Emergência Médica
A insolação, também conhecida como golpe de calor, é uma condição médica grave que ocorre quando o c

O que é Insolação?

A insolação é a forma mais grave de lesão causada pelo calor e é considerada uma emergência médica. Ela ocorre quando a temperatura corporal atinge ou ultrapassa os 40°C, e o corpo perde a capacidade de regular sua temperatura. Isso pode levar a danos em vários órgãos, incluindo o cérebro, coração, rins e músculos, e pode ser fatal se não for tratada imediatamente.

Existem dois tipos de insolação: a insolação clássica e a insolação por esforço: 

  • Insolação clássica: tende a ocorrer em indivíduos mais vulneráveis, como idosos, crianças e pessoas com doenças crónicas, especialmente durante ondas de calor; 
  • Insolação por esforço: é mais comum em indivíduos jovens e saudáveis que realizam atividades físicas intensas em ambientes quentes e húmidos.

Sintomas de Insolação

Os sintomas da insolação podem variar, no entanto, estes são os sinais mais frequentes: 

  • Aumento rápido da temperatura corporal, frequentemente superior a 40°C;
  • A pele pode ficar vermelha, quente e seca ao toque, embora em alguns casos de insolação por esforço a pele possa estar húmida devido à transpiração;
  • Confusão, agitação, dificuldade de raciocínio, delírios, convulsões e, em casos graves, perda de consciência;
  • Sensação de mal-estar, acompanhada de naúseas e/ou vómitos; 
  • A respiração pode tornar-se superficial e rápida, e o pulso pode ser forte e acelerado;

Em casos extremos, a insolação pode levar a complicações graves como falência de órgãos, coma e até morte. É crucial reconhecer os sinais precocemente e agir rapidamente.

Fatores de Risco

Há vários fatores podem aumentar o risco de insolação, como:

  • Exposição prolongada ao calor;
  • Atividade física intensa;
  • Desidratação;
  • Idade;
  • Condições de saúde pré-existentes, como doenças cardiovasculares, respiratórias e metabólicas, e utilização de certos medicamentos;
  • Consumo de álcool.

Como prevenir a insolação

A prevenção da insolação envolve a adoção de medidas que ajudem o corpo a manter sua temperatura dentro de limites seguros, especialmente em condições de calor extremo. 

  • Beber água regularmente é essencial para ajudar o corpo a regular a temperatura através da transpiração. Em climas quentes ou durante atividades físicas intensas, é importante aumentar a ingestão de líquidos. Evitar bebidas alcoólicas e com cafeína, que podem levar à desidratação, também é recomendado;
  • Usar roupas leves, de cores claras e de tecidos que permitam a transpiração ajuda a manter o corpo mais fresco. Chapéus de aba larga e óculos de sol podem proteger a cabeça e os olhos da radiação solar;
  • Sempre que possível, procure ficar em áreas com sombra, especialmente durante as horas mais quentes do dia (entre as 10h e as 16h). Usar protetor solar com alto fator de proteção também é importante para evitar queimaduras solares, que podem comprometer ainda mais a regulação da temperatura corporal;
  • Se precisar praticar atividades físicas ao ar livre, tente fazê-las nas primeiras horas da manhã ou ao final do dia, quando as temperaturas são mais amenas. Faça pausas frequentes e hidrate-se adequadamente; 
  • Permanecer em locais bem ventilados ajuda a prevenir o acúmulo de calor corporal. 

O que fazer em caso de insolação

  • A insolação é uma emergência médica. Ligue para os serviços de emergência imediatamente.
  • Enquanto aguarda ajuda, tente baixar a temperatura corporal da pessoa. Leve-a para um local fresco, remova o excesso de roupas e aplique compressas frias ou molhe a pele com água fria. Se possível, coloque a pessoa em uma banheira com água fria.
  • Se a pessoa estiver consciente e puder beber, ofereça água fresca. Mas, evite bebidas muito geladas ou com cafeína.
 
Referências Bibliográficas
Insolação: como prevenir e atuar. CUF. https://www.cuf.pt/mais-saude/insolacao-como-prevenir-e-atuar
 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Unidade de Saúde Familiar (USF) Rainha D. Leonor é a primeira a receber o projeto
A Unidade Local de Saúde do Oeste (ULS do Oeste) alargou o projeto de Telereabilitação, iniciado em plena pandemia, aos...

Esta expansão vai permitir chegar a mais utentes, abrangendo outro tipo de patologias. A Unidade de Saúde Familiar (USF) Rainha D. Leonor vai ser a primeira unidade dos Cuidados de Saúde Primários a dar continuidade a este projeto com a colaboração de duas fisioterapeutas.

Segundo a ULS Oeste, "a telereabilitação dispensa que os utentes façam a deslocação aos locais do tratamento, permitindo assim diminuir custos associados às deslocações, recursos humanos e materiais. A ausência de deslocação do utente, só na Unidade Hospitalar das Caldas da Rainha, permitiu reduzir a pegada ecológica associada à prestação de Cuidados de saúde, de cerca de 60.000 Km, até então". 

Por outro lado, explica que "pela realização de sessões de fisioterapia assíncronas com a telereabilitação, neste conceito de gamificação permite melhores resultados em saúde, inclusive aumentar o número de utentes acompanhados em simultâneo, guardando-se a mão técnica dos fisioterapeutas para casos mais específicos, com dados estatísticos de um grau de motivação dos utentes de 84% e de satisfação 9/10". 

A telereabilitação é, tal como se explica na página oficial da ULS Oeste, aplicável a todas as idades, "permitindo uma melhor conciliação da vida do utente com a intervenção terapêutica verificando-se uma diminuição acentuada do absentismo laboral".

A criação deste valor institucional é reconhecida pelos diferentes prémios e publicações nacionais e internacionais, mas acima de tudo pela satisfação demonstrada pelos utentes da ULS do Oeste. A perspetiva “OneHealth” do projeto, defende a interconexão entre as pessoas e o ambiente com o foco numa Saúde Sustentável facilitadora do incremento ao acesso dos cuidados em fisioterapia.

"O utente é acompanhado diariamente pelo fisioterapeuta na plataforma, com possibilidade de ajustar o plano terapêutico, de acordo com o feedback dado pelo utente. No final do plano de exercícios, o utente é reavaliado, para ajuste da decisão terapêutica ou alta, assim como para entrega do sensor de movimento à instituição", avança a ULS.

 
Tratamento da Alopecia
A alopecia é uma doença para a qual, ao longo da história, foram procuradas inúmeras soluções.

O que é o Minoxidil?

O Minoxidil é um medicamento anti-hipertensivo que foi inicialmente utilizado para combater problemas de tensão arterial. Embora se tenha descoberto que não era muito eficaz para este fim, observou-se um efeito secundário relevante: o fortalecimento dos cabelos existentes e a estimulação do crescimento de novos cabelos, graças ao seu efeito vasodilatador. Iniciou-se então uma investigação e concluiu-se que, em alguns casos, o Minoxidil é positivo para melhorar a saúde do cabelo.

Como é que este medicamento deve ser utilizado?

Se o seu médico especialista lhe prescreveu um tratamento com Minoxidil, seja para aplicação tópica ou oral, deve seguir as suas indicações para obter os melhores resultados. Não se esqueça de que é muito importante ser consistente, porque a interrupção do tratamento pode causar uma diminuição da densidade do cabelo e parar a produção de novos cabelos. Além disso, a aplicação correta, no caso do tratamento tópico, é fundamental para obter os melhores resultados.

Para que é utilizado o Minoxidil?

A sua principal função é manter e fortalecer o cabelo, e não o restaurar. Para este último caso, existe apenas uma solução: o transplante capilar.

Perante os problemas de alopecia, é sempre aconselhável consultar um médico especialista que identificará as causas e prescreverá um tratamento adequado. Dependendo do tipo e do grau de alopecia, podemos aplicar medicamentos como o próprio Minoxidil ou a Finasterida ou a Dutastarida, bem como tratamentos capilares como a mesoterapia capilar, o Plasma Rico em Plaquetas (PRP) ou o laser de baixa frequência. Para além disso, a combinação destes tratamentos melhora a eficácia, uma vez que se complementam.

Como é que o Minoxidil funciona?

Como dissemos anteriormente, o Minoxidil tem um efeito vasodilatador, pelo que favorece o fluxo sanguíneo que alimenta os folículos. Isto permite que o cabelo cresça mais forte.

Em que casos pode ser utilizado?

