Investigação
Os investigadores Jorge Durán, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra...

A variabilidade espacial, ou seja, a distribuição desigual das propriedades do solo, desempenha um papel essencial no controlo das principais características e serviços dos ecossistemas, como o desempenho das plantas, a produtividade dos ecossistemas, as interações tróficas ou a ciclagem de nutrientes do solo.

Os resultados deste estudo, publicado na revista científica Scientific Reports, do grupo Nature, são essenciais “para melhorar a nossa capacidade de compreender e prever os complexos efeitos das alterações climáticas na biodiversidade do solo, bem como para projetar medidas de deteção e mitigação precoces mais eficazes”, afirma Jorge Durán.

“Sabemos que a variabilidade espacial das propriedades e funções do solo é controlada pela interação de vários atributos biológicos, químicos e físicos. No entanto, pouco se sabe acerca dos fatores que controlam a variabilidade espacial dos organismos subterrâneos. O que não deixa de ser surpreendente porque a biodiversidade do solo é um fator essencial em múltiplas funções do ecossistema. Embora a investigação na última década tenha sido capaz de identificar os fatores ambientais mais importantes que controlam a biodiversidade dos organismos do solo, um aspeto que tem sido negligenciado nesses estudos é sua variabilidade espacial”, explica o investigador do Centro de Ecologia Funcional da FCTUC.

Este estudo visou precisamente colmatar estas lacunas no conhecimento. Os investigadores analisaram uma grande base de dados, de solo e vegetação, de 87 locais diferentes de todos os continentes (exceto Antártica), atingindo uma ampla gama de condições climáticas, tipos de vegetação, idades e origens do solo.

Os resultados obtidos, afirmam Jorge Durán e Manuel Delgado-Baquerizo, “mostram que a variabilidade espacial dos principais grupos de organismos do solo (bactérias, fungos, protistas e invertebrados) está altamente correlacionada nos diferentes ecossistemas, sugerindo fortes ligações entre os diferentes grupos, e que qualquer fator ou distúrbio que afete um grupo, afeta provavelmente o resto dos grupos de organismos do solo de maneira semelhante”.

Observou-se também que a variabilidade espacial dos organismos do solo “é controlada principalmente pela estrutura da vegetação, que, por sua vez, é influenciada pela aridez e por diferentes atributos do solo. Assim, áreas com baixa cobertura vegetal, mas alta heterogeneidade espacial das plantas, estão consistentemente associadas a altos níveis de variabilidade espacial da biodiversidade do solo. Além disso, o nosso estudo sugere a existência de vínculos significativos e não descritos entre a variabilidade espacial da biodiversidade do solo e importantes funções do ecossistema, como o sequestro de carbono, a ciclagem de nutrientes ou produtividade vegetal”.

As implicações destes resultados, segundo os autores do estudo, são amplas num contexto de alterações climáticas, “pois indicam que as reduções no coberto vegetal (por exemplo, via desertificação, aumentos na aridez ou desmatamento) são suscetíveis de aumentar a variabilidade espacial dos organismos do solo, o que poderia comprometer a capacidade dos diferentes ecossistemas de realizar funções importantes e manter serviços ecossistémicos chave”.

Fundos ultrapassam 360.000.00 €
O Centro Hospitalar Universitário Cova da Beira obteve a aprovação de fundos europeus e nacionais para o desenvolvimento do...

De acordo com o Centro Hospitalar, este projeto “consiste na criação e implementação de uma solução de telemonitorização para doentes clinicamente considerados em situação de risco, quer estes se encontrem em regime de internamento ou urgência, no hospital ou em mobilidade intra e inter-hospitalar, ou ainda, em regime de hospitalização domiciliária”.

Tem como principais objetivos, a redução dos episódios de paragem cardiorrespiratória intra-hospitalar, as complicações derivadas de atrasos nas intervenções terapêuticas, a diminuição da mortalidade intra-hospitalar e os incidentes, através da monitorização constante de indicadores vitais e da implementação de sistemas de alerta inovadores em caso de descompensação, o que irá permitir tornar os processos ainda mais eficientes, a atuação das equipas mais célere e profícua, a bem da segurança e qualidade de vida destes doentes.

Segundo o centro hospitalar, este projeto, cofinanciado pelo COMPETE2020, PORTUGAL2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional vai permitir ainda “a criação de um laboratório de investigação nesta área da telemonitorização, cujos resultados podem vir a ser replicados em outras entidades do SNS”.

 

Webinars transmitidos em direto
Entre os dias 25 e 31 de janeiro, decorre o IV Congresso Virtual de Vacinas, uma iniciativa organizada pela MSD Espanha e...

“Comprometidos com a Prevenção” é o mote deste Congresso Virtual de Vacinas, que espelha o compromisso da MSD em contribuir ativamente para a formação e consolidação dos conhecimentos dos profissionais de saúde na área de vacinas, através de conferências, sessões de apresentação e discussão de casos clínicos e mesas redondas.

Durante os sete dias de formação, serão abordados temas tão atuais como o impacto da pandemia Covid-19 na vacinação; estratégias para a recuperação de vacinação perdida, bem como sessões dedicadas a temas específicos, como Varicela, Hepatite A, entre outros.

Este evento, de dimensão ibérica, conta ainda com o importante contributo de especialistas portugueses, nomeadamente, Paula Ambrósio, especialista em ginecologia e obstetrícia, Fernanda Rodrigues, Luís Varandas e Hugo Rodrigues, especialistas em infeciologia pediátrica.

O Congresso Virtual de Vacinas, que se realiza pelo quarto ano consecutivo, caracteriza-se por ser um evento pensado, desde a sua génese, para o ambiente virtual, como forma de chegar a um número mais alargado de profissionais de saúde. Assim, terão a possibilidade de consultar o programa e criar a sua própria agenda, mediante os temas que mais interesse lhe despertam. Adicionalmente, todas as sessões ficarão disponíveis, para visualização na plataforma, nas 48h após o evento, ou seja, nos dias 30 e 31 de janeiro.

 

Secretário de Estado da Saúde
A informação foi avançada pelo secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, em entrevista à rádio Renascença, que...

Segundo Diogo Serras Lopes estes casos foram “comunicados pelas autoridades regionais da Madeira. E esta nova estirpe terá vindo do Reino Unido”.

Durante a entrevista à Renascença, Diogo Serras Lopes falou ainda sobre o processo de vacinação contra a Covid-19, adiantando vão chegar a Portugal mais 70 mil doses de vacinas, por parte da Pfizer, esta segunda-feira. Destas, 9.750 serão destinadas à Região Autónoma da Madeira e outro lote de igual número à Região Autónoma dos Açores. “Não sabemos se hoje, mas no máximo manhã”, disse.

Também amanhã deve arrancar a vacinação a nos cuidados primários, segundo o responsável, ainda que com poucas vacinas, para já. “Entre os dias 29, 30 e 31 serão dadas cerca de 20 mil doses, um número superior ao que existiu nos primeiros cinco centros hospitalares”, disse à ‘Renascença’.

Segundo o secretário de estado, os dados disponíveis até às 21h de domingo, mostram que já tinham sido vacinados 4.5634 profissionais de saúde nos cinco centros hospitalares portugueses de Lisboa, Coimbra e Porto, onde arrancou o processo.

 

 

 

 

 

 

 

Resposta às principais questões
O Governo lançou este sábado uma nova página exclusivamente dedicada ao processo de vacinação contra a Covid-19.

