SPMI
A Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) lançou recentemente a 3.ª edição da Bolsa NEGERMI, destinada a apoiar a...

De acordo com Lia Marques, responsável pelo projeto, "em Portugal não existem Serviços de Geriatria e, como tal, os médicos que pretendem adquirir competências práticas em Medicina Geriátrica são muitas vezes obrigados a procurar estágios fora do país, o que acarreta custos importantes." Neste sentido, a bolsa consiste num apoio financeiro de mil euros por mês, até um máximo de três mil euros por candidato, sendo o montante anual total de seis mil euros.

A bolsa é destinada a médicos de Medicina Interna, sócios da SPMI, que sejam especialistas ou internos, e que demonstrem interesse ou já tenham iniciado atividades em Geriatria. As candidaturas para a 3.ª edição da bolsa NEGERMI estão abertas até 30 de outubro de 2024. "É uma oportunidade para quem tem interesse em desenvolver competências em Geriatria e que já tenha programado um estágio clínico até ao final do ano seguinte à atribuição da bolsa", sublinhou Lia Marques.

A seleção dos candidatos será baseada na experiência e interesse demonstrado na área. "Serão valorizados os trabalhos já desenvolvidos, as publicações e a perspetiva de desenvolver atividade assistencial em Geriatria", destacou, acrescentando que os candidatos com planos claros de aplicar as competências adquiridas em projetos de Geriatria terão uma vantagem adicional no processo de seleção.

Lia Marques enfatizou, ainda, a importância da formação em Geriatria no contexto da Medicina Interna, dada a crescente necessidade de cuidados específicos para a população idosa. "Os internamentos hospitalares de Medicina Interna, as urgências e as consultas externas assistem, maioritariamente, doentes idosos com múltiplas síndromes geriátricas. A bolsa do NEGERMI pode contribuir para melhorar a qualidade assistencial aos doentes mais velhos através da valorização dos médicos de Medicina Interna", afirmou, destacando a necessidade de equipas multidisciplinares e especializadas para garantir a promoção da autonomia funcional dos idosos. Com esta iniciativa, o NEGERMI espera não só capacitar os médicos, mas também contribuir para a melhoria dos serviços de saúde, adaptando-os às necessidades específicas da população idosa em Portugal.

Candidaturas aqui - https://www.spmi.pt/3a-bolsa-negermi-para-estagios-clinicos-de-geriatria/

Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia
A Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) lança a 1ª edição do Prémio SPOT - Jornalismo na área de Ortopedia e...

Nesta edição, podem ser submetidos trabalhos realizados entre o dia 1 outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024. O prémio distinguirá o melhor trabalho produzido por um jornalista detentor de carteira profissional, em língua portuguesa, e que tenha sido publicado/difundido num órgão de comunicação social legalmente constituído em Portugal, de âmbito nacional, regional ou local, no período estipulado. Os trabalhos podem ser desenvolvidos nas áreas da imprensa, rádio, televisão ou internet.

O júri da 1ª edição do prémio será constituído por João Gamelas, presidente da SPOT; João Gonçalves, diretor executivo da APORMED; João Almeida Lopes, presidente da APIFARMA; Isabel Moiçó, jornalista experiente e reconhecida na área, e Andreia Garcia, professora doutorada em ciências da comunicação e docente na ESCS-IPL. Na avaliação dos trabalhos será tido em conta a pertinência, relevância, impacto da informação para o público, qualidade, rigor jornalístico e nível de investigação.

O prémio será atribuído no 43º Congresso da SPOT, em novembro, a um único trabalho candidato e o vencedor será premiado com o valor de 1.000€ (mil euros).

Os trabalhos devem ser enviados para [email protected], até ao dia 30 de setembro de 2024, fazendo-se acompanhar pela fotocópia da carteira profissional do autor e declaração do órgão de comunicação onde o mesmo tenha sido publicado.

O regulamento do Prémio pode ser consultado em https://spot.pt/

ANADIAL
A Associação Nacional de Centros de Diálise (ANADIAL) disponibiliza um glossário online que tem como objetivo desmistificar e...

“Frequentemente, os médicos comunicam com os seus doentes utilizando uma linguagem complexa, repleta de termos técnicos. A simplificação desta linguagem é essencial para tornar a informação acessível a todos. No caso de pessoas com doenças crónicas, como a doença renal crónica, é fundamental aumentar a literacia em saúde para que possam fazer as melhores escolhas para si próprios. Com este glossário, procuramos simplificar a linguagem médica relativa à doença renal.”, afirma Ana Paiva, nefrologista e membro do Conselho Científico da ANADIAL.

“O Glossário ANADIAL surge inserido na nossa estratégia de promoção da literacia em saúde. Através deste recurso educativo, qualquer doente renal poderá rapidamente entender e interpretar a informação que lhe é transmitida. Melhorar as condições dos doentes renais é a nossa principal prioridade.”, acrescenta Sofia Correia de Barros, presidente da ANADIAL.

Este documento digital, composto por mais de 15 páginas, reúne termos médicos relacionados com a doença renal, organizados alfabeticamente de A a Z. Cada termo é explicado de forma clara e acessível, facilitando a consulta e a compreensão por parte dos doentes.

O glossário pode ser consultado aqui: https://www.anadial.pt/glossario-anadial/

WWF
A WWF lança hoje o estudo Great Food Puzzle, onde identifica as ações de maior impacto em cada país, com base em caraterísticas...

O Great Food Puzzle, uma nova ferramenta e estudo publicado pela WWF, ajuda a identificar as ações mais adequadas a nível nacional. O relatório salienta que os sistemas alimentares - a complexa rede de atividades que envolve a produção, a transformação, o transporte e o consumo de alimentos - têm grandes impactos globais na natureza e nas alterações climáticas, mas só podem ser tornados sustentáveis com soluções locais.

No primeiro estudo global deste tipo, a WWF analisou mais de 100 países e classificou-os em seis tipos de sistemas alimentares diferentes, com base nas suas caraterísticas ambientais e socioeconómicas, e classificou as ações de maior impacto em cada um deles. A inclusão de fatores ambientais como a biodiversidade, o carbono e as reservas de água doce, é fundamental, uma vez que os sistemas alimentares são a maior ameaça aos recursos naturais, mas também dependem inteiramente deles.

Embora não exista um conjunto único de intervenções políticas que devam ser aplicadas globalmente, este estudo revelou também a existência de algumas questões que são centrais em todos os países, como por exemplo, a necessidade de otimizar o uso da terra e restaurar a biodiversidade, melhorar a educação e o conhecimento sobre dietas saudáveis e sustentáveis, e reformular os subsídios e incentivos financeiros.

Com base neste estudo, a ANPlWWF elaborou um documento que será entregue aos principais órgãos de decisão, onde estão elencadas as 10 medidas prioritárias para acelerar a transição alimentar no nosso país.

Ângela Morgado, Diretora-Executiva da ANPlWWF, defende que “o documento que apresentamos hoje, lança as bases para a tão necessária transformação da Alimentação em Portugal. Se o governo português pretende cumprir os compromissos europeus estabelecidos para todos os estados-membros, o momento para fazê-lo é agora, aproveitando que se discutem as medidas para o Orçamento de Estado de 2025. Precisamos de colocar a transformação do nosso sistema alimentar como prioridade nacional”.

As ações prioritárias apresentadas para o contexto português incluem medidas como: o restauro da biodiversidade, o apoio aos pequenos produtores, o reforço da ciência e investigação, a melhoria da recolha de dados e medição (nomeadamente dos hábitos de consumo dos portugueses e dos impactos ambientais dos sistemas alimentares) mas também sobre mais transparência sobre os diferentes atores da cadeia alimentar, o apoio a Soluções baseadas na Natureza, a inclusão de critérios de sustentabilidade nas compras públicas, e outras medidas, disponíveis aqui.

