão] foi o mais difícil”, contou.

Na Síria, Gustavo chegou a falar indiretamente, através de um tradutor, com doentes que pertenciam à Al-Qaeda e confessou ser “estranho estar a salvar a vida a alguém que tem uma má índole” ou que, em circunstâncias diferentes, lhe quisesse fazer mal.

“Como médico sou uma máquina, não tenho sentimentos, não faço julgamentos, atuo. Como pessoa tenho reflexões. Estas pessoas vão ficar a pensar que houve ocidentais que lhes salvaram a vida e tenho a certeza de que isto tem um impacto no resto da vida deles. Acho que este é segredo da ajuda humanitária como solução para os problemas, esta interação com as pessoas, porque no fundo somos todos iguais. O facto de estarmos tão distantes um dos outros é que nos faz criar alguma crispação”, considerou.

O médico revelou que gere o medo com o “estar lá e perceber que não é o bicho de sete cabeças que pode parecer” e que, ainda assim, os medos que tem “são superados pelas motivações”, porque a vontade de ajudar “consegue eliminar os medos”.

“Pode parecer utópico, mas trabalho a minha cabeça no sentido da minha vida não valer mais que a dos outros. Se eu tenho a capacidade de salvar vidas não posso achar que só porque corro algum risco vou deixar de o fazer, quando a minha presença lá tem um impacto direto em tantas vidas e indireto em muitas mais”, sublinhou.

Até quando vai continuar a participar em missões não sabe, mas assegurou que “a vontade de desistir não existe” e que é “impossível deixar de querer ter um papel ativo, seja de que forma for”, mantendo a esperança de não perder o “idealismo e a vontade" em contribuir para "um mundo melhor”.

“O meu propósito é fazer parte da paz”, concluiu.

O médico apresenta no sábado, no Porto, os seus livros "O mundo precisa de saber" e "1001 cartas de Mosul", na Faculdade de Medicina, obras que surgiram após as suas experiências em missões humanitárias.

Gustavo Carona
“O mundo precisa de saber” é o título do livro que o médico português Gustavo Carona apresenta no sábado, no Porto, uma...

Em entrevista, o anestesista de 38 anos contou como uma lesão o afastou do desporto e o levou para a medicina, área pela qual se apaixonou, e como uma viagem a Moçambique lhe deu a “sensação que seria obrigatório usar os saberes onde mais são precisos”, começando aí um trajeto de nove anos de missões humanitárias por zonas de conflitos mundiais.

Foi na antiga colónia portuguesa que abriu “os olhos para o que se passava no terreno” e conheceu algumas pessoas dos Médicos Sem Fronteiras (MSF). Percebendo que os seus “sonhos passavam por aí”, pouco depois juntava-se à organização e estreava-se na primeira missão humanitária, no Congo, em 2009.

Depois dessa missão surgiu a necessidade da escrita, não só por vontade de dizer às pessoas o que se passava ali, mas porque durante uma viagem de dois meses pelo continente africano leu, numa revista turística, que “houve uma guerra [no Congo]”, mas que já tinha acabado.

“Quando vi aquilo comecei a chorar. Uma publicação tão fidedigna, lida em todos os países, e escrevem uma coisa destas, quando tinha acabado de sair de lá e tinha visto o sofrimento de tanta gente, as consequências do conflito em milhões de pessoas. Aquilo foi uma estaca que entrou no meu coração. Como é possível ser esta a opinião que passa para o mundo?”, questionou.

Depois de seis meses em África, quando regressa ao seu dia a dia sente “uma certa revolta com o consumismo e a superficialidade”, algo que tentou combater por sentir que não tem “direito de fazer julgamentos morais ou críticas invasivas em relação ao que as pessoas fazem”.

“É difícil sair desse prisma, de ser convicto nos ideais, sem atacar o estilo de vida das outras pessoas que são diferentes. Entrar num ‘shopping’ e ver pessoas a entrar em lojas de marca, quando passei tanto tempo a ver crianças com a mesma ‘t-shirt’ todos os dias e a gola a passar o umbigo. Ver tanta pobreza e sofrimento e sentir que estamos preocupados em comprar o último modelo de um telemóvel. É difícil sentirmo-nos bem com este desequilíbrio e injustiças”, admitiu.

A apresentação de “O mundo precisa de saber”, marcada para a Faculdade Medicina do Porto, inclui também o lançamento do livro “1001 cartas de Mossul”, uma resposta dos iraquianos à sua obra “1001 cartas para Mossul”, lançada em 2017.

A ideia desta “carta” surgiu como “uma espécie de epifania” quando soube da possibilidade de ir para o antigo bastião do Estado Islâmico no norte do Iraque, tendo ficado emocionado quando leu os “relatos das passagens de médicos pelo local” e achou ser “o momento de pôr em prática algo" que diz sentir.

“Eu levo na minha mochila muito mais que os meus conhecimentos, levo todas as pessoas que acreditam naquilo que eu faço e nos ideais humanitários que eu acredito. Compilar este livro era uma forma de materializar este sentimento. Há muita gente que acredita que este é o caminho, o da mistura de povos, pacificação, enviar cuidados de saúde em vez de enviar mais bombas e, por isso, comecei a desenvolver a ideia”, explicou.

Não podendo levar comida, medicamentos ou roupa, Gustavo optou por levar as palavras, transportando consigo algo que ajudasse as pessoas a sentirem que “fazem parte de um mundo humanitário inatingível à maioria” e que tivesse “um impacto positivo na população do norte do Iraque que estava e está a sofrer o inimaginável”.