Disponível através do site da DGS e site Estamos On (portal do Governo com as diferentes medidas de resposta à pandemia), esta nova página pretende esclarecer os cidadãos quanto a todos os detalhes relativos ao processo de vacinação, que arrancou ontem.

Através de uma linguagem simples e clara, pretende-se que sejam esclarecidas as principais questões que têm vindo a ser levantadas desde o anúncio da chegada da vacina ao nosso país: “a vacina é eficaz?”; “a vacina é segura?”; “quais os diferentes tipos de vacina que serão administradas em Portugal”; “quais os grupos prioritários?”.

Além da resposta a estas perguntas mais gerais existe ainda uma área nesta nova página – FAQ’s – onde se podem encontrar esclarecimentos quanto a aspetos mais específicos como os efeitos secundários das vacinas ou o que fazer após estar vacinado.

Entre os principais destaques da página encontra-se uma simulação que o utilizador pode preencher para ficar a saber em que altura será chamado pelo SNS para vacinação. Além desta ferramenta são ainda disponibilizados os contactos e linhas de apoio que devem ser utilizados pelos cidadãos que queiram saber mais sobre o processo de vacinação. A página disponibiliza ainda o Plano de Vacinação.

Ao longo de 2021, a página contará com atualizações periódicas quanto à execução da campanha de vacinação, bem como outras notícias de relevo e informações prestadas pela task-force.

 

Amamentar: um projeto em família
As evidências mostram-nos que pais igualmente informados, envolvidos e que participam no processo de

A “Transição para a Parentalidade” é uma, se não a, transição maior das nossas vidas. Conscientes dos desafios que aí vêm, os casais “grávidos" prepararam-se, procurando obter conhecimentos para se sentirem seguros e melhor tomarem decisões em prol das suas saúdes e da saúde do seu bebé, nomeadamente através dos cursos de Preparação para o Nascimento e para a Parentalidade.

Muitas vezes “batem-nos à porta” para perceberem quais as temáticas abordadas porque, ao contrário do que acontece com a mulher grávida, que tem enquadramento legal para frequentar todas as sessões (será o equivalente a uma consulta de assistência pré-natal), o pai tem muitas vezes de fazer uma seleção dos temas que considera mais importantes, gerindo a sua vida profissional por forma a dispor daquela hora para assistir a essas temáticas.  Ora, de entre todos os temas abordados, aquele em que os homens habitualmente menos se esforçam por estar presentes é o tema da amamentação, com o argumento: “quem tem mamas é a mulher, eu ajudarei em tudo o resto”. Ou seja, veem a amamentação como um tema exclusivamente inerente à mulher.

No entanto, com base na minha experiência de alguns anos a acompanhar muitos casais, não restam quaisquer dúvidas de que é de extrema importância que a decisão sobre o tipo de alimentação seja, tal como as restantes, uma decisão conjunta do pai e da mãe do bebé que está para nascer. A decisão tomada terá um forte impacto na construção de saúde, facto inequivocamente comprovado por toda a evidência atual e suportada pela OMS/UNICEF.

Então, de que forma pode o pai ter um papel determinante no sucesso do processo de amamentação do seu bebé?

Se a decisão pelo aleitamento materno (AM) for de ambos os progenitores, ambos estão igualmente vinculados a esta decisão. Devidamente informados, os pais estarão conscientes dos benefícios inerentes ao AM, dos desafios possíveis e das estratégias que melhor respondem a esses desafios, bem como de quais os profissionais mais habilitados para dar resposta eficaz às dificuldades que surgem na maior parte das famílias.

No processo de amamentação, é verdade que é a mãe que amamenta, mas o pai é o “gestor do processo”. O que significa isto? Significa que o pai está envolvido e consciente, por exemplo, dos sinais de ingestão nutricional suficiente num bebé alimentado em exclusividade (como posso ter a certeza de que o bebé está a ingerir a quantidade que precisa se eu não consigo medir?). Significa que compreende a evolução espectável de peso num bebé alimentado exclusivamente com leite materno (a sociedade e os profissionais de saúde estão habituados ao que é espectável em bebés alimentados com fórmulas para lactentes, que são hipercalóricas), e que compreende o significado de um percentil. Significa, fundamentalmente, que consegue assegurar-se e dar feedback à mulher que amamenta, e que naturalmente se sente insegura, mostrando-lhe que ela está a fazer um bom trabalho e que tudo está bem com ambos. Significa que, quando surgem dúvidas, ambos unem esforços para procurar informação fidedigna antes da tomada de decisões precipitadas, muitas vezes pressionadas por opiniões menos informadas/atualizadas, que muitas vezes levam ao fim do projeto de amamentar o bebé.

As evidências mostram-nos que pais igualmente informados, envolvidos e que participam no processo de amamentação levam a que as mulheres consigam amamentar durante mais tempo os seus bebés.

Sabemos que a amamentação está muito centrada na cabeça da mulher, por ser um processo psico-neuro-endocrino-imunológico. Após o parto, com a labilidade emocional e insegurança inerentes a esta fase, aquilo que digo a esta mãe, bom ou mau, fica gravado na cabeça desta mulher, com repercussões ao nível psico-neuro-endocrino-imunológico que podem contribuir para o sucesso ou o insucesso nesta caminhada da amamentação.

Quando se assegura a esta mulher que tudo está bem, fundamentando com os conhecimentos e os parâmetros certos, é “meio caminho andado” para que ela ultrapasse o primeiro mês, tão importante para o estabelecimento da lactação, ao ser a fase em que a maioria das mulheres desiste do processo.  E que, ultrapassando-o com sucesso, a mãe amamente, aí sim, durante o tempo que ela ou o seu bebé decidam.

Quem está devidamente informado e atualizado em relação à amamentação “fala a mesma língua”. Por isso, costumo dizer que o pai, quando se envolve, se consciencializa e está informado, tem o potencial de se tornar uma extensão dos profissionais lá em casa, tornando-se um verdadeiro “gestor” de emoções, de “achómetros”.

Foto: 
Nota: 
As informações e conselhos disponibilizados no Atlas da Saúde não substituem o parecer/opinião do seu Médico, Enfermeiro, Farmacêutico e/ou Nutricionista.
2CA-Braga integra o cluster da Escola de Medicina da Universidade do Minho
O Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga) realizou, no primeiro semestre deste ano, mais de 50% dos ensaios clínicos de...

A oncologia é líder no número de ensaios clínicos no 2-CA Braga, seguida de neurologia, psiquiatria e gastroenterologia. O Centro Clínico Académico minhoto está a realizar ensaios clínicos em 256 áreas terapêuticas, quer por iniciativa da indústria, quer por iniciativa de investigadores.

O Centro de Investigação Clínica tem vindo a aumentar anualmente o número de ensaios clínicos de fase III aprovados pela autoridade nacional competente, o INFARMED. Em 2018 foi responsável por 33,33% dos ensaios clínicos e em 2019 por 34,78% do total nacional. Desde 2017 o 2CA-Braga já realizou 124 ensaios clínicos de todas as fases de desenvolvimento do medicamento (I, II, III IV).

Neste momento o centro tem em curso 165 estudos clínicos, sendo que 76 são ensaios clínicos, oito ensaios de fase II, 66 de fase III e dois de fase IV.

O 2CA-BRAGA procura reforçar a posição da Escola de Medicina da  Universidade do Minho como líder em inovação em biociências e investigação translacional, promovendo em conjunto com o Hospital de Braga a manutenção da saúde ao longo da vida e, principalmente, contribuindo para agregar qualidade de vida por meio de avanços inovadores, enquadrada num ambiente de prestação de cuidados de saúde e a promoção e produção de conhecimento no sentido de tornar os cuidados clínicos mais efetivos, melhorando a qualidade e eficiência assistencial.