Embora tenha sido feito um progresso significativo ao nível da UE para integrar diversas áreas políticas relacionadas com a alimentação, é necessário um maior esforço em todos os outros níveis de governança. A responsabilidade recai assim sobre os governos nacionais e locais, que devem não apenas implementar as políticas europeias de forma coerente entre os ministérios, mas também desempenhar um papel central na construção de uma visão comum para um sistema alimentar diversificado. Os Estados-Membros devem adotar uma abordagem sistémica para a alimentação a nível nacional e definir estratégias alimentares nacionais em conformidade com o Pacto Ecológico Europeu, a Estratégia de Biodiversidade, a Lei do Restauro da Natureza e a Estratégia Do Prado ao Prato.

XVIII Congresso Nacional de Psiquiatria
A Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) vai realizar o XVIII Congresso Nacional de Psiquiatria, entre os...

“Este congresso, o maior sobre Psiquiatria e Saúde Mental em Portugal, é um marco fundamental na nossa missão de melhorar o cuidado e a compreensão das doenças psiquiátricas. Este ano, sob o tema "Fronteiras da evidência em Psiquiatria: A Tangibilidade do objetivo, subjetivo ou equívoco", direcionamos a nossa atenção para os avanços científicos nesta área. Pretendemos, ao longo destes quatro dias de intensos debates e troca de conhecimentos, aprofundar as descobertas mais recentes e discutir como podemos aplicá-las na prática clínica, permitindo a adaptação dos tratamentos às necessidades individuais de cada paciente”, explica João Bessa, Presidente da SPPSM.

De acordo com Gustavo Jesus, presidente do XVIII Congresso Nacional de Psiquiatria, “a realização deste congresso é fundamental para a atualização científica da comunidade clínica e, por essa via, é também muito importante para contribuir para a melhoria dos cuidados prestados às pessoas que necessitam. Este ano, além do programa rico cientificamente, colocámos o foco em temas que, além de serem importantes para a comunidade científica, têm levantado o interesse da comunidade geral e dos media. Temas como os “Psicadélicos”, a “Psicoterapia”, a “Morte Medicamente Assistida”, a “Neuromodulação” ou os “Canabinoides” estarão em abrangente discussão”.

Reunindo cerca de mil participantes das várias áreas profissionais que trabalham na área da Psiquiatria e Saúde Mental, o XVIII Congresso Nacional de Psiquiatria contará com mais de 100 palestrantes nacionais e nove palestrantes internacionais, que irão contribuir para uma discussão aberta e interativa sobre as áreas clínicas, passando pelas sociais, até às neurociências. Entre os palestrantes plenários destacam-se o Prof. Álvaro Pascual-Leone, a Prof.ª Augusta Vieira-Coelho, a Prof.ª Iris Sommer, o Prof. Richard Davidson, o Prof. Robert Shoevers e a Prof.ª Sara Xapelli.

Para mais informações consulte os sites: www.sppsm.org e www.cnp2024.com

Setembro | Mês de Sensibilização para os Cancros do Sangue
No âmbito do Mês de Sensibilização para os Cancros do Sangue, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) lança a campanha...

"Mais do que sensibilizar, ‘O Sangue que há em mim’ é um apelo à empatia”, explica Manuel Abecasis, Presidente da APCL, “Queremos que as pessoas se coloquem no lugar de quem vive com um cancro do sangue e repensem a forma como comunicam. Acreditamos que a empatia e a escuta ativa são fundamentais para oferecer um apoio genuíno".

”Na Johnson & Johnson Innovative Medicine consideramos fundamental reforçar a literacia sobre cancros do sangue. Ajudar todas as pessoas a saber comunicar com estes doentes é um contributo muito relevante e por isso nos juntámos à APCL nesta campanha”, afirmou João Maria Condeixa, Diretor de external affairs da Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal.

O diagnóstico de  uma doença hemato-oncológica frequentemente gera desconforto e incerteza, tanto para o doente como para quem o rodeia. A campanha da APCL questiona se existem palavras certas e desafia os padrões de linguagem e comportamentais que, muitas vezes, criam barreiras na comunicação. A campanha ganha vida através de fotografias e vídeos emocionantes com 19 doentes que partilham as suas experiências. Estes testemunhos reais e inspiradores humanizam a campanha e ilustram os desafios enfrentados por quem vive com a doença.

A campanha reconhece que ainda existem lacunas na compreensão das necessidades de quem enfrenta um diagnóstico oncológico. Ao defender uma comunicação mais empática e informada, a iniciativa busca fortalecer os cuidados, proporcionando aos doentes não apenas o melhor tratamento médico, mas também apoio emocional para enfrentar a doença.

Ao partilhar estas experiências pessoais, a APCL espera criar um espaço de reflexão e diálogo sobre a forma como cada um se relaciona com aqueles que enfrentam o cancro, incentivando uma maior compreensão e apoio mútuo em tempos difíceis.

Associação de Empresas Produtoras e Distribuidoras de Videojogos
A AEPDV - Associação de Empresas Produtoras e Distribuidoras de Videojogos - , acaba de lançar o manual prático “Games in...

Este manual, lançado primeiramente pela Video Games Europe (VGE), Associação Europeia de Produtores de Videojogos, aborda temas-chave como o porquê de utilizar os videojogos para fins educativos, bem como cenários pedagógicos sobre quando e como utilizar os videojogos. Além disso, aborda outros temas tais como a utilização de videojogos na aprendizagem, baseada em projetos temáticos, e a utilização de jogos para desenvolver a literacia e habilitações holísticas, como competências cognitivas, sociais, emocionais e criativas. O manual também destaca a forma como os videojogos podem apoiar a educação inclusiva.

“A gamificação do ensino é uma metodologia pedagógica que insere os videojogos no plano de estudos das crianças e jovens. Esta prática torna as aulas especialmente interativas e dinâmicas, contribuindo para um ambiente educacional mais rico. Este manual, largamente fundamentado em diversos estudos, resume os benefícios dos videojogos na educação, elimina alguns mitos e traça possíveis planos de aulas” afirma Tiago Sousa, Diretor Geral da AEPDV, uma das 14 associações locais que são membros da VGE.

Este documento integra um projeto mais abrangente, resultado da parceria da VGE com 34 Ministérios da Educação, em toda a Europa, e que já está a treinar professores e educadores sobre como usar videojogos comerciais para aprimorar o ambiente de ensino. O projeto também apoia o desenvolvimento de competências digitais, impulsiona a alfabetização digital e ajuda a preencher a lacuna de habilidades digitais na Europa.

O manual contém mais de 30 páginas de exercícios práticos sugeridos, recorrendo a jogos conhecidos como Minecraft; The Sims; versões online de jogos como Soduku ou ainda através de videojogos concebidos especialmente para a área da educação.

14 de setembro | Dia Mundial da Dermatite Atópica
Para assinalar o Dia Mundial da Dermatite Atópica, que se celebra a 14 de setembro, Joana Camilo, presidente da ADERMAP -...

Joana Camilo vive com Dermatite Atópica (DA) há 38 anos, e apresenta uma história familiar, pois um dos seus pais sofre dessa condição e é mãe de um adolescente também com o mesmo diagnóstico. Esta realidade reflete como a DA, além de estar associada a uma família de doenças, pode também ter uma componente genética sendo, por isso, muitas vezes chamada de “doença da família”.

Neste episódio do Podcast, Joana Camilo partilha a sua experiência pessoal e como mãe de um adolescente com Dermatite Atópica.

Joana Camilo, Presidente da ADERMAP

“Fui diagnosticada com dermatite atópica com 7 anos e o meu primeiro contacto com a DA foi através da minha mãe, mais tarde o meu filho mais velho também foi diagnosticado com a doença; todos temos dermatite atópica e asma. 