Neste momento, o médico anestesista está a escrever o segundo livro original, que vai relatar duas passagens pela República Centro Africana, a missão em Mossul e um regresso ao Congo, de onde chegou há cerca de um mês.

No próximo mês parte para o Burundi e tem também agendadas missões no Iémen, em fevereiro, e em abril segue para a Faixa de Gaza.

OMS
As autoridades de Macau classificaram ontem como “um marco importante na história da saúde pública” o facto da Organização...

“Este ano, (…) a Região Administrativa Especial de Macau [RAEM] tornou-se num dos primeiros cinco países e regiões certificados com a eliminação da Rubéola na região do Pacífico Ocidental, (…) um marco importante na história da saúde pública de Macau”, sublinharam as autoridades em comunicado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) - Delegação do Pacífico Ocidental anunciou na terça-feira que a RAEM, a Austrália e o Brunei passam a constituir, com a Nova Zelândia e a Coreia do Sul, o grupo das cinco territórios (entre 37 países e regiões da região do Pacífico Ocidental) que estão livres do vírus da Rubéola.

A Rubéola é uma doença transmissível aguda do trato respiratório e transmite-se sobretudo pelo contacto com as secreções do nariz e da garganta dos doentes.

As autoridades de Macau prometeram continuar a “fortalecer o sistema de vigilância da Rubéola e melhorar o programa de vacinação de acordo com os padrões da OMS” e destacam o esforço ao nível da política de saúde na área da prevenção.

“O controlo de doenças, através da vacinação disponível, assume fulcral importância, quer no trabalho de prevenção médica e quer na política de saúde, o que tem alcançado resultados notáveis”, destacam as autoridades.

Em 2000, a RAEM foi certificada como zona livre de poliomielite. Quatro anos depois, Macau tornou-se num dos dois primeiros territórios da região do Pacífico Ocidental certificados pelo controlo da hepatite B entre crianças.

Já em 2014, a RAEM passou a ser um dos primeiros quatro territórios da região do Pacífico Ocidental livres do sarampo, segundo a OMS.

Estudo
Os futebolistas são mais propensos a sofrer problemas de ansiedade e depressão, de acordo com as conclusões de um estudo do...

De acordo com o estudo, 38% dos jogadores ativos no futebol relataram ter sofrido sintomas de depressão em 2015, de acordo com os dados apresentados.

"O discurso público em torno da saúde mental nos desportos de elite está a mudar, e os atletas estão na linha da frente para melhorar a forma como a sociedade lida com esses problemas de saúde", disse Jonas Baer-Hoffmann, secretário-geral do sindicato internacional dos futebolistas (FIFPro).

De acordo com o comunicado emitido na página oficial da organização na Internet, o objetivo principal deste encontro é o de alertar para a saúde mental e para os vários sindicatos dos jogadores para darem assistência aos seus membros.

"Isto é encorajador, mas, ao mesmo tempo, a maioria dos jogadores ainda não recebe todo o apoio de que precisa. O ‘workshop’ faz parte de uma iniciativa ainda maior promovida pela FIFPro para construir vários sistemas de apoio para os jogadores em todos os países membros", concluiu.

Conhecida por calvície
A alopécia, também designada calvície, resulta da queda total ou parcial dos cabelos ou pêlos do cor
Homem com alopécia

A alopécia, vulgarmente conhecida por calvície, é a redução parcial ou total de pêlos ou cabelos numa determinada área da pele. Ela apresenta várias causas, podendo ter uma evolução progressiva, resolução espontânea ou controlada com tratamento médico.

As formas de alopécia podem dividir-se em cicatriciais (em que há inflamação e perda de folículos pilosos) e não cicatriciais (em que os folículos pilosos estão preservados, pelo que, a alopécia é muitas vezes reversível).

As alopécias cicatriciais resultam, habitualmente, de doenças da própria pele ou estão associadas a alterações do sistema imunitário.

As causas mais comuns de alopécia não cicatricial são: alopécia androgénica, alopécia areata, eflúvio ou deflúvio telógeno, tinea capitis, alopécia traumática (mais frequentemente em pessoas com tricotilomania, isto é, hábito irresistível de arrancar cabelos ou pelos), alopécia induzida por fármacos e algumas doenças, tais como lúpus eritematoso sistémico e sífilis secundária.

A alopécia androgénica é a perda progressiva de cabelos devido a predisposição genética e à acção dos androgénios sobre os folículos pilosos, podendo ocorrer em homens (mais frequentemente) ou em mulheres, embora com padrões distintos em cada um dos sexos.

A alopécia areata é a perda de pelos, rápida e localizada, em áreas redondas e ovais, habitualmente no couro cabeludo. A perda completa de todos os pelos do corpo (estádio terminal da alopécia areata) designa-se alopécia universal.

O eflúvio telógeno é o aumento da perda diária de cabelos, que pode originar áreas de rarefacção. Habitualmente é desencadeado por um evento (por exemplo, doença grave) ocorrido seis a 16 semanas antes.

Alopécia androgénica

A alopécia androgénica ou calvície masculina é uma manifestação fisiológica que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos levando à "queda dos cabelos", que sofrem um processo de miniaturização. A herança genética pode vir do lado paterno ou materno.

A alopécia androgénica é resultado da estimulação dos folículos pilosos por hormonas masculinas que começam a ser produzidas na adolescência (testosterona). Ao atingir o couro cabeludo de indivíduos com tendência genética para a calvície, a testosterona sofre a acção de uma enzima, a 5-alfa-redutase, e é transformada em diidrotestosterona (DHT).