O 2CA-Braga é membro do sistema científico nacional e integra redes nacionais e internacionais de investigação clínica. Dispõe de uma equipa diferenciada e multidisciplinar, que pretende responder às necessidades dos investigadores, dos promotores e dos participantes dos ensaios clínicos.

O Centro Clínico Académico de Braga (2CA-Braga), é uma parceria sem fins lucrativos, entre a Universidade do Minho (UM), através da Escola de Medicina (EM) e do ICVS.

Os ensaios de fase III. O que são?

Os ensaios clínicos de fase III decorrem sequentemente depois dos ensaios clínicos de fase I e II. Nos ensaios clínicos de fase I é avaliada a tolerabilidade e a segurança do composto do novo medicamento e orientar a dosagem mais adequada para estudos posteriores, geralmente num pequeno número de voluntários saudáveis.

Os ensaios clínicos de fase II tem por objetivo determinar a eficácia do produto e estabelecer a dose apropriada do medicamento experimental para uma patologia específica.

O foco principal dos ensaios clínicos de fase III confirmar o benefício terapêutico e paralelamente, testar a eficácia e segurança do medicamento numa população menos selecionada e comparando com outras terapêuticas existentes.

Na luta contra a pandemia
A participação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), representado no grupo de trabalho internacional da...

Este trabalho do CHUC apresenta práticas inovadoras para dar resposta a questões de logística criadas pela pandemia da Covid-19, que podem também ser aproveitadas para abraçar novas e transformadoras formas de gestão que vão claramente contribuir para a prestação de melhores cuidados de saúde, com respostas mais céleres e eficazes.

O CHUC é um dos maiores hospitais do país, distribuído por seis polos hospitalares com 1.700 leitos o que constituiu um desafio acrescido durante a pandemia da Covid-19, já que era necessário avaliar e gerir com sucesso todas as necessidades de materiais do CHUC em "tempo real", a fim de adquirir e alocar equipamentos vitais, medicamentos e outros consumíveis, em resposta a um ambiente de provimento incrivelmente dinâmico, como foi o da pandemia provocada pelo SARS_Cov2.

A principal tarefa do Serviço de Aprovisionamento do CHUC foi a de estabelecer uma “unidade de comando” central, que funcionou como centro nervoso em quatro áreas: produtos farmacêuticos, equipamentos e serviços, consumíveis e logística. A unidade foi composta por quatro coordenadores, um de cada setor, bem como por especialistas em diversas áreas desde a área médica, logística, informática, gestão de crise, por forma a ter uma envolvência de todos os setores do hospital, melhorando assim a comunicação e a gestão das necessidades do hospital, em "tempo real". A criação desta unidade permitiu operacionalizar e colocar no terreno uma estratégia bem delineada que possibilitou identificar e mitigar rapidamente ameaças operacionais.

O levantamento das necessidades de equipamentos, tecnologias necessárias para dar resposta à Covid-19, medicamentos, kits de teste e reagentes, foi feito com recurso a cadeias de abastecimento tradicionais e não tradicionais, tendo-se recorrido, inclusive, à produção interna de materiais de proteção para os profissionais de saúde com a compra de matéria-prima adequada para os equipamentos e manufaturação pelas próprias costureiras do hospital, com a finalidade de dar uma resposta eficaz à pandemia.

De acordo com o centro Hospitalar “constatou-se a necessidade de encetar consultas formais e informais aos mercados, face à escassez mundial que se verificou, tendo existido também propostas comerciais espontâneas de vários fabricantes e fornecedores, alguns dos quais adaptaram os seus negócios às necessidades decorrentes da procura manifestada pelas organizações de saúde”.

Por outro lado, foi criada uma Comissão de Doações, gerida por equipa própria em coordenação com o departamento de compras e logística do CHUC.

A tomada de decisões rápidas, a mobilização de equipas, a capacitação de profissionais para garantir os melhores cuidados aos pacientes, conduziu a que os hospitais fossem forçados a mudar radicalmente em curtos períodos de tempo.

Embora o principal incentivador para as mudanças tenha sido a necessidade urgente de controlar a infeção por Covid-19, as mudanças ocorreram em todos os níveis, incorporando mesmo o redesenhar dos serviços, novos modelos de atuação e comunicação, com profundas implicações tanto para as equipas como para os utentes.

De acordo com o centro hospitalar “a pandemia da Covid-19 colocou à prova as organizações de saúde e veio acelerar as transformações na área da saúde a um ritmo nunca antes vivido”.

Neste Natal, abuse só na prevenção
Campanha “Olhe pelas Suas Costas” alerta para os cuidados a ter com a sua saúde.

Em tempo de pandemia, o Natal irá celebrar-se de forma diferente este ano. Distanciamento social, uso de máscaras e celebrações ao ar livre são alguns dos novos cuidados a ter em conta, mas há ainda outros aspetos a ter em atenção durante este período. Para tornar a época natalícia mais segura para a saúde da sua coluna a campanha “Olhe pelas Suas Costas” partilha cinco conselhos fundamentais.

“Todos sabemos que esta época é conhecida como a época dos excessos, sendo importante frisar o papel de não descurar os cuidados com a saúde da coluna durante o Natal. O excesso de peso dos sacos de compras constitui uma das grandes ameaças, sendo que, tanto a forma como são transportados e os levantamos, podem provocar lesões  se não forem realizados da melhor forma”, explica Bruno Santiago, coordenador nacional da campanha e neurocirurgião.

No entanto, durante a época natalícia, a prevenção não deve ficar por aqui: “há que ter em conta os excessos alimentares, uma vez que a tendência para comer alimentos pouco saudáveis e em excesso contribui para o aumento de peso, uma das principais causas de sobrecarga sobre a coluna , acrescenta o neurocirurgião.

Para apostar na prevenção, principalmente em alturas mais propícias ao agravamento das dores de costas, como o Natal, a campanha “Olhe pelas Suas Costas” partilha alguns conselhos a ter em conta, para que possa pensar sobre eles:

  1. “Ainda está a fazer as suas compras de Natal?” Quando vai às compras é crucial manter uma boa postura enquanto transporta sacos pesados e evitar o manuseamento incorreto de pesos. Fletir os joelhos quando levanta um peso do chão é o movimento ideal que deve adotar! Além disso,  divida os sacos por ambas as mãos de modo a não andar inclinado(a);
  2. “Pensa mais no aconchego do sofá, do que na atividade física? O sofá é normalmente um grande “inimigo” das suas costas e, como tal, deve praticar exercício físico regularmente. A aproveite as férias (se for caso disso) para se exercitar. Ficar “mais isolado” não significa ficar mais sedentário;
  3. “É de boa boca?” Cuidado para manter o seu peso controlado. O excesso de peso sobrecarrega as articulações, levando ao seu desgaste. Por isso, deve alimentar-se de forma adequada, não abusando dos doces e salgados típicos de Natal;
  4. “Vai viajar (ainda que seja dentro do país)? Para além de ter em atenção às principais normas da Direção Geral de Saúde, para se proteger e prevenir da infeção por COVID-19, lembre-se que grandes viagens requerem adoção de uma postura correta, paragens constantes para descanso e alongamentos.  Prefira deslocar-se a pé ou de bicicleta, invés de o fazer de carro (sempre que possível).Mas não se esqueça: leve apenas o essencial para que não tenha de transportar muito peso;
  5. Costuma andar à pressa e stressado nesta época? Evite situações de stress, como compras de última hora. Compre as prendas com antecedência ou ofereça-as mais tarde. Evite sapatos desconfortáveis e que não forneçam o apoio necessário à coluna. Tenha especial cuidado com os pisos molhados que podem ser bastante escorregadios e se for para um sítio com neve ou gelo, muita atenção às possíveis quedas que poderão trazer graves consequências para a sua coluna.