O diagnóstico por vezes não é fácil ou rápido, a DA muitas vezes associada a crianças pode afetar qualquer pessoa em qualquer idade com diferentes graus de gravidade e ter outras doenças associadas, pelo que é importante valorizar os sintomas desde o início, procurar informação credível e acompanhamento médico especializado.

 

Em 2018, lançamos a ADERMAP para apoiar e dar voz às pessoas e aos pais e cuidadores de pessoas com DA. A associação visa defender os direitos, encontrar respostas e aproximar quem vive com DA para que não se sintam sozinhos. Adicionalmente, trabalhamos também com especialistas médicos e decisores políticos para sensibilizar e aumentar a visibilidade à doença, promovendo o conhecimento e a educação pública.

Felizmente, hoje o futuro é mais promissor do que há 5 anos. As pessoas com DA não estão sós e podem contactar a associação pois cada vez temos maior conhecimento sobre a doença, experiência, e acesso a ferramentas terapêuticas que podem devolver a qualidade de vida.” 

Ao longo do episódio, Joana Camilo sublinha também o impacto físico e psicológico que a doença pode ter no dia a dia das pessoas que vivem com esta doença e das suas famílias, de sintomas que impactam a qualidade de vida diariamente como a comichão e a privação de sono, e fala-nos da importância de conhecer o diagnóstico, de confiar nas terapêuticas, e de procurar ajuda sempre que necessário, lembrando que, numa doença inflamatória crónica como a Dermatite Atópica, é preciso dar tempo para alcançar o controlo eficaz.

Ainda no âmbito das atividades do Dia Mundial da DA, a Sanofi em conjunto com a Ordem dos Farmacêuticos e a ADERMAP, realizam, no próximo dia 14 de setembro, uma atividade na Kidzania, para pequenos e graúdos, sensibilizando para a doença.   

A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crónica da pele, ou seja, não tem cura. É uma doença que se manifesta através de exacerbações, visíveis através de sintomas cutâneos, que podem ser apenas uma parte daquilo que está a acontecer no interior do corpo. A dermatite atópica afeta cerca de 20% das crianças e 7% dos adultos¹. Até 95% dos casos de DA surge antes dos 5 anos de idade, sendo que a maioria (até 60%) entra em remissão na fase inicial da adolescência¹. Contudo, muitos casos de dermatite atópica persistem ao longo da adolescência e prolongam-se até à idade adulta, muitas vezes em formas moderadas ou graves. Outros, voltam a ter de novo eczema na vida, apesar da remissão na adolescência. É, por isso, uma doença crónica que requer acompanhamento.

O podcast Vidas, que conta agora com dez episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias.

Todas as vidas têm uma história. Conheça melhor a história de Joana Camilo no Youtube ou no Spotify.

Referências:

1 - Gelmetti C, et al. Revisione critica di linee guida e raccomandazioni pratiche per la gestione dei pazienti con dermatite atopica. Dermatite Atopica 2016-2017. SIDeMaST

Mais informação sobre a DA em: https://www.campus.sanofi/pt/iniciativas/iniciativas/ar/sobre-a-dermatit...

14 de setembro | Dia Mundial da Dermatite Atópica
A ADERMAP, Associação Dermatite Atópica Portugal, alerta, no âmbito do Dia Mundial da Dermatite Atópica, celebrado a 14 de...

A Dermatite Atópica (DA) afeta profundamente a qualidade de vida de milhares de portugueses, com impactos físicos, emocionais, sociais e económicos, incluindo para o sistema de saúde. Estima-se que 360 mil pessoas em Portugal vivam com DA, das quais 70 mil têm formas moderadas a graves, com consequências severas e incapacitantes nas suas vidas1.

Em 2024, a ADERMAP junta-se à campanha global #AtopicEczemaUnfiltered para destacar as experiências reais das pessoas que enfrentam a DA, frequentemente ocultas nas redes sociais. A doença manifesta-se por sintomas como prurido, lesões e vermelhidão, que podem cobrir até 50% do corpo, causando insónias, ansiedade e, muitas vezes, isolamento social. Cerca de 50% das pessoas com DA grave relatam dormir mal durante pelo menos 14 noites por mês, com um impacto evidente na sua saúde física e mental.

Os custos associados ao controlo da DA são elevados, com as famílias a gastarem em média mais de 1.818 euros por ano2. Além disso, há dificuldades no acesso a consultas e tratamentos, especialmente para os casos graves, criando desigualdades entre os sistemas público e privado.

As pessoas que vivem com DA têm dificuldades e demora, por um lado, no acesso a consultas de Medicina Geral e Familiar, e de especialidade, e na referenciação nos casos moderados a graves de DA, muitas vezes considerados como não prioritários. Por outro lado, os utentes seguidos no sistema privado não têm acesso às mesmas terapêuticas inovadoras que estão disponíveis no SNS, fundamentais para controlar as formas graves da doença, representando uma situação de falta de equidade no acesso a cuidados e tratamentos que urge mitigar.

De acordo com Joana Camilo, Presidente da ADERMAP, “Apesar de não existir uma cura para a Dermatite Atópica, os avanços científicos e a disponibilização de novas terapêuticas mais específicas e seguras trazem esperança para aliviar o sofrimento e devolver a qualidade de vida a quem sofre com esta doença. É crucial garantir que todas as pessoas com DA tenham acesso atempado e equitativo aos meios de controlo, consultas e tratamentos disponíveis, particularmente no que respeita às terapêuticas avançadas, tanto no sistema de saúde público como no privado. Nesse sentido, a associação apela ao Governo e às entidades competentes para que a realidade das pessoas que vivem com Dermatite Atópica seja devidamente valorizada”.    

“O desenvolvimento de medicamentos inovadores para Dermatite Atópica é uma conquista extraordinária para a humanidade. Lutar pelo acesso a esses tratamentos é abrir portas para que as pessoas que deles precisam possam sonhar e tornar os seus sonhos realidade. É uma questão ética basilar, transcendendo de forma evidente o simples acesso ao mercado.” reforçou Pedro Mendes Bastos, médico especialista em Dermatologia e Venereologia, investigador principal em Ensaios Clínicos e conselheiro científico da ADERMAP - Associação Dermatite Atópica Portugal

A Dermatite Atópica é uma doença visível, mas com impactos invisíveis profundos, que incluem frustração e muitas vezes uma baixa autoestima por parte destes doentes. É imperativo que o acesso aos tratamentos seja facilitado, aliviando o sofrimento de milhares de doentes. “Desta forma, em 2024, mostramos a realidade tal como ela é, sem filtros e sem máscaras, pois esta doença pode nas formas mais graves ter consequências gravíssimas para quem dela sofre”, reforça Joana Camilo.

A ADERMAP continua empenhada em apoiar todos os que sofrem com DA, trabalhando em estreita colaboração com profissionais de saúde, decisores políticos e a comunidade para assegurar que a Dermatite Atópica recebe a atenção que merece e que os tratamentos adequados estão ao alcance de todos os doentes.

Referências:

1 Torres, T., Gonçalo, M., Paiva Lopes, M. J., Claro, C., Varela, P., Silva, J. M., Cordeiro, A., & Mendes Bastos, P. (2023, 17 de maio). Atopic dermatitis: improving patient access to health care in dermatology. Portuguese Journal of Dermatology and Venereology. https://www.portuguesejournalofdermatology.com/files/es/pjdv_23_81_2_073-081.pdf

2 Coelho, P.S., Apalhão, M., Victorino, G. et al. The burden of atopic dermatitis inPortuguese patients: an observational study. Sci Rep 14, 5181 (2024). https://doi.org/10.1038/s41598-024-55965-y

 

Conferência Anual
“+ pelos doentes, juntos pela saúde": é o mote da Conferência Anual da Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas (APLL...