É a DHT que vai agir sobre os folículos pilosos promovendo a sua diminuição progressiva a cada ciclo de crescimento dos cabelos, que vão se tornando menores e mais finos. O resultado final deste processo de diminuição e afinamento dos fios de cabelo é a calvície.

Sintomas da alopécia

A característica principal é a queda continuada dos cabelos com substituição por fios cada vez mais finos e menores até a interrupção do crescimento, levando à rarefacção dos pelos e ao afastamento da linha de implantação para trás.

A progressão do quadro leva à calvície masculina, caracterizada pela ausência de cabelos na parte superior e frontal da cabeça, poupando as áreas laterais e posterior.

Pode verificar-se uma produção aumentada de oleosidade e descamação no couro cabeludo devido à dermatite seborreica (caspa), mas que não tem nenhuma relação com o processo de queda e diminuição dos cabelos.

As mulheres também podem ser atingidas, porém só muito raramente chegam à calvície total. Em geral, apresentam um quadro de rarefacção difusa dos pelos que também tornam-se mais finos. Geralmente as manifestações da calvície feminina agravam-se após a menopausa.

Tratamento da alopécia

O tratamento visa o prolongamento da vida útil dos folículos pilosos retardando ou interrompendo o processo de queda dos cabelos. Pode ser feito através do uso de substâncias aplicadas directamente no couro cabeludo ou com medicamentos por via oral.

No caso das mulheres, produtos que diminuem a acção das hormonas androgénicas sobre os cabelos também são uma opção de tratamento.

A indicação do tratamento mais apropriado vai depender de cada caso, devendo ser feita por um médico dermatologista, pois o quadro clínico varia muito de pessoa para pessoa.

Alopécia areata

Este tipo de alopécia, conhecida vulgarmente como "pelada", é uma doença de causa desconhecida que atinge igualmente homens e mulheres, caracterizando-se pela queda repentina dos pêlos nas áreas afectadas, sem alteração da superfície cutânea.

Entre as possíveis causas, estão uma predisposição genética que seria estimulada por factores desencadeantes, como o stress emocional e fenómenos auto-imunes.

Sintomas da alopécia areata

A doença caracteriza-se pela queda repentina dos pêlos formando placas circulares de alopécia ("pelada"), sem alteração da pele no local, que se apresenta sem qualquer sinal inflamatório. Pode atingir o couro cabeludo e também outras regiões como a área da barba, supercílios, cílios ou qualquer outra região pilosa.

A "pelada" pode ter remissão espontânea ou tornar-se crónica, com o surgimento de novas lesões e evolução para a alopécia total, que atinge todo o couro cabeludo e até mesmo para a alopécia universal, quando caem todos os pêlos do corpo. Estes casos são de controlo mais difícil.

Geralmente, a doença não se acompanha de nenhum outro sintoma. A repilação pode ocorrer totalmente em semanas ou meses e, algumas vezes, os pêlos nascem brancos para depois repigmentarem. É comum ocorrer a recidiva das lesões.

Tratamento da alopécia areata

São vários os tratamentos utilizados na alopécia areata e a característica clínica de cada caso é que determinará qual deles deve ser utilizado. As terapêuticas utilizadas podem ser de uso local ou sistémico e a duração do tratamento vai depender da resposta de cada doente. O diagnóstico e o tratamento da alopécia areata deve ser feito por um médico dermatologista.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico e/ou Farmacêutico.
Investigadores
Os cães podem ser treinados para farejar certos tipos de cancro, assim como pessoas em risco de sofrer coma diabético e...

De acordo com as descobertas apresentadas no encontro anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene, os cães treinados para farejar parasitas da malária acusaram a presença da doença transmitida por mosquitos apenas através do cheiro de meias de crianças que deram positivo num exame posterior de deteção de malária, embora estas não apresentassem febre ou outros sintomas externos.

A malária mata anualmente cerca de 445.000 pessoas em todo o mundo e é causada por parasitas que são transmitidos por mosquitos infetados, escreve o Sapo.

Maior número de casos
Os número de casos de malária estão em ascensão em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que houve 216 milhões de casos de malária em 2016, um aumento de cinco milhões em relação ao ano anterior.

"É preocupante, o nosso progresso no controlo da malária estagnou nos últimos anos, por isso precisamos desesperadamente de novas ferramentas inovadoras para ajudar na luta contra essa doença", afirmou o coautor do estudo, James Logan, do chefe do departamento do controlo de doenças da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

"Os nossos resultados mostram que cães farejadores podem ser uma forma 'séria' de diagnosticar pessoas que não apresentam nenhum sintoma", explicou.

No total, 175 meias foram testadas, incluindo 30 de crianças portadoras de malária na Gâmbia e 145 de crianças não infetadas.

Os cães conseguiram identificar corretamente 70% das amostras infetadas com malária.

Os animais também foram capazes de identificar 90% das amostras sem parasitas da malária.

Mais investigações
O investigador-chefe, Steve Lindsay, professor do departamento de biociências da Universidade de Durham, comenta que as descobertas traduzem um "grau de precisão credível".

São, no entanto, necessárias mais investigações: os especialistas esperam que as descobertas possam levar a uma "maneira não invasiva de rastrear a doença nos portos de entrada de forma semelhante a como cães farejadores são rotineiramente usados para detetar frutas, vegetais ou drogas em aeroportos", acrescentou.

"Isso poderá ajudar a prevenir a propagação da malária em países que foram declarados livres da doença e também garantir que pessoas que não sabem que estão infetadas com o parasita da malária recebam tratamento para a doença", disse ainda.

Relatório revela
O planeta perdeu em mais de 40 anos 60% dos seus animais selvagens por culpa da ação humana, segundo um relatório do Fundo...

