“O meu é diferente do teu”
No âmbito do Outubro Rosa, Mês Internacional de Prevenção do Cancro da Mama, é lançada a 2ª Edição da Campanha “O meu é...

Com o pressuposto de que ‘’se somos todos diferentes, porque é que o nosso cancro há-de ser igual?’, é lançada nas redes sociais uma campanha de imagem com informação útil sobre os subtipos de cancro da mama, os diferentes estadios e os sinais/sintomas que devem merecer a nossa atenção. 

O cancro da mama é o segundo cancro mais diagnosticado no mundo e em Portugal, sendo o mais diagnosticado em mulheres.  De acordo com os dados da “Globocan 2022 Portugal - Global Cancer Observatory”, por ano e em Portugal, são diagnosticados cerca de 8.954 novos casos de cancro da mama e morrem cerca de 2.211 mulheres com este tipo de tumor. Regista-se uma maior prevalência em mulheres entre os 45 e os 49 anos, mas com o aumento da esperança média de vida, também é muito prevalente em mulheres em idade mais avançada.

Estas populações têm necessidades diferentes e específicas das suas faixas etárias, mas em comum, representam desafios constantes ao nível das estruturas dedicadas à gestão do cancro da mama.

“O cancro da mama é o cancro mais comum nas mulheres e apresenta uma incidência crescente. Consequentemente, é alvo de constante investigação e evolução dos métodos de diagnóstico e das estratégias terapêuticas. Este facto tem permitido diminuir a mortalidade por cancro da mama nos países ocidentais, mas tem tornado mais complexo o seu algoritmo de tratamento, sendo essencial a educação e a compreensão dos diferentes subtipos de cancro da mama para uma correta e informada tomada de decisão”, explica Renato Cunha, oncologista, em representação da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

Atualmente, são conhecidos diferentes subtipos moleculares de cancro da mama. O cancro da mama pode ser classificado de acordo com a presença de recetores moleculares específicos (proteínas) na superfície das células tumorais, tais como, recetores hormonais (RH) e o recetor do fator de crescimento epidérmico tipo 2 (HER2). De acordo com a presença ou não destes recetores nas células tumorais, determinado por técnicas laboratoriais pela anatomia patológica, existem quatro subtipos diferentes de cancro da mama, com prognósticos diferentes e abordagens individualizadas:

  • Luminal A ‘’like’’: elevada expressão (presença) de recetores hormonais (estrogénio e progesterona); baixo índice proliferativo (de agressividade) (Ki67) e ausência de expressão de HER2; 
  • Luminal B “like”/HER2 negativo: menor presença de recetores hormonais, elevado índice de agressividade Ki67; 
  • HER2 “puro”: ausência de expressão de recetores hormonais e elevada presença de HER2 positivo; 
  • Triplos negativos: ausência de expressão de ambos os recetores Hormonais e do HER2. 

Sinal da evolução científica nesta área e da mudança do paradigma de que se deve tratar a pessoa e não a doença, novos diagnósticos começam a ser considerados, como a pessoa com cancro da mama HER2-low (cancro da mama com baixa presença do biomarcador HER2).

Depois, há ainda outros casos relacionados com alterações genéticas, que poderão ser herdadas (alterações germinativas) ou que podem ser adquiridas e apenas se manifestam no próprio tumor (alterações somáticas). 

Apesar de ser cada vez maior o conhecimento nacional sobre cancro da mama, há ainda um longo caminho a fazer ao nível da literacia. 

“A categorização em diferentes subtipos e o conhecimento cada vez maior do comportamento de cada um deles tem permitido não só compreender melhor a evolução natural e o prognóstico da doença de cada indivíduo, mas tem também alavancado o desenvolvimento de opções terapêuticas individualizadas, mais específicas para cada tumor e, por conseguinte, com melhores resultados e menos efeitos secundários”, reforça o especialista.

Em termos de sintomatologia, o facto de estarmos perante diferentes tipos de doença não altera os sinais e sintomas a que devemos estar atentos, sublinham o especialistas. Assim deve-se considerar qualquer modificação da mama (incluindo pele e mamilo), deformidades da mama ou nodulações, escorrências mamilares ou feridas que não cicatrizam. Também a persistência de sinais inflamatórios da mama devem ser considerados.

Por outro lado, salienta-se a importâncias  das mulheres aderirem ao Programa Nacional de Rastreio, já que o cancro da mama pode ser detetado precocemente, antes do aparecimento de sintomas, e por isso com maior probabilidade de tratamento, e de cura.

“Independentemente do subtipo molecular, o estadiamento (ou extensão da doença) continua a ser determinante no sucesso do tratamento oncológico. Portanto, é crucial o conhecimento dos sintomas habituais e a participação nos programas de rastreio disponíveis, de forma a aumentar a probabilidade de obter diagnósticos em fases precoces da doença, nas quais os tratamentos disponíveis proporcionam taxas muito elevadas de cura.”, conclui o oncologista.

A 2ª edição da Campanha “O meu é diferente do teu” relembra que todos conhecemos ou já ouvimos falar sobre o cancro da mama, mas que na maioria dos casos não sabemos que se trata de uma doença altamente heterogénea e que por isso é prioritário estar informada e esclarecida.

 
Dia 9 de outubro
A AADIC - Associação de Apoio aos Doentes com Insuficiência Cardíaca realiza no próximo dia 09 de outubro, a partir das 21h,...

Com o programa de vacinação a iniciar, é fundamental esclarecer que as vacinas admininstradas nesta época do ano são fundamentais para minimizar o risco de infeções respiratórias como a gripe ou a pneumonia, uma vez que os problemas respiratórios podem agravar a Insuficiência Cardíaca.

É exatamente para esclarecer sobre os riscos acrescidos que representam os vírus sazonais, o seu impacto nas doenças cardiovasculares e que medidas preventivas devem adotar os doentes com Insuficiência Cardíaca no inverno, que a AADIC realiza a sessão de esclarecimento “Insuficiência Cardíaca: a importância da vacinação”.

Para isso, a AADIC convidou para este webinar a Profª. Dra. Ana Teresa Timóteo, que irá abordar a necessidade e a importância da vacinação para os doentes com Insuficiência Cardíaca, e o Prof. Dr. Filipe Froes, que vai esclarecer sobre que vacinas fazer e quando.