A campanha “Olhe pelas Suas Costas” reforça ainda que, devido à falta de cuidado com a coluna, sete em cada dez portugueses sofrem de dores nas costas. A adoção de alguns cuidados no dia-a-dia podem ajudar na prevenção de quem não tem dores nas costas bem como no alívio da dor para quem já possui alguma patologia associada à coluna. Dê um presente à sua coluna e não a descuide! 

Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
Aprovação da vacina contra a COVID-19: Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica emite esclarecimento sobre...

No dia 22 de dezembro de 2020, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), baseada no conhecimento atual, nas informações disponíveis da EMA e FDA sobre a vacina da Pfizer-BioNTech para o vírus SARS-CoV-2, e na sequência das recomendações da Agências Reguladoras do Medicamento do Reino Unido e dos Estados Unidos da América, vem por este meio esclarecer:

  1. As reações alérgicas às vacinas do calendário nacional de vacinação são raras. As reações mais graves (reações anafiláticas) ocorrem em menos de 1/100 000 indivíduos.
  2. De acordo com a informação disponível, as reações alérgicas à vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19, serão também eventos raros.
  3. Apesar da informação clínica disponível sobre os casos em que terão ocorrido reações alérgicas suspeitas à vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19 ser ainda muito limitada, não se supõe existir um risco acrescido de efeitos adversos à vacina em doentes asmáticos, com rinite alérgica ou com eczema.
  4. Propomos que: 1) a vacina Pfizer-BioNTech para a COVID-19 não seja administrada em doentes com antecedentes de reações alérgicas graves a vacinas, e que 2) a relação risco-benefício seja avaliada por um Imunoalergologista nos casos de anafilaxia prévia a medicamentos, alimentos, latex, venenos de himenópteros e ainda nos casos de anafilaxia idiopática, síndromes de ativação mastocitária e imunodeficiências primárias.
  5. As vacinas para o SARS-CoV-2 só deverão ser administradas em Unidades de Saúde onde existam profissionais devidamente treinados e meios adequados para o tratamento de eventuais reações alérgicas. Deverá ser respeitado um período de vigilância de 30 após a administração da vacina.
  6. Os Imunoalergologistas estão disponíveis para investigar todos os doentes com reações alérgicas graves às vacinas para o SARS-CoV-2 que venham a estar disponíveis em Portugal, em consonância com a Norma de Orientação Clínica 004/2012 da Direção Geral de Saúde “Anafilaxia: registo e encaminhamento”, atualizada em 18/12/2014.  

Pela sua experiência no diagnóstico, tratamento e orientação de doentes com doença alérgica, a SPAIC apresenta a sua disponibilidade para colaborar e prestar consultadoria científica à Direção Geral de Saúde, ao Infarmed, aos Coordenadores do “Plano de vacinação contra a COVID-19” e às restantes autoridades de saúde nacionais.

Associação de Doentes de Parkinson
A pandemia da COVID-19 teve um grande impacto na regressão das capacidades de doentes com Parkinson.

A pandemia da COVID-19 trouxe várias limitações aos doentes de Parkinson que tiveram de cancelar todas as atividades e sessões de terapia. Para que o estado destes doentes não se deteriore, a Associação Portuguesa de Doentes com Parkinson (APDPk) criou projetos de apoio psicológico e de fisioterapia. O objetivo é colmatar a falta de sessões de fisioterapia e apresentar estratégias para lidar com a depressão e ansiedade.

“A doença de Parkinson exige um acompanhamento a diferentes níveis, um apoio que parou devido às restrições e medidas associadas à pandemia da COVID-19, com menos acesso à fisioterapia e mais isolamento. Este foi um período em que muitos doentes sentiram uma grande progressão da doença e regressão de algumas capacidades que já tinham conseguido desenvolver. Contudo, reconhecemos que este período também trouxe oportunidades, associadas às novas tecnologias, mas é preciso fazer as coisas ao ritmo certo: nem todos os doentes têm a mesma capacidade de aceitação no que respeita à progressão da doença e nem todos têm acesso às plataformas digitais”, alerta Ana Botas, presidente da APDPk.

O diagnóstico de Parkinson é um processo exigente e, com a pandemia da COVID-19, desafiante para todos os doentes. Uma informação que passa por diversos processos desde uma reação de choque, fase de negação, revolta, tristeza e só depois a aceitação, tanto para o doente como para a família. Para ajudar durante o período de isolamento a APDPk destaca algumas medidas que podem ser adotadas e que estão disponíveis aqui:

  • Aumentar a perceção de controlo de determinados aspetos na vida do doente (o que podem fazer e/ou o que podem contar);
  • Manter as rotinas desde a alimentação, horários de sono e atividades;
  • Conviver com outras pessoas (família, cuidadores, amigos);
  • Estimular a criatividade, desempenhar novas atividades, explorar e criar;
  • Explorar e desabafar sobre os sentimentos e aumentar a perceção que estes são normais.

Além disso, para contribuir para a fase de aceitação e aumentar o apoio psicológico a APDPK criou ainda o projeto “Lado a Lado”.  Um projeto gratuito para todos os associados do país que vai desde grupos de chamadas via zoom, inclusive só para cuidadores, a telefonemas para quem não têm acesso às novas tecnologias.

“A base do projeto é dar apoio a estas pessoas, sobretudo numa época em que se exige algum distanciamento social. Esta é uma patologia de elevada progressão e incapacitante e, com o receio de infeção por COVID-19, devido às complicações associadas, estes doentes foram alvo de um grande isolamento. Temos de encontrar mecanismos de superar este distanciamento. Reforço que este projeto é ainda fundamental para os doentes que estão numa fase inicial e que até podem escolher isolar-se para esconder a doença” reforça Ana Botas.

Mas este não foi o único projeto que ganhou vida durante o período de pandemia da COVID-19. Para colmatar as necessidades criadas com a ausência de fisioterapia, que levou a que muitos doentes tivessem uma elevada regressão da doença, a APDPk criou o projeto “Pára-quedas”. “Este projeto foi pensado para aquele que é a principal consequência da progressão da doença de Parkinson: as quedas. Sabemos que há inúmeras estratégias que podem reduzir as quedas e a sua gravidade, desta forma, queremos capacitar todas as pessoas diagnosticadas com a doença de Parkinson, desde estadios iniciais aos mais avançados, para fazerem escolhas informadas e para terem conhecimento sobre como gerir o antes (prevenção) e depois (recuperação) destes episódios de quedas. Neste momento, o projeto funciona via zoom, mas, assim que a pandemia da COVID-19 acabar, retomamos as aulas de grupo” destaca Ana Botas.

A associação reconhece que este ano foi ainda marcado por novos projetos, oportunidades e avanços e descobertas no tratamento das Doenças do Movimento, em particular na área da estimulação cerebral profunda, uma área em que Portugal tem sido pioneiro. Um ano cujo objetivo tem sido criar novos mecanismos de apoio para todos os doentes e também reconhecer que há esperança no avanço e controlo da doença, com terapias adaptadas às necessidades individuais de cada doente.