O declínio da população de espécies de mamíferos, pássaros e peixes é, de ano para ano, cada vez mais alarmante, alerta a associação ambientalista WWF, que adiantou que entre 1970 e 2014 desapareceu 60% da vida selvagem do planeta.

“Preservar a natureza é muito mais do que simplesmente proteger tigres, pandas, baleias, que nós estimamos”, sublinhou o diretor da WWF, Marco Lambertini, acrescentando, citado pela agência France Presse, que a questão “é bem mais vasta”.

“Não é possível um futuro são e próspero para os homens num planeta com um clima instável, oceanos esgotados, solos degradados, florestas esvaziadas, um planeta despojado da sua biodiversidade”, disse.

Regiões mais afetadas
O declínio da fauna abrange todo o globo, mas há regiões particularmente afetadas, como os trópicos, segundo os dados da 12.ª edição do relatório ‘Planeta Vivo’, publicado em conjunto com a Sociedade Zoológica de Londres e baseado no acompanhamento de 16.700 populações de quatro mil espécies.

A 10.ª edição do relatório já dava conta de um declínio de 52% entre 1970 e 2010 entre as espécies selvagens, escreve o Sapo, tendo esse declínio sofrido uma acentuação de oito pontos percentuais em apenas quatro anos. Segundo o estudo, nada parece ser capaz de travar essa tendência.

A zona das Caraíbas/América do Sul revela um balanço assustador: menos 89% de espécimes em 44 anos. A América do Norte/Gronelândia registou no mesmo período um declínio na fauna de 23% e a vasta área que abrange Europa/Norte de África/Médio Oriente registou uma quebra de 31%.

A destruição dos habitats naturais e a agricultura intensiva, assim como a extração mineira e a urbanização do território, que forçam a desflorestação e o esgotamento dos solos, são apontados como as principais causas para o problema.

No Brasil, por exemplo, onde acaba de ser eleito um presidente que não manifestou no seu programa eleitoral qualquer preocupação com a desflorestação nem com o aquecimento global, a floresta amazónica vai perdendo a guerra contra os lucros da exploração de soja e da criação de bovinos, refere a AFP. Apenas 25% dos solos em todo o mundo estão livres da ação humana, um cenário que os cientistas estimam que se agrave, prevendo que em 2050 a percentagem seja apenas de 10%. A isto junta-se a pesca e caça intensivas, poluição, espécies invasivas, doenças ou alterações climáticas, alerta a WWF.

“O desaparecimento dos recursos naturais é um problema ético, com consequências no nosso desenvolvimento, nos empregos e no comércio”, sublinhou o diretor geral da WWF France Pascal Canfin. “Pescamos menos que há 20 anos, porque o ‘stock’ disponível diminuiu. O rendimento de algumas culturas começa a baixar. Em França o trigo estagnou desde os anos 2000”, disse.

Os “serviços prestados pela natureza” (água, polinização, estabilização dos solos, entre outros) foram estimados por economistas em 125 biliões de dólares anuais, metade do PIB mundial.

A cada ano, o dia em que o planeta esgota os recursos que consegue renovar anualmente acontece mais cedo. Em 2018 foi a 01 de agosto. “Somos a primeira geração a ter uma visão clara do valor da natureza e do nosso impacto sobre ela. Podemos ser a última a poder inverter a tendência”, alerta a WWF, que apela à ação até 2020, “um momento decisivo na história”, uma “janela sem precedentes que se pode fechar rapidamente”.

 

Voluntários
O peditório nacional da Liga Portuguesa Contra o Cancro começa hoje e durante cinco dias milhares de voluntários vão recolher...

Identificados com o colete da instituição e com os cofres lacrados com o símbolo da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), os voluntários participam no peditório que “constitui a mais importante fonte de financiamento da instituição, nomeadamente para dar resposta aos cada vez mais frequentes pedidos de apoio que permitem que a LPCC continue a levar cabo a sua missão”, refere o gabinete de imprensa da Liga.

No ano passado, a LPCC disponibilizou mais de um milhão de euros para a compra de medicamentos, próteses, transporte para consultas e tratamentos assim como para alimentação dos doentes mais carenciados, segundo dados disponibilizados no site da Liga.

Pelo segundo ano consecutivo, Cristiano Ronaldo volta a ser o embaixador da campanha, cujo lema é “Ser o melhor do mundo é dizer sim a esta causa”.

A campanha começa hoje com uma iniciativa simbólica junto à estação de metro do Rato, em Lisboa, com a participação da atriz e apresentadora Adelaide de Sousa.

O peditório nacional serve também para divulgar as atividades da LPCC e está organizado em diversas áreas geográficas do país, de acordo com as orientações dos respetivos Núcleos Regionais.

No ano passado foram atribuídos quase 510 mil euros a 29 bolsas de investigação, a seis centros de investigação e a 76 ações de apoio à formação em oncologia.

A Liga permitiu a realização de mais de 343 mil mamografias em 30 unidades móveis e sete fixas.

No ano passado estiveram ligados a esta causa cerca de 24.500 voluntários e foram acompanhados mais de sete mil doentes em centros de dia e 166 doentes foram recebidos em lares da Liga.

Realizaram-se ainda 6.659 consultas e foram acompanhados 1.246 doentes no âmbito do programa de consulta de psi-oncologia.

A Linha Cancro da Liga recebeu mais de quatro mil chamadas e e-mails em apenas um ano.

Este de França
A agência pública de Saúde de França anunciou ontem que foram detetados 11 novos casos de bebés nascidos com malformações nos...