Esta iniciativa conta com o apoio da GSK e tem transmissão exclusiva na página de Facebook e canal de Youtube da Associação.

 
A visão é fundamental para o bem-estar e a qualidade de vida de cães e gatos
Embora os animais de companhia utilizem outros sentidos, como o olfato e a audição, de forma predomi
A visão desempenha um papel crucial no comportamento, interação e segurança, sendo essencial estar atento à saúde ocular dos animais e procurar cuidados veterinários ao primeiro sinal de problemas. Nos cães, por exemplo, a visão é essencial para movimentos rápidos e para o reconhecimento de sinais visuais importantes, como gestos e expressões faciais. Nos gatos, a visão noturna é extremamente apurada, sendo indispensável para a caça e a exploração de ambientes com pouca luz.
Muitas doenças oftalmológicas podem afetar a visão dos animais de companhia, algumas das quais podem causar desconforto, dor ou até mesmo perda de visão, se não tratadas atempadamente. Entre as mais comuns, destacam-se:
  • Cataratas: Caracterizadas pela opacificação do cristalino, as cataratas afetam principalmente cães idosos, embora também possam ser causadas por fatores genéticos. Esta condição compromete a visão progressivamente e pode necessitar de intervenção cirúrgica.
  • Glaucoma: Esta doença provoca um aumento da pressão intraocular e pode ser extremamente dolorosa. O glaucoma é uma condição grave, que pode levar à perda de visão irreversível se não for tratada de forma precoce.
  • Úlceras da córnea: Tanto em cães como em gatos, as úlceras de córnea são lesões que ocorrem na superfície ocular e podem ser provocadas por traumas, corpos estranhos ou infeções. Sem tratamento adequado, estas lesões podem evoluir para quadros clínicos graves.
  • Conjuntivite: Muito comum em gatos, especialmente os que sofrem de herpesvírus felino, a conjuntivite pode provocar irritação e inflamação, causando desconforto e alterações na visão.
  • Atrofia Progressiva da Retina (PRA): Esta doença genética afeta sobretudo cães e é caracterizada pela degeneração gradual da retina, levando à perda de visão noturna e, posteriormente, à cegueira total.
Diogo Magno, médico oftalmologista veterinário no AniCura Restelo Hospital Veterinário, alerta que “é importante que os cuidadores incluam as consultas oftalmológicas como parte integrante dos cuidados veterinários regulares. A deteção precoce de doenças oculares pode fazer uma diferença significativa na preservação da visão dos seus animais e na prevenção de complicações futuras”. Alterações como vermelhidão nos olhos, lacrimejar excessivo, mudanças na coloração dos olhos ou comportamento estranho (esfregar os olhos com as patas, por exemplo) devem ser motivo de atenção imediata.
Fonte: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Grupo vai investir na expansão da unidade
O Hospital Particular de Almada, unidade integrante da rede de hospitais e clínicas do grupo Unisana Hospitais, detido pela...

A unidade é uma unidade de referência no concelho de Almada e na Península de Setúbal, servindo mais de 1.500 utentes por dia. A sua oferta inclui consultas de diversas especialidades, uma ampla gama de meios complementares de diagnóstico, contando com unidades clínicas de Imagiologia e de exames de Gastrenterologia, (em parceria), Cirurgia de Ambulatório, bem como Atendimento Médico Não Programado, Medicina Física e Reabilitação, entre outros cuidados médicos.

Eduardo Moniz, CEO da Unisana Hospitais, afirma: “O Unisana Hospitais - Hospital de Almada é uma unidade estratégica no desenvolvimento da rede Unisana Hospitais, permitindo-nos servir um distrito com mais de 900 mil de habitantes. O nosso projeto estratégico para a unidade, no qual temos vindo a trabalhar desde 2021, prevê a expansão da sua capacidade num futuro próximo, alargando a oferta de valências clínicas, de cirurgia, internamento e atendimento permanente, e outros serviços diferenciadores, afirmando Hospital de Almada como o hospital privado de referência para a comunidade de Almada e concelhos limítrofes, proporcionando aos seus clientes o acesso a cuidados médicos de excelência”.

Unisana Hospitais com rede nacional de identidade local

No último ano, as unidades sob gestão do grupo Unisana Hospitais realizaram cerca de 130 mil consultas, 362 mil exames e mais de cinco mil cirurgias. O grupo apresenta, atualmente, uma capacidade instalada de 10 salas de bloco operatório, 79 gabinetes de consulta e 173 camas de internamento.

A equipa da Unisana Hospitais conta com a colaboração de mais de 360 médicos, além de enfermeiros e outros profissionais de saúde dedicados. O grupo oferece uma vasta gama de cuidados de saúde de ambulatório, disponibilizando consultas, exames de diagnóstico e terapêutica das mais diversas especialidades médicas e cirúrgicas. Nas unidades hospitalares, disponibiliza ainda cuidados de saúde como atendimento não programado e atendimento permanente, para além de cirurgia e internamento (incluindo de saúde mental), bem como cuidados continuados integrados.

Estudo liderado por investigadores da FCTUC
O projeto “NABIA - New Approach to Bioremediation using Algae”, liderado por Telma Encarnação e Abílio Sobral, investigadores...

«Este projeto aborda a necessidade de encontrar uma potencial solução para o problema da poluição da água por poluentes emergentes e propõe a descontaminação de águas residuais com recurso a microalgas, com uma abordagem baseada na geração de biomassa e na sua respetiva valorização económica», começa por explicar Telma Encarnação.

A investigação, continua a química, «focou-se na biorremediação de águas residuais geradas pela transformação de lentes oftálmicas na indústria ótica, usando como casos de estudo empresas parceiras. Uma vez que estes materiais estão na sua maioria protegidos por patentes e segredo industrial, analisámos a sua composição», revela.

A equipa de investigadores começou por identificar os químicos ambientais persistentes em fontes de águas residuais e avaliar a eficácia e eficiência da utilização de microalgas na biorremediação de produtos químicos sintéticos. Neste momento, os especialistas estão a testar a viabilidade da transformação da biomassa em produtos inovadores, tais como lentes oftálmicas “verdes” e ainda um fotobioreator, otimizando o processo para maximizar o conteúdo de biomateriais das microalgas.