Em pleno mês da Consciencialização das Doenças Malignas do Sangue, a iniciativa – que pode ser acompanhada presencialmente, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), ou online – tem como principais destaques uma palestra sobre Macroglobulinemia de Waldenström, no seguimento do compromisso da APLL em criar o primeiro grupo de apoio em Portugal para doentes com esta patologia, e a apresentação do programa “Mieloma Múltiplo: Tratar Corpo e Mente”, conduzida pelo Professor Pedro Cunha, docente da FADEUP.

O projeto foi criado pela APLL para melhorar o bem-estar geral e responder às necessidades psicológicas e físicas dos doentes com mieloma múltiplo e amiloidose AL, através do desenvolvimento de soluções adaptadas e integradas. Outros momentos da programação incluem conversas no âmbito da comunicação com os profissionais de saúde e a decisão partilhada sobre os tratamentos, ou o impacto da doença na dinâmica familiar. Sublinhe-se, ainda, uma aula ginástica aberta a todos os presentes. As inscrições para a Conferência podem ser realizadas através do preenchimento de um formulário, por e-mail ([email protected]), ou por telefone (910 244 608). Mais informações disponíveis em www.apll.org.

Nove sinais a que deve estar atento
Estima-se que 20% das crianças têm problemas oculares, o que interfere com o seu rendimento escolar.

Os erros de refração – miopia (dificuldade em ver ao longe), astigmatismo (visão distorcida) e hipermetropia (esforço aumentado com dificuldade em ver sobretudo ao perto) – não corrigidos continuam a ser uma das principais causas de deficiência visual que afeta crianças e adultos em todos os países do mundo.1 Na criança são particularmente perigosos quando presentes de forma assimétrica, ou seja, um olho com a imagem mais nítida, outro com a imagem mais desfocada, dando a ilusão aos pais de que as crianças vêem bem.

Fique atento ao comportamento do seu filho e verifique a presença destes nove sinais que podem indicar que algo não está bem com a sua saúde ocular:

  1. Dor de cabeça ou dor nos olhos;
  2. Coçar os olhos muitas vezes;
  3. Desinteresse na televisão ou na escola;
  4. Lentidão ou rejeição das tarefas que requerem esforço visual;
  5. Fechar ou tapar um dos olhos para ver;
  6. Sentar-se consistentemente muito próximo da televisão;
  7. Lacrimejar constantemente e apresentar sinais inflamatórios nos olhos;
  8. Dificuldade em suportar a luz (fotofobia);
  9. Dificuldade na leitura ou dar erros a copiar do quadro ou de um livro.

Ricardo Parreira, coordenador de Grupo Português de Estrabismo e Oftalmologia Pediátrica da SPO, alerta: “Quando os olhos têm algum problema, a visão é mais limitada e, consequentemente, a capacidade de aprendizagem também. O desempenho escolar é realmente afetado se os problemas de visão das crianças e jovens não forem detetados e corrigidos atempadamente. Prevenir desde cedo é fundamental para evitar o aparecimento de doenças oculares graves”.

Passar mais tempo no exterior, dormir bem, limitar o uso de tecnologia digital de acordo com os intervalos de tempo recomendados por idade estipulados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), desligar todos os dispositivos eletrónicos pelo menos uma hora antes de dormir e deixá-los fora do quarto são alguns dos cuidados a ter com os olhos.

Para mais informações sobre a saúde ocular, consulte: https://spoftalmologia.pt/.

Organização Mundial da Saúde (OMS). (2023). Blindness and vision impairment. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/blindness-and-visual-impairment. [Consultado em agosto de 2024].
Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
17 de setembro | Dia Mundial da Segurança do Doente
A Organização Mundial de Saúde (OMS) refere que um diagnóstico identifica o problema de saúde de um

Segundo a OMS o tema do Dia Mundial da Segurança dos Doentes deste ano (2024) centra-se na melhoria do diagnóstico para a segurança dos doentes, utilizando o slogan “Faça-o corretamente, torne-o seguro!”. Neste dia, os doentes e as suas famílias, os profissionais de saúde, os gestores dos cuidados de saúde, os decisores políticos e a sociedade civil salientarão o papel fundamental de um diagnóstico correto e atempado na melhoria da segurança dos doentes.

 

Relatório Global da OMS sobre Segurança do Doente (OMS, 2024)

O primeiro relatório global da OMS (2024) sobre segurança do doente avalia o estado atual da segurança do doente a nível mundial. Alinhado com o Plano de Ação Global para a Segurança do Doente 2021‐2030, contém estratégias e informações para pessoas envolvidas ou interessadas na melhoria dos cuidados de saúde e da segurança dos doentes, nomeadamente:  profissionais de saúde, decisores políticos, doentes, patients advocates, investigadores. 

Neste contexto são salientadas as seguintes mensagens:

- As falhas na segurança dos cuidados são um problema significativo de saúde pública a nível global, estimando‐se que pelo menos um em cada dez doentes pode sofrer danos em ambientes de cuidados de saúde – metade dos quais poderia ser evitável – levando anualmente a milhões de mortes e a custos económicos substanciais;

- Populações vulneráveis, incluindo idosos, crianças e minorias étnicas, enfrentam maior risco de danos associados aos cuidados de saúde, pelo que se destaca  a  importância  de  intervenções personalizadas para aumentar a segurança destes grupos na sua navegação pelos sistemas de saúde;

- Globalmente, um em cada 20 doentes  sofre danos evitáveis  com medicamentos.  Especificamente, mais de metade (53%) destes danos surge na  fase da prescrição, apontando para uma necessidade crucial na melhoria das práticas neste âmbito;

- Ambientes de cuidados altamente  especializados,  como  cuidados  intensivos,  unidades  de urgência/emergência  e  unidades  cirúrgicas,  estão  associados  a  taxas  mais  elevadas  de  danos  a  doentes,  incluindo  danos  evitáveis.  Estima‐se, ainda,  que  7%  dos  doentes  em  cuidados  de  saúde primários sofram danos.

São igualmente elencados os principais custos de cuidados inseguros a nível económico e financeiro:

- Falhas nos cuidados de saúde sobrecarregam significativamente os orçamentos dos cuidados de saúde,  consumindo até 12,6% do total das despesas de saúde nos países desenvolvidos;

- O impacto financeiro varia consoante o cenário de prestação de cuidados: em cuidados intensivos, as complicações  aumentam  os  custos;  em  cuidados  de  saúde  primários,  eventos  adversos  a medicamentos e diagnósticos incorretos levam a um recurso desnecessário a cuidados hospitalares; e em unidades de cuidados continuados, condições como as úlceras por pressão acrescentam despesa significativa, o que mostra os amplos efeitos económicos dos cuidados inseguros;

- Danos em doentes reduzem significativamente a produtividade e aumentam a perda de rendimentos, impondo  custos  indiretos  às  economias  que  podem  ultrapassar  os  custos  diretos  dos  cuidados  de  saúde. Melhorar a segurança dos doentes poderá trazer enormes benefícios económicos, aumentando potencialmente a produção económica global em 15% ao longo de duas décadas;

- Intervenções eficazes como a Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica e as estratégias para prevenir infeções  associadas  aos  cuidados  de  saúde,  compensam  o  investimento,  demonstrando  que  os esforços em melhorar a segurança dos cuidados de saúde não são apenas benéficos do ponto de vista clínico, mas também economicamente sensatos.

“Façao corretamente, torneo Seguro”

No próximo dia 17 de setembro de 2024, comemora-se o Dia Mundial da Segurança do Doente. Iniciativa da OMS, as comemorações decorrem, este ano, sob o mote “Faça-o corretamente, torne-o seguro”. Destaca-se, deste modo, a importância crítica de um diagnóstico correto e em tempo adequado para a segurança do doente e a melhoria dos resultados em saúde.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), desde 2019, com o intuito de promover uma “Ação Global sobre a Segurança do Doente”, estabeleceu o dia 17 de setembro, como o “Dia Mundial da Segurança do Doente”. Esta efeméride é a pedra basilar da ação global para promover a saúde das populações e a segurança dos cuidados de saúde, estando alicerçada no princípio hipocrático da Medicina – “Primeiro não fazer mal”, bem como no direito constitucional a cuidados de saúde de qualidade.