Os casos ocorreram no este de França.

Segundo este organismo, entre 2000 e 2008 identificaram-se, no departamento de Ain, sete casos suspeitos de bebés aos quais faltava um braço, antebraço, mão ou alguns dedos sem outra malformação destacável associada, anomalias cromossómicas ou comportamentos de risco dos pais, como a ingestão de drogas ou álcool.

Entre 2009 e 2014, houve mais quatro casos, que se somam aos sete de bebés nascidos em Ain no mesmo período e já contabilizados no início deste mês.

Nesta altura também foram conhecidos quatro casos, entre 2011 e 2013, na localidade de Guidel (noroeste) e sete entre 2007 e 2008, em Mouzeil (oeste), pelo que no total foram identificados 29 casos.

Numa informação apresentada a 04 de outubro, a agência realçou que nenhum fator ambiental se revelou como causa provável.

No comunicado, a Saúde Pública de França destacou que estão a ser desenvolvidas novas investigações e sublinhou que as pesquisas efetuadas anos depois do nascimento são complicadas, pelo que é importante dispor de um registo fiável.

Acrescentou que, para garantir uma vigilância efetiva das anomalias congénitas, foi criada uma federação de registos que congregue a recolha de informação numa base de dados comum.

O alerta ocorreu no início do mês, após o aviso da associação Remera, que tem registo de crianças com malformações na região de Ródano-Alpes, na zona este de França.

A diretora, Emmanuelle Amar, apontou uma possível causa ambiental.

“Haveria uma substância utilizada na agricultura capaz de impedir o crescimento de um braço de um bebé dentro do ventre da mãe? Será mera casualidade?”, questionou a epidemiologista, cuja hipótese sobre uma eventual contaminação foi desmentida então pelas autoridades.

Dia das Bruxas
Em vésperas do dia das Bruxas são inúmeras as crianças que rumam à escola disfarçadas de bruxinhas o

Muitas das máscaras do dia das Bruxas são feitas na escola com produtos completamente inofensivos. Pelo contrário, o que se encontra nas lojas pode ser perigoso para a saúde dos seus filhos.

Por isso tenha atenção aos seguintes elementos:

  1. Etiquetas – preste muita atenção aos componentes descritos nas etiquetas das fantasias, máscaras ou até pinturas faciais. Confirme a marca do produto, dados que identificam o fabricante, importador ou distribuidor, instruções e advertências.
  2. Tamanho do fato ou máscara - Alguns pediatras aconselham que  não se  comprem fantasias muito largas, evitando desta forma que as crianças tropecem e caiam ou tenham outros problemas.
  3. Lentes decorativas - Comprar lentes de contato decorativas para o Dia das Bruxas, sem a devida supervisão de pessoal qualificado, pode trazer consequências sérias para a saúde ocular.
  4. Maquilhagem - deve ter atenção ao rótulo e verificar se consta da mesma os ingredientes do produto, evitando alergias. Os rótulos devem conter ainda precauções e instruções de utilização.
  5. Máscaras e perucas - Observe se as máscaras tem orifícios na posição dos olhos, boca e nariz e se a abertura é de tamanho adequado, para evitar os riscos de asfixia. Veja se tem etiqueta em português e se os materiais usados na fabricação não são inflamáveis.

Para além destes elementos tenha especial atenção e confira se as máscaras ou fatos possuem cordões ou fitas que se possam prender à volta pescoço da criança ou se possuem elementos que se soltam facilmente e que possam ser engolidos pelos mais pequenos. 

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro e/ou Farmacêutico.
Entidade Reguladora da Saúde
Nove em cada dez hospitais, dos 124 avaliados pela Entidade Reguladora da Saúde, obtiveram classificação de excelência clínica,...

O Sistema Nacional de Avaliação em Saúde (SINAS), cuja primeira avaliação de 2018 foi hoje divulgada, é um sistema de avaliação da qualidade dos estabelecimentos prestadores de cuidados de saúde, desenvolvido pela Entidade Reguladora da Saúde (ERS).

Atualmente estão abrangidos pelo SINAS@Hospitais 159 hospitais dos setores público (87), privado (47) e social (25), mas apenas 124 (78%) tiveram avaliação da dimensão da Excelência Clínica, dos quais 112 (90%) conseguiram a atribuição da “estrela” correspondente ao primeiro nível de avaliação, referem os dados da Entidade Reguladora da Saúde.

Dez hospitais não obtiveram “estrela” por não terem fornecido os elementos necessários para a avaliação, um ainda está a iniciar a avaliação e noutro estabelecimento de saúde não foi possível aferir o cumprimento com os parâmetros de qualidade exigidos.

Os dados ontem divulgados dizem respeito exclusivamente à dimensão Excelência Clínica, dado tratar-se da única que é atualizada duas vezes por ano, sendo as restantes (segurança do doente, adequação e conforto das instalações, focalização no utente e satisfação do utente) atualizadas no final do ano, e reportam-se a episódios de internamento com alta compreendida entre 1 de julho de 2016 e 30 de junho de 2017.

Na Excelência Clínica são avaliadas as áreas de Angiologia e Cirurgia Vascular (cirurgia de vascularização arterial), Cardiologia (enfarte agudo do miocárdio), Cirurgia de Ambulatório, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia do Cólon, Cuidados Intensivos, Cuidados Transversais, Neurologia (Acidente Vascular Cerebral), Obstetrícia, Ortopedia e Pediatria.

Os prestadores que cumprem todos os requisitos de qualidade acedem a um segundo nível de avaliação, no qual é calculado um ‘rating’ individual, com diferentes níveis de classificação.

