Covid-19

Vigilância deve manter-se no verão e as medidas de proteção não podem ser descuradas

O alerta foi feito ontem pela Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas, que aproveitou a conferência de imprensa diária para revelar que o comportamento do novo coronavírus com temperaturas altas é ainda desconhecido. Por isso, a vigilância e as medidas de proteção não podem descuradas “nem por um momento”.

“Os cidadãos não podem descurar as medidas porque nós não sabemos [se o calor tem influência no abrandamento]. Este vírus ainda não se deixou estudar completamente. Há coisas que não sabemos e temos de ter a humildade de dizer que não sabendo, temos de continuar a vigiá-lo e a tomar medidas para o pior cenário”, afirmou Graça Freitas.

A Diretora-Geral da Saúde, acompanhada do Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, foi questionada sobre estudos e teorias que dão conta de que o novo coronavírus, que é já responsável pela morte de mais de 328 mil pessoas, reage bem ao calor.

“A questão da temperatura é uma questão que todo o mundo acompanha com ansiedade. Os outros coronavírus, os quatro que são sazonais, são sazonais porque aparecem sobretudo no outono e no inverno e começam a ter uma atividade muito baixa na primavera e no verão. Se este vírus tiver este comportamento vamos ter um alívio de casos no verão, mas não temos a certeza”, sublinhou a Diretora-Geral da Saúde.

Graça Freitas frisou a necessidade de “continuar a vigiar” e, como exemplo relativamente à incerteza do comportamento do vírus, lembrou o caso de Singapura. “Não podemos nem por um momento descurar a vigilância epidemiológica, a monitorização dos casos, o isolamento dos casos. Estamos todos, à escala planetária, à espera do verão para ver o comportamento do vírus. Singapura está no Equador e teve surtos. É um país quente e teve de controlar casos. Temos de ter cuidado e estar muito atentos em relação à temperatura”, concluiu.

É essencial o equilíbrio entre ficar em casa e a retoma das atividades

Na semana em que Portugal iniciou a reabertura de alguns espaços como creches, aulas presenciais para os 11.º e 12.º anos, lojas de rua, cafés, restaurantes, museus, monumentos e palácios, ao Secretário de Estado da Saúde foi pedido um balanço sobre o desconfinamento.

“Ainda não estamos em tempo de balanço. Estamos ainda em tempo de dar respostas. É importante passar a mensagem [de equilíbrio] entre o ‘fique em casa’ e o ‘retome a sua atividade’. É importante que as pessoas percebam que continua a haver um critério de salvaguarda e contenção. É do ponto de equilíbrio que vai resultar com certeza no futuro um balanço favorável”, afirmou António Lacerda Sales.

Fonte: 
SNS
Nota: 
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