Para esclarecer qualquer dúvida e informação sobre a doença ou para obter mais informações sobre os projetos criados, a APDPK disponibiliza ainda os seus contactos, que podem ser feitos através de email ([email protected]) ou via telefónica (939 053 378).

Já imaginou o que seria passar o Natal “fora de serviço”?
A MiGRA Portugal – Associação de Doentes com Enxaqueca e Cefaleias, no âmbito da Campanha Temporariamente Fora de Serviço – Por...

Para o ajudar a compreender e apoiar os seus familiares que sofrem com enxaqueca e cefaleias, a MiGRA Portugal partilha um conjunto de dicas para que menos pessoas fiquem fora de serviço este Natal devido a crises de enxaqueca e cefaleias. Deixamos assim alguns conselhos importantes para que aproveite esta época da melhor forma:

 

 

  • Ajuste as luzes – As luzes fortes podem ser um grande desencadeador de uma crise de enxaqueca. Por isso, se tiver possibilidade, não utilize luzes muito fluorescentes e opte por luz mais suave e menos agressiva.
  • Evite perfumes e cheiros intensos – Os cheiros intensos são um dos grandes inimigos dos doentes com enxaqueca. Se tem familiares com enxaqueca tente perceber quais os cheiros que lhe podem desencadear crises e evite utilizá-los. Ter uma zona livre de fragrâncias podem ser uma boa opção para esta época natalícia.
  • Respeite os horários de refeição habituais – Estas épocas festivas trazem sempre consigo algumas oscilações no horário de refeições e fazem sempre com que jantemos ou almocemos mais tarde que o habitual. No entanto ficar muitas horas sem comer e alterar demasiado as rotinas pode ser um fator desencadeador de enxaqueca, pelo que é importante mantê-los, mesmo nesta altura.
  • Não insista com as bebidas alcoólicas – As bebidas alcoólicas podem desencadear crises de enxaqueca e cefaleias e por isso se uma pessoa optar por não beber bebidas alcoólicas não insista e apoie esta decisão.
  • Não sobrecarregue com as tarefas de Natal – Apesar de ser uma época muito boa para passar um bom tempo em família, a preparação para a consoada pode ser muito stressante. Dé uma ajuda e tente não sobrecarregar uma pessoa com enxaqueca e cefaleias com os preparativos todos, pois a ansiedade e o stress podem ser inimigo de uma crise.

Apesar de existirem vários fatores que podem dar origem a uma crise de enxaqueca e que podem ser evitados é importante lembrar que muitas das vezes uma crise pode começar sem aviso prévio, mesmo evitando os desencadeadores. Deve respeitar sempre que o seu familiar ou amigo não puder estar presente ou tiver de ir embora mais cedo por estar com uma crise.

As cefaleias, mais conhecidas por “dores de cabeça”, podem ser doenças neurológica altamente incapacitantes. De acordo com o Global Burden of Disease 2018, estas representam ainda a segunda maior causa de anos vividos com incapacidade na população portuguesa entre os 5 e os 49 anos. Existem mais de 200 tipos de cefaleias diferentes, sendo a enxaqueca um destes tipos. A enxaqueca é uma doença neurológica crónica que se caracteriza por episódios de dor moderada a forte, pulsátil ou latejante, que geralmente começa de um só lado da cabeça. Atualmente, estima-se que existem cerca de 1 milhão e 500 mil doentes com enxaqueca em Portugal e num contexto global as cefaleias afetam cerca de 50% da população mundial.

Oito conselhos essenciais para ter em conta durante a época natalícia
Conhecido como a época dos excessos, o Natal deve celebrar-se com alguns cuidados em casa de pessoas com diabetes. E, este ano,...

“A época natalícia pode ser extremamente desafiante para quem lida com a diabetes. É preciso saber antecipadamente quais os cuidados a ter. Isto não significa evitar participar nos jantares familiares ou fazer esforços maiores do que os já recomendados para a vida diária. O objetivo é que uma pessoa com diabetes consiga controlar e estabilizar os nível de glicose no sangue, evitando um pior controlo de glicemia”, afirma José Manuel Boavida, presidente da APDP.

Como tal, a solução para controlar a diabetes não passa por evitar ocasiões especiais, como o Natal, mas ter cuidados. A APDP deixa alguns conselhos a ter em conta durante este período:

  1. Opte por cozinhar os pratos e doces em casa. Desta forma poderá saber mais facilmente o que come e o seu impacto na glicemia;
  2. Substitua alguns ingredientes e ajuste os métodos culinários ao cozinhar os pratos típicos. Uma ceia de Natal mais saudável pode ser composta por pratos tradicionais e com o mesmo aspeto e sabor, mas com menos calorias. Optar pelo leite e iogurtes magros, não deixar que os alimentos fritos absorvam muito óleo e reduzir a quantidade de açúcar das receitas são algumas das possibilidades;
  3. Controle a quantidade de comida e calcule os hidratos de carbono que ingere. O controlo dos hidratos de carbono é uma ferramenta fundamental, visto que os hidratos de carbono são o principal nutriente com efeito na glicemia após a refeição. Um método cada vez mais utilizado em pessoas com diabetes tipo 1, com esquemas de insulina intensivos, nos quais a dose de insulina de ação rápida é ajustada de acordo com a quantidade de hidratos de carbono de cada refeição. A associação disponibiliza as tabelas aqui;
  4. Pode comer um doce sem que a glicemia fique desnivelada. A estratégia é muito simples: num dia especial, como o de Natal, pode eliminar ou reduzir outros hidratos de carbono de uma refeição, como o pão, as batatas, o arroz ou a massa, para conseguir incluir um doce. O ideal será fazê-lo se tiver um controlo aceitável da diabetes e apenas poucas vezes;
  5. Evite ir comendo enquanto cozinha. Este hábito impede o controlo da quantidade de comida ingerida;
  6. Faça caminhadas, dance ou faça outra atividade física mesmo durante a quadra festiva. Em conjunto com a alimentação saudável, a atividade física faz parte do tratamento das pessoas com diabetes;
  7. Faça as compras com antecedência. Desta forma, terá tempo para fazer uma lista dos pratos e doces que vai confecionar, comprando apenas aquilo de que necessita.

As recomendações não ficam por aqui. Num ano marcado pela pandemia, os cuidados deverão passar também pela prevenção do contágio pela COVID-19.

“Apesar de não terem mais probabilidade de contrair COVID-19 do que a população em geral, as pessoas com diabetes são um dos grupos mais vulneráveis em relação ao risco de complicações graves. Como tal, durante o Natal é crucial continuar a adotar cuidados redobrados para evitar o contágio”, explica João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.

Desde o distanciamento físico, evitando estar com a família alargada muito tempo em espaços fechados, ao uso de máscaras, a APDP reforça que, em caso de infeção por COVID-19, deverá continuar a tomar a medicação para a diabetes, sem nunca interromper o tratamento com insulina, fazer a recolha dos dados de glicemia de quatro em quatro horas, beber mais líquidos para evitar a desidratação, e verificar a temperatura diariamente, de manhã e à noite.

A associação tem ainda disponível um manual de apoio para as pessoas com diabetes tipo 1 e tipo 2 e seus cuidadores com as principais normas e recomendações durante este período. Junte-se ainda a Linha de apoio Diabetes disponível todos os dias, entre as 9h e as 17 horas, através do número 213 816 161. 

 

Estudos revelam
De acordo com investigações recentes sobre o efeito das células mesenquimais derivadas do cordão umbilical no tratamento da...

