Investigação
Um grupo de investigadores portugueses participa num projeto científico com vários países europeus que aposta na valorização...

“O projeto DiadES visa avaliar e potenciar os serviços do ecossistema de peixes diádromos, como a lampreia ou a enguia, num cenário de alterações climáticas”, disse o investigador Pedro Raposo Almeida.

O professor da Universidade de Évora realçou a necessidade de “estabelecer a cooperação transnacional e promover a definição e a partilha de critérios de gestão inovadores que permitam a preservação e exploração sustentável destes recursos num cenário de aquecimento global”.

“As atividades humanas e as alterações climáticas representam uma ameaça para os peixes e os seus habitats”, alertou.

O salmão, a lampreia-marinha, a enguia e o sável, por exemplo, são espécies diádromas, assim designadas porque se desenvolvem entre o mar e os meios de água doce.

“São peixes migradores, que realizam movimentos entre a água doce e salgada para se reproduzirem ou alimentarem e apresentam elevado valor ecológico, económico e cultural nas comunidades locais de toda a Europa”, explicou Pedro Raposo Almeida, vice-diretor do MARE – Marine and Environmental Sciences Centre, que integra diversas instituições portuguesas.

O MARE e a Universidade de Évora são parceiros no projeto “DiadES - Avaliar e promover serviços do ecossistema de peixes diádromos num cenário de alterações climáticas”, no qual participam igualmente representantes de Espanha, França, Inglaterra e Irlanda.

O DiadES, segundo o mesmo docente universitário, destina-se a “unir esforços para compreender as alterações à distribuição geográfica dos peixes diádromos, em resposta às alterações climáticas, e as consequências a nível dos bens e serviços prestados por estas espécies”.

Liderado pelo IRSTEA – National Research Institute of Science and Technology for Environment and Agriculture, de França, e financiado pela União Europeia, através da iniciativa comunitária Interreg Espaço Atlântico do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), o projeto tem um orçamento de 2,2 milhões de euros e será desenvolvido até 2022.

A primeira reunião decorreu em Dublin, capital da Irlanda, no início do mês, tendo participado todos os parceiros portugueses associados: Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos, Instituto Português do Mar e da Atmosfera e Autoridade Marítima Nacional.

“Foram apresentados os vários casos de estudo, entre os quais o do rio Mondego”, coordenado pela Universidade de Évora, disse Pedro Raposo Almeida.

Também foram discutidas “questões relacionadas com as metodologias a ser utilizadas pelos 10 parceiros beneficiários e os 20 parceiros associados que compõem este projeto”, acrescentou.

Sociedade Portuguesa de Cardiologia
Cerca de meio milhão de portugueses têm insuficiência cardíaca, doença que está a aumentar e é responsável por duas a três...

Na véspera do Congresso Português de Cardiologia, que decorre em Vilamoura entre os dias 27 e 29 de abril, a Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) alerta para o aumento dos casos de insuficiência cardíaca, sobretudo por causa do envelhecimento da população.

De acordo com a SPC, no caso da insuficiência cardíaca, o número de mortes pode aumentar em 73% em 2036 e a carga da doença, que engloba os anos de vida perdidos por morte e incapacidade, vai crescer 28% relativamente a 2014.

Em declarações à Lusa, o novo presidente da SPC, Vitor Gil, diz que, apesar dos dados divulgados esta semana, que indicam uma falta de conhecimento dos sintomas da doença por grande parte da população, os portugueses identificam os sintomas e procuram um médico, mas por vezes associam mais à idade do que à insuficiência cardíaca.

“A falta de ar e o cansaço levam as pessoas a procurarem o médico, podem é não chamar insuficiência cardíaca a isso”, afirma Vitor Gil, que defende que é preciso aumentar a literacia e, sobretudo, facilitar o acesso aos cuidados de saúde necessários.

“Tentar aumentar literacia é extremamente importante, mas tão importante ou mais é facilitar o acesso das pessoas. É frequente haver pessoas que estão preocupadas e não têm acesso imediato ao especialista ou até ao médico de família”, afirmou.

O responsável reconhece que a insuficiência cardíaca tem vindo a aumentar como consequência do envelhecimento gradual da população: “Temos de perceber que os corações envelhecem e que chega a uma altura que começam a dar manifestações”.

Vitor Gil sublinha ainda que além de ser importante alertar as pessoas para os sintomas de alerta – cansaço, falta de ar ou inchaço nas pernas -, é fundamental fazer o diagnóstico certo: “Nem todos os que se cansam e têm pernas inchadas têm insuficiência cardíaca”.

Destaca também a necessidade de tratar adequadamente os fatores de risco, afirmando que, por exemplo, na hipertensão Portugal está longe dos objetivos terapêuticos: “Há muita gente a tomar medicamentos, mas a percentagem de doentes efetivamente controlados está longe do que gostaríamos de atingir”.

O novo presidente da SPC defende igualmente uma melhor estratégia de ligação entre hospitais e cuidados de proximidade. Diz que na fase inicial o cardiologista deve ser envolvido, mas quando o doente estabiliza pode e deve ser seguido nos cuidados de proximidade.

“É preciso uma estratégia multidisciplinar e de colaboração porque os doentes não são de ninguém, nem do cardiologista, nem do clínico geral. O doente deve ser seguido de acordo com a sua situação na altura”, afirma, frisando que é preciso também fomentar a colaboração institucional entre centros de saúde e hospitais.

“Estimula-se que os médicos de família enviem doentes para os hospitais, mas pedir aos médicos de família para fazerem exames auxiliares de diagnóstico em ambulatório não é encorajado porque os orçamentos são diferentes. Isso facilitaria muito a vida dos hospitais, porque aliviava a carga dos exames auxiliares de diagnóstico em doentes de ambulatório”, concluiu.

No congresso que decorre entre sábado e segunda-feira, a SPC vai promover, no Centro de Congressos do Algarve, em Vilamoura, um treino com 12.000 pessoas em Suporte Básico de Vida para sensibilizar a população para a morte súbita.

A estimativa da SPC é que se perdem 32 vidas por dia por morte súbita cardíaca em Portugal. Das 12.000 vítimas de paragem cardíaca, apenas 360 sobrevive. É como se todos os meses caíssem quatro aviões com cerca de 236 vítimas mortais cada.

"Porque ser reanimado é um direito cívico, porque não podemos ter a nossa vida vetada à sorte e porque salvar vidas pode estar nas nossas mãos, aprender Suporte Básico de Vida (SBV) é um passo para não vivermos com 'o coração nas mãos'”, refere a SPC.