É mais eficaz nas fases iniciais da queda de cabelo e em pessoas com menos de 40 anos que começaram a perder cabelo recentemente. É preciso não esquecer que, se já sofre de calvície, o Minoxidil não ajudará a repovoar as zonas sem cabelo, nem evitará que a linha do cabelo se torne mais pronunciada. Será sempre o médico especialista que determinará em que caso um tratamento deste tipo é adequado.

Os resultados são duradouros?

Uma vez iniciado o Minoxidil, deve assumir que, para manter os resultados, o tratamento será contínuo. Se parar, passados 3 ou 4 meses estará de volta ao ponto de partida. É por isso que deve estar empenhado em ser consistente e tratá-lo como parte da sua rotina diária de cuidados capilares.

Quanto tempo é que o Minoxidil demora a fazer efeito?

Começará a notar mudanças após 5-6 meses, desde que siga as orientações do seu médico. Tenha em conta que na primeira fase pode ocorrer uma queda de cabelo intensa, mas não deve preocupar-se com isso e não deve interromper o tratamento porque esta queda parcial de cabelo faz parte do processo.

Quem pode utilizar o Minoxidil para travar a queda de cabelo?

Qualquer pessoa que sofra de alopecia androgenética numa fase inicial, de preferência com menos de 40 anos. O Minoxidil 5% recomendado para os homens e 2% para as mulheres. Não é recomendado durante a gravidez ou a amamentação, e só é útil para a alopecia de causa hormonal e genética. Por outras palavras, não será útil para a alopecia cicatricial, por exemplo.

Quais são os efeitos secundários do Minoxidil? 

O Minoxidil, em alguns casos, pode ter os seguintes efeitos secundários:

  • Dor de cabeça, como consequência da vasodilatação.
  • Em alguns casos, hipertricose, ou seja, o aparecimento de pelos em zonas dependentes de hormonas, sobretudo nas mulheres (patilhas, queixo) e também nos homens (barba, braços).
  • Problemas cardiovasculares raros.
  • Na aplicação tópica, pode ocorrer aumento da seborreia, sensibilidade local (com vermelhidão considerável) ou dermatite.

Não se esqueça de seguir as recomendações do seu médico; aplicar ou tomar mais Minoxidil do que o prescrito não trará resultados mais rápidos. No entanto, pode aumentar a probabilidade de efeitos secundários.

Se sentir tonturas, dores no peito, ritmo cardíaco acelerado, dificuldades respiratórias, inchaço em qualquer parte do corpo, aumento de peso, irritação, comichão ou ardor no couro cabeludo que não desaparece e é grave, consulte o seu médico o mais rapidamente possível.

Então, até que ponto o Minoxidil é bom? É certamente uma opção eficaz para travar a queda de cabelo, cujos efeitos secundários são compensados pelos resultados.

O Minoxidil pode tornar-te careca?

A resposta é não, o Minoxidil não provoca alopecia. Este mito sobre o Minoxidil pode ter a sua origem no efeito de queda que ocorre no início do tratamento. A razão para esta queda é o facto de o medicamento poder acelerar a queda de cabelo ao encurtar a fase de repouso. Mas não se assuste, pois isto é completamente normal e faz parte do processo de renovação do cabelo.

O que acontece se eu parar de usar o Minoxidil?

Como dissemos anteriormente, se quiser obter resultados duradouros, tem de se comprometer com o tratamento. Se parar, tem de assumir que voltará à estaca zero, uma vez que perderá os benefícios capilares acumulados enquanto estava a seguir o regime.

Como é que o Minoxidil é aplicado?

Existem duas formas: por via tópica, diretamente no couro cabeludo, utilizando um spray, um roll-on, uma pipeta ou uma seringa, ou por via oral, sob a forma de comprimidos.

Na forma tópica, Minoxidil 5% deve ser utilizado duas vezes por dia. Aplicar a quantidade adequada na zona afetada e espalhar o produto com os dedos. Lembre-se de não lavar o cabelo durante pelo menos 4 horas após a aplicação e evite secá-lo com o secador. Lave bem as mãos após a aplicação e tenha em atenção que pode manchar um pouco os lençóis.

São frequentes os casos em que os doentes só o utilizam à noite devido ao efeito estético desagradável que tem nos cabelos (como se tivessem excesso de óleo). No entanto, este facto reduz o efeito terapêutico.

A dose para a via oral dependerá do sexo, do tipo e padrão da alopecia, de outros tratamentos médicos que o doente esteja a fazer e das particularidades do próprio doente. Por outras palavras, deve ser um tratamento personalizado. Como referência, são habitualmente utilizadas doses de 0,25 a 2 mg por dia para as mulheres e de 2,5 a 5 mg para os homens.

O minoxidil é melhor do que um transplante capilar?

Não é que seja melhor ou pior, apenas não cumpre a mesma função. O minoxidil não substitui em caso algum o transplante, apenas mantém e fortalece o cabelo. No entanto, o transplante permite recuperar definitivamente o cabelo perdido nas zonas afetadas pela alopecia.

Assim, pode ser um bom complemento ao transplante, que também pode ser combinado com um tratamento capilar como os mencionados acima (mesoterapia, PRP, laser de baixa frequência). O seu médico determinará qual a opção mais adequada para o seu caso.

Se está interessado em possíveis alternativas ao Minoxidil, provavelmente já procurou por remédios caseiros para a alopecia. A cultura popular, mais antiga do que muitas descobertas da investigação, tem tentado encontrar as suas próprias soluções para a calvície durante séculos. A realidade é que não existem provas de que truques como aplicar óleo de amêndoas ou chá verde sejam efetivamente úteis, embora possam, em alguns casos, ajudar a nutrir o cabelo. O que sabemos que é bom para a saúde do cabelo é estimular o couro cabeludo com massagens suaves, utilizar produtos capilares de qualidade, consumir alimentos com biotina e, de um modo geral, ter uma dieta saudável. Mas, em caso algum, estas medidas irão parar a alopecia.

Para qualquer problema capilar, o melhor é contactar uma equipa especializada como a da Insparya, que avaliará em pormenor a saúde do seu cabelo para determinar o tratamento mais adequado.

Que precauções especiais devo tomar?

No caso do Minoxidil tópico, evitar o contacto com os olhos, nariz e boca. Não coloque mais nada na zona onde o aplica (ligaduras, pensos, loções), exceto se o seu médico lhe der instruções nesse sentido. Se o ingerir, não se preocupe com a absorção dos alimentos, pois esta não interfere com o seu efeito. Além disso, lembre-se que cada tratamento é adaptado às necessidades do doente, pelo que não deve ser partilhado.

Se notar algum dos efeitos secundários acima descritos, consulte um médico o mais rapidamente possível. Deve também efetuar controlos regulares para que o especialista possa verificar se a evolução é a esperada.

O que devo fazer se me esquecer de uma dose?

Não tome uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar. Tome-a ou aplique-a quando se lembrar. Se estiver próximo da hora da segunda dose do dia, então tome essa dose mais cedo, mas não tome duas doses de uma só vez.

Como devo guardar ou deitar fora este medicamento?

Mantenha-o no seu recipiente, bem fechado, fora do alcance das crianças e longe do calor e da humidade. Por outras palavras, a casa de banho não é um bom local para o Minoxidil tópico. Se quiser desfazer-se dele, quer seja em cápsulas ou em líquido, leve-o à sua farmácia, onde ele será tratado de forma responsável.

Comentários sobre Minoxidil

As pessoas que seguem um tratamento com Minoxidil referem frequentemente que notaram uma grande mudança no seu cabelo, tanto homens como mulheres que são constantes e ultrapassam os 4 meses de tratamento. A melhoria da densidade, da espessura e da vitalidade são relevantes. No entanto, alguns pacientes mencionam uma certa vermelhidão do couro cabeludo, comichão ou picadas, especialmente se for aplicado em formato de loção, porque inclui álcool que gera irritação e secura. Estes incómodos melhoram normalmente com o tempo.

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Entrevista | Dr. Tiago Esteves de Carvalho, Fisiatra
Uma das principais complicações do raquitismo hipofosfatémico ligado ao X ou XLH são as deformidade

O raquitismo hipofosfatémico ligado ao X (XLH) é uma doença crónica que perturba o metabolismo fosfo-cálcico devido à perda renal de fosfato, um elemento fundamental nos processos de mineralização dos ossos, na formação e manutenção da dentição saudável e em vários processos metabólicos do organismo. Entre as principais complicações estão as deformidades ósseas, que ocorrem sobretudo a nível dos membros inferiores, associam-se frequentemente a dor óssea, causam atraso no início e alteração da marcha, cansaço e limitação na mobilidade e capacidade para as atividades físicas. Neste sentido, de que forma pode a fisioterapia auxiliar no tratamento destes doentes?