«Com o NABIA, pretende-se não só solucionar problemas emergentes relacionados com poluentes em águas residuais, mas também incentivar o desenvolvimento económico sustentável, promovendo uma economia circular através da valorização de recursos biológicos», conclui a investigadora da FCTUC.

O projeto NABIA conta com o apoio das empresas parceiras Farmi, Mlab, Moldetipo, Opticentro e PTScience, podendo ser acompanhado através deste site.

Evento conta com mais de 800 especialistas em medicina Aeroespacial
Lisboa acolhe de 3 a 5 de Outubro o Congresso Internacional de Medicina Aeroespacial, o primeiro congresso do género realizado...

Tendo como lugar central a Aula Magna da Universidade de Lisboa, o congresso divide-se em 11 simpósios e painéis temáticos com 200 comunicações sobre vários temas de medicina, engenharia, psicologia, espaço, entre outros, que têm em comum a segurança de voo e proteção da vida humana. Entre os oradores destacam-se representantes da NASA, SpaceX, Virgin Galactics, Agência Espacial Europeia, EASA, FAA, IATA, Força Aérea Portuguesa, Brasileira, Espanhola, Americana, Canadiana, Francesa, Inglesa, entre outros.

Organizado por quatro sociedades científicas – Sociedade Médica Científica de Medicina Aeroespacial – Associação Portuguesa (SMAPor), European Society of Aerospace Medicine (ESAM), International Academy of Aviation and Space Medicine (IAASM) e Aerospace Medical Association (AsMA) –, este congresso vai ter  ainda uma parte dedicada em Espaço, nomeadamente fisiologia espacial, novas investigações, requisitos médicos, entre outros; além de um simpósio ibérico – militar e lusófono – que reúne especialistas de vários países colocando a língua portuguesa como agregadora do ponto de vista científico.

O ICAM 24 é um evento que conta com o alto patrocínio da Força Aérea, no qual participam militares de vários países, que vão abordar temas relacionados com a medicina aeronáutica, nomeadamente Evacuações Aeromédicas, os efeitos mentais dos destacamentos, o impacto da fadiga na aviação militar, novas tecnologias, entre outros.

Para além de um curso de refrescamento para examinadores aeronáuticos acreditado pela EASA, faz parte do programa do ICAM 24 um workshop sobre espaço e outro sobre segurança de voo e investigação de acidentes aeronáuticos desenvolvido pela Força Aérea Portuguesa; sessões sobre saúde mental dos pilotos, controladores aéreos e pessoal tripulante; requisitos associados a operadores de drones; discussão sobre single pilot operations; bem como multidisciplinary innovations apresentados por engenheiros, matemáticos, pilotos, entre outros. O programa do ICAM 24 inclui ainda visitas técnicas ao Centro de Estudos de Medicina Aeroespacial (CEMA) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, à NAV- controle aéreo e à Unidade de Cuidados de Saúde da TAP. Inclui também uma visita ao Museu do Ar da FAP e uma exposição digital do DarkSky – Aldeias do Xisto, com maravilhosas fotos do Espaço.

Mais informações sobre o evento podem ser consultadas em www.icam2024.com

 
Iniciativa decorre no âmbito da semana em que assinala o Dia Nacional do Cancro Digestivo
A MovSaúde, fundada a 21 de março de 2024, inicia a sua atividade com o lançamento da Campanha Nacional de Rastreio do cancro...

A campanha nacional de rastreio ao cancro colorretal dirige-se à população entre os 45 e os 74 anos, convidada a realizar o teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes. Quem é elegível pode inscrever-se através de um formulário e consultar toda a informação sobre a campanha no website da MovSaúde (https://www.movsaude.pt). A realização do teste de pesquisa de sangue oculto nas fezes, financiado pela MovSaúde, é efetuado na rede de laboratórios parceiros, sem necessidade de agendamento prévio.

Neste rastreio a MovSaúde conta com a colaboração da Europacolon – Associação de Apoio ao Doente com Cancro Digestivo, que tem um papel fundamental no apoio aos participantes com resultado positivo na análise, prestando o esclarecimento necessário relativamente ao enquadramento clínico de um resultado, a orientação para a realização dos meios complementares de diagnóstico previstos para estes casos, até ao seu resultado.

Patrícia Ramalho, presidente da Direção da MovSaúde, refere que “o objetivo da nossa associação, além da sensibilização para o risco deste tipo de cancro que tem uma evolução assintomática, é contribuir para a sua deteção precoce pois, quando diagnosticado numa fase inicial, aumenta significativamente a taxa de sobrevida. Por isso apelamos à adesão da população a partir dos 45 anos.”.

Em Portugal, há mais de 10 500 novos casos por ano de cancro colorretal, ocupando o primeiro lugar em novos diagnósticos de cancro, e mais de 4 800 mortes por ano, sendo o segundo cancro mais mortal no país.1 Este tipo de cancro tem uma progressão lenta e silenciosa, assintomática, que muitas vezes pode ser superior a 10 anos.  Apesar de ser um dos cancros mais fatais, o cancro colorretal é também um dos mais curáveis se for detetado precocemente.

A MovSaúde agrega entidades de vários setores de atividade, com papel ativo desde a prevenção primária até ao tratamento, bem como outras organizações que se identifiquem com a responsabilidade de acrescentar valor ao sistema de saúde. Este modelo assente em sinergias permite dar prioridade à componente operacional e de alargamento não só da população alcançada, como da inclusão de novas patologias que estão no radar da associação.

Dia Internacional de Consciencialização para a Hepatite C | 1 de outubro
A hepatite C é uma doença infeciosa causada por um vírus (VHC), que afeta sobretudo o fígado, e que

Atualmente, estima-se que cerca de 58 milhões de indivíduos no mundo estejam infetados com o VHC e que ocorram cerca de 1,5 milhões de novas infeções todos os anos. Em Portugal, dados da Direção Geral da Saúde (DGS), reportam que aproximadamente 1% da população adulta possa estar infetada, mas muitos desconhecem o seu estado serológico. Isso reflete uma das maiores barreiras no combate a esta doença: a falta de consciencialização e de rastreio.

