Doença Neurológica
A narcolepsia é uma doença neurológica crónica caracterizada pela incapacidade do cérebro em regular

O que é a Narcolepsia?

A narcolepsia é frequentemente classificada em dois tipos principais:

Narcolepsia Tipo 1 (anteriormente chamada de narcolepsia com cataplexia): caracteriza-se pela presença de sonolência diurna excessiva e cataplexia, que é a perda súbita de controle muscular.

Narcolepsia Tipo 2 (narcolepsia sem cataplexia): também envolve sonolência diurna excessiva, mas sem a presença de episódios de cataplexia.

Acredita-se que a narcolepsia tipo 1 esteja associada à perda de neurónios que produzem hipocretina, um neuropeptídeo responsável pela regulação dos ciclos de sono e vigília. A hipocretina é essencial para manter a pessoa acordada e para evitar o sono REM (movimento rápido dos olhos) durante as horas de vigília.

Sintomas

Os sintomas da narcolepsia podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais comuns incluem:

  • Sonolência Excessiva Diurna: Este é o sintoma mais frequente e pode manifestar-se através de uma necessidade irresistível de dormir durante o dia, mesmo após uma noite de sono adequado.
  • Cataplexia: Perda súbita de tónus muscular provocada por emoções fortes, como riso, raiva ou excitação. As pessoas podem experimentar quedas súbitas ou fraqueza, que podem ser leves (apenas no rosto) ou graves (afetando todo o corpo).
  • Paralisia do Sono: Incapacidade temporária de se mover ou falar ao adormecer ou ao acordar, que pode ser assustadora, embora geralmente dure apenas alguns segundos ou minutos.
  • Alucinações Hipnagógicas ou Hipnopompicas: Experiências vividas, frequentemente aterrorizantes, que ocorrem durante a transição entre o sono e a vigília. Estas podem ser visuais, auditivas ou táteis.
  • Sono Fragmentado: Muitas pessoas com narcolepsia têm dificuldade em manter o sono noturno contínuo, acordando várias vezes durante a noite.

Fatores de Risco

Embora as causas exatas da narcolepsia não sejam totalmente compreendidas, alguns fatores de risco conhecidos incluem:

  • Genética: A presença de certos genes, como o HLA-DQB1*06:02, está associada a um maior risco de desenvolver narcolepsia, especialmente o tipo 1.
  • Histórico Familiar: Indivíduos com familiares que sofrem de narcolepsia têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
  • Infeções: Alguns estudos sugerem que infeções virais, como a gripe H1N1 ou infeções bacterianas, podem desencadear a narcolepsia em pessoas geneticamente predispostas.
  • Autoimunidade: A narcolepsia pode ser um distúrbio autoimune, no qual o sistema imunitário ataca os neurónios produtores de hipocretina no cérebro.

Complicações

Se não for tratada, a narcolepsia pode causar várias complicações:

  • A sonolência excessiva pode dificultar o desempenho no trabalho ou na escola, levando a problemas de concentração, produtividade e até absentismo.
  • Devido aos episódios súbitos de sono e à sonolência excessiva, pessoas com narcolepsia têm maior risco de acidentes, especialmente ao conduzir ou operar máquinas.
  • A narcolepsia pode levar à depressão, ansiedade e isolamento social devido às limitações que impõe ao estilo de vida.
  • A doença também está associada a um aumento do risco de obesidade, possivelmente devido a alterações no metabolismo e nos hábitos alimentares relacionados com os padrões de sono.

Tratamento

Embora a narcolepsia não tenha cura, os tratamentos podem ajudar a gerir os sintomas e melhorar a qualidade de vida. As opções de tratamento incluem:

  • Medicação: O tratamento farmacológico é uma componente importante no controlo da narcolepsia. Medicamentos estimulantes podem ajudar a reduzir a sonolência diurna. Em alguns casos, antidepressivos tricíclicos ou inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) são usados para controlar a cataplexia e a paralisia do sono.
  • Mudanças no Estilo de Vida: Adotar hábitos saudáveis de sono, como manter horários regulares para dormir e acordar, pode ajudar a regular os padrões de sono. Sestas curtas durante o dia também podem ser benéficas para reduzir a sonolência.
  • Terapia Comportamental: Algumas pessoas beneficiam de intervenções psicológicas, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), para lidar com as consequências emocionais da narcolepsia, como a ansiedade e a depressão.
  • Acompanhamento Médico Regular: O acompanhamento contínuo com um especialista em sono é essencial para ajustar o tratamento e monitorizar os sintomas.

 

Fontes: 

Associação Portuguesa do Sono. (2023). Distúrbios do Sono - Narcolepsia. https://apsono.com/files/Narcolepsia.pdf

Orphanet. Narcolepsia tipo 1. https://www.orpha.net/pt/disease/detail/2073

Centro Hospitalar Medio Ave. Nacrolepsia. https://www.chma.pt/portal/images/docs/guias/INF.CHMA.076.v1.pdf

CUF. Narcolepsia: o que é, sintomas e tratamento. https://www.cuf.pt/saude-a-z/narcolepsia

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Alerta surge em vésperas do Dia Mundial da Doença de Alzheimer
Na semana em que se assinala o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, os especialistas alertam os portugueses para a importância...

A correlação entre a perda de audição e o risco de desenvolver demência foi recentemente comprovada pelo estudo ACHIEVE, orientado por Frank Lin, diretor do Cochlear Center for Hearing and Public Health da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, investigador e professor de Otorrinolaringologia, Saúde Mental e Epidemiologia, e apresentado no 70.º Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SPORL-CCP), em 2023.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que 430 milhões de pessoas em todo o mundo manifestam perda auditiva moderada ou severa no ouvido com melhor audição, e mais de 55 milhões vivem com algum tipo de demência. Os resultados preliminares do estudo ACHIEVE são promissores, indicando que, ao longo de três anos, a intervenção auditiva, incluindo o uso de aparelhos auditivos, reduziu as mudanças cognitivas em 48%.

Jorge Humberto Martins, audiologista na Widex – Especialistas em Audição, reforça que "o atraso na identificação e na reabilitação atempadamente da perda auditiva pode ter um contributo significativo para a evolução da demência, principalmente em indivíduos com idade mais avançada, com múltiplos fatores de risco para declínio cognitivo, como o isolamento social e a sobrecarga cognitiva. Há que aprofundar mais este tema, impulsionando pesquisas nesta área que sejam a base para o desenvolvimento de estratégias eficazes de intervenção e de prevenção.”

Para além da diminuição do risco de desenvolver demência, há outras evidências científicas que demonstram o papel protetor do uso regular de aparelhos auditivos. Os resultados obtidos através da análise do National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), realizado nos Estados Unidos, revelam que adultos com perda auditiva que usavam regularmente aparelhos auditivos apresentaram um risco menor de morte em comparação com aqueles que nunca usaram aparelhos auditivos. No entanto, são necessárias mais pesquisas, incluindo estudos longitudinais e ensaios clínicos aleatorizados, para confirmar estas descobertas e compreender os mecanismos subjacentes.

O audiologista acrescenta: “Os aparelhos auditivos ajudam efetivamente a melhorar a audição e, consequentemente, diminuem o esforço cognitivo que é necessário para processar os sons e, indiretamente, o isolamento social, que é outro fator de risco das demências. Enquanto profissionais nesta área, o mais importante para nós é contribuir para a deteção atempada e o tratamento da perda auditiva das pessoas, melhorando a sua qualidade de vida. E o primeiro passo para conseguirmos isto passa por consciencializar sobre o impacto que a perda auditiva tem no dia a dia e os sinais de alarme que devem levar as pessoas a fazer exames auditivos.” 

Dia Mundial da Doença de Alzheimer assinala-se a 21 de setembro
A Doença de Alzheimer é uma das formas mais comuns de demência, representando entre 60% a 80% de tod

O que é a Doença de Alzheimer?

A Doença de Alzheimer caracteriza-se pela degeneração das células cerebrais e pela acumulação anormal de proteínas no cérebro, como a beta-amiloide e a tau. Estas proteínas formam placas e emaranhados que destroem as conexões entre os neurónios e, eventualmente, os próprios neurónios, comprometendo funções cognitivas e motoras essenciais.

A doença progride de forma gradual, e os sintomas podem começar de forma leve, mas tornam-se cada vez mais incapacitantes, até que a pessoa perde a capacidade de realizar atividades básicas do dia a dia.

Dados Estatísticos

A incidência e prevalência da Doença de Alzheimer aumentaram substancialmente nas últimas décadas, em grande parte devido ao envelhecimento populacional. Em Portugal e no mundo, os números refletem essa tendência. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo, e estima-se que este número possa triplicar até 2050, atingindo cerca de 139 milhões de casos. Cerca de 60% a 80% dos casos de demência estão associados à Doença de Alzheimer.

No contexto europeu, estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas vivam com demência, com o Alzheimer a ser a principal forma de demência.