A artrite reumatoide está clinicamente definida como uma doença crónica, inflamatória e autoimune que se caracteriza pela inflamação das articulações e que pode conduzir à destruição do tecido articular e periarticular. O conhecimento adquirido por vários cientistas a nível mundial sobre o potencial terapêutico das células estaminais, tem levado ao aparecimento de vários ensaios clínicos recentes sobre esta temática.

Em 2018, investigadores do departamento de reumatologia de vários hospitais de Seoul em conjunto com os institutos de medicina regenerativa e centros de investigação da Coreia do Sul avaliaram 11 doentes com artrite reumatoide. Destes, 78% são mulheres com uma idade média de 57 anos e com uma duração média da doença de 9 anos e meio. Após 24h da infusão das células mesenquimais provenientes do cordão umbilical, observou-se diminuição significativa de várias citocinas pro-inflamatórias (IL-1β, IL-6, IL-8, e TNF-α). Tal facto comprova a capacidade imunomodulatória destas células. Este estudo abriu a possibilidade de explorar o tratamento e a melhoria de doenças imunomediadas, incluindo doenças autoimunes, como a artrite reumatoide1.

Mais recentemente, em 2019, foi realizado outro ensaio clínico com o propósito de estudar o efeito da infusão das células mesenquimais provenientes do cordão umbilical nesta patologia com um período de seguimento mais alargado (3 anos). Sessenta e quatro doentes (87% mulheres) com idades compreendidas entre 18-64 anos foram submetidos a uma infusão intravenosa com células mesenquimais do tecido do cordão umbilical. Após o primeiro e terceiro ano da infusão, os doentes foram avaliados em três categorias: Marcadores inflamatórios sistémicos, Segurança e Eficácia. Após três anos, os marcadores inflamatórios sistémicos reduziram significativamente, realçando a capacidade destas células diminuírem o ambiente inflamatório evidenciando a eficácia do uso destas células como terapia2.

Para além disso, as células mesenquimais do tecido do cordão umbilical apresentam uma capacidade de proliferação e diferenciação únicas, assim como a aptidão de, depois de estarem na corrente sanguínea, se dirigirem para o local inflamado exercendo os seus efeitos benéficos (homing). Esta capacidade de “homing”, associada à vantagem de terem propriedades hipoimunogénicas, ou seja, de não reagirem à infusão de células como um agente estranho que possa despoletar resposta imunológica, permitem realizar tratamentos com células do próprio indivíduo (autólogos) ou de outros indivíduos (alogénicos), possibilitando a utilização destas células como um alvo terapêutico muito eficaz e seguro.

Um e três anos após o tratamento, todos os valores das análises sanguíneas de rotina mantiveram-se sem alterações comparativamente com a fase anterior ao tratamento. As funções hepática e renal também não sofreram alterações, demonstrando que o tratamento com células mesenquimais do tecido do cordão umbilical é seguro. O cálculo do desenvolvimento da artrite reumatoide (score DAS28) diminuiu significativamente um ano depois do tratamento, continuando a diminuir até ao terceiro ano. O mesmo resultado foi observado na avaliação da capacidade funcional dos doentes (Health Assessment Questionnaire). Este questionário avalia de 0 a 3 as capacidades quotidianas do indivíduo, desde conseguir vestir-se até abrir torneiras, frascos, subir escadas, entre outros2.

A eficácia deste tratamento é real e pode ser também observada naturalmente por qualquer pessoa. Na figura ilustrada em baixo estão retratadas as mãos de um paciente antes (figura A) e após três anos do tratamento com células mesenquimais derivadas do tecido cordão umbilical (figura B). Trata-se de um paciente com 68 anos que foi diagnosticado com artrite reumatoide desde os seus 53 anos de idade. Na figura C e D está, respetivamente, representado o antes e um ano depois da infusão com células mesenquimais do tecido do cordão umbilical numa doente com 33 anos com artrite reumatoide desde os seus 29 anos de idade com queixas de muitas dores. Como se pode observar em ambas as situações, os doentes não conseguem esticar os dedos devido à inflamação existente nas junções articulares. No entanto, após o tratamento existe uma melhoria substancial permitindo um maior movimento dos membros, sublinhando a eficácia desta terapêutica. Para além disso, os efeitos terapêuticos das células mesenquimais mantêm-se durante o período de acompanhamento, sempre com resultados clínicos estáveis, melhorando de forma substancial a qualidade de vida dos doentes com artrite reumatoide2.

Figura retirada do artigo Wang L,et al. (2019) Drug design, Development and Therapy 2

De forma a estudar e desenvolver um tratamento mais potente contra a artrite reumatoide, a utilização das células mesenquimais do cordão umbilical também tem surgido em combinação com outras terapias. Este ano, um outro ensaio clínico realizado com 63 doentes, demonstrou que a aplicação das células mesenquimais do cordão umbilical com interferão-γ aumenta significativamente a taxa de resposta em 93,3% (American College of Rheumatology 20 response rates) ao terceiro mês de acompanhamento. Ou seja, considerando a resposta à doença, a terapia combinada com as células mesenquimais do cordão umbilical leva a uma melhoria substancial dos doentes com artrite reumatoide quando comparada com uma terapia sem o uso das células mesenquimais. Assim, estes autores sugeriram esta terapia combinada como uma nova estratégia clínica para o tratamento da artrite reumatoide dado que se observou uma sinergia na eficácia do tratamento sem quaisquer efeitos colaterais durante um período observacional de 1 ano3.

Andreia Gomes, responsável pela Unidade de Investigação & Desenvolvimento da BebéVida, afirma “É necessário salientar que em todos estes estudos e os critérios de segurança destas infusões durante e após o tratamento foram continuamente avaliados, concluindo que esta terapêutica é segura e não é tóxica, uma vez que todos os sinais vitais e clinicamente relevantes se mantiveram estáveis”.

“A eficácia de um tratamento é um fator determinante para a cura de certas doenças, como a artrite reumatoide, bem como o aumento da qualidade de vida dos doentes. No entanto, a avaliação da segurança da aplicação destas células é a principal prioridade”, reforça Andreia Gomes.

1Park EH, Lim HS, Lee S, Roh K, Seo KW, Kang KS, et al. Intravenous infusion of umbilical cord blood-derived mesenchymal stem cells in rheumatoid arthritis: A phase Ia clinical trial. Stem Cells Translational Medicine. 2018;7(9):636-42.

2Wang L, Huang S, Li S, Li M, Shi J, Bai W, et al. Efficacy and safety of umbilical cord mesenchymal stem cell therapy for rheumatoid arthritis patients: A prospective phase I/II study. Drug design, Development and Therapy. 2019;13:4331-40.

3He X, Yang Y, Yao M, Yang L, Ao L, Hu X, et al. Combination of human umbilical cord mesenchymal stem (stromal) cell transplantation with IFN-γ treatment synergistically improves the clinical outcomes of patients with rheumatoid arthritis. Annals of the Rheumatic Diseases. 2020;79(10):1298-304.

Cristina Ferreira é a figura de capa
A Fundação AFID Diferença lança o calendário “Super-heróis sem capa”, de tributo a todos os profissionais que, de forma...

O calendário conta com a participação Cristina Ferreira, madrinha da Fundação AFID, como figura de capa, representando todos os profissionais da comunicação e entretenimento, que, além de informarem, acompanharem e distraírem toda a população, deram voz a todos os outros profissionais que ajudam a população diariamente.
 