Filipe Froes
Dez anos depois da pandemia da gripe A, o médico Filipe Froes confessa que viveu a doença “24 horas por dia” e com ela...

“Esta foi a pandemia dos heróis anónimos. Tive a oportunidade de trabalhar em equipa com pessoas com um altruísmo, dedicação e abnegação ímpares. Profissionais de saúde que se ofereceram, se voluntariaram, e foram trabalhar com espírito de missão e dedicação. A pandemia de gripe A mudou a minha vida”, relata, em entrevista à agência Lusa, o pneumologista Filipe Froes, que em 2009 e 2010 era consultor da Direção-Geral da Saúde e coordenador da resposta dos cuidados de internamento no plano de contingência à pandemia.

À semelhança do que sente, acredita que a gripe pandémica de 2009 “foi a pandemia em que muitas pessoas tiveram a redescoberta da gratificação profissional”.

No Algarve, por exemplo, que foi uma zona com muitos casos da doença, Filipe Froes recorda que os profissionais trabalhavam “horas a fio”, com uma dedicação e altruísmo exemplares.

Há 10 anos, Filipe Froes era assistente hospitalar graduado no Hospital Pulido Valente, onde ainda trabalha, e tinha 48 anos, que celebrou em plena pandemia, aliás, no dia em que se deu em Portugal o primeiro caso de transmissão secundário da doença.

Os primeiros casos da doença começaram a surgir no mundo durante o primeiro trimestre de 2009, embora desde 2005 a Organização Mundial de Saúde (OMS) viesse a alertar para uma possível pandemia de gripe.

Contudo, a fase de pandemia viria a ser decretada apenas a 11 de junho de 2009, embora dois meses antes, em finais de abril, a OMS declarasse a gripe H1N1 como emergência de saúde pública internacional.

Portugal ativou a sua fase de contingência da doença também em finais de abril de 2009, com o primeiro caso a ser registado numa mulher proveniente do México.

A pandemia de gripe A H1N1, que inicialmente começou por ser designada como gripe suína, nasceu precisamente em zonas de criação de porcos no México.

“Para ocorrer uma pandemia tem de haver conjugação de vários fatores: uma estirpe nova do vírus ‘influenza’, não haver imunidade entre a população e o vírus ter capacidade de transmissão eficaz entre os humanos”, explica o médico Filipe Froes.

Na gripe sazonal, que ocorre todos os anos, a estirpe do vírus que circula é sempre aparentada de outras que já circularam e com as quais grande parte da população já teve contacto.

Há ainda a diferença da altura em que surge e da sua duração: a pandemia não se sujeita apenas a tempo frio e demora muito mais tempo. A pandemia de gripe A durou, por exemplo, mais de um ano.

Graças à simplificação com que passou a ser designada, a pandemia de H1N1 acabou por trazer “má fama” ao vírus da gripe A, que ocorre em muitas das gripes sazonais registadas.

A pandemia de gripe A provocou 284 mil mortes em todo o mundo, 124 das quais em Portugal.

Especialista
A gripe H1N1 foi a primeira pandemia do século XXI e da era da informação global, gerando inicialmente um “pandemónio de...

O retrato é feito, uma década depois da pandemia de gripe A, pelo médico Filipe Froes, que acompanhou o plano de contingência da Direção-Geral da Saúde durante cerca de um ano.

Medicamentos eficazes e, pela primeira vez na história de uma pandemia, a existência de uma vacina elevaram o patamar do combate à doença.

Em Portugal morreram 124 pessoas durante a pandemia em 2009 e 2010, com uma média etária de 47 anos, sendo que um terço delas não tinha qualquer doença associada. Ao todo, cerca de um milhão de pessoas terão sido infetadas, segundo estimativas apresentadas no final da pandemia.

“Eu tive pessoas, doentes, de 18 ou 19 anos que lutaram pela vida. Pessoas perfeitamente saudáveis. Há uma maneira de ver isto, que são os potenciais anos de vida perdidos e nós calculámos que foram três mil. Das 124 pessoas que faleceram, tivemos bebés com cinco meses, sendo que a pessoa mais idosa tinha 85 anos, e tivemos uma grávida”, recorda Filipe Froes em entrevista.

É provável que durante uma gripe sazonal, das que ocorrem todos os anos, morram mais pessoas do que durante a pandemia de gripe A em Portugal. Mas o pneumologista salienta que no período pandémico houve “um conjunto enorme de recursos” e “uma preparação única”.

“É um drama, porque eram pessoas novas, a maior parte pessoas saudáveis, que nunca na vida lhes passaria [pela cabeça] ter este risco”, entende Filipe Froes.

Também a nível mundial a média etária dos óbitos foi relativamente baixa. Dos 284 mil mortos que se estimam durante a pandemia de gripe A em 2009, cerca de 80% tinham menos de 65 anos.

Comparando com a última pandemia de gripe registada, que em 1968 matou cerca de um milhão de pessoas, na pandemia de H1N1 passou-se para um terço da mortalidade.

“Tivemos preparação, tivemos no combate fármacos eficazes e, pela primeira vez na história de uma pandemia, tivemos vacinas”, salienta o pneumologista e intensivista.

Em termos de mortalidade, a distância é ainda maior para as outras duas pandemias de gripe do século XX: a gripe espanhola que se calcula que matou mais de 50 milhões de pessoas e a gripe asiática de 1958, responsável por 1,1 milhões de óbitos.

Voltando à realidade portuguesa, Filipe Froes indica que cerca de 80 das 124 pessoas que morreram tinham indicação para receber vacina da gripe, sendo que nenhuma se encontrava totalmente vacinada.

“A desvalorização da vacina e da prevenção talvez tenha feito com que muitas pessoas com critério para se vacinar não o tenham feito e algumas dessas pessoas podem ter falecido”, nota.

Para o perito, inicialmente houve “uma pandemia de ignorância e um pandemónio de medos” que depois se transformou em “alguma desinformação e utilização da benignidade da pandemia”, acabando numa “total desvalorização”.

Faltou entender, defende o médico, que a preparação e a capacidade de conter a pandemia “transforma uma doença com potencial de alguma gravidade numa doença mais benigna”, desvalorizando assim o trabalho de preparação e organização que foi feito, nomeadamente pela Direção-Geral da Saúde.

“Das coisas que aprendi nesta pandemia foi que a preparação é fundamental. E nunca estivemos tão bem preparados para uma ameaça à escala global”, argumenta.

O trabalho de preparação e contenção foi feito seguindo um princípio da Organização Mundial da Saúde que dita: “Preparar para o pior e esperar o melhor”.