A fisioterapia pode ajudar ao melhorar a mobilidade articular, a força muscular e o padrão de marcha, reduzindo o risco de quedas.

Para quem não está familiarizado com o assunto, por que motivo as deformidade ósseas impactam tanto a mobilidade de um doente?

Porque a as alterações da configuração dos ossos têm impacto nas articulações que perdem mobilidade.

Neste caso, tratando-se de deformidades que afetam, sobretudo, os membros inferiores, que tipos de exercícios se procuram fazer nas sessões de fisioterapia? A hidroterapia pode ser uma boa opção? Porquê?

Sobretudo exercícios isométricos (sem movimento das articulações) para manter massa muscular. A hidroterapia pode ser útil pois permite fazer exercícios com menos carga sobre as articulações dos membros inferiores, logo com menos dor; isto porque a pressão hidrostática suporta parte do peso do corpo.

Como se trata a dor em fisioterapia? Que estratégias podem ser utilizadas nestes doentes?

Tudo depende da causa da dor; se a dor for por contratura muscular pode ajudar ao relaxar o músculo; mas se a dor for mais articular temos técnicas de eletroterapia que ajudam a diminuir a perceção da dor.

Outra das complicações associadas é a fraqueza muscular, neste sentido de que forma a fisioterapia pode auxiliar neste processo? Que tipo de exercicio/técnicas são utilizadas para reforço muscular?

Exercícios sem dor; muitas vezes têm de ser isométricos; outra hipótese é usar a estimulação elétrica para manter o trofismo muscular.

Qual a diferença entre trabalhar com crianças e adultos?

É muito grande. Nas idades pediátricas temos de considerar que é um aparelho musculo-esquelético em crescimento. Em relação à colaboração tudo é diferente; é preciso ter um perfil que se adeque à população pediátrica.

De um modo geral, quais os principais benefícios da fisioterapia?

Melhoria da função, da capacidade física e assim da participação nas atividades diárias, lúdicas e de carácter social.

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Doença resulta em ossos fracos e deformidades ósseas
O Raquitismo Hipofosfatémico ligado ao X (XLH) é uma doença rara que afeta o metabolismo ósseo, cara

Compreender a XLH

A XLH (ou Raquitismo Hipofosfatémico) é causada por mutações no gene PHEX, que leva a uma diminuição da reabsorção de fosfato pelos rins e, consequentemente, a níveis baixos de fosfato no sangue. O fosfato é essencial para a mineralização óssea e a sua deficiência resulta em ossos moles e deformados. Os sintomas incluem dores ósseas e musculares, fraqueza, deformações dos membros e baixa estatura. De acordo com a especialista em Nefrologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra, Clara Gomes, "as deformidades ósseas, que ocorrem sobretudo a nível dos membros inferiores". São ainda comuns "alterações na dentição com atraso na erupção dentária, cáries e abcessos recorrentes e no jovem adulto pode ainda surgir surdez". 

Todas estas alterações, explica a médica,  "condicionam um impacto negativo na qualidade de vida e na autoestima destas crianças/jovens e também das famílias".

O tratamento da XLH é multidisciplinar, no entanto, a fisioterapia é essencial para abordar as limitações físicas e melhorar a qualidade de vida dos doentes. 

"Mais usada nos adultos, pode também ser útil nas crianças sobretudo após cirurgias ortopédicas ou em casos muito selecionados de diminuição da amplitude de movimentos ou fraqueza muscular", explica Clara Gomes, nefrologista pediátrica. 

A Fisioterapia no tratamento da XLH

Segundo o fisioterapeuta, Nuno Anjinho, "a fisioterapia, é prestada em circunstâncias em que o movimento e a capacidade funcional são ameaçados pelo envelhecimento, por lesões, por doenças ou distúrbios, por condições ou fatores ambientais e com a compreensão de que o movimento funcional é fulcral para aquilo que significa ser saudável". 

"É missão do fisioterapeuta interagir e trabalhar num contexto de equipa com outros profissionais, por razões óbvias, com os doentes, familiares, cuidadores e comunidades onde o potencial de movimento é avaliado e os objetivos são acordados, utilizando conhecimentos próprios e técnicas exclusivas e particulares, nunca perdendo o foco na importância de identificar e maximizar a qualidade de vida e o potencial de movimento em contextos de promoção, prevenção, tratamento, habilitação e reabilitação tendo em conta e de acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), o individuo como um todo, numa abordagem holística e não biomédica, abrangendo o bem estar físico, psicológico, emocional e social", acrescenta. 

A fisioterapia no tratamento da XLH centra-se em três objetivos principais: alívio da dor, melhoria da função motora e prevenção de deformidades. As abordagens incluem:

Exercícios de fortalecimento muscular - Os doentes com XLH têm frequentemente fraqueza muscular devido à dor crónica e à falta de atividade física. Os exercícios de fortalecimento, especialmente para os músculos proximais dos membros inferiores e superiores, são fundamentais para melhorar a estabilidade e a funcionalidade.

Mobilização das articulações -  As técnicas de mobilização articular ajudam a manter a amplitude de movimento das articulações, prevenindo contraturas e deformidades articulares secundárias. 2

Treino da marcha e do equilíbrio - As deformidades ósseas e a fraqueza muscular podem afetar a marcha e o equilíbrio. O treino específico, incluindo exercícios de equilíbrio e coordenação, pode ajudar a melhorar a mobilidade e a reduzir o risco de quedas.

Hidroterapia - A hidroterapia é particularmente benéfica para os doentes com XLH, uma vez que a flutuabilidade reduz a carga sobre as articulações doridas, permitindo uma maior liberdade de movimentos e o fortalecimento muscular sem causar dor. 3

Educação e adaptação  - É fundamental educar os doentes e as suas famílias sobre a doença e a importância da adesão ao tratamento de fisioterapia. Além disso, pode ser necessário adaptar o ambiente doméstico para facilitar a mobilidade e evitar quedas. 2

De acordo com os especialistas, a  fisioterapia oferece, deste modo, vários benefícios aos doentes com XLH, sendo um componente essencial no tratamento do raquitismo hipofosfatémico, oferecendo benefícios significativos em termos de alívio da dor, melhoria da mobilidade e fortalecimento muscular. Salienta-se, ainda que o desenvolvimento contínuo de planos de tratamento personalizados, baseados em provas científicas, é crucial para garantir que cada doente recebe os cuidados mais eficazes possíveis. 4, 5

 
Referências 
1. Carpenter TO, Imel EA, Holm IA, et al. A clinician's guide to X-linked hypophosphatemia. J Bone Miner Res. 2011;26(7):1381-1388. [https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21538511/]
2. Imel EA, Econs MJ. Approach to the hypophosphatemic patient. J Clin Endocrinol Metab. 2012;97(3):696-706. [https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22392950/]
3. Che H, Roux C, Etcheto A, et al. Hypophosphatemia and fracture healing. Joint Bone Spine. 2019;86(5):555-556.
4. Saraff V, Högler W. Endocrine management of X-linked hypophosphatemia in children and adolescents. Endocrinol Metab Clin North Am. 2015;44(2):417-433.
5. Santos, F., et al. (2020). Multidisciplinary approach to the treatment of X-linked hypophosphatemia. Journal of Pediatric Endocrinology and Metabolism, 33(1), 27-35.
 
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Dia 21 de agosto, mediante inscrição
A “Mamãs Sem Dúvidas” vai dinamizar mais um Curso Flash, no dia 21 de agosto, às 21h30, em formato online. Subordinado ao tema ...

O curso iniciar-se-á com uma sessão subordinada ao tema “Cuidados básicos com o recém-nascido”, ministrada por Sónia Patrício, enfermeira especialista em Saúde Infantil e Pediatria, que tem como objetivo capacitar os pais a cuidarem dos seus bebés recém-nascidos, através da transmissão de orientações práticas e precisas que reduzem a ansiedade e fortalecem a ligação entre pais e filhos.