No que diz respeito ao território nacional, estima-se que existam cerca de 205 mil portugueses afetados por demência, com mais de metade dos casos (cerca de 120 mil) atribuídos à Doença de Alzheimer. Esta estimativa deverá aumentar significativamente nos próximos anos, com projeções de que, até 2050, o número de pessoas com demência em Portugal poderá duplicar.

Sintomas

A Doença de Alzheimer é caracterizada por uma série de sintomas que se agravam com o tempo. Estes podem ser divididos em três estágios principais: inicial, intermédio e avançado.

Estágio Inicial:
  • Perda de memória recente, dificuldade em lembrar eventos recentes.
  • Desorientação espacial, esquecendo-se de caminhos ou rotas familiares.
  • Dificuldade em encontrar as palavras certas durante uma conversa.
Estágio Intermédio:
  • Aumento da confusão e da desorientação, incluindo não reconhecer rostos de pessoas próximas.
  • Dificuldades em lidar com tarefas do quotidiano, como gerir finanças ou cozinhar.
  • Mudanças de humor e comportamento, incluindo ansiedade, depressão ou agressividade.
Estágio Avançado:
  • Perda severa de memória, incluindo esquecer o nome de familiares próximos.
  • Incapacidade de realizar atividades diárias, como alimentar-se ou vestir-se.
  • Perda de capacidades motoras, incluindo dificuldade em andar e incontinência.

Fatores de Risco

Embora a causa exata da Doença de Alzheimer ainda seja desconhecida, existem vários fatores de risco associados ao seu desenvolvimento:

  • Idade: O principal fator de risco é o envelhecimento. A maioria dos casos ocorre em pessoas com mais de 65 anos.
  • Histórico Familiar e Genética: Indivíduos com familiares que sofrem de Alzheimer têm maior probabilidade de desenvolver a doença. A presença de genes específicos, como o APOE-e4, está associada a um risco aumentado.
  • Fatores Cardiovasculares: Hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade aumentam o risco de Alzheimer.
  • Estilo de Vida: Fatores como sedentarismo, dieta pouco saudável, tabagismo e consumo excessivo de álcool podem aumentar o risco de desenvolver Alzheimer.

Complicações

À medida que a Doença de Alzheimer progride, as complicações podem incluir:

  • Risco de quedas: Devido à perda de equilíbrio e coordenação.
  • Desnutrição e desidratação: Pessoas com Alzheimer podem esquecer-se de comer ou beber.
  • Infeções: A perda de controlo sobre as funções corporais, como a incontinência, pode levar a infeções urinárias ou outras complicações.
  • Declínio emocional e social: Isolamento social, depressão e ansiedade são comuns à medida que a doença avança.

Recomendações para a Prevenção e Cuidados

Embora não exista uma cura para a Doença de Alzheimer, a adoção de certos comportamentos pode ajudar a prevenir ou retardar o aparecimento da doença, assim como melhorar a qualidade de vida de quem já foi diagnosticado.

1. Manter uma vida ativa física e mentalmente

A prática regular de exercício físico, como caminhadas, pode melhorar a saúde cardiovascular, o que está associado a uma diminuição do risco de Alzheimer.

Estimulação cognitiva, como ler, aprender novas línguas ou resolver puzzles, ajuda a manter o cérebro ativo.

2. Adotar uma dieta saudável

A Dieta Mediterrânica, rica em frutas, legumes, peixe, azeite e grãos integrais, tem sido associada a um menor risco de doenças neurodegenerativas.

A redução no consumo de alimentos processados, gorduras saturadas e açúcar também é recomendada.

3. Cuidar da saúde cardiovascular

Manter a pressão arterial, o colesterol e os níveis de glicose no sangue sob controlo pode ajudar a prevenir ou atrasar o aparecimento de Alzheimer.

4. Socialização

Manter uma rede social ativa e interagir regularmente com outras pessoas pode ajudar a reduzir o risco de Alzheimer, uma vez que o isolamento social está associado a um declínio cognitivo mais rápido.

5. Apoio familiar e profissional

O diagnóstico precoce é essencial para iniciar tratamentos que possam ajudar a gerir os sintomas. O acompanhamento por neurologistas e especialistas em geriatria é fundamental para planear cuidados futuros.

O apoio de organizações como a Associação Alzheimer Portugal pode fornecer recursos valiosos para cuidadores e famílias.

Tratamento

Atualmente, não existe cura para a Doença de Alzheimer, mas existem medicamentos que podem ajudar a atrasar a progressão dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, tais como:

  • Inibidores da acetilcolinesterase: aumentam a quantidade de acetilcolina, um neurotransmissor importante para a memória.
  • Antagonistas do receptor NMDA: ajudam a regular a atividade do glutamato, um neurotransmissor ligado à aprendizagem e memória.
  • Além disso, o apoio psicossocial e a participação em atividades cognitivas são importantes para manter as capacidades dos doentes o mais intactas possível.

 

Fontes:

Alzheimer Portugal. Prevalência da Demência. https://alzheimerportugal.org/prevalencia-da-demencia/

World Health Organization. Global Status Report on the Public Health Response to Dementia. Genebra: OMS. https://www.who.int/publications/i/item/9789240033245

CUF. Alzheimer: o que é, sintomas e tratamento. https://www.cuf.pt/saude-a-z/alzheimer

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação liderada por Maria José Diógenes, professora da FMUL
Uma equipa internacional de investigadores, liderada por Maria José Diógenes, Professora Associada, farmacêutica e...

O trabalho desenvolvido, recentemente publicado na revista Molecular Therapy, focou-se na criação e avaliação de um composto inovador que preserva o recetor TrkB da degradação causada pela presença do péptido β-amilóide, uma das principais características patológicas da DA. O composto desenvolvido pela equipa de Maria José Diógenes demonstrou eficácia na prevenção de sintomas, melhoria do desempenho cognitivo e na redução da progressão da doença em modelos animais da doença.

Este trabalho pioneiro deu origem a uma patente, destacando-se a inovação e o potencial terapêutico representados pelos seus resultados.

"A nossa equipa conseguiu desenvolver um composto, com um mecanismo de ação inovador, que melhora a função das sinapses (conexões entre os neurónios) e o desempenho cognitivo de ratinhos modelo da doença de Alzheimer. Muito importante, este composto, previne alterações moleculares patológicas no cérebro dos ratinhos. Estes resultados são promissores e abrem portas para novas abordagens terapêuticas que podem vir a ser aplicadas clinicamente.", afirma a investigadora do Instituto de Farmacologia e Neurociências da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa Instituto de Farmacologia e Neurociências da FMUL.

A Invenção

Os investigadores criaram um composto que designaram de  TAT-TrkB que impede que  uma proteína importante no cérebro, o TrkB-FL, seja destruída pela Doença de Alzheimer. Esta proteína é essencial para que as células cerebrais comuniquem corretamente entre si de forma adequada. Quando a doença danifica essa proteína, as células do cérebro têm mais dificuldade em funcionar corretamente. O novo composto TAT-TrkB protege essa proteína de ser destruída, permitindo que as células do cérebro continuem a comunicar como deveriam, impedindo alterações na memória.

Além disso, o estudo envolveu a análise de amostras de liquido cefalorraquidiano de doentes de tecido cerebral post-mortem de doentes com Doença de Alzheimer, e demonstrou que a destruição do TrkB-FL ocorre desde a fase precoce da doença e que se agrava com a sua progressão. O composto TAT-TrkB demostrou não só que impede essa destruição, mas também que melhora a plasticidade sináptica e as funções cognitivas em modelos animais.

O estudo, que contou com a colaboração de investigadores de várias instituições nacionais e internacionais, não encontrou evidências de toxicidade hepática ou renal após a administração prolongada do novo composto, o que reforça o seu potencial como fármaco seguro modificador da doença para o tratamento da DA.

Encontro anual de biotecnologia arranca dia 30 de setembro
O impacto de novos alimentos como os insetos, a inovação no campo das doenças raras e o concurso Pitch Competition são alguns...

Nos próximos dias 30 de setembro e 1 de outubro, realiza-se mais uma edição do Encontro Anual do setor da Biotecnologia em Portugal, promovido pela Associação Portuguesa de Bioindústria (P-BIO). Neste ano em que a P-BIO celebra os seus 25 anos de atividade, o evento tem lugar no Centro de Congressos do Taguspark, em Oeiras, e conta reunir cerca de três centenas de participantes.

Durante dois dias, Oeiras volta a ser palco do maior debate sobre biotecnologia em Portugal. O BIOMEET 2024 está integrado nas comemorações da Semana Europeia da Biotecnologia de 2024 e conta com um programa diversificado de oradores especialistas da área, além de várias oportunidades de networking entre os participantes.