A OMS, desde há 20 anos, que alerta os Estados Membros para estudos que evidenciam danos causados aos doentes, associados aos cuidados de saúde. Ainda que evitáveis na sua maioria, estima‐se que seja uma das dez principais causas de mortalidade e co-morbilidades no Mundo.

A Ação Global sobre a Segurança do Doente pretende desenvolver a intervenção dos Estados Membros para promover a segurança dos doentes, estabelecendo uma colaboração entre decisores políticos, líderes dos serviços de saúde, profissionais de saúde, organizações de doentes e outras partes interessadas, bem como capacitar doentes e famílias a participar na segurança dos cuidados de saúde.

A cada ano, a OMS anuncia um novo tema, de forma a destacar uma área prioritária de

intervenção urgente e concertada. Este ano o tema é “Melhorar o Diagnóstico para a Segurança dos Doentes”, com o slogan: “Façao corretamente, torneo Seguro”. O mote desta iniciativa pretende destacar a necessidade de investir na segurança diagnóstica do doente, na política de segurança do doente e na prática clínica em todos os níveis de cuidados de saúde.

Os erros diagnósticos, surgem muitas vezes de uma combinação de fatores cognitivos e sistémicos que comprometem o reconhecimento de sinais e sintomas dos doentes, bem como a interpretação e comunicação dos resultados dos exames realizados. Um erro diagnóstico é a falha em estabelecer uma explicação correta e oportuna do problema de saúde de uma pessoa, que pode incluir diagnósticos incorretos, atrasados ou perdidos, mas também a falha na comunicação sobre os mesmos com o doente. Estima‐se que a magnitude dos erros de diagnóstico, representa quase 16% dos danos evitáveis nos sistemas de saúde.

Sendo provável que a maioria das pessoas possa ter pelo menos um erro de diagnóstico

durante a sua vida, é necessário desenvolver esforços concertados para melhorar a segurança dos processos de diagnóstico, nomeadamente:

‐ Averiguar o histórico completo do doente;

‐ Realizar um exame clínico completo;

‐ Melhorar acesso a exames de diagnóstico;

‐ Implementar métodos para medir e aprender com erros de diagnóstico;

‐ Adotar soluções baseadas em tecnologia;

‐ Envolver os doentes, famílias, profissionais e líderes dos serviços de saúde.

São objetivos do Dia Mundial da Segurança do Doente em 2024:

1. Aumentar a consciência global sobre os erros de diagnóstico que podem contribuir para eventos adversos e enfatizar o papel fundamental diagnóstico correto, oportuno e seguro para melhorar a segurança do doente;

2. Destacar a segurança diagnóstica na política de segurança do doente e na prática clínica em todos os níveis de cuidados de saúde, alinhado com o Plano de Ação Global para a Segurança do Doente 2021–2030;

3. Promover a colaboração entre decisores políticos, líderes de cuidados de saúde, profissionais de saúde, organizações de doentes e outras partes interessadas na promoção de um diagnóstico correto, oportuno e seguro;

4. Capacitar os doentes e as famílias para se envolverem ativamente com os profissionais de saúde e os líderes dos cuidados de saúde para melhorar os processos de diagnóstico.

Carta dos Direitos de Segurança do Doente (OMS, 2024)

Importa recordar que a OMS publicou, em abril de 2024, a “Patient safety rights charter - Carta dos Direitos de Segurança do Doente”. Esta é a primeira Carta a elencar os direitos fundamentais de todos os doentes no âmbito da segurança dos seus cuidados. Este documento pretende servir de apoio para a formulação de legislação, políticas e orientações promotoras da segurança dos doentes e da redução do risco de danos associados aos cuidados de saúde. Ressalva, ainda, a importância de ouvir os doentes e de facilitar a colaboração com os mesmos, assim como famílias/cuidadores e comunidades, para que o direito de acesso a cuidados de saúde seguros e de alta qualidade seja protegido.

O Presidente da Segurança do Doente na OMS - Sir Liam Donaldson - defendeu que “as histórias de coragem e de compaixão de doentes e familiares que sofreram danos são fundamentais para impulsionar a mudança e aprender a ser ainda mais seguro”, sendo vital ouvir e envolver os doentes e suas famílias nos cuidados de saúde.

Acrescente-se que a segurança do doente é um imperativo ético e moral, fundamentado no princípio bioético da não maleficência e expresso na premissa hipocrática de "Primeiramente, não causar dano". Todas as pessoas têm direito a cuidados de saúde seguros, tal como estabelecido pelas normas internacionais de direitos humanos, independentemente da idade, género, etnia ou raça, idioma, religião, deficiência, estatuto socioeconómico, orientação sexual, etc.

Também o Diretor-Geral da OMS – Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus - considera que “se não é seguro, não é cuidado”. O Diretor-Geral da OMS reforçou, ainda, que a segurança do doente é uma responsabilidade coletiva, e que os sistemas de saúde devem trabalhar lado a lado com doentes, famílias e comunidades, de modo a que cada pessoa possa receber cuidados de forma segura, digna e compassiva.

Também a segurança do doente é um indicador do compromisso mais amplo dos países em respeitar, proteger e cumprir os direitos humanos relacionados com a saúde.

A Carta contém 10 direitos de segurança do doente cruciais para mitigar riscos e prevenir danos, enumerados abaixo.

 

Carta dos Direitos de Segurança do Doente

1 – Direito a cuidados oportunos, eficazes e apropriados;

2 – Direito a processos e práticas seguras nos cuidados de saúde;

3 – Direito a profissionais de saúde qualificados e competentes;

4 – Direito a dispositivos médicos seguros e utilizados de forma segura e racional;

5 – Direito a instalações de saúde seguras e protegidas;

6 - Direito à dignidade, respeito, não discriminação, privacidade e confidencialidade;

7 – Direito à informação, educação e apoio na tomada de decisão;

8 – Direito de acesso aos registos clínicos/informação clínica;

9 – Direito a ser ouvido e ter uma resposta adequada caso ocorra um incidente;

10 – Direito ao envolvimento do doente e da família.

A segurança do doente é da responsabilidade de todos, incluindo decisores, gestores, profissionais de saúde, utentes, famílias, cuidadores e população no geral. Em Portugal, o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2021-2026 é coordenado pela Direção-Geral da Saúde (DGS), através da Divisão de Planeamento e Melhoria da Qualidade do Departamento da Qualidade na Saúde.

Referências bibliográficas:

WHO. Announcing World Patient Safety Day 2024. Geneva: WHO. 2024. Disponível em https://cdn.who.int/media/docs/default-source/world-patient-safety-day/wpsd-2024/announcing-world-patient-safety-day-2024_english.pdf?sfvrsn=d162dceb_3

WHO. Global patient safety report 2024. Geneva: WHO. 2024. Disponível em https://www.who.int/publications/i/item/9789240095458

WHO. Patient Safety Rights Charter. Geneva: WHO. 2024. Disponível em https://www.who.int/publications/i/item/9789240093249

Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Universidade de Aveiro
Já imaginou usar células, como se fossem blocos de ‘Lego’, para criar estruturas vivas como tecidos humanos, a três dimensões?...

Tal como acontece com os tecidos humanos durante o seu desenvolvimento, a criação de tecidos em laboratório costuma ser um processo lento, e depende das interações naturais entre as células para formar uma matriz de suporte. Contudo, uma equipa de investigadores do Grupo de Investigação COMPASS, que faz parte do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro, liderada por João Mano, conseguiu modificar células humanas para se unirem, formando estruturas tridimensionais complexas designadas de “géis celulares”, independentemente do tipo de célula utilizado.