Esta sessão contará, ainda, com a participação de Maria Costa, Formadora do Laboratório BebéVida, que explicará a importância e os benefícios da recolha de células estaminais do cordão umbilical durante o parto, as aplicações terapêuticas dessas células e como as famílias podem beneficiar deste processo, que já é responsável pelo tratamento de mais de 80 doenças.

A inscrição para o evento é gratuita, mas obrigatória, podendo ser efetuada através do seguinte link: https://mamassemduvidas.pt/exercicio/

 
Médico explica
Existem no mercado vários dispositivos que medem vários parâmetros relacionados com a saúde, entre e

O que a variabilidade da frequência cardíaca mede?

"A variabilidade da frequência cardíaca mede o equilíbrio da atividade nervosa no corpo e a sua relação com a frequência cardíaca e a pressão arterial", começa por explicar o cardiologista. 

Segundo o especialista, "o sistema nervoso ao qual a variabilidade da frequência cardíaca está ligada é designado por sistema nervoso autónomo. Pode ser considerado como o equilíbrio entre os efeitos da adrenalina no corpo e a outra parte do sistema nervoso, o nervo vago". 

"De batimento a batimento, ou durante períodos de tempo, a variabilidade da frequência cardíaca pode ser medida de diferentes formas para tentar avaliar este equilíbrio no sistema nervoso autónomo", afirma.

O que significa uma variabilidade da frequência cardíaca alta ou baixa?

"Em geral, as pessoas com uma variabilidade da frequência cardíaca mais elevada têm mais probabilidades de ter uma melhor aptidão cardiovascular. Os atletas tendem a ter uma variabilidade da frequência cardíaca muito elevada, por exemplo", revela. 

Pelo contrário, explica o médico, "as pessoas com menor variabilidade da frequência cardíaca podem ser mais susceptíveis de não ter aptidão cardiovascular ou de ter uma doença cardíaca subjacente". 

Isto significa que as pessoas com elevada variabilidade da frequência cardíaca não têm nada com que se preocupar, mas as outras sim?

Para as pessoas a quem não foi diagnosticada qualquer doença cardíaca e que são saudáveis, a variabilidade da frequência cardíaca não é, por si só, uma informação sobre a qual o médico possa atuar, afirma o médico. 

"A variabilidade da frequência cardíaca, por si só, provavelmente não fornecerá uma imagem clara da probabilidade de, por exemplo, ter um ataque cardíaco, uma paragem cardíaca ou outros problemas de ritmo cardíaco. Não fornece pormenores suficientes para dizer: 'Sim, está em maior risco de ter X'", afirma.

A investigação sobre a variabilidade da frequência cardíaca em doentes que sofreram ataques cardíacos ainda não foi incorporada na tomada de decisões clínicas, explica. 

É possível melhorar a variabilidade da frequência cardíaca?

"Podemos dizer a um doente que precisa de fazer mais exercício, perder um pouco de peso, ficar mais em forma. Mas estas são coisas que já são encorajadas a fazer para a saúde do coração em geral", afirma o cardiologista. 

Conselhos para pessoas preocupadas com a variabilidade da frequência cardíaca:

"Ignore-a como uma medida isolada. Utilize-a como uma forma de o encorajar a ser um pouco mais saudável no seu estilo de vida", aconselha. "Se está preocupado com a variabilidade da frequência cardíaca, deve preocupar-se com estes fatores [estilo de vida]. Estes são aspetos mais tangíveis que podem ser postos em prática e que sabemos que terão um impacto na sua longevidade", conclui. 

Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
35 vagas disponíveis
Arranca já em setembro, com 35 vagas, a primeira Licenciatura em Saúde Pública do país, promovida pelo Instituto Universitário...

Este curso, pioneiro no nosso país, surge em resposta à necessidade de completar o panorama da formação em Saúde Pública com uma licenciatura que possa direcionar os jovens profissionais para o amplo espectro de carreiras da Saúde Pública, à semelhança do que acontece em vários outros países. Essas carreiras vão desde o Serviço Nacional de Saúde até às instituições da União Europeia ou aos setores privado ou social.

Com a duração de três anos, a Licenciatura em Saúde Pública possui um caráter multidisciplinar e visa preparar profissionais para atuar, entre outras áreas, na proteção da saúde da população, na prevenção da doença e no planeamento de políticas públicas de saúde.

Os estudantes terão oportunidade de conhecer o sistema de saúde e de compreender como os fatores ambientais e sociais interagem com as características individuais para produzir diferentes experiências de saúde e doença. Aprenderão a analisar e intervir em situações que afetam a saúde pública, desenvolverão competências de análise e planeamento de programas e políticas de saúde e serão incentivados a adotar uma visão crítica sobre os desafios de saúde pública atuais e emergentes, sejam globais, nacionais ou locais.

Com base neste plano de estudos, com uma forte componente prática, os novos profissionais licenciados em Saúde Pública estarão preparados para exercer funções em diversas instituições, nomeadamente, em unidades de Saúde Pública no Serviço Nacional de Saúde (SNS); em unidades de investigação nos cuidados de saúde: hospitais e cuidados primários; em organizações de base comunitária (p. ex. de advocacia de doentes); em organizações que desenvolvem orientações técnicas para políticas públicas na área da saúde e em empresas do setor privado, na investigação clínica e desenvolvimento tecnológico.

“A nova licenciatura contribui para a construção de uma saúde pública contemporânea, que use a melhor ciência para responder aos desafios atuais e futuros da saúde das populações. Iremos lançar, desde o início do ensino superior, a preparação de profissionais competentes para realizar as Funções Essenciais da Saúde Pública, como são definidas pela Organização Mundial da Saúde, desde o nível local ao global”, acrescenta Raquel Lucas, membro da Direção do ISPUP. 

Este ciclo de estudos está alinhado com a Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU), nomeadamente no que respeita à integração dos objetivos de aprendizagem no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e está em harmonia com o referencial de competências em saúde pública da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Associação de Escola Europeias de Saúde Pública (ASPHER), tendo o apoio formal desta última.

 
Entrevista| Transplante de Medula Óssea no tratamento da Síndrome de Sezáry: o que esperar?
O transplante alogénico é o único tratamento curativo para a Síndrome de Sézary, no entanto, apenas

Embora represente somente cerca de 5% dos linfomas cutâneos, a Síndrome de Sézary associa-se a mau prognóstico, que se traduz em diminuição da sobrevivência e da qualidade de vida. O transplante de Medula Óssea surge como a única opção curativa desta patologia, no entanto nem todos os doentes são elegíveis para receber este tratamento. Porquê?

O transplante de Medula óssea alogénico (da medula óssea de outra pessoa) está indicado em doentes com menos de 70 anos com Síndrome de Sézary ou Micose Fungóide em estadio avançado. Para serem considerados elegíveis para transplante, estes doentes são submetidos a uma avaliação pré-transplante abrangente que inclui avaliação das comorbilidades, função de órgãos como o coração e os pulmões e fatores psicossociais. Esta avaliação tem como objetivo estimar a capacidade de um doente de tolerar o transplante (não só o procedimento, como todas as alterações na vida que se seguem) e o risco-benefício deste tratamento comparado com outros tratamentos sistémicos.

Qual o percurso do doente até à realização do transplante? Que cuidados deve este ter? 

O médico hematologista do doente, idealmente integrado numa equipa multidisciplinar de linfomas cutâneos, deve avaliar a elegibilidade do doente para transplante quando inicia o primeiro tratamento sistémico. Se for considerado elegível, são realizadas provas de função respiratória e um ecocardiograma para avaliar o sistema cardiovascular e respiratório. É colhido sangue do doente para tipagem dos antigénios HLA que serão depois comparados com os dos potenciais dadores. É preenchido um questionário para avaliar potenciais dadores familiares (irmãos, preferencialmente). Caso o doente não tenha irmãos, é procurado num registo internacional um dador compatível com o mesmo. Durante todo este procedimento, o doente cumpre tratamento sistémico para a síndrome de Sézary. Quando estiver em remissão, e de acordo com a disponibilidade de internamento da UTM, é internado para realizar o transplante.

O doente deve preparar-se psicológica e fisicamente para este procedimento, mantendo-se calmo e esclarecido, cumprindo uma alimentação variada e nutritiva e um nível de atividade física adequado de modo a não perder massa muscular e capacidade física, os quais são importantes para suportar o transplante. Pode ser recomendado o acompanhamento por uma nutricionista com experiência em doentes hemato-oncológicos para ajudar neste percurso.

Ainda há pessoas que pensam que o transplante de medula óssea é um processo complicado e assustador. É verdade? Em que consiste este tratamento e quanto tempo requer de internamento hospitalar?