Os principais temas abordados passam por partilhas de experiências de financiamento e exits em Biotecnologia; o impacto dos novos alimentos, rações e ingredientes para o mercado; potencial biotecnológico dos recursos marinhos portugueses; barreiras e desafios em inovação no campo das Doenças Raras; e como levar para o mercado produtos na área da medicina de precisão. As sessões do evento serão em inglês.

Este ano, haverá também lugar para o concurso Pitch Competition #BIOMEET24, competição para futuros projetos empresariais ou startups nas áreas da Ciências da Vida e Biotecnologia, que vai atribuir um prémio monetário no valor de 1.000€ (mil Euros), recebendo também a oferta da 1ª anuidade de quota da P-BIO, referente ao ano de 2025, bem como o acesso gratuito à rede de mentores da P-BIO – BioMentors Club.

Mais informações e inscrições aqui.

 
30 de setembro
Organizada pelo “Movimento Humanizar a Saúde em Coimbra” - um movimento de intervenção cívica, constituído por pessoas de...

"Através da música podemos obter não apenas bem-estar e alegria, mas também uma sensação de que existe algo que nos liga uns aos outros, um abraço invisível que nos ajuda a enfrentar as complexidades da vida. Em ambiente hospitalar, a música pode também atuar como uma ferramenta terapêutica, promovendo o bem-estar físico, emocional e psicológico de doentes, familiares e profissionais de saúde", explica o médico João Pedroso de Lima, responsável por este movimento cívico. 

Segundo o especialista  em medicina nuclear  os "programas de musicoterapia têm sido desenvolvidos em instituições de saúde, onde profissionais treinados utilizam a música de forma direcionada para abordar questões específicas de doenças como a dor crónica, a depressão ou a demência. Por outro lado, a prática de tocar instrumentos ao vivo em hospitais tem também revelado efeitos muito positivos nos doentes e nos seus cuidadores, proporcionando simultaneamente um “acesso à fruição cultural em ambiente clínico”, e um sentido de normalidade e alegria capazes de transformar o ambiente hospitalar num espaço mais humano e acolhedor". 

Nesta Sessão – A Arte de Humanizar com Música no Coração - vão ser apresentados exemplos de humanização de cuidados de saúde através da música. "Contaremos com a participação de Beatriz Cortesão (harpa), as intervenções de Paulo Jacob (musicoterapia), Margarida Ornelas e Stephanie Rowcliffe (A Música no Lugar Certo – IPO Coimbra), e ainda com a participação do Quarteto Transversal (música de câmara). A moderação estará a cargo de Paulo Bernardino (maestro)", revela acrescentando que a sessão decorrerá no próximo dia 30 de setembro, no Seminário Maior de Coimbra. 

A iniciativa é aberta ao publico, sem necessidade de inscrição. 

 
Dia Mundial da PTTa assinala-se a 21 de setembro
Para assinalar o Dia Mundial da Púrpura Trombocitopénica Trombótica (PTTa), dia 21 de setembro, e o 100º aniversário da...

A PPTa é uma doença do sangue rara, ainda muito desconhecida, que afeta apenas 1 a 2 pessoas por cada milhão, o que faz com que os doentes ainda enfrentem riscos graves, sobretudo nos 14 dias após o diagnóstico. Esta condição, que afeta principalmente adultos na casa dos 40 anos, pode ser fatal em 90% dos casos nas primeiras 24 horas se não for imediatamente tratada. 

Neste episódio, Sofia Cardoso partilha a sua jornada, desde os primeiros sintomas até ao diagnóstico, inicialmente confundido com enxaquecas e depois com leucemia. A rápida progressão da doença levou a que Sofia tivesse de ser transferida para um dos únicos hospitais com capacidade para tratar a PTTa no nosso país, onde lhe foi administrado tratamento de emergência.

“Foi há cerca de dois anos, o meu primeiro e único episódio. Eu tinha fortes dores de cabeça, foram os primeiros sintomas. Numa primeira vez foi-me feito um diagnóstico de enxaqueca e dois dias depois, uma vez que a medicação não estava a resultar, voltei ao hospital. Ainda entrei pelo meu pé, mas rapidamente os sintomas começaram a avançar e fiquei inconsciente. Nessa altura, diagnosticaram-me com leucemia, atendendo às plaquetas baixas. (...)

Sem a certeza de que se tratava de PTTa, uma vez que era necessário o resultado de um exame específico, iniciei imediatamente o meu tratamento para PTTa, por se tratar de uma doença potencialmente fatal", conta Sofia Cardoso, convidada do podcast.

Sofia Cardoso vive hoje uma vida perfeitamente normal e é com esperança que destaca a importância de uma maior consciencialização sobre a PTTa, tanto junto da população em geral como na comunidade médica. O diagnóstico atempado, o tratamento célere e a abordagem multidisciplinar da doença são cruciais para aumentar a taxa de sobrevivência e reduzir o risco de complicações a longo prazo.

Neste episódio, assinalamos os 100 anos da descoberta desta doença e, embora os tratamentos atuais continuem a salvar vidas, as pessoas que vivem com PPTa ainda enfrentam riscos significativos.

A história da Sofia reforça as dificuldades que estes doentes enfrentam e pretende ser um importante contributo para a literacia em saúde, destacando a necessidade contínua de investigação para melhorar o diagnóstico, o tratamento e a qualidade de vida de todos os que têm manifestações desta doença rara.

O podcast Vidas, que conta agora com 11 episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias.

Reforço de meios na sequência dos incêndios que assolam o país
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) informa que todas as suas clínicas associadas estão a reforçar os...

“A hemodiálise é um tratamento sem o qual as pessoas com doença renal crónica não podem sobreviver, pelo que o seu tratamento deve continuar a ser mantido. Dado o momento tão crítico para o país, com o flagelo dos incêndios, e as consequentes limitações na circulação de pessoas, as nossas clínicas associadas estão em contacto com as autoridades para encontrar formas alternativas de transportar os doentes de casa para o local de tratamento, e os nossos profissionais de saúde estão a assegurar turnos de trabalho em contínuo para conseguir atender a todos os doentes, mesmo quando não chegam na hora agendada. Além disso, todos os sistemas de ar das clínicas foram alterados para que o ar seja respirável”, refere Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

A ANADIAL mostra-se totalmente solidária "para com as populações vítimas dos incêndios, e expressa o seu profundo agradecimento às diversas corporações de bombeiros e autoridades que combatem os incêndios, mas que também continuam a assegurar que os doentes insuficientes renais crónicos continuam a ter os seus tratamentos".

As clínicas privadas de diálise, representadas na ANADIAL, asseguram, atualmente, o tratamento a 93% da totalidade dos doentes em hemodiálise, em Portugal. Atualmente, o setor privado de diálise emprega cerca de 5.500 trabalhadores, em 101 unidades de diálise espalhadas pelo país.

Tecnologia e Saúde Mental
Vivemos, atualmente, uma realidade na qual a internet ocupa um lugar de destaque e preenche uma part

O cyberbullying consiste no uso de tecnologias digitais para assediar, intimidar, humilhar ou prejudicar alguém. As formas mais comuns incluem o envio de mensagens ofensivas, a criação de rumores falsos, a partilha de imagens ou vídeos embaraçosos sem consentimento, a exclusão intencional de uma pessoa de grupos virtuais, entre outras. Enquanto o bullying tradicional ocorre em espaços físicos, face-to-face, o cyberbullying pode acontecer em qualquer dia, a qualquer hora e em qualquer momento, o que torna a vítima especialmente vulnerável.

Se o face-to-face pode de alguma forma inibir o bullie (aquele que provoca a agressão) no cyberbullying a distância física, e por vezes até o anonimato que a internet permite, facilita a ação. Muitas vezes, os agressores escondem-se em perfis falsos ou pseudónimos, tornando mais difícil para a vítima conseguir identificar quem está por detrás do ataque. Tudo isto faz com que o impacto emocional seja ainda mais devastador.

Ser vítima desta prática é danoso em qualquer idade, mas pode ser especialmente marcante para os mais jovens, que ainda estão em fase de formação emocional e psicológica. Nesta fase, têm menos, ou não têm ainda ferramentas para lidar com agressões e rejeições.

O ambiente escolar desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das crianças, adolescentes e jovens, muito para além da aprendizagem dos conteúdos escolares obtidos na sala de aula. A escola é um ambiente onde decorrem e se desenvolvem habilidades sociais, onde se aprende a lidar com desafios, onde se formam as primeiras amizades e se constrói a identidade. Estas experiências são essenciais para a formação de competências emocionais, como a empatia, a cooperação, a resiliência, entre tantas outras, que serão transportadas para a vida adulta. A convivência no ambiente escolar, com as suas dinâmicas de grupo e interações diversas, contribui de maneira decisiva para o crescimento integral.

Contudo, a escola, apesar de ser um espaço de aprendizagem e desenvolvimento, constitui também um ambiente propício ao surgimento de situações menos positivas, como o bullying e o cyberbullying. Na convivência diária entre pares é natural que surjam conflitos e, em alguns casos, comportamentos agressivos ou hostis. A pressão para ser aceite, a competição e a insegurança, próprias destas fases da vida, podem promover o aparecimento de comportamentos disfuncionais.