A avaliação da ERS verificou um aumento do número de prestadores que obtiveram um nível de qualidade III nas áreas de Cirurgia do Cólon (67%) e Pediatria – Cuidados Neonatais (200%), relativamente à última avaliação efetuada referente a 2016 e publicada em janeiro de 2018.

Verificou ainda uma melhoria em alguns indicadores das áreas de Pediatria, Obstetrícia, Acidente Vascular Cerebral, Cirurgia de Ambulatório, Unidade de Cuidados Intensivos e Cuidados Transversais.

Ao longo dos anos, a ERS verificou um “aumento gradual” do desempenho médio em alguns dos indicadores avaliados, alguns dos quais a atingirem 90% e 100% em diferentes áreas como a Ortopedia, Ginecologia, Cirurgia do Cólon, Cirurgia de Revascularização do Miocárdio, Cirurgia Cardíaca, Cirurgia de Ambulatório, Enfarte Agudo do Miocárdio, AVC, Obstetrícia, Cuidados Intensivos e Avaliação da Dor.

A ERS ressalva que a metodologia utilizada no SINAS é diferente de um ranking, onde os prestadores surgiriam listados por ordem decrescente de desempenho, não sendo adequadas qualificações do tipo “melhor hospital” atribuídas individualmente aos prestadores, mas sim a consideração da integração dos prestadores em grupos de hospitais que obtiveram as melhores avaliações, em cada uma das áreas.

No entanto, taxa de sobrevivência aos 5 anos é inferior a 30%
Em Portugal, estima-se que entre 5 a 10% das mulheres com cancro de mama estejam já num estádio avan

Estima-se que entre 5 a 10% das mulheres com cancro da mama apresentam metástases ao diagnóstico. Neste sentido, o que é e quem apresenta maior risco de desenvolver cancro de mama avançado? Qual a sua incidência em Portugal?

Não estão definidas as doentes que apresentam maior risco para o desenvolvimento de cancro metastático avançado, no entanto sabe-se que existem algumas características histológicas que podem identificar tumores mais agressivos como o grau histológico, sobre-expressão da proteína Her2, ausência de expressão de receptores hormonais, tumores triplo negativos.

No entanto, não são só as mulheres que podem vir a desenvolver este tipo de cancro… Qual a importância de reforçar a ideia de que também os homens podem ser atingidos pela patologia?

O diagnóstico de cancro da mama no homem representa cerca de 1 % de todos os casos diagnosticados. Apesar da sua baixa incidência no sexo masculino, este diagnóstico deverá ser sempre considerado quando existem alterações mamárias no homem.

Quais os sintomas do cancro de mama avançado?

O tumor metastático poderá ser diagnosticado sob a forma de alterações mamárias associadas ao tumor primário tais como: nódulo mamário ou axilar, alterações cutâneas como ulceração, retração mamilar, dor mamária.

Com alguma frequência o diagnóstico do tumor está associado a sintomatologia dos órgãos afectados pelas metástases, como dores ósseas, falta de ar, náuseas, vómitos, aumentos do volume abdominal, cefaleia, etc.

Como é feito o seu diagnóstico? E qual o tratamento indicado para estes casos?

O diagnóstico é feito com a realização de uma biopsia. Esta poderá ser realizada na mama e ou no local de suspeita de existência de metástase. Exames imagiológicos devem também ser realizados para identificação de locais de metastização.

O tratamento é decidido numa Consulta de Grupo multidisciplinar em que são intervenientes as especialidades envolvidas no diagnóstico e tratamento desde tumor tais como, a Oncologia, a Cirurgia, a Radioncologia, a Anatomia Patológica e a Imagiologia, entre outras.

O Tratamento nesta fase da doença tem como principal objectivo o controle da mesma e manutenção da qualidade de vida. O tratamento de eleição é o tratamento sistémico que pode incluir a hormonoterapia, quimioterapia e terapêuticas-alvo. Menos frequentemente é utilizada a radioterapia e cirurgia.

Qual a principal dificuldade no tratamento do cancro de mama metastático?

A capacidade que as células tumorais têm para desenvolver resistência às terapêuticas instituídas é uma das principais dificuldades. Outra dificuldade depara-se com os efeitos secundários associados aos tratamentos, o controle da doença deverá estar associado à manutenção da qualidade de vida e não à deterioração da mesma.

Embora os tratamentos com alguns fármacos tenham sido promissores no tratamento do cancro da mama metastático, os estudos não têm mostrado um aumento muito significativo na sobrevivência global.

Por fim, apesar do tratamento ser decidido em função das características do tumor e da doente, existe ainda um desconhecimento de algumas características determinantes do tumor, sendo o seu conhecimento crucial para decisão mais precisão do tipo de tratamento, que passará no futuro por um assinatura genética.

Este diagnóstico ainda é visto como uma sentença de morte? Qual o prognóstico da doença?

A Sobrevivência do cancro da mama diminui nos estádios avançados.

O Cancro da mama metastático é encarado como uma doença crónica. A taxa de sobrevivência aos 5 anos é inferior a 30%, mas com o desenvolvimento de novos tratamentos, e um número crescente de opções terapêuticas, tem-se verificado um aumento da sobrevivência em algumas destas doentes.

Considera que, de um modo geral, a sociedade está desperta para uma doença que atinge mulheres cada vez mais jovens?

Falar de cancro já não é um mito como há uns anos atrás, o que não implica que as pessoas não tenham uma reação de pavor quando lhes é comunicado o seu diagnóstico. Nota-se um conhecimento crescente relativamente a este tema, muitas vezes por existir alguém próximo com este diagnóstico.