Esta é uma doença para a qual já existe cura. Com os antivirais de ação direta, introduzidos na última década, a taxa de cura da hepatite C ultrapassa os 95%, uma verdadeira revolução no tratamento de uma doença que antes era considerada crónica e incurável. Contudo, a cura só é possível se a infeção for diagnosticada. Neste contexto, a celebração desta data é fundamental para alertar para uma situação de saúde pública que, apesar dos avanços, ainda precisa da nossa ação.

Por que razão ainda existem milhões de pessoas a viver com hepatite C sem o saber? A resposta passa, em grande parte, pela falta de informação e pelo estigma. A hepatite C está frequentemente associada a comportamentos de risco, como o uso de drogas injetáveis, a partilha de materiais contaminados ou por via sexual, o que alimenta preconceitos e retira o foco do que realmente importa: tratar quem precisa e eliminar o vírus. Além disso, é preciso lembrar que a transmissão do VHC não ocorre apenas nestes contextos. Pessoas que receberam transfusões de sangue e seus derivados antes de 1992 ou que tiveram contacto com procedimentos médicos, podem ter sido infetadas. Este espectro de potenciais modos de transmissão reforça a necessidade de campanhas de rastreio mais inclusivas e abrangentes.

O compromisso de erradicação da hepatite C até 2030, estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), deve ser encarado como um objetivo coletivo. No entanto, para que seja alcançado, todos têm um papel a desempenhar: governos, profissionais de saúde, organizações não governamentais e a sociedade em geral. As políticas de saúde pública devem priorizar o rastreio, disponibilizando testes rápidos de forma gratuita e acessível, especialmente para as populações mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, é crucial eliminar as barreiras no acesso aos tratamentos, garantindo que os medicamentos antivirais estejam disponíveis para todos os que deles necessitam.

Do ponto de vista social, a luta contra a hepatite C também passa por uma mudança de mentalidades. Precisamos combater o estigma associado à doença e promover uma cultura de empatia e apoio. Informar a população sobre as várias formas de transmissão e os tratamentos disponíveis é uma forma de quebrar preconceitos e incentivar o rastreio.

O Dia Internacional de Consciencialização para a Hepatite C é, por isso, um momento de reflexão, mas também de ação. É um dia para nos lembrarmos de que o silêncio em torno desta doença pode ser fatal e que, juntos, podemos contribuir para erradicá-la. Para isso, é essencial que cada um de nós tome a responsabilidade de se informar, de sensibilizar os outros e, se for o caso, de fazer o teste. Com os avanços científicos, temos à nossa disposição os meios para a sua eliminação, e cabe a cada um de nós garantir que esta oportunidade não seja desperdiçada. A consciencialização é o primeiro passo, mas a ação é a chave para transformar o futuro. Que este dia seja, portanto, um marco na luta contra a hepatite C e uma lembrança de que a erradicação é possível, se todos fizermos a nossa parte. Só assim poderemos alcançar o ambicioso objetivo de um mundo livre de hepatite C.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Candidaturas até 13 de novembro
A AstraZeneca acaba de anunciar a 2.ª edição do Programa de Trainees Life Changers, cujas candidaturas estão abertas até ao dia...

Após o sucesso da primeira edição, o programa volta a abrir as portas para atrair, desenvolver e inspirar novos talentos, proporcionando uma experiência de aprendizagem única na indústria biofarmacêutica. Na edição anterior, a companhia recebeu mais de 1.000 candidaturas e acolheu 14 novos trainees.

Ao longo de 11 meses, os trainees terão a oportunidade de mergulhar em áreas-chave do negócio, adquirindo uma visão prática e integrada do setor. Este programa oferece uma base sólida para o desenvolvimento pessoal e profissional, com momentos exclusivos como o Reverse Mentoring com a equipa de liderança, Power Sessions com líderes inspiradores, formação especializada e o desenvolvimento de projetos de inovação de elevado impacto.

“É com muito entusiasmo que lançamos a 2.ª edição do programa Life Changers. A primeira superou as nossas expectativas e permitiu que encontrássemos um conjunto diversificado de pessoas, com quem desenvolvemos um processo de aprendizagem mútua”, refere Maria João Maia, Legal & HR Director na AstraZeneca Portugal. “Procuramos sempre o melhor talento para a AstraZeneca Portugal e, para esta nova edição, pretendemos encontrar pessoas que acreditam, tal como nós, no poder da ciência para mudar vidas”. 

O programa está aberto a talentos das mais diversas áreas académicas, desde Ciência, Gestão, Recursos Humanos, Engenharia, Marketing, Finanças, Tecnologia, entre outras, sendo que se aceitam candidatos com vários graus académicos (licenciatura, mestrado, pós-graduação ou MBA).

As candidaturas estão disponíveis em https://www.astrazeneca.pt/programa-de-trainees-life-changers.html.

Dados de relatório sobre saúde baseada em valos na cirurgia da catarata
A catarata é uma doença do envelhecimento associada a uma marcada redução da qualidade de vida. O Health Cluster Portugal,...

Num universo de 36.700 cirurgias a 28.700 doentes, o relatório evidencia que, ano após ano, se tem assistido a uma melhoria consistente dos resultados da cirurgia e da incidência de complicações pós-operatórias, que são agora inferiores às reportadas pelo Registo Europeu de Resultados da Cirurgia da Catarata (EUREQUO).

Os resultados na perspetiva do doente vão ao encontro dos resultados clínicos no que respeita à acuidade visual: 91% dos doentes reportam sentir menos barreiras à realização de atividades diárias após a cirurgia. As melhorias mais significativas são observadas ao nível da leitura ao perto e ao longe.

O relatório evidencia ainda que, no nosso país, a utilização de lentes intraoculares premium está ao nível do contexto Europeu. No entanto, há uma assimetria expressiva entre os setores público e privado na frequência de utilização destas lentes que garantem melhores resultados.

Segundo Joaquim Cunha, Diretor Executivo do Health Cluster Portugal, os resultados desta iniciativa pioneira “demonstram que esta nova abordagem, a qual baseia o pagamento e financiamento da saúde nos resultados percepcionados pelo doente, terá sem dúvida um papel central na qualidade e na sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde”.

3 e 4 de outubro
Os Desafios da Doença Crónica é o tema central das XIV Jornadas de Pediatria do Hospital de Guimarães, que decorrem entre os...