Piaget e Erikson definiram os estádios de desenvolvimento como etapas sequenciais no crescimento cognitivo, emocional e social de uma criança, que ocorrem à medida que ela adquire novas habilidades e capacidades. Esses estágios são influenciados por fatores biológicos, emocionais, comportamentais e ambientais, sendo que nesta idade a vivência e a aprendizagem obtida no contexto escolar revestem-se de uma enorme relevância.

Assim, é fácil entender que os impactos do cyberbullying variam, dependendo da idade e da fase de desenvolvimento da criança, adolescente ou jovem. É, portanto, fundamental que pais e educadores compreendam como esse tipo de violência pode afetá-las e estejam atentos aos sinais.

Quando falamos em seres humanos não é possível construir uma matriz e garantir que determinada situação, em determinada idade, vai provocar determinado impacto. Somos todos diferentes e por isso reagimos à mesma situação de forma diferente, e isso deve-se à influência dos fatores referidos anteriormente.

Embora pareça improvável, até mesmo crianças pequenas, na fase pré-escolar ou nos primeiros anos do 1º ciclo, podem ser expostas ao cyberbullying. Com o aumento do uso de dispositivos como tablets e smartphones desde a infância, essas crianças podem ter acesso a jogos online ou redes sociais, onde incidentes de bullying digital podem ocorrer.

Nessa faixa etária, as crianças encontram-se numa fase de aprendizagem da componente emocional e cognitiva, o que significa que a capacidade de compreender e lidar com situações de conflito ou agressão ainda está em desenvolvimento. Estas crianças podem não conseguir entender o que se está a passar e não saber como expressar o que estão a viver e a sentir.

Nas crianças um pouco mais crescidas, dos 9 aos 12 anos, observa-se, com maior frequência, o aparecimento da autonomia no uso de equipamentos e redes sociais. Nesta fase, a pressão social intensifica-se, e a aceitação entre pares torna-se um aspeto central da vida. O cyberbullying pode gerar um impacto ainda mais profundo, pois nessa idade já compreendem melhor as interações sociais, mas podem não ter maturidade emocional para lidar com ataques deste género.

A adolescência constitui um período especialmente vulnerável para o cyberbullying. Nesta fase, em que se encontram num processo de construção da identidade, da autoimagem e do autoconhecimento, a validação social por meio de amigos e colegas assume um peso muito relevante. O uso de redes sociais é intenso, e o cyberbullying pode ter consequências devastadoras para o bem-estar emocional e psicológico dos jovens.

Apesar destas situações comprometerem a saúde mental e o bem-estar geral, é muito comum que as crianças, adolescentes e jovens que sofrem de cyberbullying hesitem em contar aos pais ou professores o que está a acontecer. Por medo de represálias, de serem vistos como fracos ou de perderem o acesso aos equipamentos digitais e às redes sociais acabam por viver o problema isoladamente. Por isso, é importante que os pais e educadores estejam atentos a sinais, por vezes subtis, que podem indicar que existe uma situação de cyberbullying. Alguns desses sinais são:

  • Mudanças de Comportamento Online – A criança/jovem que parecia ter uma dependência dos meios digitais passa a evitar o seu uso e apresenta-se nervoso ao receber mensagens ou notificações.
  • Emoções Intensas Após o Uso da Internet – A criança/jovem demonstra emoções negativas, como tristeza, frustração ou raiva, logo após o uso de dispositivos eletrónicos. Choro, irritação ou até comportamentos de agressividade podem indicar que está a sofrer algum tipo de pressão ou assédio online.
  • Isolamento Social – Habitualmente, as vítimas de cyberbullying tendem a isolar-se e a afastar-se das interações sociais, quer online quer presenciais. É necessário estar atento se ocorrerem comportamentos de evitamento dos amigos e recusa de convites para eventos sociais.
  • Insucesso ou Diminuição no Desempenho Escolar - A falta de concentração e motivação podem ser um dos primeiros indícios de que a criança/jovem está a vivenciar problemas emocionais. Se o rendimento escolar cair repentinamente, é necessário averiguar, pois pode ser uma resposta ao stress provocado pelo cyberbullying.
  • Problemas de Sono ou Alimentação - Mudanças significativas no sono, como dificuldade em adormecer, noites mal dormidas, pesadelos frequentes ou insónia, podem estar relacionadas com o impacto emocional ao bullying. Da mesma forma, alterações nos hábitos alimentares, no apetite, como comer demais ou de menos, também podem ser sinais de sofrimento emocional.
  • Sintomas Físicos - Algumas crianças/jovens podem manifestar os efeitos do cyberbullying por meio de sintomas físicos, como dores de cabeça, dores no estômago, sudorese excessiva, enurese, ou outros sintomas sem causa aparente.

Como tem vindo a ser referido, para ajudar as crianças, adolescentes e jovens a lidar com o cyberbullying é crucial estar atento e reconhecer os sinais de alerta. A existência de um ambiente de conforto e confiança emocional facilita a abertura e o diálogo sobre a situação. Posteriormente, é necessário adotar medidas práticas de proteção, adequadas à idade da vítima. Algumas estratégias importantes para ajudar as crianças e os jovens a superar esse desafio, podem ser:

  • Criação um Ambiente de Diálogo Aberto - Uma das maneiras mais eficazes consiste na criação de um ambiente de confiança e segurança, que facilite a partilha das preocupações sem medo de julgamento ou punição.
  • Monitorizar o Uso de Dispositivos Eletrónicos - Embora os pais devam respeitar a privacidade dos seus filhos, é essencial estar atento ao uso de dispositivos eletrónicos, especialmente no caso de crianças mais novas. Configurar controles parentais, supervisionar o uso de redes sociais e rever as configurações de privacidade são medidas importantes para garantir a segurança online.
  • Ensinar Sobre Segurança e Respeito Online - Educar as crianças precocemente sobre o uso responsável da internet pode ser uma ferramenta preventiva contra o cyberbullying. Ensinar sobre a importância da privacidade, do respeito pelos outros e sobre os riscos de partilhar informações pessoais nas redes sociais são lições fundamentais.
  • Incentivar o Relato de Incidentes - É essencial que as crianças e jovens saibam que podem e devem conversar com os pais ou outros adultos de confiança, sobre os incidentes que ocorram nos meios digitais.
  • Procurar Ajuda Profissional - Se o cyberbullying causar um impacto significativo na saúde emocional da criança, adolescente ou jovem, pode ser necessário procurar a ajuda de um profissional, como um psicólogo. O apoio psicológico pode ajudar a vítima a desenvolver ferramentas para lidar com o stress e a recuperar a autoestima e a autoconfiança.
  • Trabalhar em Conjunto com a Escola – O cyberbullying frequentemente envolve colegas da escola, que podem ser bullies ou outras vítimas, e é por isso importante que os pais notifiquem a escola sobre a situação.

O combate ao cyberbullying não é uma responsabilidade minha, nem sua, nem de uma única pessoa ou instituição. Ao abordar o problema de forma proativa e colaborativa, é possível oferecer o apoio necessário e ajudar as vítimas a superar os efeitos causados pelo cyberbullying, contribuindo para um ambiente digital mais saudável e respeitador.

Com o apoio adequado de pais, educadores e profissionais de saúde, as vítimas podem superar os impactos emocionais e reconstruir a sua confiança. A consciencialização crescente sobre o problema tem levado à promoção de iniciativas mais fortes de prevenção e resposta, incentivando o uso positivo das tecnologias. Ao cultivarmos o diálogo, a empatia e o respeito nas interações online, estamos a contribuir para construir um futuro onde a internet ocupe um espaço mais seguro e acolhedor para todos. Ao proporcionar às crianças e jovens as ferramentas necessárias para lidar com os desafios do mundo digital, estaremos a ajudar a criar uma geração mais forte, consciente e resiliente.

À medida que avançamos para um futuro cada vez mais digital, é fácil reconhecer que a tecnologia, quando bem utilizada, tem o poder de transformar vidas de maneira positiva e inspiradora. Podemos abraçar as oportunidades que a tecnologia nos oferece, trabalhando juntos para garantir que seja uma força útil, incentivando o crescimento pessoal e a construção de um futuro seguro. 

 
Dra. Marta Duarte -  Psicóloga Clínica, Gestora Executiva do CACB e sócia da www.girohc.pt

 

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Dr. Ângelo Santos explica as tonturas e vertigens psicogénicas
A psicossomática com especificidade na otorrinolaringologia é uma área que estuda a forma como os fa

As tonturas e vertigens psicogénicas são exemplos notáveis dessa interação mente-corpo (indivisível), onde os sintomas físicos podem definir todo um percurso de origens psicológicas, também elas corpóreas, porque no corpo. O mesmo se observa com o zumbido nos ouvidos, um sintoma comum entre os pacientes atendidos na Clínica ORL. 