A inovação, recentemente publicada na prestigiada revista científica Nature Materials, possibilita a produção rápida e personalizada de estruturas semelhantes a tecidos e pode revolucionar a medicina regenerativa. Pedro Lavrador, Beatriz Moura, José Almeida Pinto, Vítor Gaspar e João Mano assinam o estudo. 

A tecnologia, sob a qual foi efetuada um pedido de patente pela UA, é baseada em princípios de glicoengenharia celular, e tem como componente fundamental a química click bio-ortogonal, uma classe de reações químicas que podem ocorrer em sistemas biológicos sem interferir com os processos bioquímicos naturais, a qual foi recentemente reconhecida com o Prémio Nobel da Química em 2022.

"Desenvolvemos uma forma de modificar a superfície das células para que se liguem como um sistema ‘chave-fechadura’, permitindo a criação rápida de materiais celulares vivos e com propriedades semelhantes às dos tecidos humanos", explicam os investigadores da UA.

Estas células são ‘programadas’ para se comportarem como blocos de construção e podem ser manipuladas e combinadas como se fossem peças de Lego vivas, criando assim tecidos adaptáveis a diferentes finalidades médicas, como reparação de órgãos danificados e, ainda, ‘máquinas vivas’ para aplicações industriais ou ambientais e desenvolvimento de novos alimentos.

“Um dos aspetos mais entusiasmantes desta tecnologia é que os materiais criados são realmente ‘vivos’ no sentido em que conseguem interpretar o seu ambiente e interagir ativamente com outros tecidos. Estes materiais têm a capacidade de se auto-reparar e de se reforçar mecanicamente ao longo do tempo, evoluindo de maneira semelhante à pele ou aos ossos", afirma a equipa.

Como os materiais convencionais não são vivos, não possuem a capacidade de se mover por si próprios, não conseguem recuperar massa perdida, nem adaptar-se a diferentes contextos de forma instintiva. Por outro lado, a inovação portuguesa não só permite desenvolver materiais que incorporam estas capacidades biológicas, como também mostram um maior potencial terapêutico na regeneração de pele em comparação com hidrogéis tradicionais que contém células. Um aspeto que torna esta tecnologia particularmente promissora.

A simplicidade e escalabilidade são mais dois pontos fortes da tecnologia. "A nossa tecnologia não requer meios de cultura complexos, modificações genéticas ou equipamentos dispendiosos", destacam os investigadores.

A equipa sublinha a acessibilidade e facilidade de implementação em diferentes laboratórios, o que pode facilitar a produção em larga escala.

Além disso, a flexibilidade desta técnica “permite combinar diferentes tipos de células humanas para criar tecidos customizados e específicos para cada paciente", salientam, reforçando o potencial desta inovação para a medicina regenerativa.

A descoberta representa assim um avanço significativo na bioengenharia de tecidos vivos em laboratório, onde será possível reparar tecidos humanos danificados, através de terapias celulares personalizadas.

Os materiais já não são o que eram

Desde sempre que os materiais são fundamentais para o desenvolvimento de utensílios e soluções para diferentes aplicações. Desde ferramentas mais simples até dispositivos extremamente sofisticados, destacam-se áreas como a microeletrónica, nanopartículas para aplicações em medicina ou estruturas usadas na indústria aerospacial.

Tradicionalmente, os materiais têm sido classificados com base nas suas características moleculares, como metais, cerâmicos ou polímeros (plásticos ou macromoléculas de origem natural). Contudo, e apesar de já terem sido desenvolvidos materiais capazes de alterar as suas propriedades no tempo e no espaço, ou com capacidade de responderem a estímulos externos, como alterações de temperatura ou exposição à luz, estes sistemas, desenhados para cumprirem funções previamente definidas e limitadas, são essencialmente inertes.

No mundo vivo, as células têm um comportamento bastante distinto. Neste universo, as células adaptam-se a múltiplas condições ambientais, produzem proteínas para comunicar e interagir entre si e dão origem, por exemplo, a órgãos ou a organismos complexos. No plano vivo, as células podem multiplicar-se, maturar, evoluir com o tempo e, mesmo, exibir um desempenho que pode ser programado ao nível dos genes.

A biologia é a plataforma de fabrico conhecida mais complexa de todas, tanto a nível molecular como à macro-escala. Neste sentido, a ‘biologização’ da ciência dos materiais, assume que a biologia possui propriedades intrínsecas que estão longe de serem alcançadas pelos materiais sintéticos feitos pelo homem, e pretende abrir caminho ao desenvolvimento de uma nova geração de materiais – os materiais ‘vivos’, com funcionalidades exóticas.

O conceito totalmente disruptivo, explorado pela equipa de investigação da UA, envolve a utilização desses sistemas vivos para fabricar dispositivos com propriedades totalmente novas, e capacidade de substituir os materiais convencionais em algumas aplicações mais exigentes.

Opinião
A Medicina Física e de Reabilitação (MFR) ou Fisiatria é uma especialidade médica centrada no indiví

A gravidez associa-se a múltiplas alterações na vida de uma mulher, uma grande parte delas, físicas, mas também emocionais, psicológicas e relacionais.

Dentro destas alterações, destaco as que mais habitualmente poderão ser sede da intervenção da MFR: a fadiga, as alterações provocadas no pavimento pélvico, as alterações musculoesqueléticas e posturais.

O pavimento pélvico corresponde ao conjunto de músculos, articulações e ligamentos que fazem o suporte dos órgãos pélvicos, em particular do útero, bexiga e reto. As alterações impostas pela gravidez e o parto podem condicionar problemas como incontinência urinária e anal, disfunção sexual, dor pélvica e cicatrizes dolorosas pós-parto.

Relativamente às alterações musculoesqueléticas e posturais, devido a maior laxidez dos ligamentos e articulações, sobretudo da região pélvica, a postura da gestante sofre alterações, podendo conduzir ao aparecimento de dores, sobretudo lombar e pélvicas. 

A MFR poderá ter um papel fundamental no bem-estar da mulher durante o período da gravidez e pós-parto, sendo fundamental a avaliação médica e posterior integração num programa global de reabilitação.

Este programa poderá incluir uma ou várias intervenções, como aconselhamento de medidas gerais, medidas posturais e de ergonomia, exercício físico, tratamento farmacológico, programa de exercícios de fortalecimento muscular do pavimento pélvico (FMPP) e fisioterapia.

De forma geral (excetuando raros casos em que há contra-indicação médica), está recomendado o exercício físico regular, que deve ser individualizado, de acordo com a preferência e capacidade física da grávida (a fadiga poderá exigir pausas frequentes). Os mais frequentemente recomendados são a caminhada, pilates ou natação e os desaconselhados, os desportos de elevada intensidade, de impacto e contacto.

A grávida deve evitar posturas desadequadas e prolongadas, transportar e manipular cargas pesadas e se necessário, deve fazê-lo cumprindo medidas de ergonomia (fletir os joelhos e não fletir a coluna); e usar calçado confortável sem salto e com bom suporte plantar.

Estas estratégias, ao conduzirem a uma melhor postura, permitem por si só a prevenção e redução da dor lombar. Quando não são suficientes, deverão ser implementadas medidas para alívio da dor como o tratamento farmacológico e a fisioterapia.

As intervenções no pavimento pélvico estão também recomendadas. As grávidas devem realizar um programa diário de exercícios de FMPP (os exercícios de Kegel) e exercícios de fortalecimento e flexibilização lumbopélvicos, que podem ser feitos no domicílio após orientação médica ou em contexto de programa de fisioterapia ou programas supervisionados em classes.

Outra área fundamental é o tratamento de cicatrizes dolorosas (por exemplo da cesariana e episiotomia) e dor pélvica pós-parto, podendo estar indicadas a fisioterapia, tratamento farmacológico e outras intervenções mais recentes como a aplicação de toxina botulínica e outras técnicas de intervenção.