Organizadas pelo Serviço de Pediatria da Unidade Local de Saúde do Alto Ave, arrancam no primeiro dia com os cursos pré-jornadas de Diabetologia Diabética e Patologia Respiratória em Idade Pediátrica. Este cursos destinam-se a  a médicos internos e especialistas de Pediatria, Medicina Geral e Familiar, Enfermeiros Hospitalares, de Saúde Escolar e Cuidados de Saúde Primários

No dia 4 de outubro vão realiza-se várias mesas redondas, destacando-se o Debate “Integração do doente crónico na comunidade” que vais contar com a apresentação da experiência da ULS Matosinhos nesta matéria. 

O programa pode ser consultado aqui

 
Recomendações
Para assinalar o Dia Internacional do Idoso, especialistas alertam os portugueses para a relação en

A perda auditiva é uma condição que afeta o bem-estar dos idosos, mas que não surge de um dia para o outro. Acontece de forma gradual, ao longo do tempo, acompanhando o envelhecimento.

“Segundo as evidências nesta área, o maior grupo da população que vive com uma forma de perda auditiva não tratada ou identificada encontra-se entre os 40 e os 59 anos de idade. É, por isso, fundamental as pessoas procurarem ajuda quando notam que não ouvem bem, independentemente da idade, evitando consequências mais graves em idades mais avançadas, como o isolamento, a depressão e o declínio cognitivo", reforça Daniela Carvalho, audiologista na Widex – Especialistas em Audição. 

A partir dos 50 anos, ou assim que sentir algum sinal de perda auditiva, é recomendável procurar a ajuda de um especialista em audição. Há dois passos fundamentais que deve seguir para cuidar da sua saúde auditiva:

  • Comece por reconhecer os sinais iniciais. Se identificar em si, num amigo ou num familiar, dificuldade em ouvir conversas ou a sensação de zumbidos nos ouvidos,  recomenda-se a ida ao audiologista para testar a audição.
  • Quando for à consulta, leve um amigo ou familiar consigo. Ter alguém próximo pode ser importante para ajudar a reconhecer situações específicas nas quais a sua perda auditiva é mais percetível.

A primeira consulta de avaliação auditiva visa conhecer o seu historial clínico, o estilo de vida e as possíveis dificuldades auditivas já identificadas. É também o momento de avaliação do grau de perda auditiva e de ver quais são os próximos passos. Após  a realização de exames, o audiologista explicará os resultados. Caso se venha a confirmar uma perda auditiva, se for reversível, o especialista irá encaminhá-lo para um médico otorrinolaringologista. Se a perda auditiva for irreversível, o audiologista ajudará a ver quais são as soluções adequadas para o seu problema no momento. Além disso, este especialista poderá dar-lhe conselhos para cuidar da sua audição e prolongar a sua saúde auditiva.

A escolha de aparelhos auditivos personalizados é feita com a ajuda do audiologista e de acordo com as necessidades individuais de cada pessoa, garantido um acompanhamento contínuo para otimizar a experiência auditiva.

"Se tem mais de 55 anos, deve fazer exames auditivos anualmente. Se tem menos de 55 anos e apresenta sinais de perda auditiva, como dificuldade em acompanhar as conversas em ambientes ruidosos, necessidade de pedir para repetirem o que lhe é dito e aumentar o volume da televisão ou rádio, procure a ajuda de um especialista", alertam os especialistas.

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Estudo “Perceções dos portugueses sobre o cancro e deteção precoce”
Cerca de 23% dos portugueses, com mais de 50 anos, nunca se submeteram a nenhum tipo de rastreio de cancro, sobretudo devido à...

O objetivo do estudo, que abrangeu mais de mil inquéritos a pessoas com mais de 50 anos, residentes em Portugal Continental, passou por conhecer a perceção dos portugueses sobre o tema dos rastreios de cancro e, mais especificamente, do cancro do cólon e reto e do cancro do pulmão.

O estudo revela ainda que apesar dos inquiridos terem atribuído uma elevada importância à realização do rastreio do cancro do cólon e reto (média de 9,3, numa escala de 0 a 10), a realização da colonoscopia (14%) e o receio da dor (64%) são fatores que condicionam a adesão ao rastreio. Aqui, 89% afirmam que poderiam aderir mais facilmente ao rastreio se fosse implementado um  método inovador de identificação de risco através das análises clínicas ao sangue.

Quanto ao cancro do pulmão, apesar de Portugal ainda não ter implementado um rastreio organizado, quando questionados sobre a possibilidade de aderirem ao rastreio, 80% dos participantes respondem de forma positiva, nomeadamente, como forma de prevenção/deteção precoce (66%), sendo atribuída uma importância de 9,4 (numa escala de 0 a 10) quando questionados sobre a importância do rastreio do cancro do pulmão.

Os portugueses revelam ter um elevado conhecimento no que toca aos rastreios de cancro, com grande parte dos inquiridos (97%) a afirmar ter conhecimento destas iniciativas. Desta forma, os participantes conseguem identificar os rastreios disponíveis no SNS: cancro da mama (72%); cancro do cólon e reto (37%); e cancro do colo do útero (30%). No que diz respeito à facilidade de acesso aos programas de rastreio disponíveis no SNS, as opiniões são divididas, apresentando uma média de 6,6, numa escala de 0 a 10.

O estudo revela que 77% dos inquiridos já realizaram rastreios de cancro, em particular o rastreio do cancro de mama (63%), seguido do rastreio para o cancro do cólon e reto (48%) e do rastreio para o cancro do colo do útero (27%).

Cancro do colón e reto: 50% não conseguem identificar os fatores de risco da doença

No caso dos rastreios ao cancro do cólon e reto, 94% dos participantes dizem conhecer ou já ter ouvido falar deste tipo de cancro. Apesar disso, 50% não consegue identificar os fatores de risco da doença e 39% demonstra ter também dificuldades em identificar os sintomas associados. De qualquer forma, os portugueses atribuem uma elevada importância à realização do rastreio do cancro do cólon e reto, uma vez que, numa escala de 0 a 10, a média é de 9,3.