As tonturas e as vertigens são sintomas comuns que afetam o equilíbrio e a perceção espacial, causando debilidade e afetando negativamente a qualidade de vida. Quando esses sintomas são classificados como psicogénicos, indica-se que a sua causa não é uma disfunção orgânica, mas sim uma resposta a fatores psicológicos como por exemplo, o stress, a ansiedade ou depressão.  

Influência Psicológica no Equilíbrio 

O sistema vestibular, responsável pelo nosso sentido de equilíbrio, é altamente sensível a alterações psicológicas. Em situações de ansiedade, por exemplo, o aumento da adrenalina e do cortisol pode afetar o funcionamento desse sistema, levando a sensações de tontura e desequilíbrio. 

Diagnóstico Diferencial 

Diferenciar as vertigens psicogénicas de causas físicas é um desafio diagnóstico. É essencial uma avaliação detalhada, incluindo histórico médico e exames físicos complementares, para excluir outras condições médicas. 

Abordagem Terapêutica 

O tratamento das tonturas e vertigens psicogénicas envolve frequentemente uma combinação de psicoterapia e intervenção médica. A terapia de base psicodinâmica breve, por exemplo, pode ser eficaz na gestão dos aspetos psicológicos, emocionais e/ou afetivos que contribuem para os sintomas. 

Reconhecer a influência dos fatores psicológicos nas condições otorrinolaringológicas é crucial. As tonturas, vertigens e zumbido psicogénicos destacam a importância de uma abordagem holística na medicina, que considere tanto a saúde física quanto a mental para o tratamento eficaz dos pacientes. Desta forma poderemos inibir um tratamento medicamentoso que quando escolha de primeira linha no tratamento pode ter consequências deletérias para o doente, acrescentado ao seu problema outros problemas. 

A Clínica ORL conta com profissionais de otorrinolaringologia, da psicologia e da psiquiatria que em conjunto podem ajudar os seus pacientes a obterem diagnósticos precisos e tratamentos eficazes que melhorem a sua qualidade de vida.

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Investigação da Mayo Clinic
As pessoas com uma superabundância de glóbulos brancos clonados, ou linfócitos, que prejudicam o seu sistema imunitário - uma...

As pessoas com LMB situam-se num espetro que vai de um número baixo a um número elevado destes linfócitos disfuncionais. Muitas delas não apresentam sintomas. Investigações anteriores demonstraram que a LLC é um precursor de um tipo de cancro do sangue e da medula óssea conhecido como leucemia linfocítica crónica (LLC). As pessoas com LLC também têm um risco acrescido de melanoma.

"O nosso estudo é o primeiro a mostrar que as pessoas com esta fase pré-cancerosa da LLC têm um risco 92% maior de desenvolver melanoma. O risco de melanoma é semelhante ao que se verifica nas pessoas com leucemia linfocítica crónica”, afirma a doutora Susan Slager, investigadora do Mayo Clinic Comprehensive Cancer Centre e autora principal do estudo.

Os resultados sugerem que ter linfocitose monoclonal de células B (LMB), mesmo em níveis baixos, pode servir como um sinal biológico, ou biomarcador, para a deteção precoce do melanoma, que está a aumentar em todo o mundo.

Susan Slager e a sua equipa de investigadores têm vindo a estudar a maior coorte de indivíduos disponível - mais de 7000 pessoas foram rastreadas para o LMB através do Mayo Clinic Biobank. Os investigadores têm vindo a acompanhar estes indivíduos há cerca de quatro anos e estão a encontrar um conjunto de diagnósticos potencialmente relacionados entre os que tiveram resultados positivos no teste LMB.

Para além do risco acrescido de melanoma, os investigadores descobriram que as pessoas com LMB tinham também um risco mais elevado de cancro com origem no sistema linfático e de hospitalização devido a infeções graves, incluindo a COVID-19.

Anteriormente, os cientistas consideravam que a LMB era apenas uma parte do processo de envelhecimento. "O que estamos a constatar, no entanto, é que existem consequências clínicas de ter LMB - contrair infeções graves e desenvolver melanoma são algumas delas”, explica a investigadora.

Os avanços tecnológicos permitem um olhar mais atento

Os avanços na citometria de fluxo, uma tecnologia de alta resolução que permite aos investigadores observar as células sanguíneas e identificar as suas várias caraterísticas físicas, ajudaram a impulsionar esta investigação. Os médicos e os investigadores podem agora identificar mais facilmente as pessoas com LMB, o precursor da leucemia linfocítica crónica (LLC).

As pessoas com LLC têm um número muito elevado destes linfócitos circulantes idênticos: mais de 5.000 linfócitos por microlitro. (Um microlitro é cerca de 1/50 de uma gota de sangue). Isto compara-se com uma pessoa com LMB que normalmente tem 1-5 destes linfócitos circulantes por microlitro de sangue. Através de uma citometria de fluxo mais sensível, os cientistas podem diagnosticar as pessoas mais cedo, quando os seus níveis ainda são baixos.

O risco de melanoma parece ser o mesmo, independentemente do número destes linfócitos clonais no sangue, o que sugere que ter apenas uma população clonal destes linfócitos - ou seja, ter LLC - aumenta o risco de contrair melanoma”, explica.

Os doentes com leucemia linfocítica crónica (LLC) são encorajados a fazer rastreios anuais do cancro da pele por um dermatologista e a proteger a sua pele da exposição solar para prevenir o melanoma.

Os nossos resultados sugerem que as pessoas com a fase precursora da LMB também devem ser mais diligentes no cumprimento das diretrizes estabelecidas para a prevenção do cancro da pele, incluindo, por exemplo, a utilização de protetor solar e de vestuário de proteção”, explica Susan Slager.

Próximos passos

Uma das questões que a equipa de Slager planeia explorar a seguir é se existe uma sobreposição genética entre a LMB, a LLC e o melanoma. Uma hipótese é que herdar uma variante genética que aumenta o risco de desenvolver LMB e LLC pode também aumentar o risco de contrair melanoma.

Outra área que os investigadores estão a investigar é se a LMB tem impacto nos resultados clínicos das pessoas com melanoma, incluindo se ter LMB e melanoma reduz a sobrevivência global ou afecta a resposta da pessoa à terapia. 

Iniciativa de apoio aos doentes com leucemias, linfomas e mielomas
Caminhar, aproveitar a paisagem das margens do rio Douro e ajudar: é esta a proposta da Associação Portuguesa de Leucemias e...

Ao longo dos 4km de percurso que unem a Ponte do Freixo ao Horto das Virtudes, as equipas da APLL vão marcar presença junto às pontes para entregar o kit de caminhada – uma t-shirt, um saco e água – e para prestar todo o apoio necessário. A hora de início da caminhada e o ponto de receção dos kits é opcional, permitindo que cada participante faça a gestão do seu percurso, consoante a sua forma física. O encerramento da atividade terá lugar no Jardim do Horto das Virtudes, em Miragaia, onde, a partir das 11h30, os participantes serão desafiados a participar numa aula de zumba conduzida pelo Helder Vieira.

Isabel Barbosa, presidente da APLL, sublinha a importância de sensibilizar os portugueses para a necessidade de reforçar o apoio prestado a doentes que sofrem de leucemias, linfomas, mielomas e outras patologias do sangue: “Ações como esta apelam, sobretudo, ao convívio da população geral com doentes, sobreviventes e voluntários, sendo uma oportunidade para dar a conhecer o trabalho desenvolvido pela APLL no âmbito da luta contra estas doenças”. E acrescenta: “Além do apoio à reabilitação física e psicológica, o acompanhamento prestado pela Associação é, em muitos casos, fulcral, uma vez que alguns dos associados não têm capacidade para suportar financeiramente alguns dos medicamentos ou tratamentos necessários”.

A inscrição para a Caminhada das Pontes – que tem um custo de cinco euros e inclui a oferta do kit de caminhada – pode ser realizada através do preenchimento de um formulário online ou no centro de atividades da APLL (Rua Damião de Góis, 96, aberto à terça-feira e à quinta-feira, entre as 15h00 e as 17h00). Os participantes terão, ainda, a possibilidade de se inscrever no próprio dia da caminhada. Mais informações disponíveis em www.apll.org

 
Opinião
A doença de Alzheimer é uma condição neurológica degenerativa que afeta milhões de pessoas em todo o

Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer é caracterizada por uma deterioração progressiva das funções cognitivas, incluindo memória, linguagem, raciocínio e tomada de decisões. À medida que a doença avança, os pacientes enfrentam dificuldades crescentes para realizar atividades diárias e eventualmente perdem sua independência.