Se o nível de preparação não era depois tão necessário para o relativo caráter benigno da pandemia, isso são “prognósticos no fim do jogo”, diz Filipe Froes.

O modelo de organização praticado em 2009 e 2010 serviu em Portugal para que o país estivesse até apto noutro tipo de respostas, como no surto de ‘legionella’ em Vila Franca de Xira em 2014.

Não só as estruturas de saúde se prepararam para a pandemia de gripe A, mas também nas empresas e nos restantes serviços públicos se multiplicavam avisos sobre os cuidados a ter, cartazes com indicações dos sintomas, bem como a dispersão de produtos para desinfeção das mãos.

Foi a primeira pandemia da era da informação global, segundo Filipe Froes, assumindo que ninguém tinha experiência de uma ameaça daquele tipo “em tempos de Internet e de redes sociais”.

“Não estávamos provavelmente preparados para a nova dinâmica da transmissão da comunicação perante estas novas vias. Isso fez com que nalgumas alturas a informação mais fidedigna não tenha sido tão célere e tenha permitido histeria numa fase inicial ou desvalorização numa fase mais tardia”, justifica.

Um dos casos que ficou na história da desinformação da pandemia é o de um vídeo transmitido no Youtube por uma suposta monja que vivia num convento na Catalunha, sendo alegadamente licenciada em Medicina, e que veio pôr em causa todas as medidas tomadas e criou a teoria de que tudo era uma fraude e uma montagem da comunicação social e da indústria farmacêutica para vender vacinas e provocar pânico na população.

“Pôs muito em causa a importância de estarmos preparados e de medidas preventivas para evitar a disseminação da doença. Esse vídeo era viral e eu, na altura, nem sabia o que era um vídeo viral. Fomos completamente apanhados de surpresa”, recorda Filipe Froes.

“Testes do pezinho”
O número de nascimentos em Portugal atingiu o valor mais elevado dos últimos sete anos no primeiro trimestre de 2019, período...

Os dados indicam que, nos três primeiros meses do ano, nasceram, pelo menos, mais 984 crianças face ao mesmo período de 2018, quando tinham sido estudados 20.364 recém-nascidos no âmbito Programa Nacional de Diagnóstico Precoce.

Desde 2012 (21.750) que não eram estudados tantos recém-nascidos nos primeiros três meses do ano, observam os dados baseados nos “testes do pezinho” que cobrem quase a totalidade dos nascimentos em Portugal, apesar de não ser um teste obrigatório.

Em 2014, foram realizados no primeiro trimestre do ano 19.574 testes, número que subiu para 21.348 este ano, mais 1.776, o que significa um aumento de 9%.

Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (6.419), seguido do Porto (3.814), Setúbal (1.596), Braga (1.562), Aveiro (1.091) e Faro (1.082).

Guarda foi o distrito onde menos crianças realizaram o teste (165), segundo os dados do programa coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana

Janeiro foi o mês que registou o maior número de exames feitos (8.291), seguido de março (6.642) e de fevereiro (6.415).

Em 2018, houve 86.827 recém-nascidos, mais 674 do que em 2017, ano em que foram realizados 86.180 “testes do pezinho”.

O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite atualmente detetar 26 doenças, 25 das quais de origem genética, possibilitando uma atuação precoce e um desenvolvimento mais saudável das crianças.

Este rastreio permite identificar as crianças que sofrem de doenças, quase sempre genéticas, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de tratamento precoce.

Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde brasileiro anunciou ontem, no Dia Mundial da Malária, a redução de 38% dos casos dessa doença no país, de...

Nos primeiros três meses deste ano, a pasta da Saúde notificou 31.872 casos novos da doença, sendo que no mesmo período de 2018 foram registados 51.076 casos de malária no país sul-americano.

De acordo com a tutela, a redução dos casos de malária no país deve-se, essencialmente, às ações de saúde levadas a cabo pelo Governo brasileiro, em parceria com os estados, municípios e a própria população.

"Para 2019, entre os principais desafios, estão os de manter a continuidade das ações de vigilância da malária, melhorando a oportunidade no diagnóstico e tratamento, resposta rápida a surtos, mobilização social e orientação de prevenção da doença para a população, fortalecimento dos níveis locais, além de comprometimento de todos os envolvidos nas ações de prevenção da doença", declarou o Ministério na sua página da internet.

A pasta da saúde lançou também hoje a campanha “Brasil Sem Malária”, com foco na região Amazónica, que concentra mais de 99% dos casos da doença.

O público-alvo da campanha são as populações que vivem nas capitais dos nove estados que compõem a região Amazónica: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Mato Grosso, Roraima, Rondônia, Tocantins e Maranhão.

“O objetivo do Ministério da Saúde é alertar a população da região sobre a responsabilidade do cidadão na redução da transmissão da doença, da importância do diagnóstico em tempo oportuno e da importância do tratamento completo”, afirmou o coordenador-geral dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção da Malária do Ministério da Saúde, Cassio Peterka, citado na página da internet da tutela.

A malária é uma doença infecciosa e transmite-se através da picada de um mosquito.

De acordo com a Direção-Geral da Saúde, o quadro clínico da malária é, em termos gerais, caracterizado por febre, calafrios, dores musculares e nas articulações, e cefaleias, podendo evoluir com diarreia e vómitos.

A malária tem cura, mas se não for diagnosticada e tratada em tempo oportuno, pode evoluir para formas grave da doença, segundo o Ministério da Saúde brasileiro.

Supremo Tribunal
Uma juíza do Supremo Tribunal brasileiro suspendeu provisoriamente a decisão de um magistrado que permitia que psicólogos...

A decisão foi tomada pela juíza Carmen Lúcia Antunes, que deixou sem efeito aquela tomada por um juiz de primeira instância de Brasília que garantiu "total liberdade científica" para a realização de supostas terapias contra a homossexualidade, uma prática proibida pelo Conselho Federal de Psicologia do Brasil desde 1999.

O caso tem a sua origem num processo interposto por um grupo de psicólogos que alegou o princípio da liberdade científica para realizar terapias daquilo que eles chamavam de "reversão sexual".

Em dezembro de 2017, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, de um tribunal de primeira instância em Brasília, confirmou parcialmente a ação interposta pelos psicólogos e endossou este tipo de alegados tratamentos, contrariando uma resolução do Conselho Federal de Psicologia que, por sua vez, recorreu ao Supremo Tribunal Federal.

Carmen Lúcia Antunes baseou-se no facto do recurso ser da competência do Supremo Tribunal e apoiou a resolução do Conselho Federal de Psicologia, que vetou a "cura gay", até que o próprio tribunal emitisse uma sentença final a esse respeito.