Cada mês é, depois, dedicado a cada um destes profissionais. Aparecem, assim, colaboradores da Fundação AFID Diferença, profissionais do INEM, da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, de enfermagem e da saúde, da GNR, dos bombeiros, dos supermercados e minimercados, das farmácias, dos serviços municipalizados, de medicina, de padaria e pastelaria e, finalmente, da PSP.
 
“Depois de um ano como o que passou, nada faz mais sentido do que homenagear aqueles que, diariamente, estiveram na linha da frente, para garantir a segurança da população, os seus cuidados de saúde, o seu bem-estar físico e emocional”, afirma Domingos Rosa, Presidente do Conselho Executivo da Fundação AFID Diferença.
 
As fotografias foram realizadas em contexto real, pelo fotógrafo André Boto, e contaram com a disponibilidade e colaboração total de todas as instituições representadas, contando ainda com a presença do Chef Vítor Sobral como padeiro.
 
O calendário está disponível na sede da instituição, no site da Fundação AFID Diferença e no site www.comprasolidaria.pt, pelo valor de 1,5€, como forma de donativo.

AVC continua a ser a primeira causa de morte e invalidez em Portugal
A Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) abriu as candidaturas à Bolsa de Investigação em Doença Cerebral...

Já é uma tradição anual a SPAVC atribuir uma bolsa de investigação destinada a financiar, parcial ou totalmente, projetos científicos dedicados ao estudo da doença vascular cerebral.

O Prof. Doutor José Castro Lopes, presidente da direção da SPAVC, sublinha a importância da investigação nesta área clínica “uma vez que o acidente vascular cerebral (AVC) continua a ser a primeira causa de morte e invalidez de Portugal”. Esta realidade poderá agravar-se tendo em conta os dados que têm vindo a público: muitos doentes desvalorizam a sintomatologia e adiam a ida aos serviços de saúde por medo da infeção pelo novo coronavírus, pondo em risco a vida e a possível recuperação do AVC. “Mais do que nunca, importa promover a investigação sobre AVC, para que não fique esquecido e possamos continuar a publicar evidência com potencial impacto na prática clínica e/ou na melhoria dos cuidados prestados aos doentes”.

As candidaturas devem ser enviadas por via eletrónica à direção da SPAVC, através do endereço [email protected], num formulário disponível no website da SPAVC, fazendo-se acompanhar do projeto científico pormenorizado relativo à investigação a desenvolver. Segundo o regulamento da candidatura, que pode ser consultado em www.spavc.org, os projetos apresentados devem ter uma duração máxima de dois anos, iniciada no momento de atribuição da bolsa e terminada quando for entregue relatório final em formato de artigo científico. É ainda referido que apenas serão admitidos os projetos de trabalhos científicos a serem realizados, pelo menos parcialmente, em instituições portuguesas.

No documento pode ainda ler-se que o júri de avaliação “terá em conta o interesse e mérito da candidatura, assim como o mérito científico dos candidatos e instituições participantes” e é referido que, após a divulgação do projeto vencedor, a direção da SPAVC constitui-se em comissão de acompanhamento do trabalho, zelando pelo seu cumprimento de acordo com o projeto inicialmente apresentado, sendo de referir a obrigatoriedade de apresentação de relatório semestral à referida comissão.

Os resultados da investigação irão ser apresentados em reuniões da SPAVC e deverão ser publicados em revista nacional ou internacional de reconhecido mérito científico no prazo de dois anos.

O vencedor da Bolsa de Investigação será divulgado publicamente no encerramento do 15º Congresso da SPAVC, que decorrerá em formato virtual, entre os dias 4 e 6 de fevereiro de 2021, com a correspondente atribuição monetária.

Hospitais não podem deixar de receber estes doentes
Com o acesso aos cuidados de saúde condicionados pela pandemia, médicos pneumologistas deixam o alerta.

Numa fase em que a pandemia de COVID-19 continua a atingir picos de incidência no nosso país e em que o acesso aos cuidados de saúde volta a estar condicionado para os doentes crónicos, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia alerta para a importância das exacerbações de DPOC e para a necessidade de as prevenir.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) é uma doença respiratória progressiva que resulta da obstrução das vias áreas e cujos principais sintomas se caraterizam por tosse, expetoração e dispneia (falta de ar). O diagnóstico é realizado por um teste respiratório simples, a espirometria, que mede a quantidade de ar que entra e saí do pulmão e a rapidez com que o ar circula dentro e fora do pulmão.

Tal como um enfarte do miocárdio ou um AVC, uma exacerbação grave de DPOC implica o recurso a uma urgência hospitalar e eventual internamento, pelo que os doentes não podem ficar em casa à espera que os sintomas se resolvam espontaneamente.

“Há situações que podem ser resolvidas com apoio médico através de teleconsulta e intensificação da terapêutica farmacológica, mas há outras que só podem ser resolvidas no hospital”, explica António Morais, presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.

Numa campanha que a SPP está a desenvolver em parceria com a BIAL, vários pneumologistas juntam-se para reforçar a mensagem de que, apesar das pressões impostas pela COVID-19, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, continuam disponíveis para acompanhar os seus doentes com DPOC. Também no âmbito desta campanha é reforçada a importância de um bom controlo da DPOC para a prevenção das complicações associadas à COVID-19.

“A prevenção das exacerbações e o bom controlo da DPOC passa por uma boa adesão à terapêutica, com o devido respeito pela técnica inalatória, pela prática de atividade física, de acordo com as recomendações médicas, pela vacinação antigripal e antipneumocócica”, reforça Marta Drummond, pneumologista do Centro Hospitalar de São João, reforçando que, “em nenhuma circunstância o doente deve suspender a sua medicação para o tratamento da DPOC”. De acordo com Ana Sofia Oliveira, pneumologista do Hospital de Pulido Valente, “Uma das melhores formas de combater a COVID-19 é ter a DPOC bem controlada, já que o risco de complicações da COVID-19 é maior nestes doentes”.

Esta campanha será promovida nas plataformas digitais da SPP e da BIAL, nomeadamente nos sites e redes sociais, visando alertar e sensibilizar todos os doentes para a importância do controlo e manutenção do tratamento da DPOC face à pandemia COVID-19.

Em Portugal a prevalência de DPOC nos indivíduos com idade superior a 40 anos situa-se nos 14%, sendo que para a DPOC moderada, grave e muito grave a prevalência é de aproximadamente 7%. A DPOC continua a representar uma das principais causas de morte em Portugal – de acordo com o Observatório Nacional das Doenças Respiratórias, em 2016, foi responsável por 2791 óbitos, 20,7% das mortes registadas por doença respiratória.

Em tempos de pandemia
A lavagem e desinfeção dos espaços e das superfícies podem ser cruciais para um Natal mais seguro.

O Natal aproxima-se e, devido à pandemia de Covid-19, vai ser vivido de forma diferente. Assim, torna-se crucial a vivência deste tempo de forma segura, através do cumprimento de várias regras.

Na celebração desta época festiva, a distância física e o uso de máscara deverão continuar a ser cumpridos. No entanto, e de acordo com a Direção-Geral de Saúde, há outros cuidados a ter em consideração.