Cerca de 7 milhões de pessoas desenvolvem demência em todo o mundo a cada ano, e estima-se que, mundialmente, 46,8 milhões de pessoas tenham demência e que este número aumente para 131,5 milhões de pessoas até 2050. A demência afeta 1 em cada 20 pessoas com mais de 65 anos e afeta 1 em cada 5 pessoas com mais de 80 anos. A doença de Alzheimer é responsável por 50-60% dos casos de demência. Embora os mecanismos exatos que desencadeiam esta doença ainda não sejam totalmente compreendidos, acredita-se que múltiplos fatores, incluindo genética, inflamação, stresse oxidativo e disfunção mitocondrial, desempenhem um papel importante.

Tratamentos Atuais e Limitações

Atualmente, os tratamentos disponíveis para a doença de Alzheimer são principalmente sintomáticos e visam atrasar a progressão dos sintomas cognitivos e comportamentais. Os medicamentos mais comumente prescritos são: inibidores da colinesterase (ajudam a aumentar os níveis de acetilcolina, um neurotransmissor importante para a memória e o pensamento) e memantina (regula os níveis de glutamato).

No entanto, estes tratamentos têm efeitos limitados e não conseguem interromper ou reverter o processo subjacente da doença. Além disso, eles podem causar efeitos indesejáveis, como náuseas, vómitos, diarreia e fadiga.

A Promessa das Células Estaminais do Cordão Umbilical

As células estaminais do cordão umbilical apresentam propriedades únicas, incluindo a capacidade de se diferenciar em vários tipos de células e de produzir fatores bioativos que podem modular o microambiente celular.

Mecanismos Potenciais de Ação

Estudos pré-clínicos da doença de Alzheimer sugeriram vários mecanismos pelos quais as estas células estaminais do cordão umbilical podem exercer efeitos benéficos tais como redução das placas amiloides, proteção contra a neurotoxicidade, estimulação da neurogénese e modulação da inflamação uma vez que as propriedades anti-inflamatórias das células estaminais do cordão umbilical podem ajudar a reduzir a inflamação crónica observada na doença de Alzheimer.

Esses mecanismos sugerem que as células estaminais do cordão umbilical podem abordar múltiplos aspetos da patologia da doença de Alzheimer, em contraste com os tratamentos atuais que visam apenas um alvo específico.

Ensaios Clínicos com Células Estaminais do Cordão Umbilical

Motivados pelos resultados promissores dos estudos pré-clínicos, vários ensaios clínicos foram conduzidos para avaliar a segurança e a eficácia das células estaminais do cordão umbilical no tratamento da doença de Alzheimer.

Um ensaio clínico de fase I realizado na Coreia do Sul, envolveu a injeção intracerebroventricular repetida de células estaminais do cordão umbilical em nove pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada. Os resultados mostraram que o procedimento foi viável, relativamente seguro e bem tolerado pelos pacientes. No entanto, todos os participantes desenvolveram febre transitória e aumento da contagem de glóbulos brancos no líquido cefalorraquidiano nas primeiras 24 horas após cada injeção. Esses efeitos foram interpretados como uma possível reação imunológica às células estaminais transplantadas e destacaram a necessidade de estratégias para mitigar essas respostas em estudos futuros.

Atualmente, ensaio clínicos de fase II estão também em andamento, em que os resultados preliminares sugerem que as células estaminais do cordão umbilical podem reduzir os níveis de biomarcadores da doença de Alzheimer. No entanto, os efeitos clínicos sobre a cognição, o comportamento e a capacidade funcional ainda precisam ser avaliados cuidadosamente. Os investigadores também estão a estudar estratégias para prolongar a sobrevivência das células estaminais transplantadas e maximizar seus efeitos terapêuticos.

Desafios e Considerações Futuras

Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda existem vários desafios a serem superados antes que a terapia com células estaminais do cordão umbilical possa ser amplamente adotada no tratamento da doença de Alzheimer.

É essencial conduzir estudos de acompanhamento a longo prazo para avaliar a segurança das células estaminais do cordão umbilical em pacientes com doença de Alzheimer. Possíveis riscos, como reações imunológicas persistentes ou efeitos colaterais inesperados, precisam ser cuidadosamente monitorizados.

Combinação com Outras Terapias

Como a doença de Alzheimer é uma condição complexa com múltiplos fatores envolvidos, pode ser benéfico combinar a terapia com células estaminais do cordão umbilical com outras abordagens terapêuticas, como medicamentos, imunoterapia ou estimulação cognitiva. Essas combinações podem potencializar os efeitos benéficos e abordar diferentes aspetos da doença.

Perspetivas Futuras

Apesar dos desafios, a investigação com células estaminais do cordão umbilical representa uma área promissora no tratamento da doença de Alzheimer. Com avanços contínuos na compreensão dos mecanismos subjacentes, esta abordagem pode eventualmente levar a terapias mais eficazes e personalizadas para pacientes que padecem desta condição devastadora.

À medida que mais ensaios clínicos são realizados e os resultados são analisados, espera-se que a comunidade científica obtenha insights mais profundos sobre o potencial terapêutico das células estaminais do cordão umbilical na doença de Alzheimer.

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Através do seu Gabinete de Apoio Humanitário
A Ordem dos Médicos (OM) manifestou, junto do Presidente da República, do Primeiro-Ministro e do Ministério da Saúde,...

Através do seu Gabinete de Apoio Humanitário (GAHOM), a OM está a acompanhar a situação em permanência e está disponível para apoiar as equipas no terreno, caso seja solicitado.

A OM enaltece o trabalho de todos os profissionais que combatem este flagelo, nomeadamente bombeiros, forças de segurança e de proteção civil, autarquias, médicos e outros profissionais de saúde, que têm realizado uma missão inexcedível ao serviço de quem mais necessita, e reforça a importância de as populações cumprirem integralmente com as indicações das autoridades.

“Queremos transmitir uma mensagem de apoio, de esperança, em nome de todos os médicos, às populações afetadas pelos trágicos incêndios que assolam o país, expressando as nossas sinceras condolências aos familiares e amigos das vítimas”, refere Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos.

“A Ordem dos Médicos tem total confiança no trabalho dos operacionais que estão no terreno. Sabemos que os próximos meses serão difíceis para as populações afetadas, mas os médicos estão solidários e presentes, juntamente com as autoridades, para prestar o apoio necessário”.

A OM, através do GAHOM, está a desenvolver um plano formativo para médicos em Medicina de Catástrofe e Autoproteção, que permitirá que mais profissionais tenham formação específica em situações de emergência, e irá promover a criação de um banco de voluntariado médico.

A OM recomenda que se evitem deslocações desnecessárias nas áreas afetadas, a ingestão frequente de água e o uso de máscara no exterior em zonas de maior concentração de fumo, especialmente para portadores de doença respiratória.

 
Dados do estudo da ConsumerChoice
Com o final da época das férias e o regresso oficial ao trabalho, são vários os desafios que os consumidores têm que enfrentar...

Grande parte dos inquiridos estão satisfeitos com o seu ambiente de trabalho (54%), enquanto 19% expressa algum nível de insatisfação com o mesmo. Em relação à satisfação com a empresa, 47% dos colaboradores partilham um feedback positivo, ao contrário de 21% que mostram-se insatisfeitos. 48% afirma também estar satisfeito com o cargo atual e 16% expressa insatisfação com as suas funções.

Quando questionados sobre qual o maior desafio com que se deparam ao regressar ao trabalho após o período de férias, os entrevistados referem a adaptação ao ritmo de trabalho (53%) e a gestão do stress (22%). Por outro lado, 4% indicam que outras responsabilidades pessoais são um desafio. De acordo com o estudo, metade dos colaboradores (50%) considera que consegue equilibrar facilmente as responsabilidades profissionais e as pessoais, porém 22% mostra uma certa dificuldade nessa gestão.

“Voltar para o trabalho depois de um longo período de férias pode mostrar-se difícil, sobretudo a adaptação a uma rotina laboral agitada, característica presente no dia-a-dia da maioria das pessoas. Cada vez é mais importante que as empresas tenham este fator em conta, de forma a preservarem e promoverem o bem-estar mental dos seus colaboradores. Algumas sugestões que os entrevistados destacam neste estudo para garantir a saúde mental no trabalho focam-se na melhoraria da comunicação entre colegas e superiores, para além de proporcionarem atividades de integração, a necessidade de aumentar salários e reduzir a carga horária ”, diz José Borralho, CEO da ConsumerChoice.

Para 71% dos entrevistados o impacto do trabalho remoto ou híbrido foi positivo para a sua qualidade de vida. Apenas 8% dos colaboradores considera este novo modelo de trabalho como algo negativo e 21% tem uma opinião neutra. A flexibilidade de horários é vista também como um benefício positivo para 65% dos inquiridos, que afirmam que essa política contribui muito para o seu bem-estar mental. Ainda assim, 4% revela uma opinião contrária no que diz respeito a este tema. A esmagadora maioria (80%) sente também a necessidade de fazer pausas de vez em quando durante o horário de trabalho, já 8% revela que precisa de interrupções no seu dia de trabalho com mais regularidade.