A abordagem sistemática deste tema por parte dos meios de comunicação, muitas vezes com exemplo de vida expressos por algumas figuras públicas, têm ajudado a sensibilizar a sociedade para este tema. Só com o conhecimento profundo da doença, dos factores de riscos associados e do seu diagnóstico precoce, poderá ser invertida, de uma forma consistente, a tendência de aumento do número de casos de cancro da mama.

Neste sentido, qual a importância do diagnóstico precoce?

O diagnóstico precoce permite detectar os tumores em estádios iniciais, e é sabido que quando o tumor da mama é diagnosticado em estádio inicial, a probabilidade de cura é cerca de 95%.

No âmbito do Dia Nacional de Prevenção do Cancro de Mama, que mensagem gostaria de deixar? Quais as principais recomendações?

O cancro da mama é o tumor maligno mais frequente nas mulheres, mas quando diagnosticados numa fase inicial a probabilidade de cura é elevadíssima.

Nesse sentido, é fundamental a sensibilização da população para o rastreio, autoexame da mama e exame médico.

A Mortalidade por cancro da mama tem baixado de modo consistente, atribuindo-se este fenómeno quer ao rastreio quer a melhoria do tratamento desta doença.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Secretário de Estado da Saúde
O aumento da despesa pública em medicamentos nos últimos três anos rondou os 500 milhões de euros, sendo “a maior prioridade”...

“Apesar da existência, apesar da colaboração da indústria farmacêutica nesta componente de despesa pública, depois de tudo isso, os medicamentos foram de longe a maior prioridade de aplicação de recursos financeiros no Serviço Nacional de Saúde [SNS]”, disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, no congresso da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) “Compromisso com as Pessoas. Mais e Melhor Vida”, que está a decorrer em Lisboa.

Segundo Francisco Ramos, o Orçamento do Estado para 2019, em discussão na Assembleia da República, “reforçará certamente” essa vertente do SNS.

A Apifarma divulgou hoje um estudo que revela que os medicamento inovadores evitaram 110 mil mortes em Portugal, entre 1990 e 2015, e adicionaram dois milhões de anos de vida saudável.

Este estudo “traz evidência para cima da mesa sobre o real valor da tecnologia” e o esforço exigido da sociedade”, disse Francisco Ramos, defendendo que, “no período em que a inovação terapêutica atravessa desenvolvimentos sem precedentes e onde os novos medicamentos constituem um desafio à sustentabilidade dos sistemas de saúde, importa desenvolver novos modelos e soluções”.

Para o governante, é preciso garantir o “permanente equilíbrio” entre a busca de ganhos em saúde e a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde.

“Olhar apenas para um lado não deu e não dará bom resultado. Há, portanto, de ir à procura de equilíbrio entre inovação, melhoria da qualidade de vida e sustentabilidade dos sistemas de saúde que nos permitem que estas inovações não fiquem ou na gaveta ou reservadas a um grupo muito restrito de pessoas, mas que estejam disponíveis para todos os cidadãos que delas carecem”, sustentou.

Defendeu ainda que a indústria farmacêutica tem de saber adaptar o investimento associado à inovação e promover “o que proporciona realmente valor”, dando prioridade a escolhas com base na evidência sobre o real valor de cada nova tecnologia e no esforço exigido a “uma sociedade com recursos limitados”.

Segundo Francisco Ramos, tem sido possível, em Portugal, introduzir gradualmente alternativas inovadoras aos tratamentos disponíveis.

“Em 2016 foram aprovados 51 medicamentos inovadores e em 2017 foi possível aprovar o financiamento de 60 novos medicamentos, triplicando o volume de aprovações dos últimos cinco anos. Em 2018, o ritmo de aprovações mantém-se”, fundamentou.

O secretário de Estado salientou que “a indústria farmacêutica potencia investimento nacional e estrangeiro, incentiva a investigação em colaboração com as estruturas académicas e científicas, e fomenta a inovação e a melhoria contínua do tecido empresarial, o que se repercute também ao nível económico-social”.

Por essa razão, defendeu, deve ser reforçada uma política de internacionalização que promova a capacidade, o potencial técnico-científico e a competitividade da indústria farmacêutica produtora nacional.

“O Ministério da Saúde reconhece o contributo e a responsabilidade da indústria farmacêutica na promoção da saúde pública em Portugal, que, no futuro, esperamos reforçar”, concluiu.

O presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, salientou, por seu turno, o retorno do investimento em medicamentos, sublinhando os “valores impressionantes” revelados no estudo “O valor dos medicamentos em Portugal”.

Os resultados mostram o impacto dos medicamentos em termos económicos e em termos da qualidade e da esperança de vida das pessoas e o “peso importante” da indústria farmacêutica, que representa 2,3% do PIB, disse João Almeida Lopes aos jornalistas, à margem do congresso.

‘Spermboost’ já está patenteado
Investigadores do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), no Porto, desenvolveram uma técnica que “melhora a...

“Sabemos que hoje em dia um terço dos casais tem problemas de fertilidade ou infertilidade, o que perfaz um número de cerca de dois milhões de casais a nível mundial e, desses casais, 30% dos problemas devem-se ao fator masculino”, disse à Lusa, Marco Alves, investigador do ICBAS da Universidade do Porto e o responsável pelo projeto.

O projeto, designado ‘Spermboost’, começou a ser desenvolvido em 2016 e surgiu de “uma necessidade de mercado e de saúde pública”.

“Achamos que valeria a pena procurar alguns compostos, proteínas ou mecanismos que pudessem melhorar a preservação dos espermatozoides. Assim, pesquisamos uma substância que pudesse acelerar o espermatozoide e mantê-lo viável mais tempo”, explicou o investigador.