Mais de metade dos inquiridos já realizou o rastreio do cancro do cólon e reto, nomeadamente, por recomendação do médico (72%). Contudo, 21% realizaram o exame por iniciativa própria, sendo que 45% fizeram como forma de prevenção/deteção precoce. Dos que não realizaram nenhum rastreio, mais de metade revela que nunca o fizeram porque nunca lhes foi recomendado pelo médico.

Questionados sobre quais os motivos que levam à baixa adesão ao rastreio, os inquiridos identificam a falta de conhecimento sobre a sua importância (21%), o medo de realizar o exame (17%) e o tempo de espera para a realização do exame no SNS (17%).

Além disso, em termos de exames, 14% dos participantes referem que a colonoscopia condiciona a adesão a este rastreio, devido ao medo e à dor que possam sentir (64%). No entanto, 89% afirmam que poderiam aderir mais facilmente ao rastreio se fosse implementado um  método inovador de identificação de risco através das análises clínicas ao sangue.

Cancro do pulmão: 32% dos inquiridos não sabem identificar os sintomas

O cancro do pulmão, em Portugal, ainda não dispõe de um rastreio organizado. Não obstante, 60% dos inquiridos afirmam que conhecem ou já ouviram falar do rastreio. Contudo, 57% não sabem quais os exames a realizar. Além disso, relativamente aos sintomas de alerta, 32% não sabem identificar quais são.

Ainda que tenham alguma falta de informação no que respeita aos exames e sintomas de alerta, os inquiridos atribuem uma elevada importância ao rastreio do cancro do pulmão, tendo em conta que, numa escala de 0 a 10, atribuem uma média de 9,4.

Além do mais, quando questionados sobre a possibilidade de aderirem ao rastreio, 80% respondem de forma positiva, nomeadamente, como forma de prevenção/deteção precoce (66%). Dos que não aderiram, 72% consideram que o principal motivo é por não considerarem necessário ou não terem sintomas.

De 3 a 5 de outubro, em Lisboa
A FUJIFILM Healthcare Europe, em parceria com a FUJIFILM Portugal, vai marcar presença no Congresso da Sociedade Europeia de...

O AMULET SOPHINITY™ é o mais recente avanço da Fujifilm em mamografia digital, oferecendo imagens de alta resolução com baixas doses de radiação, aliado a uma tecnologia de inteligência artificial que melhora o conforto do utente e a precisão no diagnóstico. Esta solução inovadora está equipada com um detetor de painel plano (FPD) de conversão direta e uma função de tomossíntese de duplo ângulo, permitindo a deteção mais clara de lesões difíceis de visualizar. Um dos principais fatores que diferenciam esta tecnologia é a sua função “Positioning MAP”, que facilita o alinhamento preciso de exames mamográficos anteriores, otimizando o fluxo de trabalho clínico.

Além do AMULET SOPHINITY™, a Fujifilm também irá destacar o seu ecógrafo premium Arietta 850 Deep Insight, um sistema de ecografia de ponta com capacidades avançadas de imagem e diagnóstico. Este equipamento oferece alta resolução, precisão e confiança, sendo ideal para a avaliação de diferentes patologias mamárias, proporcionando aos profissionais de saúde ferramentas essenciais para decisões clínicas mais informadas.

Durante o EUSOBI 2024, a Fujifilm organizará, também, diversos workshops interativos, onde serão abordados temas relacionados com as tecnologias de imagem e o seu impacto na saúde da mama, ministrados por especialistas internacionais.

Um desses eventos será uma mesa-redonda, da responsabilidade da Fujifilm Portugal, sobre o futuro da imagem mamográfica digital, intitulada "Mammography Imaging: the start of a new era", no dia 3 de outubro, às 18h30, no Hyatt Regency Lisbon. Esta iniciativa contará com especialistas nacionais e internacionais para discutir o estado da arte em tecnologia de mamografia digital, a adoção clínica destas soluções e o impacto direto no diagnóstico e tratamento do cancro da mama.

Como parte do compromisso da Fujifilm em estar próxima das pessoas, uma unidade móvel da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional Norte, equipada com o AMULET SOPHINITY™, estará presente à entrada do Centro de Congressos de Lisboa. Esta unidade representa uma das primeiras instalações europeias deste novo sistema de mamografia, sendo pioneira numa unidade móvel, o que reforça a importância da acessibilidade no rastreio do cancro da mama.

Uma em cada quatro camas está no Porto e em Lisboa
Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo. Entre os cerca de 10 milhões de residentes, há 2,5 milhões que têm já mais...

Dos 2,5 milhões de habitantes com mais de 65 anos, mais de um terço reside nos dois Distritos mais populosos do País, Lisboa (20%) e Porto (16%), segundo dados compilados pela Via Senior (www.via-senior.com) através do Instituto Nacional de Estatística. Setúbal completa o top dos Distritos com mais residentes seniores, seguida de Braga e Aveiro, com os cinco a representarem, em conjunto, 58% do total da população que se enquadra na terceira idade.

Sendo os Distritos com mais população, mas também com maior número de habitantes seniores, estes concentram também o maior número de ERPI. De Norte a Sul existem pouco mais de 2.500 ERPI, de acordo com os mais recentes dados disponibilizados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho e Solidariedade Social e da Carta Social, com Lisboa (24%) e Porto (15%) a contarem com o maior número destas instituições. Mas o Porto apresenta, ainda assim, um défice de oferta.

No total, as ERPI existentes em Portugal apresentam um total 104 mil camas para seniores, distribuídas por quartos individuais, duplos ou triplos. No Distrito do Porto, contabilizam-se 8.946 camas, uma oferta que se revela manifestamente reduzida face à população residente mais envelhecida, que ascende a 409 mil pessoas. Na prática, existem neste Distrito praticamente 46 seniores para cada cama nas ERPI.

“A situação vivida no Distrito do Porto é a mais problemática a nível nacional, demonstrando um claro desencontro entre aquela que é a população mais idosa e a oferta de camas em instituições, públicas ou privadas, que têm a importante função de acolher estes seniores”, salienta Nuno Saraiva de Ponte. “É preciso mais investimento na oferta de residências senior neste Distrito, mas também noutros onde já existe um elevado número de ERPI, mas em que a proporção de população idosa é elevada e está a aumentar rapidamente”, acrescenta o CEO da Via Senior.