Relativamente à discussão de questões de bem-estar mental no local de trabalho, 47% dos entrevistados afirmam sentir-se confortáveis ao abordar esta temática, 31% expressa incómodo e 23% mantem uma posição neutra em relação ao conforto para falar com os seus superiores ou a sua equipa. Entre as práticas mais sugeridas para melhorar o seu bem-estar mental, uma maior flexibilidade no trabalho (24%) e uma comunicação interna mais eficaz sobre este tópico (22%) foram as mais mencionadas.

 
Dia Mundial do Cancro Ginecológico assinala-se a 20 de setembro
O cancro ginecológico é um tipo de cancro que se desenvolve nos órgãos do sistema reprodutor feminin

O que é o Cancro Ginecológico?

Cancro ginecológico refere-se a qualquer tumor maligno que se desenvolva nos órgãos do sistema reprodutivo feminino, nomeadamente o útero, ovários, colo do útero, vagina e vulva. Estes cancros podem afetar qualquer mulher, independentemente da idade, embora alguns fatores de risco, como predisposição genética, hábitos de vida ou infeções virais, possam aumentar a probabilidade de desenvolver a doença.

Principais Tipos de Cancro Ginecológico

Existem cinco principais tipos de cancro ginecológico:

  • Cancro do Colo do Útero: É um dos tipos mais prevalentes de cancro ginecológico, causado principalmente pela infeção persistente do vírus do papiloma humano (HPV). A introdução do rastreio com o teste de Papanicolau e a vacinação contra o HPV têm sido medidas fundamentais para a prevenção deste cancro.
  • Cancro do Endométrio: Este tipo de cancro afeta o revestimento interno do útero (endométrio). É mais comum em mulheres pós-menopáusicas, e fatores como a obesidade e alterações hormonais aumentam o risco de desenvolvimento.
  • Cancro do Ovário: O cancro do ovário é o mais mortal dos cancros ginecológicos devido à dificuldade em diagnosticá-lo nas fases iniciais. Muitas vezes, é descoberto em estágios avançados, o que dificulta o tratamento eficaz.
  • Cancro da Vulva: Um tipo mais raro de cancro que afeta a parte externa dos órgãos genitais femininos. Geralmente, afeta mulheres mais idosas e pode ser diagnosticado por alterações na pele da vulva, como ulcerações ou manchas anormais.
  • Cancro da Vagina: Também raro, este tipo de cancro afeta o canal vaginal. Embora menos comum, pode ser identificado através de sintomas como sangramento anormal ou dor na área pélvica.

Sintomas do Cancro Ginecológico

Os sintomas variam de acordo com o tipo de cancro ginecológico, mas existem sinais comuns a que as mulheres devem estar atentas:

  • Sangramento vaginal anormal, especialmente após a menopausa ou entre menstruações.
  • Dor ou desconforto durante as relações sexuais.
  • Dor persistente na região pélvica.
  • Corrimento vaginal incomum ou com odor.
  • Alterações na pele da vulva ou vaginais, como inchaços, feridas ou manchas.
  • Aumento do volume abdominal (no caso do cancro do ovário).

A presença de um ou mais destes sintomas não significa necessariamente cancro, mas justifica uma avaliação médica, preferencialmente com um ginecologista especializado.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. Em Portugal, o rastreio do cancro do colo do útero é amplamente realizado, o que contribui para a redução da mortalidade associada a esta doença. Além do teste de Papanicolau, o exame de HPV tem vindo a ser incluído no rastreio. O diagnóstico de outros tipos de cancro ginecológico pode envolver exames de imagem, como ecografias ou ressonâncias magnéticas, biópsias e exames laboratoriais.

Tratamento do Cancro Ginecológico

O tratamento para o cancro ginecológico depende de vários fatores, como o tipo de cancro, o estádio da doença, a idade da paciente e o estado de saúde geral. Os principais tratamentos incluem:

  • Cirurgia: O objetivo é remover o tumor ou o órgão afetado, como no caso de histerectomia (remoção do útero). Esta é muitas vezes a primeira linha de tratamento para a maioria dos cancros ginecológicos.
  • Radioterapia: Utiliza radiação de alta energia para destruir células cancerígenas. Pode ser aplicada antes ou após a cirurgia para reduzir o tamanho do tumor ou eliminar células remanescentes.
  • Quimioterapia: O uso de medicamentos para destruir células cancerígenas. A quimioterapia pode ser usada em combinação com cirurgia ou radioterapia, especialmente em casos de cancro do ovário ou quando o cancro se espalhou para outras partes do corpo.
  • Terapia hormonal: Utilizada, em alguns casos, para tratar cancros dependentes de hormonas, como o cancro do endométrio. Esta terapia bloqueia ou reduz os níveis de hormonas que promovem o crescimento do tumor.
  • Imunoterapia: Um tratamento mais recente, que visa estimular o sistema imunitário a atacar as células cancerígenas.

Prevenção do Cancro Ginecológico

Embora não seja possível prevenir todos os tipos de cancro ginecológico, existem várias medidas que podem reduzir o risco:

  • Vacinação contra o HPV: O cancro do colo do útero está frequentemente associado ao vírus do papiloma humano (HPV), pelo que a vacinação pode reduzir significativamente o risco de infeção.
  • Exames de rastreio regulares: Testes como o Papanicolau (ou citologia cervical) e o teste de HPV são essenciais para a deteção precoce de alterações celulares no colo do útero, permitindo a intervenção antes que estas se tornem cancerígenas.
  • Estilo de vida saudável: Manter uma alimentação equilibrada, fazer exercício físico regularmente e evitar o tabaco são formas de melhorar a saúde geral e reduzir o risco de vários tipos de cancro.
  • Contraceção oral: Alguns estudos indicam que o uso prolongado de pílulas anticoncecionais pode reduzir o risco de cancro do ovário e do endométrio. No entanto, o seu uso deve ser discutido com o médico, considerando os potenciais efeitos secundários.
  • Monitorização de fatores de risco genéticos: Mulheres com histórico familiar de cancro ginecológico devem considerar a realização de exames genéticos para identificar mutações genéticas, como as do gene BRCA, que aumentam o risco de cancro dos ovários e do útero.

O cancro ginecológico é uma realidade que pode afetar mulheres de todas as idades, mas a sua deteção precoce é a chave para um tratamento eficaz e uma maior taxa de sobrevivência. Estar atenta aos sintomas, realizar exames de rastreio regularmente e adotar um estilo de vida saudável são medidas essenciais para reduzir o risco. No caso de diagnóstico, existem várias opções de tratamento que podem ser adaptadas a cada caso, destacando a importância de um acompanhamento médico regular e personalizado.

Fontes: 

CUF. Proteja-se dos cancros ginecológicos mais comuns. https://www.cuf.pt/mais-saude/proteja-se-dos-cancros-ginecologicos-mais-comuns

Sociedade Portuguesa de Ginecologia. Cancro Ginecológico. https://spginecologia.pt/wp-content/uploads/2021/07/spg-consenso-nacional-cancro-ginecologico-2020.pdf

Movimento Cancro do Ovário e outros Cancros Ginecológicos (MOG). Cancros ginecológicos. https://mogportugal.pt/cancros-ginecologicos/

Hospital da Luz. Cancro da Vagina. https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/cancro-vagina

 
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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Nuno Osório selecionado para a Strategic Educators Enhancement Fellowship
Nuno Osório, professor da Escola de Medicina da Universidade do Minho, é o primeiro membro de uma instituição fora dos Estados...

O NBME selecionou para esta edição oito professores dentre muitos candidatos altamente qualificados. Os outros sete eleitos são de prestigiadas escolas médicas de universidades norte-americanas: Duke, Eastern Virginia, Kentucky, Texas Tech, Kaiser Permanente, Vermont e Virginia Commonwealth. Estes docentes vão colaborar em projetos com a mentoria de profissionais de renome, como Jennifer Kogan e Larry Gruppen, respetivamente das universidades da Pensilvânia e de Michigan, tendo ainda o apoio dos cientistas e recursos do NBME.

O NBME é fulcral nos EUA, ao elaborar e aplicar os exames que avaliam as competências de médicos e estudantes de medicina, certificar profissionais para práticas de saúde com qualidade, segurança e eficácia, além de contribuir para elevar os padrões neste âmbito.

Nuno Osório está “muito entusiasmado” por se juntar a esta comunidade inovadora que partilha a paixão pela educação médica. “Ser fellow da SEEF permite uma progressão científica e pedagógica, mas também competências melhoradas pela colaboração com profissionais de várias origens”, refere. “Ter sido escolhido testemunha o excelente trabalho que está a ser feito na Escola de Medicina da UMinho e é um orgulho representar a minha instituição e o país neste palco internacional”, enaltece.