A chamada Resolução 01/1999 estabelece que os psicólogos não realizem qualquer ação que pretenda tratar como uma patologia comportamentos ou práticas homossexuais, nem emitam orientações para que as pessoas se submetam a tratamentos para esse efeito.

O Supremo recordou em comunicado que essa norma também diz que os profissionais não podem reforçar nas suas sessões os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais e proíbe expressamente os psicólogos de colaborarem em "eventos e serviços que proponham o tratamento e cura da homossexualidade".

De acordo com a entidade, a homossexualidade faz parte da "identidade de cada sujeito" e, portanto, "não constitui doença, distúrbio ou perversão".

Centros de prevenção
Os EUA registaram desde o início do ano até quarta-feira 695 casos de sarampo, no que é o pior regresso da doença desde a sua...

A doença foi registada nos 22 estados norte-americanos, mas é o Estado de Nova Iorque, sobretudo, mas também o de Washington que registam o maior número de casos.

O número de casos de sarampo em Nova Iorque, onde até à semana passada tinham sido registados um total de 626 casos desde o início do ano, é já o mais elevado dos últimos 25 anos, quando foram registados 963 casos desta doença em 1994.

A maior parte dos casos de ocorrência da doença – na cidade de Nova Iorque – surgiu em comunidades de judeus ortodoxos não vacinados.

Programa Nacional de Luta contra a Malária
Angola registou nos dois últimos anos um total de 25.781 óbitos provocados pela malária, doença que já atingiu, no primeiro...

Os dados foram avançados pelo coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária angolano, Franco Martins, salientando que, apesar da estatística, os números representam uma diminuição do número de mortes, 2.153 entre 2017 e 2018.

"Houve um aumento, em 2017, na ordem dos quatro milhões [de casos] e, em 2018, na ordem dos cinco milhões. O que nos deixa relativamente satisfeitos em relação ao controlo foi que o comportamento que teve relativamente ao número de casos não foi o que tivemos nos óbitos", disse o responsável em declarações à rádio pública angolana.

Segundo Franco Martins, que falava em alusão ao Dia Mundial de Luta Contra a Malária, que se assinalou ontem, em 2017 as autoridades sanitárias registaram um total de 13.967 óbitos, número que desceu em 2018 para 11.814.

Franco Martins indicou as províncias do Norte como as mais endémicas, nomeadamente o Cuanza Norte, Uíge, Cabinda e Zaire.

Contudo, acrescentou, nos últimos anos, de acordo com a monitorização feita pelo programa e pela sala de coordenação do Ministério da Saúde, algumas regiões do sul e centro do país, como Benguela, Huambo e Bié, também têm registado um aumento exponencial do número de casos.

"É fundamentalmente a localização geomorfológica, o clima, que tem condições criadas para o desenvolvimento e proliferação do vetor da doença, que é o mosquito", referiu.

Relativamente ao ano em curso, o coordenador do Programa Nacional de Luta contra a Malária disse que foram já registados no primeiro trimestre cerca de 1,2 milhões de casos, mas, tendo em conta que "o sistema de informação está a melhorar", prevê-se a diminuição de casos.

"O nosso foco é que este aumento do número de casos não se reflita no aumento do número de óbitos, à semelhança do ano passado", frisou.

A malária, uma doença infecciosa, que tem como grupo vulnerável crianças e grávidas, é a primeira causa de morte em Angola.

A sensibilização da população para a prevenção da doença é uma das estratégias do Governo, que criou uma comissão interministerial para "elucidar melhor a população de que a malária”, para se poder “chegar a uma fase efetiva de controlo e até de eliminação, a abordagem deve ser multissetorial", acrescentou Franco Martins.

EUA
Cientistas no hospital pediátrico de Boston desenvolveram o primeiro robô médico que navega de forma autónoma no interior de um...

O investigador em bioengenharia Pierre Dupont comparou o mecanismo ao de um avião de combate: "o avião trata das tarefas de rotina, como voar, para o piloto se poder concentrar nas tarefas mais complexas da missão".

O cateter robótico desenvolvido em Boston e testado numa experiência realizada em porcos usa um sensor de toque ótico que usa inteligência artificial e algoritmos de processamento de imagem para poder identificar em que parte do coração está e para onde precisa de ir.

O procedimento cirúrgico realizado na experiência levou o mesmo tempo que operações em que é um cirurgião a guiar o cateter robô de forma remota.

Quando o robô autónomo chegou ao local onde teria que fazer a operação, o cirurgião tomou o controlo da reparação da válvula.

O sensor do cateter analisa regularmente o ambiente à sua volta, como os insetos fazem com as antenas, e foi capaz de determinar se estava a tocar em sangue, na parede cardíaca ou numa válvula e regular a pressão exercida.

Dados de imagens recolhidas antes da operação foram introduzidos em algoritmos que depois permitiram ao cateter autónomo interpretar sinais visuais.

Pierre Dupont antecipa um futuro em que robôs médicos autónomos a trabalhar em todo o mundo partilham dados para melhorar o desempenho de todos.

"Todo o médico no mundo estaria a trabalhar a um nível de perícia e experiência equivalente ao melhor que se faz na sua área. Esta sempre foi a promessa dos robôs médicos e a autonomia talvez nos permita lá chegar", afirmou o investigador, citado num comunicado do hospital.

Internamentos sociais
Um estudo realizado no âmbito do 3.º Barómetro de Internamentos Sociais revela que se gastaram cerca de 81 mil dias de...

O relatório final demonstra que, com base nas respostas de 79 por cento dos hospitais nacionais, foram registados 17 mil internamentos, 829 dos quais inapropriados, o que equivale a 4,7 por cento do total de internamentos.

Estes resultados foram apresentados no início de abril, na 6.ª Conferência de Valor da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), realizada em parceria com a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Durante a iniciativa, que teve como tema central os “Modelos de gestão da qualidade e melhoria contínua em saúde”, Alexandre Lourenço, presidente da APAH, revelou que esta realidade se traduz num “aumento do número de dias de internamento inapropriado, que nesta edição do barómetro quase atinge os 100 dias, com alguns casos a chegarem aos oito meses, sendo a região de Lisboa e Vale do Tejo a que apresenta números mais significativos”.

Segundo João Araújo Correia, presidente da SPMI, “os internistas são uma parte central desta questão, uma vez que 56 por cento dos internamentos inapropriados acontecem nos Serviços de Medicina Interna, que é atualmente a maior especialidade médica hospitalar em Portugal e a que alberga a maior parte das camas do Serviço Nacional de Saúde”.