A gravidez e o pós-parto são etapas da vida de uma mulher desafiantes e a MFR, ao contribuir para a melhoria da qualidade de vida global, poderá ser um aliado importante e diferenciador. 

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As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
Três cuidados fundamentais a ter para prevenir e tratar
Ter hemorroidas na gravidez é algo que acontece a muitas mulheres, mas a maioria ainda sente vergonh

As hemorroidas são veias localizadas na região do ânus e, quando são submetidas a uma elevada pressão, podem inflamar, provocar comichão, dor, perdas de sangue e exteriorização, conduzindo a uma crise de Doença Hemorroidária. Isto pode derivar de diversas causas, como a obstipação, a obesidade, o envelhecimento, fatores hereditários, o sedentarismo e... a gravidez!

Desenvolver hemorroidas na gravidez é uma realidade na vida de muitas mulheres que, na sua maioria, ainda sente um certo constrangimento em falar do tema com um profissional de Saúde. Não há que ter vergonha porque é comum a grávida desenvolver Doença Hemorroidária, especialmente no terceiro trimestre e durante o trabalho de parto.

Durante a fase de gestação, frequentemente, surgem alguns dos principais sintomas de hemorroidas, nomeadamente: desconforto ou dor na região anal; prurido; exteriorização (prolapso) das veias hemorroidárias; e hemorragia durante a defecação.

Além disso, existem outros fatores de risco a ter em consideração como: a pressão exercida sobre as veias hemorroidárias, motivada pela pressão do feto; o aumento temporário de peso; a obstipação e o esforço exercido nas veias hemorroidárias durante a defecação.

“Para prevenir ou tratar as hemorroidas, é recomendável que a grávida adote alguns cuidados ao nível da alimentação e um estilo de vida saudável. Deste modo, a gravidez poderá decorrer de forma mais tranquila, no que toca às hemorroidas, sobretudo através da prevenção. Por outro lado, é importante que estas medidas sejam sempre acompanhadas pelo médico assistente, pois dependem do quadro clínico que a gestante apresente”, salienta o Dr. Óscar Rebelo, Ginecologista e Obstetra do Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada.

Três cuidados fundamentais a ter durante a gestação:

1) Ingerir uma maior quantidade de água e adotar uma alimentação saudável e rica em fibras, para prevenir a obstipação e o esforço exercido durante a defecação;

2) Praticar regularmente exercício físico (adaptado à gravidez e à situação hemorroidária), uma vez que contribui para uma boa circulação venosa;

3) Evitar permanecer de pé ou na posição sentada durante muito tempo seguido, para ajudar a aliviar a pressão sobre as veias hemorroidárias.

Em caso de agravamento da Doença Hemorroidária é recomendado procurar um profissional de Saúde. O tratamento pode variar de acordo com a situação de cada doente, sendo que os medicamentos venoativos orais, indicados para o tratamento das crises e prevenção das recorrências de crises hemorroidárias, e os tópicos para um alívio local complementar são as terapêuticas mais utilizadas, em fase de crise. Sendo uma doença com manifestações recorrentes e por vezes incapacitantes, um tratamento mais consistente pode passar pelo tratamento instrumental em regime ambulatório (esclerose; laqueação elástica;…) ou cirúrgico. Saiba mais em www.ashemorroidas.pt.

Fonte: 
Nota: 
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Opinião
No Dia Internacional da Consciencialização para a Colangite Biliar Primária (CBP), que se assinala a

Esta é uma condição que avança sem pressa, inicialmente sem deixar rastos visíveis. Por vezes, passam-se anos ou mesmo décadas até que os primeiros sinais se manifestem, nomeadamente um cansaço inexplicável ou um prurido cutâneo persistente. Sintomas estes que facilmente podem ser desvalorizados ou associados ao ritmo acelerado da vida moderna.

No entanto, é precisamente neste silêncio que reside o maior perigo da CBP. A falta de sintomas imediatos dá à doença o tempo necessário para se infiltrar, comprometendo cada vez mais o fígado até que, finalmente, se manifestem sinais mais graves: olhos e pele amarelados (icterícia), urina escura, inchaço do baço ou acumulação de líquido no abdómen (ascite), que traduzem a evolução para cirrose hepática. A cirrose é um quadro clínico quase sempre irreversível, representando em Portugal a quarta maior causa de morte precoce.

Apesar de ainda não existir cura, o diagnóstico precoce da CBP é urgente, pois existem tratamentos que, iniciados na altura certa, impedem o agravamento da doença e evitam os danos no fígado. Um simples exame de rotina, com análises ao sangue, é uma forma eficaz para detetar a CBP, especialmente se revelar níveis elevados de fosfatase alcalina, um marcador que denuncia que algo afeta as vias biliares. Contudo, a deteção precoce é um desafio, particularmente para mulheres em idade ativa, que, enfrentando múltiplas responsabilidades, podem não dar a devida atenção aos sinais subtis que o corpo vai enviando.

O Dia Internacional da Consciencialização para a CBP é mais do que uma data no calendário. É um apelo à ação e à sensibilização, com a finalidade de aumentar o conhecimento sobre esta doença e incentivar aqueles que possam estar em risco a procurar avaliação médica.

Nesta data, e também no resto do ano, o "trabalho de casa" é claro e urgente: se sente um cansaço inexplicável ou um prurido persistente, não ignore os sintomas que o corpo lhe dá. Procure um médico, especialmente se está na faixa etária de risco ou se tem um histórico familiar de doenças autoimunes. Lembre-se de que a saúde do fígado não é um bem adquirido. 

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ASTROPOWER
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa | NOVA FCT anuncia que o projeto ASTROPOWER foi selecionado...

O ASTROPOWER terá um impacto significativo tanto no espaço quanto na Terra. Através de um sistema de treino, o projeto visa prevenir a powerpenia — perda de potência muscular — em astronautas durante missões espaciais e restaurar a função muscular após o regresso das missões espaciais. Além disso, visto as perdas nos astronautas serem análogas às encontradas durante o envelhecimento, a tecnologia desenvolvida poderá beneficiar a população idosa, promovendo a autonomia, melhorando a função muscular e reduzindo o risco de quedas e outras condições associadas ao envelhecimento, como a fragilidade e a perda de mobilidade.

Liderado pelo professor Hugo Gamboa, do Departamento de Física da NOVA FCT, em colaboração com Luís Silva, ambos do grupo Biosignals-LIBPhys (Laboratório de Instrumentação, Engenharia Biomédica e Física das Radiações), o ASTROPOWER também conta com a parceria da Agência Espacial Europeia (ESA), que cofinancia o projeto através do Programa PRODEX.

“Este projeto representa um avanço significativo na aplicação de tecnologias de engenharia biomédica para a saúde muscular em ambientes desafiantes, como o espaço, e em cenários comuns, como o envelhecimento. O ASTROPOWER não só contribui para a preservação da saúde dos astronautas em missões de longa duração, como também tem o potencial de impactar diretamente a qualidade de vida da população idosa, promovendo uma maior autonomia e mobilidade. Estamos entusiasmados com esta primeira oportunidade do nosso grupo de biossinais em colaborar com a Agência Espacial Portuguesa e a Agência Espacial Europeia, entre  outros parceiros, e confiamos que os resultados deste projeto terão benefícios a longo prazo, tanto na exploração espacial quanto na saúde pública”, afirma Hugo Gamboa, responsável pelo projeto da NOVA FCT.

O PROSSE 2024 é um concurso da Agência Espacial Portuguesa que visa financiar projetos científicos na exploração espacial, promovendo a participação de Portugal no programa PRODEX da ESA. Entre 14 candidaturas, apenas duas foram aprovadas, com destaque para o ASTROPOWER, pela sua inovação e relevância científica, que vai receber 70 mil euros fruto desta candidatura.