Nuno Osório nasceu há 43 anos no Porto. É licenciado em Biologia Aplicada e doutorado em Ciências da Saúde pela UMinho, tendo realizado parte da sua formação nas universidades de Wageningen (Países Baixos), Rochester e Texas (EUA). Leciona há mais de 15 anos na UMinho, onde atualmente coordena unidades curriculares nas áreas de ciência de dados, bioinformática e ómicas. Participa em projetos internacionais de educação e ensina regularmente em cursos de curta duração em vários países, incluindo nações em desenvolvimento.

Coordena ainda uma comunidade académica dedicada ao uso de realidade virtual, aumentada e mista na educação. Como investigador principal no ICVS – Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde, orienta estudantes de mestrado e doutoramento, e lidera ou integra diversos projetos de investigação sobre a biologia molecular de doenças infeciosas, como a tuberculose e a SIDA. Publicou mais de 50 artigos científicos em revistas de renome, incluindo a Nature Medicine e The Lancet Infectious Diseases, recebeu várias distinções e cofundou a spin-off Petridish Software. Além disso, colabora em iniciativas cívicas de promoção da saúde e da literacia científica.

Iniciativas do município incentivam o uso de transportes sustentáveis
O Município de Guimarães, em parceria com o Laboratório da Paisagem, assinala até domingo, 22 de setembro, a Semana Europeia da...

As atividades da Semana Europeia da Mobilidade em Guimarães arrancaram a 16 de setembro com o PARK(ing) Day e jogos de rua na Escola Martins Sarmento. A iniciativa, pretendeu promover o Clube "Escola com Pedalada" para incentivar modos de transporte no âmbito da mobilidade ativa e sustentável como caminhar, andar de bicicleta ou o uso de transportes públicos. Durante a semana, atletas do Vitória Sport Clube irão promover a utilização do transporte público, através de iniciativas surpresa, em detrimento da utilização do automóvel privado.

Sob o mote “Combina e Move-te!”, o programa inclui a apresentação na sexta-feira, dia 20 de setembro, às 14h00, do Metrominuto nas Taipas, projeto desenvolvido pelo Laboratório da Paisagem e com a colaboração das escolas EB 2/3 e Secundária das Taipas. Refira-se que o Metrominuto irá integrar um mapa com indicação das distâncias a pé entre diferentes pontos da cidade, e irá ser afixado em locais estratégicos no centro das Taipas. Após a apresentação, está previsto um passeio com os alunos para promover a mobilidade pedonal.

Dia Mundial Sem Carros a 22 de setembro

O ponto alto da Semana Europeia da Mobilidade em Guimarães será celebrado no Dia Mundial Sem Carros, a 22 de setembro, com o corte ao trânsito no Toural Superior, Alameda de São Dâmaso e Rua de Santo António, entre as 10h00 e as 12h00. Sublinhe-se que o Teleférico de Guimarães estará disponível gratuitamente durante este período. Haverá ainda atividades como a “Educabicla e Ciclo Oficina”, bem como animação de rua, promovida pelo Laboratório da Paisagem.

Desafio às escolas e comunidade

Durante toda a semana, até 20 de setembro, as escolas do concelho estão a ser desafiadas a incentivar os alunos a irem de bicicleta, partilharem boleias ou utilizarem o autocarro para se deslocarem até à escola. As escolas que aderirem a esta iniciativa são convidadas a partilhar fotografias nas redes sociais com a hashtag #SemanaEuropeiadaMobilidade ou mencionando o @labpaisagem.pt.

Adicionalmente, as escolas deverão promover “manifestações” simbólicas, apelando a boas práticas de mobilidade, como a prioridade aos peões, o respeito pelos limites de velocidade em zonas escolares e a acessibilidade inclusiva.

A Semana Europeia da Mobilidade é uma oportunidade para Guimarães reforçar o seu compromisso com um futuro mais sustentável, promovendo soluções de mobilidade que contribuem para a qualidade de vida dos seus habitantes. A iniciativa deverá contribuir para a sensibilização dos jovens para comportamentos compatíveis com o desenvolvimento sustentável, a proteção da qualidade do ar, a mitigação do aquecimento global e a redução do ruído, promovendo um ambiente urbano mais saudável e agradável.

Guimarães na rota da Capital Verde Europeia 2026

Recorde-se que Guimarães foi recentemente anunciada como uma das três cidades finalistas na corrida ao título de Capital Verde Europeia 2026. O município, que já havia chegado à fase final da competição no ano passado, disputa o título com Heilbronn (Alemanha) e Klagenfurt (Áustria). A cidade vencedora será conhecida este ano, numa cerimónia que terá lugar em Valência, Capital Verde Europeia em 2024.

A candidatura de Guimarães ao título de Capital Verde Europeia 2026 tem como objetivo principal afirmar o município como referência nacional e internacional em termos de sustentabilidade, promovendo a economia verde, a mobilidade sustentável e a qualidade de vida dos cidadãos.

Caminhada nacional assinala Dia Mundial do Coração a 29 de setembro
A Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC) e o Grupo de Estudo da Reabilitação Cardíaca da SPC (GEFERC) vão...

A caminhada nacional “Rehab for life – Passo a passo por um coração saudável” é uma iniciativa conjunta da APIC e do GEFERC da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), que teve início em 2023, e desta farão parte todos os hospitais públicos que integram a via verde coronária e têm programas de reabilitação cardíaca ativos, nomeadamente a ULS Trás-os-Montes e Alto Douro, a ULS de Braga, a ULS de Santo António, a ULS da Região de Leiria, a ULS de Coimbra, a ULS de São José (Hospital Santa Marta), a ULS Santa Maria (Hospital Santa Maria), e a ULS Almada-Seixal.

De acordo com Rita Calé Theotónio, presidente da APIC, “com esta iniciativa pretendemos reforçar a consciencialização para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares, com ênfase no Enfarte Agudo do Miocárdio. A primeira edição foi muito participada, contando com cerca de 500 participantes, pelo que nesta segunda edição, na qual vamos voltar a falar da atuação correta da população em caso de sintomas sugestivos de Enfarte Agudo do Miocárdio, bem como da importância da Reabilitação Cardíaca pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, esperamos que o número de participantes seja superior”, afirma Rita Calé Theotónio, presidente da APIC.

Segundo Luísa Bento, coordenadora do GEFERC da SPC, “o nosso objetivo a médio e longo prazo é promover e perpetuar a prática de exercício físico para a vida, fazendo com que os doentes cardíacos o integrem no quotidiano. A Reabilitação Cardíaca é um programa com foco na prevenção cardiovascular, que inclui na sua estrutura o exercício físico, sob supervisão e monitorização médicas, e uma vertente educacional, com o objetivo de modificar todos os fatores de risco. Contribui, assim, para a melhoria da qualidade de vida do doente cardíaco”.

As doenças cardiovasculares continuam a ser a principal causa de morte em Portugal e no mundo. Após um enfarte, o comportamento e os cuidados pós-enfarte são cruciais para a recuperação e prevenção de futuros problemas cardíacos.

Os participantes serão sobretudo doentes pós-Enfarte Agudo do Miocárdio, porém, a iniciativa está aberta a todos os doentes cardíacos que integram programas de reabilitação.

A cannabis deve ser liberalizada? Os telemóveis devem ser permitidos nas escolas? E a educação sexual?
A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) vai realizar, entre 25 e 27 de Setembro, o VI Congresso da OPP e o XIII Congresso...

Os telemóveis devem ser permitidos nas escolas? A cannabis deve ser liberalizada? Os discursos de ódio e as quotas de género são alguns dos temas que vão ser abordados neste evento, que conta com oradores dos diferentes países ibero-americanos.

O belga Tom Van Daele vai falar sobre os impactos da tecnologia na saúde mental e a britânica Karen Douglas a psicologia das teorias de conspiração. O chileno Alfonso Morales aborda a saúde mental da população migrante e Wilson Lopes a psicologia pela paz e direitos humanos.

A “educação sexual: quando? Porquê? Para quem?” vai ser o tema abordado por Tânia Graça e Alexandre Poço. Vai ainda debater-se os telemóveis nas escolas com a participação de Daniel Sampaio, Pedro Dantas da Cunha, Beatriz Imperatori e Raquel Raimundo. O discurso de ódio tem limite(s)? vai ser o tema debatido por João Miguel Tavares, Fernanda Freitas e Maria Luísa Lima. A Liberalização da Cannabis vai juntar as perspetivas de Luís Fernandes, João Goulão e Miguel Costa Matos.

Na manhã do primeiro dia, 25 de Setembro, vão ser feitas visitas a projetos, como a Associação Pais em Rede, a Associação VilacomVida / Café Joyeux, a Associação de Intervenção Comunitária CRESCER ou o Serviço Jesuíta aos Refugiados.  

O VI Congresso da OPP e o XIII Congresso Ibero-americano de Psicologia contam com o Alto Patrocínio do Presidente da República. 

 

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