E acrescenta: “A totalidade dos Serviços de Medicina Interna do país têm, em média, 25 por cento da sua lotação ocupada com doentes com alta clínica. Isto porque a colocação na rede de cuidados continuados demora cerca de dois meses e num lar da Segurança Social nunca menos de seis meses.”

No final da conferência foi ainda assinado um protocolo de cooperação entre a APAH e a SPMI, que visa promover o estudo e discussão de diversos temas na área da saúde, com o objetivo de alcançar um sistema de saúde mais eficiente e seguro.

 

África
O Gana inaugurou na quarta-feira a maior rede de 'drones médicos' do mundo, esperando-se que distribua vacinas e...

"Ninguém deveria morrer no Gana por não ter acesso a um medicamento de que precisa numa emergência", afirmou o Presidente do Gana, Nana Akufo-Addo, no centro de distribuição da cidade de Omenako, um dos quatro entrepostos no país.

Com o apoio do Ministério da Saúde do Gana e da associação Gavi, The Vaccine Aliance, cerca de 120 'drones' da empresa norte-americana Zipline irão distribuir vacinas, sangue e medicamentos para mais de dois mil centros de saúde no país.

O diretor-geral da Gavi, Seth Berkley, considerou que este é uma iniciativa que permite chegar aos cidadãos "geograficamente isolados pela distância, mas também porque vivem em regiões montanhosas, de elevada densidade florestal ou em zonas inacessíveis na época de chuvas".

Berkley abordou também a vantagem de utilizar veículos aéreos não tripulados, que permite ultrapassar as barreiras naturais e entregar os materiais a tempo, exemplificando que os 'drones' podem reabastecer um centro de vacinação que se encontre sem doses.

Esta é a segunda rede deste tipo, depois de, em outubro de 2016 a mesma empresa ter criado uma rede semelhante no Ruanda, permitindo a distribuição de sangue pelo país.

Desde então, a rede em território ruandês concretizou mais de 13.000 entregas, das quais um terço terá correspondido a emergências em que a vida de pacientes estava em risco.

Atualmente, a rede da Zipline no Ruanda é responsável por 65% dos envios de sangue fora da capital ruandesa, tendo como destino principal centros de saúde em áreas rurais.

São Tomé e Príncipe
Os parceiros de vacinação da Organização Mundial de Saúde apelaram para a renovação dos esforços para melhorar o acesso a...

No lançamento da nona Semana de Vacinação em África, que se realizou quarta-feira em São Tomé e Príncipe e que tem como tema "Todos Protegidos: As Vacinas Funcionam!", a Organização Mundial de Saúde (OMS) destacou "o poder das vacinas de salvar vidas e manter todos saudáveis".

"A Semana da Vacinação em África, que decorre de 22 a 28 abril, celebra, também, os heróis da vacinação que ajudam a expandir a cobertura dos serviços de vacinação por todas as regiões de África, desde pais e líderes comunitários a profissionais de saúde e inovadores", lê-se num comunicado hoje difundido pela OMS.

No documento, a OMS referiu o crescente aumento de surtos de doenças prevenidas por vacinação, como o sarampo que se verificou em pelo menos nove países nos últimos 12 meses: Chade, Camarões, República Democrática do Congo, Libéria, Guiné-Conacri, Madagáscar, Mali, Nigéria e Uganda, sendo que no caso de Madagáscar foram registados 122.000 casos entre outubro de 2018 e abril de 2019.

A OMS refere que o sarampo, uma doença altamente contagiosa, representa 13% dos óbitos de crianças com até cinco anos que podiam ser prevenidos por vacinação em território africano e afeta nove em cada dez pessoas não vacinadas.

A agência das Nações Unidas aponta que até 2017, apenas 16 países africanos alcançaram mais de 90% da cobertura da vacinação da primeira dose.

"Devemos trabalhar em conjunto para melhorar a distribuição da vacinação, de modo que todas as crianças estejam protegidas de doenças preveníveis. Os recentes surtos da doença, a nível do continente, chamam a atenção para a urgência deste objetivo", referiu a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti.

A responsável realçou que os "surtos de sarampo em Madagáscar e de Ébola na República Democrática do Congo destacam a necessidade de maior investimento na vacinação como parte fundamental do fortalecimento dos sistemas de cuidados de saúde primários".

Anualmente, a OMS estima que as doenças prevenidas por vacinação afetam 30 milhões de crianças africanas com menos de cinco anos e que os custos com a contração destas doenças alcançam os 13 mil milhões de dólares (11,64 mil milhões de euros).

Evaristo Carvalho, Presidente de São Tomé e Príncipe, país que acolhe o lançamento da Semana de Vacinação em África, considerou que "todos têm um papel a desempenhar para garantir que as crianças e as comunidades tenham acesso aos serviços de vacinação que necessitam".

Entre as doenças prevenidas por vacinas encontram-se cancro do colo do útero, cólera, difteria, encefalite japonesa, febre-amarela, febre tifoide, hepatite B, gripe, meningite, papeira, pneumonia, pólio, raiva, rubéola, rotavírus, sarampo, tétano, tosse convulsa e varicela.

Boletim de avaliação regional
As metas do Programa Nacional de Vacinação (PNV) estão a ser cumpridas no Centro do país, com percentagens iguais ou superiores...

"De uma maneira geral, as coberturas vacinais na infância, nas coortes [conjunto de pessoas que têm em comum um evento que se deu no mesmo período] avaliadas, são elevadas, com percentagens iguais ou superiores a 96%", pode ler-se nas conclusões do boletim.

Estas coberturas vacinais atingem "os níveis necessários para conferir imunidade de grupo e para cumprir os objetivos dos programas prioritários de erradicação da poliomielite e de eliminação do sarampo e da rubéola, na componente da vacinação", frisa o boletim.

O documento divulgado pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) adverte, no entanto, para a necessidade de ter em atenção as assimetrias a nível local, havendo necessidade de investir nas unidades de saúde com menores taxas de cobertura vacinal.

O boletim destaca os valores atingidos para a vacina contra o vírus do papiloma humano em todas as coortes, dizendo que "são uma vez mais reveladores do trabalho efetuado".

"A alteração para a idade alvo de vacinação para 10 anos obrigou a uma reformulação da avaliação da cobertura vacinal de modo a acautelar a vacinação nas outras idades, mantendo-se a necessidade de um esforço acrescido dos profissionais para a manutenção das coberturas já alcançadas".

Os objetivos dos programas prioritários de erradicação da poliomielite e de eliminação do sarampo e da rubéola, na componente da vacinação, estão também a ser atingidos.