20ª Edição
Além da MusclePen, a maior rede nacional de incentivo ao empreendedorismo no ensino superior politécnico português distinguiu...

A 20.ª Edição do Concurso Nacional Poliempreende, a maior iniciativa nacional de incentivo ao empreendedorismo no ensino superior em Portugal, realizou-se no Auditório da Reitoria da Universidade da Madeira, onde foram avaliados os projetos vencedores dos Concursos Regionais. A iniciativa, que já conta com duas décadas de existência, tem como objetivo promover o desenvolvimento de soluções empreendedoras inovadoras entre estudantes, docentes e investigadores do ensino politécnico público. Ao longo deste período, a iniciativa contribuiu para a apresentação de 1.700 projetos, a criação de cerca de 100 empresas e o registo de aproximadamente 100 patentes e marcas, envolvendo mais de 12.000 participantes nos Concursos locais, regionais e nacionais.

Nesta edição, o projeto MusclePen, uma caneta inovadora para autoadministração intramuscular de vitamina B12, desenvolvida por uma equipa da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, foi o grande vencedor. A inovação foi premiada com o Prémio Comendador Rui Nabeiro, no valor de 10 mil euros, destacando-se pela sua versatilidade e capacidade de promover a independência dos utentes na administração de vitamina B12, essencial para milhares de pessoas em Portugal que sofrem de défice desta vitamina devido a problemas de absorção intestinal.

Além deste projeto, outros dois também foram distinguidos. O segundo prémio foi atribuído ao projeto Braining, do Instituto Politécnico do Porto, que consiste numa plataforma que utiliza Realidade Virtual e Inteligência Artificial para acelerar a recuperação de pessoas que sofreram Acidente Vascular Cerebral (AVC), permitindo tratamentos personalizados e ajustáveis às necessidades de cada paciente. O terceiro prémio foi concedido ao Microcicle, do Instituto Politécnico da Guarda, um patch anticoncepcional que oferece uma libertação controlada de duas hormonas com efeito prolongado até três meses, sendo uma solução prática e com menos efeitos colaterais que os métodos tradicionais, e que não requer a intervenção de um profissional de saúde.

O Poliempreende continua, assim, a ser uma referência no estímulo ao empreendedorismo, incentivando a criação de soluções que respondem a desafios concretos da sociedade e contribuindo para o desenvolvimento económico e social do País. No próximo ano, a 21.ª edição será organizada pela Universidade de Aveiro.

Mpox
Desde setembro de 2023, a República Democrática do Congo tem sido o epicentro de um surto de Mpox, que a Organização Mundial da...

A província do Kivu Sul, na República Democrática do Congo (RDCongo) tem enfrentado uma grave epidemia de Mpox, com 3.684 casos confirmados, segundo as autoridades sanitárias regionais. A missão de resposta rápida da Rede Internacional da Médicos do Mundo já formou e apoiou 20 profissionais de saúde, 65 trabalhadores comunitários e mais de 350 trabalhadores do sexo. Esta intervenção permitiu ainda sensibilizar 70 mil pessoas e reforçar a vigilância e a resposta médica à epidemia.

“Estamos muito preocupados, porque o vírus Mpox afeta primeiro as pessoas mais vulneráveis. Para salvar vidas, temos de atuar já, através da vacinação da população e do apoio aos sistemas de saúde. As nossas equipas vão intervir em sete principais regiões sanitárias, onde se concentram 86% dos casos. O nosso foco é a formação dos profissionais de saúde, o reforço da prevenção e do controlo das infeções, o apoio aos cuidados psicossociais e a sensibilização e vigilância das comunidades”, afirma Mamadou Kaba Barry, coordenador-geral da Médicos do Mundo na RDCongo.

A Rede Internacional da Médicos do Mundo já se encontra em seis das sete regiões sanitárias com maior número de casos, em colaboração com o Gabinete Central da Região Sanitária local. A organização vai ter como alvo e apoiar as regiões onde as autoridades locais já estabeleceram centros de tratamento de Mpox. Aí, a Rede Internacional da Médicos do Mundo vai trabalhar com as pessoas infetadas pelo vírus e com as comunidades mais expostas ao risco de Mpox.

Além da RDCongo, a Rede Internacional da Médicos do Mundo também está ativa nos países vizinhos, onde a epidemia está a ganhar escala, nomeadamente Camarões, Burkina Faso, Nigéria e República Centro-Africana. Nestes países, estamos em contacto com os Ministérios da Saúde e a realizar ações de sensibilização. No entanto, a emergência desencadeada pelo aparecimento de novos clados, associada à disponibilidade incerta e custo elevado da vacina, fazem da Mpox um verdadeiro desafio para os sistemas de saúde já fragilizados.

No continente africano, considerando todas as estirpes em conjunto, o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) registou um aumento de 160% nos casos de Mpox até ao final de julho, em comparação com 2023, ou seja, quase 19 mil casos e cerca de 700 mortes em 13 países africanos. Há, por isso, uma necessidade urgente de ação.

A Rede Internacional da Médicos do Mundo apela a que sejam tomadas todas as medidas necessárias, para garantir um acesso equitativo a testes de rastreio, cuidados de saúde e vacinas. Deve manter-se a prestação de cuidados saúde nas regiões isoladas e afetadas pela insegurança. As pessoas que se encontram mais afastadas das infraestruturas de saúde devem ser incluídas nas campanhas de vacinação. Ninguém deve ser excluído por razões de segurança, logísticas ou financeiras.

10 mil euros
A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) conquistou o 1º prémio da 20ª edição do Concurso Nacional Poliempreende,...
O prémio, no valor de 10 mil euros, foi atribuído ao projeto MusclePen, um dispositivo tecnológico inovador em desenvolvimento, destinado a pessoas com necessidade de administração regular de medicação, bem como a cuidadores informais e a organizações de saúde.
 
O prémio é patrocinado pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, pelo Banco Santander e pela Ordem dos Contabilistas Certificados.
 
A equipa vencedora (constituída pelas enfermeiras recém-diplomadas pela ESEnfC, Ana Gil e Inga Donici, e pelo professor José Hermínio Gomes) esteve em competição com mais duas dezenas de equipas dos institutos politécnicos do país, escolas superiores não integradas e escolas politécnicas das universidades que compõem a rede Poliempreende. E, pela primeira vez, com a participação de equipas de três escolas que lecionam Enfermagem: além da de Coimbra, também a do Porto e a de Aveiro (Escola Superior de Saúde).
 
Com este prémio monetário, a equipa vencedora do 20º Poliempreende vai continuar a desenvolver a respetiva ideia de negócio, que tem como objetivos «empoderar e tornar as pessoas mais independentes» relativamente à toma de medicamentos, «diminuindo o fluxo de utentes nos centros de saúde» e «dando mais oportunidades de acesso aos cuidados».
Ana Gil e Inga Donici afirmam que «o recente percurso no ensino superior lhes proporcionou competências únicas de empreendedorismo e inovação», cuja «valorização», segundo defendem, «tem de continuar a crescer, porque está a dar frutos».
 
Após conhecimento do resultado, no jantar de gala da final da 20ª edição do Concurso Nacional Poliempreende, no Hotel Savoy Palace, no Funchal, a equipa do projeto MusclePen estabeleceu, de imediato, contactos com potenciais investidores, perspetivando possíveis redes colaborativas.
 
Esta é a segunda vez que a ESEnfC obtém o 1º prémio do Concurso Nacional Poliempreende, depois de em 2016 (13ª edição) também o ter conseguido, então com um projeto relacionado com a prevenção de complicações associadas ao uso de cateteres venosos.
 
O Concurso Nacional Poliempreende visa promover o desenvolvimento de uma cultura empreendedora no seio das instituições de ensino superior politécnico e fomentar a criação de empresas baseadas no conhecimento, contribuindo para o desenvolvimento regional.

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