No Distrito de Lisboa, onde residem 516 mil seniores, há 32 habitantes para cada cama disponibilizada (16.231). A situação em Lisboa só é superada, além do Porto, pelo Distrito de Setúbal onde há apenas 6.090 camas para acomodar, potencialmente, mais de 210 mil residentes com mais de 65 anos. Aveiro e Faro são os outros dois Distritos no top 5 daqueles em que existe maior desequilíbrio entre residentes e camas disponibilizadas nas ERPI, enquanto Portalegre, Guarda e Beja estão no extremo oposto, com um défice de camas, mas com apenas oito a 11 seniores por cama.

Disponibilidade é quase uma miragem

Há um desencontro de relevo entre a localização da população mais envelhecida e o número de camas disponibilizadas nas áreas de residência dessas pessoas, faltando investimento por parte tanto do sistema público como do privado, embora se registe uma crescente oferta por parte de grandes grupos privados. A parca oferta que existe está praticamente sempre esgotada, com taxas de ocupação médias bastante acima da fasquia dos 90%.

De acordo com os resultados do 2.º Retrato das Residências Sénior em Portugal, realizado pela Via Senior em parceria com a BA&N Research Unit, praticamente dois terços (62,3%) revelam uma taxa de ocupação de 100%. Ou seja, são residências completamente lotadas, sem capacidade para receber novos idosos, enquanto 32,1% aponta para taxas de ocupação que se situam entre 91% e 99%. São pouco representativas as residências que referem apresentar taxas de ocupação baixas.

A escassez na oferta, num contexto de pressão do lado da procura, repercute-se invariavelmente nos valores cobrados mensalmente pela permanência dos seniores nestas instituições. Entre o 1.º Retrato das Residências Sénior em Portugal, divulgado em 2023, e a segunda edição deste Retrato, registou-se um aumento médio em torno dos 5%.

A mensalidade de um quarto duplo, a tipologia que mais residências sénior têm na sua oferta, tem um custo médio entre os 1.250 e os 1.500 euros, acima da média de 1.000 a 1.500 euros no inquérito realizado há um ano. Aliás, 20,8% das camas em quarto duplo têm até um custo superior, entre 1.500 e 1.750 euros, enquanto 18,9% indica valores entre os 1.750 e os 2.000 euros. Só 3,8% das residências inquiridas admite disponibilizar camas abaixo de 750 euros mensais.

Estudo internacional que contou com a Universidade de Coimbra (UC)
Um estudo conduzido por uma equipa de investigação internacional, em colaboração com a Universidade de Coimbra (UC), revela...

Os resultados desta descoberta estão disponíveis no artigo científico Cardiac Molecular Analysis Reveals Aging-Associated Metabolic Alterations Promoting Glycosaminoglycans Accumulation via Hexosamine Biosynthetic Pathway, publicado na revista Advanced Science, que conta com a participação de três investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC (CNC-UC) e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia (CiBB): Luís Grilo (primeiro autor do estudo), Paulo Oliveira e Susana Pereira (autores seniores).

Até ao momento, sabe-se que as doenças relacionadas com o coração são mais prevalentes em idades avançadas. No entanto, não se sabe como é que o envelhecimento exclusivamente fisiológico – ou seja, o envelhecimento ‘natural’, que resulta, nomeadamente, no declínio de determinadas capacidades físicas e cognitivas e na perda de funções orgânicas, que podem dar origem a doenças – pode ter impacto no funcionamento do coração. Neste sentido, os investigadores da UC sublinham que “conhecer os primeiros sintomas de envelhecimento cardíaco pode ser pertinente para a deteção atempada da disfunção cardíaca e respetiva prevenção".

Perante este cenário, a equipa de investigação procurou identificar a cascata de mecanismos moleculares responsáveis pela relação entre o envelhecimento natural do coração e a disfunção cardíaca, através de modelos de primatas não humanos saudáveis, com fisiologia muito próxima ao coração do ser humano.

Os cientistas conseguiram “identificar que as adaptações cardíacas derivadas do envelhecimento se iniciam com alterações metabólicas nas células cardíacas”, destacam. De forma mais detalhada, foi possível perceber que “com a idade, o coração utiliza mais glicose para a síntese de moléculas, que se acumulam nas paredes do coração durante o envelhecimento; numa fase inicial, esta acumulação promove o enrijecimento das paredes do coração e, numa segunda fase, hipertrofia cardíaca”, elucidam Luís Grilo, Paulo Oliveira e Susana Pereira. “Estas duas consequências estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, sublinha a equipa da Universidade de Coimbra.

Atualmente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo. Além deste grande impacto na mortalidade, “um número significativo de pessoas com este tipo de patologias necessita de cuidados específicos e continuados – como exames e medicação –, o que resulta em elevados custos para a pessoa e para os sistemas de saúde”, informam os investigadores.

Neste contexto, a descoberta apresentada neste estudo pode contribuir para melhorar o diagnóstico e, consequentemente, reduzir a mortalidade. “Ao identificar eventos moleculares que ocorrem naturalmente no coração antes do aparecimento de doenças cardíacas, como fizemos neste estudo, abrimos portas ao desenvolvimento de novas formas de diagnóstico precoce, prevenindo mortes e reduzindo custos associados ao diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares”, destacam Luís Grilo, Paulo Oliveira e Susana Pereira.

A equipa de investigação da Universidade de Coimbra avança que este estudo pode abrir caminho para o “desenvolvimento de métodos não invasivos para detetar a acumulação das moléculas no coração humano, melhorando, assim, as técnicas de diagnóstico atuais”. “Será também crucial investigar e testar futuramente novas abordagens farmacológicas que possam impedir a acumulação de moléculas nas paredes do coração e, consequentemente, evitar o seu enrijecimento”, rematam Luís Grilo, Paulo Oliveira e Susana Pereira.

Participaram também neste estudo investigadores de várias universidades sediadas nos Estados Unidos da América – Escola de Medicina da Universidade Wake Forest, Universidade de Wyoming e Universidade do Texas – e também do Instituto de Investigação Biomédica do Texas. Colaborou ainda a Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

O artigo científico está disponível em https://doi.org/10.1002/advs.202309211.

Projeto UNI_R
Construir um ambiente académico focado na promoção do bem-estar e da saúde mental, promover uma reflexão informada e estruturar...