"Em relação à vacinação contra o sarampo, deverá ser dado um enfoque nos nascidos após 1970 e com mais de 18 anos, conforme preconiza a Norma da Campanha de Vacinação de Repescagem contra o Sarampo - Crianças e Adultos", refere o boletim.

O documento foi divulgado a propósito da Semana Europeia da Vacinação 2019, que tem como tema central deste ano #VaccinesWork, as vacinas resultam.

"Em Portugal, país da Europa com os mais altos níveis de aceitação das vacinas, esta iniciativa visa celebrar os ‘Heróis da Vacinação’ que, diariamente, contribuem para a proteção de milhares de vidas através da vacinação: profissionais de saúde, que asseguram a administração de vacinas, pais/cuidadores, que vacinam os seus filhos, políticas de vacinação, que asseguram o acesso equitativo à vacinação, investigadores e todos os que partilham informações baseadas na melhor evidência científica sobre vacinas", refere a ARSC.

Tumores
Investigadores do Centro de Investigação em Biomedicina (CBMR) da Universidade do Algarve (UAlg) participaram na descoberta de...

Em comunicado, a UAlg adianta que a equipa, liderada por Patrícia Madureira, descobriu que a proteína anexina A2 (ANXA2) desempenha um papel importante na regulação de uma das principais vias de sinalização celular - a via PI3K/AKT - envolvida no desenvolvimento e promoção de diversos tipos de tumores.

Segundo os investigadores, a pesquisa permite desvendar novos mecanismos moleculares e celulares que regulam as células cancerígenas, uma vez que a via PI3K/AKT se encontra hiperativa numa grande variedade de tumores, como o cancro da mama, do pulmão, do cólon, melanoma e o glioblastoma (o mais mortífero tumor cerebral).

“Este trabalho assume-se, assim, como um importante passo para a identificação de novos alvos terapêuticos e pode conduzir, no futuro, ao desenvolvimento de novas terapias contra o cancro”, indica a universidade do Algarve.

Os investigadores descobriram que a interação entre as proteínas ANXA2 e PTEN funciona como inibidor da via PI3K/AKT, tendo a equipa demonstrado ainda que a proteína ANXA2 regula, de forma inversa, uma outra proteína, a peroxiredoxina 2 (PRDX2), o que permite evitar o stress oxidativo que pode levar à morte celular ou provocar mutações a nível do ADN, causando a formação desenvolvimento de tumores.

De acordo com a UAlg, o trabalho dos investigadores foi escolhido como capa da revista científica Cancers, uma das principais publicações internacionais na área da investigação do cancro.

 

Comissão Europeia
A nova lei que introduz um limite à utilização de gorduras transgénicas em alimentos da União Europeia (UE) entra em vigor em...

Em comunicado, a Comissão dá conta de que adotou hoje este regulamento, que será aplicável a todos os países da UE a partir de 02 de abril de 2021, dando tempo a que as empresas se adaptem às novas regras.

Essas regras incluem um limite de dois gramas de gorduras transgénicas por cada 100 gramas de gordura nos alimentos destinados ao consumidor final e ao abastecimento do retalho na UE.

Caso este limite seja excedido, as empresas de produção alimentar terão de, obrigatoriamente, informar as empresas a quem vendem tais produtos.

Na nota, o executivo da UE vinca que a medida tem como objetivo “proteger a saúde dos consumidores e fornecer opções alimentares mais saudáveis aos cidadãos europeus”.

A Comissão Europeia recorda que vários estudos científicos, incluindo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, recomendam a redução das gorduras transgénicas nos alimentos.

 

Doença infeciosa
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a malária matou mais de 400 mil pessoas no ano passado

A malária é uma doença infeciosa causada por um conjunto de parasitas denominados plasmódios, e transmitida aos humanos através da picada de um inseto, mosquito, da espécie anófeles que está presente em áreas tropicais da África, Sudeste Asiático, Índia, Venezuela, Brasil (Amazónia), Centro América, Nova Guiné, China e Turquia.

É uma das doenças que representa um grande risco para os viajantes no estrangeiro. No ano de 2018 a Organização Mundial para a Saúde (OMS) reportou 219 milhões de casos de malária a nível mundial. Do total de casos de malaria do ano de 2018, 92 % dos foram reportados na região africana, 5 % no sudeste asiático e 2 % na região do mediterrâneo oriental.

Esta doença foi responsável por um total de 435 mil mortes, sendo as crianças com menos de 5 anos a mais afetadas, isto correspondeu à morte de uma criança cada 2 minutos por uma doença que pode ser objeto de medidas de prevenção e de tratamento.

A doença

Como referi no início deste artigo, a malária é uma doença infeciosa causada por parasitas denominados plasmódios os quais estão divididos em cinco espécies: Plasmódium falciparum, Plasmodium ovale, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e Plasmodium knowlesi.

O Plasmodium falciparum é responsável pela maior parte dos casos, este agente está presente na África subsaariana, Nova Guiné, Haiti e República Dominicana; seguido pelo Plasmodium vivax, que é mais comum no continente Americano e na região do pacífico ocidental. Na India estão presentes ambos os agentes (Plasmodium falciarum e Plasmodium vivax).

A transmissão da doença ocorre através da picada de um inseto que, neste caso em particular, trata-se de um mosquito da espécie anófeles, que existe em áreas tropicais da África, Sudeste Asiático, Índia, Venezuela, Brasil (Amazónia), Centro América, Nova Guiné, China e Turquia.

Para que aconteça a transmissão da doença é necessário que o mosquito se alimente previamente do sangue de uma pessoa infetada pelo parasita e posteriormente transmita o mesmo à uma pessoa saudável através de uma picada.

Uma vez que o parasita entra em contacto com o sangue, viaja através do sistema circulatório até as células hepáticas (fígado) onde se multiplica para posteriormente ser libertado desde o fígado para a corrente sanguínea onde invadem os glóbulos vermelhos (eritrócitos) que utilizam novamente para multiplicar-se e produzir mais parasitas que são transportadas até outros hospedeiros pelo mosquito.

Período de incubação

Após a picada por mosquitos infetados, a doença tem um período de incubação que pode variar entre sete até trinta e cinco dias.

Sintomas

  • Febre: este é o sintoma mais característico.
  • Cefaleia
  • Dor muscular, dor articular
  • Calafrios e sudorese
  • Fadiga
  • Dor abdominal. Vómitos e por vezes diarreia
  • Nos casos graves estes sintomas podem estar acompanhados de:
  • Anemia grave
  • Convulsões
  • Urina escura ou com presença de sangue

A malária pode apresentar-se de forma grave ou complicada afetando o cérebro (malaria cerebral), rins, pulmões e fígado, condicionando sequelas graves e inclusivamente a morte.