Segundo Marco Alves, as pesquisas desenvolvidas pelo ICBAS demonstraram que através de “um ativador de proteínas” o espermatozoide “fica móvel após duas horas [tempo que deve permanecer armazenado] sem perder qualidades”.

“Quando se faz uma fertilização in vitro nunca se sabe qual é o melhor espermatozoide, portanto, recorre-se à preparação. A nossa tecnologia, através de vídeo, mostra que os espermatozoides, passadas duas horas, tem uma mortalidade bastante reduzida, comparativamente às técnicas utilizadas”, salientou.

A solução encontrada pelos investigadores permite assim “uma fertilização mais rápida e eficaz”, sem que “os espermatozoides percam o ADN” e seja necessário que os homens façam “mais do que uma recolha de gâmetas”.

“Este tratamento poderá fazer com exista uma menor necessidade de recolhas, evitando que os homens andem sistematicamente a fazer recolhas. Além disso, a probabilidade da fertilização in vitro correr bem é maior”, frisou.

O investigador explicou ainda à Lusa que, globalmente, o mercado para o tratamento de fertilidade já ultrapassa os 4,8 biliões de euros, sendo que o processo de fertilização in vitro pode ter um custo de 50 mil a meio milhão de euros por casal.

“Não se fala dos custos dos tratamentos, mas, na verdade, cada fertilização in vitro pode custar entre 50 mil a meio millhão de euros. O facto desta solução permitir que os homens se desloquem menos vezes às clínicas para fazerem a recolha dos espermatozoides, permite que os custos do tratamento sejam também mais reduzidos”, esclareceu Marco Alves.

De momento, a equipa, composta por seis investigadores do ICBAS e pelo professor Alberto Barros, diretor clínico do Centro Genético de Reprodução, no Porto, prevê fazer os testes de “biossegurança” para, no prazo de dois anos, poder lançar o produto junto do mercado farmacêutico.

O projeto ‘Spermboost’, que já possui a patente nacional e mundial, foi distinguido em setembro, no âmbito da iniciativa BIP Proof, com um prémio no valor de 10 mil euros, e conta com o apoio da Fundação Amadeu Dias.

Responsável por lesões
Investigadores da Universidade de Barcelona descobriram um novo ligamento na parte lateral do tornozelo humano, composto por...

Os resultados da investigação foram publicados numa revista científica dedicada a cirurgia do joelho e artroscopia, mudam a perceção sobre aquela articulação e podem ajudar a explicar por que é que muitas lesões continuam a doer meses ou anos depois de terem acontecido.

Os ligamentos laterais do tornozelo são os que se magoam mais frequentemente, especialmente por causa de entorses, que continuam a provocar problemas muito depois de acontecerem e deixam uma tendência para novas entorses que até agora não tinha sido possível explicar.

Complexo ligamentoso fibulotalocalcâneo lateral foi o nome escolhido para a estrutura anatómica pela equipa especializada na anatomia do sistema musculoesquelético.

A equipa científica da faculdade de medicina tentou uma nova abordagem a dissecar aquela parte do corpo e deu-se conta de que "algumas fibras de ligação entre ligamentos eram habitualmente eliminadas porque se pensava que não faziam parte do ligamento", afirmou o investigador Miguel Dalmau.

"Esta descoberta faz-nos pensar que o comportamento depois de uma lesão será semelhante ao de outros ligamentos entre articulações que são capazes de cicatrizar sozinhos, o que faz com que a articulação fique instável e precise de intervenção cirúrgica", afirmou.

 

Qualidade dos serviços
No dia 24 de Outubro, na cerimónia de abertura do 4º Congresso de Cuidados Paliativos Pediátricos (CPP) da Fundação Maruzza,...

A promoção do nosso país para nível 4 (evidência de provisão generalizada, disponibilidade de formação e planos para o desenvolvimento de serviços e integração nos serviços de saúde) legitima o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido nos últimos anos em virtude do reconhecimento das necessidades paliativas em pediatria, num esforço conjunto do Grupo de Apoio à Pediatria da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos e do Grupo de Trabalho de Cuidados Continuados e Paliativos da Sociedade Portuguesa de Pediatria, constituídos em 2013.

“O trabalho destes grupos encontrou eco no Ministério da Saúde, em particular junto dos anteriores Secretários de Estado Adjuntos, Fernando Leal da Costa e Fernando Araújo, assim como na Comissão Nacional de Cuidados Paliativos nomeada em 2016”, comentou Ana Lacerda, vice-presidente da APCP e coordenadora dos Grupos referidos.

“Somos igualmente um dos poucos países a nível mundial que dispõem de formação presencial avançada em Cuidados Paliativos Pediátricos (pós-graduação criada em 2012, na Universidade Católica Portuguesa, Lisboa)”, explica ainda Ana Lacerda.

“Agora que Portugal se encontra no nível 4 é essencial que o desenvolvimento de serviços se faça assegurando a qualidade dos cuidados prestados, dentro das inevitáveis limitações de recursos.  Acreditamos que a divulgação e aderência aos princípios recomendados constituirão uma ajuda para a continuação do trabalho que tem sido desenvolvido no país pelas Associações e Sociedades Médicas, em estreita colaboração com o Ministério da Saúde”, conclui Duarte Soares, presidente da APCP.

Importa agora continuar a desenvolver serviços e a promover a educação dos profissionais e da sociedade, com a ambição de atingir o nível 5 (integração plena nos serviços de saúde, com política nacional).

 

 

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