O transplante de medula óssea alogénico é um processo menos complicado e com menos riscos do que antigamente. Ainda assim, é um procedimento complexo, que exige internamento durante cerca de um mês num quarto de isolamento numa UTM. Inicialmente, é administrado ao doente o condicionamento, inclui quimioterapia e, em alguns centros de transplante, radioterapia (Banho de electrões). Este condicionamento tem o objetivo de matar células de Sézary que tenham ficado em reservatórios no corpo do doente e matar a medula óssea deste, de modo a poder receber posteriormente a nova medula. As células progenitoras hematopoiéticas colhidas do dador são infundidas, como se fosse uma transfusão de sangue, e após algumas semanas começam a produzir todas as células do sangue do doente em número suficiente para o doente ter alta.

Apesar de ser o único tratamento que oferece a possibilidade de cura a estes doentes, não é isento de riscos. Quais as complicações mais frequentemente associadas ao transplante de medula óssea?

Após receber a nova medula, nas primeiras 3 semanas, o doente fica sem defesas e surgem algumas complicações: febre, infeções, diarreia, mucosite. Estas complicações são esperadas e rapidamente tratadas. Por não produzir suficientes células do sangue durante esse tempo, são necessárias transfusões de unidades de concentrado de eritrócitos e de plaquetas. Raramente, as complicações podem ser graves e obrigar a internamento em unidades de cuidados intensivos para ventilação mecânica ou suporte cardiovascular e até provocar a morte.

A complicação mais característica do transplante alogénico é o desenvolvimento de Doença de Enxerto contra o Hospedeiro. Esta consiste no reconhecimento e ataque das células do sistema imunitário da nova medula (enxerto) contra o corpo do doente (hospedeiro). Pode ser aguda ou crónica. A aguda desenvolve-se ainda durante o internamento e geralmente é de menor gravidade. A doença de enxerto contra hospedeiro crónica desenvolve-se mais tardiamente e tem vários graus de gravidade, podendo afetar qualquer órgão do corpo. O tratamento é com imunossupressores e corticoides de acordo com o órgão afetado e a gravidade.

O que é que o doente pode esperar depois de realizar o transplante e quais os principais cuidados a ter?

Após o transplante, o doente está fortemente imunodeprimido. Deve ter cuidado para se proteger ao máximo e evitar apanhar infeções. Por exemplo, deve usar máscara quando for ao Hospital e locais com muitas pessoas, não deve contactar com pessoas doentes, deve manter condições de higiene e assepsia redobradas na sua casa. Alguns alimentos estão proibidos neste período pós-transplante, pelo seu risco infecioso. Todas as recomendações a este respeito são sempre fornecidas pelos profissionais de saúde da UTM antes da alta, de modo a que o doente e os seus familiares se possam preparar atempadamente.

Como é a recuperação deste procedimento? No que diz respeito às manifestações clínicas da Síndrome de Sezáry, as melhorias são rápidas?

A recuperação depende das complicações, mas em geral, após as primeiras 3 semanas pós-transplante, a recuperação é rápida. Como a maioria dos doentes são transplantados com a Síndrome de Sézary em resposta completa, não é suposto haver manifestações da mesma. Nos doentes com resposta parcial, pode haver uma melhoria gradual das manifestações durante os primeiros meses após transplante, o que representa um efeito das células do dador contra os linfócitos da doença (efeito enxerto contra leucemia).

Nos doentes em que a Síndrome de Sézary recidiva após o transplante, a realização de infusão de linfócitos do dador (DLI) associa-se a boas taxas de resposta. Os linfócitos do dador vão reconhecer as células de Sézary como estranhas e atacá-las (efeito enxerto contra leucemia). Caso não seja suficiente, podem ser utilizados tratamentos para a síndrome de Sézary como os que se utilizam em doentes não-transplantados.

Quanto ao acompanhamento destes doentes, após a realização do transplante, como se processa? 

Após a alta da Unidade de Transplante, os doentes passam por um processo de reconstituição imune, caracterizado por imunodeficiência profunda e prolongada apesar de terem contagens sanguíneas normais. São medicados com antivirais, antifúngicos e antibacterianos profiláticos e com imunossupressores orais durante um período prolongado e que depende das complicações que desenvolvem. Por isso, são acompanhados regularmente com análises e consulta com os médicos da unidade de transplante. Durante os primeiros 2 anos, a nova medula óssea está a aprender a tolerar o hospedeiro e a montar a resposta imunitária contra os vírus e bactérias que provocam doenças infeciosas. Por isso, os doentes transplantados têm que cumprir um calendário de vacinação individualizado para ganharem imunidade com segurança.

No âmbito deste tema, quais são as principais ideias-chave que devemos reter?

  • O transplante de medula óssea alogénico está indicado nos doentes com S. Sézary e Micose Fungóide em estadio avançado com menos de 70 anos e sem comorbilidades significativas.
  • O transplante não é um procedimento isento de riscos e obriga a internamento em unidades especializadas e a um acompanhamento para o resto da vida.
  • O transplante alogénico é o único tratamento curativo para a S. Sézary, mas só os doentes com resposta completa ou resposta parcial com pouco volume tumoral são elegíveis para este procedimento.
 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Financiamento inicial de $150M nas áreas respiratória e de imunologia
A GSK e a Flagship Pioneering (Flagship) anunciaram o início de uma colaboração com o objetivo de descobrir e desenvolver um...

Inicialmente, as duas organizações vão financiar até 150 milhões de dólares para apoiar uma fase de exploração destinada a identificar os ativos mais promissores, para posterior desenvolvimento com as empresas da plataforma biológica da Flagship. A partir desta pesquisa, a colaboração tem como objetivo identificar uma carteira de até 10 novos medicamentos e vacinas a ser objeto de uma opção exclusiva da GSK para posterior desenvolvimento clínico. Nos termos do acordo, a Flagship e as suas empresas poderão receber até 720 milhões de dólares da GSK para desenvolvimento e marcos comerciais, bem como o financiamento pré-clínico e royalties, por cada programa adquirido.

“Juntamente com a Flagship, vamos utilizar a ciência e tecnologia para oferecer a melhor inovação do setor a um ritmo acelerado. Estamos ansiosos por colaborar com a equipa dinâmica da Flagship e com o seu ecossistema de empresas de bioplataforma, para acelerar ainda mais a nossa linha de produtos e descobrir medicamentos e vacinas que mudem a realidade dos doentes”, afirma Tony Wood, Diretor Científico da GSK.

“A Flagship e a GSK têm o objetivo comum de oferecer medicamentos inovadores aos doentes. Esta colaboração é o exemplo mais recente do modelo de Parceria da Cadeia de Fornecimento de Inovação da Flagship, que foi concebido para gerar medicamentos transformadores em conjunto com os nossos parceiros, aproveitando o nosso ecossistema de bioplataforma para criar uma fonte sustentável de tratamentos para doentes com as maiores necessidades não satisfeitas”, defende Paul Biondi, Sócio Geral da Flagship Pioneering e Presidente da Pioneering Medicines.

 
Descobrem cientistas da Fundação Champalimaud
Pode parecer surpreendente, mas a vacina BCG contra a tuberculose é também a imunoterapia mais antiga contra o cancro....

Utilizando “Avatares” de peixe-zebra, um modelo animal desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento do Cancro e Evasão Imunitária Inata da Fundação Champalimaud (FC), liderado por Rita Fior, Mayra Martínez-López – antiga aluna de doutoramento do laboratório, hoje na Universidad de las Américas em Quito, Equador – e colegas estudaram os passos iniciais da acção da vacina Bacillus Calmette-Guérin (BCG) nas células do cancro da bexiga. Os seus resultados, publicados hoje (8 de agosto de 2024) na revista Disease Models and Mechanisms, mostram que os macrófagos – a primeira linha de células imunitárias activadas após uma infeção – induzem, literalmente, as células cancerosas ao suicídio e, em seguida, devoram rapidamente essas células mortas.

A ideia por detrás dos Avatares de peixe-zebra (zAvatars), que ainda constituem um modelo experimental, mas muito promissor, é bastante simples: retirar células tumorais de um doente com cancro e injectá-las em embriões de peixe-zebra. Os tumores crescem então no interior dos embriões, que assim se tornam de facto avatares desse doente oncológico. As várias opções de tratamento disponíveis para esse doente podem então ser testadas nos zAvatars – e, numa questão de dias, em vez das várias semanas, ou mesmo meses, que são necessários com os testes tradicionais em ratinhos, será possível determinar o melhor tratamento para cada doente. 