Pessoas em risco

O risco de contrair esta doença ocorre ao viajar, por trabalho ou lazer, para as regiões onde o mosquito e a doença estão presentes, sem cumprir com algumas medidas de prevenção.

Esta doença pode ser particularmente grave em crianças com idade inferior a cinco anos, grávidas e doentes imunossuprimidos (por tratamentos oncológicos, doenças autoimunes, HIV, etc)

Como prevenir a malária?

A Direção-Geral da Saúde recomenda:

  1. A marcação de consulta do viajante ou com o médico assistente, pelo menos quatro semanas antes da partida para países ou regiões onde existe a doença.
  2. A adoção das seguintes medidas de proteção individual contra a picada de mosquitos:
  • Aplicar repelentes em adultos e crianças, ao longo do dia, de acordo com as instruções do fabricante e tendo em conta a duração do efeito repelente.
  • Se utilizar protetor solar juntamente com repelente, deverá aplicar primeiro o protetor solar e depois o repelente;
  • Proteger as crianças em carrinhos de bebé e berços com redes mosquiteiras;
  • Optar por alojamento com ar condicionado ou, em alternativa, utilizar redes mosquiteiras nas camas;
  • Utilizar vestuário preferencialmente largo, de cores claras, fibras naturais e que diminua a exposição corporal à picada dos mosquitos (camisas de manga comprida, calças e calçado fechado).

Para mais informações consulte

Locais de consulta do Viajante

Almada
Centro de Saúde de Almada
Rua António Vernay, 35 r/c, 2800 Almada
Tel.‐ 212721630/35/36   

Lisboa 
Centro de Saúde de Sete Rios
Largo Prof. Arnaldo Sampaio 1549‐1010 Lisboa.
Tel.‐ 217211836  Horário ‐ 9h ‐ 12.30h e 13.00h ‐ 15.30h 

Hospital de D. Estefânia (crianças)
Consulta e vacinação
Rua Jacinto Marto, 1169-045 Lisboa
Tel.‐ 213126690   

Hospital Egas Moniz
Consulta e vacinação
Rua da Junqueira, 126 Lisboa Tel.‐ 210432000 

Hospital Curry Cabral
Consulta e vacinação
Rua da Beneficência, nº 8, 1069-066 Lisboa
Tel.‐ 217924322

Hospital Sta. Maria
Consulta e vacinação
Av. Prof. Egas Moniz 1649-035 Lisboa
Tel.‐ 217805000 ext. 52113   

Instituto de Higiene e Medicina Tropical
Consulta e vacinação
Rua Junqueira, 96/110, 1349‐008 Lisboa
Tel.‐ 213652600

Setúbal 
Consulta e vacinação
Hospital de São Bernardo
Rua Camilo Castelo Branco, 290‐446 Setúbal
Tel.‐ 265549085   

Referências:
UpToDate: Clinical manifestations of malaria in nonpregnant adults and children.  2019
UpToDate: patient education: Malaria (The Basics)
Global technical strategy for malaria 2016-2030. World Health Organization. 2015
SIXTIETH WORLD HEALTH ASSEMBLY. World Health Organization. 23 May 2007
Comunicado: Malária (paludismo) em Cabo verde. Direção-Geral da Saúde. 2017

Autor
Dr. António Manuel Pereira De Figueiredo

Médico Especialista em Medicina Intensiva e Medicina Interna
Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Cascais Dr. José de Almeida – Grupo Lusíadas

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Inspeção
A ministra da Saúde justificou a decisão de determinar uma sindicância à Ordem dos Enfermeiros (OE) com “intervenções públicas...

Num comunicado divulgado pelo gabinete de Marta Temido é referido que a ministra determinou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) que realize uma sindicância à OE “com o objetivo de indagar indícios de eventuais ilegalidades resultantes das intervenções públicas e declarações dos dirigentes” e das atividades realizadas pela Ordem e correspetivas prioridades de atuação, e eventuais omissões de atuação delas decorrentes, em detrimento da efetiva prossecução dos fins e atribuições que lhe estão cometidos por lei”.

Outra das questões prende-se com “a gestão da OE no que respeita às suas contas”.

Em declarações aos jornalistas à margem da recondução dos órgãos sociais da direção da Associação Nacional de Farmácias, dirigida por Paulo Cleto Duarte, a ministra disse que “são vários aspetos relacionados com o comportamento, com a postura, com a atuação da Ordem dos Enfermeiros e com aquilo que são os limites das intervenções das associações públicas profissionais, relativamente aos quais o ministério tem de estar vigilante e quando tem dúvidas tem de encaminhar para as entidades competentes”.

Marta Temido afirmou que existe “um conjunto de atuações relacionadas com a Ordem dos Enfermeiros que suscitam dúvidas do ponto de vista do seu enquadramento e o Ministério reportou às entidades competentes e estas entenderam que a melhor forma de fazer um apuramento concreto era através de um inquérito mais profundo”.

A governante sublinhou que este “é um processo que deve decorrer com a maior tranquilidade”.

“Havendo dúvidas sobre o enquadramento de alguns comportamentos e algumas atitudes e havendo entidades com competências específicas na matéria, o Ministério da Saúde incumbe-as (…) de fazer o reporte. Não vou, não devo, pronunciar-me e entrar em detalhes sobre essas averiguações e devemos deixá-las decorrer com normalidade e com tranquilidade”, declarou a ministra.

Questionada sobre qual poderá ser o desfecho desta sindicância, Marta Temido respondeu que “só depois de se saber o resultado é que se poderá perceber em que é que o processo irá concluir”.

“Cabe à IGAS verificar se há ou não factos para mais consequências e só depois desse trabalho feito, com a necessária ponderação e respeito e até recato, é que haverá mais comentários relativamente ao tema”, declarou.

Questionada sobre um eventual fim das Parcerias Público Privadas (PPP) na Saúde, Marta Temido respondeu que é um assunto sobre o qual não se pronuncia, pois atualmente “a discussão sobre quilo que venha a ser a Lei de Bases da Saúde decorre na Assembleia da República e deve deixar-se os deputados fazerem o seu trabalho, não interferindo nessa discussão".

A ministra adiantou que estará, no entanto, sempre disponível para "ajudar a fazer pontes, diálogos, discussões para esclarecer aspetos técnicos", referindo que o resto é trabalho dos deputados.