Nesse sentido, a Inokem, start-up 100% portuguesa, especialista no desenvolvimento de soluções premium de desinfeção, limpeza, higienização pensadas para o bem-estar dos consumidores, e focada na inovação e sustentabilidade com opções eco-friendly, apresenta quatro dicas para que as famílias vivam um Natal mais seguro. A desinfeção e o arejamento de espaços e a lavagem e a desinfeção de mãos com frequência são algumas das ações que todos podem fazer:

1. Lavar as mãos – como já vem sendo preconizado, é importante lavar e desinfetar frequentemente as mãos, uma vez que ao longo do dia tocamos em superfícies e objetos que podem estar contaminadas com o vírus. A utilização de um sabonete líquido desinfetante vai permitir a eliminação da sujidade e, simultaneamente, a desinfeção das mãos. Já para desinfetar, é importante escolher um desinfetante adequado. Geralmente à base de álcool (o indicado é ter o valor mínimo de 70% de álcool), deve permitir a desinfeção das mãos sem necessidade de enxaguamento. Outros fatores a considerar são a presença de princípios ativos que garantam uma melhor ação viricida, bactericida, germicida e fungicida; o facto de manter um tempo de contacto mínimo de 20 segundos em toda a superfície das mãos; a garantia de que os ingredientes utilizados são de boa qualidade; e, devido à frequência com que são utilizados, a incorporação de um bom hidratante para proteger a pele da agressividade do álcool.

2. Desinfeção de utensílios - É importante proceder à limpeza, higienização e desinfeção dos vários objetos através de uma solução detergente germicida, bactericida e virucida com bio álcool, uma vez que as gotículas que transmitem o vírus pousam em objetos e nas superfícies. Assim, os utensílios utilizados e partilhados, como os talheres, pratos, copos, entre outros, devem ser desinfetados, e, preferencialmente, não devem ser partilhados. Cada um deve ter os seus próprios utensílios e evitar o contacto com os objetos que não sejam os seus. Deve ainda ser realizada a desinfeção de materiais tecnológicos, de brinquedos, de puxadores e de acessórios de casa de banho, aos quais deve ser diretamente aplicada uma solução desinfetante, sendo que, no caso dos brinquedos laváveis, devem ser enxaguados.

3. Desinfeção de espaços comuns – O mesmo deve acontecer para as zonas alimentares, como as bancadas das cozinhas, que são espaços que, geralmente, juntam várias pessoas. Também os pavimentos e os sanitários devem ser desinfetados frequentemente com desinfetante contra germes, vírus e bactérias, à base de bio álcool. Já o ar dos espaços fechados deve ser desinfetado com um purificador de ar, que elimine bactérias e vírus em suspensão no ar, pulverizando os espaços até que se forme uma ligeira neblina. Este tratamento descontamina o ar temporariamente, pelo que deve ser repetida a aplicação periodicamente, em função das condições existentes.

4. Roupas e calçado - Finalmente, as roupas, os tecidos e o calçado devem ser desinfetados com produto próprio, uma vez que podem, também eles, ser veículos do vírus. Esta desinfeção deve ser feita em todo o tipo de têxteis que habitualmente existem em nossas casas, tais como: sofás, colchões, tapetes, alcatifas, cortinas, toalhas, acessórios de casa, roupas no geral e calçado. Utilizando uma solução diretamente nas roupas, tecidos, calçado ou equipamento de proteção individual (EPI) por pulverização manual, que deve ser fina de partículas pequenas, para a abranger a maior área possível, é aconselhável uma aplicação antes de sair de casa ou iniciar determinado tipo de trabalhos profissionais e uma aplicação quando finalizado o trabalho ou ao chegar a casa. A Inokem aconselha ainda o uso de outra solução como desinfetante diretamente na máquina de lavar roupa ou na lavagem manual da mesma.

Dar a conhecer a doença
Chama-se “A barriga Estragada da Mamã” e é o primeiro livro português que aborda a problemática da endometriose, uma doença...

“A Endometriose é ainda pouco falada e conhecida. É uma doença com um diagnóstico, geralmente, demasiado tardio. A falta de informação e a desvalorização da sintomatologia fazem com que muitas mulheres vivam anos sem saber que sofrem desta condição, inclusive, por verem as suas queixas desvalorizadas clinicamente. Mas a Endometriose existe, é real, leva órgãos, sonhos e vidas. E é por isso que este livro é tão importante. Porque chega com o intuito de sensibilizar não só as crianças como os seus cuidadores!”, afirma Susana Fonseca, autora do primeiro livro infantil do mundo sobre Endometriose, lançado com a chancela da Sana Editora e com ilustrações de Inês de Freitas.

“A Barriga Estragada da Mamã é uma história fantástica pela simplicidade com que é contada. A ambivalência de um percurso de vida marcado pela dor e pelo sofrimento provocado pela doença e a felicidade de ter conseguido ser mãe é contada com ajuda das perguntas inocentes de Bi, dando a conhecer a doença, que continua a ser desconhecida para muitos. A endometriose é uma doença crónica que pode afetar dramaticamente a qualidade de vida da mulher e interferir na sua relação familiar e social, pelo que a perceção e diagnóstico precoce é de suprema importância. Só assim é possível agir atempadamente através de uma equipa multidisciplinar, minimizando as consequências da doença. Está na mão de todos nós ouvirmos e reconhecermos estes sinais de alarme e incentivar a procura de ajuda especializada pois ter dor menstrual incapacitante não é normal”, comenta Filipa B. Osório, Ginecologista do Hospital da Luz Lisboa

A Endometriose - que se caracteriza pelo aparecimento de tecido similar ao do endométrio fora do útero -, é uma doença complexa que provoca dores pélvicas crónicas incapacitantes, infertilidade e outros sintomas de relevo. Existem diversas teorias sobre a sua origem não havendo ainda um consenso. Esta patologia afeta sobretudo as mulheres em idade reprodutiva, entre 10 a 15%. Nas mulheres com infertilidade, essa prevalência aumenta para cerca de 30 a 50%. A doença costuma ser diagnosticada entre os 25 e os 35 anos, apesar dos primeiros sinais se poderem manifestar anos antes, com o início da menstruação.

De um modo geral, a Endometriose provoca o aparecimento de sintomas, sendo que, em 80% dos casos a dor é a principal manifestação da doença. Em 20% dos casos, a Endometriose associa-se a infertilidade podendo também ser, embora mais raramente, assintomática.

“A dor intensa durante a menstruação, a cólica do período, existe e afeta a qualidade de vida de muitas mulheres. Dêmos voz a quem tem voz. a dor tem voz e juntos poderemos ser mais fortes sem dor. Esta dor tem muitas vozes.... É cruel... tem género e tem um nome.... chama-se endometriose. Hoje, é possível fazermos mais e melhor para aliviar e tratar esta dor que é de todos”, afirma Hélder Ferreira, Diretor da Unidade de Endoscopia e Endometriose do Centro Materno Infantil do Norte

Evolução do casos
O sistema Gripenet, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) desde 2015, está a recrutar participantes...

Os objetivos deste estudo passam por monitorizar a curva de incidência sazonal de gripe e a sua distribuição por idade e região. Este ano, devido à pandemia, o projeto visa também identificar sintomas compatíveis com a covid-19, de modo a identificar tendências na evolução do número de infeções.

Os participantes devem preencher semanalmente um questionário onde relatam os seus sintomas da gripe e/ou da covid-19.

“Um dos segredos do sucesso do Gripenet é sua simplicidade de uso e rapidez no preenchimento dos sintomas, bem como a transparência no tratamento dos dados, sabendo os participantes como o sistema interpretou o seu caso particular”, indica um comunicado do INSA. De referir que os dados são anónimos e são depois disponibilizados numa plataforma pública online.

“Devido às suas caraterísticas, o sistema Gripenet possibilita uma deteção precoce de eventuais anomalias, e uma captação de pessoas que recuperam da gripe sem recorrer aos serviços de saúde, com uma assinalável economia de recursos”, revela o instituto.

 

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