O teste foi desenvolvido e estudado com amostras de doentes com cancro colorrectal. (https://fchampalimaud.org/pt-pt/news/estudo-clinico-mostra-que-teste-zavatar-tem-elevadopoder-preditivo-para-personalizar-tratamento-cancro-colorretal).

Fior tinha uma nova ideia para o modelo. “Quando entrei para o laboratório da Rita, como aluna de doutoramento [em 2019]”, recorda Martínez-López, “estávamos a discutir vários projectos que eu poderia realizar e a Rita mencionou que a vacina BCG estava a ser utilizada em doentes com cancro da bexiga”. Martínez-López tinha sido vacinada com BCG contra a tuberculose em criança, na América do Sul, e mais tarde, trabalharia nesta doença. “Mas foi a primeira vez que ouvi falar da vacina contra a tuberculose como tratamento do cancro”, salienta. O que lhe desperto logo a atenção e quis logo agarrar o projecto.

A história de uma ideia

A vacina BCG foi utilizada pela primeira vez contra a tuberculose na década de 1920 e, por volta de 1976, foi a primeira imunoterapia a ser utilizada contra o cancro. Mas quase um século antes, nos anos 1890, William Coley, um cirurgião que trabalhava no Hospital de Nova Iorque (atualmente Weill Cornell Medical Center), já tinha testado uma mistura de diferentes bactérias, designadas por “toxinas de Coley”, como imunoterapia contra o cancro!

Coley tinha notado que vários doentes com cancro no hospital, praticamente sem esperança, entravam em remissões aparentemente “milagrosas” do seu cancro quando apanhavam uma infeção bacteriana após a cirurgia realizada para remover os seus tumores (naquele tempo, as condições de esterilização nos procedimentos cirúrgicos não eram das melhores). E pensou que essas recuperações, longe de serem milagrosas, deviam-se na realidade a uma resposta imunitária dos doentes à infeção.

Coley começou a tentar induzir infeções bacterianas em vários doentes com sarcoma e conseguiu produzir algumas remissões de doentes com cancro. Na altura, porém, o seu método estava longe de ser comprovado e seguro – e, entretanto, tinham sido desenvolvidos outros métodos de tratamento, como a radioterapia, pelo que a sua investigação não continuou. Mas nos últimos anos, o campo da imunoterapia tem ganhado um enorme impulso, trazendo novas formas de estimular o sistema imunitário, cientificamente mais robustas, para combater o cancro (https://fchampalimaud.org/pt-pt/news/check-up-19-imunoterapia-do-cancro).

A imunoterapia com BCG ainda é utilizada de forma bastante empírica”, diz Martínez-López. “No entanto, como funciona em muitos casos, tornou-se um tratamento de referência. Surpreendentemente, é uma imunoterapia muito eficaz, mesmo quando comparada com tantas imunoterapias sofisticadas que estão a ser desenvolvidas."

O tratamento consiste em instilar a vacina BCG diretamente na bexiga. Quando funciona, a taxa de sobrevivência a 15 anos para os doentes com cancro da bexiga dito “não músculo-invasivo” (em fase inicial) é de 60% a 70%. No entanto, em 30% a 50% dos casos, os tumores da bexiga não respondem ao tratamento com BCG. Nestes casos, a bexiga tem de ser totalmente removida.

São os macrófagos!

Até agora, a forma como a vacina BCG atua como imunomodulador para eliminar os tumores da bexiga não era totalmente conhecida.

A ideia da equipa da FC era que as células imunitárias, e em particular os macrófagos residentes na bexiga, estivessem envolvidas. E conseguiram determinar o que acontece logo após a injeção de BCG em Avatares de peixe-zebra. Para o efeito, utilizaram a chamada microscopia light-sheet (“folha de luz”) e confocal, o que lhes permitiu ver os macrófagos a interagir com as células tumorais, com uma resolução de célula única e em tempo real.

Os coloridos filmes que obtiveram do processo desencadeado pela vacina (em que os macrófagos e as células cancerosas foram marcados com diferentes pigmentos fluorescentes) mostraram que os macrófagos são fortemente recrutados para o local do tumor após a injeção de BCG, matando diretamente as células do cancro da bexiga através de um processo de suicídio celular (apoptose) dependente de uma substância chamada fator de necrose tumoral (TNF) segregada pelos macrófagos, que atua como uma potente molécula sinalizadora do sistema imunitário.

Além disso, constataram que, quando os macrófagos eram retirados do zAvatar, os efeitos antitumorais da vacina BCG eram totalmente bloqueados, demonstrando assim que os macrófagos são de facto cruciais para a resposta anti-tumoral inicial provocada pela vacina.

“O que a Mayra viu”, diz Fior, “foi que se injetarmos BCG, temos um aumento acentuado da quantidade de macrófagos que se dirigem para o tumor”. E mais: na presença da BCG, as células imunitárias mudavam de cor, de vermelho para amarelo, o que significava que estavam a expressar TNF.

“Nós não só desvendámos os mecanismos envolvidos nos primeiros passos da acção antitumoral da vacina, como também demonstrámos que o modelo zAvatar é uma poderosa ferramenta pré-clínica para a descoberta de medicamentos em oncologia”, conclui MartínezLópez.


Imagem extraída de um vídeo de 21 horas que mostra macrófagos de peixe-zebra (a verde) a eliminarem um tumor da bexiga humano (a vermelho)
Crédito: Mayra Martínez-López
 
Opinião
Nos últimos anos, a educação em Enfermagem tem-se deparado com um desafio significativo: como prepar

A resposta parece residir na implementação de metodologias ativas de aprendizagem, que colocam os estudantes no centro do processo educativo e incentivam as habilidades críticas e reflexivas, necessárias para a prática profissional. As metodologias ativas representam uma mudança paradigmática em relação à educação tradicional. Em vez de um modelo centrado no professor, estas abordagens colocam os estudantes como protagonistas do seu próprio processo de aprendizagem. Entre as diversas metodologias ativas, destacam-se a sala de aula invertida, a aprendizagem baseada em projetos e a utilização de mapas conceptuais.

Sala de Aula Invertida

O modelo de sala de aula invertida tem sido relevante, especialmente em contextos de ensino superior. Esta metodologia envolve a preparação prévia dos estudantes, através de materiais online, reservando o tempo de sala de aula para atividades interativas e aplicadas. A evidência mostra que esta abordagem pode melhorar o desempenho académico e promover o pensamento crítico.

Aprendizagem Baseada em Projetos

Na aprendizagem baseada em projetos, os estudantes desenvolvem projetos que simulam desafios reais da prática profissional. Esta metodologia não apenas promove a aprendizagem de conteúdos, mas também habilidades e competências de trabalho em equipa, comunicação e gestão do tempo. Embora desafiador, o método tem-se revelado positivo, nomeadamente para a motivação e desenvolvimento de habilidades críticas e criativas dos estudantes.

Mapas Conceptuais

Os mapas conceptuais são ferramentas visuais que ajudam os estudantes a organizar e representar o conhecimento. Na Enfermagem, esta metodologia tem-se mostrado benéfica para melhorar a capacidade dos estudantes na tomada de decisão e fornecer cuidados holísticos à pessoa.

Pode-se assim afirmar que as metodologias ativas, na educação em Enfermagem, não são apenas uma tendência, mas uma necessidade emergente para preparar profissionais capazes de lidar com as exigências, cada vez mais complexas, na área da saúde. Sendo que estudos referem que estas abordagens desenvolvem competências cognitivas, afetivas e psicomotoras dos estudantes de Enfermagem, o que se irá traduzir em futuros profissionais mais competentes e capacitados.

Referências: 

Culha, I. (2019). Active Learning Methods Used in Nursing Education. Journal of Pedagogical Research, 3(2), 74–86.

Ghezzi, J. F. S. A., Higa, E. de F. R., Lemes, M. A., & Marin, M. J. S. (2021). Strategies of active learning methodologies in nursing education: An integrative literature review. Revista Brasileira de Enfermagem, 74, e20200130. https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0130

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
ESSATLA apresenta dois novos mestrados no próximo ano letivo
A ESSATLA – Escola Superior de Saúde Atlântica vai arrancar o ano letivo 24/25 com dois novos mestrados, com o objetivo de...