No dia da tomada de posse da direção da ANF para o triénio 2019-2021, a ministra deixou como mensagem a “reafirmação do papel das farmácias em Portugal no contexto do sistema de saúde português e do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

“As farmácias têm sido e são um exemplo ímpar daquilo que é o papel do setor privado na construção do sistema de saúde e um parceiro impar no reforço do SNS e, portanto, continuamos a contar com as farmácias e com os farmacêuticos para garantirem a capilaridade de respostas e serviços cada vez mais diversificados e mais próximos das pessoas”, disse Marta Temido.

Federação
A federação sindical dos trabalhadores em funções públicas afirma que os inspetores veterinários ficam mais prejudicados com a...

“É uma carreira que consegue ser mais prejudicial, do ponto de vista salarial, para os trabalhadores do que a própria carreira geral”, disse à agência Lusa o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS), Orlando Gonçalves.

A federação esteve ontem reunida, em Lisboa, com o secretário de Estado das Florestas, Miguel João de Freitas, em substituição do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira.

Segundo a FNSTFPS a reunião “serviu apenas” para a entrega do diploma que foi publicado, esta segunda-feira, no Boletim do Trabalho e Emprego, que “tem as carreiras todas de uma forma generalista”, integrando quatro artigos relativos à inspeção veterinária.

A federação tem agora dez dias para apresentar a sua posição relativamente ao documento.

Porém, no encontro de hoje com o Governo, teve já oportunidade de demonstrar o seu desagrado quanto à carreira especial proposta.

Orlando Gonçalves indicou que com esta proposta o Governo “cria um nível remuneratório virtual”, o que faz com que na próxima progressão os trabalhadores em causa “em vez de terem um salto, na tabela remuneratória, como teriam na carreira geral têm só de 50 euros”.

Desta forma, os inspetores ficam penalizados em 150 euros, uma vez que a progressão na carreira geral corresponderia a uma subida salarial de 200 euros, apontou o responsável.

“Isto é inadmissível. Uma carreira especial nunca poderá ser menos favorável para os trabalhadores do que a própria carreira geral”, notou.

Por outro lado, a proposta continua a por de lado uma “parte significativa” dos médicos veterinários da Direção-Geral de Alimentação e veterinária (DGAV): “Eles insistem […] em só integrar na carreira os que desempenham funções nos matadouros e nas salas de desmancha da caça e insistem que os inspecionam as lotas e o pescado e os aeroportos não têm um trabalho de inspeção, mas de fiscalização ou controlo”.

O terceiro ponto da proposta, que também mereceu a recusa da federação, está relacionado com o facto de a carreira ser considerada “de trabalho permanente”, o que prevê disponibilidade aos sábados, domingo e feriados, mas sem uma compensação salarial.

“Não há qualquer tipo de suplemento ou compensação remuneratória, mas a disponibilidade paga-se”, referiu.

Por último, a federação garantiu estar em desacordo quanto à definição do domicílio profissional.

“Este decreto vem dizer que o domicílio é o [correspondente] ao distrito em que o trabalhador está a serviço. Até aí tudo bem, mas [prevê] que a título extraordinário e, sempre que se justifique, que o domicílio pode ter o matadouro […], ou seja, é para poupar nas ajudas de custo. Entendemos que é ilegal, porque o matadouro é privado”, vincou.

Posto isto, a FNSTFPS vai reunir com os trabalhadores para deliberar se estes “querem esperar a resposta do Ministério à posição [da federação]” ou se vão já “encetar ações de luta”.

Para já, os trabalhadores permanecem em greve ao trabalho extraordinário até ao final de julho, bem como ao trabalho noturno.

Na segunda-feira, Orlando Gonçalves já tinha avançado à Lusa que os inspetores veterinários estão dispostos a começar uma nova greve, com o objetivo de parar o abastecimento de carne aos talhos.

Os veterinários e inspetores sanitários da Direção-Geral da Alimentação e Veterinária (DGAV) estiveram em greve entre 16 e 20 de abril, reivindicando, entre outros pontos, a criação desta carreira especial, mesmo após o Governo ter anunciado a sua aprovação, na generalidade, em Conselho de Ministros.

Na base do protesto, conforme indicou a federação, esteve o facto de o Governo ter aprovado esta carreira especial, sem ter negociado com os sindicatos e sem lhes ter remetido qualquer documentação sobre a proposta.

Entre as reivindicações dos inspetores encontra-se também o fim da municipalização das competências da DGAV e a aplicação do despacho que define como são pagas as deslocações em serviço.

Contactado pela Lusa, na altura, o Ministério da Agricultura remeteu esclarecimentos para o Ministério das Finanças que, por sua vez, indicou que foi publicada, no próprio dia, no Boletim do Trabalho e Emprego a versão discutida da proposta.

Reforço de profissionais
O Secretário Regional da Saúde dos Açores anunciou que vai ser feito um reforço de recursos humanos na Unidade de Saúde de Ilha...

Rui Luís, que reuniu ontem com o Conselho de Administração da Unidade de Saúde de Ilha de Santa Maria, afirmou que “o Governo Regional, a Unidade de Saúde de Ilha e os hospitais da região estão fortemente empenhados em garantir uma cada vez melhor acessibilidade dos marienses aos cuidados de saúde”.

O governante apontou a admissão de nove pessoas, “até ao final deste ano”, para a unidade, entre os quais enfermeiros, assistentes técnicos, assistentes operacionais, um cardiopneumologista e um médico de família, que irão responder às questões levantadas pelo Conselho de Ilha, como a dificuldade na marcação das consultas.

Sobre a deslocação de doentes, o responsável pela tutela garantiu que o “processo já está estabilizado” e que “irá melhorar”, com o gabinete do utente deslocado já em funcionamento no Hospital de Santo Espírito, na Terceira, e que será implementado nos outros dois hospitais da região até ao final deste ano.

O gabinete presta apoio aos doentes que se deslocam a outras ilhas, permitindo conciliar vários atos médicos na mesma deslocação.

A melhoria do acesso dos marienses aos cuidados de saúde será garantida também através do reforço da deslocação de especialistas à ilha.

“Aquilo que está a ser preparado pelo Hospital do Divino Espírito Santo, neste momento, é, através dos serviços das várias especialidades, a verificação de todas as consultas que estão marcadas até ao final deste ano, e, para aquelas em que há uma maior deslocação de utentes de Santa Maria, que seja possível que esse especialista venha aqui a Santa Maria”, esclareceu Rui Luís.

Em 2018, registaram-se “cerca de 8.300 doentes e acompanhantes a deslocarem-se aqui de Santa Maria para a ilha de São Miguel”, cerca de 22 deslocações diárias, avançou o governante.

 

Páginas