Com início em 2024, depois de aprovada a candidatura submetida no âmbito do Programa de Promoção da Saúde Mental e Bem-Estar no Ensino Superior (promovido pela Direção Geral do Ensino Superior), o projeto UNI_R foi delineado por uma equipa de professores e coordenadores de serviços do Ispa, a partir da sua experiência de docência, investigação e acompanhamento de estudantes no seu percurso no ensino superior.

“O projeto prevê a participação alargada de todo os intervenientes no contexto educativo, incluindo estudantes de todos os ciclos de estudos, e foca-se no desígnio protetor da educação, que pode ser potenciado através da identificação e implementação de estratégias que abranjam o combate a diversas formas de estigma e/ou discriminação de estudantes, por razões associadas ao género, à etnia, ao país de origem, ao estatuto socioecónomico, à orientação sexual ou ainda associadas a questões relacionadas com problemáticas ou incapacidades de saúde física ou mental”, sublinha Maria João Moniz, coordenadora do UNI_R.

O projeto parte de uma recolha de dados, junto da população estudantil, acerca da forma como perspetivam o seu próprio bem-estar, a sua presença, participação e pertença à comunidade educativa. Esse procedimento de recolha estará estruturado em três momentos temporais (2024/2025/2026) e os participantes serão convidados a avaliar as várias atividades que decorrem ao longo dos dois semestres de cada ano letivo.

"Acreditamos que o Projeto UNI_R é uma oportunidade relevante para a reflexão e aprofundamento das estratégias de promoção e intervenção em saúde mental e bem-estar no ensino superior", afirma. 

Dia Internacional do Idoso | 1 de outubro
O envelhecimento acarreta consigo diversos desafios, e a prevenção do declínio cognitivo nos idosos

Numa fase mais precoce da vida (até aos 45 anos) o grau de educação (anos de escolaridade) está associado ao risco de demência, ou seja, quanto menor o grau de escolaridade, maior o risco de desenvolver demência.

Entre os 45 e os 65 anos de vida, são outros fatores que estão associados ao risco aumentado de demência: diabetes, hipertensão e altos níveis de colesterol no sangue. Desta forma, a promoção de um estilo de vida saudável, com uma alimentação saudável e controlo destes fatores de risco, associada à evicção do consumo de tabaco e à redução de consumo de álcool, reduzem o risco de desenvolver demência mais tarde. A prática regular de exercício físico, particularmente a partir dos 45 anos, é fundamental para manter a saúde física, prevenir doenças cardiovasculares e também reduzir de forma muito importante o risco de desenvolver demência.

Já no idoso, além dos fatores referidos previamente, acrescenta-se outro aspeto crucial: o papel das interações sociais no combate ao declínio cognitivo. A convivência regular com familiares, amigos ou membros de uma comunidade, promove a saúde cerebral e é protetor contra o desenvolvimento de demência.

Portanto, a prevenção do declínio cognitivo depende de um conjunto de fatores que vão desde a estimulação intelectual e social, passando pela atividade física regular, até hábitos saudáveis como uma boa alimentação e o uso consciente de medicamentos. Envelhecer de forma ativa, com o cérebro e o corpo em movimento, é uma das melhores maneiras de garantir que os idosos mantenham a sua autonomia e qualidade de vida.

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Associação MulherEndo insiste na aprovação do projecto de Lei entregue pelo BE
A Associação MulherEndo não desiste da sua missão e volta a lutar para que Portugal tenha uma Estratégia Nacional de...

Mais de um ano depois de ter sido discutida a Petição Pública que pedia a implementação de uma Estratégia Nacional de Combate à Endometriose, e sem que nada tenha mudado no panorama nacional para as doentes com endometriose, o tema volta ao Parlamento com o Projecto de Lei entregue pelo Bloco de Esquerda (BE). 

Com este projecto, que será discutido no próximo dia 2 de Outubro, o partido pretende que sejam asseguradas medidas de diagnóstico, comparticipação de terapêuticas, preservação de fertilidade e direitos laborais destas mulheres, medidas estas que faziam parte dos pedidos solicitados na petição entregue em 2022 e que foram rejeitados na sua generalidade pela então maioria parlamentar do grupo socialista. 

A MulherEndo, Associação Portuguesa de Apoio a Mulheres com Endometriose, fez saber que enviou já uma tomada de posição, a todos os partidos com assento parlamentar, em concordância com o decreto lei que vai agora a discussão e que solicitou ainda aos restantes partidos que se aliem a esta iniciativa apresentado eles as medidas que ficam em falta, nomeadamente a instituição de estatuto de doença crónica para pacientes com diagnóstico de Endometriose e/ou Adenomiose e a criação de uma comissão de trabalho para a coordenação de uma estratégia de resposta eficaz para todas as doentes. 

MulherEndo quer acompanhamento digno das doentes no SNS 

“Em 2023, quando as nossas ideias foram debatidas, todos os partidos se mostraram ao nosso lado compreendo a necessidade e urgência das medidas solicitadas. Os vários projectos de resolução e de lei que foram então apresentados foram votados favoravelmente pela grande maioria dos partidos, com exceção da então maioria parlamentar do grupo socialista. Estamos num novo ano, com um novo governo e desta vez não há qualquer desculpa para que este projecto lei não seja aprovado e as restantes medidas fiquem na gaveta.”, refere Susana Fonseca, Fundadora e Presidente da Associação MulherEndo, que promete não baixar os braços até que em Portugal haja um acompanhamento digno no SNS para estas doentes. 

De 1 e 4 de outubro
A Escola Superior de Enfermagem do Porto acolhe a 15ª Conferência Lusófona de Ciência Aberta, entre os próximos dias 1 e 4 de...

A Conferência Lusófona de Ciência Aberta tem como objetivo reunir as comunidades dos países lusófonos que desenvolvem atividades de investigação, desenvolvimento, gestão de serviços e definição de políticas relacionadas com a Ciência Aberta em todas as vertentes, nomeadamente o Acesso Aberto à Informação Científica e os Dados de Pesquisa.

O evento pretende ser um espaço de troca, debate e divulgação de conhecimentos, práticas e estudos sobre esses temas, nas várias dimensões e pontos de vista.

Mais informações em: https://confoa.rcaap.pt/2024/

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