Com uma forte componente prática, essencial à aquisição de conhecimentos e competências, o novo mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica tem como objetivo aumentar os conhecimentos dos profissionais de enfermagem para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde prestados à população. Com a área de especialização proposta neste mestrado, a ESSATLA propõe-se a dotar os estudantes de conhecimentos e competências, na área do cuidado à pessoa em situação crítica, independentemente do contexto onde a prática profissional ocorre: serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, situações de emergência e catástrofe, entre outras.

Com mais de trinta cursos disponíveis, a ESSATLA mantém o compromisso e a aposta de apresentar formação complementar para enfermeiros. Neste âmbito, a Escola anunciou recentemente um mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crónica. Helena José, presidente da Escola, valida a pertinência do desenvolvimento deste novo ciclo de estudos: “Portugal é um país cada vez mais envelhecido em que, segundo dados de 2019, quase metade da população com mais de 16 anos sofre de pelo menos uma doença crónica. A necessidade de profissionais especializados nesta área de enfermagem é cada vez mais premente, procurando assim garantir o melhor tratamento e acompanhamento das pessoas”.

As candidaturas para ambos os mestrados já se encontram abertas. Sendo a mais recente formação apresentada pela ESSATLA, o mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crítica tem agora a primeira fase a decorrer, podendo os interessados candidatar-se até ao dia 13 de setembro. A segunda fase decorre entre 23 de setembro e 30 de outubro. Já para o mestrado em Enfermagem Médico-Cirúrgica na Área de Enfermagem à Pessoa em Situação Crónica, as candidaturas podem ser feitas até 13 de setembro, data em que finda a quarta e última fase. Podem ser consultadas mais informações em www.essatla.pt

 
Doença oncológica rara
Sabemos que o diagnóstico de uma doença incurável, seja doença oncológica ou outra condição, acaba p

Algumas pessoas podem defender-se da realidade da doença negando-a, ou compreendendo de forma distorcida as suas possibilidades terapêuticas. Outras, poderão silenciar-se a respeito do que vivem, preferindo não falar sobre os seus sentimentos ou não comunicar notícias difíceis aos familiares, como uma tentativa de evitar o sofrimento. Há também, claro, aquelas pessoas que aceitarão falar a respeito de forma mais afirmativa e inventar uma forma de lidar com as emoções. Cada pessoa o terá seu tempo para assimilar os acontecimentos e gerir as suas emoções, mas todas as pessoas enfrentarão conflitos internos e momentos de angústia, revolta e medo e vivê-los sem apoio pode potenciar a dificuldade deste processo. Aceitar a doença será a melhor forma de encarar a situação, ajudando a pessoa a encontrar, sobretudo, uma vida digna de ser vivida.

A psicoterapia pode ser extremamente importante, facilitando o processo de aceitação e favorecendo que o/a paciente adquira recursos para lidar com as emoções e os sentimentos que surgem diante do diagnóstico de doença grave e da adaptação à nova realidade. Assim, ele/a poderá conhecer esses processos de adaptação às mudanças da vida, para poder antecipar e trabalhar com os possíveis problemas que podem ocorrer, com o objetivo de alcançar o maior bem-estar possível.

Com este apoio, pode-se ajudar a pessoa a:

  • Diminuir o sofrimento emocional e a lidar com o os seus sentimentos e emoções, desesperança, ansiedade, depressão e raiva;
  • A gerir eficazmente as decisões acerca dos tratamentos;
  • Ajustar-se às mudanças;
  • Lidar com o impacto da doença nas diferentes relações pessoais;
  • Melhorar a qualidade de vida.

Para quem precisa de lidar com a descoberta de uma doença, pode ajudar procurar apoio de outros pacientes que estão com a mesma condição para poder dividir os seus medos, fazer as suas partilhas e ouvir as partilhas dos outros.

A família e a rede de apoio têm um papel fundamental neste processo, ajudando a pessoa a perceber que não está sozinha e que é querida e amada. Estar perto em momentos delicados como este pode ser, realmente, importante, pois a pessoa certamente precisará de se sentir acolhida e cercada de amor, especialmente nos momentos mais difíceis. Estas situações também têm impacto nos familiares e cuidadores, devendo ser assegurado o suporte emocional aos mesmos.

Algumas dicas importantes para lidar com uma doença oncológica rara e sem cura incluem:

  • Aceitação: Aceitar a realidade da doença é um passo fundamental para lidar com a situação.
  • Procurar apoio terapêutico: A psicoterapia pode ajudar a lidar com as emoções e os conflitos internos que surgem durante o processo.
  • Participar em grupos de apoio: Compartilhar experiências com outras pessoas que estão a passar pela mesma situação pode ser reconfortante.
  • Manter a comunicação aberta: Conversar abertamente com familiares, amigos e profissionais de saúde pode ajudar a lidar com os desafios emocionais.
  • Praticar o autocuidado: Cuidar de si mesmo, tanto física como emocionalmente, é essencial para manter o bem-estar durante o tratamento.
  • Reforçar a autoestima: Manter uma visão positiva de si mesmo pode contribuir para enfrentar o diagnóstico com mais clareza e força.
  • Focar na qualidade de vida: encontrar maneiras de melhorar a qualidade de vida, tendo experiências que lhe dão prazer, mesmo diante da doença, pode trazer conforto e bem-estar.
  • Aproveitar o apoio da família e rede de apoio: Sentir-se amado e cercado de cuidados pode fazer toda a diferença durante o processo.

Lidar com uma doença incurável não é fácil, mas é possível encontrar formas de adaptar-se e viver uma vida significativa e gratificante. Lembre-se, que não tem de fazer esta jornada sozinho/a.

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Curso organizado pela NOVA Medical School e Escola Nacional de Saúde Pública
Estão a decorrer, até setembro, as inscrições para o Mestrado em Epidemiologia Bioestatística e Investigação em Saúde,...

O Curso de Mestrado em Epidemiologia Bioestatística e Investigação em Saúde (EPIBIS) tem como finalidade dotar os participantes de conhecimentos e metodologias que permitam elaborar e desenvolver de forma autónoma projetos de investigação epidemiológica ou clínica. Pretende-se, ainda, reforçar o gosto pelo estudo e conhecimento para melhorar a prestação de cuidados aos doentes.

Este Mestrado destina-se a profissionais de saúde e pessoas com formação ou interesse pelas áreas da saúde, investigação epidemiológica e bioestatística (médicos, biomédicos, enfermeiros, nutricionistas, matemáticos/estatísticos, gestores, entre outros).

As inscrições para o Mestrado estão a decorrer até ao próximo dia 7 de setembro e podem ser efetuadas no site da NOVA Medical School. A formação realiza-se entre setembro de 2024 e julho de 2026, em formato pós-laboral.

O curso é coordenado pelo Professor Bruno Heleno, da NOVA Medical School, e pelos Professores Pedro Aguiar e Baltazar Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública.

 
“Temos forçosamente de aumentar a adesão ao tratamento”, apela Jorge Polónia
Há um novo “plano” europeu para melhorar os cuidados de saúde às pessoas com hipertensão arterial, um dos principais fatores de...

O MASTER plan foi desenvolvido pela Sociedade Europeia de Hipertensão, no âmbito das Orientações de 2024. O documento tem como um dos principais autores Jorge Polónia, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e Especialista Europeu nesta área.

Publicado no European Journal of Internal Medicine, o principal objetivo deste novo plano é aumentar a adesão dos doentes aos tratamentos e combater a “inércia médica” na hora de receitar os medicamentos.

“O diagnóstico e controlo da hipertensão arterial têm obrigatoriamente de melhorar. Temos forçosamente de aumentar a adesão ao tratamento, promover a literacia dos doentes e facilitar a prescrição”, apela Jorge Polónia.

Como sublinha, “a hipertensão arterial é o principal fator de risco modificável das principais causas de morte e morbilidade em todo o mundo. Apesar da qualidade das ferramentas disponíveis para o seu controlo, a percentagem de doentes controlados continua a ser inferior a 40%”.

Ao traçar as orientações e avanços mais recentes de modo “resumido” e “eminentemente prático”, este plano promete “facilitar a abordagem centrada em cada doente” e o “reforço da interação doente-profissional de saúde”.

De acordo com Jorge Polónia, a abordagem da hipertensão arterial na prática clínica deve ser “individualizada”, com especial atenção ao idoso acima dos 80 anos de idade. Nestes casos, explica, é fundamental “individualizar a estratégia com base em fatores como a sua autonomia, fragilidade, dependência e estado cognitivo”.

Outro destaque deste MASTER plan é o papel atribuído às “novas tecnologias interativas de registo e de avaliação do diagnóstico e da resposta à terapêutica”, bem como à autoavaliação por parte dos doentes, algo que exigirá uma grande aposta no aumento da literacia em saúde da população.

Pretende-se ainda simplificar a prescrição, promover o acesso a estratégias de prevenção e tratamento e envolver os vários profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, nutricionistas, entre outros) no seguimento do doente.

Além de professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Jorge Polónia é investigador do CINTESIS@RISE, especialista e consultor sénior de Hipertensão na Unidade de Hipertensão do Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, e especialista europeu de Hipertensão Clínica, tendo sido igualmente coautor das Guidelines de 2013, 2018 e 2023 da Sociedade Europeia de Hipertensão.

Em associação com a Missão Samburu da Egaz Moniz School of Health and Science
O Centro Óptico Santa Luzia, parte integrante da rede Institutoptico, associou-se à ação humanitária Missão Samburu, através da...

A missão humanitária internacional da Egaz Moniz School of Health and Science, coordenada pelos médicos dentistas André Mariz de Almeida e Catarina Martinho, estará presente em duas regiões do Quénia, Samburu e Nairobi, até 20 de agosto, tendo como objetivo prestar apoio humanitário e suporte básico de vida a mais de 3000 crianças e adultos.

A doação de óculos graduados pelo Centro Óptico Santa Luzia representa um complemento essencial a esta missão, permitindo que muitas pessoas retomem as suas atividades diárias e assegurem, assim, a sua subsistência.

Os óculos doados, recolhidos junto dos clientes da ótica e cuidadosamente recondicionados, foram enviados para o Quénia, onde serão distribuídos gratuitamente por pessoas que não têm acesso a este tipo de equipamento, permitindo que melhorem a sua qualidade de vida.

Muitas destas pessoas enfrentam dificuldades para encontrar trabalho e garantir meios para a sua subsistência e da sua família, devido à falta de visão, pelo que este é um dos problemas urgentes que esta ação pretende mitigar.

Inês Caçador, responsável do Centro Óptico Santa Luzia, afirma: “Acreditamos que a visão é um direito fundamental e que todos devem ter acesso a cuidados de saúde desde o primeiro momento de necessidade. Ao doar estes óculos, estamos não só a disponibilizar um equipamento complementar de saúde, mas também a possibilitar uma vida melhor para essas pessoas, enquanto envolvemos os nossos clientes nesta missão. É com grande satisfação que nos unimos à Missão Samburu nesta causa tão nobre e esperamos que esta iniciativa inspire outras empresas a seguirem o nosso exemplo".

André Mariz de Almeida, Responsável da Missão Samburu, refere: “Um dos pedidos que mais me marcou na preparação desta missão foi quando me pediram óculos usados. Quando não há nada, quando ter saúde é ter o que comer no próprio dia, os olhos e a visão são um luxo. O privilégio de testemunhar alguém que não vê o suficiente para sobreviver, conseguir ver tudo à sua volta por ter colocado uns óculos doados, que estavam fechados numa gaveta é de uma gratidão indescritível. Todos os dias desta missão me emocionei com a vida dada pelos óculos que trouxemos de Portugal para o Quénia, para Samburu. Achamos sempre que conseguimos fazer mais, parece-nos tão pouco o que fazemos, para quem não tem nada, o pouco é o mundo. Asanti sana, muito obrigado a todos”.

Candidaturas até 30 de setembro
As candidaturas ao “Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública 2024”, atribuído pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo...

Segundo a informação publicada no site oficial do INSA, este prémio, no valor de 25 mil euros, "visa distinguir o melhor trabalho apresentado a concurso, e que cumpra critérios como o mérito e relevo científicos, a natureza inovadora do trabalho e/ou o desenvolvimento de novas metodologias, o impacto no ambiente e na sociedade e o potencial para promover conhecimento e inspirar mudanças na Saúde Pública". 

Podem candidatar-se a este Prémio todas as pessoas singulares, nacionais ou estrangeiras, que apresentem trabalhos inéditos e satisfaçam os requisitos previstos no Regulamento do Prémio. A entrega do Prémio e respetivo diploma irá decorrer durante a sessão solene organizada no âmbito das celebrações do 125.º aniversário do INSA, que se vai realizar dia 12 de novembro, no auditório da Fundação Champalimaud, em Lisboa. Esta sessão contará com uma breve comunicação sobre o trabalho premiado.

O Júri do “Prémio Ricardo Jorge de Saúde Pública 2024”, presidido por Alexandre Quintanilha, conta atribuir ainda até duas menções honrosas. O Júri do Prémio é ainda constituído por Kamal Mansinho, Lèlita da Conceição dos Santos, Luísa Romão, Maria da Graça Freitas, Miguel Castanho e Válter Fonseca.

 
Opinião
A par do processo de expansão tecnológica, a forma como comunicamos e nos relacionamos alterou-se de

A tecnologia veio para ficar e não lhe podemos fugir, por isso, é quase obrigatório que nos ajustemos a ela e que retiremos dela benefícios. As redes sociais desempenham um papel importante até em termos profissionais, sendo um recurso importante na forma como as empresas se relacionam e comunicam com os seus clientes ou até como realizam os seus processos de recrutamento.

Se por um lado, esta facilidade de acesso e comunicação parece ser uma enorme vantagem, permitindo manter laços mesmo quando se está longe ou reviver amizades antigas, por outro lado, parece ter trazido também um vazio, configurando um paradoxo. A socialização e o contacto direto foram gradualmente substituídos pelas conversas, reuniões, jogos e até consultas online. Isto faz com que aparentemente estejamos rodeados de pessoas quando na prática estamos sozinhos e fechados no nosso mundo.

Na população mais jovem, este impacto parece fazer-se sentir ainda com mais intensidade. Têm sido observadas dificuldades no relacionamento interpessoal e na socialização, parecendo existir uma perda de competências nesse domínio. Por exemplo, no campo amoroso e afetivo, quando existe interesse em se aproximar de alguém, usar a via online parece mais fácil, contudo, depois surge a dificuldade em fazer esta aproximação numa situação real. As competências de socialização encontram-se muitas vezes diminuídas, sendo que, as interações virtuais acabam por reforçar a manutenção destes comportamentos de isolamento. Nesta população é comum haver uma rede social com muitos “amigos”, mas na realidade, esse jovem estar muitas vezes isolado.

Além do isolamento, há outro aspeto que tem gerado preocupação e que se prende com a comparação, induzindo nas pessoas um sentimento de inferioridade, motivado pela discrepância entre aquilo que cada um tem ou é e aquilo que é observado nas redes sociais. Este comportamento tem vindo a ser associado a um agravamento de quadros depressivos e de ansiedade, sendo um fenómeno que tem implicações severas na autoestima e no autoconceito das pessoas.

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Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dirigido à população
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT), em parceria com a Medtronic e a Campanha “Josephine explica a...

“Este é o primeiro webinar dirigido ao público em geral, criado com o objetivo de promover a literacia em saúde junto da população. Focado na escoliose pediátrica, oferece uma oportunidade única para esclarecer dúvidas sobre a doença e destacar a importância da sua deteção precoce, essencial para um tratamento eficaz e para o bem-estar das crianças”, explica João Gamelas, Presidente da SPOT.

O programa inclui palestras de especialistas de renome na área da Ortopedia: Prof. Doutor Nuno Alegrete, do Hospital CUF Porto, que iniciará a sessão com “Conceitos básicos da escoliose”; Dr. Ricardo Almeida, do Hospital de Curry Cabral, que abordará “A importância da deteção precoce da escoliose”, e Dr.ª Maria Pia Monjardino, do Serviço de Ortopedia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra, que discutirá “Sinais de alarme que possam ser identificados pelo público em geral”.

De seguida, serão apresentados testemunhos de pais que passaram por essa experiência, além da participação de Mário Martins, professor de Educação Física, que desempenhou um papel importante no diagnóstico precoce de um aluno.

O evento culminará com um debate entre todos os participantes, promovendo uma troca de ideias enriquecedora sobre como melhorar a deteção precoce da escoliose.

A participação neste webinar é gratuita, mas as inscrições são limitadas.

Inscreva-se em: https://zoom.us/webinar/register/WN_1wCGhHPLQFa4rcVNXcqK8A#/registration

 

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